Corrente 09

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Ano II — Número 09

Março de 2018

diretor e editor — Afonso Rocha

Corrente d’escrita M a g a z i ne d e E s c r i t o r e s , l i v r o s e li t e ra t u r a * F l o r i an ó p o li s * S a n t a C at a r i n a * B r a s i l

Floripa 345 anos


Corrente d’escrita

DIGNIFICAR HONRAR O FUNDADOR Todos países, estados, cidades, dedicam um carinho muito especial aos seus fundadores. Até junho de 2014, Florianópolis era a única cidade brasileira que no seu Brasão não indicava a data da sua própria fundação. O problema foi ultrapassado. Mas a injustiça continua.

Florianópolis comemora este mês de Março, o seu 345.º aniversário. Motivo de festa e de orgulho de todos florianopolitanos, bem como de todos os catarinenses, já que Floripa é a Capital do Estado de Santa Catarina. Foi fundada por Francisco Dias Velho, como confirmam todos os estudos e consta gravado no próprio Brasão de Armas da Cidade criado pela Lei Municipal 1.408/1976, alterada pela Lei Municipal 15.709/2014 (que alterou o ano de fundação). O Símbolo é composto por um escudo do tipo português, cortando na linha do horizonte, com um sol nascente em ouro sobre o fundo azul. Na parte inferior, três peças de prata onduladas representam o mar. A Ilha é simbolizada por um escudete de ouro no centro do escudo, debruado de vermelho e contendo a Cruz da Ordem de Cristo. Este conjunto representa os Açores e sua gente, povoadores da Ilha. Sobre o escudo há uma coroa mural de ouro, símbolo das cidades fortificadas como foi Desterro. O Brasão pousa sobre um listral azul, tendo ao centro a palavra Florianópolis, antecedida pela data de 1726, ano da fundação do Município com foros de Vila e instalação da primeira Câmara, seguida pela data de 1823, ano da elevação à categoria de Cidade. Ladeando o Brasão à direita, figura a representação do bandeirante Dias Velho, fundador de Nossa Senhora do Desterro, antiga denominação de Florianópolis. À esquerda figura um oficial do Regimento de Infantaria de Linha da Ilha de Santa Catarina, chamado também de Regimento Barriga Verde. O oficial está vestido conforme plano de uniforme do exército português. Página 2

1) Porque já não se alteraram todos os símbolos, de modo a constar neles o ano correto da fundação do Município? 1673, como bem aprovado pela Lei 15.709 ou 1726, como constava na Lei anterior? Seria de bom tom e de justiça, fazer-se todas as alterações, para que os símbolos da cidade “falem” a verdade. 2) Sendo Francisco Dias Velho o verdadeiro “pai” da cidade (e não só) como pode estar praticamente escondido e esquecido, quase abandonado por trás de um elevado rodoviário, longe de tudo e de todos? Não merece este desbravador e “pai” do povoado que nos deu a Capital estar em local digno e de maior relevo, próximo do povo catarinense, dos historiadores, dos alunos das escolas, dos visitantes e turistas da Capital do Estado? Porque merecerão outros mais relevo que o próprio “pai” da cidade? Como escritor e português, deixo aqui estas perguntas e sugestões aos historiadores, vereadores, prefeitos, políticos e demais interessados pela coisa pública. Afonso Rocha


Ano II — Número 09

Parabéns FLORIANÓPOLIS Não foi fácil a sua fundação. Primeiro foram os próprios guarani que se apropriaram das terras que estavam ocupadas por outros povos ainda mais antigos; depois vieram os piratas, os aventureiros, os degradados, os desertores e os náufragos que procuraram a costa catarinense, e particularmente a nossa ilha da magia, então chamada de Meiembipe e dos Patos, para nela se acoitarem ou estabelecerem.

Manso de Avelar, um português natural de Lisboa, que muitos consideram ter sido o segundo fundador da cidade. Em 1712 haveria no Desterro centena e meia de habitantes

categoria de Vila. Em 1738 é criada a Capitania de Santa Catarina com jurisdição entre São Paulo e o Rio Grande de São Pedro. Em 1746 é criada a primeira Armação (da Piedade) dedicada à pesca da baleia, à comercialização e tratamento dos seus derivados. Dois anos mais tarde, em 1748, chegam os primeiros 461 povoadores portugueses recru-

Mas caberia ao pecuarista e bandeirante vicentino Francisco Dias Velho, que arregimentando família, agregados e algumas centenas de índios seus escravos, em consonância com os mamelucos que aqui já viviam, em 23 de março (dia e mês não preciso) de 1673 lançar os alicerces da póvoa a que chamaram Nossa Senhora do Desterro que, 345 anos depois, se transformaria na importante e mágica cidade de Florianópolis, que temos hoje. Durante estes três séculos e meio, a cidade venceu muitos contratempos, alguns dos quais colocaram em risco a sua própria continuidade. Primeiro foi a sua quase destruição em 1689, quando um grupo de piratas invadiu a ilha, mataram o seu fundador e saquearam o povoado. Após a morte do fundador e a fuga de muitos habitantes, por volta de 1700, chegou ao então povoado, vindo de São Francisco do Sul, Manuel

tados nas ilhas atlânticas dos Açobrancos, mais algumas dezenas de res e da Madeira, distribuídos pela mamelucos, índios e escravos neilha (Trindade, Ribeirão, Lagoa, Ragros libertos. tones, Santo António, Canasvieiras, Com a necessidade de povoamento Rio Vermelho e Rio Tavares) e ao da costa catarinense, em 1726 é longo de toda a costa catarinense, cortado o vínculo a Laguna e o povo- que viriam, através de sua cultura, ado N.ª S.ª do Desterro é elevado à Cont. pag. 8 →

Caro Escritor, divulgamos gratuitamente, aqui no Corrente d’ Escrita, o seu livro. Mande-nos um resumo, uma pequena biografia sua e foto da capa. narealgana@gmail.com darocha.afonso@gmail.com Página 3


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Fundação da Póvoa Nossa Senhora do Desterro

Texto (resumo) da segunda parte do livro Sangue Lusitano, do escritor Afonso Rocha

Para participar na edificação da nova póvoa, com a ajuda de Gabriel Garcia, de seus filhos e restantes familiares, José Monteiro mandou chamar os moradores nas aldeias dispersas pela ilha, nomeadamente os índios e mamelucos, e inclusive alguns castelhanos, que se empenharam, através do fornecimento de carne da caça, de pescado, e da execuportantes da expedição, incluindo dois ção de alguns trabalhos na área de padres que chegariam mais tarde. construção, na missão de dar à luz o Não longe deste centrinho, abriram-se novo povoado, deixando nele, prestigiaoutras clareiras nos matos, construíram das marcas da sua presença. -se casas mais modestas e plantaram-se Naquele mês de abril, de 1675, toda a árvores frutíferas, cultivava-se milho, gente - homens, mulheres, brancos de batata doce e variados legumes. Tam- Portugal e do Brasil, nativos – viviam bém se criavam galináceos e suínos. num frenesim pouco habitual. E o motivo Entre as várias clareiras no mato e o de tal alvoroço, era perfeitamente juscentrinho já aberto, abriram-se carrei- tificado. Esperava-se, a todo o momenros ou caminhos, por onde transitavam to, a chegada do “pai”, do fundador, do carroças puxadas por bois carregadas novo povoado: Francisco Dias Velho. com madeiras, pedras e tudo que fosse A praça central, encimada com a pequenecessário mover, de um para outro na capela em madeira que guardava relilado. Os bois e as vacas foram transgiosamente a cruz, estava engalanada portados, por navio, das margens do rio com bandeiras e flâmulas de múltiplas Prata – aí abandonados no longínquo ano cores, e em letras garrafais, num pórtide 1530, por Martim Afonso de Sousa co improvisado, estava escrito: “Beme mandados buscar por José Monteiro, Vindo Fundador”. Dos lados, enfileiranão só para ajudar nos trabalhos mais vam algumas casas já prontas, e nos pesados de edificação da nova póvoa, fundos, junto ao mar, foi levantado um como para serem usados nos trabalhos improvisado trapiche para que as emdo amanho das terras e na alimentação barcações mais ligeiras não ficassem humana. Alguns dos expedicionários desprotegidas na baía. dedicavam-se, essencialmente à agricul→ tura e à pesca, de modo que, com a che-

Florianópolis—2016

Do alto do morro, visualizava-se um enorme retângulo, que descia desde o cimo da ladeira até ao mar, tendo-se deixado em destaque, no topo do retângulo, a “velha” cruz, agora reconstruída e transformada num pequeno cruzeiro, espetada naquele local, uns anos antes, por Francisco Dias Velho. As primeiras

casas tomavam forma, e projetava-se um povoado ao estilo claramente português, com uma praça central e as casas ladeando, como que a proteger a própria praça. No cimo, do lado direito, olhando para o mar, foi construída um sobral predestinado à família do fundador. E no lado esquerdo, uma outra casa, também de dois pisos, onde funcionariam os serviços administrativos e da justiça da nova póvoa. Nas traseiras, e aos lados destas imponentes casas, para a época, outras, de menor destaque, foram construídas para acomodar integrantes imPágina 4

gada de novos povoadores, a póvoa já se encontrasse, do ponto de vista alimentar, totalmente autossuficiente. A vinda dos dois padres também se inseria na estratégia edificadora da póvoa, já que a sua presença era essencial para o “alimento moral” e religioso dos povoadores.


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← Como a costa catarinense continuasse a ser objeto de cobiça por parte de inúmeras embarcações piratas, José Monteiro, com o prestimoso apoio dos nativos mamelucos, familiares dos desterrados, náufragos e de outros moradores, montara uma espécie de vigilância adiantada, em que, nos morros da Ponta Grossa, a norte, e nos enclaves da ponta dos Náufragos, a sul, revezando-se, vários homens perscrutavam o horizonte, e avisavam, deslocando-se em suas canoas ultra leves e rápidas, quando qualquer navio estranho se aproximasse da ilha. Mas naquele dia, o aviso não foi de perigo, mas sim de festa: o fundador estava chegando. Conhecedor da rota, dos baixios e relevos submersos e da própria ilha, o capitão Francisco Dias Velho mandou embicar seu patacho, propositadamente batizado de “Senhora do Desterro”, por entre as pequenas ilhas plantadas na baía norte, e foi-se aproximando, lentamente, do ancoradouro fronteiro ao novo povoado. Além de Francisco Dias Velho, viajavam sua mulher, Maria Pires Fernandes, filha do capitão Salvador Pires de Medeiros e de Inês Monteiro, conhecida como “a matrona”, descendente de uma índia tupi; três filhas, e mais dois filhos do casal; mais seu irmão, Pedro Dias e respetiva mulher, com três filhos; dois padres jesuítas, e cerca de quinhentos escravos, na maioria índios, mas também alguns negros, vindos de África tidos como domesticados por já trabalharem para Dias Velho nas suas propriedades em São Vicente. Transportava também ferramentas e alfaias agrícolas, gado bovino, e mesmo sob protesto dos padres, para preencher e satisfazer as carências dos homens descasados que já se começava a sentir na póvoa, arrebanhou um grupo de mulheres solteiras ou descasadas, entre as quais, figuravam algumas que se dedicavam à prostituição pela Vila de São Vicente. E mais importante, pelo menos para o antigo bandeirante vicentino, transportavam uma pequena imagem da Santa do Desterro, que teria recebido como lembrança de familiares, que viviam em Portugal. Abraçar o filho José Monteiro e o Página 5

antigo companheiro de fadigas e aventuras Gabriel Garcia, foram os primeiros gestos que fez ao desembarcar da pequena chalupa, e depois, inesperadamente, ajoelhou-se em devotada prece, rogando à Santa da sua devoção, proteção, para a póvoa que mandara fundar. Com este singelo, mas significativo gesto, Francisco Dias Velho tomava conta dos destinos da nova póvoa que consagrou a Nossa Senhora do Desterro. E porque esta escolha e não outra, já que o mundo, no tempo, já era tão rico em divindades católicas? Em 1663, precisamente dez anos antes de Francisco Dias Velho enviar seu filho José Pires Monteiro para as desterradas e praticamente despovoadas terras do sul do Brasil, em cima de uns rochedos, numa povoação chamada Arada - em Ovar, Aveiro, Portugal - lugar de onde era natural seu pai, Francisco Dias, apareceu uma imagem de Nossa Senhora onde hoje se encontra uma pequena igreja. Essa aparição, repetiu-se tantas vezes, que os habitantes decidiram venerar a imagem na igreja paroquial. Entre-

tanto, no dia seguinte ao da instalação da imagem naquele templo, a imagem desaparecia, e voltava a aparecer no primitivo local. Diante dessa insistência, os habitantes, concluíram que era vontade da Senhora ser ali venerada. Tentaram então erguer o templo, com pedra extraída da própria pedreira, mas não havia maneira de vencerem a dureza de tal mineral. Então, como que num milagre providencial, a pedra apareceu toda partida, permitindo assim a construção de uma pequena ermida. O nome de “desterro”, pelo qual a Santa passou a ser conhecida, estará ligado ao local onde a imagem apareceu, já que era completamente isolado e despovoado, ou ao desterro, a que muitas pessoas estavam sujeitas naquele tempo, quer por motivos econômicos, quer por motivos judiciais, sendo inclusive, desterradas para o Brasil e para África.

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← Com pouco mais de quarenta anos, acompanhando estes acontecimentos através dos familiares lusos, o bandeirante teve a grata surpresa de ser presenteado com uma imagem, réplica da Santa, devidamente abençoada pelo benemérito bispo de Aveiro. A partir de então, católico fervoroso como era, passou a dedicar a esta imagem a sua mais viva devoção, pelo que, quando pensou em organizar uma bandeira para povoar no cone sul das Américas, logo decidiu que o seu nome seria “desterro”, em homenagem à pequena imagem que recebera de Portugal e que tão religiosamente guardava. *

Francisco Dias Velho, não veio até aos fundos do Brasil para fazer turismo ou passar férias. Com o reatar do comando das operações – como tinha investido muito da sua já considerável riqueza nesta empreitada povoadora, era preciso e urgente que o assumisse, ao mesmo tempo como patriarca, legislador, juiz e chefe militar - as primeiras decisões que tomou, prenderam-se com a segurança e disciplina que afetava a colônia, até porque, segundo sabia, a existência de vários conflitos e indisciplina manifestada por alguns dos correligionários nos primeiros dois anos, poderiam crescer e transformar-se num problema que conduzisse a alguma revolta. Tais conPágina 6

flitos prendiam-se basicamente, com desentendimentos entre vizinhos, com pequenos roubos e tumultos gerados por alguns homens solteiros ou sem mulher, que procuravam com quem satisfazer os apetites sexuais. Como as mulheres solteiras eram poucas, as casadas eram disputadas como se fossem troféus, e quando não conseguiam os seus intentos depravados, invadiam as poucas aldeias índias, raptando, ou satisfazendo seus apetites, mesmo contra a vontade das nativas. Assim, Dias Velho, além de traçar diretivas concretas sobre estes assuntos, mandou que, nas partes baixas da casa já construída e destinada à administração da colônia, fosse instalada uma prisão com capacidade para dez ou doze presos, e que se criasse também, um corpo de guardas vigilantes, com cerca de quarenta homens, integrando-o homens brancos idôneos, mas também alguns nativos, a quem competiria manter a boa ordem estabelecida e aplicar as decisões que viessem a ser tomadas. Outra medida imediata, foi mandar ampliar a capelinha e instalar nela alguns bancos corridos em madeira, e um nicho, onde deveria ser colocada a imagem de Nossa Senhora do Desterro. A capela deveria servir para os padres fazerem suas práticas catequizantes e dizerem missa, pelo menos, duas vezes por semana. A terceira medida, foi nomear uma espécie de conselho com doze membros para o assessorar na gestão pública da nova colônia. Além de alguns homens “bons”, que o acompanharam na viagem, faziam parte deste conselho, seu filho José e seu irmão Pedro Dias, Gabriel e Simão Aleixo Garcia, o agricultor Manuel, e o mestre carpinteiro José Olavo.

Em quase quatro anos, entre 1675 e 1678, Dias Velho percorreu de uma ponta à outra toda a ilha de Santa Catarina, bem como a região do continente fronteiriço. Teve oportunidade de estudar as potencialidades da colônia, bem como a importância que esta representava para os desejos do rei de Portugal na disputa que mantinha com o reino de Espanha, que era, sem sombra de dúvidas, ocupar, com gente, os grandes espaços entre São Vicente e o estuário do rio Prata. Serviu ainda, como ponto de partida e estratégica base de apoio, para a fundação e manutenção da Colônia do Sacramento, em 1680. A colônia “de Desterro” estava a andar bem, como previsto. A área do povoado tinha-se alargado, havendo colonos que se tinham instalado num raio de três a cinco quilômetros, a partir do centro. E nas suas pequenas fazendas, já produziam legumes, frutas, cereais, carne de aves, de porco e até de gado, que dava para a população toda, estimada, na ocasião, à volta das oitocentas a mil almas. Outros, construíram suas frágeis habitações (hoje conhecidas como ranchos) na orla costeira e dedicavam-se à apanha de moluscos e à pesca. Em determinados momentos do ano, até produziam excedentes, que trocavam por outros produtos que não tinham, como sal, roupas de agasalho, e algumas ferramentas, com os navegantes, que passavam pela ilha para se abastecerem de água, lenha, peles, carne e verduras. Localmente não circulava dinheiro, pelo que a “moeda” de troca, era a de uns produtos por outros. O capitão Francisco Dias Velho, matreiro e experiente, com receio de não ter forças de defesa, suficientes, para resistir a um possível ataque inimigo, não permitia que os navios se aproximassem de terra, e para o negócio com os naturais, eram os colonos e os nativos que levavam seus produtos até aos navios em suas pequenas embarcações de fundo chato.

As fotos que ilustram este texto circulam na internet e foram retiradas dos seguintes sites: facebook.com/ fotosantigasdesantacatarina ; angelinawittmann.blogspot.com.br ; myfriendinfloripa.wordpress.com , aos quais agradecemos.


Corrente d’escrita Francisco Dias Velho não se limitou a organizar e a desenvolver o povoado, mas também providenciou a realização do seu primeiro objetivo: criar riqueza para ele próprio e para sua família. As-

soberania da coroa, contra o contrabando e a pirataria, deslocou-se para o local com seus guardas, armados com arcos, flechas, lanças e mosquetes, confiscou o navio e a carga, e prendeu os

Alertado para o inevitável assalto, Francisco Dias Velho mobiliza as suas tropas e concentra-as na praça central (hoje praça XV), junto à igreja que, entretanto, tinha mandado reconstruir

sim, entre as suas andanças pela ilha, demarcou um pedaço de terra na hoje chamada Costa da Lagoa (da Conceição), com meia légua (3,3 km2), onde desenvolveu uma fazenda, dedicada ao cultivo de cereais, frutas e legumes. O mesmo fez no chamado Estreito, aonde viria a instalar uma feitoria com duas léguas (13,2 km) de largo, por uma légua (6,6 km) de fundo; e ainda outra, com duas léguas em quadro (13,2 km2) junto à foz do rio Araçatuba, no atual município de Palhoça. Além destes vastos e ricos territórios, tendo como ponto de partida a capela reservada à Santa, reservou para si a parte central do povoado, uma área total, superior a 13 quilômetros quadrados.

invasores, que, tudo leva a crer, faziam parte de uma quadrilha de piratas ingleses que ameaçavam a costa catarinense, desde Cananeia até ao estuário do rio Prata.

em pedra e cal. O ataque é rápido, covarde, imprevisto, demolidor. E muitos dos guardas, apanhados pela calada da noite são mortos, feridos e outros, em pânico, fogem às pressas do povoado perante a ferocidade manifestada pelos invasores. As mulheres da família do capitão-mor foram presas e levadas para o navio dos assaltantes. Lutava-se quase corpo a corpo, tendo Dias Velho recuado para o interior da igreja com o intuito de defender a imagem sagrada e a própria vida. Nesse entretanto, suas duas filhas estavam a ser vítimas de sevícias e inclusive de violação. Quando soube da mórbida notícia, o destemido capitão-mor lança-se numa fúria sem tino contra alguns dos invasores que tinham conseguido entrar na igreja, tendo um deles, à queima roupa, disparado dois tiros que lhe acertaram no coração.

* Em 1687, decorria tranquila a vida na póvoa, e Francisco Dias Velho foi avisado por elementos da sua vigilância avançada localizada na ponta norte da ilha, de que um navio estrangeiro fundeara na baía de Canasvieiras. Como se tinha imposto – na qualidade de capitão-mor a obrigação de defender a colônia e a Página 7

Presos os homens e apreendida a carga, tudo foi conduzido até Santos, onde o ouvidor geral Tomé de Almeida e Oliveira procedeu à respetiva inquirição e julgamento do caso. Através de várias alegações, muitas delas forjadas, os acusados acabaram por ser soltos, mas ficando com a carga retida, a favor da fazenda real. Mal sabia, o intrépido capitão-mor de Nossa Senhora do Desterro, que algum tempo depois, sua vida iria mudar drasticamente. O grupo de piratas, que ludibriando as autoridades conseguiu ser solto em Santos, após conseguirem novo navio e mobilizarem mais homens, em 1689 rumam novamente para Santa Catarina, aproximam-se da póvoa Nossa Senhora do Desterro e entram pela baía, até ao local onde hoje se situa a Beira-Mar Norte.

Acabava ali, heroica, mas tragicamente, na igreja que mandara construir, que tanto adorava e por quem tinha dado a vida, o fundador da póvoa de Nossa Senhora do Desterro.


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Florianópolis... ← cont. pag. 3 costumes e artes de trabalho, a formatar e a dar alma e cor à cidade que temos hoje. Entre 1748 e 1756 foram recebidos cerca de seis mil açorianos e madeirenses, sendo que, cerca de um milhar deles, foram enviados para povoar o Rio Grande do Sul.

através de acordo assinado entre os dois reinos ibéricos. Seria aliciante abordar toda a história da nossa cidade, mas como português e escritor residente em Florianópolis, enquanto decorre mais um aniversário da cidade, só quero honrar e homenagear o seu fundador Francisco Dias Velho, e lamentar, que este vulto da história da nossa Capital e do nosso Estado, seja representado por um inexpressivo monumento público, que se encontra quase escondido atrás de uns arbustos secos e mal tratados, encoberto por um elevado rodoviário que também leva o seu nome, longe do povo florianopolitano e dos milhões de turistas que anualmente nos visitam. Quem renega ou esquece os seus heróis e o seu passado, perde a própria identidade.

Uma história sobre Florianópolis e os Estados do Sul

Entretanto, a disputa pelo território catarinense acirrava-se entre espanhóis e portugueses, levando a que, em fevereiro de 1777, os espanhóis, com uma esquadra de envergadura nunca vista até então – cerca de doze mil homens e um poder de fogo que representava pelo menos sete vezes mais que as defesas de toda ilha, invadissem e ocupassem Desterro. Em julho do ano seguinte, a soberania da ilha e da capitania voltaria para as A história, o fundador e mãos dos portugueses, a cidade... merecem

Palestrante: Afonso Rocha Página 8


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Na ponta da língua...

O Mexilhão (Aquela de copo na mão) Húmida, rosada incógnita ensimesmada nas franjas de um silêncio entre vulvas broto de um ramo distante guardião do compasso da maré de quadratura como tornastes um quase obsceno refúgio a exalar a fragrância do cio e do sal? que tanto almejaste em vida nas noites de preamar quando fugiam-te os sumos nas águas da continuação?

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Túrgido grelo do tempo embebido nas dobras de um paramento de vulva olhar-te assim, amanteigado e ardente desperta a saliva na boca traz o encanto da volúpia e uma viva memória agarrada na rocha

[Assis de Mello / Livro: Na Borda da Ilha]


fotogaleria—Florianópolis



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Florianópolis Santa Catarina +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com Loja virtual: narealgana.lojaintegrada.com.br

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura e a cultura em geral. Não nos move qualquer interesse comercial , pelo que, os nossos serviços / trabalhos de divulgação não implicam qualquer pagamento. Chamaremos para colaborar com o corrente d’ escrita os escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir gratuitamente o presente Boletim Literário.

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Dicas de português...


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Importante coletânea de textos sobre a história de Santa Catarina, lançados em comemoração dos seus 500 anos., organizados por Ana Brancher e Sílvia Maria Fávero Arend.

Outra obra também importante, que analisa a questão da denominação da ilha, é esta apresentada por Nereu do Vale Pereira, abnegado estudioso da questão Catarinense, e em particular de Floripa e dos Açorianos. Página 13


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Leituras...

Cadeira

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O saudoso escritor catarinense Virgílio Várzea, originário de Canasvieiras, é o patrono da cadeira 40 na Academia Catarinense de Letras (ACL). A cadeira 40 também foi ocupada por Nereu Correia de 1960 até 1992 e de 1997 a 2014 por Norberto Ungaretti. Atualmente está vaga. Para conhecermos este empolgante escritor, publicamos um artigo do geólogo catarinense, também originário de Canasvieiras, José Luís Sardá. Virgílio dos Reis Várzea nasceu na Freguesia de Canasvieiras em 06 de janeiro de 1863, numa casa engenho pertencente à tradicional família do Major da Guarda Nacional, Luiz Alves de Brito, lavrador mais próspero e mais popular do lugar e vida aplicada à faina das redes. Possuía dois primitivos engenhos de açúcar e de farinha de mandioca, além de dois ranchos de pesca, onde abrigava grandes canoas na praia de Canasvieiras, junto à Ponta das Pedras. Seu pai, o Capitão João Esteves Várzea, português do Minho, quando navegando pela costa do Brasil, um belo dia aportou na ponta norte da Ilha de Santa Catarina, conheceu e casou com Chiquinha de Andrade, que faleceu alguns anos depois, deixando-lhe dois filhos: João Esteves e Manoel. Casou-se novamente, desta vez com a menina moça de quatorze anos Júlia Maria Alves de Brito, prima da primeira mulher e com quem costumava brincar desde criança, trazendo-a ao colo. Com esta segunda esposa, que viria a falecer somente a 2 de maio de 1904, aos 74 anos de idade, teve cinco filhos: Júlia, Maria Amélia, Luís e Terêncio - este último falecido na idade de um ano. Dessa união também nasceu nosso ilustre filho de Canasvieiras Virgílio Várzea. Júlia Maria Alves de Brito, a mãe de Virgílio, era de família destacada, nascida de tradicional tronco açoriano, que já dera comandantes de veleiros e almirantes à marinha brasileira. Pelos avós maternos, Virgílio brotou de uma Página 14

associação de marinheiros (os Lemos) e lavradores (os Alves de Brito) o que lhe proporcionou heranças hereditárias decisivas. Nas "Memórias", assim caracterizou sua mãe: “casou aos quatorze anos esportivos que batiam a cavalo os caminhos dos arredores, enganchada como homem e enfrentava de rebenque na mão os escravos bêbedos, quando nos engenhos se celebrava a fartura do melado e da cachaça". Considerado o autêntico retratista dos costumes da gente e da paisagem marinha de sua terra, introdutor do gênero marinhista na Literatura Brasileira e o criador do conto catarinense. Engenhos, ranchos, canoas, praias, promontórios são paisagens constantes nos livros do escritor. Nas "Memórias" fala da sua liberdade e contato com a natu-

reza: "Não foi guri que viveu trancado e relata ter nascido no "casarão amarelo, de quatro águas, na rua Velha, a um quilômetro do mar", em Canasvieiras. Virgílio era "produto de duas vidas criadas ao ar livre", como ele mesmo anota. Quando tinha oito anos de idade sua família transferiu-se para a cidade do Desterro, indo morar no bairro da Figueira junto ao mar. Nas férias escolares acompanhava o pai nas viagens regulares do litoral catarinense, transportando imigrantes europeus e cargas para os portos de São Francisco do Sul, Laguna e Itajaí. Em Desterro, Virgílio passou a frequentar, em 1871 e 1872, o Colégio Rio Branco. Inicia então seu conhecimento com Cruz e Sousa, mas a amizade entre ambos se consolida em 1873, quando ambos eram alunos da escola primária do professor José Ramos da Silva. Virgílio era extrovertido e hábil conversador desde jovem.


Em 1876 o pai de Virgílio Várzea veio a falecer. O sonho de se tornar oficial da marinha do Brasil e o amor pelo mar levou nosso Virgílio para a Escola Naval, no Rio de Janeiro. Aos 16 anos de idade incompatibilizando-se com o professor de matemática, por ter traçado caricaturas que foram consideradas ofensivas, a reprovação nessa disciplina o fez abandonar a intenção de tornar-se oficial da Marinha do Brasil. Desgostoso e sem avisar à família, vai para a cidade de Santos, arranjando trabalho como praticante de piloto, no lugre “Lívia. A bordo da polaca-goleta "Mercedes", de bandeira espanhola, conheceu então as Antilhas, Cuba, Havana, Venezuela, Colômbia e fez diversas viagens para Buenos Aires, Montevidéu, costa da Patagónia e o Estreito de Magalhães. Depois foi transferido para o brigue Inglês “Theodoro”, passando a percorrer outros mares. Foi um andarilho dos

oceanos, conheceu os portos do arquipélago de Cabo Verde e da Europa. No retorno ao Brasil, a pedido de sua mãe emprega-se por pouco tempo na tipografia do catarinense Justiniano Esteves Júnior, radicado no Rio de Janeiro. Algum tempo depois, volta aos mares e vai conhecer a África do Sul e os portos do Oceano Índico, viagem essa que inspirou a escrever belos contos e Página 15

novelas. Em 1881, Virgílio resolve então ficar em Desterro, e reencontra colegas de bancos escolares, dentre eles: Cruz e Sousa, Santos Lostada, Araújo Figueiredo e Horácio de Carvalho e o próprio Virgílio Várzea, começando a escrever nas páginas dos jornais de Santa Catarina. Ainda moço começa a ensaiar os primeiros passos no jornalismo. Na literatura e nas atividades jornalísticas é que vai desabrochar e formar-se o nosso filho ilustre de Canasvieiras e grande escritor Virgílio Várzea. Em parceria com Cruz e Sousa e Manoel dos Santos Lostada, fundou e editou em 1881, o jornal manuscrito “Colombo”, que circulou poucos números e depois a “Tribuna Popular”, que mais tarde transformou em folha abolicionista. Em 1883 o médico Francisco Luiz da Gama Rosa assumiu a Presidência da Província, dando guarida ao grupo. Virgílio Várzea então é nomeado oficial de gabinete da Presidência, começando ali sua carreira de servidor público, ocupando diversos cargos. Em 1884 nas páginas do jornal “A Regeneração”, ataca o tradicionalismo através de artigos que mais tarde reuniu sob o título “Guerrilha Literária Catarinense”. Começou escrevendo versos, “Traços Azuis” em 1884, depois “Tropas e Fantasias” escritos em parceria com Cruz e Sousa. Quando Gama Rosa deixa o Governo vai para o Rio de Janeiro. Abolicionista discreto entrou na política em 1892, é eleito deputado ao Congresso Estadual, participa da Constituinte. Em 1896, fixa-se definitivamente no Rio de Janeiro. Em 1889 é nomeado inspetor escolar do

Distrito Federal, exercendo esta função até a aposentadoria. Em 1895 publica “Mares e Campos” e a novela “Rose Castle”. Em 1900 a obra “Santa Catarina – a Ilha”, um trabalho que retrata o ambiente sociocultural da sua terra, os usos e costumes de sua gente, além de dados históricos e geográficos, descrevendo as admiráveis paisagens da Ilha de Santa Catarina. No ano seguinte: “Contos de Amor”, “A noiva do Paladino”, “Jorge Marcial” e em 1902 escreve “Garibaldi na América”. O mais importante de seus romances foi “O Brigue Flibusteiro” em 1904 e relançado em 1941, ano de sua morte. Escreveu outros livros contos: “Histórias Rústicas”, “Os Argonautas” e “Nas Ondas”. Escreveu em vários jornais do Rio de Janeiro: “Cidade do Rio”, “Gazeta de Notícias”, “Jornal do Comércio”, “O País”, “A Imprensa”, “Correio da Manhã” e “Correio Mercantil” de São Paulo. Por falta de interesse próprio não chegou a entrar para a Academia Brasileira de Letras, contudo em 1906 seu nome foi lembrado pelo crítico José Veríssimo para ocupar a vaga do poeta Teixeira de Mello, mas renunciou à candidatura em favor do amigo a quem admirava Artur Jaceguay. A Academia Catarinense de Letras reservou – merecidamente - a Virgílio Várzea a cadeira número 40. Em 1963, a Academia promoveu a comemoração do centenário de nascimento do escritor. Na ocasião foram realizadas conferências e reedições de seus trabalhos em folhas literárias. Também o Governo do Estado deu o nome de “Virgílio Várzea” à rodovia que liga Florianópolis à Canasvieiras. Longe de sua terra natal, um ano antes de seu falecimento redigiu suas “Memórias” e reviu sua obra literária, ordenando os inéditos. Faleceu no dia 29 de dezembro de 1941, deixando um profundo vácuo na literatura brasileira. Deixou de publicar diversas obras que mais tarde foram lançadas: “Santa Catarina – o Continente”, “Garibaldi e as Repúblicas Juliana e Rio Grandense”, “Cartas da Beira Mar”, “A Rosa dos Ventos”, entre outras.

Corrente d’ escrita


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br Lançamento Quando a cabeça está cheia, somente o coração é capaz de esvaziá -la — diz a autora Ana Luiza Brasil, porque ele não tem lógica, é livre, é criativo, é mágico. E, assim, toda vez que o meu coração queria dizer alguma coisa, ou sonhar, ou recordar, ou, ainda, simplesmente dar o ar de graça, eu escrevia. Como jornalista, entrevistei várias pessoas famosas… mas nenhum deles me ensinou tanto quanto “os decanos de Uberaba”, com suas emocionantes histórias de vida. Foi uma página que assinei no Jornal Lavoura e Comércio de UberabaMG, onde coloquei em evidência as pessoas mais antigas de cada profissão, mas que ainda estavam na ativa. E aprendi muito com o mecânico mais antigo, o médico, a parteira, o motorista de táxi, o porteiro de cinema, a professora, a costureira de vestidos de noiva, enfim, os 78 entrevistados. PAPO SEM CABELA, é uma pausa para a cabeça e um convite para o coração. Propõe uma trégua à razão, à lógica e às argumentações. Abre espaço para a emoção, o intuito e as experiências. _____ Ana Luiza Resende Brasil, nasceu a 31 de março de 1958, em Estrela do Sul, uma pequenina cidade histórica de Minas Gerais, terra de garimpos e onde foi encontrado um dos maiores diamantes do mundo. Mas foi em Uberaba-MG, que Ana Luiza fez carreira profissional e constituiu faPágina 16

mília. Jornalista, escritora e cantora, faz apresentações de música ao vivo em restaurantes, cafés, festas particulares, eventos sociais, congressos, sempre acompanhada pelo seu companheiro — Luís Cesar Aguiar (LUCA), maestro, artista plástico e

yogue, com quem casou em 2000. Ambos animam o coletivo Cultural QUINTALL que funciona em Canasvieiras—Florianópolis. Contato: analuizaeluca.blogspot.com


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