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Pré m i o Ta le n to d a C o m u n i ca çã o S o c i a l 2 0 0 9 O jornal de comunidade luso-venezuelana • Caracas, 16 a 22 de Novembro de 2012 • Publicação Semanal Nº 481
Ano 12 • Depósito Legal: 199901DF222 • BsF. 5,00
Cardiologistas Governo continua a destruir armas Conselheiro apela à união dos media lusos e crioulos juntam-se em investigação A Direcção Geral de Armas recebeu 5023 armas, e para o final do mês, está prevista a destruição de 38.101. Do total, 2156 armas foram apreendidas pelos departamentos de polícia, e 2867 encontravam-se depositadas no Corpo de Vigilância de Trânsito Terrestre. / P.3
/ P.3
Açores é a região mais católica do país / P.8
O conselheiro Luís dos Santos Jorge, que participou no Fórum dos Media Portugueses, considera que a criação de uma associação a nível mundial dos órgãos de comunicação social na Diáspora reforça o papel da emigração portuguesa. / P.4
Seis oradores vão debater contributos para Portugal
Luso-descendente quer liderar Partido Liberal canadiano
/P.12
cultura
CSM vence V Festival de Folclore Infantil / P.22
desporto
Real Esppor mantém senda de vitórias / P.30
pub
O Encontro de Gerações, iniciativa impulsionada pelo Banif, DIÁRIO de Noticias da Madeira e CORREIO da Venezuela, regressa este fim-de-semana ao Centro Português, com convidados de luxo. Além do convidado especial, José Cesário, secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, participam como oradores Elda Garcés, David Morgado, José Luís Ferreira, Carlos Pinto, David Pinho e Joel Freitas, que vão expor as respectivas visões sobre como as gerações de portugueses radicados neste país podem ajudar Portugal a sair da crise em que se encontra. / P.13-20
2 a semana
16 a 22 de Novembro de 2012 // CORREIO Da VENEZUELA
Editorial
Clasificação
Trabalho com resultados Este ano já foram apreendidas pelas autoridades policiais venezuelanas 54.737 armas de fogo. Na semana passada foram postas nas mãos da DAEX, retiradas dos circuitos operacionais criminosos, mais cinco mil armas. Desde 2003 foram destruídas 287.838 armas de fogo, segundo números divulgados recentemente pelo Ministério do Poder Popular para as Relações do Interior e da Justiça. Os números impressionam. Quer pela dimensão do problema, quer pelo sucesso das autoridades. Trata-se de um trabalho com resultados bastante interessantes, que esperamos possam ter uma repercussão ainda maior e mais positiva no futuro e inverter a onda de insegurança que, tem caracterizado a vida dos cidadãos venezuelanos e de todos quantos vivem neste país. Desde há alguns anos que as autoridades venezuelanas, expostas perante uma sucessão interminável e, muitas vezes, crescente, de actos de banditismo, têm respondido que estão no terreno, num processo de reorganização das forças policiais e de investigação criminal, com vista a torná-las mais eficientes, e trabalhando para encontrar culpados e sobretudo as ligações operacionais dos bandos de malfeitores que não dão descanso a ninguém. Trata-se de um trabalho que exige paciência, conhecimentos técnicos, tempo e alguma serenidade, já que as grandes manchetes nos jornais ou as reportagens televisivas sobre as acções sobre os bandidos em nada facilitam a perseguição determinada aos que controlam o crime. Os cenários sugerem o recato e ajuda de todos os sectores da sociedade para que essas acções tenham resultados mais persistentes e para que as situações se consolidem. Os números agora divulgados mostram a impressionante dimensão do problema e sugerem medidas mais acertadas para lidar com esta tragédia, em que a proliferação de canais ilegais de distribuição de armas de fogo é tida como uma das piores ameaças à segurança pública e nacional. A questão da insegurança é transversal a toda a actividade pública e privada na Venezuela. Podemos dizer que a actividade de todos os cidadãos está condicionada e todos actuam de acordo com critérios de segurança e intimidados pela eventual possibilidade de serem a próxima vítima deste filme de terror. Infelizmente. A comunidade portuguesa, por ter no seu seio uma percentagem muito grande de comerciantes, sente-se muito insegura neste cenário em que a lei da bala impede o normal desenvolvimento da vida quotidiana e o crescimento da Venezuela. Face aos números divulgados achamos que, em primeiro lugar, devemos procurar entender os esforços das autoridades, e perceber que perante tal dimensão, o trabalho positivo que está a ser desenvolvido por todos quantos estão empenhados nesta luta, uma autêntica guerra sem quartel, deverá repercurtir-se em breve na sociedade venezuelana. Todos os dias vemos centenas, até milhares de agentes policiais nas ruas. Há um crescente policiamento das auto-estradas e dos centros urbanos. A constante presença policial é reveladora desse interesse em combater o banditismo, pelo facto de ser altamente redutora da actividade criminosa. Se os números mostram trabalho, esperamos que a atitude seja séria e determinante no propósito de liderar uma luta que amedronta um país inteiro e que custa milhares de vida por ano.
Grupo Editorial
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Director Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Gerente: Carla Vieira Editor Sergio Ferreira Soares Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda. Piso 5, ofic. 45H-3. Las Mercedes, Caracas. Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: editorial@correiodevenezuela.com
Muito Bom
Muito Mau
A criminalidade é um tema que continua a preocupar todos quantos vivem neste país. Mas nesta oportunidade temos razões para celebrar. A iniciativa da Comissão de Desarmamento, que vem promovendo a destruição de armas em todo o território nacional, já superou a cifra de 50 mil armas retiradas das ruas e destruídas pelas autoridades nacionais durante o corrente ano. Que venham – e desapareçam - outras 50 mil armas... Não desistam!
Portugal vive um dos piores momentos da sua história, fruto de uma crise relacionada com uma dívida gigantesca criada irresponsavelmente por sucessivos governos nas últimas décadas. O país tem de pagar as suas dívidas e aprender a crescer sem outras alavancas que não as da qualificação e a dedicação da sua força de trabalho. O direito à greve é inalienável. Mas as paralisações gerais, como de quartafeira, só servem para acentuar ainda mais os efeitos da crise e debilitar uma economia já muito fragilizada...
Fotoflash
O estudo promovido pelas Sociedades de Cardiologia da Venezuela e de Portugal, que se leva a cabo com o apoio do Consulado Geral de Portugal em Caracas, é uma iniciativa que demonstra, mais uma vez, os estreitos laços entre ambas nações, e, especialmente, entre ambos os seus povos. Com este estudo, ambas sociedades médicas vão procurar dar respostas sobre como melhor prevenir os problemas de saúde de ambas populações. Assim, todos, sem distinção, devem colaborar com os investigadores no levantamento técnico-científico a realizar para a elaboração do estudo.
Chefe de redacção Sergio Ferreira S. |Jornalistas Carla Salcedo Leal, Joel Melin Abreu, Kenner Prieto, Antonio Da Silva |Correspondentes Edgar Barreto (Falcón), Carlos Balaguera (Carabobo), Sandra De Andrade (Aragua), Trinidad Macedo (Lara), Silvia K. Gonçalves (Bolívar), Ricardo Santos (Nueva Esparta), Luis Canha (Mérida), Antonio Dos Santos (Zulia) |Colaborações Raúl Caires, Catanho Fernandes, Arelys Gonçalves, Victoria Urdaneta, Jean Carlos de Abreu, Shary Do Patrocinio, Fernando Urbina, Antonio López Villegas, Isabel Idárraga, David Rodríguez, Luis Jorge Do Santos |Administração Ma.Fernanda Pulido |Publicidade e Marketing Carla Vieira |Paginação Elsa de Sá |Fotografia Silvia Di Frisco|Secretariado Fátima Melo |Distribuição Luis Alvarado, Carlos Agostinho Perregil R. |Impressão Cadena Capriles, Operadora La Urbina C.A. Caracas -Venezuela |Tiragem 15.000 exemplares |Fontes de Informação Agência Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa.
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Segurança é prioridade no último trimestre de 2012 Joel Melin Abreu kprieto@correiodevenezuela.com
A Direcção Geral de Armas e Explosivos (Daex) recebeu, no passado dia 8, um total de 5023 armas, e para o final do mês, está prevista a destruição de 38.101. Do total, 2156 armas foram apreendidas pelos departamentos de polícia, e 2867 revólveres encontravam-se depositados no Corpo de Vigilância de Trânsito Terrestre. A mesma entidade indicou que existem na Sala de Provas 8783 armas e 20.052 munições, recolhidas nos departamentos de polícias auditados. Recentemente, foram destruídas em Lara 16.636 armas, uma quantidade que somada aos números já conhecidos no ano em curso, totalizam 54.737 armas apreendidas e destruídas no país, este ano. Por outro lado, as autoridades competentes asseguram que desde 2003 até à data, foram destruídas 287.838 armas de fogo em todo o território nacional.
Operações de segurança
Durante o fim-de-semana de
Este ano, 54.737 armas apreendidas serão destruídas em todo o país. Há ainda operações com departamentos de polícia e guardas nacionais autorizados para a ‘Gran Misión - A Toda Vida Venezuela’. que representa 17.374 litros. Para esta quinta-feira, dia 15, a Polícia Nacional Bolivariana (PNB) tinha agendada a distribuição de 200 motocicletas, 200 veículos e 900 funcionários em diferentes sectores da Grande Caracas, em prol da continuidade da ‘Gran Misión - A Toda Vida Venezuela’.
Segurança Bancária
10 e 11 deste mês, 9 mil efectivos da Guarda do Povo espalharamse pela Grande Caracas, onde realizaram diversos procedimentos contra a delinquência que tiveram como resultado 48 cidadãos detidos por diferentes delitos, 18 armas de fogo apreendidas, dois equipamentos de fax, 137 munições de diferentes calibres, 536 gramas de diversas drogas, traduzidas em 1072 doses, e 2174 caixas de cervejas, o
54.737
armas apreendidas e eliminadas em 2012
9.000
efectivos foram distribuídos pela Grande Caracas desde o passado dia 10 de Novembro
Cardiologistas lusos e crioulos juntam-se em investigação Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia e a Sociedade Venezuelana de Cardiologia promovem, desde o passado dia 13, e ao longo de duas semanas, o ‘Estudo Cidade Luso-Venezuelana – Factores de risco cardiovascular na comunidade lusa que vive na Venezuela’. Os trabalhos decorrem no Consulado Geral de Portugal em Caracas e fazem parte de um programa de cooperação entre os dois organismos. Com este estudo, os responsáveis esperam compilar dados de pelo menos 200 portugueses de três gerações distintas. No dia do início oficial do estudo, marcaram presença entidades
do Consulado, representantes da Embaixada e de ambas as sociedades médicas, através da comissão que trabalha no projecto, bem como Gabriel D’Empire, presidente da Sociedade Venezuelana de Cardiologia, e Juan Marques, presidente da Sociedade Luso-Venezuelana de Médicos. O grupo de médicos trabalha no edifício consular, no qual os interessados em participar no estudo são avaliados em diferentes locais, durante um período curto. O primeiro passo é um exame de sangue, que dará, de forma imediata, os valores que os médicos precisam de saber. Depois, um médico mede a tensão do voluntário, assim como o peso e a estatura, e por último, deverão preencher um pequeno
formulário, com a disponibilização de uma série de dados referentes aos hábitos de vida. Não há limite de idades para participar neste estudo, assim como não há restrições de sexo ou da geração a que pertence. As entidades responsáveis sublinham que quem decidir participar na recolha de dados, pode dirigir-se ao consulado na parte da manhã, sem necessidade de ter hora marcada.
Trabalho em conjunto pela comunidade
Vale a pena destacar que esta é a primeira vez que um estudo deste género é levado a cabo na América Latina, pelo que as entidades e médicos de ambos os países prometem estar atentos aos resultados que surjam da in-
O Comando Nacional Guarda do Povo activou, na passada quarta-feira, um dispositivo de segurança em todas as entidades bancárias dos Estados de Miranda, Vargas e Distrito Capital para fortalecer a segurança dos cidadãos, de maneira a que todos os venezuelanos que vão recolher os seus subsídios e abonos o façam de forma tranquila. O desenvolvimento da operação começou no Distrito Capital, Vargas e Miranda, com 1.500 homens, e o mesmo acontecerá paulatinamente nos diferentes Estados do país.
vestigação. “O Consulado decidiu abrirse ao tema da saúde porque nos parece importante e que porque também precisa de atenção, e a forma como as pessoas acolheram a ideia do estudo é positiva. Todos os que vieram hoje (terçafeira) resolver questões relacionadas com documentação estão dispostos a participar no estudo. Acho que este é o futuro, que o Consulado possa envolver-se em temas novos e interessantes, dos quais possam sair resultados práticos, porque este é um estudo útil tanto para Portugal como para a Venezuela. Será uma maneira de ficar a conhecer mais a fundo os factores de risco na saúde da nossa gente”, disse ao CORREIO Paulo Martins dos Santos, cônsul geral de Portugal em Caracas.
Avanços médicos na sociedade
“Os estudos epidemiológicos são importantes porque permitem conhecer e avaliar os factores de risco de uma população, e proporcionam a elaboração
Breves Chuvas em Miranda afectam 39 casas O director da Protecção Civil do Estado de Miranda, Víctor Lira, informou que cerca de 39 casas ficaram inundadas no sector Palo Blanco, no município Acevedo, no passado dia 10 de Novembro, sábado, devido às fortes precipitações. O responsável assinalou que não houve feridos nem perda de equipamentos e faz um apelo aos moradores das zonas em risco para que abandonem as casas para “preservar a vida”.
Brigada nacional chegou a Cuba após a passagem do ‘Sandy’ Uma brigada de 102 canalizadores, pedreiros, carpinteiros e electricistas venezuelanos chegou a Santiago de Cuba para apoiar os trabalhos de recuperação que se realizam nessa província do oriente da ilha arrasada pelo furacão ‘Sandy’. A Venezuela enviou para Cuba vários aviões e um navio da marinha de guerra com centenas de toneladas de alimentos e água para os desalojados pelo ‘Sandy’, que a ONU estima em 1,3 milhões de pessoas.
de um plano para abordar esses problemas através da prevenção. Este tipo de estudos já foi realizado noutras partes do Mundo, mas esta é a primeira vez que se faz algo assim na América Latina, e sentimo-nos orgulhosos”, adiantou o especialista Gabriel D’Empire. Não se trata apenas de saber se os portugueses que vivem na Venezuela estão mais ou menos doentes que o resto da população ou do que quem ficou em Portugal, mas de estudar os seus hábitos alimentares, o estilo de vida, as rotinas, entre outros factores de influência na saúde, e como se repercutem nas gerações seguintes. Juan Marques, promotor do estudo, adiantou que um dos pontos importantes nesta investigação é que a comunidade terá acesso aos resultados logo que estes estejam prontos. “Isto põe em prática um convénio que já foi assinado há cinco anos, e que se acaba de renovar, entre as Sociedades Portuguesa e Venezuelana de Cardiologia”, disse o médico de origem portuguesa.
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O conselheiro Luís dos Santos Jorge considera que a criação de uma associação a nível mundial dos órgaõs de comunicação social na Diáspora reforça o papel da emigração portuguesa. “Independentemente de outros órgãos que existam neste sector, acho que é uma iniciativa de louvar e à medida em que este projecto de uma representação própria a nível político e institucional for avançando vai ser importante porque vai dar muito mais visibilidade às nossas comunidades. Na verdade, a imagem das nossas comunidades, na maior parte das vezes, não passa de acordo com as realidades que se vivem nos países onde se ficam”, disse Luís Jorge ao CORREIO, no final do Fórum dos Media Portugueses, realizado em Lisboa. Essa associação funcionará como órgão agregador e promotor do trabalho que tem sido feito por esse Portugal que vive fora de Portugal? Aqui há duas vertentes a ter em conta: primeiro, como afirmação da nossa emigração; segundo, porque Portugal poderá beneficiar desta associação. E neste caso, não apenas a diplomacia em si, como também a diplomacia económica, pois a associação pode atingir uma dimensão que pode ajudar muito Portugal, inclusivamente a sair da crise, porque os órgãos de comunicação social no estrangeiro que a integram, além da difusão da língua e da cultura portuguesas, têm capacidade para ser um veículo de novos investimentos de emigrantes em Portugal, e no sentido inverso para a promoção das exportações portuguesas. O que é que é o Conselho das Comunidades Portuguesas actualmente? O Conselho das Comunidades Portuguesas está neste momento a passar por uma transformação. Existe uma proposta de alteração da legislação que o criou e regulamentou, em discussão na Assembleia da República. Trata-se de um órgão muito importante e é um projecto que tem vindo a afirmar-se contribuindo em muito na área social das nossas comnunidades, inclusivamente no intercâmbio de informações. Tem sido um porta-voz da Comunidades. É claro que nem sempre se consegue aquilo que se pretende. Mas temos conseguido alguma coisa. No caso da Venezuela obtiveram-se avanços muito satisfatórios através dos conselheiros, como a concretização das Jornadas Consulares, a criação do consulado honorário dos Los Teques e a transformação do escritório
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Entrevista Conselheiro Luís Jorge
“Associação dos Media Portugueses reforçará importância da Emigração” Venezuela tem trabalho e precisa de muita mão-de-obra. Os Portugueses sempre foram bem recebidos consular da cidade de Barcelona em consulado. As redes dos serviços consulares existentes hoje na Venezuela não têm nada a ver com um passado recente. Existe um melhor relacionamento das autoridades diplomáticas e consulares portuguesas com a sua comunidade. Desde há cinco anos que essa relação deu uma volta de 180 graus. Não tem nada a ver com o que se vivia antes: a relação do embaixador, das entidades e dos serviços consulares com os portugueses que lá vivem é completamente diferente e aquela que consideramos mais acertada. Em Valência havia lista de espera para meros actos de registo que, nalgumas vezes, demoravam mais de um ano. Um passaporte, neste momento, obtém-se de uma semana para outra. Isso acontece por haver mais interesse das pessoas que lá estão ou porque o sistema também mudou? Há mais vontade e organização. Mas há também uma modernização tecnológica, que é o novo registo de identificação chamado Sistema Integrado de Registo e Identificação Civil que permite aos portugueses no estrangeiro uma maior simplificação de procedimentos, já que os prazos anteriores eram incomportáveis. O SIRIC insere-se no programa “Simplex” da Administração Pública Portuguesa, implementado no final da década passada. Que outras reivindicações vos transmitem os portugueses que vivem na Venezuela? Há preocupações que sempre que conseguimos estar em reu-
apoios do Estado Português. Devido à crise, Portugal teve de cortar nessa área. Temos de contar que na Venezuela nem todos os imigrantes são ricos, há muitos a passar necessidades e neste momento os cortes afectaram mais de 50% dos que recebiam pensões. Deve de andar à volta dos 200 os que ainda são beneficiários desses subsídios do Governo de Lisboa. Quantos portugueses vivem oficialmente na Venezuela? Registados nos consulados de Caracas são cerca de 250 mil e em Valência igual número. As autoridades portugueses arriscam a dizer que estão na Venezuela cerca de 600 mil portugueses que com os descendentes ultrapassa bem um milhão de pessoas. Qual a força do português que vive hoje na Venezuela? Os portugueses na Venezuela, também graças ao Povo Venezuelano, são pessoas muito queridas, pessoas que se integraram muito bem. E entre estes, o que são oriundos da Madeira constituem uma comunidade muito importante, cerca de 70% dos portugueses. São pessoas que tiveram algumas dificuldades, inclusivamente no domínio da língua. O grande poder económico da comunidade Portuguesa na Venezuela é da comunidade madeirense. Hoje os Portugueses são sinónimo de confiança, trabalho, seriedade e lealdade.
O conselheiro Luís dos Santos Jorge, nasceu em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro. Tem 43 anos, é casado e tem uma filha. Vive em Caracas desde há vinte anos, quando veio para cá como jornalista da cadeia televisiva portuguesa SIC. Por cá ficou, depois de abandonar o seu trabalho de jornalista. Fez uma graduação em Gestão Empresarial na Universidade de Caracas. Depois de alguns anos, em empresas de Caracas, montou o seu próprio negócio, no comércio da distribuição automóvel. Foi eleito para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) na Venezuela. Integra as listas do Partido Socialista. É portavoz do CCP para a Comunicação Social. niões deste tipo procuramos transmitir, dominadas pela falta de segurança. Sabemos que é um problema que não diz apenas respeito aos Portugueses, é transversal e afecta todos os que vivem na Venezuela, incluindo os venezuelanos, mas realmente os portugueses estão mais expostos. Felizmente temos a felicidade de ter um inspector da Polícia Judiciária Portuguesa, adstrito à Embaixada em Caracas, que faz um bom trabalho, mas não pode interferir com as autoridades venezuelanas. Nos queríamos mais e chegámos a propor ao governo a criação de um gabinete de apoio aos portugueses, que funcionaria dentro do consulado, e que deveria integrar mais três técnicos:
um assistente social, um jurista e um psicólogo, para darem apoio aos que são vítimas de sequestro ou de outras formas de violência. Nós tínhamos um conselheiro social no consulado que regressou a Portugal e que faz falta na Venezuela para coordenar um gabinete. Estamos a sofrer impactos grandes. Este ano vamos com 72 raptos na Comunidade Portuguesa, além dos muitos homicídios que já se registaram. Esse gabinete poderia, por exemplo, dar melhor atenção aos portugueses que vivem em piores condições económicas? Na verdade conhecemos casos de pobreza. Tínhamos há dois anos 850 pessoas a beneficiar dos
Há lugar na Venezuela para mais Portugueses? A Venezuela, depois de Portugal, é o melhor país do mundo. Com muitas oportunidades. Há trabalho e o país precisa de muita mão-de-obra. Um português que não tenha trabalho em Portugal pode arriscar, com os cuidados necessários, ainda devido ao problema da segurança. Eu costumo dizer aos meus amigos que na Venezuela está tudo para fazer e o português é dinâmico e inovador e em qualquer ramo encontra trabalho na Venezuela. Há outros países latino-americanos com excelentes oportunidades para os portugueses? Além da Venezuela, que tem sido nos últimos dois/três anos uma ponte para os empresários portugueses, há outros, não obstante alguns receios por alguma insegurança jurídica. Existe uma transformação política na Venezuela. Temos um governo há 14 anos com coisas menos boas, mas outras boas, sobretudo na área social. O Chile é um país com desenvolvimento grande, também a Colômbia, além do Brasil. São países com grandes oportunidades.
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II Curso de Culinária terminou em Valência CORREIO da venezuela editorial@correiodevenezuela.com
Ana Maria e Rui Urbano encerraram, perante uma assistência que encheu por completo a Sala de Exposições e Conferências do Consulado-Geral em Valência, o II Curso de Culinária por este organizado. Não obstante aberto apenas a 25 alunos, com o objecto específico de lhes permitir desfrutar de todas as valências curriculares, a última aula contou com perto de meia centena de presenças. Efectivamente, o interesse que esta actividade despertou junto de muitos valencianos, não apenas por ser original como também por demonstrar uma qualidade que surpreendeu os organizadores e os alunos, tem levado a que o Consulado-Geral seja contactado frequentemente no sentido de organizar uma III edição. O assunto está a ser analisado pelo titular do posto pois, segundo o mesmo, a multiplicidade de actividades programadas para o primeiro semestre do próximo ano é de tal forma variada e contínua que, dificilmente, o ConsuladoGeral poderá contar, para o efei-
Não obstante aberto apenas a 25 alunos, com o objecto específico de lhes permitir desfrutar de todas as valências curriculares, a última aula contou com perto de meia centena de presenças to, com a Sala de Exposições e Conferências. Registe-se que este II Curso, à semelhança do precedente, contou com uma parte cultural que a todos encantou. Com efeito, tanto no início como no termo de cada aula foram tocadas diversas músicas, por uma jovem luso-venezuelana, Andreia de Vergel, a qual, consequência do seu eclectismo, recorreu a temas do folclore nacional, jazz, blues e pop. Da mesma forma, diversos alunos tiveram como missão, rotativamente, apresentar a biografia e declamar alguns poemas dos mais consagrados autores portugueses e venezuelanos. A iniciativa, inédita ao nível da malha diplomática e consular lusa, fadada numa primeira análise a redundar em fracasso, temse revelado um êxito estrondoso e levado ao interior do posto os
aromas e os paladares do que de melhor se faz, sempre com o pensamento posto em Portugal, nos Estados de Carabobo e de Aragua. Tenha-se presente que a 24 do corrente mês o ConsuladoGeral irá promover um concerto de guitarra clássica, interpretado por Frank Maduro, a que se seguirá a inauguração de uma exposição de miniaturas, da autoria do já falecido artista Félix Mata, a qual retratará a cidade de Puerto Cabello colonial. Trata-se de uma iniciativa feita em parceria com a Secretaria de Cultura do Governo de Carabobo, a qual ficará patente ao público por 45 dias, o que atesta a excelência das relações existentes entre o Consulado-Geral e os mais altos órgãos da governação carabobenha. A 3 de Dezembro o almirante
Agustín Gonçalves irá palestrar sobre a constituição das fronteiras brasileiras, actividade integrada nas comemorações do ano Portugal-Brasil, e a 7 do mesmo mês, o Grupo de Câmara da Universidade de Carabobo, presidido pelo maestro Juan Pablo Correa Feo, desfilará um conjunto de músicas natalícias. Até ao Natal sairão a lume, ainda com a chancela do posto, duas novas colecções de postais: uma dedicada às aldeias históricas de Portugal e outra com poe-
mas de Fernando Pessoa. O início do próximo ano conta já com uma série de actividades bem delineada e estruturada, a qual se iniciará com uma conferência, também integrada nas comemorações do ano Portugal-Brasil, do general Humberto Seijas Pittaluga. Em suma, o Consulado-Geral continuará a surpreender e, sem qualquer apoio estatal, a marcar a diferença na malha diplomática e consular lusa espalhada pelo mundo.
Centro Social Castanhas e vinho ‘adoçaram’ Madeirense celebrou a festa de São Martinho do Dia da Cultura Joel Melin Abreu jmabreu@correiodevenezuela.com
Kenner Prieto Kprieto@correiodevenezuela.com
O Centro Social Madeirense de Valência, Carabobo, celebrou o 10.º aniversário do Dia da Cultura, no passado 4 de Novembro. O início da cerimónia esteve a cargo do presidente do clube, José Fernández, e da presidente do Comité de Cultura, Lilian Vargas. Durante o evento, foram entregues condecorações de mérito cultural ao comité fundador do departamento de Cultura e aos membros e directores das diferentes disciplinas. A noite foi animada pelo Grupo Coral Marlene dos Ramos, que comoveu o público com a sua música. O Centro Social Madeirense
levou para a celebração grupos como o Tablao Flamenco, Belly Dance Kayra, e o Danzas Nacionalistas, grupos que, com as suas danças singulares, encheram a celebração de alegria e cor. Lugar ainda para actuações de solistas como a da jovem Karen Macedo, que envolveu os espectadores com a sua bela voz cheia de ternura e muita simpatia. Karen conseguiu o primeiro lugar no Festival da Voz Feceporven, na categoria ‘Voz Blanca’, modalidade ‘Português’. Também Marco Paoletti e a filha, Paola Paoletti, foram muito aplaudidos depois de terem levado a cabo uma singular actuação. O toque mais típico da festa ficou a cargo do Grupo Folclórico Infantil.
S ócios e convidados do Centro Português em Caracas marcaram presença no clube por ocasião da Verbena de São Martinho ‘Castanhas e Vinho’, no passado dia 10 de Novembro, pelas 7:30 da noite. Antes do evento tradicional, foi celebrada uma missa, onde toda a comunidade portuguesa foi benzida. Posteriormente, teve início a cerimónia de oferenda dos fiéis à imagem do Menino Jesus, colocada sobre o tradicional presépio em escadinha montado no palco do recinto. Depois do momento de fraternidade e paz, começou a Verbena propriamente dita, que contou com música e comida típica de Portugal. As castanhas
e o vinho foram as grandes ‘estrelas’ da noite, e apesar das dificuldades sentidas pelos responsáveis do clube para conseguir as desejadas castanhas, os presentes puderam desfrutar de mais de 500 quilos deste fruto seco. “Estamos muito agradecidos pelo esforço da junta directiva em continuar com a tradição das castanhas na Verbena de São Martinho. Sabemos que não foi
fácil mas este evento representa, em grande parte, o que são as tradições lusitanas”, disse Fátima da Silva, accionista do clube. O entretenimento ficou a cargo de cinco grupos que foram marcando presença ao longo do evento, onde a música portuguesa e as gaitas venezuelanas se uniram para encher de ritmo a noite caraquenha no Centro Português.
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Açores é a região mais católica do país “A Madeira apresenta a menor diversidade religiosa”, segundo um estudo apresentado em Fátima e realizado pela Universidade Católica,
669 casos de dengue confirmados na Madeira
CORREIO/LUSA
Os Açores é a região mais católica do país e onde mais se reza, revela um estudo apresentado em Fátima, na quarta-feira, 14, e realizado pela Universidade Católica, patrocinado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Na Região Autónoma dos Açores “temos 91,9% de católicos, num quadro claro da região mais compactamente católico do universo da geografia das identidades em Portugal”, disse o coordenador do inquérito, Alfredo Teixeira. No caso dos Açores e da Madeira, regiões nas quais o inquérito se centrou, “a afirmação católica faz decrescer significativamente a presença de minorias religiosas”, enquanto “a Madeira apresenta a menor diversidade religiosa”, sublinha. Nas regiões autónomas sobressai entre os católicos um ligeiro predomínio das mulheres sobre os jovens, pode ler-se no documento que regista “o catolicismo mais jovem nas ilhas do que no continente. Nos Açores, a proporção mais elevada de católicos situase no escalão etário entre os 15 e os 24 anos (21,2%) e, no arquipélago da Madeira, entre os 25 e os 34 anos (22,5%), enquanto no Portugal continental o maior número de católicos encontrase na faixa etária daqueles que têm mais de 65 anos. O estudo complementa o inquérito nacional apresentado em Abril, intitulado “Identidades Religiosas em Portugal: representações, valores e práticas”, realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa. O inquérito realizado a cerca de quatro mil pessoas com pelo menos 15 anos revelou, então, que há cada vez menos católicos em Portugal e cada vez mais protestantes/evangélicos e Testemunhas de Jeová. O estudo, que pretendia perceber como é que os portugueses se situam perante o
Até agora não foram registados óbitos devido ao surto infeccioso.
ZÉLIA CASTRO DN MADEIRA
Em comunicado, emitido na quarta-feira, 14, a DirecçãoGeral da Saúde (DGS) avança que já foram notificados, desde 3 de Outubro, cumulativamente, 1357 casos de febre de dengue, dos quais 669 foram confirmados laboratorialmente e 688 são prováveis (apenas com sintomas, alguns aguardando confirmação laboratorial). A DGS diz também que já houve 89 internamentos e que, neste momento, se registam cin-
co. Até agora não foram registados óbitos. Em relação a casos de febre de dengue notificados (dados acumulados), em cidadãos com história de estadia recente na Madeira, já foram diagnosticados no continente nove casos, todos de evolução benigna. Já em cidadãos estrangeiros e pelos serviços de saúde de outros países foram detectados 11, todos também com evolução para a cura. A DGS informa que se mantêm as recomendações e as medidas implementadas para a prevenção e controlo do surto.
Macedo culpa “profissionais da desordem”
CORREIO/LUSA Os Açores é a região mais católica do país e onde mais se reza.
fenómeno religioso, revelou que, nos últimos onze anos, os católicos no continente diminuíram 7,4 por cento (%), passando de 86,9% da população para 79,5%. Ao contrário da tendência de diminuição de católicos, o inquérito demonstrou que duplicou a percentagem de pessoas com uma religião diferente da católica (2,7% em 1999 para 5,7%), assim como cresceu o número de pessoas sem qualquer religião (de 8,2% para
14;2%), um aumento que se sentiu em todas as categorias: os indiferentes passaram de 1,7 para 3,2; os agnósticos de 1,7 para 2,2 e os ateus de 2,7% para 4,1%. Entre a população crente com religião, a grande maioria continua a ser católica, mas tem vindo a reduzir o seu peso: no final do século passado representavam a quase totalidade dos crentes com 97%, enquanto agora esse grupo representa 93,3%.
O ministro da Administração Interna atribui a responsabilidade da carga policial, registada na quarta-feira, 14, em frente à Assembleia da República, a meia dúzia de profissionais da desordem “que devem ser travados”. Miguel Macedo fez questão de dizer que os desacatos nada têm a ver com a manifestação organizada pela CGTP, mas com os tais desordeiros que foram travados pela PSP. A polícia, garantiu o ministro, agiu quando devia e teve uma actuação sem nada a apontar.
Apesar dos rumores de que estavam elementos da PSP infiltrados entre os manifestantes que, durante uma hora, atiraram pedras da calçada contra a barreira policial que fazia a segurança do Parlamento, Macedo negou tal facto. Ao fim da tarde, a polícia dispersou a manifestação em frente à Assembleia da República à bastonada depois de ter aguentado uma hora de provocações e pedras. Pelas ruas das imediações do Parlamento houve mais carga, caixotes do lixo incendiados e, segundo a Lusa, tiros. A PSP confirmou que houve feridos e pessoas detidas.
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Funchal reforça pólo turístico do Mercado dos Lavradores A Câmara Municipal do Funchal promove de 16 a 24 de Novembro a Semana do Mercado Lavradores com o objectivo de dinamizar o característico mercado da capital madeirense, o comércio regional e o destino turístico Madeira. Na apresentação do evento, realizada esta semana nos Paços do Concelho da cidade, o presidente da Câmara, Miguel Albuquerque, anunciou que a iniciativa pretende converter-se num novo cartaz turístico, para a cidade e para a Região Autónoma da Madeira. A Semana Mercado Lavradores inclui animação, artesanato, degustação, doçaria, exposições, gastronomia regional, moda e workshops. Um conjunto de iniciativas que envolve todos os agentes ligados ao mercado, e que se concretiza a custos mínimos, numa ocasão em que esse aspecto é muito importante, face ao clima de recessão que se vive no País e de austeridade em que todas as instituições trabalham. O Mercado dos Lavradores na cidade do Funchal é uma das zonas mais visitadas pelos turistas que chegam à capital madeirense, quer os que se hospedam em hotéis locais, quer os milhares que mensalmente passam pelo Porto do Funchal, para os quais a excursão pela cidade, com passagem pelo Mercado,
é muito procurada. Também a população local aflui com grande frequência, sobretudo ao fimde-semana, em que centenas de agricultores oriundos das zonas rurais e interiores da ilha, se deslocam ao Funchal para venderem directamente os seus produtos hortícolas aos consumidores. A sexta-feira e o sábado são dias de grande colorido no Mercado dos Lavradores e é um dos cenários mais divulgados nas revistas e folhetos de turismo que propagam as belezas da Região Autónoma, pelo seu colorido e pela qualidade das suas frutas e flores, cartazes naturais da “Pérola do Atlântico”. Para concretizar esta iniciativa, a Câmara Municipal do Funchal conta com a colaboração da ACIF, Associação Barman da Madeira, Blandy’s Madeira Wine, Conservatório Escola das Artes, Escola de Hotelaria, FX Hotelaria, IVBAM, PEM, Proinov, QualiRam, RTP-Madeira, Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes e Universidade da Madeira. Na apresentação do evento à Imprensa, Miguel Albuquerque lembrou que o Mercado é um dos principais pólos de atractividade turística da Região, estimando a CMF que por lá passam cerca de 300 mil turistas por ano. A ideia é posicionar a Semana do Mercado numa altura do
A ideia é posicionar a Semana do Mercado numa altura do ano em que a Região não tem um grande atractivo e, lembra Albuquerque, Novembro é um mês importante para o Turismo. ano em que a Região não tem um grande atractivo e, lembra Albuquerque, Novembro é um mês importante para o Turismo. Como que a comprovar o que dizia, o presidente da Câmara lembrou que são esperados para este mês, no Porto do Funchal, 66 navios de cruzeiro. O ‘cartaz turístico’ vai ser desenvolvido com poucos gastos, por parte da autarquia. Diz o presidente que, quanto muito, haverá alguns encargos com a animação. A Semana do Mercado Lavradores vai contar com acções de animação, artesanato, degustação, doçaria, exposições, gastronomia regional, moda e “workshops”. Em todos os dias vai haver exposições fotográficas, artesanato madeirense e uma mercearia típica.
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Taxa de natalidade deve descer 20% CORREIO/LUSA
A taxa de natalidade deverá diminuir este ano cerca de 20%, mas a percentagem de prematuros em Portugal mantêm-se com um em cada dez bebés a nascer antes do tempo, alertou uma directora da Maternidade Alfredo da Costa. De acordo com a directora de pediatria da Maternidade Alfredo da Costa, Teresa Tomé, este ano deverá registar-se “a maior descida da taxa de natalidade dos últimos anos”: “prevêse uma redução de 20%, o que é imenso, mas os bebés com problemas e as situações de risco mantêm-se”. No ano passado, cerca de 9,7% dos bebés nasceram antes do tempo, contou à Lusa Teresa Tomé, nas vésperas do Dia Mundial da Prematuridade, que se celebra a 17 de Novembro. Em Portugal, nove em cada 100 bebés nascem com menos de 37 semanas de gestação e um por cento dos recém-nascidos tem menos de 1.500 gramas. Estas crianças podem ter problemas respiratórios, cardíacos ou oftalmológicos, que exigem apoios especializados. Alguns não conseguem sobreviver. “Esperemos que os cortes na saúde não prejudiquem os resultados que temos tido nesta área desde a década de 80, com uma redução muito grande da mortalidade infantil e bons
Estimativas referem-se a este ano. Percentagem de prematuros mantêm-se A CGTP tem a próxima jornada de luta marcada para 27 de Novembro.
CGTP elabora relatório de inconstitucionalidades do Orçamento de 2013 CORREIO/LUSA
No ano passado, cerca de 9,7% dos bebés nasceram antes do tempo
resultados a nível de sequelas e sobrevivência”, alertou Paula Guerra, da direcção da XXS - Associação Portuguesa de Apoio ao Bebé Prematuro, que está a organizar uma campanha de recolha de gorros e botinhas de lã para prematuros. Portugal é um dos três melhores países europeus na área de neonatologia, juntamente com a Suécia e a Inglaterra. No entanto, as duas responsáveis temem que, a longo prazo, a cri-
se e os cortes na saúde alterem a situação de destaque do país. Teresa Tomé já sente os efeitos das dificuldades financeiras das famílias no acesso aos serviços de saúde: “As pessoas telefonam com muita frequência para o hospital a dizer que faltaram à consulta porque não têm dinheiro para os transportes”. A directora da maternidade lisboeta lembra ainda que, para muitos, as taxas moderadoras são “pesadas e limitam o acesso”.
Berlim disponível para ajudar na criação de banco de fomento CORREIO/LUSA
A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira, 12, em Lisboa, que Berlim está disponível para ajudar na criação de um banco de fomento em Portugal, um dossiê que o Governo português está a estudar. “Queremos ajudar na implementação de um banco de fomento através do KfW [banco alemão de fomento], banco de reconstrução, queremos ajudar na implementação de um banco idêntico ou semelhante”, afirmou a líder alemã, na sessão
de encerramento do encontro empresarial luso-alemão, que decorreu no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Segundo
Merkel, este assunto foi abordado “detalhadamente” na breve visita que realizou a Portugal, que durou cerca de seis horas.
A CGTP vai promover uma petição em defesa das funções sociais do Estado para entregar na Assembleia da República e apresentar um documento com as inconstitucionalidades da proposta do Orçamento do Estado para 2013 ao Presidente da República. Estes anúncios foram feitos pelo secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, em conferência de imprensa na sede da CGTP, em Lisboa, na qual fez um balanço da greve geral de quarta-feira, 14, “A CGTP irá apresentar um manifesto em defesa das funções sociais do Estado”, disse o dirigente sindical, afirmando
que será também promovida uma petição no mesmo sentido, que espera reunir milhares de assinaturas, para “entregar na Assembleia da República”. Ao mesmo tempo, adiantou, a central sindical “vai avançar com a elaboração de um documento com as inconstitucionalidades” presentes na proposta do Orçamento do Estado para 2013, que a central sindical vai apresentar ao Presidente da República, Cavaco Silva. A CGTP tem a próxima jornada de luta marcada para 27 de Novembro, com uma concentração em frente à Assembleia da República para assinalar a data da aprovação final do Orçamento do Estado para 2013.
Taxa de desemprego jovem no 3º trimestre está perto dos 40% CORREIO/LUSA
A taxa de desemprego entre os jovens em Portugal continua a subir e chegou no terceiro trimestre aos 39%, afectando já 175 mil pessoas entre os 15 e os 24 anos, segundo o INE. No segundo trimestre de 2012, a taxa de desemprego nesta faixa etária era de 35,5%, com 149,7 mil jovens desempregados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística. De acordo com o INE, este salto representa um aumento de 17% em termos trimestrais e de 26,6% em termos homólogos, tendo sido um dos principais
motivos para a subida da taxa de desemprego total. Entre Julho e Setembro, a taxa de desemprego subiu no terceiro trimestre para os 15,8%, face aos 15% observados no trimestre anterior, com o número de desempregados em Portugal a ultrapassar os 870 mil, divulgou o INE. Entre o número de desempregados, há 137,5 mil com grau de ensino universitário (mais 45,8% do que no trimestre passado e mais 27,8% face ao trimestre anterior). Comparando com o mesmo trimestre de 2011, o desemprego atingiu mais 43,2 mil licenciados entre Julho e Setembro.
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Diáspora tem de conhecer melhor Portugal É importante unir-se na promoção do que de bom existe e se produz no nosso país, defende professor e empresário de Macau CORREIO/LUSA
O docente e empresário Pedro Lobo, residente em Macau, defendeu em declarações à agência Lusa que a diáspora portuguesa deve procurar conhecer melhor o país e unir-se na promoção do que de bom existe e se produz em Portugal. “A diáspora portuguesa, quer sejam emigrantes ou luso-descendentes, é muito diversificada e os que estão fora devem procurar conhecer a realidade do país para aproveitar oportunidades e
conhecer o que existe e o que se produz bem em Portugal”, considerou Pedro Lobo, que entre 22 e 24 de Novembro participa no fórum Luso-Talentos em representação de Macau e da China. Por outro lado, acrescentou, é importante que “quem está em Portugal tenha um conhecimento claro das potencialidades que a comunidade da diáspora pode gerar na promoção do nome do país no exterior e ajudar a gerar interesse pela economia portuguesa”. O primeiro encontro do fórum Luso-Talentos, que se
O primeiro encontro do fórum Luso-Talentos realiza-se no Porto este mês.
realiza no Porto, conta com a participação de portugueses e luso-descendentes residentes em França, Reino Unido, Luxemburgo, Canadá, Estados Unidos, Macau, Brasil e África do Sul. Pedro Lobo define como objectivo principal a criação de “grupos de trabalho que façam um desenho de metas e programas para os próximos dois ou três anos que permitam que
luso-descendentes e emigrantes possam de qualquer modo dar o seu contributo para a melhoria da ideia de Portugal, para melhorar a economia de Portugal”. De acordo com a organização, neste primeiro fórum pretende-se recolher ideias e a criação de projectos autónomos, que reforcem a ligação de Portugal à sua diáspora e inter-diáspora, nomeadamente pela “constru-
ção de projectos em comum”, que deverão ter “influência da sua luso-descendência” e que possam gerar “projectos de parceria” já a partir de 2013. O fórum dos Luso-Talentos pretende também cumprir um dos objectivos do Observatório dos Luso-descendentes na criação de “pontes e servir de plataforma” entre os luso-descendentes de Portugal e da diáspora.
Luso-descendente quer liderar PS critica postura do Governo face à Partido Liberal canadiano
comunidade de Andorra
CORREIO/LUSA
O luso-canadiano Charles Sousa, até agora ministro da Imigração do Ontário, anunciou a candidatura à liderança do Partido Liberal na província, processo que escolherá automaticamente o primeiro-ministro provincial. Charles Sousa, do distrito eleitoral de MisissaurgaSul e ministro provincial do Trabalho entre 2010 e 2011, junta-se agora a três outros candidatos oficiais à presidência do partido: Sandra Pupatello, antiga ministra dos serviços sociais, Kathleen Wynne e Glen Murray, estes dois deputados provinciais da área de Toronto. Aguarda-se ainda que nos próximos dias a lista de candidatos aumente, com o surgimento de mais políticos conhecidos. A corrida à liderança esta força partidária, a ser decidida na convenção marcada para o final de janeiro de 2013, apresenta a particularidade de tornar automaticamente o vencedor em primeiro-ministro do Ontário,
CORREIO/LUSA
na medida em este que irá prosseguir o mandato do titular cessante. Esta situação foi gerada a demissão de Dalton Mcguinty no passado dia 15 de outubro, quando havia cumprido apenas um ano do terceiro seu mandato consecutivo. Apesar de McGuinty justificar o afastamento com razões familiares, a sua demissão ocorreu no momento de forte polémica política à volta de dois casos: um sobre irregularidades no serviço de emergência aéreo provincial
com utilização de helicópteros, conhecido pela designação Orange; e o outro foram decisões tomadas pelo seu executivo relativas ao cancelamento de duas centrais a gás planeadas na província, com compensações de centenas de milhões de dólares. Na sequência da demissão, McGuinty decidiu igualmente cessar a atividade legislativa parlamentar no Ontário, o que, no entender da oposição, serviu para evitar o debate sobre aqueles dois dossiês.
O deputado socialista Paulo Pisco acusou, no passado 11 de Novembro, o governo português de ter “um problema de insensibilidade e de falta de respeito” para com a comunidade portuguesa do principado de Andorra, devido ao atraso na abertura de um consulado honorário. De acordo com a agência de notícias de Andorra, ANA, o deputado do PS, eleito pelo círculo da Europa, prestou declarações na sede do grupo parlamentar social-democrata andorrano, depois de visitar vários representantes da comunidade portuguesa Dezembro do ano passado, a criação de um consulado honorário no principado de Andorra para substituir a embaixada e o consulado encerrados no âmbito de uma reestruturação diplomática antes anunciada. Paulo Pisco considera que ter a estrutura diplomática encer-
rada há mais de um ano é uma “penalização” para os seus concidadãos. Em Junho, o deputado socialdemocrata Carlos Gonçalves afirmou em declarações à Lusa que o novo consulado honorário de Andorra seria inaugurado em breve, faltando apenas acertar “algumas questões técnicas”.
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Un Encontro com História
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Encontro vai apresentar contributos para Portugal José Cesário é o convidado especial desta edição, e está incumbido de recolher as ideias deixadas por seis oradores com reconhecida experiência em diversos âmbitos Sergio Ferreira Soares sferreira@correiodevenezuela.com
O Encontro de Gerações, evento que nasceu em 2002 numa iniciativa conjunta do BANIF - Banco Internacional do Funchal, SA, do DIÁRIO de Notícias da Madeira e do CORREIO da Venezuela, celebra 11 anos unindo as diferentes gerações de emigrantes portugueses e seus descendentes com a finalidade de salvaguardar os costumes e tradições portuguesas e tomar o pulso ao sentir português na Venezuela. Com o mesmo conceito que presidiu aos dez encontros anteriores, será dada oportunidade a alguns convidados para subirem ao palco do Salão Nobre do Centro Português, em Caracas, para dirigirem-se a todos os participantes no Encontro de Gerações. Quanto ao tema, a organização entendeu que este devia
procurar deixar “Contributos para Portugal”. Assim, será dada uma oportunidade para que as gerações mais recentes de lusovenezuelanos, oriundos dos vários estados da Venezuela, possam debater o papel da comunidade portuguesa lusa ante a situação em que se encontra Portugal e qual o contributo que poderá dar para ajudar o país a sair do crise que o atormenta. O convidado principal do encontro é o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que mais uma vez se desloca a este país para acompanhar os seus conterrâneos naquele que é considerado o magno evento da comunidade luso-venezuelana. Pela organização vão marcar presença no cenário o presidente da Comissão Executiva do Banif, Jorge Tomé, o subdirector do DIÁRIO de Notícias de Madeira, Agostinho Silva, e o director do CORREIO da Venezuela, Aleixo Vieira.
Joel Freitas: Conciliando a Engenharia de Produção e o dirigismo gremial O convidado mais jovem a subir ao palco instalado no Salão Nobre do Centro Português, em Caracas, será Joel Freitas; um engenheiro de Produção que, aos 30 anos de idade, é o vice-presidente da Associação de Industriais da Carne e Director da Câmara Venezuelano Portuguesa de Comercio. Natural na capital, este luso-descendente licenciou-se na Universidade Metropolitana de Caracas e conta com várias especializações, entre as quais se destaca um MBA no Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA). Joel Freitas possui uma longa trajectória de participação gremial na Venezuela e, além disso, tem feito parte de grandes empresas, aplicando metodologias do Project Management Institute (PMI) na aquisição de maquinarias em processos de manufactura para Bayer SA da
Venezuela e analisando paragens de linhas de produção para a HEINZ da Venezuela. A participação de Joel Freitas será fundamental para se entender o papel das novas gerações lusas não só no desenvolvimento da Venezuela como também no país dos seus pais. Gerente de Logística da Castelo Branco Industrial; Vice-presidente da Associação de Industriais da Carne; e Director da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins. 30 anos Licenciatura em Engenharia de Produção e especialização em Planificação Industrial na Universidade Metropolitana; MBA no IESA. Ex-planeador Industrial da Bayer SA; analista de Segurança Industrial da Heinz.
Seis são os oradores convidados para esta edição do Encontro que une as distintas gerações lusitanas na Venezuela: Elda Garcés, administradora da cadeira de Supermercados Supremo; David Morgado, Director do Grupo de Empresas Morgado; José Luís Ferreira, presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Turismo e Afins; Carlos Pinto, Encarregado de Negócios da Embaixada de Portugal na Venezuela; David Pinho, Coordenador do Ensino da Língua Portuguesa na Venezuela; e Joel Freitas, Vice-presidente da Associação dos Industriais da Carne. Refira-se que após 10 edições na Venezuela, conseguiu-se este ano alagar este espaço de debate e reunião geracional à África do Sul, com a realização do I Encontro de Gerações, que decorreu em Joanesburgo, em Março passada. Este encontro esteve subordinado ao tema “Olhares sobre Portugal”.
Contributos para Portugal O XI Encontro de Gerações tentará aprofundar os seguintes eixos de reflexão junto da comunidade lusa radicada na Venezuela: Como sentimos Portugal hoje, em plena crise global? Que imagem fixámos de Portugal nos últimos e conturbados tempos? Que imagem Portugal tem dado de si próprio? Que sentimentos nos despertam a forma como o Mundo olha hoje para Portugal? Como podemos ajudar Portugal? Que propostas e ideias podem ser enviadas para Portugal? Que críticas e elogios podemos apontar a Portugal? Exemplos e incentivos. Dentro da área de acção de cada um de nós, que exemplos podemos evocar como forma de incentivar Portugal a emergir da crise? Que argumentos podemos apontar como incentivos aos diversos sectores da sociedade portuguesa? Portugal e os portugueses dão a devida atenção aos exemplos meritórios na diáspora?
Carlos Pinto: Analisando os “contributos” desde o ponto de vista económico O Adido Económico e Comercial da Embaixada de Portugal em Caracas, Carlos Pinto, marcará presença no encontro com a finalidade de dar a sua opinião acerca dos contributos da comunidade luso-venezuelana para o seu país natal, desde o ponto de vista económico. Actualmente, o também representante da Aicep na Venezuela é o principal responsável pelos os intercâmbios comerciais estabelecidos entre Portugal e a Venezuela. Entre as suas funções, encontra-se a de criar propostas de agenda, selecção dos temas prioritários a serem discutidos nos múltiplos encontros bilaterais entre os membros do governo português e venezuelano; Pesquisa, identificação, agendamento, organização e acompanhamento de reuniões entre as empresas portuguesas e empresas públicas e Ministérios venezuelanos; Mitigar as difi-
culdades que surgem durante os processos de negociação com as empresas, dadas as especificidades do mercado; Identificação de novas oportunidades valorizadas pela parte venezuelana; Identificação de parcerias que permitam às empresas portu-
guesas uma integração no mercado e concretização dos seus projectos; pesquisa e identificação de potenciais clientes para as empresas portuguesas; Promoção de parcerias entre empresas portuguesas e preferencialmente empresários luso-venezuelanos.
Carlos Manuel Morais Nunes Pinto Representante da Aicep na Venezuela e Adido Económico e Comercial da Embaixada de Portugal em Caracas 46 anos Licenciatura em Economia na Universidade Portucalense; MBA em Marketing na Escola de Gestão do Porto da Universidade do Porto; Curso de Acesso ao Grau de Mestre em Gestão na Escola de Gestão do Porto da Universidade do Porto. Ex-analista de projectos de Investimento do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas Médias Empresas e ao Investimento); Ex-consultor de várias empresas na área de projectos de investimento; Formador da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) e IEFP (Instituto Empresarial e Formação Profissional); Sócio-gerente da Cibecon (Comércio Internacional de Bens de Consumo, Lda); Angariação de IDE como Market Manager para Ásia e Médio Oriente da API (Agência para o Investimento, EPE).
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José Luís Ferreira: Sempre disposto a contribuir e com sua ampla experiência
David Morgado: O exemplo do empresariado luso-venezuelano
O reconhecido empresário e impulsionador da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Turismo e Afines (Cavenpor), José Luís Ferreira possui uma ampla trajectória áreas empresarial e associativa. Actualmente não só dirige esta câmara, como também é membro do Conselho de Assessoria do Lar Padre Joaquim Ferreira, e membro do Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas e presidente da Academia do Bacalhau de Caracas. Reconhecido pela comunidade lusovenezuelana devido ao trabalho incansável que tem dedicado a favor de grandes obras de beneficência, no seu percurso destaca-se o apoio dado ao asilo de Los Anaucos e a outras instituições, como a Missão Católica Portuguesa, como a Eremita de Nossa Senhora de Coromoto e de Fátima; a Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas e a Associação Civil Amigos da Virgem de Fátima, que está a edificar o projecto de construção da primeira réplica moderna do Santuário de Fátima. Com uma visão mais generalista, que
Neste Encontro de Gerações marcará presença como orador o luso-descendente David Morgado, actual presidente do Grupo de empresas Morgado; um sólido conjunto de empresas produto do trabalho de dois irmãos portugueses de Ílhavo, Aníbal e Manuel Morgado, que chegaram à Venezuela nos anos 50 e radicaramse na zona de Guayana, então uma zona remota, mas rica em recursos naturais e donde já se reconheciam grandes perspectivas de desenvolvimento com a implantação das indústrias do ferro, alumínio e o aproveitamento do potencial hidroeléctrico do rio Caroní. Desde o início, os irmãos dedicaramse ao sector da construção, fundando a sua primeira empresa: Servicios de Maquinaria Pesada, SIMPCA CA, fornecedora de cimento pré-misturado, em 1958. Do cimento passaram para a construção, como a pedra picada e a areia. O passo seguinte foi a Sociedad de Construcciones SOMOR,CA, criada em 1978, uma sociedade inicialmente com a companhia portuguesa Soares da Costa, e que tem participado em importantes obras de infra-estruturas, bem como fábricas in-
inclui a vertente empresarial, comercial e institucional, este empresário e dirigente vai expor as suas vivências e preocupações ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, e demais convidados e participantes no Encontro com a finalidade de se encontrarem soluções para ajudar os futuros da tanto da Venezuela como de Portugal. José Luís Ferreira Passos Presidente da Academia do Bacalhau de Caracas; Presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Turismo e Afins (Cavenpor); Director da Distribuidora Dinámica. 57 anos. Formação em Indústrias, comércios e afins. Ex-colaborador de comercialização em empresas como Alimentos Kellogs e Distribuidora Ocaña; Ex-presidente do Marítimo da Venezuela e do Centro Português, de Caracas; dirigente associativo em várias instituições.
dustriais, na zona oriental do país. Para o sector rodoviário foi fundada a empresa FRIMOR,CA produtora de asfalto. As empresas têm-se diversificado e estão presentes, além do sector da construção e imobiliário, com importantes desenvolvimentos na área da habitação e de espaços comerciais e escritórios, com investimentos no sector do alumínio e agrícola. Após 45 anos participando no desenvolvimento deste país, o Grupo de Empresas Morgado mantém uma renovada confiança na Venezuela e está disposto a continuar da contributos, agora já com o envolvimento das segund a s gerações, para o seu desenvolvimento.
David Morgado Presidente do Grupo de Empresas Morgado 44 anos Licenciado em Economia
David Pinho: Colocando o idioma em primeiro lugar Elda Garcés: Contributos na área de Administração e Marketing O coordenador do Ensino da Língua estrangeira desde o primeiro ano do LiPortuguesa na Venezuela, David Pinho de Magalhães, protagonizará uma das intervenções mais aguardadas da noite do XI Encontro de Gerações. Abordará a evolução do idioma português no país e os benefícios da sua aprendizagem, sem esquecer “contributos para Portugal”. Natural de Fornos, Santa Maria da Feira, norte de Portugal, David Pinho tem-se destacado por um intenso trabalho associativo, administrativo e organizacional no seio de vários centros portugueses, como o Centro Marítimo da Venezuela e o Centro Português, em Caracas; além de impulsionar o ensino do idioma e cultura lusa em clubes e associações, designadamente o Centro Luso Venezuelano de los Valles del Tuy, Centro Luso Venezuelano do Estado de Vargas, Centro Sociocultural Virgem de Fátima de Guaitre e a Associação Civil Amigos da Virgem de Fátima. Neste âmbito, Pinho deu o seu maior contributo com a assinatura de um convénio com a Universidade de Lisboa, em 1997, que permite revalidar os estudos de língua portuguesa; além disso, trabalhou durante dois anos no projecto de Língua e Cultura Portuguesa, na Assembleia Nacional da Venezuela, onde logrou a aprovação do nosso Português para integrar a lista obrigatória de disciplinas de língua
ceu ao quinto ano. Actualmente, Pinho está organizar uma comissão para a criação de uma Cátedra de Português, para jovens lusos-descendentes, a nível nacional para o interior da República, já que faltam recursos e professores para o ensino, e a demanda é imensa. Durante uma visita do secretário de Estado José Cesário, foi condecorado pelo Governo português com a medalha de mérito pela difusão da cultura e Língua Portuguesa.
David Pinho de Magalhães Coordenador do Ensino de Língua Portuguesa na Venezuela 56 anos Licenciatura em Contabilidade na Universidade Central da Venezuela; Estudos realizados de Filosofia – Teologia do 1° e 2° ano no Seminário da Sé do Porto. Fundador da Escola Virgem de Fátima em San Bernardino, Caracas, com estudos de espanhol e português; Ex-dirigente do Centro Marítimo de Venezuela e do Centro Português; fundador das aulas de Língua e Cultura Portuguesa em diversas localidades mediante um convénio com a Universidade de Lisboa.
A actual gerente administrativa da cadeia Automercado Supremo CA, Elda María Garcés Sargo, subirá ao palco do XI Encontro de Gerações para narrar a sua experiência empreendedora no seio da comunidade luso-venezuelana e para deixar a sua opinião sobre quais devem ser os contributos deste país para Portugal em momentos de crise, como o actual, desde o ponto de vista comercial. Esta luso-descendente nascida na Venezuela, é licenciada e mestre na área de administração e marketing, tendo também feito cursos de inglês, português, de contabilidade, Trade Marketing, na categoria de gestão, além ser diplomada com Efficient Costumer Response (ECR), no Tecnológico de Monterrey, México. Os seus conhecimentos e experiência em administração e marketing vão permitir deixar grandes ideias sobre como ultrapassar o momento de crise em
Portugal, além de orientar as empresas luso-venezuelanas para que empreendam uma gestão mais eficiente com vista à celebração de parcerias com empresas portuguesas no quadro dos acordos bilaterais firmados entre ambos países.
Elda María Garcés Sargo Gerente Administrativa da Automercado Supremo CA 38 anos Licenciada em Gestão de Empresas pela Faculdade de Administração da Universidade José María Vargas; Mestre em Marketing pela Faculdade de Administração da Universidade Metropolitana. Ex-gerente de Marca de Alpina Productos Alimenticios.
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11 anos unindo a comunidade luso-venezolana Sergio Ferreira Soares sferreira@correiodevenezuela.com
O Encontro de Gerações nasceu em 2002, por iniciativa do Banco Internacional do Funchal (Banif), do Diário de Notícias da Madeira e do Correio da Venezuela, como uma resposta inequívoca à necessidade de uma comunidade caracterizada por resgatar os seus valores e tradições. A ideia inicial era bastante clara: unir as diferentes gerações de emigrantes portugueses e os seus descendentes com a finalidade de resgatar as raízes lusas e o orgulho de ser português. Para isso, seriam necessárias algumas pessoas que quisessem contar a sua própria história e outras que ouviram, sem arrogância nem vedetismos. As entidades que promoveram esta iniciativa não poderiam, contudo, concretizar um encontro como este sem o apoio de muitas pessoas e de um longo e importante conjunto de organizações. É que a continuidade do evento tem dependido, e vai continuar a depender, da capacidade de organização dos diversos grupos locais. Os meios de comunicação (Correio de Venezuela e Diário de Notícias) teriam um papel fundamental no encontro: Reflectiriam, nas suas páginas, os resultados, propostas e opiniões dadas em cada um dos encontros, com a finalidade de dar continuidade aos seus planos em futuros eventos. A participação do Banif no Encontro permitiria uma aproximação aos seus clientes e desafiar os descendentes das chamadas segunda e terceira gerações, para que entrem no debate. Esta participação tem evidenciado o forte sentimento de “portugalidade” das novas gerações. Para as três entidades, o Encontro tenta juntar a vontade e a experiência dos mais velhos, e a preparação dos mais novos. Do primeiro-ministro a autarcas As dez edições anteriores do Encontro de Gerações deixaram uma marca na História da emigração portuguesa na Venezuela. A mais mediática foi a de 2008, que contou com a presença do primeiro-ministro português José Sócrates. A visita do governante português coincidiu com o momento em que as relações comerciais en-
Banif, DIÁRIO de Notícias da Madeira e CORREIO da Venezuela reafirmam a sua intenção de reunir as diferentes gerações de portugueses no país
tre Portugal e a Venezuela atingiam o melhor entendimento. Sócrates fez-se acompanhar de representantes de 80 empresas portuguesas, tendo assinado um série de acordos envolvendo os dois Estados como garantia para as trocas de produtos a cargo das empresas de um e outro país. No ano a seguir à passagem de Sócrates por Caracas, foi o madeirense Bernardo Trindade, investido nas suas funções de secretário de Estado do Turismo, a presidir ao ‘Encontro de Gerações’. Em 2010, foi a vez do então Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado, deslocar-se à Venezuela para debater o “Papel de Portugal e os portugueses no século XXI, caso Venezuela”. Pelas edições anteriores passaram a maioria dos autarcas da Madeira, com destaque para a presença de Miguel Albuquerque, presidente da Câmara Municipal do Funchal. Uma reunião com História ‘Saber ouvir’ foi o lema do I Encontro. De 18 a 20 de Maio de 2002, na Casa Portuguesa de Maracay e no Centro Portu-
guês, em Caracas, ouviram-se desabafos sinceros. Do encontro ficaram ideias concretas para superar “o risco iminente de perda das raízes portuguesas e a descaracterização do modelo mental luso”. E das propostas lançadas, umas concretizaram-se, casos da reactivação da Câmara de Comércio Luso-venezuelana, a melhoria de conteúdos da RTPInternacional e a tentativa de agrupar profissionais luso-descendentes ligados à saúde. A 31 de Maio de 2003 cerca de mil portugueses vindos de toda a Venezuela reuniram-se no Centro Português de Caracas, para participar no segundo encontro, com o lema ‘Testemunhos para o Futuro’. Para o futuro, ficavam ideias novas: A da criação de uma associação cooperativa entre Portugal e Venezuela, com base na mulher madeirense e suas descendentes, através de microempresas destinadas à troca de bens e serviços com Portugal, havendo já a intenção de constituir um arquivo histórico que guarde a memória colectiva dos emigrantes radicados na Venezuela, tal como projectos de cooperação em termos agrícolas. Ficaram tam-
bém alguns reparos. Criticou-se a falta de livros e de professores de português, e sobretudo a polémica lei da nacionalidade. Em 2004, o tema girou em torno da ‘Força do Associativismo’. No III Encontro de Gerações, as autoridades reconheceram a necessidade de investir mais nas comunidades da diáspora. O microfone virou-se para as empresas, as associações, os clubes e as instituições, que falaram do seu contributo para manter arreigadas as raízes lusas na terra de Bolívar. ‘Envolvidos e influentes’ foi o lema da quarta edição do Encontro de Gerações, que reuniu centenas de portugueses e contou com a presença de diferentes personalidades que ocupavam um lugar destacado nos diversos sectores da sociedade venezuelana. Foi uma oportunidade para que os portugueses partilhassem os seus testemunhos de êxito e o caminho percorrido. E, assim, provavelmente as suas histórias serviram de exemplo para muitos dos seus conterrâneos. A quinta edição do Encontro de Gerações, ‘Gerações criativas’, abordou a presença portuguesa na arte, cultura e desporto, áre-
as em que as novas gerações de luso-descendentes se destacam. Tudo sem perder de vista o espírito que preside a esta iniciativa desde a primeira hora: “saber ouvir” as preocupações e os projectos da comunidade portuguesa radicada na Venezuela. Um maestro e uma docente venezuelanos que amam Portugal, um médico, um jovem estudante, um modelo e actor, e um empresário de sucesso. Estas foram as ‘estrelas’ do VI Encontro de Gerações, realizado no Centro Português, em Caracas, numa iniciativa que, directa e indirectamente, proporcionou novas formas de comunicação com as autoridades venezuelanas. Cada um dos oradores conseguiu contagiar os presentes com formas singelas de expressar o amor a Portugal e à Venezuela, cumprindo na perfeição o lema desta edição ‘Venezuela e Portugal - uma só paixão’. O VII Encontro de Gerações versou sobre o papel dos clubes e centros dentro da comunidade de emigrantes e contou com a presença do primeiro-ministro português, José Sócrates, assim como dos representantes do BANIF, Diário de Notícias e CORREIO a, cujas intervenções abriram O evento para dar lugar aos seis oradores da noite. Mais de mil pessoas assistiram ao VIII Encontro de Gerações, realizado no dia 23 de Maio, nas instalações do Centro Português de Caracas. Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo, entrou no debate, intitulado ‘Turismo como factor de união entre Portugal e a Venezuela’ e conduzido por Ricardo Miguel Oliveira, dizendo que a relação que Portugal tem com a Venezuela é uma relação de Estado. A 22 de Maio de 2010 foi o dia escolhido para a realização do IX Encontro de Gerações, subordinado ao tema ‘O papel de Portugal e os portugueses no século XXI, caso Venezuela’. “Num mundo de interdependência global, é indispensável que Portugal e a Venezuela unifiquem a sua perspectiva de cooperação”, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, convidado de honra da nona edição do Encontro. O Encontro do ano 2011, intitulado “Projecto de Sucesso”, contou com a participação do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, António Braga, e do embaixador da Venezuela em Portugal, Lucas Rincón Romero, além de outros seis oradores de diferentes gerações de portugueses oriundos de diversos estados da Venezuela que partilharam as suas experiências com todos os participantes no encontro.
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Contributo para Portugal É-me impossível falar de Portugal sem senti-lo como a minha terra, e é que embora eu nasci na Venezuela, sou filha de portugueses, pelo que tenho crescido com os seus costumes, estilo de vida e sob a visão desse paraíso de país que desde a infância eles têm cultivado em mim. Desde criança passei as minhas férias em Portugal, férias de vários meses que, embora não sejam suficientes, permitiramme conhecer o estilo de vida dos portugueses e como eles se desenvolvem no seu quotidiano. Portugal, um país pequeno mas com grandes oportunidades, com grandes talentos e profissionais, país em desenvolvimento e evolução, atraente para o turismo e os investimentos, inerentemente estável… Meu querido Portugal, como usual, já te visitei este ano e não te senti igual, não eras o mesmo, notei-te doente de oportunidades e com falta de esperança. Eu sei que estás a ser vítima de uma crise global, como também sei que as tuas ações e decisões políticas não têm sido as melhores. Sei que os teus cidadãos te irão julgar, assim como outros até já te abandonaram, enquanto os seus governantes não decidem nem concordam com a ação apropriada para a tua situação. Hoje mostras grandes problemas económicos, políticos e sociais. Sei que o desemprego é uma das principais causas para o desenvolvimento deste problema. Sei também que suas barreiras são muito grandes e para a pequena e média empresa está a ser quase impossível de superar. Portugal, por que não ajudas essas PME a surgir e desenvolver? Lembra-te que só elas podem empregar mais de dois milhões de pessoas e isso cria um impacto imediato sobre o país. Eu sugiro dar mais importância para a toma de decisões da política económica e reforçar as capacidades que estas empresas têm... E por que não também apresentar planos estratégicos atrativos para empresas estrangeiras interessadas em investir mais neste país? Acredito que essas medidas poderiam ajudar economicamente e socialmente, pois não só ajuda a reduzir a taxa de desemprego, mas apresentam grandes oportunidades que motivam os profissionais a surgir e fornecer todo esse
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Como ajudar a Portugal a sair da crise? talento em seu próprio país. Portugal! Não permitas a fuga dos teus profissionais, não te tornes um exportador de talentos, eles não querem desenvolverse noutros lugares, não querem viver longe da sua terra natal para emergir. Abre os braços de oportunidades que eles são os vão fazer –te crescer e ser relevante e competente para o mundo. Remédios para tua doença... Muitos! Mas se eu puder contribuir e escutares a minha recomendação, eu diria que o melhor remédio para esse sintoma seria o valor da “verdade”. Só através da sinceridade dos teus líderes e cidadãos, podes criar um vínculo de confiança e segurança que será a chave para superar esta crise que passas. O remédio da verdade não é fácil de obter, mas se cada um de nós vamos a sua procura, eu tenho a fé de que muitos dos problemas acabariam e não voltarias a sofrer com esta doença. Irmãos portugueses, o problema não se resolve empurrando a culpa para o outro, dobrando-nos de braços e esperar por alguém para agir ou apenas fazer o mínimo ou essencial para sobreviver. Não! Temos de criar um sentido de cidadania, perceber que temos um compromisso com o país e agora mais que nunca precisa de um maior desempenho de cada um de nós. Trabalhemos para causas comuns, lutar com todas as ferramentas que a lei nos dá, afirmamos os nossos direitos como também os nossos deveres, mantenha-nos fortes nos nossos pontos de vista, mas encima de tudo, aprendamos a valorizar este país que em comparação com muitos outros, Portugal é um canto no céu. Não vamos a perdê-lo pelo orgulho e ambição, por decisões ruins ou porque nos rendemos. Não procuremos culpáveis, tornemo-nos heróis e vamos salvar este país que é a maior riqueza que temos. O progresso está nas mãos de cada português, independentemente de classe, cor, religião ou partido, é suficiente com amar esta terra e sonhar de viver para sempre nela. O MEU PRESENTE MAIS ESTIMADO, NASCER NA VENEZUELA; O MEU MAIOR ORGULHO, TER SANGUE PORTUGUÊS. Obrigada!
Ao falar como filho de emigrantes (portugueses), sinto uma imensa tristeza e desilusão pela situação que nestes momentos vive a minha segunda terra. Porém, penso que foi o Próprio Portugal quem chegou a esta situação “Ele” tomou erróneas decisões que acabaram em ruins ações, e agora somos doze milhões de portugueses a afundar o nosso próprio país. Em grande parte esta situação deve-se ao nosso próprio comportamento, isto é, nós os portugueses temos de deixar de ser consumidores desenfreados, deixar de viver para as aparências, mas a nossa população gosta de viver à grande e à francesa, isso não é possível no nosso país, e temos de mudar, eu penso que não vai ser fácil, nem é de um dia para o outro, no entanto, tenho a certeza que cada português vai colocar o seu grão de areia para ter amanhã ao Portugal que todos nós queremos. Temos todos juntos de empurrar a carroça na mesma direção e fico completamente convencido que chegaremos ao objetivo. Daqui a uma década teremos um Portugal completamente próspero.
dúvida na educação. Mudar a mentalidade aos estudantes desde pequenos, eles tem de ter uma mente aberta, para que quando eles sejam homens/mulheres tenham as ferramentas nas mãos para construir o país que todos nós desejamos. E por último: precisamos de um investimento externo para voltar a crescer. Precisamos de empresários na nossa terra a investir. Hoje em dia fecham muitas empresas diariamente o que é fatal para a nossa economia. Temos de dar confiança e uma mão amiga aos empresários que apostem na nossa terra, penso que este é o caminho certo. Agora se todos nós fazemos desta humilde composição uma realidade, vocês imaginam o nosso Portugal o dia da amanhã? Tenho confiança em todo o povo que a meta que hoje imaginei, amanhã será uma pequena realidade. Força povo, estamos contigo!!
Também é certo que Portugal não é um país rico, nem temos as riquezas da Venezuela, mas temos a força, a coragem e a vontade de 12 milhões de trabalhadores que não querem ver “afundar” o seu país. Devemos acreditar mais em nós próprios, pois como bem reza o ditado: “Na força está a união”… e a força está em cada um de nós, pelo que o país está nas nossas mãos. Pelo que eu proponho a cada português uma meta: Mudança de atitude, mudança de consciência e sobretudo, mudança na nossa maneira de ser. Como cidadão Português penso que devemos apoiar ao governo, como referi anteriormente a carroça deve ser empurrada numa só direção e atualmente no nosso país isso não acontece. O governo tem de apoiar aos cidadãos e os cidadãos apoiar o governo. Temos de dar a mão uns aos outros. Não vai ser fácil, mas com toda a nossa força podemos ganhar qualquer batalha. A diferença entre sucesso e do fracasso estará aqui, o povo é quem decide se continuamos no fracasso, ou se amanhã viveremos todos no Portugal que todos nós sonhamos. Outro aspeto no qual, penso o governo deve fazer um forte investimento é sem
Liliana Jessica Da Silva De Freitas. Aluna do Nível B1- Avançado – Turma da terça-feira Centro Português, de Caracas
Carlos Azevedo Neves Aluno do Nível B1- Avançado – Turma da terça-feira Centro Português, de Caracas
Caracas, 2 de Novembro de 2012 Nota: Texto escrito de acordo com a nova grafia
Caracas, 1 de Novembro de 2012 Nota: Texto escrito de acordo com a nova grafia
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Contributo para Portugal Estimados compatriotas portugueses e venezuelanos gostava de plasmar nesta folha verdadeiras soluções para poder ajudar a nossa querida e amada pátria: Portugal; confesso-lhes que quando sugeriram este trabalho fiquei muito entusiasmada pelo facto de poder dar a minha opinião neste tema e ao mesmo tempo optar pelo prémio de uma viagem a este belo país. Quero começar por dizer que amo esse país, não só por ser a terra dos meus pais, que são madeirenses, mas também porque tenho ido em varias oportunidades e acho que é maravilhoso pelas suas paisagens, pessoas, idioma e cultura e também porque quando lá vou sinto-me mais segura, não tenho medo de andar na rua a qualquer hora e onde seja . Reconheço também que a terra onde eu nasci, a minha querida Venezuela tem coisas, paisagens e pessoas maravilhosas embora neste momento esteja a atravessar um período difícil de insegurança provocado pela situação socioeconomica do país ; temos muita pobreza a pesar de sermos um país rico em petróleo. Penso que a educação é a clave em qualquer país para ter prosperidade, segurança, para que as pessoas se sintam bem consigo e com o seu entorno, o outro aspeto importante é a fé e a religião, pois se não temos crença nem fé será muito mais difícil atingir as nossas metas. Depois de analisar os dois aspetos sugeridos para melhorar ou ajudar a situação que atravessa Portugal , vou dar alguns exemplos desde o meu ponto de vista de como podemos ajudar a Portugal. O primeiro é sobre a educação , se bem em Portugal existem boas escolas e faculdades, sugiro reforçar a educação nos cursos técnicos . Outra forma é construir pequenas empresas que ofereçam emprego aos recém formados dos cursos técnicos . Também é importante construir empresas manufatureiras, quer dizer que façam os seus próprios alimentos, vestidos , sapatos, eletrodomésticos, etc. É necessário que os bancos ofereçam facilidades de crédito aos empresários . Fazer um sistema de distribuição de produtos de consumo em multinível, quer dizer de pessoa a pessoa, evitando assim
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Contributos para Portugal o incremento nos custos ao consumidor final e pelo contrário fazendo com que cada uma de estas pessoas tenham um incentivo em dinheiro por parte da empresa matriz. Estas empresas podem ser nacionais ou transnacionais. Ideias a por em práctica para atingir esses objetivos: • Aceitar profissionais e técnicos venezuelanos luso- descendentes ou não, que tenham excelentes avaliações, em diversas áreas como a saúde, engenharia, etc., sem necessidade de fazer revalidas ou requerer estudos extras. Também deveríamos aceitar em Venezuela técnicos e profissionais portugueses com excelentes avaliações também sem necessidade de fazer revalidas . Claro está, que em ambos casos seria ótimo fazer adestramento no idioma de cada país mas num tempo não maior de três meses. • Fazer feiras ou vendas de alimentos não processados nas ruas das cidades principais e povoações para facilitar às pessoas de baixo poder aquisitivo conseguir os alimentos mais necessários e a baixo custo. • Fazer mais intercâmbios culturais entre Portugal e a Venezuela. Para ser mais especifica, quero dizer trazer professores, tecnologia, grupos musicais, cantores de Portugal, assim como enviar da Venezuela para Portugal. • Fazer intercâmbio de produtos de maior consumo em cada pais e carregar baixas tarifas alfandegárias . • Construir em Portugal clubes lusovenezuelanos que ajudem a integração das pessoas, assim como existe aqui na Venezuela vários clubes portugueses. De esta forma ajudaríamos a manter a cultura e tradições. • No campo religioso, sugiro para aumentar a fé do povo português permitindo e fazendo mais missas carismáticas, de esta maneira o Espírito Santo atuará mais facilmente nas almas dos fieis. Por último despeço-me compatriotas desejando que as minhas ideias possam contribuir em melhorar ou ajudar a Portugal a sair da sua crise.
Albertina Díaz Aluna do Centro Português, de Caracas Caracas, 2 de Novembro de 2012 Nota: Texto escrito de acordo com a nova grafia
Portugal é um país com uma longa história de idolatria liderado pela religião católica, tornando-se um dos mais importantes centros a nível global, cujo templo ídolo é território dedicado a Nossa Senhora de Fátima. Portugal começou com protestos pelos movimentos sociais do Metro, e em Lisboa, após o governo anunciar um forte aumento de impostos para atender as demandas de resgate financeiro do país. Situação que gerou numa greve para dia 14 de novembro (2012) e as pessoas pensam que este aumento de impostos não vai ajudar a resolver a crise. Há sete aspetos fundamentais para aplicar: 1. Inovação no mercado: O mercado é uma fonte de mercado inovador. As empresas também podem inovar, observando o comportamento dos concorrentes. 2. Aproximando-se do mundo da pesquisa: universidades, institutos de pesquisa, centros de tecnologia, etc. também representam um importante meio de adoção de tecnologia no estado da arte. 3. Adotar normas e regulamentos: padrões de segurança, qualidade, saúde, técnica, ambiental ou significar uma importante fonte de inovação para muitas empresas que estão a urgência de incorporar inovações. 4. Explorando IP: (Internet Protocol) As ferramentas de IP pode fornecer um atalho ansioso param absorver a inovação.
conseguem fazer certo apelo aos turistas a visitar Portugal, beneficiando na geração de renda, emprego, etc. Nós achamos que o turismo é uma das alternativas mais viáveis e seguras para investir no país e, em seguida, começar a ver os ganhos a médio prazo. • Investir em projetos inovadores, por exemplo ilhas artificiais • Parques com ideologia ou cultura de Portugal, ou de algumas de suas principais cidades. • Construir complexos por exemplo, sobre as sete maravilhas do mundo, ou então abordar outros monumentos como a Torre Eiffel, a Torre de Pisa e réplicas de pirâmides do Egito e a Grande Muralha da China, incluindo uma parte que é como a cidade da Itália Veneza, com seus canais. Etc. • Desenvolver Publicidade tecnológica para divulgar tudo o que Portugal oferece. Para concluir, em questões financeiras também poderia fazer um bom trabalho, mas nós sentimos que o país pode tomar emprestado de países que podem apoiar o desenvolvimento de uma atração turística, o que ajudará a começar a mudar o país e iniciar que irá gerar renda para pagar a dívida e depois recolher os lucros de projeto inovador que está planejado. Pensamos que uma das soluções é promover o turismo com inovações. Também mudar a imagem do país, a referir: Passar de: um país esmagado pela crise a um país que está completamente lotado de projetos positivos.
5. Cultivando pessoas: É impossível criar uma organização inovadora, sem pessoas inovadoras dentro dela. 6. Mover, falar, ouvir: Exposições, conferências, feiras de tecnologia... Estes eventos representam um instrumento ideal para observar o ambiente. 7. Colaborar: Mas a chave principal é manter um diálogo aberto e recetivo à colaboração. Portugal é um “velho” muito interessante, mas teria que planejar projetos que Maria Alejandra Cordova, Marisol Pereira Dos Santos, Lisbetty Pereira Dos Santos, Diego Rodriguez Pereira Alunos do nível B1- Avançado (turma da terça-feira) Centro Português, de Caracas Nota: Texto escrito de acordo com a nova grafia
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Joel Melin Abreu
Recomendação de Cinema
CSM vence V Festival de Folclore Infantil
Kenner Prieto
Entre Sabores
Joel Melin Abreu jmabreu@correiodevenezuela.com
‘Un método peligroso’ ‘Un Método Peligroso’, (‘A Dangerous Method’ no original) é um drama histórico psicológico, uma produção conjunta entre a Alemanha e o Canadá dirigida pelo internacionalmente conhecido David Cronenberg e protagonizado por Vigo Mortensen, Michael Fassbender, Keira Knightley e Vincent Cassel. O guião é uma adaptação do premiado escritor Christopher Hampton da sua própria peça de teatro, de 2002, ‘La Cura Hablante’, baseada, por seu turno, na obra de não ficção de 1993, ‘El Método más Peligroso’, de John Kerr. A história decorre nas vésperas da primeira guerra mundial. As agitadas ruas de Zurique e Viena servem de cenário para uma obscura história com fundo sexual e intelectual. O psiquiatra Carl Jung, de 29 anos, está no início da sua carreira profissional e vive no hospital onde trabalha junto com a esposa, que está grávida. Jung ensaia um tratamento experimental inventado por Freud, conhecido como ‘psicanálise’, que está a aplicar a Sabina Spielrein, uma paciente de 18 anos de idade. Sabina, uma jovem russa de origem judia, muito culta, que fala alemão na perfeição, é diagnosticada com histeria, condição que pode levá-la à violência. A psicanálise não tarda em mostrar um inquietante elemento de cariz sexual na sua disfunção, apoiando a teoria de Freud que relaciona a sexualidade com os distúrbios emocionais. Isto leva a que Freud e Jung se relacionem, ao ponto de nascer uma amizade entre ambos, pois Freud vê em Jung o seu herdeiro, para além de insistir em que a paciente Sabina está pronta para uma completa recuperação.
O grupo folclórico infantil do Centro Social Madeirense de Valência foi o grande vencedor do V Festival de Folclore Português Infantil, que se realizou no passado domingo, 11 de Novembro, no Centro Luso Venezuelano de Vargas, que foi o organizador do evento, ao ter conseguido o primeiro lugar no festival anterior. Três clubes - Grupo Folclórico Virgem de Fátima de Guatire, Grupo do Centro Social Madeirense de Valência e do Centro Português de Caracas – marcaram presença no evento, onde deram o melhor de si numa jornada repleta de brilho e muito espírito do baile português. O evento começou com a actuação do corpo de baile do grupo folclórico anfitrião, que apesar de não estar em competição, por ser o organizador, mostrou ao público as três peças que o tornaram vencedor do festival anterior. De seguida, a encarregada de conduzir a jornada, Gilmar Patricia, subiu ao palco, dando a conhecer uma breve biografia da freguesia da Calheta, uma forma de render homenagem à localidade para a qual o grupo folclórico de adultos foi convidado há dois anos, e dedicada à memória
Tradicional doce e papaia
de Don Joaquin Rosinha, propulsor da cultura portuguesa no Centro Luso Venezuelano do Estado de Vargas. O júri foi formado por quatro representantes dos diferentes clubes participantes, que elegeram os vencedores nas categorias de melhor grupo folclórico, melhor grupo musical, melhor traje típico, melhor madrinha, grupo mais amigável e grupo mais alegre.
Prémios do festival Melhor Grupo Folclórico: Centro Social Madeirense. Melhor Grupo Musical: Centro Social Madeirense. Traje Típico: Centro Português. Melhor Madrinha: Centro Português. Grupo mais alegre: Centro Português. Grupo amigável: Centro Cultural Virgem de Fátima.
IPC celebra 27 anos de existência CORREIO
Este ano, o evento que marca os 27 anos do nascimento do Instituto Português de Cultura e a data da morte do poeta Fernando Pessoa, decorrerá, no dia 5 de Dezembro – não a 30 de Novembro como corresponderia – e constará de um recital musical onde poderemos desfrutar do talento musical da luso-venezuelana Andrea Imaginário belamente combinado com a poesia do autor de Mensagem. Andrea Imaginario em Pessoa é o título do recital, que incluirá um conjunto de vários poemas, tanto de Pessoa como dos seus heterónimos, e contará com a produção musical de Miguel Chacón, compositor e clarinetista, assim como com a
participação de Eduardo Galián, bandoneonista, Roberto Girón, guitarrista e Carlos “Nené” Quintero, percussionista. Por sua vez, Andrea Imaginario é dona de uma melodiosa voz de soprano, formada na Escola de Música Lino Gallardo, sob a direcção da professora Mariela Valladares. Também estudou
canto em Portugal, no Estoril, com os maestros Sara Walker, Graham Johnson, Robert White y Loh Siew Tuan. Anos de estudos e de prática como solista permitiram-lhe, graças à sua versatilidade, participar em recitais acompanhada por virtuosos como Mariantonia Palacios, Franca Ciarfella, Gerardo Gerulewicz, Juan Francisco Sans, María Alejandra Limardo, Morella Ruscitti, Pedro Andrés Pérez e Hugo Quintana, entre outros. Desde 2008 é miembro solista da agrupación de música antiga “Musica Reservata”, dirigida por Sandrah Silvio. O evento, de entrada livre, decorrerá no Salão Nobre do Centro Português e começara às 20 horas. No final será servido um brinde.
Um dos doces que mais caracteriza a gastronomia venezuelana é, sem dúvida, o de papaia. Uma preparação deliciosa que cativa locais e estrangeiros, principalmente no período de Natal, devido ao seu sabor, aroma e aspecto. A preparação do doce de papaia depende da região do país em que se encontre. Em traços gerais, uma das formas mais básicas para a sua elaboração é secar a fruta verde num pano durante toda a noite, ao sereno, e expô-la ao sol da manhã durante algumas horas antes de cozinhá-la. A sua apresentação pode ser em tiras largas ou pequenos pedaços, e no que diz respeito à sua cor, pode ser clara ou escura, tudo dependerá da quantidade de açúcar ou ‘papelón’ que utilize. A receita do doce de papaia passa de geração em geração; com efeito, actualmente só é preparada por avós e bisavós, perante o olhar aprendiz dos mais jovens. Um facto curioso no que diz respeito a este doce é que à medida que passam os anos, acrescentam-se novos ingredientes ou implementamse novas formas de preparação. Lembre-se que o doce de papaia serve de requintada prenda, de sobremesa ou de merenda. As suas fatias cristalinas serão um mágico encontro com a doçaria crioula venezuelana.
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Joel Melin Abreu
Recomedações de Teatro Festival de nova dança Caracas, Trasnocho Sete grupos participam, ao longo de sete semanas, neste evento, com o qual será aberto um novo espaço no Trasnocho Cultural dedicado à dança contemporânea, onde se mostrará o trabalho de grupos com diferentes trajectos profissionais e com diferentes tendências neste tipo de dança. Alguns dos grupos, como Neodanza, Espacio Alterno, Dramo e Plan Cero, trabalham com relevância desde a década de 80 e 90, o que assegura variedade e qualidade em cada uma das actuações.
‘Si me permiten’ / Barquisimeto, Clube Ítalo Venezuelano Em ‘Si me permiten’, o multifacetado artista (QUE ARTISTA?) volta carregado de ironia e muito humor, com novas temáticas e pontos de vista. Sob direcção de Héctor Palma e a produção de Jorgita Rodríguez, conta com a assistência de direcção de Alexis (Chile) Moena, a assistência de produção de Paola Villegas, iluminação de José Jiménez, fotografia de David Maris, conceito de imagem gráfica de Ximena Otero, design de imagem gráfica de Carlos Rincón, design gráfico de Alejandra Quiroga e música de César Muñoz. A sessão única decorre a 23 de Novembro, pelas 8:00pm, no Centro Ítalo Venezuelano de Barquisimeto, Estado de Lara.
Escola de Representação Escola de Arte Dramática Direcção: Avenida Bolívar Este Nª 107. La Barraca. Maracay, Estado Aragua. Telefone: (0243)2332913 Fax: 2333423.
Escola de Teatro Ramón Zapata Direcção: Calle Montes de Oca c/c Colômbia, frente à Plaza Sucre, diagonal à Faculdade de Direito da Universidade de Carabobo. Valência. Telefone: (0241)8588824
‘Lusitanos en Rumbera’ regressa à antena
Carla salcedo leal
Pensa Verde
Kenner Prieto kprieto@correiodevenezuela.com
Mário Gonçalves abre a nova temporada do ‘Lusitanos en Rumbera’, um programa que tem por objectivo fazer com que os portugueses se identifiquem com as suas raízes. É transmitido pela Rumbera Network 94.7 Fm, em Cojedes, Venezuela, todos os domingos, das 10am às 12pm. O programa ‘Lusitanos en Rumbera’ foi criado pelos irmãos Gonçalves no início do mês de Junho de 2005, e foi para o ar pela primeira vez a 3 de Julho do mesmo ano, no Estado de Cojedes. Os dois irmãos sentiram-se impelidos a criar o programa porque sentiam a necessidade de dar novo impulso aos seus costumes, tradições, cultura e música, através de um programa radiofónico. Mariela Gonçalves e Mário Gonçalves foram acompanhados por Juan Vicente Maya, que os guiou e apoiou desde o princípio para que cumprissem o projecto. Mariela Gonçalves nasceu em Valência a 19 de Novembro de 1986, estudou Informática, é conhecida por ser lutadora e
Novos combustíveis testados na Europa empreendedora e ama a música. Mário Gonçalves nasceu em Maracay a 6 de Julho de 1981, estudou Comunicação Social, é locutor, Dj, animador, adora música, tocar guitarra e bateria. As secções do programa radiofónico ‘Lusitanos en Rumbera’ dividem-se em: Efemérides, biografias musicais dos artistas, destinos lusitanos, ‘trivias’, gastronomia dia-a-dia, desporto, espaço digital, rota pela Venezuela, arte, espectáculo e cinema. O programa tem como finalidade dar a conhecer dois continentes, dois países, dois idiomas e duas formas diferentes de interpretar a música. O programa une as
tradições de Portugal e da Venezuela, e é feito com qualidade de exportação da Venezuela para o mundo inteiro. Os ouvintes podem entrar em contacto com o programa através dos números 0258-4334310 e 0258-4337770, por mensagem de texto através do número 0424-4239686, pelo ‘club messanger’, em lusitanosenrumbera@hotmail.com , e pelo twitter oficial @fiestalusitana . O programa vai para o ar todos os domingos das 10am às 12pm através da Rumbera Network 94.7 Fm, no Estado de Cojedes, ou através do sítio www.rumberacojedes.com.
‘La Jaula de las Plumas’ chega às últimas sessões JOEL ABREU jabreu@correiodevenezuela.com
Pela mão da Ascensão Producciones, o espectáculo musical da temporada, ‘La Jaula de Las Plumas’, vibra nas suas últimas actuações nos palcos do Teatro Escena 8, a Este de Caracas. Uma peça que enche de glamour, brilho e humor a cena teatral da capital venezuelana. A obra conta com as actuações de figuras de vulto da televisão e do teatro como Rodolfo Drago, Félix Loreto, Beba Rojas, Jerónimo Gil, Luis Serrano, Ramphis Sierra, Alexander Zambrano, Luis González, os luso-descendentes Víctor Hugo Gomes e Marilyn Ascensao, junto com um talentoso grupo de bailarinos. Com produção e direcção geral de José Manuel Ascensão,
oriundo do país lusitano, ‘La Jaula de las Plumas’ é uma história escrita por Carmelo Castro, onde o amor triunfa sobre a falsa moral, os preconceitos, os tabus e a mentira, entre o humor mais hilariante, os indispensáveis equívocos, o ritmo da música, o brilho das lantejoulas e claro, as plumas. A história começa quando a
estrela lendária do travestismo, misteriosa, vítima de um ataque de pânico do palco, nega-se a actuar perante o público que reclama a sua presença, ao sentir que é um inutilidade de mulher. A peça é exibida até aos dias 23 e 24 de Novembro, pelas 10:00 pm, no Teatro Escena 8, situado na Calle La Guairita com Calle Hípica, Las Mercedes.
Deparei-me esta semana com uma iniciativa espanhola muito interessante, que já está no terreno, depois de o Ministério da Economia e Competitividade ter concedido 1,1 milhões de euros ao Centro Tecnológico de Energia para a produção de combustível ecológico de segunda geração, a partir de resíduos sólidos urbanos como o plástico. Esta tecnologia eco inovadora permitirá a conversão de determinadas partes dos resíduos sólidos urbanos em hidrocarbonetos líquidos e gasosos que terão aplicação na geração de calor ou na alimentação de motores de combustíveis móveis ou estáticos. Os combustíveis produzidos serão ensaiados e validados num laboratório de motores, e um dos seus maiores atractivos baseia-se na capacidade de tratar, de uma forma viável, em termos económicos e para o meio ambiente, certos tipos de plásticos que actualmente são expulsos dos circuitos de reciclagem e recuperação, e que por agora não têm outra alternativa senão o seu armazenamento em vazadouros. Participam neste projecto, com três anos de duração, empresas do sector do tratamento de resíduos interessadas em validar e explorar os resultados, e será construída um fábrica piloto da tecnologia desenvolvida, que permitirá a validação e a demonstração da sua viabilidade técnica e comercial com vista à fase de industrialização. O facto de um governo europeu ter tomado a iniciativa de apoiar um projecto deste género é oportuno neste momento, pois apesar da crise que estes países atravessam, alguém decidiu dar o passo em frente e apoiar as tecnologias ligadas ao meio ambiente (gestão dos recursos hídricos, valorização de resíduos, eficiência energética, bioenergia), que também geram benefícios económicos para a população em geral.
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PALAVRAS
Identificação de potencialidades e necessidades
David Pinho
Os últimos anos têm sido de muitas as mudanças entre as comunidades portuguesas no estrangeiro. Por um lado o redimensionar da rede consular por constrangimentos orçamentais e, por outro, as mudanças culturais e sociais que são transversais a todos os países. Neste contexto realizou-se, entre 2 e 4 de Novembro de 2012, em Fátima, o Encontro de Promotores Socioculturais das Comunidades Portuguesas, promovido conjuntamente pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, Caritas Portuguesa e Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. O encontro teve como principais objectivos a divulgação de boas práticas socioculturais
desenvolvidas nos diferentes países onde há presença de comunidades portuguesas mas também de criar laços de solidariedade entre comunidades e identificar dificuldades. Estiveram presentes representantes de África do Sul, Alemanha, Andorra, Argentina, Bélgica, Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Franca, Holanda, Inglaterra, Luxemburgo, Macau, Suíça e também da Associação Mulher Migrante, Associação A Migrante de Leiria, Secretariado Diocesano da Mobilidade Humana de Viseu. Até ao final do ano passado estima-se que terão saído de Portugal cerca de 150 mil portugueses. O número obriga a reflectir sobre as necessidades que levam a esta decisão de abandono do país de origem sobretudo por parte das gerações mais novas e mais instruídas que se sentem empurradas para a emigração. Partem á procura de oportunidades de trabalho que, principalmente nos países de destino tradicional, já não existem. A esta realidade juntase o desconhecimento sobre o país de destino e, por isso, a falta de prepara9ao o que dificulta a integra9ao e potencia situa96es
de abuso e exploração. O movimento associativo é uma forte rede de integração mas que tem sofrido alterações e, em muitos países, tem perdido influencia, bem como capacidade de atrair e responder as necessidades dos emigrantes portugueses. Esta dificuldade nota-se particularmente na integração das gerações descendentes de emigrantes na sua organização e funcionamento. Apesar disto continuam a ser as associações as principais promotoras do ensino do português, havendo nesta áreas constrangimentos que não são novos mas que se perpetuam no tempo, nomeadamente, no que toca á disponibilização de professores. Sentem-se igualmente dificuldades no relacionamento entre as comunidades emigrantes e as comunidades locais o que resulta da incapacidade de adaptação á língua, as culturas e hábitos sociais. Esta realidade é particularmente grave entre os primeiros emigrantes que estão agora a chegar á chamada terceira idade. o isolamento e a solidão estão a afectar os emigrantes idosos que se encontram
divididos entre o regresso a Portugal e a permanência no país de destino para estarem junto dos filhos e netos. As dificuldades financeiras afastam-nos das respostas sociais existentes nos países onde viveram. Neste contexto chama-se a atenção para o trabalho local desenvolvido pelas associações sociais e culturais que deve ser privilegiado e visto por todos como embaixadoras da cultura portuguesa no estrangeiro. Deve ser-lhes dado um maior enquadramento para que melhorem o seu funcionamento e ultrapassem dificuldades não apenas financeiras mas também legais e de articulação com as estrutureis e governos locais. Constata-se que a capacidade de influencia das comunidades e do movimento associativo não está a ser aproveitado a favor da própria economia portuguesa. A diáspora deveria ser mais utilizada na promoção de Portugal do ponto de vista económico. Ela tem gondÍ9oes para abrir portas a um maior investimento em novos mercados potenciado pela chamada nova emigração. Como resultado desta reflexão apresentam-se as seguintes propostas de trabalho:
1. Criação da “Plataforma dos Promotores Socioculturais das Comunidades Portuguesas” cujo objectivo é a animação de encontros futuros e de outras iniciativas para assegurar a continuidade do trabalho agora iniciado e abrir portas para novas formas de cooperação. Esta plataforma será nos dois próximos anos animada pelos seguintes países: Argentina, Brasil, Estados Unidos da América, Holanda, Suíça e Venezuela e também pela Associação Mulher Migrante e Obra Católica Portuguesa das Migrações. 2. A partir da internet e das redes sociais criar uma rede de partilha de informação e de experiencias entre as comunidades emigrantes pela criação de um blogue e a dinamização de um grupo fechado no facebook; 3. O próximo encontro desta plataforma ficou agendado para o ano de 2014, a realizar em Portugal. Este encontro foi considerado pelos seus organizadores um ponto de partida para que as comunidades emigrantes não sejam esquecidas por quem tem responsabilidades governamentais mas também por todos os portugueses que não podem ignorar que o seu país esta espalhado pelo mundo e que a sua população é de 10 mas sim de 15 milhões de cidadãos.
Cartas dos Leitores Votar: Sim ou não? A má-criação é própria de gente mal-educada, disparatada e com falta de civilização. É desagradável um jovem malcriado, mas um adulto é pior ainda. Tanto o lar como a sociedade cometeram os seus erros ao não educá-lo de forma cívica e democrática. “Eu não vou votar em Dezembro” transformou-se num comodismo que não resolve os problemas do país. Ouvir isto chateia e preocupa ao mesmo tempo, sobretudo quando quem pronuncia passou pela vida democrática e beneficiou das oportunidades de estudo e de crescimento que este país proporManuel Teixeira
E o bom senso? cionou. Esta conduta é o mais parecido possível com uma má-criação. Pergunto a quem duvida do voto: Faz sentido comprar um carro novo se os ladrões de automóveis não desapareceram? A decisão do proprietário é comprar uma apólice e colocar todos os meios de segurança que tornem a tarefa mais complicada aos delinquentes. E devemos fazer o mesmo nas próximas eleições, independentemente do partido que apoiemos. Mais do que um dever, é uma responsabilidade para conseguir algo melhor para o nosso país e para nós mesmos.
Aproveito que estou um pouco chateado com a situação para dá-la a conhecer. Parece que agora tornouse regra organizar os festivais de folclore português aos domingos depois das 3 da tarde, tornando a celebração da nossa cultura numa verdadeira moléstia para os participantes e os seus companheiros. Já por vezes sofremos com o atraso destas actividades e tivemos que regressar às nossas casas, em diferentes regiões, de madrugada, para trabalhar no dia seguinte como se nada
fosse, mas nada se fez a respeito. Agora vemos novamente que um festival infantil será realizado praticamente sem acordo. A quema ocorre que seja humanamente possível que um grupo de crianças seja transportado de um extremo a outro do país para que dancem às 3 da tarde e saiam às 9 da noite para as suas respectivas regiões? Como membro desta comunidade e de um grupo folclórico, exijo que estas decisões sejam revistas em prol da nossa segurança pessoal mas também pelo futuro do folclore português.
Agostinho Pereira
Este espaço é destinado à construção de ideias e à expressão de opinião. Pretende-se um fórum constructivo e de reflexão, não um cenário de ataques aos pensamentos contrários. a sua opinião é bem-vinda em: correio.prensa@gmail.com
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FC Porto e Benfica fogem ao Braga CORREIO/LUSA
FC Porto e Benfica mantiveram-se firmes na liderança da Liga portuguesa de futebol, ao vencerem os seus encontros da nona jornada (que se disputou entre 9 e 12 de Novembro) e aumentarem para seis pontos a vantagem sobre o Sporting de Braga, derrotado pelo Sporting (1-0). Um golo madrugador do holandês Ricky van Wolfswinkel, logo aos quatro minutos, acabou com uma série de oito jogos oficiais sem ganhar dos “leões”, que ascenderam ao nono lugar, com 10 pontos, menos sete face aos “arsenalistas”, terceiros. Os minhotos mantiveram o último lugar do pódio, mas viram fugir o FC Porto e o Benfica,
Sporting ascendeu ao nono lugar após a vitória por 1-0 frente aos “arsenalistas” que continuam separados por um mísero golo (24-6 dos campeões, contra 23-6 dos “vice”), depois de terem ganho por tangenciais 2-1 (à Académica) e 1-0 (em Vila do Conde). No Dragão, o “onze” de Vítor Pereira chegou a 2-0, com golos do colombiano James Rodriguez, aos 50 minutos, e de João Moutinho, aos 62, mas ainda sofreu na parte final, depois de, aos 79, Helton ter dado um “frango”, após remate de Wilson Eduardo. Por seu lado, o Benfica venceu graças a mais um golo, o sexto na prova, do brasileiro Lima, que facturou aos 45+2 minutos,
Programa 10ª jornada 23 Nov. Beira-Mar – V. Guimarães 24 Nov. Benfica – Olhanense 25 Nov. V. Setúbal – Rio Ave Nacional – Estoril Académica – Gil Vicente S. Braga – FC Porto 26 Nov. Moreirense – Sporting
27 Nov. P. Ferreira – Marítimo de pé direito, depois de uma jogada estudada: lançamento lateral longo de Salvio e cabeça de
Empate ‘amigável’ no Gabão CORREIO/LUSA
A selecção portuguesa de futebol empatou a duas bolas, quarta-feira, 14, com o Gabão, num encontro de preparação para a qualificação para o Mundial2014, disputado em Libreville. Pizzi (35 minutos), de grande penalidade, e Hugo Almeida (59) marcaram os golos portugueses, com o Gabão a marcar sempre de castigo máximo, por Madinda (32) e Pocko (69). Portugal ocupa o terceiro lugar do Grupo F de apuramento para o Mundial2014, com os mesmos sete de Israel e menos cinco do que a líder Rússia, enquanto o Azerbaijão e o Luxemburgo têm apenas um ponto. Ronaldo sofreu um traumatismo craniofacial com ferida na pálpebra superior esquerda durante o jogo de domingo do Real Madrid em Levante, para o campeonato espanhol, e, apesar de ter comparecido na segundafeira na concentração da equipa lusa, acabou por ser dispensado pelo departamento médico. Além de Ronaldo, também Nani, João Pereira e Miguel Veloso, convocados inicialmente pelo seleccionador Paulo Bento, foram dispensados devido a pro-
Sporting venceu o Braga num jogo em que a arbitragem voltou a ser polémica.
Matic ao primeiro poste. Nos outros encontros, o Olhanense somou a segunda vitória, ao bater em casa o novo “lanterna vermelha”, o Beira-Mar, por 1-0, com um golo de Abdi (29 minutos), enquanto o Estoril recebeu e bateu o Moreirense por 2-0, subindo ao sexto posto, graças a tentos de Jefferson e Luís Leal. A ronda havia começado sexta-feira, com a vitória do Pa-
ços de Ferreira no reduto do Gil Vicente (1-0), graças a um tento solitário de Antunes, e prosseguido sábado, dia em que o Nacional saiu do último lugar, ao vencer em Guimarães por 3-1, depois de estar a perder, com golos de Diego Barcellos, Mateus e Keita. A nona jornada fechou com um empate a uma boa, na recepção do Marítimo ao Vitória de Setúbal.
Itália volta a eliminar Portugal no Mundial A selecção portuguesa de futsal foi eliminada do Campeonato do Mundo, na quarta-feira, 14, pela Itália, selecção contra a qual os lusos nunca tinham vencido (sete empates e sete derrotas agora oito). Portugal teve uma excelente entrada no encontro, esteve a vencer por 3-0 (hat-trick de Ricardinho), mas depois deitou tudo a perder a somente um minuto do fim do encontro.
Os italianos reduziram para 3-1 no início da segunda parte, mas só chegaram ao empate através do 5 para 4, onde Portugal mais uma vez, tal como já tinha sucedido com o Japão, revelou incapacidade defensiva e sofreu dois golos. Já no prolongamento, os italianos marcaram na primeira parte, mas Portugal nunca conseguiu chegar ao golo do empate.
Dirigentes e ex-jogadores do Nacional pronunciados Emanuel Silva
Os adeptos do Gabão queriam ver Ronaldo, mas não foi possível.
blemas físicos, possibilitando as estreias de Hélder Barbosa e Rúben Ferreira em convocatórias da ‘equipa das quinas’. O primeiro jogo entre as selecções de Portugal e do Gabão, orientado pelo treinador por-
tuguês Paulo Duarte, decorreu com pouca assistência – devdio à ausência da Cristiando Ronaldo - no estádio de L’Amitié, em Libreville, onde se disputou a final da Taça das Nações Africanas (CAN) de 2012.
O presidente do Nacional da Madeira, Rui Alves, e outros sete dirigentes do clube madeirense vão ser julgados por crimes de fraude fiscal qualificada, fraude contra a Segurança Social e branqueamento de capitais devido ao esquema de fraude fiscal que terá permitido ocultar das Finanças e da Segurança Social os verdadeiros salários de jogadores e treinadores durante o ano de 2005. Três ex-jogadores do clube vão responder por um crime de
fraude e o clube também não escapa: enfrenta uma acusação por fraude qualificada e fraude contra a Segurança Social. De acordo com a pronúncia do Tribunal Central de Instrução Criminal, o esquema terá “causado um prejuízo ao Estado no valor total de 91,7 mil euros”, correspondente a montantes de IRS no valor de 75,2 mil euros e de contribuições para a Segurança Social no valor de 16,5 mil euros. Valores estes que “o Estado, por força das condutas dos arguidos, deixou de liquidar e arrecadar”.
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Real Esppor mantém senda de vitórias JOEL ABREU jmabreu@correiodevenezuela.com
O Real Esppor atravessa um bom momento, como ficou evidenciado no campo do Estádio Brígido Iriarte, onde conseguiu, na tarde do passado sábado, uma importante vitória por 2 a 1 frente ao Atlético Venezuela, no primeiro encontro da jornada 13 do Torneio Abertura, disputado no passado sábado, 10 de Outubro, nas instalações do Estádio Brígido Iriarte, na cidade de Caracas. Depois de impor-se perante o Zulia na jornada anterior (em Maracaibo, com o resultado de 2-1), o Esppor chegou inspirado ao derbi da capital, ante os nacionais, que procuravam prolongar o bom momento que começou com a vitória conseguida no jogo com o Mineros de Guayana por 1 a 0, há uma semana. Os pupilos de Charles López posicionaram-se bem no campo e a balança terminou inclinada a seu favor, apesar da intensa pressão exercida pelo Atlético até ao
final do jogo. O primeiro golo do Esppor chegou após a cobrança de um livre pelo lado direito, ao minuto 39. Alejandro Vasco levantou um centro ao segundo poste da baliza defendida por Javier Toyo para encontrar Javier Guarino, que somou o seu sexto golo no
actual torneio. Com este golo, para além de levar à vitória da sua equipa, Guarino alcançou o segundo lugar entre os goleadores do campeonato, junto com Gelmín Rivas, do Deportivo Anzoátegui. Em menos de cinco minutos, o Esppor resolveu. Ao minuto
43, Anderson ‘Burrito’ Árias colocou o marcador nos 2 a 0, depois de aproveitar um centro da direita, cortesia de Diego Espinel. Depois do golo, o avançado caiu lesionado e teve de ser substituído por José Barros passado um minuto. Na segunda parte do jogo, a equipa nacional foi para o campo com a necessidade de reverter o marcador e esteve perto de consegui-lo, mas não passou de intenção de surpreender a equipa local. O atacante Anthony Uribe (ao minuto 69) tirou proveito de um ressalto após um potente disparo de livre de Gianfranco Di Júlio, que brilhou no lado direito da baliza de Daniel Valdés. As jogadas em ambas as áreas faziam pensar que as coisas podiam mudar, no entanto, o apito final do árbitro principal, Héctor Rojas (Monagas), sentenciou o final do encontro, e com ele, a segunda vitória consecutiva do Real Esppor, o que deixa a equipa merengue na 10.ª posição do campeonato, com 17 pontos.
Madeirense volta ‘cair’ no Clausura Antonio Carlos Da Silva magneticaudiovisuales@gmail.com
Unicasa ‘corre’ pela Fundação Amigos da Criança com Cancro Kenner Prieto kprieto@correiodevenezuela.com
No âmbito do 30.º aniversário dos Supermercados Unicasa, a cadeia de supermercados organiza mais uma edição da corrida de 10 quilómetros e caminhada de 5 quilómetros, a 25 de Novembro, tendo a Plaza Alfredo Sadel, em Las Mercedes, como ponto de partida. O início da corrida/caminhada está marcado para as 7h00am. A empresa espera a participação de cerca de 4.500 pessoas, entre clientes, convidados especiais, corredores de elite e público em geral. Os fundos arrecadados pela empresa destinam-se
ao melhoramento de processos que permitam diagnosticar leucemia em crianças e adolescentes de forma mais precisa. Os participantes competirão na categoria absoluta (feminina e masculina) Sub Master A, Sub Master B, Master A, Master B, Master C, Master D, Master E e Incapacitados (em cadeiras de rodas e sem cadeiras de rodas) e a modalidade de corrida por equipa. Os inscritos vão participar com os seus grupos na categoria a que pertence o corredor de menor idade: Jovem, Sénior e Master. O vencedor do primeiro prémio receberá bs. 10.000; o segundo lugar Bs. 5.000 e o terceiro lugar, Bs. 2.500.
O Deportivo Madeirense FS teve um atípico e negativo arranque no regresso aos ‘tabloncillos’ do futsal, contabilizando já duas derrotas e treze golos sofridos no início do Clausura da Liga Nacional de Futsal 2012. Depois da pausa obrigatória devido à disputa do Torneio Superior e de uma passagem discreta pelo Torneio Metropolitano, organizado pela Associação do Distrito Capital, o Madeirense era apontado como um dos favoritos na classificação para a liguilha, mas este início titubeante dá a volta a todas as projecções. Com lugar no Grupo Capital, junto com Lucas, Replay, UCV e Selecta, ‘La Maquinaria’ iniciou a sua passagem com o super reforçado Deportivo Lucas, na jornada inaugural do evento desportivo. Num jogo fechado, na parte inicial, o Madeirense desabou na segunda etapa e entregou os pontos, caiando com o marcador a fixar-se no 3 a 0. A jornada seguinte tinha agendada a reedição de um clássico do futsal da capital: UCV vs Madeirense. A equipa universi-
tária, jogando como equipa da casa, e depois de ter goleado o Replay por 9 a 1 no arranque, apresentava-se como favorita, mas ninguém imaginaria que o encontro acabaria num estrondoso e humilhante marcador para os mirandinos: 10 a 1. Os jogos UCV/Madeirense ou Madeirense/UCV costumam ser fechados e disputados. Mas não desta vez. Os pupilos de Roberto Díaz (interino, pela renúncia do técnico) não estavam em condições de disputar o jogo. Amplamente superados no aspecto físico, os diversos quintetos que foram para o terreno de jogo perderam praticamente todas as bolas divididas e tiveram muitíssimos problemas em recuperar a bola e regressar à defesa. Isto facilitou muito o trabalho dos universitários, que apenas com o básico, foram marcando golo após golo, mercê das suas já conhecidas rápidas transições ao ataque e com a constante rotação dos seus dois bloqueios definidos. O Madeirense ressentiu-se do pouco contributo de ‘Diablito’ Espinoza. ‘Los Abasteros’ e o Selecta são, até ao momento, os “favoritos” para a eliminação.
carla salcedo leal
O Quadrilátero Até quando a desordem? Uma notícia que veio a público recentemente deixou atónitos os amantes do futebol venezuelano. Há poucos dias, o Club Deportivo Lara, campeão absoluto da temporada passada, anunciou que atravessa uma difícil situação financeira, que levou à decisão de deixar o terreno de jogo no dia 11 de Novembro (domingo passado). Agora, muitos de nós questionam: Como pode uma equipa tão eficiente e preparada passar, de um dia para outro, de campeã a estar fora da competição? O que está a acontecer às equipas venezuelanas, com esta situação a ser cada vez mais comum? Pois, aparentemente, não há resposta a estas perguntas, nem tão pouco soluções definitivas para esta situação. Alguns atrever-se-ão a dizer que a culpa é dos principais patrocinadores do clube, reconhecidas entidades do Estado que estiveram abertas a sentar-se e a falar com a direcção do clube para evitar que este se retirasse do campeonato. Mas o que fica realmente em evidência é que estas situações irregulares no futebol venezuelano não são mais do que uma consequência de má gestão. Uma situação semelhante aconteceu numa equipa que começou com o incentivo de empresas espanholas e portuguesas, o Real Esppor, que estreou na liga de honra como uma equipa que não deixava a organização ficar mal, uma entidade sólida com grandes jogadores, mas que de um dia para o outro, acabou por entrar em queda. Os grandes jogadores começaram a migrar para outras equipas, e agora o Esppor é um onze que luta por seguir em frente mas que parece não encontrar a fórmula que muitas vezes encheu de glória as páginas deste jornal. Deste lado, nada mais nos resta do que lançar uma pergunta que nos sirva de reflexão: Será que algum dia as equipas de futebol na Venezuela contarão com algum REAL controlo da sua situação financeira, no qual se inclua uma projecção para o futuro? Vamos continuar a brincar com o desporto?
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O jornal da comunidade luso-venezuelana Caracas, 16 a 22 de Novembro de 2012
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Patricia Schwarzgruber López
“Os portugueses vieram fazer o que muitos venezuelanos não fazem” Sergio Ferreira Daniel Pereira
Nascida a 12 de Novembro de 1982 no seio de uma bela e unida família, Patricia Schwarzgruber López ganhou um importante lugar no coração dos espectadores venezuelanos. Desde o início da sua carreira artística, quando era apenas uma criança, que conta com o apoio incondicional dos pais, que confiam plenamente nela, e na irmã, Erika Schwarzgruber, que também começou a dar os primeiros passos no mundo do espectáculo e já se perfila como uma grande actriz. Os venezuelanos recordamse de Patrícia pela sua estreia no programa infantil com maior audiência na história da televisão deste país, ‘El Club de los Tigritos”, onde fazia uma série de karaté, participava em pequenas séries como actriz, para além de animar as tardes dos mais pequenos da casa. O ‘Club’ seria apenas a chave que abriria todas as portas da sua carreira artística adolescente. Esteve depois em ‘Rugemanía’, ‘Súper Club’ e ‘Jugando a Ganar’. Mais à frente, fez uma história musical acompanhada
por Luis Fonsi, e participou em ‘Atómico’, continuando o seu percurso como animadora e actriz dos programas e séries mais vistos do canal da colina, Venevisión. Apesar desta nativa de Escorpião ter alcançado o êxito com todas estas participações, não quis parar em papéis infantis, motivo pelo qual se estreou como actriz no recordado drama ‘Sabor a Ti’. Desde então, Patrícia afastou-se um pouco dos ecrãs dos venezuelanos, mas nunca deixou de estar no olho do furacão: Apesar do seu casamento com Jonhatan Montenegro, a gravidez e o seu posterior divórcio, manteve-se sempre presente na mente dos telespectadores. Actualmente, Patrícia tem 30 anos de idade e dedica-se, a tempo inteiro, ao seu papel de mãe, uma experiência que, assegura, lhe mudou a vida por completo. Considera-se uma jovem explosiva, super carinhosa, muito honesta, e confessa odiar a mentira. Para além disso, é TSU em Publicidade e Marketing, ainda que não exerça esta informação. Sobre a comunidade portuguesa, a ‘ex-tigrita’ confessa admirar a sua força de trabalho e assegu-
Twitter: @correiodvzla
irmã Erika e eu contávamos os dias e até inventámos uma canção (risos). Defina-se em três palavras. Fiel, apaixonada e ‘Mamagorila’ (mãe galinha) pela minha filha (risos). Se fosse Deus por um dia, o que faria? Sem dúvida que se fosse Deus por um dia, tiraria Chávez do poder! O que mais a chateia? Chateia-me a mentira e a traição. O que a faz feliz? Ver a minha filha sorrir e ouvila dizer “amo-te mamã”. Qual é a chave para o êxito? Ser constante em tudo o que se faz e saber que se cair, está obrigado a levantar-se sem olhar para trás e a continuar com o seu melhor sorriso.
ra que estes estrangeiros vieram fazer neste país o que muitos venezuelanos não fazem: Contribuir para o futuro. Qual ou quais são as suas maiores paixões? Adoro ir à praia e sobretudo estar com o meu bebé. Qual é o seu prato favorito?
Carne, pizzas, comida chinesa e morro por doces, principalmente por chocolate (risos). O que mais recordas da tua infância? Lembro-me da primeira vez que fui à Disney World, nos Estados Unidos, com os meus pais, a minha avó, a minha tia e a minha irmã. Foi o máximo! A minha
Quando ouve a palavra ‘português’, qual a primeira coisa que lhe vem à cabeça? Vêm-me à mente pessoas trabalhadoras e lutadoras. Adoro e admiro a forma como trabalham muito. Qual é a sua opinião sobre a comunidade portuguesa na Venezuela? Acho que a comunidade portuguesa radicada na Venezuela é formada por pessoas que deram muito a este país, pessoas trabalhadoras que vieram fazer o que muitos venezuelanos não fazem. PUB