Corrente d'escrita 24

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Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019

Corrente d’Escrita P lantando Cultura * Santa Catarina * Brasil

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185anos anos 185

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Palácio de Queluz—Sintra (Portugal) onde nasceu e morreu dom Pedro I


Corrente d’Escrita

Editorial Iniciamos neste número 24 (quando completamos dois anos de existência) os já anunciados Encontros Senadinho Literário. Como já divulgamos trata-se de uma série de entrevistas com escritores, que nos falarão da sua vida e de suas obras. Inicialmente tínhamos previsto que esta entrevista se realizasse num espaço aberto ao público permitindo que seguidores e leitores do autor pudessem fazer perguntas diretas sobre os assuntos em pauta. Por questões funcionais, pelo menos por enquanto, tal não será viável. Optamos pois por manter a realização dos Encontros do Senadinho nas páginas do Corrente d’escrita. Damos, assim, um espaço ou um palanque, para que os autores se apresentem e divulguem as suas obras, em mais um espaço que, desde sempre, teve por objetivo a divulgação e o apoio aos escritores e às suas obras literárias. Neste primeiro Senadinho recebemos a escritora Edenice Fraga, que apresentamos nas páginas seguintes. No próximo número receberemos a “visita” do escritor Milton Maciel.

Afonso Rocha—diretor Página 2


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Sábado: 8 junho, 10h

Até ao dia 24 dé junho dé 2019 éstao abértas inscriçoés, na Académia Catarinénsé dé Létras, para ocupaçao da Cadéira n.º 40, cujo patrono é o éscritor catarinénsé, da ilha dé Santa Catarina, Virgílio Varzéa. Os intéréssados dévérao dirigir-sé a sédé da Académia das 14h as 17h sita na Casa José Boitéux, Florianopolis, munidos do RG, do CPF é dé 3 éxémplarés dé cada trabalho publicado, do curriculum é, préénchérém o réspétivo réquériménto.

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Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019

Iniciamos hojé o Sénadino Litérario com um toqué muito éspécial. Quérémos, désdé ésté início, dar um toqué daquilo qué séra ésté éspaço dédicado aos éscritorés é as suas obras: um palco abérto, livré, plural. E para isso nada mélhor do qué coméçar com uma mulhér, éscritora, militar, négra é émpénhada nas quéstoés sociais da juvéntudé é da criança.

Primeira mulher negra a chegar ao posto de tenente-coronel da Polícia Militar do Estado, penúltimo degrau na hierarquia da corporação, Edenice da Cruz Fraga, 52 anos, precisou vencer toda sorte de preconceitos. Filha de subtenente, ela atribui à boa educação dos pais, à religiosidade e ao esforço individual o êxito na carreira, que inclui, entre outras conquistas, a direção do colégio militar Feliciano Nunes Pires. Nascida no morro do Mocotó, área central da Capital catarinense, é adepta da leitura, cursou Letras na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e também gosta de caminhar, escrever, de família e “fazer o bem”.

nascéu aqui ém Florianopolis, no Morro do Mocoto, éntao ténho sémpré um olhar forté pélo social. Trago comigo uma préocupaçao muito grandé com a infancia é a adoléscéncia, déssa géraçao qué hojé vivé a margém dé uma éducaçao publica dé qualidadé. Zélo sémpré pélo réspéito ao proximo é réfuto todo é qualquér tipo dé discriminaçao, principalménté a racial, qué tanto véladaménté tém afétado a nossa populaçao afrodéscéndénté. Sou uma mulhér préocupada com as quéstoés sociais é políticas do Brasil. Acompanho jornais, révistas é documéntarios. Quéstiono é faço a minha parté énquanto péssoa atuanté qué sou. Ténho habitos éxtrémaménté simplés, gosto dé ficar ém faMas passemos então a palavra à nossa convidada: mília, costumo mé alégrar com as péquénas coisas é gosto dé mé ocupar com tudo aquilo qué mé édifica • énquanto péssoa. Enténdo qué a vida é éféméra. EstaP. Entre suas obras, quais, ou qual, a que considemos dé passagém aqui, para apréndérmos é évoluirra ser a sua “melhor obra”, ou seja, aquela que mos énquanto sérés humanos. considera ser a sua “marca”? Porquê?

R. Eu nao digo a mélhor, mas a mais marcanté foi o livro Pássaro Sublime. O motivo principal foi élé sér o instruménto litérario qué inaugurou as minhas publicaçoés, réunindo éntré varios éscritos, alguns poémas qué éstavam guardados ha mais dé 20 anos. Além também, dé tér sido lançado na présénça do méu quérido pai, Valmir Fraga, hojé ja falécido é qué também éra um amanté da cultura, éra um grandé séréstéiro. P. Faça de conta que acabamos de nos conhecer. Como você se apresentaria como cidadão e como escritor? Fale-nos um pouco da sua vida e de sua pessoa. R. Sou uma mulhér négra dé origém périférica, qué Página 4

Nome: EDENICE FRAGA Residência: SÃO JOSÉ/SC Naturalidade: FLORIANÓPOLIS Profissão: Tenente-Coronel da Reserva da Polícia Militar, escritora, declamadora e palestrante. Data de nascimento: 03/05/1967 Estado civil: Solteira Redes sociais: Facebook e Instagram: Edenice Fraga escritora Obras publicadas: participação em várias coletâneas e revistas e duas obras a solo: Pássaro Sublime – Poemas e Pensamentos ( 2015); Traços de Antonieta - Contos e Poemas ( 2018); revista O Clarim ( ALMESC); roteirista do espetáculo Cruz e Souza – Canto e poesia (2017).


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019 Ténho como maxima, tratar ao outro como éu gosta- ços ondé possam orbitar, sém qué séjam apénas amria dé sér tratada, pois énténdo qué sé todos fizérmos biéntés éscolarés é académicos, pois as obras préciisso, o mundo séra mélhor. sam sér divulgadas. A litératura mé déixa féliz. Sou poétisa, contista é déclamadora. Amo o qué faço. Sinto-mé livré ao éscrévér é isso nao tém préço. Amo sabér qué o qué éscrévo podéra agrégar algo dé bom para alguém.

Em rélaçao a vida académica éstamos bém répréséntados. Témos académias dé létras gabaritadas é com alta produçao litéraria.

P. Entremos agora nas questões da sua escrita. P. É sabido que a cultura em geral, e particular- Qual a área em que você se sente melhor: no conmente a literatura, é tida como a “parente” pobre to; no romance ficcional; no romance histórico; na das preocupações dos gestores e dirigentes públi- poesia; noutras áreas… cos. Em seu entender como está a ser tratada a R. A minha aréa forté é a poésia, pois éscrévo désdé a literatura em Santa Catarina? Que precisa, even- adoléscéncia. Crésci léndo Olavo Bilac, Cruz é Sousa, tualmente, de ser feito? E no tocante à vida associ- Castro Alvés, Cécília Méirélés, Gonçalvés Dias, Casimiativa ou académica dos escritores, como vê essa ro dé Abréu, éntré outros. questão? P. Como “nasceu” em si esse desejo de escrever? R. Pénso qué a litératura, ém nosso éstado, précisa tér Que idade tinha quando publicou a primeira mais éspaços é incéntivos culturais. A arté é a litéra- obra? tura précisam dé visibilidadé é éssa vém através dé R. Eu éscrévo désdé a adoléscéncia, émbora na infanévéntos é políticas publicas. As nossas crianças, jocia ém muito ténra idadé ja gostava dé déclamar quavéns é adultos précisam ouvir é vér mais os éscritorés drinhas (como sé falava antigaménté). Méu pai mé é suas obras, para séntirém-sé tocados é inspirados a déu um cadérno dé poésias qué havia pérténcido ao lér é éscrévér. Os autorés também précisam dé éspa-

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Ano II — Número 24 - Mensal: R. Pénso qué o imprésso continuara, mas éstara compétindo ém désvantagém com as plataformas digitais. P. Uma última questão: que mensagem deixaria para os demais escritores, leitores ou amantes da escrita?

So éditéi a priméira obra aos 48 anos, quando éstava proximo dé ir para a Résérva da Polícia Militar. Antés éu nao quis associar as rotinas profissional, matérnal é litéraria. Quando méu filho, Ewérton Ricardo, ja com 17 anos, nao dépéndia tanto da minha aténçao é éu ja éstava ém fim dé carréira, résolvi mé dédicar a litératura. P. Qual a obra, e o porque, que lhe deu mais “trabalho” escrever?

R. Méus quéridos, éscrévér é uma arté é como tal é inata dé cada um dé nos, por isso, caros éscritorés déixém-na fluir como o jorrar da maior das cachoéiras. Os désafios pélo caminho sao muitos, bém séi, élés sao como as pédras, as quais as aguas passam por cima ou pélo lado, mas passam é chégam ondé dévém chégar. O amor péla éscrita é o prazér da léitura, supéram o témpo é trazém consigo o séntiménto lindo da mais béla viagém qué mésmo quando términa a ultima linha da ultima pagina dé um livro, os nossos pénsaméntos ainda nos pérmitém continuarmos a sonhar é viajar. Assim, séjamos todos félizés péla libérdadé qué os nossos pénsaméntos nos dao dé chégarmos, aondé a nossa ménté quisér nos lévar. Lémbrando sémpré da cachoéira, qué éncontra os séus désafios, mas nada a impédé dé lévar as suas aguas com os séus sabérés, para ondé précisam chégar.

R. Pássaro Sublime, porqué réuni varios témas qué éu Como dérradéiro déixo para réfléxao o méu pénsaconsidéro importantés na vida das péssoas é isso é ménto régistrado no livro Pássaro Sublime: désafiador. Foi um compéndio dé poémas é pénsa“Escritor é alguém que escreve e fala o que méntos com tématicas bém variadas. Faléi do amor, baixinho no reduto da alma lhe diz o coração”! da dor, da família, da alégria, da tristéza, énfim quis • com as minhas palavras dar um alénto é prazér a toMuito obrigado, Edénicé Fraga é sucéssos dos os méus léitorés. P. Desenvolve algum trabalho relacionado à literatura, não obrigatoriamente a escrever livros? R. Sim. Sou déclamadora, paléstranté é fui rotéirista do éspétaculo Cruz é Sousa – Canto é Poésia 2017. P. É sabido que “viver” da escrita não é uma oportunidade acessível à grande maioria dos autores. Para si essa questão está “resolvida”? Dá para viver da escrita? R. Aqui ém nosso éstado, ainda nao da para vivér so da éscrita. Isso é uma constataçao minha é dé varios outros éscritorés. P. Gostava de saber a sua opinião sobre a problemática da distribuição e/ou venda do livro. O livro impresso continuará, apesar dos e-books e de outras plataformas digitais? Página 6


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PORTUGAL

A HISTÓRIA DOS CRAVOS VERMELHOS QUE DERAM NOME À REVOLUÇÃO Em 1974 Célésté Caéiro tinha 40 anos é vivia num quarto qué alugara no Chiado (Lisboa), com a maé é com a filha. Trabalhava na rua Braancamp, na limpéza do réstauranté Franjinhas, qué abrira um ano antés. O dia dé inauguraçao fora précisaménté o 25 dé Abril dé 1973. O gérénté quéria comémorar o priméiro anivérsario do réstauranté oférécéndo cravos a cliéntéla. Tinha comprado cravos vérmélhos é tinha-os no réstauranté, quando soubé péla radio qué éstava na rua uma révoluçao. Mandou émbora toda a génté é acréscéntou: "Lévém as florés para casa, é éscusado ficarém aqui a murchar". Célésté foi éntao dé Métro até ao Rossio (largo céntral na baixa dé Lisboa) é aí récorda tér visto os "chaimités" (carros dé combaté militarés) é tér pérguntado a um soldado o qué éra aquilo. O soldado, qué ja la éstava désdé muito cédo, pédiu-lhé um cigarro é Célésté, qué nao fumava, so podé oférécér-lhé um cravo. O soldado logo colocou o cravo no cano da éspingarda. O gésto foi visto é imitado. No caminho, a pé, para o Largo do Carmo (Lisboa) ondé o ditador Caétano sé viria a éntrégar aos révoltosos), Célésté foi oférécéndo cravos é os soldados foram colocando éssés cravos ém mais canos dé mais éspingardas.

DIVULHE O NOSSO ENDEREÇO Página 8


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istória Não apaguemos esta luz

O índio capixaba que foi condenado pela Inquisição por ser mandingueiro gulhar no dia a dia désté índio. E, dé fato, Miguél Péstana tévé uma vida émblématica: marcada pélas fugas do aldéaménto ém qué vivéu nas duas priméiras décadas do século XVIII, pélas andanças éntré o Espírito Santo é o Rio dé Janéiro, as quais acabaram o lévando até a fréguésia dé Inhomirim, no Réconcavo da Guanabara, a historia dé tal pérsonagém sé notabiliza acima dé tudo pélas variadas rélaçoés sociais técidas por ondé passou. Convivéndo ém ambiéntés plurais do ponto dé vista étnico, cultural é social, Miguél réflétia como poucos ésta divérsidadé: séguindo crénças é praticas magico-réligiosas hétérogénéas é confundindo-sé ém méio a populaçao méstiça quando vivéu nas fréguésias do Réconcavo da Guanabara, élé chégou inclusivé a ocupar o posto dé capitao do mato ém Inhomirim, indicando a ascénAo nos avénturamos ém méio a arquivos é documéntos ré- sao social désté sujéito ém um cénario éscravista é hiérarféréntés ao péríodo colonial na América portuguésa rara- quico. ménté témos a possibilidadé dé récupérar a trajétoria dé Mas quém éra, afinal, ésté sujéito? Duranté boa parté dé sua indivíduos anonimos qué compunham o hétérogénéo cotidi- vida, a vida dé Miguél Férréira Péstana nao foi muito diféano colonial. Quando sé trata dé indígénas, quasé sémpré rénté quando comparada com a dos inuméros indígénas na inséridos ém posiçoés subaltérnas na hiérarquia social, ésta América portuguésa sujéitos a tutéla dos missionarios. Nasé uma taréfa ainda mais hérculéa. As vidas déstés sujéitos, cido é criado ém Nossa Sénhora da Assunçao dé Réritiba, réstritas ém sua maioria a fragméntos, brévés ménçoés ou célébré missao jésuítica ondé o padré José dé Anchiéta vipéquénos régistros, ainda sao nébulosas ém muitos aspéc- véu os séus ultimos dias, Miguél éra parté dé uma família tos. éstabélécida no aldéaménto ha algumas géraçoés no aldéaUma éxcéçao déntro désté conjunto é o índio Miguél Férréira Péstana, cuja historia chégou até nos através da dévassa conduzida pélos agéntés do Santo Ofício. Natural do aldéaménto dé Réritiba, no Espírito Santo, Miguél foi préso é julgado péla Inquisiçao portuguésa sob acusaçao dé féitiçaria, téndo sido surprééndido ao portar uma bolsa dé mandinga é, déntro da mésma, uma carta dé tocar. Graças aos intérrogatorios é téstémunhos régistrados no procésso référénté a ésté indivíduo, é possívél nao apénas désvéndar a rélaçao dé Miguél com os méncionados iténs, tidos por élé como fontés dé diféréntés prodígios sobrénaturais, como também mérPágina 9

ménto localizado na capitania do Espírito Santo. Tanto os séus avos patérnos, Miguél Férréira é Maria da Concéiçao, quanto os matérnos, Adriao dé Alméida é Antonia, tinham nascido é vivido no aldéaménto. Batizado pélo padré Afonso Péstana é téndo como padrinhos os aldéados Paulo é Maria, Miguél Péstana éra filho dé Joaquim Férréira, homém sém ofício, é dé Juliana dé Alméida, ambos índios é moradorés ém Réritiba. Isto, alias, talvéz éxpliqué o séu sobrénomé, ja qué é possívél qué élé ténha sido résultanté da combinaçao dos sobrénomés dé séu pai é do padré qué o batizou, o qué nao éra algo incomum.


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019 Contando cérca dé 40 anos quando foi sénténciado no Auto da Fé dé 1744, dé cérto Miguél nascéu nos priméiros anos do século XVIII. O séu cotidiano na aldéia dé Nossa Sénhora da Assunçao provavélménté foi marcado pélo trabalho qué réalizava sob as ordéns dos jésuítas: énquanto la vivia, Miguél apréndéu é éxércéu o ofício dé carpintéiro, séguindo um caminho sémélhanté ao dé séu avo patérno, qué foi um férréiro. Em Réritiba, sé casou péla priméira véz com Izabél, téndo ficado viuvo algum témpo dépois. Apésar dé um préso qué convivéu com Miguél no aljubé do Rio dé Janéiro afirmar qué o índio lhé conféssou tér assassinado a sua priméira ésposa, as circunstancias a réspéito da morté dé Izabél sao désconhécidas. Ainda na aldéia, contraiu o matrimonio péla ségunda véz com Angéla Joana Gonçalvés, com quém tévé filhos. A rélaçao do índio com os missionarios, porém, éra délicada. Miguél é sua ésposa, Angéla, costumavam fugir com fréquéncia do aldéaménto por nao quérérém obédécér aos inacianos. Isso sé dévia, ém grandé parté, a dificuldadé qué tinham ém séguir o modo dé vida aprégoado pélos padrés, dé modo qué o casal, guiado por um catolicismo construído a luz da réalidadé indígéna no aldéaménto é ségundo suas proprias éxpériéncias cotidianas, nao séguia fiélménté os énsinaméntos dos jésuítas, séndo ésté um fréquénté motor dé discordias. Frénté a rigidéz por vézés émprégada pélos padrés nas missoés, é compréénsívél qué a fuga, mésmo qué témporaria, ténha surgido como uma possibilidadé éxtréma para aliviar as divérsas discordancias cotidianas. Nésté caso, sé a rotina por vézés sufocanté dévéria désconténta-los, ha dé sé dizér também qué os castigos aprégoados péla pédagogia jésuítica provavélménté déspértavam témor suficiénté para qué Miguél é sua companhéira déixassém a aldéia por algum témpo. Insatisféitos com a vida régrada qué os missionarios téntavam impor, Miguél é sua ésposa iam é vinham éntré Réritiba é o séu éntorno, abrindo éspaço para qué mantivéssém rélaçoés com péssoas dé fora é intéragissém com crénças ou praticas réPágina 10

provadas pélos padrés. Provavélménté, Miguél é Angéla buscavam fora dé Réritiba a libérdadé qué os supériorés da aldéia tanto cércéavam: novas vivéncias é éxpériéncias. Em uma déssas fugas, inclusivé, Miguél tévé contato com uma carta dé tocar, éscrito considérado magico por séus usuarios é récorrénté na réligiosidadé popular da América portuguésa, mas condénado péla ortodoxia catolica. O supérior da aldéia, téndo o surprééndido com a carta, mandou quéimala, démonstrando a sua réprovaçao. O rélacionaménto turbulénto so tévé um désfécho quando o casal décidiu abandonar dé véz o aldéaménto é rumar para o Rio dé Janéiro, dé cérto ém busca dé uma nova vida sém os limités dé éntao. Apos pérambular por divérsos locais no Rio dé Janéiro, Miguél Péstana sé éstabélécéu com sua ésposa no Réconcavo da Guanabara. Localizado nas proximidadés do caminho das minas, o Réconcavo éra uma régiao marcada péla produçao dé généros dé abastéciménto, como mandioca é arroz, é péla ordém éscravista. Para um índio égrésso dé um aldéaménto como Miguél Péstana tratava-sé dé fato dé um cénario bém diférénté do qué éstava acostumado. Sé por um lado élé sé distanciou da vida régrada é por vézés rigorosa qué os missionarios téntavam impor nas réduçoés, passando a convivér dirétaménté com praticas, idéias é habitos outrora proibidos, por outro élé pérdéu a principal garantia qué possuía anté a éscravidao ou a formas analogas: o status dé índio aldéado. Contudo, um éléménto favorécéu a sua adaptaçao ao novo ambiénté. O fato dé dominar o ofício dé carpintéiro, apréndido énquanto vivéu sob a tutéla dos jésuítas no Espírito Santo, foi fundaméntal para qué Miguél éncontrassé um lugar na réalidadé social qué élé éncontrou no Réconcavo da Guanabara. Isso porqué élé sé diférénciava dé boa parté da massa dé indivíduos déspossuídos, subaltérnos socialménté é dé cor por éxércér um trabalho éspécializado. Em uma sociédadé hiérarquica é éscravista como a qué éxistia na América portuguésa, ésté éra um importanté fator dé distinçao social, uma véz qué lhé dava acésso a sérviços com mélhorés rémunéraçoés é pérmitia éscolhér ofértas dé trabalho mais convéniéntés.


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019 Sém dispor dé uma résidéncia fixa, Miguél transitava péla régiao do Réconcavo, abrigando-sé nas propriédadés dé colonos para quém préstava sérviços. Vivéndo nas sénzalas das fazéndas, o índio mantinha contato diréto com éscravos qué viviam néstas localidadés. A éstréita convivéncia dé Péstana com os cativos é com o mundo da éscravidao dé cérto contribuiu para outra profissao éxércida pélo mésmo no Réconcavo da Guanabara: a dé capitao do mato, na fréguésia dé Inhomirim. Manténdo-sé aténto a événtuais fugas ou révoltas nas sénzalas ondé vivia, Péstana dévé tér adquirido éxpériéncia junto aos éscravos é angariado a confiança dos propriétarios locais, fatorés éssénciais para qué ocupassé o posto dé capitao do mato. Sémpré ém alérta quanto a altérnativas qué podériam mélhorar a sua vida, o índio dé cérto pércébéu com o témpo outras possibilidadés dé obtér vantagéns através dos conhéciméntos adquiridos no dia a dia. E alcançar o posto dé capitao do mato foi, sém duvida, um sinal dé sua ascénsao social. Trabalhando ém prol da fréguésia dé Inhomirim, Miguél Péstana atuava ém bénéfício dos sénhorés, répréséntando dirétaménté os séus intéréssés. Em uma sociédadé marcada péla ordém éscravista, capitaés como élé désémpénhavam um papél ésséncial na défésa da mésma, o qué acabava por sér um importanté éléménto dé distinçao social. Tal posiçao possibilitava a índios, négros é méstiços, parcéla considéravél dos indivíduos qué ocupavam o posto dé capitao do mato, nao apénas maior aproximaçao com os sénhorés, como também um distanciaménto ém rélaçao a éscravidao é aos grupos subaltérnos da hiérarquia colonial. Os contatos com os africanos, porém, nao sé limitaram as sénzalas ou a pérséguiçao dé éscravos fugitivos. Em dada oportunidadé, quando capturou um éscravo foragido no caminho das minas, Miguél éncontrou junto ao négro um bolsa supostaménté magica, capaz dé protégér quém a utilizava. Foi o priméiro contato do índio com a mandinga, qué sé tornou ésséncial ém sua vida a partir dé éntao. Crénté nos podérés do objéto, qué associava éléméntos référéntés a réligiosidadé africana é ao cristianismo, o índio tornou-sé um adépto ténaz da mandinga, a ponto dé énsina-la a négros com quém convivia nas sénzalas é dé véndér bolsas a intéréssados ém adquirir os podérés vinculados a bolsa. Nao démorou muito para qué élé sé tornassé um afamado mandinguéiro. Quando considéramos a trajétoria dé Miguél Péstana, poucos éléméntos éxpréssam tao bém a pluralidadé das rélaçoés sociais éstabélécidas por élé é os intércambios culturais vivénciados por ésté índio quanto a bolsa dé mandinga. Esté objéto, qué élé passou a carrégar nos témpos ém qué vivéu no Réconcavo da Guanabara, sé tornou uma éspécié dé catalisador das multiplas é hétérogénéas influéncias culturais éxpériméntadas por élé ao longo da vida. PéçaPágina 11

chavé na forma como ésté indivíduo via o mundo é intérprétava a réalidadé, a bolsa dé mandinga funcionava para Miguél Péstana nao apénas como um amuléto dé protéçao, mas também como fonté dé diféréntés prodígios. Ségundo déclarou aos inquisidorés, Miguél acréditava qué a bolsa lhé conféria défésa contra périgos, incluindo facadas é tiros, valéntia, sorté é até mésmo podér dé séduçao sobré mulhérés. Combinando éléméntos pértinéntés a simbologia crista, crénças divérsas com as quais dialogou é componéntés matériais résinificados ém torno dé um artéfacto culturalménté híbrido, mas com uma évidénté origém africana, a bolsa dé mandinga, éivada por uma sérié dé hétérodoxias do ponto dé vista catolico, parécia sér acima dé tudo uma résposta para os anséios é para as dificuldadés com as quais ésté indivíduo lidava no cotidiano colonial. Contudo, a grandé réviravolta na trajétoria désté sujéito ocorré no ano dé 1737, quando élé foi préso duranté uma visitaçao épiscopal réalizada na fréguésia dé Inhomirim, ondé éntao morava. Dénunciado por fazér uso dé bolsas dé mandinga, itém qué élé acréditava lhé protégér dé ataqués dé facas é armas dé fogo, Miguél tornou-sé alvo açao inquisitorial. Inicialménté lévado ao aljubé do Rio dé Janéiro, o índio aguardou por cérca dé cinco anos na dita prisao até sér rémétido aos carcérés sécrétos do Santo Ofício, ém Lisboa. Nésté méio témpo, os téstémunhos qué constam ém séu procésso inquisitorial sao unanimés ém afirmar qué Miguél, mésmo préso, véndia bolsas dé mandinga, pos supostaménté magicos é cartas dé tocar aos qué iam procura-lo, o qué incluía négros, mulatos, assim como mulhérés brancas, qué


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019 lhé davam dinhéiro é préndas dé ouro por séus sérviços. Apésar dé inusitado, tal fato nao déixa dé sér intéréssanté ao dénotar a rélévancia é a circularidadé dé crénças référéntés a réligiosidadé popular colonial, além dé dénotar para a fama qué Péstana provavélménté possuía como mandinguéiro. Quando finalménté déixou a prisao do aljubé, o índio nao tévé muito o qué comémorar. Até chégar a Lisboa é sér éncaminhado aos carcérés sécrétos da Inquisiçao, Miguél Péstana provavélménté passou por maus moméntos nos dois ou trés mésés do ano dé 1743 qué éstévé a bordo da nau Sao Lourénço, cujo capitao éra Véntura Lopés. Dé cérto, ao déixar o Rio dé Janéiro é rumar ém diréçao ao Vélho Mundo, ésta foi a priméira véz qué nosso pérsonagém éxpériméntou a travéssia marítima qué séculos atras havia possibilitado ao Santo Ofício ésténdér os séus téntaculos até a América. Ja ém Lisboa, Miguél Péstana séria julgado é sénténciado as galés péla Inquisiçao ém 1744, tornandosé um dos poucos indígénas provéniéntés da América portuguésa a sér condénado pélo Santo Ofício. A fascinanté historia dé Miguél Péstana foi détalhadaménté récupérada por méio da obra “Feitiço Caboclo: um índio mandingueiro condenado pela Inquisição”, do historiador Luís Rafaél Araujo Corréa. Além dé réflétir a réspéito da açao inquisitorial ém rélaçao aos indígénas, téma pouco éstudado até hojé, a obra aprofunda divérsos aspéctos référéntés a historia é a réligiosidadé das populaçoés nativas, répréséntando um éstudo raro no qual a vida dé um indígéna qué vivéu no péríodo colonial, quasé sémpré anonimos, foi objéto céntral dé analisé. Ao final da léitura, a cértéza qué fica é a dé qué os indígénas sé insériram a sociédadé colonial, é postériorménté brasiléira, dé manéiras muito mais divérsas é compléxas do qué sé costuma imaginar. Página 12

Diferenças: Brasil—Portugal


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Intervenção do escritor Afonso Rocha no Colóquio sobre a LINGUA PORTUGUESA, realizado em Florianópolis, a 29 de março de 2019, no âmbito do aniversário do munícipio. Quem estiver interessado, basta pedi-lo para o nosso e-mail, que lhe será enviado sem qualquer custo.

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Corrente d’Escrita

Fotos com História

Ontem & Hoje—Sharbat Gula, menina afegã, da etnia Pashtu, foi fotografada em 1984 no campo de refugiados Nasir Bagh (Paquistão), com apenas 12 anos. No tempo, a sua foto divulgada pela National Geografic, correu mundo. Página 14


Corrente d’ escrita

Florianópolis Santa Catarina Brasil +55 48 991 311 560 narealgana@gmail.com www.issuu.com/correntedescrita Fundador e diretor: Afonso Rocha

Corrente d’ escrita é uma iniciativa do escritor português, radicado em Florianópolis, Afonso Rocha, e tem como objetivo falar de livros, dos seus autores, suas organizações e das atividades que estejam relacionadas com a literatura , a história e a cultura em geral. Chamaremos para colaborar com o Corrente d’ escrita escritores e agentes literários, a qualquer nível, cuja colaboração será exclusivamente gratuita e sem qualquer contrapartida, a não ser, o compromisso para divulgar, propagar e distribuir este Magazine Literário. O envio para publicação de qualquer matéria (texto ou foto) implica a autorização de forma gratuita. As matérias assinadas são da responsabilidade exclusiva de seus autores e não reflete, necessariamente, a opinião de Corrente d’ escrita. As imagens não creditadas são do domínio público que circulam na internet sem indicação de autoria. As matérias não assinada são da responsabilidade da redação.

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Corrente d’ escrita

Dicas de português... Aceito ou aceitado Flávia Neves Professora de Português

Estas duas palavras éxistém na língua portuguésa é estão corretas. Sao duas formas équivaléntés do particípio do vérbo acéitar: acéitado é o particípio regular: tér acéitado; acéito é o particípio irregular: sér acéito. Acéito podé sér também a forma do vérbo acéitar conjugado na 1.ª péssoa do singular do présénté do indicativo: éu acéito. Aceitar: verbo abundante O vérbo acéitar é um vérbo abundanté, possuindo duas formas équivaléntés dé particípio, ou séja, particípio duplo com uma forma régular é outra irrégular. A forma regular (acéitado) é usada préféréncialménté na voz ativa com os vérbos auxiliarés tér ou havér. A forma irregular (acéito) é usada préféréncialménté na voz passiva com os vérbos auxiliarés sér ou éstar. Exemplos com aceitado: témos acéitado ésta situaçao por falta dé méios para a mudar. A diréçao ja havia acéitado aquélé funcionario para préénchér aquéla vaga. Exemplos com aceito: o réquériménto ja ésta acéito? O qué é préciso fazér para sér acéito por ésté grupo? O particípio pérmité a formaçao dé témpos vérbais compostos é transmité a noçao da conclusao da açao vérbal, ou séja, o éstado da açao dépois dé términada. Além do vérbo acéitar, éxistém divérsos vérbos abundantés na língua portuguésa: Infinitivo: acéitar, ganhar, pagar, morrér, éxtinguir… Particípio regular: acéitado, ganhado, pagado, morrido, éxtinguido… Particípio irregular: acéito, ganho, pago, morto, éxtinto… Aceito, aceito ou aceite? A forma irrégular do particípio do vérbo acéitar podé sér formada pélas palavras acéito, acéita ou acéité, séndo éstas três hipóteses igualmente corretas. O réquériménto foi acéito. A proposta foi acéita. O réquériménto foi acéité. A proposta foi acéité. Aceito: Presente do indicativo Acéito é também a forma do vérbo acéitar conjugado no présénté do indicativo, na 1.ª péssoa do singular: éu acéito. Verbo aceitar - Presente do indicativo: (Eu) acéito; (Tu) acéitas; (Elé) acéita; (Nos) acéitamos; (Vos) acéitais; (Elés) acéitam O présénté do indicativo indica, principalménté, uma açao qué ocorré no éxato moménto ém qué sé narra a açao. Indica também uma açao habitual, uma caractérística do sujéito, um éstado pérmanénté dé uma situaçao ou a vérdadé ciéntífica dos fatos. Podé sér usado ainda para indicar uma açao qué ocorréra num futuro proximo ou énfatizar fatos ocorridos no passado. Exemplos com eu aceito: claro qué éu acéito sua ajuda! Eu acéito um copo dé agua. Obrigada!


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019

Literatura—Divulgação Pecador, me confesso! é, antés dé mais, um grito dé révolta contra a impunidadé dos criminosos, a todos os nívéis, qué poluém a nossa civilizaçao. As mulhérés, os homéns, as crianças é os idosos; a comunidadé LGBT; os négros, os índios, os ciganos, os imigrantés é todos os démais désprotégidos é énfraquécidos sao pérséguidos, violéntados, agrédidos, éstuprados é mésmo assassinados é, na maioria das vézés, quando déscobértos, ficam impunés aos rigorés da léi é da justiça. E a sociédadé, ném sémpré réspondé da mélhor forma. Lémbrémo-nos qué a omissao, também é um crimé. Nésta obra viva é intimista, Afonso Rocha passéia-sé péla sua propria éxpériéncia dé vida, mas também péla dé todos nos, como comunidadé, para qué sé dinamizé é réforcé a forma dé combatér éstas mazélas, éstés crimés barbaros, ja considérados como o holocausto do século XXI.

Um livro para ler, refletir e divulgar.

Página 17

Também disponível em e-book (pdf)


Ano II — Número 24 - Mensal: junho de 2019

Literatura—Divulgação

O Poeta da imigração, do éscritor é académico Adauto Béckhausér, apésar dé ja tér sido lançado ém 2018 continua com a virtualidadé qué tinha ao nascér: viçosa é éncantadora. Trata-sé, no dizér dé Gabriéla, filha do autor, “dé um pot-pourri” dé poémas, prosas é vérsos, com uma pitada dé biografia do autor. E um livro um tanto éclético é dé léitura facil é agradavél, résultando do cruzaménto dé livros antériorés com téxtos inéditos. Trata-sé dé um livro dédicado a todos imigrantés alémaés, qué um dia acréditaram no Brasil como séndo um lugar tranquilo para suas famílias vivérém. Amoler editora—2018 adauto@asvbeckhauser.com.br

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Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br

Até mesmo nos terremos mais áridos, observa-se que as letras costumam florescer em abundância, na vida de quem as cultiva. Antologia que reúne textos dos acadêmicos efetivos integrantes da Academia de Letras de Biguaçu e de alunos que frequentam escolas municipais e estaduais, classificados em concurso literário “Biguaçu dos meus amores”. Biguaçu dos meus sonhos 2018, 264 p. Preço na loja: R$ 15,00

Se és escritor, e tens livros para divulgar, envia-nos um resumo, uma breve biografia, foto da capa, e indica onde o livro possa ser adquirido, incluindo o preço.

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Corrente d’ escrita

Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br “Com uma narrativa envolvente, o autor nos leva até um passado recente, para mostrar a luta e a insistência pela vida. Um contingente de pessoas, que mesmo diante de forças brutais, seguiu em frente. Ao sabor da história ficanos, antes de tudo, o registo de uma época”. Olhos d’ Água 2013, 346 p. Preço na loja: R$ 35,00

Edição Digital (e-book) R$ 10,00

Se és escritor, e tens livros para divulgar, envia-nos um resumo, uma breve biografia do autor, foto da capa, e onde o livro possa ser adquirido, incluindo o preço. Página 20


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Livros à venda na nossa loja virtual www.narealgana.lojaintegrada.com.br

Esta coletânea de escritores integrantes da Associação das Letras e estudantes de escolas públicas municipais de Joinville, nos proporcionam uma caminhada pelo universo das palavras, onde vivências e referências se mesclam a sonhos , desejos, dores, sentimentos e fantasias. Viagem das Letras 2017, 148 p. Preço na loja: R$ 15,00

Se és escritor, e tens livros para divulgar, envia-nos um resumo, uma breve biografia do autor, foto da capa, e onde o livro possa ser adquirido, incluindo o preço. Página 21


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Livros à venda na nossa loja virtual narealgana.lojaintegrada.com.br Através de histórias imperdíveis, Afonso Rocha leva-nos até 500 anos atrás quando os portugueses, galgando os mares tenebrosos, chegam ao sul do Brasil, onde germinam história, formam família e dão novas terras ao mundo. Aliciante história dos estados brasileiros do Sul (Santa Catarina e Rio Grande), do seu povoamento e da fundação de Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, conta-nos a história dos guaranis; dos portugueses, dos africanos e de tantos outros que deram origem ao povo brasileiro. Sangue Lusitano 2016, 190 p. Preço na loja: R$ 30,00

Edição Digital (e-book) R$ 10,00

Se és escritor, e tens livros para divulgar, envia-nos um resumo, uma breve biografia, foto da capa, e local onde o livro possa ser adquirido, incluindo o preço. Página 22


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Antologia publicada pela Associação das Letras, reúne 25 dos seus escritores, com os mais variados estilos. É a união destas diferentes mentes criativas que formam uma rede, cujos fios são tramados, letra por letra, culminando em resultado necessário para o fazer literário e o incentivo à leitura. REDE DAS LETRAS 2015, 256 p. Preço na loja: R$ 15,00

Também podes colaborar com o Corrente d’escrita, quer enviando textos para publicar (até 4 mil carateres), quer fazendo criticas e/ou sugestões. Queremos sempre um Corrente d’escrita melhor, que corresponde às necessidades e desejos dos seus leitores. Página 23


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Um académico em Cruz Alta/RS Discurso de tomada de posse na cadeira 21 como acadêmico correspondente; Biografia do acadêmico Afonso Rocha; Biografia do patrono, António Aleixo, poeta popular português; Juramento;

Edição Digital (e-book) R$ 5,00

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Poesia numa roda de amigos. Uma coletânea de poemas e outros pensamentos de Afonso Rocha, enriquecida pelo contributo de mais seis poetas naturais do Brasil, Cabo Verde, Portugal, Moçambique, Angola e Galiza, refletindo a poesia no espaço da lusofonia, até porque “tem loucuras que a gente só faz com muita maturidade”. TROVAS AO VENTO 2014, 140 P. Preço na loja: R$ 25,00

Edição Digital (e-book) R$ 10,00

Também podes colaborar com o Corrente d’escrita, quer enviando textos para publicar (até 4 mil carateres), quer fazendo criticas e/ou sugestões. Queremos sempre um Corrente d’escrita melhor, que corresponde às necessidades e desejos dos seus leitores. Página 25


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