Criativa Magazine - Abril 2020

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Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VI Nº 66 abril 2020

SCONTO ERS DERIDE VOUCHNO INTE OR

#FIQUEEMCASA

COVID-19



FILHA DOS REIS DA ITÁLIA, PRINCESA MARIA GABRIELA DE SABOIA, EM SÃO MIGUEL

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CORRIDA DA MULHER NA RIBEIRA GRANDE

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NOITE DE SERENATAS NO MUSEU VIVO DO FRANCISCANISMO

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X TORNEIO DE GOLFE IRMÃOS REBELO

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AUDIÇÃO PORTUGAL INSTALA-SE EM PONTA DELGADA

RUBRICAS

ENTREVISTA “O MEU DIA A DIA É TER RECEIO DE SAIR E DEPOIS TER RECEIO DE VOLTAR”

REPORTAGEM O NOSSO PRINCIPAL INIMIGO PESSOAL É A BAIXA TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO

ENTREVISTA A ITÁLIA É UMA ESPÉCIE DE “COBAIA” PARA A EUROPA

24 OPINIÃO LIVROS DA MINHA ESTANTE CRIATIVO 28 OLHAR TEMA: “O PRAZER DAS PEQUENAS COISAS” ÓTICA 30 SAÚDE COM: INSTITUTOPTICO

Propriedade:

Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com

962 370 110

Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15

DESPORTO VIRUS PÁRA CORRIDAS

Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande

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GRANDE REPORTAGEM

EVENTOS

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REPORTAGEM SPRA DEFENDE ADIAMENTO DOS EXAMES DE 11º E 12º ANOS

Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa e Pedro Couto Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José Andrade, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.

ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.


GRANDE REPORTAGEM

O PODER DE UM VÍRUS

A maioria não terá memória de um acontecimento desta natureza. A potência do coronavírus fez parar quase todo o Mundo. Dizimou já milhares de vidas, contagiou milhões. O esforço para conter a sua propagação tem sido a principal dor de cabeça para a generalidade dos países. Sem vacina à vista, resta procurar cumprir com as recomendações que são repetidas hora a hora pelas autoridades de saúde.

Natacha Alexandra Pastor Estávamos no último dia do mês de dezembro de 2019, quando foi de forma oficial reportada a existência de quase três dezenas de casos de uma pneumonia de causa desconhecida. Foi em Wuhan, na província de Hubei, onde tudo começou. Cerca de 10 dias depois, regista-se a primeira morte pelo novo coronavírus. Com a livre circulação de pessoas a ocorrer não seria de estranhar que rapidamente ocorresse uma contaminação para demais países e continentes. Efetivamente a 24 de janeiro o mesmo já era detetado em França. De indivíduo em indivíduo, a COVID 19 espalhou-se pela Europa, fragilizando os sistemas de saúde, com centenas de casos a serem diariamente diagnosticados positivos. Itália foi o país europeu que mais sofreu com a ferocidade deste vírus. Em Portugal, a 2 de março são conhecidos os primeiros dois casos positivos. Há uma espécie de corrida contra o tempo a fim de tentar controlar a contaminação comunitária, mas apesar dos esforço ele viaja em cada corpo e duas semanas depois é a vez de chegar aos Açores. O primeiro caso positivo reporta-nos a 15 de março, e fez soar os primeiros alarmes na região. Diariamente, a Autoridade de Saúde Regional está a fazer toda a gestão dos casos suspeitos; positivos e de todas

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Carlos Costa/DR

as vigilâncias ativas, editando os números dia-a-dia. O diretor regional da Saúde tem procurado deixar uma nota positiva face a todos os passos para fazer a contenção na propagação do vírus, apelando, ainda, ao cumprimento das recomendações emanadas por diferentes entidades para que a população #Fiqueemcasa. De 15 de março até final do mês (31 de março) a região Açores acusou 49 casos testados positivos, em cinco ilhas açorianas. Quase todos os casos iniciais de cada ilha foram importados, estando relacionados com viagens ao exterior, mas a possibilidade de contágio primário ou comunitário, foi desde o início colocado como previsível, com o passar dos dias. Uma crise sem precedentes instala-se. Fecham-se todos os serviços públicos não essenciais, os privados antecipam um cenário complexo demais e assumem o fecho das suas empresas. #Fiqueemcasa é a palavra de ordem. Perante um cenário desconhecido, denotam-se as primeiras fragilidades. Escasseiam alguns bens de proteção individual, especialmente para quem está na linha da frente no combate ao vírus e não demorou muito até começarem a surgir os primeiros gestos de solidariedade. Desde que o vírus entrou em Portugal, e posteriormente nos Açores, muitas foram as ações que foram sendo

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desenvolvidas por empresas, entidades e até mesmo por pessoas individuais na tentativa de ajudar a quem mais precisa que tenham acesso a alguns bens. Muitas das doações monetárias e de equipamentos ou material de proteção pessoal têm como destino o setor da saúde e as forças de segurança (PSP, GNR, corporações de bombeiros…), mas há outras que se destinam ainda a apoiar as pessoas. Com a escassez de álcool sanitário e de gel desinfetante algumas fábricas decidiram reconverter a sua laboração habitual e ajustá-la à criação de álcool sanitário. Foi o que fez, por cá, a fábrica de licores Eduardo Ferreira, conforme explica Carolina Ferreira, à nossa redação. “Com a procura crescente de álcool sanitário no mercado devido à situação de pandemia derivada do Covid 19 e à falta de álcool geral no mercado, apercebemos que poderíamos fazer parte da solução e contribuir para a diminuição da propagação do Covid 19. Como tínhamos em stock algum álcool puro para nós foi claro que deveríamos focar-nos neste projecto nesta fase tão complicada em que todos nós nos encontramos. Colocamos no mercado a quantidade que nos foi possível, atendendo à falta de matéria-prima no mercado, nomeadamente de embalagens, tampas e da própria cetrimida (componente essencial). Em breve disponibilizaremos mais quantidade no mercado, assim que recepcionarmos mais material. As primeiras unidades foram disponibilizadas gratuitamente à PSP, bombeiros, GNR e Santa Casa, a restante produção foi disponibilizada aos estabelecimentos autorizados para venda deste artigo, nomeadamente farmácias, drogarias e mercearias.”

A fábrica diz que vai manter esta rotina fabril até que o mercado estabilize na procura. Um vírus que ataca toda a gente Já se sabe que o vírus, este em particular, não escolhe ninguém. Ele ataca todos os que por infortúnio lidaram com alguém já infetado. São muitos já os casos conhecidos de personalidades conhecidas de todo o mundo que diagnosticam positivo para a Covid-19.

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Alguns destes famosos acabaram por ser os primeiros a darem a conhecer aos seus fãs que estavam infetados. Uma das primeiras pessoas que se conhece com o vírus foi a esposa do primeiro-ministro do Canadá Sophie Gregoire Trudeau. Outros nomes conhecidos são: Mikel Arteta, técnico espanhol ao serviço do Arsenal;

Tom Hanks, ator; Rita Wilson, atriz; Idris Elba, ator; Preta Gil, cantora e apresentadora brasileira; Daniel Dae Kim, ator norte-americano, conhecido pelo seu papel em Hawai Five-0. A lista é extensa e vai sendo conhecida quase dia a dia..

DATAS IMPORTANTES

13 de março O Governo dos Açores dá indicação de fecho de todos os estabelecimentos de ensino nos Açores. Numa conferência de imprensa, o chefe do Governo açoriano, Vasco Cordeiro, declara a situação de contingência em todo o território da Região Autónoma dos Açores até ao dia 31 de março.

14 de março A Autoridade de Saúde Regional decide aplicar, na Região, uma nova definição de caso suspeito de infeção pelo novo coronavírus (COVID-19), mais restritiva do que a nacional, com o objetivo de reforçar a proteção da saúde da população dos Açores. Neste mesmo dia, o Presidente do Governo dos Açores endereça uma carta ao Primeiro-Ministro a solicitar a suspensão urgente das ligações aéreas do exterior, incluindo do território nacional, com os aeroportos dos Açores, com exceção do transporte de carga e casos de força maior, desde que autorizados pela competente Autoridade de Saúde.

28 de março O Governo dos Açores indica um investimento de 9,3 milhões de euros na compra de diverso material médico: 970 mil máscaras cirúrgicas, 1.058.600 máscaras FFP2, 9.800 máscaras do tipo FFP3 de proteção contra agentes biológicos e 3.250 máscaras com viseira integrada. A aquisição incluiu ainda 59.740 fatos de proteção individual, 62.540 óculos de proteção descartáveis, 57.460 batas de uso único impermeáveis, 2.881.760 luvas não esterilizadas, 142.209 luvas cirúrgicas esterilizadas, 82.712 toucas de uso único e 61.900 proteções de calçado.

CURIOSIDADES COVID-19

29 de março A ARS decide avançar com um cordão sanitário no concelho da Povoação, ilha de São Miguel, até às 00H00 do dia 13 de abril. A decisão surgiu da necessidade de conter a população da Povoação no seu concelho, onde, em 24 horas, foram registados vários casos positivos pelo novo coronavírus.

- A Organização Mundial da Saúde atribuiu o nome COVID-19 à doença. COVID-19 resulta das palavras “Corona”, “Vírus” e “Doença” com indicação do ano em que surgiu (2019). - O que são os Coronavírus? Os coronavírus são uma família de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções afetam o sistema respiratório, podendo ser semelhantes à gripe ou

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1 de abril A ARS comunica a primeira infeção em profissionais de saúde na região. São os primeiros três casos positivos conhecidos nesta classe.

evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia. - Quem tem prioridade para a realização do teste laboratorial? Doentes com critérios de internamento hospitalar; recémnascidos e grávidas; profissionais de saúde sintomáticos; doentes com comorbilidades, nomeadamente com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, asma, insuficiência cardíaca, diabetes, doença hepática crónica, doença renal crónica, etc.; doentes que residam em lares e unidades

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18 de março O Presidente da República comunica ao país que Portugal entra em Estado de Emergência. Uma decisão “excecional em tempo excecional. Esta não é uma qualquer epidemia, é uma guerra que vivemos.”, disse Marcelo Rebelo de Sousa na sua comunicação oficial.

19 de março O Presidente Vasco Cordeiro enuncia uma série de medidas excecionais a vigorar enquanto durar a crise atual na região, lançando uma série de medidas de apoio imediato à economia e à manutenção do emprego e do rendimento dos trabalhadores. É determinada a suspensão imediata das ligações aéreas do Grupo SATA entre todas as ilhas da Região e todas as ligações aéreas do exterior à Região, exceto os voos de transporte de carga ou casos de força maior, desde que devidamente autorizados pela Autoridade de Saúde Regional. A duração da medida foi entretanto dilatada para vigorar até ao dia 30 de abril.

26 março O Governo dos Açores determinou confinamento obrigatório por 14 dias em unidade hoteleira. O confinamento obrigatório dos passageiros e das respetivas bagagens, que decorre das recomendações da Autoridade de Saúde Regional, será realizado em unidades hoteleiras determinadas para este efeito nas ilhas de desembarque, São Miguel ou Terceira, independentemente da residência dos indivíduos.

15 de março É relatado o primeiro caso para infeção pelo novo coronavírus SARSCoV-2, que causa a doença COVID-19. Trata-se de um indivíduo do sexo feminino, de 29 anos, residente na ilha Terceira, com história de passagem alguns dias antes por Amsterdão, na Holanda, e Felgueiras, em Portugal continental.

2 de abril O Estado Português decide estender por mais 15 dias o Estado de Emergência no país. Desta forma, as medidas prolongam-se até 17 de abril, abrangendo o período da Páscoa. Tendo feito um contacto telefónico a mais de 30.480 idosos, foram identificados 573 casos em que os mesmos se demonstraram mais frágeis, por se encontrarem isolados ou sem qualquer suporte familiar ou outro, com quem o ISSA vai manter contacto nos próximos dias. Face ao surgimento de vários casos na ilha de São Miguel, Vasco Cordeiro anuncia uma cerca sanitária para todos os concelhos da ilha de São Miguel (além da ordem já existente para o concelho da Povoação). A medida estende-se até 17 de abril, sendo nesta altura devidamente analisada.

de convalescença e doentes com contacto próximo com pessoas com as comorbilidades já identificadas. - Até 25 milhões de empregos podem ser perdidos devido à pandemia. - Países que proibiram voos de Portugal: Macau; EUA, Israel; Marrocos. - A 15 de março de 2020, 377 milhões de estudantes em 46 países já estavam impedidos de frequentar a escola. - Existe evidência de que o organismo humano vai

ganhando imunidade após contacto com o vírus, após contrair doença, efeito esse que pode ser ampliado quando houver uma vacina. - Não há evidência que suporte a transmissão do COVID-19 pelos alimentos. Porém, aplicando o princípio da precaução, a manutenção e o reforço das boas práticas de higiene e segurança alimentar durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos é recomendada.

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REPORTAGEM

MUSAMI APELA AO CUIDADO NO DESCARTE DE LUVAS E MÁSCARAS

A recolha seletiva de resíduos porta a porta e nos ecopontos mantém-se. A MUSAMI está, porém, preocupada com a potencial forma como estão a ser descartados alguns elementos que fazem parte da prevenção individual das pessoas, como sejam as luvas, máscaras ou os lenços de papel. Por isso, a entidade regional lança um forte apelo. Natacha Alexandra Pastor Numa nota dirigida à comunicação social, a MUSAMI recorda que a recolha seletiva de resíduos porta a porta e nos ecopontos mantém-se, independentemente do estado de emergência, apesar de, após a sua recolha serão mantidos, porém em período de quarentena antes de triados para segurança dos colaboradores que operam no Centro de Triagem Automatizado, e por razões de saúde pública, evitando a propagação do novo Coronavírus. Esta é uma das orientações emanadas pela Direção Regional do Ambiente e pela Entidade Reguladora de Águas e Resíduos dos Açores, que as Câmaras Municipais da Ilha de São Miguel e a MUSAMI estão a adotar, em matéria de gestão e tratamento de resíduos e limpeza urbana. A MUSAMI alerta porém para cuidados adicionais com alguns elementos de proteção individual, nomeadamente luvas, máscaras e lenços de papel. Para além de não se tratarem de materiais recicláveis, estes constituem um perigo para a saúde pública quando não devidamente manuseados e descartados, pelo que os cuidados devem

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ser redobrados. Todos os restantes resíduos recicláveis devem ser colocados à porta de casa onde a recolha seletiva é efetuada nos horários definidos, ou então nos ecopontos. Excetuam- se os casos em habitações onde a hospitalização domiciliária se verifica devido ao contágio do novo Coronavírus. Nesses casos, todos os resíduos devem ser devidamente acondicionados em dois sacos e descartados no dia da recolha do indiferenciado (lixo comum) ou no respetivo contentor. A MUSAMI apela ao cumprimento das regras e ao bom senso e cidadania aquando do descarte dos resíduos nos ecopontos e contentores distribuídos na via pública, facilitando assim o trabalho dos operadores da recolha dos resíduos. Apesar de não ter chegado ao conhecimento da MUSAMI situações menos corretas, a entidade gestora de resíduos diz à nossa reportagem que é sua responsabilidade alertar e prevenir potenciais situações de perigo para a sociedade.

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REPORTAGEM

SPRA DEFENDE ADIAMENTO DOS EXAMES DE 11º E 12º ANOS

O Sindicato de Professores da Região Açores (SPRA) acaba de defender que os exames do ensino secundário dos 11º e 12.º anos deverão ser articulados entre o Ministério da Educação e o Ministério do Ensino Superior, de forma a que a realização dos mesmos ocorra o mais tardiamente possível e dentro das condições que minimizem qualquer risco de propagação da COVID-19. Natacha Alexandra Pastor Perante a forte possibilidade de as aulas presenciais terminarem após o período de férias da Páscoa – que correspondem ao fim do 2º período escolar -, a Criativa Magazine auscultou o Sindicato dos Professores da Região Açores, perante todo o cenário que se vive em virtude da propagação da COVID-19. Em resposta, uma das defesas do SPRA é que “não se devem realizar as provas de aferição, nem as provas finais do 9.º ano, sem estar restabelecido o normal funcionamento das escolas. Quanto aos exames do ensino secundário dos 11º e 12.º anos, deverão ser articulados entre o Ministério da Educação e o Ministério do Ensino Superior, de forma a que a realização dos mesmos ocorra o mais tardiamente possível e dentro das condições que minimizem qualquer risco de propagação da COVID-19.” O SPRA defende ainda que, considerando o momento atual, o ensino à distância deve ter em consideração o princípio da “igualdade e equidade”, recordando que tal situação se deve colocar em situações extremas, como a que se vive atualmente. “O apoio aos alunos por via das novas tecnologias

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de informação e comunicação deve ter um caráter excecional e supletivo ao ensino presencial. Nada poderá substituir o ensino em sala de aula, pelo envolvimento docente/aluno que permite e pela dinâmica que imprime no processo de ensinoaprendizagem. Esta é uma profissão onde o relacionamento é decisivo no sucesso que se pretende obter! A lecionação de novos conteúdos programáticos por via das novas tecnologias de informação e comunicação só deve ser realizada estando salvaguardados os princípios da igualdade e equidade no acesso a este meio por parte de todos os alunos.” O sindicato deixa, ainda, uma nota de preocupação e de defesa pelos professores em regime de substituição solicitando governo a manutenção dos seus contratos. “Os docentes contratados em regime de substituição devem manter os seus contratos, mesmo após a apresentação do titular, até que estejam reunidas as condições normais para a transferência de informações dos alunos e/ou turmas e a realização dos respetivos Conselhos de Turma.”

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ENTREVISTA

“O MEU DIA A DIA É TER RECEIO DE SAIR E DEPOIS TER RECEIO DE VOLTAR”

Simão Neves trabalha no setor privado. É um dos muitos exemplos de trabalhadores que mantém uma rotina diária no seu local de trabalho, apesar de estar a viver um dia-a-dia bastante diferente. Os desafios são muitos e não deixa de existir algum receio por estar a fazer o contrário do que é pedido à generalidade da população: ficar em casa.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Trabalhas no setor privado, numa área especial (de bens alimentares), das poucas que se mantêm de portas abertas para responder ao desafio de apoiar a sociedade. Sentes que estás numa missão especial (diferente)? Simão Neves - Toda a minha vida profissional que se iniciou em 1994 tem sido no privado, tendo tido o privilégio de passar por várias setores de atividade, mas também toda a minha vida tenho ocupado os meus tempos livres no voluntariado e associativismo. Quer isto dizer que SERVIR não é para mim uma Missão especial, mas sim um modo de ser e de viver. Foi-me incutido pelos meus pais, quando me inscreveram muito novo nos escuteiros, e pelos valores pessoais que me passaram. Por outro lado a vida tem-me colocado à frente muitos desafios e obstáculos e a todos digo presente. Neste momento não sinto que estou numa missão especial. Sinto sim que é um DEVER estar presente. Estar presente junto dos meus colegas da Azorfisk

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que não podem estar em teletrabalho. Mas acima de tudo presente, porque eu e todos os que comercializamos bens de primeira necessidade, como é o caso da comida, temos o DEVER de manter a nossa atividade pois há muita gente que temos que continuar a alimentar e com um produto com excelentes qualidades e características como é o peixe dos Açores. Esta foi, desde o dia 11 de março, a primeira preocupação da Azorfisk e de todos na ACPAAssociação dos Comerciantes do Pescado dos Açores. Depois virá toda a questão dos rendimentos e ajudas que vão ser INEVITÁVEIS de chegar a TODA a população, RAPIDAMENTE. Como é que foi para ti ouvires decretar Estado de Emergência no país, e saber que terias de continuar a trabalhar? Foi perceber que para ti tudo se mantinha, mas com muito mais risco e dificuldade. Mais dificuldade porque foi surreal sentir o “Mundo” parado por dias intermináveis à espera dos anúncios. O trabalho aumentou e ficou impossível de organizar, porque estás constantemente a tentar coordenar tudo

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e dar respostas a situações que surgem novas e a cada segundo. Em nada na vida se pode estar a anunciar que se vai anunciar, pois a vida real fica suspensa à espera de se saber o que vai ser anunciado para se perceber as consequências. Muito menos numa situação de crise. Por exemplo, ficamos todos 2 dias à espera de saber se iria ou não ser decretado o Estado de Emergência e quando o mesmo foi declarado tivemos o caricato de estar em estado de emergência sem saber o que isto queria dizer, porque os efeitos práticos só foram definidos durante o dia seguinte e anunciados ao final de tarde. Foram momentos de muita incerteza e de estar a ter de responder a perguntas para as quais nem nós próprios tínhamos resposta. Mas todos temos dado uma resposta extraordinária, pois assim que é anunciado algo, imediatamente nos ajustamos à nova realidade e arranjamos maneira de trabalhar sobre o novo cenário. Um exemplo foi a resposta que a restauração deu com o Take-away e muitos negócios com a entrega ao domicílio. Todos deram sinais tremendos de DEVER AO PRÓXIMO, pois se fosse por rendimento tinham

ficado bem quietos. Qual é que tem sido a maior dificuldade desde então? Considerando que muitos estão fechados, apesar de grande parte da sociedade estar em teletrabalho? A falta de contato com os outros. Eu sou um ser social e custa muito estar sozinho. Depois um obstáculo tem sido precisar de alguma coisa e não estar ali à mão. Na Azorfisk adoptamos imediatamente o teletrabalho, tendo cada colaborador (cuja sua função o permitia) ficado a trabalhar a partir da sua casa e levaram quer os seus computadores, quer os documentos. A maior dificuldade tem sido lidar com 2 visões diferentes da mesma situação e na mesma realidade, ou seja, uma parte da sociedade a tentar cumprir com o alerta das Entidades Oficiais para manter a economia em atividade e as cadeias de abastecimento a funcionar, ao mesmo tempo que tens de lidar com a outra parte da sociedade, da qual a tua atividade depende, completamente focada somente em continuar a ter lucro e em bicos dos pés a pedir dinheiro ao Estado. E pior de tudo é saber que rapidamente irias sentir que esta estratégia iria trazer frutos para os que pedem e não para os que trabalham. Para além de desde a primeira hora sentires 2 pesos e duas medidas nos possíveis apoios, pois para uns falase em apoios a fundo perdido e perdões e para outros em financiamentos e adiamentos de pagamento, com juros. E perante tudo isto, sentires que tens o tal DEVER de continuar o teu caminho e não baixar os ombros e entregar tudo. Das portas para dentro, no teu serviço, têm existido muitos embaraços? Há muita burocracia (mais) nesta fase? Que importa eliminar? Na nossa atividade agudizaram-se todos os obstáculos e constrangimentos que já sentíamos no dia a dia, que são a disponibilidade de produto nas condições e dias que são solicitados pelos clientes e a logística de viver no meio do Atlântico e ter de tirar de cá todo um conjunto de bens sem haver uma operação estável de transporte de carga. O nosso dia a dia não é mais do que andar constantemente a coordenar o haver encomendas, com haver ou não peixe, com haver voos e barco. Conseguir coordenar os 3 para a mesma janela de exigência por parte do cliente é o nosso maior “embaraço” diário, 365 dias por ano. Relativamente ao restante por incrível que possa parecer, pela rapidez com que foram adoptadas

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medidas de contingência por parte das empresas e das entidades oficiais, está a provar e demonstrar-se que há muitas burocracias, procedimentos e obrigações que não fazem qualquer falta à vida real. Estão com a atividade reduzida? Seja em termos de trabalho (efetivo) e recursos humanos? A nossa atividade reduziu drasticamente por 2 vias: suspensão de encomendas por parte da esmagadora maioria dos clientes e falta de peixe à venda em lota para satisfazer as poucas encomendas que surgem. Está a faltar algum tipo de apoio? Todos os apoios vão ser poucos para o que já se está a sentir. Mas acima de tudo o que se está a sentir principalmente é que há atividades específicas que não perceberam que é primordial manter cadeias de fornecimento a funcionar não por causa do rendimento, mas para não se perderam, pois para serem recuperadas vão ser muito mais difíceis. Todos vamos ter de ser apoiados. Disto não há a mínima dúvida. Mais do que a falta de apoio o que teria de haver era uma mudança de paradigma, ou seja, quem deveria ser primeiro apoiado é quem não parou e manteve a sua atividade com tremendos constrangimentos, especialmente constrangimentos que derivaram da falta de produtos para trabalhar porque os seus fornecedores consideraram que não lhes compensava continuar a trabalhar porque o seu rendimento não seria o mesmo e optaram e tiveram como principal preocupação, desde a primeira hora, estender a mão para o Estado. O principal foco teria e tem que ser trabalhar, trabalhar, trabalhar. Nem que seja por uma questão de saúde mental e motivação de todos os cidadãos para não se entrar num DEPRESSÃO generalizada, que acreditem será muitíssimo pior do que a RECESSÃO, que será inevitável. No teu regresso a casa tens procurado cumprir com as regras de higiene recomendadas? Manténs, porém, algum receio?

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Naturalmente, mas há uma constante sensação de desconforto por sentires que tudo o que possas estar a fazer nunca elimina a 100% a possibilidade de estares a levar para dentro do teu lugar seguro e daqueles que mais amas este inimigo invisível. Diariamente tenho vontade de queimar tudo o que levo comigo antes de entrar em casa. Mas o meu maior receio é ceder ao facilitismo e deixar de ter rotinas de segurança por ter esta sensação que por muito que te esforces, para quem sai de casa, não há uma maneira 100% segura de ficar a salvo. Sentes que é uma questão de tempo. Que depende da sorte e será um milagre se no fim disto tudo não fores contaminado. Como te podes sentir seguro quando a única e principal forma de lutar contra isto é: FICAR EM CASA e tu tens de sair? O meu dia a dia é ter receio de sair e depois ter receio de voltar. E tentar não ficar maluco com isto…

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REPORTAGEM ENTREVISTA

AUDIÇÃO PORTUGAL CHEGA AOS AÇORES Inaugurou, recentemente, em Ponta Delgada, a primeira loja da Audição Portugal, uma marca portuguesa, com um longo percurso em matéria de avaliação e reabilitação auditiva. A Audição Portugal prevê poder alargar a oferta dos seus serviços a outras ilhas açorianas. Natacha Alexandra Pastor O administrador da Audição Portugal esteve em Ponta Delgada para a inauguração da primeira loja oficial da marca nos Açores. Hugo Moreira falou à comunicação social sobre os serviços que apresentam e oferecem, numa área tão sensível para a auto-estima das pessoas: a audição. “Nós somos um grupo de saúde, com alguma expressão no Continente, onde possuímos ainda medicina dentária. A Audição Portugal já se encontrava instalada no Funchal, faltava-nos a nossa entrada nos Açores, sendo que é nossa intenção abrir mais lojas nas ilhas. O nosso intuito é que venham até nós para conhecer os nossos serviços. Aqui fazemos avaliação auditiva muito importante, sobretudo para quem tem mais de 55 anos de idade, apesar de, em qualquer idade, poder recorrer a esta avaliação se considerar que algo não está bem quanto à sua capacidade e/ou qualidade auditiva. Se detetar algum problema auditivo estamos cá para os servir.” A equipa em Ponta Delgada conta, diariamente, com a presença de um audiologista, que fará a avaliação da pessoa, e posteriormente, se for esse o caso, a marca oferece uma vasta panóplia de aparelhos auditivos, capaz de responder, com qualidade, a diferentes situações económicas, segundo explica o administrador. “O que recomendamos, se encontrarmos de facto uma perda auditiva, é que a resolvemos através do uso de uma prótese auditiva, sendo que possuímos equipamentos de diferentes valores financeiros, mas todos eles de excelente qualidade. Caso notemos que não somos a resposta adequada para

Carlos Costa

o problema da pessoa, sugerimos o encaminhamento para as especialidades médicas, nomeadamente a otorrinolaringologia. A classe dos aparelhos auditivos está hoje melhor ajustada à realidade, apresentando-se cada vez mais pequenos e, por esse motivo, mais discretos, o que permite maior confiança pessoal aos utilizadores. Os modelos utilizados na Audição Portugal proveem de uma empresa dinamarquesa de prestígio e cada aparelho é configurado conforme o grau de perda de audição de cada utente.

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CARTA

Carta aberta a quem está em casa Espero que estejam bem, tendo em conta a situação que o mundo está a passar. Tenho evitado passar o dia a ver/ouvir informações sobre a evolução do COVID-19 pois pouco mais posso fazer do que ficar em casa. No entanto nas alturas em que vejo notícias, ou acedo às redes sociais tenho-me deparado com conversas tontas, fúteis e sem sentido, pouco dignas de seres que se dizem inteligentes. As pessoas queixam-se por estarem em casa, por não poderem passear, fazer jantaradas, sair na noite, por não poderem viajar e muitos outros disparates similares. Coitadas, sim são dignas de pena. Pena por não conseguirem atingir o grau da gravidade da situação que vivemos, por não conseguirem compreender que estando em casa protegem-se a si e aos seus. A essas pessoas tenho a dizer que não estão confinadas a uma cama de um hospital, que têm saúde, que podem realizar mil e uma atividades diferentes em casa. Não estão doentes, não queiram ficar!! Quem sai de casa corre o risco de ser infetado, corre o risco de ser internado e aí sim verá o que é estar isolado. Para quem não conhece o espaço de Cuidados Intensivos de um hospital, informo que não é um lugar onde se goste de estar mas é onde provavelmente “passarão as tais férias” caso continuem com essa teimosia de quererem sair de casa. Estar internado num hospital não é fácil mas estar internado na UCI ligado a um ventilador, acreditem é mesmo terrível!! Quem nunca passou por essa situação não sabe a sorte que tem. Ninguém imagina o que é viver ligada a uma máquina que respira por nós, a sondas que nos alimentam por estarmos demasiado fracos para o fazer, e além disso por estarmos ventilados temos um tubo orotraqueal incómodo que nos impede de falar, de ingerir, de relaxar e que magoa… muito, acreditem. As coisas ainda podem ser piores pois não é aconselhável permanecer muito tempo entubado, de modo a evitar infeções. Então é realizada uma traqueostomia, e para quem não sabe o que é, esta é uma técnica que consiste num orifício artificial criado cirurgicamente na traqueia; é um procedimento cirúrgico através do qual se exterioriza a traqueia cervical, fixando, através de pontos, o traqueostoma à abertura da pele. Infelizmente,e por que tenho uma doença degenerativa, já passei por tudo isto. Sei o que é ter um “buraco” no pescoço; o que é ter dificuldades em respirar, em tossir, espirrar… O quanto magoa mudar a cânula da traqueostomia, que por vezes sangra e infeta, e pior que tudo isto o quanto dói ser aspirada. Sim, aspirada!! As secreções acumulam-se na garganta e a presença da cânula torna muito difícil expulsá-las; é necessário um tubo, ligado a um aspirador de secreções para as retirar e acreditem parece que a nossa alma sai com as secreções através do tubo!! Tudo isto para vos dizer, aproveitem bem a saúde que têm!! Estão em casa em isolamento social, paciência estão saudáveis, estão junto dos seus. Aproveitem para ver as séries, os filmes que não tinham tempo de assistir, ler (ou escrever) o tal livro, brincar com os vossos filhos, ajudá-los a crescer e a compreender que a vida nem sempre é como gostaríamos que fosse, a pintar, a limpar a casa e a mente; aproveitem para nada fazer mas não saiam de casa, não ponham em risco a vossa saúde e a dos vossos. Não acontece só aos outros!! Para terminar, o meu agradecimento não por ser esta situação mas o obrigada de sempre, aos profissionais de saúde que em todas as situações, e nesta ainda com mais cuidados e sacrifício, estão lá por todos nós. Não sobrecarreguem o sistema de saúde, ele tem limites e quem lá trabalha também. Eles estão lá todos os dias por nós, e merecem todo o nosso respeito. Fiquem em casa por si e por todos nós. Ana Paula Figueiredo

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ENTREVISTA

O NOSSO PRINCIPAL INIMIGO PESSOAL É A BAIXA TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO “Ao longo das últimas décadas, fomos criando uma sociedade do imediato, sem limites, sem capacidade de sacrifício. Que não aceita que nem sempre se pode fazer aquilo que se quer, ou seja, baixa tolerância à frustração, que como sabemos, é uma motivação bloqueada.” À nossa redação, o psicólogo Paulo do Nascimento Cabral deixa alguns conselhos práticos de como devemos agir e reagir perante o novo desafio que é colocado a toda a Humanidade.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine Vivemos um momento muito complexo, em que somos forçados a ‘abandonar’ as nossas rotinas diárias. O que é mais importante de se perceber nesta altura? Paulo do Nascimento Cabral (Psicólogo) De facto, vivemos num momento ímpar da nossa história colectiva, quer como Região, quer como Humanidade. Num pequeno à parte, apenas vivenciei uma situação relativamente semelhante, aquando dos ataques terroristas de 2016 em Bruxelas, em que nem foi preciso aconselharem-nos a ficar em casa, pois o receio de sermos vítimas de um atentado era razão mais que suficiente para que ninguém saísse de casa. Da mesma forma, como um dos atentados foi no aeroporto, este ficou imediatamente encerrado bem como todos os meios de saída do país. Durante uns dias, ficámos confinados a casa e ao país, dias antes das férias da Páscoa, o que tornou muito difícil o regresso aos Açores. Neste caso, como na situação actual de pandemia, há um aspecto comum, que no meu entender é o factor chave: o “inimigo” é invisível. A Covid-19 pode ser transmitida sem nos apercebermos. Podemos ser

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portadores sem termos sintomas. Podemos contaminar e ser contaminados sem qualquer acto voluntário. E isto faz toda a diferença, pois cresce a suspeição, o receio, a discriminação e a segregação social, o que deverá preocupar-nos a todos. Obviamente que temos de cumprir as recomendações da Autoridade Regional de Saúde, que no meu entender deve limitar-se a dar informações sobre as condições de transmissão, o número de casos, entre outras informações pertinentes, mas não deve contribuir para o alarme social, como foi o caso de divulgar o possível comportamento menos correcto daqueles que estão em quarentena em unidades hoteleiras, nem em relação aos possíveis casos de pedidos para viajar por motivo de férias. Nem num caso, nem noutro, os cidadãos em geral, podem fazer alguma coisa, informação desnecessária portanto, pelo que esta informação levou a que se deslocasse a atenção do essencial (medidas de controlo e mitigação da proliferação do vírus) para o acessório (julgamentos nas redes sociais e realização de juízos de valor sobre os envolvidos). Ora, isto é tremendamente injusto e desnecessário. Recorrendo a outro caso, de uma pessoa conhecida, que foi contaminada numa simples ida ao supermercado. Que responsabilidade podemos

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imputar a esta pessoa? É importante por isto, termos muito cuidado com as catalogações e avaliações sociais, especialmente no momento em que atravessamos. No meu entender, e indo directamente à questão, o nosso principal inimigo pessoal é a baixa tolerância à frustração. Ao longo das últimas décadas, fomos criando uma sociedade do imediato, sem limites, sem capacidade de sacrifício. Que não aceita que nem sempre se pode fazer aquilo que se quer, ou seja, baixa tolerância à frustração, que como sabemos, é uma motivação bloqueada. E quando isto acontece, temos três tipos de comportamentos: passividade (aceitamos as coisas como elas são), agressão directa (criticamos/ atacamos os responsáveis pelo estado em que estamos) ou agressão deslocada (“descarregamos” nos outros ou temos comportamentos irresponsáveis porque não podemos “atacar” ou chegar a quem realmente é o responsável pela nossa situação) e quando temos um aparelho ligado às redes sociais, a conjugação destes factores pode tornar-se explosiva. Mas já lá vamos. Veja-se este exemplo: há pessoas que passam o fim-desemana em casa de pijamas, podendo sair livremente. Agora, que lhes é negada esta possibilidade, sofrem de ansiedade e frustração, porque não podem sair. Facilmente percebemos que o factor psicológico é muito importante em todo este processo de isolamento e de transmissão de informações. É também fundamental mantermos um certo “optimismo realista”. A máxima dos últimos dias de que “vai correr tudo bem” não é a mais adequada. É óbvio que não vai correr tudo bem. Temos cada vez mais pessoas infectadas, possivelmente existirão mortos, teremos uma enorme quebra na nossa economia, com aumento do desemprego, com incertezas sobre investimentos, a nossa liberdade está limitada, entre outras coisas. Tais situações levam a que muitas vezes, os que apregoam que “vai correr tudo bem” sejam os que mais sofrem com toda esta situação, numa versão actual do “paradoxo de Stockdale”. Vamos ultrapassar esta fase, sem dúvida, mas vai-nos custar muito (está já) e quem sabe, vamos mudar mesmo a nossa forma de viver, de encarar a vida, de dar mais valor às coisas simples que antes dávamos por garantidas. Estamos a perceber que é a vida e a saúde nos seus vários níveis, o mais importante. O resto é superficial. Sintetizando, diria que, após cumprirmos com todas as recomendações das autoridades de saúde, temos de ter atenção ao nosso estado psicológico, desde os sinais de intolerância à frustração e ansiedade, à irritabilidade, ao humor depressivo, aos pensamentos irracionais e catastrofistas, que nesta fase possam surgir de uma forma exacerbada e não sejam normais. Portanto, muita atenção a qualquer alteração no comportamento e na forma de sentir, quer nossa, quer dos outros que estão mais próximos. A fim de não abandonar por completo a vida que estamos habituados a viver, há algumas técnicas/conselhos úteis que devemos fazer por aplicar no dia-a-dia? Há um exemplo que gosto de dar para percebermos quanto

tempo o tempo tem. Quando a nossa equipa está a ganhar por pouco e o árbitro dá mais três minutos de compensação e a outra equipa está a atacar, a nossa sensação é a de que estes três minutos nunca mais acabam. Quando somos da outra equipa, da que está a perder, os mesmos três minutos passaram muito rápido. A percepção psicológica do tempo é o segredo para que o dia passe depressa e bem. Neste sentido, proponho a que não se percam rotinas que estejam estabelecidas, dentro das actuais limitações. Se acordamos e fazemos exercício em casa, ou se lemos as notícias logo ao acordar, ou se nos levantamos, tomamos banho e deixamos os pijamas, devemos continuar a fazê-lo. Em segundo lugar, o nosso maior “comprimido” nesta fase é mantermo-nos ocupados. No outro dia, achei piada no âmbito de uma entrevista a uma pessoa que estava em quarentena, esta ter referido que já não havia uma erva daninha no seu quintal. Ou seja, está a ocupar o seu tempo. Isto é fundamental. Há diversas opções e possibilidades para o fazermos, desde uma forma mais lúdica/cultural, com diversos jogos (tabuleiro ou online), de uma forma mais erudita (ler, estudar/tirar algum curso de curta/média duração online, museus virtuais, etc) ou mais utilitária (arranjar algo em casa, bricolage, etc). No entanto, é importante percebermos que se começarmos a desenvolver actividades que antes não fazíamos, temos de estar preparados para uma fase inicial de adaptação, o que não é muito conveniente nesta altura. Quem não tem por hábito ler, não vai passar a ser um leitor ávido, podendo surgir sinais de frustração, pelo que temos de cultivar uma outra característica: a paciência, dando tempo ao tempo. Apesar de serem necessários estímulos diferentes, confesso que defendo que numa fase inicial, deveremos optar por actividades que já conhecemos e que gostamos de realizar, porque dar-nos-ão uma sensação de prazer imediato e de relaxamento. Importa recordar que estamos em isolamento social físico, pelo que se torna fundamental mantermo-nos em contacto virtual com quem gostamos (familiares ou não), partilhando coisas boas, os nossos pensamentos, as nossas actividades, os nossos dias. Defendo também que se façam planificações para o nosso tempo, preferencialmente em conjunto com os outros membros da casa, se existirem. Se conseguirmos criar uma rotina semanal em que definimos o que fazemos nas várias horas, exercícios, as pausas para refeições e descanso, entre outras, isto permitir-nos-á estar cada vez mais motivados para as tarefas/dias seguintes. À medida que vou cumprindo com o que estabeleci para mim, estou a auto-motivar-me. Caso contrário, sem definição de objectivos e de tarefas, será fácil cedermos ao ócio, e não sairmos do sofá. Se assim for, os dias serão uma eternidade, com o sentimento de incapacidade e de impotência a estarem cada vez mais presentes, aumentando, portanto, a frustração, a ansiedade e o humor depressivo, muitas vezes desencadeadores da chamada “fome emocional”, levando a ingerir mais calorias do que as necessárias. Por isso, a manutenção e o controlo de uma alimentação equilibrada é também um aspecto a não descurar.

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ENTREVISTA

A ITÁLIA É UMA ESPÉCIE DE “COBAIA” PARA A EUROPA

São naturais da Lombardia, Itália, e vivem em São Miguel há cinco anos. Usualmente regressam a Itália todos os invernos, para passar as férias de Natal com a família. Tinham um voo reservado para um casamento importante e um batizado, em Itália no dia 31 de março, mas tudo foi cancelado perante o devastador cenário que se vive atualmente em Itália.

Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Como é que estão a viver toda a situação dramática em Itália provocada pela Covid-19? Chiara e Giorgio – Tentamos manter-nos informados. Nem sempre é fácil entender que notícias são certas e quais são inventadas, e é triste notar que mesmo nessa situação é dada prioridade à corrida em direção às notícias sensacionalistas, sem se aprofundar as fontes e sem se preocupar com o pânico que se pode espalhar. Normalmente, seguimos o site da ANSA para ter uma ideia geral do que está acontecendo em Itália e, claramente, mantemos contatos com amigos e familiares. Vivemos preocupados porque não vimos um fim próximo desta tempestade. As infecções não diminuem e as medidas tomadas até agora não tiveram os efeitos esperados. Este é um vírus com uma taxa de mortalidade muito alta, e assusta-nos! Segue a angústia de ver o nosso País cair de joelhos... sim, porque a Itália é toda linda, mas sem muitas palavras, é o Norte, com a Lombardia na liderança, que faz girar o motor económico de toda a nação e agora o Norte está em sérias dificuldades e o Estado continua a pedir-lhe um sacrifício adicional.

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Têm família e amigos lá? Alguém que seja médico ou enfermeiro ou bombeiro? que vos diga na realidade quão difícil é a vida? Nós somos originários da Lombardia, que é a região atualmente mais afetada. As nossas famílias e a maioria dos nossos amigos vivem no coração da epidemia. A nossa tia é voluntária na Cruz Vermelha e fornece-nos informações a cada semana. Durante o seu último turno, em menos de quatro horas, ela foi chamada para ajudar no internamento de três pacientes positivos para COVID-19 e os números continuam a crescer. Agora também é difícil lidar com as emergências comuns, porque o protocolo de entrada nas urgências se torna longo e é dificultado por uma série de rotas alternativas, para evitar a propagação das infecções e a proteção dos pacientes. Uma ex-colega de classe é pneumologista no hospital de uma grande cidade. Ela raramente consegue voltar para casa, para o seu marido e as suas filhas. Ela está sempre na linha de frente, porque percebe que é necessária toda a ajuda possível. As grandes cadeias de distribuição ainda estão ativas para garantir o suprimento das necessidades básicas, mas os empregados têm medo. Infelizmente, entre altos e baixos, o

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A todos os Italianos dizemos: “Preparem o Prosecco e mantenham o ânimo alto... Mais cedo ou mais tarde ganharemos a COVID-19 e ficaremos bêbados de alegria!” equipamento de proteção é escasso e estas pessoas precisam igualmente de se apresentar para trabalhar e cuidar dos clientes. Eles nem sequer têm o consolo de ter o domingo livre, porque os supermercados devem permanecer abertos 7 dias por semana e isso é muito injusto. As crianças italianas estão trancadas em casa há mais de um mês. Eles se viram repentinamente sem poder ver seus amigos e professores, sem praticar desporto, sem ter uma válvula de alívio. O clima em Itália, especialmente no norte, não é tão ameno como aqui nos Açores, mas em caso de sol, muitos deles estão na mesma confinados num apartamento, sem jardim e alguns até sem varanda. Vocês podem imaginar como é difícil? Tendo Itália sido o primeiro país europeu a não conseguir conter a propagação do vírus, parece-vos que faltou maior prevenção? A Itália teve a infelicidade de ser o primeiro País ocidental a enfrentar o vírus e começou com o pé errado: o perigo da epidemia foi encarado de ânimo leve e muitos ainda afirmam que é uma gripe um pouco mais forte do que o normal, mas os números falam por si e o risco de contágio é muito alto. Ninguém sabe exatamente o que fazer. Enfrenta-se o vírus por tentativas e continua-se sem certezas. É como se a Itália fosse a “cobaia” da Europa e seria bom ver que os erros e as tentativas italianas sejam transformados em experiências úteis, para que outros Estados possam agir mais depressa e positivamente; em vez disso, os jogos políticos ganham vantagem sobre o bom senso. A própria Itália tem conflitos internos entre aqueles que desde o princípio afirmam que um fecho total é necessário, e aqueles que, em vez disso, se preocupam mais com qualquer repercussão económica. A China conseguiu lidar com o vírus e recuperar de forma relativamente rápida porque a sua população tem um forte senso cívico e respeita as regras. Foi tomada uma decisão extrema: fecho total e quarentena para todos até que a epidemia seja interrompida ... e assim foi feito. Qual é a vossa maior ou melhor mensagem para os vossos compatriotas neste momento? Banalmente, esperamos que tudo seja resolvido rapidamente e bem.

Esses meses mostraram que todo o nosso progresso é fútil diante da força da Mãe Natureza. Devemos aprender a ser mais humildes, a redescobrir os verdadeiros valores da vida e a cuidar melhor um do outro. Algo já está mudando. Apesar do medo e da inconveniência, muitos se apresentam para ajudar os outros. Há uma verdadeira corrida solidária em andamento. Pessoas ricas e influentes doam dinheiro, outras disponibilizam o seu tempo, outras ainda dedicam as suas forças no trabalho. Em poucas semanas, nos subúrbios de Milão, os pavilhões da FIERA DI MILANO estão sendo transformados numa área hospitalar de 25.000 m2 para lidar com a emergência do Coronavírus. Este novo hospital está sendo construído inteiramente graças a doações e contribuições pessoais. https://www.ospedalefieramilano.it/it/index.html É apenas um exemplo do que o povo italiano está fazendo. Estamos extremamente orgulhosos de ver que, mesmo no meio das dificuldades, o desejo de não desistir, arregaçar as mangas e lutar, domina. Não é a primeira e não será a última vez que sacrifícios devem ser feitos, mas é assim que nos melhoramos. A partir dessa tragédia, atrairemos sabedoria para olhar ao nosso redor com olhos mais atentos. Gostaríamos de estar “mais próximos” dos nossos entes queridos, mas não podemos e devemos contentar-nos em pensar neles a partir de cá, esperando poder abraçá-los e voltar a festejar com eles. Sabemos que da próxima vez que estivermos juntos, faremos isso com um humor diferente, porque nunca como hoje entendemos a importância de não tomar nada como garantido. A todos os Italianos dizemos: “Preparem o Prosecco e mantenham o ânimo alto... Mais cedo ou mais tarde ganharemos a COVID-19 e ficaremos bêbados de alegria!”.

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José F. Andrade

Em tempo de Pandemia Este mês, quisemos saber qual o impacto que a “Covid 19” está a ter na música feita em São Miguel. Como tal, abordamos alguns artistas, os quais, agradecemos desde já a sua disponibilidade. Aqui vão os testemunhos, na primeira pessoa. Luís Barbosa

Antes da pandemia preparava-se concertos, a banda já começava a ensaiar e eu a gravar. Com o surgimento desta pandemia, o problema mais óbvio: concertos cancelados. Perdemos todos com isso, tanto os músicos, como o público. Mas principalmente os músicos: o seu sustento. A melhor forma de nos ajudarem nestes tempos é ouvirem, partilharem e comprarem as nossas músicas. Recordo o primeiro dia de confinamento, cheguei ao quintal e pensei: “isto parece um sonho”. Infelizmente não é. Mas eu como gosto sempre de arranjar aspectos positivos em tudo, aqui não poderia deixar de o fazer. Agora aproveito para gravar o resto do disco (espero conseguir acabá-lo) e ganhamos tempo. Temos feito, aqui em casa, jogos em família, coisa

que já não fazia há anos. Julgo que no meio disto tudo se criou mais união, menos os que levam o supermercado inteiro. Espero que de um modo geral, as pessoas comecem a dar mais valor à vida e liguem menos a futilidades.

DJ Play

Quando ouvi falar na Covid 19, nunca imaginei que nos fosse afectar. Ao fim ao cabo, só veio nos trazer instabilidade financeira e emocional. O ano de 2020 era “o ano” e foi idealizado para ser feito de uma forma que contemplasse a minha estreia em Portugal continental e para afirmação do nome Play como Dj, produtor e músico. A Covid 19 só nos veio prejudicar a todos, é certo mas, quem vive das artes e dos espetáculos viu a sua vida a andar para trás. Muitos não o devem saber mas, o Ruben Melo não vive apenas dos seus concertos como Play vive quase exclusivamente da sua empresa de animação de casamentos, e digo-vos uma coisa, o cenário que estamos a viver não é fácil. Para quem tinha até ao mês de Maio 20 datas marcadas e ficou sem nada, começa a pensar como vai sobreviver, como vai sustentar a família e, acima de tudo, como vai pagar os investimentos, pois, as contas têm de ser pagas a tempo e horas. Vejo isto tudo como um sinal, um sinal que devemos respeitar, começar a dar mais valor à vida, ao próximo e especialmente à “Mãe Natureza” pois foi dela que começou isto tudo. Um bem-haja a todos e vai ser o que Deus quiser. Fiquem em casa!!


Luís Couto

Primeiro, foram as notícias surgindo a uma velocidade vertiginosa: escolas fechadas, e-mails informando sobre o fecho de serviços, novas regras para fazer compras, a indefinição sobre as limitações que o anúncio do Estado de Emergência traria. Nesses primeiros dias, a vida que surgia nos sonhos parecia mais real que a vida no mundo acordado. Não havia vontade de acordar. E, novamente, surgia a velha questão - “será a vida

que todos nós conhecemos. Uma palavra final, protejam-se e fiquem em casa!

Ana Cláudia

A minha vida antes da Covid-19 era como tantas outras. Trabalhar com tranquilidade, poder sair e fazer as minhas atividades e compras normalmente, sem receios, nem des-

um sonho?” O tempo disponível variava na proporção inversa de aproveitá-lo da melhor forma possível. E a falta de vontade para promover o disco novo, adiado por tempo indeterminado em formato físico. Um disco que dava voz às palavras de eremitas de outros séculos, que falava de impermanência e de natureza. E, nos bosques, dei-me conta que a Natureza permanecia indiferente a todas as preocupações e sofrimentos dos humanos.

Toni Pimentel

Por coincidência, algumas medidas restritivas de prevenção à Covid 19 em S. Miguel, começaram a ter efeito no fim de semana em que os Passos Pesados iam fazer o jantar com os fãs e amigos, seguido de concerto no TÃ GENTE Bar, para comemoração do 29º aniversário. Depois de alguma hesitação e de uma análise profunda à situação, se deveríamos arriscar ou não no evento marcado para dia 14 Março. Chegamos à conclusão que o melhor e mais sensato, seria adiar para data a anunciar. Depois o lançamento do novo vídeo-clip da banda de nome “Vais vencer”, que estava previsto para meados de Abril, e que acabou por ser lançado online esta semana. De resto a banda tem o novo álbum em suspenso, devido às regras de socialização. Contamos acabar o trabalho até ao final do ano, para que no próximo aniversário possa já estar pronto. No que respeita a concertos, grande indefinição pelas razões

confianças. Podia reunir-me com os meus colegas da música, conviver com a família, enfim tudo o que uma pessoa faz, normalmente, no seu dia-a-dia. O depois… a nível profissional, não sofreu alteração alguma, já que trabalho na área da saúde. Claro, que com regras, cuidados, restrições (muitas) e também com alguma ansiedade, para não dizer muita. Os projetos musicais, que estavam a avançar ficam, agora, parados a meio e sem data de regresso. Mas o que interessa agora mesmo é enfrentar isto e esperar por dias melhores. Muita saúde e cuidem-se.

Ricardo Santos

Estive longe de pensar que os Morbid Death iriam lançar o novo álbum OXYGEN poucas semanas antes deste vírus surgir em Portugal, e consequentemente nos Açores. Está a afectar, como é óbvio, a promoção do mesmo, fazendo com que tivéssemos de cancelar o concerto que tínhamos marcado a 17 de Abril, em Lisboa, por exemplo. Temos que nos adaptar à situação e esperar que tudo corra pelo melhor, correndo atrás do prejuízo num futuro próximo. Fiquem em casa!


PROPOSTAS LITERÁRIAS EM TEMPO DE QUARENTENA

Natacha Alexandra Pastor 3.6.5. Ou Um dia de Cada Vez De Carolina Cordeiro 3.6.5. Ou Um dia de Cada Vez é um diário ficcional onde um ano é maior e mais do que apenas um conjunto de dias; onde a expressão da vida aparece em forma singular e sem conotação direta. É uma conversa, um desabafo e um contar histórias entre uma personagem, que não se sabe se homem ou mulher, e um destinatário que se quer desperto a compreender um conjunto de inquietações, inquietações de todos nós. Contos da Imprudência De Pedro Paulo Câmara Medo e Mito. Morte e Amor. Solidão e Desesperança. Talvez Medo e Mito, informes e famintos, alicercem o Amor ou a Solidão. E talvez tanto um como outro tenham garras e forças suficientes para rasgar o ventre e a alma de cada ingénuo humano. Desfazemonos no vagar dos dias e compomo-nos de Imprudências que se amontoam ao entardecer. Em Contos da Imprudência, forças titânicas assumem o controlo – e o destinode cada personagem, reflexo de mil homens e mil mulheres sem opção, desarmados.

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Entre o Carro de Bois e o Avião – Uma pequena comunidade no centro de uma rivalidade global De Armando Mendes Armando Mendes conduznos pela mão na fascinante viagem sobre esta dimensão pouco mencionada, mas vital do papel dos Açores nos 120 anos mais recentes. É um olhar de longo prazo, uma visão da floresta que tanta falta faz para entender a singularidade portuguesa, o que somos e como aqui chegamos. Energia De Sandra Fernandes Estas folhas de papel, fazemse livro e reúnem todas as energias em uma só Energia: Poesia! Deste modo expresso, por tudo o que a vida me dá, a minha infinita gratidão, desejando que nunca cesse, em mim a energia amor, a Poesia e a inspiração… Mais livros em www.letraslavadas.pt

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José Andrade

1000 LIVROS EM 10 ANOS Antes de Bombeiros de Ponta Delgada – Roteiro de 140 anos, em agosto de 2019, John Correia – De aprendiz de canalizador a Presidente do Senado, em maio de 2019, e Coliseu Micaelense – 100 anos de Cultura, em dezembro de 2017, organizámos O Livro dos Livros, em abril de 2017, então no âmbito das funções de direção editorial da Letras Lavadas. Trata-se de um álbum evocativo dos 10 anos das edições Letras Lavadas e comemorativo do 35º aniversário do grupo Nova Gráfica. Um marco de intensa atividade editorial, sem precedentes na vida cultural dos Açores, que bem merecia ficar registado em livro e ser agora aqui recordado. Inicialmente, em 1974, Gustavo Moura, Lourenço de Melo e Ferreira de Melo fundam em Ponta Delgada a empresa Publiçor – Publicações & Publicidade, Lda. Seguidamente, em 1982, quatro sócios liderados por Ernesto Rezendes constituem a tipografia Nova Gráfica. Finalmente, em 2007, a Nova Gráfica adquire o capital social da editora Publiçor e cria a chancela editorial Letras Lavadas. Durante dez anos, até março de 2017, a Nova Gráfica imprime mais de 1.000 livros, dos quais cerca de 200 são edições próprias da Publiçor/Letras Lavadas. Por exemplo, O Barco e o Sonho, de Manuel Ferreira (2009), Dos Vulcões dos Açores, de Victor Hugo Forjaz e outros (2010), Ponta Delgada, 7 Maravilhas, de José de Almeida Mello (2010), A História do Povo Açoriano, de José Maria Teixeira Dias (2011), Antigamente, Era Assim!, de Avelino de Freitas de Meneses (2011), Dicionário Sentimental da Ilha de São Miguel, de Fátima Sequeira Dias (2011), Rostos de Fé – Romeiros na Ilha de São Miguel, de Mário Moura e José António Rodrigues (2011), Açores, Ilhas de Sonho, de Carmo Rodeia e José António Rodrigues (2012), Páginas sobre Açorianidade,

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de António Machado Pires (2013), Da Caça da Baleia até à sua Observação, de Wulf H. Koehler (2014), Domingos Rebêlo, de Jorge Rebêlo e outros (2016), Grotta – arquipélago de escritores, de Nuno Costa Santos (2016). Durante dez anos, até março de 2017, mais de 130 autores regionais, nacionais e internacionais são editados pela Publiçor/Letras Lavadas, para além de centenas de outras personalidades que participam nas obras de autoria coletiva. Por exemplo, Álamo Oliveira, Almeida Maia, António Eduardo Soares de Sousa, Carlos Melo Bento, Cristóvão de Aguiar, Diniz Borges, Emanuel Jorge Botelho, João Pedro Porto, Luís de Andrade, Paula de Sousa Lima, Teresa Medeiros, Tomaz Borba Vieira, Urbano Bettencourt, Urbano, Vamberto Freitas. Acresce ainda que, nos últimos 20 anos, a Nova Gráfica é distinguida com 94 prémios nacionais de artes gráficas. Desde 1997, este palmarés inclui a atribuição de 36 Grandes Prémios Papies, 7 Grandes Prémios Futura, 2 Grandes Prémios Pixel, 4 Prémios Inapa Portugal. Por quatro vezes, o seu sócio gerente, José Ernesto Chaves Rezendes, é homenageado como Personalidade Gráfica do Ano em Portugal. Bem merece, também aqui, o nosso reconhecimento, pelo espírito inovador e pela capacidade empreendedora.

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DESPORTO MOTORIZADO

DESPORTO AUTOMÓVEL

VIRUS PÁRA CORRIDAS

O surto epidemiológico provocado pelo coronavírus COVID19 e as indicações emanadas pelo Estado Português levaram que a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) decide-se pela suspensão de toda a actividade desportiva até ao próximo dia 30 de Abril.

Renato Carvalho Antes do final deste mês, a situação será reavaliada e tomadas novas medidas. O mês de Junho é uma das datas apontadas como provável para o regresso das competições, tudo dependente do evoluir da actual situação de Saúde Pública. Todavia, a FPAK já traçou as linhas para a reprogramação da presente época que se irá prolongar até 31 de Janeiro de 2021. Em relação ao Campeonato de Ralis dos Açores, a primeira prova, o Azores Rallye, organizado pelo Grupo Desportivo e Comercial, foi adiado para 17 a 19 de Setembro. O Rali Sical, colocado na estrada pelo Terceira Automóvel Clube e agendado para 1 e 2 de Maio também deverá ver a sua data de realização alterada. O mesmo deverá acontecer com o

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Carlos Costa Rali Ilha Azul, a cargo do Clube Automóvel do Faial, marcado para 5 e 6 de Junho. As restantes provas, deverão sofrer alterações, em conformidade com a nova calendarização. No que se refere aos vários troféus, os mesmos, também, serão alvo de mudanças de agendamento. A nível desportivo tudo apontava para uma época muito interessante. O número de concorrentes com carros da categoria R5 aumentou pelo que o parque automóvel melhorou. A actual situação de Estado de Emergência do país e as suas consequências sócio-económicas poderão condicionar o futuro da modalidade. Fica a dúvida se as empresas e as entidades públicas vão continuar a apoiar os clubes organizadores e os participantes. Os tempos mais próximos serão decisivos quanto ao futuro.

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DESPORTO MOTORIZADO

RALI DOS AÇORES VIRTUAL

Depois de ter sido adiada a realização do Azores Rallye 2020, o Grupo Desportivo Comercial decidiu organizar uma prova virtual!

Natacha Alexandra Pastor Com o Rallye Açores ‘da vida real’ adiado para 17/19 de setembro devido às restrições governamentais impostas pelo surto da COVID-19, o GDC lançou o Rallye Virtual dos Açores para dar aos adeptos o seu rali e encorajá-los a permanecerem seguros em casa. Assim, o Azores Virtual Rallye,realizado entre os dias 23 a 29 de março, foi um desafio online baseado no jogo Dirt Rallye 2.0, disponível nas plataformas de jogo STEAM, PlayStation 4 e Xbox One. Não tendo sido possível produzir versões virtuais dos espetaculares troços que tornam o verdadeiro Rali dos Açores tão apelativo para os adeptos e pilotos, o Rallye Virtual dos Açores teve por base troços da Nova Zelândia. Assim, a etapa Waimara Point na Nova Zelândia correspondeu ao troço dos Graminhais do Rallye Açores, sendo depois percorrido como troço da Tronqueira quando corrido em sentido inverso. Elsthorpe Sprint serviu como Vila Franca/São Brás, enquan-

Carlos Costa

to o Coroa da Mata foi baseado no troço One Beach Sprint. O de Te Awanga equivaleu ao troço Feteiras, enquanto o espetacular troço das Sete Cidades, um dos mais apreciados pelos pilotos, foi o troço de Ocean Beach. Em qualquer um dos troços se previu dupla passagem. Centenas e centenas de pilotos inscreveram-se para este rali virtual que decorreu nas mesmas datas da previsível (e entretanto adiada) prova do Azores Rallye, Alexey Lukyanuk foi um dos pilotos que aderiu à proposta. Na sua página oficial nas redes sociais, o piloto que já demonstrou por diversas vezes ter enorme prazer em participar no Rali de São Miguel, lembrou que por esta altura, “normalmente passamos esse tempo nos testes dos Açores antes do primeiro rali da temporada, mas este ano é diferente ...”. Consciente das alterações provocadas pela pandemia mundial, Alexey Lukyanuk, escreveu, ainda, que esta oportunidade de competir online com outros pilotos profissionais, desportistas virtuais e fãs de rally em palcos virtuais foi “uma ideia realmente fantástica!”.

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OLHAR CRIATIVO DESAFIO MENSAL DO MÊS TRANSATO

COM O TEMA:

“O PRAZER DAS PEQUENAS COISAS”

1º Lugar - Amarelinha - Fernando Abreu

“ESTAS PÁGINAS SÃO DEDICADAS AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”

Coordenação: Paulino Pavão

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Edição:

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2ยบ Lugar - Papoila - Neli Coelho

3ยบ Lugar - Vida - Sissa Madruga

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SAÚDE ÓTICA

Cuidados com os seus olhos nesta fase crítica Se antes era importante não tocar nos olhos com as mãos, agora face ao momento que atravessamos não o deve fazer de todo, para reduzir o risco de contágio da Covid-19. As nossas mãos estão cheias de bactérias e podem transmitir-nos o vírus quando esfregamos os olhos ou tocamos neles. Se usa óculos ou lentes de contacto deve redobrar os cuidados de higiene. É fundamental que lave cuidadosamente as mãos com água e sabão e de seguida as seque com toalhas de papel não utilizadas. Caso use óculos deve lavá-los várias vezes ao dia com água e um sabão neutro e só depois limpá-los com a microfibra para não contaminá-la. No caso das lentes de contacto não se esqueça de lavar sempre as mãos antes de retirar ou de colocar as lente de contacto, desinfete muito bem e com muito cuidado o estojo porta lentes. Se as suas lentes forem diárias após retirar as mesmas deve deitá-las fora e voltar a lavar as mãos.

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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt



SAÚDE AUDITIVA

Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.

A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis ​​quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.

1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.

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EVENTOS FILHA DOS REIS DA ITÁLIA, PRINCESA MARIA GABRIELA DE SABOIA, EM SÃO MIGUEL DR Visitou a ilha de São Miguel, entre os dias 23 e 26 de fevereiro, Sua Alteza Real a Princesa Maria Gabriela de Saboia, filha de Humberto II e de Maria José – Reis da Itália, acompanhada por Giovanni S. Rondanini, Vice-presidente da Club dos Lideres. A comitiva visitou alguns locais de interesse, na cidade de Ponta Delgada, incluindo o convento de Nossa Senhora da Esperança e a Sinagoga. Foi recebida por José Manuel Bolieiro e plantou uma árvore no jardim, onde houve um almoço, oferecido pelos Condes de Albuquerque, para comemorar os 80 anos da Princesa celebrados nesta viagem. Por seu turno a família de Almeida Mello, na Quinta do Rochão, obsequiou a Princesa Maria Gabriela com um almoço, com cerca de 40 convidados. A visita cultural à ilha de São Miguel foi coordenada pelo Conde de Albuquerque e pelo historiador José de Almeida Mello.

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EVENTOS CORRIDA DA MULHER NA RIBEIRA GRANDE CMRG A 7ª edição da Corrida da Mulher, organizada pela Câmara da Ribeira Grande em parceria com a Associação de Atletismo de São Miguel, voltou a registar uma boa adesão. O evento decorreu na manhã do domingo dedicada ao dia da mulher.

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EVENTOS NOITE DE SERENATAS NO MUSEU VIVO DO FRANCISCANISMO CMRG No âmbito no III Inventio - Festival Internacional de Tunas, o Museu Vivo do Franciscanismo foi palco de uma noite de serenatas interpretadas pela Vicentuna, TML e Enftuna, contando também com a participação especial do grupo de fados da Universidade dos Açores.

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EVENTOS MULHERES PARTICIPAM EM CAMINHADA NA LAGOA CM LAGOA A Câmara Municipal de Lagoa assinalou o Dia Internacional da Mulher com a realização de uma caminhada, seguida de uma aula de ginástica/relaxamento, ministrada por Daniel Botelho. Foi posteriormente oferecido um lanche saudável.

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EVENTOS X TORNEIO DE GOLFE IRMÃOS REBELO Pedro Couto A empresa Irmãos Rebelo, Lda., representante entre outras da conceituada marca Bosch, foi o sponsor da 3ª Prova do Calendário de 2020 de Golfe, uma prova que se desenrolou no Batalha Golf Course, em São Miguel, no passado dia 7 de março. A presença de muitos participantes foi de novo notória.

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EVENTOS AUDIÇÃO PORTUGAL INSTALA-SE EM PONTA DELGADA Carlos Costa A Audição Portugal inaugurou em Ponta Delgada a sua primeira loja dedicada à avaliação auditiva, um serviço que permite fundamentalmente diagnosticar situações e casos de perda auditiva, oferecendo, por essa razão, uma série de aparelhos ajustados a cada situação do cliente. A marca, que já existe em Portugal Continental há alguns anos, lança-se assim no mercado da ilha de São Miguel, estando a sua loja instalada na Rua Caetano de Andrade e Albu-

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ACONTECEU

LAGOA ASSINA CONTRATOS-PROGRAMA COM PARÓQUIAS Foram assinados os contratos-programa com seis paróquias do concelho, num valor de 20 mil euros, um apoio que prevê a continuidade da celebração anual das festas religiosas, assim como, dinamizam outras festas presentes no anuário religioso. BOLSAS DE ESTUDO PARA CRIANÇAS DE MAXIXE A autarquia da Povoação aprovou 20 bolsas de estudo para as crianças de Maxixe, em Moçambique, que frequentam o ensino básico. Este apoio terá a duração de três anos e cada aluno será apoiado no valor de 100 euros anuais, montante que servirá para acompanhar, designadamente as crianças na fase pré-escolar, a mais vulnerável.

CIMEIRA FEMININA EM DIA INTERNACIONAL DA MULHER A Cimeira Feminina 2020 assinalou o Dia Internacional da Mulher, numa iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Ponta Delgada e da

GESTA – Associação para o Desenvolvimento Cultural. Ao longo dos trabalhos da Cimeira Feminina 2020 foi referido que o Dia Internacional da Mulher não pode ser interpretado como tantos outros dias assinalados no calendário e que a igualdade que tanto se defende pode e deve ir além da letra de lei, devendo ser posta em prática na família, na rua e nos locais de trabalho. GOVERNO REQUALIFICA MATA DO CAFÉ O Governo dos Açores vai intervir na Mata do Café, localizada entre as praias das Milícias e do Pópulo, em Ponta Delgada, para requalificar este espaço com quase 8 mil metros quadrados e instalar várias valências. O projeto distingue várias zonas, nomeadamente para lazer e para desporto, reordenando e requalificando esta área. CANDIDATURAS AO SIDART PROLONGADAS ATÉ 30 DE ABRIL O Governo dos Açores decidiu prolongar por mais 30 dias o prazo para a apresentação das candidaturas ao Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento do Artesanato dos Açores – SIDART, medida adotada tendo em conta a situação na Região relativa à pandemia de COVID-19. O prazo de candidatura foi alargado por despacho do Governo Regional até 30 de abril. As candidaturas devem ser efetuadas exclusivamente online, no sítio do Centro Regional de Apoio ao Artesanato (CRAA), disponível em www.artesanato. azores.gov.pt. REGIME DE ALMOÇO DURANTE FÉRIAS E INTERRUPÇÕES LETIVAS A Secretaria Regional da Solidariedade Social, através do ISSA - Instituto de Segurança Social dos Açores, antecipou o fornecimento de refeições ao abrigo do regime de almoço durante

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o período de férias e interrupções letivas para o período de contingência decretado pelo Governo dos Açores. Este serviço iniciou-se a 16 de março, através de entrega ao domicílio, em alguns casos, ou da disponibilização nas instalações das instituições parceiras, seguindo o Plano Contingência das mesmas.

O regime de almoço durante o período de férias e interrupções letivas disponibiliza um total de 216 refeições em toda a região, através de 15 instituições. ADJUDICADA CONSTRUÇÃO DE 14 LOTES EM SÃO VICENTE FERREIRA A empreitada de construção de 14 lotes infraestruturados no terreno onde se vai desenvolver o loteamento de São Vicente Ferreira, no concelho de Ponta Delgada, foi adjudicada. Os 14 lotes previstos correspondem à primeira fase do loteamento e representam um investimento superior a 362 mil euros. O prazo de execução é de 210 dias, sendo que, antes da sua conclusão, os lotes serão incluídos em concurso público para cedência, a preços simbólicos, tendo em vista a construção de habitação própria. O concurso público para a cedência dos lotes está englobado na campanha de concessão de 150 lotes infraestruturados, distribuídos por sete ilhas do arquipélago.

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FAJÃ DE BAIXO, PONTA DELGADA

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HORÓSCOPO ASTRÓLOGO LUÍS MONIZ

SIGNO DO MÊS

rikinho-astro@hotmail.com www.meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO 21/03 A 20/04

A vida afetiva está dirigida para o convívio com o seu grupo de amizades, que apoia as suas iniciativas pioneiras e impulsiona os seus projetos. A nível profissional, atravessa uma fase excelente para criar novos projetos e delinear aventuras fundamentais para o seu crescimento individual.

BALANÇA 23/09 A 22/10 A vida afetiva passa por convívios ou encontros muito apaixonantes, mas meramente físicos. Não confunda fortes atrações sexuais com sentimentos. A nível profissional, algumas pessoas influentes podem desbloquear algum projeto que tem em curso. Avance com confiança e sem qualquer hesitação.

TOURO 21/04 A 20/05 A vida afetiva evolui bastante positivamente e marca um período de grande segurança, que lhe permite contribuir para o bem-estar da sua família. A nível profissional, durante esta longa época, os contatos terão uma importância muito especial e todas as suas intervenções serão bem-sucedidas.

ESCORPIÃO 23/10 A 21/11 A vida afetiva permite-lhe manifestar abertamente os seus fortes sentimentos e, seguramente, vai conseguir promover um relacionamento escaldante. A nível profissional, o momento é adequado para aprofundar certos conhecimentos relacionados com o seu trabalho de modo a progredir na carreira.

GÊMEOS 21/05 A 20/06 A vida afetiva encontra-se movimentada e uma nova amizade dá-lhe a possibilidade de perceber o significado de uma certa experiência do passado. A nível profissional, aproveite os eventos sociais para adquirir conhecimentos e estabelecer contatos que lhe poderão vir a ser úteis no futuro.

SAGITÁRIO 22/11 A 21/12

CARANGUEJO 21/06 A 22/07 A vida afetiva pode ser o meio de manifestar os seus sentimentos e de expandir a sua fértil imaginação, mas não descure as necessidades intimas. A nível profissional, terá oportunidade de aprender novos métodos ou melhores formas de reorganizar o seu trabalho e de corrigir comportamentos.

CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01 A vida afetiva deve ser enfrentada com coragem e discernimento, de forma a poder renovar a área amorosa, mas exponha claramente os seus intentos. A nível profissional, neste período a sua atenção vai estar voltada para os bens materiais. O setor financeiro começa a dar sinais de recuperação.

LEÃO 23/07 A 22/08

AQUÁRIO 20/01 A 18/02

VIRGEM 23/08 A 22/09 A vida afetiva coloca à prova a sua capacidade de estabelecer um relacionamento amoroso, baseado na mútua compreensão entre os elementos do casal. A nível profissional, sentirá uma sensação de bem-estar e de motivação para preparar projetos mais ambiciosos. Os investimentos estão protegidos.

PEIXES 19/02 A 20/03 A vida afetiva pode ser surpreendida por um novo contato, que lhe traz o desejo de alterar o seu quotidiano e de avançar num romance encantador. A nível profissional, os seus pensamentos não estão orientados no sentido do trabalho. Mas, não deixe que uma paixão possa prejudicar a carreira.

A vida afetiva precisa de mudanças e de novas dinâmicas. Procure entender a vontade do outro elemento do par e torne a sua relação mais criativa. A nível profissional, determinadas soluções podem vir de onde menos espera e tudo decorrerá da melhor maneira. As viagens estão muito protegidas.

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A vida afetiva acusa o aparecimento de uma nova conquista muito estimulante e, se está disponível, tente avançar sem preconceitos nem restrições. A nível profissional, aproveite a ótima conjuntura para definir os seus objetivos e instalar o dinamismo compatível com esta fase de crescimento.

A vida afetiva indica a necessidade de adotar uma atitude mais ponderada, sensível e consciente, de modo a poder evitar magoar a pessoa que ama. A nível profissional, terá um trabalho árduo para encontrar o sucesso. De qualquer forma, os resultados acabarão por ser bastante gratificantes.

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