Corrente 12

Page 1

Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

diretor e editor — Afonso Rocha

Corrente d’escrita M a g a z i n e de E s c r i t o r es , L i v r o s , L i t er a tu ra , h i s t ó r i a e C u l tu ra * S a n t a C a t a ri n a * B r a s i l

185anos anos 185


Corrente d’escrita

Biguaçu festejou no passado dia 17 de maio, 185 anos desde a sua criação, em 1883. Mas Biguaçu, no tempo integrado em São Miguel da Terra Firme, já existia desde o tempo em que as três primeiras freguesias foram criadas em 1750, logo após a chegada dos casais açorianos a Desterro em 1748, atual cidade de Florianópolis. Registe-se que a primeira sesmaria concedida, na fregesia, foi em 1753 a João Bernardo Galvão. Corrente d’escrita, como sempre atenta à literatura, à história e à cultura catarinense, não poderia alhear-se deste momento histórico para o povo vizinho e irmão da cidade de Biguaçu. Aqui ficam (ao lado) algumas imagens da cidade, bem como, nas páginas 11, 12 e 13 a intervenção que William Wollinger Brenuvida proferiu na Sessão Solene que a Academia de Letras de Biguaçu levou a efeito no pasado dia 14/5, perante uma plateia atenta e interes-sada composta por académicos, gestores, políticos, professores, estu -dantes e funcionários da autarquia biguaçuense. Página 2


Florianópolis/SC

Página 3

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018


Promovida pela Academia de Letras de Biguaçu (ALBig) esta em formaçao a Academia de Letras Mirim da mesma cidade que sera composta por 40 crianças efetivas e outras 20 como suplentes. Estas crianças serao escolhidas a partir de um concurso literario, como desenvolvido ao lado, entre os alunos do município das series finais do 6.º ao 9.º ano. Esta louvavel iniciativa so sera possível, primeiro pelo dinamismo da Diretoria da ALBig; depois pelo apoio logístico e político da prefeitura e da camara de vereadores e, sobretudo, pelo apoio financeiro da Imobiliaria Biguaçu, uma empresa que apostou no apoio a iniciativas culturais em geral, e literarias em particular. Nao se trata de iniciativas inedita, mas e sempre de louvar e de incentivar para que outros empreendedores, empresarios e gestores apoiem estas iniciativas que, sem apoio material e financeiro, nao se podem, ou dificilmente podem se realizar. Louvavel tambem o apoio da prefeitura e da camara de vereadores que devem, cada vez mais, apostar na cultura. A iniciativa movimentara centenas de alunos, e o mesmo e dizer centenas ou milhares de futuros leitores, que um dia governarao o país e criarao uma nova mentalidade e uma nova sociedade. O tema do concurso: Biguaçu dos meus sonhos, permitira discutir e aprofundar a propria historia do município entre todos os alunos das escolas publicas (estaduais e municipais) e particulares, e os resultados classificados serao publicados em livro.

Os candidatos tem muitos exemplos a seguir nos imortais da ALBig, como e o caso da Presidente Honoraria e Embaixadora Cultural do Município, Dalvina Siqueira, que nos anos doirados da sua vida, acaba de nos presentear com mais um excelente livro: TRINTA ANOS DEPOIS.



Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

Meios de Comunicação Social Comunicação de José Andrade* ao Congresso Internacional sobre os 270 anos desde a presença dos açorianos em Santa Catarina

Confesso que fiquei tão surpreendido e reconhecido, quanto honrado e assustado, com o convite que me foi dirigido para "representar os Açores" nesta Mesa dos Meios de Comunicação Social que abre o Congresso Internacional dos 270 Anos da Presença Açoriana em Santa Catarina. Surpreendido, porque muito melhor do que eu aqui estariam tantos e bons nomes ilheus de referencia nacional que dignificam a comunicaçao social açoriana nas nossas ilhas e no continente portugues. Assustado, porque partilho esta mesa tematica com personalidades marcantes da comunicaçao catarinense, como os influentes colunistas Moacir Pereira e Carlos Damiao, referencias incontornaveis do jornalismo estadual associadas aos importantes jornais "Diario Catarinense" e "Notícias do Dia", sob a coordenaçao do proprio presidente da Associaçao Catarinense de Imprensa, o prestigiado jornalista Ademir Arnon. Ainda

assim, reconhecido e honrado com este convite, que ousei aceitar por três pressupostos simbólicos: Por ser sócio, há três anos, do Instituto Histórico e Geográfico

Página 6

de Santa Catarina; por ser profissional, há três décadas, do Centro Regional dos Açores da Rádio e Televisão de Portugal; por ser herdeiro, há três gerações, de uma família açoriana dedicada ao jornalismo. Meu pai, Manuel Jacinto Andrade, era chefe de redação do mais antigo jornal português, o "Açoriano Oriental"; meu avô, Cícero de Medeiros, foi diretor do jornal "Correio dos Açores" e, depois, fundou e dirigiu o jornal "Açores". Curiosamente, o meu bisavô emigrara para o Brasil e aqui casou com uma jovem brasileira do Estado do Amazonas, América Alzira de Sousa Medeiros, mas fez questão de voltar à ilha de São Miguel só para que Cícero nascesse na sua vila do Nordeste, em 1906. Regressaram prontamente a Manaus, onde o meu avô acabaria por passar as primeiras duas décadas da sua vida, antes de fixar residência definitiva em Ponta Delgada e de dedicar as quatro décadas seguintes à inovação do jornalismo açoriano. Portanto, com este sangue brasileiro e jornalístico que me corre nas veias a partir do coração, proponho-me partilhar aqui alguma informação ilustrativa do percurso histórico e da realidade presente dos Meios de Comunicação Social no Arquipélago dos Açores.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Meios de Comunicação Social Primeiramente, a IMPRENSA. A imprensa açoriana nasce dois anos antes da imprensa catarinense. O primeiro jornal publicado nos Açores e a "Folhinha da Terceira", fundado em 1829 na cidade de Angra do Heroísmo. O primeiro jornal publicado em Santa Catarina e "O Catharinense", fundado em 1831 nesta entao cidade do Desterro. Tres anos depois do pioneiro terceirense dos jornais açorianos, a imprensa chega a ilha de Sao Miguel, com a publicaçao do "Cronica, Semanario dos Açores", em 1832, na cidade de Ponta Delgada. E expande-se, depois, para quase todo o arquipelago: em 1857, com "O Incentivo", na ilha do Faial; em 1866, com "O Futuro", na ilha Graciosa; em 1871, com "O Jorgense", na ilha de Sao Jorge; em 1874, com "O Picoense", na ilha do Pico; em 1885, com "O Mariense" e com "O Florentino", respetivamente, nas ilhas extremas de Santa Maria e das Flores. E tambem em Angra do Heroísmo que surge o primeiro jornal diario dos Açores, "A Trombeta Açoriana", em 1886. E e em Ponta Delgada que nasce o primeiro periodico de tematica agrícola publicado em Portugal, "O Agricultor Micaelense", em 1843. Segundo um estudo que desenvolvemos sobre "A Imprensa Açoriana do Seculo XIX", mais de meio milhar de títulos periodicos sao publicados em todas as ilhas e concelhos dos Açores, com exceçao do Corvo, so nas primeiras sete decadas ate 1899. Sao jornais, boletins e revistas de carater político, literario, religioso e humorístico, geralmente com existencia efemera, tiragem reduzida, numero mínimo de paginas. A publicaçao de 60% dos jornais oitocentistas surge concentrada nas tres cidades açorianas: 186 em Ponta Delgada, 144 em Angra do Heroísmo, 90 na Horta. E curioso constatar que, durante o seculo XIX, a imprensa açoriana e a imprensa catarinense sao cronologicamente semelhantes, mas quantitativamente diferentes. O Arquipelago dos Açores, registando 248.000 habitantes no primeiro recenseamento geral da populaçao portuguesa realizado em 1864, conta com mais de 500 jornais publicados no seculo XIX. A entao Província de Santa Catarina, registando 158.000 habitantes no primeiro censo brasileiro de 1872, conta com cerca de 160 jornais publicados no seculo XIX, conforme indica o Catalogo de Jornais Catarinenses da Fundaçao Catarinense de Cultura. Curiosamente, tambem, a imprensa açoriana e a imprensa catarinense publicam tres dezenas de jornais, com o mesmo título durante o seculo XIX, nomeadamente: A Esperança, A Página 7

Mensal: Junho de 2018

Liberdade, A Lucta, A Luz, A Quinzena, A Regeneraçao, A Semana, A Uniao, A Verdade, A Voz, A Voz do Povo, Conciliador, Evoluçao, O Artista, O Futuro, O Globo, O Independente, O Patriota, O Progressista, O Progresso, O Santelmo, O Typographo, Palavra, Patria, Sul, Vanguarda e Voz da Verdade. Mesmo 100 anos depois, no final do seculo XX - quando a Regiao Autonoma dos Açores, depois da grande vaga da emigraçao açoriana, estabiliza a sua populaçao em cerca de 250.000 habitantes - a imprensa das nossas ilhas e ainda proporcionalmente significativa. Ate a decada passada, chegamos a ter 7 jornais diarios, quase todos centenarios, com publicaçao simultanea em 3 cidades: os matutinos "Açoriano Oriental" e "Correio dos Açores" e o vespertino "Diario dos Açores" em Ponta Delgada; o matutino "Diario Insular" e o vespertino "A Uniao" em Angra do Heroísmo; o matutino "O Telegrafo" e o vespertino "Correio da Horta" na cidade da Horta. O Estado de Santa Catarina - que cresce, entretanto, para cerca de seis milhoes de habitantes - tem entao quatro dezenas de publicaçoes diarias, segundo informaçao da Associaçao Nacional de Jornais. Ja nesta segunda decada do seculo XXI, a imprensa generalista açoriana conta agora com 15 títulos principais em quatro ilhas: 7 em Sao Miguel, 4 no Pico, 2 na Terceira e 2 no Faial. Na ilha de Sao Miguel, que regista mais de metade da populaçao dos Açores, a cidade de Ponta Delgada mantem a publicaçao de tres jornais diarios de referencia historica: o "Açoriano Oriental", fundado em 1835 e diario desde 1979, que e o jornal mais antigo de Portugal e o segundo mais antigo da Europa em publicaçao ininterrupta; o "Diario dos Açores", fundado em 1870, que e o quotidiano mais antigo do arquipelago; o "Correio dos Açores", fundado em 1920. Tambem em Ponta Delgada sao editados o jornal semanal "Atlantico Expresso" e as revistas mensais "NO" e "Criativa", enquanto o semanario "A Crença" e publicado em Vila Franca do Campo desde 1915. A ilha do Pico, com menos de 15.000 habitantes, mantem tres semanarios nos tres concelhos - o centenario "O Dever" na vila das Lajes, o "Ilha Maior" na vila da Madalena e o "Jornal do Pico" na vila de Sao Roque - para alem de editar a revista mensal "Triangulo Magazine", comum as ilhas de Sao Jorge e do Faial. No Faial, a cidade da Horta retomou em 2004 a publicaçao diaria do seu primeiro jornal "Incentivo" e assegura a ediçao do semanario "Tribuna das Ilhas". Na ilha Terceira, a cidade de Angra do Heroísmo publica o "Diario Insular" desde 1946, enquanto a cidade da Praia da Vitoria edita quinzenalmente o "Jornal da Praia". Por curiosidade final, se compararmos os dois jornais de maior circulaçao nos Açores e em Santa Catarina, temos que o "Açoriano Oriental", publicado ha 183 anos em Ponta Delgada, imprime diariamente 5.000 exemplares para uma ilha com 150 mil habitantes, e que o "Diario Catarinense", editado ha 32 anos em Florianopolis, regista uma tiragem de 19.000 exemplares para um estado com seis milhoes de residentes.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

quente" de 75, marcado por manifestaçoes populares que mobilizam a ilha de Sao Miguel sob o signo do Comunicação Social nos Açores independentismo açoriano. Em Santa Catarina, a televisao chegara 11 anos antes, com a Seguidamente, a RÁDIO. "TV Florianopolis" fundada em 1964. E constam que hoje De acordo com as informaçoes recolhidas para o livro "Aqui funcionam, em todo o Estado, cerca de tres dezenas de Portugal - Os Primeiros Anos da Telefonia nos Açores", que emissoras locais de televisao. Nos Açores, a RTP foi o unico publicamos em 2003 e reeditamos em 2016, a primeira meio televisivo durante duas decadas, mas, com a criaçao transmissao açoriana de Telegrafia Sem Fios ocorre da "Cabo TV Açoreana" em 1994, passou a partilhar os exatamente ha 90 anos, em 1928, na cidade de Ponta televisores insulares com mais de duas centenas de canais, Delgada, por iniciativa pessoal de Jacinto Pedro Ribeiro. incluindo os brasileiros Globo e Record. Ja longe vai o Quatro anos depois, em 1932, nasce a primeira radio tempo em que "Gabriela Cravo e Canela" concentrava a fundada no Estado de Santa Catarina e uma das mais atençao dos açorianos de todas as ilhas. antigas do Brasil, o Radio Clube de Blumenau, sendo que Hoje, para alem da televisao, da radio e dos jornais, sao as atualmente o Estado conta com cerca de 280 emissoras de redes sociais que predominam tambem nos Açores. radiodifusao. Os Açores, durante os anos 30, registam uma Atraves da Internet, temos nao apenas a versao digital dos dezena de postos privados de radiodifusao: sete em Ponta orgaos convencionais de comunicaçao social, mas tambem Delgada e tres nas ilhas Terceira, Faial e Sao Jorge. jornais, radios e televisoes com difusao exclusivamente No ano de 1941, em plena Segunda Guerra Mundial, o online. 270 anos depois, estamos agora a distancia de um governo portugues do Estado Novo, por afirmaçao clique. O Arquipelago dos Açores ajudou a escrever a nacionalista e estrategica militar, instala em Ponta Delgada historia do Sul do Brasil. o Emissor Regional dos Açores da Emissora Nacional. A Regiao Autonoma dos Açores esta oficialmente irmanada Nasce assim, ha 77 anos, o serviço publico regional da com o Estado de Santa Catarina. Ponta Delgada, como Radiodifusao Portuguesa, que integra agora a RTP/Açores, Angra do Heroísmo e Praia da Vitoria, e cidade-irma de com estudios proprios nas ilhas de Sao Miguel, Terceira e Florianopolis. Temos todas as razoes para sermos mais Faial. Sao suas contemporaneas as mais antigas radios proximos. privadas dos Açores ainda em atividade - o Clube Asas do As novas tecnologias facilitam, cada vez mais, isso mesmo. Atlantico, fundado na ilha de Santa Maria em 1947, e o Podíamos entao dar um primeiro passo nessa caminhada Radio Clube de Angra, criado em 1949 na ilha Terceira de conveniencia mutua, criando um jornal digital conjunto para alem da Radio Lajes, a voz da Força Aerea Portuguesa de Açores e Santa Catarina, para partilhar notícias de na Base das Lajes desde ha 71 anos. interesse comum a partir de Ponta Delgada e Florianopolis. Agora, existem cerca de 30 radios locais nos 19 concelhos Poderia ate intitular-se "Açorianopolis", o termo criado das 9 ilhas dos Açores, de entre as quais uma dezena com pelo Professor Nereu do Vale Pereira, em homenagem ao mais de duas decadas: a Radio Antena 9 (1986), a Radio decano atual das historicas relaçoes entre açorianos e Nova Cidade (1986), a Radio Horizonte (1987), a Radio catarinenses. Atlantida (1988), a Radio Graciosa (1988), a Radio Pico Esta Mesa, neste Congresso, e um excelente ponto de (1988), a Top Radio (1988), a Radio Lumena (1989), a partida. E esta semana, nesta cidade, foi assinado um Radio Açores TSF (1996). protocolo de cooperaçao, entre a Associaçao Catarinense de Imprensa e o Município de Ponta Delgada, que bem pode Finalmente, a TELEVISÃO. conferir enquadramento institucional a esta iniciativa. O Centro Regional dos Açores da Radio Televisao Portuguesa (RTP) foi inaugurado em Ponta Delgada no ano Aqui fica a nossa sugestão e a nossa disponibilidade. de 1975. Dezoito anos depois do início das emissoes regulares no continente portugues e passados tres anos * Jose Andrade e jornalista, ex deputado e chefe de sobre a primeira emissao regional no vizinho arquipelago gabinete do presidente da Camara (Prefeitura) da Madeira, a televisao chega aos Açores em pleno "verao Municipal de Ponta delgada. Página 8


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

foram entregues a seu destino. E la se encontram, ate hoje.

Lei Aurea No passado dia 13 de maio completaramse 130 anos desde a publicaçao da chamada Lei Aurea que, do ponto de vista oficial, aboliu a escravatura no Brasil. Na verdade, so no papel essa escravatura acabou, pois os exemplos de trabalho escravo, em 2018, continuam a gritar nas paginas da imprensa nacional e internacional.

A libertaçao em maio de 1888 nao foi para os escravos a festa de alegria anunciada oficialmente, mas, na maioria dos casos, uma catastrofe economica. Sem terra, sem um so real de capital inicial nem qualquer formaçao profissional, eles Página 9

Milhoes de afro-brasileiros vivem atualmente sob as mesmas condiçoes precarias que seus ancestrais, libertados 130 anos atras. Os pobres barracos das favelas das periferias brasileiras lembram os do seculo 19. Ha milhoes de brasileiros que ainda nao chegaram ao seculo XXI. Das cerca de 60 mil vítimas de violencia, a cada ano, dois terços sao jovens negros, assim como dois terços dos detentos nas penitenciarias. Para eles, o Brasil nao oferece nenhuma outra perspectiva alem do ciclo, ja iniciado na escravidao, de violencia, de rebeliao contra a sociedade hostil e contra si mesmos. Enquanto os brancos eram e sao intocaveis, os negros voltam sua violencia contra si, em desesperança e odio proprio. Nao ha como simplesmente descartar o legado nefasto da escravidao, explica o psicanalista italiano Contardo Calligaris, que vive no Brasil desde a decada de 80. Cada brasileiro, diz ele, traz em si a figura do colonizador, do dominador e explorador brutal: "Todas as relaçoes de poder do Brasil sao absolutamente habitadas pelo fantasma da escravidao." O poder se expressa como dominaçao física sobre o outro, uma assombraçao da escravatura que se recusa a desaparecer.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

Publicação de 1867 “O Império do Brasil, na Exposição Universal, em Paris” páginas 28 e 29.

Como o regime tentava humanizar,

(ou esconder), a escravatura no Brasil.

Página 10


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

ocupaçao do litoral centro-leste catarinense, pelos registros realizados, possui entre 5 e 3,5 mil anos. Houve tempo, para quem viveu antes de nos, dessa epoca, batizar cada elemento vivo fornecido pela Mae Terra, pelo Pai Trovao – tambem pelo Grande Mar. Depois viemos nos, mas viemos misturados. Diferente, bem diferente do que pensavam nossos antepassados do outro lado do Grande Mar, o elemento branco, o europeu que por aqui viveu, e sobreviveu, que ocupou e povoou esse espaço, ele o fez a partir de um somatorio de experiencias diversas. O catarinense e mestiço: fruto do índio, do africano, do europeu. E essa profusao etnica encontrou aqui, nesse espaço onde esta o antigo Biguaçu – hoje fracionado em muitos municípios – terra de paz e desenvolvimento. Pergunta ainda nao respondida. Biguaçu: etimologia e raiz antiga

BIGUAÇU: RAIZ ANTIGA Nossa mãe Terra, nosso pai Trovão: Grande Mar Humanos nos sempre fomos, desde sempre, quando buscamos nos significar para o mundo, para o outro, para nos mesmos – ainda que em silencio. Para o Guarani, tudo aqui, e acola, era parte de um todo: um territorio sem fronteiras, a terra sem males, o lugar de encontro ao sol, ao grande mar. A Naçao Guarani sempre entendeu as relaçoes de família como um (e)terno laço de amizade. Antes do Guarani, do tronco linguístico tupi-guarani, por aqui viveram os Itarare, os ceramistas do tronco linguístico Macro-Je, aqueles que deixaram inscriçoes rupestres na Pedra do Letreiro, canto norte da Ilha do Arvoredo – e em outros lugares do litoral catarinense, no que se convencionou chamar de “oficinas líticas”. Antes dos Itarare, grupos coletores e caçadores, por aqui, edificaram muitos ostreiros, que em guarani quer dizer “reritiba”, e que, ousamos batizar de sambaquis – sem saber se tal etimologia e indígena-americana ou de raiz africana! A Página 11

Em 2008 adentrei ao antigo Palacio Cruz e Sousa, antiga sede do Poder Executivo Catarinense, antes do predio que hoje comporta o Forum Desembargador Aldo Luz – alias, erro imperdoavel do ex-governador Luiz Henrique da Silveira transferir o Palacio do Governo da Praça Tancredo Neves para a Rodovia Jose Carlos Daux (SC-401). Erros a parte, no Cruz e Sousa, eu li no painel belissimamente desenhado no hall de entrada, proximo a escadaria o nome dos municípios catarinenses do seculo XIX e início do seculo XX, entre os quais Biguassu – e nao Biguaçu. Houve uma tendencia com as reformas ortograficas em mudar a grafia de nomes proprios ao longo do seculo XX – outro erro imperdoavel. Sempre gostei mais da grafia Biguassu, muito embora o termo carecesse de questionamentos. O tupi-guarani sempre foi muito distorcido. De acordo com o jornalista Ozias Deodato Alves Junior, a partir de pesquisas realizadas em livros dos pesquisadores Raulino Raitz e Evaldo Pauli, ele chegou naquilo que chamou de evoluçao da palavra Biguaçu. Alves Junior apresentou assim o esquema da evoluçao da palavra: GUAMBÝGOASU— EMBIGOASU—BIGUASSU—BIGUAÇU. A partir dessa digressao, atemporal, vou me permitir a fazer algumas conjecturas. Ao que consta na bibliografia catarinense, em mapas antigos, os mesmos onde o termo escrito Ganxos, com x, e nao com o dígrafo ch (Ganchos), o nome GUAMBÝGOASU que derivou (prefiro utilizar o termo derivar ao evoluir) para EMBIGOASU aparece pela primeira vez em 1753. O nome faz mençao ao rio, e nao em razao de um lugar específico “em terra firme”.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Nao quero e nao vou criar polemicas, mas no dicionario de Guarani, do geologo, arqueologo, e lexicografo Luiz Caldas Tibiriça (1913-2006), um dos nomes mais significativos nas pesquisas indígenas do mundo, o termo guambipé significa paliçada; cerca de estacas. Pois bem, nas anotaçoes feitas pelo jornalista Ozias Alves Junior, com apoio na bibliografia do professor da Universidade Federal de Santa Catarina, o antonio-carlense Evaldo Pauli, o termo Guambýgoasu significa cerca grande. Pontuo, porem, para o leitor mais leigo ao tema, que registramos palavras naquilo que se convencionou denominar de nheengatu, uma língua derivada do tupinamba, nos ajuda a compreender a partir da língua portuguesa os termos que os guaranis nunca escreveram e apenas falavam. O termo Biguaçu, por exemplo, parece ter sido mesmo inventado porque se considerarmos o ensinamento do lexicografo Luiz Caldas Tibiriça, “O guarani nao tem fonemas correspondentes as letras b, d, f, l, z”. Penso que ja criei alguma polemica reforçando a tese do professor Evaldo Pauli, de quem guardo grande admiraçao. Tambem, verificando ser oportuna a busca realizada pelo jornalista Ozias Alves Junior ao tentar compreender a derivaçao da palavra, e o atual nome da cidade em Município de Biguaçu, onde guardamos raízes antigas, desde os tempos de nossos ancestrais Alves, que vieram da Ilha Terceira, nos Açores. São Miguel da Terra Firme e os “Ganchos” De acordo com o professor Joaquim Gonçalves dos Santos, nosso confrade na Academia de Letras de Biguaçu, que escreveu a dissertaçao de Mestrado intitulada “A Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme: aspectos historicos e demograficos – 1750-1894”, no ano de 1753, a Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme contava com 592 pessoas. Mesmo com o desenvolvimento da Armaçao de Nossa Senhora da Piedade ou Armaçao Grande das Baleias, em 1795, a populaçao da Freguesia ainda nao contava com 3 mil pessoas. Esses dados sao importantes porque nos levantamentos documentais e bibliograficos realizados pelo mestre Joaquim Gonçalves dos Santos, os primeiros casais açorianos que chegaram a povoa de Sao Miguel teriam aportado ali em 23 de janeiro de 1751. E fato, entao, que antes dos açorianos e madeirenses ja havia quem habitasse a Armaçao da Piedade, por exemplo, e outras cercanias do continente, observando que a Igreja de Nossa Senhora da Piedade foi benta em 11 de janeiro de 1745. Quanto aos açorianos e madeirenses, o numero provavel de famílias fixadas foi de 200 famílias. Foram esses casais açorianos e Página 12

Mensal: Junho de 2018

madeirenses que uniram esforços aos que ja residiam nas cercanias, auxiliando diversas atividades, entre elas, na caça as baleias. Na Armaçao, bem proximo da Vila da Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme, viveram indígenas, bandeirantes paulistas de Sao Vicente (vicentistas), imigrantes africanos forçados ao trabalho escravo, bem como mercenarios contratados pela Coroa Portuguesa, açorianos e madeirenses, e imigrantes alemaes e belgas. Dos escombros da Armaçao Baleeira, e da Colonia Alema e Belga da Piedade cresceu, com muito custo, a Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme. Em 1833 fora elevada a “Villa”, e logo a Município. Em 1894, apos diversos problemas de ordem economica, e com disputas políticas entre republicanos e federalistas, a sede vai mudar para Biguaçu. E preciso lembrar que a Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme deu origem aos atuais municípios de: Camboriu e Balneario Camboriu, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Tijucas, Canelinha, Sao Joao Batista, Nova Trento, Major Gercino, Governador Celso Ramos (antigo Ganchos), Antonio Carlos, e Biguaçu. Registre-se que em 1888, quando as disputas se acirraram para o deslocamento da sede do município de Sao Miguel para Biguaçu, os gancheiros enviaram um expediente a Assembleia Legislativa de Santa Catarina para que o Arraial de Ganchos fosse anexado a Tijucas.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Questiona-se muito a remoçao do município de Sao Miguel para Biguaçu, mas e fato que o local nao possuía condiçoes para crescer. Sao Miguel e uma localidade espremida entre morros verdejantes com otima disponibilidade de agua, e o mar. A faixa de areia de praia e curta, muito embora preservada. Biguaçu dispunha de um rio navegavel, e terras planas. O lodaçal e os pantanos que cobriam a planície de Biguaçu deveriam ser corrigidos pela açao humana – essa era orientaçao dos navegadores e viajantes estrangeiros dos seculos XVIII e XIX que encontramos em registros, como o caso de John Mawe quando cita a extensa planície do Inferninho (atual Governador Celso Ramos). Da antiga Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme restaram memorias, alguns bons trabalhos escritos, e o conjunto arquitetonico: Bica da carioca; Igreja consagrada a Sao Miguel Arcanjo, inaugurada em 23 de janeiro de 1751; o aqueduto construído por um engenheiro americano de sobrenome Anderson; e o imponente casario colonial. Logo mais adiante, a Fortaleza de Santa Cruz do Anhatomirim (hoje pertencente a Governador Celso Ramos), e que foi capital da Província por algum tempo.

Mensal: Junho de 2018

Os meus antepassados açorianos vieram das terceiras, grupo central dos Açores. Boa parte deles, da Ilha Terceira, apos uma longa jornada. Eram judeus fugidos da perseguiçao religiosa. Na Armaçao da Piedade foram eles lançados na caça as baleias por imposiçao, e sobreviveram nos “Ganchos”, que era parte da Freguesia de Sao Miguel da Terra Firme, hoje Biguaçu. Ja os meus antepassados alemaes realizaram tambem grande jornada, mas importa saber que meu saudoso bisavo Francisco Wollinger, o “Chico Penteado”, o “Chico Wollinger”, foi parar em Ganchos em 1919. E veio para o centro de Biguaçu, quando “os Ganchos” ainda pertenciam a Biguaçu, em 1962. Hoje, meu bisavo empresta seu nome ao Mercado Publico Municipal de Biguaçu, recem-inaugurado; a uma rua de Biguaçu; e a rodovia municipal que corta Governador Celso Ramos. Tambem, ha um pequeno regato que nasce na divisa dos bairros de Canto dos Ganchos e Dona Lucinda, que se chama “Corrego Wollinger”. A descendencia de meu bisavo se multiplicou nesse novo Biguaçu que e uma das cidades mais importantes do Estado de Santa Catarina. William Wollinger Brenuvida — bacharel e especialista em Direito; jornalista e escrior, membro da Academia de Letras de Biguaçu.

Foto: Afonso Rocha—mesa que presidiu à Sessão Solene.

Página 13


Florianópolis/SC

Ano II — Número 12 -

Mensal: Junho de 2018

Vida académica

Tomada de posse, no passado dia 10 de maio, do jornalista e escritor Apolinário Ternes, de 69 anos, de Joinville, como membro da Academia Catarinense de Letras. Ternes ocupa a cadeira numero 8, que tem como como patrono Eduardo Duarte Silve e fundador Marcos Konder, ao qual sucedeu: Vitor Konder; Carlos Gomes Oliveira; Polidoro Emani de Sao Thiago; Silvo Coelho Santos e Mario Pereira. Em agosto de 2017 foi publicado Edital para ocupação das cadeiras 8, 10, 14, 16, 21, 31 e 40. Em dezembro foram preenchias as cadeiras 8 e 21, cujos membros tomaram posse nestes dois atos. A 4 de junho serão preenchidas as restantes cadeiras, excepto a 40 que será preenchida posteriormente.

Tomada de posse, no passado dia 21 de maio, da professora Maria Tereza de Queiroz Piacentini, de Joaçaba, e residente em Florianopolis, como membro da Academia Catarinense de Letras. Maria Tereza ocupara a cadeira numero 21. A cadeira tem como patrono Joaquim Gomes de Oliveira e fundador Joe Collaço, ao qual sucedeu Evaldo Pauli. Página 14


Corrente d’ escrita

Florianópolis Santa Catarina +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com Loja virtual: narealgana.lojaintegrada.com.br

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura , história e a cultura em geral. Não nos move qualquer interesse comercial , pelo que, os nossos serviços / trabalhos de divulgação não implicam qualquer pagamento. Chamaremos para colaborar com o Corrente d’ escrita os escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir o presente Magazine Literário.

LEIA, DIVULGUE, PARTILHE, COLABORE

Dicas de português...


Corrente d’escrita

Página 16


Corrente d’ escrita

Livros—divulgação Amado. Em 1942, ao deixar o exílio no Uruguai, o autor de Seara Vermelha confia a uma amiga a guarda de uma mala. Em narrativa envolvente, a obra abrange o ciclo da vida nacional que vai da queda de Getulio Vargas ao apogeu do Receava, talvez, leva-la para o seu País. E por la ficou, por Governo Lula. Tudo começa na pequena Trombudo Central, mais de cinco decadas, ate ir parar na Ilha. Continha no Vale do Itajaí, passa por Medianeira, na tríplice fronteira documentos pessoais, anotaçoes, fotografias, poemas e um de Foz do Iguaçu, alarga-se em Joinville, na regiao romance inacabado. industrial catarinense, e desemboca enfim na Ilha de Santa Alcides Buss e professor, editor e poeta. Catarina. Mas nao se atem apenas a estas regioes. No fluxo Ed: Caminho de Dentro Edições, 352p R$ 49,90. do tempo, desponta inesperadamente nas mais www.caminhodedentro.com.br importantes cidades do País, em varias capitais da Europa, da America Central e da America do Sul. Em cada lugar, reconstroi os liames entre o esquecimento e a memoria, entre o passado e o presente. Dentro do tempo, cada etapa da vida segue em paralelo com as demais, causando a impressao de simultaneidade. Vazado em segunda pessoa, a biografia do poeta forma uma especie de pano de fundo e serve de fio condutor dos eventos sociais, culturais e poeticos. O autor e o poeta se fundem num ser transitorio que, atraves da leitura, pode confundir-se com o leitor em suas proprias vivencias e recordaçoes. O poeta-autor e protagonista dum novo tempo. E nos varios cenarios de sua narrativa, passando pelo oeste do Parana, Joinville e Sao Francisco do Sul, na decada de oitenta, o poeta ja firmado, o cenario da narrativa se transfere para a Ilha de Santa Catarina. A Universidade abastece o corpo e a alma com novas e vibrantes energias. Ao longo de meses e anos, varais literarios espalham a poesia na cidade, nos bairros, nas escolas, nas outras cidades, em outros estados e ate em outros países. A maneira das cartas antigas, o livro ainda presenteia o leitor com um P.S. (Post Scriptum). Nele, revela o caso surpreendente da mala esquecida de Jorge Página 17


Corrente d’ escrita

Livros—divulgação Sendo simplista, poderia dizer que este livro se trata de uma historia daquelas telenovelas gostosas de assistir. Mas e muito mais do que isso. E uma ode ao amor e a vida. Uma historia de relaçoes marcadas pela cumplicidade, atravessadas pelo erotismo, pelas agruras da vida cotidiana, pela luta pela sobrevivencia, pela tristeza, pela saudade, pelo luto, pelas dores, pelas perdas. Mas quando a historia começa a ficar densa demais, a autora, como num passe de magica, faz aparecer fadas, libelulas, passarinhos... faz com que os personagens ora sejam reais, ora sejam imaginarios, de forma que esses elementos combinados deem leveza a narrativa. Em outras palavras, Urda nos ensina que a dureza cotidiana pode ser mais bem suportada com um cadinho de magia. Nao espere o leitor, a leitora, um texto militante. Nao o e. No entanto, o livro todo e uma defesa do amor, da solidariedade, da pureza, da sensibilidade. E pela via da ficçao, Urda Alice Klueger desbanca as ausencias do mundo contemporaneo. Um belo livro de literatura, intenso e vasto o suficiente para qualquer um se encontrar nele. Um livro necessario em tempos de tanta aridez. Onice Sansonowicz Historiadora e Professora de História

Caro escritor: Mande-nos um (pequeno) resumo de seu livro, de sua biogafia e uma foto da capa (indicar também onde comprar o livro). Vamos divulgar (gratuitamente) as suas obras! Página 18


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br

Nove Meses e Quarenta Minutos

Edouard—Três dias da Eternidade

2017, 124 p—Preço R$ 40,00

Impresso — R$ 29,00

A Chave do Grande Mistério Audiolivro - R$ 23,00

Audiolivro - R$ 23,00

O SEGREDO, Além do Pensamento

Pergunte a Seus Sonhos

REINO MEU

Audiolivro – R$ 23,00

Livro impresso — R$ 47,00

Audiolivro — R$ 23,00

Audiolivro R$ 26,00

Página 19


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br

Viagem das Letras

Olhos d’ Água

2017, 148 p—Preço R$ 15,00

2013, 346 p—Preço R$ 40,00

Pés-Vermelhos

A Verdade Histórica da

2016—preço R$ 50,00

Humanidade e sua Possibilidades

Página 20

Sangue Lusitano 2016, 190 p-Preço R$ 30,00

As Aventuras de Firó, Flé e Flá (audiolivro—R$ 23,00)


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br Edição Digital PDF

Aventuras de Um Radialista

A Dama Poesia

124 p—Preço R$ 25,00

2017, 86 p—Preço R$ 25,00

Espinhos do Silêncio

TROVAS AO VENTO

2017, 208 p– Preço R$ 40,00

2014, 140 P—Preço R$ 25,00

Página 21

Sangue Lusitano 2018, 190 p-Preço R$ 15,00

REDE DAS LETRAS 2015, 256 p-Preço R$ 15,00


Prazo: até 15 de junho de 2018

V Concurso Literário da ALLA Contos e Crônicas Organização: Academia Leopoldense de Letras e Artes Contacto: concursoleterario.alla@gmail.com

Prazo: até 25 de maio de 2018

9.º Concurso Literário Celso Sperança Contos e Poesias: infantojuvenil, adultos e melhor idade Organização: Prefeitura de Cascavel/PR Prémios: em dinheiro e publicação em coletânea Contacto: concursoliterariocascavel@gmail.com

Prazo: até 25 de junho de 2018 Concurso de Poesia: PoemeSe Contato: info@week.com

Prazo: até 30 de junho de 2018

6.º Prémio de Campos Jordão de Literatura Crônicas e Poesia Contato: concursosculturaiscj.blogspot.com


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.