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Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019

Corrente d’Escrita P lantando Cultura * Santa Catarina * Brasil

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185anos anos 185

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País convidado

PORTUGAL


Corrente d’Escrita

A

inda sobre o colóquio sobre a Língua Portuguesa,

Como anunciamos na última edição, de que iríamos publicar o teor da palestra do escritor e nosso diretor, Afonso Rocha, na verdade, para não incluir na Corrente d’escrita um texto muito longo, optamos por o publicar em separata. Quem quiser obter esse texto, basta pedir para o nosso email de contato. Continuamos a trabalhar na preparação do nosso Senadinho Literário—o escritor e a sua obra, evento realizado numa parceria entre Corrente d’escrita e a Fundação Cultural de Florianópolis Franklim Cascaes/Prefeitura Municipal. Queremos agradecer as inúmeras cartas. A partir delas avaliamos o quanto é importante o Corrente d’escrita e os temas que temos tratado, desde as questões da literatura, da história e da cultura em geral, em particular da cultura luso-brasileira. Vamos continuar nessa senda. Afonso Rocha—diretor

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Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019

Literatura Lusófona A escritora Urda Alice Klueger palestrou no Encontro de Literatura Lusofona, realizado em Blumenau em junho de 2008. O Sarau Eletronico apresentou e o Varal do Brasil apresentou na íntegra a fala desta autora blumenauense, que trata da sua experiencia coma leitura de autores da Língua Portuguesa e da relaçao entre a Literatura e a Historia. Pela sua importancia pedagogica e atualidade, Corrente d’escrita, com o aval da escritora, reproduz o excelente texto.

O Romance Histórico

Mika Waltari, que ate hoje nao sei de que nacionalidade e e nem sei se pronuncio corretamente o seu nome. Foi um importante primeiro momento de ligaçao Lite-

como Referencial Histórico e Literário na Li- ratura/Historia na minha vida, e que acabou por afeta teratura Lusófona -la para sempre. Neste encontro, no entanto, devemos Por Urda Alice Klueger * Historiadora e escritora senhoras, senhores, todos os presentes: Eu diria que o que vou falar nao se refere apenas ao mundo lusofono - pois foi lendo romances historicos sobre outros povos e terras que aprendi a gostar de Historia e a me interessar por muitas culturas diferentes da minha. Pela vida afora defendi que uma grande quantidade de pessoas muito gosta de Historia, desde que as informaçoes a respeito sejam dadas a elas de maneira simples e agradavel, como e o caso de boa parte dos romances - historicos - pois os ha, tambem, de pessima qualidade de texto e muito duvidavel quanto a possíveis pesquisas que o autor tenha feito para que seu romance possa ter a classificaçao de "historico". So vim a ter um substrato científico para tal agir e pensar quando, fazendo o Curso de Historia da Universidade desta cidade, como aluna da grande professora Dra. Maria Luiza Renal, tive a grata surpresa de ve-la sugerir, como complementaçao ao nosso aprendizado sobre Historia Antiga, a leitura de diversos romances - historicos. Esta claro que ela nos aconselhava a ler o que de melhor havia em materia de credibilidade e texto. Apos este preambulo, acho que vale falar de como o romance vai entrar na minha vida de uma forma que vai me levar para o caminho da Historia, e tanto quanto me lembro, o primeiro que me deu tal sabor e prazer foi um livro chamado "O Egípcio", de um autor chamado Página 3

falar sobre a Literatura Lusofona, e voraz leitora que fui desde a alfabetizaçao, fica difícil, para mim, lembrar e falar da grande quantidade de autores brasileiros que devorei - quando bons – ou que detestei quando de pouca qualidade - mas que, de uma forma ou outra, trouxeram-me tantas facetas deste meu imenso Brasil que nos, colonos de Blumenau ate hoje, talvez nunca tivessemos tido notícias, na nossa ignorancia um tanto quanto feudal, se a Literatura nao nos tivesse feito caminhar por seus caminhos e nos levado a aprender milhoes de coisas sobre os mais diversos pontos do Brasil, nas suas mais diversas facetas. Tambem Portugal foi alguem que foi entrando na minha alma de colona de poucas luzes atraves, principalmente, do romance, e fico a lembrar, aqui, de Julio Dinis e "As pupilas do senhor reitor", talvez o primeiro romance portugues que tenha lido, ainda la na infancia. Era um mundo novo, que me trazia palavras e visoes inteiramente novas, e fico pensando que foi la que li pela primeira vez palavras como "urze", com certeza uma vegetaçao de lugares onde habitam fadas e namorados, e que ate hoje eu ainda nao tive a oportunidade de conhecer pessoalmente, embora ja tenha andado por aquele país. Meu conhecimento da Literatura portuguesa vai aumentando conforme o tempo vai passando, e aumentando, com ele, o conhecimento sobre um Portugal que antes fora menos que uma nebulosa, ja que me criei nesta cidade na qual, naquela altura, tinha seus olhos voltados muitíssimo mais para a Alemanha do que para o país que nos gerou.


Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019 Lembro da surpresa que foi encontrar-me com Alexandre Herculano, la na adolescencia, e seu "Eurico, o Presbítero"! Era um mundo inteiramente novo no qual talvez nunca tivesse entrado se nao tivesse um romance que fizesse a ponte entre eu e o quase desconhecido, ainda, Portugal! E quanto me lembro da emoçao que foi ter entrado em contato, um dia, com o inigualavel Eça de Queiroz, em cujas aguas naveguei como uma caravela em tempo de muito vento! Penso que, mais que todos, foi o grande mestre Eça quem trouxe Portugal para a minha vida e o meu coraçao - mais tarde, quando o soube embaixador, quase sempre distante da patria, foi que pude entender a força da saudade que o movia para contar tao bem o seu país, a ponto de me levar a me sentir bastante portuguesa tambem. Um dia, em Lisboa, diante da casa onde ele se hospedava quando de ferias na patria, quedei-me a refletir sobre suas tantas historias, seus tantos personagens, a lembrar-me de episodios de "A Relíquia"... Eça me dera uma nova raiz no mundo lusofono, fizera-me ultrapassar as barreiras do Brasil e a me identificar com o povo das margens do Tejo como se fosse gente minha... e quando fui a Sintra, e quando fui a tantos lugares, como me era quase vivo na boca o gosto das suas queijadinhas, e de tantas outras coisas que ele escreveu com a pena da saudade... O tempo aqui e curto, nao e possível lembrar-se de tudo, mas e impossível deixar-se de citar alguem como Jose Saramago, um genio que levou Portugal para o mundo com tanta força quanto seus navegadores, e precisaríamos de algumas horas para falarmos apenas dele, mas acho que se lembrarmos o discurso que ele deu quando do recebimento do premio Nobel de Literatura, contando as friagens e as ternuras de um Portugal rural que nao se imagina estando-se em Lisboa, e muito menos e possível imaginar-se num lugar como Estocolmo, ja teremos dado uma preciosa amostra do grande Saramago, uma amostra que e como um pequeno brilhante num colar...Meu mundo lusofono, porem, nao se restringe a Brasil e Portugal, e aqui incluiria um outro nome que e portugues de direito, mas que e quase como que um outro mundo: as Ilhas, principalmente as dos Açores. Tenho lido muita da sua literatura, e Açores e Santa Página 4

Catarina sao como que mundos de maos dadas, e torna-se impossível deixar-se de citar tal coisa. O fato e que, ao longo da vida, tenho lido os romances de diversos lugares do mundo lusofono, como os dos países africanos, por exemplo, e tambem tenho feito amigos escritores de língua portuguesa que vivem nos mais inesperados lugares, como dentre as neves do Canada, por exemplo, e sempre ha mais e mais a se aprender de cada um, a cada texto - e muito atraves dos romances historicos, que como que contam o substrato das vidas das gentes de fala lusa por este mundo de meu Deus! Tive a oportunidade, tambem, de mergulhar com muito mais profundeza na literatura de Moçambique ao ir aquele país, ja que dificilmente os autores africanos de língua portuguesa adentram ao Brasil, que prefere se locupletar com lixo estadunidense e outros, evitando que seus cidadaos e cidadas tenham um real aprendizado na leitura, coisa tao a gosto dos donos do Capital. Tivera a oportunidade de travar amizade e conhecer textos de Mia Couto antes de ir a Africa, o unico moçambicano, tanto quanto eu saiba, que conseguiu a proeza de atravessar o Atlantico e chegar as nossas livrarias. Em Moçambique, no entanto, fui descobrir uma prodiga literatura que por la fica escondida, e aqui deixo de falar do romance-historico para me referir ao conto, a cronica, a poesia, ao romance, a literatura moçambicana em geral, que como que forma um unico e grande romance - historico que vai falar, sempre, de todos os angulos imaginaveis, da sangrenta e violenta colonizaçao e pior descolonizaçao que aquele país sofreu. Voltei de Moçambique comum a mala a mais, pejada de livros moçambicanos, que sao como uma chaga viva no meu peito que nao fazia ideia do que passara aquele país irmao. Fui ler tais livros ja no Brasil, e era-me quase que impossível coaduna-los coma realidade vivida com aquela gente faceira, risonha e alegre, que emergira de uma guerra de mais de duas decadas ha apenas quatro anos, quando eu la estava. Ah! Nao fossem os escritores moçambicanos e aquela mala que trouxe a mais no aviao, e talvez nunca ficasse sabendo por outro meio das agruras, amarguras, angustias e dores que aquele povo passou com a colonizaçao e a descolonizaçao. Continua pag. 11


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Literatura—Divulgação

Pecador, me confesso! e, antes de mais, um grito de revolta contra a impunidade dos criminosos, a todos os níveis, que poluem a nossa civilizaçao. As mulheres, os homens, as crianças e os idosos; a Página 5

comunidade LGBT; os negros, os índios, os ciganos, os imigrantes e todos os demais desprotegidos e enfraquecidos sao perseguidos, violentados, agredidos, estuprados e mesmo assassinados e, na maioria das vezes, quando descobertos, ficam impunes aos rigores da lei e da justiça. E a sociedade, nem sempre responde da melhor forma. Lembremo-nos que a omissao, tambem e um crime. Nesta obra viva e intimista, Afonso Rocha passeia-se pela sua propria experiencia de vida, mas tambem pela de todos nos, como comunidade, para que se dinamize e reforce a forma de combater estas mazelas, estes crimes barbaros, ja considerados como o holocausto do seculo XXI. Um livro para ler, refletir e divulgar.

À venda no autor ou na loja www.narealgana.lojaintegrada.com.br


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Saudamos o lançamento da revista ESCREVER, uma louvavel iniciativa do escritor Milton Maciel . Com textos virados essencialmente para quem gosta e quer escrever, a revista tambem vai de encontro a todos aqueles e aquelas que amam e procuram a literatura.

6 de junho 2019 - 10 horas Apresentação de PECADOR, ME CONFESSO! Página 6


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istória Não apaguemos esta luz

Porquê confundir populistas com fascistas é um equívoco, segundo pesquisador do Holocausto, em Israel? Publicado por: Paula Adamo Idoeta, na BBC News Brasil, Sao Paulo - 20 abril 2019 Pesquisador por tres decadas do Museu do Holocausto em Israel, Avraham Milgram sugere cautela a quem chama tudo de fascismo. Historiador, ele defende que ha uma distinçao objetiva entre fascistas e populistas, apesar de semelhanças historicas como lideranças carismaticas, identidade nacional e crise socioeconomica. "Todos esses líderes populistas atuais nao criaram organismos paramilitares armados para eliminar seus inimigos e guardar de forma brutal e violenta o regime", afirmou a BBC News Brasil o autor e historiador brasileiro radicado em Israel, que pesquisou a historia do povo judeu e o extermínio na Segunda Guerra Mundial. "Esses líderes atingem seus objetivos usando os meios democraticos, sem destruí-los, embora possam enfraquece-los com ataques a imprensa e as elites pensantes e intelectuais." Para Milgram, as declaraçoes do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e do chanceler Ernesto Araújo de associar o nazismo a esquerda corroboram erros historicos e encontram ecos em estrategias políticas que ganharam força nos EUA, na Polonia, na Hungria e mesmo em Israel. "Governos populistas usam a incitaçao e o odio de um grupo contra o outro para desacreditar inimigos, virtuais ou reais – muitos sao apenas virtuais–, conquistar as massas, ficar no poder e difundir uma mensagem nacionalista ou ate mesmo racista", afirma o pesquisador. Segundo Milgram, as declaraçoes de Bolsonaro sobre o Holocausto ("podemos perdoar, mas não esquecer" o Holocausto) foram recebidas com uma indignaçao ainda maior no país porque foram feitas logo apos repetir que o nazismo foi um movimento de esquerda no dia de sua visita ao Museu do Holocausto. O historiador afirma que a presença das palavras nacional-socialista no nome do partido de Hitler, argumento de Bolsonaro, era uma tatica política para disputar eleitorado com a propria esquerda. Ele relembra que uma das primeiras medidas do regime nazista foi, inclusive, matar socialistas, comunistas e sindicalistas em campos de extermínio. Milgram, que emigrou para Israel nos anos 1970, foi pesquisador por mais de tres decadas do proprio Yad Vashem, o Museu do Holocausto, visitado por Bolsonaro em Jerusalem, onde coordenou multiplos estudos e editou a Enciclopedia dos Justos Entre as Naçoes (em referencia aos nao-judeus que arriscaram suas vidas para salvar judeus na epoca do Holocausto). Fez bacharelado, mestrado e doutorado na Universidade Hebraica e publicou, no Brasil e em Portugal, livros sobre a historia judaica. BBC News Brasil - Houve repercussao em Israel a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre ser possível perdoar, mas nao esquecer o Holocausto? Avraham Milgram - Houve grande repercussao, principalmente porque a declaraçao ocorreu logo apos a visita de Bolsonaro a Israel e porque ele corroborou o que disse o chanceler (Ernesto) Araujo, no dia de sua visita ao Museu do Holocausto (Araujo afirmara que o nazismo foi um movimento de esquerda, declaraçao repetida por Bolsonaro), no local que marca a morte Página 7

de 6 milhoes de judeus pelo nazismo. A frase de que "pode-se perdoar, mas nao esquecer" recebeu manifestaçao do presidente de Israel, Reuven Rivlin (este escreveu, via redes sociais, que "sempre iremos nos opor aqueles que negam a verdade ou desejam expurgar nossa memoria. (...) Nunca vamos perdoar ou esquecer"), com indignaçao, assim como de outros jornais. O que e importante e que os leitores saibam que Israel e um país estabelecido em 1948, tres anos apos o fim


Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019 da Segunda Guerra Mundial e o fim do Holocausto, que dizimou um terço do povo judeu. Chegaram ao país cerca de 300 mil sobreviventes do Holocausto, que viveram grandes tragedias em campos de extermínio. Ou seja, a memoria do Holocausto e central na memoria e na identidade coletivas de Israel. As pessoas se reconhecem como judeus e como israelenses pela centralidade do Holocausto em sua memoria. Ha, portanto, uma sensibilidade muito grande (quanto ao tema), nao existe em igual peso em outros países. Alem disso, fala-se coisas sem base historica, como que o nazismo era um movimento de esquerda, so porque o partido (de Hitler) tinha as palavras nacional-socialista no nome (o partido chamava-se Nacional Socialista da Alemanha). Esse nome foi dado por Hitler no início do movimento apenas como uma questao tatica, de concorrer com o eleitorado de esquerda. Nunca houve a intençao de lutar pela classe obreira, explorada ou de defender a igualdade (como os movimentos de esquerda). O fato e que, logo que Hitler foi nomeado chanceler (premie) da Alemanha e começou a transferencia para um regime totalitario, uma das suas primeiras medidas foi destruir a esquerda. As primeiras vítimas dos campos de extermínio foram socialistas, líderes sindicais, comunistas. O presidente (Jair Bolsonaro) cometeu o erro de corroborar uma fala ignorante. BBC News Brasil - O argumento do chanceler Ernesto Araujo era de que o nazismo era um movimento "anticapitalista, antirreligioso, antiliberal e anti conservador" e, assim, semelhante ao marxismo. Faz sentido do ponto de vista historico?

da, desacredita a esquerda com algo que nao tem nada a ver. E algo que ocorre muito no mundo de hoje, tambem na Polonia, na Hungria, nos EUA, na Eslovaquia e ate mesmo em Israel: governos populistas usam a incitaçao e o odio de um grupo contra o outro para desacreditar inimigos, virtuais ou reais – muitos sao apenas virtuais –, conquistar as massas, ficar no poder e difundir uma mensagem nacionalista ou ate mesmo racista. Quando (o presidente americano Donald) Trump diz que os mexicanos sao estupradores (frase dita em campanha), faz uma generalizaçao que incita o odio. O mesmo ocorre tambem na Russia de (Vladimir) Putin, nas Filipinas de (Rodrigo) Duterte e, no lado inverso, na Venezuela de (Nicolas) Maduro. E um estilo que penetrou na vida política global dos ultimos anos, que da uma impressao de volta aos anos 1930-40. BBC News Brasil - Dito isso, existe a chance de as condiçoes historicas que criaram o nazismo se repetirem agora? Milgram - Em princípio, ocorrencias historicas dessa magnitude nao se repetem, sao eventos que ocorrem uma unica vez. Os condicionamentos nunca sao os mesmos. As vezes temos a impressao de viver algo que ja vimos antes, que nos faz associar e a dizer coisas que do ponto de vista historico nao se sustentam. Por exemplo, e preciso cuidado ao chamar tudo de fascismo, de dizer "tal líder e um fascista". E preciso fazer distinçoes objetivas e dizer que sao fenomenos diferentes (dos vividos atualmente). Ha certamente coisas (em comum hoje) que nos fazem lembrar daquela epoca: crise economica, social, líderes carismaticos, tentativas de se cristalizar a identidade nacional em torno de uma ideia romantica. Nao sou profeta e nao sei o que vai acontecer no futuro, mas o que temos hoje nao e igual (ao fascismo). Pode ate nos fazer lembrar daquela epoca, mas o Trump, por exemplo, e líder de um Estado democratico. As primeiras vítimas dos campos de extermínio foram socialistas, líderes sindicais, comunistas.

Milgram - Nao. O marxismo tem teses universalistas, que abrangem o homem em sua totalidade, independentemente do país (onde ele tenha nascido). O nazismo, ao inverso, estava orientado a um grupo em particular, que era a chamada raça ariana. O marxismo tinha (o ideal) de que a historia humana se desenvolve em conflitos de classe e tinha como denominador comum a condiçao socioeconomica do ser humano, nao racial. BBC News Brasil - E quais sao entao as principais diferenJa o nazismo se prende na questao racial, e nao social. O ças entre o período do fascismo e o populismo no mundo primordial para o movimento era o homem ser da raça ari- atual? ana. Milgram - Todos esses líderes populistas atuais nao criaBBC News Brasil - Por que o senhor acha que esse tema ram organismos paramilitares armados para eliminar seus tem ganhado a atençao do governo brasileiro agora? inimigos e guardar de forma brutal e violenta o regime. Ate porque nao ha necessidade desses regimes armados – esses Milgram - E uma boa pergunta. Acho que tem a ver com a líderes atingem seus objetivos usando os meios democrativisita ao Museu do Holocausto. Mas a primeira declaraçao cos, sem destruí-los, embora possam enfraquece-los com (de que o nazismo e de esquerda) e tambem uma agenda ataques a imprensa e as elites pensantes e intelectuais. político-ideologica do atual governo, de tentar desacreditar Ja o fascismo queria conquistar o Estado, eliminar a oposia esquerda. O que o nazismo representou e a consequencia çao política, criar uma situaçao de domínio quase total da de seus atos criminosos, com a perseguiçao de judeus e ou- sociedade. No nazismo e no fascismo europeus, a democratros grupos, e associado a algo negativo por qualquer ser cia era vista como um perigo ao Estado, como algo a ser humano. eliminado, como um veneno que havia permitido (a exisO chanceler (Araujo), ao associar esse movimento a esquer- tencia) de setores que pensavam diferente e de minorias. Página 8


Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019 por Cristo, mas tambem uma aversao e um odio aos judeus por nao terem aceitado os dogmas cristaos. Na cultura ocidental crista se cristalizou por seculos a ideia do judeu como o outro negativo, de usureiro. Sao sempre vistos como ameaçadores desse complexo nacional. Alem disso, se voce consegue convencer as pessoas de Auschwitz – o maior centro destrutivo de seres humanos que ja houve – nao ocorreu, Hitler se torna algo mais digerível, mais aceitavel. BBC News Brasil - Recentemente, foi descoberta em Belarus (Europa Oriental) uma vala comum com milhares de judeus, da epoca da Segunda Guerra. Ainda E os judeus sempre foram apontados em todos os momenna o se dimensionou completamente o que ocorreu naquela tos do fascismo como um inimigo e um elemento estranho a e poca? ser eliminado. BBC News Brasil - A ascensao atual do antissemitismo e da Milgram - Na Europa Oriental, da metade da Polonia ate rejeiçao a imigrantes preocupa tanto quanto preocupava na Moscou, em julho de 1941 começou um assassinato sistematico e massivo de judeus pela SS (forças alemas) e outros epoca do nazismo? organismos do Estado alemao. E ha milhares de localidades Milgram - Para as camadas mais liberais, sim, e preocupan- como essa em Belarus, de fossas comuns com centenas ou te. Porque o migrante e visto como algo a ser eliminado. milhares de civis que foram metralhados perto de onde Basta ver os grupos que querem sua extinçao, como viviam. Ha lugares em que os idosos sabem onde estao es(Marine) Le Pen, líder de um partido nacionalista e de colo- sas valas, eles testemunharam as expulsoes, e alguns foram raçao racista na França, ou (o ministro do Interior da Italia ate obrigados a cavar as valas. conhecido por sua retorica anti-imigraçao Matteo) Salvini. Passada a guerra, ninguem se preocupou em exumar, ou O denominador comum e uma extrema direita racista, anti- entao fez uma placa comemorativa generica apontando que liberal e antidemocratica, que defende a ideia de que a soci- ali morreram pessoas. Isso tambem e uma forma de negaçao, algo comum no período comunista (que marcou a Euedade liberal e que permitiu a entrada de imigrantes. ropa Oriental apos a Segunda Guerra Mundial). A identidaBBC News Brasil - Ainda persistem teorias de que o Holo- de das vítimas nao aparece. Mas e preciso lembrar que eram pessoas de uma determinada religiao e que falavam causto nao existiu. O que o senhor diz a respeito delas? ídiche, língua falada pelos judeus daquela regiao. Milgram - Diria que a negaçao do Holocausto ja passou muitos anos desde o seu auge, nos anos 1980, quando havia mais intelectuais que defendiam a tese do negacionismo. Houve uma epoca em que de fato isso era uma ameaça a memoria, e (ainda) esta presente no radicalismo islamico. Mas nao desapareceu. Sempre digo que isso (a negaçao do Holocausto) e uma expressao do antissemitismo ocidental e no Oriente Medio, nao e algo que ocorra em sociedades como China ou India, por exemplo. E algo, portanto, essencialmente europeu, apesar de ocorrer em menor escala em outros lugares. Acho que tem a ver com o carater ambivalente do conflito teologico entre o cristianismo e o judaísmo. O cristianismo tinha e tem respeito pelos judeus por seu monoteísmo e Página 9


Ano II — Número 23 - Mensal: maio de 2019 Milgram - Para as camadas mais liberais, sim, e preocupante. Porque o migrante e visto como algo a ser eliminado. Basta ver os grupos que querem sua extinçao, como (Marine) Le Pen, líder de um partido nacionalista e de coloraçao racista na França, ou (o ministro do Interior da Italia conhecido por sua retorica anti-imigraçao Matteo) Salvini. O denominador comum e uma extrema direita racista, antiliberal e antidemocratica, que defende a ideia de que a sociedade liberal e que permitiu a entrada de imigrantes. BBC News Brasil - Ainda persistem teorias de que o Holocausto nao existiu. O que o senhor diz a respeito delas? Milgram - Diria que a negaçao do Holocausto ja passou muitos anos desde o seu auge, nos anos 1980, quando havia mais intelectuais que defendiam a tese do negacionismo. Houve uma epoca em que de fato isso era uma ameaça a memoria, e (ainda) esta presente no radicalismo islamico. Mas nao desapareceu. Sempre digo que isso (a negaçao do Holocausto) e uma expressao do antissemitismo ocidental e no Oriente Medio, nao e algo que ocorra em sociedades como China ou India, por exemplo. E algo, portanto, essencialmente europeu, apesar de ocorrer em menor escala em outros lugares.

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Acho que tem a ver com o carater ambivalente do conflito teologico entre o cristianismo e o judaísmo. O cristianismo tinha e tem respeito pelos judeus por seu monoteísmo e por Cristo, mas tambem uma aversao e um odio aos judeus por nao terem aceitado os dogmas cristaos. Na cultura ocidental crista se cristalizou por seculos a ideia do judeu como o outro negativo, de usureiro. Sao sempre vistos como ameaçadores desse complexo nacional. Alem disso, se voce consegue convencer as pessoas de Auschwitz – o maior centro destrutivo de seres humanos que ja houve – nao ocorreu, Hitler se torna algo mais digerível, mais aceitavel. BBC News Brasil - Recentemente, foi descoberta em Belarus (Europa Oriental) uma vala comum com milhares de judeus, da epoca da Segunda Guerra. Ainda nao se dimensionou completamente o que ocorreu naquela epoca? Milgram - Na Europa Oriental, da metade da Polonia ate Moscou, em julho de 1941 começou um assassinato sistematico e massivo de judeus pela SS (forças alemas) e outros organismos do Estado alemao. E ha milhares de localidades como essa em Belarus, de fossas comuns com centenas ou milhares de civis que foram metralhados perto de onde viviam. Ha lugares em que os idosos sabem onde estao essas valas, eles testemunharam as expulsoes, e alguns foram ate obrigados a cavar as valas. Passada a guerra, ninguem se preocupou em exumar, ou entao fez uma placa comemorativa generica apontando que ali morreram pessoas. Isso tambem e uma forma de negaçao, algo comum no período comunista (que marcou a Europa Oriental apos a Segunda Guerra Mundial). A identidade das vítimas nao aparece. Mas e preciso lembrar que eram pessoas de uma determinada religiao e que falavam ídiche, língua falada pelos judeus daquela regiao.


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Romance Histórico (cont. pag. 4)

Depois daquele meu violento contato com a literatura moçambicana, acho que me acordei para sempre da total importancia que o escritor tem como testemunha da Historia e como responsavel pelas denuncias do seu tempo. Nao tivessem os escritores moçambicanos feito o seu trabalho como o fizeram, e hoje poderíamos pensar que tudo sempre fora aquela coleçao de sorrisos lindos daquela gente bonita que la vive! Senhoras, senhores: Sinto-me muito gratificada por ter sido convidada para este momento e para este depoimento. Quiça muitas outras pessoas em muitas outras vezes possam tornar a abordar as tantas significancias que podem existir dentro da Literatura e nos levar a reflexoes mais aprofundadas e importantes do que esta. Por ora, como despedida, parodio Fernando Pessoa e fecho esta fala lhes dizendo que "aminha patria e a língua portuguesa". * escritora, palestrante

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Intervenção do escritor Afonso Rocha no Colóquio sobre a LINGUA PORTUGUESA, realizado em Florianópolis, a 29 de março de 2019, no âmbito do aniversário do munícipio. Quem estiver interessado, basta pedi-lo para o nosso e-mail,

que lhe será enviado sem qualquer custo.


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IHGO Instituto Histórico e Geográfico Oeste Catarinense

A DIVERSIDADE DO OESTE CATARINENSE ESTÁ NA HISTÓRIA DE COLONIZAÇÃO DA REGIÃO

o territorio da regiao. Em 25 de agosto de 1917 foram criados os municípios de Chapeco, Cruzeiro (atual Joaçaba), Mafra e Porto Uniao. Em funçao da facilidade de comercializaçao de produtos, as terras ao longo da ferrovia do contestado de início eram as mais valorizadas. Com a desativaçao da ferrovia e a implantaçao da Secretaria Geral dos Negocios do Oeste e das agroindustrias, Chapeco acelerou o crescimento.

A formaçao do Oeste catarinense se da a partir de Alem dos caingangues e guaranis, esta presente duas frentes de colonizaçao. em todos os municípios a populaçao lusoA area dos campos, ocupada a partir de 1838 por brasileira, caboclos ou simplesmente brasileiros. paulistas e mineiros que implantaram as fazendas Populaçao mestiça que foi se desenvolvendo ao de criaçao de gado bovino, e a regiao mais aciden- longo da ocupaçao dos campos, da construçao da tada, ocupada a partir de 1917 por famílias des- ferrovia, da extraçao da erva-mate e da madeira e da atividade camponesa — sua riqueza cultural. cendentes de alemaes, italianos e poloneses, a Ja entre as culturas de influencia europeia, destamaioria vinda do Rio Grande do Sul. camos a austríaca de Treze Tílias; alema presente Aos nativos da regiao, caingangues e guaranis, em varios municípios como Sao Carlos, Ipira, restou a alternativa da resistencia ou da aliança Mondaí e Itapiranga; a italiana hegemonica esta com o colonizador. A exemplo de outras regioes em varias cidades, entre elas Concordia, Coronel ocorreram massacres, dispersoes, miscigenaçoes Freitas, Sao Miguel do Oeste, Xanxere e Videira. e aldeamento da populaçao nativa. Nao menos importante e a cultura polonesa preA construçao das atuais fronteiras se da em dois sente no município de Descanso, entre outros. momentos: em 1895, quando o Brasil teve ganho de causa numa disputa com a Argentina; e em 1916 quando um acordo foi firmado com o Parana estipulando que Santa Catarina ficasse com o territorio que compoe a bacia do rio Uruguai e o Parana com a bacia do Iguaçu. Assim, se consolida

Esta diversidade cultural da regiao se deve em parte a política de colonizaçao que priorizou a organizaçao das colonias de um mesmo grupo etnico e religioso. Pratica que estimulou casamentos interetnicos, preservando costumes, línguas, sotaques e de certa forma preconceitos. Entendo que seria arbitrario construir uma identidade regional em meio a esta diversidade cultural. No entanto, a proximidade com a cultura gaucha nos da certa identidade regional. Por outro lado, obstaculos físicos, a serra e a distancia que nos separam do litoral aos poucos estao sendo superados, aumentando o sentimento de pertencimento a SC. Artigo de Alceu Antonio Werlang Historiador e professor da Unochapeco Foto: Vista Parcial de Maravilha em 1953 (Site Prefeitura)

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Corrente d’Escrita

Fotos com História

Londres, início do século XX—Despertador público Página 13


Corrente d’ escrita

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura , a história e a cultura em geral.

Florianópolis Santa Catarina Brasil +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com www.issuu.com/correntedescrita Fundador e diretor:

Chamaremos para colaborar com o Corrente d’ escrita escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir este Magazine Literário. O envio para publicação de qualquer matéria (texto ou foto) implica a autorização de forma gratuita. As matérias assinadas são da responsabilidade exclusiva de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião de Corrente d’ escrita. As imagens não creditadas são do domínio público que circulam na internet sem indicação de autoria. As matérias não assinada são da responsabilidade da redação.

Afonso Rocha

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CARTAS As cartas somente refletem o pensamento e opinião de seus autores e não responsabilizam a Corrente d’escrita pelos respetivos conteúdos.

A "mudança" no Corrente d'escrita está selada para uma nova fase de muitos bons textos, informações e da cultura na sua totalidade. O conto da escritora Urda está ótimo... o poema do autor português excelente, e a explanação do Professor Sidney sobre o conhecimento e a valorização da história e de seus profissionais é muito relevante e de extrema importância, principalmente nestes tempos.... Também a valorização da mulher negra neste mês de março dedicado às mulheres, nos reporta ao verdadeiro significado dessa data. E ainda tenho que salientar o grande projeto do Colóquio sobre a Língua Portuguesa que, com certeza, nos trará outras importantes leituras neste espaço. Cada dia melhor....mais rico... mais informativo, e mais apropriado com seus objetivos. Avante!!! Maria da Luz Machado Bibliotecária—Florianópolis __________

Muito boa esta corrente de abril e todas as manifestações de prós e contra o regime militar. Como estive no lado de apoio aos militares, e o fiz para impedir que o

Brasil tendente para uma ditadura da esquerda. Entendo que se deva, também levantar quantos assaltos e mortes das guerrilhas da esquerda. Então ao falar-se da ditadura militar, deva-se, também, analisar e expor os riscos da ideologia marxista. Houve sim exageros no regime militar, mas premir enaltecer os revolucionários de esquerda que desejavam o Brasil marxista é faltar com a verdade, e pior ainda, recompensá-los financeiramente com prémio nacional, fere a nossa cidadania e o olhar da verdade. Seu trabalho de hoje está no demais muito valioso e oportuno. Nereu do Vale Pereira Historiador e fundador do Ecomuseu do Ribeirão da Ilha


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Até mesmo nos terremos mais áridos, observa-se que as letras costumam florescer em abundância, na vida de quem as cultiva. Antologia que reúne textos dos acadêmicos integrantes da Academia de Letras de Biguaçu e alunos classificados em concurso literário “Biguaçu dos meus amores”. Biguaçu dos meus sonhos 2018, 264 p. Preço/de autor: R$ 15,00

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“Com uma narrativa envolvente, o autor nos leva até um passado recente, para mostrar a luta e a insistência pela vida. Um contingente de pessoas, que mesmo diante de forças brutais, seguiu em frente. Ao sabor da história ficanos, antes de tudo, o registo de uma época”. Olhos d’ Água 2013, 346 p. Preço/de autor: R$ 35,00

Edição Digital E-book R$ 10,00

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Nesta coletânea de escritores integrantes da Associação das Letras e estudantes de escolas públicas municipais nos proporcionam uma caminhada pelo universo das palavras, onde vivências e referências se mesclam a sonhos , desejos, dores, sentimentos e fantasias. Viagem das Letras 2017, 148 p. Preço/de autor: R$ 15,00

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Sangue Lusitano 2016, 190 p. Preço/de autor: R$ 30,00

Através de histórias imperdíveis, Afonso Rocha leva-nos até 500 anos atrás quando os portugueses, galgavam os mares tenebrosos, chegando ao sul do Brasil, onde enraizaram, formaram família e deram novas terras ao mundo. Aliciante história dos Estados do Sul (Santa Catarina e Rio Grande), seu povoamento e a fundação de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, conta-nos a história dos guaranis; dos portugueses, dos africanos e de tantos outros que deram origem ao povo brasileiro.

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Antologia publicada pela Associação das Letras reúne 25 escritores, com os mais variados estilos. É a união de diferentes mentes criativas que formam uma rede, cujos fios são tramados, letra por letra, culminando em resultado necessário para o fazer literário e o incentivo à leitura. REDE DAS LETRAS 2015, 256 p. Preço/de autor: R$ 15,00

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Um académico em Cruz Alta/ RS Discurso de tomada de posse na cadeira 21 como acadêmico correspondente; Biografia do acadêmico Afonso Rocha; Biografia do patrono, António Aleixo, poeta popular português; Juramento;

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Poesia numa roda de amigos. Uma coletânea de poemas e outros pensamentos de Afonso Rocha, enriquecida pelo contributo de mais seis amigos naturais do Brasil, Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola e Galiza, refletindo a poesia no espaço da lusofonia, até porque “tem loucuras que a gente só faz com muita maturidade”. TROVAS AO VENTO 2014, 140 P. Preço/de autor: R$ 25,00 À venda na Loja. Página 23


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