Correio da Venezuela 601

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P r é m i o Ta l e n t o 2 0 0 9 Correio de Venezuela

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Quinta-feira 16 a Quarta-feira 22 de Abril de 2015

publicaÇão Nº 601

Ano 15 • Depósito Legal: 199901DF222 • BsF. 20

Juntos por uma causa maior em Carabobo

Pag. 4 pub

As novas regras de saída de divisas de Venezuela penalizam demasiado os Portugueses. Têm direito a 1.000 dólares, o que, naturalmente, não é suficiente para quem pretende ir de férias à sua terra. Há diversos factores a ter em conta, além da viagem. Pag. 3

Bancos esperam ligeira subida da procura de crédito por empresas Segundo um inquérito feito no final do primeiro trimestre a cinco bancos que actuam sobre a oferta e procura de crédito Pag. 12

Desporto

A violência contra pessoas, nomeadamente os sequestros, continua a preocupar a Comunidade Portuguesa. Declarações de um responsável policial confirmam o enfoque dos criminosos.

Mil dólares por viagem para ir de férias a Portugal

Portugal

Portugueses no alvo dos sequestradores

Comunidade

Venezuela

O XXIX Festival de Folclore Português realiza-se neste sábado no Município San Diego do Estado de Carabobo. Muitas centenas de pessoas irão convergir no Salão Madeira do Centro Social Madeirense. Juntos por uma causa maior: a confraternização e o exercício de uma fraternidade que, todos os anos, o folclore potencia. Pag. 18

FC Porto teve noite de luxo no ‘Dragão’ O F. C. Porto ganhou o Bayern de Munique, uma das melhores equipas de futebol do mundo por 3-1. A segunda mão na Alemanha ditará o apuramento para as meias-finais da Champions. Conseguirá o Porto repetir a noite gloriosa do Estádio do Dragão? Pag. 24


2 Editorial

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retrospectiva Nas últimas semanas, os lesados do papel comercial do ex-Banco Espírito Santo, que reclamam ter sido vítimas de um autêntico roubo nacional tutelado pelo Banco de Portugal, entidade que deveria exercer o seu papel de banco central e autoridade nacional no sector financeiro, têm multiplicado as manifestações e iniciativas de rua, com invasão pacífica de estabelecimentos do Novo Banco (que assumiu parte do património do ex-BES). Uma corrida de gente desesperada em busca do seu dinheiro, das poupanças de uma vida, alguns com muito sacrifício, muitos dizendo-se enganados pela ‘conversa mole’ de alguns funcionários bancários, cuja culpa aqui não será tão grave quanto se aponta, já que não podem ser responsabilizados pela gestão louca dos seus administradores. Contudo, parece haver uma ténue luz no fundo do túnel. A questão não tem encontrado consensos, nem ao nível dos partidos, nem ao nível do próprio Governo da República, mas nesta semana uma informação do sector jurídico da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (Bolsa de Lisboa) vem dar razão aos ditos lesados, dizendo que deverão se reembolsados no valor total das suas aplicações. Naturalmente que se trata de uma opinião, mas o certo é que vem de um organismo de respeito e com responsabilidade no sector financeiro e bolsista. Falta saber que evolução irá agora tomar o processo e até que ponto, em ano de eleições, iremos ter os partidos juntos para resolver o problema de alguns milhares de portugueses, cujas aplicações somam muitos milhões de euros.

dois

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A hotelaria portuguesa, em particular, e os Portugueses, no seu todo, já começaram a sentir o efeito do anúncio da greve que os pilotos da TAP Portugal e da PGA Portugália Airlines pretendem fazer no mês de Maio. Trata-se de uma greve que é, antes de mais, política, já que afronta a decisão governamental de privatizar o grupo aéreo, do qual o Estado Português é o seu único accionista. Os pilotos, que integram uma classe privilegiada e elitista que não sente as dificuldades financeiras e económicas que o Povo do seu País tem sido vítima nos últimos anos, pretende ter entre 10 a 20% do capital a privatizar, arrastando para um beco sem saída, o Governo que, desta forma, não consegue valorizar a companhia para interessar grupos privados, nacionais ou estrangeiros, na compra de 66% do capital. E numa ocasião muito difícil, pois a TAP por motivos vários terminou 2014 com um défice de exercício, ao fim de cinco anos de resultados positivos, a que se junta uma dívida acumulado de mais de 1,2 mil milhões de euros. Diversos sectores da vida económica portuguesa já disseram que a companhia não aguenta uma greve de dez dias. O Turismo e Hotelaria estão em pânico, pois, certamente, irão inverter a tendência de subida de ocupação e receitas verificadas no último ano e, consecutivamente, nos primeiros meses de 2015. Tudo isso é muito mau, sem esquecer que os efeitos perniciosos desta falta de consideração dos pilotos pelos Portugueses, se alastram, não só prejudicando os seus compatriotas impedidos de viajar na companhia nacional, sobretudo os que vivem no estrangeiros e nas ilhas dos Açores e da Madeira, como também em termos promocionais, afastará estrangeiros que estavam a pensar ir de férias a Portugal na TAP e que perante esta instabilidade laboral na companhia irão, naturalmente, mudar de ideias.

três

A violência em Venezuela continua a fazer vítimas entre a Comunidade Portuguesa. Este ambiente de autêntica guerra civil agravado por uma constante instabilidade político-social continua a colocar o País numa das suas piores fases dos últimos anos. Não obstante o maior esforço das estruturas policiais e o empenho do Governo em detectar e neutralizar os movimentos dos bandidos, os números não são animadores e não oferecem melhores perspectivas de confiança, de paz e harmonia. Todas as entidades emitem recomendações que devem ser seguidas e devem ser tomados em atenção procedimentos e atitudes que evitem facilitar a vida aos marginais ou nos tornarmos mais expostos aos seus malévolos desígnios. Numa terra que se quer de Paz e de Fraternidade é cada vez mais embaraçoso falar de segurança ou insegurança, na medida em que todos somos alvos e todos nos preocupamos com a forma que se deve dar o passo seguinte. Num Estado de Direito cabe à Polícia e à Justiça manter a Ordem e a Liberdade dos Cidadãos, propósito que não está a ser conseguido, pelo constante crescimento das quadrilhas e dos bandos de malfeitores. Até quando?

fotoflash

Publicamos nesta edição uma interessante reflexão que resulta de um estudo do historiador Victor Pereira sobre o conceito da expressão ‘Comunidades Portuguesas’. Interessante, repetimos. Coloca-nos desde logo numa situação de marginalização quando se olha ao conceito de Estado que deve ser agregador de todos os seus nacionais, onde quer que vivam. Ultimamente tem se discutido muito outro conceito que é o da Diáspora. Tudo para designar os que estão fora, os que emigraram. Dos quais só se lembram quando contam com as suas remessas ou com as suas influências, mas que pouco os protegem quando de regresso, apontandolhes a mesma fila, embora saibam de antemão o seu pouco desembaraço face a questões burocráticas com as quais não lidavam. Para quando irá Portugal lidar com estes Portugueses em pé de igualdade? Depois de debaterem os conceitos, digam qualquer coisa… porque a paciência começa a faltar.

Grupo Editorial

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Controlo cambial

Redução de dólares para viagens causa apreensão CORREIO/LUSA

No caso de Portugal e outros países da Europa, África e Oceânia, os viajantes passam a dispor de 1.000 dólares (ou equivalente em euros) A comunidade portuguesa radicada na Venezuela está “apreensiva” com a decisão do Governo venezuelano de reduzir a quantidade de ‘divisas’ que os nacionais e estrangeiros radicados no país estão autorizados a usar nas suas viagens ao estrangeiro. “Obviamente é uma decisão que nos prejudica a todos, principalmente a quem quer viajar para Portugal ou para outro país da Europa durante algum tempo, porque as ‘divisas’ que nos autorizam praticamente não chegam para cobrir os gastos [mínimos] de hotel e da estadia”, disse à Lusa o presidente da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio e Turismo. Segundo José Luís Ferreira, a medida vem agravar as dificuldades para sair da Venezuela e para viajar ao estrangeiro, num momento em que “o primeiro obstáculo é conseguir uma passagem em bolívares, porque para a maioria dos destinos os bilhetes são pagos em dólares”.

Segurança Pública

Capturado alegado assassino de comerciante madeirense CORREIO/LUSA

Partes do corpo do comerciante foram encontradas em Julho de 2014, na localidade de Cátia

Na Venezuela vigora, desde 2003, um apertado sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país, sendo necessário pedir às autoridades para ter acesso aos dólares para consumos durante as viagens ao estrangeiro, que uma vez autorizados estão condicionados ao uso de cartão de crédito. Uma providência do Ministério de Economia e Finanças da Venezuela, datada de 10 de Abril de 2015, estabelece novas normas para aceder às ‘divisas’, reduzindo a quantia que os cidadãos, nacionais e estrangeiros, passam a dispor anualmente para as suas viagens. No caso de Portugal e outros países da Europa, África e Oceânia, os viajantes passam a dispor de 1.000 dólares (ou equivalente

em euros) para uma viagem de um a sete dias, em vez dos 2.000 que até agora eram autorizados. Em vez de 3.000 dólares passam a dispor de 2.000 dólares para viagens com 15 ou mais dias de duração e se a duração for de oito a 14 dias o valor autorizado oscila entre 1.125 e 1.875 dólares. Segundo José Luís Ferreira, com as dificuldades económicas e com esta nova medida, “as pessoas vão viajar menos, deixar de viajar ou reduzir o tempo de viagem”. A redução das ‘divisas’, segundo a comerciante Maria de Andrade, 55 anos, “influenciará fortemente os recursos que poderão ser usados, porque nem todas as pessoas têm contas em Portugal, nem cartão de crédito de um banco estrangeiro”.

Venezuela 3

A polícia venezuelana anunciou, terça-feira, 14 de Abril, que deteve um suspeito do sequestro e homicídio do comerciante madeirense José Henrique Maia Sardinha, do qual foram encontradas partes do corpo em Julho de 2014, na localidade de Cátia, a oeste de Caracas. Segundo as autoridades, o suspeito é conhecido pela alcunha de “El Enano” (O Anão) e a sua detenção foi efectuada por funcionários do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (Cicpc, antiga Polícia Técnica Judiciária) na Avenida Casanova, da cidade de Maracay. A polícia procura ainda três outros homens suspeitos de envolvimento no crime e está a tentar identificar dois outros, dos quais apenas tem as respectivas alcunhas. José Enrique Maia Sardinha, 40 anos, era proprietário da padaria ‘El Arabito’ e filho de emigrantes naturais do Porto Moniz, Madeira, e foi sequestrado por

vários homens armados no dia 8 de Junho de 2014, pouco depois de chegar ao trabalho. O sequestro ocorreu quando, acompanhado de dois empregados, carregava uma viatura com o pão que seria distribuído para vários supermercados. Quatro dias depois do rapto, as autoridades encontraram a cabeça e as mãos de um homem, nas proximidades do Mercado de San Martín, em Cátia, e confirmando mais tarde pertencerem ao comerciantes português. A 12 de Julho de 2014, as autoridades detiveram duas mulheres por suspeita de envolvimento no sequestro e assassinato do comerciante português. Fontes policiais explicaram que “o cruzamento” de telefonemas permitiu estabelecer a alegada participação no sequestro de dois motoristas que distribuíam o pão da padaria da vítima. As autoridades descobriram também a participação de um empregado de um bar e de um pedreiro, que se encontram em parte incerta. Segundo as investigações, os raptores contactaram na altura os familiares da vítima e exigiram o pagamento de uma alta soma de dinheiro pelo resgate, tendo sugerido que empenhassem os bens para reunir o montante pedido. Publicidade


4 Venezuela soltas Durante uma reunião entre o Governo e representantes de empresas produtoras de cacau efectuada esta segunda-feira, foram estabelecidos os mecanismos para a exportação de cinco milhões de toneladas do produto, recolhido nos campos venezuelanos. O encontro teve lugar no Ministério para a Agricultura e Terras, no centro de Caracas, e foi encabeçado pelo titular da pasta, José Luis Berroterán, que precisou que 70% do produto já está nos silos, pronto para ser distribuído.

“Prestar um serviço turístico de qualidade, cumprindo as leis e normas” foi o apelo feito pelo Ministério do Turismo, através da conta no Twitter @minturvenezuela, na passada segundafeira, às pessoas que oferecem serviços no país. Também especificou, através de um link que remete para explicações, quais os passos a seguir para cumprir as normas estabelecidas na Lei Orgânica do Turismo. Como primeiro passo, é indicada a solicitação do Registo Turístico Nacional (RTN), que consiste num documento que todos os prestadores de serviços turísticos que exerçam as suas actividades no país devem preencher. Categorização de estabelecimento de alojamento turístico que tem a função de medir a qualidade e quantidade de serviços que prestam aos hóspedes. O Ministério da Economia e Finanças e o Centro Nacional de Comércio Exterior (Cencoex) estabeleceram novos requisitos, controlos, trâmites e montantes para a atribuição de divisas destinadas a venezuelanos que viajam para o exterior, no passado dia 10 de Abril. De acordo com a providência 011 da Cencoex, publicada na Gazeta Oficial 40.636, que circulou na passada sexta-feira, este organismo poderá autorizar a cada pessoa até um máximo de 3.000 dólares ou o seu equivalente noutras divisas, por ano, para o período compreendido entre o dia 1 de Janeiro e 31 de Dezembro.

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Segurança Pública

Portugueses são alvo principal de sequestradores no país CORREIO/LUSA

Quem o diz é Anixo Sequeira, responsável pelo departamento de combate aos sequestros da Polícia Criminal A comunidade portuguesa na Venezuela, na ordem de um milhão de pessoas, é a mais atingida pelo flagelo dos sequestros, disse à agência Lusa Anixo Sequeira, responsável pelo departamento de combate aos sequestros da Polícia Criminal. Num trabalho publicado no passado 11 de Abeil, a referida agência revela que as razões apontadas para esta “preferência” dos criminosos prendem-se essencialmente com o facto de ser uma comunidade bem sucedida. Anixo não foge à questão, “a maioria dos portugueses são comerciantes, mexem com muito dinheiro”. Mas a outra razão é menos lisonjeira, é que os portugueses normalmente não fazem queixa e pagam resgates e isso alimenta o interesse dos criminosos. Um dos casos emblemáticos de sequestros envolvendo a comunidade portuguesa ocorreu em 2012, quando um português esteve desaparecido quase um ano: “dos Santos esteve 11 meses escondido num ‘bunker’ debaixo do chão, sem ver o sol”. Dos Santos foi sequestrado numa estação de gasolina, a família pediu a ajuda da polícia, que

conseguiu encontrá-lo e deteve os sequestradores, sem necessidade de resgate. Os responsáveis da polícia criminal têm feito vários apelos junto da comunidade portuguesa para que denunciem os sequestros, mas estes alertas não têm tido grandes resultados. “Quando as famílias falam connosco, resolve-se sempre, sem necessidade de resgates”, explicou o inspector Anixo Salaverría Sequeira. O último caso envolvendo um português, disse à Lusa Anixo Sequeira, teria ocorrido há 15 dias. Errado. Anixo não dispunha de todos os dados, porque a maioria dos casos não são participados às autoridades. Gil Andrade, presidente do Centro Português, contou à equipa de reportagem da Lusa um caso que ele mesmo vivera uns dias antes. Deste caso a polícia nem soube. “Esta semana vivi um caso de

um primo, teve a infelicidade de ser sequestrado. Vivemos essa angústia durante 24 horas”, explicou Gil Andrade. Este caso “resolveu-se a bem, pagando o resgate”. Contam-se pormenores sórdidos sobre casos passados, em que os bandidos enviavam pelo correio partes do corpo do familiar sequestrado, dedos, orelhas... “No final, acaba-se pagando o resgate porque sente-se que é mais seguro para voltar a ter o nosso familiar outra vez connosco”, concluiu Gil Andrade. O responsável pela direcção do Centro Português tem um contacto privilegiado com quase toda a comunidade portuguesa em Caracas e afirmou que esta situação “está a acontecer semanalmente. Não é todos os dias, mas, às vezes, sabemos de mais de um caso por semana”. Um dos casos conhecidos em Caracas ocorreu com o conhecido cirurgião Adérito de Sousa, o pri-

meiro médico no mundo a desenvolver uma técnica cirúrgica no cérebro a partir das fossas nasais. Adérito de Sousa chegou a casa, ao final do dia, no seu carro blindado, à prova de bala. Abriu a porta da garagem, da sua moderna vivenda num bairro rico de Caracas, e foi surpreendido por vários indivíduos armados. Adérito ia manter-se fechado no seu carro blindado. Nada lhe aconteceria. Só que a mulher já estava no quintal, junto ao portão e os bandidos agarraram-na. Adérito ficou em pânico. Não teve opção, saiu do carro e entregou-se nas mãos dos bandidos, que o levaram. O médico acabou por passar uns dias nas mãos dos bandidos, sofrendo quatro tiros nas pernas e no abdómen. Foi devolvido à família e hoje, sete meses passados sobre o traumático sequestro, não tem dúvidas em dizer que, mesmo assim, vai “continuar a viver na Venezuela”, o país onde nasceu. Em Caracas comenta-se um caso emblemático de um empresário de sucesso, que foi sequestrado três vezes. Um dia, virou-se para os amigos e disse que não aguentava mais. Era hora de partir de regresso à pátria. Pegou nas malas e bagagens e voltou ao norte de Portugal. Tentou reconstruir o seu negócio de sucesso, investiu muito dinheiro. Acabou deprimido, como a economia portuguesa... Já está em Caracas de novo, a reconstruir o seu negócio, apesar de toda a insegurança. Os portugueses são quase sempre vítimas. “São raros os casos de crimes envolvendo portugueses”, explicou José Domingues, luso-descendente responsável de um departamento da Polícia Criminal. Viver em Caracas é estar sempre atento a tudo o que nos rodeia. Tudo o que tem valor fica escondido, não se atende telemóveis na rua, não se usam máquinas fotográficas, muito menos câmaras de vídeo.

La Lucereña

Dois polícias mortos em assalto a casa de floricultor luso CORREIO/LUSA

Quatro indivíduos armados assaltaram, na manhã de sábado, 11 de Abril, a casa de um floricultor português e assassinaram dois polícias que acorreram ao local, em La Lucereña, Estado de Miranda, a sul de Caracas.

Segundo fontes policiais, os assaltantes estudaram os movimentos do floricultor português, o qual foi surpreendido quando abriu a porta de casa para percorrer o jardim em frente à sua residência. “Eles saltaram um muro de protecção da casa e esperaram pelo floricultor que, ao abrir a porta, foi empurrado e caiu no chão. O assal-

to ocorreu quando se encontravam no local a mulher e uma jovem que conseguiu esconder-se debaixo de uma cama”, explicou fonte policial à agência Lusa. Uma vizinha, percebendo o que estava a acontecer, avisou a polícia que, à chegada, foi surpreendida a tiro pelos assaltantes que mataram o oficial chefe da esquadra de El

Jarillo, Carlos Díaz Díaz, de 61 anos, e o oficial Diego Rodríguez, de 39 anos. Os assaltantes fugiram, levando as armas dos agentes e vários artigos roubados. Fontes não oficiais indicaram que se trata do segundo assalto de que é alvo o floricultor português no espaço de um mês.


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Telefones.: (0058212) 2650608/ 2670853

2ª a 6ª feira, das 08h às 22h Sábados, das 10h às 20h

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Fotografias com história

Tradição

Vargas receberá Festas em Honra da Virgem de Fátima Sergio Ferreira Soares

Jornada contará com apresentações musicais e surpresas

Machico Fernando Cámara Fcamara@correiodevenezuela.com

A imagem desta semana mostra ao fundo a freguesia de Machico, na ilha da Madeira. À beira da praia encontra-se um campo de futebol; atrás, um aglomerado de edifícios, e nos arredores um pequeno número de casas. Machico é um município da ilha da Madeira com sede na cidade do mesmo nome. Tem uma área de 68,31 km² e nos censos de 2011, superava os 21 mil habitantes. Está dividido em cinco freguesias e limitado a sudoeste pelo município de Santa Cruz , a oeste pelo Funchal através de uma pequena franja a norte de Santa Cruz; a noroeste por Santana, e a norte, sul e este pelo Oceano Atlântico. Foi elevado a cidade em Agosto do ano 2000. Segundo vários autores, o nome provém da semelhança da zona com Monchique, situado na Serra do Algarve. Conta a lenda que Roberto Machim teria sido o primeiro descobridor da ilha da Madeira, quando em 1377 se dirigia para o Sul de França e a sua embarcação foi arrastada para a ilha pelos ventos. Oficialmente, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira foram os primeiros descobridores, e chegaram a este local entre 1418 e 1420. No conjunto de acontecimentos históricos que marcaram o concelho destaca-se a instituição da vila como primeira capitania da Madeira, em Maio de 1440.

A acrescentar a isso, estas terras foram residência de Tristão Vaz Teixeira. Em 1803 houve um enorme deslizamento de terras que enterrou várias casas, destruindo as muralhas da ribeira, a ponte e a capela dos Milagres. Foi também lugar de confrontos na Revolta da Madeira, em Abril de 1931. Do património arquitectónico destacam-se: O Forte do Amparo, que representa uma planta triangular para permitir a defesa dos dois lados da baía; a Casa da Capela, o Solar da Ermida, a Igreja Matriz de Machico (construída em 1425), a Capela de Cristo (construída a meados do século XV e reconstruída no século XVI e em 1883), entre outras. Predominam as actividades do sector terciário, que estão ligadas ao turismo, comércio, restaurantes e serviços de hotelaria. Seguem-se os sectores secundário e primário (agricultura, criação de animais e pesca). Na agricultura, predomina o cultivo de cereais para grãos de leguminosas, batata, uva, entre outros; ainda a criação de aves, coelhos e caprinos. Apesar de ser uma zona costeira, na parte norte encontram-se vários montes e serras tais como: Castanho, Pedreiro, Pico de Coroa e Penha d’Águia. As vertentes costeiras são abruptas devido aos efeitos da erosão das praias de areia negra. No Caniçal e no Porto da Cruz existem praias de areia vulcânica natural.

Umas vez mais, os fiéis portugueses radicados no Estado de Vargas vão poder prestar homenagem àquela que para muitos é a “padroeira” dos emigrantes lusos, a Virgem de Fátima. Será no domingo, 31 de Maio, quando o Centro Luso Venezuelano, situado na urbanização Weekend, em Catia La Mar, receber a Festa em Honor da Santa lusa. A jornada iniciar-se-á às 2 da tarde com a Santa Missa, que posteriormente dará lugar a uma grande festa. Os assistentes poderão desfrutar de uma grande variedade de comidas e bebidas, assim como das apresentações musicais de Magia Lusitana e Carlos Kanto. Para terminar o evento festivo, o Grupo Folclórico do Centro Português vai convidar todos os presentes para dar um pé de dança ao som do melhor folclore lusitano.

Clubes

Centro Luso Larense promove eleições no final deste mês Fernando Câmara

As eleições para a Junta Directiva, Tribunal Disciplinar e Comissariado do Centro Luso Larense vão ser realizadas no próximo 24 de Abril. Para a junta directiva apenas há uma lista candidata, encabeça pela actual presidente Manuel Faria, que se recandidata devido ao pedido de 20% dos sócios, já que os estatutos não permitiam que assumisse mais um mandato à frente do clube. Para o Tribunal Disciplinar, também concorre apenas uma lista. Mas para o Comissariado concorrem duas.

Clubes

México invade CSM Fernando Cámara

Noite mexicana será promete encher o Salão Madeira O Comité de Cultura do Centro Social Madeirense de Valência, estado Carabobo, vai promover a celebração de uma Noite Mexicana no próximo sábado, 16 de Maio, no Salão Madeira, a partir das oito da noite. A gastronomia deste país ocupará os pratos dos assistentes: burritos, tacos e tostadas, acompanhadas por águas frescas, margaritas e tequilhas. Em simultâneo, os convidados desfrutarão de diversos grupos de mariachis da região central do país, além da actuação da canto-

ra Margot Valencia. Podem participar tanto sócios como não sócios: os primeiros deverão pagar Bs. 500,00 e os segundos, Bs. 650,00. O evento conta ainda com um bingo que tem como prémio Bs. 50.000.


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Nacionalidade

Consulados promovem novas permanências Sergio Ferreira Soares Fernando Cámara

Pelo menos seis estados da Venezuela vão usufruir de jornadas consulares nos próximos meses

Durante uma reunião entre o Governo e representantes de empresas produtoras de cacau efectuada esta segunda-feira, foram estabelecidos os mecanismos para a exportação de cinco milhões de toneladas do produto, recolhido nos campos venezuelanos. O encontro teve lugar no Ministério para a Agricultura e Terras, no centro de Caracas, e foi encabeçado pelo titular da pasta, José Luis Berroterán, que precisou que 70% do produto já está nos silos, pronto para ser distribuído. “Já se adquiriu 70% do cacau e acordámos com os exportadores e o sector industrial a aquisição total deste produto”.

22 de Abril: San Juan de Los Morros, Estado de Guárico (lugar por definir). 24 de Abril: Puerto Ayacucho, Estado de Amazonas (lugar por definir).

Próximas jornadas Consulares de Valência 22 e 23 de Maio: Centro Português de Punto Fijo, estado Falcón. 26 e 27 de Junho: Centro Social Luso Venezuelano de Acarigua, Estado de Portuguesa. 10 e 11 de Julho: Consulado Honorário de Portugal em Barquisimeto, Estado de Lara. 4 e 5 de Setembro: Centro Português de Punto Fijo, Estado de Falcón. 2 e 3 de Outubro: Consulado Honorário de Portugal em Maracaibo, Estado de Zulia. 6 e 7 de Novembro: Consulado Honorário de Portugal em Barquisimeto, Estado de Lara. A iniciativa teve lugar na sede do consulado honorário da referida localidade, que se encontra sediado no Centro Comercial Súper Líder de los Altos Mirandinos. As permanências nesta zona têm sido realizadas com maior frequência devido ao elevado número de pedidos relacionados com documentação. É nesta região que se constata a maior presença de portugueses a nível nacional, segundo indicaram as autoridades consulares. Cinco dias depois, o cônsul deslocou-se até à localidade de Charallave, Estado de Miranda, onde promoveu outra jornada, que desta feita foi levada a cabo no restaurante “La Espetada”, situado ao quilómetro 5 da Carretera Charallave Cúa, via Betania. Por seu turno, o Consulado Geral de Portugal em Valência, Estado de Carabobo, levou a cabo uma jornada consular em Maracaibo, Estado de Zulia, entre 10 e 11 de Abril,

Os consulados gerais de Portugal em Caracas e Valência continuam a impulsionar sua presença constante no interior do país através do sistema de permanências consulares que permite aos cidadãos portugueses tratar de passaportes e receber informação sobre a trâmites de documentação diversa fora dos locais habituais. Foi com este propósito que o Consulado Geral de Portugal em Caracas levou a cabo uma permanência na localidade de Los Teques, Estado de Miranda, na quinta-feira, 9 de Abril, na qual marcou presença o responsável deste posto consular, Luiz de Albuquerque Veloso.

soltas

Próximas jornadas Consulares de Caracas

Idioma

na sede do Consulado Honorário de Portugal da referida, à Avenida 4 de Bella Vista com Calle 64, Edifício MAPFRE. A jornada foi destinada à renovação de passaportes. Nestas iniciativas, que foram supervisionadas pelo Cônsul Geral de Portugal em Valência, João Brito Câmara, o Cônsul Honorário de Portugal em Maracaibo, José Humberto de Oliveira, e o funcionário consular valenciano, Ricardo Abreu, participaram cidadãos oriundos tanto do Estado de Zulia como também dos estados de Mérida, Táchira e de Trujillo. As jornadas foram concluídas com a emissão de um total de 106 passaportes. A oportunidade foi ainda propícia para que João Brito Câmara mantivesse uma reunião com a comunidade portuguesa no restaurante Cocai, onde os empresários expressaram algumas problemáticas que os afligem e solicitaram apoio por parte das autoridades lusas na Venezuela para as contornar.

Colégio San Agustin instala programa piloto para ensino do Português Fernando Cámara

O professor David Pinho foi um dos encarregados pela inauguração do projecto em El Paraíso. Foi inaugurado no passado dia 8, no Colégio San Agustín de El Paraíso, situado a oeste de Caracas, um programa piloto do idioma Português para crianças maiores de 4 anos. Neste momento estão inscritas 45 crianças que poderão aprender o idioma lusitano.

O programa é implementado pela primeira vez na Venezuela, especificamente na escola salesiana. O acto de abertura deste programa foi presidido pelo professor David Pinho, pela coordenadora Nelida Urdaneta e pelo professor Jesús Nunes. “Esta iniciativa foi impulsionada mais do que tudo pelos representantes das crianças que estudam no colégio. Inclusive são poucas as pessoas que têm raízes lusitanas”, disse Pinho. Vale a pena ressaltar que esta prova será por três meses e espera-se que o número de alunos aumente com a passagem do tempo. Para uma criança de 8 anos, a facilidade em aprender o idioma pode ser superior à média.


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Portugal

Política

“O país não se desenvolve perdendo os mais qualificados” Sandra Cardoso, em Lisboa DN-MADEIRA

António Costa sublinhou que grande parte dos que hoje emigram são jovens e qualificados O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu, no domingo, 12 de Abril, que a modernização e o desenvolvimento do país estão dependentes da fixação dos jovens qualificados, que acabam por emigrar por falta de emprego ou para fugir à precariedade. “O país não se moderniza perdendo os seus melhores, o país não se desenvolve perdendo os mais qualificados. O país só se desenvolve se conseguir fixar esse capital humano, esse saber, esse conhecimento, resultado do investimento do Estado, das autarquias e, sobretudo, das famílias”, alegou. Durante um encontro que juntou militantes e simpatizantes do Partido Socialista em Viseu, António Costa sublinhou que grande

parte dos que hoje emigram são jovens e qualificados. “E não emigraram todos por falta de emprego: muitos emigraram mesmo tendo emprego, ou melhor, mesmo tendo ocupação, mas o que lhes era oferecido era a precariedade, salários indignos e condições indignas”, sustentou. De acordo com o líder do PS, durante alguns anos os portugueses “habituaram-se a ouvir falar da imigração com i e não de emigração com e”. “Todos julgámos, a minha geração julgou que isso era algo que tinha ficado nos anos 60 e que não mais voltaria. Mas a verdade é que o retrocesso foi tão grande que é preciso regressar a 1966, há 50 anos, para termos um ano com tantos emigrantes, tantos portugueses e portuguesas a sair do país como tivemos em 2013”, apontou. Ao longo do seu discurso, que durou aproximadamente meia hora, o líder socialista aproveitou para evidenciar que “o Governo fracassou nos seus objectivos” nos últimos quatro anos. “Não temos hoje melhores finanças públicas, nem temos hoje melhor economia com mais cres-

cimento e mais emprego, nem melhores condições de vida”, referiu. No seu entender, “a maioria e o Governo não aprenderam com os erros” e “não têm vontade de mudar de rumo”. “A conclusão a que temos de chegar, no final destes quatro anos, é de que falharam na gestão da dívida, falharam na economia, não aprenderam a lição e não querem mudar: não querem seguir outro rumo e, pelo contrário, mantêm um radicalismo ideológico que os

vai fazer prosseguir o mesmo caminho. A única forma é mudar de Governo e mudar de política”, frisou António Costa aproveitou ainda para informar que o PS vai apresentar em breve “um documento inovador”, com a estratégia a desenvolver nos próximos quatro anos. “Pretendemos a participação dos cidadãos. É falsa a ideia de que os portugueses estão desinteressados da política. O que os portugueses estão desinteressados é da politiquice”, sublinhou.

PS tem“medo reverencial do voto dos emigrantes” Marco António Costa disse que “o PS tem sido sempre um obstáculo (...) para uma maior participação da emigração nos actos eleitorais” O vice-presidente do PSD, Marco António Costa, acusou o PS, no passado 12 de Abril, de ter “um medo reverencial do voto dos emigrantes” durante a reunião anual, em Paris, das estruturas sociais-de-

mocratas da emigração na Europa. “Sabemos que o Partido Socialista teme o voto dos emigrantes. O Partido Socialista tem um medo reverencial do voto dos emigrantes”, disse à Lusa Marco António Costa, acrescentando que “o PS tem sido sempre um obstáculo a uma atitude mais disponível de criar condições para uma maior participação da emigração nos actos eleitorais”. O porta-voz do PSD acrescentou que os socialistas “não querem que a emigração participe mais activamente porque provavelmente têm medo de perder o único deputado que têm e ficarem os quatro deputados eleitos pelo PSD”, numa referência aos parlamentares eleitos pelo círculo da emigração. O dirigente social-democrata acusou ainda a “nova direcção do

A Câmara Municipal de Lisboa vai recorrer aos tribunais para tentar travar a reforma do sector das águas, aprovada na semana passada pelo Governo, anunciou, terça-feira, 14 de Abril, o presidente da autarquia. “Teremos que intentar um processo relativamente ao processo das águas”, afirmou Fernando Medina, na Assembleia Municipal de Lisboa, defendendo que o método adoptado pelo Governo nesta matéria é “altamente prejudicial dos interesses dos munícipes e do município”. O Governo concluiu este mês a definição da reforma do sector das águas, que passa, segundo o executivo, por “um fortíssimo emagrecimento” do grupo Águas de Portugal.

O líder do PS diz que “o Governo fracassou nos seus objectivos”. FOTO DR

Política

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PS” de passar “mais tempo a gerir as crises internas do que a falar para fora, para os portugueses”. “Nunca nos esquecemos dos emigrantes. Hoje é assumido com grande clareza que os governos do PSD dão sempre uma grande importância à nossa emigração e à nossa diáspora”, contrapôs Marco António Costa, exemplificando com “a valorização do ensino do português no estrangeiro” e “as permanências consulares”. A reunião dos dirigentes sociaisdemocratas portugueses realizouse na sede do Partido UMP, liderado pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, com Marco António Costa a sublinhar a “extrema importância” do encontro e “o papel relevantíssimo” dos representantes sociaisdemocratas para “dar voz à diáspo-

ra” e lamentando “não haver mais participação” dos emigrantes nas eleições portuguesas. “Foi uma reunião de prestação de contas e também para perspectivar aquilo que será o processo político que nos levará até às eleições legislativas de Outubro”, continuou Marco António Costa, destacando ainda que foram ouvidas as “preocupações” dos emigrantes através dos dirigentes locais do PSD. “Recebi queixas muito significativas da falta de qualidade que a RTP Internacional tem. Apresenta um país ‘démodé’, um país do século passado. Infelizmente, a RTP Internacional não está a prestar um serviço adequado aos interesses da nossa comunidade. É uma das matérias em que o Estado português falhou”, afirmou o dirigente.

O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decretou terça-feira, 14 de Abril, serviços mínimos para a greve dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa marcada para sexta-feira seguinte. A decisão, divulgada na página daquele organismo na Internet, prevê que, “no período entre as 07:00 e as 21:00, devem ser asseguradas, em todas as estações e por cada período de uma hora de funcionamento, 25% das composições habitualmente afectas ao transporte de passageiros”. O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que a economia portuguesa cresça 1,6% este ano e 1,5% no próximo, previsões mais optimistas do que as apresentadas no final do ano passado, segundo as estimativas publicadas na terça-feira, 14 de Abril. De acordo com o ‘World Economic Outlook’, o Fundo antecipa que, depois de Portugal ter crescido 0,9% em 2014, a economia acelere o ritmo de crescimento para os 1,6% este ano e para os 1,5% em 2016. Em Novembro do ano passado, quando concluiu a primeira monitorização pós-programa, a instituição liderada por Christine Lagarde previu um crescimento mais modesto tanto para 2015 como para 2016, de 1,2% e de 1,3%, respectivamente.


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Pescas

Assunção Cristas assume divergências com Espanha sobre divisão da sardinha

Os pescadores portugueses estão preocupados com o plano espanhol de gestão da sardinha. FOTO DR

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Lisboa e Madrid “têm abordagens diferentes” sobre os critérios de repartição das quotas de sardinha, com base no histórico de capturas A ministra do Mar Assunção Cristas assumiu, na terça-feira, 14 de Abril, que Portugal e Espanha “têm abordagens diferentes” sobre os critérios de repartição das quotas de sardinha, com base no histórico de capturas, e sublinhou que é preciso “continuar a dialogar”. A quota de sardinha, que é gerida pelos dois países ibéricos, tem sido dividida informalmente, cabendo a Portugal cerca de 70 por cento da pesca e a Espanha os restantes 30, mas o Governo espanhol negou no sábado que exista qualquer chave de repartição acordada entre os dois países. “É um tema que tem sido objecto de muitas conversas políticas e técnicas, mas em que Portugal e Espanha não partilham o mesmo ponto de vista. Nós entendemos que se deve aplicar o histórico dos anos mais recentes”, defendeu a ministra durante uma viagem a bordo do navio “Noruega” que está a preparar uma nova campanha científica para avaliar o ‘stock’ da sardinha.

Assunção Cristas notou que “se esta pescaria fosse decidida em Bruxelas esse seria o critério que seria utilizado”, mas acrescentou que nenhum dos dois países tem interesse em que sejam as instâncias comunitárias a passar a decidir sobre a sardinha já que a quota poderia ir ao encontro das pretensões portuguesas, mas seria possivelmente ainda mais restrita. “Portanto temos continuado a dialogar para chegar a um critério que seja aceitável pelos dois países”, destacou. Segundo a ministra da Agricultura e Mar, o que está em causa é a série temporal a usar, já que Espanha prefere olhar para os anos mais antigos e Portugal para os mais recentes. “Quando há menos sardinha para repartir entre os dois países é muito mais difícil que o critério venha a ser aceite de forma consensual. Como Espanha entende não aceitar este critério e nós não entendemos, neste momento, que devamos ceder nesta nossa posição continuamos a trabalhar a nível técnico e a concertar-nos de forma mais informal”, cumprindo os históricos de captura que tem sido repartidos entre os dois países. “A nossa posição é que os 70/30 é uma boa repartição e achamos que temos base para sustentar essa posição”, vincou a responsável da pasta do Mar. Sem acordo escrito, o que acontece é que “informalmente os dois países dão indicações conservadoras aos seus pescadores, de maneira a, que em conjunto, não se

exceda aquilo que está previsto”, explicou, exemplificando com a suspensão da pesca decidida no ano passado pelos dois países, na mesma altura, tal como o período de defeso biológico. Existem, neste momento, no mar português entre 150 a 180 mil toneladas de sardinha, mas já foram 500 mil, causando um problema “evidente” para os pescadores e para a indústria conserveira, disse Assunção Cristas. “Todos nós queremos que a situação melhore, mas temos de agir com muita cautela, em conjunto com Espanha, porque se não nos conseguirmos articular, então Bruxelas impõe-nos uma quota e essa quota pode ser bem pior do que a que temos neste momento”, alertou. O Governo espanhol esclareceu, no sábado, 11 de Abril, que não existe qualquer acordo de repartição de quotas de apanha de sardinha entre Portugal e Espanha, depois de algumas associações de pescadores portugueses, acusarem Madrid de querer “adulterar” a chave de repartição da pesca da sardinha, para poder pescar mais do que antes. “Merece a pena destacar que actualmente não existe qualquer acordo de repartição da quota entre Portugal e Espanha, uma vez que também não existe uma quota como tal. O que existe actualmente é um acordo entre Espanha e Portugal sobre o estabelecimento de uma regra de exploração, que dá como resultado uma quota anual para ambos os países de 19.050 toneladas”, disse à Lusa uma fonte do ministério da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente de Espanha Os pescadores portugueses basearam as suas preocupações no plano espanhol de gestão da sardinha, que permite aos pescadores espanhóis capturar até um máximo de 1.000 toneladas mensais daquela espécie. Caso capturassem mil toneladas por mês até ao final do ano, acusam os pescadores nacionais, os espanhóis ultrapassariam as 6 mil toneladas que lhes caberia este ano, segundo a chave de repartição 70/30. O Governo de Espanha contrapôs que fixou o limite de mil toneladas/mês “para permitir a actividade durante todo o ano, evitando maiores consumos que poderiam levar ao encerramento prematuro da pesca da sardinha, como aconteceu no ano passado”.

Portugal 11

soltas O presidente da Confederação do Comércio Serviços de Portugal (CCP), João Viera Lopes, considerou, terça-feira, 14 de Abril, que a contratação colectiva é estruturante do mercado de trabalho, opinião também partilhada pelo secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos. Os dois dirigentes falavam após uma reunião entre a CCP e uma delegação da CGTP, um encontro que se insere numa iniciativa da confederação patronal que se vai reunir também com a UGT para encontrarem formas de dinamizar a contratação colectiva. Vieira Lopes afirmou à agência Lusa que a contratação colectiva “é estruturante do mercado laboral e dos equilíbrios sociais”, opinião partilhada pelo líder da CGTP, Arménio Carlos, que lembrou ainda que “não há democracia sem contratação colectiva”.

O financiamento dos bancos portugueses concedido pelo Banco Central Europeu (BCE) aumentou 617 milhões de euros em Março, face a Fevereiro, para um total de 28,18 mil milhões de euros, segundo os dados do Banco de Portugal. Depois de ter atingido em Fevereiro o valor mais baixo desde Abril de 2010, nos 27,6 mil milhões de euros, os números divulgados, terça-feira, 14 de Abril, pelo supervisor bancário português mostram que em Março houve uma subida. O montante registado em Março representa uma redução muito forte face aos mais de 45 mil milhões de euros apurados um ano antes, em Março de 2014.


12 Portugal

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Economia

A carga da tributação e despesas sociais nos salários médios subiu 3,9 pontos percentuais em Portugal e desceu em média 0,7 pontos percentuais na OCDE entre 2000 e 2014, segundo um estudo da organização divulgado, terça-feira, 14 de Abril. Segundo o estudo da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) de 2015 sobre a tributação dos salários, a carga da tributação e despesas sociais nos salários médios de trabalhadores solteiros e sem filhos subiu 3,9 pontos percentuais entre 2000 e 2014, tendo passado de 37,3% para 41,2%. No mesmo período, a carga média da tributação e despesas sociais na OCDE diminuiu 0,7 pontos percentuais.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Líbano e de Portugal debateram, terça-feira, 14 de Abril, em Lisboa, a necessidade de uma resposta concertada da comunidade internacional à ameaça terrorista. Gebran Bassil destacou a importância da existência de minorias no Médio Oriente, ao abordar a perseguição às minorias cristãs. “Se não existirem minorias no Médio Oriente, não existirão minorias na Europa. A ideia de coexistência e aceitação do outro desaparecerá e viveremos num mundo em que o confronto será a única forma de diálogo entre civilizações e religiões”, declarou. Os passageiros do transporte ferroviário, incluindo os metropolitanos de Lisboa e Porto, continuaram a aumentar em 2014, mas num ritmo menos intenso, progredindo 1,1% no último trimestre e 1,7% no acumulado do ano passado, divulgou, terça-feira, 14 de Abril, o INE. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no último trimestre de 2014, o número de passageiros transportados pelo modo ferroviário pesado a fixou-se em 32,7 milhões, o que corresponde a um aumento de 1,1% (+3,7% no terceiro trimestre de 2014).

Bancos esperam ligeira subida da procura de crédito por empresas e famílias CORREIO/LUSA

Segundo um inquérito feito no final do primeiro trimestre a cinco bancos que actuam sobre a oferta e procura de crédito Os bancos portugueses esperam que haja um “aumento ligeiro” da procura de empréstimos pelas empresas e pelas famílias no segundo trimestre deste ano, de acordo com os resultados de um inquérito publicado pelo Banco de Portugal, O supervisor bancário divulgou, na terça-feira, 14 de Abril, o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, um documento que dá conta dos resultados do inquérito feito no final do primeiro trimestre a cinco bancos que actuam em

Os bancos antecipam um aumento ligeiro da procura de empréstimos. FOTO DR

Portugal sobre a oferta e procura de crédito. Para o segundo trimestre, “os bancos antecipam um aumento ligeiro da procura de empréstimos por parte das empresas, o qual deverá estar associado principalmente às PME [pequenas e médias empresas], para todo o tipo de

maturidades. No caso dos particulares, a maioria das instituições participantes perspectivam um ligeiro aumento da procura quer para aquisição de habitação quer para consumo e outros fins”, lê-se no documento. Entre Abril e Junho, “os critérios de concessão de crédito ao sector

privado não financeiro deverão permanecer globalmente sem alterações, podendo contudo ocorrer uma ligeira diminuição da restritividade nos empréstimos quer a PME, quer a grandes empresas”, acrescentou. Já os resultados relativos ao primeiro trimestre indicam que houve uma “manutenção da procura global de empréstimos no segmento das empresas e um crescimento ligeiro no segmento dos particulares”. Paralelamente, entre Janeiro e Março, “os critérios de concessão de crédito e as condições aplicadas nos empréstimos ou linhas de crédito a empresas e particulares mantiveram-se praticamente inalterados”, informou o Banco de Portugal. Ainda assim, no segmento das empresas e dos particulares “continuou a verificar-se uma redução dos ‘spreads’ [margem de lucro] aplicados nos empréstimos de risco médio”, sublinhou a entidade liderada por Carlos Costa.

Finanças

Défice de 2,5% e dívida acima de 120% até 2020 CORREIO/LUSA

FMI espera que o défice orçamental fique nos 3,2% do PIB este ano e nos 2,8% em 2016 O Fundo Monetário Internacional (FMI) antecipa que o défice orçamental estabilize nos 2,5% até 2020 e que a dívida pública se mantenha acima dos 120% pelo menos até àquele ano. No ‘World Economic Outlook’, divulgado terça-feira, 14 de Abril, o Fundo apresenta as suas previsões económicas e apresenta também previsões para o défice orçamental e para a dívida pública para os vários países até 2020.

No caso de Portugal, a instituição liderada por Christine Lagarde espera que o défice orçamental fique nos 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e nos 2,8% em 2016, caindo nos anos seguintes até aos 2,5%, estabilizando em torno deste valor até 2020, o último ano das projecções. O FMI confirma assim as últimas previsões, que foram apresentadas em Março aquando da conclusão da missão feita pela instituição a Portugal no âmbito do artigo IV, que define que sejam feitas análises às economias que fazem parte do FMI, geralmente todos os anos. Nesta altura, o FMI tinha melhorado as perspectivas para o défice orçamental em duas décimas de ponto percentual, prevendo que ficasse nos 3,2% em 2015, o que significa que o Fundo con-

O FMI confirmou as últimas previsões para a economia e finanças portuguesas. FOTO DR

tinua mais pessimista do que o Governo, que espera fechar o ano com um défice de 2,7% do PIB. Estas previsões demonstram também que o FMI não acredita que Portugal possa sair este ano do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE), que estabelece que os países europeus que tenham um défice superior a 3% devem adoptar uma estratégia orçamental para cumprir aquele limite. Já quanto à dívida pública por-

tuguesa, o FMI antecipa que caia para os 126,4% do PIB este ano e que se vá reduzindo lentamente até 2020, mas nunca abaixo dos 120%. Em 2020, a dívida pública de Portugal deverá corresponder a 120,1% do PIB, de acordo com as estimativas do FMI. O Governo, por seu lado, está mais optimista do que o FMI em relação à descida da dívida pública esperada para este ano, antevendo que caia para os 125,4% do PIB.


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14 Portugal

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Diáspora

História

Expressão “comunidades portuguesas” é um conceito que deriva do Estado Novo CORREIO/LUSA

Uma herança do Estado Novo que resistiu ao 25 de Abril de 1974, considera o historiador Victor Pereira, autor do texto “Portugalidade para exportação? Emigração e Comunidades Portuguesas” Os discursos políticos sobre a emigração portuguesa “escondem a verdade” e a expressão “comunidades portuguesas” é uma herança do Estado Novo que resistiu ao 25 de Abril de 1974, considera o historiador Victor Pereira. “Para as elites políticas, os portugueses no estrangeiro foram um substituto do Império (colonial) , provando a vocação universal do país”, defende Vítor Pereira, da Universidade de Pau e Pays de l’Adour. Victor Pereira é autor do texto “Portugalidade para exportação? Emigração e Comunidades Portuguesas”, publicado inicialmente no jornal Le Monde Diplomatique e que faz parte da colectânea “Este País Não Existe”, que reúne vários artigos que foram editados na edição portuguesa do jornal francês em 2014 e chega às livrarias ainda este mês. A expressão “comunidades portuguesas” não só resistiu ao 25 de Abril como se impôs nos discursos políticos com a instauração da democracia. A partir de 1977, o 10 de Junho, antigo Dia de Camões, de Portugal e da Raça, tornou-se o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, refere o autor, sublinhando que a Secretaria de Estado da Emigração -- a primeira criada

A expressão “comunidades portuguesas” resistiu ao 25 de Abril integra os discursos políticos desde a instauração da democracia.

Para Victor Pereira, Portugal é ainda um país que fornece mão-de-obra barata.

em Maio de 1974 transformou-se em Secretaria de Estado das Comunidades em 1980, durante o VI Governo Constitucional, dirigido por Francisco de Sá Carneiro. “O termo comunidade sugere que os portugueses reúnem-se naturalmente, formam agrupamentos regidos por solidariedades mecânicas, sem conflitos, nem divisões. O conceito remete para uma visão -partilhada pelo Estado Novo -- das comunidades rurais harmoniosas, respeitadoras das hierarquias e onde a divisão social do trabalho é relativamente limitada”, salienta. Victor Pereira escreve ainda que com o aumento das saídas do país desde a crise de 2008 - os discursos sobre as mobilidades conservaram

um cunho muito classista que ocultam parte dos processos sociais. “Nos anos 1980, 1990 e 2000, os portugueses não deixaram de emigrar. Os salários eram frequentemente muito mais compensadores em Espanha, Grã-Bretanha, Suíça ou no Luxemburgo”, refere. Mas, para o académico, as elites políticas e mediáticas preferiram evitar a temática que remetia para o “subdesenvolvimento do país” dirigindo as atenções sobretudo para os imigrantes símbolos da modernidade. Para Victor Pereira, o actual “discurso mediático” sobre a emigração dos “jovens diplomados” esconde que a maioria dos que vai procurar trabalho no estrangeiro é

constituída por trabalhadores não qualificados e que Portugal é ainda um país que fornece mão-de-obra barata. No caso das mobilidades e mais particularmente da emigração são principalmente as elites políticas e intelectuais do país que produziram discursos sobre as causas e consequências dessas deslocações e deram sentido às vivências daqueles que deixaram o país. Por isso, refere, raros são os discursos dos próprios emigrantes sobre os motivos das partidas sobre o sentido da mobilidade e sobre a relação que mantêm com Portugal. “Fala-se dos emigrantes, fala-se por eles. Por vezes, os indivíduos que vivem no estrangeiro e partilham a mesma nacionalidade mas não a mesma posição social, distinguem-se deles usando outras palavras para se definirem (expatriados, exilados, deslocados, refugiados)”, sublinha. Para o historiador, as categorias “forjadas” para representar as populações portuguesas que vivem no estrangeiro não são nem casuais nem espontâneas. Victor Pereira explica que a partir dos anos 1960, a expressão “comunidades portuguesas” veio representar as populações e os descendentes que se instalaram além das fronteiras portuguesas. Nos debates parlamentares, exemplifica, a expressão “comunidades portuguesas” aparece em 1951, após a morte do marechal Carmona e poucos meses depois da “mudança semântica” que transformou as colónias em províncias ultramarinas. O estudo recorda ainda que o termo “comunidade portuguesa” começa a ser usado com regularidade após 1964, ano em que é organizado em Lisboa o Primeiro Congresso das Comunidades Portuguesas no Mundo. “Esta iniciativa é promovida pela Sociedade de Geografia de Lisboa, instituição dirigida entre 1964 e 1974 por Adriano Moreira, antigo ministro do Ultramar e professor influente do Instituto Superior de Estudos Ultramarinos”, recorda. O académico acrescenta que o conceito “luso-tropicalismo” criado pelo brasileiro Gilberto Freyre sobre a “portugalidade” do Estado Novo perdura ao longo das décadas e nota que os antigos congressos escolhiam para “representantes” aqueles que eram de confiança política e detentores de uma condição social suficientemente alta para dar uma “boa imagem” dos portugueses no estrangeiro. Para o historiador, pouco mudou. O livro “Este País Não Existe” (editora Deriva, 200 páginas) é coordenado por Bruno Monteiro e Nuno Domingos.


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16 Cultura

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Espectáculos

Victoria Urdaneta

Terapia de choque Todas as semanas, quatro amigos reúnem-se, com diferentes características e modos de vida, mas com o mesmo objectivo: melhorar a relação com as suas companheiras e entender o ponto de vista delas. Para isso, ocorre-lhes fazer uma troca de papéis, desatando graciosas experiências com as vivências de Tomás (o divorciado), Frank (solteiro), Rafael (casado) e Daniel (viúvo). Data: 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de Abril, às 19h00. 19 de Abril, às 18h30. Lugar: Teatro do Centro Comercial Sambil, Chacao, Caracas.

‘A las mujeres las entiendo yo’ Elio Gutiérrez regressa com um monólogo onde assegura conhecer muito bem o género feminino, mas isso vai estar à prova durante a presente semana. São muitas as histórias que tem acumulado, não apenas nos meios de comunicação (especificamente a rádio e a televisão), como também no campo da saúde e do treino físico. Agora todas essas entretidas vivências são partilhadas com o público da capital, sempre de mão dada com o humor. Data: 16 e 23 de Abril, às 20 h 30 Lugar: Teatro do Centro Comercial Sambil, Chacao, Caracas.

‘El jorobado y su princesa gitana’ Com a produção do grupo Colibrí e a direcção geral de José Manuel Ascensão, chega uma obra infantil escrita por Carmelo Castro, que deixa lições sobre o respeito, enquanto narra a história de Quasimodo, o seu grande amor (Esmeralda, princesa cigana), sua amiga a Campainha Sonora e o odioso Claudio Frollo, que o convencem para inscrever-se num concurso de rostos estranhos que levará à eleição do rei dos jugulares.

Marjorie de Sousa arrebata atenções no México

Victoria Urdaneta

Sergio Ferreira Soares

A actriz e modelo continua a triunfar na televisão, nos palcos, e agora como madrinha de uma equipa de beisebol profissional. Continuam os êxitos na carreira da venezuelana Marjorie de Sousa, que para além do sucesso com a participação numa telenovela mexicana, agora foi escolhida para madrinha da equipa de beisebol Diablos Rojos, do México. A lusodescendente, que tem ainda uma interessante proposta para regressar aos palcos, esteve presente no

jogo inaugural da equipa e espalhou alegria, apesar de a equipa ter perdido por 9-2 ante o Tijuana. Marjorie continua a destacarse no papel de ‘Sofia’ na telenovela ‘Hasta el Fin del Mundo’, onde partilha o papel de protagonista com David Zepeda. Recentemente, ambos foram chamados às 10 da noite para gravar uma cena. As gravações foram a 5 graus e prolongaram-se até às 3 da manhã, mas ambos os actores estiveram de muito bom humor, convivendo com todos até que as cenas saíssem bem. Há cerca de um mês, Sousa demonstrou que está muito bem nas cenas de ‘Hasta el Fin del Mundo’ e inclusive partilhou um momento embaraçoso na conta do Instagram quando caiu de costas de uma cadeira sem que ninguém

Luís Miguel Rocha conseguisse evitá-lo. A actriz não conseguiu conter o riso e os seus companheiros meteram-se com ela, reflectindo o clima de amizade e companheirismo que impera no elenco da telenovela. Depois da saída de Lis Vega do musical ‘Qué Rico Mambo’, os produtores da peça expressaram o desejo de que a venezuelana alterne o papel protagonista com Malillany Marín, assegurando que não se importam com valores. Os empresários pretendem fazer uma boa oferta à bonita actriz, porque sabem que graças à sua popularidade, poderão recuperar o investimento em pouco tempo.

Teatro

José Manuel Ascensão leva aos palcos nova peça infantil Fernando Cámara

Luso-descendente continua a impulsionar o teatro para crianças, desta vez com ‘La Cenicienta y el Príncipe Vanidoso’ A Ascensao Producciones apresenta um dos contos de fadas clássicos mais conhecidos de todos os tempos em formato de obra musical infantil: ‘La Cenicienta y El Príncipe Vanidoso’ (‘A Cinderela e o Príncipe Vaidoso’). A peça, escrita por Victor Hugo Gomes, estreou no passado sábado, dia 11, nos palcos do Teatro Escena 8 de Las Mercedes, em Caracas, e conta com produção e direcção geral de José Manuel Ascensão.

A montagem junta um elenco de estrelas, entre as quais se destacam Marilyn Ascensao como ‘Abril’, Víctor Hugo Gomes no papel de ‘El Príncipe Anastasio’, Maryeliz Montilla, Julimar Aponte, Joselyn Ascensao, Dayana Ferreira, Katnerine Rodríguez, Luis Serrano, Erick Romero, Jhonathan Romero, Luis Ledrick, Ramphis Sierra e Anastasia Kostenko. ‘La Cenicienta y El Príncipe Vanidoso’ recria uma história cuja

protagonista é ‘Abril’, uma bela jovem, herdeira da fortuna do seu defunto pai, o Conde Flores, que, atormentada pela sua cruel madrasta, ‘Magnolia’ e pelas suas vastas irmãs, ‘Petunia’ e ‘Amapola’, sonha com a chegada do seu príncipe azul. É o início da Primavera, a estação mais esperada no reino Florido e na Mansão das Flores. Todos estão atentos e bem dispostos a preparar o grande pequeno-almoço primaveril, enquanto ‘Magnolia’ se lamenta por não ter casado com o defunto Conde e não ter herdado a grande fortuna Flores, pelo que, em cumplicidade com o advogado ‘Cara e’ Palo’ , tentará modificar o testamento real. A música desta peça de teatro é da responsabilidade de Jesús Sánchez e as coreografias de Ramphis Sierra. O design de guarda-roupa é de Rocío Amarillo e a confecção das roupas de Altagracia Martínez. A cenografia Freddy Salazar.

A 26 de Março deste ano morreu Luís Miguel Rocha, o jovem escritor português que causou muita polémica por construir as suas histórias em torno do tema da igreja, criando intriga, questionando crenças e desafiando a imagem das autoridades religiosas. Rocha nasceu no Porto em 1976, estudou Humanidades e trabalhou na área da Comunicação como tradutor, guionista e repórter. Também foi produtor no canal de televisão luso TVI, e em Londres exerceu o cargo de supervisor de guiões para várias produtoras. No entanto, a fama foi alcançada com os seus livros, especialmente desde que lançou ‘O último papa’ (2006), onde escreve sobre as causas da morte do Papa João Paulo I (cujo nome secular era Albino Luciani), a 28 de Setembro de 1978, apenas 33 dias depois da sua nomeação, um facto que gerou controvérsia desde esse momento. Teve tantos leitores que o livro se converteu num best seller em Portugal, e em 2009, foi o primeiro autor português a entrar no top dos mais vendidos do New York Times. Isto demonstra que, mais do aprofundar se as alegações de Rocha são correctas ou não, os seus livros interessaram ao mercado literário, e com efeito foram publicados em mais de 30 países. Outras publicações da sua autoria basearam-se em temas semelhantes, como ‘Bala Santa’ (2007), que aprofunda o atentado contra João Paulo II; ‘A Virgem’ (2009); ‘A Mentira Sagrada’ (2011) e ‘ A filha do Papa” (2013), sobre informações que ele relacionava com a hierarquia da Igreja Católica. Rocha morreu em Março aos 39 anos de idade, e de acordo com um comunicado da Porto Editora, faleceu em Mazarefes, no distrito de Viana do Castelo, vítima de um cancro de que padeceu nos últimos oito meses.


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18 Cultura EuroCultura Victoria Urdaneta

Polónia se prepara para celebrar Durante o mês de Maio celebrase na Venezuela o Dia Nacional da Polónia, com uma série de eventos que permitirão a esta pequena comunidade dar a conhecer os suas costumes e tradições. Nos próximos dias serão dadas a conhecer as actividades abertas ao público, com as quais se honrará o aniversário da Constituição de 3 de Maio.

Workshop de composição musical De 20 a 22 de Abril serão realizado, em Caracas, um curso/ workshop sobre composição de música para cinema, no quadro do 29º Festival de cinema francês na Venezuela, organizado pela missão diplomática de França, com o apoio da Associação Nacional de Autores Cinematográficos e Fundamusical Simón Bolívar. O curso será ministrado pelo maestro franco-chileno Jorge Arriagada, músico, compositor e director de orquestra, com a participação de Christian Hugonnet, engenheiro de som, e nove compositores e realizadores venezuelanos. Para mais informação, visite as redes sociais da Embaixada de França na Venezuela.

Quinta-feira 16 a Quarta-feira 22 de Abril de 2015 | Correio da Venezuela

Comunidade

Centro Social Madeirense recebe XXIX Festival do Folclore Português Fernando Cámara

A cidade de Valência tornou-se o epicentro da dança tradicional lusitana. No próximo domingo, 19 de Abril, decorre o XXIX Festival de Folclore Português, a partir das duas da tarde, no Salão Madeira do Centro Social Madeirense, situado no Município San Diego do Estado de Carabobo. Sete grupos folclóricos participarão neste im-

portante evento: Amizade da Casa Portuguesa do Estado de Aragua, Renascer Lusitano, Cantinhos da Madeira, Centro Marítimo de Venezuela, Rancho Folclórico Costumes e Tradições de Portugal, Os Lusíadas e o do Centro Sociocultural Virgem de Fátima. A data também será propícia para a realização do VI Festival Infantil de Folclore Português, que nesta ocasião contará com a participação do Grupo Folclórico Infantil Centro Social Virgem de Fátima, que nasceu em Maio de 2011, e do Grupo Folclórico Infantil do Centro Luso Venezuelano do Estado de Vargas, que nasceu em 1995.

Grupo Folclórico Amizade da Casa Portuguesa do Estado Aragua Fundação: 16 de Setembro de 1984 Sede: Maracay, Estado de Aragua Director: Nelson Amaro Gonçalves Rodrigues O Grupo Folclórico Amizade da Casa Portuguesa do Estado Aragua foi fundado no ano de 1984 pelo senhor José da Silva Mariano, que apresentou na altura a ideia desta iniciativa, e foi apoiado pela junta directiva da altura, A sua primeira actuação foi a 16 de Setembro de 1984, ou seja, já tem quase 30 anos de trabalho ininterrupto. Actualmente tem 50 membros, na sua maioria jovens.

Grupo Folclórico Renascer Lusitano Fundação: 4 de Novembro de 2004 Sede: Caracas, Distrito Capital Directora: Florinda Marques O grupo Renascer Lusitano nasceu a 4 de Novembro de 2004 . Desde então, tem participado em todos os Festivais e Encontros de Folclore a nível nacional, obtendo importantes prémios. Representa a região do Minho e a Ilha da Madeira. A madrinha é Karla Munelo, que está no terceiro semestre de Comunicação Social e tem 21 anos.

Ciclo de cinema italiano Durante todas as quartas-feiras do mês de Abril, pelas 5 da tarde, o Instituto Italiano de Cultura, oferece na sua sede um ciclo de cinema, intitulado “Sul e Norte, A Itália das Diferenças”. A sede desta instituição está localizada na avenida San Juan Bosco, entre a 5ª e a 6ª transversal de Altamira. A entrada é livre, e a programação das películas pode ser consultada no grupo do Facebook do Instituto.

Fundação Cultural Cantinhos da Madeira Fundação: 2 de Março de 2009 Sede: Los Teques, Estado de Miranda Director: Gabriel Ferreira A Fundação Cultural Cantinhos da Madeira data de 2 de Março de 2009, criada em Los Teques, capital do Estado de Miranda. Fizeram parte de festivais e encontros madeirenses, para além de festas públicas e privadas. Hoje em dia, conta com 40 membros que se encarregam de fazer demonstrações das raízes e costumes da Madeira e de Portugal continental. A madrinha chama-se Oriana Correia.

Grupo Folclórico Centro Sociocultural Virgem de Fátima Fundação 27 de Junho de 2003 Sede: Guatire, Estado de Miranda Directora: Ana Marlene Fernandes O Grupo Folclórico Centro Sociocultural Virgem de Fátima foi criado a 27 de Junho de 2003, na localidade de Castillejo, Guatire, Estado de Miranda, com a finalidade de resgatar os valores e tradições portuguesas na região. A Virgem de Fátima acompanho-os sempre como bandeira. A madrinha é Grecia Pacheco e estudante do quinto ano do secundário.

Grupo Folclórico Internacional Luso Centro Marítimo de Venezuela Fundação: 18 de Novembro de 1973 Sede: Turumo, Estado de Miranda Director: Fátima Carreira O Grupo Folclórico Internacional Luso Centro Marítimo de Venezuela foi criado a 18 de Novembro de 1973 e já obteve vários prémios como melhor grupo, como traje típico, melhor música, entre outros. Nos Encontros Madeirenses, obteve prémios como Melhor Coreografia. A acrescentar a isso, foi fundador do Encontro de Folclore Português Continental. Vale a pena recordar que o grupo fez parte dos Festivais de Danças Internacionais, onde em 2008 venceram o prémio de Madrinha do Certame, nas Ilhas dos Açores. A directora geral e ensaiadora é Fátima Carreira e o director musical é Óscar D´Arteaga. Isabel de Matos é a madrinha, tem 17 anos e estuda no quinto ano do secundário.

Rancho Folclórico Costumes e Tradições de Portugal Fundação: 25 de Abril de 2009 Sede: San Juan de Los Morros, Estado de Guárico Director: José Duarte Macedo O Rancho Folclórico Costumes e Tradições de Portugal foi fundado por Zélia Abreu de Sá e José Macedo de Sá é o director de baile. A meados de Abril cumprem seis anos de existência. Conseguiram galardões como o primeiro lugar em voz masculina, música, coreografia, traje típico e terceiro lugar na voz feminina. Irene Moniz, de 18 anos, é a madrinha.

Associação Cultural Grupo Folclórico Os Lusíadas Fundação: 27 de Outubro de 1988 Sede: Boleita, Caracas, Distrito Capital Director: Fernando Neto A Associação Cultural Grupo Folclórico Os Lusíadas foi criado a 27 de Outubro de 1988, em Caracas. Foi representante da Venezuela no exterior, tanto nos Açores como na Madeira. Luso-descendentes e venezuelanos e também colombianos sem nenhuma ligação a Portugal fazem parte deste grupo. Desde 1993 que participam em diversos festivais de folclore. A madrinha do grupo é Fátima Tavares, tem 21 anos e estuda no quinto semestre de Contabilidade Pública.


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“Crónicas de Lisboa”

Em Tempo de Santos, os Demos Andam à Solta Serafim Marques

O período pascal findo coincidiu, este ano, com umas condições climatéricas de pré-Verão, como benesse de S. Pedro. Esta dádiva veio, assim, contentar aqueles que puderam “ir à terra” celebrar a Páscoa, uma das festividades com maior relevo no mundo rural, embora a perder importância, e aos outros, os seguidores duma certa religião a que chamaremos “hedonismo”, partirem, para umas mini férias à beira mar, enchendo zonas turísticas, com os empresários do sector a agradeceram, porque estes “booms”, mesmo de turismo interno, são balões de oxigénio na economia local e nacional, e ainda mais quando se associam os estrangeiros, cujos países até estavam debaixo de condições climatéricas severas. Sejam cristãos, islamistas ou outros religiões, incluindo mesmo o culto “hedonista”, cada um segue a sua fé, desde que o faça em respeito pelas crenças e práticas dos outros, se estas forem feitas de acordo com as leis e com os valores democráticos das sociedades a que pertencem ou onde estão inseridos. Infelizmente, os atentados contra “inimigos” religiosos, cidadãos do mesmo país, está em crescendo, com barbáries cometidas sobre civis indefesos só porque professam outra religião ou servem de pretexto aos grupos extremistas, fazem-nos lembrar os tempos das cruzadas ou mesmo duma certa violência praticada sobre os nativos nos processos de evangelização dos descobridores nas colónias conquistadas aos indígenas, violência pouco mencionado na história. Nos tempos de hoje e dum maior “desenvolvimento” do homem, estas barbáries e matanças humanas mostram-nos situações de inimaginável horror, mas afinal e apesar do progresso, embora muitas partes do globo tal ainda não tenha acontecido, relevam a “besta humana” que continua dentro de muitas organizações políticas, religiões etc. que recorrem às barba-

ridades humanas, na prossecução dos seus fins político-religiosos, fazendo disso uma forma de vida, por exemplo, os jihadistas, muitos deles nados e criados nas nossas sociedades ocidentais. Mas também há outros “demos” por aí à solta e que libertam as suas mentes perversas para fazerem o mal, por exemplo, os pirómanos que vão ateando fogos para satisfação dum ego doentio. Com é possível que com os campos ainda verdes do Inverno que há pouco acabou, a onda de fogos no país tenha atingido já várias centenas de fogos, alguns de grandes proporções? Segundo as autoridade e os especialistas, poucos são aqueles imputáveis aos efeitos naturais, pelo que os restantes têm o factor humano por detrás, seja por negligência seja por acção criminosa. Repito, como é possível, sem o Verão ter ainda começado ocorrerem tantos focos de incêndio, alguns com início em plena noite, naturalmente ainda frias? O que falha na prevenção e na justiça aplicada aos “agentes” incendiários, aqui em sentido lato, porque o cidadão comum “fica de pé atrás acerca dos incêndios” ? Numa altura em que se discute a elaboração duma lista de condenados por pedofilia, dividindo os defensores dos prós e dos contra, mas esquecendo-se sempre das crianças indefesas vítimas dos mais horrendos crimes, não faria sentido, e sem o estigma daquela, elaborar uma lista dos condenados por atearem incêndios, funcionando como forma de persuasão preventiva para a repetição, que em muitos casos ocorre? Esta “época santa” também não escapou, como excelente oportunidade, aos “gestores das greves” nos transportes (chamemos-lhes assim porque quando falam sobre os resultados das greves utilizam a mesma linguagem dos gestores: “a greve foi um sucesso”, ou , “conseguimos atingir os nossos objectivos”, etc.), isto é, os sindicalistas justificam o seu “trabalho” (alguns deles há muito que não fazem ou-

tra coisa) pelas greves que determinam, sim, sublinho a palavra “determinam”, porque não creio que seja votada em maioria pelos trabalhadores abrangidos. A CP, praticamente parou nos “dias pascais” e, repare-se nos dias da greve: quinta e sexta feira santa, mas no sábado não houve greve, funcionando os comboios a pleno. Depois, voltou a greve no domingo e segunda feira de Páscoa. Como grandes “estrategas”, os sindicalistas sabem escolher os dias de greve procurando causar o maior dano à entidade patronal (aos utentes e a todos nós que lhes pagamos os ordenados através da bilhética ou dos nossos impostos) com o menor custo possível para os grevistas (a perda do salário correspondente). Desta vez foi a CP, mas ela mesma e outras EPs dos transportes têm recorrido a um número elevado de greves e outras se anunciam (Carris e Metro de Lisboa), afectando aqueles que lhes pagam os ordenados, sejam os utentes ou os contribuintes, através dos subsídios de exploração àquelas Eps, a maioria deles sem alternativas e auferindo salários muito baixos. A greve, que em democracia é um direito, deveria ser usada apenas em situações extremas e como “arma de recurso” e não de forma banal como tem sido utilizada ultimamente no nosso país, mas é usada como forma de protesto a actos de gestão empresarial e que, nesse caso, poderão ultrapassar as funções dos sindicalistas, embora a fronteira não seja clara, porque embora certos actos de gestão possam afectar alguns ou a totalidade dos trabalhadores duma empresa, estes actos são da responsabilidade e da autoridade do gestor/empresário (ou dono). Nalguns casos, é a própria sobrevivência da empresa que está em causa, pelo que será legítimo que os sindicalistas (às vezes agindo com outras motivações e a “mando” de interesses que não os dos trabalhadores, mas que dizem defender) se oponham a esses actos e determinem greves,

por vezes levando à falência da empresa, como há muitos exemplos na nossa história empresarial destes últimos anos? Infelizmente, os exemplos mostram um certo “divórcio” entre as Comissões de Trabalhadores e os sindicalistas, estes movidos por outros interesses que me dispenso de citar. Quem ganha com estas greves? Alguém, mas não os utilizadores dos serviços prestados pelas EPs e pelo Estado, ou talvez percamos todos nós porque as greves afectam a sociedade e a nossa economia como um todo. Quem são os responsáveis por este exagero grevista? Os sindicalistas “dinossauros” e os gestores maus negociadores? Provavelmente ambos, mas há reivindicações que vão para além do economicamente aceitável e da equidade e porque são interesses opostos. Nos tempos que correm, e em especial no nosso país, a atravessar um período difícil e de sacrifícios para todos, custa a entender que os interesses dos trabalhadores duma qualquer empresa sejam assim tão antagónicos com a empresa, porque não há trabalho sem empresas (embora o Estado seja o maior empregador mas que não pode empregar toda a gente), tal como não há empresas sem trabalhadores. Temos que interiorizar que o factor trabalho é um “produto” de compra e venda e embora seja um direito (e não dever?), mas quem o garante? E, como tal, está sujeito à “lei da oferta e da procura” e são os trabalhadores melhor preparados que estarão na linha da frente nas contratações por parte das empresas e menos afectados pelas crises, sejam elas conjunturais ou estruturais. São necessários, cada vez mais, “novos trabalhadores” e “novos”empresários e gestores”, para que ambos os factores económicos ( capital e trabalho), interagindo correctamente e não como inimigos, criem riqueza que a todos beneficia. Banalizar as greves também descredibiliza os trabalhadores e os prejudica e não só a entidade visada pelas “greves pelas greves”.

O CORREIO da Venezuela não pode ser considerado responsável e/ou patrocinador das opiniões que são expressas neste espaço.


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saúde em día

22 MISCELÂNIA

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Incorporar alimentos ricos em ferro na dieta diária é essencial Sergio Ferreira Soares

Os efeitos de uma ingestão pobre em ferro têm sido estudados. Este mineral é necessário para a hemoglobina (pigmento vermelho do sangue) funcionar correctamente e transportar o oxigénio para todas as células do organismo. Os primeiros sinais de falta de ferro são o cansaço e a fadiga. As mulheres e adolescentes que comem pouca carne, aves e peixe ou que se tornaram totalmente vegetarianas apresentam um risco acrescido de ter as reservas de ferro muito baixas e apresentar sintomas de carência. A Organização Mundial de Saúde estima que 600 a 700

milhões de pessoas sofrem de carência em ferro, sendo provavelmente o distúrbio de deficiência nutricional mais comum do mundo, particularmente nos países em desenvolvimento. Embora em muitos países, a perda de sangue (i.e. causado pela infestação de vermes perigosos) seja uma das principais causas deste problema, na Europa ocidental, a deficiência em ferro é normalmente o resultado da insuficiência da ingestão deste mineral pela alimentação. Estima-se que cerca de 80% das mulheres ocidentais têm carência de ferro. Dr. Michael Nelson, nutricionista do Kings College, Universidade de Londres, acredita que 10% a 20% das ado-

Sabia que…? Carla Salcedo

O que não sabia sobre os nomes

Podia ser uma brincadeira mas não é: Uma cadeia de comida rápida vai assumir todos os gastos de um casal só porque os seus nomes coincidem com o nome do restaurante. Joel Burger e Ashley King chamaram a atenção da empresa quando anunciaram o seu compromisso, depois de anos de relação, parados em frente a um letreiro da empresa, pelo que esta decidiu patrocinar o evento da vida deste casal. Se isto lhe parece um pouco

louco, nesta oportunidade trazemos-lhe algumas curiosidades sobre os nomes que foram proibidos em diferentes países nos últimos anos, o que, se bem que não tem a ver directamente com este caso, diz muito da cultura de cada região. Por exemplo, há 15 anos, na Nova Zelândia, que está proibida a utilização dos nomes Lúcifer, Messias e Cristo, e para além disso não se permitem títulos oficiais ou categorias como ‘Príncipe’ ou ‘Sir’. A Suécia também tem uma lei de denominação e até vetou as

lescentes já estão afectadas. Contudo, as raparigas parecem gozar de uma boa saúde, embora uma carência de ferro afecte a sua vida diária, incluindo a capacidade de concentração e de aprendizagem, na escola. Nelson diz que “nos testes que têm sido feitos indicam que o QI das adolescentes britânicas com um aporte de ferro suficiente é superior às adolescentes anémicas, produzindo-se diferenças em vários pontos na classificação obtida nos exames”. “As jovens que se submetem a regimes ou que são vegetarianas apresentam um maior risco” explica o Dr. Nelson: “ os novos vegetarianos precisam de ter mais cuidado no primeiro ano com as conversões, porque estes cortam com a carne e não fazem uma substituição correcta para adquirir outras fontes de ferro. Mulheres e raparigas que façam uma dieta vegetariana, tem ao mesmo tempo de consumir alimentos fortificados ou fazer uma suplementação alimentar. Aumentar a ingestão de ferro no adolescente, ou no adulto, faz uma grande diferença. É sabido que uma deficiência em ferro provoca uma diminuição da capacidade mental, afectando a memória com a capacidade de aprendizagem.

tentativas de dar nomes aos filhos como ‘Superman’ ou ‘Metallica, e desde 2009 que a República Dominicana proíbe o uso de nomes pouco comuns, depois de uma grande quantidade de pais que começou a dar aos filhos nomes de marcas de automóveis e de frutas. O México é um dos países latinos com maior regulamentação na área e proíbe o uso de nomes de personagens literários como Harry Potter, Hermione, James Bond, Batman, Rambo, Pocahontas ou seus derivados, e de marcas comerciais como Yahoo, Facebook ou Virgin. Na Malásia, está proibido o uso de nomes de animais, frutas ou verduras, e recentemente a Arábia Saudita publicou uma lista de 50 nomes proibidos, por considerar que são contra a religião, como Malak (Anjo), Nabi (Profeta) ou Jibreel (Gabriel), Maya, Linda, Sarah e Laureen. Em Portugal, nomes como Tom, Rob ou Sammy não são permitidos nos certificados de nascimento, e tão pouco se pode chamar alguém de ‘Mona Lisa’. Por último, na Alemanha não se pode utilizar apelidos ou nomes de objectos nem nomes unissexo, pelo que todos devem ter nomes ligados correctamente ao seu sexo.

Pensa Verde Carla Salcedo

Uma piscina livre de químicos Quando falamos de novas tendências ecológicas não devemos referir apenas as coisas que fazemos como rotina. Também o que fazemos como lazer pode entrar neste recanto da ecologia, e muito melhor será se for algo que tenha o apoio do Estado. Sabemos que na Venezuela não existe este tipo de espaços como há na Europa, que é o exemplo principal na hora de falar de piscinas públicas e do comportamentos nestes lugares. E é justamente a isso que nos referimos nesta oportunidade: Uma piscina pública diferente das outras, e que será inaugurada em breve em Inglaterra. Trata-se da primeira piscina livre de químicos e fica situada na zona de Kings Cross, em Londres: Uma piscina de água doce que terá a possibilidade de filtrar e manter-se limpa dependendo unicamente de processos naturais. Esta infra-estrutura, única do seu género, foi desenhada pelos arquitectos do Rotterdam Estudio Ooze e pelo artista Marjetica Potrč, e faz parte de um programa de protecção, arte pública e de re-urbanização de 27 hectares de Kings Cross, especificamente no parque Cubitt Lewis. Esta piscina foi construída dois

metros acima do nível do solo e mede 10 metros de largura e 40 de comprimento, dando oportunidade a mais de 100 banhistas de cada vez o desfrute da área e da tecnologia ecológica. Esta área foi desenhada da forma o mais natural possível, exibindo, assim, uma contra-posição entre a natureza selvagem real e o meio ambiente urbano em que se situa, além de apresentar um laboratório vivo no local, em que se prova que ambos os ecossistemas podem conviver em harmonia e em beneficio dos cidadãos. Um dos aspectos mais importantes desta piscina é que é autosustentável, e inclui uma grande quantidade de plantas que trabalharão na sua limpeza, substituindo completamente os químicos comuns, e por isso este projecto também inclui um trabalho de reeducação dos utilizadores, já que, apesar de ter as mesmas funções de uma piscina comum, o local precisa de um tratamento especial por parte dos banhistas. Imaginam que algum dia estas piscinas possam vir a existir na Venezuela?

segredos de cozinha

Mexilhões à Ravigot Ingredientes:

500 grs de mexilhão 5 dl azeite 300 gr tomate 3 fatias de presunto 1 ramo de cheiros/ervas Pimenta q. b. Sal q. b. 1 Pimento verde 1 Pimento vermelho 1 pepino

Preparação

1

Corte o tomate, os pimentos, o pepino em cubos muito pequenos, misture tudo numa taça e junte o azeite e as ervas a gosto.

2

Numa frigideira, coloque os mexilhões temperados e sem a casa e deixe cozinhar. Reserve as cascas.

3

Desidrate 2 ou 3 fatias de presunto. Empratando a gosto.


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30 adeQuarta-feira Outubro a Quarta-feira 6 de Novembro | Correio da Venezuela Quinta-feira 16 22 de Abril de 2015 | Correiodeda2014 Venezuela

Portugal

Liga dos Campeões da UEFA

FC Porto quase perfeito fica mais perto ‘meias’ CORREIO/LUSA

‘Dragões’ venceram em casa o Bayern Munique, por 3-1, na primeira mão dos ‘quartos’ Um FC Porto quase perfeito ganhou, na quarta-feira, 15 de Abril, uma vantagem importante na corrida às meias-finais da Liga dos Campeões de futebol, ao vencer em casa o Bayern Munique, por 3-1, na primeira mão dos ‘quartos’. Os golos de Ricardo Quaresma (3’, de grande penalidade, e 10’) e de Jackson Martínez (65) deram a primeira vitória do FC Porto sobre os bávaros desde a final de Munique em 1987 e impuseram o primeiro desaire ao Bayern em solo português. Com uma exibição compacta, impedindo praticamente um desfalcado Bayern - ainda assim

Ricardo Quaresma, dois, e Jackson Martinez assinaram os golos portistas.

com seis campeões do mundo no ‘onze’ - de criar perigo, os ‘dragões’ apenas se podem ‘queixar’ do golo

sofrido, aos 28 minutos, por Thiago Alcântara, e dos amarelos vistos por Danilo e Alex Sandro, que

os impedem de estar na segunda mão, na terça-feira. Após mais de um mês de ausência, por lesão, o colombiano Jackson Martínez regressou ao ‘onze’ de Julen Lopetegui e a aposta foi ganha logo, aos dois minutos, quando o colombiano ganhou a bola a Xabi Alonso e se isolou, acabando por ser derrubado por Manuel Neuer, que, apesar dos muitos protestos dos ‘azuis e brancos’, viu apenas o amarelo. Na marcação da grande penalidade, Ricardo Quaresma colocou o FC Porto em vantagem. Os ‘dragões’ entraram muito pressionantes, ‘atacando’ logo na primeira zona de construção de jogo dos bávaros, estratégia que viria a resultar novamente aos 10 minutos, quando Quaresma `roubou´ a bola a Dante e, isolado, fez o 2-0 para o FC Porto. A pressão ‘azul e branca’ incidia, sobretudo, sobre o espanhol Xabi Alonso, o primeiro grande construtor de jogo do Bayern, o que obrigou o clube alemão a usar várias vezes os lançamentos longos, muito pouco usuais na equipa. Contudo, a partir dos 20 minutos, os bávaros responderam na mesma moeda e pressionaram o FC Porto logo à saída da sua área, obrigando os ‘dragões’ a recuar muito, embora não conseguissem criar lances de perigo, à exceção de um cabeceamento de Lewandowski, por cima, aos nove minutos.

I Liga

Tudo na mesma na luta pelo título CORREIO/LUSA

Benfica continua a liderar com três pontos de avanço sobre o FC Porto, e o Sporting é cada vez mais terceiro Benfica e FC Porto venceram, no sábado, 11 de Abril, Académica e Rio Ave, respectivamente, em jogos da 28.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, mantendo-se distanciados por três pontos, com vantagem para os campeões nacionais. Os ‘encarnados’ foram os primeiros a entrar em campo neste sábado e protagonizaram um início de jogo implacável frente à Académica, que não perdia desde a 18.ª ronda, marcando três golos nos primeiros 20 minutos.

O defesa central Jardel, aos oito, e os avançados Jonas, aos 11, e Lima, aos 19, na conversão de uma grande penalidade, deram vantagem ao Benfica, que na segunda parte dilatou o resultado, com novo tento de Jonas, que tal como Lima soma 14 no campeonato. A primeira derrota de José Viterbo no comando técnico da Académica ainda foi amenizada por Rafael Lopes, mas o médio Fejsa, que regressou à equipa principal depois de ter estado quase um ano afastado por lesão, selou a goleada. O Benfica somava 71 pontos e segurava a vantagem, numa altura em que o FC Porto já jogava em Vila do Conde, onde venceria o Rio Ave, por 3-1. Ricardo Quaresma, aos 25 minutos, na conversão de uma grande penalidade, Danilo, aos 45+2, e Hernâni, aos 83, marcaram os golos dos ‘dragões’, que apesar de ainda terem visto Tarantini reduzir a diferença, aos 71, conquistaram os três

Sporting continua a cimentar o terceiro lugar. FOTO DR

pontos e totalizam 68. Sporting e Sporting de Braga venceram os respectivos jogos da 28.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, frente a Vitória de Setúbal e Penafiel, respectivamente, numa ronda que deixou penafide-

lenses e Gil Vicente mais ‘aflitos’. Os ‘leões’ voltaram às vitórias em Setúbal, onde Carlos Mané e Tanaka asseguraram o triunfo por 2-1, amenizado pelo tento ‘sadino’ de Suk, num encontro em que as duas equipas acabaram reduzidas

Na primeira desatenção da defesa portista, o Bayern reduziu a desvantagem, num lance em que o central Boateng subiu no terreno – pouco depois de ter recebido instruções de Guardiola – e cruzou para a área, onde surgiu solto Thiago Alcântara a marcar, quando estavam cumpridos 28 minutos. Sem construir jogo ofensivo, o FC Porto acabou por voltar a criar perigo num lance fortuito, quando Alex Sandro, ‘descoberto’ por Óliver na marcação de um livre, cruzou directo à baliza e Neuer, que parecia ter o lance controlado, deixou a bola bater na barra. O FC Porto reentrou para a segunda parte com a mesma atitude do início da primeira, muito pressionante, e foi sempre mantendo longe da sua grande área o Bayern, que, mesmo tendo muito mais posse de bola, o melhor que conseguiu nos últimos 45 minutos foi um remate de fora da área de Rode, para defesa segura de Fabiano. Aos 57 minutos, na melhor jogada do encontro, Danilo cruzou para Herrera, que rematou de primeira para uma defesa extraordinária de Neuer, que acabaria por sofrer o terceiro golo oito minutos depois. Um lançamento longo de Alex Sandro parecia inofensivo, mas Boateng falhou o corte, permitindo que Jackson se isolasse. O colombiano contornou Neuer e fez o terceiro para os ‘dragões’.

a dez elementos, com as expulsões de Frederico Venâncio e Ewerton. O Sporting soma agora 60 pontos, menos 11 do que o líder e campeão Benfica e menos oito do que o FC Porto, segundo classificado, e manteve em sete a distância pontual para o Sporting de Braga, quarto, que goleou em casa o lanterna-vermelha Penafiel, por 4-0. Ruben Micael e Pardo, com dois golos cada, deram expressão ao marcador no Estádio Municipal de Braga, de onde o Penafiel saiu no 18.º e último lugar, com 18 pontos, menos um do que o Gil Vicente, que ainda empatou duas vezes mas saiu derrotado do recinto do Nacional, por 3-2. O ‘bis’ de Marco Matias foi decisivo no triunfo dos madeirenses, que também marcaram por Ali Ghazal, desvalorizando os dois tentos assinados pelo nigeriano Simy, ‘aposta’ do técnico José Mota na segunda parte. Penafiel e Gil Vicente, que somam 18 e 19 pontos, respectivamente, ocupam os dois lugares de despromoção à II Liga e não conseguiram aproveitar as derrotas de Arouca, na recepção ao Belenenses (1-0), na sexta-feira, Vitória de Setúbal e Académica, na visita ao Benfica (5-1), no sábado.


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Desporto 25 Venezuela

Torneio Clausura

Caracas FC segura liderança Fernando Cámara

Zamora FC sofreu um duro percalço em Guanare que afasta a equipa do título A 14.ª jornada do Torneio Clausura de futebol, disputada no passado fim de semana, 11 e 12 de Abril, teve como resultados mais relevantes as vitórias do Caracas FC, Deportivo Anzoátegui e do Llaneros sobre o Atlético Venezuela, Metropolitanos e Zamora FC, respectivamente. No domingo, 12 de Abril, o Portuguesa e o Deportivo La Guaira empataram sem golos, no estádio José Antonio Páez. Com igual resultado terminou o encontro disputado entre Trujillanos e Tucanes de Amazonas, no Antonio José de Sucre. Já o Estudiantes de Mérida derrotou, por 0-1, o Zulia FC, no estádio Pachencho Romero. Over García, aos 10´, anotou o tento da

vitória. No José Antonio Anzoátegui, o Deportivo Anzoátegui venceu, por 3-2, o Metropolitanos. Edwin Aguilar, dois, e Manuel Fuentes, anotaram os tentos locais, enquanto que Gabriel Boggio e Sebastián Contreras assinaram os golos da equipa visitante.

o Llaneros de Guanare goleou, por 5-0, o Zamora FC, no estádio Rafael Calles Pinto. Luis García, Yanowsky Reyes (2), Leandro Vargas e José Contreras marcaram golos. No Estádio Nacional Brígido Iriarte, o líder Caracas FC venceu, por 0-1, o Atlético Venezuela, ten-

do o tento sido assinado por Edder Farias, aos 42 minutos. O Deportivo Petare impôs-se, por 1-0, ante o Aragua FC. Néstor Cova assinou o único golo do compromiso. Duas partidas referentes à 14.ª jornada tiveram de ser adiadas por causa da Copa Libertadores: Carabobo FC – Mineros de Guayana e Deportivo Táchira – Deportivo Lara. Assim vai a classificação do Torneio Clausura: Caracas FC, 32 pontos; Táchira, 28; Anzoátegui, 28; Zamora, 27; Lara, 23; La Guaira, 21; Zulia, 17; Aragua, 16: Mineros, 16; Trujillanos, 16; Metropolitanos, 15; Petare, 15; Atlético Venezuela, 14; Llaneros, 14; Tucanes, 14; Portuguesa, 13: Estudiantes, 12; e Carabobo, 9. No que toca à tabela acumulada: Caracas, 63; La Guaira, 56; Anzoátegui, 55; Trujillanos, 52; Táchira, 51; Zamora, 49; Lara, 47; Aragua, 47; Mineros, 41; Tucanes, 39; Estudiantes, 36; Carabobo, 33; Atlético Venezuela, 32; Metropolitanos, 30; Zulia, 28; Petare, 27; Llaneros, 26 e Portuguesa, 23.

soltas

A delegação do Estado de Lara conquistou o Campeonato Nacional de Cadetes e Juvenis de Taekwondo, que terminou, domingo, 12 de Abril, em Naguanagua, Estado de Carabobo. Com mais de 870 expoentes, o ginásio de futebol de salão do Complexo Bicentenário de Naguanagua, em Valência, serviu de cenário para o evento nacional. Lara dominou o ‘medalheiro’ geral em ambas as categorias com 12 títulos individuais e 200 pontos. No total, a delegação larense conquistou 12 medalhas douradas, 2 de prata e 8 de bronze, lê-se numa nota de imprensa. “Isto é produto de um trabalho sistemático que se realiza em Lara, onde temos 15 clubes e fazemos constantemente avaliações internas. Contamos com muitos bons talentos em todas as categorias”, expressou Eblis Simancas.

Futebol

Ricardo Martins é um dos baluartes do Deportivo Anzoátegui Fernando Cámara

O médio fez parte da selecção portuguesa de Sub-21 de futebol. A Venezuela é um país multicultural, onde a maioria das pessoas tem alguma raiz estrangeira nos seus antepassados. Portugueses, espanhóis, italianos, chineses e colombianos, entre muitos outros, ocuparam múltiplos espaços e o futebol não é excepção. Vários luso-descendentes fazem parte da primeira divisão. Um deles é Ricardo Martins, que depois da passagem pelo futebol lusitano, regressou ao oriente do país há dois anos e consolidou-se como um dos melhores na sua po-

sição. Ricardo Martins vive um bom momento: É titular indiscutível no Deportivo Anzoátegui e a partir do meio campo, faz parte da coluna vertebral da equipa. No passado fim-de-semana venceram a equipa do Metropolitanos vindos de baixo. “Uma vitória difícil perante um rival que se debateu bem no campo. Começamos a ganhar o jogo no primeiro tempo. Conseguiram marcar devido a alguns erros nossos. Não tivemos outra opção senão continuar a lutar pelo titulo e conseguimos os três pontos”, comentou. O Deportivo Anzoátegui terá um calendário complicado: Trujillanos em Valera, Táchira em Pueblo Nuevo, Estudiantes em casa e Lara em Cabudare. “São quatro finais para nós, cada jogo será di-

ferente. Cada um é uma final, propusemo-nos conseguir as cinco finais e ganhámos uma. Já estamos a pensar no próximo jogo, que é contra o Trujillanos, o grupo está focado em cada jogo e esperar a ver o que acontece”, disse. Com a passagem do tempo, foi ganhando hierarquia dentro da equipa e já é um dos capitães. “Tenho a confiança do grupo e do corpo técnico. Somos vários capitães. O positivo é que somos uma família e qualquer um pode ter a faixa”, apontou. O jogador nascido em El Tigre espera ser campeão na Venezuela pela primeira vez. Voltou porque tinha perdido continuidade em Portugal e deseja vestir a camisola da Vinotinto. Este último objectivo só depende dele mesmo, de mais ninguém.

A equipo do Distrito Capital venceu o campeonato Aberto Nacional de Natação, realizado no Parque Desportivo Nações Unidas de Caracas, entre 9 e 12 de Abril, com um total 38 medalhas e 1.575 pontos. Nos lugares seguintes, por ordem decrescente, posicionaram-se as selecções de Miranda, com 1.452 pontos, e de Carabobo, que somou um total de 1.099 pontos. Os nadadores mais valiosos foram Andy Arteta e Mercedes Tolero, que lograram quatro medalhas de ouro na competição individual, nas categorias de 400, 800 e 1500 livres e 400 combinados, marcas que permitiram a ambos atletas confirmarem as respectivas participações nos Jogos Panamericanos, que se realizam este ano na cidade de Toronto, Canadá. Pelo Distrito Capital, participaram 56 nadadores pertencentes a cinco clubes.


P r ê m i o Ta l e n t o C o m u n i c a ç ã o S o c i a l 2 0 0 9

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#OPINA / Nicolás Maduro aseguró, el pasado martes 7 de abril, que la recuperación de Vargas “en estos 16 años de revolución, no tiene parangon en la historia”, añadiendo que “la derecha se queda calladita, cuando hay cosas buenas”. Así mismo, el presidente instó al gobernador del estado a redoblar los esfuerzos: “vamos a meter la inversión necearía para lograr los objetivos de la reconstrucción de nuestro país”. Queremos tu opinión: ¿Qué piensas sobre la recuperación del estado Vargas luego de la tragedia ocurrida en el año 1999?

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Correio de Venezuela / @correiodvzla

Mery Lopez Ok....Cual de las dos es un chiste, la pregunta o lo que el Madurito dice? Cristian Dos Ramos Una de las mentiras mas crueles que se pueden afirmar... Suban por los corales y vean las ruinas de los edificios y calles de tierra 16 años después... Lo único notable es la canalización de las quebradas “la zorra” y “tacagua” de 4,6Km y 2km respectivamente, financiadas por la Unión Europea... https://www.youtube.com/ watch?v=SmQpRP6X-eM habitantes de Los Corales viven entre el deterioro y el olvido Alzira Dos Reis simplemente no la han recuperado porque no les a dado la gana al gobierno asi de simple Lidia Maria Goncalves Como les gusta tapar el sol con un dedo da risa Doris De Macedo Auxilio agua Gflv Ng Dp Mejor ni opinar de ese DESASTRE


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