Revista Mineira de Engenharia 37ª edição

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ISSN 2447-813X

FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

ANO 9

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EDIÇÃO 37

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MAIO - JUNHO - 2018

ENERGIAS RENOVÁVEIS

ENTREVISTA Aloísio Vasconcelos fala sobre Eficiência Energética no Brasil

MOBILIDADE URBANA Vice-prefeito de BH foi um dos convidados para discutir o tema

JOEL KRÜGER Novo presidente do Confea analisa mercado da engenharia



EDITORIAL ¦ PALAVRA DO PRESIDENTE

Ética na engenharia, ainda que tardia “A verdade está no mundo à nossa volta” (Aristóteles). As obras inacabadas estão ai em todo o Brasil. Segundo o relatório preliminar da comissão do senado federal, existiam no Brasil, em maio de 2017, mais de 22 mil obras inacabadas. Em outro relatório, fornecido pelo Ministério do Planejamento e Gestão, contendo 1.600 obras do PAC com orçamento entre R$500 mil e R$10 milhões que receberam aportes da União e estavam paralisadas, é possível analisar que 38% dessas paralizações foram causadas por motivos técnicos. “Não é raro encontrar fiscalizações de órgãos de controle que apontam como irregularidades a utilização de projetos básicos deficientes ou desatualizados, em desacordo com art. 6º da Lei de Licitações.” E o relatório continua: “Constata-se que 30% das obras abandonadas continham menos de 20% de execução física. Tal fato pode indicar que as empresas contratadas não detinham a capacidade técnica suficiente para execução do objeto.” A engenharia foi usada como meio para a prática de corrupção sistêmica, em todos os níveis da federação. Ética é um ramo da filosofia que trata de questões de como devemos viver e, portanto, sobre a natureza do certo e do errado, do bem e do mal, do dever e da obrigação. Como seres humanos, somos racionais, temos livre-arbítrio, somos capazes de escolher o melhor caminho. O tempo empresarial é diferente do tempo jurídico e não podemos simplesmente esperar que a justiça siga o tempo tradicional de um processo. O mercado será implacável com as empresas brasileiras que se meteram nesse conluio, que é a cumplicidade de prejudicar o próprio mercado e o povo brasileiro através da corrupção sistêmica que vimos no caso da operação lava-jato da polícia federal. É necessário extirpar a corrupção, mas não podemos matar as empresas que cometeram estes crimes. As pes-

Ronaldo Gusmão Presidente da SME

soas envolvidas devem ser julgadas e afastadas de seus respectivos cargos, se necessário. As empresas devem ser multadas pelas práticas ilícitas, mas não podem ficar eternamente sendo julgadas pela justiça sem uma sentença que atenda a recuperação empresarial e na qual o país não perca capital monetário, intelectual e, principalmente, empregos e riquezas de organizações com capacidade técnica reconhecida internacionalmente. Propostas Que os sistemas Confea/Creas julguem em caráter de urgência todos os profissionais da engenharia e arquitetura envolvidos em todos os possíveis esquemas de fraudes em obras e serviços públicos; Que os sistemas Confea/Creas criem mecanismos democráticos, dinâmicos e eletrônicos de denúncias, apuração e julgamento de desvio de conduta ética de qualquer profissional e atuem antes mesmo das obras se iniciarem; Que o sistema educacional de engenharia tenha uma disciplina optativa de ética profissional, envolvendo todo o corpo discente, docente e a comunidade; Que o sistema judiciário, TCU, CGU, AGU, MP, STJ atuem num formato de força tarefa e forneça rapidamente às empresas envolvidas em corrupção a oportunidade de celebrar acordos de leniência. Dignidade e respeito à liberdade das pessoas de decidirem o seu destino, o interesse particular não pode sobrepor ao interesse coletivo, milhões de pessoas foram usadas como meio para se atingir um fim de um grupo, por isso não respeitaram a humanidade, o princípio supremo da moralidade. Ética geral e irrestrita à toda sociedade brasileira! 3


SME ¦ Sociedade Mineira de Engenheiros Presidente

Vice-Presidentes

Ronaldo Gusmão

Luiz Otávio Silva Portela

Flávio de Azevedo Carvalho

José Antônio Silva Coutinho

Rodrigo Antônio de Paiva ( Licenciado )

Diretoria

Ackel Bracs Neto (ad hoc)

Fabiano Panissi (ad hoc)

Fabyola Resende (ad hoc)

Fernanda Santos Portela

Krisdany Cavalcante (ad hoc)

Léu Soares de Oliveira

Luciano de

Maeli Estrela

Marcia C. Magalhães

Sumaia Zaidan

Valéria Telles Dias

Wilson Luiz

Almeida Costa

Borges

(ad hoc)

Netto

Martins Leal

Conselho Deliberativo

Rodrigo

Adolpho Valladares

Alessandro Fernandes

Antônio Geraldo

Carlos Eduardo Orsini

Clémenceau Chiabi

Coutinho

Portella

Moreira

Costa

Nunes de Lima

Saliba Júnior

Heleni Fonseca

Luiz Alberto

Márcio Damázio

Marcos Villela de

Marita Arêas de Souza

Ronaldo Vasconcellos

Garcia

Trindade

Sant'Anna

Tavares

Novais

José Nelson de Almeida Machado

Guilherme Brandão Federman

Conselho Deliberativo

Teodomiro Diniz Camargos

4

Conselho Fiscal

Marcos Túlio de Melo

Haroldo Guimarães Brasil

José Amador Ribeiro Ubaldo

Declaração de utilidade pública pela Lei 1313, de 14/11/1955 do Governo do Estado de Minas Gerais e 2034, de 28/12/1971, da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte Rua Timbiras, 1514 ‒ Bairro Lourdes ‒ CEP:30.140-061 ‒ Belo Horizonte ‒ Minas Gerais - sme@sme.org.br -ww.sme.org.br


COMISSÕES TÉCNICAS DA SME Além de fortalecer o networking, as Comissões Técnicas da SME são uma grande oportunidade para desenvolver um trabalho voluntário em benefício de Belo Horizonte e de Minas. COMISSÃO TÉCNICA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS Presidente, Kleber José Berlando Martins

COMISSÃO TÉCNICA DE ENSINO DE ENGENHARIA E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Presidente, Marita Arêas de Sousa Tavares

COMISSÃO TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO CIVIL Presidente, Luciano Eduardo Lopes

COMISSÃO TÉCNICA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE Presidente, Virgínia Campos

COMISSÃO TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO PESADA Presidente, Ackel Bracs Neto

COMISSÃO TÉCNICA DE MINERAÇÃO E METALURGIA Presidente, Sidon Etrusco

COMISSÃO TÉCNICA DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA Presidente, Fabiano Panissi

COMISSÃO TÉCNICA DE TRANSPORTES Presidente, José Antonio Silva Coutinho

COMISSÃO TÉCNICA DE ENERGIA Presidente, Eudes Eduardo Lopes

COMISSÃO TÉCNICA DE TELECOMUNICAÇÕES E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Presidente, José Oswaldo Albergaria

COMISSÃO TÉCNICA DE DIREITO NA ENGENHARIA Presidente, Hérzio Mansur

COMISSÕES TÉCNICAS E EMPRESARIAIS EM FORMAÇÃO. VENHA FAZER PARTE! COMISSÕES TÉCNICAS:

POLÍTICA URBANA

COMISSÕES EMPRESARIAIS:

COMISSÃO DE INOVAÇÃO

MOBILIDADE URBANA

ENGENHARIA AMBIENTAL/ARQUITETURA

ENGENHARIA MÉDICA

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL

Projeto Gráfico / Design Blog Comunicação revista@blogconsult.com.br Marcelo Távora (31) 3309 1036 31 991338590

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Jornalista Responsável Marina Duarte MG 16212 JP Redação Marina Duarte Sandra Castro

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Tiragem 10 mil ¦ trimestral sociedademineiradeengenheiros

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Apoio Compromisso, Inovação e Avanço

(31)3292-3962


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CAPA Energias Renováveis

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ENERGIA A Eficiência Energética no Brasil

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ARTIGOS 4 autores falam sobre Energia renovável

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ENTREVISTA Joel Krüger, Presidente do Confea

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ARTIGO Legado de Eliezer Batista

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ENGENHARIA SOCIAL Instituto MRV investe na área social

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ARTIGO Nova Metrópole Século XXI

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38

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PRÊMIO SME CT&I Solenidade de entrega aconteceu em abril

SME JOVEM Engenharia solidária

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MESTRES DA ENGENHARIA Professor Buratto

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EMPREENDEDORISMO Empresas Juniores de Engenharia

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MOBILIDADE URBANA Tema de discussão na SME

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OEA-ANGOLA Apresenta oportunidades de negócios


Gestão 2017/2020

Manifesto a favor da Engenharia Não existe país desenvolvido sem uma engenharia forte. Nós, engenheiros de Minas Gerais, não podemos continuar ausentes e silenciosos enquanto empresas de Engenharia definham em estado falimentar ou fecham suas portas, trazendo o desemprego aos engenheiros e comprometendo a reconhecida competência brasileira no setor. É hora de assumir o papel de protagonistas e redefinirmos o nosso destino. Agora temos CASA, CARAS E BANDEIRAS! A nova diretoria da SME é o resultado da chapa iNova SME, que surgiu para debater ideias e somar forças e, a partir delas, compor um só time comprometido com a reconstrução de uma SME atuante e autossustentável. O objetivo da atual gestão é retornar a entidade para o seu posto de porta-voz da Engenharia em nosso Estado, resgatar a credibilidade e o respeito que a profissão sempre gozaram no passado. E que, assim, a SME continue sua trajetória sem qualquer partidarização e/ou ingerência externa, pela ética e transparência total, lembrando que ela não tem dono, mas líderes temporários que devem prestar contas de sua gestão e conduzi-la com altivez e total independência.É preciso, então, colocar em prática nossas Bandeiras. Em processo aberto, e após várias reuniões com ampla participação dos associados, a diretoria da SME definiu seu plano de ação.

PELO FORTALECIMENTO DA SME 1) Posicionar-se sobre políticas de Nação em assuntos pertinentes aos Engenheiros e à Engenharia; 2) Tornar a entidade mais representativa, tendo como meta a atração de mil novos sócios em três anos, com especial atenção aos sócios do interior de Minas; 3) Fortalecer as Comissões Técnicas, que são as bases da entidade; 4) Criar comissões especiais coma participação de convidados, profissionais de outras áreas das ciências e tecnologias como: mudanças climáticas, educação, mobilidade, cidades inteligentes, energia, desenvolvimento econômico, código de mineração, sustentabilidade ambiental, agenda 2030/ONU/desenvolvimento regional; 5) Adotar a governança transparente, com a divulgação de balanços técnicos, administrativos e financeiros; 6) Reformular o estatuto, tornando a entidade mais democrática, dinâmica e inclusiva.

desempregado e criar a Sala do Engenheiro na SME 8) Criar uma incubadora de Engenharia, acolhendo startups e projetos e iniciativas de engenheiros empreendedores; 9) Promover campanhas específicas para atração e envolvimento de engenheiras e recém-formados; Pela melhor comunicação com a classe e a sociedade 10) Reformular o site da SME, de forma mais interativa 11) Revigorar a Revista Mineira de Engenharia, em papel e meios digitais; 12) Reformular a Medalha do Engenheiro do Ano, agregando novas premiações ao evento; 13) Promover a volta do restaurante da SME concomitante a um café 14) Retornar o projeto Ponto e Contraponto visando o debate sobre temas atuais e contraditórios;

Pelo apoio aos engenheiros 7) Desenvolver programas de apoio ao engenheiro

15) Retornar o projeto SME 12:30 com temas de interesse nacional.


Notícias sme

Reunião Plenária Semanal da diretoria, conselhos, comissões técnicas e associados da SME Em reunião plenária, realizada no dia 18/06, na sede da SME, o presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros de Minas Gerais, Ronaldo Gusmão, juntamente com a diretoria, comissões técnicas e associados da SME, receberam o presidente do Sinduscon-MG, André de Souza Lima Campos, para discutirem o Projeto de Lei Municipal 1749/15 do Plano Diretor de Belo Horizonte. “Quando vejo a SME se reunindo para discutir Plano Diretor acho isso muito positivo. Temos que fazer uma cidade boa de morar”, afirma André. Também presente na reunião, e com vasta experiência em projetos de engenharia urbana e seus impactos, o engenheiro Carlos Eduardo Orsini partilhou suas ideias com o pragmatismo necessário que o fez realizar engenharia em várias partes do mundo: “Fazer o futuro chegar ao presente precisa de planejamento, mobilização e representatividade”, ressalta Carlos. Com o foco em mobilizar a sociedade civil e instituições, a reunião se estendeu em discussões e debates onde todos participaram ativamente. “Cabe a nós mostrar o Plano Diretor e onde ele impacta”, conclui André.

Negócios 4.0 No dia 28 de março de 2018, a SME recebeu a palestra do fundador da startup FORSEE(Inovações em Produtividade e Otimização) e executivo de operações com expertise em performance, transformação TOC/Lean e Análise de dados, Márcio Mariano Júnior. Márcio falou sobre a nova indústria, petróleo, pilares da Indústria 4.0 e apresentou casos práticos, fáceis e ágeis de implantação da cultura de Negócios 4.0.

Participação da SME na reunião ordinária do Plenário do COPAM Aconteceu, no dia 20 de junho de 2018, no mezanino do Terminal Rodoviário Governador Israel Pinto, no centro de Belo Horizonte, a 17ª Reunião Ordinária do Plenário do Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM). O diretor da SME, Luciano de Almeida Costa, representou a entidade com participação atuante no plenário.

SME 12h30 Em 18 de maio de 2018, o presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros, Ronaldo Gusmão, recebeu na sede da SME o presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia- Confea, Joel Krüger. A visita foi seguida de um almoço no restaurante do Minas Tênis Clube para a confraternização das entidades. Participaram presidência, diretoria, associados, conselho e comissões técnicas da SME, e presidência do Confea. 8


Em 11 de maio de 2018 aconteceu a reunião plenária semanal na sede da Sociedade Mineira dos Engenheiros e o presidente Ronaldo Gusmão recebeu, juntamente com a diretoria, associados, conselhos, comissões técnicas e convidados da SME, a subsecretária de Regulação de Transportes do SETOP, Maria Luiza Machado Monteiro, para discussão do Plano Metropolitano de Mobilidade-Consórcio MobMetro.

Palestra “Macro Visão do Minério de Ferro-CSN Mineração” Aconteceu, dia 10 de maio de 2018, na sede da SME, a palestra proferida pelo engenheiro Mauricio Max. Com vasto currículo acadêmico de quem estudou nas melhores universidades do mundo, o engenheiro, com mais de 32 anos de experiência em Mineração e atual diretor da área Mineral da CSN Mineração, mostrou aos participantes os aspectos gerais da Mineração no Brasil, o Mercado de Minério de Ferro e a atuação da CSN neste cenário.

Paula Pedrosa da Fonseca

Plano Metropolitano de Mobilidade


ENERGIAS RENOVÁVEIS

Todos juntos por um mundo melhor

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), entre 2014 e 2017, foram desperdiçados 143,6 milhões de gigawatt-hora.

Marina Duarte

energia elétrica está presente em nosso dia a dia e fica difícil imaginar a vida sem ela. É ela que nos possibilita ter mais qualidade de vida, tornando possível o uso de bens e serviços essenciais. Apenas para citar alguns, podemos falar de saneamento básico, iluminação pública, transporte, utilização de eletrodomésticos e acesso à internet. Foi com a eletricidade também que conquistamos grande parte dos avanços tecnológicos das últimas décadas. Com isso, podemos considerar que a energia elétrica é um bem indispensável para o desenvolvimento econômico e social dos países.

A 10

Por toda essa importância, e para garantir a mesma qualidade de vida para as próximas gerações, a energia elétrica deve ser utilizada de forma consciente. Mas, infelizmente, nesse quesito o ser humano ainda tem muito o que aprender. Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), entre 2014 e 2017, foram desperdiçados 143,6 milhões de gigawatt-hora (Gwh), energia que seria suficiente para abastecer por um mês uma cidade de 533 mil habitantes. Em termos financeiros, esse desperdício representa um gasto adicional de mais de R$ 60 bilhões.


Alexandre Heringer Lisboa, Diretor-presidente da Efficientia

Para reverter esse quadro, países do mundo inteiro estão investindo na utilização de energias renováveis como, por exemplo, a solar fotovoltaica, eólica e cogeração por biomassa. Segundo Alexandre Heringer Lisboa, Diretor-presidente da Efficientia, mesmo a matriz energética brasileira sendo majoritariamente renovável por conta da geração hidroelétrica, ainda temos muito o que melhorar. “Embora o país tenha crescido bastante sua participação em energias renováveis, como fotovoltaica e eólica, estamos muito aquém de países como Alemanha e China. Para se ter uma ideia, em 2017 a china instalou cerca de 53 GW de potência em energia fotovoltaica, enquanto o Brasil, no mesmo período, instalou 0,9 MW. Isso demonstra que temos um potencial enorme a ser explorado”, explica Heringer.

Em Minas Gerais, as oportunidades para projetos de energia renovável são imensas, desde cogeração de energia por biomassa ou por aproveitamento de gases siderúrgicos, até a energia solar fotovoltaica, cujo potencial é grande em especial nas regiões do triângulo e norte de Minas, onde, inclusive, está localizada a maior usina fotovoltaica da América Latina e terceira no ranking mundial em termos de tamanho. “A efeito de comparação, a irradiação solar mínima registrada no estado é superior à irradiação solar máxima registrada na Alemanha. Ainda assim, a Alemanha possui 40.000 MW de potência solar fotovoltaica instalada contra apenas 90 MW de Minas Gerais, referente a dados de maio de 2018”, completa o executivo da Efficientia. Desde junho de 2018, o Estado também abriga a Usina Solar Padre Furusawa, a primeira usina fotovoltaica criada por escolas do Brasil. Localizada no município de Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas, a usina conta com 4.200 painéis solares e potência anual estimada de 1,3 MW. Energia que é utilizada para alimentar a demanda de três colégios da Rede Jesuíta de Educação: Loyola, em Belo Horizonte; 11


ENERGIAS RENOVÁVEIS

” Embora o país tenha crescido bastante sua participação em energias renováveis, como fotovoltaica e eólica, estamos muito aquém de países como Alemanha e China.

Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, em Santa Rita do Sapucaí; e Jesuítas, em Juiz de Fora.

ciente de energia. Com isso, a empresa que se destaca em eficiência energética certamente apresenta grande vantagem competitiva em relação às demais”.

Além dos projetos e pesquisas que incentivam a utilização das fontes renováveis, existe também um esforço muito grande de conscientização sobre o uso correto e sem desperdícios da energia. A chamada Eficiência Energética, conceito capaz de trazer inúmeros benefícios para a sociedade e o meio ambiente.

Com o objetivo de conquistar resultados cada vez mais significativos, as pesquisas e projetos têm como foco hoje o aprimoramento das tecnologias como, por exemplo, o LED, que vem se tornando o padrão para projetos de iluminação. Alexandre Heringer, que é engenheiro elétrico por formação, destaca que a engenharia exerce um importante papel nesse processo. “Quando novas tecnologias começam a se tornar viáveis comercialmente e ganham escala de mercado, um grande esforço de engenharia deve ser feito no intuito de aprimorar, regulamentar e normatizar os novos equipamentos, para que se criem padrões confiáveis e os consumidores e empresários possam se sentir seguros para fazer os investimentos. Outra grande contribuição da engenharia no processo de eficiência energética é a elaboração de projetos técnicos de alta qualidade, que garantam o alcance das metas de redução de consumo de energia”, finaliza.

A eficiência energética é ainda extremamente importante para garantir a sustentabilidade e a competitividade das empresas, como explica Alexandre Heringer. “Investir em eficiência energética garante acesso à tecnologia de ponta, o que se traduz em aumento de produtividade e redução de custos. E quando falamos de redução de custos, não estamos falando somente dos custos com energia, mas também dos custos de manutenção e operação que são sensivelmente impactados por projetos de uso efi12



ENERGIAS RENOVÁVEIS

A Eficiência Energética no Brasil Marina Duarte

A geração de energia limpa e renovável, assim como as ações pautadas na eficiência energética, vêm sendo amplamente discutidas em todo o mundo. No Brasil, a área já teve avanços significativos, mas ainda tem muito para ser feito. Esse foi o tema dessa entrevista com Aloísio Vasconcelos, Engenheiro Eletricista, ex-diretor da Cemig e ex-presidente da Eletrobrás. Quando o assunto eficiência energética entrou em pauta no país? O primeiro programa de incentivo às fontes alternativas de energia foi o Proinfa, da Eletrobrás. Esse programa foi uma espécie de startup na área das energias alternativas. De lá pra cá, esse campo cresceu muito, principalmente em relação à energia solar. Em Minas Gerais, 14

tivemos diversos programas que deram certo. O norte do Estado, por exemplo, tem um grande potencial para geração e aproveitamento de energia limpa, como solar e biomassa. Com o objetivo de sempre suprir a demanda de energia para o desenvolvimento do país, buscou-se algo a mais. E foi aí que a pesquisa descobriu que tinha outra coisa muito interessante, a eficiência energética, que consiste em utilizar a energia sem nenhum desperdício, com o mínimo de perda possível. Nesse momento, começaram a surgir os programas de conservação de energia. A Eletrobrás, por exemplo, possui diversos programas, como o Procel e o Reluz. Em paralelo, as indústrias também começaram a ver que a eficientização é bastante vantajosa.

Quais fatores contribuíram para alavancar a eficiência energética em Minas Gerais? Foram dois fatores. O primeiro foi a criação da empresa Efficientia, em 2002, que teve como objetivo passar para as indústrias a ideia de um novo conceito, ensinando a ser mais eficiente. O segundo fator foi o surgimento de novos cursos voltados para a área de energia nas universidades e escolas de engenharia, que possibilitou o desenvolvimento do assunto de Eficiência Energética no Estado. Além disso, começaram a ser formados engenheiros de energia com grandes conhecimentos em eficiência. Um dos cases de maior destaque é na cidade de Itajubá. Lá tem a Escola Federal de Engenharia de Itajubá – EFEI, que


Aloísio Vasconcelos, Engenheiro Eletricista, ex-diretor da Cemig e ex-presidente da Eletrobrás e da SME.

é reconhecida como uma escola importante na área de Engenharia Elétrica. Contando com apoios, a EFEI criou o Excen, Centro de Excelência em Eficiência Energética, que se tornou uma espécie de vitrine nessa área. Quais as principais iniciativas existentes de incentivo à utilização de energias renováveis no Brasil? Além do Proinfa, da Eletrobrás, temos também os programas da Aneel de incentivo à Eficiência Energética e utilização de energias renováveis. Importante destacar também que hoje todas as empresas buscam caminhos para gerar mais energia, com uma menor utilização das fontes geradoras, seja carvão, óleo, etc.

Qual a situação do Brasil em relação ao mundo em termos de eficiência energética? A posição do Brasil é média. Longe de estar entre os 10 mais importantes, mas também longe de estar entre os 10 piores. Suíça, Itália, Canadá, Noruega, Japão, Coreia do Sul e Alemanha estão sempre mais avançados. Podemos dizer que o Brasil está no mesmo nível de Espanha e Portugal. O senhor acredita que podemos melhorar? Como? Investindo em pesquisa nas universidades. Precisamos investir em pesquisa de eficiência e tecnologia em todos os centros. O senhor acredita que a crescente preocupação ambiental e

as mudanças climáticas têm feito os brasileiros se interessarem mais pelo tema de eficiência energética? A população brasileira hoje está consciente da situação ambiental. Mas na questão de pesquisa e tecnologia a população não acordou ainda. Usamos a tecnologia, mas não buscamos saber como ela apareceu. Isso ainda não faz parte da cultura das pessoas. O que cabe a cada um de nós fazer nesse cenário? A população deve ter mais consciência e utilizar a energia sem desperdícios. Assim como os órgãos públicos, que também devem investir em mais ações de eficiência. 15


ARTIGO

Energia renovável: sua importância para o País Ênio Fonseca

A

geração de energia elétrica é um forte indutor de criação de riqueza e renda, suportando boa parte das atividades produtivas e garantindo a melhoria da qualidade de vida da população.

O Brasil possui uma matriz energética predominantemente renovável, sendo referência mundial, com participação expressiva da energia hidráulica, e com taxas crescentes de oferta de energia eólica, solar e biomassa, o que nos coloca numa posição de liderança sob esse aspecto. Não obstante esse fato, existe um consenso entre especialistas que nossa matriz não pode prescindir de nenhuma fonte geradora, inclusive térmicas a óleo, gás e carvão mineral, além de nucleares, pois todas elas são necessárias para garantir um modelo adequado de desenvolvimento para o País. A segurança energética é dada pela diversificação das fontes em uma matriz energética equilibrada. A matriz de geração elétrica brasileira em 2017 registrou 80,4% de fontes renováveis, muito superior ao indicador da comunidade econômica europeia, de 23,8% e mundial, de 23,6%.

A eficiência energética complementa a estratégia mundial para reduzir as emissões de CO2 relacionadas à energia. O setor elétrico brasileiro emitiu, em média, 101,3 kg de CO2 para produzir 1 MWh, índice muito baixo quando comparado com países da União Europeia, EUA e China. A Agência Internacional de Energia Renovável – Irena, concluiu que 30% a mais de investimentos globais em energia limpa e eficiência energética até 2050 podem criar mais de 19 milhões de empregos na área. Podemos concluir que o Brasil já é liderança mundial na produção de energias renováveis e isso deve ser levado em conta na elaboração das políticas setoriais.

Ênio Fonseca é Engenheiro Agrônomo e Vice-Presidente do Fórum de Meio Ambiente do

A energia hidráulica é a mais importante fonte renovável, respondendo em 2017 por 67,9%, seguida pela biomassa com 9,0% e a eólica com 6,5%. 16

Setor Elétrico


Energia para todos Virgínia Campos Valendo-se do Dia Mundial da Energia, celebrado todos os anos no dia 29 de maio, o Grupo Assessor do Sistema ONU no Brasil para a Agenda 2030 lançou nesse ano um glossário que esclarece termos do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 7, sobre energia limpa e acessível. * Energias Renováveis são as que possuem um ciclo de renovação, permanecendo disponíveis para utilização em escala de tempo humana (FGV Energia, ISSN 2358-5277). Essas fontes, representadas pelas energias eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), reconhecidamente reduzem a emissão de gases do efeito estufa (GEE) e se estabelecem com baixo impacto ambiental. Além disso, são consideradas fontes complementares porque no período de estiagem na região sudeste (menor geração das PCHs) a geração pode ser complementada pela energia eólica da região nordeste. São comuns também as regiões onde se observa uma sazonalidade diária, com a velocidade do vento maior durante a noite em associação diurna com a geração solar. Assim, o avanço das fontes renováveis complementares na matriz energética brasileira é desejável e necessária em consonância com os diversos compromissos firmados pelo Brasil em seu Programa Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC). Não obstante as políticas públicas sinalizarem engajamento com uma matriz energética limpa, de baixo teor de carbono, nos últimos leilões (ACR)

ocorridos em 2017 e 2018 o governo contratou 3,5% de PCH, 28,2% de Eólica, 24,9% de Solar, 4,8% de Biomassa e 38,61% de Térmica a Gás (fonte: ABRAGEL).

Portanto, trata-se de um dever do governo, das instituições, dos diversos setores da economia e dos cidadãos manterem-se empenhados na formulação de políticas de incentivo à utilização das fontes renováveis e complementares, cumprindo assim os compromissos de disponibilizar energia limpa e acessível para todos.

Virgínia Campos ‒ Diretora-geral da Limiar Ambiental, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da SME e representando essa entidade no Plenário e na Câmara Normativa e Recursal do COPAM/SEMAD/MG.

* https://nacoesunidas.org/onu-lanca-publicacaoem-portugues-sobre-objetivo-global-de-energialimpa-e-acessivel/


ARTIGO

Energias renováveis:caminho do futuro Roberto Messias Franco O Brasil acordou perplexo. Parou com um movimento que desarrumou a vida de quase todo mundo, com reflexos sobretudo “na ponta”. As pessoas viam desmoronar dois pilares de suas vidas: alimentar-se e movimentar-se, talvez na ordem inversa porque de fato eram os alimentos que não conseguiam chegar a quem deles precisava. E na base de tudo, um erro conceitual que se desdobrou em consequências gravíssimas. Todo o desenvolvimento concentrado no uso de uma energia não renovável, sendo queimada para impulsionar o movimento das cargas e pessoas, sem nenhum sinal organizado e robusto de mudança. Ao contrário, se ela existiu, foi no sentido contrário ao que ocorre em todo o mundo. Estamos aumentando nossa dependência em relação aos combustíveis não renováveis, em especial o petróleo, e nos tornando cada vez mais desperdiçadores de um bem que deveríamos usar com toda cautela: mal comparando, seria como usarmos jacarandá para fazer carvão de churrasco. Os próprios pontos positivos que tínhamos tratamos de destruir. Os mais velhos lembram que era possível e confortável ir ao Rio 18

de Janeiro de trem (o “Vera Cruz”) e que tínhamos uma malha viária bastante razoável em grande parte do País, que seria extraordinária se tivesse sido devidamente cuidada e modernizada. Nossa história registra ainda que a madeira para a construção da estrutura para a Mina de Morro Velho, por exemplo, fora trazida para Nova Lima por hidrovia, pelo rio das Velhas, em projeto elaborado e construído pelo engenheiro mineiro Henrique Dumont. Salvou-nos do susto, em boa medida, a energia elétrica. Esta sim gerada por uma matriz múltipla e com uma dominante sustentável, a hidroeletricidade – desde que produzida com os cuidados ambientais e de proteção às populações vizinhas. E não é por falta de aviso ou de conhecimento: há 40 anos, aqui em Belo Horizonte, a então Secretaria de Ciência e Tecnologia, comandada pelos cientistas José Israel Vargas e Octávio Elísio Alves de Brito, já realizava o encontro SINTA 78 - Simpósio Internacional para Tecnologias Alternativas, onde Ignacy Sachs exortava os brasileiros a desenvolverem suas potencialidades com o slogan “ o sol é nosso” e especialistas de todo o mundo já se extasiavam com o que tínha-

mos de potencial em energias renováveis. Ainda temos. Mas parece que, decididamente, engatamos marcha a ré. Falta ver como reverter. E seguir os exemplos de outros países que estimulam o uso de energias renováveis em vez de subsidiar óleo diesel, que transformam seus parques automotivos para dar lugar a carros elétricos, que dão ao transporte público a atenção que este merece. Sabemos que não se dá cavalo de pau em transatlântico, mas as próximas eleições podem ser um marco nesta reversão e apontar novos caminhos para o futuro.

Roberto Messias Franco - Ex-presidente do Ibama, ex-diretor adjunto do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para América Latina e Caribe.


ARTIGO


ARTIGO

O FUTURO DAS ENERGIAS José Carlos Carvalho

A realidade das mudanças climá-

Embora o Acordo de Paris tenha

trado o esforço mundial e as

ticas determinada pelo aqueci-

fixado uma meta de aumento para

novas estratégias de produção

mento global decorrente das

esse século abaixo de 2°C, mas

de energia e a diversificação das

atividades antrópicas, segundo

com esforço adicional dos países

fontes de geração, mesmo em

dados do IPCC, colocou o tema

emissores para reduzir esse

países tradicionalmente produto-

no topo da agenda mundial, em

quantitativo para 1,5° C, os dados

res de petróleo e carvão mineral,

razão dos impactos e das profun-

atuais indicam que essa meta

como a Arábia Saudita e a

das consequências que já ocor-

mais promissora não será alcan-

China, que vêm realizando gran-

rem na vida das pessoas e dos

çada, alimentando justificadas

des investimentos em energias

demais seres vivos, além de pro-

preocupações com as conse-

renováveis.

fundas transformações que estão

quências ambientais e socioeco-

ocorrendo e que ocorrerão em

nômicas dessa dura realidade.

escala crescente na economia, desde o nível local ao global. Como relata o IPCC, entre as atividades antrópicas que provocam

o

aumento

médio

da

temperatura e o aquecimento global está a matriz energética mundial, fortemente baseada nas energias fósseis, principalmente petróleo e derivados, grandes emissores dos GEF – Gases de Efeito Estufa, respon-

Saudita, o maior produtor de peO cumprimento das metas assu-

tróleo do mundo, prioriza investi-

midas em Paris estão, ainda que

mentos em grande escala em

sem a ousadia esperada, promo-

fontes renováveis de energia,

vendo um novo arranjo no

pode-se inferir que uma nova

modus de produção de vários

matriz energética está em fase

setores da economia, com des-

de gestação, apontando para

tacada evidência na área ener-

uma era energética pós-petróleo,

gética, em face do peso que as

que permanecerá por mais longo

energias fósseis têm no computo

tempo como matéria prima para

das emissões dos GEF, princi-

a petroquímica.

palmente nos países mais desenvolvidos e nos denominados

Para os que insistem em que o

países emergentes.

petróleo continuará insubstituível

sáveis pela elevação das temperaturas. 20

Quando países, como a Arábia

por tempo indeterminado, é bom Nesse contexto, deve ser regis-

lembrar que a idade da pedra


RENOVÁVEIS CHEGOU terminou não porque tenham acabado as pedras, elas estão aí por toda a parte, mas pelo avanço tecnológico e o advento de novos materiais. O mesmo está por acontecer na área energética em relação aos combustíveis fósseis. No caso do Brasil, reconhecido internacionalmente por ostentar uma matriz energética mais limpa, em função da geração hidráulica, com o protagonismo do etanol e do carro flex, a descoberta do pré sal, embora importante no curto prazo, anestesiou os esforços por uma matriz energética mais diversificada com a geração eólica e fotovoltaica. Além disso, negligenciou o uso da biomassa, principalmente no setor bioenergético, tornando-se importador de álcool e do uso potencial da madeira como fonte de energia, principalmente na área siderúrgica, na qual o uso sustentável do carvão vegetal, em substituição ao carvão mineral, permitiu uma siderurgia com emissões negativas.

durará mais de três décadas, deixando em plano secundário a concepção e implementação de uma estratégia de produção de energias limpas alinhada à tendência mundial. Justo num país que reúne todas as condições para se tornar o Oriente Médio das energias renováveis. Num momento em que a Petrobrás está no foco de uma grande crise nacional, deve-se cogitar, como estratégia de longo prazo para o Brasil, comiserando o potencial energético do país em fontes renováveis, transformá-la numa empresa de energia e não apenas de petróleo e derivados. Essa é uma bandeira que poderia ser abraçada pela SME – Sociedade Mineira de Engenheiros, em aliança com outras entidades que tratam do tema. Está lançado o desafio.

José Carlos Mesmo assim, o Brasil tem evoluído na geração eólica e registrado alguns avanços em energia solar, mas sem uma política governamental que incentive a ampliação das energias limpas na matriz energética brasileira em sintonia com o nosso potencial e as vantagens comparativas que o país detém nesse campo. A política energética brasileira tornou-se refém do pré sal, uma janela de oportunidade que dificilmente

Carvalho Engenheiro Florestal, ex-secretário de meio ambiente de Minas Gerais e ex-ministro do meio ambiente. 21


ENTREVISTA

Joel Krüger - Presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

Marina Duarte

egundo dados do Caged 49.356 engenheiros e arquitetos perderam seus empregos entre 2015 e 2017. Neste número, ainda podemos somar 120 mil profissionais que se formaram no período com a esperança de uma colocação no mercado de trabalho.

S

Qual a sua análise sobre esse cenário atual e qual o seu conselho para esses profissionais que estão em busca de uma colocação? Nós temos quase 50 mil profissionais que perderam seus empregos, mas a situação é muito mais crítica, porque nós temos o subemprego também. Profissionais que estão trabalhando com uma remuneração muito mais baixa. Somamos ainda o contingente que está concluindo em breve o curso de engenharia e vai entrar no mercado de trabalho. Para reverter essa situação nós precisamos fazer uma ação junto ao governo federal para trabalhar com a infraestrutura, retomando um plano de obras para todo o Brasil. Podemos trabalhar com parcerias público-privadas, incentivando o setor privado a investir novamente no país. Para isso nós precisamos estabelecer regras claras de longo prazo e ter um bom planejamento. O 22

Ronaldo Gusmão, Teodoro Diniz e Joel Krüger durante encontro na sede da SME

governo federal não tem hoje um planejamento global com as ações que o país precisa. Então esse seria o primeiro passo para podermos retomar as grandes obras de engenharia nacionais. E retomando essas obras, naturalmente os empregos, não só para os engenheiros como também para outros profissionais, vão surgir novamente.


Em sua opinião, a busca constante por atualização e qualificação pode ser fator decisivo nesse cenário?

Quais são as principais habilidades que um profissional dessa área precisa ter atualmente?

A capacitação constante é extremamente necessária em qualquer cenário. Em um cenário de desemprego, o profissional precisa se capacitar porque na hora da retomada do nível de emprego e do desenvolvimento ele precisa estar apto para recuperar o seu posto de trabalho. Mas mesmo com pleno emprego, a educação continuada é fundamental. Cada dia mais o profissional precisa se reinventar. Com a velocidade das mudanças que nós temos hoje no mundo digital e com a velocidade das inovações que aparecem a cada dia dentro da tecnologia, o engenheiro não pode exercer uma vida de profissional apenas com o conhecimento que ele adquiriu na graduação. Então os cursos de pós-graduação, seja especialização, mestrado, doutorado ou cursos de curta duração, têm que ser feitos de maneira continuada.

Hoje nós precisamos de um profissional que tenha uma capacidade de planejamento muito grande, que é uma coisa básica da engenharia. Mas ele precisa ser inovador, precisa ter um nível de conhecimento que se renove a cada dia e precisa pensar numa atividade global. O conhecimento de língua estrangeira, principalmente o inglês, é fundamental, assim como o conhecimento de informática. Essas são habilidades próprias do engenheiro. Mas, além disso, ele precisa ter habilidades pessoais que são fundamentais: Saber se relacionar, saber trabalhar em equipe e entender a sociedade em que vive para poder encontrar as melhores soluções. Então o engenheiro, além do conhecimento técnico, precisa ter o papel social na sociedade em que vive, pois a engenharia existe para satisfazer a necessidade das pessoas, para construir o sonho delas. 23


ELIEZER BATISTA DA SILVA

Um legado de inteligência e conhecimento para o Brasil Carlos Eduardo Orsini N Lima Em 19 de junho de 2018, com 94 anos de uma vida de grandes realizações e pragmatismo, partiu para a eternidade um dos mais importantes engenheiros da história mineira e brasileira – Eliezer Batista da Silva, Engenheiro do Ano pela SME em 2003. Privilegiado por ter sido um de seus colaboradores e seguidores, define-se o perfil técnico deste mineiro de Nova Era, como Engenheiro Civil, Ferroviarista e Logístico, Estrategista e Holístico, responsável por muitos projetos e empreendimentos que colocaram o Brasil como protagonista na competitividade do mercado internacional. Seu grande parceiro e seguidor, o também saudoso Dr. Raphael de Almeida Magalhães, dizia sempre que Eliezer “veio a lume neste Brasil pós Estado-Novo, inquieto e inconformado com o destino tão secundário”, e mais, “iniciou o seu aprendizado técnico com uma inesgotável capacidade de investigar, interrogar e aprender, o que o transformou em uma verdadeira enciclopédia de conhecimentos técnicos, balizada por uma prodigiosa memória e formação geral, histórica e filosófica de largo espectro”. Em suas muitas palestras nacionais e internacionais dizia: “Abrimos o mercado para um produto que podia valer pouco, mas a ideia era ganhar dinheiro com a "logística", transformando uma distância física (a rota Brasil-Japão-Brasil) numa "distância econômica", (o valor necessário para colocar o minério brasileiro nas usinas japonesas)”. Foi ministro das Minas e Energia no período de 1962/1963 e no governo do presidente João Goulart (1961–1964). Nesta oportunidade foi a mola propulsora do projeto do Porto de Tubarão, capitaneando sua construção através da CVRD. Exerceu o cargo de presidente do Conselho Nacional de Minas e Energia e da Comissão de Exportação de Materiais Estratégicos. 24

Entre 1964/1968 foi diretor-presidente da MBR-Minerações Brasileiras Reunidas S.A. - resultado da fusão da Caemi com a Bethlehem Steel - e, logo em seguida, foi vice-presidente da Itabira International Company (Nova Iorque). Ainda em 1968, assumiu a diretoria da Itabira Eisenerz GmbH, em Düsseldorf, Alemanha Ocidental, posto no qual permaneceu até 1974. Quando da fundação da Rio Doce Internacional S.A., subsidiária da Vale em Bruxelas, tornou-se seu presidente. Retornou à presidência da Companhia Vale do Rio Doce em 1979, quando foi o responsável pelo Projeto Grande Carajás. A partir de 1992, assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), focando na solução dos problemas ligados ao desenvolvimento econômico do país, especialmente a crise do setor elétrico. Em 1997, tornou-se um dos fundadores do Conselho Empresarial Brasileiro de Desenvolvimento Sustentado (CEBDS) deixando, neste ano, a Rio Doce Internacional e assumindo uma cadeira no Conselho Coordenador de Ações Federais do Rio de Janeiro, da Federação das Indústrias do Estado (Firjan). No segundo governo de Fernando Henrique Cardoso (1998/2002), foi membro do Conselho Coordenador das Ações Federais no Rio de Janeiro, órgão ligado à Presidência da República. Sigamos o seu exemplo para um futuro mais promissor para o nosso Brasil!

Carlos Eduardo Orsini N Lima - Engenheiro de Minas e Metalurgista, Membro do Conselho Deliberativo da SME


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Codemge investe em pesquisa geoambiental no Circuito das Águas de Minas Gerais Com investimento em torno de R$ 2 milhões, iniciativa permite atualizar e aprofundar estudos técnico-científicos sobre a origem e os fatores influenciadores das águas minerais na região de Caxambu, Conceição do Rio Verde, Cambuquira e Lambari )O Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), está realizando o Projeto de Pesquisa do Circuito das Águas, no Território Sul. Os estudos buscam atualizar e aprofundar os conhecimentos técnico-científicos sobre áreas das fontes hidrominerais da Companhia na Bacia do Rio Verde, abrangendo as estâncias de Caxambu, Conceição do Rio Verde, Cambuquira e Lambari. A iniciativa é importante para ampliar a compreensão da origem e dos fatores influenciadores das águas minerais na região. Viabilizada mediante contrato com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), a ação conta com investimento de R$ 1.997.800,00, oriundos da Codemge. O contrato foi assinado em dezembro de 2017 e tem vigência de 15 meses, até março de 2019. Iniciado em janeiro de 2018, o projeto está na 15ª semana, correspondente à etapa de Geofísica. Essa fase deve durar 28 dias, até o próximo dia 14/05. Nesse período, uma equipe de pesquisadores e consultores do Observatório Nacional conduzirá os estudos. A pesquisa geofísica envolve a utilização de equipamentos de medição de propriedades físicas do maciço rochoso e do solo, por meio de sensores, fiação e cabos elétricos. Nenhuma dessas atividades causa danos ou prejuízos às propriedades e a seus ocupantes. O desenvolvimento do Projeto Circuito das Águas se dá mediante a condução sistemática de investigações hidrogeológicas específicas, contemplando as

26

seguintes etapas: Compilação e Preparação; Pesquisa Geológica e Geofísica; Pesquisa Hidrológica e Climatológica; Pesquisa Hidrogeológica; Pesquisa Hidrogeoquímica; Pesquisa das Águas Minerais; Síntese e Integração; Pesquisa Socioeconômica; Sondagem; e Geoprocessamento. A equipe técnico-científica principal do projeto é constituída por mais de 20 integrantes, entre professores, pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e auxiliar de administração, vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), à Fundep e/ou outras instituições. O trabalho culminará na entrega do Relatório Final e do Sistema de Informações Geoambientais do Circuito das Águas (SIGA), até dezembro de 2018, além de resultados de análises laboratoriais sobre amostras de rochas e águas. Atualização e aprofundamento O projeto está sendo executado em consonância com estudo anterior, publicado em 1999, denominado Projeto Circuito das Águas do Estado de Minas Gerais, disponível no site da Companhia. A pesquisa de quase duas décadas atrás foi elaborada com base em convênio entre o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), atual Codemge. Desde então, foi marcante o avanço do conhecimento geológico sobre a região, que, atualmente, se encontra completamente coberta com mapeamento geológico e levantamentos aerogeofísicos realizados sob as bases do conhecimento técnico-científico dos anos 2000.


Agora, com o novo projeto de 2018, as informações serão atualizadas e expandidas, considerando o avanço dos métodos analíticos capazes de gerar dados de grande precisão e alto poder interpretativo, nas áreas da Geofísica, Geoquímica e Hidroquímica, por exemplo, os quais podem ser incorporados ao conhecimento da Hidrologia das fontes hidrominerais. Além disso, os estudos geoambientais observarão a legislação ambiental vigente e as demandas contidas no Plano Diretor da Bacia do Rio Verde. O projeto inclui estudos tectono-geofísicos, petrográficos e geocronológicos, integrados a estudos hidrológicos e de investigações hidrogeológicas, voltados à caracterização química das águas, sua origem, dinâmica de circulação e descarga natural e/ou induzida. Além de aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento hídrico dessas áreas hidrominerais de interesse público, a iniciativa vem subsidiar o ordenamento técnico-normativo de sua gestão e conservação hidroambiental, em curto, médio e longo prazos, diante da atual ocupação urbana e fatores potenciais de contaminação das águas subterrâneas (fontes, poços), entre outros aspectos com potencial influência para sua caracterização como recurso natural e bem socioeconômico. A Fundep A Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com autonomia administrativa e financeira. Sua atuação abarca atividades de execução e gerenciamento de projetos de pesquisa em parceria e cooperação com organismos públicos e privados, visando à produção, promoção e divulgação do conhecimento técnico-científico. Para tanto, congrega equipes especializadas em áreas diversas do conhecimento, incluindo geologia e recursos naturais do território, além de seus desdobramentos socioeconômicos. A

entidade já desenvolveu mais de 20 mil projetos e atividades. É um órgão de apoio a pesquisas realizadas pela UFMG e outras instituições parceiras. A Fundep tem sido parceira do Estado de Minas Gerais na execução do mapeamento geológico e levantamento de recursos minerais do território estadual. Junto com a Equipe de Geologia e Recursos Naturais, participou da execução dos projetos Espinhaço, Sul de Minas, Alto Paranaíba, Norte de Minas, Fronteiras de Minas Gerais e Triângulo Mineiro, os quais produziram a cobertura cartográfica na escala 1:100.000 de 350.000 km2 ou 60% do território mineiro, acompanhados de documentos explicativos com informações e bancos de dados em plataforma SIG, disponíveis no Portal da Geologia. Também realiza atualmente o projeto Recursos Minerais de Minas Gerais On Line, contratado pela Codemge para promover a ampla divulgação do conhecimento sobre esses bens, incluindo as águas minerais do Estado. A Codemge Oriunda da Codemig, a Codemge é uma empresa pública que atua em consonância com as diretrizes do Governo estadual a pauta suas ações, de forma arrojada e moderna, em três grandes eixos estratégicos: Mineração, Energia e Infraestrutura; Indústria Criativa; e Indústria de Alta Tecnologia. A Empresa investe em vários segmentos, como levantamento geológico e geofísico, águas minerais, materiais estratégicos e energia, aeroespacial e defesa, biotecnologia, Internet das Coisas, telecomunicações, distritos industriais, turismo de lazer e negócios, moda, gastronomia, audiovisual, música e artes. Sua múltipla atuação está cada vez mais voltada para que riquezas e potencialidades gerem novas oportunidades de investimentos, aumentem a competitividade e propiciem bons negócios para o setor produtivo, beneficiando o estado e os mineiros.

27


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Instituto MRV: 4 anos de vida, 290 mil pessoas impactadas e mais de R$9,4 milhões em investimento social

ara a MRV, investir em responsabilidade social é tão importante quanto garantir o sonho da casa própria para milhares de brasileiros. Por isso, a companhia fundou, em 2014, o Instituto MRV, organização sem fins lucrativos voltada à promoção da transformação social do país por meio da educação. Somente em 2017, foram investidos mais de R$ 5,6 milhões em iniciativas como a Chamada Pública de Projetos, Criança Esperança, Programa Miguilim, Cidade dos Meninos, Projeto Querubins e muitos outros. Além disso, o Instituto também é responsável pelo incentivo ao voluntariado junto aos mais de 20 mil colaboradores da construtora.

P

Legado concreto Hoje, 1% do total do lucro líquido da construtora MRV é revertido em ações para o desenvolvimento educacional das comunidades onde ela atua. E foi com a criação do Instituto MRV que as iniciativas ganharam ainda mais força. Desde que foi fundada, a entidade tem transformado a vida de mais de 290 mil pessoas direta e indiretamente e mais de R$ 9,4 milhões foram empregados em projetos sociais. Para o diretor do Instituto MRV, Raphael Lafeta, o compromisso é garantir um país mais solidário e sustentável e para isso o Instituto vem atuando em par30

Raphael Lafeta, Diretor do Instituto MRV

ceria com empresas, entidades e órgãos públicos para promover qualidade de vida e acesso a oportunidades de crescimento social. “Acreditamos que isso só é possível por meio da educação e por essa razão desenvolvemos e apoiamos projetos com esse viés”, reforça o executivo. Iniciativas próprias Além de contribuir com projetos como Cidade dos Meninos São Vicente de Paulo, Programa Miguilim e Criança Esperança, o Instituto MRV desenvolveu iniciativas próprias, como Programa Educar para Transformar, Escola Nota 10 e MRV Voluntários.


FOTOS : DIVULGAÇÃO MRV

Programa Educar para Transformar Anualmente, por meio de uma chamada pública, o Programa Educar para Transformar seleciona alguns projetos que serão apoiados durante alguns meses pelo Instituto. Além de aporte financeiro, os responsáveis pelos projetos passam por treinamentos ligados a gestão e capacitação com o objetivo de tornar perene as suas ações.

O Programa Escola Nota 10 investe na qualificação profissional no local e horário de trabalho do operário.

Escola Nota 10 Já a Escola Nota 10, investe na qualificação profissional no local e horário de trabalho do operário. Desde 2011, a empresa desenvolve o programa em todas as suas regionais e hoje já são mais de 3.500 trabalhadores beneficiados de diversas áreas. MRV Voluntários

Vencedores da Terceira Chamada Pública de Projetos do Programa Educar para Transformar participam de

O MRV Voluntários é um programa que veio para forta-

treinamento na sede da MRV.

lecer o desejo da empresa de continuar transformando a vida das pessoas para melhor. Para isso, motiva e propicia meios para que os colaboradores da MRV possam contribuir com a realização de ações de promoção à educação, tendo como público prioritário as crianças. Atualmente, são mais de 2.000 colaboradores voluntários. enda: Vencedores da Terceira Chamada Pública de Projetos do Programa Educar para Transformar par-

Mais de 2.000 colaboradores da construtora fazem

ticipam de treinamento na sede da MRV.

parte do Programa MRV Voluntários

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ENGENHARIA SOCIAL

EDUCAR PARA TRANSFORMAR Imersão e muito conhecimento foi o que o Instituto MRV ofe-

encontros entre o Instituto e os representantes dos projetos

receu aos vencedores dos quatros projetos da Terceira Cha-

serão realizados, tanto online como presencial, com o intuito

mada Pública de Projetos do Programa Educar para

de orientar e ajudar no desenvolvimento desses projetos.

Transformar. O objetivo é ajudá-los a dar os primeiros passos, tanto na questão administrativa quanto no desenvolvimento das ações educacionais, para que possam depois caminhar sozinhos com sucesso.

Anualmente, acontece a Chamada Pública do Instituto MRV e podem se inscrever instituições sem fins lucrativos e pessoas físicas maiores de 18 anos nas cidades onde a companhia atua. Este ano, mais de 900 propostas

Com esse pensamento em mente, os represen-

foram registradas e passaram por uma comissão

tantes dos projetos Gaia +, de Piracicaba/SP;

avaliadora que levou em consideração critérios

Casa de Educação para a Sustentabilidade, de Rio

como: alinhamento do projeto com a realidade da

das Ostras/RJ; Vila Progresso, de São Paulo/SP e Educando Para a Vida, de Campinas/SP, estiveram na sede da

comunidade e áreas de atuação do programa; viabilidade técnica e financeira; compatibilidade de cronograma;

MRV, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 17 e 19 de abril.

capacidade de sustentabilidade do projeto; benefício social e

Eles participaram de um treinamento, ministrado em parceria

potencial inovador da iniciativa. Entre esses, 13 projetos foram

com Wylinka, organização sem fins lucrativos que tem como

selecionados e passaram pela votação popular por meio do site

propósito mobilizar e desenvolver instituições, e puderam en-

do Instituto MRV. Os vencedores, além de treinamentos, recebe-

tender um pouco mais sobre inovação e educação, métrica, ne-

rão durante o período, cada um, a quantia de R$80 mil para se

gócios de impacto na educação e gestão de projetos. Outros

desenvolver e contribuir ainda mais com a comunidade.


ARTIGO

O INESPERADO HABITAT DO SER URBANO EM MOVIMENTO: NOVA METRÓPOLE SEC XXI Joel Campolina - Arquiteto e Urbanista

Investimentos públicos maciços em nossas metrópoles, destinados a infraestruturas suportes para alavancar modais de mobilidade urbana, deveriam otimizar resultados de melhorias permanentes não só para os fluxos viários, mas também para a mobilidade de pedestres. O lugar do ser urbano contemporâneo precisa ser entendido dinamicamente e não como habitante de lugares específicos da cidade. Este individuo, na sua idade ativa, vive a maior parte do tempo imerso numa rede de lugares interconectados e de apropriação transitória: moradia, deslocamento, trabalho ou lazer. Na atual gestão da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte - PBH, no período 2017/2021, um volume de recursos públicos da ordem de 3,7 bilhões de reais será aplicado em intervenções no tecido urbano da capital, no âmbito da modernização e melhoria do transporte público e mobilidade urbana (Dados do Observatório de Mobilidade Urbana de BH e do Portal da Transparência da PBH). Em economias de escassez, como é o caso das nossas grandes metrópoles, parece tornarse premente uma reflexão mais cuidadosa sobre a importância de otimizar o aproveitamento de uma parcela destes investimentos no planejamento inovador e cuidadoso para implantação de circuitos urbanos desenhados para deslocamentos a pé efetivamente caminháveis, acessíveis e sustentáveis. Segundo dados de pesquisa da BHTrans de 2014, cerca de 34,8% do total de deslocamentos diários da população local se faz pelo modal a pé. 34

O ser urbano sec XXI, visto como habitante nômade de uma rede integrada de lugares de apropriação semitransitória, vive parcelas definidas e significativas do seu tempo, cria laços de afetividade, ciclos de convivência e fragmenta sua percepção em lugares diferenciados. No lugar moradia, vive uma boa parte do seu tempo cotidiano. Nos lugares deslocamento, se apropria do seu trajeto para qualquer outro destino. No lugar trabalho vive e exercita sua contribuição cidadã produtiva. Lynch, Kevin em seu clássico e consagrado trabalho “The image o the city”, 1961, já via a totalidade da cidade como arquitetura e considerou seus componentes em movimento, particularmente o ser urbano e suas atividades, como sendo tão importantes quanto suas construções e elementos estáticos. Processos convencionais de planejamento são repensados, novas metodologias e conceitos alternativos são incorporados no redesenho de cenários urbanos contemporâneos.


Projeto da Passarela Boulevard Multifuncional , de 2013, sobre o eixo expresso BRT_MOVE da Avenida Antônio Carlos, reconecta os dois lados dos bairros Lagoinha e São Cristóvão na altura do conjunto habitacional IAPI.

Em muitos casos, estes espaços se fundem ou se en-

Num escopo mais amplo, soluções derivadas deste

trelaçam como lugares de sociabilidade que se inter-

conceito poderiam vir acopladas em viadutos veicula-

conectam através da chamada infosfera, uma camada

res já implantados, ou melhor ainda, quando concebi-

de informação que envolve o planeta abaixo da atmos-

das na época dos projetos executivos para

fera - supostamente acessível a todos. Este neolo-

implantação da própria via veicular e dos equipamen-

gismo foi originalmente atribuído ao filósofo italiano da

tos complementares, em certos pontos críticos estra-

informação Luciano Floridi, em “The Fourth Revolu-

tégicos ao longo dos eixos expressos e grandes

tion: How the infosphere is reshaping human reality”.

avenidas.

E como arquitetos e urbanistas sec XXI podem contri-

O nosso projeto da “Passarela Boulevard Multifuncio-

buir para melhorar a qualificação destes cenários? Uma das alternativas propostas por este autor data de 2012 e consta no capítulo - Cidade Sustentável, tópico 43 - do programa de governo do segundo mandato do ex-Prefeito Márcio Lacerda. Esse item, retomado e aperfeiçoado, está em consideração por nosso atual Prefeito Alexandre Kalil. O objetivo é introduzir o conceito de passarelas urbanas aéreas multifuncionais mais amigáveis, largas e com espaços verdes, como

nal”, de 2013, sobre o eixo expresso BRT_MOVE da Avenida Antônio Carlos, reconecta os dois lados dos bairros Lagoinha e São Cristóvão na altura do conjunto habitacional IAPI. A travessia voltará a ser feita mais amigavelmente por um percurso ajardinado e arborizado, larguras variáveis em função das características urbanísticas do lugar. Numa das extremidades de acesso foi previsto um pequeno núcleo multifuncional, com lojas de bairro, posto municipal de serviços e revitalização dos espaços verdes das áreas de contato.

alternativas para atravessamentos seguros para pedestres.

Outra contribuição nossa, mais recente, trata-se do conceito de circuitos a pé, caminháveis, acessíveis e

Travessias em lugares urbanos onde as rupturas so-

sustentáveis, interligando polos atratores intraurbanos

cioambientais tenham ocorrido mais drasticamente, di-

especialmente significativos. Este é o caso do nosso

ferentemente das passarelas convencionais, induzirão

projeto-proposta de estudo de viabilidades-custos-be-

a continuidade natural das interconexões sóciofuncio-

nefícios para o Circuito a Pé Centro-Sul, universal-

nais pré-existentes, respondendo a demandas das

mente acessível e sustentável, interconectando o polo

próprias comunidades impactadas.

Praça da Rodoviária ao polo Conjunto Cultural Praça 35


ARTIGO

distâncias a serem percorridas entre cada polo atrator terão de ser dosadas, limitando percursos inter polos em torno de 2 km. Ao longo dos caminhos, parklets pré-existentes poderão ser utilizados como pontos de descanso adicionais.

da Liberdade (passando pelo Parque Municipal) e ao polo Praça da Assembleia (passando pela Praça da Savassi) e, de novo a Praça da Rodoviária (passando pelo Mercado Municipal).

Constata-se que a maioria das passarelas aéreas padrão, para circulação de pedestres, foram implantadas para resolver prioritariamente conflitos do fluxo veicular dominante, projetadas como trajetos alternativos muito pouco, ou nada, amigáveis, não pensados como

Esse estudo já foi entregue e está em fase de consi-

lugares urbanos, nem priorizando o conforto dos pe-

derações das atuais gestões da BHTRANs, da Belotur

destres como protagonistas, como deveriam.

e do prefeito Kalil. Fazem parte deste tipo de planeja-

36

mento e projeto, o equacionamento de uma sequência

Cabe aos arquitetos e urbanistas, em consonância

contínua de caminhos, dimensionados para permitir,

com os diversos atores e especialidades convergentes

estimular e facilitar o deslocamento de todos os tipos

neste campo, contribuir mais efetivamente na origem

de pessoas, incluindo as com necessidades especiais

dos planejamentos de novas intervenções de mobili-

(cadeirantes, cegos, idosos, gestantes, etc.) definindo

dade urbana. Novas soluções alternativas, justificáveis

percursos com rampas máximas de 8,33%, adotando

em termos de custos e benefícios sociais e ambien-

pavimentação adequada, iluminação apropriada, sina-

tais, respeitando fluxos locais pré-existentes do ser ur-

lização específica, vegetação complementar e con-

bano

tando com uma rede de estações-conforto, equipadas

concomitantemente a melhoria do fluxo metropolitano

com serviços de apoio, sanitários acessíveis, etc. As

do tráfego veicular.

pedestre,

precisam

ser

implementadas


A Cemig investiu

4 bilhões de reais na melhoria do seu sistema elétrico. Sabe quem ganha com isso? Todos os mineiros. Rosano Figueiredo Agente de comercialização da Cemig em Belo Horizonte

TRABALHO E INVESTIMENTOS É assim que estamos construindo uma nova Cemig.

A Cemig está trabalhando para reduzir as ligações irregulares e clandestinas. Sem esses problemas, a rede elétrica ganha mais qualidade e menos riscos de desligamentos acidentais. De 2015 a 2018, a Cemig investiu R$ 800 milhões em eletrificação rural. Milhares de famílias do campo agora têm acesso aos benefícios que a energia elétrica proporciona.


PRÊMIO SME CT&I

A importância do incentivo de novas ideias para o desenvolvimento da engenharia

Solenidade de entrega do 25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação Sandra Castro

A Sociedade Mineira de Engenheiros realizou, no dia 23 de abril de 2018, na sede da FIEMG, a solenidade de entrega do 25º Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação. O prêmio visa incentivar estudantes de graduação de faculdades e universidades mineiras a criarem projetos acadêmicos de inovação tecnológica para soluções em prol do bem-estar da sociedade civil. Com o propósito de sugerir um problema real ou um problema desenvolvido propositalmente para levantar questões cuja solução carece de conhecimentos de engenharia, arquitetura ou agronomia, o prêmio revela, todos os anos, novos talentos entre a comunidade acadêmica. Na última edição, o primeiro colocado foi o Projeto Aquadrone, do estudante Filipe dos Santos Aureliano, aluno do 7º período de Engenharia Mecânica do Centro Universitário do Sul de Minas (UNIS-MG), na cidade de Varginha. O Projeto Aquadrone foi desenvolvido para localizar e mapear corpos de pessoas desaparecidas por afogamento. Conversamos com Filipe que nos contou o caminho desde o fato que o inspirou a criar o projeto até a premiação. Filipe conta que estava dentro do ônibus quando viu pela janela uma ação de resgate do Corpo de Bombeiros na Represa de Boa Esperança, no sul de Minas. A equipe tentava há três dias localizar os cor38

pos desaparecidos após um barco afundar na represa e Filipe viu a dificuldade e os riscos que os bombeiros enfrentavam nesse processo. Além disso, tinham que interromper as buscas após as 18 horas por falta de tecnologia. Perante essa situação, o estudante pensou no sofrimento das famílias dos desaparecidos e se perguntou como poderia ajudar a agilizar o resgate dos corpos. Assim nasceu o projeto Aquadrone. Filipe desenvolveu a ideia e colocou em prática um sistema de programação anexado a um drone, feito para se movimentar dentro d’água. Utilizando óculos de realidade virtual, os bombeiros podem ler a imagem no visor do controle remoto do drone e fazer a varredura do local. Com essa tecnologia, o tempo estimado para encontrar os corpos passou a ser de 2 a 3 horas. Além disso, o protótipo preza pela segurança dos bombeiros em áreas de difícil acesso. O Aquadrone foi utilizado em uma simulação realizada pelo Corpo de Bombeiros de Varginha, em 2016, e apresentou bons resultados. “Meu estudo se diferencia e pode ser considerado uma inovação por apresentar um artifício diversificado de um protótipo, onde o mesmo foi validado por coronéis, comandantes e chefes de mergulho e aviação do Corpo de Bombeiros de Varginha. Sendo uma inovação considerada simples, e que gerou a con-


VENCEDORES DO 25º PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO PREMIAÇÃO Além da premiação em dinheiro - R$ 10 mil (1º lugar), R$ 6 mil (2º lugar), R$ 5 mil (3º lugar), R$ 4 mil (4º lugar) e R$ 3 mil (5º lugar) ‒ todos os vencedores receberam o software financeiro da Paiva Piovesan, que também ofereceu duas vagas de estágio remunerado na área de desenvolvimento. O primeiro colocado ganhou uma pós-graduação pelo IETEC, na área de Gestão de Projetos. A insti-

tuição também presenteou os demais vencedores com um curso de gerenciamento de projetos (EAD), com duração de 24 horas/aula. A premiação foi instituída com base em legislação e normas do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia ‒ CONFEA, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais ‒ CREA-MG e do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil ‒ CAU-BR.

Filipe dos Santos Aureliano Engenharia Mecânica -UNIS-MG Projeto: AQUADRONE: Localização e mapeamento de corpos de pessoas desaparecidas por afogamento Orientador: Alexandre de Oliveira Lopes

1º Marcus Túlio Ribeiro de Lima, Luan Pacoal de Andrade e Vinicius da Silva Borges

André Luís Queiroz Nogueira

Engenharia Elétrica - UniBH Projeto: A realidade aumentada como tecnologia assistiva: Proposta de jogo para estimulação cognitiva de crianças Orientadora: Fabyola Gleyce da Silva Resende

Fagner Ribeiro Porto e Matheus Faria Morais

Engenharia de Materiais - UNIFEI Projeto: Avaliação da durabilidade de concretos fabricados com rejeito da extração do minério de ferro e misturas binárias de aglomerante, cimento Portland e escória de alto-forno Orientador: Carlos Augusto de Souza Oliveira

Bruna Costa Paiva e Sabrina Carla Silva Engenharia Civil - PUC MINAS Projeto: Criação de argamassa utilizando isopor sem ar Orientadora: Juliana Lopes Andrade

Realização

Patrocínio

Honra ao mérito

Engenharia Elétrica - UFSJ Projeto: WALK LINE: Dispositivo háptico para deslocamento de deficientes visuais Orientador: Eduardo Bento Perreira

Marcelo Pereira Souto e Murilo Ferreira dos Santos

Engenharia Mecânica FACULDADE PITÁGORAS - Montes Claros Projeto: Desenvolvimento de uma máquina de rotomoldagem de baixo custo para processar polietileno reciclado Orientador: Henrique Nunes Pereira Oliva

Ana Flávia Rezende Silva

Honra ao mérito

Engenharia Química - PUC MINAS Projeto: Remoção de sulfeto de efluentes utilizando destilação assistida por membranas Orientadoras: Bárbara Caroline Ricci Nunes e Miriam Cristina Santos Amaral

Apoio


PRÊMIO SME CT&I

O inventor Filipe dos Santos Aureliano segurando o Aquadrone, seguido pelo seu pai, Edson Aureliano (de calça branca) e a equipe do Corpo de Bombeiros da cidade de Varginha. quista de uma patente de invenção, faz comprovar mais uma vez que essa implantação do projeto levará o homem a um novo nível no que tange à segurança do trabalho e no alcance na área explorada de ambientes inóspitos, permitindo de forma totalmente segura e viável que possamos desempenhar atividades perigosas que hoje mutilam e degradam a vida do homem,” ressalta Filipe. Prêmio SME Para Filipe, ter sido o vencedor do Prêmio SME representou um grande incentivo, além de ser uma oportunidade que promete abrir portas. “Me senti amparado e incentivado para desenvolver mais projetos. Com esse prêmio tenho maior chance das pessoas conhecerem as minhas ideias e investirem nelas. Isso para mim é importante pois fiz todo o projeto sozinho e com recursos do meu próprio bolso, desde a parte teórica até a prática”, conclui Filipe, que hoje detém as patentes nacional e internacional do Aquadrone. Olavo Machado, industrial do setor elétrico elétrico e então presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais –FIEMG, sempre apoiou o Prêmio SME e fala da sua relevância para os profissionais da área de engenharia: “O Prêmio SME de Ciência, Tecnologia e Inovação certamente é a ação em Minas que mais incentiva e valoriza jovens a seguirem carreira na Engenharia. A indústria é quem representa e cria desenvolvimento com tecnologia e inovação, e só seremos um país respeitado 40

através da valorização da indústria que gira e cria empregos e riquezas. Não existe Indústria sem engenheiro. Que venham muitos prêmios SME para o bem de Minas e do Brasil", declara Olavo. Marita Arêas de Souza Tavares, coordenadora do Prêmio, afirma que esse reconhecimento repercute positivamente nas esferas acadêmica e profissional das engenharias, com resultados para a qualidade de vida da sociedade civil e, ao mesmo tempo, proporcionando uma integração dos graduandos com as empresas que se interessam pelos projetos de inovação tecnológica. “O principal objetivo do prêmio, que foi criado em 1992 pelo engenheiro Rodrigo Paiva, é incentivar os alunos, faculdades e universidades dos cursos de graduação ligados às áreas de engenharia, arquitetura e agronomia para participarem com projetos tecnológicos inovadores. Existem casos em que o projeto vencedor do Prêmio SME foi posteriormente apresentado em eventos no exterior, abrindo portas para um intercâmbio de tecnologias de ponta com outras culturas. Isso é gratificante para todos nós”, ressalta Marita. Rodrigo Paiva, Vice-presidente da SME, completa: "Queremos despertar nos estudantes de Minas a inovação do conhecimento científico, estimulando-os à descobrirem novas tecnologias e assim participarem de projetos acadêmicos, inserindo-os regularmente ao contato com pessoas do mundo todo e consolidando a participação de Minas na ciência da engenharia de ponta, com o intuito de atender as carências humanas".


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PRÊMIO SME DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

Solenidade de entrega do 25º Prêmio SME de Ciênica, Tecnologia e Inovação

Adair Evangelista, Superintendente Regional do IEL MG e Superintendente de Defesa da Indústria do Sistema Fiemg

Marita Arêas, Membro do Conselho Deliberativo da SME e Coordenadora do Prêmio SME

João Bosco, Gerente Comercial do Sicoob Engecred e André Luis, ganhador do 3º lugar do Prêmio SME

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Ronaldo Gusmão, Presidente da SME

Rodrigo Coutinho, Presidente do Conselho Deliberativo e Marcelo Pereira e Murio Ferreira, ganhadores do 4º lugar do Prêmio SME

Teodomiro Diniz, Vice-Presidente do Sistema Fiemg, Ronaldo Gusmão, Adair Evangelista, Filipe dos Santos, ganhador do 1º lugar do Prêmio SME e Alexandre Lopes, orientador do seu trabalho.

Marita Arêas entrega o diploma da Unifei ao Carlos Augusto


Entrega de bolsas de pós-graduação do Ietec pelo Diretor-geral, professor Mauri Fortes

Entrega de Software Financeiro aos vencedores do Prêmio SME pelo Rodrigo paiva, Presidente da Paiva Piovesan

Carlos Renato, Superintendente de Tecnologia, Inovação e Eficiência Energética da Cemig, Marcus Túlio, João Ricardo e Luan Pascoal, ganhadores do 2º lugar do Prêmio SME

Rodrigo Paiva, Vice-Presidente de Inovação da SME, Bruna Costa e Sabrina Silva, ganhadoras da 1ª placa de Menção Honrosa

Luiz Portela, Vice-Presidente Técnico-Cultural e Fagner Ribeiro, ganhador do 5º lugar do Prêmio SME

Flávio Carvalho e Ana Flávia, ganhadora da 2ª placa de Menção Honrosa

Wilson Leal, Diretor de Inovação da SME e palestrante do Prêmio SME

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SME JOVEM

Engenharia solidária Marina Duarte

romover melhorias na qualidade de vida de populações carentes e/ou de baixa renda, com respeito ambiental e cultural. Esse é o objetivo do Engenheiros Sem Fronteiras, uma ONG mundialmente atuante, que, por meio de voluntariado, realiza projetos de engenharia, oferecendo propostas de infraestrutura fundamental, saneamento básico, educação, cidadania e serviços ambientais sustentáveis a comunidades em situação de vulnerabilidade social. São mais de 60 núcleos espalhados por todo o Brasil e sede em outros países da América, Europa, Ásia e África.

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O núcleo de Belo Horizonte, criado em 2015, já desenvolveu mais de 30 projetos na cidade e região metropolitana, impactando diretamente mais de 2.300 pessoas. De voluntários, a ONG conta hoje com 63 membros efetivos e mais de 120 membros colaboradores. “Ainda não temos uma engenharia mais voltada para o social. Temos ineficiência de saneamento, de iluminação pública, de moradia. E nessas comunidades expostas à vulnerabilidade social e econômica a engenharia não chega. Então, nosso foco nesses projetos é tentar suprir essa demanda na Região Metropolitana de Belo Horizonte”, explica Mateus Eustáquio dos Santos, Vice-diretor do Engenheiros sem Fronteiras- Núcleo BH. 44

Segundo o Diretor-geral do núcleo, Rodrigo de Oliveira Carvalho, a ONG tem como objetivo, além do desenvolvimento dos projetos junto às populações carentes, trazer conhecimento prático para os alunos e profissionais envolvidos, sempre tendo como pilares a ética e o respeito ao próximo. “Todos nós precisamos buscar formas e meios de nos aperfeiçoarmos, profissionalmente e como pessoas. E esse projeto proporciona isso para os nossos voluntários”, ressalta Rodrigo.


Divulgação Engenheiros sem Fronteiras

Lar dos Meninos São Domingos No ano passado, o Engenheiros sem Fronteiras realizou um projeto de intervenção na creche Lar dos Meninos São Domingos, um estabelecimento educativo que ministra apoio pedagógico e cuidados às crianças, localizado no bairro Ipiranga, em BH. A ação, realizada conjuntamente com o Curso Intensivo de Preparação de Mão de Obra Industrial (CIPMOI) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), consistiu na adequação do banheiro infantil (assentamento de revestimento cerâmico nos espaços faltantes, instalação de divisórias sanitárias e um mictório), criação de uma horta comum e vertical, instalação de um sistema de captação e reaproveitamento de água de chuva, além de manutenções pontuais, como troca de lâmpadas. A ação contou também com uma visita pós-obra, em que os membros realizaram brincadeiras socioeducativas e efetuaram o plantio das hortaliças com as crianças. Projeto Cabana O Projeto Cabana consistiu na criação de um espaço de Sala de Música no Núcleo de Apoio à Criança e ao Adolescente, na comunidade do bairro Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte. Com os apoios da Atena Engenharia, Rotaract Club de Contagem e

Santa Cruz Acabamentos, o Engenheiros sem Fronteiras realizou todo o processo, como limpeza do espaço, revestimento de piso e paredes, instalação elétrica, pintura e acabamento. O Núcleo citado, com ajuda de custo da Prefeitura de Belo Horizonte, recebe atualmente 150 crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, com idades entre 6 e 14 anos, oferecendo por período integral atividades pedagógicas, culturais e esportivas, afim de proporcionar o desenvolvimento de aptidões dos alunos. Parceria com a SME Por acreditar na importância de iniciativas como essas para o desenvolvimento econômico, social e sustentável dessas comunidades, a Sociedade Mineira de Engenheiros apoia o Engenheiros sem Fronteiras, dando suporte em suas divulgações e cedendo espaços para a realização de eventos da ONG. “A SME é uma casa para todo e qualquer engenheiro. Acreditamos que com essa parceria vamos unir ainda mais a classe da engenharia”, conta Rodrigo de Oliveira. “Estaremos próximos de profissionais renomados da área, que poderão nos dar bastante apoio. Com o pouco contato que já tivemos inúmeras portas já foram abertas e acreditamos que mais oportunidades ainda estão por vir”, finaliza Mateus Eustáquio. 45


MESTRES DA ENGENHARIA ‒ LUIZ PAULO WILKE BURATTO

Professor Buratto: Uma vida dedicada à academia Marina Duarte

os 83 anos, Luiz Paulo Wilke Buratto, mais conhecido como professor Buratto, relembra com carinho a trajetória que já completa 56 anos dedicados a ensinar e inspirar futuros engenheiros. Nas cadeiras de suas salas de aula, sentaram alunos que hoje são grandes profissionais da engenharia. Muitos outros seguiram os passos do professor e se tornaram os responsáveis pela formação das novas gerações. Como é o caso do filho Mário Buratto, seu ex-aluno e há 10 anos professor na PUC Minas. “Pra mim é uma grande honra ter um filho seguindo meus passos”, conta feliz o professor Buratto.

A

A carreira sólida e bem-sucedida nos leva a imaginar que se tornar professor foi algo planejado por Buratto desde os tempos em que era ele o aluno. Mas não foi bem assim. Em 1961, quando se formou em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais, Buratto decidiu empreender e, junto com dois amigos, abriu uma empresa. “Nós não fomos muito felizes nessa empreitada. O país passava por um momento terrível e com a revolução de 1964 acabamos fechando as portas”, lembra. Foi nessa época que os caminhos de Luiz Paulo Wilke Buratto mudaram de rumo e o levaram a se tornar o professor Buratto. “Minha trajetória acadêmica começou na UFMG. Entrei para dar aulas de engenharia elétrica, na parte de física, e depois também lecionei eletrônica. Fiz parte do corpo do46

cente da Federal por 30 anos, até me aposentar”. Em 1965, Eduardo Schmit, um dos fundadores do IPUC - Instituto Politécnico da Universidade Católica, e outros notáveis professores da época, em especial Mário Werneck, então Professor Titular de Física, convidaram o professor Buratto para integrar a equipe de mestres da Instituição. Convite feito, convite aceito. E por lá, já são 53 anos dando aulas. Tempo que fez nascer grandes amizades. “Nessa vida fiz grandes amigos. Entre eles, posso citar Ítalo Gaetani, que é um dos maiores empreendedores de BH, José Olavo Mourão Alves Pinto, um notório administrador da construção civil, e o grande Afonso Paulino”. Durante a carreira acadêmica, Buratto ganhou não só amigos, mas também muitas homenagens e reconhecimento. A cada semestre, diversas turmas escolhiam o professor como homenageado, tanto na UFMG, como no IPUC e na atual PUC. Além disso, também recebeu a medalha Santos Dumontgrau prata e a medalha do CREA pelos bons serviços prestados na engenharia. Professor Buratto, que atualmente está de licença para se dedicar aos cuidados com a saúde, conta que todos esses anos lecionando proporcionaram uma rica troca de conhecimentos com os alunos.


” As coisas hoje mudam tão rápido, a tecnologia está tão evoluída, que fica difícil imaginar como será a engenharia daqui a 10 ou 20 anos. “Praticamente a minha vida toda me dediquei à carreira acadêmica e isso me fez estudar muito para estar sempre atualizado. Dar aulas é uma troca entre aluno e professor. Eu ensino, mas também aprendo muito com meus alunos”, conta o professor. Quando perguntado sobre o futuro da engenharia, professor Buratto responde ser difícil dar essa previsão. “As coisas hoje mudam tão rápido, a tecnolo-

gia está tão evoluída, que fica difícil imaginar como será a engenharia daqui a 10 ou 20 anos”. Sobre o futuro da engenharia o professor tem dúvidas de como será, mas para o seu futuro uma coisa é certa: “Quero curtir mais a minha vida!”. Ao lado da esposa, Thereza Josephina, dos 5 filhos, 10 netos e 1 bisneto que está para nascer, professor Buratto planeja dias tranquilos para fazer o que mais gosta: viajar! 47


EMPRESAS JUNIORES DE ENGENHARIA

Aproximando os jovens da cultura empreendedora Marina Duarte

As empresas juniores (EJs) são organizações formadas e gerenciadas por alunos de graduação, orientados por docentes das instituições em que estudam. O principal objetivo dessas empresas é proporcionar ao participante uma visão empreendedora e inovadora, fazendo com que ele conheça, antes mesmo de formar, como funciona o ambiente de trabalho e tenha a oportunidade de colocar em prática o que é aprendido em sala de aula. Dessa forma, o estudante sai da faculdade com habilidades e conhecimentos que auxiliam no encaminhamento do primeiro emprego. Por não terem fins lucrativos, os recursos arrecadados com os serviços são destinados apenas para a manutenção das empresas e para a capacitação de seus membros. Dessa forma, as EJs oferecem serviços com preço abaixo do mercado, sendo bastante atrativas para micro e pequenas empresas.

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Equipe da Laenq Jr com integrantes da BH Júnior, núcleo de empresas juniores na região de Belo Horizonte.

empresa oferece consultoria em Engenharia Química e áreas correlatadas, de maneira mais acessível. “Como empresa júnior, temos espírito jovem, empreendedor e crítico. Além disso, por sermos devidamente assessorados por profissionais experientes, podemos fornecer soluções de alta qualidade”, explica Matheus Allef Cruz, Diretor Financeiro da empresa.

Laenq Jr

Parte da equipe desde a idealização do projeto, Matheus reconhece que o maior desafio enfrentado por uma empresa júnior é se consolidar no mercado. “Muitos empresários não entendem o que é uma empresa júnior. Nosso desafio é mostrar para eles que estamos disponíveis e temos condições de oferecer produtos de qualidade”.

Uma dessas empresas é a Laenq Jr, iniciativa dos alunos do centro universitário Uni-BH. Criada em 2017, a

Ao fazer parte do time de uma empresa júnior, Matheus está adquirindo competências importantes em um



EMPRESAS JUNIORES DE ENGENHARIA

mercado de trabalho, como habilidades de motivação de equipe, escolhas de ferramentas de qualidade e administração financeira. Outro estudante que também apostou na empresa júnior como meio de adquirir experiência é Thiago Previatello Villela, aluno do 5º período do curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Minas Gerais. Thiago fez parte da equipe da CPE Jr e acredita que essa passagem foi enriquecedora para a sua vida profissional. “A empresa júnior é um lugar onde você pode, desde o começo do curso, ter contato com o universo empresarial. Apesar de ser júnior, temos muitos processos igual a uma empresa sênior. Por isso, você aprende o tempo inteiro”, explica Thiago.

Mercado em Conexão Thiago saiu da CPR Jr para assumir um novo desafio: ser diretor da Mercado em Conexão, uma feira anual de oportunidades, que tem como objetivo conectar os estudantes diretamente às empresas. Organizada por seis empresas juniores da UFMG - CPE Jr, Emas Jr, Minas Jr, Mult Jr, PJ e UCJ – a feira conta com a participação de grandes empresas. Participaram das edições anteriores gigantes como AmBev, Kraft Heinz, Embraer, Localiza e Itaú. Além de palestras, a feira oferece espaço para que as empresas possam tirar as dúvidas sobre os processos seletivos e os jovens possam realizar pitchs diretamente aos recrutadores das organizações e da Cia de Talentos, se apresentando e, possivelmente, saindo de lá com uma vaga de emprego garantida. “A Mer50

Thiago Previatello Villela, diretor da Mercado em Conexão. cado em Conexão serve tanto para mostrar as oportunidades e dar direcionamento aos alunos, mostrando para eles os caminhos que podem seguir, como também para ajudar as empresas a acharem talentos”, explica Thiago. Seja em uma empresa júnior ou participando da Mercado em Conexão, esses jovens estudantes caminham em busca de se tornarem grandes profissionais no futuro. “Uma preocupação que a gente sempre tem é como podemos devolver para a sociedade um pouco das oportunidades recebemos agora”, finaliza Thiago.


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MOBILIDADE URBANA

Plano de Mobilidade Urbana é tema de encontros entre engenheiros e autoridades Marina Duarte Há pouco tempo vivenciamos uma crise de abastecimento no país, resultado da paralisação dos caminhoneiros. Naquele momento, mais do que nunca, ficou visível a fragilidade da mobilidade urbana em Belo Horizonte e a urgente necessidade de melhorias nesse setor. Com o objetivo de discutir o Plano de Mobilidade da cidade, a diretoria da Sociedade Mineira de Engenheiros se reuniu, no dia 4 de junho, com o engenheiro e Vice-prefeito, Paulo Lamac. Durante o encontro, os participantes debateram sobre os principais desafios que Belo Horizonte en52

frenta nesse quesito e analisaram algumas sugestões de ações de melhoria. O Vice-prefeito destacou que o município vem buscando se adequar às novas diretrizes nacionais, que já reconhecem a necessidade de uma mobilidade mais sustentável. “Cada vez mais a gente vê a complexidade tanto do ponto de vista ambiental quanto da problemática de deslocamento nos grandes centros e em Belo Horizonte não é diferente. Estimulamos o uso do transporte coletivo, no lugar do transporte individual, e trabalhamos no sentido de oferecer alternativas que proporcionem conforto e agilidade para os

usuários. Além disso, temos uma meta de ampliação das nossas ciclofaixas até 2020. Com isso, esperamos que BH se mantenha no protagonismo da mobilidade sustentável em nosso país”, ressalta Paulo Lamac. Para a BHTrans, representada no evento pelo Diretor de Transporte Público, Daniel Couto, a priorização do transporte coletivo é um dos pontos necessários para uma mobilidade mais sustentável. “É muito importante essa iniciativa da SME de debater o tema mobilidade. Um tema que envolve todos os setores da cidade, sendo crucial para o co-


Sociedade Mineira de Engenheiros recebe autoridades.

mércio, para a circulação de mercadorias e para a circulação de pessoas. A BHTrans aposta na priorização dos transportes coletivos e acredita em uma cidade mais harmônica, com uma mobilidade ativa e sustentável”. Entre os cerca de 40 participantes, estiveram presentes também representantes da BH Airport, que ressaltaram a importância de colocar esse assunto em pauta. “O aeroporto faz parte do equipamento urbano de Belo Horizonte e para o usuário chegar lá o trânsito precisa ter uma boa fluidez. Por isso, é de total interesse da BH Airport participar dessas discussões em relação à mobilidade urbana”, explica o Gestor de Relações Institucionais da concessionária, Ricardo Penteado. “Esse tipo de encontro é muito proveitoso, uma vez que os especialistas das áreas de engenharia e transporte se reúnem com o

poder público, tendo cada um a possibilidade de expor o seu ponto de vista. Acredito que esse é o primeiro passo para um caminho construtivo pela frente”, completa Cristiano Jardim, Analista de Relações Institucionais da BH Airport. No dia 11 de junho, os membros da SME voltaram a se reunir para falar sobre o tema, dessa vez, tendo a Região Metropolitana como enfoque. Para falar sobre o assunto, receberam a Subsecretária da SETOP (Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas), Maria Luiza Machado Monteiro e a Superintendente de Transporte Metropolitano da SETOP, Mailla Soares. As duas convidadas apresentaram o diagnóstico para o Plano Metropolitano de Mobilidade e discutiram com os presentes as sugestões para o desenvolvimento final deste material. “Para a elaboração desse diagnóstico, realizamos diversos encontros para ouvir os desejos e necessidades da população das 34 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, coletamos

dados com as entidades e órgãos públicos a fim de fazer um diagnóstico realmente bom. Com essas informações em mãos, iremos propor as soluções de melhoria da mobilidade urbana da RMBH”, explica a Subsecretária. O Presidente da SME, Ronaldo Gusmão, aproveitou a oportunidade para ressaltar o grande interesse da entidade em contribuir para que este seja um Plano de Mobilidade eficiente e duradouro. “A SME se coloca à disposição e queremos participar efetivamente para que esse Plano tenha continuidade e seja de toda a sociedade”. Segundo Maria Luiza Machado, o encontro na sede da Sociedade Mineira de Engenheiros foi importante para agregar ainda mais informações a esse estudo. “Conseguir envolver a Sociedade Mineira de Engenheiros, o CREA, universidades e fundações é uma grande vitória para nós e estamos muito gratificados com isso. Temos certeza que esse envolvimento ajudará a termos um plano de mobilidade muito bom”. 53


ORDEM DOS ENGENHEIROS DE ANGOLA-OEA

Ordem dos Engenheiros de Angola apresenta na SME quadro de metas e oportunidades de negócios no país Sandra Castro

Arquivo pessoal Lúcio Fonseca

Angola, país localizado na costa ocidental da África, foi colônia de Portugal até 1975. Após 38 anos de guerras -14 anos contra os colonizadores portugueses e 24 de guerra civil - o país hoje se destaca como exportador de petróleo e gás do continente africano. Na época, o então presidente brasileiro Ernesto Geisel foi o primeiro líder mundial a reconhecer, num gesto pragmático, o novo governo angolano, o que gerou uma ligação privilegiada do Brasil não apenas na área diplomática, mas também comercial. conteceu dia 07 de maio de 2018, na sede da Sociedade Mineira de Engenheiros, a palestra da Ordem dos Engenheiros de Angola-OEA, feita pelo engenheiro e presidente da Ordem, Augusto Paulino Neto. Com o conteúdo central apontado para as oportunidades de negócios no contexto da diversificação da economia, a palestra apresentou um quadro geral e atualizado de oportunidades que mostram o interesse do país em se sintonizar com o mundo e criar perspectivas de desenvolvimento.

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Em um atual cenário de mudanças políticas, Neto apresentou o tópico “Angola 40 anos depois” com dados sobre o percentual de acessos da população no saneamento básico, água e eletricidade, o que comprova os dados do Relatório Econômico de Angola, onde destaca-se a área de construção em segundo lugar com uma influência na taxa de crescimento do PIB de 0,877%, comprovando-se que as exportações petrolíferas e os investimentos públicos têm sido os dois principais motores de crescimento econômico do país (fonte: Relatório Econômico de Angola 2016).

Lúcio Fonseca, representante da OEA no Brasil, afirma que hoje a Angola visa a cooperação técnica e troca de experiências e tecnologias com a aproximação da OEA e SME. “O novo cenário de Angola preza pela transparência na administração e cria perspectivas de desenvolvimento. A nova Angola quer a diversificação da economia e está abrindo novas oportunidades ao estimular investimentos das empresas brasileiras. E a SME apoia o que for apto de encaminhar como projeto para as áreas adequadas e a troca de conhecimentos”, conclui Lúcio.


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