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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
Folclore brilha em Carirubana As prestações portuguesas triunfaram no Carnaval p.15
ANO 08 – DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 07 – N.º 245 CARACAS, 14 A 20 DE FEVEREIRO - VENEZUELA: BS.F: 1,50 / PORTUGAL:
1,50
Controlo de divisas atrasa importações Agora é o sector dos fornecedores de peças automóveis que se manifesta descontente com a política de restrições. p.3
Câmaras sem esclarecimento Nenhuma câmara lusovenezuelana nas sessões do Seniat p.9
Comércio pede liberalização Produtores, empresários e comerciantes querem abastecer p.3
Tapetes em vias de extinção Os tapetes de Arraiolos eram uma das formas mais marcantes da cultura portuguesa. Mas os tempos mudaram. p.10 PUBLICIDADE
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EDITORIAL
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CORREIO DA VENEZUELA 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
Candidatos, precisam-se! Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Elizabeth De Ornelas Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Eventos Yamilem González Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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Durante muitos anos, a apatia dominou o cenário eleitoral e político no que às comunidades portuguesas se refere. Os emigrantes pouco ou nada ligavam à defesa dos seus interesses nos países de acolhimento. Foi uma fase que já faz parte do passado. Agora há dados que ressaltam à vista desarmada. A representatividade dos emigrantes, por exemplo, é algo que deixa muito a desejar. Há um cálculo muito simples de fazer: os pouco mais de nove milhões de portugueses residentes em Portugal são representados na Assembleia da República por 274 deputados; mas os seis milhões de portugueses espalhados pela diáspora apenas conseguem eleger dois deputados. Ter apenas dois representantes a legislar em defesa dos interesses de seis milhões de pessoas, ainda por cima em circunstâncias tão distintas quanto a diversidade dos países que os
acolheram, é manifestamente pouco. Esta é uma das razões por que a eleição de novos conselheiros do Governo português, que integrarão o órgão consultivo 'Conselho das Comunidades Portuguesas', deveria merecer a maior das atenções por parte dos cidadãos portugueses que residem no estrangeiro. Em breve a Comunidade na Venezuela vai ser chamada a escolher os seus novos representantes. Será uma boa oportunidade para vincar as posições dos emigrantes junto da Assembleia da República, já que os conselheiros são ouvidos ali. Incompreensivelmente, o que se constata é que há uma certa apatia em relação a todo o processo, com a consequente ausência de candidatos. Daí o apelo a todos os portugueses inscritos nos consulados: não basta reclamar. É preciso participar no processo democrático. Candidatos, precisam-se!
O cartoon da semana - Venezuela vai assinar um acordo comercial com Portugal...
A semana Muito Bom Na cidade de Punto Fijo, no Estado Falcon, a comunidade portuguesa esteve em plano de destaque na semana do Carnaval. De facto, os portugueses estiveram bem representados ao lograrem classificar-se nos lugares mais importantes nos desfiles carnavalescos da localidade. Um evento que transcende os clubes.Tratou-se de um evento de representatividade nacional. Parabéns e oxalá que sirva para unir ainda mais aquela comunidade especial naquela zona da Venezuela.
Bom Finalmente surgiram as novas regras para a eleição de conselheiros da Comunidade na Venezuela.Desconhecemos se será assim em todos os países onde residem emigrantes. A representatividade dos portugueses além fronteiras não deveria continuar a ser uma questão de pouca importância.Daí que a reorganização seja bem vinda.Ficaremos agora à espera de nos sentirmos representados de uma forma mais evoluída.
Mau - Isto é que vai ser comer bacalhau!
A liberdade de expressão na Venezuela tem sido tema de grandes discussões na actual conjuntura política nacional. Uma vez mais, a liberdade de expressão volta de novo a ter protagonismo nacional atendendo ao curso que está
a ter o actual caso do canal de televisão 'Globovision'. É pena que os critérios não sejam utilizados para todos os canais. Defendemos a imparcialidade, mas esse objectivo deve ser igual para uns e para outros.
Muito Mau O folclore sempre foi uma das mais emblemáticas formas de expressar as nossas tradições e raízes no seio da nossa comunidade na Venezuela. Muita gente jovem demonstra dinamismo. O que não percebemos é a falta de interesse, este ano, por parte de alguns grupos de folclore em participar no festival anual de folclore português, na Venezuela. Um motivo para fazer reflectir toda a gente.
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Comerciantes não vendem produtos a preços regulados
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Produtores, empresários e comerciantes pedem a liberalização dos preços do leite, carne e frango com a finalidade de abastecer as prateleiras dos mercados do país Edgar Barreto de Gouveia Jean Carlos de Abreu
ouco a pouco os venezuelanos têm enfrentado o facto de os supermercados, mercearias, talhos, entre outros estabelecimentos, não lhes oferecem a quantidade, a marca e, inclusivamente, nem sequer os produtos a que estavam acostumados ou necessitam de adquirir. Desde a segunda semana de Dezembro de 2007, a oferta de carne de vaca e de frango no país tem sido cada vez menor devido, presume-se, à restrição de dólares preferenciais entregues pela Comissão de Administração de Divisas (Cadivi) aos importadores destes produtos, os quais são importados do Brasil e da Argentina. Em meados do ano passado, o país viveu uma crise semelhante, pelo que o Executivo procurou enfrentar a escassez de carne de vaca ao importar gado vivo desde o Brasil de forma a fornecer o mercado mas garantindo que o produto fosse vendido ao preço ditado na 'Gaceta Oficial'. A regulamentação dos preços de mais de 200 produtos, compostos por alimentos básicos, artigos de higiene pessoal e de limpeza, foi imposta de maneira unilateral pelo Governo desde 2003. De acordo com os especialistas, este controlo gerou períodos cíclicos de escassez entre os bens de consumo pertencentes ao cabaz básico, a criação e expansão do mercado negro de venda de alimentos, a especulação e a fuga destes produtos pelas fronteiras do país. Representantes da Federação Nacional de Produtores de Gado Venezuelanos (Fedenagas) defendem que o presidente da República, Hugo Chávez, deve determinar outros preços para os produtos, posto que os impostos decorrentes da regulamentação não cobrem os gastos de nenhuma das partes da cadeia produtiva e do comércio. No entanto, através duma das missões, o Governo assegura que tem mantido abastecida a rede de Mercal com os alimentos que fazem parte do cabaz básico a "preços acessíveis". O ministro de Alimentação, Félix Osorio, assegurou que estes espaços têm-se tornado pequenos ante o incremento da procura de produtos de primeira necessidade, pelo que foi criado PDV Alimentos (Pdval), entidade que venderá à classe média.
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Os venezuelanos têm de recorrer entre três a quatro estabelecimentos para comprar o que necessitam
Por seu turno, o presidente do mer- PDV Alimentos levar ao mercado os cado de Quinta Crespo, em Caracas, produtos que prometeram, os comerManuel Rosales, declarou ao CORREIO ciantes de Quinta Crespo vão passar a que o custo duma caixa de 360 ovos, por "vender a preços regulados". Caso conexemplo, está regulamentado por 89 bo- trário, o responsável do mercado diz que lívares fortes. Mas, notou que os comer- continuarão a comprar ao sector privado ciantes a compram a 135 e não "baixam o e não venderão a preços oficiais, mespreço porque é impossível oferecer mais mo que sejam autuados pelas autoridabarato". É que, enfatizou, os vendedo- des. res não compram mercadoria para perSidonio Rodrigues, oriundo de Câder dinheiro. mara de Lobos, Madeira, disse ao COSobre o frango, o presiRREIO que a situação no seu dente do mercado de Quinta estabelecimento comercial é Crespo informou que os proQuando a PDV al levar semelhante. Notou que tamdutores vendem este produto bém tem falta de frango no ao mercado os entre 6 e 7 bolívares fortes seu negócio. O pouco que produtos os ao quilo, enquanto que o cuschega "vem com o preço incomerciantes vão to a preço regulado é de 4,50. crementado. Antes comprápassar a "vender a No que toca à carne, os nevamos a ave por 5 BsF ao preços regulados" gócios do mercado adquirem quilo. Agora são 9,50". Este o produto a 7,98 bolívares madeirense assegura que o fortes ao quilo, "mas vendeaumento do preço dos promo-la pelo dobro para obter algum lu- dutos deve-se à inexistência de producro. tores. Com a carne acontece o mesmo, Os venezuelanos "têm de recorrer en- produto que vende por 18 Bs.F. ao quilo, tre três a quatro estabelecimentos comer- ganhando um bolívar forte. ciais para comprar o que necessitam, enquanto que aqui (Quinta Crespo) conse- OCIDENTE TAMBÉM SOFRE Em Falcón, tal como em Caracas e gue-se todo a preços normais", reiterou. Rosales assegurou que quando a demais estados da Venezuela, vive-se a
situação de falta de abastecimento e aumento dos preços. María de Barreto, também oriunda da Madeira, mais especificamente da freguesia de São Jorge, entende o 'desabasteciendo' é causado porque o Governo regula o preço dos produtos para que sejam acessíveis a todos os venezuelanos. Há várias razões para que se verifique esta situação, diz Acácio Pestana, comerciante, explicando que "nos últimos meses também houve uma maior procura, porque os industriais não chegaram a um acordo com o Governo nacional para que o ajuste de preços fosse feito de acordo com os custos de produção e, além disso, não lhes foi permitido o acesso aos dólares que necessitam para adquirir a matéria-prima". Para Nataly Oliveira, existe uma competição entre o Governo e os mercados. O Executivo, através de subsídios, consegue vender mais barato que as grandes cadeias de hipermercados. Mas, para se conseguir reabastecer as prateleiras dos diferentes estabelecimentos que comercializam os produtos de primeira necessidade é imperioso que os preços sejam liberalizados.
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CORREIO DA VENEZUELA 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
"Quero recuperar a auto-estima do varguense" Trajectória política de José Luis Farías caminha para a governação de uma zona várias vezes castigada por fenómenos naturais mas que tem muito potencial económico Erika Correia
osé Luis Farías, ex-vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia Nacional, que ficou conhecido por ter dado a conhecer estatísticas alarmantes acerca de todas as mortes que por diferentes causas ocorreram no país durante os últimos anos, lançou a sua précandidatura ao Governo do estado Vargas, cuja eleição será realizada no final deste ano. De ascendência portuguesa, Farías nasceu no Estado varguense, mais especificamente no Seguro Social José María Vargas. Estudou educação e História na Universidade Central da Venezuela, onde, desde muito jovem, enveredou pelo campo político ao ocupar cargos como dirigente estudantil. Igualmente presidiu a trabalhos comunais, sociais, populares e desportivos no seio da instituição académica. Além disto, realizou trabalhos para associações, dirigiu postos e destacou-se como investigador e publicou livros como "La Muerte en Tiempos de Chávez", tendo militado activamente no 'Movimiento al Socialismo' (MAS), partido político que lhe permitiu, na sua juventude, ter contacto com as correntes estudantis. Posteriormente, uniu-se ao Movimento V República (MVR), até 2002. Enquanto esteve nas fileiras deste partido, manteve-se activo nos trabalhos governamentais, mas as diferenças pensamento tornaram-se cada vez mais evidentes, pelo que preferiu afastar-se e construir uma no-
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va associação política chamada Solidaridad, que pouco tempo depois se dissolveu. O pré-candidato à governação de Vargas assegura quando ocupou o cargo de coordenador da Comissão de Educação de 'Un Nuevo Tiempo', pôde realizar trabalhos em benefício deste Estado, pelo que um grupo de pessoas lhe sugeriu que ampliasse a sua responsabilidade e compromisso com o município e a comunidade candidatando-se ao cargo de Governador. "O que mais me motivou é o facto de eu ser lutador social e tenho estado ligado a tudo o que está relacionado com a região", disse, assegurando que "há um sentimento de frustração enorme por causa da má gestão que vem caracterizando a governação deste país e de todos os seus recursos." Quanto Vargas, o pré-candidato diz que quer "fazer deste estado uma potência turística." Entre os seus projectos futuros, destaca a criação de condições óptimas para o trabalho social na zona, assim como a implementação dum plano de segurança, no qual as pessoas que fazem a vida no estado possam depositar confiança. Igualmente, ressaltou a necessidade de inovar com um sistema de viário que melhore de maneira significativa aquele a que estão acostumados residentes e visitantes. "O facto termos 200 quilómetros de costa, é algo que me motiva a querer explorar todo o seu potencial turístico. Quero tornar efectivos todos os planos ambiciosos que tenho em torno
"Quero unificar a as comunidades, para que todos sejam uma mesma irmandade”
da saúde, alimentação, pobreza e cultura. Também quero fazer de Vargas um porto livre como noutras cidades do país", acrescenta. Comenta que as comunidades europeias, em especial a portuguesa que reside no Estado, é um dos seus pontos a favor, pois são pessoas que se sentem confiantes por ter um 'compatriota' à frente da governação. Mas o seu principal objectivo são os venezuelanos mais necessitados. "Quero unificar a todas as comunidades, para que todos sejam uma mesma irmandade e que todos os que se dedicam a trabalhar no e para o nosso Es-
tado sejam beneficiados com todos os nossos projectos", diz, observando que "existem muitas necessidades e carências por satisfazer e que as suas intenções são as melhores". Assegura que não há tema que o mantenha mais preocupado que o das acessibilidades, nomeadamente as que ligam a capital com o litoral central, pois o seu principal sustento económico tradicionalmente tem girado em torno da actividade portuária e aeroportuária, o que faz com a deslocação da maquinaria pesada seja permanente a toda hora. "Não quero prometer algo que não vou cumprir, mas esta-
mos estudando a possibilidade da construção de uma via especial para as 'gandolas' que fazem vida económica aqui", adianta, lembrando que já foi possível "ver de perto o quão complicado e tormentoso que foi a construção do viaduto". "Não podemos continuar a esperar que volte a cair ou a deteriorar-se sem tomar as medidas adequadas antecipadamente", diz, sugerindo que "trataria de fazer tudo a curto prazo". Também se encontra entre os seus propósitos a criação de pelo menos três alcaldías no Estado, pois só se conta com uma que não é capaz de dar conta das necessidades dos habitantes. Deste modo, será recuperado o projecto do posto de execução entre Catia la Mar e a via de Mare Abajo, que se encontra abandonado há mais de dez anos. Acrescenta que a Constituição estabelece que cada estado tem o direito e a autoridade para gerir os seus portos e aeroportos de maneira a satisfazer as suas necessidades por meio das grandes importações que se realizam na entidade. "Temos de travar uma luta para tornar realidade o que queremos. A natureza já nos golpeou numa oportunidade e também os maus governos. Este estado é tudo para mim. Quero recuperar a auto-estima do varguense", assegura. Actualmente, além de estar a um passo de começar em pleno a sua campanha política, encontra-se a dar aulas de Práticas Docentes e de História no Instituto Pedagógico de Caracas.
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PS promove uma nova relação com as comunidades De forma a criar uma nova relação com os militantes do PS nas Comunidades, mas também com simpatizantes, associações e todo o tipo de entidades de portugueses no estrangeiro, o Partido Socialista vai passar a enviar um boletim com informação sobre temas relacionados com as Comunidades, designadamente de carácter político e cívico.
O início desta relação com os portugueses da diáspora coincide com a reforma das estruturas do PS no estrangeiro, através da aprovação de um novo Regulamento actualmente em apreciação, de forma a dotá-las de uma maior flexibilidade no seu funcionamento e maior autonomia para as suas iniciativas e tomadas de posição. Segundo José Lello, Secretário Internacional do PS,
com esta iniciativa o partido pretende estar mais próximo dos seus militantes e das Comunidades e apelar também à sua participação, com notícias do seu interesse.Reforça-se assim um elo interactivo aberto e democrático entre o PS a nível nacional, através do Departamento Internacional e de Comunidades, e os militantes e comunidades espalhadas pelo mundo.
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Família Araujo continua à espera dum filho Adoptar na Venezuela é um processo muito longo que ultrapassa os nove meses para a criança chegar ao novo lar
"Pensei que seria mais fácil dada a minha condição de já ter adoptado antes”
Erika Correia
ara muitos leitores do CORREIO, parte da história de Ana Maria Araujo, natural de Santa Cruz, Madeira, já é conhecida. Há dez anos recorreu à adopção porque não conseguia engravidar. No entanto, pouco tempo depois foi diagnosticado paralisia cerebral à pequena filha adoptiva.
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Actualmente, o casal está a tratar de dar um lar a uma criança em situação de abandono. Contudo, esta segunda tentativa para adoptar uma irmã para a sua filha está a quebrar o seu ânimo e esperança, pois as etapas que tem de ultrapassar nesta oportunidade estão a revelarse maiores que as da primeira experiência. Maria Araújo foi deslocou-se à Fundação Amigos da Criança que Amerita Protecção (Fundana) para falar com a pre-
sidente da instituição para saber quais os requisitos necessários e como seria o processo. "Pensei que seria mais fácil dada a minha condição de já ter adoptado antes, mas estava enganada", conta, explicando que "agora exigem tantas coisas que já levaram a minha vontade e a do meu marido a vacilar". A instituição não tem autoridade para entregar crianças para a adopção sem a aprovação do Tribunal de Menores. Entre as outras exigências, relata, está a de ambos pais terem de assistir a quatro sessões com um médico psiquiatra. Depois de ter passado esta etapa, devem frequentar outras quatro consultas com um psicólogo. Depois, um representante da instituição que tem a tutela da criança por ordem do tribunal, deve dirigir-se à residência dos candidatos à adopção para verificar que se trata dum lugar apto para a educação, acolhimento e protecção do menor. "A nossa preocupação é, mesmo que cumpramos com todos os requisitos, nos darem a menina no regime de opção para adopção, isto é, que não seria nossa", disse, esclarecendo que durante todo um ano terão de assistir todos os sábados a reuniões com representantes do Tribunal e da instituição onde a pequena estava acolhida. "E, além disto, não nos asseguram que depois de passado este período possamos mudar o seu apelido, nem tão-pouco deixar-nos viajar, pois estas entidades podem estar à procura de qualquer familiar da menor abandonada", explicou. Acrescenta que se chegasse a aparecer um parente até de quarta geração, este poderia reclamá-la, podendo a criança ser imediatamente retirada do seu núcleo adoptivo. Isto representa um grande
problema para Araújo, já que a sua filha que sofre de paralisia cerebral afeiçoa-se muito rapidamente às pessoas. "Seria um golpe muito duro para a auto-estima de Ana Gabriela. A carga emocional e psicológica seria incrivelmente penosa", antevê. No seio da família só existe confusão e incerteza quando pensa no que poderia acontecer. Ao mesmo tempo, não compreendem como estas instituições são capazes de negar um lar a uma criança que esteja a precisar de afecto, quando eles possuem de todas características necessárias para lhes dar uma melhor qualidade de vida. "Tantos meninos e meninas necessitados e com falta de amor que andam pelas ruas e em vez de facilitarem a sua adopção, colocam entraves para que nos rendamos logo a metade do caminho e desistamos desta bela ideia. Pois se não for através da Fundana, será por outro lado. Eu quero conseguir uma irmã para a Ana Gabriela". Ana Restrepo, colaboradora da Instituição 'Proadopción', comenta que este processo na Venezuela é difícil e incerto, pois geralmente é muito longo: começa com uma série de passos muito básicos e termina apenas quando o Tribunal decreta de adopção, o processo passa para o registo civil e obtém-se a nova cédula de nascimento. "No momento actual, os processos de adopções estão mais difíceis e não sabemos dizer porquê. Tentámos destravar, agilizar e optimizar todo o processo, mas os obstáculos não vem com nós, senão que das entidades governamentais. Em todo o país há gabinetes estatais de adopção, mas em nenhum se cumpre o processo com satisfação".
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PARTICIPAÇÃO
A URORA VIEIRA
Faleceu
O Correio da Venezuela cumpre o doloroso dever de participar o falecimento na Madeira da Srª Aurora Vieira, mãe do nosso Amigo Jorge de Freitas, a quem apresentamos os mais sentidos pêsames. O funeral realizou-se na passada terça-feira, com funeral de corpo presente na capela do cemitério municipal da Camacha. Caracas, 14 de Fevereiro de 2008
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'Globovisión' polariza atenção dos venezuelanos
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Elizabeth De Ornelas edeornelas@gmail.com
as ruas da Venezuela voltam-se a escutar vozes a favor e contra o possível encerramento que o Governo do presidente Hugo Chávez quer impor ao canal de notícias 'Globovisión'. Funcionários do Executivo e Legislativo nacional, têm-se dirigido, em diversas ocasiões e de forma ofensiva, à estação de televisão e aos seus trabalhadores, classificando-os como "canal golpista", "terroristas" e "traidores à pátria". Inclusivamente, o ministro de Interior e Justiça, Ramón Rodríguez Chacín, alguns deputados da Assembleia e até o primeiro mandatário, ordenaram à Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações) que investigue o meio de comunicação so-
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cial, pedindo que lhe seja aplicada uma "verdadeira sanção". Partidários do Governo, há mais de uma semana, ameaçaram empreender uma ofensiva contra o canal. Esta segunda-feira, 11, um grupo de pessoas aproximou-se das instalações da estação, enquanto que outro se juntou na Fiscalía, entoando o slogan "Agora é a vez da Globovisión", numa alusão ao que ocorreu em Maio do ano passado com a Radio Caracas Televisión. Os manifestantes exigiram ao responsável do Ministério Público para que investigue o canal por "manchar o nome do Presidente da República". Do lado da defesa da 'Globovisión', um grupo de pessoas da grande Caracas mobilizaram no sábado anterior para organizar uma concentração junto da sede do canal como forma de oferecer seu apoio contra o en-
FOTO: CORTESÍA EL UNIVERSAL
Partidários do Governo pedem o encerramento do canal enquanto defensores deste apelam ao respeito da liberdade de expressão e informação
Um grupo de pessoas mobilizaram no sábado anterior para oferecer seu apoio
cerramento desta, recolhendo assinaturas e expressando o desejo de que esta estação continue "informando o que realmente acontece no país". Marta Palma Troconis, repórter deste órgão, assegurou que, pela primeira vez em nove
anos de ameaças por parte do Governo, os trabalhadores estão a sofrer com a incerteza que paira sobre o destino que possam vir a ter. "Dá-nos muita tranquilidade que seja maior o número de pessoas que nos apoiam que aquele que nos é adverso".
Indicou que um grupo em representação dos empregados do canal vai reunir, proximamente, com a consultora jurídica para conhecer realmente em que situação se encontram, de forma também a poderem assim planificar que mecanismos podem activar para defender a liberdade de expressão. O director de Globovisión, Alberto Federico Ravell, expressou que continuará trabalhando pese a possibilidade de o Governo de Hugo Chávez decidir encerrar o canal pela força. Acrescentou que os directores do canal "estão preocupados e expectantes quanto ao destino de quase 400 empregados e de 26 milhões de venezuelanos que ficariam sem informação de nenhum tipo, já que realmente o único canal que transmite tudo o que se passa na Venezuela é o nosso". PUBLICIDADE
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Um só conselheiro para 13 estados Carlos A. Balaguera
epois de uma reunião de cerca de três horas com o Cônsul Geral de Valência, Rui Monteiro, os conselheiros Rui Urbano, Marcelino de Canha e Manuel Martins Pereira foram entrevistados pelo CORREIO de Venezuela. À pergunta se estavam de acordo que, para o circuito eleitoral correspondente ao Consulado Geral de Valência, que cobre 13 estados na Venezuela, era suficiente um só conselheiro, o conselheiro Rui Urbano respondeu que esta determinação foi tomada pelo secretário de Estado das Comunidades e que a pergunta deveria ser-lhe colocada. Sobre a metodologia a utilizar para eleição dos candidatos, Rui Monteiro enfatizou que depois de serem emitidos os ca-
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Conselheiros reuniram com o cônsul de Valência
dernos eleitorais, os quais se vão conhecer a partir do dia 20 deste mês, todos os inscritos que tenham 18 anos ou mais têm direito de voto. É necessário que os candidatos obtenham 2% das assinaturas. Neste caso, o Consulado Geral de Valência precisa de cerca de 250 assinaturas para optar pe-
lo cargo de Conselheiro. Ainda segundo Rui Urbano, qualquer português que exerça algum cargo público, como o de Cônsul Honorário, não pode candidatar-se. Caso seja presidente de uma câmara (de comércio), visto que não se trata de um cargo público, não há impedimentos à candidatura.
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Secção da Cavenport toma posse em Aragua No próximo 21 de Fevereiro, o Estado Aragua contará com uma secção da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (Cavenport). José Luis Ferreira dos Passos, presidente nacional deste entidade associativa, vai estar presente no acto de tomada de posse da direcção, o qual será levado a cabo na Casa Portuguesa de Maracay, pelas 20 horas. A secção de Cavenport de Aragua estará presidida por Juan Macrino Díaz. Na direcção será acompanhado pelo vice-presidente, João Manuel Andrade; segundo vice-presidente, José Miguel Marques; e secretário-geral, José Enrique de Abreu. A direcção deste organismo associativo contará ainda com empresários e comerciantes, de reconhecido meritório no mercado regional. Cavenport Aragua é a segunda secção a ser criada no país no âmbito do projecto de descentralização deste organismo nacional, que procura assim garantir maiores feitos para a comunidade empresarial portuguesa e luso-descendentes.
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Seniat esclarece normas do ISRL
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Nenhuma câmara luso-venezuelana esteve presente nas sessões de esclarecimento Tomás Ramiírez
Gerência de Tributos Internos, adstrita ao Serviço Nacional Integrado de Administração Aduaneira e Tributária (Seniat) da região zuliana organizou uma série de encontros com as câmaras empresariais que estão ligadas à entidade com o fim de dar a conhecer os detalhes da declaração e pagamento do Imposto Sobre a Renda (ISRL). De acordo com uma nota de imprensa do Seniat, a intenção dos encontros é informar, de maneira oportuna, os empresários sobre os alinhamentos da nova norma em matéria de facturação contemplada na providência n. 591. A gerente tributária Karla Oberto indicou que a Divisão de Assistência ao Contribuinte desta entidade tributária encontra-se à disposição dos empresários para
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U organismo encontra-se à disposição para transmitir qualquer informação
transmitir qualquer informação relativa aos pormenores da nova resolução, assim como actualizálos em relação ao ISRL. A Câmara de Industriais do Estado Zulia e a Associação de Industriais e Comerciantes de Lagunillas (ACIL) foram alguns dos organismos que receberam este tipo de palestras informativas. Representantes de ambas as organizações assinalaram que entre os pontos focados nesta palestra informativa destacaram-se a nova facturação, deduções tributárias e a correcta introdução de informação nos formulários. Indicaram também que não contam com nenhum empresário ou industrial português entre os seus associados. Por seu turno, a Câmara de Comércio e os Serviços do estado Zulia (UCEZ) assinalou que o Seniat não a convocou para acordar as possíveis datas de apresen-
tação desta palestra. Até ao momento, a Câmara Venezuelana Portuguesa (Cavenport) não foi convocada pelo organismo para assistir a estas sessões informativas, isto porque actualmente não existe uma secção desta entidade no estado Zulia. José Luís Ferreira, presidente desta associação, declarou ao CORREIO que já se iniciaram as conversações com os comerciantes e empresários luso-venezuelanos deste importante estado do país para criar uma secção da câmara naquela entidade. "Vamos ter representação dentro de pouco tempo, quem sabe dentro de dois ou três meses". O dirigente daquela entidade comercial afirmou que a criação da secção em Zulia é mais um passo até ao processo integrador das câmaras de Carabobo e Caracas, que se iniciou em Outubro de 2007. PUBLICIDADE
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REPORTAGEM
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CORREIO DA VENEZUELA 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
Os materiais que usão para bordar não são os originais portugueses
Agora existem demasiados tapetes industrializados, fabricados na China
Um cultura em vias de extinção
Tradição de elaborar faustosos tapetes que decoravam palácios, igrejas e grandes hotéis está desaparecendo Erika Correia
ortugal sempre foi conhecido por oferece uma grande variedade de produtos artesanais, cujo valor sentimental e cultural é incalculável. Um dos exemplos da arte popular deste país ibérico é oriundo da região do Alentejo: os tapetes de Arraiolos. Muitas das peças elaboradas através desta técnica de bordado de ponto, serviram para adornar grandes palácios, hotéis elegantes, igrejas e casas senhoriais. Não obstante, apesar de que com o tempo este artesanato conseguiu ser acessível a todas as pessoas, o fabrico tradicional dos tapetes de Arraiolos feito à mão por bordadeiras especialistas está a um passo de perderse. Para Fernanda Da Silva e Ana Rosa Rodrigues, bordadeiras profissionais de tapetes de Arraiolos radicadas na Venezuela, esta tradição cultural que, de acordo com algumas fontes bibliográficas, data do século XVI, vem perdendo a sua essência. E, acrescentam, está ficando cada vez mais difícil encontrar em Portugal peças elaboradas através desta técnica. "É um trabalho muito bonito
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porque tudo é realizado à mão, é fácil bordar sem ter nenhum mas a juventude em Portugal tipo de guia", observa, acrescennão está preservando as tradiçõ- tando que, para além de "ser nees, e, na Venezuela, também nin- cessário muito tempo para fazer guém dá valor a este tipo de tra- um só tapete, é sempre bom balhos", explicam. contar com ajuda de mais uma Os tapetes de Arraiolos são pessoa." elaborados em tela de linho grosQuando veio para a Veneso ou noutro tipo de pano que zuela não trouxe nenhum tipo permita criar com lã de diferen- de material para a continuação tes cores, através da técnica de do trabalho, pois, explica, "não ponto de Arraiolos de cruz, in- sabia se aqui dariam o valor que umeráveis motivos ele merece." Através que variam de acordo dum contacto manticom o engenho das . "A minha filha sabe do com o consulado bordadeiras. ainda chegou a estufazer de tudo, pois Natural de Espindar a possibilidade de ensinei-lhe até a ho, Fernanda Da Silva trazer o material nebordar tapetes" chegou à Venezuela cessário, mas a ideia há 30 anos, em busca não teve pernas para dum melhor futuro andar. Primeiro por para a sua família. falta de tempo e, segundo, porNa sua terra natal, para co- que não acreditava que iria ter laborar com a casa, começou tra- algum êxito com este tipo de trabalhar aos 13 anos numa fábrica balho. de tapetes, onde lhe era pago por "Antigamente davam-lhe vapeça uma determinada quantia lor", lamenta, observando que em dinheiro. Lembra que o dono "agora existem demasiados tada empresa ficava com a maior petes industrializados, fabricaparte dos lucros com a venda das dos na China. À primeira vista peças, as quais vendia muito bem parecem bons, "mas se olharmos devido à excelente mão-de-obra com mais atenção vemos que que dispunha. não são tão perfeitos como os "Tive de aprender muito realizados à mão", avisa. acerca deste ofício quando ainNa sua último viagem a Porda era jovem. Quem se dedica a tugal, observou como a juventrabalhar nisto deve ter muita tude se está distanciar deste ticriatividade e paciência, pois não po de ofícios, já que preferem
dedicar-se mais aos estudos do que em abraçar uma profissão antiga, que também serve para preservar as tradições que caracterizaram os pais e avós. "Parece-me bem que estudem, mas deviam aprender a bordar também", refere Fernanda Da Silva, salientando a importância de "conservar uma cultura" e impedir que "uma arte tão bonita desapareça". Ao contrário da colega, Ansa Rosa Rodrigues, também natural de Espinho, dedicou um pouco mais do seu tempo a esta arte, pois, assegura que ela lhe traz muito boas recordações da sua juventude, mantendo-a ocupada. "Desde muito jovem dediquei-me a isto", assegura, contando que esteve trabalhar numa fábrica durante dez anos até que o patrão lhe deu a oportunidade de expor os tapetes na montra. "Significou muito para mim, porque queria dizer que eram dos melhores". Concorda com Santos a respeito da perda da tradição portuguesa, em especial no caso dos tapetes. Ainda que não se tenha dedicado de maneira completa a este trabalho, continua realizando peças. O lucro não é o objectivo. É também uma forma de manter a mente ocupada e não
perder o jeito à coisa. "Agora só realizo almofadas e revestimentos destas para oferecer aos meus familiares e amigos. Os tapetes são muito grandes e já não tenho tempo para os fazer". Desde a sua chegada à Venezuela, há 36 anos, trabalha com emprega de limpeza num edifício situado na urbanização Cumbres de Curumo, pelo que o seu gosto pelo bordado se viu limitado. "A minha filha, que vive ainda comigo, sabe fazer de tudo, pois ensinei-lhe até a bordar tapetes", diz. Além disso, realizou muitos cursos de trabalhos manuais, explica, dizendo que se sente "encanta" por saber que a filha sabe fazer o que a mãe fez "durante toda a sua juventude". Aproveitando a entrevista com o CORREIO, Rosa Rodrigues apelou aos jovens lusitanos para que se "aproximem das suas raízes culturais e para recuperarem as suas tradições e as dos seus familiares". "É uma lástima que isto se perca", disse, notando que até os seus trabalhos estão sofrer as consequências deste desprendimento. "Os materiais que uso para bordar não são os originais portugueses, e, logo, não possuem a mesma qualidade".
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Influência religiosa de duas nações presente na fé dos sacerdotes
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A devoção dedicada às padroeiras de Portugal e Venezuela tem sido partilhada com os paroquianos Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
m tempo de Quaresma e em sintonia com os costumes católicos e cristãos da comunidade portuguesa, o Correio indaga como os representantes de Deus na terra encontram nas suas raízes e vivências a melhor forma de levar a cabo o ofício de ajudar os outros. Os valores religiosos, tanto de Portugal como da Venezuela, estão unidos no coração dos sacerdotes luso-descendentes, os quais demonstram que 'fé move montanhas, ultrapassa fronteiras e vai mais além das nacionalidades. Alexandre Mendonça, pároco da Missão Católica Portuguesa, cuja igreja está situada em San Bernandino, Caracas, afirma que as tradições religiosas da sua terra natal, freguesia de São Pedro, Funchal, fazem parte das suas "raízes e do amor pela minha terra". Mas as que foram assumidas na Venezuela, explica, "enriqueceram a minha carreira sacerdotal e o caminho como crente". Mendonça, que está há 40 anos na terra de Simón Bolívar, assegura que na sua vida "tem sido tão importante a Virgem de Fátima e Nossa Senhora da Conceição como La Dolorosa e La Coromoto". De igual modo, referiu que, como estas santidades, também ocupa um lugar especial Nossa Senhora del Carmen, cujo dia de aniversário, a 16 de Julho, se realizou a
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sua ordenação como sacerdote. Para o sacerdote, dar esse passo "foi muito mais belo porque Deus quis que o desse no dia da Virgem del Carmen, a qual é uma santa muito querida na Venezuela" (representa o amor maternal e a honestidade). "Os sacerdotes portugueses sentemse consagrados porque sabem, por experiência, que a devoção vai mais além das nacionalidades", diz, explicando que a Nossa Senhora da Conceição "é uma bênção para Portugal pois é a sua Padroeira, mas também é muito especial para a Venezuela", mas especificamente em Petare, paróquia de Caracas, onde é a santa mais venerada. Nesta paróquia trabalha o sacerdote Armelin de Sousa, que chegou à Venezuela com seis anos proveniente da Madeira. O padre explica que na igreja Dulce Nombre de Jesús se sente contente "por partilhar com a comunidade, especialmente aqueles que têm menos recursos, pois eles são ricos em fé e procuram sem cessar um novo horizonte, assim como os nossos pais procuraram um na Venezuela". Para o padre Armelin (cuja mãe faz anos a 8 de Dezembro, 'Día de la Concepción'), faz parte do nosso dever como sacerdotes unir os povos mediante a devoção religiosa", ideia que seguem outros sacerdotes luso-venezuelanos como Orlando Gomes, António de Nóbrega e Daniel Inácio.
Unidos pela devoção Eduardo Gonçalves, pároco da Igreja Santa Inês, em Cumaná, nasceu em Guarenas, estado Miranda. A sua mãe é venezuelana e o padre é oriundo da freguesia do Curral das Freiras, Madeira. Afirma que "ser sacerdote luso-venezuelano é uma responsabilidade, porque devemos levar o estandarte dos valores religiosos de ambos países". Assegira que sentiu muito orgulho quando foi ordenado como sacerdote a 13 de Outubro de 2001, aniversário da última aparição da Virgem de Fátima, símbolo sagrado das suas raízes e que celebra cada ano na sua terra, Venezuela. David Rodrigues, sacerdote da igreja San José de Chacao, em Caracas, foi ordenado em 2005 na
Ermita de San Bernandino, também numa data da Fátima: a 13 de Maio, dia da primeira aparição. "O nosso trabalho é mostrar que assim como sentimos amor por diferentes virgens e santos, devemos senti-lo pelo próximo, ainda que com diferentes credos e ideologias", assegura o padre, que nasceu em Caracas, mas cujos pais vieram do Arco da Calheta, na Madeira. Para Rodrigues, ser um sacerdote luso-venezuelano motivou-o "em promover entre todas as raças e nacionalidades a união e o amor". Seguindo o que diz as Sagradas Escrituras, Génesis 1:31 e João 13: 34-35, "o sonho de ouro e o plano de Deus, desde o início da criação, é a civilização do amor".
“As tradições religiosas assumidas na Venezuela enriqueceram a minha carreira sacerdotal” PUBLICIDADE
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História de Vida
Faustino da Silva Abreu Estreito do Câmara do Lobos
"Instalei antenas por toda a Madeira" Tomás Ramírez
pai de Fautino da Silva Abreu morreu quando ele era ainda muito jovem. Por isso foi criado pela mãe, que se encarregou sozinha dos dez filhos. "Durante a minha infância tive que trabalhar porque era preciso arranjar comida para casa", conta, lembrando que a irmãs e a mãe faziam bordados, enquanto ele dava voltas por toda a ilha à procura de matériasprimas e a fazer entregas. Estudou apenas até à quarta classe, já que não havia recursos económicos para suportar os custos das lições. "Eu queria continuar, já que um professor amigo incentivou-me e disse-me que ele podia pagar os estudos", explica. No entanto, era preciso ir para a cidade do de Funchal para prosseguir os estudos, o que era um incómodo para a família. "A minha mãe disse então: "Dá graças a Deus por teres chegado à quarta classe, pois nenhum dos teus irmãos pôde fazêlo." Aos 12 anos disse à mãe que precisava de começar a ganhar dinheiro. Começou então a trabalhar numa empresa chamada "Casa de Rádio", onde foi encarregado de instalar antenas por toda a ilha da Madeira em cima
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de uma bicicleta. "O trabalho que desempenhei foi muito bom. Tanto assim foi que estive na empresa até que me tocou cumprir o serviço militar", recorda. Dada a experiência que tinha em telecomunicações, Faustino Abreu foi enviado para o batalhão de transmissões de artilharia, em São Martinho, onde estava instalada uma bateria antiaérea. "Não foi difícil adaptarme", conta, pois o quartel estava a apenas quatro quilómetros do sítio onde foi criado e o ambiente da zona era também rural. Depois de terminar o serviço militar, decidiu emigrar para a ilha de Curaçao, a bordo do navio Santa Maria. A viagem durou oito dias de "pura beleza". A nave parecia uma cidade por dentro, descreve, observando que o conheceu na sua totalidade, desde a sala de máquinas até coberta. "Foi uma experiência inesquecível", diz. Em Curaçao esteve um período relativamente longo. "Frequentei uma escola de idiomas para aprender castelhano, inglês e 'papiamento', enquanto trabalhava como barman num hotel chamado Hotel Ávila", conta, explicando que mudou depois para as mesas depois de ter dito ao patrão que "não gostava de trabalhar no meio das bebidas alcoólicas".
“Tinha de vir para Venezuela pois teria mais oportunidades para estabelecer-me e de ter o meu negócio"
Foi só passados alguns anos que decidiu vir para a Venezuela a trabalhar no negócio do irmão. Veio para Caracas, mais precisamente para a zona de Colinas de Bello Monte, onde ele tinha uma mercearia. "O patrão que tinha em Curaçao ficou chateado por me vir embora, mas disse-lhe que tinha de vir para cá pois teria mais oportunidades para estabelecer-me e de ter o meu negócio". Comprou a parte da sociedade ao sócio do irmão, que quis sair da após um problema motivado por "tontices". "Um dia
abri o 'abasto' às seis da manhã, descansei a mercadoria, e tomei uma cerveja porque estava cansado de trabalhar desde as três a comprar os víveres no Mercado de Coche. Ele viu que estava a tomar e não gostou. Depois disse que ia embora e ofereceu a outra parte do negócio. Nesse momento, chamei o meu primo para lhe pedir o dinheiro e foi nesses instante que me converti num dos donos do abasto". Depois decidiu chamar uma "rapariga muito bonita que tinha conhecido através dum amigo, na ilha da Madeira". Casou-se e
do matrimónio nasceram "quatro maravilhosos filhos, dos quais três são mulheres". Actualmente trabalha com o filho "ombro a ombro" no mesmo abasto. "Eduquei o rapaz numa escola militarizada porque se ensinam valores importantes como o respeito e a disciplina. Quando saiu, ao quinto ano, disse-me que queria fazer parte do negócio familiar. E aceite". Agora o estabelecimento é uma loja de bebidas remodelada com a qualidade própria dos negócios que estão instalados nos aeroportos.
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CULTURA
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Participação activa na procissão da Virgem Comunidade portuguesa adoptou como sua a peregrinação da Divina Pastora Trinidad Macedo
Divina Pastora, padroeira do Estado Lara, continua em peregrinação por todas as paróquias da região e, ainda que já tenha visitado a igreja da comunidade de San José, os seus habitantes já começaram a organizar o programa de preparativos da Procissão da Virgem do próximo ano. Esta manifestação religiosa, que é uma das mais concorridas do país, une todos os membros das comunidades sem distinção de classes, nacionalidade ou idade, e os portugueses, em cujas raízes sempre esteve presente a fé a devoção à Virgem, não são excepção. Maria da Conceição de Goncalves, que nasceu na cidade de Barcelos, Portugal continental, e está radicada em Barquisimeto, estado Lara, é uma entusiasta crente da Divina Pastora. É por esta razão que, desde há 14 anos, vem convocando os inquilinos do centro comercial que administra para contribuir com uma pequena ajuda para o condomínio com o fim de juntar os recursos eco-
A
nómicos que permitam contratar o grupo folclórico, comprar fogo artificial, flores e outros enfeites necessários para dar as boas vindas à Virgem aquando de nova passagem pela paróquia. Durante a presença de Padroeira de Lara na igreja de San José, serão celebradas missas em honra da Mãe de Cristo, mas também será promovida uma festa nas imediações onde os presentes poderão desfrutar das apresentações de artistas locais e danças folclóricas. Um espectáculo de fogos artificiais encerra as celebrações. A igreja vai ser adornada com arranjos florais, que são realizados desde há quatro anos pela senhora Teresa da Silva, uma filha de madeirenses. A devoção à Divina Pastora data desde o ano 1812. Lara, tal como outros Estados do país, sofreram as consequências dum terramoto. Este fenómeno natural destruiu o templo da povoação de Santa Rosa, onde se encontrava a imagem. No entanto, esta ficou intacta por entre os escombros da capela. À povoação larense é também atribuído o milagre do fim
Durante a presença de Padroeira de Lara na igreja de San José, são celebradas missas em sua honra
da epidemia de cólera, após o padre José Macario Yépez ter rogado à Virgem que fosse ele a última vítima desta terrível doença. O morreu aos seis meses, a 16 de Junho de 1856. Desde esse ano, o povo la-
rense iniciou a peregrinação da Divina Pastora todos os 14 de Janeiro, desde a povoação de Santa Rosa até as paróquias 'barquisimetanas'. Este ano cumpriu-se a 156ª visita. Quase no final do per-
curso da visita está a paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, a qual foi construída pela comunidade portuguesa. E, cada ano que passa, cada vez mais pessoas oriundas de todo o país se junta às celebrações.
Poucos grupos interessados no 23º Festival de Folclore Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
19 de Abril, na sede do Centro Marítimo da Venezuela (CMV), em Turumo, realizase o 23º Festival de Folclore Português, onde grupos luso-venezuelanos de todo o país se vão reunir para mostrar o melhor das danças próprias de Portugal. A deste ano actividade será dedicada a São João. A presidente do grupo folclórico
A O evento passado terminou 16 horas depois do início
deste centro e organizadora do festival, Fátima Carreira, observou que a 24 de Fevereiro, pelas 14 horas, no clube, terá lugar a segunda e última reunião para sortear a ordem de apresentação dos grupos e determinar número de grupos que assistirão ao evento. Carreira indicou ainda que foram convidados 23 grupos de toda a Venezuela. No entanto, a maioria destes mostrou-se relutante em participar. "Talvez por falta de dinheiro ou por
causa do que aconteceu no passado, quando o evento terminou 16 horas depois do início do espectáculo", observou. Dos 23 agrupamentos que participaram na edição de 2007, apenas 11 confirmaram até ao momento a sua presença no festival deste ano. No entanto, a presidente do grupo de Turumo disse que esperava a vinda de mais. Neste sentido, convidou os interessados em participar na próxima reunião.
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Folclore luso triunfa no Carnaval de Carirubana
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Edgar Barreto de Gouveia ebarreto@correiodevenezuela.com
Instituto de Cultura do município Carirubana galardoou as melhores comparsas, disfarces e 'carrozas', tanto nas categorias de infantis como de adultos, no passado sábado, 9 de Fevereiro, nas instalações do estádio Tata Amaya, situado na zona de estacionamento, no Estado Falcón. A comunidade luso-venezuelana conquistou os prémios do segundo lugar, graças à actuação do grupo folclórico 'Nova Geração', cuja 'carroza', denominada "Madeira eterna Primavera", se destacou dentro da categoria de adultos, enquanto que o grupo folclórico 'Encantos de Portugal' sobressaiu com "El agricultor paraguanero", na infantil. Ambos grupos asseguraram ter ficado satisfeitos com os prémios, os quais consideram um junto reconhecimento pelo trabalho feito com os seus respectivos carros alegóricos. 'Nova Geração' recebeu 8 mil bolívares fortes, e 'Encantos de Portugal' 2 mil. Para o Instituto de Cultura foi uma grande satisfação que ambos grupos tivessem participado nos Carnavais turísticos de
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"Madeira eterna Primavera", se destacou dentro da categoria de adultos
"Estamos resgatando o Carnaval"
Carirubana deste ano. Além da 'carroza Madeira eterna primavera', o grupo 'Nova Geração' (que conquistou o terceiro lugar em 2007) participou na categoria infantil com o carro alegórico "O Brinquinho". Na classificação de disfarce adulto inscreveu-se a madrinha deste grupo, Neirimar Sousa, com o traje de "Borboleta", e na infantil, apresentou-se a pequena representante de 'Nova Geração', Andreina Alves, com a "Ada de Primavera".
Por seu turno, 'Encantos de Portugal', na categoria adulta de 'carrozas', mostrou "Lembranças da nossa terra", com a apresentação de um barco moliceiro. José de Oliveira, presidente do grupo folclórico 'Nova Geração', expressou ao CORREIO que a participação foi uma experiência enriquecedora. "Estamos resgatando o Carnaval e o nosso grupo é vencedor pelo segundo ano consecu-
tivo", observou, sublinhando que para o próximo ano vão tentar o "primeiro lugar". Acrescentou ainda que "o importante para nos não era ganhar, mas sim estar presente e representar a comunidade". O dirigente explicou que, para poder participar no evento carnavalesco, "todo o grupo e seus representantes estiveram quatro dias a trabalhar para mostrar as virtudes da bela ilha da Madeira na 'carroza'".
"Cheguei a agente sem dar-me conta"
om apenas 24 anos, David da Silva Caldeira conseguiu, através da sua "experiência profissional", levar o grupo TREO a lançar a sua primeira produção discográfica, que carregada dum género musical próprio, está conquistando o público juvenil da Ve-
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nezuela. Este filho de madeirenses naturais da Calheta, assegura que o mundo do espectáculo sempre lhe chamou à atenção, mas confessa nunca imaginou que chegaria a ser a base principal dum projecto que já começa a colher êxitos. "Eles são meus amigos há muitos anos e sempre tinham cantado juntos, mas nunca a nível profissional. Um dia pude vê-los actuar num espaço nocturno e gostei muito do seu estilo musical. Logo que tive a oportunidade, propus-lhes a formação de um grupo comigo como agente", recorda Caldeira. Foi com a ajuda de Daniel Espinoza, produtor que tem trabalhado com diversas estrelas do mundo do espectáculo nacional e seu velho amigo, e de alguns executivos do grupo Calle Ciega, que deu a conhecer o potencial dos TREO.
Por seu turno, Maria Ruela, presidente do grupo "Encantos de Portugal", indicou que a 'carroza' apresentada tinha como finalidade fazer uma homenagem ao trabalhador da terra de Paraguaná, a qual tem boas potencialidades para cultivar batatas, melão e 'patilla'". No domingo, 10 de Fevereiro, o grupo 'Nova Geração' mostrou as suas criações de Carnaval na 'octavita' que levou a cabo no Centro Português de Punto Fijo. PUBLICIDADE
"Depois que os escutarem, disseram-me que a 'vibra' que transmitiam era incrível e contagiosa. Foi nesse instante que ganhei confiança quanto ao passo que teria de dar para me tornar no seu produtor executivo". Foram precisas muito poucas audições para que surgisse a oportunidade de realizar a sua primeira produção discográfica, intitulada "TRES ORIGENES", na qual se podem apreciar uma fusão de ritmos latinos. Actualmente contam com mais de 4 mil CD's vendidos desde o seu lançamento. Em Novembro do ano passado, o agente esteve na Madeira com o grupo nas apresentações levadas a cabo no Ark Café, situada na Calheta, e nas duas realizadas no El Mexicano, no Funchal, onde a assistência de espectadores foi massiva. "Foi uma experiência bem bonita tê-los levado a Portugal para que os conhecessem".
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Cortejo de Carnaval cada vez melhor
Cerca de sete centenas de figurantes desfilaram num certame que é já cartaz nesta quadra de folia.
rganizado uma vez mais pela Casa do Povo de Santa Cruz, em parceria com a Junta de Freguesia local e com o apoio do município, o Carnaval 2008 atraiu novamente as atenções de locais e visitantes. Uma vez mais 'a prata da casa' assumiu papel preponderante na dinamização desta festa de cariz popular, onde, para além dos grupos organizados, desfilaram também lugar foliões individuais. O início do desfile ocorreu pelas 16h30 jun-
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to ao Centro de Saúde, percorrendo depois as principais artérias da 'baixa' santa-cruzense, com os foliões a 'descerem' junto ao 'Vila Galé', seguindo pela frente de mar [Rua da Praia] até à praia das Palmeiras. Participaram as trupes da Banda Municipal, da Santa Casa da Misericórdia, da Casa do Povo e dos Escuteiros de Santa Cruz, assim como dos escuteiros do Caniço e da Banda Filarmónica do Caniço e Eiras. Também a Banda de São Lourenço (Camacha) e dois grupos de Gaula emprestam o seu contri-
buto, enquanto, 'vindas de fora do concelho', estarão a trupe 'Gestão Social e Família', de Câmara de Lobos, e a 'cabeça de cartaz' Associação de Animação Geringonça. Muito se riu na Camacha. O cortejo, que percorreu o Largo da Achada, teve muito de trapalhão, sobretudo com a eleição da 'Miss Camacha'. Também houve lugar para a sátira, com 'Os agarrados... à carteira e ao poder', presos a um cigarro gigante. Depois de dois inspectores da 'ASAE', uma roleta criticava a confusão que gerou a aplicação
da lei do tabaco nos casinos. O batuque dos tambores, inspirado no samba brasileiro, contagiou toda a baixa santa-cruzense. Ontem, esta cidade foi invadida por palhaços e pelo Aladino e o seu harém repleto de mulheres. A 'Malta do Furor', associação recreativa da Achada de Gaula com dez anos de existência, trouxe a África a Santa Cruz. Actualmente com 85 foliões, o desejo de Clévio Nóbrega, um dos sócios fundadores, é aumentar para cem, no Carnaval de 2009.
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SANTA CRUZ
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FINAL do concurso
"Vozes de Santa Cruz" Depois do grande espectáculo que levou, este fim de semana, centenas de pessoas a Santa Cruz, o júri chegou à difícil conclusão de escolher os três vencedores deste ano das "Vozes de Santa Cruz". Entre os seis concorrentes que foram à final, disputada no centro da cidade, a 13 de Janeiro, a principal felizarda foi Telma Silva, que arrecadou o primeiro prémio, seguida de Ana Silva e de Lília Silva., que ocupou o terceiro lugar do pódium. A noite foi também embelezada pelas vozes de Sofia Petito, Sílvia Freitas e
Carlos Cravo, que completaram, com as três primeiras classificadas, o leque de concorrentes que ajudou a abrilhantar ainda mais as Festas de Santo Amaro. Destaque-se que durante os últimos dias a tenda montada no mercado municipal foi sempre muito procurada pelos munícipes e não só, que se juntaram, de certa forma, à última das Fesas de Natal, que tem trazido, ano após ano, a esta cidade e a este concelho, milhares de pessoas, como aconteceu, inclusivamente, no passado sábado, com a actuação dos "Encontros da Eira".
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O "Serviço Diplomático Português do 25 de Abril à Actualidade e Perspectivas de Futuro" é o tema do colóquio que decorre quinta-feira, 14, no parlamento, a inaugurar pelo presidente do legislativo e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Breves
20 condutores detidos Vinte condutores foram 'apanhados' com valores superiores a 1,20 g/l de sangue durante a Operação 'Carnaval em Segurança'.De 31 de Janeiro a 6 de Fevereiro a PSP realizou 15 Operações 'Stop' e
submeteu 521 condutores ao teste de álcool.486 apresentavam valores inferiores a 0,5 g/l. A falta de cinto de segurança dominou as infracções ao Código da Estrada.Vinte pessoas foram detectadas sem cinto, dez veículos não tinham inspecção periódica e sete condutores utilzaram o telemóvel durante a condução.Durante o período de Carnaval 166 elementos policiais e 56 viaturas reforçaram o policiamento e efectuaram 31 detenções.
Trabalhadores das Lajes “têm razões de queixa” A delegação portuguesa na comissão do acordo de defesa entre Portugal e Estados Unidos deu o seu apoio aos trabalhadores civis da Base das Lajes, considerando que têm razões de queixa dos Estados Unidos. "Há razões de queixa dos trabalhadores portugueses, que são compreendidas por Portugal. Portanto apoiamo-los", declarou o chefe da
Mais despesa na saúde As despesas de saúde em Portugal devem aumentar o seu peso na riqueza produzida anualmente em dois pontos percentuais até 2050, de acordo com as projecções
delegação portuguesa na comissão bilateral permanente, Vasco Bramão Ramos, aos jornalistas, na Assembleia da República. Vasco Bramão Ramos após ter sido ouvido na Comissão de Negócios Estrangeiros sobre a situação laboral das centenas de trabalhadores civis da Base das Lajes, nos Açores, numa audição pedida pelo Bloco de Esquerda (BE). citadas pelo Tribunal de Contas no seu parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2006. Ao longo dos anos, a despesa total em saúde tem vindo a aumentar devido ao crescimento da esperança de vida, o rendimento médio per capita, o progresso tecnológico e científico, bem como o alargamento da oferta e a melhoria da qualidade da cobertura pública de cuidados de saúde, diz o Tribunal.
Benefícios fiscais dos constribuintes em queda Os benefícios fiscais que o Estado dá aos contribuintes portugueses têm vindo a diminuir desde 2002, segundo o Tribunal de Contas, a uma taxa média de 5,2% ao ano. As contas fazem parte do parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta Geral do Estado de 2006 e mostram que nesse ano o Estado gastou perto de 900 milhões de euros em benefícios fiscais. Em 2002 tinha gasto perto de 1.100 milhões de euros com os benefícios fiscais.A justificar essa queda esteve, sobretudo, a
despesa fiscal com o Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS), que só em 2006 baixou 21,4%, dada a eliminação dos benefícios com as contas Poupança Habitação e Planos Poupança Reforma. O Tribunal de Contas nota ainda que o governo continua a não apresentar informação sobre os benefícios fiscais do Imposto de Selo e que mantém a insuficiência na desagregação dos benefícios em sede de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas (IRC).
^ åçî~ P I K M W P E ä łç éçÇÉ íê~åëÑçêã~êJëÉ åìã~ ¼ T I V W I K Y M ä łç ~çë àìÞòÉë Éã îÉò ÇÉ V I W T S R W E F M P M ^E ä łç?K
Juízes temem “perseguição” Lei de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado pode colocar "problemas graves de independência dos tribunais e dos juízes no acto de julgar. presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses alertou no início desta semana, em Coimbra, que a nova Lei de Responsabilidade Civil Extracontratual do Estado pode colocar "problemas graves de independência dos tribunais e dos juízes no acto de julgar". O diploma estabelece que o Estado e as regiões autónomas são "civilmente responsáveis pelos danos anormais que, para os direitos ou interesses legalmente protegidos dos cidadãos, resultem da omissão de providências legislativas necessárias para tornar exequíveis normas constitucionais, de direito internacional ou de direito comunitário, ou normas contidas em acto legislativo de valor reforçado". António Martins, que intervinha numa tertúlia sobre o tema, promovida pela República do Direito de Coimbra, considera que a nova legislação pode transformar-se numa "perseguição aos juízes em vez de responsabilização".
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"Se o juiz estiver sujeito a que todas as partes que perdem comecem a pedir acções contra o Estado é óbvio que a perspectiva de exercício de funções com o princípio da responsabilidade seria colocado em causa", afirmou o dirigente sindical. "Toda a interpretação do diploma deve ser, a meu ver, que o juízes só devem responder pela violação concreta dos seus deveres profissionais e não por erros ou perspectivas de considerar correctas ou incorrectas as suas decisões em termos jurídicos", acrescenta António Martins. O presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses considera que o "diploma está demasiado amplo, não é suficientemente concretizador, e isto porque não houve preocupação do legislador de definir e limitar bem os casos de responsabilidade civil dos magistrados". "Isto a meu ver não é a concretização daquele princípio geral e constitucional que expressa o sentido da irresponsabilidade, excepção é que deve ser devida-
mente concretizada", disse. Para António Martins, a responsabilidade dos juízes não devia estar na lei mas sim nos estatutos, defendendo que os "que dolosamente não cumprem as suas funções devem ser responsabilizados". O dirigente sindical teme que, dentro de algum tempo, comecem a chover "pedidos de indemnização à americana" e apontou como prenúncio o caso da agressão ao deputado socialista Ricardo Bexiga, que ameaçou processar o Estado por "não ter sido feita eventualmente uma boa investigação". A Lei foi aprovada na Assembleia da República a 11 de Outubro, com a abstenção do PSD, depois de um primeiro veto do Presidente da República, e publicada em Diário da República a 31 de Dezembro de 2007. Cavaco Silva tinha advertido para a possibilidade de se gerar uma sobrecarga sobre o aparelho judiciário e graves problemas de funcionamento da Administração Pública.
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O Instituto Nacional de Estatística revelou que o número de casos de sida diagnosticados diminuiu entre 2000 e 2006, mas a Liga Portuguesa contra a doença diz que recebe cada vez mais pedidos de apoio.
Taxa de pobreza baixou 2% entre 2004 e 2006 Instituto Nacional de Estatística revelou dados e colocou no último ano o desemprego nos 7,7% taxa de pobreza da população portuguesa baixou dois por cento entre 2004 e 2006, quando atingiu 18%, sendo que no último ano o desemprego foi de 7,7%, revelam dados oficiais divulgados esta semana. Os dados relativos à pobreza, constantes nos Indicadores Sociais do Instituto Nacional de Estatística (INE), referemse à situação após distribuição dos subsídios sociais, já que antes da entrega dessas verbas a taxa é superior, embora tenha igualmente descido de 27 para 25%.
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Quanto ao desemprego, no último ano em análise (2006) o Alentejo era a região mais afectada, com uma taxa de 9,2%, enquanto os Açores apresentavam a mais baixa - 3,8%. A percentagem de reformados, segundo o INE aumentou nos sete anos em análise, passando de 30 em casa 100 empregados para 32, enquanto na escolaridade houve também uma subida de 43,2 para 49,6% da população entre os e os 24 anos que completou o ensino secundário. Outro indicador avaliado pelo INE é a taxa de habitações com ligação à Internet, que em 2006
era de 35,2%, 24 dos quais por banda larga (acesso mais rápido), embora neste caso não sejam apresentadas comparações com anos anteriores, à excepção de um gráfico que não permite a leitura de dados exactos. Por idades, a faixa que mais utiliza a Net situa-se entre os 16 e os 24 anos e atingiu, em 2006, os 75%. Significativo é também o aumento de telemóveis com acesso à Internet, que subiu 11,4% de 2005 para o ano seguinte, quando 26,6 dos agregados familiares tinha pelo menos um aparelho com aquela função.
Breves
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Maior parte dos pedidos de asilo a Portugal chegam da Colômbia grande maioria dos pedidos de asilo a Portugal no ano de 2007 foi feita por homens, jovens, ilegais, oriundos da Colômbia e invocaram para o pedido razões económicas ou fuga a situações de insegurança. Os dados foram avançados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). No ano passado os pedidos de asilo feitos a Portugal foram justificados por razões económicas ou fuga a situações de insegurança e, grande parte deles, feitos por cidadãos oriundos da Colômbia. Estes são os dados avançados pelos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras que avançam ainda que a maioria dos pedidos de asilo ou refugiado foram apresentados nos aero-
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portos portugueses por cidadãos que não tinham documentos. Logo a seguir à Colômbia, os cidadãos que mais requereram asilo são originários da Guiné-Conacri e, segundo o SEF, no ano passado pediram asilo 224 pessoas, tendo sido concedidas 28 autorizações de residência por razões humanitárias e um estatuto de refugiado. A autorização de residência por razões humanitárias é um regime de protecção concedido aos requerentes de asilo que, não sendo reconhecido como refugiado, se encontram impossibilitados de regressar ao país de origem devido a conflitos armados ou à sistemática violação dos direitos humanos.
Primeira base de dados de ADN primeira base de dados de perfis de ADN para fins de identificação civil e de investigação criminal pode ser criada em Portugal a partir do próximo mês. A criação da base de dados, aprovada há dois meses na Assembleia da República, permitirá a identificação de delinquentes, a exclusão de inocentes ou ligação entre condutas criminosas e ainda o reconhecimento de desaparecidos, nos termos da lei.No âmbito da investigação criminal, a nova lei permite a comparação de perfis de ADN de amostras recolhidas no local de um crime com os das pessoas que nele possam ter estado envolvidas, mas
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também a comparação com os perfis já existentes na base de dados. A recolha de amostras para a investigação de um crime será realizada a pedido do arguido ou ordenada pelo juiz. A lei prevê por outro lado a recolha de amostras de ADN em pessoas ou cadáveres e a comparação destes com o ADN de parentes ou com aqueles existentes na base de dados, com vista à sua identificação. A base de dados de ADN será tutelada pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e será construída de modo faseado e gradual, a partir da recolha quer de amostras em voluntários, quer das amostras de investigações criminais.
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Controlo de divisas atrasa importação de peças automóveis Erika Correia
epresentantes do sector dos fornecedores de peças automóveis consideram que a medida implementada pelo Governo nacional que estabelece que os importadores devem solicitar certificados de não produção ou produção insuficiente mediante o despacho das Indústrias Ligeiras e Comércio para justificar as suas compras de matérias-primas no exterior e receber, assim, dólares preferenciais, serviu apenas para burocratizar o processo de aquisição de mercadoria e, consequentemente, atrasar a entrada dos produtos no país. O défice de peças sobresselentes é notório. Inclusive é cada vez mais evidente no mercado nacional a ausência de peças básicas como pastilhas de travões, amortecedores, filtros de ar e óleo, entre outras, segundo diversos proprietários de vários estabelecimentos que se viram afectados. "Essa resolução não serviu para nada, ou pelo menos não nos beneficiou. Quando expressamos o nosso mal-estar aos vendedores das companhias importadoras, dizem-nos que o requisito de importação só trouxe incerteza e confusão acerca das peças que são necessárias no mercado", disse José Rodrigues, proprietário da Autopartes FD, situada na urbanização La Carlota, em Caracas.
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As consequências são também sofridas pelos proprietários de veículos que têm de esperar meses para que este seja reparado
"Antes faziam-se pedidos re, esta situação tornou-se casemanais, e por muitos atrasos da vez mais difícil, pois a sua que houvessem, tínhamos a empresa não se encarrega apemercadoria o mais tardar 15 nas de vender peças para autodias depois. Agora a situação móveis mas também do serviço está tão crítica que de oficina às grantemos de procurar des maquinarias. soluções para man"Os fornecedo“O requisito de ter os clientes conres vêm semanalimportação só trouxe mente, mas a mertentes, como recoincerteza e confusão rrer a várias districadoria demora meacerca das peças que ses a chegar, ainda buidoras até que se são necessárias no consiga a reposição, que dependa tamembora não esteja bém da marca e da mercado” a bom preço". peça. As que reprePara António sentam menos prode Abreu, proprietário da Re- blemas são as simples e as que puestos Margarita, em Guati- se estragam mais rápido, mas
se pedimos, por exemplo, uns braços da cardan ou pontas trepides, não se sabe quando as teremos". Abreu comenta que se mantêm com a venda de peças chinesas, que não são de má qualidade, mas não cumprem as mesmas expectativas que os originais. "Deve-se rever o controlo da importação. Mantemos contacto com a Câmara de comerciantes para saber o que acontece e alegam que se deve à falta de celeridade de Cadivi na entrega de dólares preferenciais aos distribuidores de peças originais. É preciso que se
faça algo ou muitos negócios vão ter que fechar". Por seu turno, Fernando Correia, encarregado do Gran Caracas, situado em Guarenas, afirma que as consequências são também sofridas pelos proprietários de veículos que têm de esperar meses para que este seja reparado. "Nós recebemos os carros, mas custa-nos encontrar as peças e por isso não podemos entregar o veículo em boas condições e num curto período de tempo. Esta situação, que leva tempo, afecta até os modelos mais caros".
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Em que estado está A pseudo- remodelação o Estado de Timor? governamental Luís Barreira á tentei compreender as sucessivas perturbações ocorridas na jovem república timorense, sem objectivamente o ter conseguido, embora pensando que: -Uma democracia recente, nascida no meio de tantos "destroços" sociais e políticos tem, necessariamente, dificuldades em se estruturar; - Os antigos dirigentes de guerrilha, com uma vida inteira nas matas, de espingarda na mão, movidos por excelentes ideais, não terão a preparação necessária para governar um país; - Serão as naturais dificuldades de um país, nascido de uma confrontação bélica com os seus mais directos vizinhos, numa área geopolítica em que outras potências querem impor os seus interesses estratégicos; - Com um território de grandes reservas petrolíferas, a moverem "apetites" de toda a espécie, internas e externas e para quem a instabilidade do País serve alguns desses interesses; - Algumas personalidades, sempre na oposição a reagirem como autênticos "rambos", assumindo a liderança da insatisfação popular; -A grave dependência externa, de um pequeno País, com uma profunda crise económica e social, não podendo sobreviver sem a ajuda de parceiros locais; -Um Estado de Direito, com inúmeras dificuldades políticas, em aplicar a lei e fazer respeitar as suas instituições; -Uma nação "ocupada" por tropas estrangeiras, como única garantia da paz e soberania nacional. Enfim,...um rol de razões em que todas, ou umas mais do que outras e numa relação de causa efeito, contribuem para a instabilidade das instituições e estão na base dos graves acontecimentos que vitimaram recentemente Ramos Horta e Xanana Gusmão. Os portugueses, independentemente das razões profundamente sentimentais com que apoiam esta antiga colónia, hoje país independente, não conseguem discernir com exactidão (em consequência dessa romântica visão), os verdadeiros motivos que estão a "emperrar" o sucesso deste novo país. Quando somos chamados a pensar
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Timor, toda a nossa atenção e sensibilidade vai no sentido de poder ajudar esse povo, que tanto nos toca ao coração e que já tanto sofreu, mas poucas vezes solicitamos informações sobre: o que se passa naquela área do globo; que comportamento têm os seus dirigentes e as razões que os motivam; qual o verdadeiro papel das forças internacionais presentes no País; a situação do seu povo; os interesses das potências estrangeiras na zona, etc. etc. Em qualquer outro país, mais longínquo que seja e nomeadamente nas outras ex-colónias portuguesas, chovem-nos informações que nos permitem deduzir o que está na origem dos conflitos. No caso de Timor, o que conhecemos são: os factos temporais, como os recentes atentados; a história da ocupação Indonésia, na história de Timor; a nossa presença policial no País, enquanto ajuda à estabilização da democracia; os nossos "aliados" australianos, que "preservam" a soberania do país, sem percebermos se eles substituem o exército timorense e a ajuda internacional que, supostamente, ajuda o povo a não morrer à fome. Quando somos colocados perante os factos de: revoltas, sublevações, assassinatos e conspirações, interrogamo-nos sem resposta óbvia, sobre o que está na origem das situações, esperando que um "milagre" resolva rapidamente os problemas de um povo de quem tanto gostamos e de quem, utopicamente esperamos uma unidade sem falhas. Mas,... Parece que os problemas de Timor, não se resolvem apenas por acção divina, por muito religioso que seja o seu povo. Os seus problemas são complexos e, numa sociedade ainda não estratificada, sem estruturas económicas sólidas, à procura do seu rumo político e sem ter adquirido um estatuto, moralmente reconhecido, entre os seus potentes vizinhos e na ena internacional, dificilmente a paz e a prosperidade poderão afirmar-se. A Timor e aos timorenses não se deve continuar a dar o "peixe", mas sim a "cana", para que possam aprender a pescar por si próprios e sentirem o verdadeiro orgulho de terem construído uma nação para as gerações vindouras. Só assim os verdadeiros líderes serão lembrados, evitando o aparecimento de "heróis" de ocasião e Timor será respeitado internacionalmente. Única forma de se afirmar como Estado, no meio de interesses mais fortes, que apostam na criação de mais uma "república das bananas", facilmente dominável pelo dinheiro ou pela força.
Luís Jorge recente remodelação do Governo de José Sócrates ficou muito aquém das expectativas dos Portugueses e sobretudo daqueles que por vezes se sentem um pouco postos de parte ou que não são tomados a sério nem em conta, sem com isto querer dizer que nos sentimos marginalizados ou com algum tipo de complexos de inferioridade. Acertada a decisão do cartão vermelho a Correia de Campos na pasta da Saúde que, depois do desastre político de encerrar Centros de Saúde, não tem mão dura em alguns casos de negligência médica, e devido a certos movimentos, ainda que discretos, de descontentamento demonstrado pela ordem dos médicos, não podia ter outro final que não fosse o seu afastamento. Isabel Pires de Lima na Cultura subestimou a força dos seus adversários e, mostrando uma grande arrogância, não quis ouvir as vozes de protesto, quando em Dezembro um grupo de artistas pedia a sua cabeça, e é conhecido de todos o poder político que têm os lobbies da cultura em Portugal. O outro ninguém sabe muito bem, já que Amaral Tomás confirmou no Parlamento que tinha apresentado, no Verão passado, o seu pedido de demissão de Secretário de Estado das Finanças, e o que não se percebe é que se foi assim porque é que em seis meses o primeiro-ministro não encontrou um substituto, ou então eram verdade as notícias que davam como certa a sua saída do Governo por diferenças com Jose Sócrates com relação à política fiscal. Mas o que me decepcionou mesmo nesta pseudo-remodelação foi o facto de o governo não se ter dado de conta da ineficácia que existe no Ministério dos Negócios Estrangeiros e em particular na Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. Perdeu o senhor primeiro-ministro uma boa oportunidade de corrigir uma decisão desacertada ao manter no cargo de Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas uma pessoa que demonstra ter uma grande falta de cariz político. Onde está aquele homem com um passado político na área das Comunidades Portuguesas que um dia jurou manter as orientações do seu programa, nomeadamente ao nível da promoção da língua e cultura Portuguesa, a proteção dos cidadãos nacionais, o apoio diplomático e consular, a melhoria das fórmulas de ligação às comunidades, a acção social, um apoio ao associativismo e a participação cívica nos paises de acolhimen-
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to e ainda uma aposta clara nos luso-descendentes? Já passaram quase três anos e estamos na mesma, para não dizer pior. Sabem os emigrantes portugueses mais necessitados que o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem uma verba destinada ao apoio social? Sabem os emigrantes portugueses mais necessitados que existe um grupo de representantes nomeados ou eleitos para representar e dar apoio aos portugueses residentes no estrangeiro? Claro que não sabem. E não sabem se calhar porque não interessa a algumas pessoas que se saiba. Por exemplo, porque é que o consulado de Portugal na Venezuela não utiliza os meios que tem para informar a todos os emigrantes quando são as eleições, e em que moldes, para os Conselheiros das Comunidades?Porque não se divulga amplamente e com tempo por toda a Comunidade Portuguesa residente na Venezuela quais as condições exigidas para ser nomeado ou candidato às eleições para o conselho das Comunidades? Quais são as regras do jogo? Seguramente iríamos encontrar muitas surpresas, porque felizmente dentro da comunidade portuguesa residente na Venezuela existe um grupo grande de homens e mulheres preparado para exercer essas funções e com a determinação suficiente para ajudar a solucionar os problemas e carências daqueles que depois de tantos anos de trabalho, alguns deles contribuindo mesmo para o desenvolvimento do Portugal que hoje temos, não tenham agora quem lhes estenda uma mão, talvez porque se calhar é mais fácil olhar para o lado do que ver a cruel realidade dos factos. Quem é que avalia o trabalho dos Conselheiros? Na Venezuela qual é que tem sido o seu desempenho? Que fizeram estes senhores pela Comunidade? E refiro-me àqueles que verdadeiramente necessitam de ajuda. Que é que fizeram na realidade? Porque se calhar até fizeram muito, mas se as pessoas não sabem pensam que nada foi feito. Porque é que a nova legislação aprovada recentemente reduz de 10 para cinco o número de conselheiros na Venezuela? Será que diminuíram as dificuldades e os problemas dos nossos emigrantes? Sempre existiu, mas o inaceitável é que a esta altura, no dia em que o primeiro-ministro disse em Sever do Vouga, no âmbito da prioridade à inovação e ao conhecimento, que "não há melhor para um político do que ver concretizar o que se concebeu em teoria", e quando o actual governo defende as novas tecnologias de informação como o caminho a seguir para o ultra desenvolvimento dos povos, continue a existir uma grande falta de informação por parte das autoridades responsáveis. Por tudo isto acho que a remodelação da passada semana devia ter sido mais profunda e implacável.
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CARTAS Eleição da Princesa e Princesita do Centro Português 2008 Resulta assombroso pensar que num concurso onde participam crianças e adolescentes, as pessoas que o organizam não tomem medidas para que nem uma só menina se sinta desmotivada. Como podem vocês explicar que a Junta Directiva e o Comité Organizador tenha assegurado uma banda para cada uma das 10 participantes ao Princesita 2008 e as três bandas do quadro de honra, e para as Princesas, "que eram só seis", não se tenha feito o mesmo? Quem pode acreditar que a Junta Directiva não se tenha dado conta de que houve uma menina que estava concorrer para Princesa do Clube não recebeu nenhum tipo desses méritos? Porque é que não se entregaram seis bandas com diferentes méritos, para cada uma das participantes, e as 3 aos quadro de honra? Porque razão mantém uma menina de pé durante 30 minutos aproximadamente, com a esperança intacta, para depois enviá-la à sua família entre semelhantes
circunstâncias? Porque é que a família desta menina que tem que resolver semelhante discriminação, quando de vocês a responsabilidade de tudo o que se passou? Porque foi a nossa filha que teve de levar a bandeira de vossa política de "limpar a imagem da Junta Directiva" para que a nossa comunidade veja que "não existem privilégios para os familiares dos membros desta junta"? Porque não utilizam os seus filhos para limpar essa imagem que levam às costas? Até quando teremos de ver nos nossos espectáculos tão belamente organizados falhar sempre no mesmo:os prémios de participação? Onde sempre se evidenciam as carências de sensibilidade humana para com uma comunidade onde todos somos uma grande família. Sempre nos causou curiosidade a razão pela que foram tão poucas as jovens que se tinham inscrito...Mas isto já está bem esclarecido:ninguém deseja ver a algum dos
seus filhos passar por um momento tão amargo.Pois todas as evidencias demonstraram a ineptidão à hora de garantir o bem-estar de cada uma das participantes. Assim como a Junta Directiva tem a faculdade de penalizar os sócios quando cometem faltas, qual é a penalização para os membros da Junta que falham nas normas de ética? De quanto tempo falaríamos para quem utilizou a nossa filha para os seus proselitismos? A Lei de Protecção da Criança e do Adolescente tem bem especificado estes não podem ser utilizados para fazer proselitismo. A nossa filha estava preparada tanto para ganhar como para perder.Ela estava decidida a participar, mas jamais alguém dos que ali estavam, e estamos falando do público em geral, os seus familiares, amigos, as suas companheiras de ensaio nem ela, esperava semelhante exclusão. Francisco Ferreira y Marlene de Abreu de Ferreira
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
A Venezuela é o máximo Sou Português a residir no Canadá mas fui de visita familiar a Caracas no mês de Outubro.Foi uma agradável surpresa tudo o que ali encontrei.Gostaria de destacar a força associativa dos Portugueses em Caracas através do seu clube.Um Clube cheio de juventude, desporto, alegria e sobretudo muita beleza feminina.Incrível, não vi uma rapariga feia nem antipática. Fiquei a conhecer o vosso jornal e estão de parabéns pela forma como encaram o dia-adia da comunidade Portuguesa na Venezuela. Também não sabia que era uma terra tão grande e com tantas riquezas energéticas.
Acho que estão todos de Parabéns, são uns excelentes anfitriões e desejo-vos tudo de bom, desfrutem do sol e do calor humano das pessoas.Por exemplo, neste momento estou fechado na minha casa com neve a cair na rua e com uma temperatura de menos zeros negativos.Imaginem. "Saludos" à minha família em Caracas e a todos os amigos que conviveram comigo nessa linda terra que se chama Venezuela e nesse grande clube que é o Centro Português de Macaracuay. José Humberto N.
Caros amigos do Correio da Venezuela, Estimados leitores e amigos Na anterior edição deste jornal (No. 244) foi publicada uma carta da autoria de Felipe Pereira, revelando uma irritação pela chamada de atenção que eu fiz através deste semanário aos portugueses para participarem como candidatos nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas. Felipe Pereira só demonstra medo da competência, incapacidade, ignorância e ineptidão, devendo ser somadas estas um desconhecimento total dos costumes e das leis de Portugal. Confessa não saber nada sobre as eleições e muito menos sobre o Conselho, apesar de ser 'Abogado' e dizer ter um grupo de amigos profissionais a quem representa (pensa por acaso que só os profissionais podem participar?). Só mostra INCAPACIDADE ao não ser capaz de procurar a Lei A Lei n.º 66 -A/2007, de 11 de Dezembro, que regula a composição e competências do Conselho das Comunidades Portuguesas. Mostra IGNORÂNCIA ao não conhecer que a regulação das eleições está explícita na Portaria n.º 112/2008 de 6 de Fevereiro,
que foi publicada no Diário da República, 1.ª série N.º 26 de 6 de Fevereiro de 2008, ou seja a semana passada. Mostra INEPTIDÃO ao não entender que é a Embaixada de Portugal e não o Consulado quem tem a responsabilidade legal de representar o Conselho Nacional de Eleições neste sufrágio, pois nem sabe que os Consulados são apenas os encarregados dos cadernos eleitorais e do acto eleitoral. Mostra DESCONHECIMENTO da realidade dos portugueses emigrantes pois ele NÃO É EMIGRANTE, e não conhece os direitos que o Conselho das Comunidades conquistou para todos emigrantes portugueses espalhados pelo mundo. Para terminar, quero recomendar aos leitores, compatriotas e amigos, nomeadamente os que tem vocação de serviço, PARTICIPEM! CONCORRAM NESTAS ELEIÇÕES! Inácio Afonso de Gouveia Pereira Coordenador do Conselho das Comunidades Portuguesas na Venezuela
INQUÉRITO: QUÃO IMPORTANTE É O RECENSEAMENTO ELEITORAL PARA OS PORTUGUESES?
Fátima Jardim Comerciante
"É importante porque é o princípio para se poder exercer o nosso direito ao voto e assim expressar a nossa opinião. Inscrevermo-nos no recenseamento eleitoral é reforçar o nosso direito como cidadãos portugueses."
Luísa de Campos Dona de casa
"É importante porque todos devemos fazer valer o nossos direitos em Portugal. Através do Consulado na Venezuela podemos escolher os governos e presidentes, além de fazer reivindicar os nossos direitos e saber os nossos deveres como portugueses."
María Goretti de Pereira Estilista
"Acho que é importante para nós. Apesar de estar fora do nosso país, é importante saber o que é que se passa em Portugal. Por isso, estar inscrito no recenseamento é indispensável para que assim possamos fazer valer os nossos direitos como cidadãs portugueses."
Maria Fátima de Sousa Desenhadora
"O principal é exercer o nosso direito de voto. Estar recenseado é mostrar a nossa voz como portugueses nascidos nessa terra. Devemos inscrevermo-nos no registo eleitoral para dar a conhecer a nossa opinião para eleger aqueles que consideramos que nos podem representar no Governo."
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CORREIO DA VENEZUELA 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
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Vozes da Nova Cidade 2008 começa a 29 de Março Projecto vem se afirmado no panorama cultural regional com uma dinâmica muito própria
Concurso Musical “Vozes da Nova Cidade 2008” começa na Freguesia do Caniçal. A 1ª eliminatória tem lugar a 29 de Março às 20h30. O Largo da Igreja Velha na Freguesia do Caniçal é o cenário escolhido para a 1ª eliminatória da 11ª edição do Vozes da Nova Cidade, uma iniciativa sociocultural da responsabilidade da Câmara Municipal de Machico e do agrupamento musical "Amigos da Música". Este projecto com mais de uma década de vida tem se afirmado no panorama cultural regional com uma dinâmica muito própria.
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Em relação às restantes eliminatórias: vão decorrer nos dias 12 de Abril no Largo da Igreja às 20h30 na Freguesia de Machico, a 3ª Eliminatória é a 26 de Abril no Largo da Casa do Povo, em Água de Pena, a 4ª Eliminatória será a 10 de Maio às 20h30 no Largo da Igreja na Freguesia do Porto da Cruz e a última Eliminatória decorre dia 25 de Maio às 16h00 no Largo do Santo, Freguesia de Santo António da Serra. Quanto à final do Vozes da Nova Cidade está agendada para dia 10 de Junho às 21h00 no Largo da Praça na Cidade de Machico.
Inauguração do Complexo Habitacional da Queimada, no passado dia 29 de Janeiro, na Freguesia de Água de Pena. Este empreendimento resultou da recuperação do prédio já existente e que agora se destina à habitação social.
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Formação para Guias de Turismo A Câmara Municipal de Machico promoveu, terça-feira, dia 12 de Fevereiro de 2008, entre as 9h30 e as 12h00, na Sala de Exposições Temporárias, uma acção de formação subordinada ao tema "O Núcleo Museológico de Machico -- Solar do Ribeirinho". A iniciativa integrou-se no programa de divulgação dos espaços culturais museológicos da Cidade de Machico.
«Velhos são os trapos 2008» Cerca de duas centenas de menos jovens do Concelho de Machico estiveram presentes no baile de Carnaval que a Câmara Municipal de Machico organizou no dia 07 de Fevereiro (quinta-feira), a partir das 16 horas. Esta iniciativa partiu da ideia de criar mais uma actividade para todos os participantes do programa de desporto para todos “Machico a Mexer”, que e desenvolvido pelo Gabinete de desporto da Câmara e que vem vindo a manter uma actividade física regular ao longo de todo o ano. Foram ainda convidadas todas as instituições do Concelho que trabalham ou prestam serviços a
comunidade menos jovem, Santa Casa da Misericórdia de Machico, Centro Social e Paroquial das Preces, Centro de dia da Casa do Povo de Agua de Pena, Centro de convívio do Caniçal, Lar de Idosos Nossa Senhora do Bom Caminho da Ribeira de Machico e o Centro de dia do Porto da Cruz. O baile decorreu na discoteca “La Barca”, a qual a Câmara agradece a prontidão, que se predispuseram para colaborar com a realização desta iniciativa, cedendo as suas instalações. Esta foi uma iniciativa que teve como pretensão mobilizar cada vez mais este grupo específico da população para uma vida mais activa proporcionando-lhes mais e melhores actividades físicas e de lazer.
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REPORTAGEM
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Braga sem sorte Sporting de Braga hipotecou quarta-feira as hipóteses de se qualificar para os oitavos-de-final da Taça UEFA em futebol, ao perder (3-0) no terreno do Werder Bremen, numa partida em que falhou duas grande penalidades. Na primeira mão dos 16-avos-de-final, disputada em Bremen (Alemanha), a equipa bracarense sofreu três golos e não fez nenhum, ficando na difícil situação de precisar de ganhar por quatro bolas de diferença no segundo jogo, em Portugal, para seguir em frente na prova. Um golo de Naldo (4 minutos), outro de Daniel Jensen (26) e um terceiro de Hugo Almeida (95), de grande penalidade, ditaram a derrota do Sporting de Braga, que desperdiçou dois castigos máximos, um por Linz (10) e outro por Jorginho (36). O jogo quase começou com o golo do Werder Bremen, que, com Hugo Almeida a titular, inaugurou o marcador logo aos quatro minutos, num livre directo transformado por Naldo. O defesa brasileiro do Bremen surpreendeu a formação bracarense quando formava a barreira, num lance em que o guarda-redes Paulo Santos pareceu mal batido, ao confiar no golpe de vista e deixar passar a bola quando esta se dirigia para a baliza. O Sporting de Braga podia ter restabelecido a igualdade aos 10 minutos, numa grande penalidade
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Voo Inaugural da TAP para Belo Horizonte O primeiro voo da TAP entre Lisboa e Belo Horizonte realiza-se já na próxima segunda-feira, dia 11 de Fevereiro, com partida marcada para as 10h00 e chegada prevista à capital do estado de Minas Gerais às 17h30. A nova rota da TAP é operada com aviões A330 com capacidade para 259 passageiros. A oferta da companhia é de cinco voos por semana nos dois sentidos, às segundas, quartas e quintas-feiras, sábados e domingos.
Os voos Lisboa / Belo Horizonte mantêm o horário do voo inaugural - partida às 10h00 e chegada às 17h30 - e, no sentido inverso, levantam do aeroporto Tancredo Neves às 19h00, chegando à capital portuguesa às 06h05 do dia seguinte. A TAP passa a oferecer 65 frequências semanais entre a Europa e o Brasil, país onde voa para oito destinos: além de Belo Horizonte, também Rio de Janeiro, S. Paulo, Brasília, Salvador, Natal, Recife e Fortaleza
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assinalada para punir uma alegada fal- Wiese voltou a defender, desta vez o ta de Fritz sobre Linz, que o avançado remate de Jorginho, depois de Matheus austríaco desperdiçou, ao permitir a de- ter iludido pela segunda vez o árbitro, fesa de Tim Wiese. "arrancado" novo castigo máximo. O Sporting de Braga perdeu a A estratégia de 4x4x2 colocada em oportunidade para empatar e, aos 16 campo pelo técnico bracarense, Manuel minutos, foi o Bremen que quase fa- Machado, com Contreras a "trinco" pazia o segundo, não fosse a bola cabe- ra tentar evitar que Diego pegasse no ceada por Mertesacker ter embatido jogo, não sortiu efeito na primeira parno poste, depois de um livre apontado te e a equipa lusa chegou ao intervalo a pelo brasileiro ex-FC Porto Diego. perder por duas bolas de diferença, que No minuto seguinte, Paulo Santos poderia ter anulado, não fosse a falta teve de se aplicar para defender um re- de eficácia na marcação dos penáltis. mate de Markus Rosenberg, que fez a No segundo tempo, as equipas endiagonal e atirou sem opositraram com os mesmos ção, voltando a colocar em "onzes" da primeira parevidência as dificuldades que te e o Sporting de Braga a equipa portuguesa sentia começou a tentar imporO jogo manteve-se com se a meio-campo, com para travar o poderia atacano resultado inalterado os jogadores a pressionate da formação germânica. O Sporting de Braga prorem mais o homem que até perto do final curou sair rápido para o continha a bola, enquanto o tra-ataque e subir no terreBremen procurava manno, mas não conseguiu impor ter a bola longe da baliza o seu futebol e foi de novo o e conservar a vantagem Bremen quem chegou à baliza rival e de dois golos. Aos 62 minutos, fez o golo, num lance nascido de um Machado mexeu pela primeira vez na cruzamento da direita, em que Daniel equipa, fazendo entrar Stélvio Cruz Jensen aproveitou para, em plena gran- para o lugar de Pablo Contreras, que de área e sem oposição, fazer o 2-0, denotou alguma falta de entrosamento aos 26 minutos. e rotina no lugar de "trinco", e aos 68 Aos 36 minutos, o Sporting de Bra- colocou Wender no lugar de Matheus. ga teve nova oportunidade de marcar, Mas foi o Werder Bremen quem ao dispor da segunda grande penalida- criou de novo perigo, com Hugo Alde da partida, mas, ironicamente, Tim meida a corresponder ao segundo pos-
te a um cruzamento da direita, mas a cabeçada do internacional português foi travada por Paulo Santos. Na resposta, o Sporting de Braga chegou rapidamente à área contrária e Linz teve uma boa oportunidade nos pés, mas o remate de primeira do austríaco, após cruzamento de Wandinho para o segundo poste, foi à malha lateral. Aos 79 minutos, Hugo Almeida atirou uma "bomba" num livre directo de fora da área, com a bola a sair à figura de Paulo Santos, que defendeu para a frente e depois esticou-se para evitar que a recarga de Rosenberg tivesse sucesso. O jogo manteve-se com o resultado inalterado até perto do final, quando Hugo Almeida fez o gosto ao pé e estabeleceu o 3-0 final, transformando com êxito uma grande penalidade assinalada pelo grego Georgios Kasnaferis, já em período de desconto (95), para punir uma alegada mão de um defesa bracarense. Se com o 2-0 as coisas já estavam complicadas para o Sporting de Braga, tendo em vista o jogo da segunda mão, ainda pior ficaram e deixaram a formação portuguesa dependente de um resultado praticamente impossível - precisa de vencer com quatro golos de vantagem - para seguir em frente na prova.
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Sporting vence Basel e já pensa nos 'oitavos' O Sporting deu quarta-feira um passo importante rumo aos oitavos-de-final da Taça UEFA de futebol, ao bater em casa o Basileia por 2-0, num jogo decidido com dois golos do monte-negrino Vukcevic. No seu 200º jogo nas competições, os "leões" somaram a 50ª vitória na Taça UEFA (em 120 jogos). O Basileia nunca conseguiu mostrar grande argumentos para derrotar o Sporting, que, assim, parte com dois golos de avanço para a segunda mão, a 21 de Fevereiro. Depois de um lançamento longo da defesa, Romagnoli surgiu solto na esquerda, de onde cruzou para a entrada de Vukcevic, que beneficiou ainda de um desvio em Marque para inaugurar o marcador. O Sporting não se tranquilizou com o golo e só uma grande defesa de Rui Patrício evitou o empate, após um pontapé de bicicleta de Eduardo. Sem que o Basileia incomodasse no ataque, o Sporting tornou-se mais perigoso e Costanzo, com duas excelentes intervenções, evitou que Vukcevic (26 minutos) e Izmailov (37) aumentassem a vantagem. O Sporting foi criando alguns lances de perigo, com destaque para o minuto 56, quando Romagnoli rematou para uma grande defesa de Crayton para canto, na sequência do qual Polga, solto na área, rematou muito por cima. Dois minutos depois o Sporting ampliou mesmo a vantagem, de novo por Vukcevic, que, descaído para a direita e com pouco ângulo, rematou em força sem hipótese para Crayton. PUBLICIDADE
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'Grandes' não se encontram e jogam em casa nos 'quartos' Sporting, detentor do título, recebe o Estrela da Amadora, o FC Porto joga em casa com o Gil Vicente e o Benfica é visitado pelo Moreirense, a única equipa da II Divisão ainda em prova. Foram estes os principais jogos determinados pelo sorteio dos quartos-de-final da Taça de Portugal, realizado terça-feira em Lisboa, na sede da Federação Portuguesa de Futebol. O sorteio ditou apenas dois embates entre equipas da Liga principal. Além do Sporting-Estrela, que no próximo domingo (21h15) se defrontam em Alvalade para o campeonato, a Naval recebe na Figueira da Foz o Vitória de Setúbal. Os jogos dos quartos-de-final estão marcados para o dia 27 de Fevereiro. As meias-finais decorrem a 16 de Abril e a final a 18 de Maio. O FC Porto e o Benfica juntaram-se ao Sporting no figurino nos quartos de final da Taça de Portugal em futebol, após eliminarem o Sertanense (III Divisão) e Paços de Ferreira (Liga). O Vitória de Setúbal precisou de ir ao desempate por pontapés da marca de grande penalidade para afastar o Vitória de Guimarães. FC Porto, Sporting, Benfica, Vitória de Setúbal, Naval 1º de Maio, todos da Liga, Gil Vicente, da Liga de Honra, e Moreirense, da II Divisão, juntaram-se ao isento Estrela da Amadora no sorteio de terça-feira. Os "dragões" acabaram com o sonho do Sertanense, ao golear (4-0) o último resistente da III divisão na prova, enquanto o Benfica virou o marcador, após um golo madrugador de Pedrinha, aos dois minutos. Os "encarnados" acabaram por cilindrar os nortenhos com duas penalidades convertidas por Cardozo (41 e 52), que já leva cinco golos na Taça e sete no campeonato, mais dois tentos de Rui Costa (78) e Nuno Assis (91). O Benfica ficou em superioridade numérica desde o lance da segunda grande penalidade por expulsão de Tiago Valente. Com sete jogadores que não tinham sido titulares na última jornada da Liga, os bicampeões nacionais quebraram a resistência do conjunto beirão logo aos sete minutos, com um golo do marroquino Sektioui, regressado da Taça das Nações Africanas (CAN). O argentino Ernesto Farías manteve a veia goleadora e voltou a bisar na Sertã - já o tinha feito com a União de Leiria -, aos 36 e 49 minutos, cabendo ao polaco Kazmierczak fazer o outro golo dos "dragões", em cima do intervalo. No sábado, o Sporting, detentor do troféu, também garantiu a presença nos quartos-de-final, ao bater em Alvalade o Marítimo, por 2-1. Os "leões" adiantaram-se no marcador logo aos cinco minutos, por Tonel, mas Van der Linden fez o empate aos 38, cinco minutos antes de Liedson dar o triunfo ao Sporting. Hoje, no duelo de Vitórias, o Setúbal, a actuar em casa, derrotou o Guimarães nas grandes penalidades, por 4-1, depois de uma igualdade a uma bola no final do prolongamento.
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Na marcação de um livre a cerca de 30 metros da baliza, Cláudio Pitbull colocou os sadinos em vantagem logo aos três minutos, tendo João Alves respondido com outro grande golo, à passagem do minuto 21. No desempate por grandes penalidades, apenas Fajardo marcou pelo Vitória de Guimarães em três oportunidades - Ghilas e Miljan falharam -, enquanto o Vitória de Setúbal foi cem por cento eficaz. A grande surpresa do dia surgiu em Barcelos, onde o Gil Vicente bateu o primodivisionário Leixões, por 1-0, tornando-se a única equipa da Liga de Honra presente nos quartos-de-final. O tento do triunfo do Gil Vicente surgiu já na segunda parte do prolongamento, num remate de cabeça de Diego Gaúcho, aos 111 minutos. A Naval 1º de Maio precisou do prolongamento para derrotar o Rio Ave, da Liga de Honra, por 3-1, depois de ter estado a perder já no segundo tempo. Mateus deu vantagem ao conjunto de Vila do Con-
Quartos-de-final Sporting (L)- Estrela da Amadora (L) Benfica (L)- Moreirense (II) FC Porto (L) - Gil Vicente (LH) Naval 1º de Maio (L) - Vitória de Setúbal (L)
de, aos 72, quatro minutos antes de a Naval empatar, por Marcelinho, que, no final da primeira parte do prolongamento, deu vantagem à equipa da Figueira da Foz, cabendo a Elivelton fechar a contagem, aos 120. O Moreirense tornou-se na única equipa da II Divisão da prova, depois de derrotar fora o Atlético de Valdevez, do mesmo escalão, por 3-0, com os tentos do triunfo a serem apontados por Hélio (15 minutos), César Marques (32) e Cascavel (47).
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Luís Figo voltou a jogar
Cristiano Ronaldo multado O treinador do Manchester United, Alex Ferguson, multou Cristiano Ronaldo em cerca de 17 mil euros, por este ter utilizado o seu telemóvel durante o treino. A notícia é avançada pelo diário italiano 'Gazzetta dello Sport', que adianta que o
internacional português enviou quatro mensagens durante um treino do Manchester United. Fergunson não permite o uso de telemóveis durante o treino e decidiu multar Ronaldo.
O médio português, Luís Figo, jogou esta terça-feira a titular num jogo de carácter particular entre o Inter e uma equipa suíça, o FC Chiasso (3-3). Figo está totalmente recuperado
da fractura na perna - que sofreu em Novembro passado numa entrada durissima do checo Netved e tem vindo a ganhar ritmo para regressar às opções de Mancini.
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Eusébio foi "estrela" no Parlamento Europeu antigo futebolista internacional português Eusébio foi a grande "estrela" da exposição sobre o Benfica, hoje inaugurada no Parlamento Europeu, em Bruxelas, com dezenas de admiradores a pedirem autógrafos a um dos grandes "responsáveis" pelos troféus expostos. "Estou muito orgulhoso. Nem todos os jogadores vêm aqui assinar autógrafos para os fãs do Benfica e não só, também para as pessoas que gostam do futebol", comentou Eusébio da Silva Ferreira, que, juntamente com a judoca Telma Monteiro e o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, inaugurou a exposição "Mais de 100 anos de lenda". Mais de uma centena de pessoas marcaram presença na inauguração da exposição, composta por vários troféus - entre os quais as duas Taças dos Campeões conquistadas pelos "encarnados" (e Eusébio) em 1961 e
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1962 -, o primeiro troféu de campeão nacional (época 1935/36) e o mais recente (2004/05), além de uma mostra fotográfica. Entre os troféus expostos encontra-se também a Bota de Ouro (melhor marcador da Europa) conquistada em 1967/68 por Eusébio, que apenas lamentou que de fora da exposição tenha ficado a Bola de Ouro (melhor jogador da Europa) que recebeu em 1965, até porque "Botas de Ouro foram duas". "Mas não faz mal. Estou muito orgulhoso", afirmou o "Pantera Negra". Para o presidente Luís Filipe Vieira, a ocasião representou "um marco bastante importante" para o Benfica, pois constitui "um claro sinal de respeito e admiração por um clube que muito deu ao desporto nacional e europeu ao longo da sua história". Referindo-se em concreto aos troféus expostos em "pleno
coração da Europa", o dirigente comentou que faz recordar o passado mas também pensar no futuro. "São coisas que nos fazem pensar no que se passou, nos
momentos que vivemos, e pensar que no futuro teremos a capacidade suficiente para mobilizar novamente a família benfiquista para estes grandes títulos. É isso que se está a tentar fazer
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e penso que vamos conseguir", disse. Um dos actuais símbolos benfiquistas do futuro é Telma Monteiro, campeã europeia e vice-campeã mundial de judo, que também manifestou o seu "orgulho ter sido convidada para estar presente neste dia tão especial para o Benfica", sublinhando que "não é todos os dias que um clube tem a oportunidade de ter uma exposição no Parlamento Europeu daquilo que conquistou". A exposição, patente até quinta-feira na sede do Parlamento Europeu, em Bruxelas, foi promovida pelo eurodeputado democrata-cristão José Ribeiro e Castro, antigo dirigente do Benfica, que assinalou com um sorriso que muito se falou recentemente do sucesso da presidência portuguesa da União Europeia, no segundo semestre de 2007, "mas a primeira presidência portuguesa da Europa foi alcançada pelo Benfica, em 1961". PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
"O Deportivo encheu-me de orgulho" Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
ex-futebolista Jhony Arocha guarda "como um tesouro" as suas recordações com o Deportivo Portugués, uma equipa que "avivou a chama do futebol venezuelano tanto no campo amador como no profissional", afirmou. Arocha foi um dos guarda-redes mais famosos da Venezuela devido ao seu bem sucedido desempenho em diversas formações como o Deportivo Canarias, onde representou, durante sete anos, a Venezuela na Copa Libertadores de América; o Deportivo Espanhol, onde foi campeão na década de 60; a Portuguesa de Acarigua, quando conseguiu o título de pentacampeão nacional; e o Tiquire Aragua, onde terminou a sua carreira como jogador activo. De todos esses anos, guarda com especial emoção a sua passagem pelo Deportivo Portugués. "Joguei duas temporadas com eles, a de 69 e a de 70, e isso foi suficiente para dar-me conta de que era uma equipa excelente, lutadora e tenaz". O ex-guardião chegou ao conjunto
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luso-venezuelano depois do ano em que "a equipa deixou o recorde de 27 partidas consecutivas ganhas, confirmando a sua qualidade. Por isso, aceitei com alegria a proposta de unir-me a eles, sabia que era um grupo de futebolistas talentosos da liga crioula e um dos mais bem sucedidos do Torneio Ibérico", a competição do futebol amador mais antiga do mundo. Segundo Arocha, o Deportivo Portugués "caraterizou-se por uma estratégia de jogo baseada em muita velocidade e engenho, seguindo o estilo europeu", fórmula utilizada pelo director técnico Francisco Sandoval ao dirigir nomes como Candela Benítez, Fernando Cruz, Valência, Gustavo Trejo, Ruiz, Pedrito González, Ramos, Pérez e Gilberto Ulloa, para além de Arocha. Por outro lado, teve a oportunidade de avaliar a equipa lusitana a partir de fora, "pois em várias ocasiões integrei o plantel das equipas rivais e posso dizer com propriedade que esse clube foi um rival bastante competitivo". Essas experiências também lhe permitiram partilhar com outros jogadores de alto calibre como Pedro Pérez, Luís Zarzalejo, David Mota, Argenis
"futebol de colónias" e que se converteu num clube reconhecido e de primeira categoria", assegurou, confessando que "o Deportivo Portugués encheume de orgulho e gostaria muito de ver renascer essa equipa".
Tortolero, Humberto Scovino, Luís Mendoza, Rafael Santana, o director técnico Rafael Franco, entre outros. Para Arocha, o trajecto percorrido pelo Deportivo Portugués no futebol venezuelano situa-o como "uma das equipas que transcedeu o denominado
VITÓRIAS DO CLUBE O Deportivo Portugués teve como grande rival na primeira divisão o Deportivo Espanhol e a história dessa rivalidade começou no segundo ano da liga venezuelana, em 1958, quando o clube lusitano se impôs ante o Espanhol, mas este vingou-se em 1959 e deixou em segundo lugar a formação portuguesa. Mas a rivalidade não ficou por aí, posto que, no ano seguinte, a equipa lusa voltou a deixar em segundo lugar a sua rival ao coroar-se como campeã. Em 1962, o Deportivo Portugués ganhou o título ao vencer na final o conjunto da Universidade Central de Venezuela. Em 1963, a equipa começa a enfrentar alguns reveses. Nesse ano ficou em segundo lugar depois de sofrer a derrota ante o Deportivo Italia. Não obstante, em 1967, o clube lusitano voltou a ganhar o título da liga, desta vez frente ao Deportivo Galicia.
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Muito talento na César del Vecchio Victoria Urdaneta Rengifo
Tabela de posições
vurdaneta@correiodevenezuela.com
Central Madeirense, a Escola Virgem de Fátima e o Nacional continuam a batalha na temporada 2007-2008 da Liga César del Vecchio. Durante o fim-de-semana passado, actuaram em duas regiões do estado Miranda, com a intenção de continuar a acumular pontos no torneio. No sábado, 9 de Fevereiro, todas as equipas do Virgem de Fátima (desde a Pre B até à Infantil A), assim como a categoria juvenil do clube Nacional, jogaram contra os representantes do Deportivo Italia, uma das organizações mais bem sucedidas deste evento desportivo que se realiza anualmente. Os jogos realizaram-se a partir das 9 da manhã no Centro Sociocultural Virgem de Fátima, situado em Guatire, estado Miranda, e os resultados foram: O Infantil B (Sub 15) empatou o marcador 3 a 3; o Infantil A (Sub 17) ganhou 4 a 0; o Nacional da Madeira ganhou por 4 golos a 2. Nesse mesmo dia, actuaram os onze (da Pré B até à Juvenil) do Central Madeirense contra o conjunto Los Castores. Os confrontos efectuaram-se a partir das
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SÉRIE A
A Liga César del Vecchio incentiva as crianças e adolescentes a melhorar o seu nível
9h30 em casa de Los Castores, em Los Teques, capital mirandina, e os marcadores ficaram da seguinte forma: A Pré B (Sub 10) ganhou 10 golos a 0; a Pré A (Sub 12) perdeu 4 a 1; a C (Sub 14) venceu 3 a 2; a Infantil B (Sub 16) levou o triunfo por 2 a 0; e a Infantil A (Sub 18) perdeu 1 a 0. A participação dos três esquadrões reveste-se de grande importância já que se trata de uma das competições de maior prestígio no futebol infantil da Venezuela. Foi também o cenário para 39 equipas de futebol mostrassem o seu talento a todo o país, assim como o fizeram as 59 formações
que participaram nos 40 anos desta competição. Deste torneio saíram destacadas figuras da 'Vinotinto' e do futebol nacional como Miguel Mea Vitali, Alejandro Cíchero e Andrés Rouga, assim como jogadores emergentes na Selecção Nacional como Ronald Vargas, que debutou no jogo mais recente do conjunto tricolor. Alejandro Guerra também participou na Liga César del Vecchio. Deu os seus primeiros passos com a bola com o Central Madeirense e actualmente conta com a admiração da nova geração de futebolistas. "Sinto-me orgulhoso de pertencer à mesma equipa onde 'Lo-
Grupo A Equipas JJ Ptos 1º C. I.V. 20 49 2º C. Madeirense 20 39 3º Dvo. Galicia 15 34 4º San Agustín 15 28 5º E.F. Jachico 20 28 6º Dvo. Agustinos 18 27 7º U. C.V. 15 26 8º S.J. Calasanz 23 17 9º A.C. Castores 20 13 10º U. N. A. 20 6 11º E.F. O.Varela 0 0
bito' Guerra jogou e de estar no mesmo torneio infantil onde aprendeu a competir e a gerir a pressão de uma competição longa e de muito bom nível", disse Alejandro Salcedo, membro da categoria sub-14 da formação vermelha e branca. Pedro Muñoz, um dos treinadores do Central Madeirense, afirmou que os jogos realizados durante esta semana são fundamentais, "pois dão início a uma etapa mais competitiva". Diz que em Dezembro, "por ser o primeiro mês do torneio, experimentaramse diversas estratégias e analisaram-se as tácticas dos rivais", mas que este mês "é quando se desen-
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Grupo B Equipas JJ Ptos 1º S.I. Loyola 22 44 2º Col. Humboldt 20 33 3º E.F. La Rosa 18 26 4º C.E.P.E.F. 17 23 5º EF V. Fátima 11 21 6º Dvo.Los Ilustres 18 19 7º E.F. Junior L.T. 16 14 8º C.A.L.H. 3 7 9º Dvo. Italia 4 6 10º Dvo. Aquino 7 6 11º EF La Trinidad 0 0
volve um nível mais alto e se aumenta a velocidade na carreira que termina em Junho deste ano". No que diz respeito aos benefícios da Liga infantil para os jogadores, Richard Machado, director técnico da Escola Virgem de Fátima e promotor da equipa juvenil do Nacional, sublinhou que "a César del Vecchio incentiva as crianças e adolescentes a melhorar o seu nível, e a trabalhar valores como a constância e a competição saudável. Por isso, é tão importante para as nossas equipas a participação nesse torneio e o apoio que a comunidade lusovenezuelana dá em cada um dos jogos". PUBLICIDADE
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RIF: J-31443138-2
w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 14 A 20 DE FEVEREIRO DE 2008
Campo do Marítimo Folclore venezuelano precisa de 200 mil BsF nos 500 anos do Funchal O O grupo folclórico de Puerto La Cruz visitará Madeira para celebrar o quinto centenário da fundação da sua capital Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
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om o objectivo de participar na celebração dos 500 anos de fundação do Funchal, o cônsul geral da Venezuela na ilha da Madeira, Félix Alfredo Méndez Correa, visitou o estado Anzoátegui no passado mês de Janeiro para convidar o grupo luso-venezuelano Danças e Cantares de Portugal de Puerto La Cruz a participar numa série de actividades que serão levadas a cabo no mês de Agosto na ilha da Madeira. O presidente do grupo folclórico oriental, Rui Pereira, disse ao CORREIO que a direcção do grupo e o cônsul venezuelano farão a Primeira Feira Cultural-Gastronómica Venezuelana na Madeira assim que o grupo chegue à ilha. Este evento terá a duração de cerca de 15 dias. Pereira informou que esta iniciativa terá como fim atrair os luso-venezuelanos que vivem na ilha e "mostrar aos madeirenses as tradições, artesanato e costumes dos venezuelanos". O cônsul Méndez Correa entregou um orçamento à chan-
Os intercâmbios culturais nessas freguesias dançarão folclore venezuelano
celaria venezuelana para ser discutido e, posteriormente aprovado. Neste é exposto o montante que aquela entidade diplomática vai precisar para transportar o grupo folclórico. Segundo Pereira, "nós contribuiremos com metade dos gastos porque vamos estar 15 dias a percorrer algumas freguesias da Madeira". Ainda não há data estabelecida, no entanto o presidente do grupo disse que parte da direcção viaja no final do mês de Julho para "finalizar os detalhes da feira e da digressão pelas fregue-
sias", enquanto que o restante grupo seguirá em Agosto. CONVITE LOCAL Por seu turno, os representantes da Câmara de Santa Cruz e outras freguesias madeirenses convidaram o grupo Danças e Cantares de Portugal de Puerto La Cruz a participar em várias actividades nas localidades da Camacha, Caniço e Ribeira Brava. Rui Pereira disse que nos intercâmbios culturais nessas freguesias não dançarão folclore português mas sim venezuelano.
Centro Marítimo de Venezuela poderá ter o seu campo de futebol em Turumo assim que reúna a quantia de 200 mil Bs.F, o valor que distancia o projecto da realidade. As tão esperadas autorizações já foram outorgadas pela Alcaldia Sucre e pelo Ministério do Ambiente, só falta arrecadar os recursos necessários para concretizar a construção do recinto desportivo. Os fundos serão necessários para retirar a quebrada próxima ao campo de futebol, nivelar o terreno (a fim de este ficar apto à prática desportiva) e levantar um muro de contenção. Para isso é necessária maquinaria pesada e materiais de construção de qualidade. Numa reunião mantida no restaurante Q' Copas, os dirigentes do CMV, encabeçados pelo presidente Manuel Pereira, estiveram com o presidente do Marítimo de Venezuela, José Luís Ferreira, e com diferentes empresários interessados em investir no projecto. O propósito da ceia foi procurar soluções para levar o projecto a cabo. Uma das saídas apresentadas por Pereira foi a promoção massiva da venda das acções do clube através de todos os sócios e amigos do Marítimo que queiram colaborar com a causa. "Convidámos as pessoas a que invistam no re-
gresso do Marítimo, e recordámos às empresas que podem adquirir acções para os seus trabalhadores". Estiveram ainda no encontro o presidente da Federação de Centros Portugueses (FECEPORVEN), Marcelino Canha, o comissariado da aliança entre o Marítimo de Venezuela e o CMV, e cerca de 40 sócios do clube. O presidente do clube não deixou de convidar a comunidade portuguesa na Venezuela a fazer parte do Marítimo naquele que será o começo de uma escola de futebol."Os sócios do Marítimo têm que a continuar a apoiar a construção do único campo de futebol lusitano na área metropolitana". Manuel Pereira teve ainda uma reunião privada com os membros da nova lista que surgiu no CMV, a propósito das eleições do próximo mês de Março, com o fim de que não se abandone o projecto do campo de futebol. Segundo o dirigente do CMV, a direcção do Marítimo da Madeira ofereceu um técnico que virá à Venezuela para coordenar a nova academia desportiva. Pereira disse ainda que a direcção estima que com os recursos necessários, a construção do campo de futebol reiniciar-se-á dentro de aproximadamente um mês. PUBLICIDADE