Corrente 19

Page 1

Florianópolis/SC

Ano II — Número 19 - Mensal: janeiro de 2019

diretor e editor — Afonso Rocha

Corrente d’Escrita M a g a z i n e d e E s c r i t or e s, L it e r a t u r a , Ar t e , h is t ó r i a e C u l tu r a * S a n t a C a t a r i n a * B r a s i l

185anos anos 185


Corrente d’Escrita

Ditadura militar no Brasil Houve, ou Não? Em 1964, um golpe de estado derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura militar que duraria até 1985. Censura, exílio, repressão policial, tortura, mortes e “desaparecimentos” eram expedientes comuns nesses “anos de chumbo”. Porém, apesar de toda documentação e testemunhos que provam os crimes cometidos durante o Estado de exceção, tem gente achando que naquela época “o Brasil era melhor”. Mas pesquisas da época – algumas divulgados ainda há pouco, graças à Comissão Nacional da Verdade – revelam que o período não trouxe tantas vantagens para o país.

* Em uma época em que não é incomum ver gente clamando pela musculação do regime ou por uma nova intervenção direta ou indireta militar no país, decidimos falar dos mitos sobre a ditadura em que muita gente, adormecida, ainda acredita. 1. “A ditadura no Brasil foi branda” Pois bem, vamos la. Ha quem diga que a ditadura brasileira teria sido “mais branda” e “menos violenta” que outros regimes latino-americanos. Países como Argentina e Chile, por exemplo, teriam sofrido muito mais em “maos militares”. De fato, a ditadura nesses países também foi sanguinaria. Mas repare bem: também foi. Afinal, direitos fundamentais do ser humano eram constantemente violados por aqui: torturas e assassinatos de presos políticos – e ate mesmo de crianças – eram comuns nos “poroes do regime”. Esses crimes contra a humanidade, hoje, ja sao admitidos ate mesmo pelos militares (veja aqui e aqui). Para quem, mesmo assim, acha que foi “suave” a repressao, um estudo do governo federal analisou relatorios e propoe triplicar a lista oficial de mortos e desapareciPágina 2

dos políticos vítimas da ditadura militar. Ou seja: de 357 mortos e desaparecidos com relaçao direta ou indireta com a repressao da ditadura (segundo a lista da Secretaria de Direitos Humanos), o numero pode saltar para 957 mortos. 2. “Tínhamos educação de qualidade” Naquela epoca, o “livre-pensar” nao era, digamos, uma prioridade para o regime. Havia um intenso controle sobre informaçoes e ideologia – o que engessava o currículo – e as disciplinas de filosofia e sociologia foram substituídas por Educaçao, Moral e Cívica e por OSPB (Organizaçao Social e Política Brasileira, uma materia obrigatoria em todas as escolas do país, destinada a transmissao da ideologia do regime autoritario). Segundo o estudo “Mapa do Analfabetismo no Brasil”, do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), do Ministerio da Educaçao, o Moral (Movimento Brasileiro para Alfabetizaçao) fracassou. O Moral era uma resposta do regime militar ao metodo do educador Paulo Freire – considerado subversivo -, empregado, ja naquela epoca, com sucesso no mundo todo. Mas os problemas nao paravam por aí: com o baixo índice de investimento na escola publica, as unidades privadas prosperaram. E faturaram tambem. Esse “sucateamento” tambem chegou as universidades: foram afastadas dos centros urbanos – para evitar “baderna” – e sofreram a imposiçao do criticado sistema de credito.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 19 - Mensal: janeiro de 2019 va la. Experimente jogar no Google termos como “Caso Halles”, “Caso BUC” e “Caso UEB/Rio-Sul” e voce nunca mais vai usar esse argumento.

3. “A saúde não era o caos de hoje” Se hoje todo mundo reclama da “qualidade do atendimento” e das “filas interminaveis” nos hospitais e postos de saude, imagina naquela epoca. Para começar, o acesso a saude era restrito: o INAMPS (Instituto Nacional de Assistencia Medica da Previdencia Social) era responsavel pelo atendimento publico, mas era exclusivo aos trabalhadores formais. Ou seja, so era atendido quem tinha carteira de trabalho assinada. O resultado era esperado: cresceu a prestaçao de serviço pago, com hospitais e clínicas privadas. Essas instituiçoes abrangeram, em 1976, a quase 98% das internaçoes. Planos de saude ainda nao existiam e o saneamento basico chegava a poucas localidades, o que aumentava o numero de doenças. Alem disso, o modelo hospitalar adotado relegava a assistencia primaria a segundo plano, ou seja, para os militares era melhor remediar que prevenir. O tao criticado SUS (Sistema Unico de Saude) – que hoje atende cerca de 80% da populaçao – so foi criado em 1988, tres anos apos o fim da ditadura. 4. “Não havia corrupção no Brasil” Uma característica basica da democracia e a participaçao da sociedade civil organizada no controle dos gastos, denunciando a corrupçao. E em um regime de exceçao, bem, as coisas nao funcionavam exatamente assim. Nao havia conselhos fiscalizatorios e, depois da dissoluçao do Congresso Nacional, as contas publicas nao eram sequer analisadas, quanto mais discutidas. Alem disso, os militares investiam bilhoes e bilhoes em obras faraonicas – como Itaipu, Transamazonica e Ferrovia do Aço -, sem nenhum controle de gastos. Esse clima tenso de “gastos estratosfericos” ate levou o ministro Armando Falcao, pilar da ditadura, a declarar que “o problema mais grave no Brasil nao e a subversao. E a corrupçao, muito mais difícil de caracterizar, punir e erradicar”. Muito pouco se falava em corrupçao. Mas nao significa que ela nao estaPágina 3

5. “Os militares evitaram a ditadura comunista” E fato: o governo do presidente Joao Goulart era constitucional. Seguia a risca o protocolo. Ele chegou ao poder depois da renuncia de Janio Quadros, de quem era vice. Em 1955, foi eleito vicepresidente com 500 mil votos a mais que Juscelino Kubitschek. Porem, quando Jango assumiu a Presidencia, a imprensa bateu na tecla de que em seu governo havia um “caos administrativo” e que havia a necessidade de reestabelecer a “ordem e o progresso” atraves de uma intervençao militar. Foi criada, entao, a ideia da iminencia de um “golpe comunista” e de um alinhamento a URSS, o que virou motivo para a intervençao. Goulart nao era o que se poderia chamar de marxista. Antes de ser presidente, ele fora ministro de Getulio Vargas e Juscelino Kubitschek e estava mais proximo do populismo. Em entrevista inedita recentemente divulgada, o presidente deposto afirmou que havia uma confusao entre “justiça social” – o que ele pretendia com as Reformas de Base – e comunismo, ideia que ele nao compartilhava: “justiça social nao e algo marxista ou comunista”, disse. Ha tambem outro fator: pesquisas feitas pelo Ibope as vesperas do golpe, em 31 de março, mostram que Jango tinha um amplo apoio popular, chegando a 70% de aprovaçao na cidade de Sao Paulo. Esta pesquisa, claro, nao foi revelada a epoca, mas foi catalogada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 6. “O Brasil cresceu economicamente” Um grande legado economico do regime militar e indiscutível: o aumento da dívida externa, que permaneceu impagavel por toda a primeira decada de redemocratizaçao. Em 1984, o Brasil devia a governos e bancos estrangeiros o equivalente a 53,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Sim, mais da metade do que arrecadava. Se transpusessemos essa dívida para os dias de hoje, seria como se o Brasil devesse US$ 1,2 trilhao, ou seja, o quadruplo da atual dívida externa. Alem disso, o suposto “milagre economico brasileiro” – quando o Brasil cresceu acima de 10% ao ano – mostrou que o bolo crescia sim, mas poucos podiam come-lo. A distribuiçao de renda se polarizou: os 10% dos mais ricos que tinham 38% da renda em 1960 e chegaram a 51% da renda em 1980. Ja os mais pobres, que tinham 17% da renda nacional em 1960, decaíram para 12% duas decadas depois. Quer dizer, quem era rico ficou ainda mais rico e o pobre, mais pobre que antes. Outra coisa que piorava ainda mais a situaçao da populaçao de baixa renda: em pleno milagre, o salario mínimo representava a metade do poder de compra que tinha em 1960.


Florianópolis/SC

Ano II — Número 19 - Mensal: janeiro de 2019

9. “Todos os militares apoiaram o regime” Ser militar na epoca nao era sinonimo de golpista, claro. Havia uma corrente de militares que apoiava Goulart e via nas reformas de base um importante caminho para o Brasil. Houve focos de resistencia em Sao Paulo, no Rio de Janeiro e tambem no Rio Grande do Sul, apesar do contragolpe nunca ter acontecido. Duran7. “As igrejas apoiaram” te o regime, muitos militares sofreram e estima-se que cerSim, as igrejas tiveram um papel destacado no apoio ao gol- ca 7,5 mil membros das Forças Armadas e bombeiros foram pe. Porem, em todo o Brasil, houve religiosos que criaram perseguidos, presos, torturados ou expulsos das corporagrupos de resistencia, deixaram de aceitar imposiçoes do çoes por se oporem a ditadura. No auge do endurecimento governo, denunciaram torturas, foram torturados e mortos do regime, os serviços secretos buscavam informaçoes soe ate ajudaram a retirar pessoas perseguidas pela ditadura bre focos da resistencia militar, assim como a influencia do no país. Inclusive, ainda durante o regime militar, uma das comunismo nos sindicatos, no Exercito, na Força Publica e maiores açoes em defesa dos direitos humanos – o relatorio na Guarda Civil. “Brasil: Nunca Mais” – originou-se de uma açao ecumenica, desenvolvida por dom Paulo Evaristo Arns, pelo rabino Henry Sobel e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright. Rea- 10. “Naquele tempo, havia civismo e não tinha tanta baderna como greves e passeatas” lizado clandestinamente entre 1979 e 1985, gerou uma importante documentaçao sobre nossa historia, revelando Quando os militares assumiram o poder, uma das primeiras medidas que tomaram foi assumir a possibilidade de susa extensao da repressao política no Brasil. pensao dos diretos políticos de qualquer cidadao. Com isso, as representaçoes sindicais foram duramente afetadas e 8. “Durante a ditadura, só morreram vagabundos e ter- passaram a ser controladas com pulso forte pelo Ministerio roristas” do Trabalho, o que gerou o enfraquecimento dos sindicatos, Esse e um argumento bem facil de encontrar em caixas de especialmente na primeira metade do período de represcomentario da internet. Dizem que quem nao pegou em sao. Afinal, para que as leis trabalhistas vigorem, e necessaarmas nunca foi preso, torturado ou morto pelas maos de rio que se judicializem e que os patroes as respeitem. militares. Provavelmente, quem acredita nisso nao coloca Com essa supressao, os sindicatos passaram a ser composna conta o genocídio de povos indígenas na Amazonia dutos mais por agentes do governo do que por trabalhadores. rante a construçao da Transamazonica. Segundo a estimati- E os direitos dos trabalhadores foram reduzidos a vontade va apresentada na Comissao da Verdade, 8 mil índios mor- dos patroes. Passeatas eram duramente repreendidas. reram entre 1971 e 1985. Quando o estudante Edson Luísa de Lima Souto foi morto Isso sem contar as outras vítimas da ditadura que nao fazi- em uma açao policial no Rio de Janeiro, multidoes foram as am parte da guerrilha. E o caso de Rubens Paiva. O exruas no que ficou conhecido com o a Passeata dos Cem Mil. deputado, cassado depois do golpe, em 1964, foi torturado Nos meses seguintes, a repressao ao movimento estudantil porque os militares suspeitavam que, atraves dele, conseso aumentou. As açoes militares contra manifestaçoes do guiriam chegar a Carlos Lamarca, um dos líderes da oposi- tipo culminaram no AI-5. O que aconteceu daí para a frente çao armada. Nao deu certo: Rubens Paiva morreu durante a voce ja sabe. tortura. A verdade sobre a morte do político so veio a tona In Guia do Estudante, por Roney Rodrigues — maio 2018. em 2014. Antes disso, uma outra versao (bem mal contada) dizia que ele tinha “desaparecido”. Para entrar na mira dos Nota: texto originalmente divulgado no blog História Sem Fim, da militares durante a ditadura, lutar pela democracia – mes- SUPERINTERESSANTE em abril de 2014, elaborado a partir das publicaçoes Folha, Estadão, EBC, Brasil Post, Pragmatismo Político, mo sem armas na mao – ja era motivo o suficiente. o Globo e R7.

Página 4


Florianópolis/SC

Ano II — Número 19 - Mensal: janeiro de 2019

Em junho de 1995, o escritor e filosofo Umberto Eco, autor dos classicos “O Pendulo de Foucault” e “O Nome da Rosa”, publicou um ensaio enumerando 14 características comuns do fascismo. Em seu texto, publicado no “New York Review of Books”, Umberto Eco escreve: Apesar da imprecisao do termo, acho que e possível fazer uma lista de elementos que sao típicos do que eu gostaria de chamar de Fascismo Eterno. Esses elementos nao podem ser organizados em um sistema; muitos deles contradizem uns aos outros, e tambem sao típicos de outros tipos de despotismo ou fanatismo. Mas basta que um deles esteja presente. para permitir que o fascismo se organize em torno dele”.

As 14 liçoes 1) O culto a tradiçao. Basta olhar para o programa de todo movimento fascista para encontrar ali os maiores pensadores tradicionalistas. 2) A rejeiçao ao modernismo. O Iluminismo, a Idade da Razao, e visto como o começo de toda a depravaçao moderna. O fascismo pode ser definido como irracionalismo. 3) O culto a açao pela açao. A açao, sendo bela por si so, deve ser tomada antes, ou mesmo sem qualquer reflexao previa. Pensar e uma forma de emasculaçao. 4) Discordancia e traiçao. O espírito crítico faz distinçoes, e isso e uma forma de modernismo. Na cultura moderna a comunidade científica elogia a discordancia, como uma forma de aprimorar o conhecimento. 5) Medo das diferenças. O primeiro apelo de um movimento fascista ou prematuramente fascista e contra os intrusos. Assim, o Fascismo Eterno e racista por definiçao. 6) Apelo a frustraçao social. Um dos mais típicos traços do fascismo historico foi o apelo a uma classe media frustrada, uma classe que sofre os efeitos de uma crise economica ou abriga sentimentos de humilhaçao política, assustada pela pressao de grupos sociais subPágina 5

alternos. 7) A obsessao por um enredo. Os seguidores devem se sentir sitiados. A forma mais facil de resolver isso e apelando a sua xenofobia. 8) O inimigo e ao mesmo tempo forte e fraco. Atraves de uma contínua oscilaçao no foco retorico, os inimigos sao ao mesmo tempo fortes demais e excessivamente fracos. 9) Pacifismo e se confraternizar com o inimigo. Para o Fascismo Eterno, nao existe a luta pela vida: em vez disso, a vida e vivida para lutar. 10) Desprezo pelos fracos. Elitismo e um aspecto típico de qualquer ideologia reacionaria. 11) Todos sao educados para se transformarem em herois. Na ideologia do Fascismo Eterno, heroísmo e a norma. Este culto ao heroísmo e estritamente ligado ao culto a morte. 12) Machismo e armas. O Machismo implica ao mesmo tempo um desdem pelas mulheres e uma intolerancia — e condenaçao — a habitos sexuais fora do padrao, da castidade a homossexualidade. 13) Populismo seletivo. No nosso futuro havera o populismo de TV ou de Internet, no qual a resposta emocional de um seleto grupo de cidadaos pode ser apresentada e aceita como a Voz do Povo. 14) O Fascismo Eterno fala a Novilíngua (novafala – língua artística que aparece no romance “1984” do autor britanico George Orwell). Todos os livros didaticos do Nazismo ou Fascismo faziam uso de um vocabulario pobre e de sintaxe elementar, a fim de limitar os instrumentos para um raciocínio complexo e crítico. Revista Bula & Jornal Tornado


Corrente d’Escrita

MENINO RIBEIRINHO O que PENSA, esse menino. Rebento no rancho da mata Que se alimenta da promessa da Lua E dorme ao som da pintada no cio. O que SONHA, esse menino Ao ouvir no silêncio da noite Apito de esperança da Chalana Na cortina de águas barrentas. Espia o rio, menino ribeirinho Ouça o chamado da chalana Que navega esperança E afasta teu medo da fome. Pula na água, oh! Menino Sem medo de Piranha ou Jacaré Nada de pressa na borda da esperança Pois sucuri te espreita do fundo do rio Vai, menino sem medo Sem presente e sem futuro Arrisca tua ingenuidade Aliciado pela ilusão do nada O que CHORA, esse menino Quando a Chalana se vai Sílvio Vieira Escritor Educador Página 6

Na pálpebra da escuridão Dorme menino, amanhã tem mais.


Corrente d’Escrita do do adestrador, o jovem de calça curta, a fazer simples piruetas em volta do salao e a se exibir de pernas de pau. Ao final do espetaculo, uma jovem artista vestindo um surrado maio, meias de rede compridas, ja furadas, desfilou equilibrando-se sobre uma grande bola pintada de azulceleste e estrelas brancas. Entao, o pequeno e quase nada exigente publico aplaudiu a grande estrela do grupo, como se fosse a maior artista de um mundo com fronteiras pouco alem dos seus quintais. Na verdade, aquela gente simples so conhecia aqueles artistas de aldeia, sem espaço no mundo da sofisticada arte do circo de lona colorida e picadeiro iluminado das cidades.

João José Leal * Tenho saudade dos meus tempos de criança, na arquibancada de um circo. Tinha seis anos, quando assisti ao primeiro espetaculo. Um circo mambembe, sem trapezio, sem leao nem elefante, muito menos, globo da morte, que so funciona com motocicleta, ave rara por aquelas bandas do esquecimento e da solidao. Um circo tao pobre que, sem lona nem arquibancada, armou o picadeiro na sala de uma velha casa. Nao lembro mais como a troupe de “artistas”, chegou a Tijuquinhas, localidade proxima a Biguaçu. Hoje, quase um bairro dessa cidade, a epoca, uma distancia de mais de hora para la chegar. Se, de canoa, pelo mar ou de carroça, por uma estrada onde caminhao e automovel mal conseguiam transitar naquela paisagem de tristeza, isolada da vida urbana. Mas, la chegou para alegrar a alma daquela gente humilde e do trabalho duro. Nunca esqueci aquela apresentaçao circense marcada pela simplicidade, a luz fraca e tremida de candeeiros, porque luz eletrica era privilegio de gente da cidade. Ainda guardo na memoria a figura daqueles artistas pe no chao, em meio a penumbra do Circo Corsini, com seu guarda-roupa de chita amarrotada, rasgada, que nao conhecia o luxo do cetim, da lantejoula nem da purpurina. Nao mais que meia duzia, os artistas foram se revezando no improvisado palco para exibir seus numeros de pura pobreza artística. Tinha o equilibrista sobre uma corda, tao grossa que facilitava a performance e o malabarista a manejar tres ou quatro pequenas bolas. Tinha o cao com um chapeu na cabeça, a pular e descer da cadeira sob o comanPágina 7

Hoje, sinto que a figura do palhaço Candeia foi a que mais me marcou. Maltrapilho, cara pintada de branco e preto a carvao, com umas listas encarnadas, casaco e calça esfarrapados, na cabeça um chapeu de palha todo amassado, nos pes um rustico chinelo de pano. Nem parecia um palhaço. Mesmo assim, conseguiu fazer rir aquela gente humilde, de coraçao ingenuo, que tambem merecia vivenciar efemeros e ilusorios momentos de alegria, de magia e de fantasia. * Escritor, membro da Academia Catarinense de Letras Nota: Crônica escrita no dia 10 de dezembro, Dia do Palhaço, e é dedicada ao Palhaço Candeia, que já deve ter partido desta vida de tristeza.


Corrente d’Escrita

Cartas... “Passei meio correndo por conta da falta de tempo que me assola. Está espetacular. A capa está demais. Em momentos de descanso no meio da faina, lerei com mais tempo”. Donald Malschitzky

“Hoje me dei um tempo para apreciar o seu maravilhoso trabalho. Fiquei encantada. Que Deus lhe conceda vida longa com muita saúde e inspiração para continuar nos proporcionando grandes pesquisas como as que apresenta. Parabéns e sucesso sempre”. Janice Volpato

“Aracy Guimarães Rosa… quase minha conterrânea da vizinha Rio Negro e eu nem sabia da sua existência. É o “Corrente” trazendo conhecimento e cultura. Também muito bom o artigo do Deonísio… que de forma criativa nos descreve a arte de aprender nossa língua através de grandes escritores brasileiros. Mais um bom número de muita informação cultural. Parabéns”. Maria da Luz Machado

“Parabéns pelo “Corrente” 18. A matéria—o dia em que nasceu a nossa língua, muito interessante. A família Schirmann abordou também esse assunto em virtude de suas viagens históricas. Conheci o Deonísio da Silva no nosso último Encontro de Escritores, aqui em Joinville. Parabéns, brother! Muito grato”. Sílvio Vieira

Visite a nossa loja online www.narealgana.lojaintegrada.com.br

Página 8


Em entrevista a Lusa (dez-2018), o diplomata portugues Francisco Ribeiro Telles, atual secretario executivo da organizaçao, considera que o ponto de partida da livrecirculaçao de pessoas e "a proposta conjunta de Portugal e Cabo Verde para a criaçao de um regime de autorizaçoes de residencia valido para todos os países da CPLP, fundado no criterio da nacionalidade, mas que pressupoe o reconhecimento recíproco de habilitaçoes academicas e qualificaçoes profissionais e a portabilidade dos direitos sociais". E "importante aproximar a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) dos seus cidadaos e encontrar mecanismos que reforcem este objetivo. Todos nos, de uma forma ou de outra, temos a consciencia que a CPLP ainda tem dificuldades em ser percecionada pelos cidadaos nos varios estados membros, como uma organizaçao que lhe proporciona de certa forma vantagens", afirmou. E acrescenta: "Penso que a CPLP se tem de transformar cada vez mais num verdadeiro espaço de cidadania".

zer", acrescentou. Ainda assim admite: "O meu desejo e que no fim do meu mandato, em final de 2020, possam ter havido avanços efetivos nessa materia. Mas isso nao depende de mim, depende da vontade dos estados-membros optarem por esse caminho".

culdades financeiras". "O que constato e que quando ha um debate sobre o que se passa na GuineBissau, e sobretudo nas Naçoes Unidas, a CPLP esta presente e tem uma voz importante nesse debate", afirma. "A Guine-Bissau vai ter eleiçoes, havera com certeza uma missao de observaçao eleitoral, e a CPLP tem de ter um dialogo muito construtivo e muito constante. Alem disso, eu proprio vou ter um dialogo diario com o embaixador do país em Lisboa sobre formas e modalidades em que a organizaçao podera apoiar ainda mais o processo eleitoral", assegurou.

Na Uniao Europeia e muito diferente, os estados estao na Europa, ha uma continuidade geografica, enquanto na CPLP os seus estadosmembros estao dispersos pelos quatro continentes, e isto torna a tarefa de criar um regime de mobilidade para os cidadaos mais "difícil e complexa", refere o diplomata, que aponta a cultura e os oceanos Ja sobre o comportamento da Guicomo outras prioridades do seu ne Equatorial na CPLP, Francisco mandato. Ribeiro Telles recorda que se trata Francisco Ribeiro Telles, tem como de "um membro de pleno direito da ambiçao "consolidar cada vez mais CPLP", com os mesmos "direito e a CPLP no contexto internacional e deveres" que os outros estados. No valorizar as suas potencialidades". momento da sua adesao foi estabe"O meu desafio e levar por diante o lecido um roteiro de integraçao da lema da presidencia de Cabo Verde: Guine Equatorial que assentava em as pessoas, a cultura e os oceanos. tres premissas: o uso pleno do porEsse lema sera a minha referencia tugues como língua oficial, aboliçao da pena de morte [ainda em vigor constante", disse. no país] e a incorporaçao das norSobre o contexto político em que mas do Estado de direto democrativai assumir a liderança do secretaco. "A CPLP inscreve os direitos riado executivo da CPLP diz que o humanos como um valor essencial, "novo cenario, com um novo empemas tambem nao vamos dar liçoes nhamento de Angola em assumir a de moral a ninguem", disse Ribeiro presidencia da CPLP e um sinal de Telles, que minimizou a importanque atribui importancia a organizacia do seu papel quanto a Malabo, çao e ve-a como um instrumento governado por Teodoro Obiang util e valido para a sua política exnum regime considerado ditatorial terna". Em relaçao ao Brasil, por varias organizaçoes internacio"tambem nao tenho sinais em sennais. tido contrario" do empenho do país A CPLP é uma comunidade de países de no seio da CPLP.

Em Cabo Verde, durante a ultima cimeira de chefes de Estado, foi destacada a mobilidade como uma questao central para a organizaçao, recorda Ribeiro Telles. "Podemos escolher uma via intermedia de concretizaçao, começando pela mobilidade academica e cultural. Isto e o que esta em cima da mesa, e em estudo", explicou. Mas este nao e um processo facil de concretizar, uniformizando o regime dos nove Quanto a crise na Guine-Bissau, estados que compoem a CPLP. recorda que a CPLP chegou a ter "Temos de ir passo a passo, sermos um representante especial naquele realistas e ver o que e possível fa- país, um projeto suspenso "por difi-

língua oficial portuguesa, composta por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e recentemente Guiné Equatorial.


Corrente d’Escrita

Fotos com História

Serra Pelada—foto de 1983, onde o “formigueiro” humano chegou a 100 mil pessoas, procurando riqueza fácil. As mortes eram frequentes à medida em que a mina se aprofundava, seja por deslizamento e queda de pedras, doenças, más condições e até briga entre mineiros. Página 10


Corrente d’Escrita

Congresso Ibero-América Ponta Delgada (Açores) acolhe Congresso Internacional de Antropologia Ibero -América entre os dias 13 e 15 de março de 2019, numa iniciativa conjunta do Instituto Histórico e Geográfico (IHG) de Santa Catarina (Brasil), da Universidade de Salamanca (Espanha) e da Câmara Municipal de Ponta Delgada (Açores/Portugal). O Congresso explorará o tema “Museus, Turismo e Patrimônio” e conta já com a presença de inúmeros professores e investigadores de Portugal, Brasil, Espanha, Cabo Verde, México, Costa Rica, Paraguai, Peru, Chile, Colômbia e China. Na ocasião serão lançados livros como “Dicionário de Antropologia”, editado por Angel Aguirre Baztán, e “Diálogo intercultural, religiosidades populares, música e migrações” de Luiz Nilton Corrêa, Angel-B. Espinha Barrio e Jaime Roberto Montes Miranda. A abertura oficial realizar-se-á a 12 de março no salão Nobre da Câmara Municipal de Ponta Delgada e as sessões ocorrerão no Biblioteca Pública daquela cidade açoriana.

Acompanhe-nos www.issuu.com/correntedescrita narealgana@gmail.com

Página 11


Corrente d’Escrita

Foi o que aconteceu com a Les Puf, a Publicadora Universitaria da França, que tinha uma loja tradicional no Crise Livreira centro de Paris. Com a especulaçao imobiliaria e a queda nas vendas, ela fechou - mas voltou esse ano Depois de a Livraria Cultura entrar com pedido de com uma proposta totalmente nova: uma livraria que recuperação judicial, agora foi a vez de a rede Sa- imprime na hora o livro de acordo com o interesse do raiva tomar uma medida mais drástica. A 29 de cliente. dezembro, fechou 20 lojas espalhadas pelo Brasil. A empresa não confirma a relação das livrarias Quem visita a Les Puf escolhe as opçoes do catalogo fechadas, mas segundo fontes do mercado, estão em um tablet: sao 5 mil títulos e outros 3 milhoes disentre elas lojas em Londrina, Santos (Avenida Ana ponibilizados pela empresa americana que criou a Costa), Campinas (Galeria Shopping), Alphaville, impressora portatil de livros, a On Demand Books. Tamboré, Granja Viana, Mogi das Cruzes e nos shoppings Anália Franco e West Plaza. Em comunicado, a Saraiva disse que vem tomado “medidas voltadas à evolução da operação e perenidade do negócio”. Isso inclui o fechamento das 20 lojas e o fortalecimento do seu e-commerce, que hoje representa, segundo a empresa, 38,4% do negócio. A rede tem, no momento, 84 livrarias. A Saraiva e a Cultura são protagonistas (e também responsáveis) por uma das piores crises do mercado editorial brasileiro. Nos últimos meses, não estão conseguindo liquidar o pagamento para seus fornecedores – agravando ainda mais a situação das editoras. Ao mesmo tempo, livrarias como Uma vez que o livro e selecionado, a Espresso Book a Martins Fontes e as redes Leitura, Livrarias Curi- Machine puxa o PDF original do volume, imprime, cola e encapa o tiba e Travessa e Vila, mais conservadoras em sua título com gestão, estão conseguindo passar um pouco mais uma qualidatranquilamente pela atual crise. de impressionante. O nome da impressora As livrarias tem aquele cheiro específico de livros exae inspirado no lando das prateleiras. Caminhar entre eles e um ritual cafezinho itapara muita gente. Mas todo esse ambiente custa caro: liano, uma vez o aluguel do espaço geralmente e pesado demais para que ela leva o a quantidade de livros vendida. mesmo tempo para aprontar o livro que o cliente para tomar seu cafe.

A maquina ja foi adotada por diversas bibliotecas e livrarias universitarias no mundo todo de Nova York a Alexan-

dria, no Egito - e também por lojas tradicionais, como a Barnes and Noble, nos Estados Unidos. Página 12

Foto internet


Corrente d’Escrita

Vida Académica

Sessão de Saudade ao acadêmico Antônio C. Konder Reis (8/11/2018). Ocupou a cadeira 22 na Academia Catarinense de Letras

Mesa e acadêmicos fundadores da nova Academia Desterrense de Literatura, que será presidida pelo professor Nereu do Vale Pereira (no centro da primeira foto, ao lado dos presidentes do Instituto Histórico e Geográfico de SC e da Academia Catarinense de Letras). Página 13


Corrente d’Escrita

Dicas de português...

Página 14


Corrente d’ escrita

Florianópolis Santa Catarina +55 48 991 311 560Telefone: 555-555 -5555 Fax: 555-555-5555 Email: alguém@example.com

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura , a história e a cultura em geral. Chamaremos para colaborar com o Corrente d’ escrita escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir este Magazine Literário. O envio para publicação de qualquer matéria (texto ou foto) implica a autorização de forma gratuita. As matérias assinadas são da responsabilidade exclusiva de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião de Corrente d’ escrita. As imagens não creditadas são do domínio público que circulam na internet sem indicação de autoria. As matérias não assinada são da responsabilidade da redação.

LEIA, DIVULGUE, PARTILHE, COLABORE

Dicas de português...


Corrente d’ escrita

Prémio Literário...

O romance “A Última Viúva de África”, de Carlos Vale Ferraz, é o vencedor do Prémio Literário Fernando Namora/2018, com o valor pecuniário de 15.000 euros, anunciou a Estoril-Sol, que o instituiu em 1987. Este romance de Vale Ferraz demonstra como “a memoria da experiencia colonial pode ser aterradora”, le -se na ata do juri, ao qual presidiu Guilherme d’Oliveira Martins, indica o comunicado da organizaçao. "O ex-Congo Belga e Angola constituem neste romance o eixo geopolítico de açoes de guerra e desvarios humanos no qual uma mulher, ‘Madame X’, emerge, simultaneamente, como figura de ligaçao da estoria do romance e da Historia dos anos 1960, no início da guerra nacionalista”, das excolonias europeias em Africa, refere o juri. Alem de Guilherme d'Oliveira

Martins, o juri desta 21.ª ediçao do Premio Literario Fernando Namora contou com Jose Manuel Mendes, pela Associaçao Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associaçao Portuguesa dos Críticos Literarios, Maria Carlos Loureiro, pela Direçao-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual, e com Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela EstorilSol. Carlos Vale Ferraz, pseudonimo literario de Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24 de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha, no Ribatejo, e foi oficial do Exercito, tendo cumprido varias comissoes militares em Angola, Moçambique e Guine-Bissau. Algumas das suas obras refletem esta realidade historica, e foram adaptadas ao cinema e a televisao, entre as quais “No Cego”, romance publicado pela primeira vez em 1982, e reeditado recentemente.


Corrente d’ escrita

Livros—divulgação

Sinopse As palavras sao uma inesgotavel fonte de magia, possuem um poder incomensuravel, podendo ser direcionadas para o bem ou para o mal, determinando o rumo do homem em busca de significado. Mas, como bem disse Simone de Beauvoir: “nao se pode escrever nada com indiferença”, o que escrevemos nada mais e do que o retrato de nosso amago, o espelho de nossa alma. Escrever e a arte de tirar os sentimentos de dentro do peito e faze-los aflorar. E rasgar nossa entranha e fazer com que a chama que nos habita possa irradiar-se na direçao do outro. E acender a luz que ha em nos. Como disse Buda, “muito antes da vela se acender, a luz da vela ja brilhava”. Esse livro e isso: minhas entranhas rasgadas ao longo do tempo. Salustiano Souza

ALERTA Em alguns casos de acesso à nossa loja virtual, surge uma informação de que o site não é seguro... Devem ignorar tal aviso. À pergunta de se quer continuar, deve responder SIM.

Não há qualquer perigo no acesso.

www.narealgana.lojaintegrada.com.br Página 17


Palavras de escritor… Ilha do Faial, Horta—Açores

Olhares do escritor…

Os pescadores e o mar... Nas lonjuras do mar, Tenebroso, A um voo, rasante, de milhafre, esta foto de um A Com esperança do açoriano, Repousa, Rancho, na praia do Numa ilha, Rosa, Garopaba/SC feita de muitas ilhas… - Santa Catarina. queremos homenagear Raízes de um povo, o mar, e os catarinense. pescadores, Raízes da cultura

que vivem dele e para ele. Por outro lado, queremos alertar para a importância do ambiente no nosso dia a dia, na nossa relação com o mar.



Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br

Nesta coletânea de escritores integrantes da Associação das Letras e estudantes de escolas públicas municipais nos proporcionam uma caminhada pelo universo das palavras, onde vivências e referências se mesclam a sonhos , desejos, dores, sentimentos e fantasias. Viagem das Letras 2017, 148 p. Preço/de autor: R$ 15,00

Até mesmo nos terremos mais áridos, observa-se que as letras costumam florescer em abundância, na vida de quem as cultiva. Antologia que reúne textos dos acadêmicos integrantes da Academia de Letras de Biguaçu e alunos classificados em concurso literário “Biguaçu dos meus amores”. Biguaçu dos meus sonhos 2018, 264 p. Preço/de autor: R$ 15,00

Página 20


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br Edição Digital E-book R$ 10,00

Sangue Lusitano 2016, 190 p. Preço/de autor: R$ 30,00

“Através de histórias imperdíveis, Afonso Rocha leva-nos até 500 anos atrás quando os portugueses, galgavam os mares tenebrosos, chegando ao sul do Brasil, onde enraizaram, formaram família e deram nos terras ao mundo”.

“Com uma narrativa envolvente, o autor nos leva até um passado recente, para mostrar a luta e a insistência pela vida. Um contingente de pessoas, que mesmo diante de forças brutais, seguiu em frente. Ao sabor da história fica-nos, antes de tudo, o registo de uma época”. Olhos d’ Água 2013, 346 p. Preço/de autor: R$ 35,00 Edição Digital E-book R$ 10,00

Página 21


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br

Poesia numa roda de amigos. Uma coletânea de poemas e outros pensamentos de Afonso Rocha, enriquecida pelo contributo de mais seis amigos naturais do Brasil, Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola e Galiza, refletindo a poesia no espaço da lusofonia, até porque “tem loucuras que a gente só faz com muita maturidade”. TROVAS AO VENTO 2014, 140 P. Preço/de autor: R$ 25,00

Esta antologia publicada pela Associação das Letras reúne 25 escritores, com os mais variados estilos. É a união de diferentes mentes criativas que formam uma rede, cujos fios são tramados, letra por letra, culminando em resultado necessário para o fazer literário e o incentivo à leitura. REDE DAS LETRAS 2015, 256 p. Preço/de autor: R$ 15,00

Página 22


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br

Um académico Cruz Alta/RS •

Discurso de tomada de posse;

Biografia do acadêmico Afonso Rocha;

Biografia do patrono, António Aleixo;

Juramento; Edição Digital E-book R$ 10,00

Página 23

em


Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br

Página 24


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.