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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
Puerto Ordaz duplica sócios Centro Português Luso Venezuelano de Guayana vive dias felizes p. 11
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 08 – N.º 248 CARACAS, 06 A 12 DE MARÇO - VENEZUELA: BS.F.: 1,50 / PORTUGAL:
1,50
Visita de Sócrates desperta atenções Primeiro Ministro português visita Caracas de 15 a 19 de Abril. Agenda oficial cede espaço à comunidade portuguesa p. 32
FC Porto fora da ‘Champions’ Portugueses eliminados nos penalties, ficam fora da Liga milionária p. 30
Assalto adia casamento Uma jovem portuguesa foi assaltada e ferida horas antes de casar p.21
CP ensina Português a crianças Desde Outubro que estão a ser leccionadas aulas de Português a um grupo de crianças dos dois aos doze anos p. 6 PUBLICIDADE
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EDITORIAL
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CORREIO DA VENEZUELA 06 A 12 DE MARÇO DE 2008
Brincar com o fogo Director: Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Coordenação em Caracas Elizabeth De Ornelas Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo Aurelio Antunes Contabilidade Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas Ricardo de León Eventos Yamilem González
Como parte integrante da Venezuela, a comunidade portuguesa neste país não pode alhear-se das grandes questões nacionais. A sucessão de acontecimentos recentes e de tomadas de posição face ao diferendo com a Colômbia estão incluídas nas preocupações que exigem alguma atenção de todos. As ameaças e indícios de violência na fronteira colombovenezuelana, com a deslocação de contingentes militares e os discursos instigadores são uma ameaça à estabilidade e à paz. Analisadas as coisas de forma distante, parece que há quem goste de brincar com o fogo... Há exemplos que nos chegam da Europa. Mas também há de outros continentes. Conflitos entre países vizinhos, às vezes regiões que até uma determinada altura fizeram parte do mesmo país. Nuns e noutros
casos, as consequências foram verdadeiramente dramáticas, despedaçando famílias e gerando muitas feridas que demoram anos a sarar. Na Venezuela, em termos concretos, falar da possibilidade de um conflito entre Venezuela e Colômbia significa lançar o pânico entre as comunidades que se cruzam nos dois países. É preciso não perder a noção que colombianos e venezuelanos (nos quais se englobam cidadãos de variadíssimas nacionalidades, entre as quais, portugueses) são responsáveis por duradoiras relações familiares e não só. Por todas essas razões, ninguém devia "brincar com o fogo". Deveria haver valores mais altos que a simples birra ou desejo de mediatização de interesses pessoais, sejam lá de quem forem.
Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C.
O cartoon da semana
Fotografia Paco Garrett
- Dia 19 de Abril há pelo menos 3 eventos ao mesmo tempo!
Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle el rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI). Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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- Vai haver gente com três gravatas diferentes no bolso, para não ficar igual em todas as fotos!!
A semana Muito Bom O programa "Portugal no Coração", o "Prémio Talento" e as bolsas de estudo em Portugal para jovens, são iniciativas que nos apraz aqui registar. Felizmente, já lá vão os tempos em que aqueles programas chegavam aos Consulados de Portugal e eram mal divulgados, alguns até engavetados,
sem que ninguém tivesse acesso. Durante vários anos fizemos eco de muitas críticas a esse respeito. Comentários do passado que felizmente se tornaram desnecessários, pela adequada correcção de procedimentos. Agora apenas resta esperar que os interessados se manifestem e participem.
Bom Em Puerto Ordaz, o clube dos portugueses goza de saúde plena e as obras anunciadas neste jornal são testemunho do que aqui fica dito.É sempre com prazer que damos conta da evolução e progresso da realidade dos clubes
portugueses espalhados por toda a Venezuela.São exemplos a seguir, pelo notável crescimento, progresso e confiança no País e nos seus dirigentes associativos.Um orgulho naquelas terras de Guayana.
Mau As eleições para novos conselheiros prometem! Afinal, demonstra-se que não é assim tão fácil reunir todos os requisitos para apresentar uma lista candidata ao Conselho das Comunidades, órgão consultivo do governo português.Os pré-candidatos têm tido dificuldade em reunir 250 assinaturas de portu-
gueses inscritos nos consulados.Realmente é com tristeza que mencionamos este facto, deixando-o à consideração dos leitores:como é que, entre 10 pessoas que compõem uma lista, os interessados não conseguem convencer 250 pessoas? Assim, é mesmo melhor que nem se candidatem!
Muito Mau Aproximam-se eventos de grande importância e daqueles que arrastam muita gente da comunidade portuguesa espalhada por toda a Venezuela.O que não é compreensível é a falta de comunicação, desentendimento até, para não falar em desorganização, no que diz respeito a datas e à sobreposição de eventos.Não compreendemos que num mesmo dia (19 de Abril) se esteja a organizar o Festival Anual de Folclore, no Centro Marítimo em Turumo, a Festa dos Filhos de Câmara de Lobos, em Guatire, e a primeira reunião dos Filhos de Santa Cruz, no Centro Português, em Macaracuay.Só falta mesmo que o primeiro ministro português decida vir ao Encontro de Gerações também nesse dia.
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06 A 12 DE MARÇO DE 2008 CORREIO DA VENEZUELA
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Empresários lusos viram oportunidades de negócio
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Representantes das indústrias lusas falam sobre as oportunidades no mercado venezuelano no âmbito do acordo comercial Tomás Ramírez Aleixo Vieira
s últimas visitas à Venezuela de Fernando Serrasqueiro, secretário de Estado português do Comércio, Serviços e Protecção ao Consumidor de Portugal,
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JOÃO NUNO MENDES GALP Já temos processos em curso c o m Pdvsa, na sequência dos protocolos e dos acordos já assinados, e estamos a dar seguimento a outros projectos que temos em curso. A Venezuela é um país atractivo para empresa. O relacionamento, até agora, tem sido excelente com as autoridades venezuelanas do sector. É um acordo para durar.
não só serviram para estreitar os laços com o país sul-americano mas também concretizar um amplo acordo comercial. Cerca de 50 representantes das empresas mais importantes de Portugal, oriundas principalmente dos sectores da construção naval e civil, ali-
GONÇALO GASPAR - CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS É sempre bom estar aqui para poder contactar com as empresas locais e saber acerca dos portugueses na Venezuela, nomeadamente acerca daquilo que precisam para que façam os seus negócios com mais segurança. A receptividade dos Venezuelanos tem sido muito boa.
BAPTISTA DA CRUZ A. SILVA MATOS
Sabemos que a Venezuela e s t á mu i to necessitada no ramo de operação em que trabalhamos. Esperemos que se concretizem todas estas boas intenções. A Venezuela é um país com muitas oportunidades de negócio e tem muito a ganhar com isso.
mentar e energia, acompanharam o governante nas suas deslocações pelo solo venezuelano para mostrar os atributos dos produtos e serviços que tencionam oferecer à Venezuela. Alguns destes comerciantes conversaram com o CORREIO acerca das oportunidades que constatam no merFERNANDO ALBUQUERQUE VIROC Temos info r ma ção de que o governo venezuelano precisa de cerca de um milhão e meio de casas. É uma excelente oportunidade para que as empresas portuguesas do sector trabalharem num consórcio. Juntos, e nunca separadamente.
PEDRO PINTO CARNES PRIMOR
cado venezuelano e sobre as expectativas que colocam na negociação em curso, que poderá ser concluída estima-se, com a vinda do primeiro-ministro José Sócrates à Venezuela, que está prevista para Abril, e na companhia de cerca de uma centena de empresários lusos.
Sabemos que existem dificuldades burocráticas que respeitamos e que impedem a concretização de alguns negócios. Mas, por outro lado, abrem-se outras oportunidades de negócios através deste acordo comercial. O mercado é muito atractivo e, além disso, os operadores directos do sector têm afinidades com Portugal, o que nos facilita as coisas.
FREDERICO SPRANGER LISNAVE Nós já mantínhamos um relacionamento com a P DVS A há longos anos. Agora foram estreitados, pelas razoes políticas que se conhece, e é naturalmente que estamos a aprofundar as relações com esta empresa. Já temos um navio da PDVSA nos nossos estaleiros e estão previstos mais uns quantos. Vamos ver se tudo se concretiza. PUBLICIDADE
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VENEZUELA
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CORREIO DA VENEZUELA 06 A 12 DE MARÇO DE 2008
Cavenport apresenta projecto em Portugal Programa da associação também será dado a conhecer a diversas organizações empresariais de três países latino-americanos
Uma delegação da Cavenport visita em Abril a os empresários lusos no Brasil, Paraguai e Chile
Carlos A. Balaguera carabal@cantv.net
ma delegação da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (Cavenport) vista Portugal em Maio para apresentar oficialmente o seu projecto nacional juntamente com as secções da Federação de Câmaras. Igualmente, a delegação da Cavenport visita em Abril as sedes das organizações que agrupam empresários lusos
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no Brasil, Paraguai e Chile. A deslocação tem por objectivo apresentar os programas que estão a ser levados a cabo pela associação a nível nacional, assim como convidar as mesmas para participar na Feira Industrial que será realizada em Maracay, Estado Aragua. José Luís Ferreira, presidente da Cavenport, revelou ainda ao CORREIO que será a secção de Aragua a organizar este último certame. "Estamos seguros que a feira Expo Cavenport, vai ser um êxito. O presidente de Aragua, Macrino Días, tem demonstrado juntamente com a sua direcção que dispõe de um amplo conhecimento de organização, demonstrado na Expo que se realizou em 2006", disse Ferreira. Observou depois que são muitas as empresas que poderão participar na feira, devido ao fortalecimento dos laços económicos entre Portugal e a Venezuela. "Mas tudo depende dos acordos comerciais que se possam vir a celebrar entre ambos governos". Actualmente, acrescentou depois, "há a dificuldade de a maioria dos produtos da Europa não terem o dólar preferencial, o qual torna muito difícil a importação desde Portugal, como por exemplo de vinhos, que está sendo trazido com o dólar através da bolsa de valores, que está permitido pelas autoridades. Mas os custos podem ser muito elevados, de acordo com o momento em que se faça a transacção".
Breves
Desmentida assembleia para aprovar banco no CP Os rumores quanto à instalação no Centro Português, em Caracas, de uma agência bancária não pertencente ao Banco Plaza foram eliminados no passado domingo 2, quando o presidente do clube, João da Silva, durante o almoço de beneficência das damas portuguesas, negou-os peremptoriamente. "Se fizermos uma assembleia e escolhermos um lugar adequado para colocar dentro das instalações do clube uma agência bancária, creio que aque-
le que tem a primeira opção é o Plaza, porque é o banco dos portugueses", afirmou, negando que se "tenha conversado com os dirigentes dessa ou de qualquer outra instituição financeira". Desde que a agência do Banco Plaza foi retirada das instalações do Centro Português, devido aos assaltos perpetrados em Junho e Setembro do ano passado, os sócios do clube contam apenas com duas caixas Multibanco: uma do Banco Canarias e outra do Mercantil.
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CORREIO DA VENEZUELA 06 A 12 DE MARÇO DE 2008
Aulas didácticas ensinam crianças a falar língua dos pais e avós Inculcar a cultura portuguesa junto dos mais pequenos da casa é uma iniciativa que está a superar as expectativas Erika Correia
nunciado como um desafio do departamento de cultura do Centro Português, de Caracas, desde Outubro passado estão a decorrer aulas de português para crianças, todas as terças e sextasfeiras, a partir das 17 horas, no salão de jogo. Concretizar este desafio impunha-se dado que muitos filhos de emigrantes não dominam o idioma dos seus pais, como também a História da terra que os viu nascer e que tiveram de abandonar para em busca de um melhor futuro. Agora os netos tem a possibilidade de receber educação cultural portuguesa desde muito novos. A professora encarregada das aulas, Ana Maria de Abreu, afirmou que o projecto, que se mostrava satisfatório no longo prazo, superou todas as expectativas dos
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seus criadores. Isto porque tem verificado com "muito agrado" que está a aumentar o interesse em frequentar as aulas por parte dos alunos, cujas idades variam entre os 2 e os 12 anos. "É um projecto super ambicioso e bonito. Estamos a ensinálos desde muito novos a pronunciar correctamente as palavras em português, assim como a diferenciá-las do espanhol", explicou. "É importante que saibam responder quando os seus pais ou avós lhes falam", observou, sublinhando que a "ideia é inculcarlhes desde pequenos o idioma para que saibam 'defender-se'." APRENDER É UM JOGO O ensino passa por aulas didácticas que permitem à criança interpretar, com jogos ou mímicas, o que lhe está sendo explicado, para que assim saiba reconhecer e saber o significado das palavras em português. E isto en-
“As crianças são uma 'esponjas' e há que aproveitar esse potencial"
quanto joga ou canta uma canção, exemplificou. A principal meta é fazer que a criança aprenda os sons nasais e aprenda que a boca é uma cavidade sonora que lhe permite expressar-se correctamente. "Ensino-lhes
palavras curtas e fáceis de aprender, como saudar, os dias da semana, as cores, as frutas, descrever a maneira como estão vestidos", descreve, referindo que a "toda a sala está sempre animada com os desenhos e as palavras
que as relacionam de maneira a entender o seu significado." Abreu, que trabalha na área da publicidade, assegura que não há maior recompensa que ver as crianças entusiasmados por estar a frequentar as suas aulas. Ainda que actualmente as classes não estejam a ser assistidas por terceiros, devido à curta idade dos seus alunos, espera em breve poder tornar esta actividade mais abrangente de modo a ajudar o crescimento cultural da comunidade. "Não é fácil, mas pouco a pouco poderemos ir avançando", assegura, referindo que às vezes, "os padres que entram com as crianças, dão-se conta de quão importante é resgatar a cultura". Por enquanto, convida todos os pais a trazerem os seus filhos. "Estamos à espera deles de portas abertas. As crianças são uma 'esponjas' e há que aproveitar esse potencial", sugeriu.
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Mais um pólo de atracção turística
No Norte da Madeira
oi inaugurada, no dia 01 de Março de 2008, a "Rota da Cal"de São Vicente, naquilo que se apresenta como mais um pólo de atracção turística no Norte da Madeira. Rota da Cal é uma infraestrutura privada, o proprietário da mesma é Joel Freitas. Para aquilatar a importância deste projecto, o Município tinha já apresentado uma comunicação a um congresso internacional, em 2006, sobre a temática que a seguir reproduzimos
F Comunicação apresentada no Seminário Internacional, "O Património Industrial", Loures, 2006 Com o título: A Indústria Extractiva da Cal na Ilha da Madeira - o Caso de São Vicente Autores: Dr. José António Rajani Oliveira Dias (Município de São Vicente, Região Autónoma da Madeira)
Introdução A intervenção espacial resultado da ocupação das comunidades humanas, no território, produz impactos significativos nos ecossistemas, por vezes provocando alterações definitivas e de longo prazo. Os vestígios dessa ocupação assumem características de património, que consoante a distância temporal desde a sua origem até à data, são ou património histórico, ou património industrial. O conceito de património industrial é bastante mais recente, e resultou do forte impacto que teve a destruição de várias cidades durante o conflito conhecida como II grande guerra mundial, deixando vestígios, que apesar de tudo se pretendem preservar, como memória de um povo. Portugal, riquíssimo em património histórico, também tem um vasto currículo em matéria de património industrial. Na verdade existem patrimónios, de carácter industrial, que apesar de estarem fora de
uso, contêm em si mesmos valor intrínseco que os destacam de outros de menor interesse. É claro que os poderes públicos são determinantes no que à preservação deste património, mesmo quando de carácter privado, e grande parte dele não é público, de modo a garantir a sua fruição por parte dos cidadãos. Tal é o caso da indústria extractiva da Cal na Ilha da Madeira, concretamente no Município de São Vicente. Na realidade aquela actividade desenvolvida à já bastante tempo na Madeira, apenas teve lugar no Município de São Vicente, e dela se pretende aqui dar nota, bem como as medidas desenvolvidas para a sua preservação e divulgação. Desenvolvimento A. O património já não é mais e apenas as estruturas edificadas na antiguidade ou pelos nossos antepassados. Na realidade habituámo-nos a olhar o património como sendo os mosteiros, os castelos e fortificações que os nossos antepassados erigiram e que ainda hoje podemos admirar tal a robustez das suas construções. Na realidade os vestígios de uma qualquer tecnologia são testemunhos passados, que devem ser preservados no presente, para poderem ser admirados, também, no futuro. Mais, as tecnologias do passado se reproduzíveis podem bem ser veículos privilegiados de promoção e ou formação dos mais novos. Na Madeira temos o exemplo de uma Nau,
reprodução da Nau de Cristóvão Colombo que faz circuitos turísticos, e onde se pode observar ao vivo como era a vida a bordo dos marinheiros da demanda Portuguesa pelo Mundo. No Município de São Vicente existe a única gruta da ilha, através da qual se pode testemunhar o percurso da lava aquando da formação do arquipélago, para além de um conjunto de informações geológicas a partir da sua mera observação. Acoplado a esta foi construído, um centro de vulcanismo, equipado com meios tecnológicos de ponta que associam imagens tridimensionais a efeitos sonoros e visuais bastante realistas. A vantagem destas tecnologias é que podem ser apreciadas e explicadas a jovens alunos, como parte integrante do seu processo de aprendizagem, e formação para a cidadania. B. A Cal é um tipo de matéria-prima em tempos muito utilizado, embora ainda hoje se mantenha a sua importância, diferindo apenas o seu modo de produção, quer em qualidade quer em quantidade. No Município de São Vicente existe ainda, e é conservado pelo proprietário, uma mina e engenho de exploração da Cal, sendo única na ilha, servindo, por isso, todo o território insular. A importância deste vestígio tecnológico foi reconhecida pelas autoridades regionais, através da portaria nº 115/2005, de 3 de Outubro, pela qual se classificou o conjunto constituído por minas, forno da cal e outros
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imóveis de apoio à produção situados em São Vicente. Assim se pretende conservar e valorizar aquilo que é uma memória, a vários títulos, de uma actividade que foi única na Região, pese embora hoje esteja desactivada, em termos de produção. Naquela época a exploração era feita do modo mais elementar - por força braçal, e costal pois a pedra era transportada às costas, bem assim como a agua e a madeira necessárias para o processo de produção. Esta exploração foi possível, por ser São Vicente o único sitio onde existia calcário, e durou essa actividade até aos anos 70 do século passado, sabendo-se que o seu inicio terá sido no século XVII, com o surgimento dos primeiros fornos de cozedura. O Pó branco foi um produto precioso, face ao surto construtivo verificado na ilha até ser substituído por outros produtos utilizados na construção civil. A actividade de exploração da cal era porém sazonal pois quando chovia, em particular no Inverno, tinha de ser interrompida, por não ser possível extrair a pedra e cortar a madeira necessária.
O processo era simples - a pedra era depositada num forno cónico que levava 1 a 2 dias a cozer as mesmas. Após a cozedura eram retirada com uma pá, e adicionava-se a água reduzindo-as a pó. A Cal para pintar a parede, era produzida pelas pedras de alta qualidade, a qual depois de cozida era acondicionada num bidão. A água era adicionada juntamente com sebo de vaca, para derreter a pedra. O recinto da exploração tem cerca de 12 mil metros quadrados, e inclui as infra-estruturas de apoio à exploração, o filão da rocha calcária, as plantas e as aves da Laurissilva (floresta que, no mundo, apenas existe na Madeira, Açores e com menos expressão nas Canárias e está classificada como património mundial pela UNESCO), e ainda palheiros, característicos, um curral, a levada e um antigo poço de água. Conclusão Os proprietários apostam na recuperação desta tecnologia sob a forma de "Rota da Cal" visando as escolas como universo privilegiado dado o carácter didáctico que a Rota apresenta.
Também a pensar na comunidade escolar, existirá uma secção dedicada a fósseis marinhos que comprovam o facto da região se encontrar abaixo do nível do mar em tempos muito remotos (5,2 milhões de anos atrás), obviamente aquando da formação da ilha, cuja origem é vulcânica. Assim ao preservar aos vestígios de uma antiga tecnologia, que fazia uso da força muscular do homem, preserva-se a memória do povoamento de uma região isolada cuja comunidade diariamente era confrontada com os rigores da natureza. Desta forma proporciona-se aos jovens, e aos turistas que demandem o Município de São Vicente a experiência de vivenciarem algo que foi, e é, único na Região Autónoma da Madeira, e que por isso faz parte da história colectiva desta comunidade. Resta ainda a curiosidade desta tecnologia partilhar a sua singularidade com a Laurissilva, também única no mundo, e ainda com as grutas também únicas, embora apenas na ilha, mas que no seu conjunto fazem de São Vicente um Município rico em motivos de interesse que vale bem a pena visitar e explorar.
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CORREIO DA VENEZUELA 06 A 12 DE MARÇO DE 2008
D. Carlos: O Martirizado, O Diplomata,
O Caçador e… O Penúltimo C
omeçamos o ano numa maré de centenários e hoje lembramos um deles, a propósito de um acontecimento que sacudiu o país de ponta a ponta e faz parte da nossa longa história, logo da nossa rica cultura.
UM DECRETO MORTAL... No dia 31 de Janeiro de 1908, D. Carlos assina um decreto elaborado pelo ditador João Franco e diz-se que afirmou: "Assino a minha sentença de morte". Não se enganava. No dia seguinte era assassinado, na Praça do Comércio, quando o sol se começava a pôr. O relógio marcava uns quantos minutos depois das cinco da tarde daquele sábado que anunciou o fim da monarquia. Esse decreto era a resposta do governo à intentona revolucionária de dois dias antes e - o rei sabia-o bem - aumentava a repressão política sobre os republicanos, cada vez mais numerosos e mais atrevidos na sua acção. UMA HERANÇA ENVENENADA... O penúltimo rei de Portugal foi um dos mais cultos que tivemos e sobre o tema voltaremos mais adiante. Tocou-lhe, contudo, dirigir o país com um fardo insuportável encima das costas. Por ter nascido príncipe teve, como todos os seus pares, uma vida cheia de privilégios materiais. Ao contrário do que passava com o seu povo, o rei não tinha preocupações de ordem material. Nada lhe faltava e muito lhe sobrava. D. Luís, o pai, deixou-lhe uma fortuna imensa, mas legou-lhe igualmente uma monarquia sem credibilidade, um défice de 83 400 contos, uma administração da coisa pública feita à medida da alternância política de então - progressistas e regeneradores revezavam-se periodicamente e uma oposição republicana em fase ascendente. Em termos políticos o reina-
custa mais a perdoar ao João Franco".
do de D. Carlos dificilmente poderia ter pior estreia. A nossa velha "aliada", ainda o rei não tinha um ano no trono, atiroulhe uma primeira pedrada com o Ultimatum de 1890, que exigia a renúncia portuguesa ao famoso mapa cor-de-rosa. Aliados negócios aparte, o apetite imperialista da velha Albião obriga Portugal a renunciar à ideia de estabelecer uma ligação entre Angola e Moçambique e a retirar-se dos territórios ocupados. O patriotismo nacional sentese ferido e os republicanos metem o dedo na ferida. UM DITADOR SALVADOR... OUTRA VEZ!
De trambolhão em trambol-
hão, em 1906 confia o governo a João Franco, que rapidamente se assume, na opinião dos republicanos e de não poucos monárquicos, como uma ditadura com tudo o que de repressão se espera de tal tipo de regime. De facto, depois do regicídio, a rainha-mãe dir-lhe-á muito claramente: "Diziam que o senhor era o coveiro da monarquia. Foi pior. Foi o assassino do meu filho e do meu neto". D. Manuel II, que seria o último rei, não foi menos crítico. No quadro de um país tão agitado politicamente, censura-lhe a falta de previsão quantos aos perigos que espreitavam o rei: "Aquele Terreiro do Paço estava deserto, nenhuma providência. Isso é o que me
UM REI CULTO... Carlos Fernando Luís Maria Vítor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon Saxe-Coburgo Gota - que a história regista simplesmente como D. Carlos - estava aparentado com todas as famílias reais da Europa do seu tempo. Teve uma educação esmerada. Aprendeu algumas das principais línguas europeias. Ainda que não tivesse o porte de um desportista era-o em muitos aspectos. Montava a cavalo. Jogava ténis e também futebol, desporto então ainda em estado embrionário. Corria em bicicleta. Era piloto de autos. Praticava esgrima. Apaixonou-se pela oceanografia, chegando a ganhar um prémio internacional. Tinha um dom inegável para a pintura. Era um entusiasta da caça e foi um atirador exímio, capaz de acertar várias balas seguidas praticamente uma encima da outra. A acumulação de tantos e tão variados talentos fazia dele um dos reis mais cultos da nossa história. Tornava-o isto um bom rei? NEM SEMPRE GOVERNA COMO DEVE SER... Nestes dias que correm, pare-
ce estar de moda o branqueamento de algumas figuras históricas. D. Carlos é uma delas e com motivo do centenário do regicídio pouco faltou para o relançamento da monarquia. Um pouco mais e entrava-se na canonização do rei. Contudo, como escreveu algures um seu biógrafo, entre as maçadas da governação e as caçadas, optou geralmente pelas segundas com os nefastos resultados já conhecidos. Do mesmo modo que devemos reconhecer-lhe o nível cultural, não podemos esconder que o seu governo acentuou ainda mais a crise do regime monárquico e que permitiu, mesmo antes da ditadura de João Franco, a aprovação de algumas leis eleitorais claramente batoteiras. Dois exemplos. Em Março de 1895, retirou o voto aos chefes de família. Uma maneira de o impedir às camadas mais pobres da população, onde os republicanos tinham maior implantação. Em 1901, é aprovada a última lei eleitoral da monarquia. A finalidade foi dividir os círculos eleitorais de Lisboa e do Porto e acrescentar-lhes zonas rurais, de forma a diluir a concentração do voto republicano. Não esqueçamos tão-pouco que o rei era o maior devedor do erário público, que a família real portuguesa custava mais do que as da Noruega e da Dinamarca, países mais ricos, e que a sua paixão fazia-o mudar de iate como quem muda de camisa. Contaram-se-lhe quatro: Amélia I, II, III e IV!
Ajude-nos a divulgar a cultura portuguesa O seu apoio é fundamental! Colabore com campanha destinada à obtenção de fundos e de novos aderentes Telefax. 0212 985.41.43 e-mail - ipcultura@yahoo.com
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06 A 12 DE MARÇO DE 2008 CORREIO DA VENEZUELA
VENEZUELA
Investimento dos sócios do CPVG tomam forma na nova "Casa Club"
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Comunidade portuguesa do Sul do país contará com um centro social cujo orçamento ronda os oito milhões de bolívares fortes
Estas obras iniciaram-se em 2000
Silvia Goncalves
Centro Português Venezuelano de Guayana (CPVG) continua a realizar várias obras de recuperação e de criação da "Casa Club", assim como a planificar a construção da piscina olímpica e piscinas recreativas, com o fim de oferecer aos sócios diversas opções de entretenimento e lazer, incentivando-os permanecer ligados ao clube, que necessita de suas quotas de manutenção para funcionar. Na Assembleia Geral, celebrada a 23 de Março de 2007, foi discutido e aprovado o plano de investimentos do exercício em curso, o qual contemplava o final da construção do acesso principal da "Casa Club", a obra da fachada da desta, a total cobertura do grande salão e construir e o espaço de bowling. Também foi aprovada a realização de um projecto para a construção de uma piscina olímpica, duas piscinas recreativas e o acondicionamento de áreas de consumo e serviços públicos. O orçamento calculado para cobrir o plano de investimentos foi de 8.313.172.635 bolívares (8.313.172,64 bolívares fortes), o qual estava dividido em duas partes. A primeira corresponde ao fim da construção da "Casa Club", de 8.500 metros quadrados, e áreas adjacentes, com um valor de 4.158.464,34 bolívares fortes. E a segunda parte corresponde à construção das piscinas,
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A "Casa Club" conta com a construção de distintos ambientes recreativos
com um valor estimado de 4.154.708,30 bolívares fortes. Para 2007, ano em foram reactivadas as obras em várias infra-estruturas, o CPVG contava com 940 acções activas e 460 sócios solventes. Actualmente, existem 980 sócios solventes e 1.500 acções activas, cujos contributos têm conseguido a renovação deste centro social. Cada acção está avaliada em 20.000 bolívares fortes e, segundo o presidente da junta directiva, Victor Vieira, estima-se que para finais deste ano o custo da acção chegue aos 30.000. Vieira explicou que actualmente se está a terminar as obras da fachada do edifício e do grande salão, com o fim de evitar a degradação interna das áreas que mais à frente serão ambientadas, segundo o que foi aprovado. Também está a trabalhar para proceder ao encerramento do grande salão para que este sirva como fonte de receitas adicionais do clube. A "Casa Club" conta com a construção de distintos ambientes recreativos, como um ginásio, cafetarias, o gabinete da junta directiva, um salão de fins múltiplos, um restaurante formal, uma discoteca, sala de jogos e de cinema, e ainda vários terraços com vista para o rio Caroní. Viera informou também que na passado quarta-feira, 26 de Fevereiro, um grupo de especialistas visitou o terreno onde serão construídas as piscinas, para avaliar a zona. Um prazo de
algumas semanas foi pedido então ao clube para a entrega dos projectos. Posteriormente, a junta directiva encarregar-se-á de estudá-los para decidir quais deverão ser aprovados com vista à sua implementação. Uma vez concluído o projecto da "Casa Club" e das piscinas, Vieira esclareceu que se procederá ao asfalta-
mento da via que liga o campo de futebol com a área da marina, investimento que se espera poder levar para o terreno entre final deste ano ou o princípios do próximo. Estas obras iniciaram-se em 2000, mas por diversas razões, tanto externas como internas, foram paralisadas em 2003, durante cerca de quatro anos. PUBLICIDADE
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História de Vida
Elvira da Conceição Martins da Rocha Vila Nova de Gaia
"Irei a Fátima a pie"
há 15 anos que trabalha como modista na loja 'Gama Boutique', no Centro Ciudad Comercial Tamanaco
Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
lvira da Conceição Martins da Rocha, oriunda de Vila Nova de Gaia, Portugal, nunca pensou que sairia da sua terra natal, apesar de o seu pai ter viajado para a Venezuela em busca de maiores recursos económicos para a sua família. Esta portuguesa, a mais nova de três filhos e única mulher, conta que ficou sozinha com a mãe, uma vez que, através de uma carta de chamada, o seu pai mandara buscar os dois irmãos, a fim de "evitar que prestassem serviço militar". A situação financeira de Elvira e da
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mãe não era nada boa, apesar de o pai mandar dinheiro a partir da Venezuela. "Era suficiente para que nós sobrevivêssemos". Já com mais idade e alguma maturidade, Elvira fez um curso de costura a fim de ter uma profissão e ajudar, assim, na manutenção das despesas da casa". RUMO INESPERADO "Enamorei-me cedo", relembra Elvira, ao falar de António Rodrigues Ferreira, que durante o noivado, "foi para a Guiné para lutar na guerra. Esteve seis meses e regressou a Portugal". No entanto, "uma vez casados, o sonho do meu
marido era emigrar, sair do nosso país", contou esta costureira, reiterando que nunca pensou nem queria sair de Portugal. Mesmo assim, o casal estava disposto a sair, rumo à África do Sul, mas o seu pai chamou-os para que fossem para a Venezuela. Em Abril de 1973, "pegamos nos nossos três filhos e embarcámos no avião com destino à América do Sul". Ao chegar ao aeroporto internacional de Maiquetía, não se surpreendeu ao ver as casas na montanha. "O meu pai disse-nos que veríamos coisas diferentes das de Portugal, mas isso não nos impressionou".
Uma vez em Caracas, instalaram-se em La Candelaria, onde ainda vive. Elvira não trabalhou porque sempre se dedicou ao lar e aos seus três filhos, enquanto que Rodrigues mantinha o lar do ponto de vista económico, através do fabrico de moldes de utensílios plásticos, que eram adquiridos por grandes empresas venezuelanas. A vida desta dona de casa mudou em 1993, ano em que o marido morreu devido a um enfarte. Para manter-se economicamente, teve que começar em diferentes trabalhos. "Trabalhei num botequim em Las Mercedes" e desde há 15 anos que trabalha como modista na loja 'Gama Boutique', no Centro Ciudad Comercial Tamanaco (CCCT), em Caracas. VOLTAR ÀS RAÍZES Esta portuguesa esteve 22 anos sem viajar até à sua terra natal. "Tive a oportunidade de lá ir duas décadas depois de chegar aqui", mas teve que adiá-la por um ano devido à morte do marido. "Por fim, em 1994, cheguei a Portugal e fiquei surpreendida com a mudança na minha terra", disse, ao sublinhar que "quando cheguei aqui, a Venezuela era o paraíso comparado com Portugal. Agora, o meu país está muito desenvolvido e sinto que a pátria que me acolheu ficou para trás". No entanto, asseverou que ama este país como se a tivesse visto nascer. "Não me esqueço de Portugal. Gostava muito de regressar e viver na minha cidade, mas cá tenho os meus filhos e netos". A mais velha, Dania, casou-se com um descendente de madeirense. Os dois rapazes ainda estão solteiros. "Todos são profissionais e comerciantes". Assegura que se tem a oportunidade de volver a Portugal, irá "a Fátima a pé para pagar as bênçãos concedidas".
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IPC lança segundo concurso de literatura "A minha pátria é a língua portuguesa", escreveu um dia Fernando Pessoa, desejando demonstrar que o idioma e a literatura são os verdadeiros componentes da essência de cada um. Pegando na frase do grande poeta, um número significativo de escritores construiu a "sua pátria" em quase todas as nações do mundo. E, na Venezuela, este esforço será premiado mais uma vez pelo Instituto Português de Cultura (IPC), o qual, recorde-se, lançou a 28 de Fevereiro último, pela segunda vez, o Prémio IPC - Fernando Pessoa, numa edição especial que visa simultaneamente assinalar o 50.º aniversário do Centro Português, de Caracas. O anúncio do concurso foi feito durante uma sessão literária celebrada naquele centro social de Caracas, pelas 19 horas. Neste evento, os escritos de Pessoa ganharam vida e, graças à maravilha literária, a criação teve tanta importância como o criador. Durante essa ocasião, foi "ressuscitado" Álvaro de Campos; um dos seus heterónimos mais famosos, que costumava sentir-se estrangeiro em cada lugar que visitava, aquele que sempre procurou o seu lugar no mundo, que expôs as suas diferentes fases poéticas e mostrou todo o seu ser aos leitores. Também ganhou vida Ricardo Reis,
O anúncio do concurso foi feito durante uma sessão literária
outro heterónimo transcendental na obra de Pessoa, por ter transmitido a herança clássica na literatura ocidental e ter aprofundado temas sempre esquivos para todo ser humano: no final, todo aquele que não se pode controlar e a inexorável força do destino. Alberto Caeiro foi outro dos protagonistas da noite, graças ao poder das palavras dos leitores e escritores. Este personagem foi recordado e admirado porque, ainda que sem estudos formais, revelou-se sábio e recusou os elogios,
tanto como as filosofias e os simbolismos. Para Caeiro, o objectivo da vida era apreciar a sua simplicidade e a afirmava que apenas a poesia era a sua única forma de explicá-la, pois para ele essa era a única via de expressar o mais singelo e, por sua vez, o mais profundo: A alma. Os jornalistas que tenham publicado trabalhos sobre literatura portuguesa terão a oportunidade de concorrer ao galardão. O prémio será entregue na categoria "Periodismo Literário".
Portugal premeia emigrantes destacados Um pouco por todo o didaturas deverão especificar mundo, muitos portugueses qual das categorias (expostas e seus descendentes têm-se no artigo 10.º do regulamento) destacado no exercício de di- a pessoa se destacou. versas actividades. De forma Para evitar que as candia reconhecer o seu esforço in- daturas sejam excluídas do dividual, o Ministério de Ne- concurso, estas deverão estar gócios Estrangeiros, através acompanhadas de uma fotodo gabinete do secretário de cópia do bilhete de identidaEstado das Comunidades Por- de ou do passaporte, currícutuguesas, criou lo vitae e um texto no ano passado em que se relate ao o concurso pormenor e se justiOs vencedores do "Prémios Tafique detalhadamenlento", para concurso vão assistir à te as razões pelas "Gala dos Prémios distinguir esses quais o candidato homens e mulpode aspirar ao préTalento 2007" heres, sem limio. Convém funmites de idade, damentar títulos que pontificaram em áreas académicos ou outros reconculturais, sociais, científicas, hecimentos. desportivas, políticas, entre As candidaturas ao conmuitas outras. curso devem ser dirigidas e Os candidatos que pos- enviadas ao titular da Direcsam almejar este galardão de- ção Geral de Assuntos Converão ser candidatados por sulares e Comunidades Porterceiros, com a sua autoriza- tuguesas, para a seguinte moção, até 19 de Março. As can- rada: Largo do Relvas, 1399 -
030 Lisboa - Portugal; ou entregues nos postos consulares da Venezuela. A avaliação dos candidatos será realizada por um comité constituído por três pessoas para cada categoria. Cada grupo de jurados seleccionará os três concorrentes finalistas e, posteriormente, o vencedor. Os vencedores do concurso, cujos nomes serão anunciados a 24 de Abril deste ano, receberão um viagem a Portugal para duas pessoas, com estadia incluída, para que assistam à cerimónia pública da "Gala dos Prémios Talento 2007", onde lhes será entregue um troféu. Aos finalistas será entregue um diploma. Para mais informação acerca do regulamento do concurso, consulte a página na Internet: http://www.secomunidades.pt/web/guest/re gptalento2007.
Bases do concurso 1) Os trabalhos participantes deverão versar sobre Literatura Portuguesa. 2) Poderão participar articulistas venezuelanos e estrangeiros residentes no país. 3) Poderão ser submetidos ao presente concurso os artigos publicados, em revistas ou jornais de circulação nacional ou local, entre 13 de Junho de 2007 e 31 de Maio de 2008. O prazo de recepção dos trabalhos termina a 7 de Junho de 2008. 4) Os artigos deverão ser recortados do meio impresso em que foram originalmente publicados. Terão de incluir em anexo a identificação do jornal, a identificação do autor e a data de publicação.Os artigos recortados e quatro (4) cópias acompanhadas da informação antes mencionada, deverão ser enviados a: CENTRO PORTUGUÉS ATENCIÓN: INSTITUTO PORTUGUÉS DE CULTURA AV. LUÍS DE CAMÕES, 3ER PISO URB. MACARACUAY CARACAS. CÓDIGO POSTAL 1071 5) Não serão devolvidos os artigos submetidos a concurso e o Instituto Português de Cultura reserva-se o direito da sua eventual e posterior publicação. 6) O Prémio consistirá em 1.000,00 Bs.F., mais uma viagem de ida e volta a Portugal, que inclui alojamento na capital portuguesa durante uma semana. 7) A decisão do jurado é inapelável. 8) A entrega do Prémio será efectuará num acto especial a realizar-se a 13 de Junho de 2008, em local a anunciar oportunamente.
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Instituto Camões oferece bolsas para aperfeiçoar a língua e cultura O Instituto Camões, organismo tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, oferece, para todos os estudantes, que queiram aprofundar na cultura e língua portuguesas, um programa de bolsas para o ano lectivo 2008-2009, com o fim de promover o estudo e a investigação nestas áreas e na formação científica ou profissional e no aperfeiçoamento da tradução e interpretação. O programa prevê várias iniciativas, como os cursos de verão ou anuais de língua e cultura portuguesas, os quais são realizados em universidades ou instituições reconhecidas por Portugal. Entre as acções está a Fernão Mendes Pinto, dirigida a licenciados ou estudantes universitários do último ano; a de Investigação, para professores e investigadores estrangeiros que desejem realizar estudos de es-
pecialização; a Pessoa, dirigida às docentes responsáveis por Cátedras de Estudos Portugueses e de departamentos de Português em universidades ou centros de investigação estrangeiros, entre outros. O processo de avaliação dos candidatos terá uma duração aproximada de quatro a cinco meses. As inscrições serão recebidas até finais Março, segundo o leitor do Instituto Camões na Venezuela, Miguel Moiteiro Marques. Os resultados da selecção dos finalistas será comunicada aos interessados, através de correio electrónico, a 31 de Maio, enquanto que os vencedores, pela mesma via, receberão a notificação entre 1 e 15 de Junho. Mais informação pode ser obtida em http://www.instituto-camoes.pt/bolsas-de-estudo/cidadaos-estrangeiros.html
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'Oreves' de novo em palco
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Depois de uma temporada sem actividade teatral, o grupo dirigido por um luso-venezuelano volta aos palcos. Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
epois de um ano sem apresentações, o grupo de teatro 'Oreves' apresenta-se no próximo dia 27 de Março, pelas 19h30, no Teatro Don Bosco de Altamira, em Caracas, com a obra "Solteiro, Casado, Viúvo e Divorciado", tema original de Román Sarmentero e dirigido pelo luso-venezuelano Néstor Pereira. O custo da entrada será de 20 bolívares fuertes. O director do 'Oreves', Néstor Pereira, explicou ao CORREIO que a peça teatral fala sobre quatro homens que, consoante o seu estado civil, conversam acerca das mulheres e analisam as relações. A obra divide-se em quatro cenas, onde cada um deles mostra um comportamento de acordo com os seus pensamentos. A inocência, a sedução, a
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apatia e a indecisão fazem parte da trama levada à cena por estes actores. "Uma praça, um apartamento, um bar e uma paragem de autocarros são os lugares escolhidos pelos artistas, que reflectirão, através do diálogo, sobre as histórias mais típicas do homem no que diz respeito a elas", conta Pereira, indicando que o 'sexo forte' tem muitas coisas a dizer sobre a mulher. O director do 'Oreves' assegurou que o público vai divertir-se e "entenderá o homem um pouco melhor". Garantiu ainda que o grupo continuará a fazer peças para deleite dos espectadores. PRIMEIRA APRESENTAÇÃO O grupo formou-se a 11 de Fevereiro de 2006 com a intenção de juntar alguns fãs do teatro. Em Setembro desse mesmo ano, a primeira apresentação oficial do 'Oreves' foi com a revista cómica musical "Uma
A obra "Solteiro, Casado, Viúvo e Divorciado" apresenta-se no próximo dia 27 de Março
noite de fantasia", de Néstor Pereira. A peça foi levada à cena nessa altura no teatro Chacaito, na capital. Este grupo de teatro é com-
posto Andrés Anzivino, Eduardo Lujano, José Gregorio Harb, José Ramón e Néstor Pereira. O director luso-venezuelano referiu que tem previsto, "se
'Piscinazo hawaiano' no CP Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
s membros mais novos do Centro Português envolvem-se cada vez mais nas actividades do clube. Com efeito, organizam, protagonizam e desfrutam dessas actividades ao máximo. O passado sábado 2 de março não foi excepção. O centro social, localizado em Macaracuay, revolucionou-se perante o 'piscinazo hawaiano' celebrado ao longo das instalações. Das 10 às 17 horas, 16 equipas formadas por cinco pessoas enfrentaram-se nas provas impostas pelo Comité Juvenil num rally que encheu o centro social de cor. Rapazes de todas as idades correram de um lado para outro com o corpo pintado, bailando ao ritmo da música da 'miniteca' e com a maior disposição para desfrutar de um dia diferente. Os pequenos tiveram de aplicar todas as suas habilidades para superar as dez provas impostas por esta actividade. "Os cocktails loucos", em que os participantes tinham de adivinhar, de olhos fechados, o sabor dos ingredientes de uma bebida; penteados estrambólicos, que de-
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tudo correr como esperamos", apresentar-se na cidade de Valência, no estado Carabobo, e no Centro Marítimo de Venezuela, em Turumo.
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Festa de Câmara de Lobos em Guatire Erika Correia
Crianças e adolescentes enfrentaram-se nas provas num rally
viam ter o estilo mais original; e extrair 40 sementes de uma 'patilla' depois de comê-la. Estas foram algumas das fases pelas quais passaram crianças e adolescentes no rally. Para além disso, os concorrentes tiveram de decifrar umas pistas através de um abecedário especial feito pelos organizadores para passarem por cada uma das provas. Perseguir um adversário dentro da piscina para abrir um cadeado que tinha pendurado no corpo e superar a prova de algumas cordas para en-
cher um balde de bolas foram outras das provas pelas quais os participantes tiveram de passar. A responsável pelas relações públicas do Comité Juvenil, Samia Cámara, assegurou que a sua equipa pretende organizar pelo menos duas actividades por mês, uma virada para as crianças e outra para os adolescentes. No plano para eventos futuros, figura a organização de um triatlo, tardes de cinema para os mais pequenos no Salão Nobre e a celebração do Dia da Mulher.
No próximo mês de Abril, mais precisamente no dia 19, decorre, no Centro Sociocultural Virgem de Fátima, em Guatire, a Segunda Festa de Câmara de Lobos.A informação foi veiculada por Fernando Lucas, membro do grupo de organizadores da festa, que defende que este tipo de eventos promove a união entre os portugueses. O principal motivo para a realização desta festa naquela zona mirandina não é mais que a alegria dos portugueses ao poderem celebrar em honra do Santuário da Virgem de Fátima, o que acontece desde há vários anos, acrescentou Lucas. O grupo folclórico do Curral das Freiras, de Câmara de Lobos, vai viajar até o nosso país
para a referida festa, e serão eles os encarregados de oferecer ao público um repertório amplo de música portuguesa.Está ainda prevista a apresentação de um grupo de tambores. O público contará ainda com uma diversidade de quiosques onde serão vendidos bolos, comida típica e vinhos. "Esperamos que venha muita gente a festa. Com os ganhos que se obtenha vai realizar-se um significativo contributo para a construção do santuário.É uma oportunidade para que unamos todos os portugueses da zona". Lucas enfatizou que não será cobrado nenhuma entrada ao público, mas o acesso será restringido a todos aqueles que desejem entrar na festa em mota, como medida de segurança.
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CORREIO DA VENEZUELA 06 A 12 DE MARÇO DE 2008
Central Madeirense chega a El Paraíso m novo espaço da cadeia de supermercados Central Madeirense foi inaugurado na passada quinta-feira, 28 de Fevereiro, na urbanização El Paraíso, em Caracas. A loja pretende satisfazer a procura dos vários produtos que oferece neste sector da capital e zonas adjacentes. As instalações possuem 2.394 metros quadrados, com 22 caixas registradoras, áreas de talho, charcutaria, padaria e pasteleira, perfumaria e produtos de limpeza, as mais frescas frutas, verduras e hortaliças, uma grande variedade de peixe, serviço de pré-embalados, congelados e refrigerados, garrafeira com bebidas nacionais e importadas e toda uma panóplia de utensílios para o lar até electrodomésticos. Com este novo supermercado, elevou-se para 45 o número de espaços da Central Madeirense a nível nacional. Para celebrar esta inauguração, os clientes poderão encontrar grandes ofertas, prémios instantâneos e concorrer a um grande sorteio final de um SUV "Grand Cherokee", um frigorífico "LG" com televisão incorporada, um computador portátil, um televisor de Plasma de 50", uma 'parrillera' e cabazes de produtos no valor de 300,00 bolívares fortes. De acordo com os responsáveis da empresa, "esta inauguração é mais uma prova da confiança que a Central Madeirense inspira no país, porque acredita na sua população. É por isso que sempre trabalhará para oferecer aos seus clientes os melhores frutos da nossa terra e a melhor opção de compra com variedade, qualidade e economia para ‘Viver melhor por Menos’”.
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VENEZUELA
Cozido para a beneficência
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Sociedade das Damas ofereceu um cozido à portuguesa em Macaracuay para ajudar o Lar e as actividades que desenvolve ao longo do ano Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
m bom cozido à portuguesa deliciou os cerca de 450 comensais que assistiram ao primeiro almoço do ano organizado pela Sociedade de Beneficência das Damas Portuguesas (CBDP). O repasto teve lugar na quinta Lilly, sede desta organização sem fins lucrativos sediada em Macaracuay. A esta iniciativa de beneficência assistiram destacadas personalidades da comunidade portuguesa na Venezuela, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Caetano da Silva, o cônsul Geral em Caracas, Fernando Teles Fazendeiro, o presidente do Centro Português, João da Silva, e o presidente da Câmara de Comércio Venezuelana Portuguesa, José Luís Ferreira, entre outras figuras de renomeada ligadas à banca e comércio.
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Ao almoço assistiram o embaixador de Portugal na Venezuela é o cônsul Geral em Caracas entre outras destacadas personalidades
Mari Moiteiro, presidente da SBDP, agradeceu a presença de todos e o apoio dado à instituição caritativa. "Sente-se o calor humano além do que é
dado por esta tarde tão maravilhosa", observou em tom jovial. Os vinhos e demais bebidas também deleitaram os pala-
dares dos participantes do almoço. Uma gama de sabores de gelados deu um toque doce à 'almoçarada', que custou, por cabeça, 160 BsF. O montante
total arrecadado reverterá para o Lar e para suportar as ajudas sociais que anualmente são levada a cabo pela sociedade. Durante o almoço, Moiteiro convidou os comensais a adquirir o livro receitas elaborado pela sociedade em Novembro do ano passado. A publicação possui receitas típicas da cozinha portuguesa, tendo uma delas sido dada pela mulher do embaixador, Ulrike Caetano da Silva. A próxima actividade a organizar pela SBDP será o torneio de golfe no Izcaragua Country Club. Mari Moiteiro referiu a propósito que a coordenação dos elementos desta actividade é algo que dá muito trabalho. "Actualmente, estamos contactando com empresas para procurar o patrocínios dos fornecedores. Mas calculamos que o torneio venha a realizar em entre Maio e Junho, porque depende da disponibilidade do Club Izcaragua".
11 sopas beneficiam 40 emigrantes podem famílias pobres visitar a sua terra natal Carlos A. Balaguera carabal@cantv.net
8º Festival da Sopa, organizado pela Beneficência Portuguesa do Estado Carabobo, decorreu este domingo, 2, no Salão Madeira do Centro Social Madeirense, em Valência. Mais uma vez, o objectivo foi angariar fundos através das entradas, que custaram 20 BsF, de forma a contribuir paras as obras sociais. Diferentes instituições e empresas colaboraram na elaboração do menu, que constava de 11 sopas - feijão vermelho lavrador, trigo, 'menestrón', pedra, Vera-Cruz, 'berro', 'popolay', caldo verde, ensopado de carneiro, canja de galinha e caldeirada de atum - e três pratos principais -bacalhau à Gomes de Sá, as 'paticas de Eduardo' e a massa de São Vicente. Para sobremesa havia uma grande variedade de tortas. Ana María de Gois, presidente da Beneficência, disse estar "muito contente com o apoio dado com a grande assistência de famílias", que encheram o salão, "tornando que
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este oitavo festival num êxito". Acrescentou depois que "nestes 19 anos que leva na Beneficência, tem conseguido levar ajuda aos necessitados", nomeadamente ao nível dos medicamentos, "cujos custos têm aumentado de ano para ano". De igual modo, explicou que está a ser canalizada para outras instituições a possibilidade de realizar os tratamentos como a quimioterapia, os quais possuem custos elevados. Sob sua 'tutela' estão 4 idosos, que estão acolhidos na casa San Vicente de Paul, e cerca de 75 famílias de recursos reduzidos. "Todos os meses damos uma ajuda, que também conta com o contributo da comida e roupa que nos fazem chegar", conta a líder de um grupo de apenas dez pessoas que está encarregado de desenvolver esforços para apolar de uma ou outra maneira a quem precisa receber apoio. A Beneficência conta com uma nova obrigação. "Agora temos de pagar a prestação do empréstimo relativo à aquisição da nossa sede, que se tornou realidade no ano passado", informou a presidente.
Jean Carlos de Abreu deabreujean@gmail.com
ma boa parte dos emigrantes portugueses desejam voltar a visitar a sua terra natal, onde podem recordar momentos da infância e juventude que porventura ajudaria cobrir parte das feridas causadas por anos de separação e uma viagem sem retorno. Para cumprir com o desejo de muitos homens e mulheres de regressar ao seu país, o qual não voltaram a ver devido aos seus escassos recursos económicos, a secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas organizou este ano duas edições do programa "Portugal no Coração", em que poderão participar pessoas maiores de 65 anos que estejam há dez anos sem visitar a sua terra. Do total das pessoas que venham a inscrever-se nos consulados gerais e honorá-
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rios na Venezuela, serão seleccionadas 40, das quais 20 visitarão Portugal em Maio, enquanto as 20 restantes o farão em Outubro. Este programa proporcionará às pessoas escolhidas uma passagem de ida e volta, de duas semanas, com todos os gastos pagos, para participarem num plano turístico e cultural. No obstante, os participantes poderão prolongar a sua estadia em Portugal, desde que contem com amigos e familiares que lhes facilite acomodação, comida ou outros encargos que se possam apresentar. Para participar nesta edição do "Portugal no Coração", os interessados deverão apresentar, junto dos consulados, o formulário de inscrição devidamente preenchido, acompanhado duma fotocópia do bilhete de identidade. A data limite para a apresentação dos documentos para concorrer à primeira fase do programa está marcada para
Voltar a Portugal
25 de Março, enquanto que a segunda decorre até 10 de Julho. Os consulados estão encarregados de verificar as declarações dos candidatos em relação à sua situação económica e o número de anos que tem sem visitar Portugal. Para mais informação, pode visitar a página http://www.secomunidades.pt /web/consulate/portugalcoracao.
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Portugal vai organizar em Outubro, em Lisboa, a primeira Conferência Internacional de Energia Solar depois de uma disputa renhida com vários países, nomeadamente, com a Áustria, afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de Energia Solar, Nuno Ribeiro da Silva.
Governo garante que avaliação de professores é para continuar Professores manifestam-se em Lisboa e ministra garante que avaliação mantém-se ministra da Educação reafirmou que não vai ceder perante os protestos dos professores e que o sistema de avaliação é para levar por diante. Mantinha-se assim o braço-de-ferro, com a Fenprof a prometer para sábado, 8, a maior manifestação de professores de sempre. A "Marcha da Indignação" vai contar com a participação dos docentes do ensino superior. Apesar de pertencerem a outro Ministério, os docentes do ensino superior afectos à Fenprof decidiram participar na iniciativa porque consideram que as universidades e politécnicos estão a
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ser financeiramente asfixiados e os professores estão a ser, por causa disso, prejudicados. "Os principais problemas do ensino superior resultam da política de asfixia financeira do Governo e às suas consequências", afirmou em conferência de imprensa o responsável pelo departamento de ensino superior e investigação da Fenprof, João Cunha Serra. "Devido aos elevados cortes orçamentais há situações muito graves de défice em várias instituições, sobretudo as do interior do país, que revelaram ser um motor do desenvolvimento regional, e em 2008 esse problema deverá alargar-se a muitas mais",
alertou o dirigente sindical. João Cunha Serra acusou o ministro Mariano Gago de "aproveitar as dificuldades financeiras que criou para coagir as instituições mais vulneráveis a reduzir custos através do não cumprimento dos direitos de carreira dos docentes". Em causa está a recusa de licenças sabáticas e de dispensas de serviço docente para doutoramentos, bem como a alegada intenção de retirar aos assistentes e a outros docentes universitários a garantia de prosseguirem a carreira após o doutoramento, contrariando as expectativas criadas quando foram contratados.
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Lisboa é das mais baratas Lisboa é uma das cidades mundiais onde se praticam os mais baixos preços no sector da hotelaria, apesar de a procura ser cada vez maior, segundo dados da Cushman & Wakefield, apresentados esta semana.De acordo com um estudo da consultora imobiliária, o preço médio por quarto disponível (RevPar) em Lisboa é
Ministro confia na Judiciária O ministro da Justiça, Alberto Costa, manifestou-se esta semana confiante que a Polícia Judiciária (PJ) possa "num tempo curto investigar e esclarecer" os crimes violentos recentemente ocorridos. "A PJ, como órgão de polícia crimi-
de 58,74 euros, assente numa taxa de ocupação de 6,58%.Na lista dos países analisados, o Dubai é quem lidera, com um RevPar de 219,36 euros, mas com uma taxa de ocupação inferior à da capital portuguesa (1,8%).Em 2007 verificou-se uma tendência positiva na hotelaria em Portugal, "tendo sido registados acréscimos nos principais indicadores de todos os destinos turísticos, sobretudo em resultado da recuperação da conjuntura internacional e da crescente penetração das companhias de baixo custo no transporte aéreo com origem/destino nos aeroportos portugueses".Os proveitos da hotelaria nacional registaram no ano passado um crescimento de 10,4%, representando 1.923,3 milhões de euros (face aos 1.741,5 milhões de euros de 2006). nal em que os portugueses confiam, está no terreno e eu acredito que possa num tempo curto investigar e esclarecer" tais crimes, disse Alberto Costa, aludindo aos homicídios que se verificaram nas zonas da Grande Lisboa e Porto na última semana. O titular da pasta da Justiça, que falava aos jornalistas na Assembleia da República, lembrou os sucessos em investigação alcançados pela PJ no passado e que lhe permitiram esclarecer uma "elevada taxa de homicídios", reiterando assim a sua convicção de que a Judiciária continuará "a justificar uma grande confiança por parte dos portugueses".
A "Marcha da Indignação" vai contar com a participação dos docentes do ensino superior.
Portugal é país da União Europeia onde menos se anda a pé ortugal é o país da Europa onde menos se anda a pé, percorrendo cada português, em média, por ano, 342 quilómetros, segundo um estudo da Agência Europeia do Ambiente, citado pela organização ambientalista portuguesa Quercus. "Portugal apresenta o quinto pior resultado da Europa dos 27 no que diz respeito ao aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) associadas ao sector do transporte, com um aumento de 96 por cento (entre 1990 e 2005), só ultrapassado por países como a República Checa, Chipre, Irlanda e Luxemburgo", adianta a Quercus, ci-
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tando o mesmo relatório. Os luxemburgueses são quem mais anda a pé (457km), sendo que os europeus, em média, andam 382 quilómetros por ano. "Quanto ao uso da bicicleta, Portugal ocupa o terceiro pior lugar com uma média baixíssima de apenas 29 quilómetros por pessoa/ano, ao passo que nos países que apresentam melhores resultados neste indicador, os seus cidadãos usam a bicicleta para percorrer, em média, 936 quilómetros (Dinamarca) ou 848 quilómetros (Holanda). A média comunitária é de 188 quilómetros por pessoa/ano", refere a organização ambientalista.
Menezes diz que PSD ainda não merece estar à frente do PS líder do PSD, Luís Filipe Menezes, defendeu que o partido ainda não merece estar à frente do PS nas sondagens, numa entrevista publicada quarta-feira, 5, no Jornal de Notícias. "É evidente que gostaria que o PSD estivesse à frente nas sondagens mas isso não seria compatível com aquilo que merecemos. Nós ainda não merecemos estar claramente à frente do PS nas sondagens. Estamos a fazer o nosso trabalho. Mas ainda temos que fazer por merecer", afirmou o líder do PSD.
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Na entrevista, o líder social-democrata lamenta que as críticas internas de que tem sido alvo estas não sejam feitas de forma "mais frontal, mais assumida, mais objectiva", mas retira o seu desafio de directas antecipadas, que tinha lançado em Fevereiro. "Este meu partido não está em saldo. Tiveram essa oportunidade", disse, num `recado` aos críticos. Ao Jornal de Notícias, Luís Filipe Menezes anunciou uma nova meta para o crescimento económico do país que, se for Governo, terá como referência a Espanha e não a União Europeia.
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O número de emigrantes portugueses recenseados para votar em Portugal aumentou 2,7% em 2007 face ao ano anterior, mas continua a ser uma minoria dos 4,9 milhões de cidadãos nacionais residentes no estrangeiro, de acordo com o mapa do recenseamento eleitoral publicado em Diário da República.
Fenprof quer audiência com José Sócrates Fenprof pediu terçaferia, 4, uma audiência junto do primeiroministro na sequência do apelo do Presidente da República para o consenso do sector. "Qualquer via de diálogo com o Ministério da Educação está esgotada" pelo que o "desbloqueamento desta situação" deve passar pelo primeiro-ministro que "tem de assumir as suas responsabilidades políticas", defendeu o secretário-geral da FENPROF. Sobre a manifestação nacional, agendada para 8 de Março, Mário Nogueira antecipou que "os professores vão inundar Lisboa", naquela que será a maior manifestação de
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sempre em Portugal do sector. Ao protesto de 8 de Março deverão juntar-se representantes de associações de pais solidárias com o movimento sindical, prometeu Mário Nogueira, rejeitando as acusações da ministra de que os sindicatos estão a orquestrar os docentes. "Se é orquestração dos sindicados ficamos muito contentes, porque é sinal que a nossa orquestra tem milhares de músicos o que é sempre uma coisa extraordinária", ironizou Mário Nogueira. O dirigente contabilizou em mais de trinta mil o número de professores que se têm manifestado nas ruas na última semana contra a política de Educação do Governo.
Miguel Cadilhe acrescentou mesmo que o país deveria solicitar medidas de protecção especial .
País “está em recessão económica grave” Miguel Cadilhe diz que "o crescimento económico português tem-se mantido decepcionante" economista Miguel Cadilhe disse esta terça-feira, 4, em Braga, que Portugal "está em recessão económica grave", situação que, afirma, começou em 1999 e se aprofundou a partir de 2003. Falando num colóquio na sede da Associação Industrial do Minho (AIMinho), o ex-ministro das Finanças disse que "o crescimento económico português tem-se mantido decepcionante" e defendeu que o país deveria solicitar à Comissão Europeia "medidas de protecção especial" para a sua economia, as cláusulas de excepção previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Cadilhe falava num colóquio sobre as perspectivas que se colocam à economia portuguesa. Para o economista, "os políticos não gostam que se diga que há uma recessão grave e os eurocratas também não, mas a verdade é que uma economia que teve crescimento negativo em 2003 e mantém vários indicadores negativos desde então está nessa situação técnica". Acrescentou que, apesar das recentes alterações feitas aos critérios do défice pela União Europeia, "Portugal mantém índices de produtividade muito bai-
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Os custos de insularidade na Região Autónoma da Madeira devem ser pagos pelo Estado português, defende Jaime Ramos.
“Quem quer ter ilhas tem de pagá-las” presidente do Grupo Parlamentar do PSDMadeira, Jaime Ramos, declarou no início desta semana que os custos de insularidade na Região Autónoma da Madeira devem ser pagos pelo Estado português. "Quem quer ter ilhas no Atlântico tem de pagá-las e os madeirenses se vivem numa ilha no Atlântico, se têm custos de insularidade, tem de ser o todo nacional a pagar", defendeu Jaime Ramos na sessão plenária da Assembleia Legislativa que aprovou, por unanimidade, o projecto de resolução do PSD-Madeira de agenda-
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mento potestativo de duas propostas de lei a serem incluídas na ordem do dia da Assembleia da República. As propostas de lei apresentadas pelo PSD-M no âmbito do agendamento potestativo (direito de fixar a ordem do dia) na Assembleia da República dizem respeito à alteração da Lei de Finanças Regionais e à criação de um complemento de pensão no valor de 50 euros aos idosos da Madeira. O projecto de resolução requer ainda que a votação na generalidade das propostas de lei tenha lugar no próprio dia que ocorra a sessão.
xos, um Estado macrocéfalo e centralizado e uma despesa pública exagerada, que deveria "descer pelo menos, 27%". Cadilhe manifestou-se pessimista em relação ao futuro da economia nacional e defendeu a regionalização como sendo um das reformas que pode impulsionar a economia e uma melhor distribuição de recursos."Em Abril de 1974 o Estado era macrocéfalo e ainda se mantém assim", lamentou. Afirmação é "gratuita" e "alarmista" O ministro das Finanças classificou de "gratuita", "alarmista" e sem fundamentação técnica a afirmação de Miguel Cadilhe de que "Portugal está em recessão económica grave". Vários economistas concordam com o ministro das Finanças. Convidado a comentar a afirmação do antigo ministro das Finanças de Cavaco Silva, Teixeira Santos, que se encontrava em Bruxelas numa reunião de ministros das Finanças da União Europeia, disse aos jornalistas que essa afirmação não tem nada a ver com a realidade da economia do país. "Penso que é uma afirmação gratuita, não fundamentada e, de todo em todo, não tem nada a ver com a realidade da
nossa economia", disse. O responsável pela pasta das Finanças pensa que se trata de uma "afirmação alarmista que em nada ajuda a transmitir uma imagem que deve ser objectiva da situação", qualificando a apreciação de "injusta". "A insatisfação quanto ao nível de crescimento não deve autorizar que se fale em recessão, porque, objectivamente, não houve recessão na economia portuguesa", acrescentou Teixeira dos Santos. O ministro insistiu que, tendo a economia portuguesa crescido nos últimos trimestres 1,8 a 2,0 por cento do PIB, "vir dizer que está numa recessão grave é algo que não tem qualquer fundamentação técnica". Teixeira dos Santos recusou liminarmente as sugestões de Cadilhe sobre a forma de "cura" para a economia portuguesa: "Não seria propriamente o médico a que eu recorreria". O ministro acusa Cadilhe de ter uma visão "muito pessimista" sobre a realidade portuguesa, que é "um pouco histórica" e "contrasta com a opinião da generalidade dos economistas e com todos os critérios técnicos aceites pela profissão na caracterização daquilo que é uma recessão".
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João Sidónio eleito sem contestação A lista concorrente foi escolhida por 105 votos entre 116 votantes do Centro Marítimo da Venezuela Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
om o compromisso de continuar o trabalho levado a cabo pela junta directiva anterior, João Sidónio e a sua equipa, vão assumir as rédeas do Centro Marítimo da Venezuela (CMV) para o período 2008-2009. O presidente agora eleito confia que os seus amigos empresários e sócios do clube o apoiem na sua gestão. O acto eleitoral contou com uma participação significativa comparativamente a anos anteriores. Dos 116 votantes, 105 sancionaram a única lista concorrente, dando assim um apoio esmagador contra os 10 votaram contra (o voto que falta ao total foi considerado nulo). "Estou feliz por as pessoas confiarem em mim. Todos os sócios são amigos e que não reste
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dúvidas quanto a isso. Não somos nem de um lado, nem de outro", referiu no discurso da vitória, onde apelou a "todos os sócios para colaborarem na gestão do clube". "Tratarei de falar com muitos companheiros empresários para que me ajudem, porque sem eles não posso levar este clube em frente", prometeu. Quanto ao plano da sua gestão, o novo presidente explicou que passa por continuar a crescer, tanto em número de sócios, como em infra-estruturas. O objectivo principal dos membros da direcção e do clube de curto prazo é terminar o campo de futebol. Para cumprir com a construção da instalação desportiva, João Sidónio considera primordial angariar o dinheiro. "Creio que o primeiro que se tem de fazer é organizar jogos amigáveis para que as pessoas se acostumem à
ideia de que aqui há um campo de futebol, ainda que seja em terra. Depois, pouco a pouco, iremos crescendo, dependendo da situação económica", explicou. O câmara-lobense expressou depois que os dirigentes anteriores, que vão apoiar a sua presidência, deixaram o trabalho em numa fase adiantada. "Obtiveram as licenças necessárias para a construção do campo e isso é o que dá mais trabalho", observou Sidónio, cuja equipa conta com Fernando de Andrade, vice-presidente; Carlos Gonçalves, secretário; Silvia Henriques, cultura; Gregório Vicente, director suplente; e Víctor da Silva, como director de Desporto. UMA VISITA ESPECIAL Uma chamada de Mário Pereira, director do comité de fusão entre o Marítimo da Venezuela e o Centro com o mesmo nome, deu a boa nova: Alberto João Jar-
“O primeiro que se tem de fazer é organizar jogos amigáveis”
dim comunicou que durante a sua visita à Venezuela, pretende ir a Turumo para conviver com os sócios do clube e observar as instalações. João Sidónio comprometeuse a realizar tudo o que era necessário para oferecer uma recepção digna da visita do presi-
dente do Governo Regional da Madeira. "Tratarei de que o clube esteja em perfeitas condições para receber o nosso governante. Para mim é um orgulho, como presidente do clube, receber Alberto João Jardim, que goza de uma alta estima na minha ilha, Madeira".
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Assalto impede casamento
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A dois dias do casamento, a noiva foi baleada na auto-estrada de Caracas-La Guaira, durante um tentativa de assalto Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
oana Maria dos Santos Bustamante estava a dois dias de celebrar o seu casamento quando algo inesperado lhe alterou completamente os planos. A noiva, de 29 anos, foi baleada por três vezes no sábado, durante uma tentativa de assalto perpetrada na auto-estrada Caracas-La Guaira. Tudo aconteceu quando regressava do aeroporto onde foi com a mãe recolher umas amigas provenientes do Equador que vinham assistir à cerimónia. Depois de ser ultrapassada por um Fiat Palio na zona do túnel de la Planicie, que se atravessou na estrada obrigando-a a parar a sua carrinha Ford Escape, junto à qual, do lado esquerdo, se imobilizou a seguir outra viatura. De acordo com o pai da noiva, José dos Santos, natural de Tabua, Ribeira Brava, Ilha da Madeira, dois indivíduos saíram do Palio a disparar na direcção do carro da filha. Um dos disparos perfu-
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Joana apresenta um quadro clínico estável
rou o pára-brisas e passou de raspão no pulso esquerdo de Joana. O segundo atingiu-a na zona da boca, partindo-lhe os dentes incisivos inferiores. Mas saiu sem causar lesões graves. Já o último projéctil penetrou no pulmão direito, antes de fracturar uma costela. Mas também não ficou alojado no seu corpo.
Apesar de ferida, Joana ainda teve capacidade para engatar e fazer marchaatrás e ver os assassinos a iniciar fugir. Cedeu depois o volante à mãe, que tomou a via de San Antonio de Los Altos, zona onde residem. Alguns quilómetros depois conseguiram o apoio de agentes da polícia de Miranda, que se encarrega-
ram a vítima para o Hospital Periférico de Coche, onde recebeu os primeiros cuidados médicos antes de ser encaminhada para a Clínica Ávila, donde esteve dois dias nos cuidados intensivos. Actualmente apresenta um quadro clínico estável. José dos Santos não poupou elogios ao auxílio prestado pelo corpo médico do Hospital de Coche e ao apoio dos polícias. No entanto, fez questão de manifestar o seu descontentamento por causa da insegurança que assola a sociedade venezuelana actualmente. "Ninguém sabe o que se passa na realidade", lamentou, observando que "assaltos como este não entram nas estatísticas porque não são denunciados, pois se formos ao Ministério Público, provavelmente teríamos de deixar a carrinha lá durante meses e correr o risco que ser devolvida em piores condições". O pai da jovem lamentou também o facto de no Hospital de Coche não existir um espaço para denunciar estas situações. "Parecia que estávamos sós. O Estado está muito desorganizado". PUBLICIDADE
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OPINIÃO
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País de brandos costumes? Luís Barreira vaga de criminalidade violenta, que há uns meses vem assolando progressivamente Portugal, começa a inquietar toda a gente. Independentemente das estatísticas comparativas, com outras cidades estrangeiras, que nos são apontadas para demonstrar que, o que se passa nas nossas grandes cidades, está ainda longe dos crimes verificados nas grandes metrópoles mundiais, o facto é que, "o pessoal" anda com medo! E, se o evocar das estatísticas é o nosso prémio de consolação, prefiro que, no âmbito do crime violento e organizado, fiquemos na mesma posição que temos em relação a muitas outras estatísticas, ou seja, no final da tabela!... Todos reconhecemos que há vários factores que contribuem, de forma decisiva, para o aumento da criminalidade. A pobreza e a miserabilidade, em que vivem largos sectores da população residente na periferia das cidades, associada ao estigma social que a situação provoca e às formas marginais de vida que engendra e a outros elementos culturais e étnicos dessas populações, são fonte privilegiada de aparecimento deste tipo de fenómenos sociais. E por consequência, ou em paralelo: o desemprego, a droga, a corrupção, a
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superficialidade dos estilos de vida, as grandes diferenças sociais, a ausência de padrões morais, a deseducação, alguma exagerada permissividade das sociedades modernas e a ausência de autoridade parental e educativa, contribuem igualmente, para a multiplicação da vida marginal. Se juntarmos a tudo isto os problemas relativos à autoridade policial, como: a falta de respeito pelas polícias; a sua falta de efectivos; a sua impreparação técnica e humana para corresponderem aos desafios das sociedades modernas; os seus problemas corporativos; a visibilidade pública da sua ineficácia; as suas dificuldades no patrulhamento permanente e a sua incapacidade em estabelecer laços de proximidade com as populações, temos os "ingredientes" necessários à multiplicação da criminalidade. Neste contexto, se o conjunto de leis e regulamentos sociais não for suficientemente penalizador para os infractores e a aplicação da justiça coerciva, depender dos meios económicos detidos pelos mesmos infractores, (como parece ser o exemplo de muitos casos...), então a justiça terá "sabor" a injustiça, nunca sendo interiorizada pelos cidadãos como um pilar fundamental da vida colectiva, e a banalização das penas aplicadas, acabará por criar a sensação de que "o crime compensa"! Tudo isto é sabido pelos dirigentes do País, pelos estudiosos da matéria e pelas autoridades que têm por missão fazer cumprir a lei. O crime não é um fenómeno isolado das restantes condições gerais da sociedade e o seu combate não pode ser feito apenas pelas polícias, sob pena de, no
mais grave dos casos, ter que existir um polícia para cada cidadão! O crime não pode ser combatido única e eficazmente pós-facto, ou seja, após ter sido cometido. A acção preventiva e desmotivadora, é essencial para atenuar os factores que conduzem à sua propagação e evitar as suas consequências. No caso de ser verdade tudo o que se disse, o crime é um problema de todos e todos devem contribuir para a sua diminuição, no âmbito das suas capacidades e responsabilidades. Se as condições económicas e sociais estão na base do crime, se as polícias não estão preparadas para atenuar o desenvolvimento desta marginalidade, se as leis não correspondem às necessidades de combate a este flagelo social, é preciso que os responsáveis pela gestão do País encontrem as soluções mais adequadas e as apliquem, de forma clara e atempada. Se os pais se demitem da sua responsabilidade educativa, se os professores e as escolas encolhem os ombros à indisciplina e violência nas aulas, se os meios audiovisuais, de carácter agressivo e pernicioso, estão à livre disposição dos jovens e a sociedade em geral se mostra indiferente e demissionária, perante os princípios morais e éticos, essenciais à vida em sociedade e que correspondem à sua exclusiva responsabilidade, então,.... há que penalizá-los. Não há segurança colectiva possível, sem o comprometimento da sociedade no seu todo. É bem certo que há uns mais culpados do que outros, mas isso que não sirva de desculpa para nada fazer.
Somos Emigrantes e jamais abdicaremos dessa condição! Luís Jorge
ara compreender porque somos emigrantes e o Portugal que hoje existe, temos obrigatoriamente que retroceder no tempo até à infância dos nossos pais ou avós, dependendo da idade de cada um dos leitores. Os mais jovens por ventura não se aperceberão do Portugal que hoje temos porque não conheceram outro. Quando comparamos o nosso pais com o que existia há sessenta anos atrás nos princípios e meados do século XX, quando Portugal tinha cinco mil-
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hões de habitantes e era um pais essencialmente rural, pobre e bastante atrasado, com uma taxa de analfabetismo que rondava os 70%, aí percebemos as diferenças. Esse era o Portugal de então. Nessa altura emigravam quarenta mil portugueses por ano. A esses e aos seus seguidores, muito deve este pais. Moderno, culto e desenvolvido onde o discurso político predominante é o de orientar esforços para a captação e fomento de novos investimentos e iniciativas empresariais. Os emigrantes têm de reivindicar o direito que lhes deve ser conferido e não abdicar da sua condição e dessa tão merecida homenagem já que graças a milhões de portugueses muitos deles por necessidade extrema, um dia se viram na obrigação de abandonar as suas famílias para procurar um meio de subsis-
tência que não encontravam no nosso país, e que depois serviu mesmo através das receitas, consumos e investimentos para a construção de Portugal. À meia dúzia de anos atrás, era impensável dizer que os portugueses poderiam voltar a emigrar, mas hoje vemos com alguma preocupação não só como estão a emigrar, mas também como no ultimo ano se registou um aumento de 40 % no numero de portugueses que decidiram ir trabalhar para o vizinho pais isto apesar daquela velha e histórica ideia de olhá-los de lado com ar de inimigos e que a modernidade se encarregou de desmistificar somando já 100 mil os emigrantes em Espanha. Só que este tipo de emigração não é como o dos anos 50 e 60 até porque as condições são completamente diferentes. Condições e os moti-
vos de tal decisão, já que uma parte importante dos ingressos destes emigrantes serão gastos e investidos nos países de acolhimento e Portugal o que receberá é uma verdadeira crise social. Se bem é verdade que as receitas dos emigrantes na Venezuela neste momento não se podem contabilizar devido a decisões políticas do governo local, não é menos verdade que muitos de nós temos investimentos, casas ou propriedades em Portugal e que com os impostos que pagamos contribuímos para que o barco siga a frente, e isso não seria o que neste momento faria a diferença. O que se necessita é que se continuem encontrando medidas acertadas no sentido de incentivar cada vez mais os portugueses a terem confiança e sobre tudo a querer o seu país.
Fiasco Felipe Pereira É pior do que eu pensava.Em data recente, escrevi sobre o engano da "Regulação, Composição e Competências do Conselho das Comunidades Portuguesas -Lei nº66-A/2007, de 11 de Dezembro", peço desculpa, não era engano, não, é a maior estafa social, feita a emigração nos últimos cinquenta anos. Não sei em que pensava as nossas autoridades, aquando da modificação da lei, ou quais dos seus assessores brilhantes as iluminou, mas não será sobre a emigração da qual eu formo parte e conheço que tem a ver a dita modificação, deve ser a de outro pais. Mais me preocupa a apatia dos lideres "temporais" das Associações, que frente a esta modificação da lei, o de não poderem postular listas - o que é irónico desta "lenda", é que foram estes pseudo - conselheiros -, propostos e eleitos pelas as Associações e que de passo não rendem, nem renderam contas da sua actuação, os que propuseram este descalabro social. Os actuais conselheiros, deixaram "ao Concelhos das Comunidades" moribundo, apático, desprestigiado; declararam a sua morte - será porque não lograram uma " reformazinha pelos serviços prestados", só por referência até o dia 21 de Fevereiro, o site oficial do Concelho nada disse ao respeito da modificação da lei, será por isso que está suspensa temporalmente. Esperei um tempo prudente para me pronunciar, não sobre as idiotices, dos pseudo - conselheiros, que aproveitam dos cargos, para negócios particulares ou colectivos - refiro-me aos "certificadinhos de residência", negócio escuro, ao que por certo alguns bancos sérios, rejeitaram "tais serviços", - a referência de que a metade era para o Lar, só reafirma a ideia da pouca transparência e de quererem-se cobrir as costas. A Comissão Permanente do Concelho, que ocupa os cargos desde há mais de três anos de forma ilegal e ilegítima e não só a comissão, senão também todos os "conselheiro", passará a Historia, como a traidora da instituição. Que vão dizer os "não imigrantes", do qual orgulhosamente faço parte, ao igual que mais de quatro milhões de luso-descendentes no mundo, do paupérrimo legado destes pseudo -lideres. O que não entendo, é como este actual Governo, que salvou o Estado Português, da falência em que o deixaram, virou-lhes as costas à emigração - a prova é que tardou três anos para uma modificação, que nada tem a ver com a nossa realidade. Indistintamente do destino do Conselho, farei publicamente varias propostas, para uma melhor condição de vida para a nossa terceira idade; para o Ensino Português na Venezuela; para a reafirmação dos nossos valores culturais e sociais, e sobre tudo da modificação da lei da Segurança Social e dos respectivos tratados em vigor, para que possamos realizar os respectivos descontos para o Sistema de Segurança Social Português legalmente, o que permitirá um retiro digno e tranquilizador, e o mais importante o de podernos reafirmar orgulhosamente como luso-descendentes, o de ter duas pátrias, as mais belas do mundo.
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
CARTAS E o Centro Português?
Estimados leitores: As vossas cartas são muito importantes para nós, mas devido a uma questão espaço, lamentavelmente não podemos publicá-las todas, pelo menos por enquanto. No entanto, mantemos o nosso compromisso de facultar este espaço a todos aqueles que desejem expor as suas observações, queixas e denúncias, as quais podem ser encaminhadas para o CORREIO através do ende-
reço electrónico correio@cantv.net. Por uma questão espaço, pedimos que o tamanho das cartas não exceda os mil caracteres, pois seremos obrigados a encurtar os textos de forma a que possam ser incluídas nesta secção. Muito obrigado pela vossa preferência e pelas vossas cartas.
Sou leitor do Correio e sócio do Centro Português em Macaracuay. Escrevo para o vosso jornal para tentar saber porque é que o secretário de Estado do Comércio não visitou o Centro Português este ano. Segundo li no CORREIO é a segunda vez que vem à Venezuela e não nos visita. Por acaso no Centro Português não há comércio. Ou está mal assessorado pelos seus acompanhantes, ou então é porque não quer mesmo estar com a comunidade portuguesa. Maria Odete S. Guimarães
Sucesso ao Padre Alexandre
Correio da Venezuela
Senhores do Correio da Venezuela, escrevo-lhes para que através do vosso meio possa expressar os meus melhores votos de sucesso ao Padre Alexandre Mendonça, que de acordo com a notícia que publicaram na vossa última edição, foi nomeado administrador da Arquidiocese. Aproveito também esta carta para lamentar profundamente que poucos dias depois de o pároco da Missão Católica Portuguesa ter assumido o cargo, os trabalhadores do 'Palacio Arzobispal' tenham sido obrigados a enfren-
Cuidado! Gosto muito de ler o vosso jornal pois, apesar de ser venezuelana, tenho muitos amigos de origem portuguesa, que me deram a conhecer o "Correio" e também as páginas de sexta-feira no "El Nacional". Escrevo porque chamou-me à atenção a notícia do negócio que Portugal está a fazer com a Venezuela. Cuidado senhores empresários, a Venezuela não é um país normal. E o que parece verdade hoje, amanhã pode ser uma grande mentira. Digo isto porque eu não acredito nos políticos e menos naqueles que não gostam de fazer negócio com o estrangeiro porque isso "é traição à pátria". Como se isso para eles fosse uma traição… Lisette R. Damaso
Fados? Sou venezuelana de descendência europeia e escrevo porque quero saber sobre o fado e onde é que se podem ouvir fados em Caracas. Vivi um ano na maravilhosa cidade de Lisboa, onde comecei a adorar o fado e a comida portuguesa. Parabéns pelo jornal Correio da Venezuela, o qual leio assiduamente. Lilian Ibarra
tar o assalto "pacífica" de um grupo de pessoas que entraram pela força para assustar e amedrontar os representantes de Deus. Na Venezuela já temos mais do que suficientes problemas, como seja ter e lutar contra a insegurança nos têm sujeitos os delinquentes. Somos também muitos os que estamos cansados da violência política que, neste caso, se apoderou de um dos lugares sagrados que temos no país. Maria Cardoso
Bem feito TAP Li no vosso prestigiado semanário a notícia de que os portugueses e luso-descendentes terão a possibilidade de viajar num dos aviões recém-adquiridos pela companhia aérea portuguesa TAP. No entanto, o que mais me satisfaz é que apesar de que já não tenha concorrência directa, esta empresa vai continuar a oferecer aos seus clientes habituais os benefícios que já tinham adquirido com a entrada da linha de Santa Bárbara.
Ao mencionar o nome desta última empresam, não posso deixar passar a oportunidade para endereçar a todos os familiares e amigos dos passageiros que faleceram no terrível acidente ocorrido em Mérida os meus mais sentidos pêsames, principalmente aos nossos conterrâneos que perderam os seus filhos nesse sinistro. Mário Barros
INQUÉRITO: EM VÉSPERAS DO DIA MUNDIAL DA MULHER, COMO VÊ O PAPEL DA MULHER LUSO-VENEZUELANA NA ACTUALIDADE?
Luisana Andrade Estudante
"A mulher está cada vez mais presente e com voz activa na sociedade actual. Já há muito que deixou de ser a dona de casa tradicional que ficava a cuidar do lar. Eu sou um exemplo disso. Estudo na universidade, trabalho e pratico e canto fado".
María Julia de Nunes Artista plástica
"Neste momento, a mulher lusovenezuelana está à altura de todos os elementos da sociedade. Agora as raparigas tiram cursos na universidade, enquanto casam, têm filhos, gerem o lar e mais outras responsabilidades. Há muitas mulheres que tem ocupado cargos de grande importância e estão muito bem relacionadas com a vida social e cultural da humanidade".
Américo Ramos Industrial
"Eu creio que as mulheres estão a bater todos os recordes na actualidade. Apesar das responsabilidades, conseguem aproveitar melhor o tempo de sobra que os homens para fazer outras actividades. Por isso creio que também estão muito mais interessadas em contribuir com as associações portuguesas na Venezuela".
Álvaro Andrade Comerciante
"A ocupa um lugar cimeiro na sociedade venezuelana dos nossos dias, enquanto que o homem está ficando para trás. Além de trabalhar no escritório ou no negócio, está muito bem preparada e sobra-lhe tempo para tratar das lides da casa. São na realidade admiráveis e por isso sinto muito orgulho da mulher luso-venezuelana".
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Câmara delega competências
nas juntas de freguesia
Manutenção de cemitérios, caminhos, veredas e fontanários são algumas das áreas a ser transferidas
Câmara Municipal de Santa Cruz vai delegar nas juntas de freguesia algumas das competências que até agora estão na alçada da equipa presidida por José Alberto Gonçalves. Assim, é intenção da presidência da edilidade delegar nas juntas as competências relacionadas, por exemplo, com a manutenção de cemitérios, caminhos, veredas e fontanários, transferindo, para isso, as verbas necessárias. Elaborar um protocolo que permita essa transferência de competências é agora a meta, conforme anunciou na semana
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passada o presidente da autarquia, depois de uma ronda pelas freguesias da Camacha, Gaula, Santo da Serra e Caniço, não tendo sido visitada a freguesia sede de concelho por questões da agenda pessoal do autarca local. A manutenção dos referidos espaços pelas juntas ficará, segundo o edil, mais facilitada pela proximidade dessas com a população, José Alberto Gonçalves e a sua equipa visitaram as juntas de freguesia com dois objectivos, sendo um deles avaliar a execução do programa de Governo e
das autarquias, com José Alberto Gonçalves a classificar de ?dia positivo? A ronda, tendo sido possível ver as obras, as feitas e as que estão a ser efectivadas. Permitir um contacto mais próximo com as populações foi outro dos objectivos, para que a autarquia principal pudesse ter uma perspectiva ainda mais aproximada das realidades com que se debatem as populações das freguesias. Por isso, em jeito de balanço, o autarca referiu que a visita foi muito útil, por ter mostrado que a Câmara e as Juntas estão empenhadas em desen-
volver uma acção cada vez melhor e cada vez mais junto das pessoas. Concluindo, referiu que foi "todo um dia consumido nisso, mas foi um bom consumo de energia positiva". Na oportunidade foi avaliada a execução do Programa de Governo, da Câmara Municipal e das Juntas em cada uma das respectivas Freguesias. Mais, foi também analisada a situação financeira do Município e Freguesias, bem como os apoios que são disponibilizados, as obras que foram já realizadas e as que estão em curso
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Câmara e PSP estreitam relações Presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz, José Alberto Gonçalves, recebeu, na manhã de 16 de Fevereiro, a visita de apresentação oficial de cumprimentos do novo Comandante Regional da PSP, estando em foco a construção da nova Esquadra da PSP na Camacha. Na oportunidade, realizouse uma reunião de trabalho, entre a Vereação e a comitiva da PSP, onde foi analisado o momento actual ao nível da segurança pública, tendo sido trocadas ideias sobre o rumo e métodos para melhorar cada vez mais a segurança dos cidadãos através de uma colaboração estreita entre as duas entidades.
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A visita oficial serviu também para intensificar melhores condições para que as forças de segurança desempenhem o seu papel, na persecução de melhores meios de vida da comunidade santa-cruzense. Nesta visita, o comandante da PSP, superintendente-chefe Jorge Moutinho Barreira, fez-se acompanhar do comissário Dias, comandante da estrutura policial do respectivo município. No âmbito do encontro, a comitiva deslocou-se à vila da Camacha, para visitar o local onde será construída a nova Esquadra da PSP, juntamente com um mercado, parque de estacionamento e centro de camionagem. Es-
te investimento estava já programado antes do encerramento da antiga Esquadra
da Camacha, estando previsto o seu arranque durante o corrente ano.
Município apoia taxistas A entrada em vigor de legislação que obriga os taxistas a adquirirem novos taxímetros, suscitou grande atenção do executivo camarário do Município de Santa Cruz, dado que detemos um profundo conhecimento da realidade destes profissionais e das dificuldades do sector. Por mantermos continuamente uma postura de diálogo com os nossos Munícipes, somos capazes de identificar rapidamente os problemas e agir em conformidade. Assim, iniciámos contactos com profissionais do Táxi já em 2007, tendo em vista soluções para minorar os cus-
tos inerentes à sua actividade, mormente no que concerne à aquisição do equipamento.
Resultado, está já elaborado um protocolo de cooperação, tal como está o respectivo estudo de custos, o estudo grá-
fico a utilizar em cada Táxi, promovendo o nosso Concelho e existindo, quanto a tudo isto, um alargado consenso.
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Produtores de milho aprendem no México Empresários mantiveram reuniões com os colegas a fim de conhecer as técnicas que poderiam ajudá-los a aumentar a produção ma comissão de produtores venezuelanos de milho estiveram, até à passada sexta-feira, 29 de Fevereiro, em Sinaloa, México, através de um convite que lhes foi dirigido pela Gruma, uma das empresas líderes ao nível mundial na produção de farinha e de bolos de milho, representada no país pela sua subsidiária Molinos Nacionales, C.A (Monaca). O objectivo desta reunião era apoiar os agricultores venezuelanos para que consigam colheitas de maior volume e qualidade, partilhando experiências com os colegas mexicanos, cuja produção oscila entre as 10 e as 11 toneladas por hectare. A subsidiária da Gruma neste país sul-americano, a Monaca, procura, com esta iniciativa, com que os agricultores dos estados Portuguesa, Guárico e Bolívar, afiliados da Confederação Nacional de Associações de Produtores Agro-Pe-
U
cuários (FEDEAGRO), consigam maiores benefícios, posto que actualmente as suas colheitas produzem uma média de 3,5 toneladas por hectare. Neste encontro estiveram Gustavo Moreno, presidente da Fedeagro; Fernando Montenegro, Ángel Garcia e Remo Mogno, representantes da Asoportuguesa e Anca; Pedro Rivas, José Meneses e José Quiteria Matos, empresários de Guárico; e Johnny Arrioja, produtor do estado Bolívar. Durante a sua permanência no México, os empresários venezuelanos conheceram as técnicas e ferramentas que são utilizadas pelos seus homólogos de Sinaloa, tanto para a produção como para a preservação do grão. Paralelamente aos referidos encontros, houve ainda lugar a diversas reuniões institucionais com a Confederação de Agricultores de Sinaloa (Caades) e a Associação de Agricultores de Rio Fuer-
Os agricultores venezuelanos produzem uma média de 3,5 toneladas do milho por hectare
te Sur, assim como com representantes das empresas dos grupos Ley, Corerepe e Vizcarra, e do Inifap, todos relacionados com as actividades de produção primária e manufactura agro-industrial. Com este tipo de apoios, o grupo
Gruma, que tem importantes operações na Europa, Ásia e América Central, reafirma uma vez mais o seu compromisso com clientes, provedores e consumidores, de oferecer-lhes produtos elaborados com matérias-primas de alta qualidade.
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TAP Premiada pelo Aeroporto de Genéve A TAP foi premiada pelo Aeroporto Internacional de Genève, na Suíça, pelo segundo ano consecutivo, em função de ter registado um crescimento anual superior a cinco por cento no número total de passageiros transportados naquele aeroporto em 2007. A TAP Portugal transportou o ano passado mais de 160 mil passageiros de e para Genève, o que traduz um crescimento de cerca de 15 por cento relativamente ao ano anterior.
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"As portas estão abertas"
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Walter 'El Cata' Roque diz que existem inúmeros jogadores luso-descendentes que se desenvolvem nas categorias menores e assegurou que dará oportunidades a quem demonstre ter talento. Ornelas e Edder Pérez, actualmente a jogar em ligas internacionais". Afirmou também que "as portas estão abertas para todos aqueles que tenham destrezas e que queiram pô-las ao serviço das selecções menores", coordenadas por Roque.
Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
"A Venezuela tem jogadores de raízes portuguesas com grandes habilidades e muito potencial, por isso motivo-os a continuarem a trabalhar arduamente, para que possam aproveitar as oportunidades que oferecemos aos novos talentos", declarou Walter 'El Cata' Roque, o treinador mais bem sucedido da Venezuela e uma das figuras mais destacadas do chamado "futebol de colónias", por ocasião da sua recente designação para a Federação Venezuelana de Futebol e o Ministério do Poder Popular para o Desporto, como coordenador das selecções menores do futebol nacional. Para além disso, o dirigente de 74 anos de idade terá a seu cargo o controlo das selecções femininas assim como as disciplinas do futebol de praia e futebol de salão, "cenários onde também se destaca, desde há muitos anos, a comunidade
"O TORNEIO IBÉRICO FOI A MINHA ESCOLA"
Walter 'El Cata' Roque, o treinador mais bem sucedido da Venezuela
luso-venezuelana", afirmou. Apesar da vasta experiência de Roque, todas estas funções constituem um grande desafio. "Assumo-o como uma missão. Estou feliz, pois a Venezuela é o meu lar, o futebol é a minha vida", disse, a respeito. "Este é um trabalho de entrega e motivação", acrescentou.
"Trata-se de prestar assessoria, criar, inovar e para isso deve-se sentir uma profunda paixão pelo que se faz, como eu sinto". 'El Cata' aproveitou a ocasião para animar "os jovens futebolistas luso-venezuelanos para que formem uma geração ainda mais bem sucedida que os talentosos Danny Alves, Fernando de
O técnico uruguaio-venezuelano acumula uma ampla experiência como técnico no Uruguai, no Equador, na Bolívia e na Venezuela mas onde começou a sua carreira como treinador? Antes de dirigir, no nosso país, as equipas infantis, juvenis e a selecção principal, o que o inspirou a ser director técnico? Que competências ganhou para dirigir as selecções crioulas nos Jogos Olímpicos, na Copa América e eliminatórias mundiais como a de 1981 e 1986? A todas estas questões, o famoso 'Cata' respondeu com emoção:
"O Torneio Ibérico foi a minha escola, ali tornei-me treinador na década de 60', uma época maravilhosa para essa competição que figura como a mais antiga do mundo nas categorias amadoras". Foi precisamente no Torneio Ibérico que conheceu de perto várias equipas fundadas por luso-venezuelanos, "como o Deportivo Portugués e o Central Madeirense, conjuntos que nasceram pelo esforço da comunidade portuguesa e o público venezuelano respondeu indo aos estádios e mostrando o seu apoio nos jogos". Expressou ainda a sua admiração pela qualidade dos futebolistas que passaram por esses 'onzes': "tinham jogadores com nível profissional, inclusive vários jogavam em clubes da liga nacional, mas se lhes dessem uma permissão especial para que jogassem no Ibérico, torneio onde todos lutavam com amor pela camisola e tinham espírito triunfador". PUBLICIDADE
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CONQUISTANDO A ESPANHA
Paulo Torres: "Pontapé canhão" Tomás. M. Muñoz. B. xeneixesalmantino@hotmail.com
aulo Torres, nascido a 25 de Novembro de 1971 em Évora, é um dos futebolistas portugueses que triunfaram no competitivo mundo do futebol espanhol. Chegou a Espanha a meados dos anos 90 para jogar como defesa e estava destinado a ser o "Roberto Carlos português". Pode dizer-se que é outro dos inesgotáveis jogadores surgidos das escolas do Sporting Club de Portugal, onde começou a jogar desde muito novo até chegar à equipa principal na temporada de 89-90. Ali permaneceu até à temporada 95-96, altura em que foi transferido para o Campomaiorense. Pertence a essa geração de ouro do futebol português dos começos dos anos 90. Conquistou o campeonato do mundo sub-20 obtido em Portugal em 1991, ao marcar três golos para a selecção lusa. A irregularidade marcou o caminho deste grande defesa, que teve em José Leal um jogador que a pouco e pouco lhe foi fechando as portas da titularidade na equipa do Sporting. Até que em 93-94
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chega ao conjunto sportinguista o treinador Carlos Queiróz, o "padrinho" de Paulo Torres, com quem disputou o melhor torneio da sua carreira, o que começou a demonstrar a potência que tinha nas pernas para marcar livres. É em finais de 96 que decide tentar a sorte no futebol espanhol, na União Desportiva Salamanca, equipa que se "alimentava", naquela altura, de jogadores portugueses. Goikoetxea é o treinador da União e dá confiança ao jogador português para que marque posição na titularidade na equipa e conseguir, ante o Alavés, a ascensão à primeira divisão graças, em grande parte, ao contributo dos jogadores lusitanos como Pauleta, César Brito, Taira e Paulo Torres. Mas a irregularidade marcaria o seu passo pelo conjunto Salmantino, dado que na sua passagem pela primeira divisão nunca conseguiu ser titular indiscutível, primeiro com Txetu Rojo e posteriormente com Miguel Angel Russo, o que fez com que fosse cedido ao Rayo Vallecano, para posteriormente voltar ao futebol de Portugal com o Desportivo de Chaves. Voltaria depois a Espanha para jogar
com o Leganés, mas a irregularidade voltou a marcar a sua trajectória. Veio a finalizar a sua carreira a jogar no conjunto do Imortal. Vale a pena recordar a visita do Real Madrid ao campo do Helmántico do Salamanca, uma vez decretado campeão de
Espanha em 1997, às ordens de Capello, onde perguntavam a Goikoetxea se temia o disparo de Roberto Carlos, e o treinador basco, muito jocosamente, contestou: "eles que se cuidem, porque nós temos o Roberto Carlos português, chama-se Paulo Torres".
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Porto falhou até nos penáltis O FC Porto foi eliminado, na quarta-feira, 5, pelo Schalke 04 dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões em futebol no desempate por grandes penalidades (41), num jogo marcado pela excelente exibição do guarda-redes alemão e "castigos máximos" desperdiçados por Bruno Alves e Lisandro. Em desvantagem na eliminatória, o FC Porto surgiu disposto a rapidamente apagar o golo sofrido na Alemanha e Bosingwa ameaçou com um remate com o pé esquerdo, logo aos dois minutos. O Dragão, praticamente cheio (45.316 espectadores), aqueceu com a investida do lateral direito e, aos 12 e 13 minutos chegou mesmo a gritar golo, não fossem duas intervenções de enorme qualidade de Neuer: primeiro, com um desvio eficaz com o pé direito a remate de Lisandro, na sequência de uma excelente jogada de Lucho e, logo a seguir, com uma defesa instintiva a um cabeceamento de Tarik, já na pequena área. A fome de golos portista foi decaindo com o tempo, aproveitando o Schalke 04 algum esmorecimento contrário para tentar a sua sorte pela primeira vez: aos 26 e 27 minutos, o lateral esquerdo Westermann testou o remate de longe, mas sempre ao lado da baliza de Helton. Aos 37 minutos, o FC Porto voltou a criar perigo, num remate frontal de fora da área de Ricardo Quaresma, mas seria mesmo o "carrasco" de Gelsenkirchen, Kevin Kuranyi (golo na Alemanha, aos quatro) a cabecear ao lado, aos 42, no melhor momento alemão do encontro. A primeira contrariedade para o clube português aconteceu logo no início da segunda parte, com a lesão de Bosingwa (entrou Mariano Gonzalez, aos 54 minutos), obrigando Jesualdo a puxar Fucile para a direita e a colocar Meireles na ala esquerda. Momentos antes da lesão de Bosingwa e antes também de Farias entrar para a posição de Tarik, o marroquino do FC Porto, tantas vezes decisivo, teve novamente o golo na cabeça, mas total-
mente isolado, deixou os adeptos furiosos, ao enviar a bola contra o corpo de Neuer, na sequência de uma assistência perfeita de Lucho, após livre estudado com Quaresma. Aos 65 minutos, e depois de uma perda de bola infantil, Grossmuller rematou para a baliza do FC Porto e Helton defendeu com a mão fora da área e segurou o empate, num lance mal ajuizado pelo árbitro inglês, que deveria ter expulso o guardião brasileiro dos "azuise-brancos". Farias, aos 80 minutos, parece ter sido carregado em falta dentro da área por Westermann e, aos 82, nova contrariedade para a equipa de Jesualdo Ferreira, com a expulsão de Fucile, por entrada dura sobre um adversário. Já com alguns adeptos a abandonar o estádio, o FC Porto viria, contudo, a levar o jogo para prolongamento, com Lisandro Lopez a descobrir um buraco entre o muro defensivo e a rematar fortemente ao ângulo superior esquerdo da baliza do incapaz Neuer (86 minutos). No prolongamento e mesmo com menos um elemento, os "azuis-e-brancos" tiveram oportunidade de ouro para arrumar com a eliminatória (104 minutos), mas Quaresma foi inexplicavelmente incapaz de marcar o segundo, completamente isolado perante o guarda-redes adversário, praticamente intransponível.
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Jornada de 'empatas' Benfica desaproveitou domingo, 3, o deslize do líder FC Porto, ao empatar 1-1 no estádio do rival Sporting, no "derby" lisboeta da 21ª jornada da Liga portuguesa de futebol, que fez cair os "leões" para quinto lugar. O Sporting entrou bem no jogo do Estádio José Alvalade e colocou-se em vantagem logo aos 11 minutos, com o montenegrino Simon Vukcevic a corresponder da melhor forma ao cruzamento do brasileiro Tiuí, confirmando-se como o melhor marcador do Sporting na prova, com sete tentos. No entanto, o clube anfitrião acabou por permitir a reacção do Benfica e consentiu o empate aos 39 minutos, através de um desvio de cabeça do paraguaio Cardozo, que obteve o oitavo golo na Liga e reforçou o estatuto de melhor "artilheiro" dos "encarnados". O avançado do Benfica marcou o golo do empate na sequência de um pontapé de canto de Rui Costa, titular no "derby" em Alvalade pela primeira vez na carreira, e os "encarnados" resistiram em inferioridade numérica aos últimos minutos de pressão "leonina". Aos 77 minutos, o Benfica ficou reduzido a dez unidades, devido à expulsão de Nelson, por cartão vermelho directo, mas segurou o empate, mantendo os mesmos cinco pontos de vantagem sobre o rival e 12 de atraso para o líder e bicampeão FC Porto, que sábado empatou 0-0 no reduto do Boavista.
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DESPORTO
O
Liga Bwin 21ª Jornada Boavista - F.C. Porto
0-0
Leixões - Académica
2-2
Marítimo - E. Amadora
1-1
Naval - Nacional
1-1
P. Ferreira - Belenenses
1-2
Sp. Braga - V. Guimarães
0-0
Sporting - Benfica
1-1
U. Leiria - V. Setúbal
0-2
Classificação J V E D G P 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º
O Sporting igualou em pontos o Vitória de Setúbal
O Sporting igualou em pontos o Vitória de Setúbal, mas manteve-se na quinta posição, para a qual foi relegado sábado depois do triunfo no terreno da União de Leiria (2-0) dos sadinos, que têm vantagem sobre os sportinguistas no confronto directo. Os outros dois jogos do dia da 21ª jornada também terminaram com a igualdade a um golo, com Marítimo, que recebeu o Es-
trela da Amadora, e Nacional, frente à Naval 1º de Maio, a perderem também pontos na luta pelos lugares de acesso às provas europeias. A ronda iniciou-se sexta-feira com o "nulo" entre o Sporting de Braga e o Vitória de Guimarãese e completou-se segunda-feira, com o Paços de Ferreira a perder por 1-2 na recepção ao Belenenses.
F.C. Porto Benfica V. Guimarães V. Setúbal Sporting Belenenses Marítimo Nacional
21 21 21 21 21 21 21 21
16 3 10 9 10 5 8 10 9 7 8 8 9 3 7 8
2 38-7 51 2 33-12 39 6 23-2335 3 29-2034 5 28-1834 5 22-21 32 9 26-2230 6 15-14 29
Sp. Braga Boavista E. Amadora Académica Leixões Naval P. Ferreira U. Leiria
21 21 21 21 21 21 21 21
6 9 5 10 4 10 4 10 3 12 5 5 4 4 1 5
6 23-2527 6 24-31 25 7 24-2622 7 22-3122 6 21-25 21 11 15-31 20 1320-34 16 15 16-39 8
22ª Jornada (8-3) Belenenses - Boavista Benfica - U. Leiria E. Amadora - P. Ferreira F.C. Porto - Académica Nacional - Sp. Braga Naval - Leixões V. Guimarães - Sporting V. Setúbal - Marítimo PUBLICIDADE
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RIF: J-31443138-2
w w w. c o r r e i o d e v e n e z u e l a . c o m CORREIO DE VENEZUELA - 06 A 12 MARÇO DE 2008
José Sócrates em Caracas sob olhar internacional Agostinho Silva asilva@dnoticias.pt
J
osé Sócrates deverá visitar oficialmente a Venezuela entre 15 e 19 de Abril, para a formalização do acordo comercial global já em andamento e para diversas actividades relacionadas com a comunidade portuguesa em Caracas. A esta distância, a deslocação do chefe do governo português ganha contornos ainda mais importantes, face ao agudizar das relações entre a Venezuela e a Colômbia, cujos condicionalismos estão a ser seguidos pela comunidade internacional. No entanto, dado que ainda falta mais de um mês para a visita, é provável que até lá o conflito ChavezUribe fique esvaziado de importância. Em Caracas, para além dos acordos bi-laterais a que Chávez e Sócrates aporão as suas assinaturas - Venezuela fornece cerca de 30 por cento do petróleo que Portugal precisa, com o nosso país a disponibilizar vários serviços e produtos no mesmo valor comercial - o governante português reserva algum espaço do seu programa oficial para actividades directamente relacionadas com a comunidade portuguesa. Assim, o Primeiro-Ministro
de Portugal é o convidado de honra da sétima edição do 'Encontro de Gerações', marcado para um dos dias da sua presença na capital venezuelana, em Caracas, havendo também fortes possibilidades de José Sócrates fazer-se acompanhar do presidente venezuelano Hugo Chávez, ou do seu vice-presidente Ramón Carrizalez. Paralelamente, os dois governantes visitam pela primeira vez o Centro Português, em Caracas, na sequência de um convite que a instituição lhe endereçou já o ano passado, para que o Governo português se associasse ao 50.º aniversário daquele que é considerado o maior e mais emblemático clube de toda a diáspora portuguesa. Sócrates e Chávez, ou Carrizalez, serão recebidos pela Junta Directiva do CP, que os guiarão numa curta visita aquele que é considerado o maior centro associativo das comunidades portuguesas no mundo. A presença dos mais altos governantes de Portugal e da Venezuela no Centro Português inserem-se no programa de comemorações do 50.º aniversário da instituição. Recorde-se que, ao longo deste ano, várias individualidades estão convidadas para se associarem à efeméride.
O Primeiro Ministro português vai a Caracas dentro de um mês.Visita o Centro Português, a propósito dos 50 anos da instituição.
VII ENCONTRO DE GERAÇÕES A participação no 'Encontro de Gerações', uma iniciativa anual e uma referência incontornável quando se trata de qualquer abordagem à vida da Comunidade Portuguesa na Venezuela, surge a convite do CORREIO da Venezuela, DIÁRIO de Notícias da Madeira e BANIF, as três entidades que desde há sete anos organizam o evento em conjunto. A principal característica do 'Encontro de Gerações' está na
sua capacidade mobilizadora, que não se confina apenas aos grandes pólos de concentração de portugueses ou luso-descendentes (Caracas, Valencia), preocupando-se também por dar visibilidade a núcleos menos representativos. Durante cerca de um ano, elementos das diversas comunidades lusas preparam e seleccionam os seus contributos - em torno de um tema central, previamente definido - para apresentação no dia da realização do
'Encontro de Gerações', que ocorre sempre em Caracas, com delegações vindas de toda a 'Venezuela portuguesa'. O tema central da edição deste ano é: o papel dos centros/clubes associativos na comunidade portuguesa. Em cada ano, a organização conta com um Convidado de Honra, que durante a sessão final faz uma alocução. Em anos anteriores, destacou-se a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. PUBLICIDADE