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IMPRESSO ESPECIAL 991 22 55 307- DR/MG
SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS
Ano 3 | Edição 16 | nov dEz - 2012
CORREIOS
Maria das Graças Foster presidente da Petrobras
ENGENHEIRA DO ANO QUANTO GANHA O ENGENHEIRO ? Veja cenário em Minas e no Brasil
CARREIRA Novos cursos e mais vagas para formar os futuros engenheiros
MERCADO DE TRABALHO Engenharia está entre melhores profissões de futuro
P&D | EMPRESAS INVESTEM E ABREM OPORTUNIDADES PARA ENGENHEIROS | 21º PRÊMIO SME - CIÊNCIA,TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
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EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE
Uma inscrição na história da humanidade
A
engenharia química está inscrita na história da humanidade influenciando e sendo alterada pelas m u danças que marcam a aventura humana ao longo do tempo. Nos primórdios, os princípios dessa ciência estiveram presentes no dia a dia de grupos e comunidades, incorporados à cultura de cada época. À mesa na hora das refeições com a feitura do pão e do vinho, nas façanhas proporcionadas pela alquimia, na produção de materiais básicos, a exemplo do sabão, na busca de cura para seus males na natureza.
Na atualidade, a engenharia química que teve relevante papel no processo de industrialização no mundo, principalmente na indústria petroquímica, apresenta hoje, num período de avanços constantes da ciência e da tecnologia, realizações impensadas há poucas décadas, rompendo fronteiras, mas sem perder sua identidade. Para tanto, a engenharia química passou a atuar junto com outras áreas do conhecimento, a exemplo da biologia, da área ambiental, em processos tecnológicos mais refinados como a nonotecnologia, nas áreas da engenharia molecular, biotecnologia, engenharia da saúde e das ciências da vida, de energias renováveis, entre outros. Nas últimas décadas, é provável que a engenharia química tenha sido um dos campos do saber e de desenvolvimento profissional que mais passou por mudanças e inovações. Nesse caso, asseguram os especialistas, a engenharia química poderia então ser definida
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como a ciência de processos que permitem a transformação química, biológica e física, da matéria ou energia, em produtos necessários para o desenvolvimento da sociedade. Uma das medidas de progresso de um país é a capacidade de desenvolvimento tecnológico e o uso da tecnologia para a melhoria das condições de vida de sua população. Este desenvolvimento tecnológico pode ser obtido através do aproveitamento dos conhecimentos gerados no país ou pela adaptação de conhecimentos obtidos em outros países e que são de livre divulgação, mas nenhum modelo ou processo independe da ação humana, das boas práticas de um profissional.
É pensando nessas mudanças tão profundas, nas idéias e práticas que a engenharia química surge como um modelo de ciência compreendida em toda sua extensão e importância dentro de um quadro mundial e brasileiro de mudanças profundas. Isso passa a requer dos profissionais, além de profundo conhecimento da área, empreendedorismo, iniciativa, liderança e, sobretudo, motivação e compromisso. Ou seja, uma gama de aptidões profissionais e sociais que demonstrem capacidade de negociação, de trabalho sem fronteiras, uma compreensão técnica mais avançada dos processos diante de novos desafios, de se fazer compreender e de acompanhar com afinco todas as mudanças em curso. É com esse entendimento que nós da Sociedade Mineira de Engenheiros
Ailton Ricaldoni Lobo Presidente da SME
homenageamos todos os engenheiros, na figura de Maria das Graças Foster, enge-
nheira química de formação, com a Me-
dalha Engenheiro do Ano 2012. Através de sua atuação, de sua trajetória profis-
sional pode-se identificar esse espírito empreendedor, em sintonia com as trans-
formações tecnocientíficas, econômicas, políticas e sociais no mundo que repercutem no Brasil. Mas, também nos pro-
gressos, nas inovações da engenharia química, nas suas contribuições na forma de seus processos e produtos. Mas, prin-
cipalmente por meio da prática dos pro-
fissionais que fazem a engenharia química, que emprestam a inteligência para buscar o novo, descobrir aquilo que até então era impensado e que reflita em cresci-
mento para o país, do envolvimento de engenheiros que devem estar conectados
com esse cenário instigante e desafiante apresentado pelo nosso século.
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PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo
VICE - PRESIDENTES Ronaldo José Lima Gusmão José Luiz Nobre Ribeiro Victório Duque Semionato Alexandre Francisco Maia Bueno Délcio Antônio Duarte
DIRETORES Luiz Felipe de Farias Diogo de Souza Coimbra Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Marcílio César de Andrade Alessandro Fernandes Moreira José Flávio Gomes Fabiano Soares Panissi Janaína Maria França dos Anjos Normando Virgílio Borges Alves Clemenceau Chiabi Saliba Júnior SUPERINTENDENTE José Ciro Mota
Publicação
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CONSELHO DELIBERATIVO Marcos Villela de Sant'Anna Teodomiro Diniz Camargos Jorge Pereira Raggi Flavio Marques Lisbôa Campos Rodrigo Octavio Coutinho Filho Paulo Safady Simão José Luiz Gattás Hallak Alberto Enrique Dávila Bravo Cláudia Teresa Pereira Pires Márcio Tadeu Pedrosa Sílvio Antônio Soares Nazaré Felix Ricardo Gonçalves Moutinho Levindo Eduardo Coelho Neto Fernando Henrique Schuffner Neto Ivan Ribeiro de Oliveira CONSELHO FISCAL José Andrade Neiva Nilton Andrade Chaves Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Alexandre Rocha Resende Wanderley Alvarenga Bastos Júnior
CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Janaína Maria França dos Anjos Fabiano Soares Panissi José Ciro Mota Ronaldo José Lima Gusmão
Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral
Coordenador Editorial Ronaldo José Lima Gusmão
Distribuição Gratuita Via Correios e Instituições parceiras
Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira MG 05203 JP
Publicação | SME Sociedade Mineira de Engenheiros Av. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar Santo Agostinho Belo Horizonte | Minas Gerais CEP - 30170-001 Tel. (31) 3292 3962 sme@sme.org.br
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Compromisso, Inovação e Avanço
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21º Prêmio SME de Ciência Tecnologia e Inovação
ENTREVISTA Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras
MESTRES DA ENGENHARIA Professor Luiz Fernando Rispoli Alves
SME HISTÓRIA Legado de Aloísio Vasconcelos
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CARREIRA Novos cursos e mais vagas para formar os futuros engenheiros
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MERCADO DE TRABALHO Engenharia, no Brasil e no mundo, está entre melhores profissões de futuro
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PONTO E CONTRA PONTO Remuneração dos engenheiros
MERCADO DE TRABALHO Engenharia deve movimentar o mercado nacional
P&D Empresas investem e abrem oportunidades para engenheiros
NOVOS ENGENHEIROS Juliana de Oliveira Pena
69ª SOEA Proposta de Mudanças na legislação do Sistema
CAUSOS DE ENGENHARIA
ERRAMOS: Diferentemente do informado pela Revista Mineira de Engenharia (Edição 15 – Set - Out 2012), na página 16 (Homenagem/Engenheira do Ano), no terceiro parágrafo da matéria “Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, será a homenageada de 2012” , onde se lê “O presidente da Eletrobras, engenheiro eletricista José da Costa Carvalho Neto, que recebeu a Medalha Lucas Lopes neste ano, pela sua atuação à frente da estatal, é o curador da Medalha Engenheiro do Ano 2012” lê-se “chanceler da Medalha Engenheiro do Ano 2012”, conforme designação de cargo estabelecido pela Sociedade Mineira de Engenheiros no Regulamento da medalha.
PRÊMIO SME
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Prêmio SME de Ciência Tecnologia e Inovação
CT&I
Ciência, Tecnologia e Inovação Os vencedores da 21ª edição do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação, voltado para alunos de graduação dos cursos de engenharia, arquitetura e agronomia em Minas, foram premiados no último dia 26 de novembro, em solenidade no auditório da Cemig, com a participação de amigos, familiares, professores, dirigentes de Instituições de Ensino Superior (IES) e diretores da entidade. O Prêmio SME, como é conhecido, é um dos mais relevantes do Estado e único em sua categoria. Em seus 21 anos de existência, mais de 1.700 trabalhos foram inscritos e analisados e cerca de 160 foram premiados. O presidente da SME, Ailton Ricaldoni Lobo, afirmou que o objetivo do prêmio é incentivar a criatividade, a inovação e o interesse pela pesquisa acadêmica e científica nas áreas de engenharia, arquitetura e agronomia. Nesta edição do 21ª Prêmio SME, entre os cinco vencedores estão trabalhos técnicos científicos, nas áreas de engenharia civil, engenharia eletrônica e telecomunicações, engenharias química e de produção. Outros três trabalhos nas áreas de engenharia metalúrgica, engenharia
Menção Honrosa
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Aline Xavier Fidêncio Engenharia de Controle e Automação | UFOP Projeto | Avaliação de Técnicas de Regressão para Predição de Fluxo de Veículos na Cidade de Belo Horizonte
de controle e automação e de energia receberam menção honrosa.A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi agraciada com um troféu pelo maior número de trabalhos inscritos e classificados para a última fase de avaliação. José Henrique Diniz, coordenador do Prêmio SME CT&I
Cada um dos trabalhos passou por uma criteriosa avaliação de enquadramento, conforme regulamento do Prêmio divulgado e publicado pela SME, feita por uma comissão julgadora, sem a revelação de autoria nem da instituição a que pertenciam. Essa comissão é composta de sócios da SME com reconhecida experiência nas diversas áreas. Dez juízes fizeram a avaliação final. A comissão foi coordenada pelo engenheiro eletricista, consultor e professor José Henrique Diniz.
Ana Clara Faleiro Petrucelli Rafael Kajimoto Engenharia Metalúrgica UFMG Projeto | Imagawa Efeito da Configuração do Bico da Lança na Penetração do Jato no Banho Metálico em Convertedor LD
Rafaela Garcia Diniz de Souza Isadora Avelar Ferreira Luciana de Lima Guimarães Paolla Camargos Silva Raíssa Gabriela Delamora Alves Engenharia de Energia | PUC MINAS Projeto | Célula Solar Utilizando Corantes Foto Excitáveis
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VENCEDORES DO 21ºPRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO 1° LUGAR
Jéssica Andrade Prata Engenharia Civil | UFOP Projeto | Inovação em Simulação Dinâmica para Utilização Sustentável de Materiais que compõem o Pavimento Ferroviário
2° LUGAR
Magno Augusto MottaMacieira Leandro de SouzaAmancioDrumond Vinícius Avelar Ribeiro Loura Engenharia Civil | Newton Paiva Projeto | Análise da Eficiência do Resfriamento Adiabático Evaporativo por Painéis Compostos de Bucha Vegetal (Luffa Cylindrica) para Acondicionamento Térmico de Ambientes
3° LUGAR
Viviane de Souza Carlito Engenharia Eletrônica e Telecomunicações | PUC MINAS Projeto | Sistema de Detecção de Instabilidade em Construções Prediais - Monitoramento e Prevenção de Acidentes
4° LUGAR
Erika Helena Fernandes Lisboa Jessica Paola Ferreira da Silva Laise Oliveira Santos Marcos Valverde de Souza Júnior Natália Gonçalves Vieira Priscila Bina Silva Renata Amorim Alves Sabino Engenharia Química | UNA Projeto | Filme Biodegradável à Base de Amido
5° LUGAR
Dayane Maximiano Carvalho Fernando Antonio Azevedo Pereira Engenharia de Produção UFJF Projeto | Estudo sobre a Formação em Engenharia no Brasil
PRÊMIO SME
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Prêmio SME de Ciência Tecnologia e Inovação
CT&I
A confraternização da 21ª edição do Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação teve a participação de amigos, familiares, professores, dirigentes das Instituições de Ensino Superior e diretores da SME
Ronaldo Gusmão , o diretor Benjamin Rodrigues de Menezes da escola de Engenharia da UFMG, e Ailton Ricaldoni Lobo
Wagner Almeida, José Ciro, Ailton Ricaldoni, Marcílio César de Andrade e Mirian Elizabeth
Ailton Ricaldoni Lobo e Alexandre Bueno em discurso e palestra de abertura do Prêmio CT&I Patrocínio
José Henrique Diniz, José Ciro, Ronaldo Gusmão, Ailton Ricaldoni Lobo, Ederson Bustamante e Werner Rohlfs
Alexandre Bueno, Fabiano Panissi, Krisdany Cavalcanti, Marco Aurélio Guimarães, Angela Menin e André Martins
Antônia Sônia Alves Diniz, José Henrique Diniz, Ailton Ricaldoni Lobo, Romualdo Cardoso, Ayrton Mangualde, Silvino Abreu e Angela Menin e André Martins Apoio
Realização
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ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER
Maria das Graças Foster, Engenheira s inúmeros grá-
O
nacional de petróleo. Por isso,
dos profissionais e empresas en-
de informações
neira de nascimento, embora
projetos. A maior empresa do
são suficientes para ela.
engorda o rebanho”.
ficos do painel que municiam
o trabalho da
engenheira química e presidente da Petrobras, Maria das Graças
Foster, 59 anos, no seu escritório, no centro do Rio de Janeiro, não Afinal, a técnica que foi alçada
à condição de gestora pelo conhecimento adquirido ao longo de mais de 30 anos de
dedicação à Petrobras tem um
desafio: aumentar a produção 12
acompanha tudo de perto. Mitenha vivido no Rio de Janeiro
desde a infância, Maria das
Graças Foster levou na baga-
volvidos em tantos e tamanhos Brasil tem desafios e muitos compromissos a cumprir.
gem da alma a sabedoria do
Depois de ser eleita a terceira
que é o “olho do dono que
rosa do mundo, Maria das Graças
povo da terra natal que afirma
Em novembro último, passou 10
dias rodando o Brasil inteiro para conferir o andamento das obras
da Petrobras. Nesses encontros, a engenheira se sobrepõe à execu-
tiva para observar a desempenho
mulher de negócios mais podeFoster, fã confessa de Beatles, Janis Joplin e Jimi Hendrix, é a
primeira engenheira a receber a
comenda da Sociedade Mineira
de Engenheiros (SME), ingressando na seleta lista de Engenheiros do Ano da entidade.
Divulgação Petrobras
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Mineira de nascimento, embora tenha vivido no Rio de Janeiro desde a infância, Maria das Graças Foster levou na bagagem da alma a sabedoria do povo da terra natal que afirma que é o “olho do dono que engorda o rebanho”.
a do Ano 2012 A cerimônia, marcada para o dia 11 de dezembro, no Hotel Ouro Minas, em Belo Horizonte, certamente marcará um novo tempo para a Engenharia mineira.
A Sra. não é de família rica. Como conseguiu ingressar em universidade pública e estudar engenharia?
As escolas públicas eram muito boas: primário, ginásio, científico. Elas eram excepcionais. Essa é a diferença. Não sei dizer se hoje, com todas as
melhorias que o Governo fez no ensino nos últimos dez anos, estamos próximos do que era.
Mas, naquela época, o curso primário da escola pública, que corresponde ao ensino fundamental I hoje, era muito bom. Você estava preparado para
os concursos e a admissão ao ginásio, que era quase igual a um vestibular.
Quando saí no terceiro científico, fiz um meio cursinho de vestibular, parte que era bolsa, outra parte que era pago e aí, de fato, eu atribuo ao excelente nível da escola primária e do ginásio.
Eu também já dava aulas, meu pai já estava em uma situação melhor, já podia me ajudar a pagar o cursinho de vestibular. Eu senti uma diferença muito grande no cursinho, daqueles que fizeram um curso particular do científico, do segundo grau na época, e nós, que fizemos nas escolas públicas. Na verdade, também depende de cada um: estudar mais, saber estudar e ter foco. E na Universidade?
A minha primeira faculdade foi na Universidade Federal Fluminense em Niterói. Comecei meus estudos no ano da inauguração da Ponte Rio Niterói, mas era muito caro pagar a passagem do ônibus. Então, nós quase não usávamos. Às vezes, pegava carona com os professores que estavam voltando.
Não era comum ver as escolas federais com muitos carros no estacionamento. Hoje em dia é mais fácil comprar carro. Na universidade nós já trabalhávamos: dávamos aulas, trabalhávamos na cantina, fazia-se qualquer coisa para ganhar algum dinheiro para poder pagar o sanduíche ou o bandejão.
Eram coisas normais da vida. E tudo isso alegre da vida, graças a Deus. Divertidíssima! Eu acho que era muito mais legal comer lá no bandejão do que muitos almoços de negócios que eu tenho hoje. Eu acho que aquela comida era mais gostosa. Depois voltei à UFRJ para o mestrado.
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ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER
No passado, havia poucas mulhe-
dor da sonda, tem toda a instru-
Hoje, esse número aumentou
favor. Ele sobe e desce bem
res nos cursos de Engenharia. consideravelmente. O que a Sra. falaria hoje para as mulheres que estão estudando Engenharia?
Não tem diferença nenhuma entre mulher engenheira e homem enge-
nheiro. Depende do que a pessoa gosta de fazer na vida. Eu, como en-
genheira, prefiro muito mais estar
no campo que no escritório. Como engenheira sempre foi assim.
Eu acho mais interessante o trabalho de campo que estar dentro de um projeto, em cima
da bancada. Então, eu não vejo diferença. Hoje até está muito mais fácil para as mulheres, por-
que a tecnologia ajuda muito. Você vai a uma obra e tem muito mais tecnologia, tem muito mais
informação, com um foco muito maior.
Também em uma plataforma de
produção de petróleo, por exem-
plo, é mais fácil o trabalho para as mulheres e para os homens que
não são fisicamente fortes. Então, o trabalho que era mais pesado no passado, hoje, é favorecido pela tecnologia.
Um exemplo que eu vi recente-
mente foi na sonda de perfuração. O plataformista, o pusher, o toca-
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mentação e os controles a seu menos escadas do que antes.
Todos os dados estão disponíveis. Há uma sala com dobradinha, tem
duas pessoas sentadas na sala fazendo controle de sonda nas perfurações.
No caso da obra de Engenharia, por exemplo, na construção de
uma refinaria ou de um gasoduto, são mais e melhores informações
que permitem ao engenheiro ficar mais tempo no escritório que no campo.
cumprir prazos e o planejamento financeiro da obra.
Então, sair do escritório é importante. Mas o principal é que
eu tenho um prazer imenso em
ver a Petrobras do lado de fora
dessa sala. Eu trago a Petrobras
para dentro através de indicadores que nós rodamos em meu
painel.Várias vezes, todo dia nós
trocamos os indicadores. Mas o
prazer maior é de ver acontecer, estar dentro das atividades. Um prazer muito maior do que participar de qualquer conferência internacional.
Além do quadro de indicadores
E a aproximação de equipe, sair
Sra. também costuma visitar as
da engenheira ou é a sensibilidade
que “enfeita” o seu escritório, a obras da Petrobras. Por que?
do escritório são características da mulher que fala mais alto?
Porque é importante ter uma
Quanto mais o profissional sobe
do desempenho dos empreiteiros
acesso tem às pessoas, e se não
visão real da evolução das obras, e das empresas que eles contra-
tam, o que cria uma aproximação maior com as empresas que estão
executando as obras da Petrobras. Também aumenta o comprome-
timento da equipe quando a presidente da companhia faz uma
declaração local para as equipes que trabalham no campo. Dizer
como é importante o trabalho
que esses profissionais estão fazendo e como é necessário
na hierarquia da empresa, menos cuidar não tem acesso a pratica-
mente ninguém. Então, faz a dife-
rença ter uma aproximação boa com o sindicato, para estar perto da massa de trabalho da compa-
nhia. Faz a diferença ver com os próprios olhos para fazer as próprias interpretações. E, evidente-
mente, que em uma empresa
gigante é imprescindível contar
com a ajuda dos assessores, diretores e executivos, mas é muito importante estar perto.
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Sair do escritório é importante. Mas o principal é que eu tenho um prazer imenso em ver a Petrobras do lado de fora dessa sala. Eu trago a Petrobras para dentro através de indicadores que nós rodamos em meu painel.Várias vezes, todo dia nós trocamos os indicadores. Mas o prazer maior é de ver acontecer, estar dentro das atividades. Um prazer muito maior do que participar de qualquer conferência internacional! E eu acho que isso acontece não só com as mu-
Eu fui para a área comercial quando estava sendo
sensibilidade para isso. Que sabem que estar
abrir o livro para ver o que era gás natural. Qual é
lheres líderes, mas com muitos homens que tem perto, ver com os próprios olhos e passar uma pa-
lavra de apoio e/ou quando é necessário, dar uma construtiva e boa bronca faz toda a diferença.
É uma sensibilidade também, mas essa sensibilidade não é característica única das mulheres.Temos cola-
boradores que com extrema sensibilidade para esse tipo de aproximação no mundo real, que me cha-
mam e dão uns toques sobre o que é preciso fazer, se temos que estar aqui ou diretamente no campo.
Hoje, construir uma carreira em uma empresa só
é quase impossível. A Sra. ingressou na Petrobras como estagiária e chegou a presidência da companhia. Como conseguiu?
Trabalhando muito, sem ter medo de mudar. Porque
não se pode chegar até aqui se sempre trabalhou
somente em uma área da empresa. Pode até chegar, mas eu acho que é importante para a tomada de
decisão a experiência em várias áreas da companhia, ter paciência para reaprender coisas, que já sabia, de aprender várias outras que não sabia.
Uma coisa é ficar em uma área três, quatro anos, quando o profissional já sabe fazer e outra e passar para área que não conhece. Depois de 15 anos na
área de Exploração e Produção, com domínio da grande maioria dos processos, eu fui chamada para
trabalhar na área de Gás e Energia, com venda de gás em um país que consumia 1 milhão de m³ de GNV.
construído o Gasoduto Bolívia - Brasil e eu tive que
a composição, quem compra, quem faz. Eu era uma ilustre desconhecida da área.
Eu tinha saído de um evento da Petroleum Engineer, onde eu era muito conhecida pelo trabalho que eu
fazia na área de águas profundas, em perfuração e cimentação de poços para participar de eventos de
gás e energia, sentada na última fila, porque as pessoas não me conheciam e quem conhecia logo perguntava o que eu estava fazendo ali.
Os melhores técnicos sempre acabam recebendo
convites para ocupar cargos de gestão. Como foi a sua trajetória até a presidência?
Eu era técnica. Eu não era gerente, eu não era diretora. Era uma pessoa respeitada tecnicamente para voltar à condição de ter que reaprender, ou apren-
der o que não sabia. Então construí tudo de novo, fui para uma área e depois para outra. É isso que
traz pessoas para posições mais altas na empresa. Eu não trabalhei para isso. Não trabalhei para estar aqui. Eu estou aqui, de presidente. Aconteceu.
É difícil chegar aqui em cima? Muito. Hoje está mais
fácil? Todos os diretores estão na empresa há 30
anos e todos podem ser presidentes da Petrobras. Qual foi o maior desafio da sua carreira?
Os dois primeiros anos como diretora de Gás e
Energia foram muito difíceis. Porque havia uma
imensa demanda por energia elétrica no país, o país 15
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ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER
voltando para crescer e ou não
tinha o gás, ou tinha o produto
mas não tinha o gasoduto ou, ainda, havia o gasoduto mas a tér-
mica não funcionava porque estava parada há quatro anos.
Então esse foi realmente um
trabalho muito grande para o qual tive o apoio do José Sergio
Gabrielli de Azevedo, que era o nosso presidente, o Renato de Souza Duque, que era o diretor
de Engenharia. Diversas empresas
que trabalharam vigorosamente, violentamente, para poder construir esses gasodutos.
E em quatro anos saímos de 5 mil quilômetros para quase 10 mil quilômetros de gasoduto. Foi um
trabalho enorme. Foram muitas
térmicas também. Foi um trabalho alucinante que quando eu olho
para trás não acredito que conse-
guimos fazer aquilo tudo. Foi o maior desafio, até agora.
E hoje, qual é o seu maior desafio?
Se você me perguntar, o meu maior desafio hoje é aumentar a
curva de produção da Petrobras. É o maior desafio que eu tenho hoje, mas de toda a história, de tudo que eu fiz até hoje, acho que
o grande desafio foi atender a demanda por gás no país.
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O que são os engenheiros para a Petrobras?
Vida. Nós somos o coração e o sangue da empresa. Sem a Engenha-
ria não existe a Petrobras. Os en-
genheiros da Petrobras são a vida
da companhia. Mas é uma vida que
sozinha não floresce, não dá frutos sozinha, não gera outras vidas. Por-
que precisamos dos advogados, economistas, geólogos, geofísicos, geoquímicos, administradores e do pessoal da comunicação para “funcionar” da melhor forma.
A Petrobras oferece oportunida-
des de carreiras interessantes para os engenheiros?
A Petrobras é interessante para várias disciplinas, para várias espe-
cializações, embora a Engenharia
de petróleo e nunca mais ser enge-
nheiro de equipamentos ou vice-
versa. Isso não existe na Petrobras. O engenheiro de petróleo pode, mais tarde, passar para outras ativi-
dades da empresa. Você pode ir para os Recursos Humanos. O pro-
fissional pode ser tudo dentro da companhia.
seja a mais atrativa de todas. Todo
Mas, normalmente, o engenheiro
ser concursado. Um engenheiro
Por isso não temos dificuldades,
empregado da Petrobras tem que
que chega concursado pode ter
23 anos, 21 anos ou 50 anos. Quando jovem, ele vem puro para
nós. Nós temos que formar, como eu fui formada pela Petrobras. For-
mar o quê? Engenheiro de Petró-
leo, Engenheiro de Equipamentos, Engenheiro de Transportes etc. Então tem várias atividades na com-
panhia, mas você não fica carimbado
para nunca mais mudar. Engenheiro
entra zerado e a empresa o forma. Recursos Humanos não é um obs-
táculo para nós, de jeito nenhum, porque nós formamos as pessoas. Quando eu entrei fui treinada nos
cursos de formação, nos cursos
avançados de perfuração e outros, fiz muitos estágios no campo
e tive muito tempo para aprender. Outros entram e não tem o mesmo tempo que eu tive para aprender.
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Formada em engenharia quí-
mica pela Universidade Federal
Divulgação Petrobras
Fluminense (UFF), Graça Foster
tem mestrado em Engenharia Química e pós-graduação em
Engenharia Nuclear pela (COPPE/UFRJ), e MBA em Economia pela (FGV/RJ).
Eu acho que eu usufruí de um privilégio, eu e o pessoal
de gerência estão pelo talento deles. Não tem indi-
curso enquanto está trabalhando. Eu não acho isso
áreas da empresa. Quem está lá é porque é bom,
da minha época.Tem muito garoto que entra e faz um legal.Acho que nós precisamos mudar isso. Precisamos
ter pessoas com tempo para aprender. Essas pessoas que também entram na companhia, hoje, principal-
mente os mais jovens, são muito melhores do que nós
quando entramos. Eles são muito capazes, têm muito
mais coragem, têm muito mais acesso à informação, são muito mais dinâmicos, têm raciocínio lógico muito melhor do que eu vi acontecer.
Então, eu vejo meninos e meninas de 25 anos, engenheiros e representantes de outras carreiras, com
uma coragem, um discernimento e alcançam a maturidade muito rapidamente. Acho que eles são muito melhores e a Petrobras dá oportunidades.
A Petrobras é uma empresa muito grande. O profis-
sional, para ser a diferença, tem que fazer a diferença. Aqui não tem esse negócio de colocar uma pessoa aqui ou ali por indicação. Há não ser aqui, como presidente. Eu sou uma indicação do controlador da
companhia, que é o Governo Federal. Mas os meus colegas diretores e as pessoas que ocupam a posição
cação na diretoria, não tem indicação nas outras
porque trabalhou e fez por onde. Então para aparecer, para não ser um número a mais, para ser aquela pessoa, aquele profissional, é preciso ter muita
vontade e capacidade de trabalho. E realmente precisa ter percepção do negócio Petrobras e da sua atividade diferenciada.
A Sra. foi eleita a terceira mulher de negócios
mais poderosa do mundo. O que acha disso? Algum dia pensou em algo do gênero?
Nem que eu quisesse. Não pensei nada disso. Nem nunca prestei atenção nisso. Quando me falaram, é
que questionei o que isso significa. Aí que eu fui ler e foi realmente uma grande satisfação, um orgulho
muito grande e uma responsabilidade maior ainda. Cada vez que eu recebo uma medalha, sou colocada
em uma posição em rankings que o mercado faz, a minha responsabilidade perante a companhia aumenta mais, juntamente com a expectativa em relação ao meu trabalho.
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ENTREVISTA | MARIA DAS GRAÇAS FOSTER
E o título de Engenheira do Ano de 2012, pela Sociedade Mineira dos Engenheiros (SME), como a primeira mulher em 23 anos?
“
Eu já recebi alguns prêmios, algumas posições em listas, mas não tenha dúvida, essa é uma daquelas que eu nunca vou esquecer porque é realmente é muito importante na minha vida, pois uma coisa que eu amo é ser engenheira.
Nossa! Eu acho que essa é realmente uma grande homenagem para uma profissional da Petrobras. Lógico que quem me possibilitou a ocupar essa primeira posição entre engenheiros e engenheiras do país, sem dúvida nenhuma foi a uma visibilidade que o cargo me dá. Mas eu também não chegaria a essa posição se não tivesse feito os trabalhos que solicitaram de mim. Eu não tenho dúvida disso. São as duas coisas.Você não separa. Outro ponto importantíssimo: eu ocupo essa posição por uma eleição do Conselho de Administração da Petrobras porque durante anos da minha vida, 30 e tantos anos, equipes que eu integrei participaram comigo quando eu as liderava. Então são várias coisas que levam a essa posição de ser eleita a primeira mulher nesse ranking dos engenheiros desse ano. É um combinado de coisas. Você, profissional; você, presidente da Petrobras e é você tendo passado por tantas áreas da companhia e ter contado com o trabalho de tantas pessoas.
Quem eu sou dentro dessa sala? Um ser isolado? Não, não posso ser. Eu me jogo para várias reuniões,
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para vários encontros, vários painéis de discussão e programas. Então, de novo, são as equipes me segurando e me mantendo produtiva. Aí eu venho e recebo um prêmio como esse. Para mim é uma emoção muito grande.
Eu já recebi alguns prêmios, algumas posições em listas, mas não tenha dúvida, essa é uma daquelas que eu nunca vou esquecer porque é realmente é muito importante na minha vida, pois uma coisa que eu amo é ser engenheira. Eu nunca duvidei da minha escolha, nunca pensei: “poxa deveria ter feito outro curso...”. Eu preciso aprender um pouco mais de direito do trabalho, eu preciso aprender um pouco mais do direito econômico, eu preciso aprender um pouco mais de tributação, mas sempre é a engenheira procurando outros aprendizados, outros conhecimentos, para complementar e atender bem dentro daquela posição que eu estou ocupando. Mas nunca duvidei da Engenharia. Eu tenho uma verdadeira paixão, uma grande admiração pela Engenharia. Adoro!
“
A companhia e seus acionistas acreditam em mim e me creditam. São duas palavras diferentes. Eu tenho que responder e corresponder a esse entendimento, a essa percepção sobre a minha capacidade de trabalho, de decisão e de dizer sim e dizer não.
Adoro matemática e física. Eu não poderia ser outra
coisa na minha vida. É algo que eu vou levar comigo
para a minha vida inteira. Pode acontecer qualquer coisa, eu sair daqui – o que certamente acontecerá em algum momento - trabalhar em algum lugar diferente, mas será sempre a engenheira. Sou eu e o meu número do Conselho Regional de Engenharia. Gostaria de dizer mais alguma coisa? Vou deixar para dizer lá, na festa.
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MESTRES DA ENGENHARIA | LUIZ FERNANDO RISPOLI ALVES
Passados quase 40 anos de docência, ele continua apostando na motivação dos alunos Engenheiro civil formado pela Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), engenheiro de Segurança do Trabalho pelo Fundacentro/Kennedy e doutor em Ciência Pedagógica pela UFOP/ICCP – Havana-Cuba, o professor Luiz Fernando Rispoli Alves, 64 anos, ainda alimenta um amor diferente por Ouro Preto e pela instituição que o formou. Mas é na sala de aula que ele se realiza, desde 1974. O início da sua história como professor foi um convite para lecionar Instalações Elétricas Domiciliares da primeira turma do curso de Engenharia Civil da Universidade de Uberlândia, sua cidade natal. “Eu percebi a oportunidade de estruturar uma ementa com conteúdos que não tinha cursado na graduação. Para quem nunca pensou em ser professor, a experiência foi tão gratificante que me apaixonei pela docência”, recorda-se.
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Depois da primeira experiência na sala e aulas, ele foi trabalhar em instalações industriais na Fuji Eletric (1975/1978) e Valle Nordeste (1979/1981). Mas nesse meio tempo, em 1978, foi convidado para levar e assumir a mesma disciplina da UFU na Escola de Minas/UFOP. E desde então, o professor tem estruturado novas ementas/disciplinas na área de Projetos Prediais para os cursos de Engª. Civil, Produção, Controle e Automação, Arquitetura e Museologia. Entre elas, Instalações Hidráulicas Prediais, Instalações Elétricas Industriais, Inst. Elétricas Prediais, Planejamento das Instalações e Projetos de Iluminação, evidentemente, cada uma com a ênfase para o curso no qual é ministrada. Com tantas atividades no ambiente acadêmico, ele tornou-se optante pelo regime de dedicação exclusiva. Porém, por estar
em Ouro Preto e estudar o assunto para soluções locais, o professor tornou-se especialista em projetos de instalações em bens imóveis tombados, principalmente nas áreas de Instalações Elétricas e Hidráulicas, Iluminação de Monumentos, entre outras. “Tenho em meu currículo uma participação efetiva em consultorias para vários monumentos espalhados pelo Brasil.”. Minhas consultorias me mantêm atualizado com as novas tendências para a área em que leciono. É o “meu laboratório real”, portanto, matéria prima fundamental para meus cursos. A ideia de laboratório está presente na sua trajetória como professor. De acordo com Rispoli, por lecionar em diversos cursos, foi possível estruturar uma unidade multidisciplinar onde
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Acredito no “generalista especializado”, bem diferente do especialista puro. Não gosto do termo “perfil profissional”, acho o mesmo conservador e estático, típico da “pedagogia positivista”!
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Luiz Fernando Rispoli Alves, engenheiro civil formado pela Universidade Federal de Ouro Preto | UFOP atuam alunos das graduações de Engenharia, Arquitetura, Museologia, Computação e até mesmo de projetos médicos.
O Laboratório de Automação Predial (LAP) conta com 30 alunos que trabalham para demonstrar, na prática, a importância do trabalho em equipe, principalmente nos dias de hoje, quando um profissional necessita de outros, de especialidades distintas, para seus projetos. “É um ambiente em que se pratica a autogestão. O Estatuto de participação elaborado com a ajuda dos alunos. Isto tem permitido que o local seja “alegre, motivador e criativo”, destaca o professor. Como todo mestre, Luiz Fernando Rispoli não coloca fronteiras para ensinar. Durante dois anos, foi professor do curso de formação dos Bombeiros de Minas Gerais e dá palestras em diversas universidades do Estado.
“Não sei se teria um diferencial como professor. Sempre faço o que gosto e falo com o coração. Até pela minha formação, sou daqueles que não acredita em métodos pedagógicos que primam pelo sofrimento. Acredito na capacidade de motivar, nunca “adestrar”. O educador sabe que ninguém ensina, são os alunos que motivados, aprendem”, aponta. O professor enfatiza que os alunos de hoje estão cada vez mais “imediatistas” e que o volume e disponibilidade de informações fazem com que eles se prendam a conteúdos com aplicações quase que de imediato. “Tento motivá-los a transformar informações em conhecimento. Isso se faz com o “ver, ler, discutir e aplicar”, ensina. Formar engenheiros, para o professor, não é tarefa corriqueira.
Para ele, o ato de engenhar (criar) exige uma formação holística, algo que as escolas têm perdido ao optarem por formar bons especialistas ou técnicos para abastecer o mercado de trabalho. “Acredito no “generalista especializado”, bem diferente do especialista puro. Não gosto do termo “perfil profissional”, acho o mesmo conservador e estático, típico da “pedagogia positivista”! Temos que incentivar a formação continuada, o hábito de estudar sempre”, recomenda.
Enquanto isso, ele continua sua vida como professor, feliz por ter escolhido a sala de aula e o laboratório como ambientes de trabalho. “Cada vez mais, tenho a certeza de que estou fazendo o que gosto. Conviver com jovens e enxergá-los como filhos, funciona como fonte da juventude mental. Faria tudo de novo”, considera.
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ART | A RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO
ART-0086
De acordo com a Lei Federal 6496, de 07 de ao longo da carreira, forma um acervo técnico de dezembro de 1977, todo contrato para prestação propriedade legal, reconhecido pelas empresas na de serviços por engenheiro, agrônomo, análise de seu currículo. geógrafo e meteorologista, seja ele LEMBRE-SE! Parte da taxa recolhida para profissional autônomo ou com Ao preencher o campo o registro da ART é desvínculo empregatício, está su“entidade de classe” na ART, tinada à entidade de jeito à Anotação de Responescolha a SME através do código classe escolhida por sabilidade Técnica - ART. 0086. Assim, você ajuda a SME a opção do profissional, O documento deve ser preenpara aplicação em prorepresentar a engenharia e oferecer chido e assinado pelo profissiojetos de valorização da os melhores cursos, serviços, nal e pelo seu contratante, para profissão e do profissional convênios e produtos para você. registro no Conselho Regional de e de outras atividades assoEngenharia e Agronomia - CREA da reciadas às suas atividades. O formugião onde os serviços serão executados. lário para preenchimento dos dados está disponível no site do CREA-MG, mas o registro Além de ser uma necessidade legal, o profissional, pode ser feito pela internet. ao registrar os projetos de sua autoria no CREA 22
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Unidade de Hidrotratamento de Corrente de Instáveis na Repar, construída pela Odebrecht Engenharia Industrial, em Araucária-PR
E Excelência xcelência e in inovação ovação a sserviço erviço do desenvolvimento desenvolvimento
o odebrecht.com debrecht.com
A Odebrecht Odebreccht E Engenharia ngenharia IIndustrial ndustrial é líder em em seu seu segmento segmento d de ea atuação tuação ccom om llarga arga experiência experiênci can nos os ssetores etores de P Petróleo etróleo e Gás, Gás, Q Química uíímica e P Petroquímica, etroquímica, B Bioenergia, ioenergia, Fertilizantes, Siderurgia F ertilizantes, Termoeletricidade, iderurgia Ter T ermoeletricidade, S Metalurgia, eM etalurgia, Mineração, Mineração, Papel Papel e Celulose. Celulose. Provê melhor àss P rovê a m elhor ssolução olução iintegrada ntegrada à necessidades projeto ass necessidades do p rojeto atuando atuando em ttodas odas a etapas de presença de etapas d e sua sua implantação implantação e ttem em p resença d e destaque Estados Unidos. de staque na na América América Latina Latina e E stados U nid dos.
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ARTIGO | RONALDO GUSMÃO
POR UM BRASIL PRÓSPERO Próspero, segundo o Dicionário Houaiss, é o adjetivo que caracteriza quem tem êxito, que progride, que é bem-sucedido. Qualquer brasileiro, de todas as faixas de renda e educação, entende essa definição. Todos almejamos a prosperidade.
No entanto, de nada adianta alguns de nós sermos prósperos, se o país como um todo não o for. Para que o Brasil tenha êxito e se torne, definitivamente, uma grande nação, é necessário bem mais do que crescer. É necessário desenvolver.
Assim como ocorre com as pessoas, que para serem prósperas precisam primeiro ter o básico – moradia, alimentação, mobilidade, segurança, saúde e educação – um país também precisa do básico, ou seja, proporcionar a todas as pessoas o acesso a estes serviços, compreendidos como básicos para a prosperidade individual. A prosperidade também pode ser traduzida como a esperança e o estado de felicidade das pessoas
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ou de uma nação. Hoje mais do que nunca poupar para assegurar um futuro melhor e investimentos em educação nos proporcionam este estado de felicidade. Poupar para investir
Segundo o estudo ‘O Observador Brasil 2012’, os brasileiros têm investido mais na poupança e em outras aplicações. Entre 2005 e 2011, houve crescimento de 61,4% no valor poupado. Em 2005, os brasileiros declararam investir R$393 mensalmente na poupança, valor que passou para R$635 no ano passado, registrando a maior média em seis anos. Esse novo cenário reflete uma maior e melhor percepção do brasileiro do valor do seu dinheiro. Essa realidade ilustra, ainda, uma mudança de cultura, com o cidadão privilegiando investimentos de médio e longo prazo, como a aquisição da casa própria. É bom ressaltar que isso ocorre mesmo com o governo insistindo em promover o consumo e o
endividamento das pessoas e famílias.Vejam o caso dos empréstimos consignados, criado no governo passado, e a redução de impostos seletivamente (IPI de automóveis), ao invés de promover uma redução geral.
Além de poupar mais, há um número maior de pessoas pensando em guardar em detrimento de compras supérfluas. De acordo com o censo semestral divulgado pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), pela primeira vez na história, mais da metade dos brasileiros possui alguma economia depositada na caderneta de poupança. São mais de 100 milhões de poupadores, um fato inédito e digno de registro. Nós, brasileiros, precisamos mudar nosso modelo mental. Precisamos desenvolver uma nova mentalidade, onde o planejamento e a disciplina sejam valorizados. Precisamos valorizar o trabalho em detrimento da Lei de Gerson, de levar vantagem em tudo.
“
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“Se quiser ter prosperidade por um ano, cultive grãos. Por dez, cultive árvores. Mas para ter sucesso por 100 anos, cultive gente.”
“
Educar para desenvolver
Em relação ao investimento em educação, o que tem crescido de forma consistente são os valores investidos em treinamento e educação profissional. Há seis anos, a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) realiza a pesquisa “Retrato do Treinamento no Brasil”, divulgando os números no mês de dezembro. Os dados referentes a 2012 corroboram a tese de maior investimento – tanto por parte das empresas como das pessoas físicas – na qualificação profissional.
De acordo com o levantamento, os investimentos em Treinamento e Desenvolvimento seriam 36,9% maiores ao aferido no ano anterior, com um valor médio superior ao verificado em 2011, que foi de R$3.627. A regra é clara: fazer mais com menos, melhor e mais rápido. Para isso, não existe
Ronaldo Gusmão, vice presidente da SME
mágica. É necessário pensar diferente, fazer diferente; usar a criatividade para gerar novas ideias e principalmente, transformá-las em inovação.
Esse contexto, de poupança interna e de maiores investimentos em educação profissionalizante, gera uma expectativa de que, enfim, estejamos no caminho certo. O Brasil cresceu, mas ainda não sabe o que quer ser. Precisamos nos desenvolver, e isso tem que ser um sonho coletivo, materializado pelas políticas de longo prazo do Estado brasileiro.
O momento mais propício ao aumento da produtividade é agora que vivemos o Pleno Emprego. Necessitamos valorizar, mais e mais, a educação e o treinamento para o trabalho, pois a produtividade do trabalhador brasileiro não aumentou quase nada, nas últimas décadas, comparada aos trabalhadores dos países desenvolvidos.
Para um incremento da produtividade brasileira é necessário um avanço significativo em inovação tecnológica, que por sua vez só será possível através da valorização da engenharia. Essa inovação deve ser em produtos e/ou em processos, radical ou incremental. Para a engenharia produzir inovação, precisamos de engenheiros inovadores com formação inovadora. Este é o maior desafio no incremento da produtividade do trabalhador brasileiro.
O país ainda é muito desigual, precisamos ter consciência de que o planeta tem limites, e que já consumimos 30% a mais do que a capacidade de regeneração da Terra. E mesmo assim temos famintos no Brasil. Maior produtividade, poupança, investimento em educação, melhor distribuição de renda e inovação. Só assim nos tornaremos uma nação próspera, de fato e de direito. 25
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SME HISTÓRIA – LEGADO DE ALOÍSIO VASCONCELOS
Comissões técnicas e independência do setor público marcaram sua atuação O engenheiro mecânico e eletricista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1966, Aloísio Vasconcelos, 69 anos, conheceu a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) quando a entidade promovia memoráveis horas dançantes aos domingos, na sede localizada na área central da capital mineira. Para participar dos eventos, muito famosos à época, ele tornou-se sócio aspirante, quando ainda era estudante.
O contato com a SME consolidou-se com o tempo. Em 1981, depois de exercer o cargo de diretor social e vice-presidente, ele foi eleito presidente da entidade, em um pleito concorrido que contou com a participação do engenheiro e professor, Hugo Sepúlveda na chapa de oposição. Ele ficou no cargo até 1983 e deixou um grande legado para a SME: as comissões técnicas. Foi na gestão de Aloísio Vasconcelos que os grupos de trabalho formados por engenheiros de todas as áreas foram implantados. “Foi um enorme sucesso e prevalece até hoje”, afirma sem modéstia, um sentimento que realmente não cabe quando se fala no importante trabalho que é feito até os dias de hoje. 26
O engenheiro continua contribuindo com a entidade, com participação prazerosa com participação nos eventos promovidos. “Tenho muito carinho pelo que a SME representa para mim. Se puder sugerir, gostaria que houvesse mais edições do SME 12:30”, destaca.
Outro foco do trabalho desenvolvido pelo engenheiro à frente da SME foi a independência e autonomia da entidade para atuar em prol do desenvolvimento de Minas Gerais e, também, da Engenharia.
A desvinculação com os governos, que persiste até os dias atuais, e o que garante à Sociedade a possibilidade de elogiar, sugerir e criticar o poder público. “Acho que a SME está bem, dirigida de forma correta. Falta participar mais dos debates nacionais da Engenharia, como o da Medida Provisória 579, que dispõe sobre as concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, sobre a redução dos encargos setoriais, sobre a modicidade tarifária, a questão mineral, entre outros”, aponta.
Engenheiro e cidadão atuante, Vasconcelos tem posicionamento político bem claro. “Essa é uma área que tem grande importância para a sociedade, embora tenha sido desvalorizada por alguns políticos qe usaram o dinheiro como instrumento eleitoral.“Eu acho que o Brasil precisa demais, e depressa, de uma reforma do Sistema Político Eleitoral. Defendo a revisão do texto constitucional que fará 25 anos e a implantação do voto distrital misto”, ressalta. Nas últimas eleições, o engenheiro foi candidato a vice-prefeito na chapa de Patrus Ananias (PT). “Não pretendia ser candidato mas foi uma honra ser lembrado pelo PMDB nacional e pelo governo federal para estar ao lado de Patrus e oferecer programas e alternativas para Belo Horizonte, com ética e sem promessas vãs”, conclui.
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MINERAÇÃO | Congonhas - MG
SIDERURGIA | Volta Redonda - RJ
CIMENTO | Arcos - MG
ENERGIA | Igarapava - SP
LOGÍSTICA | Salgueiro - PE
DESENVOLVIMENTO. HÁ 7 DÉCADAS ESSA É A NOSSA MARCA. Neste ano comemoramos 71 anos de trabalho e compromisso com o desenvolvimento do Brasil JVTV \TH THYJH MVY[L X\L ZL VYN\SOH KL ZL\ WHZZHKV LZ[m JLY[H KL ZL\ WYLZLU[L L JVUÄ H LT ZL\ M\[\YV A partir do sonho de visionários dos anos 40, marcamos a história da industrialização do País com a pavimentação da estrada do crescimento. Hoje, somos um complexo siderúrgico integrado, moderno e competitivo, que atua em toda a cadeia produtiva do aço e nos segmentos de mineração, logística, cimento e energia, nos mercados europeu e norte-americano. Orgulhosa de carregar as cores da bandeira brasileira e contar com a força e a dedicação de milhares de homens e mulheres, nos tornamos um negócio sustentável e estamos entre as empresas que mais investem no País. CSN: 71 anos e muita história pela frente
www.csn.com.br
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Visita à Petrobras
José Ciro Mota superintendente da SME, Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez e Engenheiro do Ano 2011, Maria das Graças Foster, Presidende da Petrobras e Ailton Ricaldoni Lobo, Presidente da SME.
O presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Ailton Ricaldoni Lobo, o superintendente da entidade José Ciro Mota, participaram de reunião com o cerimonial da Petrobras no dia 12 de novembro, para acertar os últimos detalhes sobre a cerimônia da Medalha SME - Engenheiro do Ano para a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ricaldoni acredita que, mais uma vez, a festa será um sucesso. "Maria das Graças Foster representa muito bem a classe dos engenheiros pela competência, envolvimento com o trabalho e desempenho à frente da Petrobras, uma das maiores do mundo da área de Petróleo & Gás", enfatiza.
Reunião de Comissões
As Comissões Técnicas da SME começam a fazer uma avaliação dos trabalhos realizados, neste ano, para organizar a programação de atividades para 2013. No último encontro, os integrantes da Comissão de Educação em Engenharia, por exemplo, analisaram um questionário enviado pelo Gestor das Comissões, engenheiro Normando Virgílio Borges Alves, com questões sobre os objetivos da comissão, que eventos pretendem realizar no próximo ano e as sugestões da comissão para a diretoria da SME, entre outras. A presidente da Comissão de Educação Antônia Sônia diz que o trabalho da comissão é criar espaços de discussão sobre a formação do engenheiro e as demandas do mercado
Normas ABNT para blocos de concreto celular
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) disponibilizou para consulta pública os projetos de revisão das normas que tratam de blocos de concreto celular autoclavados. As normativas foram revisadas pelo Comitê de Cimento, Concreto e Agregados (CB-18). O projeto fica em consulta até o dia 28 de dezembro deste ano.
Fonte: piniweb.com.br
Torres projetadas por Oscar Niemeyer
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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) suspendeu o lançamento e o início das obras das torres Oscar Niemeyer Monumental, complexo multiuso em Niterói, no Rio de Janeiro. Planejadas para compor o Caminho Niemeyer, as duas torres são questionadas por não se adequarem à política urbanística da cidade, já que possuem 26 pavimentos, dez a mais do que o permitido na região.
Mineirão em fase final
A SME representada pelo seu presidente Ailton Ricaldoni Lobo e o superintendente José Ciro Mota e acompanhados pelo presidente da Leme Engenharia Flávio Campos e Henrique Campos, engenheiro da NOE, Novas Opções Energérticas visitaram as obras do Estádio Magalhães Pinto – Mineirão, que já estão em fase final, prontas para serem entregues à comunidade esportiva brasileira.
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Natal Solidário
A partir de 1º de dezembro, a Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) iniciou a entrega dos donativos recolhidos durante o mês de novembro, na Campanha Natal Solidário 2012, que contou com a atuação de voluntários e a contribuição de inúmeras pessoas e de empresas com a doação de alimentos não perecíveis, cestas básicas, fraldas, materiais de limpeza e higiene, entre outros. Caminhões carregados de alimentos foram levados diretamente para os postos de recebimento instalados pela entidade.
Cinco instituições que atendem crianças e idosos serão beneficiadas com a entrega das doações recolhidas na sede da SME e na Paróquia de Nossa Senhora Rainha, no bairro Belvedere. São elas: Creche Virgílio Pedro de Almeida que atende mais de cem crianças; a Casa do Pão que desenvolve trabalho socioeducativo com crianças e adolescentes e atende adultos e idosos; o Núcleo Assistencial Paz e Trabalho que presta atendimento a 33 idosos; o Lar da Vovó que acolhe em média 40
idosas no aglomerado Santa Lúcia e Morro do Papagaio e Projeto "Thalita Kum" que ajuda idosos acamados do Morro do Papagaio da Pastoral Social da Paróquia Nossa Senhora Rainha (Belvedere) – BH.
A SME agradece a todos aqueles que contribuíram para a realização da Campanha Natal Solidário 2012, para levar um pouco mais de alegria e conforto a famílias e pessoas necessitadas. O gesto humanitário faz toda a diferença na vida de muitas pessoas.
Mobilidade urbana
realização de um estudo detalhado A Comissão Técnica de Transportes da SME, quanto à praticidade do BRT no trântambém, está definindo as atividades para sito de Belo Horizonte. Há propostas 2013. Na última reunião, o presidente da code realização de mais edições do semimissão, engenheiro Geraldo Dirceu de Olinário sobre mobilidade urbana que foi veira, solicitou a cada um dos integrantes uma das iniciativas da comissão, nesse apresentação de sugestões de temas para ano, reunindo grande números de asserem debatidos. Ele é de opinião que a coGeraldo Dirceu de Oliveira sociados, empresários do setor, repremissão deve discutir de forma mais aprofundada os projetos de implantação de monotrilho como sentantes de entidades de classe e autoridades do município, possível alternativa para o transporte urbano e, ainda, a estado e do governo federal.
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CAPACITAÇÃO | UNIVERSIDADE
Universidades ampliam número de cursos e vagas para formar os futuros engenheiros O vestibular 2013 da Univer-
mos anos na preferência dos
concluintes. Engenharia de
rais tem dois cursos de
tenha aumentado considera-
matriculas, com 8.322 graduados.
sidade Federal de Minas GeEngenharia na lista dos cinco mais concorridos. Em segundo
lugar, Engenharia Química, com
24,18 candidatos por vaga (c/v). Na quinta, Engenharia Civil, com 16,72 c/v.
No exame para ingresso na
velmente no país, sobretudo
nas instituições de ensino superior privadas, são poucos
os estudantes que se formam no tempo regulamentar de cinco anos.
De acordo com dados da úl-
Pontifícia Universidade Católica
tima edição do Censo Nacional
no próximo ano, a Engenharia
tuto Nacional de Estudos e
de Minas Gerais (PUCMinas)
também está entre as áreas
mais cotadas. Em segundo lugar, Engenharia Civil manhã, com
15,3 c/v, seguida pela Engenharia Química manhã, com 13,6
c/v. Engenharia Mecânica noite atraiu 13,5 c/v e a Engenharia Civil noite, 13,4 c/v.
Apesar dos cursos de Engenharia terem retornado ao
seu lugar de origem nos últi32
estudantes e a oferta de vagas
da Educação Superior do InstiPesquisas Educacionais Anísio
Teixeira/MEC (INEP), relativos ao ano de 2011, há 3.429 cursos de graduação na área de
Engenharia, Produção e Cons-
trução, com total de 759.873 matrículas. Os concluintes, no período, foram 64.929.
Especificamente para Engenharia Civil e de Construção, foram
153.917 matrículas, com 8.415
Produção totalizou 111.848 Engenharia
Elétrica,
com
67.881 matrículas, colocou no
mercado de trabalho 5.842 profissionais da área.
Atrair estudantes para a área de Engenharia não é tarefa sim-
ples, principalmente quando se
considera que a qualidade de ensino das matérias de Exatas
– matemática, física e química – fica a desejar no Brasil. Quem
se interessa pela Engenharia sabe que vai enfrentar grandes
desafios até concluir o curso. Lucas Henrique Silva Alves, 21 anos, está no sexto período do
curso de Engenharia de Sistemas da UFMG. O programa é novo – o primeiro a ser lan-
çado no Brasil - e tem a proposta de integrar o trabalho desenvolvido por outras áreas.
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Alunos levam mais de cinco anos para concluir os cursos. A falta de regularidade pode ser vista na quantidade de alunos que fazem as mesmas disciplinas em vários períodos ao longo de sua formação
Como tem constatado, na prática,
sora. Ele sempre gostou das ma-
Produção, na mesma universidade.
grande importância, o estudante
trabalhando na área de automa-
mais por causa do resultado do
que esse é um profissional de tem mantido a motivação necessá-
ria. “Vou me formar na primeira
turma do curso e sei que, no futuro próximo, seremos muito requisitados”, explica.
No caso de Lucas, a escolha pela Engenharia não está apenas pela
oportunidade de carreira promis-
térias da área de Exatas e já está ção residencial, como contratado. A Engenharia voltou a atrair famílias
inteiras. O irmão, Bruno Aguiar dos Santos Cazarim, 22 anos, está no sé-
timo período do curso de Engenha-
ria de Controle e Automação na
UFMG e a irmã mais nova,Aline, 19, acaba de ingressar na Engenharia de
“Na verdade, quando defini fui teste vocacional”, afirma. O mer-
cado de trabalho aquecido também foi um aspecto observado pela estudante que já conheceu as dificul-
dades da disciplina de Cálculo e de outras, do ciclo básico, apostando
que os conteúdos específicos serão menos complicados.
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CAPACITAÇÃO | UNIVERSIDADES
ções e de Eletrônica, o diretor do Instituto Politécnico da PUCMinas
(IPUC), Janes Landre, é o gestor
Crédito: Arquivo PUC Minas/João Castilho
O engenheiro de Telecomunica-
Simulador solar no Green/Ipuc PUC Minas para testes de coletores solares
des como essas, que tentam en-
Controle e Automação, Engenharia
tender a individualidade de cada
Elétrica, Engenharia Eletrônica e de
aluno, sem esquecer do rigor
Telecomunicação, Engenharia de
acadêmico ao qual eles estão
Energia, Engenharia Mecânica, formação em Mecatrônica, Enge-
Para o diretor, receber um aluno
Produção e Engenharia Química.
esteja preparada. A PUCMinas tem
9.900 são alunos da Engenharia. “A área, como qualquer outra
do ensino superior, está totalmente atrelada à demanda do
mercado. Passamos a ser procurados por uma grande quantidade de candidatos, muitos com
perfil alinhado ao que é necessário ao profissional da Engenharia e outros que não apresentam as
mesmas características”, afirma. Entre elas estão perfil investiga-
tivo e questionador e, ainda, elevado padrão intelectual.
34
nham estes casos ajustando suas
durante o período letivo. Atitu-
Engenharia Civil, Engenharia de
Dos 63 mil alunos da PUCMinas,
IPUC e a PUC Minas acompafacilitar o trânsito destes alunos
oferecidos pela instituição. São eles:
nharia Metalúrgica, Engenharia de
ção. Atentos a esta realidade o
atividades e horários de forma a
responsável pelos cursos da área,
Engenharia Mecânica – linha de
períodos ao longo de sua forma-
como esse exige que a universidade
investido no aprimoramento dos seus projetos, para disponibilizar in-
fraestrutura e corpo docente qua-
lificado para explorar o potencial dos futuros engenheiros. O IPUC também tem investido nos seus la-
boratórios, tornando-os adequados e compatíveis cm as necessidades de formação dos profissionais.
De acordo com Landre, a quantidade de alunos que levam mais que cinco anos para concluir os
cursos é enorme. A falta de regularidade pode ser vista na quantidade de alunos que fazem mesmas disciplinas em vários
expostos, são tentativas para
minimizar a evasão que não seja
fruto de uma escolha equivocada. Um arrojado programa de está-
gios completa a estratégia do
IPUC, para manter os alunos motivados. O bom momento do
mercado de trabalho está fazendo com que a instituição aposte em
dois novos cursos, Engenharia Química (manhã) e Engenharia Metalúrgica (noite).
Com quatro cursos de Engenharia no portfólio – Engenharia de
Controle e Automação, Engenha-
ria Biomédica, Engenharia da
Computação e Engenharia de Telecomunicações – o Instituto
Nacional de Telecomunicações (Inatel) trabalha para formar
“
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 35
E as oportunidades estão em
todas as áreas. Na Engenharia
Biomédica, o desenvolvimento
e manutenção de equipamentos
hospitalares é mercado em potencial.
No segmento de TI,o desenvolvimento
“
de softwares é sempre bem aceito pelo setor produtivo e pela
Carlos Nazareth Motta Marins, vice-diretor do Inatel
sociedade que já assimilou a ideia de mobilidade tecnológica.
profissionais para atuar em todo
No caso da área de telecomunica-
dificuldade em encontrar novos
pesquisadores da área de tecno-
Copa do Mundo de 2014 e os
listas do ICC, entre 80% e 90%
o mundo, seja como técnicos ou logia, principalmente no Vale da
Eletrônica instalado em Santa Rita do Sapucaí, sede da instituição.
O vice-diretor do Inatel e coordenador do curso de Engenharia
de Telecomunicações, Carlos Nazareth Motta Marins, destaca que as oportunidades de carreira para os futuros engenheiros são muito
grandes. Como o número de pro-
fissionais disponíveis no mercado é menor que a demanda, há em-
presas que fazem programas de captação de mão de obra dentro do Instituto, antes mesmo que os
estudantes se graduem. “Nossa empregabilidade chega a 98% mas
o mercado só recebe de braços
abertos aqueles que estão bem qualificados”, lembra.
ções, o carro chefe do Inatel, a
Jogos Olímpicos de 2016 são oportunidades ímpares para que o
país modernize seus sistemas e tecnologias que, desenvolvidas em
centros de pesquisa como o Inatel Competence Center (ICC) são
testadas no mercado nacional e posteriormente
enviadas para
outros países. “Temos a necessi-
dade de formar cientistas também. A área de pesquisa e desenvolvi-
mento atrai menos profissionais
mas não pode ser tratada como
oportunidade secundária de carreira”, ressalta.
Mesmo com todo esforço e um
mercado em potencial de 140
empresas ávidas por pesquisa em Santa Rita do Sapucaí, desenvolvimento e inovação na forma de
produtos e serviços, ainda há
pesquisadores. Dos 150 especiasão engenheiros.
Segundo o professor, há vagas em aberto para especialistas em radio-
frequência, em microeletrônica
com ênfase no desenvolvimento de projetos usando a linguagem VHDL que permite implementar soluções
em componentes do tipo FPGA, entre outros.
E as oportunidades estão em todas
as áreas. Na Engenharia Biomédica, o desenvolvimento e manutenção
de equipamentos hospitalares é mercado em potencial. No seg-
mento de Tecnologia da Informa-
ção (TI), o desenvolvimento de softwares é sempre bem aceito pelo setor produtivo e pela socie-
dade que já assimilou a ideia de mobilidade tecnológica.
35
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MERCADO DE TRABALHO | TENDÊNCIA
Engenharia, no Brasil e no mundo, está entre melhores profissões de futuro A Engenharia construiu as Sete Maravilhas da Huma-
A Engenharia estava muito bem representada
Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Mas há tam-
indica, vai ampliar o seu espaço de atuação no futuro
nidade e não parou por aí. Mais tarde fez as bém as igrejas barrocas de Ouro Preto, a Ponte Rio-
Niterói – encantadora mesmo quando engarrafada -, as Cataratas do Iguaçu e outros milhares de projetos de construção que revolucionaram a vida de milhares de pessoas em todo o mundo.
É a Engenharia, também, que gera energia elétrica para
iluminar cidades inteiras e coloca as indústrias para
funcionar. A arte de tirar petróleo das profundezas da terra e, ainda, desenvolver as inovações tecnológicas que aguçam o desejo de milhares de pessoas em todo
o mundo têm mãos e cérebros que engenham. A revolução dos telefones celulares, a partir da década
de 90, é uma prova dos avanços realizados, ano a ano. 36
quando a internet foi “inventada” e, ao que tudo com novas especialidades. Como? Basta consultar
alguma das listas de profissões que, de acordo com multinacionais de Recursos Humanos, entidades de
classe e publicações, vão movimentar o mundo daqui a cinco ou dez anos.
De acordo com a diretora executiva da Thomas Case & Associados em Minas Gerais, Heloísa Gontijo, o pro-
cesso de crescimento econômico do país passa, de forma obrigatória por investimentos em infraestru-
tura, produção, agronegócio e energia. Por isso, as
oportunidades para engenheiros de todas as áreas continuam aquecidas nos próximos 20 anos.
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 37
Isso, no entanto, não restringe o espaço para novas es-
pecialidades.“Essa ideia de prever o futuro do mercado
de trabalho não é novidade, mas deve servir para que os profissionais se capacitem à tempo de não serem
pegos de surpresa e que os estudantes escolham de
Heloísa Gontijo, diretora executiva da Thomas Case & Associados
acordo com suas vocações, áreas pouco exploradas mas que têm potencial de crescimento”, ressalta.
Para a executiva, o que explica a abertura de novos
cursos universitários de Engenharia são demandas do mercado. Algumas antigas, como na área de Sanea-
mento Básico e outras inovadoras, como o executivo de sustentabilidade.“Os profissionais que querem ter
sucesso em suas áreas de atuação devem se reciclar sempre. Só assim estarão preparados para as mu-
danças que afetam o mercado de trabalho”, aponta.
Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) concluiu que a maioria das empresas
brasileiras pretende ampliar seus quadros de funcio-
nários nos próximos 18 anos. As vagas abertas, ainda de acordo com o estudo, revelam quais são
as profissões do futuro, com ênfase para a Engenharia, Automação e Informática.
A pesquisa ouviu 402 empresas do Brasil, que são
responsáveis por aproximadamente 2,2 milhões de postos de trabalho. Cursos de MBA, mestrado ou doutorado serão pré-requisitos que devem ser
solicitados por até 35% das empresas para profissionais que se candidatem a cargos de gerência ou diretoria.
As Engenharias de Petróleo, de Mobilidade e, ainda, a
Ambiental e Sanitária estão entre as especialidades que devem ser demandadas pelas empresas no futuro
próximo. Mas há outras em franco crescimento. A Bioengenharia, que alia os procedimentos médicos
às técnicas de manipulação de tecidos e o Engenheiro Hospitalar, carreira que atualmente é dominada por
técnicos – embora uma regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) obrigue hospitais a terem equipes de engenharia clínica –
também aparecem como oportunidades de carreira para o futuro próximo.
A Engenharia de Aquicultura, que cuida da qualidade dos alimentos provenientes da água, a Engenharia de Energia, responsável pelo desenvolvimento de sistemas eficazes e alternativos de geração de energia e a
Engenharia Industrial Madeireira, que pretende fazer o uso inteligente dos recursos naturais ainda são pouco conhecidas pelo público em geral, embora já sejam oferecidas por diversas universidades brasileiras.
Outro ranking, o da multinacional de RH Michael Page, elegeu as sete profissões do futuro. Entre elas também está a Engenharia. O gestor de reestruturação abre
espaço para profissionais da área com especialização em Finanças e experiência comprovada em área de riscos e de crédito.
Empresas e, principalmente gestores públicos municipais e estaduais, continuam a procurar gestores
de projetos, um profissional considerado estratégico, pois “joga no meio de campo” para interagir o departamento de Tecnologia da Informação com os outros da companhia.
Os salários compensam, de acordo com a pesquisa. Para alguns cargos, o teto pode chegar a R$ 45 mil.
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PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS
Engenheiros em Minas recebem
A
renda das engenhei-
De acordo com dados da Rela-
trabalham em Minas
(Rais), o rendimento médio dos
ras e engenheiros que
ção Anual de Informações Sociais
Gerais é 20% menor
profissionais de engenharia no
quando comparada à renda des-
Brasil, em dezembro de 2010,
tes profissionais no resto do Bra-
era de R$7.739,00, valor quase
sil. Esta é uma das principais
20% maior do que o recebido
conclusões do estudo “O Mer-
em Minas Gerais, que corres-
cado de Trabalho Formal da Enge-
pondia a R$6.492,00. Fazendo
nharia em Minas Gerais”, realizado
uma separação por especiali-
pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e transfor-
mado em cartilha pelo Sindicato
Raul Otávio da Silva Pereira, presidente do Senge-MG
Minas Gerais (Senge-MG). A pes-
expressivo: 52,7%. Em Minas
trabalho formal brasileiro teve
maior ainda, ficando em torno de
de Engenheiros no Estado de quisa conclui que o mercado de
bom desempenho entre 2004 e
2010, crescendo cerca de 40%. Nas ocupações vinculadas à enge-
nharia, houve aumento ainda mais 38
dade, nota-se que os engenhei-
Gerais, esse crescimento foi
ros civis, grupo predominante, recebiam, em média, R$7.030,00
no Brasil. Este valor corresponde a 17% a mais que essa mesma
especialidade recebia em Minas Gerais.
66%, mais intenso do que no
O estudo revela que, no país, os
dos profissionais mineiros ficou
eram pagos aos engenheiros quí-
resto do país. No entanto, a renda abaixo da média nacional.
maiores rendimentos, em 2010, micos e afins (R$11.260,00) e aos
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:58 Página 39
20% menos que a média nacional geólogos, oceanógrafos, geofísicos
e no setor público federal
possível é a existência de estatais
Gerais, os geólogos, oceanógrafos,
em Minas Gerais). Neste caso, os
tras unidades da federação, com
e afins (R$11.054,00). Já em Minas geofísicos e afins são o que tiveram o
maior
rendimento
médio
(R$8.227,00), mas que não ultrapassaram, novamente, os rendi-
mentos das mesmas categorias no resto do Brasil.
O estudo também constata que não é apenas a especialidade da en-
genharia que influencia nas diferen-
ças de rendimento. A natureza jurídica dos estabelecimentos em
que os engenheiros trabalham também é significativa.
Os maiores rendimentos médios de engenheiros foram pagos àque-
les que atuavam em empresas esta-
tais (R$ 12.941,00 no Brasil e
R $ 8.020,00 em Minas Gerais)
(R$ 10.061,00 no Brasil e R$ 9.123,00 rendimentos recebidos pelos pro-
fissionais das empresas estatais em
Minas Gerais equivaliam a 62% da média nacional.
Caso o salário das estatais mineiras se aproximasse mais da
média nacional no setor de estatais, o valor médio pago em
Minas Gerais passaria a ser cerca
de 88% dessa média global. Acreditamos que uma das explicações possíveis é a de que as
estatais mineiras, embora possuam um significativo número de
engenheiros se comparadas com
empresas de outros estados, puxam a média para baixo, talvez
em função de políticas de governo. Outra explicação também
federais de grande porte em ounível de remuneração bem mais condizente com a realidade.
Com relação às mulheres engenheiras, o número de vínculos
empregatícios da engenharia
ocupados por elas cresceu a
taxas mais elevadas do que a
verificada entre os homens. No entanto, o crescimento do número de vagas ocupadas por mulheres não significou igualdade entre e n g e n h e i ro s
e engenheiras no que diz
respeito aos salários recebi-
dos. Em 2010, as engenheiras, no Brasil, recebiam, em média, R$ 6.339,00, valor que corres-
pondia a 79% do rendimento dos homens (R$ 8.020,00).
39
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PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS
MÉDIA SALARIAL
BRASIL
MINAS GERAIS
Engenheiros químicos e afins
R$ 11.260,
R$ 9002,
Geólogos, oceanógrafos, geofísicos e afins
R$ 11.054,
R$ 8.227,
Profissionais de engenharia no Brasil
R$ 7.739,
R$ 6.492,
Engenheiros que atuam em estatais brasileiras
R$ 12.941,
R$ 8.020,
Engenheiros que atuam no setor público federal brasileiro
R$ 10.061,
R$ 9.123,
Engenheiros civis
R$7.030,
R$ 5.835,
A situação das engenheiras em Minas Gerais, no entanto, se mostrava um pouco menos desigual em relação aos seus colegas homens. Em 2010, as engenheiras mineiras recebiam, em média, R$ 5.615,00, que equivalia a 84% da remuneração média recebida pelos engenheiros no Estado (R$ 6.678,00). Contudo, o salário das engenheiras de Minas Gerais também estava defasado se comparado ao rendimento das engenheiras no resto do país. A remuneração daquelas equivalia a 89% da remuneração destas.
Segundo pesquisa a remuneração das engenheiras, em Minas, se mostrou menor do que a dos engenheiros em todas as modalidades
FONTE : Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
QUANTO GANHA O ENGENHEIRO BRASILEIRO?
Em Minas Gerais, a remuneração das engenheiras se mostrou menor do que a dos engenheiros em todas as modalidades analisadas pela pesquisa do Dieese, com a proporção variando de 74% a 93%. A engenharia civil em Minas Gerais é que melhor remunera as engenheiras (93% em relação aos engenheiros) e as engenharias de produção, de qualidade e afins são as que pior remuneram as mulheres (74% em relação aos engenheiros). >
m 40
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 13:59 Página 41
Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo. O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 42
PONTO E CONTRA PONTO | REMUNERAÇÃO DOS ENGENHEIROS
Walter Bernardes de Castro Vice-presidente de Política, Relações Trabalhistas e Recursos Humanos do Sinduscon-MG
Esta diferença entre a remuneração de engenheiras e engenheiros
ainda pode ser motivada por fato-
trabalho da engenharia pode trazer
N
de demonstrar sua capacidade, o
negociações coletivas de trabalho,
res culturais, que fazem com que
as empresas pratiquem algum tipo
de diferenciação velada, e também por desconhecimento dos direitos
trabalhistas por parte das mulheres engenheiras. O recente ingresso
massivo da mulher no mercado de consigo, além da inicial necessidade
relativo desconhecimento das en-
genheiras em relação aos direitos sindicais, notadamente o salário mínimo profissional. O Senge-MG
tem divulgado a cartilha dos direi-
tos das mulheres e ampliado, consistentemente, o número de
mulheres em sua diretoria. Acreditamos que este é um movimento inicial que vai trazer, no
médio prazo, uma maior mobilização e poder de reivindicação das profissionais.
42
o que se refere à ques-
riais são referências de valores
Sindicato da Indústria
podem ser praticados de acordo
tão salarial, o papel do
da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) é o
de realizar, de 12 em 12 meses, as compatibilizando os interesses das partes envolvidas (empregador/em-
pregado). Assim, após a negociação
consensada com cada categoria de sua abrangência, são estipulados os respectivos pisos salariais. No caso dos pisos dos salários dos engenheiros, estes são definidos anual-
mente na negociação realizada entre o Sinduscon-MG e o Sindi-
cato de Engenheiros do Estado de Minas Gerais (Senge-MG). É impor-
tante esclarecer que os pisos sala-
acordados entre as partes, mas que
com o mercado. Isto é, cada empresa contratante pode estabelecer
o salário que achar conveniente e
o empregado pode acatar ou não, conforme seu interesse. Portanto, os sindicatos patronal e laboral de-
finem apenas o piso da categoria, não se admitindo que o profissional seja contratado por valor inferior ao estabelecido em Convenção Coletiva. Acima do piso, as empre-
sas podem pagar o que quiserem, não cabendo aos sindicatos qual-
quer ingerência quanto ao valor máximo a ser pago aos profissionais, sendo uma questão puramente de mercado.
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REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 44
ENGENHARIA | CARREIRA
Oportunidades em diversas áreas da Engenharia devem movimentar o mercado nacional
U
ma boa notícia para
pessimista, com incremento de 2,5%,
De acordo com o estudo, as opor-
ou se beneficiou do
pelos engenheiros seria de 6,3%.
O destaque é Petróleo e Gás, no
quem acompanhou aumento da demanda
por engenheiros nos últimos cinco
anos no Brasil. Estudo realizado pelo Instituto de Políticas Econômi-
cas Aplicadas (IPEA) demonstra que
o número de vagas para os profis-
sionais da área devem continuar
crescendo entre 2011 e 2020, no comparativo com o intervalo entre 2000 e 2010. Em um cenário
Considerando que, entre 2000 e 2010, a oferta de vagas ficou em
7,8% - marcando a retomada da carreira após duas décadas de ostracismo - o Brasil vai precisar de
engenheiros. E muitos. Em números absolutos, considerando os cená-
rios traçados, a quantidade varia de 1,5 milhão a 1,8 milhão no país.
otimista, com índice de crescimento
Atualmente, o Conselho Regional
de 15% mais postos de trabalho.
Minas Gerais (CREA-MG), no
nacional de 5,5%, o incremento será Em um cenário mediano, com per-
centual de crescimento de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), o aumento do número de vagas proje-
tado seria de 10,5%. Um cenário
44
também foi traçado. Nele, a demanda
de Engenharia e Agronomia de Estado, são 105.735 engenheiros no
nível superior, 45.918 no nível técnico e 1.040 tecnólogos. No
País, de acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) são 986.107.
tunidades estão em diversas áreas. topo de ranking, com 36,7% mais
vagas para engenheiros abertas no cenário otimista de crescimento nacional. Basta lembrar que o Pré-sal
ainda está no começo. Caso o PIB
brasileiro não ultrapasse os 2,5%, o índice seria de 21,1% mais colocações.
Administração pública, saúde e
educação também estão na lista, juntamente com mineração, indústria de transformação, serviços de
informação, intermediação financeira, infraestrutura e prestação
de serviços. A construção civil
residencial é outra área que deve continuar aquecida nos próximos
anos em função do programa
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 45
Número de vagas para os profissionais da área devem continuar crescendo entre 2011 e 2020
“Minha Casa, Minha Vida”, prevê 16,6% mais contratações no cenário positivo e 7,7% no pessimista.
Não há como negar a estreita ligação entre Engenharia e desenvolvimento econômico. Não há, também, como dissociar a atividade da melhoria da infraestrutura do
Jobson Andrade, presidente do (CREA-MG)
país, do desenvolvimento de produtos e serviços para atender a indústria, da manutenção dos equipamentos, da
construção de rodovias, pontes, fábricas, casas e hotéis e, ainda, da fabricação de aviões, carros e navios.Todas essas atividades dependem da figura do engenheiro.
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia de Minas Gerais (CREA-MG), Jobson Andrade
é um otimista em relação ao futuro da atividade no país. Distribuição de renda, migração de milhares de brasileiros
Por isso, as oportunidades, para ele, estão em diversas
áreas como infraestrutura, construção civil e produção industrial. “As perspectivas para a carreira são muito
boas. Uma década passa muito rápido e o processo de crescimento econômico em curso demora muito para ser desacelerado”, observa.
para classes sociais mais elevadas e valorização das com-
Há que se considerar, ainda, que embora não tenha ven-
são alguns dos fatores que explicam esse sentimento.
obstáculos provenientes da riqueza.
modities agrícolas e minerais pelo mercado internacional
cido o problema da pobreza, o Brasil já está enfrentando
45
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 46
ENGENHARIA | CARREIRA
Raul Otávio da Silva Pereira, presidente do Senge-MG
Os engenheiros, ressalta Andrade, estão na origem das
Muitas empresas têm apostado na mão de obra im-
básico, o aumento do fornecimento de água potável
gundo o dirigente, uma coisa é o intercâmbio entre
soluções, em ambos os casos.As obras de saneamento
e de energia elétrica e a gestão do lixo são alguns dos
serviços em aberto. Na mesma linha estão mobilidade urbana, planejamento das cidades e cuidado com o meio ambiente.
“Desenvolvimento econômico tem que se tornar de-
senvolvimento humano. Pessoas sabem discernir
sobre seus caminhos e futuro”, alerta. No entanto, a população ainda convive com sérios problemas provenientes da baixa qualidade da educação e com a falta de infraestrutura.
Para Andrade, este é o momento para construir
a infraestrutura brasileira, a exemplo do que já aconteceu com os países europeus, logo após a Segunda Guerra Mundial. “Só há desenvolvimento econômico com conhecimento tecnológico”, afirma o dirigente.
Uma política industrial bem desenhada – o que ainda
não existe no Brasil – pode abrir postos de trabalho
para engenheiros da área de Eletrônica, Mecatrônica, Aeronáutica, Naval e de bens de produção.
46
portada para ocupar as vagas para engenheiros. Se-
os profissionais. Outra, bem diferente é aceitar passi-
vamente o que vem de fora como solução para pro-
blemas internos, como a formação de novos engenheiros para alimentar o mercado de trabalho
nacional.“Para nós, isso é muito ruim. É o mesmo que
entregar ouro em troca de espelho”, argumenta. O desafio, agora, é não abrir mão da soberania e do conhecimento nacional.
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado
de Minas Gerais (Senge-MG), Raul Otávio da Silva
Pereira, acredita que as oportunidades, no Estado, devem seguir a tendência nacional. Setores como
petróleo e gás – não só na extração mas no refino – serviços de eletricidade, saneamento e indústria
automobilística estão entre as áreas que criarão postos de trabalho para esses profissionais.
A construção civil, para o dirigente, deve ser considerada de forma ampla, englobando áreas como infraes-
trutura e logística. Da mesma forma, a informática inclui atividades de pesquisa e desenvolvimento de
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 47
Aloísio de Barros Fagundes, Presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo
hardware e software e, ainda, a oferta de serviços de
A partir do momento em que se perceber a impor-
neira corresponde a cerca de 30% do total nacional e
qualificada, certamente os resultados aparecerão,
alto valor agregado.“A indústria de transformação mi-
a atividade mineral também deve ser considerada”, aponta.
Pereira também acredita que as oportunidades de trabalho para engenheiros passam necessariamente pelo
tipo e pujança do modelo de desenvolvimento eco-
nômico nacional, baseado em três frentes: disposição política, recursos para investimento e ambiente favo-
rável nas relações de trabalho, que culmina na sinergia
entre os diversos segmentos da sociedade envolvidos. “Acredito, me referindo ao terceiro aspecto, ser despropositada a silenciosa campanha que alguns setores da economia discretamente incentivam no
sentido de obter reduções nas conquistas trabalhis-
tas (frutos de mais de 60 anos de lutas). Em um ambiente competitivo, e com o país experimentando taxas de juros razoavelmente civilizadas, o estimulo deveria passar a ser o ganho de produtividade ba-
seado na melhoria da tecnologia e processos produtivos utilizados, e não através da redução de benefícios” atenta o engenheiro.
tância da educação para obter mão de obra mais sem a necessidade de retirar conquistas trabalhistas históricas.
A importação de engenheiros é uma tendência que não pode ser desconsiderada. Por ser assunto polê-
mico, deve ser tratado com a devida seriedade, em-
bora não haja registros de postos de trabalho sendo ocupados por estrangeiros em detrimento de brasi-
leiros. De qualquer forma, afirma o dirigente, há que se investigar melhor esse fenômeno no sentido de buscar uma solução conciliadora, que atenda aos
interesses não só dos trabalhadores (estrangeiros e
brasileiros) como também as necessidades do mercado. Atrair estudantes para os cursos de Engenharia é um
desafio para o Brasil. Pereira acredita que os jovens
se sentirão motivados a partir do momento em que a profissão for efetivamente valorizada - em termos de remuneração sim, mas principalmente pela socie-
dade que consome produtos elaborados, criados, transformados e construídos com a participação de engenheiros.
47
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 16:35 Página 48
ENGENHARIA | CARREIRA
Geórgia Grace assessora técnica da CBIC
“Provavelmente as pessoas não se
para resolver a falta de infraestru-
a profissão é fascinante devido
talhes de nosso dia-a-dia, esta implí-
tivo”, justifica.
tem despertado o interesse dos
dão conta de que, nos menores decita a presença de um engenheiro.
Por isso, a valorização do profissio-
nal é um processo que tem que acontecer de fora para dento, da sociedade para a Engenharia - assim
como ocorre com os médicos, por exemplo. “É preciso eliminar o estigma de que a pessoa se gosta de
Matemática, certamente será engenheiro. Saber e gostar de Matemá-
tica são importantes sim. Mais
importante que isso é o instinto nato daqueles que gostam de "en-
genhar". Esse será o grande "salto
de qualidade" que possibilitara que cada vez mais e mais pessoas se in-
teressem pela Engenharia”, enfatiza. O presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Aloísio de Bar-
ros Fagundes, engenheiro civil
formado pela Universidade de São
Além das áreas mais conhecidas, a
indústria fina, a nanotecnologia e a
agronomia são áreas que merecem a atenção dos estudantes que estão ingressando na Engenharia.“O Brasil
atravessou um longo período de crise econômica, entre meados da década de 1980 e o início do
Século XXI. Foram desmobilizadas grandes empresas estatais que antes garantiam a aplicação da engenharia e disto resultou primei-
ramente a dispersão e o desperdí-
cio do enorme “capital intelectivo da engenharia” então existente e sobreveio o desemprego no setor.
Secundariamente, por via de consequência, os jovens deixaram de pro-
curar os cursos de engenharia, de um modo geral”, explica.
Paulo (USP) também analisa o
Mas o cenário, hoje, é bem dife-
“O Brasil apresenta todas as condi-
trabalho e os salários competitivos
futuro da Engenharia com otimismo. ções de amplo progresso econô-
mico e exigirá um enorme esforço 48
tura, alem do atendimento vegeta-
rente. A demanda do mercado de
são fatores importantes para atrair
jovens estudantes. Para o dirigente,
à visibilidade das realizações, o que candidatos.
A proposta da Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC), para melhorar o marco regulatório
e garantir subsídios para o setor, visando manter a economia nacio-
nal aquecida, deve gerar vagas para
engenheiros nessa área.A assessora
técnica da entidade, Geórgia Grace, afirma que a Copa do Mundo de
2014, os Jogos Olímpicos de 2016 e agenda de competitividade nacional vão demandar melhorias e/ou
a construção da infraestrutura brasileira, em diversas áreas.
Nesse cenário, além de engenheiros de campo, serão necessários mais
profissionais da área de gestão. “As perspectivas de crescimento
nacional e os salários competitivos são fatores que têm atraído jovens para a carreira. No entendimento da
CBIC, a indústria da construção está
em todos os projetos, do mais simples ao mais arrojado”, analisa.
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 04/12/2012 11:49 Página 49
QUEM LÊ FAZ A DIFERENÇA Formadores de Opinião. Notícias do setor. Público leitor Classe A e B
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P&D | MERCADO
Empresas apostam em P&D e abrem oportunidades para engenheiros É cada vez maior o recurso investido em pesquisa e desenvolvimento (P&D) pelo poder público e também o aumento da participação da iniciativa privada nesse montante. Investimentos em P&D são fundamentais para que o Brasil melhore o seu nível de competitividade internacional.
Oscar Chamberlain, engenheiro químico e gerente geral de P&D do Cenpes
50
Ao que tudo indica, empresas de diversos s e g mentos já compreenderam que P&D é imprescindível para o bom andamento dos negócios. Muitas delas, inclusive, investem em centros de desenvolvimento próprios. Neles, o engenheiro é profissional considerado estratégico. Na Petrobras, o Centro de Pesquisas Leopoldo Miguez de Mello (Cenpes) é a unidade da Petrobras responsável pelas atividades de pesquisa, desenvolvimento, engenharia básica e gestão tecnológica. Fundado em 1963 para antecipar e prover a e m presa de soluções tecnológicas, o Cenpes tornou-se parte da cultura da companhia que tem como característica o foco em resultados. “Na Petrobras, a inovação é um meio para a superação de obstáculos tecnológicos para atingir suas metas de negócios”, enfatiza o gerente geral de Pesquisa & Desenvolvimento em Abastecimento e Biocombustíveis, Oscar Chamberlain.
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Somando os investimentos em projetos próprios
Petrobras e aqueles em parceria com instituições
nacionais de Ciência e Tecnologia, a companhia aplicou média US$1,04 bilhão por ano, no período
entre 2009 e 2010. No ano passado, US$1,5 bilhão, 47% a mais que o aplicado no exercício anterior. “Esses investimentos são crescentes. Em comparação à média de investimentos realizados entre 2001 e 2003, que foi de 160 milhões/ano, o volume atual
Agencia Petrobras
Centro de Pesquisas Leopoldo Miguez de Mello (Cenpes)
Dos 1.878 empregados do Cenpes, 806 ocupam o cargo de engenheiro. Esses profissionais dedicam-se às atividades de P&D, engenharia básica e gestão tecnológica de projetos que visam expandir os limites das atividades da Petrobras, agregar valor e diversificar os produtos da companhia e, ainda, garantir a sustentabilidade nos produtos e processos. O ingresso na estatal é por meio de concurso público.
é seis vezes maior”, ressalta.
O Cenpes teve sua área duplicada em 2010, passando Divulgção Usiminas
a ocupar 300 mil metros quadrados na Ilha do Fun-
dão, no Rio de Janeiro. Com isso, tornou-se um dos
maiores centros de pesquisa aplicada do mundo. A infraestrutura experimental existente é recurso
fundamental para que a empresa realize sua estratégia tecnológica.
No entanto, pelo porte da Petrobras e sua importância para o setor de petróleo, gás e energia, sobretudo
AÇO
Centro de Tecnologia da Usiminas
no Brasil, a atuação do Cenpes tem influência no de-
Como melhorar a qualidade do aço? Usando P&D. A
parceria com universidades, institutos de pesquisa e
no seu Centro de Tecnologia Usiminas, um de seus di-
senvolvimento da cadeia produtiva. “Atuamos em
com fornecedores de bens e serviços, incentivando
o desenvolvimento tecnológico em toda a cadeia”, aponta. Dessa forma, o Centro tornou-se referência para o setor de Petróleo & Gás mundial.
Usiminas sabe disso e não é de hoje. Desde 1971 tem
ferenciais competitivos, responsável pela melhoria dos processos, aprimoramento e desenvolvimento de novos produtos. O setor também comercializa serviços de ensaios e análise, além de assistência técnica.
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Complexo Industrial - Iveco Dos 158 profissionais, 51 são pes-
bém trabalham no desenvolvi-
Segunda maior mineradora do
nheiros. A empresa investiu R$ 35
rani e nos estudos e testes de
continentes, a brasileira Vale tam-
quisadores.A maioria desses, enge-
milhões em atividades de pesquisa em 2011. ”Para o Centro de Tec-
nologia, dentro de seus objetivos, não existe carência de profissio-
nais, pois estes são desenvolvidos internamente pela própria Usiminas”, afirma o engenheiro metalúrgico e vice-presidente de
Tecnologia e Qualidade da companhia, Rômel Erwin de Souza. AUTOMOBILISTICA
A tecnologia que a indústria auto-
motiva vende como sonho de con-
sumo para milhares de motoristas
também é fruto de P&D. A Iveco, fábrica de caminhões da monta-
dora italiana Fiat, tem o seu Centro de Desenvolvimento de Produto
(CDP), localizado em Sete Lagoas (MG). O projeto completou qua-
tro anos em junho deste ano e, nesse período, lançou as mais novas famílias de produtos Iveco e a geração Ecoline. Os pesquisadores, entre eles engenheiros, tam52
Studio Cerri
P&D | MERCADO
mento do veículo blindado Gua-
novas tecnologias de combustíveis alternativos.
Atualmente, o CDP tem 300 pro-
fissionais contratados. Deles, 200
são engenheiros e técnicos. De acordo com a empresa, há vagas abertas devido ao bem-sucedido
processo de crescimento da Iveco no mercado nacional e sul-ameri-
cano. Uma das áreas é a de ele-
troeletrônica. Mas as pesquisas para incrementar motores e o setor de testes também têm espaço para mais engenheiros. MINERAÇÃO
O Brasil vai receber, até 2016, 20% dos investimentos mundiais previstos para o setor de mine-
ração, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM). O montante de US$ 75
bilhões. Com o desafio de produzir mais com menor custo, as
companhias do segmento estão apostando em P&D.
mundo, com presença nos cinco bém usa a tecnologia para oferecer, com responsabilidade e respeito ao meio ambiente, minerais essen-
ciais à vida moderna. Em 2009, a empresa lançou o Instituto Tecno-
lógico Vale (IVT), instituição que
busca gerar opções de futuro por meio de pesquisa científica e de-
senvolvimento de tecnologias para expandir o conhecimento e a fronteira de negócios da companhia.
O objetivo do Instituto Tecnoló-
gico Vale é coordenar as ações de
ciência e tecnologia da companhia, com ênfase em pesquisas de longo prazo desenvolvidas em parceria com as comunidades científicas na-
cional e internacional. Uma das sedes do Instituto é Ouro Preto e
a outra, Belém, nas proximidades de universidades de referência para
o setor mineral como é o caso da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e a Universidade Federal do Pará (UFPA).
LFF/Mercado LF/Mercado
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Somos o que construímos Há 40 anos a Paranasa atua no segmento da construção civil industrial. Toda essa experiência colocou a empresa entre as maiores construtoras do país neste setor, sempre com foco nos pilares da responsabilidade econômica, ambiental e social. Como marca registrada, a Paranasa procura superar as expectativas dos clientes combinando engenharia de qualidade com soluções modernas e inteligentes, numa política constante de aperfeiçoamento técnico com custos competitivos.
www.paranasa.com.br
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NOVOS ENGENHEIROS | JULIANA DE OLIVEIRA PENA
Oportunidade para empreender e proteger o meio ambiente
A
pesquisa do Global
encaixa-se nesse perfil. Formada
em consultoria que a engenheira
Monitor
Fumec, em 2009, ela comenta que
cio, a ideia era ingressar nesse
Entrepreneurship realizada
(GEM), anual-
mente e fruto de parceria entre
o Sebrae e o Instituto Brasileiro
de Qualidade e Produtividade (IBQP), relativa ao exercício de
2011, e divulgada em outubro
último, demonstra que 14,4 milhões dos empreendedores bra-
sileiros têm entre 25 e 44 anos
e são movidos pelas oportuni-
dades de bons negócios. Deles, 49% são mulheres.
Juliana de Oliveira Pena, 26 anos,
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em Engenharia Ambiental pela
a sua escolha baseou-se na facili-
dade que sempre teve para as matérias da área de Exatas e, tam-
bém, na ideia de cuidar do meio
ambiente. “Mas eu não sabia da magnitude da profissão”, afirma.
Depois de graduada, não precisou muito tempo para que ela desco-
brisse uma ótima oportunidade de negócios, na sua área de atua-
ção. A Refúgio Engenharia Ambiental iniciou as atividades ainda
em 2009, a partir da experiência
adquiriu na universidade. De inímercado mas um amigo e calouro que já alimentava o mesmo
sonho foi a ajuda que faltava para
investir no próprio negócio. O CNPJ da empresa veio em junho do ano seguinte.
Hoje, a engenheira trabalha em
uma área que representa um desafio para os projetos de Engenharia. Licenciamento, medição de ruído ambiental, consultoria e auditorias ambientais constituem
o portfólio de serviços que a
REVISTA MINEIRA DE ENGENHARIA_ 16_Layout 1 01/12/2012 14:00 Página 55
“
“Para que tudo tenha o seu
tempo é necessário planejamento prévio das atividades a serem
“
realizadas. Mas tenho que reconhecer que, as vezes,
é inevitável que a empresa tome algum tempo da vida familiar e social”
Refúgio oferece ao mercado. A
Para Juliana Pena, o meio am-
prévio das atividades a serem
clientela em potencial e aquela
apenas para a Engenharia, mas
nhecer que, as vezes, é inevitável
empresa tem crescido porque a
parcela do mercado que já foi conquistada, sabem da importância de considerar o meio ambiente, seja
por consciência e/ou para fazer
frente à fiscalização. “Acredito que há profissionais suficientes no mercado mineiro e nacional, uma
vez que muitas formações podem
trabalhar na área de meio ambiente. Mas faltam profissionais
que consigam se destacar nesse
meio tão interdisciplinar”, argumenta.
biente não é um tema importante
para todas as áreas de conhecimento. No entanto, o engenheiro
ambiental tem uma visão ampla e sistêmica dos processos, podendo
atuar como intermediário entre
as pressões para o desenvolvi-
mento e as práticas sustentáveis. A ideia é trabalhar de forma harmônica.
Solteira, a engenheira gosta de
chegar e sair mais tarde da empresa. “Para que tudo tenha o seu
tempo é necessário planejamento
realizadas. Mas tenho que recoque a empresa tome algum
tempo da vida familiar e social”, aponta.
Sobre as diferenças de gênero, Juliana Pena acredita que as mulhe-
res são melhores no detalhamento dos projetos e, também, no atendi-
mento aos clientes. Como enge-
nheira ambiental, uma nova área da Engenharia, ela apoia a Associação Mineira dos Engenheiros Ambientais
(AMEA), criada recentemente no Estado.
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69ª SOEA
Presidente do Confea, engenheiro civil José Tadeu, destacou a importância da atualização das leis que regem o Sistema profissional
Mais de 2 mil profissionais participaram da 69ª Soea com sugestões de mudanças na legislação do Sistema
fortalecer o comprometimento do Sistema com o progresso do país.“Só assim teremos como atender aos anseios da nossa sociedade, respeitando as necessidades de todos e preservando as nossas riquezas naturais para as futuras gerações, por meio de uma engenharia sustentável”, pontuou. Aos semanistas, o presidente explicou que a Semana Oficial deste ano terá continuidade na 70ª Soea Em discurso na abertura e no 8º CNP, em 2013. do evento, o presidente “Seguindo a via da dedo Confea, eng. civ. José mocracia, trilhada desde Tadeu da Silva, chamou a a criação do Sistema, atenção para a temática Mais de 2 mil profissionais participaram de palestras e fóruns durante a 69ª Soea vamos levar o resultado central da Semana. Para de nossas discussões ele, o tema “Aperfeiçoamento do Sistema Confea/Crea para ser debatido junto a outros milhares de profissioe Mútua – Os profissionais como agentes de transfornais”, afirmou. mação na sociedade” permite um olhar crítico sobre os Também na abertura do evento, foi feita a entrega da caminhos da engenharia no país, “assim como uma anáLáurea ao Mérito a 25 homenageados, como reconhelise sobre o descompasso entre a legislação e o exercício cimento dos que se destacaram nas profissões do Sisdas atividades profissionais que se dinamizam a cada dia”. tema. Para o coordenador da Comissão do Mérito, eng. José Tadeu pontuou ainda que a partir dos debates duind. e met. Luiz Ary Romcy, as honrarias “simbolizam a rante a Soea – fórum consultivo que precede o 8º Congratidão aos que fizeram da engenharia sua razão de gresso Nacional de Profissionais (CNP) – será possível viver, com paixão e solidariedade”. A 69ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), realizada entre 19 e 23 de novembro em Brasília, reuniu profissionais de diversos estados do país para discutir a reformulação das leis que regem o Sistema Confea/Crea e Mútua e se posicionar sobre os Projetos de Lei que tramitam no Congresso Nacional, referentes à área tecnológica brasileira.
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Grupos de trabalhos sistematizaram proposta de alterações nas leis que regem o Sistema
Sistema de Audiências Públicas teve mais de 6 mil visualizações
Além da contribuição dos semanistas, o Conselho Federal recebeu sugestões de mudanças na legislação pelo Sistema de Audiências Públicas, disponível desde o primeiro dia da Soea, no site do Confea. Até o dia 27 de novembro, foram registradas 242 opiniões, 6.385 visualizações, além de acessos do exterior, como França, Honduras, Líbia e Estados Unidos.
Intercâmbio de informações
Em 13 palestras ministradas por profissionais de excelência do mercado nacional, foram abordados temas como inovação tecnológica, segurança jurídica, tecnologias veiculares, agronegócio, nanotecnologia e acessibilidade. Fóruns e reuniões de trabalho também promoveram interação entre os profissionais, que debateram assuntos como valoriza-
ção profissional e uniformização do Sistema. Um dos eventos mais concorridos, o 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável foi promovido pelo Grupo de Trabalho Rio+20, do Confea, e contou com palestras dos presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama),Volney Zanardi, e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, além do coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Maurício Broinizi, que falou sobre o Programa Cidades Sustentáveis, cujo objetivo é oferecer ferramentas para que o de-
senvolvimento das cidades seja ambientalmente sustentável.
Mudanças na legislação profissional ganharam destaque nos cinco grupos de trabalho dedicados ao debate de eixos temáticos relacionados às Leis nº 5.194/66, nº 4.950-A/66 e nº 6.496/77. Coordenados pelas comissões permanentes do Confea, os grupos apresentaram, no último dia do evento, suas primeiras contribuições sobre salário mínimo profissional, criminalização do exercício ilegal, Anotação de Responsabilidade Técnica, entidades de classe, mobilidade profissional, entre outros temas.
Profissionais em campo
A 69ª Soea foi além do debate e da teoria.Visitas técnicas ao Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Ponte JK e Torre Digital proporcionaram aos cerca de 500 participantes a oportunidade de conferir de perto obras que chamam atenção na capital do país.“Essas visitas promovem uma visão maior da obra. Ainda não conheci o Mineirão, mas gostei muito do que vi aqui no Mané Garrincha, principalmente a lona tensionada, que é inovadora”, comentou a engenheira civil FernandaVilaVerde, presidente da Ampea. Seu amigo de Minas Gerais, o engenheiro mecânico David Aguiar ressaltou a preocupação com a sustentabilidade, com a fabricação de
Participantes da Soea visitaram as obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
pré-moldados e as reservas energéticas fotovoltaicas.“A segurança estrutural também é muito bem pensada, com uma manutenção fácil e uso de várias janelas de acesso aos pilares, o que dá mais segurança ao público.” Carta de Brasília
O encerramento da 69ª Soea foi marcado pela leitura da Carta de Brasília. O documento, aprovado por unanimi-
dade pelos participantes, destaca a necessidade de atualização da legisla-
ção e a defesa intransigente da valori-
zação dos que atuam nas profissões reunidas pelo Sistema. Acesse www.confea.org.br e leia a Carta na
íntegra.Também no final do evento, personalidades e danças gaúchas apresentaram o Crea-RS como anfitrião da Semana Oficial de 2013.
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A presença
CAUSOS DA ENGENHARIA
Por Ubirajara Tadeu Malaquias Baia*
As republicas de estudantes de Ouro Preto, MG,
Para o Rui, a aula era imperdível, pois estava pen-
sempre granjearam grande reputação como residências
durado em frequência. Só por isso. Iniciada a exposição
local de eventos os mais diversos, incluindo naturalmente
senão colocar seus óculos Ray-Ban escuros, recostar-se
de jovens durante os períodos letivos, mas também como os festivos. E as festas eram geralmente muito alegres, principalmente depois que todos atingiam o objetivo comum: encher a cara. E como. Essa rotina de fim de semana não era, portanto estranha a Repu-
do professor Marconi, o Rui não teve outra alternativa na cadeira e pedir ao Zezinho que o acordasse no momento da chamada. Mal aguentava manter os olhos abertos, mas a chamada era vital pra ele.
Em poucos segundos já estava em in-
blica Baviera, parte importante do
consciência pós-alcoólica, e até
circuito de Baco da Vila Rica. Há
roncando. Foi então que, mi-
muitos
nutos depois, o Rui deu-
anos, num domingo à
lhe uma cutucada para
noite, a cuíca cantou
pedir uma borracha.
solta a noite toda na
Para seu espanto, o
Baviera, com muita
Rui despertou, e
bebida, música e pa-
de um salto e
quera, em honra à
exibindo uma cara
visita de colegas uni-
de louco, deu um berro:
versitários do interior
de São Paulo, também
muito animados. Dentre os an-
PRESENTE!!!
Na confusão que se
Ilustração - Sidney Falcão
fitriões da Baviera, estavam o Rui e o
Zezinho, que ignoraram um fator trágico: depois do domingo vem sempre a 2ª feira.
Bem cedo na manhã daquela segunda, haveria a aula de Cálculo Numérico dada pelo professor Marconi. E os dois
amigos tiveram que subir para o Campus do Morro do Cruzeiro, o Zezinho razoável, mas o Rui numa ressaca federal, manifestada, sobretudo por um sono incontrolável.
seguiu, a primeira impressão dos
colegas e do professor foi de um surto
psicótico que exigia auxilio médico urgente. Mas não foi
preciso. O Zezinho conseguiu explicar todo o imbróglio
e o Rui se livrou da internação num hospício, e mais do que isso recebeu uma presença com louvor: é que sua presença tinha vencido a ressaca. E o seu grito, mais im-
portante que o do Ipiranga. Mas festa domingo à noite, pelo amor de Deus, nunca mais...
* Engenheiro civil e membro da Comissão Técnica de Transportes da SME
Escrito por Eduardo Távora Médico Nefrologista
P a r t i c i p e e e n v i e s e u “ c a u s o ” p a r a j o r n a l i s m o @ s m e . o rg . b r 58
Petrobras e AG Óleo e Gás. Abastecendo o Brasil de soluções.
A Andrade Gutierrez se orgulha de dizer que a parceria entre a AG Óleo e Gás e a Petrobras possibilitou a realização de diversos projetos importantes para o desenvolvimento do Brasil, como o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus, a Refinaria Gabriel Passos (Regap) e a Refinaria de Paulínia (Replan). Por isso, hoje a AG faz questão de agradecer à Petrobras e, em especial, à sua presidente, Maria das Graças Silva Foster, pela confiança depositada em cada uma destas obras. E reafirma sua crença de que esta parceria ainda tem muito a contribuir com o crescimento do País.