Corrente 08

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Ano II—n.º 08

Fevereiro de 2018

diretor e editor — Afonso Rocha

Corrente d’escrita M a g a z i n e d e e s c ri t o r e s , l i v r o s e li t e ra t u r a · F lo r i an ó p o li s · S a n t a C a t ar i n a · B r a si l

Corvo, Santa Maria, São Jorge, Faial e Graciosa. As três primeiras ilhas a serem descobertas por Gonçalo Velho, em 1431 (data oficial) foram precisamente São Miguel (no dia de São Miguel); Santa Maria (no dia de Santa Maria) e Terceira, que ficou assim denominaA região autônoma dos açores é parte integrante de da por ter sido a terceira ilha a ser descoberta. Portugal. Tem 2.333 km2 e uma população estimada de 250 mil habitantes. O arquipélago (região) é constituíSegue pág. Seguinte → do por nove ilhas: São Miguel, Terceira, Pico, Flores,


Corrente d’escrita

A Região Autônoma dos Açores não ção de pastel e urzela para tintura- dos lusos em erras disputadas com tem propriamente dito uma capital, ria, destinado para a exportação. os espanhóis, a coroa decide-se por estando os seus órgãos do poder regional instalados nas três seguintes cidades: Ponta Delgada (na ilha Terceira), Hora (na ilha do Faial) e Angra do Heroísmo (na ilha de São Miguel). São órgãos da região autônoma a Assembleia Legislativa Regional desde 1976; o Governo Regional e o Representante da República. O povoamento das ilhas começou logo após a sua descoberta com gente de foi do Algarve; do Alentejo; da Estremadura; do Minho, e mais tarde, com a chegada de flamengos, bretões, norte africanos e de outros países europeus. Entre estes povoadores haviam muitos cristãos-novos, ou seja judeus safardistas, obrigados a converterse pelas perseguições da igreja católica. Os flamengos foram sobretudo paras as ilhas do Faial, Pico, Flores e São Jorge, onde deixaram suas profundas marcas artísticas e técnicas. Os povoadores começaram por ter de derrubar árvores aproveitando sua madeira para esculturas e a construção naval. Para assegurar o próprio sustento e a sobrevivência, logo que as terras desbastadas o permitiram, dedicaram-se ao cultivo de cereais, sobretudo de trigo, e à criação de gado. Seguiu-se a produPágina 2

Mais tarde foi o linho e as laranjas, seguido do milho. No século XVIII, quando se exportaram as primeiras laranjas, foi introduzida a cultura da batata e nos finais desse século, a caça ao cachalote e outros cetáceos. Especialmente na ilha de São Miguel, foi desenvolvido o cultivo e tratamento do chá e do tabaco. Com a população a crescer, e na estratégia de assegurar a presença

enviar os casais açorianos para o sul das Américas e mais concretamente para a província de Santa Catarina. No século XIX os açorianos tiveram um papel muito importante no ressurgimento da pesca do bacalhau, que teve seus anos doirados até aos anos 1960. Segue →


Ano II—n.º 08

← A autonomia da região não intenta contra a integridade da soberania do Estado Português, sendo competências das regiões autônomas (dos Açores de da Madeira) legislar em todas as matérias que não sejam da reserva dos órgãos de soberania, e que contem do elenco de competências contido nos seus Estatutos PoliticoAdministrativos; pronunciar-se nas mais diversas matérias que lhes digam respeito; e exercer poder executivo próprio em áreas como promoção do desenvolvimento económico e da qualidade de vida, a defesa do ambiente e património, e a organização da administração regional. A assembleia legislativa é eleita por sufrágio universal direto e tem poderes fundamentalmente legislativos, além de fis-

calizar os atos do governo regional. O presidente do governo regional é nomeado pelo Representante da República, tendo em conta os resultados eleitorais (para a Assembleia). As atribuições do governo regional são fundamentalmente de ordem executiva. O Representante da República, é o representante do Chefe do Estado (Presidente da República), e nomeado pelo próprio, após consulta do Conselho de Estado. A este Representante da República cabe assinar e mandar publicar os Decretos da Assembleia e do Governo, tendo, no entanto, o direito de veto, que pode ser ultrapassado por votação qualificada da Assembleia. O seu mandato termina com o mandato do PR. Afonso Rocha

Caro Escritor, divulgamos gratuitamente, aqui no Corrente d’ Escrita, o seu livro. Mande-nos um resumo, uma pequena biografia sua e foto da capa. narealgana@gmail.com darocha.afonso@gmail.com

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pai José Maria pelo seu feito de coragem pondo a dobrar a finados os sinos da igreja quando os castelhanos canta(continuação número anterior) vam o Te Deum. Sempre ouvi contarem isso, mas eu, Ritoca, filha da senhora Rita de Jesus Lourenço Ramada, afirque não conheceste, tanto, tanto, dele mo que do meu pai nunca ouvi só uma era, que nele acabou finando. Passava palavra dita. Também foi agraciado por Dona Maria I, a rainha piedosa, dias sumido no mar grosso e um dia Repara, Benedita, neste castão de com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo no não voltou. Fiquei dois dias na praia na bengala, é obra de escultura do meu espera mais aflita, e quando acharam o posto de Cavaleiro. Vê, aqui está a coavô Timóteo, que lavrava a madeira seu corpo, não quis vê-lo, não, não fui… menda, a fita vermelha, a fivela douracomo artista de mão-cheia. Ele e Das Ele sabia fazer as melhores redes de da, a cruz escarlate debruada de ouro. Dores, minha avó, para aqui vieram Nessa mesma ocasião ganhou esta sesmorar logo depois do casório dos meus pesca, traçando com ligeireza as mamaria aqui nas Canasvieiras por ordelhas que iam formando, sabia lançar pais. Lá no Saco dos Limões, no sítio nação da Corte. Recebeu as homenado velho Duda, deixaram a sua morada uma rede e abrir com mão certeira a gens numa brilhante sessão da Câmara e cá outra levantaram ao lado de nossa mais rodada tarrafa. Era bem um criançalho parecido com meu pai por ser ante altos figurões, até do governacasa. Dele me fi-

Açorianos, há 270 anos...

Arca — II

cou pouca lembrança, contavame muitas histórias de bichos, de encantamentos, de bruxas, era quieto e calado, mas quando sozinho comigo abria fala corrida nos passeios pelo campo ou pela beira da praia. Esta mantilha de seda, de rendas tão pregueada, foi véstia da avó Nanda; ela para aqui veio de muda com a tia Maria José, pela morte e vovô Duda, quando eu era pequenota. Vendeu todo o seu sítio, duas sesmarias juntas, uma herança do pai, outra do marido. Nanda, essa avó muito querida, morreu bastante depois, eu já me tinha feito mulher casada, mãe de quatro filhos e prenda do meu falecido Marturino. Era um bravo homem do mar esse teu avô Página 4

do mundo largado. Dizia-se filho duma gente embarcada em Ponte Delgada, na ilha de São Miguel. Tão gracioso esse sininho miúdo que estás fazendo tocar! Foi oferta da Câmara ao meu

dor. Ele era então noivo da sua priminha Rita. Isto agora é um relicário, nota bem, parece uma pequenina torre sineira, todo rendilhado com relevos, frios e floreios. Por dentro ouro batido, por fora prata lavrada. Veio da


Corrente d’escrita

dalha de D. João V, um crucifixo de prata e um belo trancelim, tudo isto fica entregue à tua guarda zelosa. Se podes usar? Podes, minha neta, tudo por herança é teu, mas usa e acautela bem para que, por tua vez, um dia venhas a confiar estas prendas a uma filha ou, quem sabe, a uma neta? Esta colcha com lavores foi dos meus amados pais, presentes de casamento daquele mesmo Vilarinho, o Praia da Vitória, lá na ilha Terceira, das más contendas. Eles se casaram no coisa dos antepassados dum tempo Natal do ano setenta e oito na Matriz desmemoriado. O que nele está guardo Desterro, casou-os o padre Jordão, dado vamos nós mexericar. Aqui prium velhinho muito bom que não chemeiro nós temos um lindo cordão de guei a conhecer, mas quem só ouvi lououro e sua pedra preciosa, joia de maivarem a santidade. Por que o tal Vilarior estima da minha tia Maria, presennho deu esse presente? Pois é, tudo se te que lhe fez um oficial das tropas explica. Depois das brigas com o meu espanholas que ela amou até a morte. pai, assessegou-se, o mau génio arreTia Maria morreu solteira com sessenfeceu, tanto que não teve ele o topete ta anos de idade, era doente da cabede propor casamento a minha tia Maça. Todas as tardes, me lembro, ela se embonecava e no portão se quedava, a noite a cair, à espera do seu amado. Esperava, ela dizia, o noivo de terras d’Espanha, um infante de Dom Carlos já há muitos anos morto nas lutas aqui travadas. Ela expirou contentinha recolhida no hospital onde visitei ela, lembro-me de ouvir ela dizer: “Ritoca, vê que beleza esta alcova encortinada, estas paredes luzidas, este chão alcatifado, esta é a nossa casa fidalga em que somos tão felizes, eu e o meu querido amor”. Minha Santa Catarina! Deus misericordioso poupou a coitadinha, que na sua dor ter gozo, era uma triste desgraçada e disso nunca nada soube… O medalhão que apanhaste e estás admirando, a minha avó Nanda sempre no peito trazia. Aí dentro da ria? Coisa que ninguém consentiu, nem caixinha tem um feixe de cabelos, me- ela ia querer vivendo como vivia um mória dum filho que no mundo não vin- amor todo de sonho. De que modo se gou. Aí temos outros mimos: esta me- fez isso dele ressuscitar naquele dia Página 5

de festa? Diziam os mais velhos que ele matou ou feriu um soldado castelhano, então fugiu pros matos a cavalgar seu cavalo e se escondeu numa furna soltando pra trás a montaria que sozinha apareceu no seu potreiro; então se anunciou e todos acreditaram que ele fora agarrado. Se ele se casou? Mais tarde ele se casou uma mulher da Lagoa, e nunca mais se soube dele, tirante isso, desde que toda a família se mudou pra estas bandas de cá. Esse papel que achaste no funda da arca, vamos a ver… é a carta de sesmaria que a Rainha ordenou fosse passada ao meu pai, é o alvará com a letra do Vice-Rei, Marquês do Lavradio. As terras são estas que formam a nossa freguesia de Canasvieiras; então tudo era mato, deste outeiro até às praias, só tinha aberto um caminho que levava ao Forte de São José da Ponta Grossa. A casa-grande ficava neste cabeço de terra, na colina onde agora se assenta a igreja. Deixa ver esse bordado desmerecido pelo tempo. Um barco azul nas ondas verdes… Bordei ele eu em pequena sem pensar na nossa vida, que semelha uma vela no meio do mar vogando. Agora desvira o pano, olha pelo avesso: tudo é linha desencontrada, fios se cruzam e entrecruzam em feixes embaraçados, como numa roca emaranhada. Esta vida, minha neta, é que nem este bordado: vista pelo nosso lado aqui do mundo, às vezes não têm sentido e carecem de motivo as coisas que acontecem, mas do lado de Deus, que tudo vê do direito, nada há emaranhado, tudo é claro, certo, e tem sua razão de ser, pois no outro lado forma o bordado do Senhor. Quem tem fé em Deus nada no mundo acontece que não seja pro seu bem. A gente sofre, se aflige, chora, pena, se agonia, passa necessidade, mas também se ri e sonha e, não raro, até se goza… (extrato do “Arca Açoriana”)


Corrente d’escrita linguagem lá bem nas fontes, como saía de bloquinho e lápis na mão pelos mais recônditos cantos da Ilha de Santa Catarina, nos antigos lugares iniciados pelos imigrantes açorianos mais de dois séculos antes, a anotar cada expressão diferente, cada ditado, cada termo que a sociedade atual talvez já estivesse a esquecer, para usá-los nos textos que criasse. Era um privilégio estar ali a ouvi-lo contar das suas experiências. Li outros livros dele, depois, e agora, já na aposentadoria, e também editora, tenho o enorme prazer de poder reeditar um dos mais lindos livros do seu Almiro, “Ao encontro da manhã”. Romance de rara beleza, ternura e poesia, nele seu Almiro Caldeira nos transporta para uma Santa Catarina do Século XIX, para o interior da “Romancista-histórica que sou, há coisa de duas déca- Revolução Federalista, tão desconhecida, hoje, das das travei um primeiro relacionamento com o escritor novas gerações, mas onde seu próprio avô, capitãoAlmiro Caldeira através do incomparável romance Ro- engenheiro Romualdo de Carvalho Barros, e seu tio-avô camaranha”. Enquanto cá do meu lado eu me dedicava a coronel Luis Caldeira de Andrada, foram assassinados contar sobre imigração alemã, coisa já trabalhada por por Floriano Peixoto junto com mais de outros 140 caoutras pessoas, seu Almiro Caldeira me apresentava tarinenses, na Ilha do Anhatomirim, onde hoje costupela primeira vez às delícias e amarguras da imigração mamos fazer turismo. Sei que a maioria do grande púaçoriana, tão intensa e importante para este meu Esblico desconhece as coisas acontecidas àquela altura tado de Santa Catarina. E não era uma simples pesqui- no nosso Estado. Não faz mal. Agora, com “Ao enconsa histórica: trazia ele a história desses imigrantes tro da manhã”, as pessoas poderão se abastecer de escrita com tal ternura, com tal poesia, que eu me que- muitas informações que faltavam. A linda e corajosa daria sua fã para sempre. Pouco mais adiante, conheci- moça chamada Benita e um ousado soldado de nome o: era um simpático e espirituoso cavalheiro que fez Colombo vão lhes contar coisas que vocês nem imaginaparte de uma mesma mesa que eu, numa universidade, vam! Boa viagem ao passado, amigos! Benita e Colombo a contar sobre o seu processo criativo. Como aprendi os esperam!” naquela noite! Ele contou para uma plateia atenta e para mim, embasbacada, o jeito como pesquisava sua Urda Alice Klueger

Almiro Caldeira, advogado, jornalista, contista, novelista, critico literário e escritor brasileiro, nasceu em Florianópolis a 6 de março de 1921 e faleceu em Portalegre, a 26 de junho de 2007. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e ocupou a cadeira 39 na Academia Catarinense de Letras (ACL). Em 1958 recebeu o prémio Virgílio Várzea da ACL pela novela Mão de Pilão. Entre outros, escreveu, além de “Arca Açoriana”, “Rocamaranha” e “Ao encontro da manhã”. A escritora Urda Klueger, também da ACL, que o conheceu bem, conta-nos sobre o autor:

Palestrante: Afonso Rocha Página 6


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Na ponta da língua...

Palco da Vida Por Fernando Pessoa

aplausos, mas encontrar alegria no anonimato. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesalgumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a mo que injusta. Ser feliz é deixar viver a criança livre, maior empresa do mundo. E você pode evitar que ela vá alegre e simples que mora dentro de cada um de nós. É a falência. Há muitas pessoas que precisam, admiram e ter maturidade para falar "eu errei". É ter ousadia para dizer "me perdoe". É ter sensibilidade para extorcem por você. Gostaria que você sempre se lempressar "eu preciso de você". É ter capacidade de dibrasse de que ser feliz não zer "eu te amo". É ter humildade da recetividade. Deé ter um céu sem tempessejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades tade, caminhos sem acidenpara você ser feliz... tes, trabalhos sem fadigas, “Pedras no E, quando você errar o caminho, recomece. Pois assim relacionamentos sem desicaminho? Guardo você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perlusões. feita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Ser feliz é encontrar força todas, um dia vou Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as fano perdão, esperança nas construir um lhas para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para batalhas, segurança no palabrir as janelas da inteligência. Jamais desista de si castelo” co do medo, amor nos demesmo. Jamais desista das pessoas que você ama. sencontros. Ser feliz não é Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo apenas valorizar o sorriso, imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatomas refletir sobre a trisres a demonstrarem o contrário. teza. Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprenPedras no caminho? Guardo todas, um dia, vou consder lições nos fracassos. Não é apenas ter júbilo nos truir um castelo.

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Florianópolis Santa Catarina +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com Loja virtual: narealgana.lojaintegrada.com.br

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura e a cultura em geral. Não nos move qualquer interesse comercial , pelo que, os nossos serviços / trabalhos de divulgação não implicam qualquer pagamento. Chamaremos para colaborar com o corrente d’ escrita os escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir gratuitamente o presente Boletim Literário.

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Dicas de português... Será com esta pedagogia que o país vai em frente? Que rigor vigora no ensino seja à distância seja presencial? Alô Ministério da Educação e outras entidades… É só proibir !..


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No próximo número

Livros sobre a chegada dos açorianos

Informe-se e participe nas comemorações dos 270 anos da chegada dos povoadores açorianos ao estado de Santa Catarina, e particularmente a Florianópolis, que decorrerão na Câmara de Vereadores; na Assembleia Legislativa; no Instituto Histórico e Geográfico de SC, com a colaboração da Casa dos Açores. Página 9


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Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br Lançamento Em breve resumo, o escritor Milton Maciel descreve-nos “A Guerra de Jacques”: na Bélgica invadida, o jovem Jaques Rosen é aprisionado pelos nazistas em 1943 e mandado para a Alemanha, como trabalhador escravo na indústria metalúrgica. Apesar de todos os sofrimentos, o

uma infeção que nada logra debelar. Desenganado, é mandado de volta para a Bélgica, para morrer em casa. Mas, em setembro de 1944 Bruxelas é libertada e Jacques, moribundo, é usado como cobaia por médicos americanos, que testam a primeira bomba de cobalto. E o impossível acontece. O que vem depois é pura aventura: um bistrôt, bombardeio por bombas V1 e V2, o fim da guerra, um filme de Walt Disney, um certo Zé Cario-

casal de belgas a encontrar enfim o paraíso na Terra. Na Terra dos Papagaios – o Brasil. A história real de Jacques e Loulou, em meio a batalhas aéreas, destruição de cidades, trabalho escravo, prostituição de guerra, doença incurável. Mas em meio a um amor que nada pode destruir: nem separação, nem bombardeios, nem bactérias. Um amor que vence o Não e a vida exorta.

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LIVROS EM PORTUGUÊS que mais lhe dói é a longa separação de sua noiva Loulou. Depois que um bombardeio aliado sobre Essen o deixa soterrado na neve por longas horas, ele contrai Página 10

ca... e o apelo de uma terra distante. Dois meses romanescos em Paris. Depois um navio cargueiro e uma travessia atlântica podem levar o

O melhor meio de obter conhecimentos e de “viajar” pelos nossos sonhos, cultura e história. Compre e leia livros de autores do mundo lusófono.


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Destaque do Mês

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Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br Lançamento Luanda a Capital angolana só de per si já é uma cidade com estórias sui genesis. Isto deve-se à heterogeneidade de culturas e povos com hábitos e costumes diversos, vindos do estrangeiro mais próximo e alguns do mais longínquo, que aqui coabitam com os nossos que vieram refugiados dos agrores da Guerra Civil que assolou todo o território angolano durante aproximadamente três décadas. Luanda é uma Capital apetecível e de fácil entrada, para gente que procura meios de subsistência, por vezes até através da delinquência. Onde a Avenida dos Combatentes, atual Comandante Valódia, se deixa atravessar pela Rua Sebastião (desta vez) nasce a Esquina Direita Sebastiana que albergava, misturando, gentes de várias rendas combatendo entre si e contra as autoridades. A luta poderia ser por um lugar de parqueamento de automóvel, de estacionamento de banca de venda ou até de um buraco na atmosfera para que os sons vocais fossem distinguíveis de entre o gritar de cada pregão e o berrar para os andares mais altos. Sendo que muitos dos ocupantes eram as nossas mães ambulantes que mais pareciam prateleiras deambulantes que ao parar para descansar viam o seu pregão e mercadoria subtraídos em observância das suas estruturas de combates com as forças autoritárias. poder. A obra, Luanda – Avenida dos Combatentes, lançada no dia 13 de Dezembro, Esta Avenida e Esquina são faladas e em Lisboa na União das Cidades Capi- recordadas em todo o mundo, pelos tais de Língua Portuguesa - UCCLA, bons momentos que milhares de pessopelo Circulo de escritores Moçambica- as aqui viveram ainda no tempo Colonial, nos na Diáspora - CEMD, opera como do Café Mónaco, até à nova realidade um terreno de discussão sobre a reali- dos últimos trinta anos. dade social e comportamental na cidade Este livro de desabafos de realidades de Luanda, assim como documenta a vividas deverá ser lido para que se rePágina 12

construam as mentes e o chão da nossa Esquina. _____ Sandra Poulson nasceu em Luanda, em 1962, é advogada. Participa em antologias e revistas com textos sobre costumes e tradição oral angolanos. É colaboradora do Jornal de Artes, Letras e Cultura de Angola. Tem o livro à venda por 10,00 € em www.cemd.orgfree.com


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