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Portugal perde com Itália Cristiano Ronaldo muito discreto no jogo de preparação para o Euro’2008 na Suíça e Austria p. 28-29
CLP arranca em grande
O mês de Fevereiro marcará o reinício das actividades do Centro de Língua Portuguesa (CLP) p.10
Falta de remédios vai agravar-se
50% dos medicamentos não estão disponíveis nas farmácias p.3
www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 08 – N.º 244 CARACAS, 07 A 13 DE FEVEREIRO - VENEZUELA: BS.F: 1,50 / PORTUGAL:
Portugal exportará dez vezes mais Portugal e Venezuela já assinaram o protocolo que cria condições para que as exportações portuguesas aumentem dez vezes p. 32
1,50
José Sócrates em Caracas em Abril Governante inaugura Pestana Caracas e vai ao Encontro de Gerações p.32
“Los Bufos” vencem de novo Grupo repete vitória nos “Comparsas” deste ano no Centro Português. p. 14
Corrida aos alimentos básicos
p. 26 e 27 PUBLICIDADE
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EDITORIAL
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CORREIO DA VENEZUELA 07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008
Espectáculo Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Elizabeth De Ornelas Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Eventos Yamilem González Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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Durante mais de três meses, jovens de todas as idades ensaiaram e prepararam-se afincadamente para mostrar Portugal. O pretexto foi o Carnaval e o palco foi o do Centro Português, em Caracas. Este foi um dos casos em que a criação de iniciativas, o dispêndio de esforço e os altos custos organizacionais valeram a pena, sobretudo porque em causa está a elevação do nome de Portugal, ainda para mais envolvendo jovens. No caso que foi possível assistir no Centro Português, na capital venezuelana, é deveras reconfortante constatar a participação de cerca de 300 adolescentes, cheios de vigor em palco, orgulhosos das suas origens, pelo empenho que colocaram nas diversas fases da actuação. Assistiu-se a uma mistura perfeita de vontade, humor e determinação, com jovens carregando bandeiras, cantando
em português, trajando de verde e vermelho e mostrando inclusivamente aos mais velhos que sabem de onde vêm e quanto valorizam as suas origens. O Carnaval no Centro Português, em Caracas, foi um exemplo. É nestas circunstâncias que se impõe questionar sobre a forma como surgem estas iniciativas e os custos que acarretam. Competirá ao Estado português, através das suas múltiplas estruturas, fomentar este tipo de eventos. Porque em causa está a preservação da cultura portuguesa através de jovens que poderão ser tentados a ceder perante outras opções muito mais fáceis e acessíveis. O espectáculo de três horas em Macaracuay foi bonito e cumpriu muito bem a função de entretinimento. No entanto, nada nos impede de aproveitá-lo para outras reflexões, com outra abrangência e responsabilidade.
O cartoon da semana - A Santa Bárbara vai deixar de voar para a Madeira...
- Só acredito quando a TAP decidir aumentar as tarifas!
A semana Muito Bom O idioma Português na Venezuela dá mostras de algum progresso neste primeiro trimestre do ano. De facto, na Universidade Central da Venezuela, finalmente parece ter sido encontrado uma espaço disponível, uma sede alternativa, para a sua divulgação. Sabíamos da boa vontade das pes-
soas, apesar de uma série de impedimentos. Por outro lado, há um claro entusiasmo na Universidade Católica Andres Bello, em Montalban. Sabemos que iniciativas do mesmo género estão a ser levadas a cabo no sentido de também ali estender a aprendizagem do nosso idioma na Venezuela.
Bom O envolvimento da Venezuela e as suas tradições no eventos dos 500 anos do Funchal marca, sem dúvida, um precedente na história entre os dois povos. Destacamos a iniciativa dos responsáveis das festividades do
Funchal, assim como todo o empenho do Cônsul Geral da Venezuela na Madeira.É justo e oportuno começarmos a conviver mais harmoniosamente, com uma maior proximidade.
Mau A escassez de produtos alimentares que actualmente se verifica na Venezuela é, sem duvida, um problema de grandes proporções que afecta todos os cidadãos deste País. Do estado de Táchira cheganos a informação que a situação é bastante difícil, devido às restrições na fronteira com a Colômbia.
Alguns comerciantes sentem na pele a dificuldade em explicar este fenómenos a clientes e até muitas vezes chegam a ser ameaçados, relativamente a alimentos. Não menos grave é também a escassez de alguns medicamentos de necessidade prioritária, que afecta naturalmente os que dependem dos mesmos.
Muito Mau Para além dos aspectos positivos destacados no Editorial desta página, o programa de Carnaval no Centro Português, em Caracas, mostrou também aspectos lamentáveis, como os insultos e as ofensas a organizadores depois de conhecidos os resultados. Esquecem-se, alguns, que pagar o fato carnavalesco e a organização do evento não lhes dá o direito a reclamar os melhores prémios. Por outro lado, na maioria das vezes, os insultos soaram a injustiça para com aqueles que trabalharam em prol dos outros. Cenas que não se devem repetir para bem de todos. Há pais que deviam seguir o belo exemplo dos seus filhos...
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07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008 CORREIO DA VENEZUELA
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Escassez de medicamentos poderá agudizar-se ainda mais
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Para Adérito de Sousa, vice-presidente de Asomeluve, em menos de um mês, 50% dos medicamentos não poderão ser encontrados nas farmácias Erika Correia
"Actualmente, verifica-se no mercado uma escassez de medicamentos que ronda os 35% e se não forem tomadas medidas fortes para contrariar esta situação, poderá ultrapassar os 50%". O aviso é feito pelo vice-presidente da Associação de Médicos Luso Venezuelanos (Asomeluve), Adérito de Sousa, que se baseia em dados da Federação Farmacêutica Venezuelana. Assegura que os alarmes da escassez vêm tocando desde finais de 2007 e, apesar das várias chamadas de atenção e apelos que ambas instituições vêm produzindo quanto à redução dos stock nas farmácias, o governo nacional não se tem mostrado sensível à problemática. "É uma situação grave. Os medicamentos que estão a faltar são os antidepressivos, anticonvulsionantes, receitas para o hi-
“Não são entregues as divisas necessárias para adquirir a matéria-prima”
pertiroidismo, a hipertensão, a diabetes, asma e parkinson", esclarece, referindo que a condição dos pacientes depende da regularidade com que são tomados para que não se verifique uma desordem nos valores corporais que podem afectar a sua saúde e até a sua própria vida. A escassez, explicou depois, deve-se ao facto de que, desde Outubro, não são entregues as
divisas necessárias para adquirir a matéria-prima dos medicamentos aos laboratórios. Neste senti, aproveitou a ocasião para reiterar o apelo ao Ministério da Saúde para que este problema seja encarado com a urgência que se impõe. "Temos informação que a indústria farmacêutica não tem tido acesso aos dólares preferenciais para a elaboração de medi-
camentos. Isto é muito importante que se saiba, já que na Venezuela não se produz nada para a produção de fármacos, e por isso estamos dependentes da importação", lembrou de Sousa. A comunidade lusa também não escapa a esta situação, vendose mesmo directamente afectada quando constatam a ausência de medicamentos básicos como o Atamel, a aspirina infantil ou medicamentos que antes se adquiriam de maneira fácil e em quantidades ilimitadas. José Joaquim da Silva, comerciante, pai de duas crianças, tem sido obrigado em várias oportunidades a recorrer a diversos estabelecimentos farmacêuticos à procura de medicinas para os seus filhos. Assegura que neste momento não encontra tudo o que se necessita num só lugar. "O mais seguro é que encontres, com sorte, uma coisa numa farmácia e tenhas de ir a outra
depois para ver se consegues o que te falta", explica, exemplificando que no caso do Paracetamol, que é um medicamento para a febre das crianças, "quase que não o consegue encontrar". Isto sem falar dos preços, que têm subido "barbaramente". João Correia vê a situação agravar-se com o passar do tempo. Antes, um dos seus sete filhos encarregava-se da compra dos seus medicamentos. Agora, todos os seus familiares são precisos para cobrirem as várias farmácias da capital de modo a ser possível encontrar o medicamento que mantém controlada a hipertensão que o apoquenta. "São vários os medicamentos que necessito, mas aquele que mais me custa conseguir é o Atenolol, que é muito procurado por ser dos mais receitados pelos cardiologistas", explica, observando que as pessoas mais afectadas são os "mais velhos." PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008
Grupo de Amizade ajuda na recepção a Sócrates Deputados luso-venezuelanos estão a colaborar na organização da visita do primeiro-ministro português, a pedido do presidente Hugo Chávez. Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
erante a visita à Venezuela do primeiro-ministro português, José Sócrates, o Grupo de Amizade Parlamentar dos dois países foi convocado para participar na organização das actividades de boas-vindas em preparação para receber as autoridades lusas. A missão foi atribuída pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante um acto oficial realizado 10 de Janeiro e que teve lugar na Assembleia Nacional para a apresentação da menção e conta da sua gestão anual. Chávez pediu aos deputados presentes no hemiciclo "para organizarem diversas reuniões com a comitiva portuguesa, as quais deverão incluir todas as áreas da vida nacional, como a cultura,
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economia, política, entre outras". Além de das reuniões a realizar com o poder executivo, também serão mantidos encontros com os membros da Assembleia Nacional. A data da visita do José Sócrates ainda não foi anunciada. Apenas foi dado a conhecer que a mesma terá lugar ao longo de Março. "Nessa ocasião faremos uma recepção de primeira categoria e com todas as honras, pois trata-se dum alto dignitário de Portugal, um país com o qual queremos aprofundar os nossos laços", assegurou então o presidente Chávez. Os deputados Guido de Freitas e Desiré Santos Amaral, membros do Grupo de Amizade Parlamentar, informaram que na organização das actividades "tem sido fundamental a colaboração das autoridades venezuelanas, observando que estas estão a prestar a sua máxima
O presidente da Venezuela disse que o primeiro-ministro de Portugal "será recebido com todas as honras".
disponibilidade". Freitas aproveitou para fazer um apelo "às organizações e associações lusovenezuelanas para que se unam" às actividades e iniciativas de recepção e boasvindas, destacando, como exemplo, a cooperação por parte da Comissão de Po-
lítica Exterior, presidida por Saúl Ortega. Por seu turno, Santos dirigiu-se ao "povo da Venezuela para valorizar o esforço e a disposição de ambos países para unir-se cada vez mais e promover importantes acordos em matéria económica, política, cultural e agrícola".
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Carlos Teixeira inicia campanha política Após ter oficializado a sua pré-candidatura à Alcaldía, o professor realiza um encontro com mulheres que integram entidades dedicadas ao voluntariado social Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
arlos Teixeira, que recentemente apresentou a sua pré-candidatura à Alcaldía de Vargas, já deu início à sua campanha política junto da comunidade local. Num primeiro momento, o candidato, natural da Madeira, organizou um encontro com mulheres que integram entidades dedicadas ao voluntariado social, sob a organização de Milagros Figueira, o qual se realizará a 16 de Fevereiro, no Hotel Edgard, em Macuto. Teixeira destacou-se na actividade política principalmente no Litoral Central da Venezuela, onde reside desde que chegou desde Portugal com quatro anos de idade. Este professor de Ciências Sociais, com menção em História, possui uma especialização em Gestão Pública, sendo a sua área principal de acção a Modernização Tributária Municipal, a qual o ocupou durante a sua gestão como subdirector da Direcção de Gestão
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Será necessário que o porto de La Guaira e o Aeroporto "sejam administrados por Vargas"
Económica do Município Vargas, há alguns anos a esta parte. Actualmente está empenhado no campo social e, a 100 dias das eleições, inscreverá a sua candidatura (em Junho). "O mais importante tem sido o
apoio dos representantes de diversas áreas políticas. Temos tanto o apoio de membros de conselhos comunais de linha chavista, como de militantes da oposição", disse, explicando que foi por isso que se sentiu motivado para criar o slogan "Un alcalde para todos". Para o ainda aspirante a candidato, trabalhar com diversas ideologias políticas é algo a que já está habituado há muito tempo. "Aprendi o valor da esquerda política durante os 29 anos que integrei 'Bandera Roja', assim como as demais tendências políticas e ideológicas, durante a época em que trabalhei com a 'Oposición Democrática'", partido que está a ser inscrito formalmente na Comissão Nacional Eleitoral. PROPOSTAS PARA VARGAS Entre as propostas de Teixeira está a implementação dum plano de modernização tributária e a criação duma plataforma tecnológica melhoradas para Vargas, um Estado que cobra "aproximadamente 74 milhões de bolívares for-
tes". No entanto, assegura que é possível multiplicar estas receitas "até ao montante de 150 milhões". A estratégia a seguir, segundo o seu plano de candidatura, passar por "exigir ao porto de La Guaira, administrado pela companhia Puerto Litoral Central, que pague 12.5% de impostos com a aplicação da Lei General de Portos". Por outro lado, Teixeira afirmou que será necessário que o porto de La Guaira e o Aeroporto Simón Bolívar "sejam administrados por Vargas". Citou para o efeito o artigo 164, n.º 10, da Constituição da República Bolivariana da Venezuela, o qual establece que esses organismos são da competência exclusiva dos Estados "tal como sucede em Zulia, Carabobo, Anzoátegui, Sucre, Nueva Esparta, Bolívar, Lara, entre outros" que geram, por exemplo, as operações portuárias e aeroportuárias, como a taxa de saída, o pagamento da pauta de arrendamento, de armazenamento e colocação de cargas, serviço de ajuda por rádio, etc.
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São Vicente
na Venezuela
Comitiva autárquica de visitou várias cidades e localidades da Venezuela
Banda Filarmónica de São Vicente e o Grupo Coral de Boaventura foram duas presenças constantes durante a visita de uma delegação autárquica de São Vicente à Venezuela, liderada pelo presidente Humberto Vasconcelos. Ao longo de uma semana, muitos vicentinos radicados na Venezuela congregaram-se em torno de um programa que levou a festa a Turumo, La Victoria, Los Anaucos, Caracas e Maracay. Em todos os lugares onde se apresentou a comitiva vicentina existia sempre grande expectativa pela sua presença. Talvez o cenário onde mais saudades removeram foi no lar da terceira idade Padre Joaquim Ferreira, onde os grupo se sen para mais de 70 idosos do lar, a maioria madeirenses. A cidade de La Victoria, perto de Caracas, viveu um momento único. Mais de 300 pessoas 'ressuscitaram' o clube da localidade, que nos últimos anos foi vítima de uma espécie de abandono por parte dos seus sócios. A mobilização só foi possível graças à ampla comitiva
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de São Vicente que se deslocou a esta cidade, onde reside um significativo número de vicentinos. O presidente da Câmara de São Vicente, Humberto Vasconcelos, deslocou-se a Barquisimeto acompanhado do vereador Silvano Ribeiro, dos presidentes de Junta, João Caldeira (Ponta Delgada) e Paulo Andrade (S. Vicente), e ainda de Xavier Pão, presidente da Casa do Povo de Ponta Delgada. A deslocação decorreu no âmbito duma visita à Venezuela para assinalar o dia do concelho, promovido pela Confraria de São Vicente em La Victoria e em Caracas. Em Barquisimeto, a comitiva vicentina foi recebida pelo presidente do Centro Luso Larense. Dois dias antes das festividades em La Victoria, a Banda Filarmónica de São Vicente foi recebida em Turumo, no Centro Marítimo de Venezuela, onde celebrou o seu 18.º aniversário. No dia seguinte, já com a presença da restante comitiva autárquica e com o Grupo Coral e Instrumental da Casa do Povo da Bo-
aventura, houve uma sessão de boas vindas em Caracas, promovida pelo CORREIO de Venezuela, que reuniu mais de duzentas pessoas. Na altura, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente expressou a sua gratidão aos 'vicentinos' da Venezuela pelo convite feito para participar nas comemorações do padroeiro do concelho. Os acordes da banda e do grupo coral também se fizeram ouvir no Lar Geriátrico Padre Joaquim Ferreira, em Los Anaucos, onde a comitiva vicentina entregou um donativo de 5 mil euros, ajudando assim os seus responsáveis a continuarem um trabalho meritório a favor de mais de 70 idosos residentes. O ponto alto da deslocação aconteceu com as comemorações do Dia de São Vicente, na Missão Católica Portuguesa, em São Bernardino-Caracas. Para além da missa solene, houve animação a cargo da Banda Filarmónica de São Vicente e do Grupo Coral da Boaventura.
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Presidentes em La Victória Actuação da Banda Filarmónica em La Victória
O Centro Português, em Caracas, recebeu a comitiva vicentina com pompa e circunstância
Estela Pereira
O Alcalde de Barquisimeto recebeu Humberto Vasconcelos
No C.P., em Caracas
A Casa Portuguesa de Maracay protagonizou excelente recepção
Grupo Coral
Ponto alto aconteceu na Missão Católica
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CORREIO DA VENEZUELA 07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008
CLP inicia ano com o pé direito
Espaço para ensinar línguas
A instituição académica começará as suas actividades numa sede temporária na direcção da escola de idiomas modernos da UCV. Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
mês de Fevereiro marcará o reinício das actividades do Centro de Língua Portuguesa (CLP) com múltiplas actividades para todos os interessados em estudar a cultura e língua portuguesas. A sede provisória cedida pela Escola de Idiomas Modernos (EIM) da Universidade Central da Venezuela (UCV) será a base de operações, onde se poderá consultar livros, desfrutar da projecção de filmes e participar em actividades literárias. No início do ano, o CLP abriu um concurso de poesia para todo o público, no qual se premiaram os valores estéticos e o domínio do idioma de Camões. O júri será composto pelos professores da cátedra de português da EIM, encabeçado pelo director do Centro, Miguel Moiteiro Marques, e pela directora da cátedra, Digna Tovar. O primeiro lugar do concurso receberá como prémios diferentes peças do material bibliográfico do poeta Fernando Pessoa. As obras literárias terão de ser entregues até dia 29 de Fevereiro na sede do CLP situada na zona da farmácia da UCV. Também poderão ser enviados para o endereço clp@gmail.com. A eleição do vencedor será realizada a 5 de Março Durante o mês de Fevereiro vão ainda ser projectados filmes portugueses na sede do CLP. O evento contará
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Os interessados poderá consultar livros, desfrutar da projecção de filmes e participar em actividades literárias
com a presença de professo- afirmou que a instituição que res de diferentes escolas da Fa- dirige pretende levar este tipo culdade de Humanidades e de iniciativas a outros espaços, Educação, que comentarão um como o Centro Português, papouco mais dos filmes de ra que não fiquem apenas nos acordo com as suas áreas de espaços da UCV. conhecimento. Pensando nas dificuldades As autoridades do Centro que se apresentam à importaestão em conversações com o ção de livros de autores porInstituto Português tugueses em idiode Cultura (IPC) ma castelhano, o para projectar uma CLP teve a iniciaDurante o mês de série de documende abrir um Fevereiro vão ainda tiva tários de carácter concurso de traduser projectados informativo sobre ção de textos que a actualidade de filmes portugueses terá início a partir Portugal e as actido mês de Abril no CLP vidades que se esdeste ano. Actualtão a desenvolver mente, o Centro naquele país. Moiestá a realizar conteiro afirmou que a instituição tactos com diferentes editoras que dirige pretende levar este venezuelanas para levar a cabo tipo de iniciativas a outros es- esta actividade. Segundo Mipaços, como o Centro Portu- guel Moiteiro, a finalidade guês, para descentralizar as ac- deste concurso, de futuro, será tividades que se estão a desen- chegar a criar uma linha de volver naquele país. Moiteiro autores portugueses.
Outro dos projectos para este ano é concretizar um colóquio com especialistas, autoridades e professores portugueses e venezuelanos com o fim de discutir a implantação do estudo do português nas escolas primárias e secundárias. O tema principal a tratar no encontro será a importância que tem o português para o contexto latino-americano. A pretensão do CLP é envolver todos os professores de português da Venezuela e as autoridades competentes, já que é o evento de maior alcance do ano. No que diz respeito à sede deste centro, espera-se que haja um contacto formal por parte da UCV para a devolução da infra-estrutura inicial ou de uma nova, mais bem acondicionada. No entanto, o CLP já iniciou as suas actividades na sua sede temporal.
o âmbito das actividades da Semana do Licenciado em Idiomas Modernos, celebrada na Universidade Central de Venezuela (UCV) de 28 de Janeiro a 1 de Fevereiro, foi realizado um workshop sobre o ensino do português como língua estrangeira. A professora Anaísa Gordiño foi a responsável pela conferência, que versou em torno da adequada planificação das aulas, a preparação do material didáctico e a literatura indicada para ensinar a língua de Camões. Nesta iniciativa, na qual participaram mais de 30 alunos e professores de português, comparou-se a classificação da competência do falante do sistema venezuelano com o sistema europeu. A estratificação venezuelana está dividida em três níveis: inicial, avançado e perito, enquanto que na Europa o sistema está dividido em seis. Esta análise feita pela docente servirá como base para propor a aplicação do sistema europeu na Venezuela. A Semana do Licenciado em Idiomas Modernos serviu também como cenário para a inauguração de um novo espaço para o estudo das línguas na UCV. O moderno recinto académico conta com uma capacidade para 32 estudantes, rede com conexão à consola do professor, vídeo beam e um ecrã móvel. Cerca de 560 estudantes do primeiro e segundo ano da Escola de Idiomas modernos (EIM) da UCV serão os principias beneficiários da nova infra-estrutura, que viu aumentada em 50% a sua capacidade no que diz respeito ao espaço anterior. Segundo o coordenador académico da EIM, Lucius Daniels, o investimento realizado será bem proveitoso para a escola e para os estudantes. "O objectivo será expandir o serviço do laboratório a todos os alunos da escola e não apenas aos dos primeiros anos".
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Mais uma opção para aprender a nossa língua Por Magnalis Tavares magnis0810@gmail.com
s lugares disponíveis para a aprendizagem do idioma português são cada vez mais. Desta vez, o novo espaço situase na Universidade Católica Andres Bello em Montalbán. Aqui tem se desenvolvido um centro de línguas com a finalidade de que os estudantes e
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público em geral tenham acesso ao conhecimento de diversos idiomas. Birmania Aranguren, uma das funcionárias do centro, contou que no caso do ensino da língua portuguesa, o CDI da UCAB aproxima-se dos 100 estudantes interessados no curso, mas na primeira temporada entraram apenas 20 com a intenção de desenvolver todas as destrezas do idioma: com-
preensão leitora e auditiva, produção oral e escrita, pronunciação e entoação. A duração do curso é de seis trimestres, cada um equivalendo a um nível, em que o estudante deve adquirir, ampliar e consolidar o conhecimento desta língua. O regime e a frequência é de dois dias por semana, durante duas horas cada um. O centro tem também um horário intensivo aos
sábados, com uma jornada de 4 horas, para aquelas pessoas que não podem assistir às aulas durante a semana. De acordo com informações cedidas por Aranguren, o próximo trimestre começa neste mês Fevereiro e as inscrições estão abertas até o mesmo dia do começo dos cursos. Tem-se previsto que o começo das aulas para o regime semanal seja na segunda-feira, 11 de Feve-
reiro, e as do regime dos sábados comecem no dia 9 de Fevereiro. Todos os que estiverem interessados em fazer parte do CDI e enriquecer-se pessoal e profissionalmente com a aprendizagem da língua Portuguesa podem contactar o centro pelo telefone (0212)407-41-11 e falar com a professora Rebeca Sanchez, ou pelo endereço electrónico cdi.ucab@gmail.com.
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Secção da CAVENPORT de Carabobo tomou posse
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A presidente desta entidade regional quer impulsionar a dinâmica participativa entre os associados para fortalecer a comunidade empresarial e comercial no país.
Esta organização é presidida por cinco damas e quatro cavalheiros
Carlos Balaguera carabal@cantv.net
Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (CAVENPORT), que criará secções em todos os estados do país, iniciou a sua descentralização em Carabobo, onde, no passado dia 30 de Janeiro, a direcção que vai liderar os destinos desta entidade regional prestou juramento. No acto de nomeação da direcção, a doutora Gabriela González, que, junto com outros profissionais, se encarregou de fazer os novos estatutos que vão reger a CAVENPORT, recordou o dia 25 de Julho de 1975, quando Manuel da Corte Abreu, Álvaro Clemente da Luz e Juan Carlos de Sousa, dada a necessidade de agrupar uma organização na comunidade portuguesa, criaram a Câmara Lusovenezuelana na cidade de Caracas. Em poucos anos, esta entidade cessou funções durante duas décadas. A 11 de Novembro de
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1998, outro grupo formado por Manuel Datenda, Paulino Pereira dos Ramos, Manuel Martins, entre outros, criaram a Câmara Portuguesa Venezuelana de Indústria, Comércio e Afins (CAPORVEN) em Valência, estado Carabobo. Depois de várias tentativas de unificação das duas câmaras, nasce a CAVENPORT em Caracas, a 2 de Novembro de 2007. José Luís Ferreira dos Passos, presidente da câmara no âmbito nacional, durante a sua alocução, expressou que "esta organização que representa a unidade de toda a comunidade portuguesa na Venezuela inicia a primeira secção localizada em Carabobo com um feito sem precedentes, que é o facto de ser presidida por cinco damas e quatro cavalheiros, sendo um compromisso forte, já que as mulheres são muito exigentes". Acrescentou que "no que tempo que já decorreu este ano, já realizámos a primeira reunião com 17 empresários portugueses, para além dos vários contac-
tos com autoridades venezuelanas e portuguesas. As conversações estão adiantadas. Espero que todo este trabalho de intercâmbios venha a fortalecer toda a nossa comunidade empresarial e comercial radicada no país". A nova presidente da CAVENPORT, secção Carabobo, Fátima de Pontes, enfatizou o desafio que tem pela frente. "Empreendendo a recuperação dos valores empresariais, vamos assegurar, através de uma boa planificação estratégica e de gestão, resultados oportunos, previsíveis e de qualidade", afirmou, assinalando que ao implementar uma nova dinâmica participativa, dar-se-á lugar a uma nova relação que fortaleça a união, o trabalho digno e produtivo. "Este desafio que se nos impõe exige o direito de nos integrarmos todos: dirigentes, associados e todas as associações que têm vida activa, para que esta gestão empresarial corresponda à expectativa que todos nós temos", disse.
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CORREIO DA VENEZUELA 07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008
História de Vida
Rosa Rosina Faria Ponta Delgada, Madeira
"Nunca senti necessidade de voltar"
“Colaboro no que posso com os velhinhos, pois há muitos que necessitam cuidados especiais”
Erika Correia
osa Rosina Faria, nascida a 22 de Janeiro de 1951, em Ponta Delgada, Madeira, é uma pessoa alegre, extrovertida, amável e muito carinhosa. Até aos 12 anos, dedicou em pleno aos estudos, pois estava consciente, apesar da sua tenra idade, que estes tin-
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ham de ocupar grande parte das suas prioridades. Não obstante, a necessidade de trabalhar e colaborar com os afazeres da casa, levaram-na a deixar a escola. A difícil situação económica pela que passava a sua família obrigaram-na a ter de ajudar os pais na agricultura, plantando batatas e, quando sobrava algum tempo livre, a bordar para uma fábri-
ca que pagava à peça. "Não ganhava muito, mas o que conseguia era dividido por partes: uma para os meus pais, para ajudar a pagar as despesas da casa; outra servia para pagar roupa e calçado. Quando sobrava alguma coisa ia para a poupança", recorda. Aos 35 anos visitou a Venezuela, acompanhada pela sua irmã. Foi nesta viagem que conheceu aquele que dentro de pouco tempo acabaria por ser o seu marido. O encontro ocorreu numa reunião familiar. Aqui falaram pela primeira e descobriram que tinham mais coisas em comum do que alguma vez podiam imaginar, apesar da grande diferença de idades. Ele tinha 61 anos. "Ele foi convidado à festa da minha família em Cagua, Maracay. Tinha uma empresa de distribuição de banana. Logo que o vi, fiquei apaixonada. Desde então, começamos a sair juntos, para nos conhecermos melhor, até que acabámos por ficar noivos. Depois não senti mais necessidade de voltar a Portugal." Depois do casamento, estabeleceram-se numa pequena localidade de Cagua. Aqui transformaram uma 'bodega' onde começaram a trabalhar. Assegura que este país é muito diferente de Portugal, que há mais facilidades para se procurar um melhor futuro para as famílias. "Nunca esquecerei o dia em que vim de passeio. Prepararam-me uma festa de boas vindas muito linda, com muitos amigos e venezuelanos que me trataram muito bem. É um país de gente muito amável e que se preocupa em ajudar, ainda que não sejas da sua família", diz, observando que o clima foi
das coisas que mas sentiu dificuldades em se acostumar", isto sem falar nos "zancudos" (mosquitos). Mas sempre conseguimos habituarmo-nos a tudo", acrescenta, sorrindo. Rosa Rosina Faria ficou viúva há 15 anos, quando um enfarte fulminante levou o seu marido. A sua irmã, que se encontra radicada em Catia la Mar, Estado Vargas, ofereceu-lhe apoio e companhia enquanto pôde. O seu sobrinho, há aproximadamente dois anos, ouviu falar do lar Padre Joaquín Ferreira, situado na urbanização de los Anaucos, em Caracas. "A minha irmã contactou as damas de beneficência para saber mais sobre o Lar, que serviços ofereciam e saber quais eram os requisitos para me acolherem. Tenho gostado muito de estar aqui. Colaboro no que posso com os velhinhos, pois há muitos que necessitam cuidados especiais e se está ao meu alcance ajudá-los, as 'monjitas' sabem que podem contar comigo." A irmã visita-a sempre que pode, normalmente de três em três meses, pois não tem carro para deslocar-se até ao Lar e também é difícil fazer uma viagem tão longa muitas vezes seguidas. "Eles são a minha única família. Nunca tive filhos. Trato de levar a vida com alegria, pois isso é a única que coisa que uma pessoa leva no final", assegura. Afirma que "aqui encontrei todo o que queria. Nunca me sentir necessidade de voltar, ainda que tenha um pouco de saudades das tradições e da família. Este país é maravilhoso e abriume as portas de muitas coisas boas que jamais me esquecerei."
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Los Bufos vencem de novo Depois de ter ganho a edição dos Comparsas em 2006, o grupo de 45 pessoas volta a encabeçar a lista de campeões do Centro Português. Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
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salão nobre do Centro Português em Caracas vestiu-se de gala na passada segundafeira de Carnaval para receber mais de 1500 pessoas com o objectivo de passar uma noite cheia de magia e colorido pela mão de crianças, jovens e adultos que puseram em cena o seu entusiasmo e criatividade. Cinco grupos e cinco ideias distintas mostraramse ao público para competir pelo prémio maior, a ovação do público, ainda que também se tenham esforçado ao máximo para obter a recompensa monetária. A competição "Comparsas 2008" teve um primeiro vencedor, o grupo juvenil Los Bufos, que, com a sua representação "Encontro Maravilhoso", reflectiram a aventura de um emigrante que recorreu às sete novas maravilhas do Mundo. A cidade de Petra, na Jordânia; o Machu Picchu, no Perú; o Taj Mahal, na Índia; a Muralha da China; o Coliseu Romano em Itália; o Chichén Itzá no México; e o Cristo Redentor no Brasil foram as paisagens recriadas pelos jovens, através de uma performance que despertou sentimentos de nostalgia e com uma boa impressão por "tão maravilhosas arquitecturas místicas". O grupo vencedor ganhou 8 mil bolívares fortes, o segundo 7 mil, o terceiro 6 mil, o quarto 5 mil e o quinto 4 mil. Los Bufos receberam quatro dos cinco galardões pelas categorias em avaliação: melhor cenografia, vestuário, coreografia e colocação em cena. O prémio para melhor música foi para Los Punkies. PUBLICIDADE
O grupo vencedor reflectiram a aventura de um emigrante que recorreu às sete novas maravilhas do Mundo
DESMASCARANDO O MUNDO Outra das apresentações evocou o clássico "Vaselina" pela mão do grupo Los Chamos, que levou à cena "Rock and Roll, Danza y Carnaval", cuja acção decorria numa cafetaria onde um grupo de estudantes se enamoram e desenvolvem uma trama amorosomusical própria da década de 70. Por seu turno, Los Punkies, inspirados no Moulin Rouge, interpretaram a história de um emigrante que chega a um bar e se enamora da estrela principal do local. Depois de diferentes situações, este fica só. Os membros do Baby Gym mostraram a sua proposta "Portugal no tiene fronteras", na qual representaram a vida de emigrantes de diferentes etnias e culturas do mundo. Vestidos de insectos, o grupo The Noise interpretou "Meio século no bosque encantado", onde os jovens evocaram "os animais mais débeis do ecossistema". Disfarçados de escaravelhos, aranhas e 'coquitos', o grupo deleitou o público com danças mexidas e música tropical. UMA IDEIA CONVERTIDA EM TRADIÇÃO A junta directiva do Centro Português aproveitou o evento para homenagear Mary Monteiro, que foi a fundadora dos Comparsas no clube há 35 anos, quando este se situava em La Castellana, Caracas. Monteiro referiu que o primeiro Comparsa foi realizado em companhia de uns compadres e amigos. Posteriormente converteu-se numa prática que "hoje recupera força com os jovens" Esta primeira "comparsista", como se catalogou, fez um apelo aos presentes para que não deixem "morrer esta tradição que se iniciou como um jogo" e que hoje em dia é o "galardão máximo da nossa associação".
A presentação dos Punkies foi inspirada no Moulin Rouge
Mary Monteiro foi a fundadora das Comparsas no clube há 35 anos
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Eleitas sob o esplendor dos Carnavais venezianos
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As princesas representarão o Centro Português em todas as actividades de celebração dos seus 50 anos. Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
a festa de Carnaval 2008, marcada para a comemoração dos 50 anos do Centro Português, Katherine Daniela de Jesus Teixeira foi coroada como nova princesa do clube, num majestoso acto ambientado no esplendor de um Carnaval veneziano. Elena Carolina Nunes e Maria Alejandra aproximaram-se da tiara da vencedora, ficando como primeira e segunda finalistas, respectivamente. Depois da vitória, Katherine destacou a importância de representar o Centro Português como princesa nos 50 anos do clube. "Diverti-me tanto que ganhar ou perder já não era o importante para mim. Na verdade, foi algo inesperado, mas agora serei princesa neste ano tão importante". As concorrentes elegeram Daniela Alves como Miss Amizade, enquanto que os fotógrafos seleccionaram Arnelis Sabrina Rodrigues como Miss Foptogenia. Para ostentar o título de Miss Elegân-
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As vencedoras do Carnaval 2008
As princezitas do Centro Portugués
cia, a escolhida foi Katherine de Jesus Teixeira. Também as mais pequenas, as princezitas, participaram no evento e fizeram gala dos seus vestidos finamente confeccionados com o apoio incondicional de familiares e amigos, que com cornetas, 'chicarras', matracas e demais objectos sonoros, encheram o salão nobre de alegria e vivacidade. A vencedora deste ano foi Anais Nunes Gouveia. O título de primeira finalista foi obtido por Alejandra Gomes Sá e o de segunda finalista por Paulina Sojo. Alexandra Gomes Rojas foi eleita como Miss Fotogenia. Todas as pequenas concorrentes receberam presentes e faixas pela sua participação. O cenário manteve a ilusão dos carnavais antigos com um fundo ilustrativo da cidade italiana de Veneza, o qual foi enriquecido com a participação de uma mulher vestida com um belo e enorme traje de estilo renacentista que na maioria dos casos servia de porta de saída de cena das concorrentes. Na música que animava o evento, sobressaíam os tons dos violinos e os efeitos de iluminação encheram o local. O espectáculo foi encerrado com a participação do actor César Román, que está actualmente envolvido no mundo da música. O júri foi formado pela coreógrafa Meri Cortez, pela "bailaora" Diana Patrícia e pela representante do Hotel Alba Caracas, Jessica Delgado, entre outras personalidades. CENTRO MARÍTIMO COM NOVAS MONARCAS O Centro Marítimo de Venezuela, situado em Turumo, também não deixou passar despercebida a festa em honra ao Rey Momo. No passado domingo, celebraram nas suas instalações o concurso das Soberanas do Carnaval 2008. Diana Fernandes foi eleita rainha, Maria Alejandra Burgos, de 12 anos, representará o clube como princesa, e como mini-princesita foi eleita Valentina Landaeta. O evento foi animado pelo grupo Acuarela Samba Show, que impuseram o ritmo com os seus tambores e garotas. Com este ambiente, as pequenas desfilaram em fatos de banho e de gala para toda a audiência. A presidente do júri foi a designer de modas Angélica Fernández, acompanhada na sua decisão por: Ana Maria Fernandes, Carmen de Dallar, Carmen de Pereira e Maritza Hernández.
Todas as pequenas concorrentes receberam presentes e faixas pela sua participação
Fabíola de Sousa escolhida no concurso de Carnaval o passado fim-de-semana, o município Chacao, em Caracas, iniciou as festas do Rey Momo com a eleição da sua soberana para este ano de 2008. No evento, que foi levado a cabo na Plaza Bolívar, participaram mais de 20 jovens, cujas idades estão compreendidas entre os 14 e os 18 anos, entre as quais estava Fabíola de Sousa, a única luso-descendente que concorreu ao certame e que obteve o lugar de segunda finalista. Arianne Castillo ficou com a coroa do Carnaval de Chacao 2008, seguida de Génesis Jaimes, primeira finalista. No concurso efectuaram-se três desfiles em traje casual; de fantasia (nos quais brilharam trajes de damas 'antañonas', odaliscas, indígenas, rainhas de 'toros
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coleados', cleopatras e anjos da paz) e de gala. A filha de madeirenses naturais do Arco da Calheta e da Ponta do Sol disse ao CORREIO que participou na actividade para se aventurar e porque vive no município. É a primeira vez que participa num evento como este, depois de ter tido um curso de modelo. A adolescente de 14 anos disse ainda que a preparação que teve foi gratificante. "Foi uma experiência agradável, conheci muita gente e fiz amigas novas", conta Fabíola. O presidente da câmara de Chacao, Leopoldo López, referiu, na ocasião, que a tradição do Carnaval está ser reactivada, uma tradição que "se perdeu há muitos anos", talvez por desinteresse do público.
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Literatura à distância dum clique As obras e opiniões de escritores lusos podem ser consultadas em diversos blogues.
Francisco José Viegas tem um espaço onde expõe opiniões sobre temas diversos
Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
Internet é uma fonte de informação bastante diversificada e uma das coisas que está a causar furor são os blogues, 'bitácoras' registadas na Internet actualizadas periodicamente e que contêm compilações cronológicas de textos, imagens e sons.
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Navegar por este caudal tecnológico permite consultar diários de personagens famosos, com quem antes não se podia comunicar, ou de quem não se podia conhecer em primeira-mão a criação das suas obras. Por exemplo, vários escritores portugueses publicaram os seus blogues na rede, os quais alimentam diariamente e res-
pondem de maneira bastante rápida às inquietudes dos seus leitores. Francisco José Viegas, director da Casa Fernando Pessoa e cuja obra como escritor lhe deu muitos reconhecimentos em diversos países do mundo, tem um espaço muito visitado chamado A Origem das Espécies. Nesta página, expõe opiniões sobre temas tão diversos como a literatura, a gastronomia, a política, desporto, religiões, arquitectura, entre outros. Para além disso, inclui fragmentos dos seus livros, experiências de cada uma das suas viagens, comentários de futebol, registos detalhados de jogos e um sem fim de informações. Também José Saramago, Prémio Nobel da Literatura 1998, tem um espaço no qual se podem ver entrevistas, episódios da vida do escritor e declarações, assim como fragmentos dos seus livros, discursos pronunciados em entregas de prémios, investigações e manifestos. Outros blogues literários são criados por seguidores de escritores falecidos como o do tão famoso autor Fernando Pessoa, cujas obras podem ser consultadas na página "mundopessoa". Este sítio é actualizado periodicamente e pode-se encontrar dados sobre milhares de textos, foto-
Onde navegar A 'bitácora' de Francisco José Viegas pode encontrar-se no sítio http://origemdasespecies.blogs.sapo.pt/. Enquanto que para rever a informação oferecida por José Saramago pode visitar http://saramago.blogspot.com/ Para entrar no mundo artístico de Fernando Pessoa, recomendase navegar tanto em http://mundopessoa.blogspot.com/ como em http://ensayopessoa.blogspot.com/
grafias dos seus pertences e livros realizados em sua honra, assim como ligações com instituições ligadas a este poeta: Casa Fernando Pessoa, Centro Nacional de Cultura, Fundação Eugénio de Andrade, Fundação Luís Miguel Nava, Hemeroteca Digital e Instituto Português do Livro. Outra sítio na Internet que realça a obra de Pessoa é o blogspot "ensayopessoa". Este oferece aos leitores variedade de informação, como os seus poemas mais famosos, polémicos ensaios, estudos sobre os seus heterónimos e a sua filosofia de vida.
3.500 pessoas visitaram exposição "Traços da Diáspora Portuguesa" erca de 3.500 pessoas visitaram a exposição "Traços da Diáspora Portuguesa" desde que foi inaugurada a 14 de Novembro passado e durou até ao passado fim de semana, número que a organização considera "bastante positivo". Organizada pelo Museu da Presidência em parceria com o gabinete do secretário de Estado das Comunidades, o certame está patente na Gare Marítima de Alcântara e tem expostos objectos ligados à emigração portuguesa como malas, mapas e cartas. Em declarações à agência Lusa, fonte do Museu da Presidência disse que o número de visitantes "foi superior ao esperado". "Foi bastante positivo, ten-
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do em conta que foi a primeira vez que houve uma exposição sobre esta temática e que o espaço que a acolheu também não é muito habitual", acrescentou a mesma fonte. Os "Traços da Diáspora Portuguesa" deviam fechar na quinta-feira as portas, mas a organização decidiu prolongar a exposição por mais três dias. "As inúmeras visitas de estudantes, de universidades e escolas secundárias de vários pontos do país, bem como a significativa adesão dos visitantes, muitos dos quais viveram, na primeira pessoa a experiência emigratória, determinaram o adiamento da data de encerramento", lê-se num comunicado divulgado à imprensa. O adiamento do fim da exposição na Gare Marítima de
exposição mostra objectos ligados à emigração portuguesa
Alcântara por apenas três dias deve-se ao facto de o Museu da Presidência "ter um compromisso com uma autarquia", onde a exposição vai estar patente, indicou a fonte do Museu da Presidência.
De acordo com o comunicado, "depois de Lisboa, prevê-se a apresentação desta exposição em Fafe, a convite da respectiva Câmara Municipal". A exposição "Traços da Diáspora Portuguesa" pretende
evocar a emigração e mostrar as condições em que os portugueses foram e viveram no estrangeiro. Na Gare Marítima de Alcântara estiveram patentes obras de arte, documentação, objectos de memória e fotografia que retratam os principais momentos emigratórios, desde o final do século XIX até aos anos 80 do século XX. Almada Negreiros e a representação, em tapeçaria de Portalegre, dos painéis da Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos, pinturas de Júlio Pomar, Domingos Rebelo e Vieira da Silva, desenhos de José Malhoa e Stuart de Carvalhais, esculturas de Simões de Almeida (Sobrinho) e Álvaro de França, entre outros, são algumas das obras que podem ser apreciadas.
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Portugal e Espanha candidataram a património mundial da UNESCO as jazidas com pegadas de dinossauros encontradas na Península Ibérica, anunciou a Comissão Nacional da UNESCO de Portugal.
Breves
Roubo de explosivos Um roubo recente de 25 quilos de dinamite numa pedreira em Valença (fronteira norte) foi reportada pela primeira vez pelas autoridades
portuguesas às autoridades espanholas no quadro da luta antiterrorista. O assalto ocorreu na noite de 9 para 10 de Janeiro e o proprietário da empresa reportou-o de imediato. Logo a seguir, a direcção nacional da PSP comunicou-o à rede de alerta criada pelos espanhóis, após o 11 de Março, no âmbito do combate ao terrorismo na Europa, como o DN noticiou na altura.
Menos mortos nas estradas no último Carnaval Em três dias de “Operação Carnaval” registaram-se menos mortes, menos feridos graves e menos feridos ligeiros do que em igual período do ano passado.O número de acidentes também diminuiu. Comparando os números da sinistralidade verificada em 2007, verifica-se que morreu menos uma pessoa, houve menos 19 feridos graves e menos 9 feridos ligeiros.Em relação aos acidentes em 2007
PCP propõe novo cálculo O PCP anunciou, no Porto, que apresentou na Assembleia da República um projecto de lei que favorece a forma de cálculo das rendas de casa apoiadas a pagar por idosos e
foram registados 911 acidentes contra 740 este ano. A Brigada de Trânsito da GNR registou, durante segundafeira, 241 acidentes de viação, dos quais resultaram três mortos, 4 feridos graves e 66 feridos ligeiros.A BT fiscalizou 1518 condutores tendo registado 878 autos de contra ordenação, dos quais 412 correspondem a infracções graves, e 67 a infracções muito graves. famílias carenciadas. Em conferência de imprensa, o deputado do PCP Honório Novo referiu que o diploma visa "melhorar os critérios sociais de cálculo da renda" e "obviar às claras situações de injustiça" resultantes da aplicação diferenciada da actual lei (de 1993) pelos vários municípios."Com esta iniciativa visa-se impedir que rendimentos ocasionais concorram para onerar o valor da renda e instituir critérios de maior justiça social”.
Bombeiros pedem para pagar despesas mensais A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vouzela inicia domingo um peditório às populações do concelho, para tentar resolver os problemas financeiros com que se depara.A corporação está a viver uma crise financeira após ter sido condenada pelo Tribunal de Trabalho de Viseu ao pagamento de 100.453 euros a uma antiga quarteleira da secção de Campia, por horas extra feitas em cerca de sete anos de trabalho.Como não pagou a indemnização, o Tribunal
ordenou a penhora das verbas transferidas para a instituição pela Câmara Municipal de Vouzela, pela Junta de Freguesia de Campia e pela Administração Regional de Saúde do Centro.A 13 de Novembro, a direcção dos Bombeiros tinha tido conhecimento de que o Tribunal da Relação de Coimbra concedeu provimento ao recurso que apresentara em Abril, revogando assim a decisão do Tribunal de Viseu, mas logo de seguida a ex-quarteleira apresentou recurso.
"El Solitário" era um conhecido assaltante a bancos espanhóis e recebeu a sua alcunha por "trabalhar" sempre sem cúmplices.
PJ condecorada pelo Governo Espanhol Polícias foram homenageados por em Julho de 2007 procederam à captura de Jaime Jímenez Arbe Governo espanhol condecorou os polícias que em Julho de 2007 procederam à captura na Figueira da Foz de Jaime Jímenez Arbe, mais conhecido por "El Solitário". Entre os polícias condecorados estavam os inspectores da Polícia Judiciária que participaram na operação. António Camacho, Secretário de Estado da Segurança espanhol, presidiu à cerimónia que se realizou na manhã de terça-feira, em Madrid e a que assistiu o director da Policia Judiciaria Portuguesa, Alípio de Freitas. Corria o dia 23 de Julho de 2007. A cidade da Figueira da Foz ia saltar para as primeiras páginas dos jornais. A dependência da Caixa de Crédito Agrícola ia sofrer uma tentativa de assalto. Seria mais um assalto a uma dependência bancária. Nada de especial que fizesse à partida chamar a atenção dos media. Quando decorria a tentativa do assalto, agentes da polícia judiciária em conjugação de esforços com autoridades espanholas interromperam a acção do me-
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liante e detiveram-no. Não ofereceu resistência nem foi necessária nenhuma troca de tiros para imobilizar o assaltante que de imediato foi transportado para as instalações prisionais da Polícia e presente no dia seguinte, 24 de Julho a um juiz. Mas quem era o assaltante que fora detido em flagrante delito? Nada mais, nada menos que Jaime Jímenez Arbe, espanhol, de 51 anos de idade mais conhecido por "El Solitário". Era um conhecido assaltante a bancos espanhóis e recebeu a sua alcunha por "trabalhar" sempre sozinho sem quaisquer cúmplices. Há muito procurado pelas autoridades espanholas, este espanhol cujos disfarces se multiplicavam por outros tantos assaltos, iria, com este assalto, estrear-se em Portugal naquela que era a sua actividade principal: os assaltos a dependências bancárias. Afinal levava já quinze anos nessa actividade, uma série infindável de assaltos e a acusação de três mortes resultantes desses assaltos. Até a esse dia na Figueira da Foz sempre conseguindo os
seus intentos e não deixando rasto da sua identidade. O subdirector da PJ de Coimbra, Almeida Rodrigues, explicou que Jaime Jimenez Arbe estava no momento do assalto disfarçado, como sempre, de barba falsa, usava dedeiras discretas para evitar deixar impressões digitais, e levava uma mala de executivo onde transportava duas pistolas e uma metralhadora de calibre 45 mm, gás paralisante e um molho de algemas. Claro que não se esqueceu de um saco onde guardaria o dinheiro que a operação viesse a render. A operação de captura do procurado assaltante espanhol foi possível graças à estreita cooperação existente entre as autoridades policiais portuguesas com as espanholas, nomeadamente ao relacionamento entre a polícia Judiciária lusa com a Guardia Civil e a Policia Nacional espanholas. Foram os agentes da Polícia Judiciária responsáveis pela operação que levou à captura do célebre "El Solitário" que foram hoje condecorados pelo Governo espanhol.
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O Livro Branco das Relações Laborais consagra um modelo de relações laborais mais desequilibrado, baseado na unilateralidade e na individualização, e reforça o poder patronal, segundo o parecer da CGTP.
Entidades patronais querem despedimento livre A proposta foi feita durante a fase de discussão do Livro Branco das Relações Laborais s Confederações Patronais querem poder despedir livremente para renovar os quadros das empresas. A proposta foi feita durante a fase de discussão do Livro Branco das Relações Laborais. A Confederação da Indústria Portuguesa quer que a renovação do quadro de pessoal de uma empresa constitua fundamento para o despedimento. "A possibilidade de recurso ao despedimento, que não assente em motivos disciplinares ou inadaptação, não pode circunscrever-se à "redução de pessoal", devendo compreender também a renovação deste", defende a CIP no parecer ao Livro Branco das Relações Laborais. "Mais do que estar preocupados em salvar postos de trabalho, temos que olhar para a empresa no seu conjunto", disse Rocha Novo, Porta-Voz da CIP para as relações laborais, acrescentando que "é uma questão de postura",
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apostando em manter as empresas revitalizadas A Confederação do Comércio Português defende que os contratos a termo devem ser permitidos sempre que exista uma necessidade temporária de trabalho na empresa. Esta Confederação entende que deve eliminar-se o número máximo de renovações consentidas para os contratos a termo certo, por encontrar nenhuma razão para a sua fixação A Confederação dos Agricultores de Portugal criticou o facto do Livro Branco não abordar a fixação de uma compensação única por caducidade do contrato de trabalho a termo certo. Já a Confederação do Turismo Português lamenta que a questão da flexigurança não tenha sido abordada. Para a CGTP, o Livro Branco consagra um modelo de relações laborais mais desequilibrado que reforça o poder dos patrões. "Trata-se de um documento que
procura subordinar ao objectivo do lucro a dimensão social do trabalho e do próprio direito do trabalho, ao arrepio das posições publicamente assumidas pelo PS enquanto oposição", refere a CGTP no parecer que emitiu sobre o Livro Branco para as Relações Laborais. Por sua vez a União Geral dos Trabalhadores tem uma visão muito negativa do Livro Branco que tem, na sua opinião, como objectivo central o aumento da flexibilidade e a facilitação dos despedimentos, desvaloriza a negociação colectiva e revela uma postura anti-sindical. Apesar de pensar que o Livro Branco tem "alguns avanços e aspectos positivos", face ao relatório de progresso, apresentado em Junho, a UGT considera que o documento "contribui para um maior desequilíbrio das relações laborais, contendo matérias em que se preconiza uma redução dos direitos e da intervenção sindical".
Trabalhadores poderão ver seu posto de trabalho ainda mais precário
Fenprof entrega providência cautelar para travar avaliação
PSP desmantela rede de falsificadores de documentos
Federação Nacional de Professores (Fenprof) entregou esta segunda-feira, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra, uma providência cautelar por causa da avaliação de desempenho dos docentes. A Fenprof alega que o novo regime imposto pela tutela não está a ser cumprido. Em causa está um conjunto de procedimentos legais que exigem a constituição de um conselho científico para a avaliação dos professores. Os procedimentos requerem também a elaboração e aprovação das recomendações que têm de ser remetidas às escolas. A Fenprof acusa o Ministério da Educação de não ter constituído um conselho científico. "Era preciso que o ME tivesse constituí-
ete pessoas acusadas de formar uma rede que se dedicava a falsificar documentos para obter créditos bancários foram detidos pela PSP, após investigações iniciadas há cerca de quatro anos, anunciou aquela polícia. O desfecho da operação "Doutor", que terá rendido aos detidos 400 mil euros, ocorreu sexta-feira e levou ainda à apreensão de quatro automóveis, incluindo dois Mercedes topo de gama e um Porsche, além, de equipamento informático para conceber e reproduzir documentação falsa, centenas de documentos já forjados e prontos ser utilizados. O grupo actuava fornecendo documentos falsos a pessoas que pretendiam obter empréstimos bancários com identificações falsas, cobrando como contrapartida
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do o conselho científico que iria elaborar recomendações para as escolas. Estamos a dizer ao Ministério da Educação que, embora não concordando com uma legislação que foi imposta, não pactuamos com facilitismos", afirmou o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, em declarações à Agência Lusa. De acordo com Mário Nogueira, "só a 13 de Dezembro é que o Conselho de Ministros aprovou um decreto-regulamentar" para a criação do conselho científico, prevista em legislação que remonta a 19 de Janeiro de 2007. O decreto, disse o sindicalista, "só diz como é constituído" aquele órgão e "fala em abstracto de 21 elementos". "Não se sabe quem são as pessoas, só quem preside", sublinhou.
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20% dos valores obtidos junto das instituições de crédito. Atendendo às comissões cobradas, o total do valor obtido junto dos bancos rodará os dois milhões de euros. Entre os documentos falsificados pela rede incluem-se declarações de IRS, recibos de vencimentos, comprovativos de morada, como recibos de pagamento de água, Luz ou televisão por cabo, declarações de empresa e autorizações de residência, entre outros.
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A crise energética, mais do que a mudança de liderança no partido no poder está a gerar uma profunda apreensão e algum pessimismo entre muitos empresários sul-africanos de origem portuguesa.
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Verificação suspendida O Tribunal Constitucional suspendeu o processo destinado a apurar o número de militantes das formações políticas, na sequência da
apresentação de um projecto que visa pôr termo a essa obrigação.O conteúdo do acórdão do Tribunal Constitucional (TC) foi adiantado à Agência Lusa por Pedro Quartin Graça, dirigente do Movimento Partido da Terra e deputado independente pelo PSD.No passado mês de Dezembro, o TC notificara os partidos para que, no prazo de três meses, demonstrassem que tinham pelo menos cinco mil militantes nas suas fileiras.
Outra das propostas do Ministério é o aumento das propinas dos alunos e a venda de património como formas de aumentar as receitas.
Quase 200 licenciaturas podem fechar por falta de alunos Ministro já terá enviado um ofício a algumas instituições sugerindo a dispensa de professores ento e oitenta e cinco licenciaturas, a grande maioria do ensino público, podem encerrar por terem menos de 20 alunos inscritos. Segundo o Jornal de Notícias, Mariano Gago, ministro da Ciência e Ensino Superior, já terá enviado um ofício a algumas instituições sugerindo a dispensa de professores e o encerramento dos cursos. No final do ano lectivo 2006/07 havia um total de 185 licenciaturas, 124 do sector público e 61 de privadas com um número de alunos que se situava entre 1 e 20, nalguns casos com apenas três ou cinco alunos, avança o JN com base em dados do Ga-
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binete de Planeamento, estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência e Ensino Superior. Portugal tem cerca de 3.500 cursos dos vários graus de ensino, que vão do bacharelado ao doutoramento, entre politécnicos e universitários. O ministro Mariano Gago que tem por princípio não financiar licenciaturas com menos de 20 alunos, afirma o JN. As Universidades do Algarve, Évora e Trás-os-Montes foram algumas das instituições que já receberam "sugestões" do Governo para encerrar ou fazer a fusão de cursos, de modo a conseguir a reabilitação económica das institui-
ções num prazo de dois a três anos, acrescenta o jornal. Outra das propostas do Ministério de Mariano Gago é o aumento das propinas dos alunos e a venda de património como formas de aumentar as receitas. O número de alunos no ensino superior (público, privado, politécnico e universitário) é de 366.729 alunos. No ano lectivo 1998/99 este número era de 200 mil. Contactado pela RTP, o gabinete do ministro refere que é a lei que obriga ao encerramento de cursos com menos de 20 alunos, não sendo a primeira vez que o Ministério sugere estas medidas às universidades.
Jardim assume-se como federalista presidente do PSD-M, Alberto João Jardim, assume-se como federalista e considera que Portugal deveria ser uma federação, em contraponto ao Estado unitário actualmente consagrado na Constituição da República portuguesa. "Ideologicamente e em termos de autonomia política, eu, hoje, sou um federalista", revela Alberto João Jardim em entrevista à Agência Lusa. "Entendo que a Madeira, independentemente da restante estrutura do Estado ser federal ou
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não federal, deve ser um Estado federado dentro da República portuguesa", acrescenta o líder do PSD-M e presidente do Governo Regional, numa abordagem à moção que leva ao XII Congresso Regional da Madeira do seu partido, que se realiza, no Funchal, a 05 e 06 de Abril. Na moção que leva ao Congresso, o militante número 29 do PSD-M defende a criação do "presidente da Região" à semelhança do que acontece no regime constitucional espanhol. "Como na Constituição espan-
hola, a legislação deve ser promulgada pelo "Presidente da Região" e responsável pelo Executivo, eleito pelos seus pares, deputados na Assembleia Legislativa da Região Autónoma, legislação obviamente sujeita à fiscalização do Tribunal Constitucional ou da Instituição que um dia necessariamente o substitua", escreve João Jardim na moção "Vencer 2011", cuja sugestão considera, no entanto, ser ainda "uma posição mitigada" face à sua assumida posição federalista.
ND defende extinção do Tribunal Constitucional O Partido da Nova Democracia (PND) defendeu a extinção do Tribunal Constitucional (TC), depois deste órgão ter suspendido o processo de verificação do número mínimo de militantes dos partidos."O Partido da Nova Democracia entende que em todo este processo a posição do Tribunal Constitucional foi bizarra e inconsequente.Pensamos que os senhores juízes conselheiros face a esta atitude se deveriam demitir.A bem, e em nome, da justiça constitucional", defende o
PP quer explicações O CDS-PP vai pedir na quintafeira que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, explique no Parlamento o sistema de avaliação de professores, “uma
partido, em comunicado. O PND alerta ainda que a suspensão decretada pelo Tribunal Constitucional não implica a suspensão da lei que obriga os partidos a ter 5 mil inscritos."Neste sentido, a campanha de adesões do PND não termina.Esperamos no próximo fim-de-semana alcançar os 5 mil filiados definidos pela lei dos partidos", sublinha o PND, revelando que apenas faltam 570 novos militantes para atingir esse objectivo.
matéria muito importante que não pode manter a actual configuração”, anunciou hoje o líder parlamentar do partido, Diogo Feio.O partido considera “essencial” um sistema de avaliação de professores mas “não pode concordar com aquele (do Governo), que é um mau método”.Segundo Diogo Feio, o decreto regulamentar sobre a matéria é de “impossível leitura” e o facto dos alunos contribuírem para a avaliação dos professores “é um mau”.
GNR apreende pequeno arsenal em Viana A GNR apreendeu um "pequeno arsenal" numa residência em Vila de Punhe, Viana do Castelo, onde mora um indivíduo de 26 anos considerado "bastante perigoso", informou fonte daquela força policial. Segundo a fonte, foram apreendidos um revólver de calibre 38 milímetros e uma pistola de pressão de ar, além de 18 munições, 20 cartuchos
de armas de caça e uma granada. A busca domiciliária resultou ainda na apreensão de uma mira telescópica, um aparelho eléctrico de defesa, três navalhas de ponta e mola, uma navalha tipo borboleta, dois sabres, uma espada e outros objectos de natureza bélica, como um bastão extensível, um colete à prova de bala e um taco de basebol.
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'Una Sonrisa…' arrecada três milhões de bolívares Com o contributo dos clientes da Excelsior Gama, milhares de crianças e adolescentes foram beneficiadas. Erika Correia
programa social "Una Sonrisa a su cuenta", da Excelsior Gama, anunciou esta semana que, graças ao contributo de clientes e amigos, superaram as suas expectativas ao conseguir arrecadar, entre 2001 e 2007, mais de três milhões de bolívares fortes. Esta iniciativa de responsabilidade social, à qual milhares de pessoas se uniram através das suas contribuições, conseguiu ajudar milhares de crianças e adolescentes em situação de risco em 44 instituições sem fins lucrativos. E graças ao programa, o rosto de muitas pessoas ficou com a feliz expressão que dá nome ao projecto. Para a empresa, chegar a esta cifra é a demonstração palpável que na Venezuela é possível oferecer alegria. A ideia deste projecto social surgiu em 2001 e desde então têm-se visto resultados e o aumento dos donativos. Em 2002,
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O programa social beneficiou entre outras a Sordos Ciegos de Venezuela
"Una Sonrisa a su Cuenta" arrecadou mais de 31 mil Bolívares Fortes; em 2003, superou os 144 mil; em 2004, chegou aos 362 mil; em 2005, alcançou os 579 mil e em 2006 ultrapassou o milhão. Em 2007, este número aumentou significativamente em relação aos anos anteriores e conseguiu bater o recorde antes do previsto. Desde finais de 2006 até
Dezembro de 2007, foram arrecadados 1.177.946,14. Os clientes fazem o seu donativo no momento de pagar as suas compras nas caixas registadoras. Para garantir a autenticidade da contribuição, o sistema emite um comprovativo do donativo feito. Actualmente, decorrem os preparativos relacionados com a campanha para 2008.
Empresa Prodalic continua a crescer A companhia está a ampliar as suas instalações para melhorar o serviço processadora de alimentos Prodalic realiza actualmente a ampliação do espaço a fim de ter uma maior capacidade na distribuição dos seus produtos. Novos armazéns e galpões, assim como um edifício para os novos escritórios são o objectivo da empresa das marcas Eureka e Vera. A empresa familiar tem entre os seus produtos a linha de polpa de tomate, vinagre, molho de tomate, mostarda e as linhas de produtos com vinagre, azeitonas e alcaparras, bem como os enlatados como 'guisantes' e 'piñas'. Actualmente, estão em desenvolvimento novos produtos como vegetais mistos e milho. No início da companhia, em 1985, a empresa era especializada no fabrico e embalagem de produtos alimentares em Santa Teresa del Tuy. As suas actividades eram feitas de forma artesanal e os seus produtos destinavam-se a uma pequena parte do mercado da ca-
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pital do país. Anos mais tarde, iniciou-se o processo de ampliação do espaço e desde então a Prodalic não parou de crescer, pela mão do seu presidente, Manuel Gonçalves. Segundo o gerente de vendas, Juan de Sousa, a visão da empresa está focada em continuar a crescer e a aumentar a produção. "Consolidarmo-nos no mercado venezuelano como uma das companhias mais importantes é o nosso objectivo, bem como que os nossos produtos sejam reconhecidos como de altíssima qualidade". Segundo as estatísticas do mercado onde a Prodalic se insere, o ketchup está situado entre o terceiro e quarto lugar em vendas a nível nacional e acompanham a polpa de tomate e a mostarda que se encontram entre as preferidas dos consumidores. Entre os competidores que partilham este espaço no mercado com a Eureka e a Vera estão os produtos de Heinz, a Mavesa, La Giralda e a Williams.
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À procura da verdade! Luís Barreira á há muito que tinha percebido que... se gosta mais de ser português quando se está fora do País.
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Para além de algumas "consciências revoltadas", pela adversidade que a vida lhes reservou e que se encontram espalhadas um pouco por todo o planeta, confundindo Portugal com alguns portugueses que lhes dificultaram a vida, a esmagadora maioria daqueles que vivem fora do País tem uma autêntica "paixão" por ele. Mas... tal como todas as paixões, por vezes a expressão dos sentimentos manifesta-se de forma contraditória e violenta. Somos de facto um povo muito crítico, porque sabemos gostar! Não rimos sem vontade e não somos indiferentes às coisas e às pessoas. Em relação às pessoas e nestes últimos anos, criámos uma antipatia ao poder, uma desconfiança nos políticos e uma reserva a tudo o que "cheire" a Estado e a "amigos" do Estado. Em relação às coisas, desde que sejam novidade, sentimo-nos estranhamente atraídos por elas, como se persistissem alguns factores genéticos, que marcaram a época dos descobrimentos. Parece que queremos exibir
individualmente a modernidade, num País que teima em andar colectivamente atrasado. Nós, que já fomos um povo colaborante e mobilizado com o poder democrático, que demos toda a nossa energia ao serviço das organizações políticas, associativas, sindicais e culturais e que nos mostrámos generosamente abertos a tudo o que não percebíamos e queríamos entender, sentimo-nos hoje revoltados contra a irresponsabilidade, a incúria e o oportunismo (tantas vezes chamado corrupção) que, corroendo o sistema em que depositámos tantas esperanças, nos retira o prazer de uma satisfação assumida "à portuguesa" e nos provoca alguma tristeza. E esse mau estar, que corre o risco de se tornar endémico e passar a fazer parte da nossa forma de estar habitual, acaba por modelar o nosso comportamento, tornando-nos desconfiados e avessos a tudo e a todos. No entanto, a verdade é que: nem sempre o poder é, ou tem de ser, antipático; não há que desconfiar sistematicamente dos políticos pois muitos deles agem honestamente em favor do colectivo e o que não compreendemos não é necessariamente hostil aos nossos interesses. Mas, se não faz mal sermos um pouco desconfiados, se essa desconfiança nos conduzir a compreender e a dominar melhor as coisas antes de tomarmos posição sobre elas, já a desconfiança sistemática pode conduzirnos a um bloqueamento do nosso comportamento. Pior do que isso é se essa descon-
fiança nos conduzir a acreditar em tudo o que dizem, no "diz que disse" e no "ouvi dizer". As acusações, veladas ou públicas, tornam-se "fáceis", manchando de imediato quem é atingido e, tendo em consideração a morosidade da justiça e alguma descredibilização de que é alvo, quem caia na condição de acusado não se livra, pelo menos socialmente, da desconfiança pública. As recentes acusações de corrupção do poder proferidas pelo bastonário da Ordem dos Advogados veio, pelo menos, pôr a nú e de forma bem publicitada aquilo que tem feito parte de todas as "conversas de café". Mas de nada servirá (ou poderá aumentar ainda mais a desconfiança...) se não forem rapidamente apresentados os factos, apurada a verdade e castigados os seus responsáveis. A avaliar pelas declarações do Inspector da Polícia Judiciária portuguesa sobre a "precipitação" da nossa polícia, ao considerar arguidos os pais da pequenina inglesa desaparecida e algumas outras acusações do Ministério Público português que, em diferentes casos, foram consideradas improcedentes, temo pensar que também o nosso aparelho judicial e as leis que lhe dão conteúdo fazem acusações infundadas ou, pior ainda, são incapazes de investigar a verdade e punir os seus autores. Portanto cidadãos, é preciso ouvir, pensar, exigir saber a verdade e depois julgar. Antecipar julgamentos, mais do que multiplicar os erros de apreciação, pode esconder a tão necessária verdade!
'Tá na hora, temos de ser nós António da Silva Maracaibo
'Tá na hora de deixarmos de gostos e agrados e dar rumo aos nossos próprios interesses, como o bem-estar das nossas famílias, que por algum motivo um dia resolveram também vir ao encontro dos seus maridos, tiveram filhos luso-descendentes e depois de tantos sacrifícios nesta vida venezuelana, vamos perder a oportunidade de singrar na sociedade por culpa do desgosto ou do desagrado político do momento. É do conhecimento público os acertos administrativos entre o presidente da PDVSA e do Ministro do Poder Popular para a Energia e Petróleo, Rafael Ramirez, o Secretário de Estado do Comércio Português, Fernando Serrasqueiro e o Ministro da Economia Portuguesa, Manuel Pinho. E muito em breve será assinado este acordo bilateral entre o Presidente Chávez e o Primeiro Mi-
nistro José Sócrates. É aqui que temos de aproveitar com unhas e dentes esta oportunidade comercial e criar uma empresa mista ou outra coisa qualquer de distribuição massiva de alimentos, de forma a garantir o mercado pelo menos dos nossos "Zé povinho" e evitar os embates das crises criadas pelos "Carolas". Nisto têm uma palavra muito importante e significativa os nossos amigos do "Grupo Parlamentar de Amizade Portugal y Venezuela" e seus simpatizantes, porque eles e só eles tem a força revolucionária para fazer chegar a nossa voz às autoridades venezuelanas, de forma a empreender uma "Rede de Distribuição Alimentar" de cariz popular, de forma a cumprir com os pergaminhos ditados pela ideologia socialista e não capitalista, e garantíssemos assim não só a chegada dos produtos ao abasto, bodega, pulperia ou mercado, mas também tenhamos garantias que os nossos produtos de origem cheguem ao mercado venezuelano sem torpedeiros (alcavalas) de mãos peludas, que num momento dado pela força do seu capital possam originar o mau estado dos produtos (decomposição física do produto) ou desvios, acabando por provocar a ruína e o desânimo dos comerciantes nas primei-
ras, segundas e terceira fases da comercialização. Neste momento histórico que a Venezuela vive, não se trata de se a gente gosta ou não gosta! Trata-se de tomar posição firme de uma vez por todas ante as lideranças que só têm um fim escuro e onde nós, os portugueses, ficamos com a pior parte do assunto. Há que lembrar que os nossos Pais e Avós escolheram este país para trabalhar e ter uma melhor qualidade de vida e não para contribuir na soçobra que cada dia vivemos por provocações vindas de alguns meios. Não se esqueçam que este governo dispõe de muito dinheiro, produto das contribuições petrolíferas, mais agora, com 1 Euro a menos de 4 Bolívares para fazer frente a qualquer crise provocada por interesses particulares, que na minha opinião só conseguiram juntar mais e mais povo à sua causa. Devemos ter presente que se antes havia alguma dúvida das intenções deste governo, hoje estas estão bem definidas num sistema de ideologia socialista e profundamente democrática, com provas já bem dadas. Por tudo isto temos de ser nós os portugueses unidos a tomar a iniciativa e dar um passo em frente.
Chá, café, laranjada...
Ministro da emigração chacafelaranjada@gmail.com
Obrigado pelas notas recebidas durante estes dois meses de ausência.A propósito das mesmas, gostaria de referir que não escrevo para o jornal nesta minha coluna para criar problemas a ninguém, menos para fazer denúncias irresponsáveis e muito menos para servir de canal de intrigas e factos mal sustentados. Acho que está mal usar o jornal ou esta minha coluna para acusar pessoas ou instituições com acusações mal intencionadas e irresponsáveis.Digo irresponsáveis porque não vêm fundamentadas e não têm origem credível.A essas pessoas que me tentam utilizar para este tipo de situações pergunto:porque não se enchem de valor e falam de frente na cara das pessoas e das instituições que criticam? Ou escrevem com dados bem fundamentados e devidamente bem identificados com responsabilidade assumida ou então já sabem que não vou entrar nessa do"joga a pedra e esconde a mão". Começo por comentar o acordo comercial que tanto o correio tem noticiado.Sim senhor, estou de acordo com tudo e ainda bem que ao fim de tantos anos aparecemos a negociar com a Venezuela.O que não percebo é o que é que Portugal vai fornecer à Venezuela em questão de alimentos, porque segundo sei, o que é que produzimos? Vinho não dá para o consumo interno, o bacalhau é pescado na Noruega, o azeite de oliva? Não percebo muito bem mas bemvindo seja o acordo. Enfim.Ainda sobre a mesma notícia, quando se fala que a comunidade vai ser convocada, pergunto como e onde? Não posso deixar de comentar o que tenho lido também no CORREIO acerca dos conselheiros que, como disse anteriormente, não sei de quem falam, o que fazem, quem são e onde estão.Porque não explicam e porque geram tanta confusão nos Portugueses? Acaso não têm que apresentar trabalho feito na nossa representação? Sobre o Carnaval não posso deixar de mencionar uma carta recebida acerca das rivalidades existentes no Centro Português em Caracas devido aos concursos de comparsas, eleição de rainhas, etc., etc.Segundo me contam, o ambiente não é nada bom, mas pior do que isso é o comportamento dos pais neste tipo de eventos.Todos querem ganhar e se pudessem compravam os júris dos respectivos concursos.Depois de finalizado o concurso, estão sempre contra os organizadores, criando divisões e até conflitos entre as crianças.Porque é que antes de organizarem um concurso não preparam os pais em cursos intensivos de preparação para este tipo de iniciativas? No outro dia pensava em casa, enquanto via um programa da RTP Internacional, porque é que Portugal tem ministros para tudo e menos para a emigração? Será que não merecemos um cuidado especial ou pelo menos um cuidado nos nossos assuntos? Afinal não somos nós, os emigrantes, que ainda mantêm a estrutura económica do País? Sim, senhor ministro da emigração, porque não? A concluir, para aqueles que pensavam que os tempos de Português de lápis na orelha tinha ficado para trás, enganaram-se, agora são os filhos dos portugueses os da era moderna que usam um aparelho no mesmo ouvido direito, dizem-me que para falar por telefone, que dá pelo nome de "blue two", e que está a ser imitados por gregos e troianos. Quem diria...mudam-se os tempos mas os hábitos nem por isso.Criticavam-nos que isso ficava feio.Para que vejam que sempre estivemos na vanguarda do modernismo.
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Portugueses residentes na Venezuela. Como manipulam? Acaso alguém sabe alguma coisa sobre as eleições, como vão ser as regras, quando vão ser as eleições? Por favor não nos enganem mais com mentiras e manipulações de informação, já basta de mediocridade. Da minha parte e em representação de um
Um desgosto!... Foi com grande desgosto que li a notícia no vosso jornal de que a Santa Bárbara não ia mais viajar para a Madeira. Sinceramente não percebo, porque tanto quanto sei, os voos iam sempre cheios e os preços até nem eram muito baratos.O mais lamentável de tudo este assunto é que de certeza a partir de aqui a TAP volta de novo à época do monopólio e de certeza absoluta recomeçará de novo com as arbitrariedades nos preços, nos quilos da bagagem e na diminuição de voos para a ilha da Madeira, para não falar na antipatia do pessoal de bordo.Da minha parte, sempre viajei na Tap, mas acho que era importante ter uma linha aérea concorrente.
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
CARTAS Mais enganos não Senhores do CORREIO da Venezuela e estimados leitores: O motivo da minha carta tem a ver com a notícia publicada no vosso jornal relacionada com uma entrevista a um conselheiro que desafia os emigrantes a participarem nas eleições para conselheiros. Isso é hipocrisia, mentira e autêntica burla aos
OPINIÃO
grupo de amigos profissionais, exigimos que nos informem acerca das mesmas, já que não estamos dispostos a ficar de braços cruzados como em outras oportunidades e até podemos pedir a anulação das eleições no caso de acontecerem sem informações ao público. Curioso que nem os consulados de
Reconhecer é digno Sou português natural do Norte e gostei do ler o tema do Santa Maria.Era novo e já vivia na Venezuela, onde acabei por seguir de muito perto os acontecimentos do "assalto".Recordo que à data todos os portugueses evitavam falar no assunto e até tinham medo de ser repatriados. Quem diria que anos depois esses homens e essa "aventura" seria reconhecida como um acto heróico.A todos aqueles que arriscaram famílias, que arriscaram vidas e amigos, o meu mais humilde reconhecimento pela iniciativa.Bem hajam. Quando acharem bem, políticos de Portugal, façam uma pequena homenagem a esses heróis no esquecimento.
Maria Luísa Teixeira
António Ribeiro O.
Portugal em Caracas e Valência sabem do assunto. Não será que existe alguém interessado em fazer com que a informação não chegue aos consulados? Não nos vamos "calar" durante mais oito anos de inoperabilidade, de mediocridade representativa no que a conselheiros se refere. Já basta de mentiras e
manipulação. Na entrevista falam de experiência. Experiência para que? Para manipular os emigrantes? Para viajar até Portugal à borla sem dar explicações do que fazem? Experiência para nos utilizarem e não saberem lutar pelos nossos interesses como Portugueses? Por favor sejam honestos. Agradeço que
publiquem esta carta com o devido respeito pelas autoridades Portuguesas e direcção do vosso jornal. A concluir, não brinquem com a nossa honestidade e sejam honestos em divulgar regras, datas e informação geral sobre este processo que "promete" realmente. Felipe Pereira
Minha terra querida Sou um português nascido na Venezuela a residir actualmente na ilha da Madeira. Sou leitor do jornal através da página Web e gostaria de manifestar algumas opiniões acerca do muito que falam da Venezuela, das dificuldades, da insegurança, etc. Vivo na Madeira há 7 anos e começo a perceber realmente o porquê de os Portugueses da ilha preferirem a Venezuela do que a sua terra de origem.Aqui também há insegurança, talvez nem tanto como na Venezuela; aqui também existem dificuldades, talvez muito maiores que na Venezuela; aqui também existe corrupção, talvez tanta como na
Venezuela. Para não falar na droga e nos vícios a que os nosso filhos são vítimas todos os dias na escola.Portanto, para aqueles que mais se lamentam da Venezuela, dêem graças a Deus porque vivem no melhor País do mundo, na Terra mais alegre e generosa do universo. Sei que alguns leitores do jornal ao lerem a carta perguntaraõ: Então porque não regressa à Venezuela? Não regresso por impedimento da minha família, filhos e esposa, porque por mim já estaria aí amanhã mesmo. Miguel F. Garcês
Consulado Virtual? Senhores do Correio da Venezuela: Sou leitor assíduo do vosso jornal todas as semanas e escrevo respeitosamente para comentar uma notícia em várias oportunidades dadas pelos vosso jornalistas referente à criação do "consulado virtual" . Simplesmente este não funciona e pior do que
isso nem responde àquilo que procuramos. Estou à espera de uma "senha" desde o primeiro dia que acedi à página.Para terminar, o nome está muito bem aplicado: "consulado virtual", ou seja, não existe. Luís Barros Freitas
INQUÉRITO: ACHA QUE AS COMPARSAS QUE SE REALIZAM NO CENTRO PORTUGUÊS SÃO DEMASIADO COMPETITIVAS? QUAIS SÃO OS SEUS BENEFÍCIOS E DESVANTAGENS?
Nelly Mendes Dona de casa
"Trata-se definitivamente duma competição, porque a ideia é motivar as crianças a concorrer. Também é para o público, pois pedemlhe que escolham aquela que considera ser a melhor, emitindo para isso uma opinião. A parte boa é que as crianças perdem o medo do placo e sempre fazem novos amigos. O mau é a tristeza que invade os que perdem."
Eneyda Ferreira Dona de casa
"É uma competição são e, sobretudo, interna. Realmente não importa o grupo que ganha, posto que todos formam parte de uma única entidade que é o Centro Português. Somos todos uma grande família. A única desvantagem é o factor dinheiro, dado que os custos são altos e muitas pessoas não podem suportá-los."
Lina da Silva Dona de casa
"Cada ano que passa são mais positivas, mas são também mais competitivas. Todos procuram o melhor para ganhar. O bom é partilharmos o momento como uma família, onde os pais se unem ainda mais aos seus filhos. É também uma lição. Para se sermos bons é preciso dedicar tempo ao que fazemos."
Jackeline Gomes
Assistente administrativa
"Não é uma competição. Pede-se apenas que se ponha à prova a criatividade dos grupos, exigindo-lhes originalidade. Todos são amigos, apesar de pertencerem a grupos diferentes. Esta actividade tem como fim entreter o público e não procurar diferenças."
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PORTO SANTO
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Entregues os Diplomas dos Cursos de Excel e Word Valorizados os conhecimentos informáticos dos funcionários Câmara Municipal do Porto Santo levou a cabo dois cursos de formação ligados ao Microsoft Excel e Word. Dois cursos dirigidos aos funcionários do Município e Empresas Municipais e que tiveram como principal objectivo a valorização dos conhecimentos informáticos. Cerca de 25 formandos participaram nestas acções.
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Os diplomas de participação foram entregues no dia 4 de Fevereiro pelo Presidente da Câmara Municipal, Roberto Silva, que afirmou que estas iniciativas pretendem enriquecer os conhecimentos dos funcionários. Ainda agradeceu à formadora Sónia Cortesão pela sua disponibilidade e conclui, dizendo que iniciativas deste género continuarão a ser promovidas pela Autarquia.
Concurso de Fotografia Digital “A Vida” é o tema, deste ano, do Concurso de Fotografia Digital organizado pela Empresa Municipal Areal Dourado – Eventos, através da Câmara Municipal do Porto Santo. As fotografias apresentadas deverão reflectir pessoas, seres, ambientes, ideias ou objectos do Porto Santo. O Concurso irá decorrer de 21 de Janeiro a 21 de Fevereiro. Só serão aceites fotografias em suporte digital, com o formato mínimo de PUBLICIDADE
1024x768 pixels, a cores ou a preto e branco, até o máximo de 4 fotografias por concorrente e deverão ser acompanhadas pelos dados pessoais do participante. Cada fotografia deverá estar identificada com um título e com o nome do seu autor e terão de ser originais e inéditas. Uma vez em concurso, a Areal Dourado e a Câmara Municipal passam a exercer todos os direitos sobre as fotografias.
Todos os trabalhos deverão ser enviados, até dia 21 de Fevereiro, com a data de carimbo dos CTT, para a seguinte morada e em suporte informático: Areal Dourado – Eventos, E. M., Edifício dos Serviços Públicos, Rua Dr. Nuno Silvestre Teixeira, 9400 – 162 Porto Santo, ou ou para o seguinte endereço electrónico: arealdourado@sapo.pt
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PORTO SANTO
Desfile com 400 figurantes
Carnaval das Escolas do 1.º Ciclo No âmbito do programa de Carnaval 2008, organizado pela empresa municipal Areal Dourado – Eventos, através da Câmara Municipal do Porto Santo, foi levado a cabo, no passado dia 1 de Fevereiro, o Cortejo de Carnaval das escolas do 1.º ciclo do Porto Santo. Um evento que contou com a participação de cerca de 400 crianças que se disfarçaram a rigor para percorrer as principais ruas da Cidade. O final do cortejo ficou marcado pela actuação de um artista que local, que fez a animação na Praça do Barqueiro durante toda a manhã.
I Passeio Pedestre 2008
XI Passeio integrado no Projecto “Caminhar no Porto Santo” A Empresa Municipal Areal Dourado, através da Câmara Municipal de Porto Santo, levou a cabo, no passado dia 13 de Janeiro, o I Passeio Pedestre de 2008. Este Passeio marcou o recomeço dos passeios pedestres no Porto Santo, uma actividade que faz parte do Projecto “Caminhar no Porto Santo”, uma iniciativa da Empresa Municipal Areal Dourado – Eventos integrada na nova Agenda Cultural e
Desportiva 2008, que tem como objectivo o enquadramento cultural e paisagístico do Porto Santo com o bemestar da população local e turística.O Passeio teve como ponto de partida a Pedreira do Pedregal (Serra de Dentro). O Passeio foi feito ao longo de toda a Vereda da Terra Chã e Pico Branco, terminando no local de partida.
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REPORTAGEM
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Luta para encontrar alimentos básicos Mas os militares asseguram que os produtos estão nas estantes de Mercal e megamercados Carlos Marques
ongas filas, a par do desaparecimento de muita mercadorias das estantes dos supermercados e mercearias, são algumas das consequências produzidas pela aplicação da operação Cívico, Militar, Socialista e Cristiana "Pátria Soberana", em Táchira, Apure e Zulia. Desde 23 de Janeiro último, os estados venezuelanos que confinam com a Colômbia encontram-se militarizados com o objectivo principal de evitar que os produtos alimentares saiam pela fronteira. A medida foi ordenada pelo Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez Frías, a 17 de
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Janeiro, para travar a falta de abastecimento de artigos que fazem parte da cesta básica que, desde Agosto de 2007, vem aumentando. A comunidade tachirense, além de lidar com um aumento dos preços entre 15 e 25%, deve, para abastecer-se, recorrer a diversos estabelecimentos. Actualmente, os supermercados apresentam uma forte presença militar e as grandes cadeias de distribuição, como a MAKRO ou Emporio Garzón, assim como pequenos mercados, mercearias, talhos, peixarias, entre outros, não têm nas suas estantes e expositores os produtos, muitos deles de considerados de primeira necessidade. Marília de Oliveira, natural
No Táchira e ao longo da fronteira, foram retidos 4.088.450 de quilos de alimentos
de Aveiro, considera que esta operação não está a ter um balanço positivo. Assevera que é preciso realizar imensas filas para adquirir apenas um só pro-
duto, o qual muitas vezes não é da marca que se deseja. Além disso, observa que tem de recorrer a diversos lugares para abastecer-se de outros artigos, ain-
da por cima dos género dos que só pode comprar por unidade, o que acaba por não ser suficiente para as necessidades de consumo da sua família. "Para mim os resultados têm sido negativos. Primeiro, estão a prejudicar a fronteira e, segundo, a falta de abastecimento não deriva do contrabando. Esta prática ocorre porque há quem permita que isto exista. O que sim é verdade é que não há produção e o país está desactivado", explica, por sua vez, Luís Norberto Figueiredo Matos, que se tem sido afectado pelas mudanças que tem sido obrigado a executar na padaria em que trabalha. Devido à escassez, tem de economizar o que encontra e fechar muito antes das 21 horas.
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TAP transportou quase 8 milhões de passageiros em 2007 A transportadora aérea portuguesa TAP transportou quase 8 milhões de passageiros em 2007, o que corresponde a um crescimento de 12,8 por cento do seu tráfego em relação ao ano anterior, anunciou a transportadora num comunicado. A empresa, que transportou no ano passado 7.930.454 passageiros, colocou à disposição dos seus clientes um total de 13,2 milhões de lugares, o que correspondeu a um crescimento da oferta de 14,1 por cento. Dos lugares oferecidos pela TAP, 590 mil respeitam ao mercado europeu e 150 mil ao Brasil. De acordo com um comunicado da TAP, a Europa foi o segmento de mercado com maior crescimento absoluto, mais 588 mil passageiros (Mais 14,9 por cento), seguida do Brasil, com mais 149 mil (mais 17,1
por cento). Mas, em termos relativos, todos os sectores de mercado onde a TAP opera tiveram um desempenho positivo, com aumento do número de passageiros transportados. No território nacional a TAP ultrapassou o milhão de passageiros nos voos para as Regiões Autónomas, o que corresponde a uma crescimento de 2,4 por cento, e ultrapassou o milhão e meio nos voos com partida do Porto, registando um crescimento de superior a 20 por cento. A TAP considera que o crescimento alcançado no número de passageiros foi conseguido, nomeadamente, à custa dos novos destinos (Brasília, Sevilha, e Hamburgo) e do reforço da operação noutros. Actualmente a TAP voa para 57 destinos.
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Quando o produto vem a granel, estes sã retidos e entregues à empresa estatal CASA
Joaquín Carvalho e Andrea Baptista estão expectantes, pois tem corrido o rumor que em menos duma semana já não haverá comida em San Cristóbal. Eles esperam que as coisas melhorem em breve, já que realmente há muita escassez de produtos como o leite e papel higiénico, artigos que em várias oportunidades tiveram de adquirir em diferentes locais, inclusivamente em Cúcuta para realizar boas compras. Para muitos tachirenses, esta cidade colombiana, em 2002, durante a paralização nacional, foi o seu lugar de abastecimento. 'MERCALES' ABASTECIDOS De acordo com o general de
REPORTAGEM
A 30 de Janeiro, mais de 5 mil pessoas foram beneficiadas com dum megamercado
brigada (GNB) Gabriel Oviedo impediu a saída de 131.305 litros Colmenares, chefe do Comando de gasolina para ser vendida na Regional Número Um (Core 1), Colômbia. desde a implementação da opeOviedo Colmenares expliração "Pátria Soberana" no esta- cou ao CORREIO quais eram os do Táchira e ao longo da fron- mecanismos que se estão a ser teira, foram retidos executados na ope4.088.450 de quilos ração: "Nós temos de alimentos como um primeiro ponto Os supermercados, leite em pó, açúcar de controle da Guarcomo os pequenos refinado, açúcar da Nacional na enmercados apresentam trada de Táchira e aí 'morena', farinha de milho e de trigo, uma forte presença verificamos se os azeite de cozinha, produtos vêm com militar carne de vitelo, maruma direcção defigarina, massa, frannida para ser distrigo, maionese, peixe fresco. Foi buídos. O camião é levado até ainda apreendida madeira e ma- ao local definido e estabeleceteriais de construção, a par do mos um sistema de controlo e combate ao contrabando que acompanhamento para procurar
que venha a ser distribuído em função das necessidades da população". Assegurou que quando não está bem especificada o destino da carga e existe a suspeita de que se destina à fronteira, "há lugar a uma intercepção, que tanto ode ser levada a cabo por nós, Mercal e CASA". Mas também há lugar a negociação com as pessoas: "Ou compramos o produto para distribuí-lo através da rede Mercal, aos preços que estão estabelecidos, ou acompanhamos o distribuidor ao lugar do Estado onde se dirige e vende-se directamente os produtos da Cesta Básica à população ao preço estabeleci-
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do pelo Governo Nacional, devidamente regulado pelo INDECU". O chefe do CORE 1 observou também que quando o produto vem a granel, estes sã retidos e entregues à empresa estatal CASA, para que proceda à sua embalagem e distribuição. A maioria dos açambarcadores, assegura, foram ou interceptados em flagrante a comercializar produtos nos 'Mercales' e outros lugares seleccionados, ou detectados pelos caminhos em direcção à fronteira. Todos já foram presentes no Ministério Público. Ainda segundo o general Oviedo, a 30 de Janeiro passado, mais de cinco mil pessoas foram beneficiadas com a organização dum megamercado realizado no campo de futebol do Destacamento de Fronteiras da Guarda Nacional, onde se venderam 180 toneladas de diversos produtos. O militar assegurou que as "retenções realizadas não implicaram a perda ou o cumprimento dom prazo de validade do produto algum". A operação "Pátria Soberana" manter-se-á em vigor até ao momento em que da falta de abastecimento seja resolvida se evite o açambarcamento. PUBLICIDADE
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Derrota igual a tantas outras
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selecção portuguesa de futebol somou quarta-feira o 6º desaire consecutivo e o 10º nos últimos 11 jogos com a campeã mundial Itália, ao perder por 3-1 em Zurique, Suíça, no primeiro particular de preparação para o Euro2008. Num jogo igual a tantos outros com a "squadra azzurra", na primeira parte, Portugal perdeu várias oportunidades e sofreu um golo infeliz na última jogada antes do intervalo, enquanto, na segunda, com um esquema suicida, colocou-se a jeito de ser goleado. Andrea Pirlo marcou o segundo, logo aos 50 minutos, e, depois, o guarda-redes Ricardo salvou várias vezes a formação portuguesa de sofrer mais golos, merecendo destaque um desvio para a barra, aos 64, após "tiro" de Raffaele Palladino.
A
A formação das "quinas" ainda reentrou no jogo, com um golo de Ricardo Quaresma (segundo, em 19 internacionalizações "AA"), aos 77 minutos, mas, na jogada seguinte, o suplente Fabio Quagliarella marcou, no primeiro toque na bola, e desfez em definitivo as dúvidas. Portugal continua, assim, sem triunfos sobre a Itália desde 22 de Dezembro de 1976 (2-1 em Lisboa, num particular decidido com um "bis" de Nené), após um embate em que, entre outras coisas, como a excessiva ousadia, pagou cara a má forma do trio de meio-campo. A selecção lusa entrou com o "onze" anunciado: Bosingwa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Caneira, à frente de Ricardo, um meio-campo com Petit, Maniche e Deco e dois extremos (Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo) no apoio ao ponta-
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de-lança Makukula. Por seu lado, a Itália surgiu também em "4-3-3", com Amelia na baliza, uma defesa com Oddo, Cannavaro, Barzagli e Zambrotta, um meio-campo com De Rossi, Ambrosini e Pirlo e um trio na frente (Palladino, na direita, Di Natale, na esquerda, e Luca Toni, ao meio). Após fogo de artifício, hinos cantados com "alma" e monumental assobiadela para o presidente da FIFA, o anfitrião Joseph Blatter, num início de particular que mais parecia a final de um Europeu, o encontro começou com claro sinal mais dos campeões do Mundo. Pirlo colocou a bola no fundo das redes de Ricardo, mas depois de ajeitar a bola com o braço, aos cinco minutos, Ambrosini cabeceou à figura, após livre do "maestro", aos 12, e Di Natale falhou por muito pouco, depois de um centro da direita de Oddo, aos 13. A formação das "quinas" ia tentando, quase sempre por Bosingwa, na direita,
mas só conseguiu assustar verdadeiramente os italianos aos 21 minutos, quando, na sequência de um canto marcado na esquerda por Deco, Bruno Alves cabeceou sozinho, mas por cima. A Itália voltou à carga, com remates de Di Natale e De Rossi, mas Portugal equilibrou e ganhou mesmo algum ascendente, nomeadamente através de dois remates de fora da área de Makukula (33 e 37 minutos) e de um livre de Cristiano Ronaldo (42). O "onze" de Scolari poderia ter voltado a marcar em duas jogadas que Quaresma definiu mal, sobretudo a última, em que estava, com Ronaldo, num "dois contra um", mas falhou e pagou-o caro: na última jogada da primeira parte, Grosso, que havia substituído Zambrotta, centrou da esquerda e Toni marcou ao segundo poste. Ao intervalo, Scolari trocou três jogadores e mudou para "44-2", já que Paulo Ferreira e Fernando Meira entraram directamente para os luga-
res de Caneira e Petit, enquanto Nani substituiu Deco, mas foi para extremo, passando Ronaldo para as "costas" de Makukula. Face às características dos jogadores lusos agora em campo, o esquema era mais um "4-2-4", muito bonito em termos de ambições, mas algo suicida face a uma equipa como a Itália: Toni quase "bisou" (48 e 50 minutos) e Pirlo marcou mesmo, após um canto e um ressalto (50). Com muito espaço para jogar, a formação transalpina levou várias vezes o pânico à defesa lusa e quase marcou por Di Natale (58 minutos) e Palladino (60, à barra), mas seria Ricardo Quaresma a reduzir (77), após assistência de Nani. A esperança portuguesa em sair de Zurique com um resultado positivo durou, porém, poucos segundos: na jogada seguinte, Fabio Quagliarella, que acabara de entrar, apontou o terceiro dos transalpinos, decidindo, em definitivo, a sorte do jogo.
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Breves
Bernardo Sousa inicia mundial de PWRC O piloto português Armindo Araújo iniciou quinta-feira, no rali da Suécia, a segunda temporada consecutiva no Mundial de Produção (PWRC), na expectativa de concluir a prova nórdica entre os cinco primeiros classificados da categoria. Araújo partiu optimista para esta nova aposta no PWRC, com o objectivo de terminar as seis provas que vai disputar e somar o maior número de pontos para, se possível, entrar na luta pelo título no final da temporada. "Os objectivos deste ano são os mesmos: terminar todas as corridas, somar o máximo de pontos possível em todas as provas e tentar estar no final na luta pelo campeonato", afirmou Araújo. O piloto está consciente que não vai ser fácil, pois sabe que as provas do campeonato do Mundo primam pela dureza, como pôde constatar no ano passado, quando ficou impedido de terminar várias provas por problemas mecânicos. "Sabemos que vai ser complicado, que vai ser duro e que tu-
do pode acontecer, como vimos no ano passado, em que liderámos provas, tivemos problemas mecânicos e fomos obrigados a abandonar. Mas, este ano, teremos também mais experiência", argumentou. Ao contrário de Armindo Araújo, o estreante Bernardo Sousa confessou que tem "dificuldade em controlar a ansiedade", a poucos dias do arranque no Mundial de Produção, mas o piloto madeirense acredita que "passará logo no primeiro troço". "Por ser a época de estreia, o único objectivo para este ano passa por aprender e ganhar experiência", explicou Bernardo Sousa, adiantando que "dava muito jeito" a presença no campeonato do Mundo o rali de Portugal, o único que conhece. Armindo, quatro vezes campeão português de ralis, vai competir com um "carro é igual ao do ano passado", um Mitsubishi Lancer Evo IX, "construído na Ralliart Itália", o que é positivo, pois "já há conhecimento do carro".
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Portugal volta vencer Torneio do Vale do Tejo rês golos dos leixonenses Vieirinha e Paulo Machado deram quarta-feira a vitória à selecção portuguesa de futebol de sub-21 sobre a Suécia, permitindo conquistar a segunda vitória consecutiva no Torneio Internacional do Vale do Tejo. Um golo na primeira parte pelo "titular" Vieirinha e, na segunda parte, dois do "suplente" Paulo Machado deram hoje a quarta vitória à selecção portuguesa na competição ribatejana, em oito edições, derrotando na final, disputada em Rio Maior, a selecção sueca. À procura de "alternativas", Rui Caçador promoveu à titularidade Miguel Lopes e Tiago Gomes nas laterais, em detrimento de Pereirinha e Antunes, e colocou ao centro Manuel da Costa e Gonçalo Brandão. Diante da Suécia, que jogou em "4-13-2", o técnico da equipa das "quinas" manteve o habitual "4-3-3", com o mesmo trio ofensivo composto por Vieirinha, Vaz Tê e Saleiro, à semelhança de Pelé no miolo do terreno, juntamente com Miguel Veloso e João Moutinho, relegando para o banco Manuel Fernandes, eleito melhor jogador do torneio, e Paulo Machado. A superioridade lusa no encontro teve os seus frutos logo aos 16 minutos, quando Vieirinha, isolado, marcou o primeiro golo da partida, batendo o guarda-re-
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des sueco com um toque hábil com o pé direito, aproveitando uma desmarcação de Miguel Veloso. O primeiro sinal de perigo da Suécia, que venceu o prémio "fair-play" do torneio, foi protagonizado pelo defesa central Per Karlsson, com um cabeceamento à figura de Ricardo Batista, na sequência de um canto da direita de Jonas Lantto. Aos 55 minutos, João Moutinho, com um remate de fora da área, obrigou o guarda-redes Johan Dahlin a defender para canto, no primeiro sinal de perigo da equipa lusa na segunda parte. Numa das acelerações da equipa portuguesa, Paulo Machado, com facilidade na pequena área, apontou o segundo golo da partida, aos 68 minutos, aproveitando um cruzamento de Saleiro da linha de fundo, depois de uma arrancada do avançado pela ala direita. Perto do final da partida, Paulo Machado "bisou" na partida, ao aproveitar uma assistência de João Moutinho. O jogador isolou-se e bateu, pela terceira vez, o guarda-redes sueco, confirmando a segunda vitória consecutiva da selecção portuguesa na competição, ambas disputadas por equipas de sub-21. As seis primeiras edições da prova foram disputadas por selecções nacionais 'B', tendo como vencedores Portugal, por três vezes, Roménia, Bulgária e Eslováquia, todos com um trofeu. PUBLICIDADE
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Vitória de Setúbal falha assalto ao quinto lugar O
Vitória de Setúbal falhou na segunda-feira, no encerramento da 18 jornada, a possibilidade de se isolar no quinto lugar da Liga portuguesa de futebol, ao perder por 2-1 na recepção à "aflita" Naval 1º de Maio, no jogo de encerramento da 18ª jornada. O clube sadino desaproveitou a derrota (1-0) do Marítimo, quinto classificado, no estádio da Académica, e acabou mesmo por ficar atrás do Belenenses, que domingo venceu o Sporting pelo mesmo resultado, enquanto a Naval ascendeu à 12ª posição, afastando-se da zona de despromoção. O brasileiro Marcelinho inaugurou o marcador para o conjunto da Figueira da Foz aos 37 minutos, aumentando para cinco golos o pecúlio na Liga, cabendo a Marinho ampliar a vantagem dos visitantes aos 55, pouco antes de Bruno Severino reduzir e fixar o 2-1 final, aos 57. A jornada ficou marcada pela derrota sofrida pelo Sporting, que relegou a equipa lisboeta para o quarto posto, a 14 pontos do líder, o bicampeão FC Porto, a quatro do rival Benfica (segundo) e a
um do Vitória de Guimarães, novo terceiro colocado, graças ao triunfo sobre o Leixões, por 2-1. A eficácia de Ernesto Farias, coroada com dois golos, permitiu ao FC Porto golear a União de Leiria por 4-0, na 18ª jornada da Liga de futebol, e regressar às vitórias depois da derrota com o Sporting. Líder tranquilo e com mais 33 pontos do que a formação do Lis no início da partida, bastou aos
portistas uma exibição de nível médio (comparativamente ao desempenho de Alvalade), mas muito eficaz, selada até ao intervalo com golos de Bosingwa (a bola desviou ainda em Farias, em posição irregular), Farias e Lisandro, aos 17, 24 e 44 minutos, respectivamente. O Benfica cedeu um empate (0-0) na recepção ao Nacional, perdendo mais uma vez terreno para o líder FC Porto. A equipa "encarnada" concedeu o sétimo empate
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da temporada, quarto na condição de visitado, depois da vitória no reduto do Vitória de Guimarães (3-1), contabilizando agora 34 pontos, menos 10 do que os bicampeões, que golearam em casa o "lanterna vermelha" por 4-0. Domingo, um golo solitário de Zé Pedro, aos 38 minutos, foi suficiente para o Belenenses vencer o "derby" lisboeta e evitar que o Sporting se colocasse a um ponto do Benfica, ficando mais longe do comandante. Depois da derrota com o Sporting na ronda anterior, o FC Porto goleou a "lanterna vermelha" União de Leiria por 4-0 e beneficiou do "deslize" do Benfica para se isolar ainda mais no topo da classificação. Nos outros encontros da 18ª jornada, a Académica ganhou fôlego na luta pela manutenção ao bater o Marítimo, enquanto o Boavista venceu no Bessa o Paços de Ferreira, por 4-3, complicando ainda mais a vida à equipa de José Mota, penúltima posicionada. Sexta-feira, Estrela da Amadora e Sporting de Braga tinham empatado a uma bola na abertura da jornada.
Liga Bwin 18ª Jornada Académica - Marítimo
1-0
Belenenses - Sporting
1-0
Benfica - Nacional
0-0
Boavista - P. Ferreira
4-3
E. Amadora - Sp. Braga
1-1
F.C. Porto - U. Leiria
4-0
V. Guimarães - Leixões
2-1
V. Setúbal - Naval
1-2
Classificação J V E D G P 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
F.C. Porto Benfica V. Guimarães Sporting Marítimo
18 18 18 18 18
14 2 9 7 9 4 8 6 8 2
2 32-7 44 2 29-1034 5 22-22 31 4 25-1630 8 22-1726
Belenenses V. Setúbal Sp. Braga Nacional
18 18 18 18
6 8 5 10 6 7 5 7
4 17-16 26 3 23-1825 5 20-2125 6 12-13 22
Boavista Leixões Académica Naval E. Amadora P. Ferreira U. Leiria
18 18 18 18 18 18 18
5 7 3 10 4 7 5 4 3 9 4 3 1 5
6 21-2822 5 17-20 19 7 18-27 19 9 14-27 19 6 19-21 18 11 18-28 15 12 13-31 8
19ª Jornada Leixões - Boavista Marítimo - F.C. Porto Nacional - V. Guimarães Naval - Benfica P. Ferreira - Académica Sp. Braga - V. Setúbal Sporting - E. Amadora U. Leiria - Belenenses PUBLICIDADE
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RIF: J-31443138-2
w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 07 A 13 DE FEVEREIRO DE 2008
Portugal vai exportar dez vezes mais para a Venezuela
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ortugal e Venezuela assinaram o domingo um protocolo que cria condições para que as exportações portuguesas para este país possam ser multiplicadas por dez até ao montante das importações de petróleo de empresas portuguesas. "Através deste protocolo, Portugal cria condições para vender à Venezuela produtos diversificados num montante até às importações de petróleo de empresas portuguesas", declarou o ministro da Economia e Inovação, Manuel Pinho, na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento em Lisboa. De acordo com Manuel Pinho, a Galp Energia estima que em 2008 as exportações de petróleo da Venezuela podem ultrapassar os 300 milhões de dólares (202,7 milhões de euros), quando o valor de exportações de Portugal para a Venezuela é actualmente de apenas cerca de 20 milhões de euros. O objecto do acordo é assim "a prazo, equilibrar a balança comercial", entre os dois países. O ministro explicou que "vai ser constituído em Lisboa um fundo com um montante até ao valor das compras de petróleo à Venezuela, que
servirá para financiar as exportações para a Venezuela de empresas portuguesas, de acordo com uma lista previamente acordada". Dentro de 15 dias os venezuelanos devem indicar os produtos que integrarão a lista, tendo já sido acordadas áreas prioritárias, como produtos alimentares, energias renováveis, construção e engenharia civil, medicamentos e construção naval, adiantou. Da parte da Venezuela o memorando de entendimento foi assinado pelo ministro da Energia e do Petróleo, Rafael Ramirez, que fez escala em
Lisboa no regresso a Caracas só para assinar o protocolo, o que, declarou, prova a "urgência e importância" que o governo venezuelano atribui ao acordo. Ramirez disse que o passo seguinte é a criação das comissões mistas encarregues da "identificação das áreas e volumes de intercâmbio". O ministro venezuelano indicou ainda que o acordo formal entre os dois governos será assinado quando o primeiro-ministro português, José Sócrates, visitar Caracas, o que, segundo Pinho, deverá ser no princípio de Abril. Trata-se "de um salto mui-
to importante no nosso intercâmbio comercial", salientou Ramirez, referindo as boas relações entre os dois países e a "muito numerosa e importante" comunidade portuguesa na Venezuela. "Para o progresso da economia é, mais do que nunca, extremamente importante aumentar e diversificar as exportações e alargar o número das nossas empresas exportadoras", assinalou Manuel Pinho. Portugal está no bom caminho com "grandes resultados na área da energia, o que se traduz em acordos com a Argélia, Angola e Brasil".
“Através deste protocolo, Portugal cria condições para vender à Venezuela produtos diversificados"
Gabinete de Sócrates prepara visita de Abril Agostinho Silva asilva@dnoticias.pt
Para além da agenda oficial e dos contactos com o governo da República Bolivariana da Venezuela, o Primeiro-Ministro português deverá presidir à inauguração do novo hotel da cadeia Pestana, bem como participar na oitava edição do 'Encontro de Gerações' e visitar o Centro Português, em Caracas. O programa da visita oficial, bem como a sua calendarização, ainda estão longe de se tornarem definitivos.No entanto, pelo que foi possível apurar junto de fontes bem colocadas, a visita oficial de José Sócrates deverá ocorrer entre a última semana de Março e a primeira de Abril. O objectivo principal prende-se com os acordos comerciais já firmados com a Venezuela, a que Chávez e Sócrates darão uma amplitude mais mediática.Paralelamente, a deslocação do Primeiro-Ministro português será aproveitada para contactos directos com a fortíssima comunidade lusa na Venezuela.Nesse particular, é dado como assente que Sócrates presidirá à inauguração oficial do hotel 'Pestana Caracas', que está em fase de conclusão em Chacau.Trata-se de mais um investimento do hoteleiro madeirense Dionísio Pestana, que obviamente também marcará presença em Caracas. Em perspectiva está também a participação de José Sócrates, como convidado de honra, na oitava edição do 'Encontro de Gerações', promovida pelo CORREIO da Venezuela, DIÁRIO de Notícias da Madeira e BANIF.Esta iniciativa atrai a Caracas emigrantes e luso-descendentes dos diversos estados venezuelanos.A edição deste ano abordará o papel dos centros portugueses na emigração lusa na Venezuela. Na mesma oportunidade, o Primeiro-Ministro deverá visitar e assinar o Livro de Honra do Centro Português, em Caracas, que este ano comemora 50 anos desde a sua fundação.