Espaço Farmacêutico

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FECHAMENTO AUTORIZADO, PODE SER ABERTO PELA ECT

Revista do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Santa Catarina Edição 08 – Ano 02 – Setembro de 2012

LINFÓCITOS CLONADOS, IMORTALIZADOS, QUE PRODUZEM SEMPRE OS MESMOS ANTICORPOS, SÃO A ÚLTIMA FRONTEIRA DA CIÊNCIA FARMACÊUTICA. PARA CHEGAR NESSA TECNOLOGIA, É PRECISO: PESQUISA, TRABALHO EM REDE, PRESENÇA FARMACÊUTICA, FORMAÇÃO CONTINUADA, SAÚDE COMO DIREITO.

TODOS OS TEMAS SERÃO ABORDADOS NO FARMAPOLIS.


SUMÁRIO

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UMA BÚSSOLA PARA AS QUESTÕES TERAPÊUTICAS Com 1.500 pontos em mais de 1000 municípios, o programa de Tele-medicina / Telessaúde realizou quase 47 mil teleconsultorias e 600 mil telediagnósticos. Esse é um programa que possibilita ao farmacêutico consolidar-se como referência para 6 mil equipes de saúde da família.

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ESPÍRITO DE CORPO O maior Congresso da Fenafar já realizado demonstrou, em Florianópolis, como a construção coletiva de políticas e espaços para a categoria farmacêutica é, simultaneamente, o único caminho para o desenvolvimento do Brasil e para a autorrealização individual dos profissionais

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA COM PRÁTICA CLÍNICA A Pós-Graduação da UNIVALI busca especializar farmacêuticos que fazem a diferença na sociedade.

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O título eleitoral confere ao cidadão brasileiro o poder para propor leis no Congresso Nacional, desde que reúna-se 1% de assinaturas do eleitorado. É assim que a sociedade brasileira vai definir um novo orçamento para a Saúde – pela vontade popular e pela força da mobilização.

DNA FARMACÊUTICO NA REDE

ATENÇÃO FARMACÊUTICA O QUALIFAR-SUS começa a distribuir recursos para municípios com até 100 mil habitantes conseguirem o aprimoramento, a implementação e a integração sistêmica das atividades da Assistência Farmacêutica nas ações e serviços de saúde.

UM DIAGNÓSTICO PARA AS ANÁLISES CLÍNICAS Os dilemas das Análises Clínicas - área na qual os farmacêuticos detêm a propriedade de 90 dos laboratórios no sul do País - são complexos e exigem ações articuladas. O CRF-SC é correalizador de um Fórum que vai diagnosticar como resistir às ameaças científicas, sociais e econômicas que desabam sobre o setor.

A FRONTEIRA DA CIÊNCIA FARMACÊUTICA Linfócitos clonados, imortalizados, que produzem sempre os mesmos anticorpos, são a última fronteira da ciência farmacêutica. Para chegar nessa tecnologia, é preciso: pesquisa, trabalho em rede, presença farmacêutica, formação continuada, saúde como direito. Todos os temas serão abordados no Farmapolis.

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UMA NOVA LEI PARA A SAÚDE. FEITA POR VOCÊ

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O SERVIÇO CLÍNICO DA INDICAÇÃO FARMACÊUTICA O Seminário Internacional de Indicação Farmacêutica, realizado em parceria pela Univali, CRFSC e Farma&Farma, reuniu 113 Farmacêuticos, estudantes e professores no auditório do curso de Farmácia da Univali em Itajaí para debater as implicações de uma mudança na legislação que adote o conceito de medicamentos dispensados mediante a indicação farmacêutica.


O FARMAPOLIS 2012 A imagem da Fênix renascida em fogo, que estampa a capa dessa edição, é um símbolo universal de vitória sobre o maior de todos os nossos medos, a morte. E foi utilizada propositalmente para ilustrar esse ainda pouco explorado campo da ciência farmacêutica que investiga a clonagem de linfócitos no combate às neoplasias. Essa tecnologia está no ápice de uma espiral que tem na base o trabalho em rede, a formação e a pesquisa, a presença farmacêutica – e se consolida na saúde como um direito. São temas transversais, complexos, multifacetados, que exigem do profissional farmacêutico uma compreensão de realidade muito afinada e avançada. Por isso que todos eles serão abordados no FARMAPOLIS 2012. O FARMAPOLIS é uma reunião de pessoas que pensam a profissão farmacêutica para além dos eventos ordinários do cotidiano. Estudantes, colegas farmacêuticos, especialistas, atores políticos, sociais e científicos – todos se encontram no FARMAPOLIS com o mesmo propósito: ampliar a Ciência em toda a sua plenitude. E entenda-se como Ciência não apenas aquilo que está restrito à pesquisa e investigação acadêmica. Há, certamente, uma ciência social que envolve o Fazer Farmacêutico, e que é igualmente esmiuçada no FARMAPOLIS. E ainda há uma ciência política, uma afirmação dos espaços que os farmacêuticos querem ocupar na sociedade, que deve ser consensuada nesse Congresso. O CRF-SC é correalizador do evento, o maior encontro de farmacêuticos do Sul do País, por entender

EDITORIAL

que se trata de uma formidável oportunidade de amadurecimento para colegas de todos os âmbitos de atuação. O FARMAPOLIS fortalece vínculos, expande a compreensão da função social de nossa profissão comum e constitui-se, por fim, num exercício de cidadania, em sua melhor expressão, que é a de fazer vigorar os plenos direitos de profissionais de saúde que atuam em estabelecimentos de saúde. Esta edição de Espaço Farmacêutico vai no mesmo sentido. Um artigo produzido a pedido da Comissão do SUS, do CRF-SC demonstra como é possível utilizar o programa de Telessaúde para incrementar a participação dos farmacêuticos nas equipes de saúde da família. A qualificação da Assistência Farmacêutica, com ênfase na inserção das Redes de Atenção, também está contemplada nessa edição. E a reportagem sobre o Congresso da Fenafar reforça a convicção de que, embora atuando por vezes em áreas completamente distintas, temos de nos esforçar por agir como uma corporação em defesa dos interesses da sociedade que dependem da ação dos farmacêuticos. O CRF-SC espera que esta revista seja um importante instrumento de atualização e valorização dos farmacêuticos catarinenses, unindo e firmando nossos propósitos. E aproveita para convidar todos os colegas catarinenses e acadêmicos de Farmácia a participarem do Farmapolis. A diretoria do CRF-SC se sentirá honrada com a sua presença.

A DIRETORIA DA ESQUERDA PARA A DIREITA:

LAÉRCIO BATISTA JÚNIOR SECRETÁRIO-GERAL DO CRF-SC

HORTÊNCIA SALETT MÜLLER TIERLING PRESIDENTE DO CRF-SC

SILVANA NAIR LEITE VICE-PRESIDENTE DO CRF-SC

PAULO SÉRGIO TEIXEIRA DE ARAÚJO TESOUREIRO DO CRF-SC ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 3


UMA BÚSSOLA PARA AS QUESTÕES TERAPÊUTICAS Com 1.500 pontos em mais de 1000 municípios, o programa de Tele-medicina / Telessaúde realizou quase 47 mil teleconsultorias e 600 mil telediagnósticos. Esse é um programa que possibilita ao farmacêutico consolidar-se como referência para 6 mil equipes de saúde da família.

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Programa Nacional Telessaúde Brasil, que utiliza a tecnologia para promover a tele-assistência, tele-consultoria

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e tele-educação no Sistema Único de Saúde, funciona com Núcleos de Telessaúde Técnico-Científicos implementados em 11 estados que, conectados

em rede, oferecem tele-consultorias a aproximadamente 1.500 Unidades Básicas de Saúde. No ano de 2007, o Ministério da Saúde incentivou a cria-


A Telemedicina facilita o acesso do cidadão a exames médicos. Uma rede tecnológica suporta o envio de exames e a emissão de laudos à distância por especialistas que não estejam no mesmo local ou cidade do paciente. Esta tecnologia foi desenvolvida pelo Departamento de Informática e Estatística da UFSC.

ção do Programa de Tele-saúde Brasil. Santa Catarina, por ter experiência em Telemedicina, foi um dos estados a compor este programa. Orientado pelo Ministério da Saúde, o Projeto Nacional de Telessaúde em Apoio à Atenção Primária foi realizado simultaneamente em nove estados brasileiros, com um Núcleo de Telessaúde por Estado. A cada núcleo deveriam estar inicialmente vinculados 100 pontos/ municípios, totalizando, pelo menos, 900 Pontos de Telessaúde instalados e funcionando nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios selecionados, buscando atender pelo menos 2.700 Equipes de Saúde da Família em todo o país. “O farmacêutico deve participar das discussões de caso nas equipes de Saúde da Família, pois tem muito a contribuir na discussão ampliada do processo saúde-doença e no cuidado dos indivíduos, mas para isso precisamos buscar capacitação. Hoje mesmo

o profissional que atua distante dos grandes centros e das universidades tem a possibilidade de buscar a educação continuada, por meio da educação a distância”, comenta Fernanda Manzini, do grupo de suporte técnico em Gestão da Assistência Farmacêutica da UFSC . “O Telessaúde é uma ferramenta de educação continuada e pode ser utilizada por todos os profissionais, vinculados ou não ao serviço público”. Os Núcleos em funcionamento atendem ao princípio da atenção básica como ordenadora da rede, sendo as tele-consultorias sempre analisadas primeiramente pelo médico de família e comunidade ou por profissional da atenção básica, e na maioria das vezes, respondidas por eles. Os casos são remetidos a especialistas focais apenas quando necessário. Estudo desenvolvido pelo Núcleo do Rio Grande do Sul aponta que a cada duas tele-consultorias realizadas, um encaminhamento é evitado. Há casos também em que a necessidade de encaminhamento é identificada a partir da tele-consultoria. Em ambos os casos, o serviço melhora a resolubilidade da atenção, reduz os custos operacionais dos serviços, contribui para a qualificação e redução do isolamento dos profissionais. “Aos que estão atuando em unidades de saúde, o AQUI, E AONDE VOCÊ FOR: educação continuada Telessaúde fornece um imà distância, mesmo longe dos grandes centros e portante conhecimento das universidades, por meio das tecnologias do telessaúde.

para os farmacêuticos para capacitá-los no trabalho em equipe, na lógica de atuação da Saúde da Família, com o cuidado centrado no usuário e o atendimento feito de forma interdisciplinar. Muitos dos temas abordados não nos são ensinados na faculdade, mas o conhecimento nos é exigido no dia-a-dia dos serviços”, enfatiza a farmacêutica Fernanda Manzini, também mestranda do programa da Pós-Graduação em Farmácia.

SILVANA NAIR LEITE: Comissão do SUS do CRF-SC apoia e divulga o telessaude como ferramenta para os farmacêuticos se consolidarem nas equipes do NASF. No Estado de Santa Catarina, o Projeto é coordenado pelo Grupo Cyclops, em parceria com HU/UFSC, Secretaria de Estado da Saúde, Escola de Saúde Pública do Estado e Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). A meta do Telessaúde é contribuir para a qualificação profissional e auxiliar os ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 5


ATENÇÃO PRIMÁRIA: o telessaúde qualifica profissionais para aprimorar os procedimentos da rede básica de saúde, onde o atendimento bem realizado evita 80% dos agravamentos de quadros clínicos.

procedimentos assistenciais da rede de Atenção Primária. Para tanto, as Equipes de Saúde da Família dos municípios credenciados recebem apoio remoto através de serviços de segunda opinião formativa (tele consultorias e suporte a dúvidas clínicas) e de ensino a distância (capacitações, disponibilização de material de aprendizagem multimídia e de alto rigor científico). “Temos a convicção de que este programa oferece as condições para consolidar os farmacêuticos como referência nas questões terapêuticas para as equipes

Até o final de 2011, o STT já estava presente em todos os 293 municípios catarinenses, sendo que mais de 230 já possuem capacidade de enviar exames a distância. O volume de exames armazenados no sistema já ultrapassou a marca de 1,3 milhão e engloba, dentre outros, eletrocardiogramas, exames dermatológicos, análises clínicas, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom e raio-X. ESPAÇO FARMACÊUTICO 6 SETEMBRO 2012

da saúde da família”, afirma Silvana Nair Leite, vice-presidente do CRF-SC. Na primeira etapa, o Telessaúde proveu recursos tecnológicos em unidades de saúde do interior do Estado e, então, começou a oferecer serviços de capacitação continuada a profissionais da área de saúde. Na segunda etapa, o Núcleo de Telessaúde de Santa Catarina ampliou o número de municípios participantes e começou a oferecer a todos os serviços de educação permanente. Em 2010, essas duas ações foram integradas e formaram o Sistema Catarinense de Telemedicina e Telessaúde (STT). Agora, um único sistema oferece, além de laudos a distância de diversas modalidades, acesso dos

pacientes aos seus exames, palestras temáticas virtuais a profissionais de saúde, segunda opinião formativa a profissionais da Atenção Básica e também capacitação continuada. “Considero o telessaúde uma ferramenta importante para atualização sobre diversos temas, não apenas os diretamente ligados a AF. Por exemplo, em agosto ocorreram três workshops sobre integralidade no SUS e humanização, que foram temas importantes para todos os profissionais que atuam no SUS”, analisa a pesquisadora Lígia Hoepfner, Mestre em Farmácia e Especialista em Farmácia Hospitalar Clínica. A Rede Universitária de Telemedicina é uma iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Associação Brasileira de Hospitais Universitários (Abrahue) e coordenada pela Rede Nacional de


Ensino e Pesquisa (RNP), que visa a apoiar o aprimoramento de projetos em telemedicina já existentes e incentivar o surgimento de futuros trabalhos interinstitucionais. A Rede Universitária de Telemedicina estimula a integração e a colobaração entre profissionais de saúde por meio de Grupos de Interesse Especial (do inglês Special Interest Groups - SIGs). Os SIGs promovem debates, discussões de caso, aulas e diagnósticos a distância. Atualmente, mais de 300 instituições participam de cerca de 40 SIGs em várias especialidades e sub-especialidades, como: Psiquiatria, Cardiologia, Enfermagem, Oftalmologia, Dermatalogia, entre outras. Em setembro terá inicio o SIG de Cuidados Farmacêuticos, que é o primeiro grupo de interesse de estudos do âmbito da Farmácia. Este SIG é coordenado pela professora Carine Raquel Blatt e conta com a colaboração da professora Marlene Zannin da Universidade Federal de Santa Catarina. Além disso, tem colaboração do Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde e de outras 11 instituições de todo o país. O objetivo do SIG promover a educação continuada dos profissionais

Objetivos do Telessaúde

• melhorar a qualidade de serviço da saúde por meio da qualificação continuada dos profissionais das equipes de Saúde da Família; • aumentar a facilidade de acesso a serviços especializados; • agilizar a solução para problemas regionais; • promover a inclusão digital das equipes de Saúde da Família; • formar uma rede integrada para

farmacêuticos visando o aprimoramento e a qualificação dos serviços farmacêuticos utilizando recursos de tecnologia da informação e educação à distância. Serão apresentados e discutidos temas relacionados à Clínica Farmacêutica, Estudos de utilização de medicamentos, Interações medicamentosas, Farmacovigilância, Farmacoepidemiologia, Farmacoeconomia, Saúde Baseada em Evidência. As videoconferências serão realizadas mensalmente nas primeiras sextas-feiras do mês, entre às 10h30min e às 12:00hs. Na data de 14 de setembro terá início as atividades com a palestra da farmacêutica Andréia Lira que apresentará relatos da sua experiência no cuidado farmacêutico de pacientes que realizaram transplantes e de pacientes que estão na UTI. Para ter acesso basta acompanhar a agenda de eventos no endereço http:// rute.rnp.br/eventos e acessar o site no horário da videoconferência. O Grupo conduzido pela farmacêutica Cinara Michels do NASF seguiu as sugestões da Teleconsultoria de Organização de Processo de Trabalho (TOPT) para atender um pedido das ACS. O objetivo foi orientá-las sobre

o melhor uso das plantas medicinais e, assim, formar multiplicadores destes conhecimentos nas micro-áreas. A repercussão positiva fortaleceu o vínculo das ACS com a comunidade, motivou a organização de hortas nas EqSF Mato Alto e Lagoão e o desenvolvimento do projeto “Verde é Vida”. A Teleconsultoria de Organização de Processo de Trabalho (TOPT) é um serviço síncrono de apoio às equipes e gestão de APS, de caráter educativo a distância, pautado nos princípios da Atenção Primária à Saúde, e inserido no próprio trabalho da equipe. Este apoio é construído e compartilhado entre o Teleconsultor e os membros da equipe e gestão de APS, baseado na realidade e singularidade de cada equipe, despertando a corresponsabilidade dos mesmos para melhoria da qualidade do acesso e fortalecimento da APS.

Para solicitar uma teleconsultoria, peça a ficha de inscrição pelo email: consultoria.telessaudesc@ gmail.com ou pelo telefone (48) 32123505.

acompanhar os problemas de saúde, das diferentes regiões, através da atenção primária; • reduzir o custo de saúde por meio da redução de deslocamentos desnecessários, e pelo aumento das atividades de prevenção de doenças e promoção de saúde; • reduzir a sensação de isolamento dos profissionais de Saúde da Família; • ajudar na fixação dos médicos e demais profissionais de saúde nas áreas remotas. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 7


O PASSO A PASSO DO ACESSO AO TELESSAÚDE Como acessar? Para acessar a sala virtual de web conferência e ter sua participação registrada, você vai precisar ter em mãos seu nome de usuário e sua senha. Estes são os mesmos dados utilizados para acessar exames de eletrocardiogramas, segunda opinião formativa e o acervo das webs, por exemplo. Caso tenha esquecido seu nome de usuário e senha, ou ainda não os possua, entre em contato com o Telessaúde SC, pelo telefone (48) 3212 3505, ou endereço de e-mail: telessaude@saude.sc.gov.br. Vamos entender a forma de acessar a web:

O primeiro passo é acessar o portal do Telesaúde SC (http://telessaude. sc.gov.br). Aí basta colocar seus dados no acesso restrito, caixa que fica no canto superior direito da página. Quando o acesso for realizado, você vai visualizar a parte interna do portal. Basta então clicar sobre o ícone da ESPAÇO FARMACÊUTICO 8 SETEMBRO 2012

câmera de webconferência, como se fosse acessar o acervo de webs gravadas. Na página seguinte aparecem as webconferências gravadas já disponibilizadas e também uma janela pequena, no canto inferior direito, correspondente à agenda da próxima web. Quando faltar uma hora para o início de uma web, nessa janela estará habilitada uma

opção “entrar“, em verde. Para acessar, você deve clicar nesse ícone, conforme indicado na sequência. Selecionada essa opção, esse é o momento em que a participação dos profissionais é registrada. No lado esquerdo do quadro você pode selecionar qual o profissional, na sua unidade, que vai assistir à web naquele momento. Todos os profissionais cadastrados no Telessaúde estarão listados nesse espaço. Caso o participante ainda não possua cadastro, ele vai ser inserido na lista do quadro à direita.


O AUXÍLIO DOS PROTOCOLOS Na intenção de padronizar atendimentos e tratamentos de determinadas doenças, os protocolos foram elaborados pelo Ministério da Saúde para aumentar a segurança do profissional de saúde. O material funciona como um “manual da consulta” e aborda desde a caracterização das doenças até o tratamento e a forma de administração, o tempo de uso das terapias medicamentosas. A ideia não é ditar uma linha de atendimento, nem tão pouco fixar uma única forma de tratamento, mas, ao contrário, facilitar o acesso do profissional à informação. Disponível no site do Ministério da Saúde, sua utilização e alcance são tão grandes que discorrem sobre 74 doenças de alta prevalência no Brasil, como insuficiência renal crônica, doença de Parkinson e doença falciforme. “No arquivo de webconferências há palestras sobre plantas medicinais, um tema cada vez mais discutido e cada vez mais solicitado pela população. Com esta ferramenta, os profissionais, tanto farmacêuticos como médicos, enfermeiros e outros podem se atualizar”, explica Lígia Hoepfner, que também coordena a Assistência Farmacêutica no município de Pomerode.

WEBCONFERÊNCIAS DO TELESSAÚDE: tudo o que você queria saber sobre plantas medicinais mas não tinha coragem de perguntar, em palestras online.

Links interessantes: Portal da Saúde com acesso a todos os Protocolos Clínicos http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=35490&janela=1

O informativo “Telessaúde Informa” é um material produzido mensalmente, e fica disponível na página (http://telessaude.sc.gov.br), no canto inferior esquerdo. É possível acessar também as edições anteriores. A edição do mês de julho abordou o tema da medicalização. As webconferências abordam temas do cotidiano das equipes de saúde e acontecem semanalmen-

te, nas quartas-feiras às 15h, atualmente estão com acesso livre, mas como a sala comporta apenas 100 pontos conectados, tem lotado sempre. Então, para acompanhar é preciso chegar cedo para conseguir entrar na sala virtual. O link está sendo disponibilizado na própria página, para o acesso à sala virtual. Caso o profissional não consiga assistir a web ao vivo, o sis-

tema disponibiliza acesso aos vídeos. O telessaúde SC dispõe de uma farmacêutica na equipe que realiza webconferências sobre plantas medicinais. Já os demais serviços (Teleconsultoria e Segunda Opinião Formativa) têm acesso restrito (com login e senha), sendo direcionados aos profissionais da ESF do estado. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 9


ESPÍRITO DE CORPO O maior Congresso da Fenafar já realizado demonstrou, em Florianópolis, como a construção coletiva de políticas e espaços para a categoria farmacêutica é, simultaneamente, o único caminho para o desenvolvimento do Brasil e para a autorrealização individual dos profissionais

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em da Epístola de São Paulo aos Coríntios, capítulo 12, a expressão literária e filosófica que deu origem à expressão esprit de corps - espírito de corpo -, por sua vez a base da palavra corporação, que indica um grupo de pessoas que agem como se fossem um só corpo, uma só pessoa, buscando a consecução de objetivos em comum. “Esse deve ser o sentimento a nos animar, e é o que nos falta”, pontuou a então presidente da Fenafar, Célia Chaves. “Grande parte do nosso trabalho consiste em esclarecer os colegas que, ao trabalhar e se mobilizar por avanços coletivos, também se está progredindo individualmente – e ao mesmo tempo se contribui efetivamente para uma causa maior, um projeto de Nação para as próximas gerações. Pois enfrentamos imensas dificuldades em, por exemplo, esti-

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mular farmacêuticos que trabalham na iniciativa privada a se articularem politicamente em favor do SUS, ou vice-versa”, explica Célia Chaves. O Congresso da Fenafar, que reuniu cerca de 400 pessoas, entre delegados e participantes, na capital catarinense, demonstrou que, para assegurar o bem-estar do povo brasileiro nas questões de saúde, e o próprio bem-estar profissional nas questões de salário, condições e relações de trabalho, não basta ao profissional farmacêutico realizar com competência e técnica a sua própria função. É urgente e necessária a sua contribuição para pensar e planejar a linha política de atuação da categoria que irá resultar em benefício de todos, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas. “Mas estamos cientes que levar nossos colegas a essa compreensão maior demanda uma ruptura cultural que é tão mais profunda quanto mais jovem é o profissional”, reconhece Célia Chaves. A ex-presidente da Fenafar refere-se a um modelo de comportamento que vem sendo estudado no mundo inteiro e que ficou conhecido como Geração Y. Trata-se de um estilo de vida cuja


São Paulo, autor das Epístolas aos Coríntios, 12: A Alegoria da Corporação. Para expressar o sentimento e a postura de corporação – desejada como uma manifestação da sabedoria cristã – escreveu São Paulo: Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato? Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós. Antes, os membros do corpo que parecem ser os mais fracos são necessários;

premissa é o individualismo. "Minha prioridade é ter liberdade nas minhas escolhas, fazer o que gosto e buscar o melhor para mim", resume a estudante Priscila de Paula, de 23 anos. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP) realizada com cerca de 200 jovens de São Paulo revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam, e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. “Temos a convicção, no entanto, que mesmo a busca dessa realização pessoal fica grandemente fragilizada, ou mesmo se esvai, quando não existe um espírito de corpo a unir os farmacêuticos em torno das lutas comuns, como o piso salarial, a valorização do trabalho farmacêutico, a consolidação da Farmácia Estabelecimento de Saúde”, diz Célia Chaves. De fato, o presidente eleito da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos, apresentou dados estatísticos formulados pela Secretaria da Receita Federal que demonstram a extensão e profundidade do conflito de remuneração entre capital e trabalho.

CÉLIA CHAVES: não basta ao profissional realizar suas funções com competência. É urgente a demanda por uma contribuição para planejar a linha política de atuação da categoria. De acordo com esses dados do movimento do capital no varejo farmacêutico, 137 mil proprietários de farmácia conseguem um lucro líquido de suas movimentações no valor de R$ 20

bilhões 942 milhões . O que, na média, dá uma remuneração de R$ 12.600. Por outro lado, as despesas com o pagamento de salários de 479 mil trabalhadores assalariados no varejo farmacêutico soma R$ 5 bilhões 769 milhões, o que equivale a uma média salarial de R$ 1012. E isso ainda não é o pior. Na esfera mais rarefeita dos grandes acionistas que tiram dividendos dos lucros de redes de farmácias e drogarias, a Receita Federal informa que apenas 3.671 CPFs auferem lucro anuam de 9 bilhões e 600 milhões. Esses, os tubarões do varejo, gozam de uma concentração de riqueza que permite, na média, a cada um, uma renda de R$ 220 mil por mês. “Essa é a lógica perversa e a grande contradição do capitalismo: a produção da riqueza é coletiva, mas a apropriação dela é privada e concentrada”, pontua Ronald Ferreira dos Santos. Uma das consequências sofridas no mundo inteiro pela manutenção dessa lógica é que, periodicamente, o capitalismo entra em uma grande crise espiral que costuma ter dois efeitos: o recrudescimento da recessão, depressão econômica e pobreza – e, então, a eclosão de uma ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 11


Congresso da Fenafar: construção de sindicato de luta, organizado, unitário, democrático e politizado.

guerra de proporções mundiais. Foi assim desde 1870, quando a Revolução Industrial chegou ao ápice na Inglaterra, com barões da Indústria explorando 18 horas de jornada de trabalho dos operários, que não gozavam de qualquer direito ou proteção contra as condições insalubres. A tensão entre o operariado e os capitães de indústria estimulou, primeiro, a Revolução Comunista na Rússia, em 1917; e depois foi o estopim da I Grande Guerra, que resultou no maior genocídio da história da humanidade. “É por isso que, na Fenafar, além de lutarmos pelo que é básico, a melhoria das condições de trabalho, o salário digno, lutamos também para forjar uma consciência de classe que resulte em ações políticas, em um conjunto de propostas viáveis que possa interferir nessa realidade e produzir justiça social. Primeiro para os farmacêuticos sim, mas por extensão para a sociedade

brasileira”, discorreu Ronald em sua apresentação. Nessa linha política, sustenta Sara Kanter, do sindicato gaúcho, que a linha de frente é a valorização do trabalho do farmacêutico e a consolidação da Farmácia Estabelecimento de Saúde, “porque essa é uma mudança de paradigma legal, que retira da farmácia a equivocada imagem de entreposto comercial para redefini-la como o que era na sua origem e essência: um espaço para a prevenção, a proteção e a recuperação da saúde das pessoas”. Alexandre Magalhães, do Mato Grosso, lembra que há um poderoso lobby de interesses comerciais agindo sem cessar no Congresso Nacional, que nas últimas duas décadas tem impedido a votação do projeto de lei que resulta na FES. “Para neutralizar esse lobby, é preciso a força da opinião pública, que deve entender sem margem de dúvida o papel do farmacêutico na sociedade

como um agente promotor da saúde”. Arnaldo Traffani, delegado por São Paulo, lembra que os sindicatos e entidades que circulam pelos bastidores de Brasília são, por vezes, fragilizados pela suposta falta de representatividade. “Fazer a categoria participar das assembleias é um drama nacional – ou, talvez, mundial, visto que o sindicalismo tem sido enfraquecido pelos donos do poder, que também lutam ferozmente para manter a situação como está”. Para Hortência Tierling, presidente do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina, está em curso um momento ímpar de oportunidade de união concreta de todas as entidades farmacêuticas para, juntos, consolidar o farmacêutico como profissional de saúde. “Devemos juntos eleger os pontos principais da ação política da categoria para conquistar esses avanços, tendo em mente que a inclusão dos farmacêuticos no SUS, e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde são bandeiras que o CRF-SC sustenta. Em Santa Catarina, o Conselho também é um parceiro do sindicato, apoiando toda ação que resulte em melhoria das condições de salário e carreira em todos os âmbitos de atuação da categoria”, finaliza Hortência Tierling.

PRINCÍPIOS DA FENAFAR: SINDICATO DE LUTA – fazer política sindical com foco econômico, para melhoria dos salários e assegurando uma vida digna aos farmacêuticos ORGANIZADO – ter uma estrutura formal, legal, juridicamente forte e com representatividade na categoria. UNITÁRIO – o sindicato dos farmacêuticos deve representar os interesses de toda a categoria, e não de uma parte dela. DEMOCRÁTICO – o sindicato não tem dono. Respeita o debate de ideias e cumpre as decisões tomadas pela maioria. As estratégias e linhas políticas devem surgir da base, e não da cúpula. POLITIZADO – o sindicato deve ser desvinculado de partidos políticos, de governos e de instituições, e deve ser um catalisador da consciência de classe entre a categoria, para que se possa influir nas decisões políticas que interferem na vida de todos.

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Ronald Ferreira dos Santos ( ao centro): salto de qualidade nas lutas da categoria. ASSESSOR TÉCNICO DO CRF-SC É ELEITO PRESIDENTE DA FENAFAR O diretor do SindFar/SC Ronald Ferreira dos Santos foi aclamado presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) durante o 7º Congresso da categoria, em Florianópolis. O farmacêutico encabeçou chapa única que recebeu 159 votos na eleição realizada no sábado, último dia do encontro que também formulou a plataforma de ação da nova diretoria para o próximo triênio. Farmacêutico concursado do Centro de Informações Toxicológicas de Santa Catarina, Ronald Ferreira também é Assessor Técnico do CRF-SC e representante dos catarinenses no Conselho Nacional de Saúde. Através da Fenafar, conduz embates importantes para a categoria farmacêutica em nível nacional. É um dos idealizadores da campanha Saúde + 10, que busca mobilizar a população para a criação de um projeto de lei de iniciativa popular para obrigar a união a aplicar 10% do orçamento em saúde. Acompanha passo-a-passo a luta pela jornada de 30 horas para os farmacêuticos e a tramitação do PL Farmácia Estabelecimento de Saúde. Mas acima de tudo, é um entusiasta da luta farmacêutica. Ronald é formado desde 1993 pela Universidade Federal de Santa Catarina. Foi dirigente de organizações do movimento estudantil secundarista e universitário e integrou a Juventude Viração, movimento estudantil que marcou a década de 80. Foi diretor de comunicação da Fenafar por duas gestões. Às vésperas do 38º aniversário, a Fenafar deve provocar um "salto de

qualidade" nas lutas da categoria, segundo Ronald. "O que eu sempre quis, desde o primeiro congresso da Fenafar, é o que eu vi materializado aqui neste nosso 7º Congresso: uma entidade forte, representativa, com participação do Amazonas ao Rio Grande do Sul, com a política no comando, com respeito de todas as instituições", avaliou. "Estar à frente da Fenafar é uma tarefa que me deixa bastante honrado pela confiança da categoria". A presidente do CRF/SC Hortência Tierling saudou a representação catarinense na mais importante organização sindical farmacêutica do país. “Ronald sempre foi um batalhador da causa farmacêutica e certamente poderá ajudar a impulsionar ainda mais as nossas lutas à frente da Fenafar”, afirmou. Veja trechos da entrevista com novo presidente da Fenafar, Ronald Ferreira dos Santos*. Espaço Farmacêutico - Três das principais bandeiras da Fenafar passam pelo embate no Congresso Nacional. O que pode ser feito, além do que a Fenafar já tem desenvolvido, para tentar alterar mudar a correlação de forças no Congresso e alcançar vitórias? Ronald Ferreira – Temos que desenvolver uma luta no Congresso Nacional que nos permita alterar a correlação de forças existente e também algumas convenções sociais que dizem o que é certo e o que é errado. Então, o pulo do gato que eu acho que podemos dar é ver como desdobrar estas três lutas nacionais para os estados e traduzi-las em normas estaduais aprovadas pelas

Assembleias Legislativas. O Rio de Janeiro, por exemplo, tem um piso estadual para o farmacêutico aprovado. Então, de repente, esse movimento pode ser um caminho. Até porque, uma parte dos deputados estaduais de hoje, serão os deputados federais de amanhã. Aqui em Santa Catarina, por exemplo, quem fez muitos movimentos com a gente e nos deu apoio em várias matérias foi a então deputada estadual Ideli Salvati, e que hoje está ministra. Além de continuar com a luta no Congresso Nacional, devemos ter uma ação mais local. E isso contribui para o fortalecimento dos sindicatos. EF - E quais os principais desafios do ponto de vista da estruturação da Fenafar? RF – Ampliar a visibilidade da Fenafar nos estados que ainda é pequena. A ampliação da nossa presença vai se dar a partir da nossa capacidade de fazer com que os movimentos nacionais que a Fenafar conduz tenham capilaridade nos estados. Um exemplo é o Saúde + 10 que nós aprovamos aqui. A possibilidade de a Fenafar estar lá no estado é proporcional a capacidade de o sindicato desenvolver essa campanha nacional localmente. Neste sentido, eu acho que o novo que surge no 7º Congresso são as diretorias regionais, que podem ampliar essas ações e contribuir para esse fortalecimento. Nós temos acumulando muito nos últimos anos e isso nos permite dar aquele salto de qualidade ao qual eu me referi lá no início, na nossa atuação política. *com contribuição de Renata Mielli, jornalista da Fenafar. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 13


A FRONTEIRA DA

CIÊNCIA FAR

ESPAÇO FARMACÊUTICO 14 SETEMBRO 2012


LINFÓCITOS CLONADOS, IMORTALIZADOS, QUE PRODUZEM SEMPRE OS MESMOS ANTICORPOS, SÃO A ÚLTIMA FRONTEIRA DA CIÊNCIA FARMACÊUTICA. PARA CHEGAR NESSA TECNOLOGIA, É PRECISO: PESQUISA, TRABALHO EM REDE, PRESENÇA FARMACÊUTICA, FORMAÇÃO CONTINUADA, SAÚDE COMO DIREITO.

TODOS OS TEMAS SERÃO ABORDADOS NO FARMAPOLIS.

MACÊUTICA O

conceito de vida em rede é antigo como o mundo, mas em cada época recebe novas significações e se recontextualiza. Nesse início de século XXI, as redes estão presentes em todos os âmbitos da vida social e profissional. Não por acaso, o FARMAPOLIS escolheu como tema dessa edição 2012 o assunto “farmacêuticos nas redes”. O trabalho em redes – de Assistência, de Ciência, Sociais, Políticas – tem permitido o avanço da ciência farmacêutica até fronteiras inimagináveis. Um exemplo notável disso é o desenvolvimento de medicamentos como os anticorpos monoclonais imortalizados, que combatem agentes patogênicos cancerígenos (veja

quadro na página seguinte). Não se chega a essa tecnologia farmacêutica sem fundamentos sólidos nas áreas de formação, pesquisa científica, presença farmacêutica e farmacovigilância, e nas redes de Assistência Farmacêutica que monitoram os pacientes. Cada um desses temas é foco de estudo e reflexão dentro do FARMAPOLIS, o maior encontro da categoria no Sul do País. O Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina é co-realizador do FARMAPOLIS, por entender que esse encontro representa uma oportunidade anual de valorização e crescimento do profissional farmacêutico. “Temos nesse ano debates importantes sobre ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 15


a autoridade técnica do farmacêutico e a delegação de responsabilidades, e seminários e cursos sobre utilização de estatísticas, biologia molecular e manejo das terapias nas farmácias – todos temas pungentes e atuais para a categoria”, ressalta Hortência Muller Tierling, presidente do CRF-SC. A edição 2012 do FARMAPOLIS diferencia-se pelo relato de experiências

peitabilidade que as outras ciências da saúde. O FARMAPOLIS é um momento para compartilhar nossas realidades e as criativas soluções que encontramos dia-a-dia para proporcionar à sociedade a melhor prática farmacêutica”, diz Ronald. O FARMAPOLIS surgiu em 1992 num esforço do Sindicato dos Farmacêuticos de Santa Catarina (SindFar/

associações, sindicatos e Conselhos Regionais de Farmácia. Desde 2005, a co-realização do CRF-SC garante qualificação e estrutura para o encontro. Esse esforço coletivo faz do FARMAPOLIS muito mais do que um evento de capacitação profissional: um espaço amplo de profunda discussão de políticas públicas no campo farmacêutico para servir à sociedade.

“Os dilemas de encontros de áreas, a utilização de tecnologias e os avanços científicos proporcionados pelas Boas Práticas Farmacêuticas fazem parte dessa complexa programação do Farmapolis que é, também e por si só, uma experiência em redes, pois une pensamentos científicos e políticos, técnicos e acadêmicos, profissionais e teóricos” discorre o presidente do Farmapolis, Ronald Ferreira dos Santos.

dos colegas. Precedendo o evento, centenas de colegas enviaram, via internet, vídeos nos quais compartilham seu universo de trabalho, suas dificuldades e soluções encontradas para fortalecer a Ação Farmacêutica nos diversos âmbitos de atuação da categoria. Esse material servirá estudos de casos, nos moldes consagrados pelos MBAs da Harward Business Scholl como o melhor método de aprendizagem da complexidade da realidade em diversas profissões. “Temos que colocar a Ciência Farmacêutica no mesmo patamar de res-

ESPAÇO FARMACÊUTICO 16 SETEMBRO 2012

SC) para concentrar eventos realizados no estado que dessem conta das mais diferentes especialidades farmacêuticas. De lá para cá, multiplicaram-se os apoios ao evento que hoje se consolida como referência entre os profissionais de Farmácia, atraindo também profissionais de outros países da América Latina, como Paraguai, Argentina, Uruguai, Bolívia e Venezuela. A organização conta com o apoio de dezenas de profissionais farmacêuticos integrantes de entidades como centros acadêmicos, cursos de Farmácia,

Os conselhos regionais e sindicatos do Rio Grande do Sul e do Paraná fazem parte da organização do 16º Farmapolis. Além de reforçar a construção da programação, a parceria viabiliza condições especiais para participantes dos dois estados vizinhos. O 16º Farmapolis terá como foco a valorização do trabalhador e profissional farmacêutico. Através dos encontros, cursos, palestras e todas as atividades da programação, proverá qualificação para todas as áreas de atuação. Percentual significativo dos participantes do Farmapolis vem dos dois estados vizinhos. Estudantes e profissionais chegam a Florianópolis em caravanas para participar do evento. Neste ano, os farmacêuticos filiados aos sindicatos do RS e do Paraná terão 20% de desconto no valor da inscrição (que também dá direito a dois cursos).


LINFÓCITOS CLONADOS:

UMA REVOLUÇÃO NO TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA Anticorpos monoclonais ou mAb surgem a partir de um único linfócito B, que é clonado e imortalizado, produzindo sempre os mesmos anticorpos, em resposta um agente patogénico. Estes anticorpos apresentam-se iguais entre si em estrutura, especificidade e afinidade. O Ministério da Saúde anunciou está incluindo na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) um medicamento dessa natureza que é um importante aliado no combate ao câncer de mama. A droga de alto custo Trastuzumabe (Herceptin) reduz em

SUS...TENTÁVEL: Sistema Único de Saúde está incluindo medicamento de alto custo recomendado no tratamento de 25% dos casos de câncer de mama.

até 22% o risco de morte, além de ser eficaz contra o ressurgimento da doença. Ao contrário da quimioterapia e da radioterapia , que atuam de forma menos específica, o objetivo do tratamento com anticorpos monoclonais é destruir as células do linfoma não-Hodgkin de forma seletiva não afetando os outros tipos de células. Todas células têm marcadores proteicos na sua superfície chamados antigênios. Os anticorpos monoclonais são produzidos em laboratório de forma a reconhecerem determinados marcadores proteicos na superfície de algumas células cancerígenas. Estes anticorpos 'fixam-se' a esta proteína, levam à autodestruição da célula ou enviam um sinal ao sistema imunitário para combater e matar a célula cancerosa. Por exemplo, os anticorpos monoclonais utilizados no tratamento dos linfoma não-Hodgkin, reconhecem um marcador proteico presente na superfície das células B que se encontram nalguns dos principais tipos de linfoma não-Hodgkin. O trastuzumabe é um anticorpo monoclonal, humanizado, derivado

Câncer de mama: 12 mil mortes no Brasil a cada ano.

ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 17


Ação seletiva: anticorpos monoclonais imortalizados destroem células do linfoma mas não afetam outros tipos de células.

do DNA recombinante que liga-se com alta afinidade à proteína do Fator de Crescimento Epidermal Humano 2 (HER2). O anticorpo humanizado é produzido por uma cultura de células do ovário do Hamster Chinês em um meio com nutrientes contendo o antibiótico gentamicin. O gentamicin não é detectado no produto final. A medicação é recomendada em cerca de 25% dos casos de câncer de mama. Essa porcentagem possui o tumor Her-2, agressivo e conhecido por se desenvolver mais rapidamente se comparado aos outros. "Essa medicação revolucionou o tratamento do câncer de mama. É efetiva e menos tóxica. É bem tolerada pelos pacientes, mas muito agressiva contra o tumor", comentou o oncologista da Faculdade de Medicina do ABC, Daniel Cubero. O câncer de mama é o segundo mais comum no mundo e o mais frequente entre as mulheres. No Brasil, estimam-se 52,6

ESPAÇO FARMACÊUTICO 18 SETEMBRO 2012

mil novos casos entre 2012 e 2013. Em 2010, ocorreram 12,8 mil mortes por causa da doença. A presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de São Caetano, Lucia de Oliveira Leite, comemorou a notícia. A entidade aten-

de mensalmente 80 mulheres. "Isso é uma bênção. Esperamos que favoreça todas as pacientes, especialmente as mais pobres." O medicamento custa entre R$ 5.000 e R$ 10 mil e é um dos mais procurados. Em 2011, o governo federal gastou R$ 4,9 milhões para atender a 61 pedidos judiciais. Neste ano foram gastos R$ 12,6 milhões com a compra por demanda da Justiça.

SAINDO DA MATRIX: experiências compartilhadas no FARMAPOLIS permitem intervir na realidade e aprimorar o uso das tecnologias de redes.


16ª Edição

PROGRAMAÇÃO FARMAPOLIS 2012

QUINTA-FEIRA 08/11/2012

SEXTA-FEIRA 09/11/2012

SÁBADO 10/11/2012

10h — 12h30min

08h30min — 12h30min

08h30min — 10h

MT 1 Farmacêuticas e Farmacêuticos compartilhando o fazer nas redes

SMA 1 As Redes, a Saúde e a Educação na Farmácia e Drogaria

MR 3 Desafios da Atuação do Farmacêutico na Vigilância Sanitária

14h — 18h

SMA 2 As Redes, a Saúde e a Educação na Assistência Farmacêutica Pública

CF 4 Atuação do Farmacêutico em Auditoria

MR 1 A autoridade Técnica do Farmacêutico e a autoridade do Estado – Âmbito e Regulação Sanitária C 1 Atividade concentrada no SMA1

SMA 3 As Redes, a Saúde e a Educação na Farmácia Hospitalar SMA 4 As Redes, a Saúde e a Educação na Farmácia Magistral SMA 5 As Redes, a Saúde e a Educação na Indústria

C 2 Análise forense C 3 Tratamento e Cuidado ao Paciente Diabético C 4 Diagnóstico Laboratorial: Sessão interativa de Casos Clínicos

SMA 6 As Redes, a Saúde e a Educação nas Análises Clínicas

14h — 16h

MR 4 Experiências positivas no enfrentamento da judicialização da saúde MR 5 Biofarmacos e Biossimilares MR 6 Papel do Farmacêutico nas Praticas Integrativas e Complementares de Saúde – (Homeopatia, Fitoterapia e Acupuntura ) – Aspectos Técnicos Legais e Clínicos CF 5 Política Nacional de Resíduos Sólidos – Logística reversa para medicamentos vencidos MR 7 Prescrição farmacêutica de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP)

C 5 Atividade concentrada no SMA1

MT 2 Farmacêuticas e Farmacêuticos do setor público e privado nas redes de atenção à saúde

C 6 Análise de Casos Clínicos em Citopatologia

16h30min — 20h30min

C 7 Atuação do Farmacêutico em Oncologia

R 1 O Farmacêutico diante das diferentes realidades econômicas, sociais e sanitárias do Brasil

MT 3 Desafios da Educação Farmacêutica

C 9 Responsabilidades Ética, Civil, Criminal e Sanitária do Farmacêutico

14h — 18h

C 8 Técnicas e estatísticas aplicadas à indústria farmacêutica

LEGENDAS MT C MR SMA R

macr o tema curso mesa redond a seminári o macro-área relatos de experiênci as

CF 6 Rastreabilidade do Processo Magistral CF 7 Sistemas de Ar

C 10 Atividade concentrada no C11 C 11 Gerenciamento clínico da terapia medicamentosa: Atenção Farmacêutica e Farmácia Clínica C 12 Minimizando problemas pré-analíticos no diagnóstico laboratorial C 13 Controle de Processo de aquisição de matérias primas – minimização de riscos x lucratividade na Farmácia Magistral

10h30min — 12h30min

MR 8 Salário, jornada e local de trabalho e carreira do Farmacêutico C 15 Boas Práticas Farmacêuticas na prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias C 16 Gestão em Saúde nas Analises Clínicas C 17 Oficina prática sobre o uso de dispositivos inalatórios em doenças respiratórias crônicas

C 14 Uso de Células Tronco pela Indústria Cosmética: Aplicações e Desafios

C 18 Estudos De Casos Clínicos Em Cronofarmacologia

16h — 18h30min

C 20 Atuação do Farmacêutico na Indústria Veterinária de Medicamentos: Novas oportunidades e perspectivas

CF 1 Perspectiva da Farmacovigilância no Brasil CF 2 Papel do Farmacêutico na segurança do paciente

C 19 Biologia Molecular nas Analises Clínicas

C 21 Trabalho do farmacêutico em Equipes multiprofissionais de cuidado à saúde C 22 Histórico de Mudança de Produto / Alteração Pós Registro (ANVISA RDC 48/09)

19h — 21h MR 2 Organização do trabalho farmacêutico na Atenção Primária à Saúde CF 3 Residência em Farmácia Hospitalar

ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 19


Atenção Farmacêutica com prática clínica

Tutoria Clínica: prática de serviços com base na filosofia da atenção farmacêutica.

A Pós-Graduação da UNIVALI busca especializar farmacêuticos que fazem a diferença na sociedade

N

a Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) está sendo oferecido o primeiro curso de Pós-Graduação em Atenção Farmacêutica: formação em farmácia clínica do Instituto Racine, com prática clínica, tendo como Coordenadora Regional/SC a professora MSc. Noemia Liege Bernardo e Coordenadora Nacional Professora MSc. Denise Funchal. O objetivo dessa especialização é motivar o processo de trabalho, possibilitando ao farmacêutico uma prática de serviços com base na filosofia da atenção farmacêutica, serviços esses que têm por objetivo contribuir para que o paciente possa obter os melhores resultados em saúde com o uso de medicamentos, além de formar profissionais capazes de analisar e propor melhorias no ambiente de trabalho. O conteúdo é desenvolvido de forma integrada, para que a formação teórica e prática aconteçam de uma forma dinâmica e integrada. “Achei muito tranquilo e pude vivenciar com mais clareza toda a teoria que já tivemos.” afirma a estudante Marla Surdi, aluna da Pós-graduação de Atenção Farmacêutica em Formação Clínica.

ESPAÇO FARMACÊUTICO 20 SETEMBRO 2012

“Quando uma vivência é marcante ela acaba imprimindo um registro indelével no nosso psiquismo.” (Carlos Drummond de Andrade).

O corpo docente é composto por especialistas, mestres e doutores todos com uma vasta experiência profissional na prática clinica, e formados em diversas áreas como Medicina, Farmácia, Epidemiologia e Psicologia, entre outros. Prática real acompanhada por tutores clínicos credenciados pelo Instituto Racine. Os módulos abordados no curso são:

O diferencial dessa pós-graduação encontra-se na atividade de prática clínica em unidade assistencial credenciada, possibilitando uma visão ampliada e interdisciplinar acerca do medicamento, da doença e dos fatores psicológicos e sociais e da comunicação interprofissional e com o paciente. Esta estratégia de formação faz com que o especializando norteie suas decisões em cada caso e os prepara para programar serviços clínicos em ambientes de prática real. A pós-graduação é ofertada no Campus da UNIVALI- Itajaí. Ambulatório de Atenção Farmacêutica Para que o atendimento clínico farmacêutico fosse realizado, foi implantado um Ambulatório de Atenção Farma-

Módulos do Curso: I – BASES FILOSÓFICAS, CONCEITUAIS E PRÁTICAS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA. II – BASES CLÍNICAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA III – BASES FARMACOCINÉTICAS, FARMACODINÂMICAS E FARMACOTERAPÊUTICAS PARA O EXERCÍCIO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA IV – BASES HUMANÍSTICAS NECESSÁRIAS AO ATENDIMENTO FARMACÊUTICO V – INVESTIGAÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE: BASES EPIDEMIOLÓGICAS, METODOLÓGICA, ÉTICAS E LEGAIS. VI – PRÁTICA CLÍNICA MONITORADA


cêutica na Unidade de Saúde Familiar e Comunitária da UNIVALI. Esta unidade é conveniada com a Secretaria de Saúde de Itajaí e proporciona um ambiente de estudo e vivência clínica farmacêutica interdisciplinar, interagindo médicos, farmacêuticos, nutricionistas e enfermeiros, buscando um atendimento clinico de excelência. A metodologia aplicada é a Aprendizagem baseada em problemas (ABP/PBL) e a Problem Based Interview (PBI). A Aprendizagem Baseada em Problemas foi criada na década de sessenta, na Faculdade de Medicina de Máster, no Canadá e é reconhecida mundialmente como uma técnica que possibilita que os alunos adquiram o conhecimento e desenvolvam as capacidades e atitudes profissionais desejadas a realização de uma determinada atividade prática de forma efetiva e resolutiva. “É uma abordagem educativa centrada no aluno, que habilita os alunos a realizar pesquisas, integrar teoria e prática, e aplicar os conhecimentos e habilidades para desenvolver uma solução viável para um problema definido” (SAVERY, 2006). A metodologia da ABP é importante para o profissional de saúde, porque estimula a criatividade. “É um método de ensino em que os alunos aprendem por meio da resolução de problemas, que foca um problema complexo e que não tem uma única resposta correta” (HMELO-SILVER, 2004). Já a Problema Bases Interview, é focada na comunicação. Criada no

Canadá pelo Professor Lesse, o método é baseado em três C's: 1. Comunicação 2. Construtivismo 3. Controle “ É muito interessante, porque tem muito aprendizado e por meio da análise dos vídeos, eu consigo ver onde posso melhorar”, relata especializanda Cinthia Lira Sant’Ana Gall. “A Aula é legal, interessante, construtiva e útil”, explica a especializanda Pamela Padaratz. Depoimentos sobre a Prática Clínica “A prática nos trás um conhecimento muito amplo sobre o que é farmácia clínica”, diz Dor li Bach, aluna da Pós-graduação de Atenção Farmacêutica em Formação Clínica.

“O atendimento é um novo avanço interessante, porque o paciente vincula a resposta do medicamento prescrito.” Dr.

Alessandro da Silva Chuce Médico da Estratégia Saúde da Família de Itajaí - SC. Docente do curso de medicina da UNIVALI.

“Interessante esse atendimento multidisciplinar, pois o paciente consegue compreender como e qual o efeito da droga que foi prescrita.” Dra. Rosália Knob, Diretora Técnica da Unidade de Saúde Familiar e Comunitária – USFC . *com colaboração da acadêmica de jornalismo Camila Aragão - Univali.

Atendimento Clínico: alunos aprendem por meio da resolução de problemas, que foca um problema complexo e que não tem uma única resposta correta.

CURSO de Farmácia da UNIVALI O Curso de Farmácia da UNIVALI surgiu em 1993, é coordenado pela Profª Dra Fátima Campos Buzzi. Tem como objetivo primordial a formação do profissional generalista técnica e politicamente competente para atuar na promoção da saúde integral do. O currículo está focado no medicamento, contemplando as áreas de ciências biológicas, exatas, humanas e farmacêuticas, tendo como formação complementar as áreas de análises clínicas e de alimentos. Sua infraestrutura conta com Farmácia Comunitária, Centro de Informações de Medicamentos de Santa Catarina (CIMESC), Farmácia da Unidade de Saúde Familiar e Comunitária – USFC, Farmácia Hospitalar do Hospital Pequeno Anjo (HUPA), Horto Medicinal, Laboratório de Medicamentos (LAPAM), Laboratório Escola de Análises Clínicas (LEAC). Além de laboratórios específicos onde acontece a pesquisa e as práticas como: Laboratório de Anatomia, NIQFAR - Núcleo de Investigações Químico-Farmacêuticas, Laboratório de Pesquisa em Biopolímeros I e II, Laboratório de Bioquímica e Imunologia Clínica,Laboratório de Enzimologia, Tecnologia de Fermentações e Controle de Qualidade Microbiológico, Laboratório de Medicamentos, Laboratório de Farmacognosia, Fitoterapia e Produtos Naturais, Laboratório de Farmacotécnica Homeopática, Laboratório de Fisiologia, Laboratório de Citologia, Urinálise e Hematologia Clínica, Laboratório de Instrumentação Analítica, Laboratório de Pesquisa em Tecnologia Farmacêutica, Laboratório de Desenvolvimento de Produtos, Laboratório de Pesquisa em Fitoquímica I e II, Laboratório de Pesquisa em Parasitologia, Micologia e Microbiologia, Laboratório de Processos Analíticos, Laboratórios de Química, Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear, Laboratório de Pesquisa em Síntese Orgânica, Laboratório Escola de Análises Clínicas, Laboratório de Bioquímica, Laboratório de Imunopatologia, Laboratório de Microbiologia, Laboratório de Parasitologia I e II . ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 21


UMA NOVA LEI PARA A SAÚDE. FEITA POR VOCÊ. O título eleitoral confere ao cidadão brasileiro o poder para propor leis no Congresso Nacional, desde que reúna-se 1% de assinaturas do eleitorado. É assim que a sociedade brasileira vai definir um novo orçamento para a Saúde – pela vontade popular e pela força da mobilização.

C

riado há 21 anos, o Sistema Único de Saúde é um modelo de contradição: embora se constitua no único meio de acesso aos serviços de saúde para mais de 70% dos brasileiros, o sistema aberto e gratuito recebe das diversas esferas de governo menos dinheiro do que a iniciativa privada costuma gastar para atender os 30% restantes da população. Em nenhum outro país do mundo é assim, de acordo com a OMS. A despesa estatal brasileira é um terço menor do que a média mundial. Para

Adib Jatene, ex-Ministro da Saúde, o orçamento do SUS precisa dobrar. A regulamentação da Emenda Constitucional 29 foi aguardada por mais de uma década como uma esperança de solução, pois deveria definir com clareza o que são gastos e saúde e determinar o percentual de aplicação das receitas em Saúde. No entanto, quando foi aprovada no Congresso, tornou-se uma decepção: não impôs ao governo federal qualquer obrigação além daquelas que já estavam consolidadas. Estudos internacionais mostram que

Emenda Constitucional - 29

• União – Empenhado no ano anterior + variação nominal do PIB • Estados – 12% da arrecadação de impostos e das transferências constitucionais • Municípios – 15% da arrecadação de impostos e dos recursos das transferências constitucionais


o mundo se debate tentando encontrar fórmulas que revertam a tendência de agravamento da crise dos sistemas de saúde, provocada pela mudança do perfil demográfico e epidemiológico, o incremento acelerado de novas tecnologias, a “desresponsabilização solidária” dos entes envolvidos (profissionais, usuários e gestores) e o desequilíbrio ecológico crescente. O Brasil tenta aprimorar o Sistema Único de Saúde (SUS), o problema é que, apesar das respostas oferecidas pelo sistema em pouco mais de duas décadas de existência, o subfinanciamento drástico compromete sua evolução e o impede de cumprir os princípios constitucionais da universalidade, da integralidade e da equidade. No Brasil, a saúde é subfinanciada! Segundo dados da Organização Mundial de Saúde[2] ,o Brasil compromete

8,4% do PIB com saúde, mas apenas 43% do percentual total é gasto público, um dos mais baixos do mundo; do orçamento público, apenas 5,9% são gastos com saúde (igual à média da África); os gastos privados já somam 56,4% do gasto total num sistema que pretende-se universal e gratuito. A União, que em 1993 era responsável por 72% dos gastos públicos com saúde, em 2008 respondeu apenas por 43,5%, enquanto estados e municípios somados respondem por 56,2%. A Emenda Constitucional nº 29, regulamentada pela Lei nº 141/12 definiu que estados e municípios deveriam destinar 12% e 15%, respectivamente, de suas receitas com saúde, mas foi incapaz de definir 10% das receitas correntes brutas (RCB) da União para o mesmo fim, frustrando a expectativa de milhões de brasileiros. Sem alternativa, várias entidades, entre elas o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), criaram o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (Saúde + 10), com o objetivo de coletar 1,5 milhão de assinaturas (1% dos eleitores do país, no mínimo, em cinco estados) para dar entrada no Congresso Nacional em um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que estabeleça essa obrigação. Em outubro e novembro, serão feitas as avaliações dos resultados das coletas. A meta é entrar com o projeto de lei no Congresso Nacional em abril de 2013.

Comparações do gasto público em Saúde no Brasil e outros países

43,6% 76,9% 70,6% 85,0% 73,6% 77,9% 67,8% 84,1%

BRASIL Alemanha Dinamarca Canadá Espanha França Portugal Uk

Evolução dos Gastos Públicos com Saúde na história do SUS 1993

72% 12% 16%

União Estados Municípios

2008

43,5% 27,6% 28,6%

União Estados Municípios


TODA A FORMA DE PODER "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta constituição". Constituição do Brasil - Art. 1º, parágrafo único.

Por que 10%?

Para que 10%?

Todo dinheiro que o governo usa sai do bolso do povo. O povo tem o direito de dizer onde quer que o seu dinheiro seja usado. O dinheiro do povo que o governo destina para a saúde é pouco. É preciso aumentar este percentual para que o Governo Federal possa investir mais e melhor no SUS.

Para cuidar da saúde é preciso promover práticas corretas como alimentação, atividade física entre outras. Para cuidar da saúde é preciso proteger com vacinas, remédios e outras ações básicas. Quando falta a promoção e a proteção acontece a doença, aí é preciso recuperar a saúde com exames, remédios, internação, operação etc... Isso custa caro! É preciso mais dinheiro no SUS para garantir a promoção, a proteção e a recuperação da saúde. Quanto menos dinheiro para a promoção e proteção, mais dinheiro é preciso para a recuperação da saúde, ou seja, para curar a doença. Dez por cento da Receita Corrente Bruta é o mínimo que o Governo Federal deve colocar no SUS para melhorar a promoção, a proteção e a recuperação da saúde.

“ Os gestores têm a obrigação de qualificar a gestão. É fato, mas com (sub) financiamento agredindo a racionalidade responsável para um setor vital ao desenvolvimento do país, é impossível fazê-la e insensato calar. 10% das RCB já! Sua assinatura fortalece a saúde do Brasil.” (JURANDIR FRUTUOSO, Médico Sanitarista / Secretário Executivo do CONASS)

O poder oculto do título: além de conceder ao cidadão o direito de escolher seus representantes no executivo e legislativo, o título de eleitor permite propor projetos de lei de iniciativa popular no Congresso Nacional. No entanto, para poder tramitar, é necessário o recolhimento de 1,5 milhão de assinaturas de eleitores. Faça valer o seu título e mude a lei brasileira em relação à Saúde. ESPAÇO FARMACÊUTICO 24 SETEMBRO 2012

“ O Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, voltado para a formação de lideranças e ativismo em saúde possui 23 núcleos em 18 estados brasileiros, e todos estão engajados no trabalho de coleta de assinaturas, em feiras, praças, eventos. Este é também um momento que a CEBES tem oportunizado para discutir e conscientizar as pessoas da importância da saúde.” (ANA COSTA/ CEBES)


DNA Farmacêutico na rede

O

mercado farmacêutico sofreu um acirramento da concorrência acelerado nos últimos anos. O crescimento e invasão das grandes redes corporativas levou incontáveis farmácias de pequeno e médio porte a uma situação insustentável de dificuldade para se manter no mercado. Algumas até se mantêm, mas com a diminuição do resultado, diminuição da lucratividade e demissões. Esse cenário teve início dos anos 2000 e se consolidou. Para buscar uma diferenciação, surgiu em novembro de 2011 a Rede de

Abertura de mercado: rede franqueadora com filosofia mais próxima do farmacêutico omo profisisonal de saúde. Drogarias Farmagnus, uma franquia mais adequada ao padrão médio das farmácias em Santa Catarina. Mais que uma rede associativista ou de Franquia, o empreendimento sustenta a missão e princípio empresarial de fazer a prestação de serviços farmacêuticos com ESPAÇO FARMACÊUTICO 25 JULHO 2012

qualidade, responsabilidade e ética. A intenção não é ser a maior, porém a melhor rede de Santa Catarina, com os franqueados mais satisfeitos e reinvestimentos contantes. Abertura de mercado: rede franqueadora com filosofia mais próxima do farmacêutico omo profisisonal de saúde As Drogarias Farmagnus hoje já possuem linhas exclusivas, Cartão Crediário Próprio, negociações exclusivas e em bloco, o que proporciona economia e competitividade. Ocorrem ciclos de atualização regional, que atualiza os franqueados próximos de suas cidades, agência de publicidade, escritório central com área para treinamento, e supervisão para as farmácias. Um outro diferencial muito percebido pelos fornecedores tem sido a busca de farmácias idôneas, em todos os sentidos. “Queremos ser uma rede que dê satisfação a todos os elementos envolvidos no negócio Farmácia, do cliente ao laboratório farmacêutico, queremos ser uma rede que o franqueado fique orgulhoso em fazer parte”, diz a diretora Tania Preis Colonetti. Nome e logo O nome de consenso – Farmagnus – tem explicação histórica. Magnus, transliterado de magno serviu de cognome a inúmeros lideres na história, como Carlos Magnus ou Ludus Mag-

nus, lembra Magnífico, magnânimo, magnetismo e na física o Efeito Magnus, que explica parte da logomarca . A logo mostra um coração estilizado em movimento e a cruz em branco própria da área da saúde. Os Empreendedores O projeto já nasceu estruturado, forte e organizado. É conduzido pela diretora administrativa, Tania Mara Preis Colonetti, com um histórico de atuação de mais de 10 anos em administração de Rede, negociação e franquia e pessoa conhecida e respeitada no mercado farmacêutico. Seus sócios, os farmacêuticos Giancarlo Geremias e Angelo Tadeu Noldin, têm vasta experiência como proprietários e franqueados. Giancarlo Geremias tambékm é professor do Curso de Farmácia da Uniarp – Caçador.

Rede centrada na prestação de serviços farmacêuticos: iniciativa empresarial conectada com os novos tempos. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 25


ATENÇÃO QUALIFICADA O QUALIFAR-SUS começa a distribuir recursos para municípios com até 100 mil habitantes conseguirem o aprimoramento, a implementação e a integração sistêmica das atividades da Assistência Farmacêutica nas ações e serviços de saúde.

C

onsiderando a necessidade de qualificar a Assistência Farmacêutica, com ênfase na inserção das Redes de Atenção à Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o Departamento de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde (DAF/SCTIE/MS) pactuou na Comissão Intergestores Tripartite pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) o Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica (QUALIFAR-SUS). O QUALIFAR-SUS, instituído pela Portaria 1.214 de 14 de junho de 2012, tem por finalidade contribuir para o processo de aprimoramento, imple-

ESPAÇO FARMACÊUTICO 26 SETEMBRO 2012

mentação e integração sistêmica das atividades da Assistência Farmacêutica nas ações e serviços de saúde, visando uma atenção contínua, integral, segura, responsável e humanizada. O Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS tem por objetivo contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo que estes sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica, considerando a área física, os equipamentos, os mobiliários e os recursos humanos. No ano de 2012, de acordo com a regulamentação da Portaria 1.215 de 14 de junho de 2012, será feita a transferência de recursos ao Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS, para apoiar um total de 453 (quatrocentos

e cinquenta e três) municípios com até 100.000 habitantes, com população em situação de extrema pobreza constante no Plano Brasil Sem Miséria. Buscando alinhar as ações e os investimentos do Governo Federal na Atenção Básica, foram priorizados para recebimento do recurso os municípios do BSM que estiverem habilitados no Programa Nacional de Acesso e Melhoria da Atenção Básica (PMAQ-AB) e Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde (REQUALIFICA UBS) e adesão ao Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica HÓRUS (Sistema HÓRUS) ou utilização sistemas informatizados que garantam a interoperabilidade. O número de municípios a serem


O recurso de investimento será distribuído nos estratos populacionais como segue: I - Municípios com população até 25.000 habitantes: R$ 11.200,00 (onze mil e duzentos reais) por Município; II - Municípios com faixa populacional de 25.001 a 50.000 habitantes: R$ 22.400,00 (vinte e dois mil e quatrocentos reais) por Município; e III - Municípios com faixa populacional de 50.001 a 100.000 habitantes: R$ 33.600,00 (trinta e três mil e seiscentos reais) por Município. O valor referente ao recurso de custeio será de R$ 24.000,00 (vinte e quatro mil reais) por ano, independente da faixa populacional do Município selecionado. O processo de inscrição para pleitear o recurso financeiro do Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS foi realizado no período de 14 de junho a 13 de julho de 2012, através do sítio eletrônico www.saude.gov.br/medicamentos.

apoiados por região respeitará a proporcionalidade de distribuição dos mesmos no total de municípios do BSM de acordo com os seguintes estratos populacionais:

Conforme estabelecido no Art.4º da Portaria 1.215 de 14 de junho de 2012, os recursos financeiros destinados pelo Ministério da Saúde para o financiamento do Eixo Estrutura do

Distribuição do número de municípios apoiados pelo QUALIFAR-SUS por estrato populacional e região do País. Brasília, 2012 (n=453). REGIÃO

ATÉ 25.000

25.001 à 50.000

50.001 à 100.000

NORTE

41

6

2

NORDESTE

217

32

11

SUL

41

6

2

SUDESTE

60

9

4

CENTRO-OESTE

18

3

1

TOTAL

377

56

20

QUALIFAR-SUS estão distribuídos em recursos de investimento e de custeio. Os recursos financeiros poderão ser utilizados para: I – Investimento: aquisição de mobiliários e equipamentos necessários para estruturação das Centrais de Abastecimento Farmacêutico e Farmácia no âmbito da Atenção Básica; II – Custeio: serviços e outras despesas de custeio relacionadas aos objetivos do Eixo, priorizando a garantia de conectividade para utilização do Sistema HÓRUS e outros sistemas e a contratação de profissional farmacêutico para o desenvolvimento das ações de assistência farmacêutica. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 27


O processo de inscrição para pleitear o recurso financeiro do Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS foi realizado no período de 14 de junho a 13 de julho de 2012, através do sítio eletrônico www.saude.gov.br/medicamentos. Do total dos municípios elegíveis, 61% realizaram a inscrição, sendo que o recurso disponível para o ano de 2012 é para atender 20% dos municípios. A Tabela apresenta a distribuição dos municípios elegíveis (2.257) em relação a inscrição por Região e Estado do país. O processo de seleção dos municípios iniciou-se após o término das inscrições e de acordo com os critérios estabelecidos na Portaria 1.215 de 14 de junho de 2012, os 453 municípios foram selecionados para serem habilitados para recebimento do recurso do Eixo Estrutura. A Portaria de habilitação dos municípios foi publicada no DOU em 17/08/2012. O termo de adesão será assinado pelos Secretários Municipais de Saúde até o dia 01 de setembro de 2012 e posteriormente será realizada a transferência do recurso em parcela única pelo Fundo Nacional de Saúde. O recurso será transferido para os fundos municipais para a aquisição de equipamentos e mobiliários a serem disponibilizados para as farmácias e centrais de abastecimento farmacêutico, conforme diretrizes estabelecidas pela pactuação do QUALIFAR-SUS. Cabe destacar que está previsto para 2013 a manutenção do recurso de custeio para os 453 municípios contemplados este ano, necessários para o desenvolvimento das ações referentes aos serviços farmacêuticos, além de ampliação do total de municípios apoiados pelo Eixo Estrutura do QUALIFAR-SUS. ESPAÇO FARMACÊUTICO 28 SETEMBRO 2012

Distribuição dos municípios elegíveis em relação a inscrição ao QUALIFAR-SUS. Brasília, 2012 (n=1386). Elegíveis

Inscritos

Não se inscreveram

Rondônia

27

16

11

Acre

13

10

3

REGIÃO NORTE

Amazonas

33

12

21

Roraima

8

2

6

Pará

82

62

20

Amapá

9

1

8

Tocantins

70

32

38

TOTAL

242

135

107

Maranhão

115

42

73

Piauí

171

46

125

Ceará

161

148

13

Rio Grande do Norte

152

126

26

Paraíba

199

104

95

Pernambuco

131

61

70

Alagoas

58

58

0

Sergipe

50

25

25

Bahia

308

246

62

TOTAL

1345

856

489

Minas Gerais

182

33

149

Espírito Santo

17

17

0

Rio de Janeiro

12

12

0

São Paulo

114

81

33

TOTAL

325

143

182

Paraná

80

80

0

Santa Catarina

59

23

36

Rio Grande do Sul

99

75

24

TOTAL

238

143

182

REGIÃO NORDESTE

REGIÃO SUDESTE

REGIÃO SUL

REGIÃO CENTRO-OESTE Mato Grosso do Sul

16

10

6

Mato Grosso

41

31

10

Goiás

50

33

17

TOTAL

107

74

33

TOTAL BRASIL

2.257

1.386

871


Ampliação do acesso: gestão do cuidado constitui estratégia do Qualifar-SUS.

OBJETIVOS DO QUALIFAR-SUS A qualificação da Assistência farmacêutica no SUS através da operacionalização das ações dos quatro eixos do QUALIFAR-SUS, entre outros, visa promover condições favoráveis para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS como estratégia de qualificação do acesso aos medicamentos e da gestão do cuidado. Também contribui para garantir e ampliar o acesso da população a medicamentos eficazes, seguros, de qualidade e o seu uso racional, visando à integralidade do cuidado, resolutividade e o monitoramento dos resultados terapêuticos desejados. O Eixo Estrutura do QUALIFARSUS tem por objetivo contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo que estes sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica, considerando a área física, os equipamentos, os mobiliários e os recursos humanos. Os eixos do QUALIFARSUS têm

os seguintes objetivos: I – Eixo Estrutura: contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo que estes sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na Assistência Farmacêutica, considerando a área física, os equipamentos, mobiliários e recursos humanos. II – Eixo Educação: promover a educação permanente e capacitação dos profissionais de saúde para qualificação das ações da Assistência Farmacêutica voltadas ao aprimoramento das práticas profissionais no contexto das redes de atenção à saúde. III – Eixo Informação: produzir documentos técnicos e disponibilizar informações que possibilitem o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e serviços da Assistência Farmacêutica; IV – Eixo Cuidado: inserir a Assistência Farmacêutica nas práticas clínicas visando a resolutividade

das ações em saúde, otimizando os benefícios e minimizando os riscos relacionados à farmacoterapia.

José Miguel do Nascimento Júnior: conselheiro do CRF-SC e gestor nacional do Qualifar-SUS, como diretor do Departamento de Assistência Farmacêutico do Ministério da Saúde. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 29


UM DIAGNÓSTICO PARA AS ANÁLISES CLÍNICAS

U

ma discussão central da moderna medicina e do Ato Farmacêutico é a segurança do diagnóstico emanado das Análises Clínicas. O diagnóstico é resultante do trabalho em interface do médico com o farmacêutico analista-clínico, e sob muitos aspectos o tratamento preciso decorre diretamente da execução das boas práticas em Assistência Farmacêutica. É por isso que o CRF-SC defende que, dentre as categorias profissionais habilitadas legalmente no âmbito das Análises Clínicas, o farmacêutico é o profissional mais bem preparado para promover saúde. Hipócrates foi o primeiro a usar a palavra diagnóstico, que significa discernimento, formada do prefixo dia, que significa através de, mais gnosis, que equivale a conhecimento. Diagnóstico, portanto, é discernir pelo conhecimento. Os modernos recursos tecnológicos de diagnóstico proporcionam ao médico e ao paciente meios necessários para um discernir a doença com precisão, e o que é mais importante, de forma precoce, com evidente benefício para os pacientes, como ocorre no caso das neoplasias. O trabalho dos laboratórios de Análises Clínicas permite maior segurança ao médico e o apoio necessário para tomada de decisões importantes no tocante à conduta e ao tratamento, seja nos casos de urgência, seja nas doenças crônicas. Inicialmente, no entanto, o médico só

ESPAÇO FARMACÊUTICO 30 SETEMBRO 2012

Os dilemas das Análises Clínicas - área na qual os farmacêuticos detêm a propriedade de 90% dos laboratórios no sul do País - são complexos e exigem ações articuladas. O CRF-SC é correalizador de um Fórum que vai diagnosticar como resistir às ameaças científicas, sociais e econômicas que desabam sobre o setor.

dispunha de seus sentidos para exame do paciente. Com a visão, observava o enfermo, com o tato realizava a palpação e a tomada do pulso; com a audição ouvia as suas queixas e ruídos anormais; com o olfato podia sentir odores característicos. "O exame clínico", ensinava Hipócrates, "deve começar pelas coisas mais importantes e mais facilmente reconhecíveis. Verificar as semelhanças e as diferenças com o estado de saúde. Observar tudo que se pode ver, ouvir, tocar, sentir, tudo que se pode reconhecer pelos nossos meios

In vitro, veritas: a verdade descortinada pelas análises clínicas.

de conhecimento". Também se examinavam os excretas, especialmente a urina. O exame macroscópico da urina, chamado uroscopia, foi largamente utilizado até o século XVIII. Dava-se muita importância ao exame do pulso e Galeno, no século II d.C. chegou a descrever 27 variedades de pulso. No século XVIII o exame físico foi aperfeiçoado com a percussão do tórax, introduzida por Auenbrugger e divulgada na França por Corvisart. Hoje, não é exagero dizer que as modernas técnicas de diagnóstico, como a biologia molecular, mudaram a face da medicina. Uma das mudanças de comportamento mais evidentes é o que se convencionou chamar de medicina defensiva. O médico passou a solicitar um maior número de exames complementares para bem documentar-se e assim se proteger de possíveis acusações de negligência ou omissão em caso de insucesso no tratamento “Temos, no entanto, também alguns conflitos surgidos da evolução e difu-


Um exame das ameaças: tabelas baixas, formação generalista, responsabilidade técnica, verticalização e automatização são demandas a serem avaliadas em encontro das Análises Clínicas em novembro, que será realizado pelos três CRFs do Sul na cidade de Curitiba, PR.

são da tecnologia. Com a automação dos processos laboratoriais, ocorreu a diminuição dos postos de trabalho e reduziu-se a rentabilidade do setor”, analisa a presidente do CRF-SC, Hortência Tierling. Há ainda um debate a ser feito - e ações a serem tomadas - sobre a Responsabilidade Técnica de laboratórios. De acordo com a RDC 302/2005 da ANVISA, que aprovou o Regula-

Farmacêutico nas análises clínicas: segurança e precisão no diagnóstico, e interface com classe médica.

mento Técnico para funcionamento dos serviços que realizam atividades laboratoriais, tais como Laboratório Clinico, e Posto de Coleta Laboratorial, o profissional legalmente habilitado pode assumir, perante a vigilância sanitária, a responsabilidade técnica por no máximo: 02 laboratórios clínicos ou 02 postos de coleta laboratorial; ou 01 laboratório clínico e 01 posto de coleta laboratorial. “No entanto, o Conselho Federal de Biomedicina ainda não normatizou a RDC, e nossa Comissão de Análises Clínicas do CRF-SC tem sido informada sobre casos de descumprimento da norma. Já chegamos a verificar, numa cidade da Grande Florianópolis, o mesmo biomédico respondendo por 10 postos de coleta”, pondera Hortência Tierling. O encontro de Análises Clínicas a ser realizado em outubro, reunindo farmacêuticos dos três estados do sul do Brasil, pretende enfrentar essas questões, delineando posturas políticas e ações estratégicas da categoria farmacêutica para o setor. Há uma série de outras demandas que exigem reflexão, análise e posicionamento dos farmacêuticos para a área das Análises Clínicas. As tabelas baixas de remuneração têm oprimido os farmacêuticos proprietários de laboratórios – que representam 90% do mercado nos estados do sul. E as

mudanças curriculares que resultaram na formação generalista dos farmacêuticos têm sido incapazes de proporcionar aos laboratórios o acesso a profissionais com a qualificação e capacitação que a complexidade do trabalho exige. Também a verticalização, fenômeno no qual planos de saúde administram laboratórios próprios, já criou conflitos mercadológicos quando ocorreu de médicos e pacientes serem orientados a usar somente o laboratório do plano de saúde. Também no campo mercadológico, as insistentes tentativas de grupos multinacionais para entrar no mercado interno brasileiro foram, até agora, barradas por intervenções jurídicas de órgãos como o CRF-SC e o Sindlab. Isso não arrefeceu, porém, a voracidade desses grupos, que contam com imenso poder de fogo econômico e político. “A sociedade precisa estar alerta para a segurança de diagnóstico que a presença farmacêutica representa nos laboratórios. Nosso conhecimento científico e técnico resulta em produção de saúde para os brasileiros desde esse momento pré-analítico que é o exame clínico, e nos cabe defender a excelência de nosso trabalho na área das Análises Clínicas. Por isso teremos este Fórum em outubro”, explica Ronald Ferreira dos Santos, presidente da Fenafar e assessor-técnico do CRF-SC. ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 31


O SERVIÇO CLÍNICO DA INDICAÇÃO FARMACÊUTICA O Seminário Internacional de Indicação Farmacêutica, realizado em parceria pela Univali, CRF-SC e Farma&Farma, reuniu 113 Farmacêuticos, estudantes e professores no auditório do curso de Farmácia da Univali em Itajaí para debater as implicações de uma mudança na legislação que adote o conceito de medicamentos dispensados mediante a indicação farmacêutica.

E

laboramos um ofício para a Anvisa, solicitando que se consolide uma legislação clara, que avance na disposição do artigo 6° da Lei 11903/09, que define a competência da ANVISA de estabelecer listas de medicamentos de venda livre, de venda sob prescrição e retenção de receita e de venda sob responsabilidade do farmacêutico, sem retenção de receita. A Dispensação de qualquer medicamento é de responsabilidade do profissional Farmacêutico no Brasil desde 1981, regulamentada pelo Decreto 85.878,” anunciou Hortência Tierling, presidente do CRF-SC. "Nossa preocupação é que o colega possa prestar a integral

ESPAÇO FARMACÊUTICO 32 SETEMBRO 2012

Assistência Técnica que a sociedade o delegou sem ser penalizado legalmente por suas decisões tomadas ao orientar o paciente. Queremos construir um consenso da normatização entre Anvisa e CFF", alertou a presidente do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina. Para exercer na plenitude suas funções como profissional de saúde, tanto no âmbito do SUS como nas farmácias privadas, o CRF-SC defende a posição técnica e política de uma reforma na legislação. "O ato da dispensação é privativo do farmacêutico, mas isso não acontece na prática", lembrou Hortência Tierling. "Não é incomum encontrar

farmácias que, no seu horário de funcionamento, têm um farmacêutico e dez atendentes. Então, para poder prestar uma dispensação adequada a todos os usuários do estabelecimento , é preciso reequilibrar essa relação, permitindo que o farmacêutico possa orientar e supervisionar um número máximo de atendentes nos estabelecimentos farmacêuticos. Mas o importante é que o farmacêutico disponha de tempo e recursos para, na linha de frente da farmácia, estar disponível para con-


versar com os usuários e orientá-los com autoridade e segurança". O presidente da Farma & FArma, Rinaldo Ferreira, defendeu que a Indicação Farmacêutica "é boa para a sociedade, além de ser boa para o farmacêutico, pois reduz o risco sanitário". A professora Maria José Martin Calero, titular de Farmácia em Sevilla, capital da Andalucia, na Espanha, informou que o dilema da Indicação Farmacêutica é mundial. "Os pacientes estão no balcão da farmácia, e o atendimento é

Hortência Tierling, presidente do CRF-SC: consenso de normatização para prestar integral assistência farmacêutica com segurança jurídica.

ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 33


feito no balcão, por isso é onde deve estar o farmacêutico, exercendo seu papel de profissional da saúde com atividades clínicas orientadas para o bem do paciente, como o seguimento farmacoterapêutico. No entanto, percebemos como regra ver o farmacêutico assoberbado com atividades não-clínicas, mas administrativas, como compras, gerenciamento de estoque e relatórios de venda de medicamentos controlados. Os novos tempos exigem que isso seja mudado". Em Santa Catarina, 70% dos farmacêuticos atuantes trabalham em farmácias ou drogarias. Os outros 30% dividem-se nos demais 74 âmbitos de atuação da profissão. Daí vem a necessidade de criar o arcabouço jurídico e técnico que permita ao farmacêutico agir como profissional de saúde no cotidiano do atendimento ao usuário de terapias medicamentosas. “E essa é uma luta que deve mobilizar todas as lideranças e entidades da categoria farmacêutica, pois é também a construção prática da Farmácia Estabelecimento de Saúde”, afirma Rinaldo Ferreira. “Estamos ainda no processo de alertar os farmacêuticos de que os caminhos não existem, eles estão sendo construídos à medida que a gente se articula e age, em momentos como o desse Seminário Internacional de Indicação Farmacêutica”, enfatizou o professor Beto, coordenador do curso de Farmácia da Univali.

Profissional de saúde: no balcão das farmácias públicas e privadas, o farmacêutico exerce seu papel social, com atividades clínicas orientadas para o bem do paciente

“Dame dos” Na Espanha, como no Brasil, o drama da auto-medicação, com todas as suas nefastas consequências, também assola a saúde pública, conforme relata a professora Maria José Martins Calero. “Dame dos”, em espanhol, equivale ao nosso conhecido “me dê dois”, uma ordem de compra emitida pelo usuário de medicamento nas farmácias. “O paciente chega e pede um produto para combater a dor de cabeça. Mas o quê causou essa dor? Quem conversou com ele? Essa dor é um transtorno menor ou sintoma de algo mais grave?”, provoca a professora. “Temos o dever de proteger o paciente de problemas decorrentes

da medicação, e isso só se faz dispensando de forma a garantir a utilização de forma adequada às necessidades clínicas, com dose precisa, no tempo necessário, e com informações para o processo correto de acordo com a norma. Isso é um Ato Farmacêutico, e é completamente diferente de uma venda”, ensina Maria José. Portanto, na concepção da professora espanhola, a decisão do farmacêutico de não entregar o produto também pode ser definida como dispensação. “Pois se acontece de, ao receber as informações do usuário, o farmacêutico percebe que a situação clínica exige um diagnóstico médico e uma prescrição, esse profissional pode, com sua autoridade, decidir que não irá entregar o medicamento, para o bem da saúde do usuário. E assim, realiza

No Brasil, os medicamentos isentos de prescrição movimentam 10 bilhões de reais por ano. A lei 11903 de 2009, em seu artigo 6º, estipula que a ANVISA deve estabelecer quais são os medicamentos sob responsabilidade do farmacêutico, porém esta lista jamais foi criada. ESPAÇO FARMACÊUTICO 34 SETEMBRO 2012


uma dispensação, garantindo a segurança e eficácia do tratamento. Por outro lado, se na mesma situação ele entrega o produto, realiza uma venda, e não uma dispensação”, polemiza a especialista europeia. Maria José expande os conceitos universais de dispensação para abranger a noção de que a entrega “muda” do medicamento, sem informação ou orientação farmacêutica, não garante a necessária Atenção. “É preciso falar com o paciente, sempre”, adverte. E essa conversa é delineada pelos requisitos da confidencialidade, confiança e credibilidade. Por isso, na Espanha, as farmácias vêm sofrendo alterações em sua arquitetura física, de forma a conter balcões exclusivos e privados para o atendimento do paciente, garantindo uma conversa mais íntima e reservada entre farmacêutico e usuário. Denise Funchal Witzen, da Racine, explica que o tema da Indicação Farmacêutica é, desde sempre, controversa em qualquer país, por causa de sua interface indefinida com a prescrição, que é um ato médico. “A indicação farmacêutica não deve existir para tratar doenças, mas para reduzir ou eliminar sintomas, ou ainda para prevenir a sintomatologia”, afirma Denise. “Precisamos desconstruir, no Brasil, essa imagem que se formou da Atenção Farmacêutica como um substitutivo da consulta médica. É comum que pacientes sem acesso ao médico procurem farmácias em busca de respostas rápidas para aliviar dor, inflamações, infecções. Mas não queremos, como categoria, exercer o papel de um médico mal-formado, mas sim de um profissional que entende muito de medicamento”. Denise defende que, de acordo com a RDC 44/09, a dispensação é um serviço clínico prestado pelo farmacêutico.

Curiosidade intercultural Na Espanha, existem 21 mil farmácias e 43 mil farmacêuticos atuantes. É uma média de 1 farmácia para cada 2.200 habitantes. As farmácias são concessões do poder público, e é preciso prestar concurso para obter a titularidade de uma delas. O farmacêutico não pode ser titular sem ser proprietário da farmácia. Cada farmácia pode ter até dois sócios farmacêuticos co-titulares. E não é possível ser proprietário de mais de uma farmácia, então na Espanha não existem redes, como no Brasil. O farmacêutico que trabalha na farmácia sem ser proprietário é o Adjunto. O salário médio de um Adjunto na Espanha gira em torno de 1.600 euros. É uma remuneração modesta. Equivale ao aluguel de um apartamento quarto-e-sala no centro de Madrid. “Na Espanha, como no Brasil, almejamos o reconhecimento social de sermos profissionais de saúde. Estamos convencidos de que o lado comercial da farmácia é menos importante que sua inserção social como Estabelecimento de Saúde. Apesar de sermos empresários, farmacêuticos-titulares, nos consideramos empresários-sanitários”, explica Maria José.

O ato farmacêutico: a decisão de dispensar, ou não, decorre de uma autoridade do farmacêutico no assunto medicamento, e é diferente de uma venda.

ESPAÇO FARMACÊUTICO SETEMBRO 2012 35


Sindfar / SC Plano SindFar/Unimed: novas adesões sem carência até 30 de setembro Os farmacêuticos inscritos no CRF/ SC podem aderir ao Plano de Saúde SindFar/Unimed sem cumprir carências até 30 de setembro. A administradora Viva, gerenciadora dos planos oferecidos pelo SindFar/SC, ampliou o prazo para envio da documentação. Entre as vantagens do novo sistema está a possibilidade de incluir como dependentes cônjuges, pai, mãe, filhos com até 30 anos e netos. A parceria com a Viva Administradora foi estabelecida para adequar o sistema às normas determinadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS). Em 2009, uma resolução da ANSS alterou as regras para contratação de planos coletivos, empresariais e por adesão, a exemplo do mantido com o SindFar. Desde então, novas adesões foram suspensas. A Administradora de Benefícios fará o gerenciamento de todos os planos e oferecerá serviços com taxas especiais e as vantagens do plano Unimed. Interessados podem fazer uma simulação no site do SindFar (www.sindfar.org.br <http://www.sindfar.org.br/> , clicando em Espaço do Filiado) ou contatar diretamente a Viva Administradora pelo telefone 48 84618037. Novas vantagens - Valores de co-participação mais baratos do que os oferecidos diretamente pela Unimed - Além de filhos e cônjuges, também podem entrar como dependentes pai, mãe, filho até 30 anos e netos. - Os conveniados poderão escolher entre planos de abrangência regional, estadual e nacional. Filiados já conveniados Os filiados beneficiados pelo sistema em

vigência terão todos os direitos mantidos e precisarão se adaptar às novas exigências. A agência Viva entrará em contato com todos os conveniados para explicar as novas regras e possibilidades. Todas as dúvidas devem ser dirimidas na seção “Plano de Saúde” do Espaço do Filiado, disponível no site do SindFar (www. sindfar.org.br <http://www.sindfar.org.br/> ) e diretamente com a administradora Viva através do telefone 48 84618037. Farmacêuticos não filiados Os profissionais com inscrição no CRF/ SC mas não-associados ao SindFar devem regularizar a sua filiação para usufruir do benefício. Para isso, basta pagar a anuidade (contribuição assistencial). Outras vantagens da filiação - Ajuda a garantir estrutura para o funcionamento do SindFar - Dá direito legal a voto nas assembleias - Fortalece a representatividade dos farmacêuticos e - Fortalece as lutas da categoria (campanhas como Jornada de 30 horas; contra o Ato médico; pelo avanço do Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde, entre outras) - Acessa benefícios exclusivos (descontos e condições especiais em serviços variados, desde cursos de aperfeiçoamento e pós-graduação, serviços de saúde até estética). Confira os principais benefícios concedidos aos associados no Espaço do Filiado disponível no site do SindFar

www.sindfar.org.br

EXPEDIENTE

Espaço Farmacêutico

Publicação do Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina ISSN 2175 - 134X Travessa Olindina Alves Pereira, 35 - Centro Florianópolis - SC Cx Postal 472 CEP 88020-100 Fone: (48) 3222.4702 Website: www.crfsc.org.br E-mail: crfsc@crfsc.org.br DIRETORIA Presidente: Hortência S. Müller Tierling Vice-presidente: Silvana Nair Leite Secretário Geral: Laércio Batista Júnior. Tesoureiro: Paulo Sérgio Teixeira de Araújo. CONSELHEIROS Ana Cláudia Scherer Monteiro, Indianara Toretti, Marco Aurélio Thiesen Koerich, José Miguel do Nascimento Júnior, Luiz Henrique da Costa, Laércio Batista Júnior, Silvana Nair Leite, Maria Elisabeth Menezes, Karen Berenice Denez, Hortência Tierling, Tércio Egon Paulo Kasten e Paulo Sérgio Teixeira de Araújo. Suplentes: Álvaro Luiz Parente, Carlos Roberto Merlin, Sara Rauen. Conselheiro Federal: Paulo Roberto Boff, Anna Paula de Borba Batschauer. ASSESSORIA TÉCNICA Ronald Ferreira dos Santos Jornalista Responsável Iuri Luconi Grechi Mtb 7491- RS Tiragem 8.000 exemplares Ghana Branding Av. Almirante Tamandaré, nº 94 - sl. 702 CEP: 8080-160, Coqueiros - Florianópolis, SC. (48) 3248-9003


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