Correio da Venezuela 472

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Rif.: J-40058840-5

Pré m i o Ta le n to d a C o m u n i ca çã o S o c i a l 2 0 0 9 O jornal de comunidade luso-venezuelana • Caracas, 14 a 20 de Setembro de 2012 • Publicação Semanal Nº 472

Ano 12 • Depósito Legal: 199901DF222 • BsF. 5,00

BES autorizado a abrir mais 15 agências O Banco Espírito Santo foi autorizado a abrir mais 15 agências de retalho em território venezuelano. O anúncio foi feito em Caracas, à margem da assinatura de novos acordos entre Portugal e Venezuela pelo ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro. //P.4

Jornada consular Empresa lusa instala bem sucedida em sinais nas estradas venezuelanas Maturín //P.8

//P.6

Assaltos em Higuerote preocupam comunidade “Em menos de 15 dias fui assaltado duas vezes, tive que instalar uma porta eléctrica que só abro para atender as pessoas que parecem ser de confiança. Há dias um grupo de sete homens armados chegou a ‘Repuestos Funchal’, um negócio do centro, e assaltou clientes e empregados”, disse à Agência Lusa o proprietário de uma loja de ferragens. //P.6

Portugueses mais apertados A redução dos escalões de IRS, que levarão ao aumento da taxa média efectiva de imposto e o aumento da taxa a pagar para a Segurança Social pelos trabalhadores independentes de 29,6% para 30,7% em 2013. Estas foram as principais medidas anunciadas, na terça-feira, 11, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar //P.10

Portugal e Venezuela assinam mais 14 acordos Por entre uma apertada agenda, decorreu, no passado fim-de-semana, 8 e 9 de Setembro, a VII Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral entre Portugal e Venezuela, que finalizou com um balanço muito positivo: foram celebrados 14 convénios, no valor de 1.680 milhões de dólares, que abarcam as áreas da energia, electricidade, construção, educação, tecnologia, medicamentos e alimentação. //P.3

cultura

desporto

PVDSA renegoceia contrato dos asfalteiros

Ascensão apresenta novas produções //P.16

Diego Ferreira mais próximo do pódio //P.23

Uma delegação da secção naval da PVDSA (empresa de petróleos da Venezuela) está em Portugal desde o passado fim-de-semana para renegociar as cláusulas do contrato de fornecimento dos navios asfalteiros. A notícia foi confirmada pela administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC). //P.4

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2 a semana

14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Editorial

Clasificação

A boa e a má notícia…

Tenho duas notícias: uma boa, outra má. Qual a que quer saber em primeiro lugar? Pois é… Isto de notícias, em português, quase que só pendem para as más, mas na Europa. Por estes lados ainda conseguimos algumas positivas. Vamos começar por essa, porque de coisas tristes andamos fartos.

No último fim-de-semana realizou-se em Caracas mais uma reunião de acompanhamento dos convénios de negócios que estão em curso entre os dois países. O resultado é animador e a parte portuguesa saiu da Venezuela com um pacote de 1,68 mil milhões de dólares para os próximos três anos, e com novos negócios em carteira, que resultam da boa resposta e da qualidade das empresas e dos técnicos lusitanos que se têm empenhado no cumprimento estrito dos acordos que foram assinados desde 2008 e que já somam mais de seis mil milhões de euros.

Por outro lado, e por via desses acordos, aumentaram as exportações de Portugal para a Venezuela, de forma exponencial. Nos primeiros seis meses deste ano, as empresas com sede em Portugal venderam 159 milhões de euros, o que ultrapassa a verba de 151 milhões de euros registado em todo o ano de 2011.

Na última reunião de acompanhamento, em que esteve presente o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas, também responsável pela pasta das Relações Exteriores, registou-se a presença de entidades venezuelanas ao mais alto nível. Além do chanceler Nicolás Maduro, com participação na sessão de encerramento, com um discurso em que manifestou a satisfação pela evolução do intercâmbio luso-venezuelano, contou-se também com a presença do vice-presidente da República Bolivariana da Venezuela e de três ministros na inauguração da primeira fábrica do Grupo Lena, no complexo habitacional Ciudad Zamora, em Cúa, na zona de Valles del Tuy, onde trabalham 70 trabalhadores portugueses e 400 trabalhadores venezuelanos, também na construção de 12.500 apartamentos. Aí foram também assinados os convénios negociados no fim-de-semana.

O grupo Lena levou para Portugal a certeza de que duplicará o trabalho que está a executar na Venezuela, esperando no total, conforme o contrato-plano de 2008, construir oito fábricas de pré-esforçados e painéis de cimento armado e cerca de 50 mil casas para o governo venezuelano. Outra prova da confiança dos venezuelanos na cooperação portuguesa foi o anúncio da autorização que foi dada ao Banco Espírito Santo para abrir mais 15 agências de retalho por todo o território da Venezuela.

Como vemos, e como poderão os nossos leitores se aperceber através das notícias que publicamos nesta edição, e que, aliás, têm sido recorrentes nas últimas publicações do CORREIO de Venezuela, a cooperação entre os dois países tem criado novos negócios e novas parcerias, o que neste momento de crise na Europa, sobretudo em Portugal, é muito bom. Tem permitido também que muitos postos de trabalho se transfiram para a Venezuela.

A cooperação luso-venezuelana tem criado riqueza e emprego para os Portugueses e para os Venezuelanos e é esta a boa notícia que, com muito prazer, damos aos nossos leitores.

Deixámos para o final a má nova: foram anunciadas em Lisboa, novas medidas de combate à recessão. Os cortes atingiram, mais uma vez, quem trabalha, com nova facada nos salários e com uma grande incidência na classe média portuguesa. Mais dificuldades e mais desempregados conformarão, por certo, o cenário dos novos tempos. Milhares de portugueses já optaram por emigrar. A nova emigração leva do País pessoas bem preparadas, avançadas tecnologicamente e, muitas vezes, com formação superior. Partem à procura de uma vida independente, capaz e de acordo com a sua formação. Em Portugal perde-se a esperança.

Os novos emigrantes continuam a engrossar o número dos Portugueses que estão fora do rectângulo europeu. Cinco milhões vivem no Mundo e, pela Bandeira, juntam-se aos dez milhões que vivem em casa, subjugados a um regime que não tem sabido gerir as contas do País.

Grupo Editorial

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Director Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Gerente: Carla Vieira Editor Sergio Ferreira Soares Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda.

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Muito Bom

Muito Mau

A iniciativa do Cônsul Geral de Portugal em Caracas, Paulo Martins dos Santos, de visitar as comunidades portuguesas radicadas em Caicara del Orinoco (Estado de Monagas) e Puerto Ayacucho (Estado do Delta Amacuro).

Será a primeira vez que uma autoridade lusa se desloca a essas localidades para contactar com os portugueses com o objectivo de conhecer melhor a realidade em que estão inseridos, bem como registar os seus anseios e inquietações.

Mais uma demonstração do esforço de aproximação à comunidade que tem caracterizado a actuação da nova gestão consular.

O Governo português apresentou mais medidas de austeridade: redução dos escalões de IRS, que levarão ao aumento da taxa média efectiva de imposto e o aumento da taxa a pagar para a Segurança Social pelos trabalhadores independentes de 29,6% para 30,7% em 2013; aumento da contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, de 11 para 18%, que equivale à redução de um salário e a manutenção do corte de um dos subsídios para funcionários públicos; os pensionistas vão continuar sem subsídios e as pensões acima de 1.500 euros sofrem cortes entre 3,5% e 10%. É caso para perguntar: Como é que os portugueses aguentam tanta austeridade?

Fotoflash

Durante a visita à Venezuela do Ministro de Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, um dos compromissos de maior peso na agenda preparada pelas autoridades crioulas, foi a visita da comitiva às instalações da nova fábrica da empresa de engenharia Lena, sediada em Cúa, Estado de Miranda. Ali, o vice-presidente da República, Elías Jaua, acompanhado pelo Ministro da Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, da Ministra de Saúde, Eugenia Sader, do presidente de Corpoelec, Argenis Chávez, e do Embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero, inauguraram oficialmente a fábrica de painéis que irá permitir dar uma maior celeridade e qualidade à construção de habitações na entidade estadual. Um projecto com tecnologia lusa no qual trabalham muitas centenas de venezuelanos. Um exemplo a tomar em conta noutros sectores e que esperemos venha a render muitos frutos.

Chefe de redacção Sergio Ferreira S. |Jornalistas Carla Salcedo Leal, Joel Melin Abreu, Antonio Da Silva |Correspondentes Edgar Barreto (Falcón), Carlos Balaguera (Carabobo), Sandra De Andrade (Aragua), Trinidad Macedo (Lara), Silvia K. Gonçalves (Bolívar), Ricardo Santos (Nueva Esparta), Luis Canha (Mérida), Antonio Dos Santos (Zulia) |Colaborações Raúl Caires, Catanho Fernandes, Arelys Gonçalves, Victoria Urdaneta, Nathalie Mendonca, Shary Do Patrocinio, Fernando Urbina, Antonio López Villegas, Isabel Idárraga, David Rodríguez, Luis Jorge Do Santos |Administração Ma.Fernanda Pulido, Sharlot Rodríguez |Publicidade e Marketing Carla Vieira |Paginação Elsa de Sá |Fotografia Silvia Di Frisco|Secretariado Nelly Borges |Distribuição Luis Alvarado, Carlos Agostinho Perregil R. |Impressão Cadena Capriles, Operadora La Urbina C.A. Caracas -Venezuela |Tiragem 15.000 exemplares |Fontes de Informação Agência Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa.

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14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Portugal e Venezuela celebram mais 14 acordos carla salcedo leal csalcedo@correiodevenezuela.com

Por entre uma apertada agenda, decorreu, no passado fimde-semana, 8 e 9 de Setembro, a VII Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral entre Portugal e Venezuela, que finalizou com um balanço muito positivo: foram celebrados 14 convénios, no valor de 1.680 milhões de dólares, que abarcam as áreas da energia, electricidade, construção, educação, tecnologia, medicamentos e alimentação.

A reunião contou com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, e do secretário de Estado para a Economia, António Henriques Almeida, que foram recebidos pelos seus homólogos venezuelanos, o Chanceler Nicolás Maduro, e o vice-ministro das Relações Exteriores, Temir Porras.

Um dos acordos mais importantes que foi celebrado durante este fim-de-semana diz respeito à autorização concedida ao Banco Espírito Santo para abrir, nos próximos meses, até 15 agências em distintas cidade do país, além de prestar apoio financeiro para a construção de vivendas (vide texto na página 4).

Paulo Portas aproveitou a ocasião para agradecer ao Governo venezuelano, e aos empresários portugueses que participaram na assinatura dos acordos, já que estes contribuem para melhorar a situação económica de Portugal face à crise que atravessa. “A Venezuela é muito importante para o nosso país, porque mais de 400 mil portugueses estão vivendo na Venezuela. Existe um extraordinário incremento das relações económicas e empresariais entre os dois países e temos feito um esforço para que as duas partes possam progredir. Isto fez com que a Venezuela seja o maior sócio de Portugal na América Latina”, declarou o governante luso.

Avançando juntos

Para finalizar o encontro oficial, a comitiva portuguesa dirigiu-se às instalações da nova fábrica da empresa de engenharia Lena, sediada em Cúa, Estado de Miranda, onde foi recebida por uma comissão encabeçada

Representantes de ambos governos mostraram-se muito satisfeitos com a assinatura destes acordos, que superam os 1.600 milhões de dólares

pelo vice-presidente da República, Elías Jaua, que acompanhado do Ministro da Energia e Petróleo, Rafael Ramírez, da Ministra de Saúde Eugenia Sader, do presidente de Corpoelec, Argenis Chávez, e do Embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero, orientou a visita oficial com que se inaugu-

rou a fábrica de painéis que irão permitir dar maior celeridade e qualidade à construção de habitações na entidade estadual.

O chanceler venezuelano mostrou-se optimista e satisfeito acerca da mais recente reunião.

“As relações encontram-se mito bem. São relações que vão de Estado a Estado, de Governo a

Governo, mas também de povo a povo, e a prova disso são os portugueses que vivem na Venezuela, que são mais de 400 mil com as suas famílias, por todo o país. Podemos dizer que onde você vá na Venezuela, consegue ver um português, e é uma comunidade que tem contribuído muito com o país nos últimos 60 anos. Queremos que as relações continuem a aprofundar-se.

Esta foi uma sessão bem sucedida, e daqui em diante, confiamos em que os acordos vão continuar crescendo”, destacou Nicolás Maduro, acrescentando que com a renovação do convénio das habitações, agora serão construídos 12.512 fogos mais ‘pela mão’ da construtora portuguesa, Lena.

Maduro também deu a conhecer que são mais de 12 mil os venezuelanos que até ao momento têm beneficiado directamente do facto de trabalharem

neste conjunto de empresas, enquanto que pelo menos 35 mil o fazem de forma indirecta, pelo que se espera que este número venha a crescer ainda mais.

Balance positivo

“Estamos há três anos firmar acordos com o governo de Portugal e estamos muito contentos com o nível dos fármacos que estamos importando de lá, porque a sua qualidade é muito elevada, tal como a sua aceitação.

Foram destinados 14 milhões de dólares para esta área em 2013, além da construção de uma fábrica com tecnologia portuguesa que será inaugurada nas próximas semanas, de penicilina e cepacilina, a sediar em Barcelona, o que é um grande avanço.

Esperamos também que, com a inauguração desta fábrica de painéis da Lena, se possa apressar a construção dos 17 hospitais que estamos fazendo em todo o país”, observou a ministra Sader.

Por seu turno, um dos principais promotores e mentores destes acordos, Temir Porras, evidenciou a sua satisfação ante a incorporação de novos projectos e o aprofundamento de outros bem sucedido, e nos quais, por força da lei, pelo menos 90% do pessoal empregado deve ser venezuelano. “Qualificaria de grande êxito este encontro, porque conseguimos manter e acelerar o ritmo da cooperação. É tão bem sucedido porque o balance é positivo para ambas nações. Estamos ampliando os nossos convénios, continuamos trabalhando em todo o espectro destes acordos e nós estamos muito satisfeitos com o trabalho que vêm desempenhando estas empresas, que são cumpridoras como os portugueses que têm feito pela vida no nosso país há décadas. Trabalhamos num quadro de irmandade e isso é muito importante”, afirmou Porras.

A respeito da possibilidade de os convénios virem a ser ampliados, nomeadamente os que têm a ver com a área da tecnologia e entroncam no sector da educação, Porras assegurou que ainda há muito trabalho por fazer a respeito do idioma. “Cabe à comunidade, através da Embaixada, dos consulados, tanto cá na Venezuela como em Portugal, fazer um planeamento e reforçar tudo o que tem que ver com o idioma e a cultura, para que seja considerado nos próximos acordos. Se é certo que podíamos fazer muito mais nesta matéria, mas o idioma não tem sido um impedimento para que se levem a cabo estes acordos. Às vezes nós entendemo-nos muito melhor com os portugueses do que com aqueles que falam a nossa língua e esse é um exemplo”, concluiu.

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14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Caracas autoriza mais 15 agências do BES Comerciantes foram vítimas de uma tentativa de roubo em plena auto-estrada

PVDSA renegoceia contrato dos asfalteiros Trabalhadores do Estaleiro de Viana do Castelo confiam num bom desfecho CORREIO/LUSA

Sergio FERREIRA SOARES sferreira@correiodevenezuela.com

O Banco Espírito Santo foi autorizado a abrir 15 novas agências onde quiser em território venezuelano. O anúncio foi feito ontem, em Caracas, à margem da assinatura de novos acordos entre Portugal e Venezuela, numa cerimónia em que esteve presente ministro português dos Negócios Estrangeiros e o secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional e ainda o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro.

A revelação acaba por ter um importante significado na comunidade portuguesa e pub

madeirense que vive naquele país. Numa altura em que o governo venezuelano restringe o mercado bancário a bancos de outros países como Espanha, esta abertura a Portugal ganha maior interesse.

Além disso, o gestor do BES responsável pela operação na Venezuela é o madeirense João Alexandre.

Além deste anúncio, a visita de Paulo Portas a Caracas, depois de ter passado pelo Brasil, ficou marcada por aquilo que o ministro tem designado como diplomacia económica e que inclui a assinatura de novos protocolos que asseguram importantes investimentos de empresas portuguesas na Venezuela.

Os trabalhadores dos estaleiros de Viana do Castelo acreditam num desfecho positivo da renegociação, em curso, do contrato de encomenda de dois asfalteiros para a Venezuela para, “de uma vez por todas”, começarem a construção. “É um projecto aliciante para todos nós e uma viragem de página para os estaleiros. Este negócio, além do encaixe financeiro, representa a entrada da empresa num novo nicho de mercado, de navios mais avançados e também mais lucrativos”, explicou António Costa, admitindo acreditar num “desfecho positivo” das negociações em curso.

Segundo fonte da administração dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) contactada pela agência Lusa, desde o final da semana passada que uma delegação da secção naval da PVDSA (empresa de petróleos da Venezuela) está em Viana do Castelo para a negociação final das adendas ao contrato propostas pela empresa.

Em cima da mesa está a necessidade de o Estado garantir que o processo em curso de reprivatização dos ENVC não interferirá com o negócio, de 128 milhões de euros, e nos compromissos assumidos.

Em termos de prazos, admite-se que a entrega dos dois navios aconteça em 2014, ou seja, com um ano de atraso face ao primeiro contrato, de 2010, mas a empresa ainda não confirma este cenário, por estar a negociar os últimos pormenores do contrato.

Outra das questões a analisar pelos responsáveis da PDVSA é a aquisição da matéria-prima para estas construções, face às dificuldades sentidas pelos ENVC por estar obrigado às condições da contratação pública, em conseguir negociar com os fornecedores desejados pelo armador.

Nesse sentido, o que está em cima da

mesa é uma solução em que será a própria PDVSA a assumir a aquisição desse material, desde o aço aos motores e outros equipamentos.

Esta negociação, tal como a Lusa já avançou anteriormente, arrasta-se desde Junho e já implicou visitas de delegações dos ENVC à Venezuela, para acerto das várias adendas que serão feitas ao acordo inicial.

“Estamos desejosos por começar este projecto, só esperamos que a negociação que está a decorrer chegue a bom porto e que permita de uma vez por todas começar a construção”, explicou António Costa.

A comissão de trabalhadores confessa ainda tratar-se de uma construção “muito avançada”, que vai “melhorar ainda mais os conhecimentos tecnológicos” da empresa.

“Além disso, face à necessidade que a PDVSA tem, se ficar bem servida com estes dois navios, naturalmente que acreditamos, no futuro, ter mais navios para construir para a Venezuela”, admitiu ainda. A administração dos ENVC acredita no desfecho positivo desta negociação e já começou a recrutar meios de apoio, como o aluguer, por dois anos, de diversos tipos de plataformas.

Este contrato, de 400 mil euros, foi publicado a 29 de Agosto e visa garantir a disponibilidade destes meios “logo que sejam necessários” à construção dos dois asfalteiros.

O negócio com a Venezuela é, nesta altura, o único contrato firme na carteira de encomendas dos ENVC, celebrado em Outubro de 2010 com a presença na empresa do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Esta será já a segunda revisão ao contrato, depois das alterações dos prazos de entrega, negociada já no início deste ano.

O início da construção já leva cerca de um ano de atraso e o contrato representa cerca de 1,3 milhões de horas de trabalho.

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14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Cicpc descobre corpo de presumível vítima de sequestro sergio ferreira soares sferreira@correiodevenezuela.com

No manhã do passado sábado, 8 de Setembro, elementos do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc) descobriram um corpo, que se presume ser António Ribeiro Carneiro, numa zona florestal do sector El Danto, Município Lagunillas, Estado de Zulia. A descoberta culminou uma investigação levada a cabo por este corpo policial.

A equipa de investigadores encontrou o cadáver de cabeça para baixo e acorrentado a uma árvore. Dado o avançado estado de decomposição, estima-se que a morte ocorreu há um mês e meio, aproximadamente.

Os familiares de Ribeiro identificaram o corpo graças a um relógio e à roupa que trazia posta. Fontes policiais informaram, contudo, que será necessário submeter o corpo a mais exames, nomeadamente ADN e do foro odontológico, para determinar se de facto se trata de Ribeiro.

Feliciano Ribeiro, filho da vítima, disse ao diário ‘La Verdad’ que a família estava agora à espera pelos “resultados das provas, pois até agora não sabemos se se trata do mesmo do meu pai, porque é impossível identificá-lo vi-

Cadáver poderá ser de António Ribeiro Carneiro, que foi sequestrado há cerca de mês e meio

sualmente no estado em que foi encontrado”.

“Depois de dois meses e dez dias desde que o levaram, não estamos preparados para esta perda tão dolorosa”, acrescentou.

Recordando o caso

O comerciante foi sequestrado na localidade de Ciudad Ojeda, município Lagunillas, Estado de Zulia, a 28 de Junho. A vítima, que residia junto à estrada L des-

ta localidade, era proveniente de Sande, Marco de Canaveses, Porto.

Aurora Martínez, filha do comerciante, explicou a um diário da região que Ribeiro saiu pelas duas da tarde, da sua casa, e ia comprar materiais para o negócio. “Deixou o telefone em casa, desligado, e a partir daí não temos mais informações”, disse, acrescentando que o pai era uma pessoa nervosa, hipertensa e dia-

bética.

Os organismos de segurança do Estado de Zulia iniciaram as investigações ao caso, enquanto familiares de António Ribeiro pediram então aos captores que o deixassem em liberdade, já que não tinham dinheiro para pagar o resgate.

Na noite de 30 de Junho, foi localizado o veículo marca Tata, com a matrícula AB563DE, com o qual o emigrante se deslocava.

Vitima de rapto aparece em Miranda

Kevin Pita de Freitas foi baleado no pescoço ao tentar fugir dos ladrões

Vítima esteve sob sequestro durante 48 horas, aproximadamente

Um jovem de origem portuguesa foi assassinado, na noite da 4 de Setembro, em Los Altos Mirandinos. Segundo informaram fontes policiais, Kevin Pita de Freitas, de 19 anos, foi baleado no pescoço após ser abordado por dois ladrões que tentaram de despoja-lo do veículo que conduzia, um Ford Fiesta Move, em frente do edi-

Fim do limite para abrir contas em moeda estrangeira Na Gazeta Oficial Número 40.002 foram publicadas as normas para as abertura de contas em dólares no sistema financeiro nacional. Segundo a resolução do BCV, os bancos universais, autorizados por este entidade, não devem exigir aos clientes montantes mínimos para abrir contas em moedas estrangeiras.

Censo bem sucedido da Federação de motards

Assassinado por causa do carro Carla Salcedo Leal

Breves

fício Unión, na rua Boyacá, em Los Teques. As autoridades revelaram que Pita regressava do trabalho e, ao tentar fugir dos assaltantes, foi baleado mortalmente, tendo o seu veículo irdo embater contra outro que circulava na zona. Esta foi a segunda vez que o jovem lusodescendente tentou evitar que lhe roubassem o seu veículo, no mesmo lugar, em pouco mais de um mês.

Sergio Ferreira Soares

Pelas 4 da madrugada da passada quarta-feira, 12 de Setembro, foi libertado pelos seus sequestradores João Orlando Gonçalves Farias, de 56 anos de idade e proveniente de Câmara de Lobos, Madeira.

A informação foi confirmada pelo Conselheiro das Comunidades Portuguesas, António de Freitas, que se dirigiu pes-

soalmente ao módulo policial para acompanhar o cidadão português.

O sequestro foi perpetrado na segunda-feira anterior, na localidade de El Junquito, Estado de Vargas. A vítima foi libertada no sector Mapote de Guarenas, no Estado de Miranda, depois de a sua família pagar uma elevada quantia em dinheiro, embora tenha denunciado o caso.

O presidente da Federação Bolivariana de Motards, Alexander López, indicou que o censo realizado a este sector de condutores foi um êxito. Indicou que todos os mototaxistas e particulares que se registado podem recolher os seus casacos na sede regional correspondente em todo o território nacional. No caso de Caracas, a regional de Caricuao está realizando esta tarefa desde as 8h30am.

‘Un Nuevo Tiempo’ suspende William Ojeda ‘Un Nuevo Tiempo’ facilitou a mudança de partido de William Ojeda. O partido abriu a porta ao deputado por Miranda, informando, ayer, que Ojeda se colocou “à margem da nossa organização “, depois de que, seguindo a mesma linha do ex-governador de Anzoátegui, David De Lima, questionasse o suposto “paquetazo neoliberal”, que esconderia o candidato presidencial, Capriles Radonski.

Apreendidas máquinas de jogo em Barcelona A Comissão Nacional de Casinos apreendeu 43 máquinas de jogo em duas operações realizadas em Barcelona, Anzoátegui. O director de imprensa do Ministério do Interior e Justiça, Jorge Galindo, informou que numa primeira operação foram detectadas 38 máquinas ilegais num restaurante chamado “La Mina de Oro”. Segndo informou, a comissão apreendeu ainda outras 5 máquinas num agência de lotaria.

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14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Jornada consular bem sucedida em Maturín Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com

Na mais recente viagem oficial do cônsul geral de Portugal em Caracas, Paulo Martins dos Santos, ao Oriente do país, a comitiva consular teve a oportunidade, pela primeira vez, de aproximação com a comunidade portuguesa que reside no Estado de Monagas, mais especificamente na cidade de Maturín.

O grupo formado, para além do cônsul, pelo conselheiro das Comunidades Portuguesas, António de Freitas, e o cônsul honorário de Portugal em Barcelona, Rui Pereira Gomes, deslocou-se à região a 7 deste mês, onde também se reuniu com a primeira autoridade regional, José Gregorio Briceño, que recebeu cordialmente a comitiva e partilhou com eles informação acerca da comunidade lusa que vive e tra-

A elevada afluência de pessoas levou a que a duração da jornada tivesse de ser estendida por mais três horas. Foram atendidos 67 processos

balha no Estado.

O responsável destacou, deste encontro oficial, a disposição mostrada pelas autoridades venezuelanas em continuar a apoiar o investimento português no país, para alem do reconhecimento do esforço desta comunidade ao longo de todo o território nacional.

Pelas nove da manhã desse mesmo dia, a comitiva dirigiuse ao sector Campo Ayacucho, onde se reuniu com um grupo de portugueses que esperava pelas autoridades para pedir informações acerca dos trâmites consulares e para levar a cabo alguns procedimentos. A grande afluência de portugueses ao local tornou necessário que a jornada se estendesse das três para as seis horas, num total de 67 processos, o que superou as expectativas dos organizadores, pelo que se espera que a experiência se repita nos próximos meses.

Estava ainda agendada uma visita oficial a um cidadão português detido no Centro Penitenciário La Pica, mas a visita foi suspensa devido a um erro de logística do Ministério das Prisões, que não enviou a tempo a autorização para que as entidades consulares pudessem entrar no estabelecimento prisional.

Lusos preocupados com frequência de assaltos em Higuerote CORREIO/LUSA

Em Higuerote, a 120 quilómetros a leste da capital venezuelana, Caracas, os frequentes assaltos a estabelecimentos comerciais estão a preocupar a comunidade portuguesa local, que diz ter tomado as medidas preventivas possíveis, mas queixa-se de que “tudo parece ser insuficiente”.

“Em menos de 15 dias fui assaltado duas vezes, tive que instalar uma porta eléctrica que só abro para atender as pessoas que parecem ser de confiança.

Há dias um grupo e sete homens armados chegou a Repuestos Funchal, um negócio do centro, e assaltaram clientes e empregados”, disse à Agência Lusa o proprietário de uma loja de ferragem.

Pedindo o anonimato por temer represálias, o comerciante contou que em menos de 15

dias pelo menos cinco estabelecimentos de portugueses foram assaltados várias vezes, “causando uma desagradável sensação de intranquilidade e impotência”.

“Já fechamos mais cedo que antes, algumas lojas instalaram câmaras de segurança, agora trabalhamos com as portas fechadas, temos cuidado com os percursos nas idas aos bancos.

As autoridades dizem estar cada vez a fazer mais coisas, mas nada disso parece ser suficiente - em vez de nos sentirmos mais protegidos, cada vez mais somos vítimas de assalto”, disse.

Também Ana Freitas, outra emigrante, contou à Lusa que os residentes optam por se recolher o mais cedo possível em casa, uma situação que “afecta a rentabilidade” dos comércios, principalmente os restaurantes, que vêem reduzida a sua clientela a partir do final da tarde.

Carla salcedo leal

Pensa Verde Um dia pelas praias Celebra-se a 15 de Setembro (este sábado) o Dia Mundial das Praias, pelo que, durante o fimde-semana, será levada a cabo uma série de actividades para alertar para o desfrute responsável destes espaços.

Há mais de 20 anos que os amantes da natureza e da ecologia se reúnem em massa, na Venezuela, para fazer uma limpeza exaustiva das costas, ao mesmo tempo que passam uma mensagem, a banhistas e visitantes, de alerta à necessidade de uma utilização responsável destes espaços, pois as pessoas esquecem muitas vezes a importância de recolher o lixo que fazem antes de regressarem a casa.

Este ano não será excepção, e diferentes instituições preparam-se já para fazer chegar um exército de voluntários às diferentes zonas costeiras do país, com a finalidade de recolher a maior quantidade possível de lixo. Estes desperdícios são, na sua maioria, enviados posteriormente para empresas de reciclagem, para cumprir correctamente a regra dos três ‘R’ – Reciclar, Reduzir e Reutilizar – e oferecer um suspiro ao Planeta.

O objectivo destas actividades, que deveriam ser periódicas, é criar consciência nos utentes das praias sobre os danos causados pelo lixo deixado, com grande parte desse lixo a manter-se na natureza durante muitos anos, prejudicando gravemente o desenvolvimento da fauna e da flora marinha. Por exemplo, as latas de alumínio levam cerca de 200 anos a degradar-se, enquanto as baterias demoram até 1000 anos, e até as garrafas de vidro levam cerca de 4000 anos. O plástico é ainda muito pior, tornando-se no principal assassino de espécies animais em todo o Mundo.

O apelo é, sem dúvida, para que ajude o ambiente, dê a mão ao Planeta com uma pequena colaboração, recolhendo os desperdícios que levamos para o mar. Mas também pode tornar-se voluntário, entrando no portal http://www.fudena.org. ve e verificando que instituições participam nesta limpeza.

Recorde que cuidar hoje é preservar o futuro das novas gerações.

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Futuro da economia portuguesa preocupa CORREIO/LUSA

Os portugueses radicados na Venezuela receberam com “preocupação” e “descontentamento” o anúncio de novas medidas de austeridade para 2013 em Portugal, temendo que “tanta austeridade venha a afectar o futuro da economia” do país de origem.

“Entendemos que o país está em crise e que é preciso tomar medidas para sair dela, mas o povo está a ser muito sacrificado, tem que haver uma séria consideração pela classe trabalhadora e famílias portuguesas que em nome do combate à crise estão a passar cada vez mais por situações de crise”, disse à Lusa o luso-descendente José Gonçalves.

Filho de emigrantes naturais da Madeira, este luso-venezuelano referiu estar “muito atento” aos acontecimentos e comentou ter familiares a queixar-se da “situação difícil que vivem em Portugal, sobretudo nas dificuldades para ter emprego, para manter as empresas a funcionar e até mesmo para comprar algumas

As novas medidas de austeridade em Portugal foram notícia em quase todos os jornais venezuelanos coisas”.

“Cheguei há pouco da Madeira e o cenário é complicado. É preciso ter em atenção que mais austeridade poderá complicar ainda mais as coisas, influenciar negativamente o fluxo da economia. Antes de castigar tanto o Zé povinho, é preciso repensar se as metas para combater a crise não têm um tempo muito curto”, considerou Por outro lado, José Luís Ferreira, presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio e Turismo, é da opinião que avançar com mais medidas de austeridade “é bastante complicado”, admitindo mesmo ter dificuldades “para entender o que estão a fazer” em Portugal.

“O objectivo é equilibrar a situação fiscal, mas mais austeridade... não penso que seja a solução”, defendeu. Por outro lado, sublinhou, os portugue-

ses emigrados continuarão a ser solidários com os residentes.

Como prova dessa solidariedade, citou que “a comunidade, este ano, viajou mais que nunca ao país de origem, levando filhos e familiares”.

“O turismo é importante para a economia portuguesa, não há lugares nos aviões e as remessas aumentaram em todo o mundo, numa demonstração de que os emigrantes estão preocupados e atentos à situação em Portugal, embora também sejam afectados pela crise”, disse.

O empresário Manuel Martins lamentou que as medidas de austeridade estejam cada vez mais a afectar as classes trabalhadoras e a classe média baixa.

“A situação está a ficar cada vez mais complicada para as famílias, deveriam haver cortes noutras áreas, como as de grandes salários. Já estão a castigar

Emigrantes temem que “tanta austeridade venha a afectar o futuro da economia” do país de origem.

muito os trabalhadores e não estou de acordo com isso, porque quando mais castigarem o povo mais desânimo haverá nas pessoas e mais preocupações, podendo chegar a extremos inconvenientes para o futuro da economia”, disse.

No seu entender “quanto mais ânimo tiver um trabalhador, mais a economia beneficia, porque esse ânimo representa um aumento de produção”.

Habidom instala sinalização lusa nas estradas de cá Hugo Chávez, vai inaugurar em breve a primeira auto-estrada com sinalização portuguesa Agostinho Silva DN-MADEIRA

Um representante da empresa portuguesa Habidom disse, na semana passada, em Caracas, que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vai inaugurar em breve a primeira auto-estrada com sinalização portuguesa.

“Portugal vai contribuir para baixar a possível sinistralidade

Os dispositivos da Habidom estão a ser colocados na estrada que liga Mamera a El Junquito.

rodoviária e preservar a vida do ser humano” na Venezuela, declarou à agência Lusa Antonino Alves.

Aquele responsável explicou que os dispositivos da Habidom estão a ser colocados na estrada que liga Mamera (oeste de Caracas) a El Junquito (sul) e que a inauguração está prevista para 21 de Setembro.

“Nesta estrada estamos a colocar as balizas separadoras, que são as mesmas que se puseram na IP4, uma estrada portuguesa do norte, para prevenção de acidentes, porque é uma via com muita sinistralidade ou possíveis pontos negros”, disse.

Explicou que “também foram colocados sinalizadores solares, similares aos que em

Por isso, recomenda que se estude “uma forma melhor de impulsionar a economia sem castigar o povo, os que menos têm”.

As novas medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira, 7, pelo primeiro-ministro português foram notícia em quase todos os jornais venezuelanos, que destacam que “Portugal imporá mais medidas para enfrentar a crise financeira”.

Portugal são os da Via Verde, para as entradas do nó da autoestrada, tanto a entrada de Mamera e na saída ou entrada de El Junquito”.

“Também temos dispositivos para as curvas e os painéis informativos de velocidade que têm radar e sinais luminosos para chamar a atenção quando as pessoas ultrapassam a velocidade regulamentar”, frisou.

Sem divulgar o valor do investimento, Antonino Alves disse que a tecnologia portuguesa de prevenção rodoviária “já chegou à Venezuela, já é uma realidade”.

“Temos uma vitrina para poder mostrar, já que Portugal inteiro e em toda a Europa e África dispõem de estes dispositivos, aqui a Venezuela estreia-se em breve, no dia 21 (de Setembro), com isso”, disse.

Há “outros projectos já orçamentados para instalar”, disse.

Técnicos portugueses estão “a fazer transferência tecnológica para o que o governo venezuelano sinta que estamos a dar o máximo apoio”, sublinhou.

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Pontos Essenciais • Os limites quantitativos para o défice passam para 5% em 2012, 4,5% em 2013 e 2,5% em 2014.

• O Governo prevê agora uma recessão de um por cento em 2013, depois de, em previsões anteriores, o Executivo ter antecipado uma ligeira retoma de 0,3 por cento para o próximo ano.

• O Governo vai reduzir de forma significativa o número de escalões de IRS já no próximo ano, mantendo-se a taxa mais elevada de 46,5%, a que acresce a sobretaxa extraordinária de solidariedade de 2,5 pontos percentuais acima do valor que excede o escalão.

• As pensões vão sofrer no próximo ano um corte entre 3,5 e 10%, acima dos 1.500 euros de forma progressiva, tal como já sofrem os vencimentos dos funcionários públicos.

• Os trabalhadores independentes, vulgarmente conhecidos como trabalhadores a recibos verdes, vão ver a contribuição para a Segurança Social aumentar em 1,1 pontos percentuais, de 29,6 para 30,7%.

• O Conselho de Ministros de quintafeira apresentará a decisão do Governo sobre as fundações a extinguir e as que continuarão a receber apoio financeiro do Estado, seja em igual valor ou com uma revisão em baixa do mesmo.

• Haverá um aumento da tributação de imóveis considerados de elevado valor, que será sentido em todos aqueles cujo valor seja igual ou superior a um milhão de euros.

• Também os detentores de bens de luxo como barcos, aeronaves e carros de alta cilindrada, sofrerão um agravamento dos impostos.

• Será acelerada a redução de funcionários no próximo ano, sendo o principal alvo os trabalhadores com contratos a prazo que trabalhem para o Estado. São também admitidas pelo Governo rescisões por mútuo acordo com funcionários.

• Para o IVA, o Governo não prevê alterações.

• Será alargado o programa de privatizações de empresas públicas.

O Governo vai aumentar ainda este ano para 26,5 por cento as taxas liberatórias, que incidem sobre dividendos, mais-valias mobiliárias e ‘royalties’.

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Mais um aperto de cinto para os portugueses Ministro das Finanças faz nova ode à austeridade; ‘troika’ dá mais tempo e foram anunciadas novas medidas para equilibrar as contas públicas

A redução dos escalões de IRS, que levarão ao aumento da taxa média efectiva de imposto e o aumento da taxa a pagar para a Segurança Social pelos trabalhadores independentes (recibos verdes) de 29,6% para 30,7% em 2013. Estas foram as principais medidas anunciadas, na terça-feira, 11, pelo ministro das Finanças, Vítor Gaspar, na conferência de imprensa a dar conta do resultado da avaliação da ‘troika’, que se juntam às que já tinham sido avançadas sexta-feira pelo primeiroministro, Pedro Passos Coelho, nomeadamente o aumento da contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, de 11 para 18%, que equivale à redução de um salário e a manutenção do corte de um dos subsídios para funcionários públicos. Os pensionistas, como se sabia, continuam sem nenhum dos subsídios em 2013. Mas não é só. Pensões acima de 1.500 euros verão cortes que vão dos 3,5% aos 10%.

A austeridade não fica por aqui. O discurso em ‘slow motion’ do ministro revelou medidas já para este ano. Os bens de luxo - carros de alta cilindrada, embarcações de recreio e aeronaves - terão taxas agravadas e haverá um aumento da tributação para os imóveis de elevado valor, ou seja, avaliados acima de um milhão de euros. Será no imposto de selo, num valor não divulgado, aliás tal como a maior parte “dos detalhes técnicos”, que o Governo prometeu explicar com a propostas de Orçamento de Estado. Os rendimentos de capital serão mais tributados também e passará para 26,5% a taxa a aplicar a juros, dividendos, ‘royalties’ e mais-valias mobiliárias.

E o que ganha o país? Uma grande onda de descontentamento, que começa a sair das redes sociais para as ruas. Na noite de terça-feira, o ministro das Finanças foi recebido com protestos à porta da SIC, a quem concedeu uma entrevista.

Nas Internet, crescem os apelos às manifestações no próximo dia 15 um pouco por todo o país. E o que ganha o Governo? Mais um ano para cumprir as metas do défice. A benesse da ‘troika’ não vem, contudo, acompanhada de mais dinheiro, assegurou Gaspar.

Mais privatizações

Foram cerca de duas horas primeiro a falar, depois a responder aos jornalistas.

Mas no final substituam muitas dúvidas

O discurso em ‘slow motion’ do ministro revelou medidas já para este ano.

O que disse Gaspar “O corte dos subsídios [férias e Natal] é, e tem de ser, temporário”, “Estamos ainda a analisar a possibilidade de venda de outras empresas públicas” “Não está prevista qualquer alteração do IVA” “Taxa Social Única é permanente, mas não irreversível” “Transferências para paraísos fiscais serão tributadas de forma mais severa” e vários pormenores ficaram por explicar.

Do lado da despesa, o governante prometeu já para amanhã cortes nos apoios às fundações. O Conselho de Ministros vai aprovar também extinções nestes organismos.

O Governo vai ainda vender mais do que o previsto. Vítor Gaspar revelou que

vai alargar o programa de privatizações, indicando ainda que a privatização dos CTT e da gestão de resíduos da Águas de Portugal avança no início no próximo ano. Até ao final do ano as privatizações da TAP e da ANA devem estar concluídas, anunciou o ministro, junto ao Terreiro do Paço, onde a escassos metros abria

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Reacções

Razões fortes

Demissão em bloco

Crise sem alívio

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou que os trabalhadores “têm razões fortes” para lutar, mas serão eles a decidir se essa luta passa por uma greve geral, após uma reunião com a Frente Comum dos Sindicatos da FP.

A deputada de ‘Os Verdes’ Heloísa Apolónia defendeu que se o Governo tivesse “o mínimo de dignidade” demitia-se em bloco e apelou aos portugueses para que “não aceitem” as medidas anunciadas pelo Governo.

O PS, através de Eurico Brilhante Dias, atacou a forma como o Governo tenciona aproveitar o prolongamento por mais um ano do processo de consolidação orçamental, acusando o executivo de aprofundar a crise em

Reunião

Convicção

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, e também ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, anunciou que vai convocar a Comissão Política e o Conselho Nacional para ouvir o partido e só depois se pronunciará sobre as novas

O PSD, através de Jorge Moreira da Silva, coordenador da Comissão Política Nacional do partido, declarou o seu apoio “totalmente convicto” às novas medidas anunciadas pelo Governo e afastou um cenário de

Luz apagada O Bloco de Esquerda, pela voz de Catarina Martins, defendeu que o Governo apagou “a luz ao fundo do túnel” com as novas medidas de austeridade e não tem condi-

Nova Tranche: ‘Troika’ desembolsa 4,3 mil milhões Pouco tempo depois da conferência de imprensa de Vitor Gaspar, a ‘troika’ emitia um comunicado dando nova positiva ao programa de ajustamento português. À semelhança da quarta avaliação, em que os elementos da ‘troika’ não protagonizaram qualquer conferência de imprensa, a conclusão desta avaliação - considerada a mais importante - chega por comunicado, através do Fundo Monetário Internacional, garantido a aprovação da próxima tranche e que o desembolso de 4,3 mil milhões será feito em Outubro.

O comunicado, de três páginas, de resto alinha com o ministro das Finanças, apontando os “esforços de consolidação” a que obriga o défice, mesmo com a “revisão dos objectivos”.

“As autoridades continuam a preparar o regresso aos mercados em 2013 e estão empenhadas em assegurar as necessidades suplementares de financiamento decorrentes de consolidação”, escreve a ‘troika’, indo ao encontro das declarações de Vítor Gaspar, que promete “novos instrumentos” para fazer face às necessida-

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“Há gente que fica na história da história da gente e outras de quem nem o nome lembramos ouvir” Jorge Fernando

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Correio de Venezuela

Album Familia

“Hay gente que queda en la historia de la historia de nuestra gente y otras de quienes ni el nombre recordamos escuchar” Jorge Fernando

Família Silva Goes, um exemplo de união e amor A Madeira foi e é, sem dúvida, um lugar de grandes amores, histórias que ainda hoje têm continuidade noutras latitudes. É o caso de Álvaro da Silva e Manuela Ascensão, que selaram o seu amor na ilha que os viu nascer e anos depois partiram para a Venezuela em busca de melhores oportunidades de vida.

Por seu lado, Álvaro da Silva Madalena, também nascido na Madeira, foi um dos muitos homens a prestar serviço militar, em São Martinho, Funchal, onde foi tirada esta fotografia, que guarda como recordação daquela época, durante a qual fez amigos, enquanto servia a nação. Foi durante aquela experiência que conheceu Manuela Ascensão, que tinha apenas 14 anos, e que sete anos mais tarde se tornaria sua esposa.

Manuela Goes Ascensão desfrutava, desde pequena, dos momentos em que a família inteira se reunia, como evidencia esta imagem, recordação de uma das muitas reuniões em casa dos avós, António e Maria José Ascensão (sentados no lado inferior esquerdo), no Funchal.

Foi a 21 de Julho de 1964 que Álvaro e Manuela uniram as suas vidas perante os olhos de Deus e do homem. A cerimónia teve lugar na Igreja de Santa Luzia, pelas 7 da tarde. Durante uns tempos, viveram na zona do Livramento, Funchal, onde nasceram dois dos quatro filhos do casal, Nélia e Victor Hugo, enquanto Roberto e Katherine já nasceram na Venezuela.

Não deixe que o tempo apague a história da sua família; as histórias da nossa gente. Se deseja partilhar estas recordações com os seus conterrâneos e fazer com que perdurem no tempo através desta iniciativa do CORREIO da Venezuela, deverá comunicar connosco para o número (0212)9932026 ou enviar o material por correio electrónico para correio.prensa@gmail.com.

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Permanências consulares inauguradas no Brasil Estendidos serviços de passaporte, cartão do cidadão e registos civis à cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, e de Araraquara, São Paulo correio/lusa

PS-Madeira defende centro de captação de investimento junto da emigração Emigrantes só não investem mais na Madeira por culpa do Governo Regional Óscar de Freitas Branco DN MADEIRA

Victor Freitas fez o balanço da sua deslocação à África do Sul, no início de Setembro, e afirma que os emigrantes só não investem mais na Madeira por culpa do Governo Regional.

O presidente do PS Madeira defendeu esta manhã, durante a apresentação do balanço da sua recente deslocação à África do Sul, a criação de um centro de captação de investimento junto das comunidades emigrantes e a introdução de uma alteração na Constituição no sentido de permitir que o emigrantes possam também votar para as eleições legislativas regionais. Victor Freitas acusou ainda o presidente do Governo Regional e o PSD Madeira de terem abandonado os emigrantes. “O Governo Regional e o PSD esqueceu, abandonou e não tem no seu coração os madeirenses que vivem fora da Madeira.”

No âmbito dos contactos efectuados junto das comunidades madeirenses radicadas naquela país africano, Victor Freitas diz ter ficado com a impressão de que “existe uma desconfiança muito grande em relação ao Go-

verno do PSD da Madeira. Uma desconfiança devido às notícias que vão chegando, que é este buraco e a ocultação da dívida.”

Esta é uma das razões que leva muitos emigrantes a não investir na Região, apesar de possuírem meios financeiros para o fazer.

No entender de Victor Freitas é importante relançar a confiança junto das comunidades emigrantes, “e relançar essa confiança só é possível com visitas e atitudes proactivas junto dos empresários emigrantes.”

A possibilidade dos emigrantes poderem investir na sua terra natal com as mesmas condições dos restantes empresários. Vontade existe, diz o líder do PS-M, contudo, “da parte do Governo Regional não existe a abertura para que possam investir na Madeira e dar um novo desenvolvimento à Região.”

Victor Freitas recordou que “ao longo dos anos o Governo Regional partiu sempre do princípio que a Madeira tinha 250 mil habitantes”, mas “nós somos mais de um milhão de madeirenses distribuídos pelos quatro cantos do Mundo”. Victor Freitas salienta que esta atitude tem feito com que o Governo Regional tenha votado ao “abandono as comunidades emigrantes”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, inaugurou, entre 8 e 10 Setembro, as primeiras permanências consulares no Brasil, que estendem os serviços de passaporte, cartão do cidadão e registos civis à cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, Araraquara, cidade no interior de São Paulo.

“A partir de agora, o consulado aproxima-se das pessoas e evita que elas tenham de realizar grandes deslocações”, afirmou José Cesário à Lusa.

As permanências consulares duram um dia em cada cidade, com a deslocação de um funcionário do consulado mais próximo, com um equipamento Passaporte Electrónico Português (PEP) que só necessita de acesso adequado à Internet para efectuar registos como casamentos, nascimentos e óbitos, passaporte e cartão do cidadão.

A intenção, segundo o secretário de Estado, é que as permanências sejam feitas periodicamente pelos consulados de Rio de Janeiro e São Paulo em cidades do mesmo estado ou de estados vizinhos, como Vitória, no Espírito Santo, e Campo

O Governo adquiriu 70 PEP, de tecnologia essencialmente portuguesa.

Grande, no Mato Grosso do Sul, que não possuam uma representação consular.

A experiência com o PEP já foi feita em França e na Alemanha, com uma média de 30 a 40 pessoas atendidas diariamente em cada cidade. As permanências consulares estendem-se agora a vários países nos quais há comunidades portuguesas, como a Suíça, o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá.

José Cesário afirmou, entretanto, que a quantidade diária

de atendimentos pode variar de acordo com as características do local e da comunidade.

“O público no Brasil é mais idoso, o que acaba diminuindo a rapidez”, disse o secretário. O Governo adquiriu 70 PEP, de tecnologia essencialmente portuguesa, numa medida que se insere “num programa de relação de maior proximidade com as comunidades”, afirmou o secretário. Cesário também manteve encontros com autoridades locais e com a comunidade.

Portas destaca “importante serviço público” da RTP aos emigrantes correio/lusa

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse, nesta terça-feira, 11, que os modelos de avaliação sobre a RTP ainda estão em aberto e considerou importante o serviço público de televisão prestado aos emigrantes e países de língua portuguesa.

Questionado na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas por Gabriela Canavilhas, do PS, e Bernardino Soares, do PCP, sobre a privatização da RTP, Paulo Portas referiu-se ao

“muito importante” serviço público da estação televisiva.

“Considero o serviço público aos emigrantes e aos países africanos de língua portuguesa mui-

to importante. Esta foi a definição do Ministério dos Negócios Estrangeiros defendida institucionalmente”, observou Paulo Portas.

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Joel Melin Abreu

Recomendações de Teatro ‘Improvisto’ / Corp Banca ‘Improvisto’ é sempre uma novidade devido à forma como obra surge, e por isso o público repete. À entrada, as pessoas recebem um papelinho no qual escrevem o título da obra que querem ver e colocam-no num chapéu. Noutro chapéu, estão os géneros a interpretar: Musical, rima, terror, telenovela, estrangeiro com tradução, duas sílabas, conto de fadas, entre outros. Como ponto de partida, o apresentador tira, à sorte, um dos títulos propostos pela audiência, e do outro chapéu, um género.

‘Clap!!! El musical’ / Chacao O espectáculo abrange os temas dos maiores êxitos do teatro musical: ‘Rent’; ‘Avenida q’; ‘Hair’; ‘Despertar de primavera’; ‘Fiebre del sábado por la noche’; ‘Footloose hairspray’. Nas cenas e canções, veremos reflectidos os conflitos, a convivência, a união, a liberdade de expressão, a rebeldia, a luta por um futuro melhor, o cantar da paz, os sonhos, o primeiro amor e a descoberta do sexo.

Também se vive da ilusão “Dar magia à sua vida” soa a conselho terapêutico, mas em tempos difíceis, é para levar literalmente e muito a sério. Por isso, nesta página, redescobrirá o prazer das coisas aparentemente simples como a magia: Surpreenda-se (pela positiva), escape (da rotina), faça desaparecer (o medo) e voe (com a imaginação).

‘Soy el peor’ / Premium Um espectáculo humorístico musical idealizado, criado e sofrido pelo humorista Claudio Nazoa, com novas e originais situações jocosas, musicalizadas pelo reconhecido pianista Gregory Antonetti e interpretadas magistralmente por vozes tão extraordinárias como as de Pimpi Santistevan e Carlitos Jorgez, músicos que brilham cantando os temas ao vivo.

Percorrendo a Venezuela

Victoria Urdaneta

Felicidade sem truques Para Daniel Giandoni, há duas coisas muito claras: Que “a magia é mais técnica que fantasia” e que “a vida é um jogo com obstáculos e metas, onde ganha quem é feliz”. Por essas razões, o jovem caraquenho deu uma volta na sua carreira como economista (licenciado pela Universidade Católica Andrés Bello), ao seu trabalho como consultor e às suas projecções estatísticas porque ali não cabiam truques.

Rapidamente colheu triunfos, sendo premiado no Congresso Internacional de Magia, e no ano seguinte, pela Federação Latino-Americana de Sociedades Mágicas. Até 2011, foi presidente da Sociedade Venezuelana de Ilusionismo e é membro da ‘Peña Mágica San Juan Bosco’ (as duas instituições mais prestigiadas nessa área).

Para além disso, trabalhou e

concorreu na China, República Dominicana, Peru, Argentina e Colômbia. “Formei-me com os melhores” – admite Giandoni -, “como Ernesto Meleros (com mais de 20 anos de trajecto e excelência técnica) e Luis Otero, a quem escrevi pedindo que me ajudasse para uma actuação, e superou as minhas expectativas, pois não pensei que aquele truque da nota que aparecia num limão seria o começo de uma aliança laboral de 8 anos. Hoje podem ver-nos num espectáculo de comédia”, muito diferente (mas igualmente eficaz) do que deu no evento da eleição das Princesitas do Centro Português em Caracas. O vínculo com Portugal iniciou-se com David de Sousa (oriundo de Espinho), a quem admira, “pelo seu elegante número de manipulação de cartas e bolas, que eu definiria como ‘brilhante’. Até a música que elege é genial. Recordo que na China, aplaudiram-no como a uma celebridade”.

‘Con lazo y todo’ / Corp Banca Henrique Lazo percorreu todos os cenários possíveis: O teatro, a música, o cinema, a escrita e a rádio, com o seu muito característico sentido de humor e uma forma particular de ver e analisar a vida. É, para alem disso, capaz de captar por igual a atenção de adolescentes roqueiros e de não tão adolescentes, como ele. Henrique sobe aos palcos para fazer da vida uma comedia.

Convida-nos a viajar no tempo, recordando as suas mais loucas experiências, servindo de espelho a uma sociedade actual não muito diferente da de então.

sergio ferreira soares

Dar a volta aos problemas Oito horas de aulas de manipulação de cartas, 10 de truques com moedas... Estas são algumas das aulas a que um mago profissional tem de assistir. Se alguém pensou que podia obter o título a soprar um pano ou a improvisar um desencarceramento a imitar Houdini, enganou-se. A vida real de um ilusionista implica metodologia, como explica Vitor Gomes, que nasceu na Madeira mas veio para a Venezuela em 1984, junto com os pais. “Desde muito criança que fazia, sem parar, espectáculos para os meus familiares. Mas um dia o Mago Rob (Robert Arismendi) comentou que estudava na Academia de Magia Kassan (que faz 30 anos de existência), ofereceu-me a possibilidade de entrar no curso seguinte e foi meu padrinho”.

Devido ao seu desempenho, Gomes recebeu uma condecoração como Aluno Mais Destacado do curso número 28, e en-

trou na ‘Peña Mágica San Juan Bosco’ (também há três décadas no país). Foi tanto o êxito que o seu trabalho como gerente viuse ultrapassado pelo seu trabalho no ilusionismo, ainda que clarifique que as oportunidades não foram tiradas como coelhos de um chapéu. “Invisto e podem passar anos para conseguir fazer um bom número”, porque “um mago deve sê-lo nos sete dias da semana”, como disse o célebre Jeff McBride. “O importante é a

perfeição na apresentação”, conclui Gomes, que assume a magia como o melhor antídoto para a crise e uma grande ferramenta terapêutica.

Se tivesse mais poder, com a magia “faria desaparecer a frieza e a malícia do ser humano para que aparecesse a bondade”.

Como vemos, Gomes leva esta convicção por bom caminho. “É que quando aprendes a grande arte da magia, vês tudo de forma diferente”.

Vargas O Estado de Vargas fica situado no Centro Norte do país, no que é conhecido como Litoral Central da Venezuela. É limitado a Norte pelo Mar Caribe, a Sul pelo Distrito Capital e Miranda, a Este pelo Estado de Miranda e a Oeste pelo Estado de Aragua.

Pertencente à Cordilheira Central da Costa, o Estado de Vargas apresenta uma ampla costa defronte do Mar Caribe.

No Sul do Estado, encontramos as bases do cerro El Ávila, de onde se desprende a denominada Fila Maestra, onde se encontram vários picos e montanhas importantes como o Pico Naiguatá, a Silla de Caracas e o Pico de El Ávila.

As actividades turísticas e recreativas têm grande importância para o Estado de Vargas. O estilo colonial da zona histórica proporciona aos visitantes um agradável passeio pelos edifícios, museus, passeios e ruas antigas. Mas sem dúvida que as maiores atracções turísticas são as suas praias.

Tanto visitantes como locais têm acesso a aproximadamente 32 praias ao longo do Litoral Central: São 120 quilómetros de costa onde se misturam praias de areia branca e costas virgens rochosas.

De Catia La Mar até Puerto Cruz pode encontrar praias como Catamare, Arrecife, Taguao, Las Salinas, Tarma, Bikini, Puerto Carayaca, Oricao e Chichiriviche de la Costa. Próximas a Catia La Mar também encontrará as praias de Puerto Viejo, La Playita, Marina Grande, Vasito, Culito e Aeropuerto. Se for na direcção Macuto – Los Caracas, visite as praias de Ali Baba, Los Cocos, Tanaguarena, Naiguatá, Los Ángeles, Pantaleta, Care e Anare. Se é aventureiro, continue o caminho rumo a Playa Caribe, passando pelas praias Pescado e Graymar, até Osma, Oritapo, Todasana, Playa Paraíso, La Sabana, Caruao e Chuspa.

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sergio ferreira soares

Recantos Lusos 7 Maravillas Playas de Portugal (1/2) Tróia, no Alentejo litoral, foi o local escolhido oficial das 7 Maravilhas – Praias de Portugal na noite do passado sábado, 8 de Setembro. A gala, conduzida por Catarina Furtado e José Carlos Malato, teve como finalidade divulgar e preservar a beleza do património natural e afirmar a identidade do pais. No final da noite, foram sete os lugares que levaram o título de Maravilha.

Praias de Rios: Praia das Furnas,Odemira Inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, a Praia das Furnas localiza-se na margem sul da foz do Rio Mira, na freguesia de Longueira/Almograve. Apresenta uma frente de rio que tem como cenário parte de Milfontes.

Praias de Albufeiras e Lagoas: Albufeira do Azibo, Macedo de Cavaleiros Com excelentes comodidades, a Praia da Ribeira, integrada na Paisagem Protegida da Albufeira do Azibo, a prática balnear se pratica em perfeita harmonia com a natureza envolvente. A Praia da Ribeira é reconhecida com a Bandeira Azul, sinónimo da qualidade deste espaço.

Praias Urbanas: Zambujeira do Mar, Odemira Inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, Zambujeira do Mar encontra-se anichada numa alta falésia que parece protegê-la do mundo, com a aldeia a espreitar o areal. Localiza-se entre arribas e vales, sendo atravessada por uma linha de água que desagua no mar.

José Ascensão apresenta duas novas produções teatrais Joel Melin Abreu jmabreu@correiodevenezuela.com

Com quase três décadas de trajectória, que iniciou na adolescência com actuações nos palcos, José Manuel Ascensão tornou-se num reconhecido director e produtor teatral. Traçando a excelência como objectivo, assumiu a gestão artística do Teatro Escena 8, e desde então, tem brindado o público com uma grande variedade de obras e montagens para todos os gostos e idades.

Com a criatividade e ambição que tem caracterizado José Ascensão, e com escrita de Victor Hugo Gómes, estreou no passado 25 de Julho a obra infantil ‘Cleopatra y el misterio del faraón’, em que recria uma história protagonizada por Cleópatra, a soberana de olhar enigmático e última Faraó do antigo Egipto, que anda atrás do elixir da eterna juventude, uma bebida que lhe permita ser jovem, para assim poder encantar Roma eternamente e cativar o mundo inteiro com a sua beleza e astuta sedução.

Esta obra infantil é produzida pelo grupo Colibrí, grupo fundado para produzir teatro para crianças e feito por crianças, e poderá ser desfrutada até 10 de Novembro, todos os sábados e domingos pelas 3 da tarde.

Cumprido um dos desafios

Recomendação de Cinema

‘La Jaula de las Plumas’ e ‘Cleopatra e el misterio del faraón’ são os novos desafios que o produtor luso-descendente apresenta no Teatro Escena 8

Buscando a Nemo Finding Nemo que este produtor luso-descendente planeou, chega a oportunidade de dirigir uma outra obra que mostra partes da nossa sociedade que são consideradas tabu por muitos, mas que sob a sua direcção, podem ser apreciadas como uma comédia que nos rodeia no dia-a-dia.

‘La Jaula de las Plumas’ é uma história onde o amor triunfa sobre a falsa moral, os preconceitos, os tabus e a mentira, entre o humor mais hilariante, os inevitáveis equívocos, o ritmo da música, e o brilho das lantejoulas e, claro, as plumas.

José Ascensão organizou a infra-estrutura do Teatro Escena

8 como considera que deve ser um teatro, uma área que preste um serviço adequado e de qualidade tanto para os artistas que se apresentam numa obra como para o público visitante.

Ao mesmo tempo, este talentoso luso-descendente conseguiu manter uma programação variada desde que assumiu a direcção do teatro, produzindo teatro infantil, teatro para adultos nos seus diferentes géneros, stand up comedy, dança, e até mini concertos, conseguindo atrair uma grande diversidade de público e deixando o nome da Venezuela e de Portugal bem vincado no mundo do teatro.

Jessica Dias no grande ecrã Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com

Estreou a 24 de Agosto, nas salas de cinema venezuelanas, o primeiro filme do director Manuel Pifano, ‘Solo en casa’, protagonizado por Guillermo Canache e Mercedes Brito, e contou com a participação especial da modelo luso-descendente Jessica Dias.

Na história, Canache interpreta um machista apaixonado por cerveja, televisão, beisebol e ‘los panas’ que fica sozinho em casa quando a esposa sai em viagem, e deve encarregar-se das tarefas do lar. Jessica Dias interpreta a vizinha do casal, uma jovem

Joel Melin Abreu

de 16 anos que desperta a magia do primeiro amor em Carlitos, o filho dos protagonistas.

“O filme foi ideia de uns companheiros de universidade que

tinham acabado de licenciar-se e que me convidaram a participar.

Nunca tinha representado, mas decidi apoiá-los, sendo o primeiro filme deles, e gostei muito da experiência. A verdade é que para um filme de cinema de guerrilha (com orçamento baixo), recebemos boas críticas, porque é um filme diferente do que se vê no cinema venezuelano, as pessoas riem muito e também levam uma mensagem para casa”, disse Jessica Dias ao CORREIO. Por agora, a rainha do Centro Português de Caracas continua focada nos estudos de comunicação social e não descarta a possibilidade de participar, no futuro, noutros projectos cinematográficos ou publicitários.

‘Buscando a Nemo’, ‘Finding Nemo’ em inglês (‘À procura de Nemo’, versão portuguesa) é um filme de animação digital da Pixar Animation Studios, de 2003, vencedor de um Óscar, entre muitos outros prémios.

Estreou-se nos Estados Unidos a 30 de Maio de 2003. A obra é dedicada ao director e supervisor de animação Glenn McQueen. A produtora do filme anunciou a sequela desta longa-metragem para 2016.

Para já, a produção regressa às salas de cinema venezuelano com a nova tecnologia 3D, para que miúdos e graúdos voltem a desfrutar de uma história que tocou o coração de todos há nove anos.

Nemo é um pequeno peixe-palhaço, o único filho que restou a Marlin depois de uma barracuda ter atacado a anémona onde vivia, no recife, matando Coral, a companheira, e os restantes filhos. A partir dessa altura, Marlin encarrega-se de cuidar do filho de forma exageradamente protectora, o que leva a que Nemo se rebele e empreenda uma aventura aproveitando uma excursão do colégio. Numa tentativa de mostrar a sua valentia e capacidade de crescer apesar de uma barbatana atrofiada, é apanhado por uma rede de um barco e acaba no aquário de um dentista chamado P Shermann, na cidade de Sidney, Austrália, para ser dado como prenda à sobrinha do dentista, Darla.

O pai inicia então uma longa busca para encontrar pistas que possam levá-lo a recuperar o filho. Pelo caminho, junta-se a um peixe chamado Dory, que se sofre de falta de memória de curto prazo.

14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

saúde 17

Maternidade na adolescência Victoria Urdaneta vurdaneta@correiodevenezuela.com

Segundo a Comissão Económica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), há, nesta zona do globo, um factor digno de analisar: Entre 25 a 108 em cada mil jovens entre os 15 e os 19 anos são mães. Entre os países com número mais elevado de adolescentes grávidas estão a Nicarágua, República Dominicana, Honduras, Guatemala, Equador e Venezuela, onde o Presidente já se referiu a este tema como uma realidade muito dura.

Os números mostram que das 591.303 parturientes em 2010, 7778 eram menores de 15 anos, e 130.888 eram menores de 19 anos. Huníades UrbinaMedina, presidente da Sociedade Venezuelana de Puericultura e Pediatria, SVPP, anunciou números semelhantes. Para dar uma ideia, essa quantidade é metade da população da Madeira, ou de Margarita.

Saúde ao Día

Cerca de 350 nascimentos diários fruto de mães adolescentes é um factor que apela à reflexão nacional. A maioria atribui esta realidade ao início da actividade sexual muito cedo, e ao desconhecimento tanto dos métodos anticonceptivos como da responsabilidade que significa procriar e criar um filho.

Chocolates são bons para a saúde do homem

Números em crescimento

Em 2009 e 2010, a Venezuela situava-se no terceiro lugar (Equador e Colômbia ocupavam os dois primeiros lugares), segundo os factores em análise.

Em 2011, tornou-se no país sulamericano com maior número de gravidezes precoces, de acordo com o relatório de Estatísticas Sanitárias Mundiais da Organização Mundial de Saúde. É um problema que se vive diariamente, literalmente, porque dos nascimentos diários na Venezuela, estima-se que 350 são de mães adolescentes.

Esta situação é gerada por múltiplas causas. Para a SVPP, um dos factores é a tenra idade em que a vida sexual é iniciada, e sem protecção. De acordo com o que foi publicado na sua página de Internet, em www.svpediatria.org, 50% dos adolescentes tem a sua primeira relação sexual aos 16, e deste número, apenas metade usa métodos anticonceptivos. “Esta conduta faz com que 20% das gravidezes na Venezuela surjam precocemente. O ideal é que toda a sociedade venezuelana se envolva para combater este problema”, defende Urbina-Medina, ressaltando o convénio para implementar estratégias de prevenção que a SVPP assinou com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

Parte dos planos de pre-

carla salcedo leal

A Lei Orgânica de Protecção de Crianças e Adolescentes, no artigo 44, sobre Protecção da Maternidade, estabelece que o Estado deve “assegurar programas dirigidos especificamente à orientação e protecção do vínculo materno-filial de todas as meninas e adolescentes grávidas ou mães”.

Por outro lado, no artigo 57 sobre disciplina escolar, afirma que “São proibidas as sanções devido a gravidez de uma menina ou adolescente”.

A Lei Orgânica de Protecção de Crianças e Adolescentes, no artigo 44, sobre Protecção da Maternidade, estabelece que o Estado deve “assegurar programas dirigidos especificamente à orientação e protecção do vínculo materno-filial de todas as meninas e adolescentes grávidas ou mães”. Por outro lado, no artigo 57 sobre disciplina escolar, afirma que “São proibidas as sanções devido a gravidez de uma menina ou adolescente”.

60%

das adolescentes que dão à luz voltam a engravidar um ano depois.

venção aborda a difusão de informação e defesa dos direitos, já que a maioria dos especialistas atribui o facto ao desconhecimento, a paradigmas sociais e à falta de comunicação com os familiares ou tutores, ainda que existam muitos outros factores que, por motivos de espaço, não podem ser enumeradas.

Segundo um estudo realizado recentemente pelo Departamento de Medicina do Karolinska Institutet, na Suécia, comer chocolate pode evitar um Acidente Vascular Cerebral (AVC), já que este delicioso doce possui importantes propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

A investigação realizada pela professora Susanna Larsson estabelece que comer uma tablete de chocolate por semana reduz, nos homens, 17 por cento do risco de um derrame cerebral, pelo que a ingestão deste produto poderá prevenir o aparecimento deste tipo de doenças.

Durante a investigação, foram avaliadas listas de alimentos de 37.103 homens suecos com idades compreendidas entre os 49 e os 75 anos, com a conclusão de que os homens que comiam uma média de 63 gramas de chocolate sofreram menos AVC’s do que aqueles que eliminaram o chocolate da sua dieta.

As conclusões foram corroboradas através de uma metaanálise de outros cinco estudos que recolheram dados do resto da Europa e dos Estados Unidos, que tiveram resultados semelhantes, pelo que ficou determinado que é possível que os flavonóides presentes no chocolate reduzam o colesterol mau e diminuam a pressão arterial.

O que diferenciou estes estudos dos demais é que também se pôde comprovar que, na experiencia, não só funcionou o chocolate negro, como também se concluiu que o chocolate com leite tem benefícios para a saúde.

Apesar destes resultados, os especialistas recordam que a validade deste estudo não justifica a ingestão massiva de chocolates, já que esta guloseima tem um elevado teor de açúcar, gorduras saturadas e calorias, pelo que o seu consumo deve ser moderado.

18 opinião

14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Vitalis em Dia

As 100 espécies mais ameaçadas do planeta Destinadas a desaparecer?

Diego Díaz Martín

No V Congresso Mundial para a Conservação, da União Internacional para a Conservação da Natureza, que se realizou em Jeju (Coreia do Sul), no início deste mês, testemunhei a apresentação da lista dos 100 animais, plantas e fungos mais ameaçados do mundo, elaborado pela Sociedade Zoológica de Londres e mais de 8 mil especialistas agrupados na comissão de Sobrevivência de Espécies.

Este documento, se bem que não tenha constituído uma surpresa, parece-me uma importante contribuição para destacar uma lista de espécies que requerem uma maior atenção, pois a sua “utilidade” para os seres humanos ainda não ade-

quadamente documentada, e, portanto, não lhes foi prestada a devida se atenção, mais além do seu valor científico e ecológico.

Este “top 100” das espécies mais ameaçadas, muito desafortunadamente, parece mais bem uma “lista de condenados”, a menos que sejam realizados sérios esforços para garantir a sua sobrevivência, não só por meio de programas de conservação ‘in situ’, como também com esforços ‘ex situ’ que assegurem a sua preservação e perpetuação.

Os três primeiros lugares da lista incluem a conífera endémica da China, da qual só restam cinco exemplares vivos em meio silvestre; uma borboleta do Brasil, da qual resta apenas uma população em vida selvagem e uma serpente marinha do Oceano Índico e Austrália, da qual subsistem só duas subpopulações.

Também estão “condenados a desaparecer”, a menos que os governos e os cientistas actuem de maneira imediata: uma libélula de Tanzânia; uma ave saltarina endémica do Brasil; um peixe de água doce da Turquia; una espécie de morcego gigante endémico da Nova Guiné; uma tartaruga terrestre da ilha de Madagáscar; uma rã do Equa-

dor; um pato de Madagáscar, um Antílope de hunter da África e uma primata conhecido como muriquí ou maçado aranha lanudo, endémico do Brasil.

Nas lista das 100 espécies mais ameaçadas também estão incluídos a preguiça pigmeu do Panamá, o saola, um dos mamíferos mais ameaçados do sudeste asiático, a orquídea das Ilhas Caimão, um fungo em forma de crosta ampolada dos bosques do Reino Unido, a Iguana da Jamaica, o rinoceronte de Sumatra, o mamífero Cavia intermédia do Brasil e a tarântula metálica do Sri Lanka e da Índia. A conservação da biodiversidade é uma tarefa indeclinável e uma responsabilidade fundamental para todos os seres humanos. Importante é assumir com responsabilidade que o planeta terra não só pertence aos humanos, senão que a dezenas de milhões de organismos vivos que compartem a vida nele, conheçamos a sua utilidade ou não, tendo presente a sua importância ecológica e biológica para os ecossistemas.

Se és um das pessoas que pensa que todos os seres vivos são importantes, seguramente temos esperança para um futuro sustentável e melhor.

Alta Tribuna

Experiência, bem-vinda sejas

antonio lopez villegas

A experiência é fonte da sabedoria e também de amargura, é maravilhosa e também cruel; é certeza e incerteza, é também paradoxal porque quando já a temos, estamos velhos para poder tirando proveito. Ela chega quando já muitas vezes já não nos serve de nada. Quando nos enfrentamos a uma nova vivência devemos perguntarmos: O

que é preciso aprender? Qual foi a lição que nos deixou? E se volta a repetir-se, perguntamo-nos que teremos deixado de assimilar porque seguramente se não o fizermos voltará novamente repetir-se. Nestes últimos anos, todos os que vivemos nesta “terra de graça”, temos vivido experiencias que nunca nos havíamos imaginado. Tenho escutado por aí algumas pessoas dizer que “éramos felizes e não o sabíamos”. Creio que o feio que havíamos vivido há uns quantos anos, foi-se transformando em algo não tão feio quando inevitavelmente o comparamos com os dias terríveis que agora estamos vivendo. Se devo ser objectivo, tenho que admitir que, ao que parece, aquele velho provérbio que reza: “Mais vale velho conhecido que novo por conhecer” agora tem mais vi-

gência que nunca. Seguramente durante este tempo, suficiente por tudo o demais, para adquirir a experiência, muita gente pôde adquiri-la porque pôde entender as realidades que vieram de cima. A experiência consola-nos às vezes, proporciona-nos, pelo menos em teoria, a sabedoria na vida, claro, quando nos deixamos ilustrar por ela. Por outro lado, para deixar-se ilustrar pela adversidade e poder distinguir as artistas positivas que nos podem enriquecer, não é necessário ser muito inteligente nem ter um espírito extraordinário. Simplesmente há que se observar sem paixões o que jamais poderá ser passado por alto, nem muito menos justificado: a enorme riqueza que tem entrado no erário nacional e que não tem sido possível apagar nem sequer uma marca da pobreza generalizada.

Cartas dos Leitores A importância de votar…

No próximo 7 de Outubro, o futuro da Venezuela ficará decidido, numa contenda eleitoral que, pela primeira vez na história se apresenta com tanta ansiedade na sociedade que não deixamos de perguntar: O que acontecerá?

O importante é sair e votar, escolher entre continuar com o que temos ou caminhar rumo ao progresso, o que também implicará grandes sacrifícios, mas que a médio prazo nos fará recuperar o país que perdemos, onde abundava a produção nacional e havia oportunidades para nós, comerciantes. Agora estamos cada vez mais asfixiados com as leis de um ‘socialismo’, que só funciona para o povo, pois as pessoas do governo continuam a fazer das suas no império e noutros países, construindo os seus próprios impérios.

O convite é que não tenham medo, que defendam o vosso pensamento político, seja qual seja, com o voto e não com as armas, porque o venezuelano nunca tinha sido violento, e esta é uma terra que grita o seu desejo de paz.

O que acontecerá? Não o sabemos, mas o que há que ter claro é que cada voto conta e que está em jogo a nossa estabilidade.

Maria Lourdes Farías

Até quando a insegurança A que ponto pode chegar o desrespeito pelos pertences alheios e, pior ainda, a vida dos outros… Adquirimos um estilo de vida onde andar de autocarro, de metro ou até de veículo próprio é igualmente perigoso.

Muitas pessoas não entendem os riscos de viver numa cidade como Caracas até que algo lhes aconteça, ou a alguém próximo, e assim, os nervos e a ira começam a fazer parte do seu dia-a-dia devido à impotência de não poder defender-se perante os medos de pessoas desadaptadas que, por qualquer razão, decidem tirar o que não lhes pertence sem importar se têm de assassinar alguém para conseguilo.

Já é hora que todos entendamos que a segurança não é trabalho de um presidente, é trabalho de todos os venezuelanos, pois cada um de nós deve fazer a sua parte e quem sabe até devamos dar um pouco do seu próprio remédio a todos os que decidem enveredar pelo caminho do roubo como meio para encher os estômagos e ter um melhor estilo de vida. Quem sabe assim consigamos deter essa onda de roubos, sequestros e assassinatos com os quais nos habituamos a viver.

José Ferreira

Aulas em risco Rosário da Conceição Nesta última semana, apercebi-me do difícil ano escolar que se avizinha. Não só os valores da lista escolar aumentaram estrondosamente, como também as infra-estruturas de muitos colégios da capital encontram-se numa situação precária. Em pleno ano eleitoral e com tantas promessas que há sobre a mesa, será que esqueceram que para educar bem, devem existir edifícios com os quais se possa prestar este valioso direito de todos os venezuelanos? Com dois filhos com os quais devo preocupar-me, sinto-me totalmente abandonada pois como mãe e representante, estou à espera do que acontece nas eleições do próximo dia 7 de Outubro para saber se os meus filhos vão ter aulas, e se a qualidade das escolas vai ser um problema a ter em conta pelo vencedor. Os pais devem pedir que o ano escolar seja assegurado e que, para além disso, se tenha atenção às carências que existem neste campo, pois os nossos filhos são o futuro do país, e como pais, nós apenas queremos o melhor para eles.

María Gonçalves

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20 sociales

14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Banquetes

Gales

Salón Windsor Enlace Silva-Massimo: Duas comunidades unidas pelo amor Carla Salcedo Leal

Duas famílias emigrantes uniram-se para receber a bênção de Deus no passado sábado, dia 8 de Setembro, isto porque, após 12 anos de namoro, o luso-descendente Juan da Silva e a ítalo-venezuelana Carla Massimo diseram o ‘sim’ perante o olhar atento de amigos e familiares. A cerimónia decorreu na Igreja Assunção do Senhor, na urbanização Cumbres de Curumo.

Foi em 2010 que Juan, durante uma viagem a Itália, pediu Carla em casamento de forma espontânea. Souberam desde essa altura que queriam casar-se no mês de Setembro, e não deixaram

passar a oportunidade de celebrar a sua união numa das datas mais representativas do catolicismo na Venezuela, por ser o dia da Virgem del Valle.

Os pais dos noivos, João Manuel da Silva Pereira e Maria Guida Rodrigues Nunes, naturais da Madeira, e Carlos Massimo Santoro e Pasqualina Calla de Massimo, com a colaboração dos padrinhos desta união, Carlos Velásquez e Giovanna Calla, receberam os 200 convidados no salão Windsor, da Banquetes Gales, onde a cor coral deu um toque especial à decoração.

A orquestra Son Boogaloo encarregou-se da animação, pondo todos a dançar, numa noite inesquecível.

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22 DESPORTO

14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA

Podiam ter sido dez!

CORREIO/LUSA

Portugal precisou de pouco mais de uma hora - e um número incontável de oportunidades - para marcar o primeiro dos três golos com que venceu o Azerbaijão, na terça-feira, 11, em jogo do Grupo F de qualificação para o Mundial’2014.

Silvestre Varela, que inaugurou o marcador aos 63 minutos, uns segundos após render Miguel Veloso, voltou a funcionar como talismã da equipa das quinas, que soma agora seis pontos no agrupamento, liderando-o a par com a Rússia.

Paulo Bento apostou no mesmo onze com que iniciou a partida com o Luxemburgo (2-1), na sexta-feira, que lhe garantiu circulação rápida de bola e muita iniciativa ofensiva perante um conjunto que não escondeu a sua exclusiva intenção de ‘murar’ o mais possível o seu reduto.

Tanto mais - ou tanto menos, melhor dizendo - que o guardaredes Rui Patrício foi chamado a

Portugal enviou seis bolas aos ferros da baliza dos sortudos e frágeis azeris

intervir uma única vez.

O jogou ficou marcado por um autêntico festival de oportunidades perdidas, seis das quais ‘esbarraram’ nos ferros da baliza contrária: duas por Moutinho, outras tantas por Hélder Postiga, uma por Cristiano Ronaldo e outra por Fábio Coentrão.

Aos 63 minutos, depois de uma sucessão de falhanços na área de rigor, Paulo Bento trocou o médio defensivo Miguel Veloso pelo extremo Silvestre Varela, e o jogador do FC Porto apenas precisou de cerca de 20 segundos para aproveitar da melhor forma uma bola perdida na área, rematando com sucesso.

Estava feito o mais difícil. Depois... respirou-se de alívio.

Momentos chave

Varela voltou a ser um jogador chave, qual arma secreta.

Silvestre Varela respondeu à altura, mal entrou em campo, com um golo. A substituição de Paulo Bento não poderia ter sido mais feliz. Atitude de Portugal foi digna.

Portugal voltou a ser perdulário no capítulo da finalização.

Teve tudo para sair de Braga com uma goleada bem robusta, mas teimou em adiar o primeiro golo. Por momentos, temeu-se o pior.

Paulo Bento diz que “o resultado peca por escasso” CORREIO/LUSA

No final da partida, Paulo Bento mostrou-se satisfeito e aliviado pela vitória. Mas queria mais. “O resultado peca por escasso”, revelou, destacando que “alguma ineficácia e infelicidade explicam-no”.

Mais satisfeito ficou o seleccionador nacional em relação à exibição, em comparação com o desacerto no Luxemburgo.

“Apesar de serem duas vitórias, são exibições diferentes. Esta foi bem conseguida, definimos o que pretendíamos na organização e transição defensiva.

Apesar do 0-0 ao intervalo jogámos com a mesma qualidade.

Não nos precipitámos, continuámos a ter paciência. Só houve um remate à nossa baliza. Os jogadores reagiram ao que não tinha sido tão bem feito no primeiro jogo. Tentamos manter rotinas e estabilidade. Depois vamos lendo o jogo, colocando os jogadores. O Miguel Veloso sai não por rendimento, mas

por opção técnico-táctica para termos mais largura. Tivemos felicidade de aparecer o golo, mas devemos reforçar o colectivo”, referiu Bento, endereçando os parabéns o público. “Apoiou do princípio ao fim e não é fácil no momento que vivemos ter 30 mil pessoas num estádio”.

O próximo desafio de Portugal é na Rússia, a 12 de Outubro, um jogo que na opinião de Paulo Bento é para ganhar.

“Agora os jogadores voltam aos clubes, vão ter jogos em diversas competições. Vamos analisar os jogos deles mas já posso dizer que jogaremos em Moscovo para tentar ganhar e chegar ao fim dessa dupla jornada com doze pontos” - depois do embate em Moscovo, Portugal joga quatro dias depois em casa diante da Irlanda do Norte.

A Rússia alcançou uma vitória em Israel, por 4-0, num encontro em que foi letal na concretização, e mostrou a Portugal que está bem forte na luta pelo primeiro lugar.

Vogts elogia Portugal Por sua vez, Berti Vogts, seleccionador do Azerbaijão, aceitou a derrota e teceu elogios à selecção nacional. “Em primeiro lugar, dou os parabéns à selecção portuguesa, que tem uma equipa muito boa. Penso que o resultado é merecido. Lutámos até ao fim para conseguir outro resultado mas não foi possível.

Cometemos muitos erros, depois Portugal marcou e já não conseguimos reagir. Espero que a minha equipa tenha aprendido algo com Portugal, que é uma selecção muito forte. A minha equipa fez um bom jogo numa bela e bonita cidade que é Braga.

Lutámos até ao fim, agora temos de treinar mais e melhor para ver que resultados teremos no futuro.”

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14 a 20 de Setembro de 2012 // CORREIO DA VENEZUELA

Real Esppor venceu o primeiro jogo Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com

O Real Esppor conseguiu, finalmente, a sua primeira vitória da temporada no passado sábado, 8 de Setembro, depois de três tentativas falhadas, ao receber, no estádio nacional Brígido Iritarte, em El Paraíso, o Monagas F.C, que venceu por 2-1.

Uma alteração na formação táctica do conjunto merengue parece ter sido a chave para os jogadores de Charles López terem procurado o golo a partir do primeiro segundo do jogo.

Foi justamente a pressão que exerceram sobre os ‘monaguenses’ que tornou possível que o reforço uruguaio, Javier Guarino, tirasse a bola ao defesa rival e entrasse sozinho na área para marcar na baliza de Eduardo Lima ao minuto 10. Esta jogada encheu a equipa ibérica de muito mais entusiasmo, e não desperdiçava a oportunidade de ameaçar os visitantes, que conseguiram o empate ao minuto 17, com golo de Pedro Lugo.

Respirava-se vontade de ganhar no terreno de jogo, e passado pouco tempo, com um tiro

O jovem luso-descendente Diego Ferreira tomou muito a sério a sua vontade de alcançar o pódio durante a primeira temporada na Star Mazda Series, representando a escudaria Juncos Racing, e está cada vez mais perto do pódio.

Desta vez foi durante a 11.ª prova, a Mazda Raceway Laguna Seca, que decorreu em Monterey, Califórnia, de 6 a 9 de Setembro, que o piloto nascido em Maracay conseguiu uma importante recuperação com a qual conseguiu aproximar-se do pódio, ao ter chegado à bandeira aos quadrados na quarta posição, com a qual somou pontos importan-

O Quadrilátero

Com golos de Javier Guarino e José Luis Granados, a equipa merengue conseguiu a sua primeira vitória da temporada pois os merengues foram sempre superiores, com pelo menos oito ameaças de golo.

Cumprindo na Copa Venezuela

de livre do lado direito, Ángel Chourio recebeu a assistência de José Luis Granados, que meteu a bola na baliza oriental pela segunda vez.

Foi assim que o Esppor conseguiu demonstrar quem

mandava em casa, mantendo o visitante ameaçado, apesar de o Monagas ter sido muito mais aguerrido durante o segundo tempo, atitude que só serviu para que os caraquenhos não tivessem marcado mais golos,

Diego Ferreira cada vez mais próximo do pódio Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com

carla salcedo leal

Luso-descendente conseguiu o quarto lugar na Mazda Raceway Laguna Seca

Dando continuidade ao bom momento, a equipa da capital aproveitou o bom ambiente dos balneários e conseguiu manter a vantagem obtida no encontro de ida da Copa Venezuela, vencendo por 1-0 ao Deportivo Metropolitanos. A equipa de Charles López soube administrar o golo a favor, alcançando a próxima ronda da Copa Venezuela, depois de empatar 1-1 no Brígido Iriarte, com golo de José Barros no primeiro minuto da etapa complementar.

Os merengues defrontam agora a segunda ronda da Copa contra o vencedor da série entre o Monagas e o Angostura.

Enquanto isso, o clube da capital continua a preparar-se para continuar com a senda de bons resultados no Torneio Abertura.

tes e cumpre o seu objectivo de aproximar-se dos três primeiros.

No domingo, 9, Ferreira arrancou na 5.ª posição. “Bom, pessoal, aqui de volta outra vez com um grande 4.º lugar, depois de uma corrida impressionante que se decidiu na última curva.

Precisava de mais uma volta para ficar em 2.º! Estava a apanhá-los nas últimas voltas, mas um desatenção fez com que ficasse em desvantagem”, escreveu na conta de Twitter @DiegoFerreira57.

Através da rede social dos 140 caracteres, Ferreira, que se mantém em contacto directo com os seus seguidores, também declarou sentir-se contente mas não conformado com o resultado obtido, pelo que continuará a procurar somar pontos e alcançar um lugar de honra nas próximas provas. “Não imaginam a vontade que sinto de chegar ao pódio, está muito, muito próximo. Depois deste fim-de-semana, aqui em Laguna Seca”, escreveu.

Ferreira vai para a pista de novo durante os dias 10 e 11 de Outubro, no Indianápolis Motor Speedway de Indiana, onde participará numa Prova Aberta Oficial.

O êxito dos Paralímpicos 2012 Pela primeira vez na história dos Jogos Paralímpicos foram batidos tantos recordes a nível da organização, sendo um dos mais importantes o facto de terem sido vendidos um pouco mais de dois milhões e 700 mil bilhetes para este evento, em que os atletas deixam a alma em campo e trazem satisfações para os seus países.

Há um par de semanas comentava nesta crónica que deveríamos estar orgulhosos destes rapazes como dos atletas olímpicos, e hoje ratifico esse pensamento, já que apesar de todas as limitações que estes jovens possam ter, pela primeira vez a Venezuela consegue trazer para casa 13 diplomas e duas medalhas de bronze.

A façanha pode ter surpreendido muitos, mas o certo é que quem esteve com a delegação que representou a tricolor nacional, testemunhou o entusiasmo e a vontade de superação com a qual estes venezuelanos decidiram enfrentar a contenda internacional, que para muitos é um sonho inalcançável. É justamente esse entusiasmo que todos os venezuelanos deveriam ter por quem vive neste pais, ainda mais se forem atletas.

Não importa se é basquetebol, futebol, beisebol, o importante é manter-se com vontade de lutar de ganhar, sempre e quando a competição seja limpa e justa, e demonstrar, assim, que, com esforço e empenho, tudo pode ser alcançado.

Agora, a delegação venezuelana que foi a Londres elevar bem alto o nome desta terra regressa com mais esperança, com muitos mais sonhos, e também com muitas mais possibilidades de superar-se. Recebamos a delegação com um aplauso que nos saia do coração, pois eles fizeram-nos recordar que quando queremos realmente algo, podemos consegui-lo, com trabalho e esforço. Bravo, rapazes!

O jornal da comunidade luso-venezuelana Caracas, 14 a 20 de Setembro de 2012

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Encontro com...

Miguel Ángel Landa “Fui um português adoptado” Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com

Quando alguém na Venezuela ouve a frase “faz bem e não olhes a quem”, vem à mente o nome do homem que se tornou num ícone da televisão venezuelana. Trata-se de Miguel Ángel Landa, actor, animador e director de cinema que está no meio artístico há mais de 40 anos e que continua incansável no mundo das artes cénicas.

Landa nasceu em La Pastora, uma humilde e tradicional zona de Caracas, em 1938, e iniciou estudos superiores de representação em Itália. Após um episódio laboral amargo no canal que se tinha tornado no seu lar, decidiu enveredar pelo que chamou de “descanso voluntário”, que durou pouco mais de 10 anos. Durante esse tempo, entrou no mundo dos negócios, e ainda lutou para recuperar a sua saúde.

Foi empresário, produtor, executivo e apresentador, e depois de 17 telenovelas, nas quais conviveu com algumas das mulheres mais belas do país, e de quase 20 anos ininterruptos a fazer rir as famílias venezuelanas em horário nobre com as suas piadas e ‘sketches’, regressa agora ao grande ecrã com a comedia romântica ‘Papita, maní, tostón’, que se estreia nas salas de cinema em 2013.

Trata-se de uma comédia em que dois fervorosos adeptos de equipas eternas rivais – Leones del Caracas e Navegantes del Magallanes – se apaixonam; os ânimos vão aquecer entre os

como bons adeptos, brigamos, odiamo-nos, insultamo-nos e depois abraçamo-nos, beijamonos e até tomamos um whisky ou uma cerveja. ‘Caraquistas’ e ‘magallaneros’ também têm o seu Romeu e Julieta.

Há alguns meses, participou em ‘El manzano azul’, um filme que chamou muito a atenção.

Sim, a experiência foi sensacional, foi um filme que teve um grande êxito, esteve três meses em cartaz em Caracas e a receptividade das pessoas foi espectacular. Toda a gente gostou, tinha umas mensagens e umas reflexões muito boas, que agradaram muito, e o trabalho dos actores também agradou.

Você é uma referência para as novas gerações do cinema. Que conselhos lhes pode dar?

O cinema é a minha paixão, da qual desfruto. Eu diria aos jovens cineastas e futuros actores que o trabalho e o estudo são sinónimos de êxito. Também é preciso paciência, como em tudo, até para esperar pela luz natural ideal para gravar uma cena específica e estupenda.

O actor, animador e director de cinema e teatro reencontra-se com o público venezuelano, tanto no cinema como no teatro.

enamorados, que se vêem na necessidade de encobrir a relação perante as famílias.

O CORREIO conversou com Miguel Ángel Landa sobre os projectos nos quais participou nos últimos tempos, entre os quais se destaca o filme ‘El Manzano Azul’, e sobre os seus planos para o futuro.

mais de 10 anos e as pessoas ainda o recordam...

Entendo isso, porque foram quase 20 anos com a melhor das críticas, e apesar de as caras serem esquecidas se não estiverem no ar, o que é certo é que fiz muitos filmes e tive a sorte de o meu trabalho sempre ter agradado.

Há muito tempo que não é visto na televisão. A que se dedicou?

Dediquei-me ao teatro e ao cinema. Estive três meses a fazer teatro em Margarita, depois estive uma temporada em Caracas, e agora estou a gravar um filme, depois estarei noutro, e nalguns espectáculos que estão pendentes.

Nesta momento, está em plena rodagem de ‘Papita, maní, tostón’. O que nos pode dizer sobre esta experiência?

Na verdade estamos muito contentes porque é uma comédia que tem muito a ver com o venezuelano. Trata-se de uma espécie de Romeu e Julieta que se encontram no estádio, um local onde todos nos encontramos. Ali vamos demonstrar que,

‘Bienvenidos’ saiu dos ecrãs há

Manteve algum contacto com a comunidade portuguesa na Venezuela?

Centenas de experiências porque fui camionista. Vendia refrescos e havia sete portugueses a vender refrescos comigo, e não podem imaginar a quantidade de recordações que tenho deles, fui um português adoptado. Gosto muito dos portugueses, e em ‘Bienvenidos’, trabalhei com uma portuguesa, Lenny Alves, que me encantava. Ela casou-se e foi viver para Portugal.

Que mensagem pode enviar à nossa comunidade?

A verdade é que gosto muito deles e agradeço-lhes sempre o facto de terem feito desta a sua segunda terra, que a queiram tanto e tenham trabalhado tanto para ela, pelo que da minha parte, envio-lhes um forte abraço.