Revista Mineira de Engenharia - 13ª Edição

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IMPRESSO ESPECIAL

991 22 55 307- DR/MG SOC. MINEIRA DE ENGENHEIROS CORREIOS

DEVOLUÇÃO GARANTIDA

CORREIOS IMPRESSO FECHADO PODE SER ABERTO PELOS ECT

Ano 3 | Edição 13 | MAIO ‐ JUNHO 2012

RIO+20

DEPOIS DO DISCURSO A PRÁTICA

32

MEDALHA LUCAS LOPES Presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto é o homenageado pela SME

60 ANOS CEMIG Uma história de eficiência e orgulho nacional

33

18

8 Leia Mais

JOSÉ ISRAEL VARGAS Chefe de delegação do Brasil na Eco-92 fala sobre sustentabilidade e da RIO+20

|

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Congresso Mundial do ICLEI |

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Seja um associado da SME Compromisso com Você! A Sociedade Mineira de Engenheiros, por meio de sua equipe, tem desenvolvido uma série de trabalhos para atender cada vez mais e melhor a cada um dos associados.

São descontos de até 20% em academias, empresas automotivas, de artigos de decoração, buffets, clubes, consultórios, cursos de idiomas, empresas de turismo, faculdades, floriculturas, gráficas, informática, laboratórios, óticas, planejamento financeiro, seguros, serviços fotográficos, hotéis, beleza e estética, dentre outros.

Em seus 80 anos de existência, a SME trabalha para integrar, desenvolver e valorizar a Engenharia, a Arquitetura, a Agronomia e seus profissionais, contribuindo para o aprimoramento tecnológico, científico, sóciocultural e econômico.

Compromisso com o F uturo Aprimoramento profissional e inovação tecnológica também têm sido uma das grandes bandeiras da SME para oferecer os melhores produtos e serviços para você e sua família.

Produtos e Serviços Em nosso site há uma série de produtos e serviços como cursos, palestras, seminários, eventos e uma extensa gama de convênios que você poderá desfrutar.

Por meio do nosso site: newsletters, revistas, eventos e participação nas redes sociais, a SME tem se tornado, cada vez mais, um canal aberto para ouvir suas sugestões e para representar seu interesse.

Maiores Informações: www. sme.org.br - (31) 3292 3962 ou sme@sme.com.br

PRESIDENTE Ailton Ricaldoni Lobo VICE - PRESIDENTES Ronaldo José Lima Gusmão José Luiz Nobre Ribeiro Victório Duque Semionato Alexandre Francisco Maia Bueno Délcio Antônio Duarte DIRETORES Luiz Felipe de Farias Diogo de Souza Coimbra Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Marcílio César de Andrade Alessandro Fernandes Moreira José Flávio Gomes Fabiano Soares Panissi Janaína Maria França dos Anjos Normando Virgílio Borges Alves Clemenceau Chiabi Saliba Júnior SUPERINTENDENTE José Ciro Mota

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CONSELHO DELIBERATIVO Marcos Villela Sant'Anna Teodomiro Diniz Camargos Jorge Pereira Raggi Flávio Marques Lisbôa Campos Rodrigo Octavio Coutinho Filho Paulo Safady Simão José Luiz Gattás Hallak Alberto Enrique Dávila Bravo Cláudia Teresa Pereira Pires Márcio Tadeu Pedrosa Sílvio Antônio Soares Nazaré Felix Ricardo Gonçalves Moutinho Levindo Eduardo Coelho Neto Fernando Henrique Schuffner Neto Ivan Ribeiro de Oliveira CONSELHO FISCAL José Andrade Neiva Nilton Andrade Chaves Carlos Gutemberg Junqueira Alvim Alexandre Rocha Resende Wanderley Alvarenga Bastos Junior

CONSELHO EDITORIAL Ailton Ricaldoni Lobo Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz Janaína Maria França dos Anjos Fabiano Soares Panissi José Ciro Mota Ronaldo Gusmão Coordenador Editorial Ronaldo Gusmão Jornalista Responsável Luciana Maria Sampaio Moreira MG 05203 JP Projeto Gráfico Arte e Diagramação Blog Comunicação Marcelo Fernandes Távora tavora007@hotmail.com (31) 3309 1036 | (31) 9133 8590 Bento Simão, 518 | São Bento Belo Horizonte | Minas Gerais CEP 30350-750

Depto. Comercial | Vendas Blog Comunicação tavora007@hotmail.com (31) 3309 1036 | (31) 9133 8590 João Piccoli (31) 8918 4858 Tiragem 10 mil exemplares | Bimestral Distribuição Gratuita Via Correios e Instituições parceiras Publicação | SME Sociedade Mineira de Engenheiros Av. Álvares Cabral, 1600 | 3ºandar Santo Agostinho Belo Horizonte | Minas Gerais CEP:30170-001 Tel. (31) 3292 3962 sme@sme.org.br Fale conosco Contato editorial jornalismo@sme.org.br


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EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

A SME APRESENTA PROPOSTA EM DEFESA DA INDÚSTRIA NACIONAL Apesar de o País não correr riscos de uma crise econômica como está acontecendo com diversos países europeus, a nossa economia será afetada por alguns efeitos decorrentes do cenário internacional, especialmente os setores exportadores e aqueles que competem com produtos importados. Para os setores industriais que estão sofrendo desaceleração e, em alguns casos, até risco de desindustrialização, devido principalmente à concorrência predatória com os produtos importados, notadamente da China, o governo adotou medidas de estímulo que deverão trazer algum alívio e melhorar as expectativas, neste ano, de crescimento econômico do Brasil. Embora, o governo brasileiro acene com a adoção de medidas para conter o processo de desindustrialização, muito deve ser feito. A desoneração da folha deve ser acompanhada de uma reforma nos contratos de trabalho, desburocratizando a relação empregador/empregado, além da queda mais significativa da taxa de juros e a adoção do imposto único, o que reduzirá fortemente o custo administrativo, para que a indústria recupere

sua produção com lucratividade e competitividade no mercado internacional. Projeções feitas, já apontam que a redução do custo do INSS de 20% para 0% apenas para a indústria de transformação terá impacto positivo. Isso porque o custo fiscal dessa desoneração seria de R$ 1 bilhão para cada 1% de redução de contribuição. Assim, a redução de 20% custaria R$ 20 bilhões ao ano. Algumas medidas aguardadas pelo empresariado para recuperar a competitividade da indústria nacional, no médio e longo prazos, seriam incentivos e políticas voltadas para a inovação, desenvolvimento tecnológico, formação de recursos humanos, infraestrutura, logística, entre outros. No curto prazo são necessárias mudanças nos preços relativos, atuando principalmente na tributação, para que possa gerar um nível de câmbio também competitivo. A desoneração da folha de pagamento (custo fixo) é fundamental para a indústria de transformação brasileira, com a fixação de uma alíquota adicional de COFINS, e a criação de um mecanismo de crédito tributário para a Indústria de Transformação.

Ailton Ricaldoni Lobo Presidente da SME A criação desse mecanismo de crédito tributário amenizaria as dificuldades enfrentadas pelo setor, causadas pelas importações, principalmente a chinesa. De outro lado, para se ressarcir deste custo, seria criada uma alíquota adicional de COFINS, não cumulativa, de 9% a ser aplicada para todo o setor industrial. Esta alíquota, com base na arrecadação sobre os importadores, geraria recursos de aproximadamente R$ 27,3 bilhões. A proposta de criação do crédito tributário geraria no ambiente da indústria resultados favoráveis a exemplo do aumento na competitividade da indústria de transformação nacional; o estímulo ao emprego, a partir da redução do custo do trabalho interno. Além disso, promoveria a equidade de tratamento entre o trabalho local e o trabalho externo; neutralizaria a COFINS adicional para a indústria de transformação nacional via crédito tributário, impactando positivamente a economia com efeitos multiplicador e acelerador.

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EDITORIAL | PALAVRA DO PRESIDENTE

Em uma abordagem mais ampla relacionada aos objetivos do Plano Brasil Maior, poderá ser estimulada a formação de uma cultura empresarial voltada para P&D (investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico). O setor aguarda que o governo brasileiro, adote medidas cambiais que tranquilizem o empresariado, principalmente, quanto à possibilidade de se estabelecer patamares mínimos para o câmbio, em um regime de flutuação cambial considerando uma banda de R$1,90 à R$2,10. Para o setor, a desvalorização cambial provocaria um ajuste nos preços. Os empresários acreditam que sob o regime de câmbio flutuante é possível instituir políticas de controle, do ponto de vista fiscal. O governo possui instrumentos de monitoramento e controle, podendo impedir que o ajuste se transforme em inflação inercial não recorrente. Este seria o custo que a sociedade pagaria para resolver o problema do câmbio e de seus impactos nefastos sobre a produção industrial brasileira. A proposta de aplicação do IOF, como imposto regulatório, por excelência, poderá atuar como um inibidor de aplicações de curto prazo e indutor de aplicações de longo prazo, para residentes e não residentes no País. Para evitar a arbitragem, toda conversão de US$ para o

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R$ terá que ser tributada com o IOF, sem exceção. De outra parte, a restituição do IOF, por meio de crédito tributário, ocorreria no caso de receitas advindas da exportação nacional e / ou Investimento Direto efetivo, devendo ser comprovado pela empresa e atestado pela Receita Federal. A Receita seria a fiscalizadora desta política uma vez que o BACEN não possui a infraestrutura necessária para este tipo de ação.

terá um baixo impacto inflacionário na economia. De forma complementar, a COFINS vigente, também poderia integrar a política de desoneração/crédito tributário, caso fosse necessário, entendendo-se que a desvalorização cambial, dado o seu impacto inflacionário, seria a menor possível. Em seu conjunto as medidas adotadas pelo governo, representam um estímulo de R$ 60,4 bilhões para alavancar o desenvolvimento do

Diante da força dessas medidas e da certeza de sua eficácia, é natural que sua implementação gere alguma insegurança inicial. Portanto, tornase aconselhável que paralelamente à revogação das medidas de IOF aplicáveis à conversão do dólar para o real hoje existentes, seja aplicada uma alíquota do IOF relativamente “inofensiva”, por exemplo, de 1%.

setor industrial. Aliadas aos investi-

Esta será uma importante sinalização para o mercado, indicando que o governo está disposto a se valer de um instrumento que não permite rota de fuga e/ou contornos e, portanto, de arbitragem. Em um segundo momento, a alíquota do IOF deverá ser ajustada até o nível desejado de câmbio.

Fronteiras, podemos afirmar que

Para o empresariado mineiro, a medida proposta de desoneração do salário, que produziria um efeito correspondente a quase 15% de desvalorização cambial para a indústria de transformação nacional,

das com o propósito de elevar o

mentos na infraestrutura do País que são crescentes, às concessões e parcerias - nos aeroportos, por exemplo, ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico - PRONATEC, o projeto de implantação de escolas técnicas e as aplicações em ciência, tecnologia, inovação e educação - ProUni e Ciência sem superaremos o momento adverso e voltaremos a ter uma indústria nacional forte e competitiva num futuro próximo. Por fim, aproveitando o capital político que detém a presidenta Dilma, somando-se a isso, a contribuição das entidades civis organizaBrasil à condição de potencia tecnológica, certamente, em curtíssimo prazo, a indústria brasileira terá alcançado um patamar elevado de competitividade.


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READEQUAÇÃO CURRICULAR SME promove debate sobre o tema

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MESTRES DA ENGENHARIA Ederson Bustamante

22

TRANSPORTE - VLT Solução para BH

32

RIO+20 Depois do discurso a prática

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ENGENHEIRO EM FOCO Fabiano Panissi, 38 anos, engenheiro eletricista é perfil do mês

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EM DEBATE Mudanças prometem fortalecer o CETEC

8

ENTREVISTA José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras

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CEMIG 60 ANOS Uma exemplo de gestão em energia

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ICLEI Prefeituras em prol da proteção ambiental

38

SME | 12:30 Evento abre discussão sobre atividade industrial

44

MILTON GOLOMBECK A inversão de valores e a importância da engenharia

52

CARREIRA Oportunidades no mercado profissional devem ser equalizadas


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ENSINO | UFMG

Escola de Engenharia da UFMG está elaborando projeto de readequação curricular A Sociedade Mineira de Engenheiros (SME) recebeu o consul-

Alessandro Fernandes

tor

Moreira é vice-diretor da

da

empresa

ThreeJoy

Associates e professor aposen-

Escola de Engenharia da

tado da University of Ilinois at

UFMG e diretor da SME

Urbana-Champaign, David Goldberg, para uma palestra direcionada a representantes de diversas escolas de engenharia da cidade. Ele veio a Belo Horizonte para

têm um papel transformador da

“Apesar da necessidade de for-

auxiliar a diretoria da Escola de

sociedade.

mar engenheiros, o país não está

Engenharia da Universidade Fe-

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conseguindo atender a demanda

deral de Minas Gerais (UFMG) a

De acordo com o vice-diretor da

elaborar um plano de readequa-

Escola de Engenharia da UFMG e di-

ção curricular que visa controlar

retor da SME,Alessandro Fernandes

problemas como a evasão ou re-

Moreira, as instituições de ensino de

curso nos cinco ou seis anos ha-

tenção dos alunos. A iniciativa

Engenharia tem discutido temas

bituais por algum motivo. Sem

também pretende dar uma visão

afins, por isso a iniciativa de demo-

contar aqueles que saem da uni-

humanística à profissão, para que

cratizar o debate. Segundo ele, a

versidade e vão trabalhar em ou-

os futuros engenheiros com-

SME é um fórum independente o

tras áreas como a financeira, por

preendam, desde a academia, que

que tornou possível a iniciativa.

exemplo”, explica.

do mercado. Boa parte dos alunos não forma ou não conclui o


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David Goldberg é consultor da empresa ThreeJoy Associates e professor aposentado da University of Ilinois at Urbana-Champaign

No caso da UFMG, uma universi-

Antônia Sônia

dade pública, o problema de reten-

Alves Cardoso Diniz

ção dos alunos está entre 20% e

é engenheira eletricista e

30% do total de aprovados no ves-

Presidente da Comissão de

tibular. Moreira afirma que não há

Educação em Engenharia da SME

como mensurar esse atraso para os cofres públicos. “Há o custo da sala de aula e dos laboratórios e o fator tempo também”, enumera. Para o professor, a mudança no perfil dos alunos que chegam às universidades tem justificado a discussão contínua da melhoria da metodologia de ensino, seja para mantê-los motivados em relação ao curso de Engenharia ou mesmo para atrair novos

nheiros. “Os alunos que temos re-

também aconteça em outras insti-

cebido têm grande potencial de

tuições. “Não queremos competir

aprendizado. Eles têm acesso a

com ninguém. Se trabalhamos em

todo tipo de informação, mas é pre-

conjunto e na mesma direção, toda

ciso transformá-la em conheci-

a comunidade ganha”, lembra.

mento, o que demanda a consulta aos livros e horas de estudo tradicional também”, explica.

candidatos para a profissão.“Precisa-

A presidente da Comissão de Educação em Engenharia da SME, coordenadora do Green Solar e do curso

mos trazer mais alunos para a enge-

Com essa mudança, o que se es-

de pós-graduação em Engenharia

nharia, torná-la mais interessante do

pera é formar um engenheiro dife-

Mecânica da Pontifícia Universidade

ponto de vista pedagógico”, ressalta.

rente, que agregue o conhecimento

Católica de Minas Gerais, engenheira

técnico, sempre indispensável, a ha-

eletricista Antônia Sônia Alves Car-

A mudança curricular só se efetiva, segundo Moreira, a partir de uma nova metodologia de ensino e modelo pedagógico.Tudo isso depende da mudança de cultura do corpo docente. A adoção de novas ferra-

bilidades e competências comportamentais como a capacidade de se relacionar, trabalhar em grupo, fazer a gestão de pessoas e de projetos e, ainda, da empresa/negócios.

doso Diniz, as escolas de engenharia estão em um momento crucial.“Não conseguimos manter os alunos interessados usando os métodos pedagógicos antigos. A discussão é

mentas de aprendizado é parte do

Para o professor, o ideal é que o

sempre interessante porque traz

processo e um desafio para todos

processo de mudança curricular da

novas ferramentas para repassar o

nós que, na formação, somos enge-

Escola de Engenharia da UFMG

conhecimento”, considera.

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ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

o dia 11 de junho, a partir das 20

Neste ano, o engenheiro eletricista mineiro,

horas, na sede da Companhia Ener-

mestre em Engenharia Elétrica pela Universi-

gética de Minas Gerais (Cemig), a

dade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pre-

Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

sidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho

promove mais uma edição da solenidade de

Neto, será o profissional homenageado.

entrega da Medalha Lucas Lopes, honraria

De forma especial, a cerimônia coincide com

concedida aos profissionais da Engenharia de

datas significativas para três companhias de

destaque no exercício da profissão no setor

referência em energia elétrica brasileira –

de energia.

Cemig (60 anos), Eletrobras Furnas (55 anos) e

N 8


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José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras recebe a Medalha Lucas Lopes, honraria da SME

Eletrobras (50 anos) – que têm contribuído para o desenvolvimento nacional e de Minas Gerais e que o engenheiro conhece muito bem. Atualmente, à frente da Eletrobras, maior companhia do setor de energia elétrica da América Latina, desde março de 2011, José da Costa Carvalho Neto tem o desafio de manter a rentabilidade, a competitividade, a integração e a sustentabilidade da empresa de capital aberto controlada pelo governo bra-

sileiro para dar suporte ao processo de desenvolvimento nacional. Em 2011, a companhia registrou lucro líquido de R$ 3,733 bilhões em 2011, com alta de 66,1% em relação ao apurado no ano anterior, de R$ 2,248 bilhões. Nesta entrevista, o engenheiro fala sobre sua experiência profissional e sobre o desafio do setor energético nacional no presente e futuro.

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ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

Escolhi a engenharia elétrica ouvindo o conselho do presidente Juscelino Kubitschek. Quando ainda menino, o conheci. Ele me disse que o Brasil, para crescer, necessitaria de engenheiros “para construir usinas e estradas”. Fui admitido em 1966 como estagiário na Companhia Força e Luz de Minas Gerais, e lá fiquei até 1973, quando a Cemig a incorporou. Na Força & Luz, trabalhei nas áreas de geração, sub-transmissão e distribuição. Com a incorporação, passei a atuar na área de planejamento do sistema elétrico. No final de 1973 voltei para a área de distribuição como gerente da Divisão de Planejamento de Distribuição. A Cemig me deu muitas oportunidades de inovar e aprender. Além da prática, fiz mestrado em sistemas de potência e cursos de especialização em engenharia e gestão. Visitei empresas em

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Gostaria de destacar que poucas pessoas associam as hidrelétricas à energia limpa, mas o fato é que se trata de uma das melhores energias possíveis a um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade. E o Brasil tem destaque nesse cenário.

Por que o Sr. escolheu trabalhar para o setor de energia? Como foi a sua trajetória profissional até chegar a esse setor?

diversos países, aprendendo as mais modernas tecnologias e metodologias. Em 1991, após ter sido gerente da Divisão de Planejamento e Qualidade, do Departamento de Engenharia de Distribuição e superintendente de Desenvolvimento e Coordenação da Distribuição, me tornei diretor de Distribuição, acumulando, por quase um ano, a Diretoria de Produção e

Transmissão e a Diretoria de Projetos e Construção. Em meados de 1998 substituí Carlos Eloy, com quem tive a satisfação de trabalhar, na Presidência da Cemig e de seu Conselho de Administração, até janeiro de 1999. Entre 1999 e fevereiro de 2011, antes de assumir a presidência da Eletrobras, trabalhei na iniciativa privada. Qual o grande desafio do setor hoje? O maior desafio do setor de energia elétrica hoje é suprir o mercado com confiabilidade, qualidade, modicidade tarifária, universidade e sustentabilidade. Desta forma, devemos trabalhar para ampliar ao máximo a participação de fontes limpas, como as hidrelétricas, na matriz energética, além de investirmos cada vez mais em fontes complementares, como eólica e solar. Gostaria de destacar que poucas pessoas associam as hidrelétricas à energia limpa, mas o fato é que se trata de uma das melhores energias possíveis a


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José da Costa Carvalho Neto é presidente da Eletrobras será homegeado com a comenda “ Medalha Lucas Lopes”

um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade . E o Brasil tem destaque nesse cenário. Nossa matriz elétrica é composta prioritariamente por fontes renováveis, com 88% de participação. Os investimentos do país em energia renovável estão acompanhando o ritmo de crescimento econômico/social do Brasil? Sem dúvida. Diversos projetos de hidroeletricidade estão sendo desenvolvidos no país. Além disso, a energia eólica tem recebido cada vez mais investimentos, o que tem tornado competitivo o seu preço de mercado. É também importante a participação de usinas com biomassa. Os projetos de PCH tiveram um ret o r n o d e i m p l a n t a ç ã o b a s tante reduzido. Julgo que alguma medida deva ser tomada para sua revitalização. Ao mesmo tempo deve-se incrementar o estímulo a usinas solares, que terão grande uso no futuro.

Outro aspecto importante é a continuidade da construção de grandes hidrelétricas, especialmente na Amazônia, o que requer um entendimento entre a área energética e a ambiental para a implantação dos projetos de forma sustentável, com o devido esclarecimento à sociedade dos benefícios proporcionados à nação brasileira. Ressalto também como de fundamental importância, a integração energética com os vizinhos da América do Sul, que proporcionará o uso mais eficiente dos potenciais energéticos renováveis da região. A indústria alega que, entre os muitos custos da produção, está a energia elétrica, considerada uma das mais caras do mundo. Isso é realidade? Na realidade existe um pouco de exagero nesta afirmação. Por exemplo, em muitas comparações entre tarifas industriais, se excluem, no Brasil, os consumidores livres, que, se incluídos, reduziriam o preço médio brasileiro.

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ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

De qualquer forma, a tarifa média brasileira é superior a de muitos países por duas razões: a grande incidência de tributos e encargos nas tarifas e a grande dimensão territorial brasileira, que fazem com que os custos de transmissão e distribuição sejam superiores ao de outros países com menor dimensão.

Qual o maior desafio da Eletrobras nesse cenário? Nosso desafio é gerar, transmitir e distribuir energia, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do país, garantindo a rentabilidade para nossos acionistas. E mais, nós queremos ser o maior conglomerado global de energia limpa até 2020.

A boa notícia é que para o futuro poderemos ter redução nesses valores, seja pela redução dos tributos e encargos, seja pelo adensamento do consumo e pela redução dos custos com a renovação das concessões.

Acredito que são aspirações a altura de uma empresa que há 50 anos contribui para o progresso do Brasil. Outro grande desafio é aumentar nosso valor no mercado, mesmo levando em conta o vencimento de algumas de nossas concessões previstas no período 2015-2017.

Como está a competitividade do setor de energia brasileiro?

O que representa para o Sr. receber a Medalha Lucas Lopes?

Julgo que temos um modelo bem competitivo na geração e na comercialização, e convenientemente regulado na transmissão e na distribuição, que tem servido como paradigma p a r a d i v e r s o s o u t ro s p a í s e s d o m u n d o. É certo, que como qualquer modelo, são necessários algumas correções pontuais visando sua otimização.

É uma satisfação e orgulho muito grande receber esse prêmio. Dizem que ninguém é profeta em sua terra, mas, homenagens como essas, desmentem esse ditado. Afinal, eu nasci em Minas Gerais e fiz praticamente toda minha carreira no Estado. Agradeço a Sociedade Mineira de Engenheiros e a Cemig. Sou muito grato a esse reconhecimento de meus colegas.

Tucurui

PARAB P A ARAB B


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LEME LE ME ENGENHARIA ENGEN NHARIA

PARABÉNS P A ARAB BÉNS A JOS JOSÉ SÉ DA COST COSTA TA CARVALHO CARVALHO A O NETO PELA MEDALHA P MEDA ALHA LUCAS S LOPES

“De estagiário, em 196 1966, 66, a presidente prre esidente da Cemig, Cem mig, em 1998”. Neto resumiu seu Assim, José da Costa Carvalho C resumiu e seu currículo em entrevista jornal entr revista e ao jor nal V Valor a alo orr. De fato, a frase exemp exemplifica plifica a carreira carrre eira engenheiro, invejável do engenheir ro o, homenagedo pela SME este ano com a Medalha Lucas Lopes. a companhia Além de gerir g comp p panhia mineira,, foi também também secretário secrretário e Energia adjunto de Minas e Ene ergia de Minas Gerais, diretor-presidente dirretor e r-pr - re esidente Energia Equipamentos e da Arcadis Arrcadis c Logos Energ gia e diretor dirre etor da Orteng E frente Eletrobras, papel Sistemas. Hoje, à fr rente e e da Eletr robras, o tem pap pel determinante no fortalecimento e expansão exp pansão da estatal, uma das d maiores maiorres e do Energia mundo no setor de Ene rgia e a maior da América a Latina. subsidiárias estamos Através das subsidiária as da Eletrobras, Eletrro obras, estam mos trabalhando usinas Belo juntos nas obras das us sinas hidrelétricas hidrre elétricas de Bel o Monte e Jirau e de vários sistemas de d transmissão, projetos prrojetos o s fundamentais para energética para o crescimento crrescimento e e pa ara a diversificação da matriz m brasileira. contribuição É por sua inegável contri ibuição ao setor de Energia a e à engenharia homenagem a José da Costa que prestamos prrestamos e esta justa h Cos sta Carvalho Neto. Flavio Marq Marques ques Lisbôa Campos Presidente Pr esidente da LEME Engenha Engenharia aria e da T Tractebel ractebel Engineering América A Latina

A LEME Engenharia, pa parte arte integrante da T Tractebel ractebel r Engi Engineering neering (GDF SUEZ), é uma empr empresa esa com mais de 45 anos de experiê experiência ência em engenharia consultiva para a pr projetos ojetos nos segmentos de energia ene ergia e infraestrutura.

www.leme.com.br www .leme.com.br


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ENTREVISTA | JOSÉ DA COSTA CARVALHO NETO

A área de energia renovável tem aberto vagas de trabalho para engenheiros? Em quais áreas? Logicamente ao ampliar os investimentos, mais profissionais são contratados, em especial engenheiros. Dentre eles há grande número de vagas para engenheiros eletricistas, como também para civis e mecânicos, pois toda a cadeia produtiva é afetada, inclusive a ampliação de

com a consciência de que o progresso não deve ser obtido a qualquer custo, mas sim com respeito ao meio ambiente, o papel da hidroeletricidade, principal fonte de energia da Eletrobras, ganha ainda mais relevância. Em última instância, o futuro da energia no Brasil e o futuro da Eletrobras caminham de mãos dadas em uma estrada que vai ligar o desenvolvimento a preservação ambiental.

neta. A energia ainda é mais

E a energia nuclear? Onde essa matriz se encaixa no modelo energético brasileiro?

350 GW e o custo de gera-

É bom que se destaque que a energia nuclear é limpa, pois a geração não produz gases de efeito estufa. Considero que o país não pode abrir mão dessa importante fonte, já que possui uma das maiores reservas de urânio do pla-

solar, como já mencionamos

encomendas às fábricas de componentes de usinas. Como o Sr. analisa o setor de energia brasileiro? Quais as perspectivas de futuro para o setor? Analiso com muito otimismo o futuro do setor. Afinal, com a economia brasileira aquecida, o Brasil vai precisar de muita energia. Além disso,

cara que a hidrelétrica, mas também pode ser uma excelente complementação a nossa matriz hidrotérmica. E os projetos para as energias eólica e solar? Elas são importantes fontes complementares a energia hidrelétrica. Temos um elevado potencial de ambas no Brasil. No caso da eólica, o potencial “on shore” atinge cerca de ção já está competitivo com outras fontes. No caso da anteriormente, o custo ainda é elevado, mas para o futuro deverá ser bastante competitivo, principalmente com geração

distribuída, o

que

requererá sistemas de controle tipo “smart grid”.

Itaipu


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Itaipu


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MESTRES DA ENGENHARIA | EDERSON BUSTAMANTE

Ensina melhor quem conhece o dia a dia do mercado Há sete anos, após cinco de “en-

e aprovadas no Colégio Anchieta,

Para Bustamante, a vivência como

saio”, o engenheiro mecânico

no antigo curso de Admissão e,

professor estimula o profissional

eletricista graduado pela Univer-

posteriormente, na monitoria de

a não envelhecer no conheci-

sidade Federal de Minas Gerais

Máquinas Elétricas na Escola de

mento, porque a carreira exige a

(UFMG) e professor de Máquinas

Engenharia da UFMG. Por isso,

Elétricas e de Acionamento Elé-

lembra, ser professor sempre foi

trico do Instituto Politécnico

um trabalho prazeiroso.

da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUCMinas), Ederson Bustamante, 76 anos, decidiu que aquele era o momento de se aposentar da “sala de aula”.

dessa conduta foi logo reconhecido pelos alunos. Ao longo dos

Mas a carreira de engenheiro corria paralelamente. Na volta para Belo Horizonte, logo recebeu o convite para lecionar. “Naquele momento, a expe-

39 anos de atividades, o professor foi homenageado em todas as cerimônias de formatura. Para Bustamante, a quantidade imensa de

Na atividade, foram 39 anos que,

riência que eu já tinha adqui-

placas que ele guarda em casa é a

para ele, deixaram lembranças feli-

rido no mercado me ajudou

prova de que o magistério foi

zes. “Foi, sem dúvida, a experiência

muito na sala de aula”, destaca.

sempre um prazer, um gosto.

E esse foi o caminho que ele se-

“Respeito muito o conheci-

guiu para desenvolver no magisté-

mento da academia e não pode-

rio uma carreira que nunca foi

ria ser de outra forma, aquele

que vivi que me deixou marcas muito grandes e todas elas positivas”, resume. Tudo começou em 1966 quando ele retornou à capital do Estado, depois de trabalhar em projetos em Ipatinga e Ouro Preto, entre 1961 e 1965.

16

atualização contínua. O resultado

menos importante que o exercício da Engenharia. “Em Belo Horizonte, trabalhei na Petrobras, chefiando a divisão de manutenção do

conhecimento que adquiri através do professor, livros, estudo e vivência acadêmica é fundamental. Mas tendo oportunidade

Ele recebeu o convite por ser um

setor elétrico e, depois, a Divisão

jovem profissional que, em tão

de Engenharia. Acredito que essa

de associar a esse conheci-

curto tempo de carreira, já con-

comunicação direta com o mer-

mento a vivência profissional

seguia unir experiência prática e

cado é muito importante para o

dentro da área, aí é “sopa no

habilidade para ensinar, já testadas

professor”, explica.

mel”, resume.


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Crédito - Rubens Távora

Ederson Bustamante, 76, engenheiro mecânico eletricista graduado pela UFMG e professor de Máquinas Elétricas e de Acionamento Elétrico do Instituto Politécnico da PUCMinas.

Diferente do que se pensa, a profissional na sua atuação junto ao mercado formal. “O professor é uma pessoa avaliada constantemente pelos alunos. Ele já entra na sala de aula e começa a ser avaliado”, enfatiza. Quando começou a pensar em se aposentar, em 2000, reduziu as horas de aula para começar a se acostumar intimamente com a história que,

“Respeito muito o conhecimento da academia e não poderia ser de outra forma, aquele conhecimento que se adquire através do professor, livros e estudo e vivência acadêmica é fundamental. Mas tendo oportunidade de associar a esse conhecimento a vivência profissional dentro da área, aí é “sopa no mel”, resume.

na verdade, inauguraria uma nova fase da sua vida. Hoje, apesar da saudade, ele brinca

docência também ajuda o

cargo na Comissão Central de Pessoal Docente, que analisa o desempenho dos professores da instituição. Estar fora da sala de aula não significou muito tempo livre. Hoje, ele que sempre teve cargo no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas Gerais (CREA-MG) em diversas câmaras, continua a assessorar a entidade. “O trabalho voluntário foi a forma que encontrei para pagar os meus estudos ao povo. Eu estudei no Colégio Estadual e, posteriormente,

que teve força extra para se aposentar quando escutou

na Universidade Federal de Minas Gerais. Tenho que

dos colegas que “ainda era necessário”. “Aí eu pensei

devolver ao povo esse recurso”, ressalta.

que era melhor sair quando ainda era necessário que depois, quando não fosse mais”, analisa.

Ele ainda tem tempo para trabalhar, também, como voluntário na Fundação de Educação Artística, onde

Nesse meio tempo, ocupou a vice-diretoria do IPUC,

deixa o técnico em segundo plano para fazer uma

coordenou o curso de Engenharia Elétrica, criou o

coisa que sempre deu muito prazer: trabalhar com as

curso de Engenharia de Controle e Automação e ocupou

pessoas. Essa não é a essência da docência?

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ANIVERSÁRIO | CEMIG

Cemig completa 60 anos de bons serviços prestados ao desenvolvimento de Minas Maior empresa integrada do setor de energia elétrica do Brasil e responsável pelo atendimento de aproximadamente 30 milhões de pessoas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está comemorando, neste ano, 60 anos de atividades.

maiores do país. “Sabemos que o desafio é grande, mas acreditamos que podemos ocupar essa posição até o final desta década”, afirma o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais.

A empresa atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia, além dos segmentos de gás natural e telecomunicações. Hoje, é referência na economia global, reconhecida por sua atuação sustentável. Como um dos mais sólidos e importantes grupos do setor de energia elétrica, a meta para 2020 é estar entre as duas

O campo de atuação da Cemig estende-se a 23 estados brasileiros, com mais de 100 empresas e participação em 15 consórcios. A estratégia de expansão adotada permitiu ampliar a participação no controle acionário da Light, distribuidora que atende o Rio de Janeiro e outras cidades fluminenses. Além disso, possuímos participação em

A Cemig é responsável pela operação da maior rede de distribuição de energia elétrica da América do Sul e uma das quatro maiores do Em abril, a Cemig alcançou A CEMIG tem a maior mundo. Ocupa, ainda, a poa posição de maior grupo sição de maior comerciabrasileiro do setor de rede de distribuição de lizadora brasileira, energia elétrica em energia elétrica da sendo responsável pelo valor de mercado. No América do Sul atendimento de 25% Brasil, passou a CPFL 4ª maior do mundo. do mercado de consue a Eletrobras, na 3ª maior geradora, midores livres. Na área América Latina o de geração, a Cemig é a valor já é maior que o de energia com 7% de terceira maior geradora, da Endesa, com o comparticipação. com 7% de participação. promisso de continuar Responde também por 13% do trabalhando para prestar um mercado no segmento de transmisserviço cada vez melhor aos são. Os percentuais devem chegar a 20% clientes e contribuir para o desenvolviem cada um desses segmentos. mento de Minas Gerais.

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empresas transmissoras de energia elétrica (TBE, Taesa e Abengoa), investimentos no segmento de gás natural (Gasmig), telecomunicações (Cemig Telecom) e eficiência energética (Efficientia). Ainda conforme o processo de expansão, o Grupo Cemig anunciou parceria no controle acionário da Renova Energia, que há 11 anos atua no segmento de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas eólicas. Por intermédio da Light, a operação alcançou um total de R$ 360 milhões. O Grupo Cemig concluiu também a compra de participação em ativos no Brasil da transmissora espanhola Abengoa. O negócio no valor de R$ 1,1 bilhão ocorreu através da Taesa. “A expansão nesses segmentos, evidentemente, esta ligada ao crescimento da economia do Brasil. Mesmo com a crise mundial, o Brasil surge como uma opção segura de investimento o que nos possibilita prever que vamos continuar crescendo. Dentro desse contexto, a energia elétrica é estratégica para que o País avance a sua economia”, ressalta.

A Cemig detém a participação no consórcio responsável pela construção e operação da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Rondônia, que será a sexta maior do Brasil em potência instalada e a terceira em energia assegurada. Em parceria com a Light, concluíamos a aquisição estratégica de participação na Usina Hidrelétrica de Belo Monte, equivalente a 9,77% do capital social da Norte Energia, empresa que detém a concessão. Localizada na bacia do Rio Xingu, no Pará, Belo Monte é a maior usina atualmente em construção em todo o mundo e, quando finalizada, terá uma capacidade instalada de 11.233 MW. Além disso, a Cemig desenvolve pesquisas e projetos para produção e uso de biodiesel, geração de energia a partir de resíduos sólidos urbanos, produção de células combustíveis de alta temperatura e outras tecnologias de geração distribuída. No ano passado, iniciou a comercialização de energia gerada por meio do biogás composto por metano e gás carbônico, produzido pela decomposição de lixo de aterro sanitário.

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ANIVERSÁRIO | CEMIG

Mesmo com a crise mundial, o Brasil surge como uma opção segura de investimento o que nos possibilita prever que vamos continuar crescendo. Dentro desse contexto, a energia elétrica é estratégica para que o País avance a sua economia.

A Cemig contrata em torno de 700 profissionais de engenharia em Minas Gerais

Neste momento, atua também fora do Brasil com a Linha de Transmissão Charrúa – Nueva Temuco, no Chile. Em operação desde 2010, a LT de 205 km é resultado de parceria em consórcio com a Alusa. Até o final deste ano a empresa deve investir R$ 1,819 bilhão, totalizando R$ 3,333 bilhões através do Programa de Desenvolvimento da Distribuição (PDD), que realiza ações de manutenção, expansão, reforço e reforma da rede em Minas Gerais, além da substituição e modernização do sistema medição de energia. A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) receberá 30% desse investimento. De 2004 a 2011, a Cemig levou energia para 300 mil consumi-

20

dores da zona rural através do Programa Luz para Todos. O investimento foi superior a R$ 2,5 bilhões, dos quais o Governo de Minas, por meio da Cemig, participou com 77%. Para a Copa de 2014, a Cemig e s t á i nve s t i n d o c e rc a d e R$ 500 milhões no reforço da rede na RMBH, que passará a contar com novas linhas de transmissão e seis novas subestações, entre as quais a SE Serra Verde, que já está pronta. A companhia também investirá aproximadamente R$ 28 milhões em obras nos estádios Mineirão e Mineirinho, além do complexo olímpico CEU. As SEs Maracanã e Pampulha receberão novos equipamentos e serão ligadas ao Mineirão por mais de 11 km de rede subter-

rânea. Os outros R$ 20 milhões serão investidos na instalação de painéis fotovoltaicos. A expectativa é de que todo o complexo gere por volta de 1 MW. A previsão é de que as obras estejam finalizadas até dezembro. A Cemig está investindo R$ 65 milhões em redes inteligentes o u s m a r t g r i d , a t r av é s d o Projeto Cidades do Futuro. O programa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que desenvolverá essa nova tecnologia vai permitir o aumento da eficiência energética, a redução das perdas comerciais e melhoria na interação com o consumidor. O consumidor poderá verificar o seu consumo de energia em tempo real.


Djalma Bastos de Morais é presidente da Cemig FOTOS ACERVO CEMIG

dial, ão segura ossibilita rescendo. gia elétrica País a.

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Em Minas Gerais, Sete Lagoas foi cidade escolhida para os testes e contemplará aproximadamente dois mil consumidores. No Rio de Janeiro, mil clientes atendidos pela Light participam dos testes. Uma usina solar fotovoltaica de 3 MW interligada à rede elétrica será instalada em Minas Gerais e será a maior instalação fotovoltaica conectada à rede elétrica do Brasil.Hoje, a Cemig tem mais de 115 mil acionistas em 44 países, desde os mais tradicionais como Estados Unidos e Reino Unido até outros mais distantes como Austrália e países nas regiões da Ásia e Oriente Médio. Há 12 anos consecutivos, a CEMIG faz parte do Dow Jones Sustaina-

bility World Index (DJSI World), mantendo-se como a única do setor elétrico da América Latina. Fazer parte d o Í n d i c e D o w Jo n e s d e S u s tentabilidade reflete a responsabilidade da Cemig na condução de suas ações e o c o m p ro m i s s o p a r a c o m a g e ração atual e as gerações futuras. A Empresa busca, continuamente, o aprimoramento de suas práticas de sustentabilidade empresarial, alinhando-as às melhores práticas de gestão corporativa, respeito ao meio ambiente e ao bem-estar da sociedade. Além disso, a Cemig foi selecionada em 2011 pela sétima vez consecutiva para compor a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE)

da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Esse índice reflete o retorno de uma carteira composta por ações de empresas listadas na Bovespa reconhecidamente comprometidas com a sustentabilidade empresarial. Também é a única concessionária do setor elétrico da América Latina a fazer parte do The Global Dow Index. A Cemig ainda foi selecionada pela segunda vez consecutiva para compor o Índice Carbono Eficiente (ICO2). Desenvolvido pela BM&FBovespa e pelo BNDES, o indicador sinaliza para os mercados de capitais nacional e internacional que o País e as companhias listadas estão alinhados com as mais avançadas discussões sobre as mudanças climáticas.

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ARTIGO | TRANSPORTE URBANO

Solução para BH Por Luiz Otávio Silva Portela

população de Belo Horizonte ouviu no-

Uma opção de transporte pouco conhecida e que poderia

vamente que a ampliação do metrô e a

pôr fim aos crescentes problemas do trânsito da cidade

construção de novas linhas sairão do

é o metrô leve, na modalidade monotrilho. O modal

papel. Depois de tantos compromissos

trabalha com veículos leves com rodas de borracha, que

firmados e não cumpridos, fica cada vez

circulam em um único trilho, suspenso em concreto

mais forte nos moradores da capital mineira a sensação

armado, movidos por propulsão elétrica de maneira

de que, novamente, o projeto não vai para frente,

automatizada, ou seja, não há a necessidade de conduto-

considerando que essa novela dura mais de 30 anos.

res, nem de ocupar o mesmo espaço de carros e ônibus

A

e o relevo não representa a menor interferência. Sem pontuar as nuances políticas da questão do metrô, é preciso analisar as dificuldades técnicas e financeiras para

Um estudo do Instituto Federal do Espírito Santo

a sua implantação. Além de ter um preço de construção

aponta que o metrô leve tem custo médio por quilô-

consideravelmente alto, a topografia de Belo Horizonte

metro entre R$ 74 milhões e R$ 129,5 milhões, enquanto

não é favorável a praticamente nenhum tipo de transporte

o metrô varia entre R$ 148 milhões a R$ 222 milhões.

de massa. Então, o que fazer para solucionarmos o

Além de apresentar um menor custo, o modal também

problema do caos no trânsito da capital mineira que a

desapropria menos. Durante a implantação, as inter-

cada dia fica mais evidente?

venções no sistema viário são pequenas, já que os pilares ocupam menos de dois metros de largura nos

22

Em um primeiro momento, temos que parar de sermos

canteiros centrais. As vigas são pré-moldadas e

simplistas e começarmos a pensar em soluções arrojadas,

p o d e riam ser instaladas durante a noite, sem a

que complementem os modais já instalados na cidade.

necessidade de interrupção do tráfego.


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Luiz Otávio Silva Portela, engenheiro e membro da Comissão Técnica de Transportes da Sociedade Mineira de Engenheiros (SME)

Para implantar o metrô leve em Belo Horizonte há vá-

mundo têm metrô leve implantado e ele funciona de

rias possibilidades de rota e, obviamente, quanto maior

forma brilhante. O maior exemplo de sucesso é

a rede, maior a eficiência. Porém, a melhor opção, no

em Sidney, na Austrália, onde o metrô leve – por ser

momento, é começar uma linha na Lagoinha, passando

tão eficiente, silencioso e não poluente – passa dentro

pelo Mineirão, Aeroporto da Pampulha, Cidade Admi-

até mesmo de um prédio. São Paulo, a cidade com mais

nistrativa e chegando até o Aeroporto Internacional de

problemas de trânsito no Brasil, já percebeu esse re-

Confins.Trafegando por todo esse trajeto, o metrô leve

curso e começou a implantar o modal. Isso porque o

resolveria parte da carência de transporte na cidade,

metrô leve é capaz de atender 25 mil passageiros por

com a vantagem de o trecho até o Mineirão ficar

hora nos horários de pico em cada um dos sentidos.

pronto antes da Copa de 2014. Nem na projeção mais otimista, o metrô teria essa distância com o mesmo

É hora de apresentarmos uma solução eficaz para a

prazo, já que leva em média um ano para construir um

aplicação do dinheiro público. A população deve conhe-

quilômetro de metrô, ao passo que durante esse

cer outras soluções para conseguir se deslocar com

mesmo período, é possível construir cinco quilômetros

dignidade. Antes de usar todo esse valor em uma res-

de metrô leve.

posta pré-estabelecida, o ideal é abrir a discussão por uma opção mais útil. Não dá para os belo-horizontinos

A suspeita é que a utilização desse modal seja ainda tí-

se frustrarem mais uma vez e continuarem a viver

mida no Brasil em função da falta de arrojo no plane-

refém de engarrafamentos e de metrôs ultrapassados

jamento de transporte do país. Várias cidades no

e lotados.

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MEIO AMBIENTE | ICLEI

Congresso Mundial do ICLEI pretende engajar as prefeituras

Pela primeira vez na América Latina, evento esquenta discussão para a Rio+20

U

m dos eventos pa-

de desenvolvimento. “Com este

ralelos à Rio+20 é

evento, que tem o apoio e a

o 8º Congresso

parceria de várias entidades,

Mundial do ICLEI

vamos trocar experiências e

– Governos Locais pela Susten-

nos preparar para a Rio+20,

tabilidade, que terá Belo Hori-

com teses de interesse comuns

zonte como sede entre os dias

às cidades. Também vamos avan-

14 e 18 de junho. O evento que

çar no processo de internacio-

se repete a cada três anos, vai

nalização da de Belo Horizonte,

acontecer pela primeira vez na

do nosso Estado e consolidar

América Latina, reunindo prefei-

os conceitos que estamos cons-

tos de diversas cidades do mundo, bem como empresários, acadêmicos, organizações não

Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte

governamentais (ONGs), órgãos

24

truído dentro do planejamento de longo prazo da cidade, onde a sustentabilidade é questão fundamental”, analisa.

financiadores e pesquisadores

O prefeito de Belo Horizonte,

para apresentar projetos já imple-

Marcio Lacerda, enfatiza que um

O secretário municipal de Meio

mentados pelas administrações

encontro como este representa

Ambiente de Belo Horizonte,

municipais e, ainda, discutir estra-

uma oportunidade para que Belo

Vasco Araujo de Oliveira, tam-

tégias para os próximos anos.

Horizonte adiante o seu ritmo

bém está empolgado com a


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CLEI ituras As previsões de contínua urbanização, nos próximos 40 anos, sobretudo em países em desenvolvimento, devem ser planejadas e desenhadas com foco nas necessidades dos futuros habitantes do planeta. Para a secretária executiva regional interina do ICLEI – Secretariado para América do Sul, Florence Karine Lalöe, este é o momento de passar para uma sociedade de baixo carbono, uso mínimo de recursos e inclusiva. realização do congresso mundial do ICLEI na capital mineira. “Esse é um evento muito importante para a cidade. Primeiramente, pelo fato de a cidade ser a primeira da América Latina a receber o congresso mundial do ICLEI. Em segundo lugar, pela vinda de representantes de todo o mundo, hoje mais de 41 países já tem membros confirmados. Essa será uma grande oportunidade de mostrar ao mundo as ações de desenvolvimento sustentável feitas pela PBH, além

Vasco Araujo, secretário municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte

“A realização deste primeiro Congresso em nossa região re-

governos locais de vários países,

presenta o reconhecimento da re-

assim como os brasileiros, pos-

levância que as ações das cidades

sam identificar oportunidades e

latinoamericanas pela sustentabi-

replicar ações para lidar com seus

lidade tem ganhado globalmente e

desafios das próximas décadas.

o caminho aberto para incorporação de agendas cruciais para nossas cidades na pauta global, em especial as relacionadas a inclusão, coesão social e redução da pobreza. Em preparação à Rio+20, faremos um balanço sobre o que foi feito nesses últimos 20 anos e como devemos avançar”, explica.

De acordo com a secretária executiva do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e Ecoeficiência (CMMCE), setor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte (SMMA), Ana Maria Louzada Drummond Nogueira, o congresso já conta com mais de 1 mil participantes con-

de trocar experiências, receber

O congresso mundial do ICLEI

firmados que virão à capital de

novas perspectivas e projetos

também será oportunidade para

Mineira para debater a questão

que nos possibilitem melhorar

o intercâmbio entre as cidades e

ambiental e sua interatividade

ainda mais a questão ambiental

o compartilhamento de conheci-

com os aspectos políticos, econô-

em nossa cidade”, comenta.

mentos, possibilitando assim, que

micos, sociais e culturais.

25


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MEIO AMBIENTE | ICLEI

Maria Louzada Drummond Nogueira é secretária utiva do Comitê Municipal bre Mudanças Climáticas Ecoeficiência (CMMCE) de Belo Horizonte

O Congresso será dividido em oito

O fundador e membro do Conselho

que se considerar, ainda, que a capi-

agendas: economia urbana verde, no

da China para a Cooperação Inter-

tal tem uma porcentagem de área

contexto do desenvolvimento sus-

nacional sobre Meio Ambiente e De-

verde por habitante acima do reco-

tentável e erradicação da pobreza, ci-

senvolvimento e ex-secretário geral

mendado pela Organização Mundial

dade sustentável, cidades eficientes

do Clube de Roma, Winterthur,

da Saúde (OMS).

no uso de recursos, biodiversidade

Martin Lees, também, abordará o

urbana, cidades de baixo carbono e

tema “O Estado do Mundo”.

carbono neutras, cidades e comunidades resilientes, infraestrutura urbana verde e, ainda, comunidades felizes e saudáveis. Haverá também temas adicionais: eventos verdes, com foco na preparação da cidade para receber a Copa do Mundo de 2014 e, em se-

Belo Horizonte, preocupada em esOutro palestrante é o diretor

tabelecer políticas locais de mitigação

executivo da ONG canadense

e adaptação, institucionalizou a

“8-80 cities”, Gil Peñalosa também

Política Municipal de Mitigação dos

é presença confirmada, com a pa-

Efeitos da Mudança Climática, co-

lestra “Cidades para Pessoas”.

locando no seu planejamento estra-

A escolha de Belo Horizonte para sediar o congresso do ICLEI em

tégico, a meta de redução das emissões do município em 20%

Belo Horizonte pode ser explicada

(vinte por cento) até o ano de 2030.

por diversos fatores. O primeiro

Em maio de 2011, foi promulgada

deles é que a cidade é membro da

a Lei nº. 10.175/11 que institui a “Po-

Entre os palestrantes já confirmados

entidade desde 1993. Atualmente, a

lítica Municipal de Mitigação dos

estão o sócio fundador do The Next

cidade é parceira do ICLEI no pro-

Efeitos da Mudança Climática”.

Practice, membro do corpo docente

jeto-piloto “Políticas de Constru-

A Política Municipal de Mitigação dos

do Programa da Universidade de

ção Sustentável” (PoliCS), que

Cambridge para a Liderança de Sus-

integra a Campanha Global Cida-

tentabilidade e líder da campanha

des pela Proteção do Clima (CCP)

The Cities for Climate Protection,

e busca soluções para reduzir as

Jeb Brugmann, que proferirá a pa-

emissões de gases de efeito estufa

lestra magna “A Cidade Produtiva”.

no setor da construção civil.

O coordenador executivo da

O município também é reconhe-

orientado para a redução e mitiga-

Rio+20 , embaixador da França

cido internacionalmente pela sua

ção dos gases de efeito estufa,

para as negociações de mudanças

forma de fazer políticas públicas, so-

oferecendo, de forma propositiva,

climáticas e coordenador execu-

bretudo no que se refere à meto-

um conjunto de iniciativas para a

tivo da Conferência das Nações

dologia democrática que adota. No

adaptação do ambiente às mudan-

Unidas para o Desenvolvimento

âmbito nacional, Belo Horizonte é

ças climáticas promovendo melho-

Sustentável, Brice Lalonde, falará

a sexta maior cidade do País em

rias em sua infraestrutura de modo

sobre “Últimas notícias e legado

população, com 2,4 milhões de

a aprimorar a qualidade de vida

da Rio +20”.

habitantes e o quarto maior PIB. Há

do cidadão belo-horizontino.

guida, os Jogos Olímpicos de 2016 e, ainda, segurança alimentar.

26

Segundo Ana Louzada, a Prefeitura de

A energia eól

Efeitos da Mudança Climática está sendo implementada mediante a elaboração do “Plano Municipal de Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa”, que tem por objeto

Você que tem e quer consum gases causad

o planejamento urbano-ambiental

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PÓS-G

MEIO AMBIENTE | ICLEI

AQUI VOCÊ A São tratadas várias questões afins

CMMCE. Esse é um órgão cole-

Desde a sua implantação, o Co-

ao transporte, à energia, às cons-

giado e consultivo, tendo sido ins-

mitê tem aberto espaço para os

truções sustentáveis, ao uso do

tituído em 2006, atuando na

mais diferentes atores sociais,

solo, à saúde, à educação para o

articulação das políticas públicas e

registrando suas contribuições e

desenvolvimento sustentável, e

da iniciativa privada para a redução

discutindo-as nos Grupos de Tra-

aos mecanismos econômicos e fi-

de gases poluentes na atmosfera e

balho, cujos temas são: sanea-

nanceiros. “Assim Belo Horizonte

na conscientização ambiental da

mento (águas urbanas e resíduos

se prepara para ajudar a atingir

sociedade.

sólidos), eficiência energética e

metas climáticas nacionais e promover o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono”,

presentantes do Poder Público

energias renováveis e construções sustentáveis.

Municipal e Estadual, da sociedade

A Prefeitura de BH reúne um con-

civil, ONGs e do setor empresa-

junto de iniciativas, ações e pro-

Com o objetivo de apoiar a imple-

rial e acadêmico, o que garante a

gramas que, de alguma forma,

mentação da política municipal da

legitimidade da participação da

contribuem para a mitigação e

Cidade de Belo Horizonte para as

população em várias decisões re-

adaptação aos efeitos das mudan-

mudanças climáticas, a capital mi-

lacionadas à busca da sustentabili-

ças climáticas, propiciando uma

neira conta com a atuação do

dade ambiental no Município, com

melhor qualidade de vida do cida-

Comitê Municipal sobre Mudanças

a coordenação do secretário

dão belorizontino. Entre eles a

Climáticas

Municipal de Meio Ambiente.

coordenadora cita:

afirma.

e

Ecoeficiência

Selo “BH Sustentável”, O Programa de Certificação em Sustentabilidade Ambiental;

Projeto LED Projeto de Eficiência Energética da Sinalização Semafórica de BH ;

Operação Oxigênio Estações de Monitoramento da Qualidade do Ar;

Programa Vila Viva Plano Municipal de Saneamento ;

Estação de Aproveitamento de Biogás Programa de Conservação de Energia na Administração Pública Municipal;

28

O Conselho é formado por re-

Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Construção Civil PlanMob-BH Plano de Mobilidade de BH;

Programa BH mais verde Concurso Cidade Jardim Inventário das Árvores dos Logradouros Públicos de Belo Horizonte; Programa “Óleo Nosso de Cada Dia” Programa Drenurbs Programa de Recuperação e Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam).

PÓS-GRADUAÇÃO: Gestão de Pr Engenharia Logística | Engenh Engenharia de Vendas | Adminis MBA: Gestão de Projetos | Gestã


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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL | RIO+20

Rio+20 Encontro propõe que os países adotem medidas práticas para economia verde Entre o final do século XIII e

vamente para solucionar a crise

Segundo o físico, professor, ex-

meados do século XVII, o mundo

ecológica ou, pelo menos, mini-

ministro da Ciência e Tecnologia

vivenciou a Revolução Renascen-

mizar seus efeitos. Basta vontade

dos governos Itamar Franco e

tista, que deixou os feudos no

política e educação. Mesmo por-

Fernando Henrique Cardoso e

passado, instituiu o sistema eco-

que, nesse caso, todos estão “no

chefe de delegação do Brasil na

nômico capitalista, valorizou a

mesmo barco” e suscetíveis aos

Eco-92, José Israel Vargas, o des-

ciência, transformou as artes, os

prejuízos.

matamento da Amazônia aumenta

costumes e a cultura europeia.

períodos

de

Hoje, com o aparato tecnológico

crescimento do Produto Interno

e de comunicação existentes, um

cientistas e observadores em re-

Bruto (PIB) porque a indústria

movimento do gênero não de-

lação à Conferência das Nações

da construção, a indústria move-

mandaria tanto tempo para se

Unidas sobre Desenvolvimento

leira e as siderúrgicas precisam

consolidar em todo o mundo.

Sustentável, que será realizada

de madeira. “Antigamente, para

exatos 20 anos após a Eco-92,

abrir uma estrada, eles coloca-

Por que falar em revolução neste

entre os dias 13 e 22 de junho,

vam fogo nas árvores. Hoje, des-

início de século XXI? Porque a

no Rio de Janeiro. Para eles, a

matam e vendem porque o

mesma ciência exaltada pelo Renas-

confecção do documento final

produto

cimento tem afirmado diariamente

que resumirá o evento e dará di-

troca”, enfatiza.

que a sobrevivência do planeta Terra

retrizes futuras deve ter direcio-

e das mais de 7 bilhões de pessoas

namento prático.

adquiriu

valor

de

Diversos trabalhos científicos atestam que o mundo ficou mais

que o habitam está em risco. Uso

32

nos

Essa é a grande expectativa de

crescente dos combustíveis de ori-

Mais uma vez o Brasil ocupa

pobre nos últimos 20 anos. Hoje,

gem fóssil, má-gestão das águas,

lugar de destaque na discussão

a metade da população mundial

fome, visão de curto prazo para in-

sobre o cuidado com o meio

vive com até US$ 2 por dia. Em-

vestimentos e, ainda, falta de educa-

ambiente e a sustentabilidade.

bora a produção de alimentos

ção

população

No entanto, o país também tem

tenha aumentado, a distribuição

mundial são alguns dos problemas

dificuldades para fazer o para

ainda continua desigual.

que justificariam tal mudança.

casa e cumprir as metas assumi-

ambiental

da

das para 2020. Basta acompanhar

No caso brasileiro, os recordes

O que falta? Sair do discurso e

o debate em torno do novo Có-

sucessivos da safra anual de

ter a coragem de agir preventi-

digo Florestal.

grãos confirmam esse fenômeno.


José Israel Vargas é físico, professor e ex-ministro da Ciência e Tecnologia dos governos Itamar Franco e Fernando Henrique e chefe de delegação do Brasil na Eco-92

No entanto, o ecossistema do cerrado tem sido desmatado para dar lugar às lavouras e fazendas de criação de gado. “Diferente dos rios da bacia

FOTO - RUBENS TÁVORA

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amazônica, em que boa parte das águas provém da fusão das neves e do gelo dos Andes, os cursos

Outra dicotomia vivenciada pelo

segundo ele. O projeto de uma

d’água do cerrado, entre eles o

Brasil é a sua matriz energética.

usina hidrelétrica como a do Rio

São Francisco, dependem exclu-

Enquanto propagandeia que 47%

Madeira, tem uma linha de dois

sivamente da chuva. Com a ex-

da energia que produz é limpa, o

mil km, que sai de Porto Velho

ploração agrícola do cerrado e a

país investe pesado no Presal.

até Araraquara (SP) justifica des-

impermeabilização do solo gra-

Para o professor, embora o pro-

matamentos para abertura de

ças ao uso de fertilizantes, o vo-

jeto seja uma grande oportuni-

estradas para a manutenção da

lume de águas que saem das

dade de negócios a médio prazo

linha e, com elas, a criação de nú-

veredas e riachos não chegam ao

– com clientes interessados em

cleos de desenvolvimento ou pe-

São Francisco. Nesse ritmo, não

se livrar dos “humores” do

quenas vilas no meio da floresta.

haverá água suficiente para a

Oriente Médio – a perfuração a

transposição”, aponta. E as áreas que não são mais usadas? O reflorestar desses espaços “abandonados” que não servem para agricultura e pecuária é uma medida a ser adotada. Dessa forma, seria possível consertar um pouco do estrago e gerar recursos para o futuro.

5 mil metros de profundidade

Uma das áreas do conhecimento

para ter acesso ao petróleo re-

que tem sido convidado a parti-

presenta um risco muito grande de acidentes, como o que já aconteceu no Golfo do México. Em quanto isso, enfatiza Vargas, o Brasil continua importando gasolina e diesel. Já o álcool, um produto que poderia revolucionar o uso de combustíveis no país,

cipar da revolução ambiental que se anuncia é a Engenharia. Evitar o desperdício de materiais e o retrabalho, por meio da implantação de práticas sustentáveis do uso de energia, são algumas das ações que os profissionais da área podem adotar no seu dia a

ainda não é produzido na escala

dia de trabalho. “Energia cara é

O pior, avalia Vargas, é que a úl-

necessária para abastecer o mer-

trabalho produzido caro”, define

tima medição do volume de água

cado interno, apesar dos veículos

Vargas. Os profissionais devem

dos rios do Estado foi realizada

com motores flex, uma tecnolo-

ter em mente, também, que a es-

há 37 anos. Como não há um

gia nacional.

colha dos materiais que usam em

acompanhamento sistemático,

seus projetos não podem mais

não há como mensurar o que já

A produção da energia elétrica

impactar a natureza como em

foi perdido em recursos hídricos.

também deveria ser repensada,

outros tempos.

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL | RIO+20

Milton Nogueira é engenheiro metalurgista formado pela UFOP e especialista em Engenharia Econômica

Por isso, a Rio+20 merece a atenção dos profissionais e também das empresas de Engenharia, independente do segmento em que atuam para implementar mudanças gerais e rápidas para reduzir e/ou minimizar os impactos da atividade ao meio ambiente. “A Engenharia atravessa os três temas centrais da Conferência”, destaca.

Os engenheiros não podem se esquecer, também, que o uso da tecnologia tem efeitos positivos e negativos. Portanto, tudo deve ser conduzido com extremo cuidado para proteger o meio ambiente e, consequentemente, as pessoas.

ECONOMIA VERDE Entre 23 de abril e 4 de maio, em Nova York, aconteceu a quarta e última reunião de negociação dos itens da Minuta Zero, que gerou o Ras-

Sem conhecimento tecnológico e de Engenharia não há como fazer energia fotovoltaica, por exemplo. Da mesma forma, é o engenheiro que atuará, na prática, para melhorar a qualidade de vida das populações mais pobres, ainda carentes de serviços básicos como rede de esgoto, fornecimento de água potável e de energia elétrica. O carro elétrico e outros produtos que usem energia limpa também estão na lista de projetos que dependem da atuação dos profissionais

cunho Um da Rio+20, documento que servirá de base para os trabalhos e debates realizados durante o evento. Em linhas gerais há três pontos: o combate à pobreza, a mudança do modelo econômico marron (baseado no consumo de combustíveis fósseis) para a chamada economia verde e, ainda, uma nova governança global. O engenheiro metalurgista formado pela Escola de Minas (Universidade Federal de Ouro Preto –

“Não há como reduzir a pobreza com o esquema atual de obras. Deve-se criar esquemas de Engenharia simplificada para combater a pobreza”, recomenda. E tudo isso deve acontecer em poucas décadas. Na prática, é preciso rever a escolha dos materiais, os processos e, também, o conceito de conforto e comodidade que os projetos “vendem” para seus clientes para evitar o desperdício e o retrabalho.

UFOP) e especialista em Engenharia Econômica,

34

Milton Nogueira, trabalhou durante 20 anos na

O que é bonito em construção? E o que define um

ONU orientando governos sobre desenvolvi-

empreendimento de luxo? Para Nogueira, é preciso

mento industrial. “Mas logo se viu que a indústria

responder essas questões de forma diferente, sem

tem forte relação com a natureza e as pessoas e

contar com o apelo da indústria de materiais para isso.

quem vai fazer as mudanças necessárias e urgen-

“Depois da segunda camada, as outras são desperdício

tes são os engenheiros”, analisa.

mas isso é feito para agradar o cliente”, afirma.


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Enquanto isso, os efeitos do desrespeito à natureza continuam a siCláudia Pires é arquiteta e urbanista e presidente da Comissão de Meio Ambiente da SME

nalizar para problemas causados pelo consumismo, pelo individualismo que coloca o coletivo em xeque todos os dias. Secas em terras férteis em todo o mundo – inclusive no Brasil – é um exemplo de que as ações do homem sobre a natureza em pouco mais de um

A arquiteta e urbanista e presidente da Co-

século têm consequências. Muitas delas desas-

missão de Meio Ambiente da Sociedade Mi-

trosas.

neira de Engenheiros, Cláudia Pires, afirma que, tudo começa na concepção do projeto,

Para o engenheiro, o que se espera da Rio+20 não

a ferramenta de tomada de decisão. É nesse

é um ajuste de sintonia, mas uma revolução que

estágio que se define se a obra será ou não

afete os países, os investidores e as sociedades.

sustentável do ponto de vista ambiental. “Os

“O modelo econômico vigente aumenta a po-

profissionais confundem projeto com dese-

breza. Precisamos de uma governança dos países

nho. No Brasil, valoriza-se a construção mas

com vigilância recíproca para trazer formas de or-

não o projeto porque o pensamento é de que

ganização dos Estados, das empresas e da socie-

ele sempre pode ser mudado”, explica.

dade para socializar os bens produzidos”, aponta. Por outro lado, ainda impera entre os profisEssa mudança deve acontecer mesmo que o pre-

sionais da Arquitetura e Engenharia, cabe ao

sidente dos Estados Unidos da América e outros

outro ser sustentável. Assim, não é preciso

chefes de Estado não venham ao Brasil para a

mudar porque alguém já está fazendo isso.

Rio+20. Segundo Nogueira, as discussões come-

“A visão de mundo das pessoas deve mudar

çaram há dois anos e o que importa é o docu-

porque todas as decisões de consumo têm

mento final do evento e seu foco. Embora seja

consequências para a coletividade”, lembra.

uma reunião política, a Conferência é uma feira de ideias que serão apresentadas por ativistas,

Para a arquiteta, tanto os profissionais

cientistas, empresários e representantes dos paí-

quanto a sociedade devem prestar atenção às

ses. Algumas delas serão transformadas em leis

discussões da Rio+20 para deixar a alienação

que sozinhas não vão dar conta de fazer a revo-

de lado para tomar as decisões condizentes

lução que o mundo precisa vivenciar para man-

com a ética, a vida e o conceito coletivo de

ter-se vivo.

sociedade.

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SME | CTs Comissões Técnicas

Para responder às demandas da sociedade e dos seus associados, a SME constituiu várias Comissões Técnicas (CTs), que em reuniões regulares, aprofundam os debates de questões importantes para a sociedade, para Minas Gerais e o País. Compostas por profissionais atuantes, as Comissões Técnicas, terão, a partir dessa edição, um espaço na revista da SME para informar suas iniciativas.

COMISSÃO TÉCNICA ESPECIAL DE GESTÃO DE ÁGUAS PLUVIAIS DA RMBH Comissão Técnica Especial de Gestão de Águas Pluviais da RMBH que está desenvolvendo intenso debate e elaboração de propostas que possam contribuir para reduzir os efeitos da chuva na capital mineira e região metropolitana. O presidente da CT, Paulo Maciel Júnior, afirma que as 25 propostas elaboradas durante um workshop serão analisadas com maior profundidade, para que novos encaminhamentos sejam feitos com o objetivo, também, de uma ampla interlocução entre setores da sociedade civil, governo, entidades, as prefeituras da RMBH, entre outros. Estão sendo analisadas as mudanças de legislações e normas que tenham impacto na vida dos municípios, principalmente no período chuvoso, os usos de tecnologias na engenharia.

COMISSÃO TÉCNICA DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA Comissão Técnica de Educação em Engenharia – Neste primeiro semestre, a CT retomou com maior intensidade seus trabalhos com definição de agenda e eixos temáticos. De acordo com o integrante da comissão, professor Alessandro Moreira a comissão vai trabalhar ao longo desse ano, temas como as experiências inovadoras no ensino da engenharia em Minas, debates sobre o Programa Ciência sem Fronteiras, o sistema de cotas para o vestibular e qual o perfil profissional que o mercado busca neste momento. Essas discussões serão realizadas em seminários, debates internos e worshop com a participação de representantes de universidades de engenharia de todo o estado, além da produção de conferências nas quais a SME será o carro-chefe.

COMISSÃO TÉCNICA DE MEIO AMBIENTE URBANO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente Urbano e Desenvolvimento Sustentável, Cláudia Tereza Pereira Pires, afirma que essa comissão tem um papel muito importante na SME, junto com as demais CTs, ao analisar e contribuir para que as ações e políticas públicas resultem em mais proteção ambiental e consolidação da sustentabilidade. A partir das contribuições dos integrantes da comissão, ficou definido a realização de três estudos, alimentados por amplo debate dentro da entidade, junto à sociedade e aos poderes constituídos. O primeiro, sobre as legislações referentes ao uso do solo urbano e uso minerário; o segundo, que deve gerar uma análise dos impactos de vizinhança, que tem grande repercussão na cidade, e o estudo da Política Nacional de Resíduos Sólidos e suas repercussões em Minas Gerais.

COMISSÃO TÉCNICA DE TRANSPORTES A Comissão Técnica de Transportes, presidida pelo engenheiro civil Geraldo Dirceu Oliveira tem redobrado os esforços, com reuniões constantes, para debater a situação do transporte em Belo Horizonte e RMBH. Algumas propostas consistentes e econômicas têm sido apresentadas, a exemplo do mono-rail, que trariam grande desafogo no tráfego, a exemplo do que correu em grandes cidades de outros países. Há ainda a discussão sobre a continuidade das obras das linhas do metrô, que estão atrasadas há três décadas, com a expectativa de término do ramal: Pampulha/Savassi já projetado e a conclusão das obras das linhas para as BRTs.

COMISSÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL E URBANISMO Comissão de Construção Civil e Urbanismo foi constituída dentro das perspectivas do setor de construção civil e urbanismo, de forma a valorizar o profissional de engenharia e atender as ansiedades da população do Estado de Minas Gerais. Entre os principais objetivos dessa CT estão: valorizar o profissional de engenharia, contribuir para o desenvolvimento da sociedade; desenvolver ações que visem esclarecer a sociedade diante da realidade dos novos conceitos, práticas e tecnologias emergentes, realizar ações que possibilitem a valorização dos profissionais de Engenharia de Construção Civil e Urbanismo e trabalhar para que a SME, estabeleça um diálogo cada vez mais profícuo com a sociedade.

PARTICIPE VOCÊ TAMBÉM DAS COMISSÕES TÉCNICAS JÁ EXISTENTES OU PROPONHA NOVAS COMISSÕES À SME. SME@SME.ORG.BR


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SME | 12:30

Representantes do governo e da iniciativa privada falam sobre a atividade industrial

Humberto Barbato é Presidente da Associação Brasileira de indústria eletríca e eletrônica ABINEE

esindustrialização, concorrên-

cista e diretor de Exportação da Toshiba,

Embora as questões abordadas pelos pa-

cia externa predatória, hiper-

José Humberto Rodrigues Pereira disse

lestrantes não afete a sua empresa, é

valorização da taxa de câmbio

que foi convidado para o evento onde o

sempre interessante ouvir personalida-

e estagnação da indústria de transfor-

tema obordado foi de grande importân-

des da área econômica brasileira.

mação foram os principais temas abor-

cia para a empresa em que trabalha.

D

dados pelo diretor das áreas Financeira,

Aluno do curso de Engenharia Elétrica

“Temos muitos problemas para expor-

da Universidade Federal de Minas Gerais

tar agora devido ao câmbio, tributação e

(UFMG), Bernardo Afonso Salomão de

gargalos logísticos. O produto brasileiro

Alvarenga Filho, disse que teve uma

está sofrendo a concorrência de corea-

oportunidade impar de ouvir os dois pa-

nos, indianos e chineses”, destaca. Para

lestrantes. “Não vejo esse tipo de tema

dente da Associação Brasileira da Indús-

ele, a abordagem de temas do gênero é

abordado na universidade. Como estu-

tria Elétrica Eletrônica, Humberto

sempre importante para os engenheiros.

dante, acho que os pontos abordados

Barbado, palestrantes da última edição

O engenheiro eletricista e diretor da

do SME 12:30. O evento foi realizado no

Briskom, empresa da área de teleco-

dia 25 de abril na sede social da enti-

municações, Adilson Carvalho Batista,

dade, na região central de Belo Hori-

também marcou presença na última

A solução para o processo crescente de

zonte.

edição do SME 12:30. “Achei ótimo,

desindustrialização do Brasil passa, se-

O auditório cheio é prova de que o

primeiro pelo tema. Eu também tive a

gundo os palestrantes, pela mudança da

evento já faz parte da agenda dos enge-

oportunidade de encontrar muitos co-

tributação e pelo incentivo às empresas

nheiros mineiros. O engenheiro eletri-

legas”, comenta.

que geram empregos no País.

de Administração, de Operações Indiretas e da Secretaria de Gestão da Carteira Agrícola do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maurício Lemos e pelo presi-

38

Maurício Lemos é diretor das áreas Financeira, de Administração, de Operações Indiretas e da Secretaria de Gestão da Carteira Agrícola do BNDES

João Camilo Penna e Humberto Barbato

devem ser considerados já que estou me preparando para entrar no mercado de trabalho”, ressalta.

José Ciro Mota, Mau e Ailton Rica


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Ailton Ricaldoni, Maurício Lemos e João Camilo Penna

João Camilo Penna e Humberto Barbato

José Ciro Mota, Maurício Lemos e Ailton Ricaldoni

José Andrade Neiva, José Ciro Mota, Adilson Batista Carvalho e Samy Kopit

Maurício Lemos, Ailton Ricaldoni e Marcos de Assis Martins

Maurício Lemos e Vereador Tarcísio Caixeta

José Luiz Nobre Ribeiro e Aloisio Vasconcelos

João Camilo Penna e Ronaldo Gusmão

Eduardo Paoliello, Maurício Lemos e Humberto Almeida

Ronaldo Vasconcellos e Maurício Andrade


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PERFIL |

FABIANO PANISSI

Engenheiro reserva espaço na agenda para a experiência associativista

ormado pela Pontifícia Universidade

após a colação de grau, mas ainda na universidade,

Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

seja por meio de estágios ou experiências que permi-

há 12 anos, o engenheiro eletricista

tam que o estudante se aproxime da realidade da

Fabiano Panissi, 38 anos, é aquele tipo

atividade. “Engenharia é trabalho em equipe. O meu

de profissional que acompanha o mercado e,

trabalho é um entre muitos que compõem uma en-

sobretudo, suas demandas e processos de mudança.

grenagem. Se faltar esse dente, trava tudo”, ressalta.

Para tanto, especializou-se em três áreas chaves –

Foi a partir daí que ele decidiu abrir espaço na

Engenharia Ambiental, Manutenção e Segurança do

agenda para a experiência associativista, em uma

Trabalho – que têm dado a ele a oportunidade de

entidade que representasse os profissionais do

construir uma carreira completa que tem como

setor de engenharia. A Sociedade Mineira de

base a necessidade de adquirir conhecimento e ex-

Engenheiros (SME) acabou encantando o então

periência. “Todas as especializações que fiz são

estudante que começou a frequentar a “casa” às

áreas afins. Manutenção e engenharia elétrica têm

sextas-feiras, por causa das palestras gratuitas

grande afinidade. A engenharia ambiental é uma

sobre temas atuais que interessam aos engenhei-

tendência do presente/futuro e tudo, na engenharia,

ros, com direito a troca de experiências e debates.

F

envolve a segurança do trabalho”, explica. Desse primeiro contato vieram outros. Ele descobriu

40

Mas o estudo não é tudo na vida do engenheiro que

que na SME estava entre os seus iguais, mesmo sendo

tem uma visão sistêmica da carreira que escolheu.

estudante. “Comecei a interagir com os engenheiros já

Para ele a formação desse profissional não começa

formados e aprendi a discutir e debater engenharia.


FOTO :RUBENS TÁVORA

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Fabiano Panissi, 38 anos, engenheiro eletricista, formado pela PUC Minas, acompanha o mercado e, sobretudo, suas demandas e processos de mudança.

Aqui não tem chefe e nem a figura do estagiário.Todos

ter um “norte” para começar a carreira com o pé direito.

são tratados de forma igual”, analisa. Ao receber o

E isso fica ainda mais fácil quando se pode conversar

convite para se tornar sócio, ele não hesitou.

com colegas que já estão com 20, 30 ou 40 anos de formados, que já acertaram e erraram e que têm co-

Primeiro, participou da Comissão de Energia e depois,

nhecimento suficiente para nos passar”, comenta.

da que aborda temas ligados às Telecomunicações e Informática. Depois de ser Conselheiro Regional Do

Além da rede de contatos e da possibilidade de estu-

CREA-MG pela SME e Coordenador do CREA-MG Jú-

dar temas de relevância para a engenharia, a participa-

nior em 2011, ele integrou a chapa da atual diretoria

ção em entidades de classe também abre um leque de

da SME, onde ocupa o cargo de Diretor de Assuntos

oportunidades para os profissionais, independente do

Institucionais. Para Panissi, a experiência de conhecer

estágio em que estão na carreira.

profissionais de renome no mercado tem sido muito interessante para a sua formação como engenheiro.

Para Panissi, a participação na SME é uma troca

“Antes de chegar à diretoria, tive 10 anos de partici-

de experiências única, já que envolve engenheiros de

pação e empenho”, afirma.

diversas gerações e áreas. Os mais experientes ajudam os mais novos a determinar o próprio rumo. Os mais

Para o engenheiro, é fundamental que os recém-for-

novos, que chegam com mais energia, aplicam os conhe-

mados e jovens engenheiros se aproximem das enti-

cimentos que estão sendo repassados a cada encontro.

dades que os representam. “Via SME eles conseguem

“A SME promove esse “casamento”, conclui.

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OPINIÃO | MILTON GOLOMBECK

A inversão de valores e a importância da engenharia Por Milton Golombeck

Vivemos em uma sociedade na

responsável pelo progresso da

tores do marca-passo. Graças a

qual são valorizados predominan-

humanidade em todos os campos

elas, atualmente mais de 4 mi-

temente as aparências e o gla-

do conhecimento humano. O

lhões de pessoas estão vivas. São

mour. Modelos, cantores, atores

futuro não depende das celebri-

instalados mais de 400 mil

e atletas se sobrepõem, com seus

dades, muitas das quais alegram e

marca-passos por ano no mundo.

valores, a outros valores essen-

satisfazem o nosso dia a dia, mas,

Na inauguração das grandes

ciais ao progresso da condição

sim, dos cientistas, pesquisadores

obras de Engenharia costumam

humana e à melhoria da quali-

em todas as áreas, tecnólogos e

aparecer as autoridades even-

dade de vida. Mas o problema

engenheiros que continuam a

tualmente de plantão. Mas os

não é apenas brasileiro; é fenô-

construir as condições para um

nomes dos engenheiros e dos

meno universal, com algumas

futuro melhor.

projetistas que as projetaram e

raras exceções.

42

Na mesma semana em que os

construíram, invariavelmente são negligenciados

e

esquecidos.

Não se pode esquecer que basi-

jornais, revistas e TVs gastaram

camente tudo o que utilizamos

páginas e horas para mostrar e

em nosso dia a dia - meios de

comentar as roupas e joias usa-

transporte, tais como rodovias,

das na entrega do Oscar, foi dado

Nos folhetos de venda dos imó-

ferrovias, aeroportos, edifícios

o prêmio Russ Prize - equiva-

veis e coquetéis de lançamentos

residenciais, espaços para abrigar

lente ao Nobel de Engenharia -

aparecem os paisagistas, decora-

hospitais, escolas, centros cultu-

para os engenheiros Earl Bakken

dores de interiores e imobiliá-

rais etc., tudo isso são projetados

e Wilson Greatbatch. Contudo,

rias. Mas não aparecem os nomes

pela inteligência de arquitetos e

nenhum comentário apareceu na

das empresas de Engenharia en-

engenheiros. A engenharia, em

mídia a respeito disso. E essas

volvidas nos projetos de estrutu-

meu entendimento, é a maior

personalidades, foram os inven-

ras, fundações e instalações.

Quando muito, são divulgados nos nomes das construtoras.


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Milton Golombek

“ A engenharia é encarada quase

do valor geral de vendas (VGV)

mais estudantes se interessem em

como um mal necessário. Só

enquanto todos os projetos de en-

entrar num dos campos mais desa-

somos lembrados quando ocor-

genharia da obra somados repre-

fiadores e gratificantes das ativida-

rem catástrofes e acidentes em

sentam no máximo 2% do VGV.

des humanas: a engenharia!

obras. Nestas horas, todos que-

Pior: ninguém discute os gastos

rem identificar os engenheiros

com corretagem. Em compensa-

responsáveis. É nossa, a responsa-

ção discutem os custos de projeto

bilidade de mudar este quadro, va-

e das soluções de Engenharia.

lorizando nossa profissão, fazendo

Trata-se de uma total e absoluta

Milton Golombek é presidente da Associação Brasileira de Empresas de Projetos e Consultoria em Engenharia Geotécnica (ABEG) .

com que as conquistas da Enge-

Inversão de Valores! Com o cres-

Consultor de Fundações , com mais de

nharia sejam reconhecidas e dei-

cimento da economia no Brasil,

35 anos de experiência.Sócio-Diretor

xem de ficar em terceiro plano.

cada vez mais a nossa profissão

da Consultrix, emprêsa líder na área

Esta falta de reconhecimento e va-

será necessária. Com mais de 40

de Consultoria de Fundações, com 57

lorização tem consequências dire-

anos de atividade, passando por

tas nas remunerações dos serviços

vários planos econômicos, posso

edificios, pontes, indústrias, shopping

de engenharia. As imobiliárias, que

afirmar que escolhi a profissão ideal.

centers, viadutos, obras especiais.

não tem nenhuma responsabili-

Precisamos de mais engenheiros e

dade pelas edificações, nem pelo

tecnólogos urgentemente. A valo-

Brasileira de Empresas de Consultoria

seu desenvolvimento, recebem 6%

rização da profissão fará com que

Geotécnica (ABEG).

anos de existência, tendo projetado mais de 10.000 obras em todo Brasil:

Presidente pela 3ª vez da Associação

43


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21º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação Inscrições até 10 de setembro de 2012

A Sociedade Mineira de Engenheiros – SME abre inscrições gratui‑ tas para o Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação para os estudantes regularmente matriculados nos cursos de graduação de instituições de ensino superior em Minas Gerais nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. O regulamento está disponível no site: www.sme.org.br/premio ou pode ser solicitado por e‑mail: premio@sme.org.br

www.sme.org.br/premio


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PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

Por Olavo Machado Junior | Presidente da FIEMG

M

inas Gerais viveu

Pinheiro (FJP) e o Centro de

cesso de desindustrialização, que

nos anos 70 um

Apoio à Pequena e Média Em-

fragiliza a indústria nacional, mina

extraordinário e

presa – o CEAG, do qual se ori-

a competitividade das empresas

bem

ginou o SEBRAE-MG.

brasileiras nos mercados interna-

sucedido

processo de Industrialização. Muitas razões explicam esta explosão de desenvolvimento industrial. Uma delas, sem dúvida, foi o aparato institucional de apoio e promoção estruturado pelo governo mineiro à época. Com importância estratégica, o CETEC se destacava neste apar a t o, a o l a d o d o B a n c o d e Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), CEMIG, Instituto de Desenvolvimento Industrial (INDI),

46

cionais e escancara o nosso merNeste momento, a comemoração dos 40 anos de fundação do

cado

interno

a

produtos

importados das mais diversas

CETEC nos oferece a oportuni-

origens, sobretudo os de alta in-

dade de refletir sobre a realidade

tensidade tecnológica e, por-

da indústria mineira e brasileira.

tanto, de maior valor agregado.

Na década de 70, especialmente no Estado, o objetivo era acele-

É neste contexto que deve ser

rar o processo de fortaleci-

considerada a união entre o

mento e diversificação de sua indústria, o que, à exceção de São Paulo, valia também para as demais regiões do país.

CETEC e o SENAI de Minas Gerais. Estou convencido de que esta parceria vai viabilizar a criação, no Estado, de um dos maiores e mais importantes centros

Companhia de Desenvolvimento

Quatro décadas depois, o grande

de inovação e desenvolvimento

Industrial (CDI), Fundação João

desafio é frear e reverter o pro-

tecnológico do País: o Centro de


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É, com certeza, a união de dois gigantes na área da inovação, do desenvolvimento tecnológico, da formação e qualificação de recursos humanos em nível de excelência. É, também, um trabalho que começa imediatamente e se apóia, sobretudo, na valorização do capital humano do CETEC e do SENAI, um patrimônio de valor incalculável constituído por técnicos e cientistas que se destacam entre os mais qualificados do País. O compromisso maior é com a competitividade de Minas Gerais e de sua Indústria. A sinergia entre a indústria mineira, com o SENAI, e o Governo do Estado, com o CETEC, proporcionará o desenvolvimento de soluções inovadoras, promoverá a difusão do conhecimento científico e tecnológico e garantirá a formação de profissionais para suprir as empresas mineiras na demanda por soluções tec-

Olavo Machado Junior é presidente da FIEMG

nológicas essenciais à sua competitividade. O CETEC é um grande e importante patrimônio a serviço da indústria de Minas Gerais e da sociedade mineira e o seu bem mais valioso é exatamente o seu quadro de colaboradores formado por técnicos, especialistas e cientistas de alta qualificação e que vêm somar-se aos profissionais do SENAI de Minas Gerais. A parceria CETEC/SENAI, que já produz efetivos resultados, vai nos permitir intensificar o

Desenvolvimento Tecnológico do Brasil: o CETEC-SENAI. Essa iniciativa conta com o

processo de inovação tecnológica na indústria mineira, influindo e interferindo na realidade que ainda faz do Estado, predominantemente,

apoio incondicional do governador Antônio

um produtor de commodities minerais e agrí-

Anastasia e dos secretários Nárcio Rodrigues,

colas. Estes, evidentemente, são setores funda-

de Ciência e Tecnologia, e Renata Vilhena, do

mentais para Minas e também para o País como

Planejamento. Nessa solidária parceira unem-

fonte generosa de geração de divisas, mas o

se, portanto, o governo do Estado e a indústria

fato é que Minas precisa diversificar e agregar

mineira, representada pela Fiemg.

valor à sua indústria.


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PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

A parceria CETEC/SENAI tam-

A união CETEC – SENAI, sem

53 centros de formação profis-

bém vai estimular a consolidação,

dúvida alguma, irá gerar uma si-

sional, reforma, além da amplia-

no Estado, de uma indústria com

nergia ainda maior nessa dire-

ção de 250 escolas e a aquisição

setores intensivos em inovação e

ção, contribuindo para produzir

de 81 unidades móveis. Com o

diferenciação de produtos, cons-

conhecimento e, assim, fortale-

investimento, a oferta de vagas

truindo base segura para saltos

cer setores capazes de diversifi-

oferecidas

na qualificação de nossos recur-

car a pauta produtiva estadual.

Senai irá praticamente duplicar,

sos humanos, no aprimoramento

Até nas cadeias produtivas dos

passando dos atuais 2,5 milhões

da produtividade e na agregação

setores da mineração e metalur-

para mais de quatro milhões de

de valor aos produtos mineiros,

gia, nas quais Minas apresenta

vagas até 2014.

com reflexos diretos sobre os

vantagens competitivas espe-

ganhos de mercado, mais expor-

ciais, há espaço para iniciativas

tações, internacionalização da

objetivas que podem melhorar

economia e melhoria dos salários

os processos produtivos e de

e renda gerada na economia.

agregação de valor aos produtos

Minas Gerais tem potencial em vários setores intensivos em tecnologia e devemos explorar mais esse caminho. Vale destacar o crescimento da participação

48

finais. Enfim, com absoluta cer teza, a indústria de Minas vai ganhar em competitividade – e ganha muito - com a união CETEC/SENAI.

atualmente

pelo

A boa notícia para os mineiros é que o estado será o primeiro a receber o aporte financeiro, em um montante total de R$ 260 milhões de reais. Esse valor será destinado ao Cetec/Senai e à construção de três institutos de inovação, três institutos de tecnologia, sete centros de formação profissional e a aquisição

da indústria mineira de máqui-

Soma-se a esta importante par-

de outras quatro unidades mó-

nas e equipamentos, máquinas e

ceria a criação do Programa de

veis, voltadas ao atendimento de

material elétrico, e equipamen-

Apoio à Competitividade da In-

todas as regiões do estado. Esta

tos eletrônicos, de informática e

dústria Brasileira, anunciado re-

estrutura irá somar à mantida

médico-hospitalares, entre ou-

centemente pela Confederação

atualmente pelo Senai, repre-

tros, no Valor Bruto da Produ-

Nacional da Indústria. A inicia-

sentada por 86 unidades fixas,

ção estadual. São sinais de que,

tiva irá investir R$ 1,9 bilhão de

31 unidades móveis e 30 labora-

aos poucos, uma convergência

reais na ampliação da base de

tórios de prestação de serviços

de fatores vem tornando o

operação do Senai em inovação

para a indústria, 122 mil matrí-

Estado mais competitivo e atra-

tecnológica em todo o país. Esse

cular anuais e mais de 200 mil

t i vo p a r a a p ro d u ç ã o n o s

valor será destinado à constru-

atendimento em serviços técni-

segmentos de mais alta intensi-

ção de 23 institutos de inova-

cos e tecnológico prestados às

dade tecnológica.

ção, 38 institutos de tecnologia,

empresas.


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É melhor estar aproximadamente certo do que precisamente errado

J. J. Steiner - 1696

Por Paulo Gazzinelli | Ex-diretor do Cetec

tolice argumentar

forços visando somar sinergia

Teve ampla divulgação, na mídia

sobre a importân-

de ambos os setores. Os gover-

americana, a missiva ao Presi-

cia da parceria Go-

nos, municipal, estadual e fede-

dente Clinton, assinada por de-

verno/Empresa no

ral têm missão a cumprir nesta

zesseis executivos de grandes

processo de desenvolvimento

parceria e não lhes é lícito ab-

corporações americanas, aler-

do país. Experiências interna-

dicar dela. Da mesma forma, a

tando-o para uma provável

cionais já dirimiram dúvidas que

empresa depende de um es-

perda de liderança tecnológica

porventura pudessem existir.

forço conjugado para crescer.

do país caso se confirmasse

Falta então, entender com cla-

Não deve e não pode desempe-

anunciada redução de orça-

reza, o sentido da palavra par-

nhar papéis inerentes ao go-

mento para pesquisa. Este papel

ceria.

verno. Não

um

de vigilância acontece naquele

substituição de um parceiro

segmento substituir o outro

país respaldado pelo volume de

pelo outro nem tão pouco du-

sem comprometer interesses

recursos aplicados pela em-

plicação de esforços para alcan-

nacionais, com graves conse-

presa americana em P&D. Só no

çar

desenvolvimento

qüências para o bem estar dos

ano 2000 ela investiu mais de

econômico e social sustentável

cidadãos ou a estagnação do

cento e oitenta milhões de dó-

desejado. Parceria, neste sen-

processo de desenvolvimento

lares em pesquisa. Destes, 98%

tido, almeja conjugação de es-

econômico e social.

nos próprios laboratórios das

É

Certamente

o

não

é

como


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PONTO E CONTRA PONTO | CETEC

Paulo Gazzinelli é ex-diretor do Cetec e consultor em planejamento e gestão de C&T

empresas. Aqui, a empresa nacional investe muito pouco em pesquisa e os Governos não têm a manutenção de seus laboratórios como prioridade. Se

50

compararmos com outros esta-

pelo INDI. No seu início de

Entretanto, devido à incapaci-

dos do país Minas Gerais se

operações o CETEC teve con-

dade dos sucessivos governos

situa entre quinto e sexto luga-

tratos com clientes importantes

em perceber a sua importância

res no que se refere a itens

a exemplo da - VALE, ACESITA,

para o nosso desenvolvimento

como custeio em C&T em rela-

CBMM, FIAT, Cia Mineira de Me-

tecnológico fez com que o

ção à receita estadual; ao nú-

tais CEMIG, COPASA. dentre

CETEC se esvaziasse nestes 40

mero de pesquisadores por

outras. Projetos de grande im-

anos de existência. Perdeu, pela

milhão de habitantes e à expor-

portância para o Governo como

prática de política salarial não

tação de produtos intensivos

a concentração do fosfato de

condizente com o mercado, a

em tecnologia; dentre outros.

Araxá, estudos de uso da ma-

massa crítica necessária para a

deira para fins energéticos, ga-

produção e materialização do

Tudo que falamos até aqui tem

seificação de madeira e carvão

conhecimento tecnológico em

a ver com o Convênio assinado

vegetal, projetos de pesquisa na

bens e processos industriais e

em 2011 pela Direção do

área ambiental e no Programa

para a busca de conhecimento

CETEC e a Direção do SENAI

Nacional do Álcool são apenas

das potencialidades do nosso

sob interveniência do Estado.

algumas das inúmeras contribui-

Estado.

Criado em março de 1972, para

ções do CETEC para a socie-

dar apoio ao Parque Industrial

dade Acordos internacionais

Resta então a pergunta: Como o

local, o CETEC preencheu la-

fizeram do CETEC uma referên-

convênio com o SENAI poderá

cuna existente, diagnosticada

cia nacional e internacional.

ajudar o CETEC na sobrevivência


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O SENAI presta relevantes serviços à nação na formação de mão de obra técnica para a indústria, mas não tem qualquer tradição em pesquisa tecnológica. Treinar jovens em disciplinas técnicas é muito diferente de inovar para competir.

Paulo Gazzinelli como uma entidade produtora de

por entidade privada? Como se

Isso significa que o Governo está

inovações, suporte tecnológico

dará o controle público de re-

abdicando de seu dever constitu-

aos vários segmentos do Parque

cursos do Tesouro Nacional e

cional de promover o desenvol-

Industrial do Estado e desenvol-

Estadual geridos por entidade

vimento tecnológico no Estado?

vimento de estudos de baixa

privada? O SENAI presta rele-

Para quem desconhece este

rentabilidade

mas

vantes serviços à nação na for-

valor informamos: é o orça-

grande potencial para oportuni-

mação de mão de obra técnica

mento da FAPEMIG de apenas

dades futuras?

para a Indústria, mas não tem

um ano e mal dá para cobrir des-

imediata,

qualquer tradição em pesquisa

pesas de pesquisa - sem contar

do

tecnológica. Treinar jovens em

salários - que envolvem congres-

SENAI, é mantida por recursos

disciplinas técnicas é muito dife-

sos, bolsas, material de consumo

de contribuição dos Sindicatos

rente de inovar para competir.

e equipamentos nas universida-

A

FIEMG, mantenedora

Patronais afiliados. Eles se senti-

des públicas e Institutos de Pes-

rão propensos em investir em

O Presidente da FIEMG, em re-

quisa do Estado. Como se vê, as

projetos de cunho social como a

cente artigo, afirma que haverá

perguntas são muitas.

análise de água para hemodiálise

aporte de recursos para o

feita pelo CETEC para a rede

SENAI-MG de R$260 milhões

O que a sociedade gostaria de

hospitalar mineira? E o elevado

que permitirão, com o apoio do

avaliar são planos e dados, quanti-

custeio dos levantamentos de

CETEC, construir - o “Instituto

ficados com a necessária transpa-

potencialidades da nossa biodi-

SENAI de Inovação”, três Institu-

rência para por fim à sensação de

versidade e riquezas minerais?

tos de inovação, três de tecnolo-

que o patrimônio público, cons-

Como ficará a questão do sigilo

gia, sete centros de formação

truído em quarenta anos não está

de desenvolvimentos tecnológi-

profissional e quatro unidades

sendo transferido para as mãos de

cos de interesse governamental

móveis. E a quem caberá a sua

alguns sindicatos patronais sem

passando o CETEC a ser gerido

manutenção ao longo do tempo?

benefícios visíveis para ela.


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ART | A Responsabilidade Civil do Engenheiro

ART-0086 De acordo com a Lei Federal 6496

Parte da taxa recolhida para o regis-

de 07 de dezembro de 1977, todo contrato

tro da ART é destinada à entidade de classe

para prestação de serviços por engenheiro,

escolhida por opção do profissional, para

agrônomo, geógrafo e meteorologista, seja

aplicação em projetos de valorização da pro-

ele profissional autônomo ou com vínculo

fissão e do profissional e de outras ativida-

empregatício, está sujeito à Anotação de

des associadas às suas atividades. O

Responsabilidade Técnica - ART.

formulário para preenchimento dos dados está disponível no site do CREA-MG, mas o

O documento deve ser preenchido

registro pode ser feito pela internet.

e assinado pelo profissional e pelo seu contratante, para registro no Conselho Regional de Engenharia, Agronomia - CREA da região onde os serviços serão executados. Além de ser uma necessidade legal, o profissional, ao registrar os projetos de sua autoria no CREA ao longo da carreira, forma um acervo técnico de propriedade legal, reconhecido pelas empresas na análise de seu currículo.

52

LEMBRE-SE! campo Ao preencher o asse” na ART, “entidade de cl ravés do cóescolha a SME at , você ajuda digo 0086. Assim tar a engea SME a represen er os melhores nharia e oferec convênios e cursos, serviços, cê. produtos para vo


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CARREIRA | MERCADO PROFISSIONAL

Oportunidades no mercado equalizadas com as expectat

Não há carreira que traduza me-

As ofertas de vagas para recém-

lhor o ritmo de crescimento eco-

formados e os anúncios sedutores

nômico que a engenharia. Há cinco

para programas de trainne cha-

anos a profissão voltou ao seu

mam a atenção dos chamados

lugar de origem – o topo – o que

“novos talentos”. Da mesma

tem se configurado como oportu-

forma, o engenheiro que pretende

nidades de trabalho rentáveis, não

melhorar seu desempenho tam-

apenas para quem está ingres-

bém fica interessado por oportu-

sando no mercado, mas para aque-

nidades e desafios. Afinal, em

les que já têm algum nível de

algum momento, a perigosa “zona

experiência adquirida, como técni-

de conforto” cansa.

dar boas pistas para o candidato”,

cos ou gestores.

net, conversas com a rede de amigos e colegas de profissão podem

É hora de enviar currículos atuali-

destaca.

De acordo com o consultor da

zados e participar de processos de

Pricewaterhouse Coopers (PwC),

Depois de anos de carreira na

seleção nos quais a empresa vai

especialista em Recursos Huma-

mesma empresa, o profissional se

analisar a experiência e o perfil do

pergunta se chegou ao topo, como

profissional para determinada vaga.

sonhou quando foi aprovado na-

No entanto, o profissional não

quele teste de seleção dificílimo e

pode se esquecer de que não está

começou a trabalhar e a fazer cur-

se vendendo, mas a sua força de

sos de aperfeiçoamento patrocina-

trabalho.

dos pela companhia.

isso começa com os jovens profis-

Por isso, antes de enviar um currí-

Segundo Miranda, as empresas têm

sionais. “O profissional que pre-

culo, é importante pesquisar a em-

atuado para auxiliar os profissio-

tende ingressar no mercado de

presa para saber se, apesar do

nais a avaliarem as carreiras. Algu-

trabalho deve ter visão clara do

trabalho e do cargo importante, o

mas usam a velha receita de

que ele espera da sua carreira e

profissional terá identidade com a

promover os técnicos especialistas

qual o tipo de trabalho pelo qual

cultura, o nível de pressão e os va-

em gestores de área. Mas esse não

tem interesse. O trabalho tem que

lores que a companhia requer de

é o único caminho, já que a car-

agradar”, afirma.

seus funcionários.“Buscas na inter-

reira em Y, que permite que tanto

nos (RH), Roberto Martins, embora o mercado esteja demandando cada vez mais engenheiros – com direito a salários bem competitivos – cabe ao profissional “tomar a rédea” da gestão de sua carreira. E

54

Roberto Martins é consultor da PricewaterhouseCoopers(PwC) e especialista em Recursos Humanos


s h u t er s t ock

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ades no mercado devem ser com as expectativas dos engenheiros experientes, muitas companhias não se intimidaram em buscar os seniores. “A visão da aposentadoria está mudando. O engenheiro aposentado volta para o mercado para dar suporte e transmitir o conhecimento que acumulou em anos de serviço, principalmente para os iniciantes. Com essa operação, as companhias conseguem equalizar seu quadro de funcionários, unindo profissionais de diferentes gerações e saberes.

os empregados da área técnica quanto aqueles que têm perfil para gestão possam continuar crescendo. “No passado, tinha-se a visão de que a pessoa só crescia na carreira se fosse promovido a gestor. Hoje, as companhias estão mapeando suas próprias necessidades e criando um modelo de carreira que abre possibilidade para os técnicos que podem chegar a consultores”, exemplifica.

No comparativo com os gestores, esse Jaqueline Silveira Mascarenhas é O importante, em todos os estágios da modelo permite que ambos tenham o psicóloga, professora universitária e carreira é o gosto pelo trabalho.. Para a mesmo ritmo de ascensão salarial, inclucoordenadora do Ibmec Carreiras psicóloga, professora universitária e sive. Em termos de hierarquia, decoordenadora do Ibmec Carreiras, Jaqueline Silveira pois de determinado momento, eles atingem Mascarenhas, esse é o profissional que vai sempre destao mesmo nível. car sobre os demais. Depois de anos de trabalho e com um networking respeitável, o engenheiro Para tanto, basta responder a algumas perguntas. O que decide que chegou a hora de ter o eu quero para minha vida profissional? Qual é, para mim, seu CNPJ. “Ser dono da própria a melhor empresa para se trabalhar? Quais as competênempresa requer novas compecias eu preciso aprimorar para atender às expectativas da tências que ele não usa empresa hoje e mais à frente? Do que estou disposto a quando é intraempreendedor abrir mão ou não? já que tem suporte da compa“Responder a essas questões é assumir e fazer gestão da prónhia para entregar as metas propria carreira. É munir-se de conhecimentos técnicos e interpostas”, lembra. Para Miranda, o pessoais, através de cursos e especializações em instituições empreendedorismo particular vai de ensino que tenham programas acadêmicos sólidos e em exigir do engenheiro maior comconsonância com as exigências do mercado, mas sem perder preensão e paciência já que, no iníde vista as suas expectativas e anseios profissionais”, analisa. cio, tudo será centralizado nele. A carreira não acaba com a aposentadoria. Com o aumento crescente da demanda de m e rcado por profissionais

Por isso, o principal é buscar aquela oportunidade que mais agrada e desenvolver, aprimorar as competências necessárias para atingir esse objetivo,lembra Jaqueline Mascarenhas.

55


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CAUSOS DA ENGENHARIA Por Eduardo Rubens F. Távora Para um pedestre, atravessar

Dr. Rodrigo acabaria não sendo

A estratégia funcionou muito

uma estrada movimentada em qual-

para o Otaviano, conhecido de

bem, como era de se esperar. Em

quer lugar do mundo é uma atitude

todos os “sapos”, pois trabalhava

segundos, Otaviano chegou ao alvo

temerária. Mas pode ser igualmente

há tempos na empresa.

da sua curiosidade.

perigoso fazer o mesmo numa rodovia de pouco movimento como a BR 040, na altura do trevo de Paracatu (MG), onde tudo aconteceu. Foi exatamente nesse ponto que, segundo relato do engenheiro Rodrigo Germani, ocorreu o fato que passo agora aos leitores.

Otaviano era carioca, e como tal, exibia as características clássicas dos nativos do Rio de Janeiro: puxava o “esse”, era falante, muito simpático, adorava ser animador de “fila”, mas no seu caso específico adicionava

grande surpresa e espanto, ao invés de um pedestre, jazia no asfalto um inocente burro, desses puxadores de carroça. Surpreso e desapontado, Otaviano abandonou a cena da tragédia tipicamente “à francesa”, cabisbaixo e silencioso.

uma outra, muito própria: era tão

Os repetidos brados de “Sou pa-

Numa bela tarde do ano de

curioso quanto um arqueólogo.

rente da vítima”, no entanto, não

1988, quando o Dr. Rodrigo, que à

Por essa razão, sentiu-se tentado

foram esquecidos pelos demais cu-

época trabalhava para a Rio Para-

a abrir caminho rapidamente até

riosos, que não o perdoaram. De

catu Mineração, chegava à empresa

a vitima, o que não foi difícil,

Otaviano, passou desse dia em

para o turno de trabalho, o veículo

dadas as “ombradas” aplicadas

diante a ser chamado de “Parente

que o transportava foi parado no

nos demais, que naturalmente

da Vitima”, alcunha que nunca mais

trevo por um bloqueio da Policia Ro-

lhe abriam passagem ao ouvir os

o abandonou...

doviária. Pela multidão de curiosos

brados de “Dá licença! Sou parente

que se aglomerava no local, ficava

da vitima”!

óbvio que ocorrera um acidente, mas curiosamente não havia veículo envolvido. Provavelmente um atropelamento. O bando “sapos” que tentava se inteirar do acontecido era composto, na sua maioria, por funcionários da empresa, à qual se juntou o Dr. Rodrigo

minutos

depois, sem conseguir abrir caminho até a vitima. Mas

“Dá licença! Sou parente da vitima”!

COLABORADORES DO CASO VERÍDICO Rodrigo Augusto Campos Germani, 50 anos, graduado em Engenharia de Minas pela UFMG, atualmente é Gerente de Desenvolvimento de Negócios da SNC – Lavalin, Canadense. Eduardo Rubens F. Távora, Médico, especialista em Nefrologia e Transplantes Renais; ex- Professor Adjunto de Clinica Médica da Faculdade de Medicina da UFMG.

esse problema para o

56 56

Para sua

Participe e envie seu “causo” para jornalismo@sme.org.br


o Rubens F. Távora

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Com 60 anos de exemplo de comprometimento no setor de energia elétrica, a CEMIG sempre se destacou na ousadia e no pioneirismo. A sua capacidade de gestão de qualidade aliada à sua competência técnica transpôs os limites do estado e hoje a CEMIG torna‑se uma empresa multinacional trazendo orgulho e desenvolvimento para os Mineiros.

Homenagem da Sociedade Mineira de Engenheiros. Por um Brasil melhor.


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Indústria sust

Este é o nosso com O Sistema FIEMG acredita que uma indústria sustentável se constrói através da competitividade, da inovação e da responsabilidade. Ser sustentável é ser competitivo. É produzir mais e melhor. É conquistar o mercado global e se preparar para um mundo cada vez mais exigente. Ser sustentável é ser inovador. É investir em novas tecnologias. É incentivar estudos e pesquisas para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços. Ser sustentável é ser responsável. É fazer da economia verde e da preservação da natureza uma realidade. É buscar processos de produção cada vez mais limpos. É promover a educação em todos os níveis e lugares. É investir em cultura, esporte, saúde e lazer. A sustentabilidade é assim: está na maneira como pensamos o mundo. No caminho que escolhemos para a nossa indústria.


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a sustentável.

osso compromisso.

entável

o

reparar

ovador.

sas

viços.

da

produção

is

tabilidade

o que

Um investimento da indústria


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