Corrente 03

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Volume 1—edição 03

Setembro de 2017

diretor e editor — Afonso Rocha

Corrente d’escrita Editorial Mais uma vez voltamos ao vosso convívio. É o terceiro número do Corrente d’escrita.

Em pauta...

Pelas reações recebidas apercebemo-nos que o Boletim já é uma referência no campo da literatura, dos escritores e dos livros. Importa agora divulgar, e cada vez mais esta corrente literária que também é vossa: dos escritores; das bibliotecas e de todos que movem com a cultura e os livros. Neste número tratamos em destaque o Conselho Estadual de Cultura, pois defendemos que os Estados, pelo seu passado e presente, devem ter a Cultura como um objetivo central nas suas políticas públicas

Em pauta...

1

Entrevista

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O diretor recomenda

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Na Ponta da Língua

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Academias & Bibliotecas 6 Nossa Vitrine Leia-nos

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Dicas deCritique português

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CEC-SC 2017—2019

Os membros representantes da sociedade civil organizada são escolhidos pelas respetivas entidades, oficializados ao Secretário e vinte um membros efetivos, nomeao Governador do Estado. ados por ato do Chefe do Poder Executivo (Governador), com a O mandato dos Conselheiros é de dois anos, permitida uma única seguinte composição: recondução, ficando assegurada a O Presidente é escolhido pelo Gorenovação de no mínimo um terço vernador do Estado e o dirigente dos membros a cada mandato. máximo da Fundação Catarinense → Pág. 6 de Cultura (FCC) exerce a Secretaria Geral;

CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA Conselho Estadual de Cultura (CEC-SC) foi criado pela Lei Estadual 2975, de 18 de dezembro de 1961. De caráter consultivo e deliberativo, tem por objetivo discutir, deliberar e propor ao Secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte as diretrizes da política de desenvolvimento da cultura do Estado de Santa Catarina, seguindo as orientações e determinações contidas nas políticas governamentais.

tante dos profissionais de Conservação e Restauração do Patrimônio Histórico; da área de Cinema e Vídeo, área de Teatro, área de Dança, área de Folclore e Artesanato, área de Música, área de Patrimônio Histórico e Geográfico, dos Escritores, dos Artistas Plásticos e das Artes Educadores.

Dez membros representativos das diversas regiões do Estado, escolhidos pelo Governador, dentre personalidades da área da cultura, O CEC-SC tem sede em Floria- atuante e de reconhecida idoneidanópolis, em espaço cedido pela de; Administração do Centro Integra- Dez membros representativos da do de Cultura (CIC) e o mobiliá- sociedade civil organizada de setorio doado pelo Governo do Esta- res culturais específicos, estabeledo. O Conselho é constituído por cidos da seguinte forma: represen-


Corrente d’escrita

Conversa com o Presidente

MARCONDES MARCHETTI Na gestão 2015/2017 do Conselho, sob a Presidência de Roselaine Vinhas, iniciou-se um programa de interiorização do Conselho, com dois objetivos centrais: estadualizar a presença efetiva da Cultura enquanto atividade pública, antes mais concentrada na região da Capital e estimular a formação e ou a consolidação dos Conselhos Municipais de Cultura. Como o Conselho Estadual conseguiu, em razão de suas muitas ações, readquirir credibilidade, estas incursões ao interior obtiveram notável repercussão, fomentando iniciativas locais, e em muitos casos, defendendo a manutenção de estruturas culturais nos Municípios, que estavam sendo desativadas em razão da crise fiscal por que passam os Municípios. Estas ações de interiorização são muito demandadas pelo papel indutor na organização de Conselhos Municipais de Cultura. Como sabemos, estes Conselhos atuam fortemente na preservação e na construção de políticas culturais locais, permitindo que mesmo na crise econômica, sejam mantidas ações e iniciativas culturais. Quem desenvolve esforços para lançar os Programas Culturais é a Fundação Catarinense de Cultura (FCC). O Conselho pressiona pelo lançamento, como fez na reativação do Edital Elizabete Anderle, no curso da gestão anterior já referida. Está previsto o lançamento do Prêmio Catarinense de Cinema, com um montante aproximado de 8 milhões de reais, investimento superior a todos os valores alocados em edições anteriores, e que com certeza trará enormes repercussões na área de cinema e áudio visual. Há previsão de lançamento do Salão Victor Meirelles, do Prêmio Cruz e Souza, do Prêmio Virgílio Várzea e do Programa de Lançamento de Livros COCALI (Comissão Catarinense Página 2

do Livro). Há em curso na Fundação ações na área do Patrimônio Histórico. Além do efetivo esforço pela aprovação da Legislação sobre o Sistema Estadual de Cultura e o Plano Estadual de Cultura. Um aspecto a salientar é o de que, na gestão anterior e nesta, do Conselho, atuamos bem próximo da FCC, sendo seu Presidente, o Professor Rodolfo Pinto da Luz, Secretário do Conselho, com participação ativa em todas as reuniões e ações do Conselho. Assim, ao surgirem problemas na área, o gestor da Fundação participa das discussões e ge-

ralmente encaminha soluções possíveis ali mesmo. A Fundação adota o mesmo empenho, na política de interiorização da Cultura e de formação de Conselhos Municipais de Cultura. Devemos afirmar que a legislação de Mecenato, é uma das teses que mobiliza o Conselho. Foi adotada pelo Conselho e pela própria FCC, perante o Estado, visando o relançamento da Lei Estadual do Mecenato, via o ICMS. Quanto à potencialidade do Mecenato: só de incenti-

* vos da Lei Rouanet, a FIESC, através do Programa Fundo Social, que estimula os empresários a investirem todo o potencial legal a quem têm direito, aqui no Estado, levantou o valor ano de 80 milhões de reais, dos quais apenas 30% são efetivamente investidos em Projetos. Este valor é maior que a soma de todos os investimentos orçamentários de todos os Municípios e do próprio Estado, na área cultural. Acrescente o potencial de uma legislação de Mecenato do Estado e dos Municípios, e teremos uma fonte de recursos magnifica a ser aplicada em projetos e ações culturais. Na verdade, um bem planejado Programa nesta área, traria uma tal soma de investimentos em projetos culturais, que teríamos uma efervescente revolução cultural em Santa Catarina, com recursos efetivos. Quer dizer, ações culturais e não discursos de pleiteamento de recursos. E, mais importante, as aplicações serão feitas preferencialmente na região onde são gerados os tributos, para contribuir com demandas culturais locais, também no interior do Estado, hoje represadas. Em breve deverá ser proposto um Programa de Capacitação de Agentes Culturais Públicos e Privados, para a elaboração de Projetos perante a Lei Rouanet, qualificando as propostas de formas a obter a aprovação e posteriormente contribuindo para obter a efetiva captação, mediante a estimulação ao empresariado, tornando-o mais recetivo para com a Cultura. * Advogado, nasceu em Dona Ema, SC, foi vereador em Ibirama tendo revitalizado a Biblioteca e implementado o Museu Eduardo de Lima e depois deputado estadual entre 1982-86. Dirigiu o Departamento de Cultura do Estado na gestão Konder Reis. Coordenou a edição da obra Ilha de Santa Catarina—Relatos de Viajantes Estrangeiros nos Séculos XVIII e XIX.


Volume 1—edição 03

Notas de leitura ro, mas isso não bastava e… continuou sonhando. Fez curso de teatro, foi assistente de cinematógrafo, sonoplasta de cinema, dublador, ator, enfim, ampliou seu campo de ação, mas o sonho continuava lá, até que um dia aconteceu. Iniciaria sua jornada internacional pelas terras das Valkyrias e do deus Thor. Pulou do caldeirão carioca para a fria Escandinávia que o recebeu de braços abertos.

Narrada na primeira pessoa, com a simplicidade dos sábios e a ternura da mais doce das paixões, Aguinaldo José de Sousa Filho nos entrega a história vitoriosa de seus sonhos numa consagração à vida e ao que ela tem de mais generoso, criativo e simples. Aguinaldo Filho é um exemplo vivo do que os sonhos da juventude podem se tornar realidade. Quando em seu quarto no segundo andar da rua Conselheiro Mafra, em Joinville, SC, sonhava em um dia conhecer aqueles lugares que os locutores internacionais narravam em seus programas e entrevistas que ele ouvia no rádio de ondas curtas, criava sonhos na tela panorâmica de sua mente. Aguinaldo já passeava pelas grandes avenidas das maiores metrópoles mundiais. Aos 19 anos, já era locutor de

O resto, o leitor poderá imaginar ou melhor ainda — conhecer, lendo esta obra singular, sincera, divertida e esclarecedora, mas acima de tudo dirigida aos sonhadores. À venda em Loja

duas grandes emissoras do Rio de Janei-

Site do autor www.aguinaldofilho.com

trabalho, descanso, lazer... * Não deixe de ler livros. Este Janela das Letras, é a quarta antologia publicada pela Associação das Letras dedicada aos contos, crônicas e poemas, na qual participam vinte e cinco escritores filiados na Associação, com curadoria e prefácio da escritora Rita de Cássia Alves. Nesta antologia participam Ana Elizabeth Simões; Bernadéte Costa; Daran Ferreira, David Gonçalves, Denilson Rocha; Denise Aidar; Eliane de Cerqueira Knabben; Elizabeth A.C.M. Fontes; Gabriel Freire; Janaína Schussler; João Bosco Strozzi; José Fernandes; LiriHá; Maria de Fátima Joaquim; Mariane Eggert de Figueiredo; Milton Maciel; Norma Rathunde; Onévio Antonio Zabot; Reinoldo João Correia; Romualdo Vicente de Ramos; Rosana Ritz; Roseli Ritzmann; Salustiano Sousa; Silmar Botrer e Sílvio Vieira. Esta compilação reitera a missão da Associação das Letras, que é a de fomentar o desenvolvimento literário por meio da criação, produção e divulgação de acervo afim, permeada pelo intercâmbio entre escritores e o incentivo à leitura. Como diz a curadora e prefaciadora da obra, Rita de Cássia, “o tempo torna-se o revisor das expectativas e a narrativa se embeleza de versos, motivando-nos a recuperar novos registros e a nos revestirmos de personagens da delicadeza”.

www.associacaodasletras.com.br Página 3


Corrente d’escrita

Leituras do diretor … | BRASIL EM ALTA precisa primeiro ler este livro.

Nesta edição do “corrente” indico a obra BRASIL EM ALTA, um autêntico manual sobre o país, cuja leitura recomendo vivamente. Apesar de editado em 2012, e mesmo tendo em conta os últimos acontecimentos, BRASIL EM ALTA—A história de um país transformado, mantem a sua vitalidade e atualidade. Afonso Rocha “Ninguém enxerga o Brasil com maior profundidade de análise do que Larry Rohter”, escreveu na contracapa o escritor Paulo Coelho. “Sua compreensão e profundo conhecimento do país fornecem uma visão muito precisa da dinâmica e cultura vibrante, bem como da rápida ascensão da sua economia e da sua transição de ditadura para a democracia. Qualquer um que deseje conhecer o lugar do Brasil no mundo de hoje,

“Os livros não provocam sarna, hepatite B, A ou C, febre amarela, dor de cotovelo, de corno, mau olhar… e também não engordam” (Afonso Rocha)

No momento em que o Brasil revela toda a sua pujança (2012), o jornalista norte-americano Larry Rohter nos surpreende com um brilhante retrato do Brasil e do seu povo. Reconhecido mundialmente como um dos maiores especialistas em assuntos brasileiros, ele discorre, neste livro informativo (e formativo) como uma enciclopédia, sobre a história, a economia, o povo, os costumes, a terra, os recursos naturais, a cultura e a política do Brasil, com destaque para as mudanças que, nos últimos 20 anos, transformaram um atrasado país agrícola, arruinado pela hiperinflação e pela ditadura militar, numa moderna potencia industrial e a sexta economia do mundo. Ele também explica por que, apesar desses avanços, a nação continua vitimada pela desigualdade, o clientelismo, o fisiologismo e a corrupção, mazelas sociais que não só não morreram, como ainda dirigem os rumos do país. Geração editorial, SP, 392 p, 2012

Atenção escritores... Até 2017-09-15 — 6.º Concurso Literário da AML. Aberto a tara todos. Poesiatema: devaneios. Organização da Academia Madureirense de Letras. Contacto: acmadureirensedeletras@gmail.com

Estão abertos concursos literários e afins em várias instituições, com prazo de entrega, mais à frente indicados. Página 4

Até 2017-09-17 - Prémio Literário Florbela Espanca. Ficção. Portugal, Vila Viçosa. Contacto: cultura@cmvilavicosa.pt

Até 2017-10-17 - XII Concurso de Contos do Tijuco — Intuiutaba. Contacto: alamiacademia@yahoo.com.br

- até 100 palavras. Em inglês, espanhol, árabe e hebreu. Contato: info@museodelapalabra.com

Até 2017-10-31 - 3.º Prémio Flor do Ipê — contos e poemas. Goiás — aberto aos países da CPLP. Contato: concursoflordoimpe@gmail.com

Até 2017-12-31 - II Concurso “Cuéntame Un Cuento” Salamanca. Contos relacionados ao Brasil. Contato: www.cebusal.es/contacte-connosotros/

Até 2017-10-31 — Concurso de Contos da Fundacion MAPFRE, América Latina. Contato: www.concursocuentos.fundaci Até 2017-09-30 - Prémio onmapfre.org/contato/ Literário Joaquim Mestre— Portugal. Conto e Romance. 2017-11-23 - V Prémio Contacto assesta@sapo.pt Internacional de Microrrelatos

Até 2017-12-31 - Prémio Literário Dias de Melo — Portugal. Romance, Novela e Conto. Contato: cmlpico@mail.telepac.pt INFORME-SE * CONCORRA


Corrente d’escrita

Na ponta da língua... Na mesa ao lado Por Dieine Carolina * Sentado à mesma mesa novamente. Numa mão, um copo, na outra o celular. Observava a hora que não passava, mais uma vez eu a esperei. Era a terceira semana seguida. O garçom já sabia meu pedido. Ele sorriu e acenou com a cabeça quando ela entrou no clube, pontualmente às 23 horas. Como pode ela estar mais linda do que às sextas-feiras anteriores?? Guardei o celular no bolso da calça. Dessa vez ela veio com mais um casal de amigos, além da mesma amiga das noites anteriores. Cabelos soltos, longos, castanhos e lisos. Salto alto vermelho, saia rodada, blusa justa em sua cintura fina e seios fartos encobertos no preto sem brilho nem decote exagerado. Lábios carnudos e olhos castanhos. Que mulher!... Quase tão leve andando quanto dançando! Ela e os amigos se colocaram a duas mesas de distância da minha. Ela me flagra observando-a e eu desvio o olhar para o copo em minhas mãos. Mal se acomodam na mesa e o homem que as acompanha tira ela para dançar. Por que logo ela? Com único gole, esvazio meu copo. Chamo o garçom que me traz outra dose da mesma bebida. Dou um gole, agora menor, e fico observando, admirando aquela mulher dançando, sensualizando, flertando com aquele sujeito. Com o fim da música eles voltam à mesa. Outra música, ele tira uma das amigas dela para dançar. Assim faz com outra música e a outra amiga. As três amigas dançam muito bem. O cara também não é ruim. O que me faz sentir um zero à esquerda. Peço outra dose para o garçom. As músicas não param e o homem que as acompanha tira uma seguida da outra para dançar. E mais outra dose. O garçom ao largar um copo cheio e pegar o vazio, colocando na bandeja, me dá um tapinha no ombro e fala: – Amigão, vai lá e tira ela pra dançar! Me assusto com a sugestão do garçom e com minha res-

Em setembro, realizar-se-ão Conferências Municipais de Cultura nos vários municípios catarinenses para aprovar orientações e políticas culturais, além de eleger os membros dos respetivos Conselhos Municipais de Cultura. Mais tarde, ainda sem data marcada, será realizada uma Conferência Estadual para aprovar a política cultural ao nível do Estado Catarinense. Página 5

posta automática: – Mas, e o cara, com elas? – Ele é irmão da loirinha. A sua morena é solteira. Pelo menos nunca a vi com outro cara. Tomei um gole do copo ainda cheio e completei, desanimado: – Mas eu não sei dançar... O garçom às risadas, aponta um cartaz no fundo do bar, no qual se lê: “Studio de dança Dois pra lá, Dois pra cá – comece hoje mesmo a dançar!” Puxo o celular do bolso, salvo o número do telefone no cartaz. Esvazio o copo e vou para casa decidido: -É agora que eu conquisto essa mulher! * Escritora/Joinville


Corrente d’escrita

Academias & Bibliotecas... As bibliotecas estão de luto...

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Para avaliação dos projetos recebidos, o Conselho Estadual de Cultura é constituído por câmaras, sendo elas: Música, Letras, Cinema e Vídeo, Artes Cênicas, Artesanato e Folclore, Patrimônio, Artes Plásticas e Especial. No dia 4 de julho último, no auditório da Secretaria de Estado do Turismo,, Cultura e Esporte (SOL) foram empossados os Conselheiros que compõem a gestão no mandato 2017—2019 no CEC -SC. Marcondes Marchete, é o atual presidente; Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, o secretário-geral e Liberato Manuel Pinheiro Neto, escritor, jornalista, professor universitário e vice-presidente da Academia Catarinense de Letras, o representante dos escritores. —–—-———————————————Edital

ELISABETE ANDERLE Como fomento à cultura, em 2017 foi lançado pelo governo do estado de SC o Edital Elisabete Anderle no valor de 5,6 milhões de reais. Dos 1083 projetos inscritos, foram contemplados 175 nas 11 modalidades previstas: culturas populares; arte e cultura negra e indígena; artes visuais; dança; literatura; música; patrimônio material e imaterial; museus; teatro e circo; apoio a eventos e bolsas de trabalho e residência. Agora há que deitar mãos à obra e esperar que os sonhos vejam a luz brilhar.

Compre e leia livros em Português

Página 6

Os escritores, os agentes culturais e os amantes do livro estão de luto. O encerramento de parte das atividades da Biblioteca Comunitária “Barca dos Livros” é uma afronta e uma dolorosa tristeza, não só porque mais um polo importante da cultura e da literatura se encerra, mas também, pelo descaso, pelo abandono e até desprezo, com que os poderes públicos municipais, estaduais e federais, encaram a educação e a cultura e se afastam do dever cívico e civilizacional com que deveriam encarar sua missão na formação cultural da população. Sufocados pelas dificuldades financeiras que acarretam o funcionamento, sobretudo pelos altos preços nos alugueres que tinham de suportar, não foram suficientes as campanhas de apoio e de angariação de fundos para equilibrar as contas. O virar de costas pelos poderes públicos, a uma ajuda que existiu durante vários anos mas que acabou, levou a que os responsáveis pela “Barca dos Li-

vros” decidissem encerrar (provisoriamente) a biblioteca, mantendo, no entanto, algumas outras atividades, como a narração de histórias e mediações de leitura. Mantém-se “A Escola vai à Barca”; o passeio literário mensal “Histórias na Barca dos Livros”; o “Quintas Literárias” e o núcleo de Estudos e Pesquisa. Seu acervo de literatura infantil, juvenil e de adultos será armazenado, até que seja possível—o que se espera dentro de dois a três meses— reabrir a biblioteca. Também nós no “corrente d’escrita” abraçamos a esperança de que a breve prazo, a biblioteca volte a ter novo espaço, para cumprir o papel para que foi criada: divulgar a cultura, a literatura e o saudável convívio com os escritores, os livros e a história.


Corrente d’escrita

A nossa vitrine... “JOÃO RAMALHO NO PARAÍSO” é uma aliciante história do naufrago português que deu à costa no litoral sul do Brasil, que nos é trazida pela mão criativa e humorada de Milton Maciel. Segundo o autor, João Balbode de Maldonado, naufragou nas costas do Brasil, onde hoje é São Vicente, em 1512. Recolhido pelos índios guaianases, caiu nas boas graças deles e acabou casando com uma filha do cacique Tibiriçá. Teve nove filhos com ela. E mais quarenta e oito, com muitas outras índias. Transformou-se num verdadeiro índio: aprendeu o idioma tupi, as técnicas de luta, o uso das armas e passou a andar completamente nu.

“Sangue Lusitano” - O sul do Brasil só é brasileiro, porque foi português, é uma história romanceada, embasada em fatos reais do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha. Como afirma o autor, “não se pode escrever sobre a história do Brasil, sem se falar dos índios, dos portugueses, dos por negros e dos povos que vieram a seguir”. Através de histórias que não se encontram, infelizmente, nos livros escolares, Afonso Rocha leva-nos até 500 anos atrás, quando os portugueses galgaram os tenebrosos mares e chegaram ao sul dos américas e aí se radicaram, criando cidades, famílias, semeando culturas e saberes, dando novas terras ao mundo. Sangue Lusitano é uma aliciante história dos estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), o seu povoamento; a criação novas cidades (como Portalegre e Florianópolis), bem como a história dos índios guaranis/carijós, mas também fortalezas, das armações baleeiras, da chegada dos açorianos, dos madeirenses e de outros portugueses do continente, que trouxeram a cultura, a gastronomia, a arquitetura, a religião, os usos e costumes portugueses — e sobretudo a língua de Camões -, que hoje marcam a sociedade brasileira. Página 7

João Ramalho fundou Santo André, ajudou Martin Afonso de Souza a fundar São Vicente (1532) e Manuel da Nóbrega a fundar São Paulo de Piratininga (1554). Com suas dezenas de filhos formou uma milícia armada de arcabuzes e, com ela, salvou São Paulo, quando esta estava a ponto de ser destruída por um ataque maciço dos tamoios. Sem João Ramalho, a colonização portuguesa do litoral e do planalto teria sido quase impossível.

entardece pressinto que uma forte chuva acorda a nuvem que mantenho em meu semblante e entre raios em vendaval transborda.

Milton Maciel é professor, conferencista, escritor, presidente da Academia de Letras de Joinville, natural do Rio Grande do Sul, reside em Joinville/SC.

Meu inteiro trêmulo anoitece e não me resta nem alguma borda a protegerme, ao menos o bastante, esta luz que nenhuma outra recorda.

“Somos Pouco Todos Nós”, livro poético de Artêmio Zanon (1978) manifesta a maturidade e a serenidade do autor. “Na sombra deste dia que

Temo perder-me e perco-me deveras tal como se perdido eu fora dantes, incauto em meio vil, calhorda. Se tal para o mal algumas poucas feras são suficientes, para o bem, gigantes somos poucos para vencer essa horda!” Artêmio Zanon nasceu em 1940 em Videira/SC. É membro da Academia de São José de Letras; Academia Desterrense de Letras; Academia Catarinense de Letras e da Sociedade dos Poetas Advogados, entre outras.


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O nosso objetivo é falar de livros, dos seus autores e das atividades que estejam relacionadas com a literatura e a cultura em geral. Não nos move qualquer interesse comercial (lucrativo), pelo que, se em contrapartida dos nossos serviços / trabalhos implicar algum pagamento, esse respeita exclusivamente ao seu custo real.

Santa Catarina +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com Loja virtual: narealgana.lojaintegrada.com.br

Chamaremos para colaborar com a “corrente d’escrita” os escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir, gratuitamente. o presente Boletim Literário

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Dicas de português...


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A Biblioteca de Arte e Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), localizada no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, é especializada em artes, cinema, teatro, dança, música e patrimônio cultural, que adotou uma nova metodologia para a implementação de um Núcleo de Inteligência Social que busca articular, de forma efetiva, a cultura digital com a comunidade local. Essa articulação pretende ressignificar a forma de organização e acesso ao acervo (1500 obras), permitindo a colaboração da própria comunidade na organização, ambientação e representação dos artefactos. No dia 18 de agosto de 2017, a biblioteca lançou a sua plataforma, o Sistema de Curadoria de Coleções, reabrindo a biblioteca ao público com este novo conceito. O conceito da nova biblioteca da FCC é fruto de um projeto de pesquisa aplicada, voltado para a formação de um novo perfil profissional – os Produtores Sociais – a partir da metodologia e um sistema desenvolvido para apoiar a adoção da tecnologia social e a implementação de bibliotecas como Núcleos de Inteligência Social. A Biblioteca funciona no CIC de segunda a sexta-feira, entre as 13h e as 19h, e pode ser acedido em www.artecultura.inf.br


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