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Pré m i o Ta le n to d a C o m u n i ca çã o S o c i a l 2 0 0 9 O jornal de comunidade luso-venezuelana • Caracas, 21 a 27 de Dezembro de 2012 • Publicação Semanal Nº 486
Ano 12 • Depósito Legal: 199901DF222 • BsF. 5,00
Natal: Um sentimento feito de tradição PUB
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21 a 27 de Dezembro de 2012 // CORREIO DA VENEZUELA
Editorial Tempo de esperança O Natal, a época das Festas, é um tempo de esperança, de solidariedade e de fraternidade que deve ser exercido em plenitude, de acordo com os costumes e hábitos da grande maioria da comunidade luso-venezuela. Neste tempo especial as nossas intenções convergem nesse cenário de amizade e de dádiva que emana do Evangelho que perdurou pelos anos fora a palavra e a mensagem da Igreja de Cristo. E porque o Natal celebra o Nascimento de Messias, é neste momento de renovação que nos encontramos mais irmanados e mais solidários com aqueles que têm menos que nós, que passam necessidades e aos quais o muito pouco que podemos dar representa muito e é recebido com gratidão. No entanto é bom que saibamos viver o Natal e o Nascimento de Jesus Cristo, com o respeito que a efeméride merece, na observância dos valores que dignificam a condição humana e que, por isso, nos torna diferentes. Independentemente da religião de cada um, a celebração do Natal é sempre um tempo de renovação, de abertura e de consolidação de projectos que se alimentaram ao longo de um ano. Na Venezuela vivemos um ano muito envolvente, de eleições e de novos desafios, da determinação de novos rumos ou da escolha de novos caminhos. Um tempo de esperança, que requereu trabalho, solidariedade e tolerância. Em Portugal viveu-se um ano de sacrifícios e de alguma indecisão. Nem tudo correu bem e a situação económica penalizou demasiado a vida dos portugueses. Falar de tempo de esperança pode parecer utópico, mas a verdade é que a esperança é a última coisa que se perde. Mesmo que a fé seja pouca, o futuro impõe-nos desafios para os quais temos de conseguir forças para vencermos. Um caminho exigente e que nos apresenta várias frentes. Quer na Venezuela, quer em Portugal, este tempo de Natal, e de esperança, implica discernimento, dádiva e perdão. Mas é sobretudo no seio das famílias que se vive esta quadra de festas, num cenário em que imperam as tradições populares portuguesas, no aconchego dos seus lares, na partilha e no amor que todos dedicam aos seus familiares. A mensagem de Jesus Menino suplanta nesta quadra as desavenças e as agruras, sara feridas e une os que se envolvem nesta celebração que une famílias, vizinhos e populações, e que sempre serve de intervalo nos afazeres do dia-a-dia e na louca correria que nos impõe a vida contemporânea. A celebração natalícia é também um tempo de agradecimento. O CORREIO de Venezuela não é insensível e não pode deixar a oportunidade sem destacar o empenho e o trabalho dos seus colaboradores, a disponibilidade e carinho dos seus anunciantes e patrocinadores e a aceitação dos seus leitores, razão da sua existência. Os nossos votos de BOAS FESTAS estendem-se a todos os que de alguma forma contribuem para o sucesso do nosso jornal, que medeiam a ligação para que o CORREIO se afirme cada vez mais como o órgão de ligação entre os núcleos de portugueses e de luso-descendentes na Venezuela e que ao mesmo tempo nos reconhecem como porta-voz da Comunidade Portuguesa. Bom Natal e um Ano Novo cheio de esperança!
Grupo Editorial
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Quando a atenção vai toda para os porquinhos... CARLA SALCEDO LEAL csalcedo@correiodevenezuela.com
Com a chegada da época de Natal, surge também a criatividade dos venezuelanos, que procuram, de alguma forma, obter dinheiro para cobrir os gastos extra da temporada. E assim apareceram os tradicionais porquinhos de plástico que todos os anos são decorados pelos seus donos, engenhosos na hora de chamar a atenção dos consumidores e assim conseguir gritar ‘Alimentaram o porquinho! Obrigaadaaaa!’o maior número de vezes possível. As montras das padarias, estacionamentos, casas de banho públicas e até os ‘aventais’ dos vendedores de bilhetes de lotaria enchem-se de um sem fim de modelos de porquinhos que esperam estar cheios até ao dia 24 de Dezembro.
Desde cedo
A meados do mês de Novembro, os donos ou encarregados dos estabelecimentos compram um dos porquinhos para os seus empregados, que se conseguem com facilidade nas lojas chinesas. Ali começa o trabalho dos empregados, que utilizam materiais como feltro, pedaços de tecido, algodão e pinturas para decorar as figuras de plástico que recebem os clientes sempre com um sorriso. Outros decidiram não usar a tradicional figura, usando a sua imaginação e, recorrendo a caixas de sapatos ou até a outro tipo de adornos natalícios e com mensagens alusivas ao Natal, conseguem fazer com que quem passa no balcão deixe o seu contributo.
Um ‘banco’ fácil
Disfarçados de diferentes personagens, ou até no seu estado natural, a realidade é que os porquinhos conseguem reunir dinheiro suficiente para ajudar a cobrir as
As tradicionais figuras surpreendem os consumidores com as suas formas e vestes necessidades dos beneficiários. Depois de quase quatro semanas de exibição, finalmente parte-se o porquinho, a 24 de Dezembro. Os ganhos, que oscilam entre os 400 e os 3000 bolívares fortes, são repartidos em partes iguais entre os empregados, que utilizam o dinheiro para comprar a ceia de Natal, completar as prendas do Menino Jesus ou comprar a roupa para estrear nos dias 24 e 31. Os porquinhos ‘mais gordos’, como os chamam, são os que ficam em estabelecimentos onde o público recebe trocos em moedas ou notas de baixo valor, como estacionamentos, padarias e quiosques de serviços. Quem coloca os porquinhos em zonas onde se embrulham as prendas também consegue boas quantidades. Mas os porquinhos também não con-
seguem escapar à delinquência, pois as somas conseguidas são uma tentação para delinquentes, que todos os anos aperfeiçoam técnicas para furtar as figuras com todo o seu recheio. Isso mesmo se conseguiu constatar num percurso feito por diversas zonas de Caracas para encontrar os porquinhos mais originais. “É a segunda vez que nos roubam o porquinho. O ano passado forçaram a fechadura do quiosque à noite e levaram o porquinho, perto do Natal. Este ano, veio um grupo de três homens, e enquanto o meu companheiro atendia o mais velho, os outros levaram o porquinho que tínhamos decorado. Agora temos uma caixinha escondida e fechada a cadeado”, contou um dos trabalhadores de um quiosque de café no Paseo Las Mercedes.
Os mais ousados
A tradição de Natal estendeu-se a outras áreas. Há algumas semanas, num salão de festas de Caracas, um cofre de prendas de um casamento foi completamente modificado pelos organizadores da festa e transformado num casal de porquinhos cuja vestimenta imitava os trajes usados pelo casal.
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CARLA SALCEDO LEAL csalcedo@correiodevenezuela.com
É, para muitos, o centro da cidade, mas na verdade fica a oeste: É lá que ainda sobrevive, apesar das constantes mudanças na urbe, um dos mercados municipais mais famosos da Venezuela. Trata-se do Mercado da Quinta Crespo, um dos principais fornecedores retalhistas do ramo alimentar da região central da Venezuela, e o segundo em força de trabalho, depois do Mercado Municipal de Coche. O mercado mantém-se aberto todo o ano, de terça a domingo, das 5 da manhã ao meio-dia, mas ao chegar ao Natal, o horário estende-se de segunda a domingo, das 5 da manhã às 3 da tarde. E também a clientela aumenta. Como seria de esperar, os portugueses compõem um dos grupos mais activos neste mercado, desde a sua inauguração, em 1951, e por ali já passaram pelo menos três gerações. O Mercado da Quinta Crespo foi um dos grandes atractivos da cidade, comparado pelos turistas, nos bons velhos tempos, aos principais mercados de Amsterdão, Budapeste e até de Londres, e deve o seu nome às boas intenções do general Joaquín Crespo, que doou à comunidade, há mais de um século, o terreno onde hoje está o mercado.
Histórias de anos
Quando chega a hora de fazer ‘hallacas’, chegam pessoas de todas as zonas de Caracas, e até do interior do país, em busca dos ingredientes neste pitoresco mercado, que durante décadas serviu de inspiração para escritores, artistas plásticos e fotógrafos, mas também a importantes chefes e cozinheiros que se passeiam pelos seus corredores para inspirar-se nos aromas e nas cores para o processo criativo dos pratos. Chegar ao Mercado da Quinta Crespo é como chegar a uma pequena representação da União Europeia. Entre diferentes tons de pele e sotaques, os crioulos foram se misturando num terreno que já foi apenas europeu. Os portugueses souberam sobreviver muito bem neste espaço, e ainda conservam a sua força laboral ao rubro. Hortaliças, verduras, carnes e peixe continuam a ter marca lusa, e inclusive muitos destes negócios já se tornaram ícones dentro e fora do mercado. Ao longo dos anos, ocorreram diversas transformações. A eliminação de grande parte do que um dia foi o estacionamento foi uma das remodelações mais visíveis no mercado, que ainda mantém, em grande parte, os pisos originais. Houve também um aumento de postos de venda de vendedores ambulantes em torno do espaço.
Por detrás do balcão
Fátima das Fontes, vendedora de hortaliças há 25 anos no mesmo local do corredor número 1, recebe os seus clientes com um sorriso de orelha a orelha. Não está quieta um segundo, se não está a limpar as cebolas para que fiquem como se tivessem película, está a arranjar algum pormenor na forma de exposição dos produtos. Confessa que este foi o único trabalho que teve até hoje e que a ele deve tudo o que conseguiu. “As vendas baixaram muitíssimo, e
“Quinta Crespo continua a ser Quinta Crespo” Um dos mercados municipais mais populares do país conseguiu sobreviver ao tempo e às mudanças, conservando a sua fama, que aumenta na altura do Natal.
também a nossa qualidade de vida enquanto comerciantes. O aumento dos vendedores ambulantes fora do mercado fizeram mudar muito a nossa dinâmica de trabalho. As coisas mudaram muito, mas apesar de tudo, a Quinta Crespo continua a ser a Quinta Crespo. Gostaria apenas que as coisas fossem um pouco mais modernas, porque continuamos a ser uma referência nacional”, disse. “Bom, aqui cada um tem o seu lugar e dedica-se a trabalhar como deve ser. Pode-se dizer que as coisas se mantiveram no tempo, mas também pode ser que, por passarmos tanto tempo aqui dentro, não nos damos de conta que as coisas mudam. Esta é a nossa segunda casa”, aponta José Pita, dono de um dos maiores postos de venda de fruta do mercado, que sofreu diversas modificações. Pita também está no Mercado da Quinta Crespo há 25 anos, e assegura que a eliminação do estacionamento é um dos grandes problemas que enfrentam, sobretudo na época de Natal, quando as visitas aumentam. “Esse problema afastou-nos muitos clientes, assim como os vendedores ambulantes. Temos passado alguns tempos difíceis e outros melhores, mas continuamos a trabalhar”, comentou este experiente comerciante. Continua na página 8→
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Quando se fala de Natal na Quinta Crespo, não há comerciante que não diga “ve a dónde están las hojas portuguesas’”. Sim, “las hojas portuguesas”, um dos primeiros postos do mercado onde as protagonistas são as folhas de ‘hallaca’. Avançam as novas gerações
As caras começam a mudar, cada vez se vêem rostos mais jovens à frente dos postos de venda. Não é raro ver pais e filhos a interagir nos negócios, dois e até três gerações a trabalhar juntas, cada uma aplicando os seus conhecimentos na área. Vemos, num destes postos de venda, uma jovem com cerca de 20 anos a explicar aos pais, que acabam de fazer uma venda, que passos devem seguir para pagar os impostos. Esta situação pode repetir-se nestes históricos corredores com diferentes pessoas e cenários. E a modernidade chegou, de alguma forma, à Quinta Crespo. Em muitos locais vêem-se balanças digitais, há câmaras de segurança na maioria dos postos, é possível ver um ou outro funcionário com um corte de cabelo diferente do habitual, juvenil, para não falar nos populares piercings, coisa que seria impensável há duas décadas. Blackberrys e iPhones são as centrais telefónicas destes empresários, encarregues, a partir dos seus humildes postos, de alimentar toda uma cidade e seus arredores. Juan Pinto é um dos rostos mais jovens, e mesmo assim já trabalha há 20 anos no ramo das hortaliças. Conhece o mercado como à palma da sua mão, praticamente cresceu nesses corredores, e o lugar tornou-se também o seu lar. “Como em tudo, as coisas mudaram. Aqui no mercado há muitas coisas que antes havia que hoje não há, e há que admitir que a concorrência desleal aumentou, com a proliferação dos vendedores ambulantes. Muita gente que vem ao mercado compra tudo antes sequer de chegar ao primeiro posto de venda, mas o importante é que tratamos sempre de fazer o nosso trabalho o melhor possível. Todos os portugueses se conhecem cá dentro, porque há muito que trabalhamos cá”, relata Pinto. “No Natal, o horário é muito mais puxado, porque estamos abertos até mais tarde, e todos os dias, e chegamos cá muito antes do mercado abrir, para organizar a mercadoria de forma a receber bem os
clientes. Dormimos menos, trabalhamos mais. A semana mais pesada é de 17 em diante, até 30 de Dezembro, mais ou menos, altura em que as pessoas como que desesperam para conseguir os ingredientes para as ‘hallacas’, e o nosso ritmo de trabalho aumenta, mas fazemos com gosto, porque é aqui que recebemos o dinheiro para levar para as nossas casas”, diz o jovem.
As folhas portuguesas
Quando se fala de Natal na Quinta Crespo, não há comerciante que não diga “vá onde estão as folhas portuguesas”. Sim, “as folhas portuguesas”, um dos primeiros postos do mercado onde as protagonistas são as folhas de ‘hallaca’. Este local, gerido actualmente pela terceira geração da família, foi fundado por João Capello em 1969, quando tinha 16 anos de idade. Dedicou-se desde então a vender folhas de ‘hallaca’ todo o ano. “Se quer fazer uma ‘hallaca’ em Junho ou Março, venha connosco, porque aqui encontra tudo”, garante, com entusiasmo, Andy Vieira, o encarregado, e talvez um dos vendedores mais jovens do mercado. “As folhas não são portuguesas, vêm de Barlovento, mas como somos portugueses, toda a gente diz que são as folhas portuguesas. Temos folhas de ‘hallaca’ ao longo dos 365 dias do ano desde a altura em que este lugar nasceu, e tornou-se conhecido por isso. É um negócio familiar que passou de geração em geração, e a isso se deve grande parte do seu êxito”, diz o jovem, que partilha tarefas com outros jovens. Vieira já trabalha em pleno no negócio há três anos, mas conhece-o praticamente de toda a sua vida, pelo que assegura que este tem sido um dos anos mais marcantes em termos de alteração de preços dos produtos de Natal. “Um quilo de folhas começou a custar 14 bolívares, e não se sabe a quanto vai chegar no dia 31. Também vendemos ‘combo’ para 50 ‘hallacas’, que custa 50 bolívares já preparado. Esperamos que nas semanas mais fortes, as vendas subam, ainda que aqui vendemos
as folhas todo o ano”, sublinha. As mudanças também se fizeram sentir neste negócio. “O que a experiência neste ramo me deixou é que, como se trata de um produto que vem do campo, com o passar do tempo são menos as pessoas que se dedicam a produzi-lo, e é cada vez mais difícil encontrar as folhas de ‘hallaca’ porque são cada vez menos os que querem trabalhar no campo e plantar. Desde que este posto de venda nasceu, outra coisa que mudou é que agora vendemos a folha preparada, entregamos as folhas prontas
para que coloquem as ‘hallacas’, e isso foi muito bem recebido pelos nossos clientes. A experiência também nos levou a conseguir as quantidades e medidas certas, sabendo o que os nossos clientes precisam, e isso também os motiva a se manterem fiéis a nós. A verdade é que este ano é preciso abrir os cordões à bolsa para fazer as ‘hallacas’, não se salva nem a de Caracas, nem a oriental, nem muito menos a portuguesa, que é bem saborosa, porque é bem recheada com bacalhau”, conclui o comerciante.
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Superstições que se tornam tradições JOEL MELIN ABREU jmabreu@correiodevenezuela.com
O Natal e o fim de ano são duas épocas que tradicionalmente se prestam a superstições e rituais com os quais queremos invocar boa sorte para o ano que está prestes a começar. Estes rituais que fazem parte das tradições crioulas juntam-se às dos portugueses que emigraram para este país. Começam dez dias antes da última noite do ano, com a chegada do Espírito do Natal, ou do Senhor Natal, festa que se celebra durante o solstício de Inverno (21 de Dezembro). Quem segue o ritual deste personagem, que dizem trazer paz, harmonia e alegria, prepara um abundante jantar, no qual a cor laranja das mandarinas é protagonista, e durante o qual se queima uma lista de desejos espirituais para o ano seguinte. As crianças também têm as suas tradições, seja enviar a carta ao Pai Natal ou colocar os sapatos debaixo da árvore, para que ali sejam deixados os presentes. Os mais pequenos cumprem o seu ritual antes da ‘noite boa’, à espera que a superstição esteja certa. Elian de Abreu, luso-descendente de Guarenas, assegura que “todos os meses de Dezembro, quando a minha mãe monta a árvore, deixo o meu cartão nos ramos e coloco sempre o meu sapato debaixo da árvore para que o pai Natal se lembre de me dar uma prenda”. Na Venezuela, esta tradição europeia é mais comum durante o Dia de Reis (6 de Janeiro), enquanto que a 24 de Dezembro, as crianças vão deitar-se cedo para que o Menino Jesus deixe as prendas em casa.
A última noite do ano
A noite de fim de ano é a data onde as superstições são seguidas mais è letra. Maria da Silva, oriunda da Madeira e residente em Maracay, Estado de Aragua, diz que a sua família realiza as mesmas rotinas todos os 31 de Dezembro. “Comemos uma colherzinha de lentilhas, que nos trará prosperidade e sorte, e oferecemos um punhado aos nossos amigos e sócios, para que o ano que vem seja pleno de abundância e prosperidade nos negócios”, disse. Já os portugueses, a 12 segundos do novo ano, comem 12 passas, acompanhadas de um desejo por cada uma. Na Venezuela, as passas são substituídas por uvas. Daniela Cadenas, que vive em Maracaibo, diz que a sua família é crioula de nascimento mas que os seus dois cunhados são luso-descendentes, e tanto eles como a sua família adoptaram a tradição de comer seis passas e seis uvas, de forma
Apesar de os portugueses que emigraram para a Venezuela ainda manterem as tradições trazidas da terra natal, com o passar dos anos, assumiram os rituais venezuelanos como seus.
a partilharem ambas as culturas com a finalidade que “os nossos desejos se cumpram”, disse. As vestes também são importantes para receber o ano novo, mas há uma peça de roupa passa sempre despercebida. “É verdade que isto é feito sobretudo na Venezuela, mas, mesmo sendo portuguesa, nunca deixo de usar as minhas calcinhas amarelas para receber o ano com sorte, dinheiro, e, claro, felicidade”, disse Laura Rodríguez, nascida em Lisboa e residente em Caracas. Um dos actos mais comuns minutos antes da meia-noite, no fim do ano, é tirar as malas dos armários, para poder viajar durante todo o ano, ter dinheiro nos bolsos, preferivelmente dólares e euros, para que cheguem em abundância nos 12 meses seguintes, e subir a uma cadeira se quer encontrar um (a) companheiro (a) no ano seguinte. Mário da Silva comenta que estes rituais se cumprem tanto em Aveiro, cidade onde nasceu, como em Punto Fijo, Estado de Fálcon, onde reside. “Recordo-me que em pequeno os meus pais costumavam dar-nos dinheiro para colocar nos bolsos. Também nos faziam subir a uma cadeira, e eu não entendia porquê, mas agora sou eu que digo aos meus filhos que o façam, porque em Portugal acredita-se que esta é uma forma de obter crescimento pessoal e profissional. Esta tradição é comum em Portugal e aqui na Venezuela”. Tomar banho em champanhe e lançar grãos pela janela para conseguir prosperidade, beijar o companheiro ou companheira para se manterem unidos, arrumar e limpar a casa para libertá-la das más energias, colocar-se entre duas pessoas do sexo oposto para receber o ano, se é que se deseja ter um par, e até um beijo na ‘noite boa’ debaixo de um visco branco são algumas das crenças para cumprir nestes dias, nos quais o que realmente se celebra é o nascimento de Jesus e o final de um ciclo. Mas independentemente da nacionalidade e do país onde se viva, a partilha em família e os costumes de cada lar são as principais razões para manter viva a esperança num bom auguro para o ano que começa.
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Mais de 665 mil luzes iluminam Natal na Madeira CORREIO/DIÁRIO/LUSA
Mais de 225 mil lâmpadas e cerca de 443 mil microlâmpadas vão iluminar o Natal na cidade do Funchal, revelou fonte da empresa responsável pela instalação. Fonte da Luzosfera, empresa que venceu o concurso para a criação e construção dos motivos e para a montagem e desmontagem das iluminações decorativas nas festas de Natal, nas passagens de ano 2012/2013 e 2013/2014 e nas festas de Carnaval de 2013 e 2014, disse que o investimento conta com 225.528 lâmpadas e 443.280 microlâmpadas. A estes números há a somar, ainda, 25.002 metros de mangueira luminosa, usada nos contornos dos motivos decorativos, com 900.072 microlâmpadas, informou a empresa. Os trabalhos de instalação começaram no dia 15 e envolvem cerca de 120 trabalhadores, adiantou a mesma fonte, explicando que, este ano, são o branco e o vermelho as cores dominantes da iluminação natalícia na capital madeirense, onde vão sobressair cinco centralidades. A primeira, no Mercado dos Lavradores e zonas circundantes, contempla elementos etnográficos e tradicionais regionais, como o traje e calçado típico, o carro de cestos ou o bordado Madeira. A segunda centralidade, na Praça do Município e área adjacente, privilegia pormenores das vivências e tradições da época natalícia do mundo, enquanto junto à Sé Catedral e ruas envolventes são os elementos de cariz religioso a sobressair. Já no cais da cidade, avenida do Mar e das Comunidades Madeirenses e ainda em artérias da zona a população e turistas vão poder ver elementos da cultura universal e, por fim, na zona hoteleira a iluminação vai incluir a fauna e a flora, como orquídeas, magnólias ou pássaros. “Uma das novidades, junto à Sé, é a colocação de dois anjos gigantes e, na avenida Arriaga, por exemplo, destacam-se três bonecos de neve também de grande dimensão. Na praça do município foram instaladas duas árvores de Natal com cerca de 20 metros cada”, referiu a fonte, explicando que no cais do Funchal “velas vão dar a sensação a quem chega de barco de conti-
Mais de 225 mil lâmpadas e cerca de 443 mil microlâmpadas dão luz ao Natal nuidade do mar”. A primeira fase das iluminações de Natal ganhou luz no passado sábado, mas apenas nas ruas compreendidas entre a rotunda do Infante e o Mercado dos Lavradores, dia em que começa, também, o programa de animação, que inclui diversas iniciativas musicais, etnográficas ou solidárias. A segunda e última fase acendeu a 8 de Dezembro. A Luzosfera acrescentou que de 1 de Dezembro a 7 de Janeiro as luzes estão acesas das 18 horas à 1 hora. A excepção é nos dias 23, 24 e 31 de Dezembro, dias em que a iluminação apaga às 6 horas. Entre o dia de Natal e 30 de Dezembro, a iluminação permanece ligada entre as 18 e as 3 horas. O Governo da Madeira vai gastar cerca de dois milhões de euros no programa de animação de Natal e fim de ano, menos 32% do que com o cartaz de 2011, anunciou a secretária regional da Cultura, Turismo e Transportes, Conceição Estudante. “O programa tem um orçamento global de pouco mais de dois milhões de euros, quando em 2011 foi de três milhões”,
Presépio com 50 figuras em tamanho real feitas com materiais recicláveis O presépio de rua da cidade alentejana de Borba, um dos atractivos da zona na quadra de Natal, apresenta mais de 50 figuras, em tamanho real, elaboradas pelo artista Carlos Bacalhau, recorrendo a materiais recicláveis. As figuras estão distribuídas, até 6 de Janeiro, pelas várias artérias do centro
histórico da cidade e junto à muralha do castelo encontra-se o conjunto principal. Segundo o vereador do município, Humberto Ratado, o presépio constitui “um atractivo e um convite para visitar o concelho”, nesta quadra de Natal, numa iniciativa que contribui para “fomentar o comércio local”.
disse a governante. Conceição Estudante salientou a diminuição de 35% no valor investido nas iluminações (que custarão 1,2 milhões de euros) -- concurso que foi impugnado junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Funchal - e de 16% no espectáculo de fogo-de-artifício, orçado em cerca de 750 mil euros. A Câmara de Lisboa prevê gastar 250 mil euros em iluminações de Natal nas artérias da Baixa pombalina, ou seja, cerca do 20% do que o Funchal vai gastar. Através de um protocolo de cooperação para dinamizar o comércio na quadra natalícia, o município lisboeta vai pagar à União de Associações de Comércio e Serviços 250 mil euros para iluminar as principais ruas até ao Dia de Reis. No ano passado investiu 150 mil e em 2010 cerca de 700 mil euros. A crise no comércio tradicional na cidade do Porto levou também a câmara e a associação de comerciantes a aumentarem em 20% o investimento nas luzes e animação de Natal. O investimento em 2011 rondou os 100 mil euros e este ano aumentou para os 120 mil.
“Os Mistérios de Natal” oferecem concertos e exposições em Lisboa Concertos, exposições e a ‘queda’ de neve fazem parte da iniciativa de dinamização cultural e comercial “Os Mistérios do Natal”, que arranca no sábado na zona entre a Rua da Escola Politécnica e a Calçada do Combro, em Lisboa. “De 15 a 24 de Dezembro de 2012, entre a Rua da Escola Politécnica e a Calçada do Combro descubra uma proposta de dinamização cultural, social e comercial para o Príncipe Real, Praça das Flores, Rua do Século, Rua de S. Bento e Rua do Poço dos Negros, através do projecto ‘Adas-Mercês’, criado por uma associação informal de pessoas e entidades que tem como missão a dinamização comercial e sociocultural do bairro”, refere um comunicado da organização. A iniciativa, que conta com a participação de “mais de 100 estabelecimentos e mais de 40 artesãos” inclui concertos, leitura de contos, oficinas de reciclagem e exposições.
Árvore de Natal no Terreiro do Paço A Praça do Comércio, Lisboa, ganhou um ambiente “ainda mais caloroso” com a instalação de uma árvore de Natal de 28 metros de altura, que iluminada a 1 de Dezembro. A Árvore de Natal tecnológica assinala a época natalícia em Lisboa, “cumprindo a tradição ao melhor estilo vanguardista”, diz a Associação de Turismo de Lisboa. Esta instalação do artista português Leonel Moura vai ser decorada com projecção de palavras, filmes (pré-produzidos) e captação de imagem em tempo real da paisagem e do movimento envolvente e vai poder ser vista, até 6 de Janeiro. Todos os que passem pelo Terreiro do Paço “serão parte integrante da instalação, podendo ver-se de imediato projectadas na Árvore de Natal da cidade”.
Porto com 25 ruas iluminadas neste Natal A baixa da cidade do Porto foi iluminada a 7 de Dezembro para celebrar o espírito natalício com a ligação das luzes brancas e douradas de ruas como Santa Catarina, Heroísmo, Antero de Quental, Costa Cabral, Flores ou Mouzinho da Silveira, da Avenida dos Aliados, da Rotunda da Boavista ou das praças dos Poveiros, Marquês e Carlos Alberto. Também os Paços de Concelho e a Igreja dos Clérigos se pintam de luzes: vermelhas, verdes e amarelas – a fazer lembrar o Natal, mas também as cores da bandeira nacional. A 7 de Dezembro foi também inaugurada a árvore de Natal com 26 metros de altura, na Praça do General Humberto Delgado.
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Natal é universal SILVIA C DI FRISCO sdifrisco@correiodevenezuela.com
A festa de Natal é uma das mais importantes do cristianismo. O nascimento de Jesus é comemorado, todos os anos, em quase todos os recantos do mundo. Com o passar do tempo, as relações entre gerações e as diferenças culturais foram criando um leque infinito de tradições e costumes em torno da celebração. Jantar em família, prendas aos entes queridos e dedicar mais tempo àqueles com quem não se está frequentemente são actividades que estão na agenda de todos nas vésperas de Natal.
O que não pode faltar
O nascimento de Jesus foi representado inúmeras vezes em quase todo o tipo de materiais ou superfícies. Segundo reza a história, o primeiro presépio foi exposto durante a noite de Natal de 1223, feito por São Francisco de Assis, numa cova em Itália. Nos presépios populares da Península Ibérica, na Europa, inclui-se uma figura típica, muito antiga, chamada ‘caganer’, que representa um agricultor no acto da defecação, e que faz referência a cultos agrários relacionados com a fertilidade do campo. A árvore de Natal é, provavelmente, a figura mais versátil da celebração. Actualmente comercializam-se de todo o tipo e são decoradas com um sem fim de acessórios. Acredita-se que a sua origem surge da sacralização dos elementos naturais, costume dos povos druidas da Europa central que actualmente se situam no Reino Unido. A árvore do Universo, em cuja copa e raiz se encontravam o céu e o inferno, respectivamente, era adornada pelos druidas em datas próximas do Natal cristão, como parte da sua adoração ao deus sol e à fertilidade. A ceia de Natal consiste num banquete ou festim, que, geralmente se realiza à meia-noite, em família ou entre amigos, honrando o nascimento de Cristo, que teve lugar a essa hora. Este íntimo momento de espera, carregado de simbolismo e reflexão, é similar à celebração judia do ‘Pésaj’. Come-se paio, bacalhau, porco, cordeiro e outros pratos, dependendo do lugar em que se celebre ou as tradições da família.
Prendas, doces e carvão
Os costumes de Natal mais tradicionais dizem que as prendas recebidas pelas crianças em Dezembro são trazidas pelo Menino Jesus ou pelo Pai Natal. No entanto, diversas culturas atribuem a entrega de presentes a outros personagens mais pitorescos e menos conhecidos, como os Reis Magos e o Espírito de Natal. Uma lenda russa conta a história de uma idosa de grande coração que deu asilo, em sua casa, aos três Reis Magos durante o seu percurso rumo a Belém. Ba-
bushka, como é conhecida, foi convidada a acompanhá-los mas decidiu limpar primeiro os brinquedos do filho, que tinha guardado, para oferecer ao Menino Jesus. Tardou uns quantos dias, mas finalmente empreendeu viagem. Quando chegou à gruta, não encontrou ninguém, pois já todos tinham ido embora. Babushka não se deu por vencida e, ano após ano, procura o messias, casa a casa. Se encontra uma criança que tenha sido boa, deixa-lhe prendas antes de partir, já que sabe muito bem que toda a criança é sempre uma esperança para a Humanidade e uma prenda de Deus. História semelhante é a de Befana, figura típica do folclore natalício em Itália, descrita como uma idosa sorridente que voa numa vassoura. Tal como na história de Babushka, os Reis Magos pedem-lhe que os acompanhe a Belém, mas Befana não quis ir. Posteriormente, arrependeu-se e decidiu sair e procurar os Reis carregada com uma cesta de prendas, doces e carvão. Befana pára em todas as casas que consegue pelo caminho, com a esperança de encontrar o Menino Jesus. Desde então, deixa caramelos e brinquedos nas meias das crianças que foram boas, e nas que não se portaram bem, uns quantos bocados de carvão.
O nascimento de Jesus celebra-se em todos os recantos do mundo D u r ant e o Nat a l basco, esperam-se os obséquios de Olentzero. Este personagem, representado como um homem gordo, esfarrapado, sujo, que come bem e é ‘borracheiro’, vive isolado da sociedade e dedica-se a fazer carvão vegetal no bosque. Todos os invernos, desce das montanhas às povoações para vender o seu carvão, e ainda que se acredite que não gostam muito de crianças, aqueles que foram bons recebem presentes seus, na manhã de Natal. Em alguns países, exige-se aos mais pequenos da casa que dêem resposta a alguns pedidos antes de abrirem os presentes. Na Alemanha, por exemplo, as crianças
esperam com impaciência o som de uma campainha anunciando que as prendas já estão debaixo da árvore. Antes de abri-las, deverão entoar o cântico Stille Nacht, heilige Nacht, a tradicional Noite de Paz. Na Letónia, as prendas são trocadas por poemas. O costume exige que, depois da ceia de Natal, as crianças recitem pequenos poemas junto à árvore de Natal antes de abrirem as prendas.
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Natal venezuelano: Uma tradição em forma de presépio JOEL MELIN ABREU Jmabreu@correiodevenezuela.com
Belém, nascimento, presépio... são vários os nomes usados em diferentes países de língua espanhola. É a representação de cenas do nascimento de Jesus Cristo, exposta em lares, igrejas e em muitos locais públicos, como escolas, organismos oficiais, lojas, etc. A construção e exibição de presépios faz parte das tradições de Natal em muitas partes do Mundo, especialmente nos de tradição católica. Esta tradição intercultural passa de geração em geração, desde a Europa ao continente americano. Apesar das diferenças existentes entre um país e outro no que diz respeito aos rituais de elaboração e de celebração, o nascimento ou presépio está sempre presente nos lugares onde existe um coração crente nesta história religiosa.
Origem de uma tradição
Algumas crónicas sobre o tema assinalam que o presépio mais antigo ainda se conserva, embora apenas em parte, na basílica romana de Santa Maria a Maior, mas foi São Francisco de Assis que criou o primeiro, no eremitério de Greccio, em 1223. Por isso se pode afirmar que o presépio provém de Itália e chegou à América através de Espanha, na época da colonização. Esta manifestação europeia foi cimentando paulatinamente e foi se transformando e adaptando até converter-se no que é hoje desfrutado e partilhado no Natal latinoamericano. A especificidade da nossa cultura deu ao presépio não só elementos materiais através dos quais se manifesta a fé colec-
tiva e a individual, mas também o comportamento ritual e festivo que os processos interculturais foram desenhando até torná-los característicos de cada zona. O venezuelano dos nossos dias não renunciou ao costume de ‘pôr o presépio’, incorporando como companheiros do cenário a árvore de Natal e outros adornos mais recentes.
Presépios vivos
Os presépios vivos foram se enraizando como costume desde a época da colonização, com um grande poder entre os crioulos. Tal costume de representar o presépio
A iconografia do presépio na maioria das culturas europeias está reservada às telas e quadros, enquanto na Venezuela, com os contributos próprios da nossa cultura, já é costume a elaborada representação tridimensional.
com actores difundiu-se rapidamente por todo o território venezuelano, e particularmente na região dos Andes, onde adquiriu especial importância e visibilidade. Em Caracas e noutras grandes cidades, talvez a tradição tenha perdido força, mas graças às sucessivas migrações da província para as cidades e para a capital, recuperou essa força, e, no meio do modernismo urbano das últimas décadas, sobrevive em algumas comunidades populares de Caracas, como La Pastora e, mais recentemente, no famoso boulevard de Sabana Grande. Aqui, cada peça do presépio é um tronco de árvore, onde não existe nenhum
corte. Foram talhadas pelos irmãos Erazo, reconhecidos artesãos de Tovar, Mérida, e pintadas com pigmentos naturais, provenientes das flores. O processo de confecção deste peculiar presépio levou um ano, pois teve de permanecer vários meses em formol, de forma a que a madeira absorvesse as cores. A figura mais alta, que é a do anjo, mede três metros. Ainda que esta obra seja para ser apreciada sobretudo pelos mais velhos, os mais pequenos gostam de andar perto destas figuras de madeira, crescendo em redor de um presépio proporcional ao tamanho de tudo o que os rodeia. Continua na página 18→
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Passeando por Caracas
Na capital, mais especificamente no Centro Comercial Paseo Las Mercedes, duendes reparam brinquedos, pessoas esquiam, podem ver-se conhecidos heróis infantis, um parque de atracções sobre a neve e pessoas a cantar ‘villancicos’, tentando reviver o espírito de Natal. Falamos da ‘Villa Navideña’ (‘Vila Natalícia’), do designer de jóias marabino George Wittels, que criou esta cidade miniatura há 10 anos para recordar os natais que costumava passar na sua terra natal. “A ideia é transportar o espectador para um mundo imaginário, a coisas que as pessoas não tiveram oportunidade de ver ou fazer. É um lugar que transmite paz e tranquilidade”. Desde 2003 que Wittels decidiu colaborar com diferentes organizações de beneficência, pelo que, todos os anos, o criador de uma das paragens de Natal ‘obrigatórias’ na capital venezuelana doa o dinheiro conseguido com a sua vila miniatura. Saindo da zona de Las Mercedes, chegamos a Valle Arriba, onde está talvez o presépio com mais história da Venezuela. Em 1943, os Irmãos da Ordem Hospitaleira de São João de Deus, que se tinham fixado em Mérida desde 1630, e que iniciaram as suas actividades em Caracas em 1942, montaram o primeiro nascimento como parte de um costume que estenderam aos cinco continentes. Com quase 70 anos de existência, uma extensão de seis metros de largura por quatro de altura, cerca de 300 peças feitas em gesso (actualmente restauradas) e com um tamanho entre 20 a 50 centímetros cada uma, relatam a anunciação à Virgem Maria, o nascimento de Jesus, a visita dos Reis Magos e a fuga para o Egipto. Ou seja, a história do Nascimento do Filho de Deus, que, para além de
Foram os andinos a trazer a tradição do presépio para Caracas
servir de elemento recreativo, continua a educar todos os visitantes. A obra, que abarca um espaço de 100 metros quadrados, está a cargo do artesão urbano autodidacta Gustavo Cuberos, oriundo de Petare. O valor arrecadado durante a exposição ao público destina-se a cirurgias para crianças que não possuem os recursos económicos necessários. Chegando a um ponto de enorme tra-
dição na capital como é a Plaza Francia, em Altamira, temos um dos presépios mais crioulos. Este é uma alegoria à fauna venezuelana, na qual artesãos provenientes de Mérida talharam papagaios, galinhas, ‘cachicamos’, tigres e porcos. O nascimento cheio de cores conta com mais de 100 peças escultóricas de até dois metros de altura, e podemos encontrar desde personagens do imaginário local, heróis da pátria, até José Gregorio Hernández, o Índio de Chacao, e figuras que representam os ‘palmeros’.
Presépios no interior do país
Certamente que a cidade de Caracas sempre atraiu a maior atenção por ser a capital do país, mas quando se trata de presépios, também podemos encontrar alguns de enorme tradição no interior da nação. No Estado de Lara, mais especificamente em El Tocuyo, encontramos o famoso presépio de Lígia Montesinos, de Santana. Este nascimento é uma devoção anual que Montesinos realiza desde criança, exactamente desde que tinha 7 anos, com a ajuda de toda a sua família. Este costume perdurou até à actualidade, e já tem cerca de 40 anos. O presépio pode ser visitado por todos quantos o queiram fazer. Em Mérida, sendo este o Estado de onde provém a tradição do presépio em Caracas, é possível ver o presépio andino. Uma das criações que pode ser visitada é da autoria de Antonio Velazco, que, na sala da sua casa, mostra ao público interessado um nascimento com a topografia de Los Andes, onde cada uma das povoações andinas é identificada com um pequeno letreiro. Tradicionalmente, os venezuelanos constróem os seus presépios no início do mês de Dezembro e mantêm-nos até 2 de Fevereiro, data em que se celebra o dia da Virgem de La Candelaria.
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A arte de fazer ‘hallacas’ KENNER PRIETO kprieto@correiodevenezuela.com
Na Venezuela, não há Natal sem ‘hallacas’, um sinónimo da mistura de raças e da transmissão da tradição de geração em geração. Há uma grande variedade de receitas, cada família as faz de forma diferente, e mudam também de região para região. Em todos os casos, a elaboração desta iguaria torna-se na desculpa perfeita para celebrar e para o convívio entre amigos e familiares. Reza a história que o nome da ‘hallaca’ provém da combinação de duas palavras: ‘allá’, referindo-se aos componentes do guisado, que vêm de outros países, e ‘acá’, referindo-se à massa e às folhas de plátano naturais destas terras. Como resultado, ao combinar o de lá com o de cá, nascia a tão apreciada ‘hallaca’. Existem diferentes formas de prepará-la, como também diferentes receitas, que variam de família para família, mas guardando o tradicional do nosso manjar de Natal. Comer uma ‘hallaca’ é viver uma tradição, mas elaborá-la e tornar esse processo de confecção no centro de uma festa anual é manter viva a alma do Natal na Venezuela. A ‘hallaca’ é a alma da ceia de Natal e uma das criações originais da cozinha venezuelana que mais prazer, satisfação e orgulho gera nos venezuelanos. A sua elaboração torna-se, geralmente, numa verdadeira cerimónia participativa na qual são distribuídas tarefas aos participantes desta tradição: Cozinhar, amassar, envolver e amarrar.
‘Hallacas’ andinas
Esta reconhecida ‘hallaca’ tem a particularidade de levar o recheio cru, fican-
na preparação, e o guisado para o recheio pode levar até 25 ingredientes. O toque singular desta ‘hallaca’ é a massa de milho colorida com ‘onoto’, que lhe dá o tom amarelado, e no recheio podemos encontrar carne de galinha ou frango, vaca ou porco. Tudo isto envolto em folhas singulares de plátano, amarradas com fios. María González prepara as ‘hallacas’ numa reunião mais íntima, em que as suas filhas são as principais ajudantes na preparação. Entre as três, dividem as actividades da criação das ‘hallacas’ típicas da capital, e ao terminá-las, enviam algumas aos amigos mais próximos.
‘Hallaca’ ocidental
A ‘hallaca’ é tradicional da Venezuela, especialmente no Natal, época em que a família se reúne para preparar este delicioso prato. do depois a cozinhar durante uma hora e meia. O conteúdo caracteriza-se por ter grão de bico e tomate picado. Mariana Carreño recomenda que as ‘hallacas’ sejam feitas por etapas: No primeiro dia, lavar as folhas; no segundo, deixar o guisado com todos os ingredientes a repousar, já que este só é cozinhado já com as ‘hallacas’ envolvidas; e no terceiro dia, dedicar-se à confecção.
‘Hallacas’ orientais
Nereida Bolívar comenta que na sua casa, a família reúne-se desde muito cedo para celebrar a vinda do espírito de santidade do Natal. “Reunimos pai, mãe, ir-
mãos, cunhados, sobrinhos, filhos e até os avós se juntam a este belo trabalho. Dançamos, cantamos e rimos entre gaitas, enquanto fazemos as ‘hallacas’”, contou. A ‘hallaca’ oriental é natural dos Estados Sucre, Anzoátegui y Bolívar. A sua característica fundamental é que no recheio, leva rodelas de batatas e ovos escalfados. Para que fique bem, apenas uma pessoa deve encarregar-se de elaborar, e acrescentar o vinho só no final, nunca antes, porque as carnes ficam duras.
‘Hallaca caraquenha’
A tradicional ‘hallaca’ leva uma pitada de açúcar para dar-lhe um toque doce
Esta ‘hallaca’ é muito parecida com a ‘caraquenha’, mas o que diferencia uma da outra é que esta última tem um sabor mais picante. Ao confeccioná-las, é colocado no guisado um toque de picante, dandolhe, assim, um pouco mais de sabor. Adicionalmente, a ‘hallaca’ leva menos ingredientes que a ‘hallaca’ tradicional. Alejandra Rivero comenta que a sua família costuma reunir-se a 23 de Dezembro para fazer as ‘hallacas’ em casa da avó, onde ano após ano, reúnem-se irmãos, pais, sobrinhos e netos para festejar uma época de união e reconciliação.
‘Hallacas’ de bacalhau
Marlene Pereira nasceu na Madeira e actualmente vive em Caracas. Para ela, o Natal é uma data de união familiar que junta a sua pequena família que está em Caracas para confeccionar as tradicionais ‘hallacas’, que os acompanham ao longo de toda a época de Natal. Reúnem-se no início de Dezembro e, para além de fazerem as ‘hallacas’, têm um ‘amigo secreto’ para a troca de prendas. A particularidade destas ‘hallacas’ é que no recheio, levam bacalhau. “A minha família é amante de bacalhau e para não perder os nossos costumes portugueses, quisemos unir as duas culturas fazendo as ‘hallacas’ de bacalhau”, disse Marlene.
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Portugueses trocam as prendas pelo bom bacalhau à mesa RAQUEL RIO AGÊNCIA LUSA
Em tempos de crise, muitos portugueses tiveram este ano de poupar mais no Natal, mas preferiram abdicar das prendas do que do bacalhau. A consoada continua a ser uma noite de celebração em que se oferece o melhor à família. Quem quer fazer compras tranquilamente e preza o acolhimento dos comerciantes foge dos hipermercados e procura as tradicionais lojas da Baixa lisboeta onde a qualidade dos produtos é garantida. Na Antiga Casa do Bacalhau, há 150 anos estabelecida na Praça da Figueira, os cartazes afixados à porta não enganam: ali vendem-se as “lascas perfeitas” do bacalhau da Noruega. Às 10:30 de uma manhã de quarta-feira, vão chegando os fregueses habituais. Tratam-se pelo nome, trocam cumprimentos com Fernando Nunes e Emília Lopes, também eles com várias décadas passadas atrás do balcão, desejam as boas festas da praxe à saída. Alguns nem precisam de pedir. “É o do costume, senhor engenheiro?”, pergunta Fernando Nunes, como quem pede confirmação. A casa é pequena e enche rapidamente, com os clientes a formar bicha no estreito corredor entre o balcão e as prateleiras onde se expõem o ‘graúdo’, o ‘crescido’, o ‘especial’ e o ‘jumbo’.
Na Antiga Casa do Bacalhau, mesmo em tempos de crise, o ‘jumbo’, o maior e o mais caro, é o que mais se vende no Natal. A nomenclatura parece complicada, mas Fernando Nunes esclarece que a qualidade do bacalhau é a mesma e o que muda é o tamanho. Abílio Gomes, cliente da loja há cerca de dez anos, é dos que prefere um bacalhau médio porque “satisfaz plenamente”. Este ano vai gastar na ceia 40 a 50 euros de bacalhau, mas reconhece que em tempos de crise foi necessário fazer alguns cortes. “Abdico fundamentalmente das prendas, excepto às crianças. Não abdico do bacalhau, do bolo-rei e das nozes”, diz à Lusa. Enquanto fazem os embrulhos em papel pardo, os funcionários vão dando dicas aos compradores menos experientes: do tempo necessário de demolha para “não ficar desenxabido” à melhor forma de congelar e cozinhar. Cortar o bacalhau com a guilhotina também tem ciência, assegura Emília Lopes, que ali trabalha há 35 anos. “Os lombinhos demoram aí três dias e as barrigas só levam 24 horas. Não pode ir tudo junto não é?”, comenta.
A casa chegou a ter cinco empregados “tal era o movimento”, mas a chegada dos hipermercados desviou clientela e a crise abrandou o consumo. “Este ano tivemos uma quebra de 30% entre Janeiro e Outubro a comparar com o ano passado”, lamenta Francisco Nunes, acrescentando que só nesta altura é que as vendas estão “a correr bem”. “Foi uma coisa louca, todos os dias se falava de impostos e da crise e os clientes começaram a retrair-se”, justifica, adiantando que “infelizmente” os pobres já não estão a comprar bacalhau. Na Antiga Casa do Bacalhau, mesmo em tempos de crise, o ‘jumbo’, o maior e o mais caro, é o que mais se vende no Natal. “O que continua a sair bem é o bacalhau grande. Os outros voltam a ser mais comprados a partir de Janeiro”, salienta Francisco Nunes. Também na Praça da Figueira, o espaço da também centenária Manteigaria Silva divide-se entre o bacalhau e os produtos ‘gourmet’. “Há de tudo para a ceia”, garante José Martins, funcionário da loja há 40 anos. Aqui “só se se trabalha com bacalhau da
Venda de bacalhau aumenta 13% face ao ano anterior A crise estimulou a procura de bacalhau, com as vendas a crescerem 13% face ao ano anterior, apesar de se procurarem produtos mais baratos e se comprar menos de cada vez. Um estudo da Kantar World Panel, disponibilizado pelo Conselho Norueguês das Pescas (Norge), revela que, entre Janeiro e Novembro de 2012 as vendas de bacalhau da Noruega cresceram 13% em volume face ao período homólogo atingindo 42.649 toneladas. No entanto, o preço médio por quilo diminuiu 0,6%, fixando-se nos 7,21 euros. Os números indicam que as vendas se mantiveram estáveis ou mesmo com um pequeno aumento, confirma o secretáriogeral da Associação dos Industriais do Bacalhau (AIB), Paulo Mónica, destacando “uma tendência de procura pelos produtos de preço mais baixo”. O ‘crescido’ (1 a 2 quilos) foi o tamanho mais vendido, enquanto o ‘graúdo’
(2 a 3 quilos) perdeu quota de mercado, apontou. O estudo de mercado da Kantar, realizado junto de 4000 mil lares, indica ainda que o volume ‘per capita’ aumentou para 12,4 quilos (7,9%), bem como o gasto médio dos consumidores: cerca de 90 euros, mais 7,3% do que no mesmo período de 2011. Os portugueses foram mais vezes às
compras, com a frequência a aumentar 9,4% face ao ano passado, mas trouxeram menos quantidade de bacalhau (-1,4%), e gastaram menos (-1,9%) em cada deslocação. Em cada compra, trouxeram em média 2,950 quilos de bacalhau, uma descida de 4,6% face a 2011. Paulo Mónica acrescentou que as compras são feitas sobretudo nos hipermercados:”as vendas de bacalhau estão extraordinariamente concentradas nas grandes superfícies”. O comércio tradicional, onde os clientes vão ter “um outro tipo de atendimento e, eventualmente, um produto de maior qualidade” fica essencialmente reservado para a quadra natalícia. Esta é também a época em que as vendas atingem o seu máximo e este ano não deve ser diferente. O Norge estima que no Natal cerca de 60% das famílias portuguesas compram e consomem bacalhau.
Islândia” e, na altura do Natal, até se exclui “o mais barato, porque não tem tanta procura”. Do lado oposto às pilhas de bacalhau islandês, uma montra exibe várias iguarias. “O bacalhau é como o porco, aproveitase tudo”, sublinha José Martins enquanto avança com a explicação: num balde encontram-se os “sames”, que ficam “muito bons guisados”, noutro as “línguas”, que são “uma maravilha”, mais abaixo as migas que se fazem com as sobras de bacalhau que se parte, ao lado as “caras” “que dão trabalho a comer, mas são uma delícia”. Uma cliente inspecciona o peixe e acaba por decidir levar dois bacalhaus. No final a conta é quase de 70 euros, mas Albina Reis assegura que não vai gastar tudo na ceia e que vai sobrar para outras refeições.
BACALHAU À CHEFE • 1 posta de bacalhau por pessoa • 1 batata por pessoa • 1 ovo • legumes a gosto (q.b.) • farinha (q.b.) • azeite (q.b.) • óleo (q.b.) • cebola (q.b.) • alho (q.b.) • pimenta (q.b.) • sal (q.b.) • maionese (q.b.) Passa-se o bacalhau por ovo e farinha e levase a fritar. Em seguida, faça uma cebolada com os alhos e o azeite mais a cebola e disponha por cima do bacalhau e barre com maionese ponha num tabuleiro de ir ou forno. Coza as batatas inteiras com casca. Depois de cozidas, faça um golpe em cruz e barre-as com maionese. Faça caixas de papel de alumínio e ponha as batatas lá dentro em seguida e ponha-as dentro do tabuleiro com o bacalhau. Depois leve ou forno a gratinar. Sirva acompanhado com os legumes da sua escolha. ‘Et violà’! Aqui está uma óptima receita para a ceia de natal. Esta receita foi-me concedida pelo chefe do restaurante Scorpion a quem eu agradeço.
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Doces de Natal
continuam a unir tradições TORTA NEGRA • 200 gr. de manteiga • 2 chávenas de açúcar mascavado • 2 1/2 chávenas de farinha • 1 colherzinha de baunilha • 6 ovos • 6 ‘pastilhas’ de chocolate negro • 1 pitada de sal • 2 colherezinhas de fermento em pó • 1/2 chávena de leite • 1 pitada de canela • Frutas maceradas Bata a manteiga com o açúcar até que a mistura fique cremosa. Acrescente a baunilha e a canela, as gemas e a farinha, alternando com o leite. Derreta o chocolate com um pouco de manteiga e acrescente à mistura. À parte, junte 500 gramas de frutas maceradas e mistureas com um pouco de farinha para que não vão para o fundo do bolo ao ir para o forno. Acrescente-as à mistura. Bata as claras em castelo e envolva na mistura. Verta o preparado numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha, e leve ao forno a 350º.
DOCE DE PAPAIA • 5 Kg. de papaia verde • 2,5 Kg. de açúcar branco • 1 colher de bicarbonato • Cravinho a gosto • Um pouco de água Retira-se a casca da papaia e corta-se a polpa em fatias finas. Estende-se as fatias sobre uma travessa, polvilha-se com bicarbonato e deixa-se repousar até ao dia seguinte. Coloca-se depois a papaia numa panela grande, acrescenta-se o açúcar, coloca-se um pouco de água (uns quatro dedos da panela), acrescenta-se o cravinho (para dar sabor) e deixa-se cozinhar lentamente até que a papaia cristalize. A fruta liberta muito líquido, pelo que não será necessária mais água. Deixe esfriar, e coloque, ainda morno, em frascos de vidro ou numa taça grande.
JOEL MELIN ABREU Jmabreu@correiodevenezuela.com
A Venezuela veste-se de festa no Natal, engalana-se com o seu melhor ambiente, é época de sabor e de festejo, de reunião e de encontros, de calor humano e de felicidade. Em qualquer recanto venezuelano celebra-se a chegada do Deus Menino e um sem número de tradições surgem em todo o território nacional. Dezembro começa com alegria e o venezuelano desfruta desta época intensamente, entre música, reuniões, brindes e deliciosos pratos natalícios que marcam a nossa identidade. Desta maneira, encontramos na mesa de Natal apresentações de sobremesas como o doce de mamão, típico da Venezuela, assim como a famosa torta negra, o bolo de mel e as sempre saborosas broas, trazidas pelos emigrantes portugueses, que, apesar de não ser nosso, entrou na nossa mesa até se tornar característico no Natal venezuelano.
Entre Portugal e a Venezuela
Na Venezuela, os crioulos consomem pratos e sobremesas típicos da Madeira e do continente português, e, por seu turno, os portugueses que emigraram para esta terra souberam apreciar a sobremesa natalícia venezuelana, até ao ponto de esta passar a fazer parte da mesa de Natal das famílias lusas. As queijadas são uma das iguarias predilectas dos portugueses oriundos dos Açores. Margarida de Sousa é natural de Ponta Delgada, a maior cidade da região autónoma. Na época de Natal, faz estes doces típicos para toda a família e vizinhos, nascidos, na sua maioria, em Valência, cidade onde reside. Diz que a receita é fácil e os ingredientes conseguem-se em qualquer supermercado. Para esta lusa, o importante é manter vivas as tradições gastronómicas de Natal que trouxe do seu país, para além de transmiti-las a pessoas que ainda não as conhecem, mas que passam a apreciá-las desde o primeiro momento. Sousa diz que sempre gostou de doçaria. “Tenho muitas amigas a quem ensinei a preparar bolos e doces portugueses. Faço desde os mais simples às sobremesas mais complicadas”, garante. Em todas as épocas de Natal, é ela quem se encarrega de levar as sobremesas para as reuniões familiares. “É tradição na minha família que seja eu a encarregar-me dos doces que comemos depois das grandes refeições”, comentou. Mariana Benzaquen, venezuelana que reside na capital, diz que, mesmo sem ter família portuguesa, aprendeu a preparar algumas iguarias típicas, como o bolo de mel e as saborosas broas. “Cozinho sem-
Existem diferentes expressões gastronómicas que identificam a celebração da época natalícia Venezuela, tanto por parte dos nascidos na terra de Bolívar como dos portugueses, que acrescentaram tradições gastronómicas à cultura venezuelana. pre doces e vende-os às pessoas em Catia que não os sabem fazer mas que gostam, e ao mesmo tempo faço sobremesas venezuelanas que vendo a famílias portuguesas da zona, porque gostam, porque não são comuns e porque não as sabem preparar”. Para estas ‘doceiras’, o Natal é a melhor
época do ano, pelo convívio com familiares que normalmente não vêem ao longo do ano, e porque podem pôr em prática o que aprenderam de outras culturas na arte das sobremesas, partilhando com familiares e amigos, tanto venezuelanos como portugueses.
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CARLA SALCEDO LEAL csalcedo@correiodevenezuela.com
O Natal é a única época do ano em que em todas as regiões do Mundo existe uma música tradicional de Natal, composta especialmente para a ocasião. Portugal e Venezuela não escapam a essa realidade. Enquanto os ‘villancicos’ (cânticos) enchem os corações de alegria na Europa, na Venezuela, os primeiros acordes de gaitas, e também os ‘aguinaldos’, começam a dar sinais de si já a meados do mês de Setembro. As ‘parrandas’ enchem as ruas e a 18 de Novembro, dia da Virgem de Chiquinquirá, abre oficialmente a temporada gaiteira natalícia, com o amanhecer gaiteiro em nome da padroeira dos zulianos.
História de tradições
A palavra ‘aguinaldo’ significa a prenda que se dá a outro, ou que outro espera de nós na temporada de Natal. Segundo melómanos de diferentes países, os venezuelanos distinguem-se pelas suas canções tradicionais de Natal, conhecidas como ‘aguinaldos’, que são tocadas pelos ‘aguinalderos’, que vão de casa em casa, sobretudo nas pequenas e médias povoações, cantando acompanhados de instrumentos como o ‘cuatro’, as ‘maracas’ e o ‘furruco’. Os ‘aguinaldos’ foram trazidos pelos espanhóis, ao que os venezuelanos juntaram instrumentos musicais tradicionais. Os primeiros ‘aguinaldos’ surgiram nas igrejas, como um tipo de acção evangelizadora. Naquela altura, eram os estudantes que saiam para as ruas com as suas serenatas, passavam pelas casas, e as famílias retribuíam oferecendo-lhes comida e bebidas como forma de agradecimento.
‘Villancicos’ daqui e de lá
‘Linda noite de Natal/ Noite de grande alegra/Caminhava São José/ Mais a Sagrada Maria/ Linda noite, linda noite/ Linda noite de Natal. Caminhavam p’ra Belém/ Para lá chegar de dia/ Mas quando eles lá chegaram/ Já todo a gente dormia/ Linda noite, linda noite/ Linda noite de Natal”,
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Os sons do Natal A música é uma das coisas que mais marca a época de Natal, diferenciando-a do resto do ano. diz um dos cânticos mais famosos do Natal português. Mas se analisarmos bem, Portugal e Venezuela têm praticamente as mesmas canções, modificadas nos seus ritmos e idiomas, como a ‘Noite Feliz’, que é uma das mais escutadas em ambos os países esta temporada. ‘Na humilde gruta’, ‘A todas um bom natal’, ‘Feliz Navidad’, ‘Dim, dim, dim’, ‘Gloria in Excelsis Deo’, ‘Canção de Natal’, ‘Santa Claus Is Coming To Town’ e muitas outras são canções partilhadas pelos dois países, pelo que não é de estranhar que durante as celebrações de Natal, se ouçam, nos lares luso-venezuelanos, as mesmas canções em ambos os idiomas.
Gaitas para todos
Sem dúvida alguma que uma das principais características da Venezuela nesta época são as gaitas, um ritmo musical original do Estado de Zulia, mas ligado ao Natal em todo o país, e que inclusive adquiriu grande importância nas comunidades de venezuelanos estabelecidas em todo o Mundo. Hoje em dia podemos ouvir gaitas em diferentes idiomas, como inglês, francês, turco, alemão, italiano, português e japonês, entre outros. Já foram editados diferentes discos de gaitas, sendo as versões
em português algumas das mais famosas e com melhor acolhimento no mundo musical. A versão gaiteira de ‘Uma Casa Portuguesa’ tornou-se um clássico dos natais zulianos, e foi interpretada por pelo menos uma dúzia de grupos de gaiteiros. Há alguns anos, na década de 90, o recordado Joselo, acompanhado pelo músico Hugo Blanco num disco de Natal, também dedicou uma canção aos portugueses
que escolheram a Venezuela para viver, chamada ‘La gaita de los portugueses’, a quem descreve como os amigos trabalhadores dos venezuelanos. Segundo os historiadores da gaita, este género trata temas que vão desde cantos de amor e figuras religiosas até temas jocosos, apesar de ter surgido como um género de denúncia, pelo que a política foi protagonista em muitas destas canções.
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Noite venezuelana iluminada entre estalidos KENNER PRIETO SERGIO FERREIRA SOARES
Uma das tradições que nunca falha nas noites de 24 e de 31 de Dezembro em cada Estado do nosso país é a dos espectáculos pirotécnicos. Passada a meia-noite, começam a rebentar no céu milhares de fogos de artifício que encantam quem os vê, enchendo tudo de magia, esperança e emoção. A Venezuela é um dos países em todo o mundo onde se registam as maiores vendas deste tipo de material pirotécnico. Muito antes do mês de Dezembro, crianças e jovens começam a detonar os conhecidos ‘triki trakis’. E são cada vez mais as pessoas que guardam uma boa quantia em dinheiro ao longo do ano para poder preparar o seu ‘repertório’ de foguetes, e oferecer à comunidade um festim de tonalidades. Entre os produtos mais procurados estão ‘cebolitas’, ‘fosforitos’, ‘martillos’, ‘tortas’, ‘cohetones’, ‘tumbarranchos’, ‘estrelinhas’, ‘bombeadores’ e ‘morteiros’, entre outros. Mas a um tradicional e bonito espectáculo junta-se um facto não tão bom: É que são cada vez mais os acidentes e incêndios originados pela manipulação incorrecta dos artefactos, o que já levou à criação de leis que proíbem a venda de alguns materiais. Entre os portugueses, a prática disseminou-se, e em algumas zonas do país, as competições familiares generalizaram-se, para ver quem oferece o espectáculo de luzes mais vistoso, o que às vezes acaba em desgraça. Confrontados com o facto de ser um divertimento de elevada perigosidade, os adeptos destes fogos comentam que, actualmente, existe uma maior segurança na forma como estão concebidos, para que o risco seja mínimo, existindo, inclusive o controlo remoto, para que o contacto seja mínimo no momento das detonações. No
produtos não estiveram num local adequado e seguro, pode haver detonação, e esta pode causar lesões graves, como mutilações. Neste sentido, a lei protege os mais pequenos sancionando os vendedores que vendam os artefactos em causa a menores de idade. A pena varia de acordo com o caso, pode ir até seis anos de prisão, e agrava-se no caso de existirem lesões graves.
Penalizações
O director de comunicação do Ministério do Interior e Justiça, Jorge Galindo, informou, através da sua conta pessoal no Twitter, quais os materiais pirotécnicos permitidos nas festividades natalícias, entre os quais se encontram ‘vulcões’, ‘rabo de porco’, ‘os aviõezinhos’ e os ‘ovos de dragão’. Também publicou os proibidos, como o ‘Super Mega King Kong’, ‘Super King Kong’, ‘Taz Boom’, ‘Cohete Pajarero’, ‘Mata Sogra’, ‘Biangelli Especial’, ‘Martillito’, ‘Thunder Bomb Cracker’, ‘Pinocho’, foguetes de todos os tipos, o ‘morteiro’, os ‘coquitos’, a ‘antorcha olímpica’ e a ‘roda de feira’, entre outros. Em Caracas, só é permitida a venda de materiais pirotécnicos em El Poliedrito (Coche).
NORMAS PARA COMERCIALIZAR EXPLOSIVOS
• Extintor • Sinalização de preço nos produtos autorizados • Conhecimentos de primeiros socorros • Noção dos materiais manipulados e de como deve tratá-los
Os fogos de artifício tornaram-se numa tradição de Natal que, entre estalidos e cores, iluminam o céu do nosso país. entanto, as autoridades não pensam da mesma maneira. No passado, os vendedores ambulantes de Caracas tinham imensas variedades, a compra era fácil e era possível conseguir diferentes tipos de material pirotécnico em qualquer esquina da capital, o mesmo acontecendo no interior do país. Actualmente, devido aos inúmeros acontecimentos trágicos, o Governo decidiu proibir a venda destes produtos , através da
Lei Orgânica para a Protecção da Criança e do Adolescente (‘Ley Orgánica para la Protección del Niño y del Adolescente’ LOPNA). A lista de materiais autorizados e proibidos é renovada anualmente. Estes últimos correspondem a produtos detonantes com elevado risco durante a sua manipulação por combustão. A comercialização destes produtos é, assim, um assunto delicado, porque se os
Uma noite para recordar
Simón Figuera tem sido um fiel comprador de material pirotécnico. Diz que para ele, o fogo de artifício representa mais um grãozinho de areia na noite de união familiar, enchendo todas as pessoas de alegria e emoção ao terminar um ano e ao começar outro. Para ele, é já uma tradição iluminar a noite de 31 de Dezembro em Sabana de Uchire. Quando acabam os desejos de Feliz Ano Novo aos familiares e amigos, sai para a rua e posiciona todos os artefactos, prontos a incendiar, e assim começa uma noite de luzes e estalidos. “É indescritível ver as reacções que isto gera, as caras de assombro e emoção da minha família é o que me motiva a continuar com esta tradição”, disse Simón.
Globos dos desejos
Mais recentes são os globos dos desejos: Uma forma mais ecológica de celebrar, já que os globos são feitos com material biodegradável. É uma tradição que se traduz em escrever um desejo, sonho ou esperança numa folha de papel, amarrá-la ao balão, acendê-lo e vê-lo subir ao céu.
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Madeira: Fogo de Fim-de-Ano perde recorde do Guiness FRANCISCO JOSÉ CARDOSO DN MADEIRA
Pela módica quantia de 12.356.500 de euros (10 milhões de libras esterlinas), que o Kuwait pagou para a celebração dos 50 anos da Constituição do Estado, o “maior fogo de artifício do mundo consistiu no disparo de 77.282 peças”, evento que teve lugar em Kuwait City, a 10 de Novembro de 2012, conta, naturalmente em inglês, a entidade Guiness World Records. “O fogo de artifício estendeu-se ao longo de cinco quilómetros da frente-mar, começou às 20 horas locais e durou 64 minutos”, conta o Guiness na explicação do feito. “Os organizadores do evento, Parente Fireworks Srl. e Filmmaster MEA, produziram o espectáculo que incluiu o disparo pirotécnico e um jogo de luzes e sons. Antes, o espectáculo aéreo decorreu durante a tarde. Tal como na noite de 2006/2007 no Funchal, um representante da entidade que homologa os recordes mundiais - que se popularizou pelos mais bizarros recordes que a mente humana pode imaginar e executar -, anunciou o feito na televisão do Kuwait no final do espectáculo que foi visto por centenas de milhar de kuaitianos ao longo da zona ribeirinha. A data histórica em que o já falecido emir Sheikh Abdullah al-Salem al-Sabah anunciou que o Kuwait tornar-se o primeiro Estado árabe do Golfo Pérsico a criar uma Constituição e um parlamento, foi assim festejada em grande estilo. O país é um dos mais estáveis, política e economicamente, da região, e que está comprometida em ter uma real democracia, enquanto a maior parte dos países do Golfo lutam com crises políticas. Na noite de 31 de Dezembro de 2006 para 1 de Janeiro de 2007, enquanto “a Madeira ainda dava as boas-vindas ao Ano Novo e já um técnico do Guiness entidade responsável pela atribuição de recordes mundiais - entregava a João Car-
COM O INCENTIVO DOS BRITÂNICOS
O recorde da Madeira durou quase seis anos mas acaba de cair perante o espectáculo pirotécnico do Kuwait. foto arquivo
Durante quase seis anos, o fogo de artifício de Fim-de-Ano na Madeira deteve o recorde do mundo de maior espectáculo pirotécnico, segundo os critérios do Guiness World Records. O novo detentor do recorde é o emirado do Kuwait, um dos países mais ricos do Mundo. los Abreu ‘um certificado provisório’ que atribui ao espectáculo pirotécnico madeirense o título de ‘maior do mundo’. O secretário regional do Turismo e Cultura mostrou-se ‘orgulhoso’ pelo galardão recebido. Referiu ser uma ‘boa promoção’ da Madeira no exterior. Pois, o livro de recordes do Guiness é o terceiro mais lido no mundo”, contava o DIÁRIO
na primeira notícia sobre o feito. A verdade é que durante cinco anos, 11 meses e 9 dias a Madeira deteve o referido recorde, agora nas mãos do Kuwait. E, durante esses anos, a promoção turística usou a preceito esta distinção, que para todos os efeitos terá ajudado o maior cartaz turístico regional a se promover no exterior.
A história do maior cartaz turístico madeirense - o espectáculo pirotécnico na baía do Funchal na noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro -, tem início remoto mas de cunho marcadamente britânico. Com efeito, a tradição de queimar fogo no centro do Funchal no último dia do ano remonta ao tempo dos Donatários e quando tal costume começou a esmorecer foram os ingleses a lhe darem ‘novo fôlego’. Depois de um período, no final do século XIX com o Visconde Cacongo a chamar a si a iniciativa do fogo do fim-do-ano, o Reid’s Hotel resolveu organizar um espectáculo de fogo de artifício como complemento do Baile de Gala a assinalar o ‘Ano Novo’. Parte desse fogo - um conjunto de ‘fogos aquáticos’ - era dado na Pontinha. Estávamos na passagem de 1922 para 1923. O espectáculo pirotécnico ganha fama internacional e o Funchal sente necessidade de deter a organização do mesmo. Assim aconteceu a partir dos anos 30 do século passado embora a animação mais generalizada só passou a aconteceu nos anos 70. Hoje, como se sabe, é um cartaz reconhecido em todo o mundo.
Lisboa e Almada Iluminadas pelo fogo A Câmara Municipal de Lisboa, já está em contagem decrescente para o grande espectáculo de passagem de ano que terá lugar no Terreiro do Paço de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro com início às 22h30. Sendo assim, no dia 31 de Dezembro, vista os seus agasalhos, saia de casa, traga a família e venha celebrar a entrada do novo ano num grande espectáculo no Terreiro do Paço. Cúmplices numa aventura inédita, João Gil e Luís Represas juntaram-se em
2012 para fazer o primeiro disco de originais em conjunto. Mas esta passagem de ano promete muito mais. Para assinalar a entrada do novo ano o céu de LISBOA e ALMADA vai iluminar-se com um fabuloso espectáculo de pirotecnia: “Dance” Ritmo, os mais recentes hits dos tops mundiais, sequências de movimentos, e a luz vibrante que exala dos efeitos pirotécnicos fazem parte do piromusical concebido pelos designers do GLP, que promete colocar toda a gente a mexer na noite mais
longa do ano! Em perfeita sintonia, ao bater das 12 badaladas, Lisboa e Almada iluminarse-ão protagonizando dois espectáculos de concepção única. A sublime cadência dos efeitos pirotécnicos formarão quadros inigualáveis realçando a beleza ribeirinha das duas cidades. Quem os observa conseguirá compreender a sua complexa dinâmica, mas sobretudo vislumbrar a complementaridade que ambas emanam. Cidades distintas que se unem numa
só tendo Cacilhas e a Praça do Comércio como imagem de fundo. Aqui a magia do fogo-de-artifício dispersa-se no ar numa dança de comemoração. E para o final da Festa, às 00h15 entram em palco Os AZEITONAS, a banda de maior sucesso no ano de 2012, que terá no alinhamento temas como “Dança Menina, dança”, “Anda Comigo ver os Aviões” ou “Café HollyWood”. Em Almada irá actuar David Antunes com a MidnightBand com a participação de um convidado muito especial.
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Oferecer sorrisos em tempo de Natal Teresa de Fernandes, presidente da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas Quais foram as última s ac tiv idades do ano na instituição que dirige? Este ano, f iz e m o s t rê s a l moços e o nosso habitual bingo anual, que nos permitiram recolher fundos para ajudar as pessoas que nos pedem medicamentos, alimentos e roupas. Acompanhámos o Lar Padre Joaquim Ferreira na suas necessidades, pelo que este ano fizemos duas actividades com os avós: O almoço natalício e o de fim de ano. O que é, para si, o Natal? É o amor e a esperança que nos une a todos para colaborar com aqueles que mais precisam. Um momento de partilha entre familiares, amigos e conhecidos, cheio de fé e de alegria. Quais são os planos da Academia para 2013? Felizmente, contamos com um grupo de patrocinadores e colaboradores incondicionais, que nos permitem seguir em frente. E juntam-se sempre novas pessoas, que querem unir-se ao nosso trabalho. Que mensagem envia à comunidade? Que a paz e a esperança do Natal seja a prenda mais apreciada. Um apelo especial para que se juntem às actividades de beneficência e abram o coração. Que Deus os abençoe.
SERGIO FERREIRA SOARES sferreiracorreiodevenezuela.com
Todos os anos são aos milhares as iniciativas que surgem durante o mês de Dezembro, em todo o território nacional, para ajudar idosos, adultos e crianças que vivem em situações de pobreza. No entanto, no seio da comunidade luso-venezuelana, existem diferentes instituições de homens e mulheres que trabalham mês após mês em prol de diferentes causas.
Ainda assim, este mês foi escolhido por um grupo de mulheres à frente de diversas causas sociais para içar a bandeira da solidariedade e empreender diversos projectos em benefício dos mais necessitados. A alegria, a paz e a fraternidade brilharam em cada uma delas.
Dezembro é o mês perfeito para ajudar os mais necessitados.
Sílvia Henriques, presidente da Academia da Espetada de Caracas Quais foram as últimas actividades do ano na instituição que dirige? No dia 16 de Novembro, sábado, levámos a cabo a nossa festa de Natal, que nos permitiu recolher fundos e brinquedos para as nossas campanhas, com entrega a 4 de Dezembro, na Casa Hogar Domingo Sábio, e no dia seguinte nos Hogares Bambi da Venezuela. Realizámos a nossa habitual tertúlia de Natal. O que é, para si, o Natal? É o momento mais bonito do ano, de partilha, de fazer amizades, de estar em família, que é o núcleo mais importante da sociedade. Quais são os planos da Academia para 2013? Continuaremos com as nossas tertúlias que permitirão levar a cabo diversas campanhas de beneficência. A primeira campanha será a 17 de Janeiro, por ocasião de Dia de Reis, altura em que levaremos prendas ao hospital ortopédico infantil. Depois temos planeada outra campanha hospitalar para o Dia da Amizade e uma tertúlia para o Dia da Mulher, para além da celebração do nosso quarto aniversário. Que mensagem envia à comunidade? A minha mensagem é para as mulheres: Somos todas mães, esposas, com profissões em que temos com interagir com crianças. As crianças são o futuro da terra, e se as criarmos bem, seremos homens de progresso. Estamos abertas a todas as mulheres, sem distinção, que queiram juntar-se à nossa Academia. Cada mulher que entra traz um pedacinho de amor e as mãos abertas. Feliz Natal.
Trinidad Macedo, presidente da Academia da Espetada de Barquisimeto
Ana Maria Abreu, presidente da Academia da Espetada de Maracay
Quais foram as últimas actividades do ano na instituição que dirige? Encerrámos as nossas actividades de recolha de fundos com o jantar aniversário de 25 de Novembro, no Centro Luso Larense. Como estamos focadas na construção de um lar, não realizamos uma actividade de Natal, mas demos um donativo ao ‘Meu Pequeno Refúgio Madre Teresa de Calcutá’. O que é, para si, o Natal? É um encontro de família e um momento para recordar coisas bonitas que nos coube viver. Outras vezes, recordamos coisas não tão boas, e encontramos força para superá-las, mudá-las e melhorá-las. É um momento de paz, de união, de partilha. Quais são os planos da Academia para 2013? Sabemos que a situação do país está um pouco difícil, mas continuaremos a trabalhar porque contamos com o apoio incondicional das nossas amigas e de algumas instituições. Já temos planos para os primeiros seis meses do ano. A nossa primeira tertúlia está marcada para 20 de Janeiro. Que mensagem envia à comunidade? Que haja união, não de palavra, mas de coração. Que a comunidade portuguesa continue a participar em diferentes actividades de beneficência e que não seja apenas com um donativo, mas também com presença e com calor humano. E que vivam o amor e a paz neste Natal.
Quais foram as últimas actividades do ano na instituição que dirige? Organizamos um convívio com os avós do Geriátrico Luso-Venezuelano no dia 6 de Dezembro, quinta-feira. Também colaborámos com a Fundação Martins em Valência e entregámos brinquedos numa zona muito humilde de La Victoria. O que é, para si, o Natal? No verdadeiro sentido da palavra é um momento espiritual para melhorarmos. Serve para nos darmos de conta que devemos trabalhar muito a humildade e preparar-nos para a grande celebração que é o nascimento do Menino Jesus. Quais são os planos da Academia para 2013? Em Fevereiro, teremos um workshop especial de crescimento pessoal e um primeiro convívio na Casa Portuguesa de Aragau. Continuaremos a trabalhar arduamente. Que mensagem envia à comunidade? Aqueles que ainda não participaram em acções de beneficência estão a perder a oportunidade de receber, porque para receber, é preciso dar, e não sabem o karma que estão a ganhar. Não estão despertos para a importância de ajudar as pessoas mais necessitadas, quando Deus nos abençoou com a nossa própria satisfação e com o facto de podermos cobrir as necessidades. Se tivermos isso coberto, devemos agradecer, e a melhor forma é contribuir para ajudar os mais necessitados.
Ana Maria Góis, presidente da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas Só Bem Quais foram as últimas actividades do ano na instituição que dirige? Entregámos cestas a todos os utentes, cerca de 40 famílias. Fizemos o tradicional pe- q u e n o -almoço de Natal e convivemos com eles na nossa sede durante algumas horas. Para além disso, contámos com a presença do cônsul geral de Portugal em Valência, António José Chrystêllo Tavares. O que é, para si, o Natal? É um ponto de encontro da família em redor de uma mesa, partilhando e desfrutando todos juntos, coisa que no resto do ano não acontece. Um momento para demonstrar afectos, amizade e união, para além de agradecer ao Menino Jesus o facto de estarmos vivos. Quais são os planos da Academia para 2013? Continuar a trabalhar. Somos uma associação pequena, pelo que não nos pedem ajudas muito grandes, mas com o pouquinho que temos, solucionamos o dia-a-dia das pessoas que nos pedem ajuda. As coisas estão muito difíceis para todos, mas tentamos sempre ajudar. Que mensagem envia à comunidade? Uma mensagem de paz e esperança. Que tenham os seus corações sempre abertos para as acções de solidariedade. Uns estão bem e outros estão mal, mas nós temos sempre a capacidade de estender uma mão a quem precisa. Desejamos que o Natal seja esplêndido, com solidariedade, amor e paz.
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Natal: Tempo de Religião SERGIO FERREIRA SOARES sferreira@correiodevenezuela.com
Chegamos às duas últimas semanas do ano e, junto com elas, o tráfego nas principais cidades da Venezuela, as longas filas nas lojas dos centros comerciais. A razão? Nos tempos que correm, o Natal tornouse numa data comercial perfeita para dar prendas aos nossos familiares e amigos. E ainda que o Natal na Venezuela se caracterize pela confraternização com os mais chegados, há quem considere que estas datas perderam a sua essência. O Natal é uma das festas mais importantes do cristianismo, que comemora o nascimento de Jesus Cristo em Belém. Existem diversas teorias sobre a origem do 25 de Dezembro como dia do nascimento. No entanto, divergências no que diz respeito à data fizeram com que fosse adoptado o referido dia como a data oficial do nascimento de Cristo, e o 6 de Janeiro como a Revelação. Para as igrejas orientais, a Revelação é mais importante que o Natal, já que é nesse dia que se dá a conhecer ao Mundo. Para o catolicismo, o Natal é uma temporada de festas que contém um tempo de preparação, chamado Advento, que se inicia quatro domingos antes do 25 de Dezembro. É costume celebrar-se várias missas no Natal, com diferentes conteúdos, consoante o horário. Assim, na noite anterior, há a famosa Missa do Galo, à meia-noite. Em alguns locais há, inclusive, uma Missa da Aurora, que se celebra pre-
O significado das festividades dezembrinas vai muito além das festas e troca de prendas.
Alexandre Mendonça Director da Missão Católica Portuguesa. O que é o Natal? É um tempo de graça infinitamente belo, em que o Senhor nos permite, ano após ano, viver a imensa experiência do amor infinito de Deus com o nascimento do seu amado filho no coração de todo o homem que o ama. O Natal é este tempo de graça em que todos sentimos que o amor de Deus está presente no acto de querer partilhar e manifestar o nosso amor aos seres que nos rodeiam. Como se deveria celebrar o Natal? Deveria ser celebrado de maneira cristã, ouvindo a voz de Deus através da sua igreja, que nos chama a uma conversão e sentir a imensa alegria de que esse amor de Deus chegue a todos os seres, especialmente aos mais necessitados, através das nossas obras de caridade e de amor. Acredita que o Natal perdeu a sua essência? O Natal não perdeu nada do essencial porque é obra amorosa de Deus. Lamentavelmente, os seres humanos são dóceis nas
palavras mas alguns vêem-se privados de viver a experiência do nascimento do Menino Deus. Que mensagem envia a quem ainda não ajudou os nossos irmãos mais necessitados? A mensagem, queridos filhos, é que tomemos consciência de que não podemos amar a Deus se não amamos os nossos irmãos, especialmente os mais necessitados. Este tempo é propício para manifestar, de maneira extraordinária, que amamos Deus porque amamos os nossos irmãos. Não deixe de aproveitar este tempo de graça. Não fiquemos no passado, vivamos o que o presente nos traz e olhemos para o futuro com a certeza que o Senhor nos ajudará a construir um Mundo mais justo e mais perfeito. Quer acrescentar algo? Que os frutos do nascimento do Filho de Deus, que são a justiça, paz e amor, sejam a realidade do nosso Mundo, da nossa Venezuela, e de forma particular, dos lares da comunidade luso-venezuelana. Que Deus os abençoe, Feliz Natal.
cisamente ao amanhecer do dia 25 de Dezembro. E há a Missa do Meio-Dia, sendo costume que, antes ou depois, o papa envie uma mensagem de Natal a todos os fiéis do Mundo. Em todos os casos o Natal é a altura perfeita para a reflexão e para partilhar o pouco ou o muito que temos com os mais necessitados.
José António Concepción Director da Associação Civil Amigos da Virgem de Fátima. O que é o Natal? É o nascimento de Cristo Jesus, o Filho de Deus feito homem para nossa salvação. Antes de tudo, o Natal deve significar um mistério: O Deus que se fez homem. Em segundo lugar, deve oferecer um momento de alegria para todos, porque Deus se fez homem para reconciliar a Humanidade. Por último, deve ser um momento de encontro entre pessoas que serve para fortalecer os laços para a vida. Como se deveria celebrar o Natal? Em primeiro lugar, apelamos a todos que entendam que o Natal é um momento que Deus nos oferece para aprofundar esse mistério de Deus feito homem; se estamos agradecidos pelo que somos e temos, devemos dedicar algum tempo, entre as muitas ocupações que temos, à reflexão em torno deste mistério. Acha que o Natal perdeu a sua essência? Definitivamente sim. O Natal ficou-se pelo materialismo e muitas vezes não se lhe dá o verdadeiro sentido espiritual que
deve ter. Isso pode ser enfrentado dizendo-o frequentemente, fazendo um apelo às pessoas para que entendam que o sentido do Natal não está no meramente material, mas sim na partilha com os outros e viver esta bela experiência de agradecimento a quem nos dá tudo. Que mensagem envia a quem ainda não ajudou os nossos irmãos mais necessitados? Que ponham a mão no coração e pensem por um momento se não estão realmente em dívida com Deus. Acho que a melhor maneira de pagar a Nosso Senhor é ajudando os pobres e os mais necessitados, porque é precisamente no pobre e no necessitado que conseguimos contemplar Deus. Quer acrescentar algo? Quero convidar toda a comunidade luso-venezuelana a celebrar este Natal com oração, indo à missa e agradecendo a Deus por tudo o que nos dá em cada dia das nossas vidas.
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O jornal da comunidade luso-venezuelana Caracas, 21 a 27 de Dezembro de 2012
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O Natal de cá e o de lá
O Natal na Venezuela: Tradições No primeiro domingo de Dezembro, começam das celebrações em Aragua e Carabobo com uma festa chamada ‘Velorio, Danza o Romería de los Pastores del Niño Jesús’. Têm lugar procissões e danças na ruas e nos tempos, acompanhados por instrumentos de cordas. ✓ Em Táchira, Mérida e Trujillo, realiza-se a ‘Paradura del Niño’: uma demonstração de devoção expressa em complexos e elaborados presépios conjuntamente com um costume que consiste em passear o Menino Jesus num lençol de seda, com cânticos e procissões. ✓ A 21 de Dezembro, grupos familiares abrem as portas das suas casas e oferecem um pequeno jantar para celebrar a chegada do Espírito do Natal, acompanhado de mandarinas. ✓ No 24 de Dezembro, as famílias reúnem-se à volta da mesa para o tradicional jantar de Natal, acompanhado por gaitas e ‘aguinaldos’. As crianças esperam a che-
gada do Menino Jesus e de São Nicolau, dependendo da zona do país. ✓ A 28 de Dezembro, dia dos Santos Inocentes, celebra-se em Mérida, Trujillo e Portuguesa a festa de ‘Locos y Locainas’: pessoas com trajes raiados e sujos, que tapam os rostos com máscaras os pintura para não serem reconhecidos. Em Lara esta festa é conhecida como ‘Zaragozas’. ✓ A Queima do Ano Velho é celebrada nos estados de Táchira e Mérida a 31 de Dezembro e consiste em atear fogo a um boneco que representa o ano que termina. ✓ Entre 4 e 7 de Janeiro também no Estado de Trujillo, se celebra a chegada dos Pastores e Reis Magos com velórios que duram toda a noite com cantos e oferendas ao Menino Jesus. ✓ As festividades natalícias populares terminam nos dias 2 e 3 de Fevereiro em Mérida com uma das mais vistosas celebrações, ‘los Vasallos de la Candelaria’, uma celebração muito colorida e musical.
Milhões de venezuelanos e portugueses esperam O Natal em Portugal: Tradições ✓ Na Praça do Comércio, em Lisboa, A tradição cristã de Portugal marca a chegada o Natal e do novo ano para cumprir os festejos natalícios. É costume assistir à cria-se todos os anos um ambiente “aincom os costumes e tradições que dão vida a esta Missa do Galo e terminar esta celebração da mais caloroso” com a instalação de beijando os pés da imagem do Menino uma árvore de Natal de 28 metros de algrande celebração tura, que é iluminada a 1 de Dezembro. Jesus. .
CORREIO / DIÁRIO
Uma das alturas do ano mais esperadas, tanto na Venezuela como em Portugal, é o mês de Dezembro; um período em que as festas, presentes e tradições brilham por todo o lado. Desde celebrações religiosas, passando por tradições próprias de cada
localidade e até modernos espectáculos de fogos artificiais, dão vida às duas noites de maior união e irmandade: a Véspera de Natal, festejada a 24 de Dezembro, e do ano velho, recordada cada 31 de Dezembro. Conheça ou relembre quais são as tradições e pratos típicos que marcam estas festividades em ambos países.
✓ Nas regiões de Bragança, Guarda ou em Castelo Branco, depois da missa queima-se um tronco num grande fogueira no adro da igreja. ✓ A pesar de ser um país de profunda tradição católica, às crianças portuguesas recebem presentes dos Reis Magos, mas sim do Pai Natal (Papá Noel) no início da madrugada de 25 de Dezembro. O Pai Natal deixa os presentes na árvore.
✓ Nos primeiros dias do ano, as Janeiras surpreendem quem caminha pelas rua. Trata-se de grupos que cantam nas ruas temas tradicionais desejando um Ano cheio de sorte. ✓ Na povoação de Benquerença, na região de Castelo Branco, os jovens percorrem as ruas com farinha para desenhar cruzes brancas nas portas das casas. PUB