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www.correiodevenezuela.com
O jornal da comunidade luso-venezuelana
II Encontro de jornalistas É já no dia 29 de Abril que se realiza a 2.ª edição, no CP em Caracas p.4
DEPÓSITO LEGAL: 199901DF222 - PUBLICAÇÃO SEMANAL ANO 08 – N.º 255 CARACAS, 24 A 30 DE ABRIL DE 2008 - VENEZUELA: BS.F.: 1,50 / PORTUGAL:
1,50
Mil luso-venezuelanos elegem 4 conselheiros
p. 3
Câmara de Lobos em Guatire Os ‘filhos’ de C. Lobos fizeram mais um grande arraial p.15
Lar de Maracay abre portas Lar geriátrico recebeu a primeira inquilina e abriu formalmente p.7
LUIS JORGE
MARIA ESTELA LUCIO
MARIA LOURDES DE ALMEIDA
ANTONIO DE FREITAS
Ronaldo adia tudo para Manchester
p.30
Grupo ‘Renascer Lusitano’ vence O XXIII Festival de Folclore Português animou Turumo. p.14
MOMENTO EM QUE CRISTIANO RONALDO FALHAVA O PENALTIE EM BARCELONA. NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, A SEGUNDA ‘MÃO’ É DECISIVA EM MANCHESTER. PUBLICIDADE
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EDITORIAL
Director: Aleixo Vieira Subdirector: Agostinho Silva Coordenação em Caracas: Elizabeth De Ornelas Jornalistas: António da Silva, Erika Correia, Tomás Ramirez, Victoria Urdaneta, Sandra Rodríguez Correspondentes: Carlos Balaguera (Maracay e Valencia) Carlos Marques (Mérida) Edgar Barreto (Punto Fijo) Trinidad Macedo (Barquisimeto) Colaborações: Raúl Caires (Madeira) António de Abreu, Arelys Gonçalves Antonio López Villegas, Luís Barreira, Álvaro Dias, Luis Jorge Gerente Executivo: Aurelio Antunes Contabilidade: Sandra Agosta Publicidade e Marketing: Carla Vieira Ventas: Ricardo de León Preparação Gráfica: DN-Madeira Produção: María Alexandra Monteverde C. Fotografia Paco Garrett Distribuição: Juan Fernández e Enrique Figueroa Impressão: Editorial Melvin C. A Calle El Rio con Av. Las Palmas Boleita Sur - Caracas Venezuela
Endereço: Av. Principal Las Mercedes. Edif. Centro Vectorial (Banco Plaza). Pent House, Urb. Las Mercedes, Baruta Caracas (Ao lado de CONAVI).
Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: correio@cantv.net URL: www.correiodevenezuela.com Tiragem deste número: 15.000 exemplares
Fontes de Informação: Agência de Notícias Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa, de diferentes partes do Mundo.
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CORREIO DA VENEZUELA 24 A 30 DE ABRIL DE 2008
Motivos de orgulho A eleição dos novos representantes da Venezuela no Conselho das Comunidades Portuguesas e os vários eventos realizados por diferentes instituições, transformaram a última semana num marco memorável para a comunidade luso-venezuelana. A participação e o envolvimento dos cidadãos demonstram que é possível fazer coisas. E comprovam, também, que pode ser gratificante para quem organiza. Quando há resultados, quando as pessoas se interessam, vale sempre a pena o esforço anónimo de muita gente que apenas quer esse reconhecimento. A festa organizada pelos 'Filhos de Câmara de Lobos' foi um sucesso e uma excelente oportunidade para mostrar a pujança deste grupo. Teve também o mérito de dar a conhecer, a muita gente que porventura não conhecia, um clube e uma organização diferentes, com caras novas,
em Guatire. Também o festival madeirense de folclore, em Turumo, teve o condão de juntar muita gente, apesar da organização merecer alguns reparos. Por fim, o exemplo de civismo e de participação dado por todos quantos se envolveram no processo eleitoral dos novos conselheiros da Venezuela. Houve um recorde de participação, deram-se passos em frente. Ninguém pode ficar satisfeito que uma comunidade tão grande seja representada por apenas mil e tal votos, mas sempre houve progresso. Anteriormente foi pior. Vendo o lado positivo, há que destacar o espírito democrático dos concorrentes e a forma eficiente como tudo funcionou no Consulado de Portugal, em Caracas. Se mais pessoas não participaram, não foi certamente pelos meios disponíveis. Em Valencia valeu também o esforço do cônsul local.
O cartoon da semana - Depois de tanta expectativa e alguns adiamentos, o Primeiro Ministro de Portugal sempre vem a Caracas...
- Exacto. A aparição é a 13 de Maio!!!
A semana Muito Bom Deve ser enaltecida a forma como todo o Consulado Geral de Portugal, em Caracas, se empenhou no processo de eleição de conselheiros realizado no passado domingo. Um ambiente com regras e respeito, desde os que votaram até aos candidatos.Algo que apraz-
nos registar com a maior das satisfações.Vimos um Consulado dinâmico e cheio de gente, em ambiente de festa democrática, no que deve ser um ensaio e um exemplo para momentos eleitorais futuros.Aos funcionários elogia-se o profissionalismo e a simpatia.
Bom A organização da festa de Câmara de Lobos revelou ser eficiente a atrair gente a Guatire.Algo que se elogia, por duas razões distintas: por dar a conhecer um clube e pela festa realizada.Um autêntico arraial de música, comidas e boa disposição.Uma festa típica madeirense, sem muitas cerimónias nem gravatas.Que a iniciativa perdure por muitos e bons anos, servindo de exemplo a outras organizações.
Mau Na semana em que todos os luso-venezuelanos eram chamados a escolher os seus representantes junto do Governo da República portuguesa, não se pode deixar de lamentar a imensa maioria que passou ao lado do acontecimento.Nada justifica tamanho alheamento.É verdade que o número de votantes aumentou em relação à votação anterior, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Não nos cansaremos de criticar as pessoas que só aparecem para criticar o que os outros fazem.A partir de exemplos como este, essas pessoas não podem estranhar se as suas reclamações não forem tidas em consideração.Afinal, não participaram na hora em que deviam fazê-lo.
Muito Mau Destacamos pela negativa, com alguma mágoa, a organização do último festival de folclore realizado em Turumo. Ao que apurámos o apoio do clube não terá sido o mais adequado. Nada justifica tanto improviso, que acabou por manchar o esforço de
muitas pessoas. A falta de espaço físico é compreensível. O mesmo já não se pode dizer da falta de segurança para os visitantes, bem como a falta de planeamento e organização do trânsito nas imediações do clube. Há ilações a retirar para futuras organizações.
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Mais de mil votaram nos conselheiros
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A afluência às urnas aumentou em relação ao acto anterior, mas mesmo assim foi pouco representativa Jean Carlos De Abreu deabreujean@gmail.com
ais de mil pessoas participaram na eleição dos quatro membros da secção da Venezuela do Conselho das Comunidades Portuguesas, num acto que decorreu no domingo, 20, no Consulado Geral de Portugal, em Caracas. A lista C, com 532 votos, resultou vencedora, suplantando assim as candidaturas adversárias: A (348); B (248); D (50). De acordo com o regulamento eleitoral, foram eleitos dois conselheiros da lista que arrecadou o maior número de votos, Luís Jorge e Estela Lúcio Pereira. As listas seguintes elegeram António de Freitas (A) e Maria Lourdes de Almeida (B). Ainda falta saber o nome do conselheiro eleito por Valencia, o qual será responsável pelos interesses da comunidade radicada fora da capital. O cônsul geral daquele círculo enviou uma missiva a todas as instituições associativas da área com a proposta do nome de um conselheiro, mais um suplente, para ser avaliada por todos os responsáveis, e, a haver consenso será, essa pessoa a ocupar o lugar de conselheiro para aquela região da Venezuela. Caso não se verifique uma contesta-
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ção com argumentos fortes, a última palavra seria dada pelo Secretario de Estado das Comunidades, António Braga, a quem cabe aprovar a nomeação. O Embaixador João Caetano da Silva deverá homologar estes dados preliminares, que foram veiculados por fonte não oficial, nos próximos dias. Após conhecer os resultados, Luís Jorge, líder da lista vencedora, felicitou os representantes do Consulado de Caracas pela organização do acto e a comunidade portuguesa "por ter demonstrado interesse neste processo democrático". O conselheiro acrescentou depois que a comunidade luso-venezuelana nunca tinha tido uma participação tão significativa numa eleição para o CCP. E isto é um sinal de que "mostraram o seu interesse em que se faça escutar a sua voz em Portugal", observou. Para Luís Jorge, apesar desta afluência às urnas, houve falta de informação sobre o acto por parte das autoridades portuguesas. "Se tivermos em conta os cerca de 150 mil eleitores que há na Venezuela, o número de pessoas que foi votar não é nada representativo", sugeriu, antes de prometer que o "novo grupo de trabalho vai encarregar-se, durante estes quatro
A comunidade nunca tinha tido uma participação tão significativa numa eleição para o CCP
anos, de incentivar a comunidade a participar em todos os actos eleitorais." Neste sentido, referiu que um dos compromissos que grupo assumiu junto dos cerca de milhão de portugueses radicados na Venezuela é "dar a conhecer quais são as funções dos conselheiros e em que é que podem ser úteis." Por seu turno, Estela Lúcio Pereira declarou que a nova equipa de conselhei-
ros da secção da Venezuela vai trabalhar "unida e em prol da comunidade" no seio do órgão consultivo do Governo português sobre os assuntos que dizem respeito aos emigrantes. E os meios de comunicação, acrescentou, serão fundamentais para divulgar e dar a conhecer aos portugueses e lusodescendentes as suas actividades e projectos.
Grupo folclórico do CSM celebra aniversario Carlos Balaguera carabal@cantv.net
Centro Social Madeirense de Valência celebrou, juntamente com os membros do grupo folclórico, o seu 28.º aniversário, e o quinto do grupo infantil. Os grupos Venezolano Nova Generación de Punto Fijo, cujo director é José Oliveira, e o grupo da Casa do Povo do Curral das Freiras, Câmara de Lobos, Madeira, dirigido por Juan Hilário Sousa. Esta ocasião foi aproveitada pelo presidente do Centro Social Madeirense, João Paulo Romão da Vera Cruz, para felicitar o grupo de danças e cantares da Madeira, não apenas por alcançarem mais um ano de vida, mas também pelo que conseguiram no Festival de Folclore que se levou a cabo nas instalações do Clube Marítimo de Venezuela em Turumo. O conjunto dirigido por Marília
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O grupo de danças e cantares do Centro Social Madeirense alcançarem mais um ano de vida
Silva conseguiu o segundo lugar. O dirigente do clube pediu a todos os sócios do Centro Social o seu apoio para assim continuar a colher triunfos. Durante a celebração, Vera Cruz fez a entrega de vários reconhecimentos, entre os
quais se destaca aquele que foi dirigido ao Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos e, também, aos diferentes directores do grupo e outras personalidades presentes. Arlindo Pinto Gomes, presidente de Câmara de Lobos,
expressou que o apoio a esta iniciativa é muito importante para a comunidade camara-lobense, a qual procura a unidade no social e cultural, assim como a oportunidade de se reunir com os seus familiares. Assgurou ainda que a câmara a que
preside continuará fazendo todos os esforços para, anos após ano, manter o contacto. "Como trazer o nosso folclore à Venezuela, onde estamos seguros que convivem mais de 40 mil emigrantes provenientes deste concelho madeirense", observou. "Este ano trouxemos o grupo folclórico do Curral das Freiras para participarem na celebração deste 28º aniversário do grupo do Centro Social Madeirense e estamos muito contentes por esta enchente total no Salão Madeira", acrescentou, notando que para a Câmara e os seus munícipes "é importante que estas novas gerações mantenham os laços, e esta é uma das várias oportunidades nas que se pode realizar um intercâmbio da nossa cultura e folclore, já que assim, conseguiremos manter a afinidade com o nosso país de origem e obtermos para o futuro grandes oportunidades".
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CORREIO DA VENEZUELA 24 A 30 DE ABRIL DE 2008
Centro Marítimo faz 36 anos Erika Correia
Programa festivo
yeyacr16@hotmail.com
Centro Marítimo da Venezuela fez 36 anos no passado 19 de Abril. O aniversário será celebrado este fim-desemana, numa festa que contará com diversas actividades que prometem surpreender todos os participarem na cerimónia (ver Programa festivo). O sonho de transformar o clube da urbanização de Turumo numa sede de encontro para emigrantes portugueses tornouse realidade em 1972, quando Adelino Oliveira e um grupo de amigos compraram as actuais instalações e as converteram na "Associação Desportiva Luso Venezuelana, a qual teve como primeiro presidente Moura Bastos. A sua institucionalização não se revelou uma tarefa fácil. No entanto, com a colaboração e a boa disposição dos mais próximos, o projecto seguiu em frente e logrou colocar o Clube num dos patamares mais reconhecidos: um entre os melhores da cidade capital, para aquela época, com cerca de 1.500 accionistas activos. No âmbito desportivo, o clube sempre esteve presente em todo o tipo de torneios, destacando-se na sua maioria pelo desempenho na modalidade do Futsal, que anteriormente era chamado Futbolito. E inclusivamente chegou a fazer
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Para celebrar os seus 36 anos de vida, o CMV vai realizar diversas actividades
parte da LEF-5, uma liga profissional nesta categoria que promovia os talentos desportivos para a selecção nacional. QUEDA INESPERADA Uma época muito difícil atacou a instituição em 2000, quando, sem explicação aparente, os seus accionistas começaram a abandonar paulatinamente as actividades às que não costumavam faltar. O clube viu diminuir o número de acções activas para 90 apenas. Esta situação motivou a directiva presidida por Domingo Valente a mudar o nome da instituição.
"Centro Luso de Caracas" foi a nova designação adoptada e com a qual passaria a identificar o lugar que para muitos era o produto de um esforço e trabalho árduos. Esta foi uma das estratégias seguidas pelos dirigentes com a esperança de que o clube tivesse as bases para continuar a crescer. No entanto, a ideia não se revelou acertada, pois, entre outras circunstâncias nada positivas, não foi possível que esta casa chegasse a atingir o mesmo auge entre os portugueses como nos seus primeiros tempos.
Encontro de jornalistas luso-venezuelanos sionais dos meios de comunicação social, para além de participarem na tertúlia, vão poder destomasramirezg@gmail.com frutar do fado pela voz de Liliana Farías, e tams jornalistas de origem portuguesa e bém da boa gastronomia portuguesa. O director do CORREIO de Venezuela, Aleios seus descendentes terão um espaxo Vieira, referiu que a importância ço para partilhar as suas deste tipo de eventos reside na possiexperiências e inquietudes bilidade de unir mais a comunidade no II Encontro de Jornalistas LusoO evento vai contar com portuguesa, que partilha interesses venezuelanos. comuns. Para além disso, é um moO evento tem lugar na próxima a presença do oportuno para ficar a conheterça-feira, dia 29 de Abril, no bar embaixador de Portugal mento cer o trabalho dos restantes jornalisA Nau do Centro Português, a partir na Venezuela, João tas de origem lusa nos meios de codas oito da noite, e vai contar com municação. "Vamos confraternizar e a presença do embaixador de PortuCaetano da Silva conhecermo-nos. É uma boa oporgal na Venezuela, João Caetano da tunidade para mostrar o que fazemos Silva, entre outras entidades portue para trocar ideias". guesas. É ainda esperada a presença Quem desejar participar neste evento, sem de membros da junta directiva do Centro Português, do Instituto Português da Cultura, entre qualquer custo, pode ligar para o telefone dos escritórios do CORREIO de Venezuela: 0212outros. A iniciativa, patrocinada pelo CORREIO de 9932026 e 0212-9939571 ou contactar para coVenezuela - semanário da comunidade portu- rreio@cantv.net, para confirmar a sua particiguesa no país -, será um espaço no qual os profis- pação. Tomás Ramírez González
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RENASCE A ESPERANÇA Em 2007, o clube decidiu mudar novamente de nome. Desta feita foi adoptada a designação de "Centro Marítimo de Venezuela", uma decisão que liderada pelo presidente Manuel Pereira. O nome foi absorvido facilmente pela comunidade, conseguindo um significativo arrebatador. Em menos de um ano, as acções activas desta casa aumentaram para 440. Actualmente, a missão é seguir em diante com o projecto que está a cargo de Juan Sidonio, que desde Março passado detém a batuta da instituição.
Para celebrar os seus 36 anos de vida, o CMV vai realizar diversas actividades dirigidas aos sócios, as quais procuram sobretudo integrar todos os seus membros, desde os mais jovens até aos mais velhos. Para sábado, 26, a partir das 9 horas, os sócios poderão desfrutar de um programa que tem prevista a realização de torneios de futsal, bolas crioulas, actuação da 'cherleeders', desfile dos novos membros da escola de futsal e uma demonstração de Karaté por crianças da escola do clube. Para domingo está agendado, também desde as 9 horas, uma série de actividades, entre as quais está uma missa oficiada pelo padre Alexandre Mendonça, jogos de futebol, um brinde no Salão Luso, seguida de um acto de reconhecimentos a personalidades destacadas do desporto e à antiga Junta Directiva (a quem será entregue uma placa). Segue-se depois a apresentação de meninas cantoras de fados, a interpretação pelo grupo Coral dos hinos da Venezuela e de Portugal, uma manifestação folclórica do grupo do Centro e a actuação surpresa de uma cantora.
Breves
Balanço positivo do prémio empreendedorismo inovador A COTEC faz um balanço positivo das candidaturas ao Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa: 65 candidatos dos 5 Continentes e de diversas áreas de actividade, concorreram ao galardão, que será entregue pelo Presidente da República, Aníbal Cavo Silva. Foram recebidas 60 propostas de candidatos do sexo masculino e 5 do sexo feminino, dos mais variados sectores de actividade: agrícola, cinema, televisão, jornalismo, desporto, empresarial, financeiro, investigação, ciência, restauração, turismo, vestuário, moda, design e construção civil. Además, cerca de 170 cidadãos portugueses de diferentes regiões do mundo entraram em contacto com a COTEC Portugal para obterem mais informações e apoio na submissão da sua candidatura. "Estamos muito satisfeitos pelos resultados obtidos, tanto no que respeita ao número de candidatos como na qualidade dos projectos apresentados", referiu Filipe de Botton, presidente do júri. O mesmo responsável acrescentou ainda que "esta adesão ao prémio, num espaço de tempo tão curto, mostra que as comunidades estão atentas a Portugal e que os laços existem, reforçando assim o propósito deste prémio - distinguir e celebrar os portugueses empreendedores e inovadores no mundo".
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Manter a originalidade no folclore O ex-presidente do Clube de Jovens Folcloristas nas Comunidades viajou até à Venezuela para ver de perto os 30 grupos cia e reflectir sobre a utilização de elementos que não exisdeabreujean@gmail.com tiam e que os nossos antepasex-presidente do sados não usavam antes de Clube de Jovens 1940. Um folclorista que se resFolcloristas Portu- peita deve manter a originaligueses nas Comuni- dade das tradições, não porque dades (CJFPC), Adé Caldeira, eu o digo, mas sim a UNESCO está na Venezuela para intei- e os embaixadores que ali esrar-se da situação em que vi- tão", sublinha. vem os ranchos folA propósito clóricos e o movideste assunto, refemento do folclore riu que os repreluso-venezuelano, sentantes devem “Um folclorista que se evitar colocar ornaassim como para levar a cabo alguns respeita deve manter a mentos que não faprojectos pessoais çam parte do traje originalidade das no país. que vestem. "Em tradições” Este português cima do palco, deoriundo da Beira vem respeitar o Baixa, Portugal, disque fazem senão se ao CORREIO não deveriam fazer que deseja ver com os seus pró- parte do grupo", diz. prios olhos a forma como se Até ao ano passado, Adé cumprem as tradições folclóri- Caldeira presidiu o Clube de cas nos grupos luso-venezue- Jovens Folcloristas Portuguelanos e conhecer melhor as ac- ses nas Comunidades, posto tividades dos 30 grupos que que os estatutos da associação existem em todo o país. estabelecem que "a presidência "A Venezuela é conhecida pode ser exercida por pessoas à escala mundial por ser um menores de 36 anos". país de misses e belas mulhe"Os membros do nosso clures", diz, justificando a existên- be em Paris votaram para que cia das madrinhas e das faixas ficasse até ao Primeiro Fórum nos festivais e encontros por- de Folclore em Faro", disse Caltugueses que se realizam anual- deira. Depois do evento, em mente no país. Agosto de 2007, os membros "Devemos tomar consciên- do CJF de França elegeram a Jean Carlos de Abreu
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nova presidente. Aquele clube foi fundado em 2003 por um grupo de jovens luso-franceses que se reuniam num café dos Campos Elísios depois do ensaio para conversar sobre folclore. Tempos depois, estes criaram a estrutura legal e organizada do grupo e fundaram a associação. Segundo Caldeira, o CJF tem como missão dinamizar a juventude portuguesa dentro e fora de Paris, com a finalidade de aprender e debater sobre a problemática da cultura tradicional lusitana, como também criar material de apoio sobre instrumentos, vestes, origem dos grupos, entre outros. "Os jovens de hoje são investigadores e estudiosos do folclore, porque querem saber mais sobre a origem das raízes culturais dos seus pais e avós", diz este investigador. Actualmente, o CJF conta com mais de duas mil pessoas inscritas nas diferentes associações em todo o mundo. Em Abril de 2005, Cristiana Amaral, luso-brasileira, fundou a primeira sede da associação em São Paulo, Brasil. A segunda sede foi constituída na Venezuela por Sérgio Correia, que também se interessou pelo projecto. No total,
há 10 clubes formados, contando com os que estão nos Estados Unidos, Argentina, Canadá, Bélgica, Suiça, Alemanha e Luxemburgo. CJF VIRTUAL O CJF possui ainda sedes na Internet em França, Luxemburgo, Bélgica, Argentina e Venezuela, uma vez que os grupos desses países não participavam nos debates e fóruns porque se escrevia em português. "Permitiu-se a criação desta sala virtual para que os participantes escrevam nas suas lín-
guas de nascimento (castelhano e francês). Estas páginas não têm validade jurídica, são apenas salas para trocar opiniões", diz Caldeira. Adé Caldeira disse ainda que um dos seus sonhos é criar o Clube de Jovens Folcloristas Portugueses nas Comunidades em Portugal e reiterou que defenderá sempre a cultura do povo, da comunidade e do país ao qual pertence.
"Um folclorista que se respeita deve manter a originalidade das tradições".
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Lar de Maracay recebe primeira inquilina
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O contributo de diferentes instituições tornou possível que se conseguisse um lar para os idosos portugueses escritórios e umas quantas cadeiras para comodidade de todos aqueles que necessitem desta atenaria Olivia da Silva, de ção", disse Coelho, agradecendo 71 anos de idade, é a ainda os 50 mil bolívares fortes daprimeira inquilina rece- dos pela Academia do Bacalhau. O presidente do Geriátrico inbida pelo Lar Geriátrico dicou que na semana Luso-venezuelano de passada conseguiram Maracay. Conforme concluir o telhado do prometido pelos resterraço de 1.070 metros ponsáveis daquela enO Lar Geriátrico de cujas obras tidade, a idosa recebeMaracay , foi possível quadrados, se iniciaram no princírá toda a assistência graças aos contributos pio do ano. "O tipo de que a terceira idade recinto garante-nos a requer. Com esta inde instituições frescura do espaço, no quilina, a instituição, qual vai ficar situado presidida por Nelson um salão equipado Coelho, abriu oficialcom máquinas de exercícios espemente as suas portas. A nova casa, ocupada no mo- ciais para os idosos, o escritório da mento apenas por Olívia da Silva, administração e uma área maior foi possível graças aos contributos para que os nossos hóspedes posde diferentes instituições relaciona- sam ter actividades recreativas". O CORREIO visitou Maria das com a comunidade lusa da zona. "Tenho que agradecer ao Ba- Olivia da Silva, já instalada no seu nif, que nos doou o mobiliário de quarto, e com uma grande desenCarlos A. Balaguera carabal@cantv.net
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voltura, relatou brevemente a sua história. "Nasci em Oliveira de Azeméis, em Portugal, e cheguei à Venezuela há 52 anos. Fiquei a viver em Caracas com três dos meus filhos, pois o quarto nasceu já neste país". Esta avó de oito netos conta que trabalhou toda a vida como gerente de lojas de roupa para senhoras, até que devido à minha idade já não me deram mais trabalho". Relata que o director do CORREIO lhe deu a oportunidade de vender o jornal. "Chegava muito cedo ao Consulado e vendia-o a todos os que estavam na fila. Jamais me passou pela cabeça que um dia mais tarde vocês me iam entrevistar". No que diz respeito ao seu novo lar, a septuagenária expressou que "nos poucos dias que aqui estou, têm me tratado muito bem. Acordei com o senhor Nelson que ajudou-o no que poder. Posso assegurar que aqui se sente paz".
Maria Olivia da Silva instalada no seu quarto
“Acordei com o senhor Nelson que ajudou-o no que poder” PUBLICIDADE
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Carlos Teixeira lidera sondagens Se o madeirense mantiver o apoio popular, será o candidato da oposição nas eleições de Junho Tomás Ramírez González tomasramirezg@gmail.com
s duas primeiras sondagens efectuadas no município de Vargas colocam o pré-candidato do partido 'Paso a la Nueva Democracia', Carlos Teixeira, no topo das preferências do eleitorado que se identifica com a oposição democrática deste Estado do Norte do país. O primeiro inquérito foi elaborado pelo Instituto de Estudos Políticos Guaira, son o patrocínio do partido COPEI, cuja organização possui o seu próprio candidato. A segunda consulta foi apresentada pelo sítio da Internet do 'Noticiero Digital'. Além do documento subscrito pela maioria dos partidos políticos da oposição venezuelana a 23 de Janeiro, Teixeira e os demais pré-candidatos à eleição para a alcaldía do município Vargas, firmaram um acordo regional, a 14 de Março, com o fim de aplicar uma nova sondagem, cujos resultados serão aceites e auditados pelas forças políticas. Neste sentido, Teixeira confia que em Junho será o candidato a receber o apoio do bloco opositor. "Se a tendência conti-
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nuar favorável, entraremos na campanha oficial", preconiza. Este professor natural de Santa Cruz, Madeira, defende que o êxito da sua précampanha recai na aceitação das suas ideias pelos varguenses, os quais também reconhecem a sua constância e trajectória políticas como líder político. "Dirigentes comunitários, associativos e sindicais têmme apoiado e dado a conhecer a candidatura", diz. Entre os planos de Teixeira destacase a ideia de aproveitar a localização geoestratégica do município para atrair os investimentos para assim se fomentar o emprego na região; o projecto que visa aumentar o número de contribuintes através da incorporação dos 'buhoneros' na economia formal; e a intenção de recuperar as vias alternativas e secundárias e realização de uma nova demarcação das ruas. UM PORTUGUÊS COM TRAJECTÓRIA Carlos Teixeira chegou à Venezuela ainda criança e proveniente da ilha da Madeira, em 1965. A partir desse momento, começou a trabalhar pelo país que o acolheu. Começou a estudar a poucos me-
Teixeira e os demais pré-candidatos para a alcaldía do Vargas, firmaram um acordo regional, a 14 de Março
tros da sua casa, na escola primária 'República de Panamá', situada na populosa zona de El Cardonal, na paróquia de La Guaira. Os estudos superiores foram realizados no Pedagógico de Caracas, onde se especializou em História. Já exerceu cargos como a direcção da Educação do Estado Vargas; direcção de gestão económica desta mesma entidade
estadual; e actualmente trabalha como promotor cultural e desportivo no bairro onde vive. "Soube exercer com diligência e transparência a minha actuação como gerente da coisa pública. Por isso aspiro a continuar a fazê-lo com a grande responsabilidade que significa ser alcalde do município Vargas", promete Teixeira.
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Camerino: variedade e exclusividade em acessórios Ysabel Velásquez ysabelvd@yahoo.com
ita Gomes tem no sangue a constância e o amor pelo trabalho, selo distintivo da educação que lhe foi dada pelos pais, naturais do Caniço, Madeira. "Como boa portuguesa, aprendi que trabalhando muito chegamos longe", expressa, e há 15 anos deixou os estudos para dedicar-se ao comércio como vendedora na loja feminina Eylat Detalles. Daqui deu o passo para o conceito Camerino Accesorios, que conta com três sucursais em Caracas e da qual é sócia há seis anos. Rita Gomes explica que este nome faz alusão ao lugar onde os modelos e artistas trocavam de roupa. "O meu sócio, Alberto Chocrón, gostava muito porque implica a transformação através dos acessórios e é um sítio pequeno onde encontras muitas coisas e mil combinações diferentes para mudar de estilo". A mercadoria da Camerino
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A Camerino procura complementar o vestuário das mulheres venezuelanas
provém de Nova Iorque e é constituída por uma ampla gama de opções para a mulher moderna, que inclui colares, pulseiras, anéis, brincos, carteiras e confortáveis pashminas, que dão um toque diferente a qualquer pessoa. Rita Gomes explica que
trabalha durante todo o ano para trazer artigos novos de alta qualidade, de seis a doze peças por modelo, para ser fiel ao princípio da exclusividade: "Somos selectos elegendo a mercadoria e nunca repetimos os modelos no mês seguinte porque não quere-
mos que as nossas clientes andem com peças iguais no escritório ou em ocasiões especiais". A distribuição é outra parte importante da Camerino, já que a partir de 12 peças sortidas, existe um desconto de 50% durante todo o ano. Esta modali-
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Contactos: * Rita Gomes, Cel.04167080998 * Loja San Ignacio, Tlf.(0212) 2655875 * Loja La Florida, Tlf.(0212) 7303002
dade permitiu-lhes contar com um grupo de revendedores no interior do país e é uma boa alternativa para um grupo de amigas que se reúne para adquirir as prendas de Natal ou para o Dia das Mães. Para além disso, a empresa conta com três sucursais - La Florida, Santa Fé e San Ignacio com assessoria personalizada tanto para comprar uma só peça como para converter-se numa revendedora ou adquirir em grandes quantidades para vender na sua própria loja. Gomes acrescenta que "no passado mês de Novembro, foi inaugurada uma loja em Curacao que nos compra toda a sua mercadoria, e nesses casos os nossos preços são muito competitivos". Rita, casada e mãe de uma menina de quatro anos, diz com emoção que "se Deus quiser vamos abrir a quarta loja porque já trazemos no sangue esta paixão e queremos continuar a evoluir para estar ao alcance de mais pessoas e agradar a mais clientes noutros lugares". PUBLICIDADE
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CORREIO DA VENEZUELA 24 A 30 DE ABRIL DE 2008
CARACAS - VENEZUELA
ANO VIII - ÉPOCA II
2008, Ano Vieirino! ortugal prepara-se para dar início ao Ano Vieirino com um conjunto de actividades especialmente desenhadas para marcar o IV centenário do nascimento do Imperador da Língua Portuguesa, título outorgado por Fernando Pessoa ao grande mestre da Língua. António Vieira nasceu em Lisboa a 6 de Fevereiro de 1608, no seio de uma família, modesta para alguns autores, de origem aristocrático para outros. A mãe, de quem não se sabe muito, foi D. Maria de Azevedo. O pai, Cristóvão Vieira Ravasco, de ascendência africana, era funcionário do reino. Tinha servido na Marinha e foi, por dois anos, escrivão da Inquisição. Um ano depois do nascimento do pequeno António - que foi baptizado na Sé de Lisboa, ao que se diz na mesma pia que cristianizou outro António, o que viria a ser Santo António de Lisboa - é enviado para a capitania da Baía, precisamente na condição de escrivão. Esta circunstância marcará o destino do filho, que, aos seis anos, viaja com a mãe para o Brasil. A viagem, que demora mês e meio, é tormentosa por várias razões e inclui mesmo um naufrágio, que pôs em risco a vida dos passageiros. Inicialmente, estuda no Colégio dos Jesuítas e consta que era um estudante assim-assim. Mau começo, poderia pensar-se. Contudo, com o tempo chegaria a ser o mais brilhante pregador do seu tempo e a dominar o português também o italiano e os idiomas indígenas do Brasil - com tal elevação que dele escreveria Pessoa o que já dissemos e por essa razão mereceria um poema que o poeta incluiria em Mensagem.
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INICIAÇÃO NA COMPANHIA DE JESUS E COMEÇO DA PREGAÇÃO
Por volta de 1623, o jovem Vieira, ao ouvir um sermão sobre o inferno, sente uma forte vocação religiosa e, contrariando a vontade paterna, junta-se à Companhia de Jesus. Pouco depois, os holandeses ocupam a cidade e os jesuítas fogem para uma aldeia no sertão. António Vieira vai com eles. O sertão reforça-lhe a vocação missionária e lá faz votos de castidade, pobreza e obediência. Estuda. Estuda muito: Teologia, Lógica, Física, Matemática, Metafísica e Economia. Em 1634, já mestre em Artes e depois de ter sido professor de Retórica em Olinda desde os 18 anos, é ordenado sacerdote e começa a pregar. Dois anos mais tarde, ensina Teologia. Estamos em 1638, só tem 30
anos, mas já granjeou um enorme respeito intelectual e os seus sermões são bastante conhecidos. REGRESSO A PORTUGAL E COMEÇO DA VIDA POLÍTICA
Como já ficou claro, o Pe. António Vieira nasceu durante a ocupação de Portugal pela coroa espanhola, ocupação que terminará em 1640, com a Restauração. A reconquista da independência leva-o a voltar a Portugal numa embaixada de fidelidade ao novo rei. Depois de longa viajem e de outro naufrágio, arriba a Peniche e por muito pouco não é linchado pela população, que toma um dos membros da comissão - um filho do vice-rei do Brasil - por aliado dos Filipes. Verdade a meias. Uma parte da família do vice-rei estava com os espanhóis, a outra com D. João IV, de quem o Pe. António Vieira será amigo e confidente e receberá graves missões diplomáticas. MOMENTOS DE GLÓRIA E DE DESGRAÇA Começam os grandes momentos na vida do jesuíta, os mesmos que vão estar na raiz das suas desgraças, incluindo a perseguição implacável da Inquisição. Em 1643 propõe ao rei um programa de recuperação económica do país e mostrase favorável ao regresso dos cristãos-novos. Já pregador régio, vai à Holanda para atrair os capitais dos judeus, que antes tinham sido escorraçados do país. No 47
está em Paris e encontra-se com o cardeal Mazarino. Os contactos com os judeus irritam a Inquisição e é ameaçado de expulsão da Companhia. D. João opõese. No ano 50 vai a Roma para acordar o casamento de D. Teodósio. Falha a missão. Dois anos depois, volta ao Brasil como missionário. 1654 está marcado pelo Sermão de Santo António aos Peixes e pelo regresso a Portugal para obter novas leis favoráveis aos índios, que são tratados como escravos. No ano seguinte, volta ao Brasil, mas antes pronuncia em Lisboa o Sermão da Sexagésima. Leva na bagagem as leis que pretendia. Os colonos, consagrados à ideia de enriquecer como seja, não gostam e expulsam os jesuítas do Maranhão e obrigam-nos a regressar a Portugal. Entretanto, escrevera Esperanças de Portugal - V Império do Mundo e não sabe que na Inquisição repousa uma segunda denúncia contra ele. Em 1662, morto D. João IV, um golpe palaciano coloca D. Afonso VI no trono. APROXIMA-SE A HORA DOS INIMIGOS Por instância da viúva de D. João IV, retoma o papel de político e consegue expulsar de Portugal a malandragem que rodeia o rei. Outros aliados do infante reagem, ganham a luta e desterram Vieira para o Porto. Está nas mãos da Inquisição. A 1 de Outubro de 1663, ingressa numa masmorra de Coimbra. A tuberculose ataca, mas aproveita para escrever
História do Futuro e não perde o bom humor: "passo o tempo escarrando vermelho, que não é boa tinta para quem está com a pena na mão". Portugal e Espanha continuam em guerra. A Inquisição carrega sobre o jesuíta. D. Afonso cede, pela força, o poder a D. Pedro II, seu irmão. Em Dezembro de 1667, a Inquisição pronuncia-se: fica privado "para sempre de voz activa e passiva e do poder de pregar". A história não pára. No ano 69 está de novo em Roma, onde prega vários sermões que lhe acrescentam a fama. Combate a Inquisição e defende, uma vez mais, os cristãos-novos. A rainha Cristina convida-o para seu confessor, privilégio que recusa. Dois anos depois regressa ao Brasil, onde o esperam novas batalhas legais. Entretanto, o tempo repõe algumas verdades e em 1688 é nomeado Visitador Geral dos Jesuítas no Brasil, cargo ao qual renuncia três anos mais tarde. Está velho, envelhecido e doente. Finalmente, a 18 de Julho de 1697, com 89 anos, apaga-se para sempre a voz deste brilhante defensor dos índios.
Ajude-nos a divulgar a cultura portuguesa O seu apoio é fundamental! Colabore com a próxima campanha destinada à obtenção de fundos e de novos aderentes Telefax. 0212 985.41.43 e-mail - ipcultura@yahoo.com
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Venezuela celebra dia da Independência Victor Hugo DN-Madeira
lgumas dezenas de luso-venezuelanos celebraram na terça-feira na Madeira, no Centro Cultural John dos Passos, na Ponta do Sol, 198 anos do primeiro passo para a Independência da República Bolivariana da Venezuela. O Consulado da Venezuela assinalou a efeméride com uma exposição de poesia, intitulada "Venezuela...donde renacen los sueños", acompanhada por uma mostra de pintura, inspirada nas paisagens naturais daquele país da autoria das pintoras Cármen Guerrero e Sara Patrícia de Freitas Alves. Félix Mendez Correa, Cônsul da Venezuela na Região, referiu que a política nos últimos anos das comemorações tem sido a descentralização por todos os municípios da Região, porque em seu entender "Madeira não é só Funchal". O acontecimento foi recordado com grande emoção e com al-
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Várias instituições portuguesas associaram-se aos festejos na Madeira.
gumas memórias do passado. "O derramamento de sangue dos nossos irmãos que lutaram lamentavelmente pela conquista da independência, não podem nunca serem esquecidos", recordou. Diversas individualidades do panorama político marcaram igualmente presença, entre elas, Miguel Mendonça, presidente da Assem-
bleia Legislativa da Madeira, Gonçalo Nuno director das Comunidades Madeirense e alguns emigrantes que aproveitaram para saborear típicas iguarias da terra de Simón Bolívar. Também no mesmo dia, no Jardim Municipal do Funchal, foi colocado um arranjo floral junto ao busto de Simon Bolívar.
VENEZUELA
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Breves
Horácio Roque eleito personalidade de 2007 O Comendador Horácio Roque, Presidente do Conselho de Administração do Banif Grupo Financeiro, foi hoje eleito Personalidade do Ano, entre os investidores portugueses em território brasileiro, pela Câmara de Comércio e Industria Luso-Brasileira. O empresário português, presente em sectores como o imobiliário, a índustria, serviços, turismo, comércio internacional, banca e seguros, recebeu assim uma das mais prestigiadas nomeações entregues a investidores que operam no mercado português e brasileiro. A contribuir para a nomeação estão as ligações empresariais que o Comendador Horácio Roque tem no Brasil, nomeadamente através do Banif - Grupo Financeiro, que desde 1996 opera neste mercado. No decorrer de 2007 foi ainda feita uma forte aposta de crescimento no Brasil, quer na banca de investimento quer na banca comercial. Também laureado com o prémio de personalidade do ano, entre os investidores brasileiros em território luso, foi eleito Olavo Monteiro de Carvalho, Presidente do Grupo Monteiro Aranha e da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
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História de Vida "Adeus, adeus e até à próxima"
Moisés de Sousa Arco da Calheta, Madeira
Tomás Ramírez González tomasramirezg@gmail.com
valor do trabalho é um dos mais arraigados entre os portugueses. O madeirense Moisés de Sousa não escapa dessa realidade, já que, segundo ele, trabalha desde que faz uso da razão. Começou a trabalhar na agricultura desde criança, junto com a sua família, trabalhos que iam desde cortar erva até levar e trazer garrafas de leite percorrendo grandes distâncias, isto com apenas 6 anos de idade. Sousa, como muitos naquela época, combinava estas jornadas no campo com os estudos. E em certas ocasiões, faltava às aulas porque preferia o trabalho a uma aula… "Eu fazia-me de doente para que a minha mãe me desse um ovo frito, mas esses ovos eram para vender". A família de Moisés não pôde custear mais os estudos e teve que deixá-los na terceira classe. Mas apesar das dificuldades, o valor da solidariedade era muito forte no seu humilde lar. "Guardava todo o dinheiro que me davam e quando não havia comida em casa, eu tirava o dinheiro que tinha acumulado e comprava o que era necessário". Sousa conseguiu trabalho numa britadeira, na qual moía pedra para construção. Nessa altura, os pais decidiram embarcar rumo à Venezuela e ele, já adolescente, ficou com a responsabilidade de terminar de tomar conta de cinco irmãs. Em 1974 chegou-lhe a ordem para apre-
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Moisés está a trabalhar num local seu chamado Mesón Gallego
sentar-se no quartel, mas Sousa seguiu o caminho dos seus pais e chegou a terras de Bolívar com as suas irmãs. LUGAR DE PASSAGEM Em Caracas, conseguiu um trabalho como barman num local em Boleita e passado um mês conseguiu um trabalho melhor no bar Luz de Los Dos Caminos. Com o tempo, o madeirense tornou-se sócio de um conterrâneo no restaurante La Fuentecita de Plaza Venezuela e depois de um ano conseguiu comprar a outra parte da sociedade, tornando-se dessa forma dono do seu próprio negócio. Devido à difícil situação económica vivida pelos venezuelanos durante os anos 80, Sousa decidiu vender o restaurante e ir a Portugal. Casou-se, veio de novo para a Venezuela, teve um filho no país, e depois de um ano decidiu regressar ao país de origem. Estabeleceu-se lá com a família durante algum tempo. Teve uma filha, comprou
um terreno e permaneceu na sua terra até que teve uma proposta de um cunhado.
“A mim o que me importa é poupar e que a minha família esteja bem"
num país sem saber sequer como pedir um copo de água", diz. Pelo caminho passaram alguns automóveis e Moisés viu TENTAR A SORTE com preocupação o seu destino A África do Sul foi o destino nesse país alheio. Um dos veícuque desta vez tentou os ouvidos los passou, deteve-se na esquina deste emigrante por natureza. seguinte e retrocedeu até onde No dia seguinte, embarcou pa- estava Sousa. Assustado, este ra a terra de Nelson Mandela e pensou o pior e estava preparado começou a trabalhar no negócio para enfrentar qualquer coisa. do seu cunhado. Depois de três Uma senhora baixou o vidro e meses de trabalho árchamou-o pelo seu duo, a sua cunhada nome. Era a esposa do convidou-o a conheA África do Sul foi o seu amigo José Leitão. cer a cidade, mas o destino que tentou A partir daí trabalhou patrão não gostou da como ele como encaos ouvidos deste ideia e despediu-o. rregado de uma das Moisés, contrariaemigrante por discotecas maiores dado e sem conhecer a quele país africano. natureza língua, saiu para a rua Trabalhou durane perguntou como te cinco anos nesse lopôde "I don´t speak english. cal e conseguiu levar a família. Where is Pretoria?" Disseram- Por diferentes problemas com a lhe que seguisse a direito e o esposa, que segundo Moisés "esportuguês caminhou durante tava submetida pelo irmão e encerca de 40 quilómetros para fa- ganada pela mãe", tomou uma lar com um amigo que tinha na decisão. Disse à mulher que ia cidade. "Não sabes o que é estar sair por uns momentos e já vin-
ha mas não lhe disse que tinha um táxi pronto para ir para o aeroporto. Correndo, disse à mulher: "Adeus, adeus e até à próxima". Depois de uma breve passagem pela Madeira, Sousa decidiu vir à Venezuela visitar a sua família. Em 92, encontrou uma Caracas deserta sem saber porquê. Tinha chegado a 28 de Novembro, depois do golpe desse ano. O português subiu até a casa, abriu a porta e estendeu-se a dormir sem entender a situação. O seu tio ofereceu-lhe trabalho na remodelação do restaurante La Felicidad de Gomes, em Chacao, do qual se tornaria encarregado. Depois disso conseguiu reunir um bom dinheiro com a sua determinação de poupar e há 10 anos que está a trabalhar num local seu chamado Mesón Gallego. "Acho que nem os que recolhem latas estão mais mal vestidos que eu. A mim o que me importa é poupar e que a minha família esteja bem".
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CORREIO DA VENEZUELA 24 A 30 DE ABRIL DE 2008
"Renascer Lusitano" vence XXIII Festival de Folclore Grupo de Caracas terá agora a responsabilidade de organizar a próxima edição do festival de folclore português Jean Carlos De Abreu deabreujean@gmail.com
o maior evento anual de folclore, que nesta ocasião decorreu no Centro Marítimo da Venezuela (CMV) de Turumo, apresentaram 13 grupos provenientes de diferentes regiões da Venezuela. Após a apresentação um pouco acidentada de os conjuntos folclóricos, os juízes consideraram o grupo "Renascer Lusitano" como o vencedor do "XXIII Festival de Folclore Português". O reconhecimento, que chega pela primeira vez na sua história, confere a esta grupo a responsabilidade de organizar a edição do ano que vem. Mais de 1.500 pessoas, entre participantes e espectadores, assistiram ao evento, que decorreu no sábado, 19. Os diferentes grupos representaram o folclore português das distintas zonas do Portugal continental e da ilha da Madeira. O presidente do CMV, Juan Sidonio, deu as boas-vindas aos grupos e público em general e agradeceu a todos
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os presidentes dos clubes, associações e grupos folclóricos pela sua participação no festival. Recordou que este tipo de espectáculos servem para unir a comunidade portuguesa e comemorar aqueles velhos tempos de juventude onde a união do povo lusitano era visível e este fazia uma festa com tão poucas coisas. Após das palavras do dirigente, o grupo anfitrião iniciou, ao ritmo de tambores e de marchas portuguesas, o espectáculo que foi dedicado a São João, padroeiro de algumas localidades portuguesas e venezuelanas. MAIS PRÉMIOS Os jurados elegeram como a Madrinha mais bela Adriana Vélez, de 19 anos, representante da Associação Cultural Grupo Folclórico "Os Navegantes de Aragua". A organização entregou ainda prémios para melhores pares de bailarinos, directores e jurados de cada grupo. Além disso foi entregue um reconhecimento ao grupo "A Madeira é um Jardim", considerado o
mais constante nos festivais, e ao "Saudades", por ser o mais disciplinado. POLÉMICA POLÍTICA Ao evento assistiram, na qualidade de convidados, o alcalde do município Baruta, Henrique Carriles Radonski, e o candidato à alcaldía do município Sucre, Carlos Ocariz. Uma saudação dirigida a ambos pela apresentadora do espectáculo produziu uma reacção negativa por parte do presidente honorário do Clube de Jovens Folcloristas Portugueses nas Comunidades, Adé Caldeira. "Interromper um festival para apresentar políticos ou autoridades é desrespeitar os artistas que estavam em palco", disse, acrescentando que no caso dos políticos tal era mais grave, "pois eles usam a palavra folclore num tom depreciativo. É tempo de lhes responder: Folclore não é política. Convidá-los em pleno curso de um espectáculo folclórico foi uma ignorância total da apresentadora perante as regras mundiais do CIOFF. Todos
levaram prémios, mas a apresentadora merecia o 'super-prémio da incompetência'", acrescentou ainda. OUTROS PROBLEMAS Para alguns dos espectadores, a falta de espaço, visibilidade e som foram um problema. Liliana Marcos, especialista em negócios internacionais, expressou ao CORREIO que apesar da intenção "dos organizadores em fazer tudo bem, não conseguiram ter nas mãos as rédeas do espectáculo. O espaço para o público e veículos não permitiu que estivéssemos cómodos", exemplificou. "Os organizadores de futuros eventos deverão ter em conta que esta actividade atrai muitas pessoas", observou depois, advertindo que não estava a criticar, mas sim a fazer um comentário em prol de uma tradição que deve continuar a ser preservada e capaz e atrair cada vez mais público. Grupos vencedores 1.- "Renascer Lusitano" 2.- "Centro Social Madeirense" 3.- "Centro Português Venezuelano de Guayana" 4.- "Os Lusíadas" 5.- "Duas Pátrias" Melhor música 1.- "Renascer Lusitano" 2.- "Os Lusíadas" 3.- "Centro Social Madeirense" 4.- "Centro Português Venezuelano de Guayana" 5.- "Centro Luso Venezuelano de estado Vargas" Melhor traje típico 1.- "Centro Português Venezuelano de Guayana" 2.- "Renascer Lusitano" 3.- "Encantos de Portugal" 4.- "Centro Social Madeirense" 5.- "Danças e Cantares de Portugal de Puerto La Cruz"
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LAZER
Arraial de Câmara de Lobos reuniu mais de mil pessoas Erika Correia
Vencedores das rifas
yeyacr16@hotmail.com
erca de um milhar de pessoas associaram-se no sábado, 19, à celebração do 'Arraial de Hermanos de Câmara de Lobos', que decorreu no Centro Sociocultural Virgem de Fátima de Guatire. A festividade, que teve por objectivo angariar fundos para a construção do Santuário da Virgem, contou com a participação do Grupo Folclórico da Casa do Povo do Curral das Freiras. A grande afluência de pessoas começou a ser registada desde muito cedo, pelo que depressa ficou lotado o campo de futebol profissional do Centro, onde recentemente foi inaugurada o sistema de iluminação artificial. Foi ali que se ergueram as 'barraquinhas' para a venda de várias comidas e bebidas, entre as quais a incontornável espetada tradicional madeirense, o bolo do caco, os doces
C
Foram convidados para voltar ao palco para encerrar o arraial.
típicos portugueses e o vinho tinto. Durante a festa foram realizados vários leilões e sorteios de rifas, cujo prémio mais apelativo constituía numa viagem a Portugal para duas, cortesia da companhia aérea Tap, que não deixou de se associar a este evento que visava cola-
borar economicamente na construção do santuário que a partir de Maio começará a ser erguido nos terrenos do Centro Sociocultural. Com o cair da noite, foi dado espaço à música e animação. A abertura do palco esteve a cargo do Grupo Folclórico Curral das Freiras,
Nº sorteado
Premio
03002 02279 00876 01046 02961 01416 02111 03317 01419 02357
Viagem para 2 pessoas a Portugal Viagem para 2 pessoas à Ilha de Margarita Caixa de Vinhos Rádio Cd Portátil Apólice Acidentes Pessoais Par de sapatos Lucas Mercado 250 BsF. Mini Jardim Decorativo Torradeira Jantar para 2 pessoas
engrandeceu a festa com as suas vozes e danças típicas. Tanta boa impressão deixaram junto do público que foram convidados pelos organizadores para voltar ao palco para encerrar o arraial. Pelo palco passaram também o grupo de tambores venezuelano 'Caña y Miel', cujas bailarinas, sedutoras tanto na indumentária utilizada como na dança interpretada, contagiaram todo o público presente com o seu ritmo e levaram-no a dançar até depois da meia-noite.
Grupo precisa de ajuda para viajar à Madeira
O director do grupo tenta obter ajuda
Jean Carlos De Abreu deabreujean@gmail.com
grupo folclórico "Danças e Cantares de Portugal de Puerto La Cruz" precisa de 150 mil Bs.F. para viajar até Madeira e participar nas festividades organizadas pela Câmara de Santa Cruz, entre 5 e 24 de Agosto, no âmbito da celebração dos 500 anos da fundação da cidade do Funchal.
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O director deste grupo oriental, Rui Pereira Gomes, explicou ao CORREIO que a quantia em falta é necessária para "pagar as passagens de ida e volta dos 50 elementos que compõem o grupo, a estadia e custear o transporte dos objectos de artesanato que serão levados para uma exposição a realizar na Madeira". O responsável revelou que irão ser feitos contactos com entidades públicas e privadas, ligadas ou não à comunidade portuguesa, para expor a necessidade sentida pelo grupo que quer "representar a Venezuela e a nossa comunidade na Gala de Folclore de Maria Ascenção", que se realiza a 9 de Agosto, na Camacha. Pereira lembrou que os membros do grupo estão a promover a venda de rifas, verbenas e vendas de produtos nos centros comerciais da zona para conseguir angariar parte do montante. Também, o director do agrupamento vai visitar as sedes da TAP, Productos Iberia, Banco Plaza, Banco Guayana, Empresas Polar, Fundación Bigott e diversas entidades públicas para tentar alcançar o seu objectivo. Pereira observou que será a primeira vez que um grupo luso-venezuelano interpretará ao vivo danças crioulas naquela região, acrescentou, referindo que a visita inclui deslocações a outras zonas da ilha para mostrar o folclore madeirense e continental. Está igualmente previsto que o grupo de Puerto La Cruz participe na primeira Feira Gastronómica organizada pelo Consulado General da Venezuela na Madeira. No entanto, Pereira observou que ainda está à espera de uma confirmação por parte da entidade, já que esta ficou de contribuir com parte dos gastos da deslocação. A proposta foi feita pelo cônsul geral da Venezuela na ilha, Félix Méndez Correa.
Para Fernando Lucas, organizador do evento, este tipo de encontros fortalece as relações dos portugueses e permite a reunião dos "irmãos lusitanos com amigos e familiares". O responsável lembrou depois que é com uma afluência de pessoas como a agora registada que se pode ajudar certas causas e a comunidade. "Esta festa foi realizada em benefício do santuário da Virgem, algo que será de todos nós e do que nos vamos a sentir muito orgulhosos no futuro", declarou.
Breves
Arcuenses fazem 15ª festa Jean Carlos De Abreu Este domingo, 27, a partir das 13 horas, o Salão Nobre do Centro Português, de Caracas, recebe aproximadamente mil pessoas para celebrar a 15ª Festa dos Arcuenses na Venezuela. O vice-presidente desta associação, António Coelho, revelou que vão marcar presença no acto o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez, Francisco Araújo, juntamente com os vereadores Pedro Teixeira e Martinho Araujo, e os presidentes da Junta de Freguesia de Salvador, Rui Aguiar, e da Rádio de Arcos de Valdevez, Alberto Silva, mais o cantor português, Carlos Rodrigues. A festa contará com a música ambiente interpretada por uma orquestra variedades e um grupo de tambores. Serão servidas comidas e bebidas típicas de Portugal e da Venezuela.
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Calheta Um Concelho em Desenvolvimento Na edição anterior, destacamos as infra-estruturas mais recentemente criadas na sede do Concelho, nesta edição abordaremos as freguesias do Jardim do Mar, Paúl do Mar, Prazeres e Fajã da Ovelha. Na próxima, contemplaremos as freguesias da Arco da Calheta, Estreito da Calheta e Ponta do Pargo. Freguesia do Jardim do Mar
A Marginal e passeio público do Jardim do Mar Trata-se de uma "promenade", com aproximadamente 750 metros de comprimento. Esta empreitada incluiu ainda a construção de um parque de estacionamento para cerca de 50 viaturas e um arruamento urbano com cerca de 400 metros de comprimento entre o centro da Freguesia e o início do passeio marítimo.edições, abordaremos as restantes freguesias.
Largo do Jardim do Mar Tratou-se de um investimento orçado em 390 mil euros. As obras incluíram a substituição do pavimento em alcatrão por calçada de granito e a instalação, no centro da praça, de uma fonte cibernética, com 25 jactos de água espumosa. Para além de bancos para descanso e convívio da população, foi construído um parque infantil com pavimento em borracha tipo "tartan" e equipamento adequado. Também foram plantadas árvores, de forma a tornar o local mais aprazível.
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Freguesia do Paúl do Mar
A Estação de Tratamento de Águas Residuais do Paúl do Mar Esta infra-estrutura é da responsabilidade do Governo Regional e representou um investimento que vai beneficiar cerca de 1.780 habitantes das freguesias dos Prazeres, Jardim do Mar e Paúl do Mar. O projecto engloba cinco estações elevatórias e um interceptor, distribuídos pelas freguesias do Jardim do Mar e Prazeres e uma conduta elevatória de 4.500 metros complementa o projecto.
Freguesia dos Prazeres
O Pavilhão do Clube Desportivo e Recreativo dos Prazeres Localizada junto ao Campo Municipal dos Prazeres, esta infra-estrutura, possui um piso excelente, uma ampla área de jogo, bancadas extensíveis, e representa um investimento do Governo Regional, através do IDRAM. Quanto ao terreno onde está implementado o pavilhão, o mesmo foi cedido pela Câmara Municipal.
A Via Expresso entre os Prazeres e a Fajã da Ovelha Tratou-se de um investimento do Governo Regional da Madeira. Este novo troço mede 2.050 metros e tem uma faixa de rodagem com dois sentidos, com uma largura de 7 metros e bermas laterais de 1 metro de largura. A obra contempla cinco pontes: Ponte Velha (81 metros), Ponte do Paul (87 metros), Ponte do Coelho (170 metros), Ponte da Cova (181 metros) e Ponte da Maloeira (187 metros), e dois túneis, com comprimentos de 109 metros e 254 metros, e uma largura de 9,6 metros. A interligação à rede viária existente é garantida por um entroncamento no início do traçado para servir a população da freguesia dos Prazeres, e ainda por um outro na zona da Maloeira, bem como por uma rotunda na parte final do traçado, onde se faz a ligação à Raposeira.
Freguesia da Fajã da Ovelha
A Escola Básica dos 1º, 2º e 3º Ciclos da Fajã da Ovelha - Professor Francisco Barreto Situa-se no Sítio da Raposeira, Freguesia da Fajã da Ovelha, e acolhe os alunos provenientes das Freguesias vizinhas, Ponta do Pargo, Paúl do Mar e Prazeres.
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PORTUGAL
23/04/2008
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CORREIO DA VENEZUELA 24 A 30 DE ABRIL DE 2008
Luís Felipe Menezes considerou "inaceitável" o adiamento da construção de uma nova ponte entre Porto e Gaia, paralela à da Arrábida, infra-estrutura que estimou em cerca de 100 milhões de euros.
Parlamento aprova Tratado de Lisboa Com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS-PP e contra dos restantes partidos Tratado de Lisboa foi aprovado quarta-feria, 23, no Parlamento com os votos favoráveis do PS, PSD e CDS-PP e contra dos restantes partidos, que criticaram a ausência de um referendo e as "perdas de soberania" nacional. No final da votação, os deputados do PS e do PSD aplaudiram de pé a aprovação da proposta de resolução do Governo. Vários deputados do PSD, entre os quais Marques Guedes, Guilherme Silva, Hugo Velosa e Mota Amaral apresentaram declarações de voto, tal como dois deputados do CDS-PP, Telmo Correia e Pedro Mota Soares. Na abertura do debate, o primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu que a aprovação do Tratado "na antevéspera do 25 de Abril é uma forma particularmente feliz de comemorar a Revolução democrática". O primeiro-ministro defendeu que "há um grande consenso político e social em torno do Tratado de Lisboa", manifestando-se convicto de que as mudanças "reforçam a cida-
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dania europeia e a capacidade da Europa para decidir e agir". Do lado do PSD, o deputado Mário Santos David assinalou o orgulho dos sociais-democratas no empenho de Portugal para a construção europeia. O deputado frisou haver um "deficit de informação" sobre as "competências, fundamentos, valores, objectivos e modos de funcionamento da união Europeia" e anunciou que o PSD vai propor a inclusão, no nono ano de escolaridade, de "um novo conteúdo curricular de carácter obrigatório consagrado àquela temática". O reforço do papel dos parlamentos nacionais, o princípio da igualdade entre Estados, a atribuição de personalidade jurídica à União Europeia, a simplificação dos procedimentos e a vinculação dos Estados-membros à Carta dos Direitos foram alguns dos pontos do Tratado enaltecidos quer pelo PS como pelo PSD. Do lado do CDS-PP, Paulo Portas considerou o Tratado de Lisboa "satisfatório para os interesses dos portugueses" mas
defendeu ser "um erro" não ter sido convocado um referendo. "Quando está em causa a transferência de soberania, deve ser a fonte da soberania, o povo, a autorizá-las", afirmou Portas. PCP, BE e PEV consideraram que a aprovação do Tratado "é um passo atrás" na afirmação de Portugal, e um "episódio triste", salientando que representa "perdas de soberania nacional". "Fez apenas aqui o discurso da propaganda. Mas pense no 25 de Abril e não se iluda. Pode conseguir grandes louvores, mas nunca se esqueça que um dia o povo há-de exigir a reposição da soberania nacional", afirmou o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, dirigindo-se ao primeiro-ministro. Do lado do BE, o deputado Francisco Louçã criticou a ligação, feita pelo primeiro-ministro, da aprovação do Tratado ao 25 de Abril, e acusou o PS e o PSD de "se unirem numa conspiração para promover o desinteresse pela Europa", por terem concordado na ratificação por via parlamentar.
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Mau tempo provocou estragos no valor de 840 mil euros na Madeira s prejuízos nas estruturas balneares do Funchal causados pelo temporal que assolou o arquipélago há duas semanas estão orçados em mais de 840 mil euros, disse o vereador responsável pelo pelouro das finanças da câmara do Funchal. Em declarações à agência Lusa, Pedro Calado, adiantou que para fazer face aos danos a autarquia vai contrair um empréstimo, visto que no orçamento municipal apenas estão previstos 300 mil euros para este fim. "Depois vamos tentar que parte do valor seja ressarcido por
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linhas de apoio destinadas a este fim", acrescentou. Pedro Calado salientou que a câmara do Funchal pode contrair o empréstimo porque "tem capacidade de endividamento". Mencionou a linha de apoio nacional para fazer face a prejuízos provocados por tempestades, apontando que no caso do Funchal "o interlocutor será o Governo Regional". Alguns dos complexos balneares do Funchal, designadamente Lido, Ponta Gorda e Barreirinha, que estão sob a alçada da empresa Frente Mar, sofreram elevados danos e estão presentemente encerrados.
"Queremos pôr as coisas prontas para não afectar a época balnear, mas queremos que as pessoas possam ter acesso com garantia de segurança", salientou Pedro Calado. O autarca lamentou o facto "da burocracia não ajudar, pois se as decisões são tomadas de forma rápida, a sua execução já é mais complicada". O temporal que assolou a Madeira provocou estragos em toda a ilha, sobretudo no litoral, obrigou ao encerramento de várias estradas devido a derrocadas, e ocasionou o condicionamento no movimento no aeroporto.
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A alegada falta de democracia nas escolas secundárias levou hoje 14 associações de estudantes do distrito (AAEE) a entregarem um abaixo-assinado no Governo Civil do Porto.
Breves
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Liberalização “marca nova era” nas ligações aéreas da Madeira Já é oficial a medida governamental de abrir totalmente os céus madeirenses secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Paulo Campos, disse que a liberalização aérea entre a Madeira e o Continente marca "uma nova era para a região" no domínio dos transportes. Paulo Campos presidiu quarta-feria, 23, no aeroporto internacional da Madeira, à cerimónia de assinatura do contrato de prestação de serviços entre os CTT e a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças no âmbito do qual os Correios passam a ser a entidade que procederá ao pagamento do subsídio de mobilidade aos residentes e estudantes da Região Autónoma da Madeira, no valor de 60 euros (ida-e-volta). "A decisão governamental de abrir totalmente os céus da Madeira representa o culminar de todo um processo que visa criar melhores condições para a promoção da mobilidade dos madeirenses em todo o território nacional, assegurando simultaneamente que todos os cidadãos nacionais, não residentes na região, tenham mais oportunidades de se deslocar à Madeira", defendeu o secretá-
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rio de Estado, Paulo Campos. "Estamos a testemunhar o início de uma nova era para o transporte aéreo entre a Madeira e o Continente - disse ainda - uma era de maior dinamismo, de maior concorrência, uma era de mais oportunidades para todos e de progresso e desenvolvimento de todo o território nacional". Paulo Campos adiantou ainda que o Governo da República vai monitorizar durante um ano o pagamento do subsídio de mobilidade e admitiu que este poderá ser aumentado ou extinto conforme o mercado. Para assinalar a liberalização do transporte aéreo entre a Madeira e o Continente, a TAP e a SATA vão lançar, a partir de quinta-feira e com a duração de um mês, uma campanha promocional de 20 mil bilhetes a preços de 71,3 euros (Lisboa - Funchal, total (ida-evolta) 142,6 euros) e 78,3 euros (Funchal - Lisboa, total (ida-evolta) 156,6 euros) que beneficiam ainda dos 60 euros de subsídio de residente. Actualmente, uma viagem FunchalLisboa-Funchal para residente é de 222.63 euros e Lisboa-Fun-
chal-Lisboa de 431.63 euros. O administrador da TAP, Luiz Mor, salientou que o mercado aéreo Madeira - Continente passa a estar sujeito às leis de mercado, podendo uma passagem (ida e volta) vir a custar 430 euros se estas não figurarem em campanhas promocionais, se não se realizarem nas horas menos procuradas ou se tiverem lugar nas épocas do ano com maior procura. António Gomes Menezes, presidente da SATA Air Açores, saudou a operação "céu aberto Madeira" e anunciou que os preços nas viagens Madeira - Porto Santo poderão beneficiar no Verão de uma redução de 50 euros para os não residentes passando dos actuais 150 euros para 100 euros (ida e volta). A secretária regional do Turismo e Transportes, Conceição Estudante, salientou que a liberalização do transporte aéreo entre a Madeira e o Continente era uma aspiração dos madeirenses tendo classificado a cerimónia de "momento histórico" e considerado que esta medida poderá incrementar o turismo nacional para a região.
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Fátima: Cidade Santa Milhares de turistas visitam esta cidade para fazer promessas, rogar e agradecer as benesses que lhes foram concedidas pela Vigem. Mas também vêm à procura de paz interior.
No pátio central do Santuário está situada a Cruz Alta
Texto y Fotos: Jean Carlos De Abreu (Enviado Especial) deabreujean@gmail.com
átima é uma freguesia de Portugal situada na Cova da Iria que pertence ao concelho de Ourém, e fica a 120 quilómetros de Lisboa. Conta com 71,29 quilómetros quadrados de área. Esta cidade é conhecida mundialmente pelas aparições da Virgem de Fátima aos três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta, entre 13 de maio e 13 de Outubro de 1917. Quem visita Fátima vai ao reencontro da fé católica, posto que milhares de turistas de todo o mundo chegam a esta cidade com a finalidade de conhecer mais sobre as aparições da padroeira dos portugueses, e também para renovar as suas crenças religiosas. Os visitantes, ao entrarem pela zona sul do Santuário poderão visualizar um monumento fechado dentro de uma caixa de cristal, inaugurado a 13 de Agosto de 1994, cujo conteúdo é um fragmento do Muro de Berlim, como símbolo da previsão da sua queda feita pela santa numa das suas aparições. Este foi derrubado a 9 de Novembro de 1989. Se continuarem a caminhar pelo pátio central do mesmo, encontrarão uma capelinha de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. Segundo relatos dos próprios, este foi o primeiro edifí-
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Capelinha de Nossa Senhora do Rosário de Fátima
cio construído na Cova da Iria e é o lugar onde sucederam as diferentes aparições da Virgem. Sobre a coluna de mármore encontra-se situada a imagem da Virgem e dos dois pastorinhos. A um lado da pequena capela encontra-se a Basílica de Nossa Senhora de Fátima, construída em 1928 e consagrada a 7 de Outubro de 1953. A igreja conta com quinze altares, que correspondem às quinze dezenas do Rosário, em honra da Santa. As tumbas de Francisco e Jacinta estão situadas atrás do Altar Mor. Dentro da Igreja, o quadro do altar simboliza a mensagem de Nossa Senhora às crianças, preparadas pelo anjo de Portugal, por meio do encontro com Jesus na Eucaristia. Os vitrais representam cenas das aparições e algumas invocações do Rosário da Virgem. O órgão foi instalado em 1952 e está construído com mais de 12 mil tubos. Segundo os guias turísticos, a reconstrução do Santuário de Fátima contribuiu para o desenvolvimento da localidade, conseguindo com que esta zona fosse elevada à categoria de cidade a
No âmbito da promoção turística de Portugal junto da Venezuela, o grupo português "Intervisa", juntamente com a companhia aérea TAP (Caracas), levaram agentes de viagens a conhecer uma cidade cheira de beleza arquitectónica e repleta de paz.
A Basílica de Nossa Senhora de Fátima foi construída em 1928
12 de Junho de 1997. Ao descer para o pátio central do Santuário, os turistas verão a nova igreja, construída em cimento e ouro sólido. Em frente está situada a Cruz Alta, a qual mede 27 metros e é feita de madeira. Mais de cinco milhões de crentes de todo o mundo vão anualmente, até à cidade de Fátima para realizar as peregrinações a pé que se fazem todos os dias 12 e 13 de Maio de cada ano, assim como a 13 de Outubro. Dado curioso é que todos os 13 de Agosto se efectua a peregrinação dedicada ao emigrante. Graças às mensagens de paz, a peregrinação e a emigração portuguesa, o mundo conhece o culto da Virgem de Fátima. Por isso, em diferentes países é possível encontrar igrejas, paróquias, dioceses, escolas, hospitais, monumentos, entre outros, com o nome da padroeira lusitana. O Centro Nacional de Cultura (CNC) em colaboração com as entidades responsáveis do Santuário de Fátima, lançaram em 2003 um projecto com a intenção de marcar os caminhos que levam os crentes à cidade. Deste propósito nasceram duas vias em Portugal: O caminho do Tejo, que une Lisboa a Fátima, e a via do Norte, que enlaça o Porto aquela cidade santa.
Aparição da Virgem Virgem de Fátima apareceu seis vezes aos pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, entre o dia 13 de Maio e o 13 de Outubro de 1917, na Cova da Iria.As crianças tinham 10, 9 e 7 anos respectivamente.Jacinta e Francisco eram irmãos e Lúcia era prima destes. As crianças sofreram perseguição política durante as aparições da Virgem, sendo sequestrados pelas autoridades nessa altura para os assustar.Segundo reza a história, os pastorinhos receberam ameaças de que seriam fervidos num caldeirão de azeite, em caso de não confessarem as mensagens secretas que a Senhora lhes tinha passado. Diz-se que a "senhora da luz brilhante" apareceu cinco vezes às crianças e previu que Jacinta e Francisco iriam com ela para o céu, enquanto Lúcia permaneceria mais um tempo na terra, para difundir a devoção ao Coração Imaculado de Maria em todo o Mundo. A Virgem de Fátima deixou três mensagens: O final da Primeira Guerra Mundial (19141918) e a morte prematura dos seus primeiros, Francisco e Jacinta; o segundo segredo foi o início da Segunda Guerra Mundial e conversação de Rússia, que ocorre com a desintegração da URSS em 1990, e o terceiro foi o atentado contra o Papa João Paulo II, a 13 de Maio de 1981. Diz-se que a imagem que conhecemos hoje em dia de Fátima foi criada em Espanha e depois levada para Cuba em 1968.
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SAÚDE E BEM-ESTAR
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Marques e Mendoza afirmam que o objectivo dos seus estudos é "ajudar a criar estratégias inovadoras para prevenir a morte súbita".
Marques apresentou estudo em Chicago Victoria Urdaneta Rengifo vurdaneta@correiodevenezuela.com
"A morte súbita é um problema de saúde pública e é a causa de quase metade dos falecimentos cardíacos", conclui Juan Marques, presidente da Associação de Médicos Luso-venezuelanos (Asomeluve). A conclusão vem publicada numa investigação levada a cabo por aquele clínico juntamente com o colega Iván Mendoza. O estudo, intitulado "Efeito Aniversário e a sua relação com a morte súbita por problemas cardíacos", foi apresentado recentemente e Chicago, Estados Unidos, na 57ª sessão anual do Congresso Americano de Cardiologia. Segundo o trabalho destes dois médicos, "o aniversário do falecimento de um membro próximo da família, especialmente o da mãe ou do pai, pode ser um detonador da morte súbita, especialmente entre os homens". Inclusivamente foi revelado que "um terço dos casos (quatro pacientes) morreram numa idade semelhante à do familiar falecido antes". O principal objectivo de Marques é encontrar a forma de diminuir as mortes súbitas. Para conseguir esta meta, o médico luso-venezuelano notou que "é fundamental compreender a maneira como acontecem estes eventos, para antecipar e prevenir a prematura e surpreendente perda da vida". STRESS E SUAS CONSEQUÊNCIAS De acordo com a investigação, existe uma relação entre a pressão psicológica e as consequências patológicas desta". A esta conclusão se chega após analisar as séries consecutivas de 102 documentos sobre morte súbita diagnosticadas em indivíduos entre os 37 e os 79 anos de idade. Segundo Iván Mendoza, poderá existir uma influência do stress mental devido ao efeito aniversário, que induz a morte súbita em certos indivíduos. Em quase 70% dos casos (69 pessoas), o síndrome subjacente foi a enfermidade nas artérias coronárias. Em 13% dos casos (13
pessoas), a morte súbita ocorreu no aniversário de um evento traumático da morte de um parente muito querido (dos quais, sete foram por aniversário do pai, cinco da mãe e um pelo falecimento de ambos num mesmo dia). POPULAÇÃO MASCULINA Mendoza indicou que os pacientes que podem ser mais vulneráveis são aqueles que apresentam na sua história médica antecedentes de ataques de coração, factores de risco cardiovascular, como alto colesterol e alta pressão arterial, diabetes, obesidade; algum familiar que tenha falecido por morte súbita devido a enfermidade coronária, entre outros. No entanto, um dos resultados aponta como dado que o género joga um papel importante. "Cerca de 80% dos pacientes (10 pessoas) que morreram repentinamente próximo da data do aniversário de falecimento de um familiar muito próximo, pertenciam ao género masculino". Várias hipóteses estão em cima da mesa, mas nenhuma delas é apontada como uma razão definitiva, esclarecem.
Próximas actividades da Asomeluve Juan Marques, como presidente de Asomeluve, aproveitou a entrevista com o CORREIO para adiantar alguns pormenores sobre o Simpósio Luso-Venezuelano de Cardiologia, que acontece no âmbito do Congresso Venezuelano da mesma especialidade, a 14 de Julho próximo. O tema central do encontro será a Insuficiência Cardíaca, no qual participarão três cardiologistas de Portugal, entre eles o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, Hugo Madeira. Pela Venezuela estarão especialistas como Bartolomé Felizola, presidente da Sociedade Venezuelana de Cardiologia e Marques.
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OPINIÃO
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Eleger o CCP é também sinal do descontentamento! Luís Barreira
m 20 de Abril último teve lugar a eleição para o Conselho das Comunidades Portuguesas. Após algumas reformulações, quanto ao número de delegados por país e uma actualização das listas de votantes, o Conselho que nasce do acto eleitoral, vai ter pela frente uma das mais espinhosas missões: convencer os cerca de 5 milhões de portugueses, que residem e trabalham no exterior de Portugal, de que vale a pena ter um órgão consultivo, que raramente é consultado, e continuar a acreditar que, a classe política portuguesa, poderá despertar para a realidade na qual vive um terço da sua população, ou sejam, os seus emigrantes. "Longe da vista…, longe
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do coração", parece ser o lema dos nossos representantes na Assembleia da República, da nossa classe jornalística, que passa ao "de leve" e de vez em quando sobre alguns aspectos mais pitorescos do nosso quotidiano; dos responsáveis pela promoção da cultura portuguesa, que não se apoiam em muitos dos nossos valores, e da classe de agentes económicos, a quem tem faltado a visão estratégica de criar plataformas de colaboração com os empresários portugueses no exterior. Em síntese, nós, os emigrantes, que há mais de um século partimos de Portugal e que continuamos a sair todos os dias, na procura de melhores condições de vida e que poderíamos hoje ser os melhores embaixadores de Portugal no mundo, sentimos quase sempre a indiferença das estruturas públicas e privadas, como se o facto de termos atravessado a fronteira de Portugal, fosse considerado como um "salto" para o esquecimento!
Sendo que o "show mediático" português e nomeadamente a televisão, é um dos factores que mais influencia a opinião pública portuguesa, não é de estranhar que o antigo e muito popular programa da RTP, "Portugal no Coração", que viajava pelo mundo, mostrando a realidade da emigração portuguesa, se tenha refugiado na expressão convencional do "cantinho lisboeta", abandonando completamente a filosofia para o qual tinha sido criado. Também neste domínio, o da poderosa televisão, parece que, em Portugal, toda a gente está apostada em que os emigrantes continuem a gostar de Portugal, mas nada preocupada em fazer com que os portugueses, que vivem em Portugal, gostem dos seus emigrantes. E como "amor com amor se paga", são cada vez maiores as expressões de desânimo, de frustração e de revolta, que grassam entre os emigrantes e nomeadamente as gerações mais no-
vas, face à ao ostracismo a que têm sido votados. Na realidade e na falta de laços mais fortes que estimulem uma relação entre concidadãos, Portugal temse tornado, cada vez mais para os seus emigrantes, um destino de férias, entre muitos outros. Se é isso que se pretende, não é isso que queremos porque, Portugal, também é nosso! Independentemente das dificuldades que nos colocam, temos obrigações e deveres para o demonstrar. A constituição do Conselho, foi uma exigência de representatividade pela qual sempre lutámos. Pese embora a forma pouco atenciosa, como tem sido considerado e os parcos poderes que dispõe, uma grande votação nos seus representantes terá necessariamente uma leitura política que nos beneficia e constituirá um sério "aviso à navegação", de todos aqueles que só nos procuram para cultivar o sentimento da "saudade"!
Dupla nacionalidade: reivindicação de um direito Antonino De Ornelas
a sexta-feira, 18 de Abril, foi celebrado o dia da cidadania. Mas que significado pode ter esta data quando a comunidade luso-venezuelana não conta com o apoio dos países de que faz parte? Lamentavelmente, os portugueses que têm a dupla nacionalidade são considerados cidadãos de segunda, segundo o que foi exposto de forma tácita nas leis portuguesas. Uma prova disto é que, de acordo com que está escrito no passaporte português, no artigo 4, "Os cidadãos portugueses que possuam uma segunda nacionalidade não poderão reclamar protecção consular ou diplomática portuguesa no país da sua outra nacionalidade". Perante um artigo como este, considero importante perguntar: Qual é o
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apoio que nós temos neste país onde como, todos sabem, os direitos humanos estão em sérias duvidas? A quem pedimos protecção no momento no vejamos violentados os nossos direitos de cidadãos num país onde isso é praticamente o pão nosso de cada dia? Não é um segredo para ninguém que na Venezuela o não ser simpatizante do governo actual é um risco que correm muitos cidadãos. E inclusivamente, estamos expostos a que as nossas empresas sejam alvo de algum ataque por parte de militantes do partido do Governo. Também pregunto: Se chegasse haver uma revolta neste país e ante a possibilidade de chegarmos a ser vítimas de alguma acção violenta, a quem solicitamos protecção? Claro está que em primeiro lugar são as autoridades venezuelanas que têm o dever de proteger a quem vive neste país, mas no caso de não haver tal protecção, o nosso Governo português não deveria reclamar respeito para com os seus cidadãos? Na maioria dos países do mundo, os portadores da sua nacionalidade gozam deste privilégio. O governo português não está a fazer nenhum favor ao permitir que
nós tenhamos a dupla nacionalidade. Creio que é justo por muitos motivos, entre tantos, pelos grandes benefícios que recebe o Estado dos emigrantes, que muito contribuem e que pouco recebem. Semelhante lei coloca os portugueses têm as duas nacionalidades em cidadãos de segunda. Os nossos compatriotas deveriam manifestar o seu desacordo com semelhante discriminação. Tenho a certeza que a grande maioria ignora a existência deste artigo no passaporte português. Igualmente chamo a atenção às instituições que dizem representar-nos, aos conselheiros, para levantarem a sua voz de protesto perante tal aberração contra uns cidadãos que na sua maioria tiveram a necessidade de emigrar para outros países em busca de uma vida melhor. Para o governo os que estão fora do país só são úteis para fortalecer a economia portuguesa? Sinto-me orgulhoso das minhas duas nacionalidades, mas gostaria que esta discriminação deixasse de existir e que sentíssemos a proteção dos nossos governos, tanto do país onde vivemos, como de aquele onde nascemos.
Ferreira de Castro visto do Brasil Jair Alves Serrão jairsalvesserrao@yahoo.com
O primeiro intelectual português que conheci não foi o Eça nem o Pessoa como se pode pensar. Foi o Ferreira de Castro e baptizoume na cultura portuguesa com um livro sobre o Brasil: "A Selva", o mesmo do qual fizeram há pouco um filme - menos bom que o livro que, dizem, teve muito público para aquilo que é normal no cinema português. "A Selva" não só me revelou um grande escritor - eu nunca entendi (se calhar até sim) porque é que ele nunca ganhou o Nobel - mas também um Brasil que muitos de nós não conhecemos nem nunca saberemos como foi. O Ferreira de Castro tem uma força narrativa que nos faz estremecer e aquela vida que ele viveu e relata de forma tão viva parece que vai passando diante dos nossos olhos, não como um filme colorido, mas como a sensação de vicissitudes realmente sofridas no corpo e no espírito. Aquilo foi mesmo o neo-realismo vários anos antes do nascimento dele. E por muito que aquele seringal em plena selva amazónica se chamasse cinicamente Paraíso, o leitor fica de imediato sabendo que está mesmo no inferno sem saber qual foi o seu pecado. Aquela transformação do Alberto, jovem monárquico, em sujeito solidário com os trabalhadores seringueiro é uma tomada de consciência do melhor que já li na literatura mais comprometido com o neo-realismo. Não quero parecer especialista da obra desse filho ilustre de Oliveira de Azeméis, que alguém - agora não posso lembrar quem - disse que tinha sido o "primeiro escritor português sem gravata", mas, na minha modestíssima opinião, o Ferreira de Castro, que escreveu como um mouro, é hoje um escritor um tanto esquecido das novas gerações, mesmo dos emigrantes portugueses, que deviam ter sempre na sua mesa de cabeceira algum dos seus livros. "A Selva" podia ser uma boa opção, mas se quiserem outro dos grandes livros do Ferreira de Castro eu lembro "Os Emigrantes". Sem exagerar, posso dizer que está ali boa parte da vida dos meus pais, que emigraram para o Brasil no primeiro quartel do ano passado. Não tenho dúvida alguma que espelha igualmente muitas das vidas dos primeiros emigrantes que vieram para a Venezuela. Em ambos os livros o autor mantém-se fiel a si próprio e às suas preocupações de homem e escritor - eu acho que essa é a ordem correcta. Nós vemos sempre nos seus textos uma profunda angústia - ainda que também esperança - pelo destino do seu semelhante, assim como a sua preocupação pelas verdades mais fundamentais do homem na luta diária por conquistar um lugar ao sol, mas um lugar de dignidade e de autêntica liberdade. Nesta pequena nota, lembro um só dos vossos grandes escritores, mas podia citar uma mão cheia deles, de antes e de hoje, e estimo que isso é parte da grande riqueza do povo português, precisamente numa hora em que tanta literatice, tanto best-seller, produto do marketing que nos vende muita coisa de que não precisamos, inunda as nossas livrarias e nos trata de afastar - e a muitos afasta - da verdadeira literatura, daquela que, mesmo sem transformar o mundo, ajuda a entendê-lo.
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OPINIÃO
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Favor enviar as suas cartas e comentários ao endereço electrónico: correio@cantv.net
CARTAS Sugestão
Minha querida comunidade
Escrevo estas linhas para o Correio já que é um grande percursor dos costumes e tradições do nosso querido Portugal. E venho propor nelas a realização de uma iniciativa que visa a recolha de nomes de apelidos de famílias madeirenses. Digo madeirenses porque não conheço as tradições do Continente e Açores. Antigamente, as famílias da Madeira não se conheciam por nomes nem por aquilo a que chamamos aqui na Venezuela os apelidos reais. Eram conhecidas por "apodos", nome que chamávamos na Madeira aos apelidos. Seria toda uma riqueza, em matéria de criatividade popular, saber como as pessoas eram conhecidas pelos apelidos e não pelos nomes.
Escrevo desde a Austrália e quero expressar a minha satisfação e admiração pelo vosso jornal na Internet. Sou vossa leitora todas as sextas-feiras, pois só assim sei alguma coisa acerca da minha querida Venezuela, do meu querido Centro Português e dos meus queridos amigos. Aqui fala-se pouco da Venezuela e são muitos poucos os australianos que sabem sequer onde é que fica o nosso lindo País. O nosso dia a dia não é fácil, apesar da boa qualidade de vida que temos. A saudade dos amigos, da família e do ambiente do Centro Português está sempre no nosso pensamento. Às vezes choro em silêncio e muitas vezes já apanhei o meu esposo a chorar
também pela nossa querida Venezuela. Que alegria saber que tudo está bem e que a nossa comunidade continua a frequentar os clubes, que jogam futebol e que ainda bailam folclore como antigamente. Parabéns pelo Correio. É uma maravilha para nós ficarmos a saber muito sobre de vocês todos. A concluir, gostaria de dizer que sinto muitas saudades da minha querida Venezuela e do meu querido Centro Português, um clube que muitas vezes não sabemos dar o valor e importância que merece e compreender o significa para as nossas vidas e a dos nossos filhos. Quanto te amo, minha querida comunidade portuguesa. Maria Elisa D. Figueira
Jsé Augusto
Todos querem ser profissionais Como emigrante de idade maior, gostaria de comentar ao Correio uma situação que me preocupa como português e que me entristece como cidadão emigrante. Vivo na Venezuela há 45 anos e tenho visitado Portugal na última década pelo menos uma vez por ano e por longos períodos de tempo. Como a idade já não me permite trabalhar com aquela energia que tinha quando era jovem, dedico-me a observar as coisas, mais precisamente as pessoas e os seus comportamentos, e fico triste ao ver que em Portugal, as pessoas queixam-se muito de tudo; de ver os velhotes como eu andar curvados e rendidos ao tempo e ao frio; os de meia-idade a
Gostar do baile
aguardarem pela reforma desesperadamente, dando-me a ideia de que chegar a esse dia é atingir o momento mais feliz e importante das suas vidas; e os mais novos a estudar muito, embora pareçam dar a ideia que o fazem para não trabalhar. Fazem esforços enormes para terem uma carreira profissional e esquecemse que o trabalho está à porta de casa, na construção civil, no campo, na padaria, no café, etc.Todos querem ser médicos, advogados e esquecem-se de que é preciso gente para trabalhar.
Sou filha de portugueses naturais da ilha da Madeira e gostaria de saber como poderia a minha filha, que tem 6 anos, bailar num grupo folclórico. Ela gosta muito de folclore e tem um fatinho oferecido pelos avós, que por acaso nunca o tira de cima, pois adora bailar a música do bailinho. Onde posso levar a minha filha a classes de bailinho? Informaram-me que há em Caracas, no Centro Português, mas é só para sócios. E como não somos sócios de nenhum clube, não sei o que fazer.
José Gomes Rodrigues
Maria Nancy Reis
INQUÉRITO: POSSUI DUPLA NACIONALIDADE? PORQUÊ E DESDE QUANDO?
Clara Rodrigues Jornalista
"Sim, tenho dupla nacionalidade. Requeri-a quando este governo chegou ao poder, porque não confio nele e quis prevenir o meu futuro perante uma situação menos boa, como as que de vez em quando parece que vão acontecer. Além disso, queria pertencer à Comunidade Europeia, a qual dá uma série de benefícios. E com isso também adoptei a nacionalidade dos meus pais e familiares, que são naturais de Portugal. É uma forma de ser portuguesa, apesar de ter nascido aqui e ser metade crioula."
Marcelo Pontes Comerciante
"Tenho-a há três anos, aproximadamente. Decidimos, entre os meus irmãos e eu, obtê-la por duas razões: os meus pais são madeirenses, o que tornava as coisas muito simples com os trâmites; e também porque possibilitava uma saída rápida do país num determinado momento. Talvez não seja uma grande coisa, mas pode fazer falta…"
Janet Duarte Advogada
"Sou portuguesa de nascimento, mas como vim para cá há tantos anos, os meus pais requereram a nacionalidade venezuelana, pois não podíamos estar a viver e a trabalhar tanto tempo aqui sem a ter. No entanto, estou a tratar da papelada para requerer a nacionalidade lusa para a minha filha pequena. Se pode ter outra nacionalidade devido às suas origens, eu própria me encarregarei de que a tenha."
João Simões Estudante
"Estou neste momento a tratar de a obter. Estou à espera que os meus pais me mandem uns papéis que têm em Portugal para poder finalizar o processo. Diz-se muita coisa sobre esta questão. Na verdade, no que a mim me toca, faço-o porque quero que nada me impeça de sair do país. Foi os meus pais que me aconselharam nesta decisão: prevenir antes que acabe por me lamentar, ainda que essa lei de que todos falam seja uma contradição."
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Associação
Desportiva da Serra de Água A Comissão Instaladora cessou as suas funções na data de tomada de posse dos primeiros órgãos sociais da A.D.S.A. (8 de Janeiro de 2005), passando, estes, a gerir toda a actividade da Associação Desportiva da Serra de Água. Associação Desportiva da Serra de Água foi orientada, durante o período de formalização/legalização, por uma Comissão Instaladora. Esta Comissão Instaladora teve como funções: legalizar a associação, gerir financeiramente, promover actividades desportivas, recreativas, educativas e sociais e preparar eleições para os seus órgãos sociais. Há muito, mas muito, tempo que já se "falava" na criação de uma Associação Desportiva na Freguesia da Serra de Água. Contudo, essa ideia nunca passava de longas conversas de café e de debates de ideias/possibilidades até que, um dia, por iniciativa dos residentes Jorge Santos e Irene Canha, se convo-
A
cou uma reunião (cópia da acta na folha de rosto desta edição) com os residentes da freguesia e com o intuito de constatar qual seria a aceitação, dos mesmos, em relação a ideia inicial. Conclusão! OPTIMA. Então, durante alguns meses tentou-se averiguar quais seriam as possibilidades e necessidades para se criar essa ambicionada Associação Desportiva. Depois de solicitado e aceite o registo, com a denominação que agora conhecemos por Associação Desportiva da Serra de Agua, de imediato e com a colaboração de muitos residentes locais, se formalizou todos os passos necessário ao pleno funcionamento da A.D.S.A. Ou seja, num espaço temporal de cinco meses tínhamos a A.D.S.A.
pronta para entrar no activo (escritura a 15 de Março de 2004). Assim foi, imediatamente entrou no activo e para cumprir os objectivos que alicerçaram a sua criação. A razão da criação da A.D.S.A foi, essencialmente, poder contemplar os residentes locais com um espectro, o mais abrangente possível, de actividades físicas, desportivas, recreativas e sociais e com finalidades salotogénicas, ocupação dos tempos livres e promoção das relações inter e intra-pessoais. Os resultados! Basta observar atentamente o que foi realizado pela nossa associação no ano transacto, esta a desenvolver no momento e vai promover ao longo do presente ano (páginas seguintes).
Comissão Instaladora
Irene Canha
Jorge Santos
M.ª Cidália Pestana
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RIBEIRA BRAVA
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162 sócios em apenas quatro anos de existência do clube De acordo com os estatutos da Associação Desportiva da Serra de Água (Artigo n.º 6) existem quatro tipos de sócios: fundadores; efectivos, beneméritos e honorários. Desta forma, os sócios fundadores são os aderentes à data de aprovação dos estatutos. Os sócios efectivos são todos os que aderirem à Associação pos-
teriormente a aprovação dos estatutos. Os sócios beneméritos são todos os indivíduos ou pessoas colectivas que se destacarem em apoios à A.D.S.A. Por último, os sócios honorários são as personalidades de renome nacional ou internacional cuja acção esteja conforma os objectivos da A.D.S.A.
Como se tornar sócio da A.D.S.A.? Basta requerer a ficha de inscrição junto de um dos locais abaixo apresentados, preencher os seus dados pessoais e entregar novamente num desses locais ou aos elementos da Direcção da A.D.S.A. Mediante o pagamento de uma Jóia e das quotas, esta automaticamente possibilitado(a) a
Actividades regulares Já possuímos sede e espaços desportivos na freguesia e temos actividades regulares todos os dias e pontuais mensalmente. De momento: 2ª Feira - Pavilhão da Serra de Água Ginástica para idosos das 18h30 às 19h30; Futebol de lazer das 20h00 às 22h00; 3ª Feira Piscina de São Vicente Natação das 19h00 às 21h00
4ª Feira - Pavilhão da Serra de Água Aeróbica das 19h00 às 20h00; e Futebol da 20h00 as 22h00 5ª Feira - Piscinas de São Vicente Natação das 19h00 às 21h00; 6ª Feira - Pavilhão da Serra de Água Ginástica das 18h30 às 19h30; Futebol das 20h00 às 22h00
usufruir de um vasto conjunto de actividade a um custo nulo ou quase nulo! Locais de inscrição: - Gabinete Coordenador de Desporto Autárquico - Casa do Povo da Serra de Água - Elementos da Direcção da A.D.S.A.
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ECONOMIA
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'Oceana' na Pontinha Quatro paquetes visitam o porto do Funchal com cerca de 4.500 turistas Mário Olim
movimento de paquetes no porto do Funchal continua em alta, estando para o dia de hoje previstas mais quatro escalas. O primeiro navio a atracar será o italiano 'AIDAaura', o qual é procedente de Bridgetown e com destino o porto de Cadiz. A bordo viajam cerca de 1.200 turistas , os quais permanecem na Região até às 18 horas. Meia hora mais tarde será a vez do 'Silver Shadow' atracar. Vindo de Cadiz para Ponta Delgada, com 350 turistas, deixa o porto do Funchal quando forem 18 horas. A terceira escala do dia será a do paquete 'Costa Classica', o qual viaja desde Tenerife com 1.300 turistas em trânsito e que prosseguirá viagem às 17.30
O
horas com destino a Málaga. A última escala do dia terá lugar às 12.30 horas com a chegada do 'Oceana', o qual é procedente de Southampton e que tem como próximo destino o porto de La Palma. De realçar que este paquete prolonga a sua escala até às 17.45 de amanhã.
Euro bate novo máximo Moeda única europeia oscilou entre os 1,5836 e os 1,6019 dólares O euro esteve a valorizar face ao dólar, tendo atingido um novo máximo histórico após um responsável do Banco Central Europeu ter sugerido que a instituição pode subir a taxa de juro. Às 17:30, o euro valia 1,6002 dólares, acima dos 1,589 dólares a que negociava ao final de segunda-feira. Durante a sessão de hoje, a moeda única oscilou entre um mínimo de 1,5836 dólares e um máximo de 1,6019 dólares, o valor mais elevado desde que a moeda foi introduzida no mercado em 1999.
'LOBO MARINHO' COM DUAS VIAGENS
O feriado da próxima sexta-feira, aliado ao facto das previsões meteorológicas para o Porto Santo, no próximo fim-de-semana, apontarem para bom tempo são algumas das razões apontadas para a grande procura de passagens para a Ilha Dourada. Duarte Rodrigues, administrador executivo da Porto Santo Line , destacou ao DIÁRIO as razões que levam a empresa a promover duas viagens amanhã, pois como disse "para além
Breves
Só no navio italiano viajam cerca de 1.200 turistas
da viagem das 8 horas, efectuando uma segunda às 19 horas, que já está completamente vendida", disse. O facto de a PSL realizar a viagem na quinta-feira de manhã motivou, já no decorrer da tarde de ontem, que alguns clientes optassem por antecipar a viagem para o Porto Santo, contri-
buindo, dessa forma, para a colocação de mais algumas passagens para a viagem da tarde. Quanto ao regresso ao Funchal no próximo domingo, no final das deste fim-de-semana mais alargado, para já a viagem das 14 horas existem ainda lugares para passageiros e viaturas.
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TAP com Check-in Online à Partida do Brasil A TAP já disponibiliza o Check-in Online à partida do Brasil, nos voos com origem em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Com este alargamento ao mercado brasileiro, o Check-in online passa a estar disponível à partida de Portugal Continental, Açores*, Madeira*, Amesterdão, Barcelona, Belo Horizonte, Bolonha, Brasília, Bruxelas, Copenhaga, Estocolmo, Fortaleza, Londres, Luanda, Madrid, Milão, Natal, Oslo, Paris, Rio de Janeiro, Recife, Roma, Salvador, São Paulo e Veneza, para toda a rede TAP (excepto EUA). O Check-in online pode ser efectuado desde as 24 horas até 90 minutos antes da partida do voo (cinco horas em Luanda), para passageiros com reserva confirmada em voos operados pela TAP ou
PGA e possuidores de bilhete electrónico. Todos os passageiros de voos com partida do Brasil que procedam ao Check-in online devem contactar o balcão de classe Top Executive para colocação do selo da taxa de embarque no respectivo cartão e eventual entrega da bagagem, até 60 minutos antes da partida do voo. O Check-in online é efectuado através do site www.flytap.com, com a impressão imediata do respectivo cartão de embarque. Os passageiros devem apresentar-se na porta de embarque à hora indicada no cartão, depois de passar os controlos de segurança. Os passageiros que façam parte do Programa Victoria devem indicar o respectivo número de membro na altura da reserva, para que as suas milhas sejam automaticamente contabilizadas.
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DESPORTO
Filho de portuenses triunfa em Orinoco
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Atleta do clube de natação do Colégio Emil Friedman foi o vencedor absoluto da 18º edição da prova de travessia dos rios Orinoco e Caroní
Por pouco Ángel quase impôs um novo recorde se tivesse atingido a marca de 32:58m
Tomás Ramírez tomasramirezg@gmail.com
jovem Ángel Enrique Moreira González, de 19 anos, atleta do clube de natação do Colégio Emil Friedman, de Caracas, foi o vencedor absoluto da 18º edição da travessia a nado
O
dos rios Orinoco e Caroní. No passado domingo, 20 de Abril, este filho de portuenses superou outros 728 nadadores, divididos pelas categorias livre, master e especiais. Moreira gastou 33h01m para cruzar os 3.100 metros da travessia do Orinoco e o Caroní, superando as fortes correntes que se formam entre
ambos os rios. O vencedor absoluto em masculinos deste ano, conquistou em 2007 o primeiro lugar na categoria juvenil masculina, com um registro de 35h44m. Para esta edição, o atleta tinha proposto baixar os tempos. Conseguiu tal objectivo e por pouco quase impôs um novo recorde
se tivesse atingido a marca de 32:58m, fixada pelo monaguense Juan Luis Martínez, que remonta ao "I Cruce" disputado num domingo de 14 de Abril de 1991. O evento contou com a participação de atletas provenientes dos estados Aragua, Miranda, Lara, Monagas, Sucre, Nueva Esparta, Distrito Capital, Carabobo, Zulia, Apure, Vargas, Táchira, Trujillo, Yaracuy, Mérida e Bolívar, que competiram, desde as 8 horas, com o objectivo comum de chegar em primeiro à meta traçada num dos rios más impetuosos da Venezuela no menor tempo possível. Para que a prova fosse realizada sob todas as normas de segurança, foi necessária a presença das forças dos patrulheiros de Caroní, do corpo de Bombeiros Municipais, da Capitania de Porto, Guarda Costeira, Comando Fluvial, Protec-
ção Civil, que em conjunto zelaram pela integridade dos atletas durante a longa travessia. A comissão de saúde da prova, teve de assistir alguns nadadores à chegada. Esta travessia a nado destacou-se das edições anteriores devido a inédita adesão de participantes. A competição decorreu tal e como estava programada. Os atletas foram transportados numa 'gabarra' rumo à ilha de Fajardo, desde o porto de Palúa, em San Félix, onde os esperava o alcalde de Caroní, Clemente Scotto. E foi este autarca que deu o sinal de partida, quando o relógio marcava as 8h05. A 18ª edição desta prova contou também com a participação de um grupo de nadadores especiais que receberam o reconhecimento do público pelo esforço posto em cada uma das suas braçadas. PUBLICIDADE
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Sheu Han recorda visita a Caracas António da Silva venezuelacontacto@gmail.com
e nos dias que correm surgisse neste semanário a notícia a revelar que as equipas principais do Real Madrid e do Benfica iam reeditar um velho duelo ibérico e europeu no relvado do Estádio Olímpico de Caracas, rapidamente os leitores olhariam para a data para confirmar que não estavam era um 28 de Dezembro (dia dos inocentes, na Venezuela) ou 1 de Abril (Dia das petas, em Portugal). No entanto, em 15 de Junho de 1980, os adeptos caraquenhos puderam desfrutar deste 'prato' futebolístico, que se parece com um sonho impossível no presente. Nesse ano, quando o bolívar era verdadeiramente forte, o sonho tornou-se realidade através da disputa de um torneio extra-oficial em honra da nossa cidade capital. Sob o olhar atento de uma grande multidão, as equipas mais populares de Espanha e Portugal subiram com as suas equipas principais ao revelado do Olímpico para reeditar aquela longínqua final da Taça dos Campeões Europeus de 1962 em solo venezuelano, beneficiando o resultado desta vez o conjunto "merengue". Para recordar aquela que até ao momento foi a última visita do Benfica à Venezuela, entrevistamos o secretário técnico do conjunto das "Águias", Sheu Han, que fazia parte da equipa que nos visitou em 1980 e que defrontou os espanhóis.
S
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Data: 15-6-1980 Estádio: Olímpico de Caracas I TROFÉU "CIDADE DE CARACAS" REAL MADRID : 2 Gª.Remón; Pérez García, Pirri, Benito, Camacho (Gª Cortés); Ángel, Gallego, Gª.Hernández; Pineda (Isidro), Cunningham, Rincón. BENFICA : 1 Bento, Vasco Lopes (César), Humberto, Laranjeira, Frederico; Pietra, Chalana (Carlos Manuel), Nené; Sheu-Han, Reinaldo, Jose Luis (Toni). Golos: Angel e Cunnigham (MAD) / José Luis (BEN) Sheu nos seus anos de jogador activo
O campo de treinos do com- pital foi o facto de "os comentaplexo "encarnado" do Seixal, está dores e jornalistas Venezuela serepleto de caras pesadas. A época rem muito profissionais e muito tem sido miserável para o con- conhecedores do fenómeno do junto da Luz. Os futebolistas futebol". saem a grande pressa para o estaA surpresa significou igualcionamento, para entrar mente uma "grande linos seus luxosos carros ção" para Sheu Han, Sheu Han recorda que vestiu as cores do e escapar às questões dos jornalistas. o carinho da sua "encarnados" entre No entanto, ao se 1972 e 1989. Este filho passagem pela aperceber da presença de de pai chinês e de Venezuela. uma equipa de reportamãe moçambicana, gem venezuelano, Sheu foi um médio que Han, aproxima-se para nos rece- combinava a técnica e a raça, e ber cordialmente. E desde logo durante a sua vida de jogador acdeixa a sua memória voar. "A tivo, conquistou vários títulos ofimagnífica Caracas", começa por ciais e marcou presença em duas dizer, recordando que algo que o finais europeias. surpreendeu gratamente na caHoje é o técnico que faz a
ponte entre o plantel profissional e a direcção do clube lisboeta, trabalho labor que o deixa mais que satisfeito: "Sou uma pessoa e um profissional feliz. Gratificame muito o facto de continuar todos os dias a conviver com a profissão em que me iniciei até hoje", diz o ex-futebolista. Com um semblante sereno, pese os momentos difíceis que no campo desportivo atravessa "O Glorioso", Sheu Han não deixou de a aproveitar a ocasião "para enviar um abraço desportivo a todo o povo venezuelano e em particular aos emigrantes portugueses radicados neste país. Aos benfiquistas, peço-lhes que tenham esperança no futuro".
FICHA TÉCNICA Nome: Sheu Han Data de nascimento: 03/08/53 Localidade: Inhassoro-Moçambique Clube: Benfica (72-89) Campeonatos de Portugal: 9 (73-75-76-7781-83-84-87-89) Taca de Portugal: 6 (80-81-83-85-86-87) Finalista vencido da Taça UEFA: 1983 Finalista vencido da Taça dos Campeões Europeus: 1988
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Sporting falha subida ao segundo lugar
Leões foram humilhados em Leiria pelo último classificado.
Sporting desperdiçou no fimde-semana passado uma oportunidade de ouro para ascender à segunda posição da Liga na 27ª jornada, depois de ter sofrido uma humilhante derrota (4-1) no reduto do último classificado, a União de Leiria.
O
Dias depois da sensacional vitória por 5-3 sobre o Benfica, nas meias-finais da Taça de Portugal, com a reviravolta no resultado a ser operada em 25 minutos, o Sporting não aproveitou o empate a zero golos na sexta-feira do Vitória de Guimarães, na visita à Académica.
Os vimaranenses acabam por ganhar um ponto aos "leões" e ampliar para três a diferença entre segundo e terceiro quando faltam disputar disputar apenas três jornadas. Também o Benfica saiu derrotado na jornada, na deslocação ao Estádio do Dragão, prolongando um ciclo de treze jogos em que apenas somaram dois triunfos, frente ao Moreirense (2-0, da Taça de Portugal) e ao Paços de Ferreira (4-1, da 24ª ronda da Liga), ambos no Estádio da Luz. Perante um FC Porto imperial a superiorizar-se por 2-0, o Benfica, que não vence há três jogos para a Liga, apresentou-se de orgulho ferido e tentava dar um pontapé na crise. Com argentino Lisandro a bisar, os virtuais campeões nacionais, que nesta jornada ganharam pontos aos três adversários mais directos, acabaram por manter a ferida aberta nos "encarnados", com os adeptos em fúria e a contestação a Luís Filipe Vieira a subir de tom. O colectivo de Fernando Chalana, em quarto lugar, mantém o atraso de um ponto para o Sporting e está agora a quatro pontos do segundo lugar, um objectivo assumido após a constatação da superio-
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ridade incontestável dos "dragões". Quem hipotecou, no domingo, as aspirações de chegar a um lugar europeu foi o Nacional, derrotado por 1-0 no Bessa por um Boavista mergulhado na maior crise financeira da sua existência e com a convocação de uma greve ao jogo com os madeirenses a pairar até à véspera. O Sporting de Braga, derrotado nos Barreiros por 4-1, também se despediu da luta por um lugar europeu, com o Marítimo a relançar a candidatura. Na luta pela despromoção, Leixões e Estrela da Amadora empataram a um golo, enquanto o Paços de Ferreira permitiu também a igualdade frente à Naval 1º de Maio no período de descontos. Na segunda-feira, o Belenenses reforçou a candidatura às competições europeias e fragilizou a posição do Vitória de Setúbal, ao golear os sadinos, em casa. Com este triunfo no Estádio do Restelo, construído essencialmente na primeira parte, graças a dois golos de Weldon e um de Zé Pedro, de grande penalidade, e complementado na segunda, com um "bis" João Paulo, os "azuis" ascenderam à quinta posição, que era ocupada pela equipa de Setúbal. PUBLICIDADE
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Ronaldo falha penalti mas Manchester resiste em Barcelona O
português Cristiano Ronaldo falhou quarta-feira um penalti no início da primeira mão da meia-final da Liga dos Campeões de futebol com o Barcelona (0-0), esbanjando uma grande oportunidade de o Manchester United ir em vantagem para o jogo de Inglaterra. Melhor marcador da Champions (7 golos) e da Liga inglesa (28), Ronaldo teve a oportunidade de dar vantagem aos "Red Devils" na eliminatória aos quatro minutos, mas o remate do número sete do Manchester United foi ao poste, para desespero do jogador português, que "colocou demasiado" a bola. A grande penalidade nasceu de uma mão na bola do defesa Gabriel Milito, que cortou um cabeceamento de Ronaldo foi à disputa da bola com o argentino, mas a oporPUBLICIDADE
tunidade - a melhor dos ingleses em todo o jogo - não foi aproveitada e o Manchester submeteu-se depois ao amplo domínio do adversário. O jogo foi absolutamente controlado pela equipa catalã, que, com Deco de regresso inesperado à titularidade, teve mais posse de bola, rematou mais, mas também não conseguiu marcar, embora o facto de não ter sofrido golos em casa seja um factor positivo para a segunda mão, na próxima terça-feira, em Old Trafford. A equipa inglesa não conseguiu mostrar o futebol que tem exibido esta temporada e a sua baliza esteve em apuros por diversas ocasiões, a mais flagrante delas num remate de Eto'o (53 minutos) à malha lateral. Manietado no meio-campo, por acção de Deco e Xavi, e sem mostrar soluções, o
United também agradeceu a segurança do guarda-redes Van der Sar a travar um tiro fortíssimo de Henry (83), que entrara minutos antes para o lugar de Deco (83). Nani também entrou em campo, substituindo o Rooney (76), mas o português não levou benefícios ao jogo dos líderes do campeonato inglês. Nem uma nem outra equipa marcou e a eliminatória vai agora para Inglaterra, onde o Manchester United terá de vencer para seguir em frente, uma vez que um empate com golos será sempre favorável ao FC Barcelona, que aspira a salvar a época com a segunda vitória na Liga dos Campeões em três anos. Para já, os dois conjuntos mantêm-se invictos esta época na Liga dos Campeões, com oito triunfos e três empates cada.
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24 A 30 DE ABRIL DE 2008 CORREIO DA VENEZUELA
DESPORTO
Marítimo 'sprinta' para a UEFA Edmar Fernandes (DN-MADEIRA)
Marítimo parece talhado para reagir bem sobre pressão... Pelo menos é o que indica o recente pecúlio da equipa, no qual alcançou três triunfos em outros tantos jogos. Desde que se viram ultrapassados pelo rival Nacional, à entrada para a 25ª ronda (a tal do dérbi), os maritimistas lidaram com a necessidade de vencer de forma irrepreensível. O objectivo Taça UEFA exigia vitórias e os atletas não desiludiram, batendo Nacional, Naval e Braga, por esta ordem. Mais, nos últimos dois desafios a equipa conseguiu afastar a 'problemática' da escassez de golos (em função também do surto de lesões que afectou os avançados) que se havia instalado, acertando sete vezes na baliza adversária - com Mossoró em evidência, ao responsabilizar-se por quatro tentos. Num ápice, o Marítimo acabou com todas as dúvidas existentes em torno da sua capacidade para almejar um dos 'assentos' europeus e afigura-
O
se agora como um dos mais sérios candidatos aos lugares europeus, até porque, há que ter em linha de conta que serão subtraídos seis pontos ao Belenenses a breve trecho, se a justiça imperar, como tudo assim o indica. No plano inverso, a ronda foi também clarividente para o Nacional. A derrota no Bessa 'matou' as aspirações dos na-
cionalistas em alcançar uma das vagas de acesso directo à Taça UEFA. Existe agora, contudo, outra via por explorar: a Taça Intertoto. Neste particular, 'interessa' aos nacionalistas que os rivais assegurem a entrada directa na Europa, para depois discutirem a vaga com os dois outros clubes que se inscreveram na competição: Belenenses e Braga.
A este propósito, é difícil escolher qual o melhor desfecho no que diz respeito ao caso Meyong: caso o Belenenses perca os seis pontos, ficará ainda à frente do Nacional. Caso mantenha a actual pontuação poderá ficar entre os seis primeiros e, quiçá, deixar o Setúbal fora das contas europeias. Se assim fosse, só o Braga incomodaria...
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Velozes na pista Cerca de 40 atletas madeirenses, em representação do CDR Santanense, CTM Ponta do Sol, CD 'Os Especiais' e Estrela da Calheta FC deram velocidade a mais um campeonato da Madeira. Com algum vento mas sem chuva, a pista Gonçalves Zarco foi palco de mais uma emocionante jornada da patinagem de velocidade regional. Para além das vitórias extremamente disputadas, em particular em iniciados Masculinos e juniores Femininos, caíram ainda alguns recordes regionais, nomeadamente por parte de Andreia Canha, do (CDRS), que se destacou ao vencer as quatro provas do campeonato de juniores Femininos.Destaque também para Carlota Mendes do CTM Ponta do Sol, que obteve idêntica proeza no escalão de iniciados femininos e para Julien Crutchelar, que venceu 3 das 4 provas de juniores masculinos. Quanto aos iniciados masculinos registou-se quatro vencedores (Gabriel Moreno do CTMPS, Tiago Gouveia (CDRS), Hélio Santos (CTMPS) e Alexandre Crutchelar (CDRS) o que demonstra bem das grandes lutas. PUBLICIDADE
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RIF: J-31443138-2
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Comerciantes de Carayaca voltam a ser vítimas do crime José Maria do Nascimento josemarianascimento@hotmail.com
A
população de Carayaca, no Estado Vargas, voltou a ser vítima da criminalidade organizada. Desta feita, quatro pessoas perderam a vida em consequências de actos criminosos, enquanto que outras tantas resultaram feridas. Entre estes últimos estão dois comerciantes portugueses, que foram feridos quando transportavam produtos alimentares e mercadoria diversa para o povoamento de Puerto Cruz. Foram interceptados por 'piratas de auto-estrada", que os agrediram com armas brancas, depois de roubar todos os seus pertences. Fugiram do local sem deixar qualquer rasto. Pior aconteceu na zona de Media Legua, povoamento dos Cedros, onde foram brutalmente assassinadas duas pessoas no decurso do roubo das motocicletas em que se deslocavam. Igualmente, no centro de Carayaca, foi assaltada a mercearia 'Abastos Petaquire', situada na rua Nueva. Os ladrões entraram pela calada da noite após forçar uma janela de ferro. Levaram garrafas de bebidas, tabaco e dinheiro, além de provocarem avultados danos materiais no interior do estabelecimento. A proprietária da mercearia, Conceição Pinto, natural do Curral das Freiras, há muitos anos radicada nesta zona do litoral, não tem ideia de quem terão sido os autores do assalto, mas refere que casos como este são agora o "pão nosso de cada dia na nossa bela paróquia". Os danos sofridos foram bastan-
Os comerciantes exigiram uma reunião urgente com as autoridades para se tentar encontrar uma solução
tes. Mas a comerciante só espera que as autoridades esclareçam o crime e que a lei prevaleça, "já que todos os dias são assaltados negócios e pessoas nas ruas e os policiais não aparecem." REUNIÃO URGENTE Após esta onda de crimes, os comerciantes de Carayaca exigiram uma reunião urgente com as autoridades para se tentar encontrar uma solução. Os habitantes desta povoação, na qual 80% do comércio está em nas mãos de imigrantes de nacionalidade portuguesa, asseguram estar cansados de tanto reclamar junto das autoridades
sem que nada se tenha feito para contrariar o flagelo que as atinge. Asseguram que, desde Catia la Mar, passando por Las Tunitas, os comércios estão a ser visitados por "malandros" que fazem o que querem e entendem sob o olhar dos polícias. Luís Fernandes, dono de uma loja comercial em Tunitas, explica a situação dramática: "Estamos pagando 'vacuna (protecção) aos antisociais' para poder trabalhar tranquilos." Por seu turno, o comerciante António Carvalho afirma que se "antes fechava às dez da noite, agora às seis já vai para casa. Não se pode trabalhar nestas condições," lamenta.
Breves
Morto por ver assalto a casal José António Gonçalves Soto, de 26 anos, natural de São Vicente, Madeira, perdeu a vida na passada sexta-feira 19, ao ser baleado na zona do abdómen. O caso ocorreu quando regressava a casa, situada no bairro Rómulo Gallegos de Los Teques, supostamente por ter testemunhado um assalto à mão armada. Após sair da casa da noiva por volta da meia noite, o jovem, pedreiro de profissão, terá notado que uns indivíduos montados em motas estavam a roubar um casal nas imediações do Sector La Gran Parada. Segundo testemunhas, os assaltantes começaram a disparar contra Gonçalves sem meias medidas até o deixarem prostrado no solo. A irmã da vítima, Adelaida Gonçalves, disse a um jornal nacional que o assassinato ocorreu muito próximo de um veículo da polícia. No entanto, eles não se mexeram para fazer nada. Numa tentativa para lhe salvar a vida, o casal levou o ferido às urgência do Hospital Victorino Santaella Ruiz, onde acabou por faleceu quatro horas depois, deixando órfã uma menina. Elementos da Poli-Miranda e PoliGuaicaipuro activaram dispositivos especiais na zona para dar com o paradeiro dos assassinos de Gonçalves. Mas até ao momento, ninguém foi detido.
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