P r é m i o Ta l e n t o 2 0 0 9 @correiodvzla
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Abril de 2015
publicaÇão Nº 603
Idioma
Correio de Venezuela
Língua Portuguesa em expansão O Colégio San Agustín, de El Paraíso, associou-se ao Instituto Camões e desde há quatro anos que realiza cursos de Português com grande sucesso. É com agrado que continuamos a registar o crescimento do Ensino da Língua que nos une. Pag. 8
Serviços
Seguir a tradição Com Fé e Esperança
Ano 15 • Depósito Legal: 199901DF222 • BsF. 20
TAP terá mais voos em Junho Os pilotos vão parar a TAP nos primeiros dez dias de Maio, por via de uma greve muito contestada em todo o País. Contudo, a TAP esforça-se por melhorar o produto e a prestação de serviços. Promete mais voos em Junho entre Portugal e Caracas.
Empresas
Pag. 4
Banco Plaza abre segunda agência em Aragua O Banco Plaza, instituição que tem merecido a credibilidade da Comunidade Portuguesa em Venezuela, abriu a sua segunda agência em La Morita, no Estado Aragua. Para melhor servir os Venezuelanos e todos quantos dão a preferência aos seus serviços.
Madeira
Pag. 6
No mês de Maio os Portugueses têm os olhos colocados em Fátima. É ali, em solo lusitano, que se pregam as orações de quem é devoto da Virgem. Mas esse altar do Mundo reflecte-se por toda a Terra, onde existem Portugueses e crentes. Em Venezuela ‘Maio, Mês de Maria’ vive-se com muita Fé, em todo o seu esplendor. Pag. 13 pub
CINM promovido entre os emigrantes A Venezuela está entre os países onde a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira irá promover o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). Aprovado o IV Regime pela União Europeia, o CINM oferece novas facilidades aos investidores que interessa divulgar e conhecer. Pag. 4
2 Editorial
Abril de 2015 | Correio da Venezuela
retrospectiva
fotoflash
Nas primeiras semanas do mês de Abril, os lesados do papel comercial do ex-Banco Espírito Santo, que reclamam ter sido vítimas de um autêntico roubo nacional tutelado pelo Banco de Portugal, entidade que deveria exercer o seu papel de banco central e autoridade nacional no sector financeiro, multiplicaram as manifestações e iniciativas de rua, com invasão pacífica de estabelecimentos do Novo Banco (que assumiu parte do património do ex-BES). Uma corrida de gente desesperada em busca do seu dinheiro, das poupanças de uma vida, alguns com muito sacrifício, muitos dizendo-se enganados pela ‘conversa mole’ de alguns funcionários bancários, cuja culpa aqui não será tão grave quanto se aponta, já que não podem ser responsabilizados pela gestão louca dos seus administradores. Contudo, parece haver uma ténue luz no fundo do túnel. A questão
dois
1
O mês de Maio, que se avizinha, será um pouco complicado em Portugal. Estão à vista alguns dias complicados, a manter-se a greve que os pilotos da TAP têm previsto para vigorar durante 10 dias e que estreita o caminho de soluções para a companhia aérea a viver com uma situação económico-financeira muito difícil, numa quase falência que esta paralisação em nada ajudará a reconverter. Há diversos cenários apontados para o dia seguinte ao final da greve, desde a resistência estóica da companhia e dos trabalhadores que não são pilotos, até ao encerramento, puro e simples, por falência. Muitos cenários, e arriscamos a dizer que são tantos quantas as vozes de diversas entidades, desde o Governo da República até aos próprios colegas de empresa, que se têm movimentado no sentido de alertar os pilotos para as consequências gravosas desta paralisação de dez dias. O facto é que, mesmo antes de começar a greve, já se sentem os seus efeitos, pois já foram canceladas ou alteradas milhares de viagens e muitos turistas já modificaram os seus itinerários de férias, pelo menos aqueles que pretendiam viajar na TAP para destinos turísticos lusitanos, com os consequentes cancelamentos na hotelaria. O Governo, que representa o dono da companhia, já que ela é constituída por capitais públicos e, por isso, pertence ao Estado Português, tem consecutivamente dito que espera que “impere o bom senso e, acima de tudo, a lisura de procedimentos, e que sejam respeitados os acordos que foram celebrados por todos os sindicatos com o Governo”. Contudo é insuficiente, se bem que pouco mais poderá fazer, por questões constitucionais. Os Portugueses continuam reféns de um grupo de pilotos que pretende ser sócio da TAP numa futura privatização e que não se satisfaz em receber os altos salários a que, com certeza de forma merecida, aufere. Invoca a responsabilidade que cabe ao piloto na manobra do avião para justificar a diferença, mas esquece toda uma cadeia de produção, em que há outros também com semelhantes responsabilidades, já que, se vamos falar de risco, as estatísticas não conseguem estar do seu lado. Esta greve dos pilotos da TAP e da Portugália Airlines é uma autêntica chantagem aos Portugueses e a Portugal.
Na Madeira tomou posse o novo Governo Regional da Madeira, agora presidido por Miguel Albuquerque. Há um novo tempo no arquipélago de onde chegou a maioria dos Portugueses que hoje vive em Venezuela. Há uma nova perspectiva de governação e uma atitude diferente de enfrentar as questões e abordar os problemas. Ao mesmo tempo que saudamos quem entra, não podemos esquecer quem ao longo de mais de três décadas construiu uma Madeira Nova, retirando as ilhas de um nível de atraso e de pobreza angustiantes, sem espeço para o progresso e remetida a escala de vapores no porto e de turistas que por ali ficavam gozando as virtudes de uma meteorologia simpática e deliciando as vistas em paisagens lindas e jardins de coloridos arrebatado-
não tem encontrado consensos, nem ao nível dos partidos, nem ao nível do próprio Governo da República, mas começam a esboçar-se esforços com vista a uma solução que pacifique os contestatários e que, com todo o merecimento e razão, devolva o dinheiro a quem o aplicou de boa-fé. Uma informação do sector jurídico da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (Bolsa de Lisboa) vem dar razão aos ditos lesados, dizendo que deverão se reembolsados no valor total das suas aplicações. Naturalmente que se trata de uma opinião, mas o certo é que vem de um organismo de respeito e com responsabilidade no sector financeiro e bolsista. Falta saber que evolução irá agora tomar o processo e até que ponto, em ano de eleições, iremos ter os partidos juntos para resolver o problema de alguns milhares de portugueses, cujas aplicações somam muitos milhões de euros. As manifestações afrouxaram à espera de que essa luz ilumine melhor a decisão dos gestores bancários. Mas, cuidado, ninguém adormeceu…
três
res. Mudou-se para melhor – e, nalgumas vezes para pior, porque isso também acontece… – mas o saldo é deveras positivo, e o arquipélago da Madeira é hoje uma terra moderna e de progresso. A nova liderança de Albuquerque procurará agora abrir novas estradas de desenvolvimento para e com o exterior, sanando as relações com a República, promovendo a paz interna, um pouco abalada por consecutivos mandatos de um mesmo líder, reunindo partes e promovendo compromissos de justiça social e de melhor entendimento com vista à satisfação das pretensões imediatas dos Madeirenses.
Pela primeira vez na história do Centro Português de Caracas, os seus dois grupos folclóricos – Grupo Folclórico Centro Português e Grupo Folclórico Danças e Cantares – abandonaram as suas diferenças e apresentaram-se juntos num mesmo palco, com a intenção de promover a união de todos os associados, evitando assim mais divisões no seio de uma mesma colectividade. Sem dúvida que se trata de um momento de confraternização e de reconciliação que se aplaude e se incentiva, porque, na verdade, este tipo de instituições nascem para promover a irmandade e fraternidade entre todos os seus associados, respeitando embora as suas diferenças e maneiras de pensar. Quando se adere a uma associação há estatutos que devem ser acatados. Se é certo que não são proibidas opiniões diferentes, o que interessa, sobremaneira, é juntar as pessoas à volta de projectos comuns e interessantes que sejam marcados pela criatividade e pela diferença de conteúdos, de forma a abranger um número mais amplo de associados. Por isso, saudamos o nascimento de um terceiro grupo folclórico, que brotou desta amizade que se fortalece e que passará a designar-se por União Folclórica Centro Português. Nenhum perde a sua identidade, mas todos ganham com a União que junta pessoas e agrega objectivos, com intenções definidas, que as diferenças, quando respeitadas, não conseguem destruir.
Grupo Editorial
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Madeira
CINM promovido na Venezuela até final do ano Francisco José Cardoso DN MADEIRA
As acções externas da SDM, que vão abranger um total de 11 países, vão dar enfoque no IV Regime Durante os próximos sete meses, a Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM.) irá promover o Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) em 11 países, um dos quais será a Venezuela, com enfoque na promoção do Regime IV aprovado recentemente. Assim, de Maio a Dezembro de 2015, as missões de promoção da concessionária do CINM engloba uma série de acções apostada em captar novos e mais investidores para a Madeira. “Depois de concluídas as negociações relativas ao Regime IV do CINM, a SDM. intensificou a preparação do programa de acções nos mercados para a divulgação do CINM e das suas condições de operação”, frisa a empresa. “O ponto de partida será já na segunda quinzena de Maio, mais precisamente entre os dias 17 e 22 de Maio, com uma missão promocional ao Reino Unido”.
Roy Garibaldi é o responsável da Comissão Executiva da SDM para a promoção externa. FOTO DR
Para Roy Garibaldi, da Comissão Executiva da SDM., “o conjunto das acções programadas constitui uma aposta significativa que reforça a promoção que a empresa concessionária do CINM tem realizado desde a primeira hora, mesmo em tempos de maior dificuldade institucional, com o objectivo principal de manter e aumentar o interesse dos mercados na praça madeirense e atrair investimento para a Região”. Do programa definido até Dezembro, estão previstas “diversas deslocações ao estrangeiro, com visitas a um total de 11 países, cujos mercados têm vindo a demonstrar interesse na Madeira nos últimos anos, bem como uma ac-
ção contínua no mercado nacional através do escritório da SDM em Lisboa. Aliás, um número crescente de empresas portuguesas tem vindo a instalar-se no CINM com o objectivo de optimizar os seus processos de internacionalização”, garante. Da lista de mercados, além do Reino Unido, a SDM vai estar em França, Luxemburgo, Alemanha, Espanha e Itália, na Europa, além da Colômbia, Peru, Venezuela e Estados Unidos no continente americano, enquanto que a África do Sul é o país do continente africano em que a S.D.M. marcará presença. Segundo Roy Garibaldi, “com a aprovação do Regime IV do CINM,
Aviação comercial
Ligação directa Caracas-Madeira normaliza em Junho Sandra Cardoso, em Lisboa DN MADEIRA
Há relatos de emigrantes que chegaram ao Funchal 12 horas depois do previsto
“Não há intenção de cancelar a ligação directa Caracas/Funchal”. A garantia foi dada ao DIÁRIO pelo porta-voz da TAP, António Monteiro. A dúvida surgiu depois de terem chegado à nossa redacção relatos de emigrantes que compraram viagem directa pela companhia aérea portuguesa desde a capital venezuelana até ao Funchal, no passado domingo, 29 de Março, mas que acabaram por ir a Lisboa, depois Porto até terem voo
para o Funchal. Ou seja, chegaram mais de 12 horas depois aos destino. Segundo apurou o DIÁRIO não terá sido caso único o mês passado. No entanto, a TAP rejeita alarmismos e justifica com a baixa procura. “Apenas sucede que em situações muito pontuais de baixa procura houve casos em que a ligação se fez via Lisboa”, admitiu. “Poderá vir a acontecer o mesmo uma ou duas vezes em Maio”, disse ainda, assegurando que “em Junho
que consagra uma produção de efeitos dos benefícios previstos até ao fim do ano 2027, a S.D.M. acredita que estão criadas condições de estabilidade, confiança e credibilidade nos mercados, sendo expectável um novo impulso no desenvolvimento do CINM e consequentes resultados na economia regional”. Parcerias valorizam promoção Para além das acções organizadas directamente pela SDM, é frequente a empresa estar presente em vários outros eventos internacionais com interesse para o CINM, como por exemplo conferências internacionais sobre temas da fiscalidade e captação de investimento em geral. Complementarmente, a convite ou em articulação com câmaras de comércio e associações profissionais de várias regiões e sectores ou com Embaixadas de Portugal, a SDM tem vindo a participar ou a promover a realização de encontros para dar a conhecer as potencialidades da Madeira como centro internacional de negócios. Com base na experiência adquirida ao longo de mais de 25 anos de presença nos mercados internacionais, nestas iniciativas a entidade concessionária do CINM alia as vantagens da competitividade fiscal a uma localização social e ambientalmente atractiva, procurando contribuir para a promoção global da Região e para a atracção de investimento directo externo para o País. Recorde-se que, segundo dados do Banco de Portugal referentes a 2013, o contributo do CINM para o IDE (Investimento Directo Estrangeiro) no conjunto do País foi de 12%, ou seja, com uma capitação mais de 4 vezes superior à média nacional.
fica normal”. As ligações aéreas entre Portugal e a Venezuela têm sido fonte de preocupação para emigrantes e também empresários nos últimos tempos, apesar de a TAP ter dito sempre que não pretendia abandonar a rota. No entanto, segundo o Económico, a companhia aérea ainda tem retidos 95 milhões de euros no país, provenientes da venda de bilhetes. O Governo venezuelano tem levantados grandes dificuldades em libertar os lucros das vendas de bilhetes de avião feitas no país, e exige às transportadoras taxas de câmbio para o dólar muito superiores às praticadas noutros sectores da economia. O ano passado houve mesmo companhias aéreas que optaram por reduzir ou mesmo parar os voos para o país devido à situação.
soltas As autoridades policias anunciaram, na segunda-feira, 27 de Abril, que 29 mil polícias vão estar activos nas ruas da cidade de Caracas e outras sete regiões do país, em acções de combate à insegurança, apontado como um dos principais problemas do país. “Este novo dispositivo procura intensificar os trabalhos de patrulhamento, a nossa presença em sectores onde se cometem mais delitos, graças a um diagnóstico prévio realizado pelo Ministério de Interiores, Justiça e Paz”, disse o director da Polícia de Caracas. Eduardo Serrano explicou que a capital do país foi dividida em zonas, tendo os funcionários instruções para “atacar o porte ilícito de armas e proteger as unidades de transporte (autocarros de passageiros) público e privado”. “Temos que neutralizar a criminalidade”, frisou.
600 habitações serão construídas pela Grande Missão Vivenda Venezuela, através do Instituto de Habitação e Habitat Digno do Estado de Aragua, no município Mariño. O anúncio foi feito no passado 21 de Abril, pela directora de Habitação da jurisdição, Lucellis Hidalgo, que indicou que as habitações serão edificadas no novo complexo habitacional “General Mariño”, na cidade de Turmero, sector Los Overos. Hidalgo informou que já contam com os kits estruturais, para a construção dos 30 edifícios do novo complexo urbanístico.
O secretário de Prevenção e Resposta a Emergências do Estado de Miranda, também director geral da Protecção Civil regional, Víctor Lira, informou, na passado quinta-feira, 23 de Abril, que durante a elaboração do Plano Integral de Chuvas 2015, foram contabilizados 394 pontos de risco em Altos Mirandinos. Indicou que no caso de Guaicaipuro, as paróquias de maior risco são Cecilio Acosta (El Samán, Agua Fría e El Naranjal), Altagracia de la Montaña (El Bagre), Tácata (El Marques I e II, El Degredo), San Pedro (La Fosforera e Aquiles Nazoa) y Los Teques (La Esperanza A e B, El Nacional, Variantes de Guayas, Guaremal, Las Cadenas, Mataruca, Bertorelli Cisneros, El Cristo, Matica Arriba, Camatagua e La Pradera).
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Telefones.: (0058212) 2650608/ 2670853
2ª a 6ª feira, das 08h às 22h Sábados, das 10h às 20h
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Fotografias com história
Empresas
Banco Plaza abre nova agência em La Morita Fernando Cámara
A nova sucursal é a segunda do banco a abrir portas no Estado de Aragua
Catedral do Funchal Fernando Cámara Fcamara@correiodevenezuela.com
A imagem desta semana data de 1900 e mostra a Catedral do Funchal, ou como é chamada na capital da Ilha da Madeira, a Sé do Funchal ou a Sé Catedral de Nossa Senhora da Assunção. Vale a pena recordar que é um dos poucos edifícios que sobreviveu à colonização portuguesa, estando praticamente igual desde o tempo da sua fundação, e possui uma fachada simples. Por volta do ano de 1590, o rei Manuel I de Portugal mandou o arquitecto Pêro Anes à Madeira para que trabalhasse no desenho da Catedral do Funchal, cuja edificação finalizou em 1514. A acrescentar a isso, o remate da torre e mais alguns detalhes foram terminados entre os anos de 1517 e 1518. Mas em 1508 já se celebravam missas no templo, quando o Funchal foi elevado à categoria de cidade. Vale a pena destacar que o rei mandou construí-la para substituir a igreja de Nossa Senhora do Calhau (primeira paróquia da ilha), que resultou pequena para albergar tantos fiéis, a Igreja Grande, como foi então denominada, ocupou uma área do centro histórico então conhecido como Largo do Duque. Na Catedral destacam-se os bancos de abside que exibem santos, profetas e apóstolos em
trajes do século XVI. Nos detalhes decorativos dos bancos e apoios para os braços podem ver-se aspectos da vida da Madeira, como por exemplo um querubim transportando um cacho de bananas e outro carregando um odre cheio de vinho. A igreja possui uma excepcional cruz de procissão oferecida pelo rei Manuel I. É feita de prata e é considerada uma das obras mestras da ourivesaria manuelina portuguesa. A catedral foi desenhada em estilo gótico e tem três naves. O tecto da catedral conta com um desenho de inspiração mudéjar e é de madeira de cedro. Os muros exteriores são de pedra do Cabo Girão. Um dado curioso é que existe uma estátua do Papa João Paulo II fora da Catedral, que foi movida da posição onde estava, originalmente junto à costa. A arquidiocese é o patriarcado de Lisboa; a sua diocese é a do Funchal; o arcebispo é Manuel Clemente, e o bispo é António Carrilho. É recomendado levar prismáticos para poder apreciar os detalhes do tecto e do retábulo. O interior é habitualmente obscuro, se quiser vê-lo iluminado é preciso esperar por uma missa. A vida social desenvolve-se nos cafés situados em redor da catedral, sendo ponto de encontro para os que os trabalham no centro.
A grande família do Banco Plaza celebrou a inauguração da sua nova agência em La Morita, Estado de Aragua, na manhã da passada quarta-feira, 22 de Abril. No acto marcaram presença diversas personalidades, que festejaram a abertura da sucursal situada no Centro Comercial Diga Center da Avenida Doctor Francisco Montoya. A abertura começou a ser preparada há três meses, quando os directores da distinguida instituição bancária decidiram abrir a agência no lugar acima mencionado, para a converter na segunda a operar no estado. A próxima agência a inaugurar ficará localizada no Centro Comercial Las Vegas de Petare, município Sucre, Miranda. O Plaza é conhecido como o banco da comunidade portuguesa na Venezuela. Não obstante, a abertura da sucursal em La Morita tem como objectivo ampliar o leque de clientes e faz parte do plano de expansão da empresa. O Banco Plaza, C.A. foi constitu-
O momento do corte da fita que simboliza a inauguração.
ído a 9 de Março de 1989, com um capital inicial de 120 milhões de bolívares (Bs. 120.000.000,00 / Bs.F. 120.000,00). Iniciou operações a 21 de Dezembro do mesmo ano, depois de obter a respectiva autorização do Ministério da Fazenda, por intermédio da Superintendência de Bancos; nessa oportunidade foi elevado o capital social, subscrito e pago, para 200 milhões de bolívares (Bs.F. 200.000,00). Sob uma estratégia de crescimento moderado, assente em bases sólidas e de con-
fiança, o Banco Plaza fortaleceu-se no mercado venezuelano durante os anos da crise financeira de 1994, destacando-se pelos recursos humanos caracterizados pelo seu “profissionalismo”, que permitiu a consolidação duma instituição financeira com “solidez”. Com uma nova sede principal situada na Avenida Casanova, em Caracas, desde 1999 foram estabelecidos as fundações a nível de capacidade operacional para suportar as 25 agências a nível nacional.
Beneficência
Academias da Espetada de Maracay e Caracas realizam novas tertúlias Fernando Cámara
Proactivas. Eis o termo que melhor define o trabalho desempenhado pelas Academias da Espetada de Maracay e de Caracas, cujas direcções promovem regularmente actividades em prol da angariação de fundos que lhes permite cobrir os diferentes programas de beneficência que impulsionam ao longo do ano. A Academia da Espetada-mãe,
com sede na cidade de Maracay, Estado de Aragua, e que é presidida por Ana María Abreu, vai promover a tertúlia “Chá, Mãe e Doces”. Esta iniciativa terá lugar na segunda-feira, 11 de Maio, às 4h30 da tarde, na Casa Portuguesa do Estado de Aragua, e prestará tributo a “todas as amigas de doce coração maternal”. A colaboração será de 500 flores. Por seu turno, a Academia da Espetada de Caracas realizou uma tertúlia de Páscoa no domingo, 12 de Abril, no Salão de Fiestas Villa
Magna de Las Mercedes, município Baruta. A velada foi animada musicalmente pela cantora París, cortesia de um dos assistentes. Para 31 de Maio, a academia da capital realizará a tertúlia “Sexto Aniversário”, no Salão Majestic de Banquetes Gales (CCCT). Desta feita, a colaboração será de 2.000 aniversários. Para a terceira segunda-feira de Julho foi programada a campanha do Dia da Criança, que foi baptizada de “Una ñapita para un niño”.
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Idioma
Colégio San Agustín El Paraíso associa-se ao Instituto Camões Fernando Cámara
A afamada instituição de ensino promove classes de português desde há quatro anos A Embaixada de Portugal na Venezuela e o Colégio San Agustín - El Paraíso, pertencente à Ordem Agostiniana, firmaram um acordo de associação/adesão, na passada terça-feira, 14 de Abril, que permite a esta instituição de ensino educativa interagir ao Instituto Camões da Cooperação e da Língua. O acordo foi celebrado na sede diplomática, com a presença do Embaixador Fernando Manuel de Jesus Teles Fazendeiro, o Coordenador de Ensino do Instituto Camões para a Venezuela, Rainier Sousa, o reitor do Colégio San Agustín, o Padre Francisco Javier Herrero, a Coordenadora do Curso do Idioma Português neste colégio, Nelida de De Sousa, e David Pinho, Coordenador geral do idioma português neste país. As classes de português no Colégio San Agustín que são leccionadas desde há quatro anos, actualmente por quatro professores, de segunda a sexta-feira, depois das quatro da tarde, e aos sábados como uma actividade extracurricular. Entre crianças, jovens e adultos, contam no total com 170 estudantes. A escola iniciou um programa piloto intitulado “Português a Brincar”, que visa ensinar o idioma português a crianças menores de seis de idade, que aprendem durante os horários acima mencionados. “Não é o mesmo começar aos quatro anos e aos oito. Há uma maior capacidade de aprendizagem. Assim, vamos ter no futuro uma melhor qualidade no nosso idioma no futuro”, comentou David Pinho. Um dos objectivos é que os alunos não só aprendam a falar língua lusitana, mas também prepara-los para que, caso estejam interessados, possam estudar idiomas ao nível universitário. O responsável deu como exemplo a Escola de Idiomas da Universi-
Idioma
Ensino do Português de ‘vento em popa’ Fernando Cámara
Instituto Camões e Escola de Idiomas da UCV realizam novas iniciativas
Padre Herrero, director do colégio, no momento em que assinava o documento.
O documento assinado por ambas as partes.
O Embaixador de Portugal, Fernando Manuel de Jesus Teles
O reitor do Colégio San Agustín, o Padre Francisco Javier
Fazendeiro.
Herrero.
dade Central da Venezuela, onde existe a opção de estudar português. “Se continuarmos a ter mais crianças inscritas, vamos ter que meter mais professores a dar aulas. Não se ficam por apenas um ciclo, pois é necessário que façam dois ou três vezes para falar bem o português”, acrescentou o docente. O Embaixador de Portugal na Venezuela, Fernando Manuel de Jesus Teles Fazendeiro, destacou a importância da colaboração de todas as partes envolvidas. “As entidades venezuelanas colaboraram connosco na Feira Internacional do Livro da Venezuela e é importante o nexo com as escolas, editoras, entre outras, para que haja fluidez”, observou. A coordenadora Nélida De Sousa ressaltou a importância da variedade nos livros. “Não é só os livros de textos e dicionários que servem para aprender um idioma.
Eles são o exemplo de que se pode avançar com o português nas escolas venezuelanas” - Rainer Sousa
É importante a ligação com as escolas, editoras, entre outras, para que haja fluidez”- Teles Fazendeiro
Também é necessário as novelas, os contos, os de cultura, entre outros, pois com as crianças há que se ter variedade”. Ao que Pinho acrescentou: “Até jogos como ‘Quem quer ser milionário?”. Nos dois últimos cursos (201213 e 2013-14), os estudantes elaboraram uns livros como trabalho final, os quais possuem uma elegância muito particular, como se fossem de séculos passados e guardassem recordações muito antigas. Um deles conta a história de Santo António. “Está bem, está bem. É de Santo António de Lisboa. Como sou lisboeta, sou especialmente sensível”, brincou Teles Fazendeiro. Na ocasião, um responsável do colégio ofereceram ao Embaixador uns livros relacionados com temas agostinianos. O Colégio San Agustín - El Paraíso é uma de muitas instituições que já se associaram ao organismo português. “Isto tem valor porque o Instituto Camões permite aos luso-venezuelanos e venezuelanos sem raízes portuguesas aceder a mais informação sobre o nosso país. Também significa um maior leque de possibilidades para os jovens”, expressou o Embaixador. Há quatros anos Nelida de De Sousa conversou com o padre Javier Herrero e o padre Domingo sobre a importância de iniciar o projecto do Curso de português na instituição. As suas respostas foram positivas, pelo que Nélida pediu o apoio a David Pinho, quem é o coordenador geral do idioma Português
O ensino da língua portuguesa na Venezuela continua a crescer, muito graças ao esforço tanto do Instituto Camões como da Escola de Idiomas da Universidade Central da Venezuela (UCV ), que se têm revelado muito pró-activos na sua promoção na terra de Simón Bolívar. Na passada segunda-feira, 27 de Abril, foi inaugurada uma exposição de fotografia sobre o 25 de Abril (Revolução dos Cravos), na entrada da Faculdade de Humanidades da UCV. Por outro lado, o Instituto Camões realizará o Segundo Encontro Nacional de Professores de Português na Venezuela, no próximo 4 de Julho, no Instituto Universitário Américo Vespucio. O convidado especial será Ricardo Salomão, que é doutorado em Língua Portuguesa. Por seu turno, a 23 de Maio, serão efectuadas certificações de estudantes de língua portuguesa. São quatro os locais onde serão realizados os exames: Associação Civil Centro Português, Colégio San Agustín – El Paraíso, ambos em Caracas; Casa Portuguesa de Aragua, em Maracay, e Fundação Casa Madeira, em Mérida. Entre 4 e 9 de Maio, decorrerá a semana da Língua Portuguesa na UCV.
Datas dos exames CIPLE/DEPLE: 27 de Maio DIPLE: 28 de Maio DAPLE/DUPLE: 29 de Maio
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Saudades da Nossa Terra
Marta Caires
O apresentador da rádio e televisão da Madeira mais conhecido na emigração está a ponderar gravar o programa ‘Atlântida’ na Venezuela à semelhança do que já aconteceu na Austrália. O assunto não está ainda fechado, nem existe decisão Duarte Rebolo é a voz e a cara que leva notícias da Madeira às comunidades espalhadas pelo Mundo. Os programas ‘Abraço’, na rádio, e a ‘Atlântida’, da RTP-Madeira, tornaram-no conhecido na emigração, mas a carreira deste rapaz de Santo António começou vai para 25 anos na Estação Rádio Madeira, a velhinha ‘emissora do cambado’. Hoje divide o tempo pela rádio e pela televisão e ainda arranja maneira de tocar com a sua banda de garagem, os Aoakaso. Ainda estudante da Escola Francisco Franco, Duarte Rebolo imitava os locutores da rádio, mas estava longe de imaginar que teria uma carreira como jornalista de televisão e de rádio. “Era só uma brincadeira”, explica, enquanto lembra os primeiros passos na Estação Rádio Madeira, no início dos anos 90. “Eu entrei na rádio a 13 de Maio de 1991. Sei isto bem porque o papa João Paulo II veio à Madeira no dia 12 e pediram-me para entrar depois de passar a confusão dos directos e da visita”. Um ano depois ganhava 120 contos, o que era um ordenado e tanto em 1992. Na Estação Rádio Madeira, fez de tudo. Foi jornalista, locutor, fez relatos de futebol e os programas de música pedida, que ainda faziam sucesso na Madeira a meados da década de 90. Duarte Rebolo, que tem hoje 46 anos, deu a voz a muitos anúncios da estação e ainda se lembra como era muito mais difícil trabalhar na rádio. “Para gravar um anúncio precisava de uma manhã”, recorda. Sem computadores, o truque era usar bobines, mas para juntar voz e música era preciso cortar a fita magnética e colar com fita cola depois. O emissor de onda média da rádio ainda era válvulas, mas mesmo assim havia sempre emissão, mesmo quando a electricidade ia abaixo, o que acontecia com frequência nesses tempos. A Estação Rádio Madeira tinha um gerador, que ficava a meio da fazenda. “Quando a luz ia abaixo, era preciso correr pela fazenda abaixo para ligar o gerador, que ainda por cima funcionava à manivela. E depois fazer o caminho de volta também a correr, para manter a emissão no ar”. O equipamento não era o melhor, estava velho e gasto, mas a rádio ia para o ar na mesma. O jornalista e locutor acumulava a rádio com a venda de automóveis, a sua outra profissão durante
O rapaz do ‘Abraço’ Perfil Duarte Rebolo 46 anos casado três filhos (6,9 e 15) jornalista e animador
20 anos. Os carros foram muito importantes na sua vida, sobretudo os clássicos. Um dos seus hobbies durante anos foi a recuperação de carochas. No fim dos anos 90, saiu da Estação e foi fazer o desporto e a animação das manhãs na recémcriada TSF-Madeira. Por essa altura, Duarte Rebolo fazia também os relatos de futebol para a Rádio Renascença. Uns tempos depois chegou o convite para a RDP, para colaborar com o Desporto e havia uma vaga para o ‘Abraço’, o programa das comunidades. “Eu, ao princípio, fiquei desconfiado, achei que aquele não era o meu estilo, a música que passava não era o meu estilo”. Pensou tudo isto antes de agarrar a oportunidade e ainda sem saber como iria mudar a carreira e a forma como hoje
é reconhecido na rua. “Eu não troco o ‘Abraço’ por nada”, diz, agora que já lá vão anos e anos de emissões ao domingo a chegar ao Mundo inteiro e aos locais onde vivem madeirenses. “Quando a RDP tinha emissões em onda curta cheguei a receber chamadas dos barcos da apanha do bacalhau na Noruega e dos barcos do Panamá, onde estão muitos pescadores do Paul do Mar”. Na Venezuela em Junho ou Julho A empatia com os ouvintes é tanta que recebe presentes, chocolates, flores. É a saudade que une as pessoas, que sentem falta da terra, dos seus costumes e hábitos. Esta experiência na rádio levou-o a ser a escolha para o Atlântida, quando Maria Aurora morreu. A televisão tem outro impacto e Duarte Rebolo deixou de ser só uma voz para ser também uma cara. A experiência tem corrido bem e o programa já foi a Austrália e é provável que volte a sair da Madeira e seja emitido a partir de uma comunidade
no estrangeiro. “Há a possibilidade de irmos à Venezuela em Junho ou Julho, mas ainda não está nada decidido”. Com uma vida profissional tão exigente, Duarte Rebolo nunca esquece a mulher e os três filhos que, às vezes, podem sofrer com as ausências como aconteceu quando o programa Atlântida foi gravado na Austrália. “Todas as decisões são tomadas em conjunto com a minha mulher. Já falei com ela sobre a possibilidade de estar fora em Junho para a gravação do programa na Venezuela”. Com diálogo, tudo se acerta, mesmo quando parece que não vai sobrar tempo para nada. Entre os programas na rádio e na televisão – que no Verão de 2014 incluiu uma ronda pelos maiores arraiais da Madeira -, Duarte Rebolo ainda tem maneira de ensaiar e tocar com a banda de garagem. “Eu tinha um sonho desde miúdo que era aprender a tocar viola. Quando deixei o emprego na empresa de venda de automóveis, surgiu na Junta de Freguesia de Santo António um curso de viola e eu achei que era tempo de tentar realizar o velho sonho de aprender a tocar. Acabei por ir com a minha filha mais velha, que estuda percussão”. Dai até formar a banda foi um passo. A banda ensaia agora na garagem de casa, assim mais ao menos ao acaso, tanto que ficou mesmo com esse nome ‘Aoakaso’. A banda toca covers e, mesmo sendo
um hobby, tem feito concertos e tocou em Santa Cruz, na noite do Mercado de 2014. E o rapaz de Santo António, Funchal, que começou hesitante no ‘Abraço’ de domingo na RDPMadeira, é hoje uma das caras mais conhecidas na Madeira. A entrada para a televisão mudou tudo, reconhece e diz que não são apenas os emigrantes que vêem o programa que passa, de 15 em 15 dias, na RTP-Madeira e RTP Internacional. “As pessoas comentam comigo os convidados, o que disse e fiz”, realça, ainda surpreendido com os efeitos da televisão, de como é tudo diferente de trabalhar na rádio onde, além do ‘Abraço’, faz o desporto e, claro, alguns relatos de futebol. Se alguma vez pensou que seria o que é aos 46 anos? Duarte Rebolo diz que não, nem mesmo quando brincava aos relatos da bola e imitava os locutores pensou que estaria a fazer o que hoje faz e que isso seria tão gratificante. Claro que continua a ter projectos para o futuro, um passa por ir para universidade tirar um curso. Os estudos ficaram em stand-by quando entrou para a rádio e começou a ganhar bem, os tais 120 contos (600 euros). Agora, já com uma carreira na comunicação social, casado e com três filhos, talvez seja tempo de pensar a sério no assunto, fazer como fez quando se decidiu a ir aprender a tocar viola na Junta de Freguesia.
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12 Portugal
Abril de 2015 | Correio da Venezuela
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Economia
O Tribunal Arbitral decidiu, no passado 27 de Abril, que os serviços mínimos para a greve de pilotos da TAP e Portugália, entre 1 e 10 de Maio, incluem a realização de voos para Açores, Madeira, Brasil, Angola, Moçambique e sete cidades europeias. De acordo com a decisão, vão ser realizados todos os voos programados de e para a Região Autónoma dos Açores, bem como três voos Lisboa/Funchal, em cada um dos dias de greve, e de três voos Funchal/Lisboa, também em cada um dos dias de greve. Além destes, o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social (CES) decidiu ainda, por unanimidade, a realização de umm voo de ida e um voo de volta em cada um dos dias do período de greve para Angola, três para Moçambique, dois para Brasil; e um voo de ida e um de volta para França, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça, Alemanha, Bélgica e Itália. A introdução dos combustíveis simples representará uma poupança anual de 200 milhões de euros na factura dos portugueses, considerados os actuais níveis de consumo, estimou, no passado 28 de Abril, o ministro da Energia, Moreira da Silva. Na comissão de Economia e de Obras Públicas, o governante fez as contas da poupança com a opção pelos combustíveis simples, que desde 17 de Abril são comercializados em todos os postos de abastecimento por imposição legal. O número de empresas insolventes em Portugal aumentou 7% no primeiro trimestre de 2015 face ao período homólogo, num total de 1.536 empresas insolventes, segundo números da Cosec conhecidos em 28 de Abril último. De acordo com o relatório ‘Cosec Insolvências 2015’, divulgado por aquela seguradora, entre Janeiro e Março deste ano, foram registadas 1.536 insolvências e 271 processos especiais de revitalização (PER), um aumento homólogo de 7% e de 3%, respectivamente.
Actividades ligadas ao mar ultrapassam 3% do PIB Assunção Cristas afirmou que Portugal tem tudo para ser uma “nação liderante no mar” CORREIO/LUSA
A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, afirmou, no passado 28 de Abril, no Funchal, que o país dispõe de uma estratégia para o mar “robusta”, sendo que o peso das actividades económicas já ultrapassou 3% do Produto Interno Bruto (PIB). “O país está preparado, tem uma Estratégia Nacional do Mar, tem uma arquitectura legislativa com uma lei pioneira no mundo (...) e tem fundos comunitários para ajudar a este desenvolvimento”, realçou Assunção Cristas, durante a apresentação do Documento Estratégico para o Mar da Região Autónoma da Madeira, elaborado pela Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF). “Estou convencida que, de facto, já estamos a fazer muito, já estamos a cumprir activamente os objectivos traçados na nossa
Estratégia Nacional do Mar”, disse a ministra, vincando que quando o plano foi aprovado, em 2013, a ‘economia azul’ [actividades relacionadas com mar] representava apenas 2,7% PIB. Assunção Cristas afirmou que Portugal tem tudo para ser uma “nação liderante no mar” e lembrou que é ambição do Governo alargar os direitos de soberania sobre a plataforma continental, o que fará com que o país seja 42 vezes maior em oceano do que em terra. Acrescentou que a questão deverá começar a ser tratada ao nível das Nações Unidas ainda este ano, mas a decisão final tardará cerca de três anos. Entretanto, o país reforça a posição de “actor internacional” cada vez mais activo, sendo que Assunção Cristas destacou a realização da primeira edição da Semana Azul, 3 a 6 de Julho, em Lisboa, que inclui uma reunião internacional de ministros e membros de governo responsáveis pelo mar. Na Madeira, o objectivo é que as actividades relacionadas com o mar atinjam 5% do PIB regional em 2020 [actualmente representam 2,4%], mas a presidente da ACIF, Cristina Pedra, diz que para isso é
Assunção Cristas participou na apresentação da ACIF, na Madeira. FOTO DR
fundamental encetar um processo negocial para retornar à condição de Objectivo Um, no que respeita ao acesso aos fundos estruturais da União Europeia. “É um caminho longo e difícil porque implica uma disputa com os outros 27 Estados membros, mas se tal não for feito, o investimento em áreas produtivas marítimas ficará sempre condicionado”, vincou.
Cooperação
Portugal e Espanha criam grupo de trabalho para projectos transfronteiriços Grupo vai coordenar o planeamento dos dois países no âmbito da rede transeuropeia de transportes CORREIO/LUSA
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, e a ministra do Fomento espanhol, Ana Pastor, anunciaram, no passado 28 de Abril, que vai ser criado um grupo de trabalho conjunto
Sérgio Monteiro reuniu-se com a ministra do Fomento espanhol, Ana Pastor.
para estudar os projectos transfronteiriços entre os dois países. Este grupo de trabalho vai coordenar o planeamento de Portugal e de Espanha quanto aos investimentos previstos, no âmbito da rede transeuropeia de transportes, e será composto pelas equipas técnicas dos dois países com responsabilidades nesta área, indicou o secretário de Estado, após uma reunião de trabalho com a ministra espanhola, em Lisboa. De acordo com Sérgio Monteiro, o objectivo da nova estrutura vai ser também preparar a Cimeira Ibérica que está agendada para Ju-
Durante a apresentação do Documento Estratégico para o Mar, Cristina Pedra defendeu que o transporte de passageiros deve ser encarado como uma alternativa ao transporte aéreo e beneficiar do subsídio de mobilidade. Por outro lado, realçou que a competitividade portuária passa por extingui na região as taxas de uso de porto que incidem sobre as mercadorias.
nho. As posições dos dois países quanto ao céu único europeu, que diz respeito ao controlo de tráfego aéreo, e relativamente os projectos de investimento para a economia ligados ao plano de investimento europeu, conhecido como ‘plano Juncker’, foram também abordadas pelos dois governantes. “Foi decidido que o grupo de trabalho com entidades públicas possa discutir que outros projectos poderão ser apresentados e também que sectores de actividade podem ser mais beneficiados [com o ‘plano Juncker’], como as comunicações e a energia, do lado português”, adiantou o mesmo responsável. Para o final de Maio, está previsto um novo encontro entre Sérgio Monteiro e Ana Pastor, para preparar a Cimeira Ibérica de Junho, já com alguns resultados saídos do grupo de trabalho agora criado.
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Virgem de Fátima 13
Uma santa sempre presente Fernando Cámara
Fátima é um lugar especial sobretudo para os portugueses. Quando se fala com as pessoas, dificilmente os seus olhos não se cobrem de um brilho único O catolicismo é uma das religiões com mais fiéis no mundo. Estima-se que sejam mais de 1.200 milhões de pessoas. Jerusalém e o Vaticano são
Alejandro De Abreu Este luso-descendente, que nasceu a 23 de Outubro de 1973, em Caracas, reside em La Candelaria. Os seus pais são oriundos do Campanário, ilha da Madeira. A Virgem de Fátima é parte da sua vida. “Somos devotos. É algo que os meus pais me incutiram. Agarramos essa herança e gostamos”, comentou. Acredita que a Virgem tem sido vital para a sua vida. “A nossa fé nela fez-nos crescer, primeiro que tudo, como pessoas e, segundo, quem se dá bem com Deus, dá-se bem com todo o mundo”, assegura. Ainda não foi possível visitar o Santuário de Fátima, em Portugal. “Mas algum dia irei”, diz, lembrando que “quando esteve lá com a esposa, há alguns anos, o ferry que fazia a ligação entre a Madeira e Portimão não coincidia com os dias que queríamos ir. “Os meus pais já lá foram uma vez”, disse.
os grandes epicentro desta religião, acolhendo ao longo do ano a peregrinação de muitos milhares de pessoas. Mas há outros. Fátima é uma alternativa àqueles lugares para muitos milhares de católicos, não só para os portugueses que vivem em Portugal, como também para os emigrantes e muitos católicos de outras nacionalidades. Mas Fátima é um lugar especial sobretudo para os portugueses. Quando se fala com pessoas que seguem a santa ‘lusa’, dificilmente os seus olhos não se cobrem de um brilho único. O que é normal, pois é toda uma cultura que conhecem desde tenra idade, e que passa de geração em geração, e já faz parte dos seus costumes, tradições e até valores.
María Cabral
Margoth Figueira
A cidade do Funchal foi a terra que a viu nascer há 56 anos. Possui um negócio em Parque Carabobo, no centro de Caracas e é devota da Virgem de Fátima. “Nasci com isso. É parte das minhas raízes. Em família, todos o somos. Se somos da Madeira, em quem é que vamos acreditar”, perguntou. É fiel da Santa, mas não é a única que segue. “Não sei se terá sido a Virgem que me ajudou, mas se nós não acreditamos no que nos inculcaram, imagina...” Na sua casa tem um espaço para ela. “Tenho várias imagens da Virgem. Tenho uma que tem quase 50 anos comigo e na família como que 100. A minha mãe teve que viajar ao continente para fazer o passaporte porque desejava vir para a Venezuela e trouxe-a de lá”, comentou.
Oriunda do Estreito de Câmara de Lobos, nasceu a 9 de Fevereiro de 1964, tendo chegado à Venezuela quando apenas tinha 13 anos de idade. Como muitos dos seus compatriotas, reside em La Candelaria desde há muitos anos. É um devota fervorosa da Virgem de Fátima. “É parte do que recebi dos meus pais. Cresci com ela e levo-a sempre”, confessou. No entanto, não é o único alvo da sua crença. “Tenho a imagem da Virgem, numa espécie de altar junto a José Gregorio Hernández, o Menino Jesus, A Virgem Maria, a Virgem de Coromoto, entre muitas outras”, comentou. Sempre teve um sonho: conhecer o Santuário de Fátima. Em 2011, concretizou-o. “Quando entrei no Santuário, não podia imaginar que estava ali. Até chorei. Sente-se uma energia distinta dentro desse lugar. É algo inexplicável. Isso sim, são muito bonitas as sensações”, afirmou.
María Gracia de Barros Nasceu em Caracas a 6 de Setembro de 1970. Os seus pais, que chegaram na 1960, são Estreito de Câmara de Lobos, e devotos fervorosos da Virgem de Fátima. “Habituaram-me desde pequenina e crio nela firmemente. Sem esquecer que creio muito em Deus”, comentou. A fé herdada dos seus progenitores foi transmitida às suas filhas, Valentina e Valeria, de sete e seis anos, respectivamente. “As minhas filhas são a minha luz. Tenho a igreja de El Cafetal a duas quadras da minha casa e constantemente vou até lá com elas. É onde tenho ido desde sempre, já que foi ali me baptizaram, se casaram vários dos meus irmãos, e trabalhou o meu pai. ”, explicou.
14 Virgem de Fátima
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Comerciantes lusos
de La Candelaria exibem a sua fé Fernando Cámara
Restaurant El Tinoquito
A paróquia, no centro de Caracas, está ‘minada’ de portugueses Portugal está associado a uma figuras mais importantes do catolicismo moderno, a Virgem de Fátima, devido à carga profética das suas mensagens. A santa apareceu várias vezes a três crianças, pastores, Lúcia, Jacinta e Francisco, entre 13 de Maio e 13 de Outubro, perto de Leiria, no centro do país. Tão grande é a fé depositada na Virgem que foi erguido em Fátima um dos santuários marianos mais importantes do mundo. Nesta cidade encontra-se a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, a Capela das Aparições, a Igreja da Santíssima Trindade, entre outras valências eclesiásticas. Inclusivamente acolhe um pedaço do Muro de Berlim, que foi derrubado em 1989. A esmagadora maioria dos portugueses segue a Virgem de Fátima, independentemente do lugar onde estejam. Na Venezuela, onde a comunidade lusitana é enorme, também se constata uma grande devoção, já que ela faz parte das suas raízes, valores e cultura. Muitos deles são comerciantes e têm-na sempre por perto, como numa espécie de altar. Pequeno, mas na mesma um altar. A paróquia de La Candelaria, no centro de Caracas, está ‘minada’ de portugueses, que desde há muitos anos se radicaram nesta zona e, ainda que alguns se tenham mudado, são muitos os sinais da sua permanência, sejam um estabelecimento comercial, ou um familiar que ficou por ali a fazer pela vida.
Está situado em La Candelaria, a quadra e meia da estação de metro do Parque Carabobo. É um estabelecimento de restauração ‘self-service’, que tem como gerente um devoto da Virgem de Fátima, Wilmer Pereira, filho de madeirenses (pai de Gaula e mãe do Caniço). “Desde que abrimos, sempre foi como a minha figura, a que sempre quis ter aqui. Sou filho de portugueses e todos na minha família somos devotos dela. Ainda não pude estar em Fátima, mas os meus pais, sim. Ficaram encantados”, disse. A imagem da Virgem está situada no fundo do estabelecimento, debaixo de um televisor e perto dos sanitários. “Está ali para que quem quer que entre consiga vê-la. E também porque foi local mais cómodo que consegui”, comentou.
Casero Deli É uma pastelaria que está situada na esquina Ferrenquín em La Candelaria. Funciona ali desde há uns 5 anos. Mãe e filho, Carmen Nunes e Jesús Gouveia, comandam este negócio. Há mais de uma década voltaram para deixaram a Madeira, mais especificamente para Santa Cruz. No entanto, a recessão económica na Europa fez com que regressassem. Dois anos depois puderam inaugurar o estabelecimento, o qual tem crescido pouco a pouco. Perto da caixa encontra-se a imagem da Virgem de Fátima. “Foi oferecida por uma amiga. Apesar de ser mais um fervorosa seguidora de Jesus, sempre sinto que ela está presente”, disse Carmen Nunes, uma mulher que se considera muito religiosa. “Todos os dias peço a Deus e à Virgem para que tudo corra bem. Apesar da situação que vivemos, não podemos perder a fé”, acrescenta.
Zapatería Oporto
Abasto Ribeira Brava É um dos estabelecimentos mais famosos da zona. É pequeno mas acolhedor, além de se encontrar bem abastecido de mercadoria. Manuel Dos Santos, que orienta o negócio, e quase sempre tem um sorriso para dar aos clientes e empregados. Está a meia quadra mais abaixo de Casero Deli, em direcção à Avenida Universidad. A imagem da santa está em cima de uma arca frigorífica em frente da caixa. “Nunca lhe faltam flores. Sou muito devoto. Está ali porque assim a vejo cada vez que me volto para lá, seja para lhe pedir algo ou para lhe agradecer, ou para falar com ela”, explicou. Por distintos motivos, tem vindo a adiar uma viagem a Fátima.
A poucos metros da Avenida Universidad, e desde há três décadas, encontra-se a Zapatería Oporto. Manuel Castro, natural de Santa Maria da Feira, é o encarregado da mesma, tem 38 anos a viver na Venezuela, e 35 neste estabelecimento. “Sempre pedimos à Virgem de Fátima que nos ajudasse a prosperar e aqui estamos. Creio que todos, ou quase todos, contamos a mesma história”, observou. A imagem que tem da Virgem é metálica, com algo de pedra. É raro ver algo do género, pelo menos na Venezuela. “Trouxeram-ma desde Fátima, uma pessoa que foi de férias e deixou-ma aqui. Está cá connosco há aproximadamente 18 anos”, indicou. O Santuário de Fátima é um lugar conhecido. “Já estive lá três vezes. A última vez foi antes de vir para a Venezuela, tinha 15 ou 16 anos, isto é, nunca mais voltei depois que saí da minha terra. Agora tudo está diferente, tudo moderno, as ruas, as igrejas, edifícios, tudo. A minha última viagem a Portugal foi há quatro anos, mas não pude ir a Fátima”, acrescentou.
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A fé viaja
de Mérida a Leiria Victoria Urdaneta
Regressou a Portugal para concretizar o sonho de visitar o Santuário e encontrou muitas surpresas “Todo o devoto da Virgem de Fátima deseja ir ao seu Santuário mas nunca imaginei que eu estaria nessa viagem com, nada mais nada menos, o Papa João Paulo II”, recorda Victor Alberto Freitas Pereira, um contabilista natural do Funchal, Madeira, que também é o criador do parque temático e hospedagem de Pueblito “Sueños del abuelo”, em Mérida. Chegou à Venezuela em 1940, na idade da adolescência, encomendado à padreira dos imigrantes. “Sempre tive muita fé nela, como avocação da Virgem Maria, mãe de Jesus e protectora de todos nós. Por isso senti muita alegria quando tive a oportunidade de visitar o seu belo templo”. Juntamente com o Papa João Paulo II Karol Józef Wojtyła, nome secular do Papa João Paulo II, foi vítima de uma tentativa de assassinato quando saudava os fiéis na Praça de São Pedro, em Roma, a 13 de Maio de 1981, pelas mãos de Mehmet Ali Agca, a quem depois perdoou publicamente. A data coincidia com o aniversário da aparição da Virgem de Fátima aos pequenos pastores e, por isso, meses depois foi tornado público que o sumo pontífice visitaria o Santuário situado em Leiria para agradecer a Deus por ter conseguido sobreviver. “Quando soube fiquei muito emocionado porque eu também estaria lá para dar graças à Virgem”, conta Victor Freitas. “Naquela altura, o embaixador da Venezuela na Santa Sede era o Dr. Luciano Noguera Mora, político meridenho
Poesia para as mães Uma das coisas que Freitas adora é escrever e por isso quis associar-se ao especial do Dia das Mães, dedicando estas linhas “à pessoa que mais ama, a que mais sofre mas a quem Deus sempre ajuda”, afirma. “À mãe, ao ser no seu dia, de todos os dias” Mãe, és como a luz do sol que tudo ilumina E ao frio dá calor. Terna como um cântico de amor em noite de lua És um prodígio de vida, generosa e doce como o mel dos seus seios A sua alegria é como o canto de pássaros no romper da aurora. As suas lágrimas são o fino rocio das rosas nas manhãs de Primavera. Os seus lábios são como a espuma do mar beijando a praia. As suas tristezas são como a noite esperando um novo amanhecer. Mãe do sol Irmã da lua Espuma do mar Noite de esperança Alegria das minhas tristezas Amor dos meus amores Como tu.. Mãe... nenhuma. e amigo muito respeitado, que sabia acerca do meu desejo de poder cobrir o acontecimento, fazer trabalhos especiais audiovisuais e escritos para publica-los na Venezuela nos meios onde eu trabalhava”. Freitas tinha um programa chamado
Virgem de Fátima 15 “Ventana al mundo”, na Televisora Andina de Mérida e produzia um espaço na Radio Cumbre. Por outro lado, dominava o idioma italiano e conhecia a cultura pois havia exercido o cargo de Cônsul da Venezuela em Génova. “Cheguei ao Vaticano e senti-me emocionado quando entrei na sala de imprensa dirigida pelo monsenhor Romero Panccidoli. Entregaram-me a credencial juntamente com grupo de comunicadores sociais deramme uma grande noticia: “Regressarás com o Papa!” Foi maravilhoso saber que de Portugal a Itália viajaria juntamente com sua Santidade naquele voo da TAP, 15 de Maio de 1982”. Nesse dia aconteceu algo que nunca esquecerá. Em pleno voo, o Papa aproximouse dos passageiros para os cumprimentar um a um. “Não sabia o que fazer. Queria falar de tantas coisas mas a primeira coisa que fiz foi perguntar-lhe quando ia à Venezuela. Respondeu-me num castelhano perfeito, e enviou-nos muitas bênçãos”. Padroeira de Pueblito ‘Sueños del abuelo’ Ao percorrer o parque temático encontrarão um lugar muito especial: a gruta da Virgem de Fátima, cuja imagem recebeu a bênção do Papa João Paulo II. “Ela é a padroeira de Pueblito ‘Sueños del abuelo’, porque me permitiu tornar realidade esse desejo e todos os dias protege os visitantes”, comenta este homem de espírito aventureiro, que trabalhou 35 anos no sector bancário, 36 encarregando-se da sua quinta e 21 à frente do parque onde dá vida às suas ideias. PUB
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Durante mais de três décadas, Juan Pedro Figueira decorou imagens da Virgem. Quando chega a data das festividades de Fátima, a comunidade portuguesa na Venezuela tenta celebrá-la em grande. São muitos detalhes, mais do que possam imaginar, incluindo a decoração da imagem da santa. Uma pessoa que há muito tempo adorna estas imagens é Juan Pedro Figueira de Barros, que nasceu na ilha da Madeira e que é florista de profissão. Com o passar dos anos, os seus filhos, Victor e Juan Carlos, uniram-se a ele neste trabalho. Juan Pedro Figueira de Barros nasceu a 27 de Novembro de 1956, no Estreito de Câmara de Lobos. Chegou à Venezuela em 1969, mais especificamente a El Cafetal, localidade situada em C aracas, Município Baruta. Quase toda a sua vida se dedicou à jardinagem e às flores. Na comodidade do seu lar, falou extensivamente do tema. Um dos trabalhos que mais o apaixona é a decoração da Virgem de Fátima. Começou a fazêlo entre 1980 e 1981. “Um grupo de vizinhos trouxe a Virgem para Monterrey, em Baruta, uma cooperativa de vizinhos. O que fizemos? Trouxemos a Virgem para um colégio de monjas e aí fizemos a Festa da Virgem de Fátima por muitos anos. Estive pelo menos durante 15 anos na sua decoração”, comentou Juan Pedro Figueira. “Foi uma das prendas maiores que recebi e onde adornava pela primeira vez, aí ficava, porque toda a gente gostava do trabalho que eu fazia”, acrescentou. Mas não foi a única coisa que decorou junto com os filhos. “Saímos daí e mudei-me para La Boyera. Fui dando voltas por outras Virgens que me calhou decorar. Várias vezes decorámos em Santa Mónica, na urbanização El Cují, aqui em San Antonio de los Altos; também em El Hatillo, várias vezes; em San Antonio de Los Altos já decorei constantemente entre 18 e 20 anos. Os meus filhos já a decoram e tanto Víctor como Juan Carlos decoram igual ou melhor que eu”, apontou. Hoje em dia é ele quem decora a santa quando há algum evento no novo Santuário da Virgem de Fátima, que se está a fazer em Carrizal, San Antonio de Los Altos. “Um grupo de amigos convidoume e colaboro no que mais posso, adornando a Virgem. Para ela nunca estou cansado e tenho sempre
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A Virgem de Fátima
veste-se de flores Actualmente, não decoram apenas Virgem do Santuário de Carrizal. “O ano passado, Víctor e Juan Carlos fizeram a de Santa Mónica, enquanto no ano passado e o no anterior, Víctor fez a de Hatillo”, acrescentou. Aos seus filhos não lhes custou fazer o mesmo trabalho que o seu pai. “Em nada. Primeiro, não os obrigo; segundo, a eles sai-lhes do coração, eles aprenderam comigo e sempre gostaram. Mas jamais os obriguei a fazer algo que não gostem. Eles fazem-no por devoção”, contou. É devoto da Virgem de Fátima. “Com poucas palavras, tudo. Para mim, ela é o máximo”, assinalou. Somado a isso, esteve no Santuário de Fátima, em Portugal, há uns anos. “É inexplicável. Isso não tem
tempo. Há cinco anos que o faço”, disse. A decoração da Virgem varia sempre, dependendo de uma série de factores. “Depende do tamanho do andor e da imagem. Muitas vezes não importa só o tamanho da imagem, mas também do andor. Algumas igrejas têm-no mais pequeno; outras, maiores. E muitas vezes importa mais a mão da pessoa que está a trabalhar e o corte que as flores tenham, se fica mais curto, mais alto, mais longo, mais largo, etc”, assinalou. O mesmo se passa com as flores mas neste caso é diferente. “Depende da pessoa que doe as rosas ou que pague a promessa. Muitas vezes decoro mas não sou eu que põe o dinheiro para fazê-lo. Às vezes, sim. Quando paguei foi por al-
guma promessa ou quis fazer o donativo. Mas a maioria das vezes são pessoas que pagam a promessa e alguns a querem com flores vermelhas, outras com brancas, outros com rosadas, outros com orquídeas, outros com lírios… depende do gosto ou da promessa que tenha feito. Ainda que a Virgem vá de branco, o que faz a promessa às vezes quere-a com outra cor e ainda que não queiramos, não podemos dizer que não”, assinalou. Quando o chamam para decorar a Virgem, não existe outra coisa. “O negócio não existe no momento que estou a adornar a Virgem, continua o trabalho, mas não vou, vou decorar a Virgem, vou com a minha esposa (Alejandra Gomes), levo o meu termo de café e passo o dia relaxado”, contou.
nome. É uma energia diferente. Mas não é apenas ir a Fátima, ao Santuário. Eu convido todos os que vivem nesse belo país a visitar o Santuário. Se querem ver algo bonito, vão ao Santuário. Todos os domingos, há uma missa das 9 às 11 da manhã”, comentou. Sente-se feliz decorando a santa. “Não é um orgulho. É algo estranho de explicar porque vês como os olhos brilham. Vais rodando as flores, vais acomodando e vai ganhando forma. Felicitam-me e benzem-me as mãos. Eu digo-lhes que nos benzam a todos, porque não sou eu só, somos vários porque todo o mundo ajuda. A mim sai-me do coração. Não sou o único que a decora. Há outras pessoas que o fazem, até melhor do que eu”, expressou.
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Mãe 17
Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com
Ainda que a cesariana se tenha convertido numa das formas mais comuns de trazer um bebé ao mundo, novas tendências abrem passagem na sociedade. Ser mãe não é uma tendência ou moda, mas o certo é que em torno da mulher movimentam-se centenas de tendências, segundo a época em que se vive. É por isso, e provavelmente também por influência das redes sociais nas novas gerações, que as técnicas das avós estão a desenvolver-se até converter-se praticamente em moda, e não é em vão que ouvimos por aí que na Venezuela “parir está na moda”. Se bem que esta afirmação pode soar um pouco chocante, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a América Latina é o continente com maior quantidade de cesarianas realizadas per capita, sendo a República Dominicana e o México têm os números mais alarmantes. Segundo um comunicado publicado pela OMS no passado dia 10 de Abril, na América Latina quatro em cada dez partos realizam-se por cesariana (38,9%), número que supera amplamente a recomendação que esta instituição realiza desde há 40 anos: Entre os 10 e os 15%. O mais alarmante do comunicado são as reacções: É que, segundo os próprios protagonistas, uma das causas desta realidade é que é muito mais rentável para o grupo médico fazer uma cesariana do que um parto natural, e a Venezuela não escapa a essa realidade. Não obstante, actualmente há um grande grupo de pessoas a trabalhar em prol do que se conhece como “humanização do parto”, proporcionando às futuras mães toda a informação necessária, e o apoio, sobre o parto natural e os benefícios que traz tanto para ela como para o bebé. A decisão “A verdade é que sempre, desde pequena, pensei que quando me tornasse mãe, queria fazê-lo da maneira mais natural possível, queria dar à luz, dar de mamar, e muitas decisões tomei em torno disso, inclusive a escolha do médico que me acompanharia no processo, porque para falar claro, para mui-
O parto: Recuperando os conselhos da avó Segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, por Kennell J., Klaus M., McGrath S., Robertson S. y Hinkley, C., a presença da parteira diminui as cesarianas em 50%, a duração do parto em 25%, o uso de oxitocina em 40%, o uso de analgésicos em 30%, o uso de fórceps em 40%, o pedido de anestesia em 60% dos casos e uma considerável redução dos recémnascidos em terapia intensiva neo-natal. tos médicos hoje em dia é mais fácil e rentável marcar uma cesariana do que pôr uma paciente a parir”, diz Andreina Itriago, que se estreou como mãe há quase dois meses, e que se apoiou na informação que
tanto a sua médica como o pessoal da Clínica El Ávila lhe deram sobre o parto e os cuidados dos primeiros meses do bebé. Durante os meses anteriores ao parto, o pai e a mãe devem tomar uma das decisões mais importantes da sua vida, como trazer um filho ao mundo, e na Venezuela há diferentes opções para fazêlo, como por exemplo o parto na água, a cesariana e o parto natural humanizado, inclusive actualmente há mulheres na Venezuela que tornaram públicos os seus partos de pé, através das redes sociais. Agora também é cada vez mais comum que não sejam apenas clínicas e hospitais os locais onde uma mulher vai dar à luz, pois surgiram diversos centros de atendimento ao longo do país que dão a oportunidade às futuras mamãs de programar os seus partos sem que seja necessário um cirurgião ou um bisturi. A ajuda da parteira Uma das figuras que está a aparecer cada vez com mais frequência é a da parteira, uma mulher que informa e acompanha no processo vital da maternidade. Ainda que em muitos países europeus as parteiras não sejam reconhecidas pela segurança social, é importante destacar que este exercício não está
reconhecido como uma profissão ou ocupação. As parteiras não são pessoal sanitário, e tão pouco se trata de uma matrona, que é mais ou menos a figura a que países como a Venezuela estavam habituados. O seu trabalho é totalmente complementar ao que realizam tanto médicos como enfermeiras, já que as parteiras não estão capacitadas, nem habilitadas, para atender partos, fazer palpações ou diagnósticos. “Em todo este processo da maternidade, conheci a figura da parteira, e o meu marido e eu decidimos contratar os serviços de uma delas que nos acompanhasse durante o parto, e foi incrível. Elas resgatam a figura da ‘comadrona’ e de alguma maneira tornam os processos mais naturais e huma-
o dado
nizados, acompanham-te antes, durante e depois do parto, mas de forma integral. E ainda que aqui não estejamos tão avançados neste tema como noutros países, em que o ideal é que a mulher dê à luz no quarto, a parteira ajudou-nos muito a que tudo fluísse muito melhor, porque me ajudou a mover-me para que me sentisse mais cómoda, dá-te massagens, fala contigo, respira contigo, é como ter uma assistente nesse momento, e sobretudo alguém que sabe do que se passa, apoiando-te”, referiu Itriago.
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Segundo a OMS, uma cesariana só deve ser levada a cabo quando o parto não se pode desenvolver de forma normal, o que acontece em 15% dos casos segundo as estatísticas. Todos os números, para além dos antes referidos, são considerados intervenções cirúrgicas desnecessárias.
18 Mãe
Abril de 2015 | Correio da Venezuela
Amamentação, uma questão de
qualidade de vida
Carla Salcedo Leal csalcedo@correiodevenezuela.com
Benefícios incontáveis de uma tendência recuperada, apesar das mudanças de vida na actualidade. Se bem que é certo que a maioria de nós – pelo menos até à geração de 90 – foi alimentada quase exclusivamente através da lactância materna durante o primeiro ano de vida, também é certo que os tempos mudaram e algumas dessas técnicas ficaram de lado. Actualmente, o termo ‘lactância exclusiva’ está a ganhar força, o que supõe que durante os primeiros 6 meses de vida, o bebé deve alimentar-se unicamente com leite materno. Isto quer dizer que o bebé não deve ingerir nenhum outro alimento ou líquido, nem sequer água, e será a partir do mês 6 que poderá complementar a sua alimentação com outros alimen-
tos, até alcançar pelo menos os dois anos de amamentação. Apoio à lactância Muitas mulheres recorrem aos cursos de lactância materna, e para além disso reforçam os seus conhecimentos com a ajuda de uma conselheira de amamentação. A lactância materna tem sido, desde sempre, uma das formas mais eficazes de assegurar a saúde e a sobrevivência das crianças, inclusive quando é combinada com a alimentação complementar, já que previne a malnutrição e pode salvar a vida a cerca de um milhão de crianças por ano. Segundo números recentes da Organização Mundial de Saúde, a nível mundial menos de 40% dos lactantes menores de seis meses recebem leite materno como alimentação exclusiva, independentemente dos múltiplos benefícios que a mesma proporciona. O pai também pode ajudar a nova mãe no processo da lactância, colaborando com a relaxação através de massagens nas costas ou na nuca, e recordando que se a mulher tem a seu lado um com-
Benefícios da amamentação É um alimento natural, nutricionalmente superior, livre de contaminação. O bebé digere facilmente e não provoca prisão de ventre. Ajuda a que o útero volte mais rápido ao seu tamanho normal. Estreita os vínculos amorosos e afectivos entre o bebé e a mãe. Protege a criança contra algumas doenças bacterianas e virais. panheiro nervoso ou stressado, o mais certo é que esses estados anímicos a afectem. É importante destacar que quando a mulher dá de mamar, produz oxitocina, a hormona do prazer, mas se sente medo, o corpo gera adrenalina e inibe a produção de oxitocina, bloqueando, consequentemente, o reflexo de ejecção do leite. Mitos e realidades da lactância materna Segundo um grupo de especialistas consultados, é importante que toda a mãe saiba que: • O leite não acaba por muito que
o bebé sugue. Quanto mais sucção mais produção, o segredo de uma produção de leite é que o seu bebé sugue livremente. • A grande maioria das mulheres produz leite suficiente. Com efeito, um excesso de leite é comum. • A maioria dos bebés que ganha peso demasiado lentamente ou os que perdem peso não o devem ao facto de a mãe não ter leite suficiente, mas sim porque o bebé não recebe o leite que a mãe tem. • O bebé não precisa de água se está calor, já que o leite materno contém toda a água que o bebé precisa. • Com muito poucas excepções, a
mãe não deve deter o processo de amamentação, mesmo que tenha uma infecção. Se isso ocorrer, deve continuar a amamentar para proteger o bebé. Quando a mãe tem febre ou outros sintomas, já passou a infecção ao bebé, devido ao facto de a mesma já ser contagiosa durante vários dias antes de a mãe saber que estava doente. • Se o bebé adoecer, estará menos doente se a mãe continuar a amamentar. • Existem muito poucos medicamentos que a mãe não pode tomar durante a lactância. • Inclusive as mulheres com dietas baixas em calorias podem produzir leite suficiente. • É importante fazer o bebé arrotar depois da sucção. • É importante que as mães lavem as mãos antes e depois de alimentar o bebé. • Enquanto a mãe limpar os mamilos com água fervida antes e depois de amamentar, não deve correr nenhum risco bacteriano. • É necessário que comece sempre pelo seio pelo qual alimentou da última vez, ou seja, pelo seio com qual terminou na vez anterior.
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Mãe 19
O desafio da mãe
imigrante Mulher migrante na rede
Victoria Urdaneta
Em meados do século passado, as mulheres portuguesas “deram à luz” uma grande história O papel que a mulher portuguesa teve que assumir ante o fenómeno da imigração foi bastante duro, tanto para aquelas que ficaram em Portugal, como para as que cruzaram o oceano e para se radicarem em países longínquos como a Venezuela. Para elas, todo o esforço valia a pena para conseguir mais oportunidades para a suas famílias. Para este tema consultámos Milú de Almeida, presidente da Associação Nacional Mulher Migrante. “Inicialmente partiam os homens, para criar as condições necessárias para que a família se juntasse a eles. Isto trouxe como consequência a separação de famílias, com a mulher a cumprir as funções de pai e mãe ao mesmo tempo”, explica. Inclusivamente, “algumas mulheres nunca voltaram a ver o homem que quem procriaram e estes nunca mais voltaram a ver o pai biológico”, ainda que o objectivo inicial do emigrante português fosse trabalhar e obter dinheiro para lavrar um melhor futuro para a sua família e regressar a Portugal quando fosse possível. Mas, muitas vezes, o destino acabava por ser distinto. A mulher portuguesa “era encarada como célula social básica de reprodução da ordem e das tradições culturais” e quando chegou à Venezuela empreendeu a tarefa de inserir-se numa “sociedade cujos valores políticos, culturais, sociais e económicos diferem daqueles do país de origem , juntamente com o problema linguístico”. Ideal de progresso Num princípio, a mulher era educada para a criação dos filhos e as tarefas domésticas, pelo que os estudos não constituíam uma prioridade, já que a isto se somavam
@MulherMigrantVE www.mulhermigrante.org.ve
Na Declaração Universal dos Direitos Humanos está incluído o direito de toda a pessoa emigrar. Especificamente o artigo 13 estabelece que “Toda a pessoa tem direito a circular livremente e a eleger a sua residência no território de um Estado. Toda a pessoa tem direito a sair de qualquer país, inclusive o próprio, e a regressar ao seu país.” factores como a uma economia precária, as guerra, a árdua vida do campo, entre outros factores. Apesar de tudo, tal como explica de Milú de Almeida, muitas mulheres enfrentaram o mundo laboral, pouco a pouco, e com a chegada da industrialização, a mão de obra feminina passou a ocupar um lugar importante nas fábricas que emergiam. “A mulher provou que não estava somente capacitada
Ao entrevistar a diversas pessoas sobre o tema, observouse em algumas a dúvida sobre os verbos ‘imigrar’ e ‘emigrar’, pelo que é pertinente clarificar; Imigrar significa “chegar a outro país para estabelecer-se, especialmente com a ideia de formar novas comunidades ou domiciliar-se nas já formadas”, de acordo com o Dicionário da Real Academia da Língua Espanhola. Emigrar implica “deixar ou abandonar o próprio país com vista a estabelecerse noutro no estrangeiro”, segundo o mesmo dicionário.
para o lar, mas também para combinar as duas responsabilidades: o lar e o aspecto profissional, acrescenta. Mas “as mulheres de famílias com boas condições económicas ou de famílias com bom nível educacional, atingiram o ensino superior e exerceram funções na docência, administração pública, meios de imprensa, etc.” Reforçando a identidade Para a presidente da Associação Nacional Mulher Migrante, há um aspecto muito particular na segun-
da geração que alcançou um nível educativo superior e é que “são pessoas na maioria das vezes com uma identidade ambígua. Conhecem bem os padrões da pátria dos seus pais, não partilham a sua rigidez, mas gostam dos seus hábitos alimentares e das reuniões familiares aos domingos e nos dias de festa. No entanto, já não conseguem ter grande fluência na língua dos pais, limitando o seu vocabulário ao indispensável para a comunicação doméstica”. Isto não significa que se tenha perdido a língua. Os promotores do ensino do idioma português na Venezuela, como David Pinho ou Rainer Sousa, afirmam que hoje em dia está ocorrendo uma evolução muito interessante, pois cada dia são mais as alunas (também os alunos, mas no caso deste texto, damos ênfase à população feminina) mas aulas, de todas as idades e procedências, “porque desejam manter vivo o legado dos seus pais, já que consideram que é sumamente importante conhecer a língua com profundidade, fala-la fluidamente e de forma correcta, ou seja, dominala verdadeiramente e utiliza-la no âmbito profissional”.
80-100
milhões de pessoas em todo o mundo vivem fora dos seus países de origem, segundo estimativas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Madres polivalentes “Sinto-me cada vez mais orgulhosa das nossas mulheres que souberam deixar para trás a mala de cartão para estarem hoje inseridas no mercado laboral luso-venezuelano e ao mesmo tempo cumprirem com a tarefa mais complicada que a vida nos deu: a de ser mãe”, assegura de Almeida.
20 Mãe
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Tradições sobre a mesa Victoria Urdaneta
A gastronomia é um dos tesouros que as mães transmitem às gerações seguintes “Os tempos mudaram”. Eis uma frase que se escuta com frequência quando se aborda o tema das tradições. No entanto, na comunidade portuguesa os seus membros deram-se à tarefa de manter os seus costumes, apesar da influência da cultura local ou dos efeitos da globalização. Dar “sabor” à vida “Com mudanças, com toques pessoais, mas sempre conservando a essência das nossas raízes”, assegura Yudith Gómez Rodríguez, descendente de portugueses que faz questão de avisar que os “z” dos seus apelidos ficam-se a dever a uma confusão do funcionário do gabinete de registo, já que originalmente são escritos com “s”). O orgulho de ser luso-venezuelana não se fica pelas palavras. É uma assídua participante nos eventos organizados pela comunidade e actuações de grupos folclóricos. Estuda o idioma português e adora os pratos da comida lusitana. É aqui que paramos precisamente junto à mesa! É o coração da casa e em redor desta reúnem-se as famílias de origem portuguesa pelo menos uma vez por semana e em datas especiais, como o Dia da Mãe. “A minha mãe, que é originária de Câmara de Lobos, Madeira, tal como o meu pai), ensinou-nos a valorar estes momentos e a comida é deliciosa. Os doces são muito bons e prova disso são as malassadas”, afirma Gómez, enquanto oferece duas grandes cestas contendo esta deliciosa iguaria. “Alguns acompanham-nas com mel ou com açúcar, mas o mais importante é come-las com felicidade”, explica, com um sorriso estampado no rosto. A sua mãe, que trocou cartas de noivado e depois se casou por
Grayshel e Grettel estão conhecendo com mais profundidade a cultura portuguesa através do idioma e da gastronomia
Yudith Gómez Rodríguez é uma assídua participante nos eventos organizados pela comunidade
Na família de Alberto Andrade misturam os costumes dos dois países e o resultado é um prato
e actuações de grupos folclóricos.
diverso, colorido e requintado.
procuração, sabe que esse e outros costumes já não são frequentes nos tempos modernos. “Mas mantém outras maravilhosas, como os pratos típicos, explica-
nos como prepara-los e a todos nos encanta come-los, enquanto falamos e nos divertimos em família, com boa atitude, pois há que dar alegria à vida”.
“Degustar” às raízes Susana Oliveira conversa animadamente sobre temas muito interessantes. Nota-se que lhe encanta a leitura e que pode “de-
vorar” um livro em apenas umas horas, enquanto os seus filhos se entretém com os doces da talentosa avó. Esta última parte não é metafórica, mas sim literal. “Na realidade, adoram estes doces e acabam com eles num instante”. “A minha família e eu somos todos nascidos no norte de Portugal, perto do Porto”, explica Oliveira, cujas filhas Grayshel e Grettel estão conhecendo com mais profundidade a cultura portuguesa através do idioma e da gastronomia. “Adoram os doces e sobremesas preparados pela minha mãe, como o Bolo-rei ou o Pão de ló”, do qual enviou dois que fizeram muito felizes os presentes nesta ocasião tão especial. A sua mãe também faz “as rabanadas de vinho e na época do Natal e Ano Novo as especialidades são os Bilharacos de abóbora, bacalhau com batatas, que cada um rega a seu gosto com azeite de oliveira, vinagre, cebola, comino e ajo em pó. No dia seguinte, o que sobra é requentado tudo junto para o tradicional farrapo velho”. Um “bocado” cultura Os imigrantes portugueses que chegaram em meados do século XX à Venezuela, levam mais tempo aqui que o que viveram no país de origem, pelo que tanto eles como os seus descendentes misturam os costumes dos dois países e o resultado é um prato diverso, colorido e requintado. Assim sucede com a família de Alberto Andrade, professor de Português, que ressalta a diversidade que existe na mesa familiar, graças em boa parte, ao talento da sua mãe, Aldora de Ponte, que há muitas décadas chegou juntamente com Gregório Soares atrás de novos horizontes. Um exemplo do que ela consegue é o jantar de Natal. “Quanto à gastronomia, costumamos desfrutar de bacalhau e carnes assadas no forno ou guisadas, acompanhados com batatas e legumes, vinho e outras bebidas. Além disto, não faltam os tradicionais ‘pan de jamón’ e a ‘hallaca’. As sobremesas são de bolos de receitas tradicionais portuguesas como o bolo preto, bolo de mel mas também comemos os “turrones” e “panettone”. Como podemos ver é uma mistura de duas culturas que dá como resultado uma celebração variada e alegre”, explica Andrade. Além do sabor e dos aromas que a sua madre consegue apresentar em cada prato, ela possui a habilidade de reunir os seus entes queridos em redor da mesa para que compartam e se unam cada vez mais. “Desfruto de todos estes festejos, são muito significativos e estimulam a convivência entre familiares, amigos e vizinhos”, sublinha, com um ar de orgulho.
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22 Portugal
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Diáspora
França
Gérald Bloncourt, o fotógrafo
dos bairros de lata portugueses CORREIO/LUSA
Foi ao colaborar com jornais de esquerda como “L’Humanité” e “La Vie Ouvrière”, entre outros, que Bloncourt descobriu os bairros de lata portugueses nos subúrbios da capital francesa As fotografias de Gérald Bloncourt imortalizaram uma página da história da emigração portuguesa para França nos anos 60 e 70, quando os portugueses se instalavam nos bairros de lata nos arredores de Paris, conhecidos como “bidonvilles”. Gérald Bloncourt nasceu no Haiti em 1926, mas foi expulso no final da década de 1940 por razões políticas e passou a residir em Paris onde iniciou uma carreira de fotojornalista. Foi ao colaborar com jornais de esquerda como “L’Humanité” e “La Vie Ouvrière”, entre outros, que Bloncourt descobriu os bairros de lata portugueses nos subúrbios da capital francesa: “Era uma forma de escravatura moderna. Havia lama no inverno, era frio. Eram barracas feitas com tábuas, bocados de chapa, Era uma vida difícil, muito rude. Os homens iam trabalhar para as obras, as mulheres ficavam com as crianças”, lembrou o fotógrafo à Lusa. O primeiro “bidonville” que o repórter fotografou foi o de Champigny-sur-Marne, nos arredores de Paris, mas a abordagem não foi fácil: “Quatro portugueses viram-me e apanharam-me. Pensavam que eu era um polícia. Prenderam-me e meteram-me lá num edifício feito de tábuas. Havia lama por fora, mas lá dentro era asseado e tínhamos que tirar os sapatos.” Enquanto o fotógrafo aguardava, descalço, os portugueses “foram buscar o chefe”: “Quando o chefe chegou, disse-me “Que
As imagens do fotógrafo de 88 anos já integraram várias exposições em Portugal e França. FOTO DR
Gérald Bloncourt nasceu no Haiti em 1926, mas foi expulso no final da década de 1940 por razões políticas. FOTO DR
estás aqui a fazer?” Eu conhecia-o. Era um militante sindicalista da Renault que era o chefe do bairro de lata. Abraçámo-nos, bebemos uma garrafa de Porto e depois pude voltar!”, recordou. As histórias ficaram nas foto-
grafias, mas houve pelo menos um rosto que saiu dos arquivos 47 anos depois de Bloncourt ter apontado a máquina fotográfica a uma menina no bairro de lata de Saint-Denis. Na sequência da exposição “Por uma vida melhor”
Gérald Bloncourt nasceu no Haiti em 1926, mas foi expulso no final da década de 1940 por razões políticas e passou a residir em Paris onde iniciou uma carreira de fotojornalista.
no Museu Berardo, em 2008, o repórter foi contactado por uma mulher com os traços da criança que ilustrava a capa da exposição. “Ela disse-me: “ Talvez seja eu...” Fizemos uma investigação e era mesmo ela! Desde então, faz parte da família. Ela estudou na universidade de Coimbra, é uma mulher magnífica. Ela está a escrever um livro agora, pediu-me para fazer o prefácio, onde conta toda a sua aventura”, descreveu emocionado. Os relatos que ouvia nos bairros de lata, levaram Gérald Bloncourt a querer descobrir Portugal e a fotografar as rotas clandestinas dos que tentavam fugir à ditadura, num percurso que ficou conhecido como “O Salto”. “Conheci resistentes contra Salazar e - como eu próprio fui resistente contra a ditadura do meu país - quis lá ir. Fui a Portugal na época de Salazar, fiz toda a rota da emigração, de Lisboa passando pelo Porto, Chaves e aquela região. Fui mesmo detido pela PIDE uma vez. Eu tinha metido rolos para eles na mala e eles encontraram-nos. Mas eu tinha colado nas costas um par de meias com os rolos de fotografias importantes que consegui salvar e que estão hoje publicadas e expostas”, contou. Anos depois, o fotógrafo regressou a Portugal, onde aterrou nas vésperas do 1.º de Maio de 1974 para “tentar fazer algumas fotos” perante “mais de um milhão de pessoas com cravos e um povo em júbilo”. “Como estava em contacto com eles [os emigrantes portugueses], avisaram-me da Revolução dos Cravos. Fui logo a Portugal de avião, encontrei um lugar e estava no mesmo avião que Cunhal. Os camaradas dele cantavam e batiam com os pés e a hospedeira foi-lhes pedir para parar. Vivi a revolução dos cravos. Foi uma coisa incrível”, descreveu. As imagens do fotógrafo de 88 anos já integraram várias exposições em Portugal e França, fazendo parte do arquivo da Cité nationale de l’histoire de l’immigration, em Paris, e do Museu das Migrações e das Comunidades de Fafe. No passado 23 de Abril, o fotógrafo esteve no Fundão, para a inauguração da exposição “Por uma Vida Melhor”, e dois dias depois, em Lisboa, no dia 25 de Abril, para a exposição “O olhar comprometido de Gérald Bloncourt”, na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio. Além de fotógrafo, Gérald Bloncourt é pintor e poeta, tendo participado na criação do Centro de Arte Haitiana (1944) e tendo publicado vários livros, com destaque para “Le Paris de Gérald Bloncourt” (2010).
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24 Cultura
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Música
Victoria Urdaneta
Workshop de Cenografia Numa produção audiovisual, cada especialidade é de suma importância. Desta vez, a atenção centra-se na arte da cenografia e para aprofundar as suas técnicas e tendências, será promovido um workshop orientado pela arquitecta Silvia Trasancos. Os lugares são limitados e caso pretenda obter mais informação sobre esta iniciativa, terá que contactar a responsável pelo email: silviatrasancos@gmail.com ou pelo número 0416-8217010. Data: Sábados de 9 de Maio a 25 de Julho, 15h00 às 18h00 Lugar: Centro Cultural Chacao.
Embaixada promove novos concertos Sergio Ferreira Soares
Joshua dos Santos orientará a Orquestra Sinfónica Juvenil Simón Bolívar e Pedro Meireles vai demonstrar o seu talento com o violino e a viola A Embaixada de Portugal na Venezuela vai promover três novas iniciativas culturais com a finalidade de continuar a impulsionar os valores portugueses neste país latino-americano. Para tal fim, Joshua dos Santos e Pedro Meireles vão demonstrar o seu talento.
O primeiro evento está agendado para 30 de Abril, no Teatro Rafael Zárraga de Cocorote, San Felipe, Estado de Yaracuy, a partir das 6 da tarde. Cerca de uma semana mais tarde, mais precisamente a 5 de Maio, esta iniciativa será trasladada até Caracas, que acolherá um concerto na Sala Experimental do Centro Cultural Chacao, também às 6 da tarde. Finalmente, a 6 de Maio, Joshua dos Santos volta a entrar em acção no Centro de Acção Social pela Música, em Quebrada Honda, Caracas, às 5 da tarde. Luís de Freitas Branco será o músico homenageado nesta esta jornada, já que o director de orquestra e o violinista interpretarão peças deste recordado compositor lusitano.
Fado
Eddy Marcano reúne tendências Eddy Marcano, um dos violinistas mais conceituados da Venezuela protagonizará um concerto único, acompanhado de artistas de grande trajectória, como Goyo Reyna, Miguel Delgado Estévez, Henry Martínez, Trino Jiménez, Gian Faraone entre outros, com a finalidade de unir diversos géneros musicais e estilos, através da interpretação de peças de maestros como Italo Pizzolante e Armando Manzanero. Data: Entradas à venda a partir de 1 de Maio. Concerto a 16, às 20h00 Lugar: Centro Cultural BOD.
Urbanismo A arte também é vivida nas ruas, nos edifícios e em tudo o que tem a ver com a urbe, por isso, entusiasma a ideia do Centro Cultural Chacao e Backroom Caracas de criar cinco fóruns sobre o tema e de entrada livre. O primeiro intitula-se “Construindo a cidade desejada” e tem como convidado o co-director da Association Of University Leaders for a Sustainable Future, dos EEUU, Wynn Calder. Fecha: Os fóruns começam a 5 de Maio, às 11h00 Lugar: Centro Cultural Chacao.
Luisana apaixonou os valencianos
Pedro Meireles Violinista e violetista, três vezes vencedor do Prémio Jovens Músicos da RDP/RTP, nas modalidades de violino e viola, Pedro Meireles é um músico confirmado, com um vasto curriculum internacional, como concertista e como músico de câmara, tendo feito mais de 200 concertos em algumas das mais conceituadas salas da Europa. Desde que venceu, aos nove anos, o Concurso da Juventude Musical Portuguesa, ganhou regularmente primeiros prémios em muitos concursos, onde se destacam mais recentemente o Prémio Maestro Silva Pereira, Prémio Marjorie Hayward, Prémio Mica Comberti, Prémio de viola Theodore Holland, Sir Arthur Bliss Memorial Prize, Prémio de viola Max Gilbert, etç. Foi igualmente galardoado em vários concursos internacionais como primeiro violino do Quarteto Galitzin – foram 1˚ Prémio do Concurso Internacional de Música de Câmara Charles Hennen.
Danças
Amizade triunfa no XXIX Festival Fernando Cámara
Carlos Balaguera
O Centro LusoVenezuelano do Estado de Vargas ficou com o troféu do VI Festival Infantil.
cbalaguera@correiodevenezuela.com
A sede consular em Valência recebeu mais um concerto de fados O Consulado Geral de Portugal em Valência, no Estado de Carabobo, tem vindo a desenvolver diferentes actividades para desfrute da comunidade lusitana na região. Uma das mais destacadas é o impulsionamento da cultura musical de Portugal através dos concertos que organiza nos seus jardins. Mostra disso foi a Noite de Fados realizada no passado sábado, 18 de Abril, a cargo da jovem Luisana Andrade, acompanhada por Fernando Pires e Osluar Lermo na guitarra portuguesa. O cônsul geral, João Brito Câmara, deu as boas vindas a todos os presentes e convidou Luisana a subir ao palco, que iniciou a actuação com o Fado Loucura, de Mariza, seguido de canções de Ana Moura, Katia Guerreiro, Amália Rodrigues e Dulce Pontes, entre muitos outros. A cada canção, os convidados expressavam com aplausos que
o fado lhes chega ao coração, e como de costume, para encerrar, não faltou Lisboa, Casa Portuguesa e Venezuela Pátria. O cônsul geral convidou depois todos os presentes a um brinde e à inauguração da exposição de pintura ‘Los Motivos de Pabreu’, no salão de exposições do Consulado, do pintor luso-descendente Pedro Luís Abreu Rosales, proveniente do Estado Trujillo, que tem vindo a realizar exposições desde 1980 em diferentes galerias da Venezuela e dos Estados Unidos.
No passado domingo, 19 de Abril, o Estado de Carabobo vibrou com a realização do XXIX Festival de Folclore Português e do VI Festival Infantil de Folclore Português, levados a cabo no Grande Salão Madeira do Centro Social Madeirenses, situado no município San Diego. Aragua e Vargas saíram vitoriosos destas competições, dedicadas às vindimas. No XXIX Festival de Folclore Português, o Grupo Folclórico Amizade da Casa Portuguesa do Estado Aragua foi o grande vencedor da noite: Ficou com o prémio de Melhor Madrinha (Noelis Celina Gonçalves) e Melhor Grupo, ficando em segundo lugar na categoria Traje Típico e em terceiro no Grupo Musical. Por seu turno, no VI Festival
Infantil de Folclore Português, o grupo proveniente do Centro Luso-Venezuelano de Catia La Mar, Vargas foi o vencedor na categoria de Melhor Grupo Folclórico.
Vencedores Melhor Grupo Primeiro: Grupo Amizade. Segundo: Grupo Fundação Cultural Cantinhos Da Madeira. Terceiro: Associação Cultural Grupo Folclórico Os Lusíadas. Traje Típico Primeiro: Grupo Fundação Cultural Cantinhos Da Madeira. Segundo: Grupo Amizade. Terceiro: Grupo Folclórico Internacional Luso Centro Marítimo de Venezuela. Grupo Musical Primeiro: Renascer Lusitano Segundo: Associação Cultural Grupo Folclórico Os Lusíadas Terceiro: Grupo Amizade.
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26 Opinião
Abril de 2015 | Correio da Venezuela
Crónicas de Lisboa
Em Tempo de Santos, os Demos Adam à Solta Serafim Marques
O período pascal findo coincidiu, este ano, com umas condições climatéricas de pré-Verão, como benesse de S. Pedro. Esta dádiva veio, assim, contentar aqueles que puderam “ir à terra” celebrar a Páscoa, uma das festividades com maior relevo no mundo rural, embora a perder importância, e aos outros, os seguidores duma certa religião a que chamaremos “hedonismo”, partirem, para umas mini férias à beira mar, enchendo zonas turísticas, com os empresários do sector a agradeceram, porque estes “booms”, mesmo de turismo interno, são balões de oxigénio na economia local e nacional, e ainda mais quando se associam os estrangeiros, cujos países até estavam debaixo de condições climatéricas severas. Sejam cristãos, islamistas ou outros religiões, incluindo mesmo o culto “hedonista”, cada um segue a sua fé, desde que o faça em respeito pelas crenças e práticas dos outros, se estas forem feitas de acordo com as leis e com os valores democráticos das sociedades a que pertencem ou onde estão inseridos. Infelizmente, os atentados contra “inimigos” religiosos, cidadãos do mesmo país, está em crescendo,
com barbáries cometidas sobre civis indefesos só porque professam outra religião ou servem de pretexto aos grupos extremistas, fazem-nos lembrar os tempos das cruzadas ou mesmo duma certa violência praticada sobre os nativos nos processos de evangelização dos descobridores nas colónias conquistadas aos indígenas, violência pouco mencionado na história. Nos tempos de hoje e dum maior “desenvolvimento” do homem, estas barbáries e matanças humanas mostram-nos situações de inimaginável horror, mas afinal e apesar do progresso, embora muitas partes do globo tal ainda não tenha acontecido, relevam a “besta humana” que continua dentro de muitas organizações políticas, religiões etc que recorrem às barbaridades humanas, na prossecução dos seus fins político-religiosos, fazendo disso uma forma de vida, por exemplo, os jihadistas, muitos deles nados e criados nas nossas sociedades ocidentais. Mas também há outros “demos” por aí à solta e que libertam as suas mentes perversas para fazerem o mal, por exemplo, os pirómanos que vão ateando fogos para satisfação dum ego doentio. Com é possível que com os campos ainda verdes do Inverno que há pouco acabou, a onda de fogos no país tenha atingido já várias centenas de fogos, alguns de grandes proporções? Segundo as autoridade e os
especialistas, poucos são aqueles imputáveis aos efeitos naturais, pelo que os restantes têm o factor humano por detrás, seja por negligência seja por acção criminosa. Repito, como é possível, sem o Verão ter ainda começado ocorrerem tantos focos de incêndio, alguns com início em plena noite, naturalmente ainda frias? O que falha na prevenção e na justiça aplicada aos “agentes” incendiários, aqui em sentido lato, porque o cidadão comum “fica de pé atrás acerca dos incêndios” ? Numa altura em que se discute a elaboração duma lista de condenados por pedofilia, dividindo os defensores dos prós e dos contra, mas esquecendo-se sempre das crianças indefesas vítimas dos mais horrendos crimes, não faria sentido, e sem o estigma daquela, elaborar uma lista dos condenados por atearem incêndios, funcionando como forma de persuasão preventiva para a repetição, que em muitos casos ocorre? Esta “época santa” também não escapou, como excelente oportunidade, aos “gestores das greves” nos transportes (chamemos-lhes assim porque quando falam sobre os resultados das greves utilizam a mesma linguagem dos gestores: “a greve foi um sucesso”, ou , “conseguimos atingir os nossos objectivos”, etc.), isto é, os sindicalistas justificam o seu “trabalho” (alguns deles há muito que não fazem outra coisa) pelas greves que deter-
minam, sim, sublinho a palavra “determinam”, porque não creio que seja votada em maioria pelos trabalhadores abrangidos. A CP, praticamente parou nos “dias pascais” e, repare-se nos dias da greve: quinta e sexta feira santa, mas no sábado não houve greve, funcionando os comboios a pleno. Depois, voltou a greve no domingo e segunda feira de Páscoa. Como grandes “estrategas”, os sindicalistas sabem escolher os dias de greve procurando causar o maior dano à entidade patronal (aos utentes e a todos nós que lhes pagamos os ordenados através da bilhética ou dos nossos impostos) com o menor custo possível para os grevistas (a perda do salário correspondente). Desta vez foi a CP, mas ela mesma e outras EPs dos transportes têm recorrido a um número elevado de greves e outras se anunciam (Carris e Metro de Lisboa), afectando aqueles que lhes pagam os ordenados, sejam os utentes ou os contribuintes, através dos subsídios de exploração àquelas Eps, a maioria deles sem alternativas e auferindo salários muito baixos. A greve, que em democracia é um direito, deveria ser usada apenas em situações extremas e como “arma de recurso” e não de forma banal como tem sido utilizada ultimamente no nosso país, mas é usada como forma de protesto a actos de gestão empresarial e que, nesse caso, poderão ultrapassar as
funções dos sindicalistas, embora a fronteira não seja clara, porque embora certos actos de gestão possam afectar alguns ou a totalidade dos trabalhadores duma empresa, estes actos são da responsabilidade e da autoridade do gestor/empresário (ou dono). Nalguns casos, é a própria sobrevivência da empresa que está em causa, pelo que será legítimo que os sindicalistas (às vezes agindo com outras motivações e a “mando” de interesses que não os dos trabalhadores, mas que dizem defender) se oponham a esses actos e determinem greves, por vezes levando à falência da empresa, como há muitos exemplos na nossa história empresarial destes últimos anos? Infelizmente, os exemplos mostram um certo “divórcio” entre as Comissões de Trabalhadores e os sindicalistas, estes movidos por outros interesses que me dispenso de citar. Quem ganha com estas greves? Alguém, mas não os utilizadores dos serviços prestados pelas EPs e pelo Estado, ou talvez percamos todos nós porque as greves afectam a sociedade e a nossa economia como um todo. Quem são os responsáveis por este exagero grevista? Os sindicalistas “dinossauros” e os gestores maus negociadores? Provavelmente ambos, mas há reivindicações que vão para além do economicamente aceitável e da equidade e porque são interesses opostos... ...www.correiodevenezuela.com
espaço do Imigrante
Autobiografia de João Vieira, Jr. Shary Do Patrocinio
Outra das autobiografias que o professor Cota Fagundes faz menção é a de João Vieira, Jr., que nasceu na ilha da Madeira, em 1892, e emigrou para os Estados Unidos antes de cumprir vinte anos de
idade, por causa das suas crenças religiosas. Trata-se de um livro de 355 páginas que resume, através de cartas, homilias, sermões e polémicas na imprensa sobre as crenças protestantes do autor. Vieira, com o apoio moral do seu pai, comentou o questionamento que fazia aos dogmas da Igreja Católica, mais as perseguições que alguns membros do clero católico madeirense praticaram contra os
habitantes da ilha adeptos do famoso pastor escocês Robert Reid Kalley. Sobre as actividades deste homem e da posterior emigração para Trinidad, e inclusivamente para Illinois de milhares dos seus seguidors, o professor Cota Fagundes recomenda “The Coming of the Portuguese”, de George Rawlings. Em Bristol, Rhode Island, Viera aprende as primeiras noções de língua inglesa, bem como absor-
ve um pouco dos seus ideais de mulheres evangélicas (p. 5), das professoras Evelyn Batche e Mary E. Spooner. Estudou na Academy of East Greenwich y em 1927 e dói nomeado pastor em Cambridge, Massachusetts. Em 1928, obteve a licenciatura em Humanidades e Teologia pela Universidade de Boston e em 1933 foi destacado para a Califórnia como pastor na Great Shepherd Methodist Church de
Oakland. No seu ensaio, o professor Cota Fagundes afirma que o livro de Vieira possui muitos elementos em comum como processo de aculturação de outros imigrantes, o agradecimento à América e sobretudo o tom exemplar, mas sem grandes lições pessoais por parte de autor: Aí ́ ficam as minhas experiências, e oxalá elas tenham o condão do fermento bíblico na vida espiritual dos homens (p. 355).
O CORREIO da Venezuela não pode ser considerado responsável e/ou patrocinador das opiniões que são expressas neste espaço.
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4ta. Transversal, entre A. Andr茅s Bello y Alfredo Jhan. Urbanizaci贸n Los Palos Grandes, Caracas, ZP 1060
saúde em día
28 MISCELÂNIA
Abril de 2015 | Correio da Venezuela
Como prevenir a obesidade infantil
Pensa Verde Carla Salcedo Leal
Mães ecológicas
Correio da Venezuela
Os números não deixam margem para dúvidas e não enganam ninguém. A cada dia que passa, estamos mais pesados e mais obesos. Todos sabemos que o sedentarismo e uma alimentação desequilibrada são as principais causas para os elevados índices de obesidade que se registam em todo o mundo. As crianças são uma das principais vítimas desta doença. Mundialmente, segundo a Associação Médica Britância, mais de 22 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade tem excesso de peso, bem como 155 milhões de crianças em idade escolar. Tendo em conta este cenário, os especialistas alertam para a necessidade de tomar medidas capazes de travar o avanço desta epidemia, porque, se esta tendência continuar, esta geração de crianças será a primeira da história a viver uma vida mais curta que a dos seus pais. Dez medidas para combater a obesidade infantil, segundo o site espanhol Consumer. ∙ Sirva porções adequadas à idade da criança. Um estudo recente mostrou que o tamanho do prato influencia a quantidade de alimentos ingeridos pela
criança. ∙ Ter sempre em casa uma variedade de vegetais, frutas e grãos integrais (pão integral, massa integral, arroz integral, etc). ∙ Escolher leite e produtos lácteos com baixo teor de gordura ou desnatados. ∙ Reduzir o consumo de carnes vermelhas; Promover o consumo de legumes e frutos secos. ∙ Fazer com que os mais pequenos não cedam às tentações ricas em calorias (não colocar alimentos calóricos à vista dos mais pequenos). ∙ Promover a actividade física. Lembre-se que se os país fazem desporto, os filhos também querem fazer. Para prevenir a obesidade, as crianças deviam fazer todos os dias, no mínimo 60 minutos, de exercício físico.
∙ A bebida de eleição para acalmar a sede deve ser a água. O consumo de sumos e refrigerantes é desaconselhando. ∙ Evitar o consumo de açúcar, doces e bebidas açucaradas (especialmente “refrescos”). Vários especialistas sugerem que se deveria transmitir informações claras à população sobre os efeitos negativos destas bebidas. ∙ Restringir a cerca de 2 horas o tempo que as crianças devem ver televisão, jogar videojogos ou navegar na Internet –as crianças com menos de dois anos não deveriam ver televisão. Um estudo apresentado em Abril de 2013 concluiu que os filhos de pais que vêem muita televisão tendem a repetir o (mau) exemplo dos seus educadores.
Diz-se que o bem que se aprende nunca se esquece, e é por isso que muitos pais, ao saberem que a família vai crescer, procuram opções para tornar as suas vidas mais ecológicas e sustentáveis, permitindo que os seus filhos se convertam em pequenos ‘verdinhos’ que mudarão o mundo. Se é esse o seu caso, aqui ficam algumas dicas para ser uma mamã ecológica, e não precisa de fazer grandes alterações nas suas rotinas, basta simplesmente aplicar novos controlos que permitirão que os seus filhos se adaptem a uma vida um pouco mais ecológica. Lembre-se que é importante fazer de cada grãozinho de areia um hábito, e sem ser tão abrasivos, podemos começar por conhecer os produtos de limpeza que compramos para nossas casas, os quais podemos substituir por produtos caseiros, como o bicarbonato, o vinagre e o sumo de limão. Sugere-se também que prevaleça a decisão de comprar alimentos frescos e naturais em vez dos enlatados e congelados. Ensine aos seus filhos a importância de
consumir alimentos orgânicos. Ensine a sua família como reduzir, reutilizar e reciclar tendo sempre um plano B para o segundo uso de materiais ou embalagens. A tratar-se de decoração, dê uma oportunidade às plantas. Para além de tornar o seu lar mais agradável à vista, ajudam a purificar o ambiente. Ensine os seus filhos a desligar os aparelhos que não estejam a usar, e aproveite a praticabilidade da tecnologia para fazer pagamentos, enviar correios, fazer agendas, etc. Por último, tenha em conta que as borrachas das chuchas contêm, na sua maioria, bisfenol-A, um químico que se utiliza no fabrico de produtos de policarbonato, e que pode ser libertado quando submetidos a altas temperaturas.
segredos de cozinha
Sabia que…? Carla Salcedo
O mundo das mães Dizem que ser mãe é uma das etapas mais belas da vida de qualquer mulher, mas sabe a origem da celebração do dia das mães? Nesta oportunidade, trazemos dados curiosos sobre as mães que o vão surpreender. Diz-se que o dia da mãe tem a sua origem no século XVII, em Inglaterra, quando começou a ser celebrado um dia chamado ‘dia de servir o domingo’, no qual os criados tinham permissão para ir visitar as suas mães sem que os patrões descontassem o dia de trabalho. Actualmente, estima-se que há no mundo mais de 2 biliões de mães, e que a idade média para ser mãe aumentou para os 30, enquanto em 1970 era de 21 anos. O número de filhos de uma mãe moderna é de uma média de dois filhos contra 3,5 em 1950, sendo o
custo aproximado de gastos com a criança durante o primeiro de ano de vida de cerca de 7000$. Hoje em dia, 55% das mães com filhos menores de 1 ano, e mais de
70% das mães com filhos com mais de 1 ano fazem o mesmo. Esta estatística não se comprovou nos últimos anos, mas supõese que por cada 105 bebés rapazes nascem 100 meninas. Durante os primeiros meses, uma mãe usa a casa de banho para desligar-se dos deveres quotidianos, fazendo actividades como falar ao telefone, meditar, ver televisão, tomar um café, comer alguma coisa ou ler. Quando as mães já estão treinadas, mudam uma fralda num tempo médio de dois minutos, enquantos os pais o fazem em mais tempo. Em 1998, a mulher de Feodor Vassilyev foi proclamada a mãe mais prolífica da história, depois de ter tido 69 filhos num total de 27 partos múltiplos. No total, esta mulher esteve grávida durante 18 anos da sua vida, e teve 16 partos de gémeos, 7 de trigémos e quatro de quadrigemeos. Por último, vários estudos demonstram que as mães que dão à luz tarde vivem mais anos, e que ter filhos deixa as mulheres mais preparadas.
Polvo vinagrete com pimentos Prato elaborado por: Chefe David Silva, Four Views Hotels Receita por: Natividade Maria Santos Pires
Ingredientes
1 polvo grande de 1 kg 4 tomates 100 g de azeitonas 1/2 pimentão vermelho picados 1/2 pimentão amarelo picados 1 cebola grande 200 g de cogumelos picados » 1 dente de alho » Cheiro verde a gosto » Sal, vinagre e azeite a gosto
Preparação
1
Coloca-se o polvo numa panela de pressão sem água, apenas com 1 cebola, 1 folha de louro e 1 pitada de sal
2
Quando chiar a panela marcar 8 minutos
3
Desligue a panela e espere acabar a pressão.
4
Picar o polvo em pedaços e acrescentar os restantes ingredientes todos picados em pedacinhos bem pequenos.
5
Envolver tudo com azeite e vinagre.
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26 30 Desporto
Quinta-feira de Outubro a Quarta-feira 6 de Novembro de 2014 | Correio da Venezuela Abril de 201530| Correio da Venezuela
Portugal
I Liga
Maniche considera campeonato decidido CORREIO/LUSA
Benfica será um justo campeão, defende o antigo internacional que representou Sporting, Benfica e FC Porto "Não ganhando no Estádio da Luz, as coisas tornaram-se mais difíceis”, defendeu Maniche. FOTO DR
O ex-internacional português Maniche considerou, no passado 28 de Abril, que o campeonato nacional de futebol está decidido e que o Benfica será o justo vencedor, depois de o FC Porto não ter conseguido vencer o ‘clássico’ no domingo (0-0). Numa vista ao Estoril Open em ténis, o antigo médio, que jogou nas duas equipas, lembrou que o encontro no Estádio da Luz entre Benfica e FC Porto era mais importante para os ‘azuis e brancos’. “Não ganhando no Estádio da Luz, as coisas tornaram-se mais difíceis. Ainda não acabou e o FC Porto é um clube que nunca manda a toalha ao chão, mas temos de ter os pés bem assentes: é extremamente difícil. Acho que o campeonato neste momento está decidido”, afirmou aos jornalistas. Com o título então entregue ao Benfica, Maniche considera que o clube da Luz é “o justo vencedor”. “O Benfica está com quatro
pontos à frente e tem a vantagem de jogar com esses pontos. Acima de tudo, o vencedor é o vencedor e é sempre justo”, sustentou. Sobre o desempenho do Sporting, outro dos clubes por onde passou, Maniche disse que os objectivos eram “muito altos” e que assumir-se como candidato ao título, no início da época, foi “um erro”. “Os objectivos estavam muito altos com a conquista do título e foi um erro ter assumido essa candidatura, mas é compreensível porque o Sporting é um grande clube e tem bons jogadores. Sabíamos que era muito difícil o Sporting vencer o campeonato”, sublinhou. Quanto a Marco Silva, o ex-jogador português disse que o treinador dos ‘leões’“tem tudo para ser ainda melhor”. “Gosto do Marco Silva como treinador e como pessoa. Tem tudo para ser ainda melhor. Tem vindo a mostrar isso e tem feito um excelente trabalho no Sporting com aquilo que tem”, concluiu.
International Champions Cup
FC Porto defronta Paris Saint-Germain CORREIO/LUSA
Taça de Portugal
Ditou o sorteio da competição particular de pré-temporada, realizado em Nova Iorque O FC Porto vai defrontar o Paris Saint-Germain na sua estreia na International Champions Cup de futebol, ditou o sorteio da competição particular de pré-temporada, realizado em Nova Iorque, no passado 28 de Abril. Os ‘dragões’ vão defrontar os parisienses a 18 de Julho, em Toronto, no Canadá, na sua primeira participação na prova, que, pela primeira vez, não vai ser disputada unicamente na América do Norte, com alguns jogos a disputarem-se na Austrália e na China. Seis dias depois de jogar com o Paris Saint-Germain, o FC Porto defronta a Fiorentina em East Hartford, Connecticut, antes de viajar para Nova Iorque, onde vão defrontar os New York Red Bulls, a 26 de julho. A finalizar a sua participação na prova, os ‘azuis e brancos’ visitam
“Sporting vai vencer... mas não salva a época” CORREIO/LUSA
Ex-presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, mostrou-se confiante quanto à vitória no Jamor
Os ‘dragões’ vão defrontar os parisienses a 18 de Julho, em Toronto. FOTO DR
o Club America, numa partida a disputar a 28 de Julho, no Estádio Azteca, na Cidade do México. Também convidados a participar nesta prova foram o Manchester United, campeão em 2014, o FC Barcelona, o Chelsea, os Los
Angeles Galaxy e os San Jose Earthquakes. Nos jogos a disputar na Austrália vão estar o Real Madrid, o Manchester City e a Roma, enquanto na China, além dos ‘merengues’ vão estar o Inter Milão e o AC Milan.
O antigo presidente do Sporting Filipe Soares Franco mostrouse confiante de que a sua equipa irá vencer a Taça de Portugal de futebol, sublinhando, contudo, que “isso não salva a época”. O presidente do Clube de Ténis do Estoril, onde, na passada terça-feira, 28 de Abril, falava aos jornalistas à margem do Estoril Open, disse que o Sporting “vai ganhar a Taça”, mas “salvar a
época nunca salva, porque não é campeão e era isso que as pessoas ambicionavam”. “O Sporting está a fazer uma época bastante positiva se tivermos em atenção, não só o quadro de jogadores que o Sporting tem, como também o treinador ser novo e novo no Sporting”, acrescentou. O ex-presidente da equipa de Alvalade não quis comentar a prestação dos clubes adversários, nem tão pouco sobre se o Benfica seria ou não um justo vencedor do campeonato nacional. “Disso não me pronuncio. Nem sobre o Benfica, nem sobre o FC Porto. Só gosto do Sporting e gosto muito do Estoril-Praia também”, afirmou. Sobre a continuidade do treinador do Sporting, Marco Silva, Soares Franco também não quis comentar.
Correio da Venezuela | Abril de 2015
Futebol
Ricardo Martins é um dos baluartes do Deportivo Anzoátegui Fernando Cámara
O médio fez parte da selecção portuguesa de Sub-21 de futebol. A Venezuela é um país multicultural, onde a maioria das pessoas tem alguma raiz estrangeira nos seus antepassados. Portugueses, espanhóis, italianos, chineses e colombianos, entre muitos outros, ocuparam múltiplos espaços e o futebol não é excepção. Vários luso-descendentes fazem parte da primeira divisão. Um deles é Ricardo Martins, que depois da passagem pelo futebol lusitano, regressou ao oriente do país há dois anos e consolidou-se como um dos melhores na sua posição. Ricardo Martins vive um bom momento: É titular indiscutível no Deportivo Anzoátegui e a partir do meio campo, faz parte da coluna vertebral da equipa. No passado
fim-de-semana venceram a equipa do Metropolitanos vindos de baixo. “Uma vitória difícil perante um rival que se debateu bem no campo. Começamos a ganhar o jogo
no primeiro tempo. Conseguiram marcar devido a alguns erros nossos. Não tivemos outra opção senão continuar a lutar pelo titulo e conseguimos os três pontos”, co-
mentou. O Deportivo Anzoátegui terá um calendário complicado: Trujillanos em Valera, Táchira em Pueblo Nuevo, Estudiantes em casa e Lara em Cabudare. “São quatro finais para nós, cada jogo será diferente. Cada um é uma final, propusemonos conseguir as cinco finais e ganhámos uma. Já estamos a pensar no próximo jogo, que é contra o Trujillanos, o grupo está focado em cada jogo e esperar a ver o que acontece”, disse. Com a passagem do tempo, foi ganhando hierarquia dentro da equipa e já é um dos capitães. “Tenho a confiança do grupo e do corpo técnico. Somos vários capitães. O positivo é que somos uma família e qualquer um pode ter a faixa”, apontou. O jogador nascido em El Tigre espera ser campeão na Venezuela pela primeira vez. Voltou porque tinha perdido continuidade em Portugal e deseja vestir a camisola da Vinotinto.
Futebol
Unión Atlético Falcón já se instalou no Centro Português de Punto Fijo Fernando Cámara
Está previsto que o estádio venha a ser utilizado para os jogos caseiros no próximo torneio O plantel do Unión Atlético Falcón realizou, em 23 de Abril último, o primeiro treino na sua nova sede desportiva, que qual está localizada no Centro Português de Punto Fijo. Este recinto deverá também servir para aco-
lher os jogos caseiro desta equipa no próximo torneio. Apesar de o estádio ainda se encontrar em construção, já se pode vislumbrar que se trata de um projecto que tem tudo para ser bem sucedido, já que promete proporcionar uma gama de benefícios tanto para os atletas do clube Unión Atlético Falcón, como para todos os jovens que venham a ter a oportunidade de integrar a Academia UAF, que abarca categorias femininas. Por agora, a novidade no clube falconiano é que o plantel já treina num campo com condições dignas de um clube profissional, pequeno grande detalhe que até ao momento não havia registo na história do futebol falconiano.
O presidente do clube, Claudio Martínez, não escondeu a satisfação que sentia após a realização do primeiro treino da equipa sobre o novo relvado: “Hoje sinto como se o clube acabasse de nascer, como se chegássemos para trabalhar hoje pela primeira vez. Passámos muito mal durante uns três anos, mas hoje a situação é diferente”, afirmou. Por outra lado, Martínez explicou que falta concluir a obra, sublinhando que o esforço está sendo sobre-humano: “Ainda nos falta muito por materializar. Falta a estrutura das bancadas, os balneários, quarto de árbitros, e demais coisas que queremos fazer, onde o mais complicado apesar do tempo e do dinheiro que dedi-
camos, é que não se conseguem os materiais para começar a trabalhar. Mas é um facto que a equipa já disporá de melhores condições durante as semanas que restam deste torneio e que para o próximo regressamos a casa”, acrescentou. Freddys González, DT da equipa principal, também se mostrou satisfeito ao concluir o primeiro treino no novo campo. “É extremamente positivo treinar neste novo campo. A intensidade com que podemos trabalhar cá durante a semana é semelhante à que vamos a viver nos fins-de-semana em cada partida. Agora podemos praticar jogadas ensaiadas e outras situações de jogo real”, explicou.
Desporto 31 soltas A 7ª edição do Desafio Internacional de Ciclismo, que decorreu no domingo, 26 de Abril, na Serra do Tepequém, município de Amajari, Brasil, e os destaques foram dois irmãos venezuelanos que vieram do Estado de Táchira. O campeão da competição na categoria principal (Elite Speed/Sub-23) foi Jhorman José Flores Cañas, seguido pelo irmão, Ruben Eduardo Flores Cañas, no percurso de 100 km em que particiaram mais de 150 atletas. Além dos irmãos venezuelanos, completaram o pódio pela categoria principal do masculino em terceiro lugar e considerado um dos favoritos à vencedor do desafio, o ciclista de Ribeirão Preto (SP), Antonelson Dornelles, atleta que já conquistou título em solo roraimense.
A Maratona de Boston, realizada no passado 20 de Abril, ficou marcada este ano pela superação de alguns participantes, como destacou o site português corredoresanonimos.pt. Além de Rebekah Gregory, outro nome que marcou a edição, foi o venezuelano Maickel Melamed, de 39 anos, foi o último atleta a cruzar a meta, após 20 horas. Melamed sofre de uma distrofia muscular que afeta severamente os seus movimentos. Referência na América do Sul devido a sua tenacidade, o venezuelano já correu as maratonas de Nova Iorque (2011), Berlim (2012), Chicago (2013) e Tóquio (2014). O Caciques da Venezuela fechou triunfante, no passado 24 de Abeil, a eliminatória da V Série Mundial de Boxe e passou à fase final do torneio, derrotando na véspera como visitante o conjunto Rafako Hussars da Polônia 4-1 e atingiu 26 pontos para concluir como o melhor terceiro da chave B e classificar as quartas de final. Os ganhadores foram os criollos Eduard Bermúdez (52 kilogramos), o capitão da equipe, Gabriel Maestre (69 kg), Albert Ramírez (81 kg) e Edgar Muñoz (+91 kg) Só Luis Cabrera (60 kg) sofreu uma apertada derrota 47-48.
imagens da semana
eles respondem
P r ê m i o Ta l e n t o C o m u n i c a ç ã o S o c i a l 2 0 0 9
Ellos Hablan ¿Cuál es tu comida favorita portuguesa? ¿Por qué? #Exprésate y #Participa ¡Porque tu opinión cuenta! #Portugal #Gastronomia #Cocina #Culinaria #Encuestas carlosm.defreitas Todasss arturgcarvalho SON TANTAS. DE PRIMER ORDEN DIFÍCIL DE CONTESTAR. CALDO VERDE. SARDINHAS ASADAS. CATAPLANA. AMÊIJOAS Á BOLHÃO PATO. ESPETADAS EM PAU DE LORO. ESPADA PRETA. FRANCESINHA NO PORTO. ENCHIDOS DO NORTE. CARNE DE PORCO Á ALENTEJANA. ETC. QUE SAUDADES.
Resistência a antibióticos de tribo venezuelana isolada preocupa especialistas
Magalhaesgonclves La gastronomia portuguesa es muy amplia y rica ..Todos sus platos.son deliciosos Portuguesadas De todo!! patri205 Delicioso el milho con atun titojoseolivares TODASSSSSS gentesaludable El caldo verde!!!!!! Mario Lopes fatías!!! nadie las hace como mi mamá Maria Irene Gomes Grao de bico con bacalhao mmmmmmm rico
Grande cortejo da Festa da Flor atrai milhares ao Funchal
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Dayana Zita Bolo de caco com alho e manteiga na chapa!! Isabel De De Freitas todassss Silvia Henriques Leitao a bairrada Beatriz Pestana filete de espada preto!!unmm Maria Dilia Andrade Carne viña de ajos Marilly da Conceicao Cozido à Portuguesa