Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VI Nº 70 agosto 2020
SCONTO ERS DERIDE VOUCHNO INTE OR
ARTISTAS AÇORIANOS CONTINUAM SEM APOIOS
VILA AZÁLEA UM CASO ÚNICO DE SUCESSO
TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA PEDEM IGUALDADE
ABANDONO E NEGLIGÊNCIA DE ANIMAIS
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CRÓNICA ERA UM ORIGINAL, SE FAZ FAVOR!
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CONSULTÓRIO DA SAÚDE COM JOÃO BICUDO MELO
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OPINIÃO JOSÉ ANDRADE LIVROS DA MINHA ESTANTE
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OLHAR CRIATIVO TEMA: “MOBILIDADE SUSTENTÁVEL”
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SAÚDE ÓTICA COM: INSTITUTOPTICO
REPORTAGEM PROJETO DE CONSERVAÇÃO PARA SANTA MARIA
ENTREVISTA VILA AZÁLEA: UM CASO ÚNICO DE SUCESSO
ENTREVISTA TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA PEDEM IGUALDADE
SAÚDE AUDITIVA COM: AUDIÇÃO PORTUGAL
DESPORTO: ENTREVISTA COM RUI MONIZ, PRESIDENTE DO GDC
Propriedade:
Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com
962 370 110
Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15
REPORTAGEM ABANDONO E NEGLIGÊNCIA DE ANIMAIS
Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande
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GRANDE REPORTAGEM CONSULTÓRIO JURÍDICO COM CARLOS MELO BENTO
RUBRICAS
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REPORTAGEM INQUÉRITO À SAÚDE MENTAL EM TEMPO DE COVID-19
Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa e Pedro Couto Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José Andrade, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.
ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.
GRANDE REPORTAGEM
ARTISTAS AÇORIANOS CONTINUAM SEM APOIOS
Natacha Alexandra Pastor
DR
Ricardo Cabral uniu esforços durante os últimos meses para apoiar dezenas de artistas que continuam, na sua grande maioria, sem trabalho há cinco meses. A precariedade laboral desta classe verifica-se desde logo porque trabalham a recibos verdes. O cenário agravou-se porque as ajudas nunca chegaram. Caso a União Audivisual não tivesse avançado para recolhas de donativos e de bens alimentares, teria sido dramático. O cancelamento do festival Tremor foi o primeiro sinal de alerta para Ricardo Cabral, diretor do RCE (Ricardo Cabral Eventos). Daí em diante o que se passou foi a total falta de apoios por parte do Governo Regional dos Açores, que nem tinha em conhecimento de quantos artistas existem nos Açores. O exemplo chegou há poucas semanas – a 24 de julho – quando o executivo decidiu fazer um reconhecimento deste setor, solicitando que todos os elementos e entidades que desenvolvem a sua atividade na Região Autónoma dos Açores se exprimem em termos económicos, profissionais, organizacionais e artísticos, entre outros fatores.
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De acordo com a informação veiculada, a direção regional da Cultura quer, assim, aprofundar o conhecimento acerca da composição do tecido cultural e artístico açoriano, daqueles que tenham nascido, residam ou desenvolvam a sua atividade na Região Autónoma dos Açores. Ricardo Cabral refere que o mapeamento dos agentes e artistas em ‘atividade’ nos Açores acaba por acontecer fruto de uma reunião, onde ficou claro que “não havia, na direção da Cultura informação suficiente do número de artistas nem de técnicos profissionais na região.” “Este inquérito vem no seguimento de uma reunião com a diretora Regional da Cultura que nos disse que
não havia na sua secretaria informação suficiente do número de artistas nem de técnicos profissionais na região. Espero que todos tenham respondido, pois são dados importantes para o futuro.”
Audiência com Vasco Cordeiro
Face à extrema gravidade do assunto, Ricardo Cabral diz que foi solicitada uma audiência com o presidente do Governo, e recorda que os apoios nunca chegaram. “Se não fosse a União Audiovisual muitos dos artistas tinham morrido à fome! Nunca houve ajudas da parte do governo. Fizemos várias tentativas mas sem sucesso, temos agora uma audiência com o presidente do governo para ver se nos ouve e se pode ajudar esta classe que está esquecida. Tivemos entretanto muita ajuda de particulares e empresas privadas, sendo que todos doaram alimentos e criamos um fundo para angariar dinheiro para pagamentos de rendas. Ajudamos várias famílias. Neste momento as recolhas estão paradas, mas a qualquer momento podemos retomá-las, vai depender se estes artistas retomam ao trabalho ou não. Alguns ja retomaram atividade, tocando em hotéis, e
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Alguns ja retomaram atividade, tocando em hotéis, e estou a fazer de tudo para que tanto os bares como as câmaras municipais façam eventos a partir deste mês de agosto, a fim de ver se pomos todos estes artistas a trabalhar.”
estou a fazer de tudo para que tanto os bares como as câmaras municipais façam eventos a partir deste mês de agosto, a fim de ver se pomos todos estes artistas a trabalhar. Não podemos esquecer que o verão só dura mais estes dois meses, e que a partir de Outubro o trabalho desaparece, daí que necessitamos de um apoio do governo para os artistas e empresas.” Ricardo Cabral afirma que neste momento já existe da parte do Governo uma espécie de luz verde para que os eventos possam decorrer, mas ainda falta saber que regras precisam de ser acauteladas e respeitadas. 2020 é um ano que ficará na memória de todos pelos piores motivos, e todas as dificuldades devem servir para tirar bons ensinamentos, adeverte. “O ano 2020 será um ano atípico, pois passamos por um cenário novo e muito complicado, espero que sirva pelo menos para nos organizarmos e que nos preparemos para outra situação como esta. A nível nacional estão a ser criadas associações de técnicos,
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músicos e empresas da especialidade para termos um estatuto legal e reconhecido pelas entidades, algo que até agora não existia. Aqui, nos Açores, estamos a ver qual a melhor solução para os músicos, pois os técnicos já fazem parte da associação nacional, assim como as empresas.”
GR lança linhas financeiras
Depois de muitas críticas à autação do Governo da República perante artistas, autores, técnicos e outros profissionais ligados ao sector da Cultura (englobando diferentes profissões) foram lançadas três linhas financeiras que fazem parte do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), aprovado em junho. A linha de apoio social destina-se a técnicos, artistas, autores e outros profissionais, que tenham solicitado ou recebido apoio extraordinário da Segurança Social enquanto trabalhadores independentes, e que se candidatam a um máximo de 1.316,43 euros.
115.000€
MORADIA T2 +1
162.900€
99.500€
133.000€
MORADIA T2+1
APARTAMENTO T3
MORADIA T3
VILA FRANCA DO CAMPO
MATRIZ, RIBEIRA GRANDE
MOBILADO
BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO
EXCELENTE ESTADO DE CONSERVAÇÃO
ID:123541081-49
ID: 123541110-6
ARRIFES, PONTA DELGADA ID: 123541027-274
139.000€
319.000€
119.500€
96.500€
MORADIA T5
MORADIA T4
MORADIA T3
APARTAMENTO T1
RIBEIRA SECA, RIBEIRA GRANDE
NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, LAGOA
ID: 123541108-34
S. JOSÉ, PONTA DELGADA
ID: 123541100-145
S. PEDRO, PONTA DELGADA
87.000€
197.500€
310.000€
335.000€
MORADIA T3
APARTAMENTO T2
MORADIA T4
S. PEDRO, PONTA DELGADA
CONCEIÇÃO, RIBEIRA GRANDE
S. JOSÉ, PONTA DELGADA
EM ZONA DE BOA ACESSIBILIDADE
ID: 123541006-157
MORADIA T3 ISOLADA
PORTO FORMOSO, RIBEIRA GRANDE ID: 123541064-77
BEM LOCALIZADA
O ENCANTO DE UMA MORADIA EM FRENTE AO MAR
RELVA, PONTA DELGADA ID: 123541100-142
ÓTIMA LOCALIZAÇÃO
ZONA NOBRE
ID: 123541108-30
RENOVADA
ID: 123541006-158
T1+1 R/CHÃO
ID: 123541107-15
ZONA NOBRE
ID: 123541042-78
c ria ti va magazine - agosto 2020 • 7
ENTREVISTA
OS MELHORES MESES DAS TERMAS ESTÃO PERDIDOS
Só nos primeiros dias de agosto é que chegou a ordem do Governo dos Açores autorizando a abertura dos espaços termais. Quem gere estes espaços não compreende o porquê de se ter impedido durante tanto tempo a abertura dos espaços, colocando em causa os negócios.
Natacha Alexandra Pastor Luysa Pereira gere o espaço termal das Caldeiras da Ribeira Grande e confere que não há razão para o Governo dos Açores ter persistido na regra do encerramento até ao fim do mês de julho, visto que o modelo de negócio é muito semelhante ao dos spas e gabinetes de estética. “Não há razoabilidade exatamente pelo motivo que mencionei anteriormente. Os spas e os gabinetes de estética comportam a mesma configuração técnica. São salas de tratamento individualizadas e podem divergir unicamente no tipo de serviço prestado, ambos os espaços prestam serviços de bem-estar.” As termas da Ribeira Grande estão em funcionamento há pouco mais de três anos e os primeiros tempos revelaram potencial de cresceiemtno do negócio na ordem dos 50%. Com a pandemia da Covid-19, Luysa Pereira foi obrigada a fechar as portas e esteve sempre a acompanhar as normas que o Governo foi ditando, e, apesar de ter procurado mais explicações, não teve grande sucesso. “Procurei perceber o porquê, e poucas foram as informações prestadas para além das que publicamente conhecemos. E aqui impera a importância do tema da certificação termal na Região, se todas as termas fossem dotadas de um corpo clí-
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DR
nico, nesta altura acredito que teríamos um cenário diferente do atual, no que respeita às restrições de termas na Região. A falta de uma entidade que represente o setor nos Açores também tem contribuído para as falhas de comunicação constantes.” Pelo caminho não há dúvidas que ficam os melhores meses de negócio para este setor de atividade, e ainda um incalcuável impacto financeiro. Porém, a gerente do espaço termal está confiante que o restante ano pode compensar um pouco, fruto da procura interna, que se tem mostrado ser um público interessado pelo espaço termal. “Para além do impacto financeiro incalculável, acabámos de perder os melhores meses de trabalho neste setor de atividade, todos sabíamos que seria bastante diferente comparativamente aos anos anteriores, para todos os setores, devido a todas as restrições que existem e até mesmo pelo impacto social, e pelo impacto económico que já se faz sentir. Com certeza que esta é uma situação atípica, mas as termas na Região têm um mercado local muito importante durante todo o ano para o setor termal, e que não é inexistente mesmo perante esta situação. Desde a reabertura em janeiro de 2017, que o nosso volume de negócio cresceu na ordem dos
40 a 50% ao ano. O crescimento apresentado registou-se nos diferentes mercados, mercado local e também no aumento da procura turística pelos nossos serviços.” As diferenças que não se explicam Uma das questões que faz Luysa Pereira não ter ficado agradada com o atraso na autorização é a semelhança da oferta de serviços das termas face aos gabinetes de estética. “As termas no continente já reabriram, como é do conhecimento público, desde 16 de julho, com diretrizes e normas de segurança especificas, adaptadas à situação que vivemos.
Na Região, relativamente à utilização de piscinas, eu consigo compreender a preocupação embora considere que neste momento seja excessivo manter os espaços termais da Região encerrados. No caso específico dos Spas, onde se incluem alguns estabelecimentos termais na Região, estes comportam exatamente a mesma configuração técnica que os gabinetes de estética, que também prestam serviços de bem-estar, contudo, os gabinetes de estética estão já em funcionamento e os Spas continuam encerrados. Neste caso específico o critério de seleção demostra uma falha absoluta que está a tornar a situação destas empresas ainda mais calamitosa.” Quatro meses fechados, zero euros de receitas. Daqui até ao final do ano o cenário é imprevisível. 2020 é certamente um ano para apagar. “Para este trimestre no sector termal é muito fácil fazer cálculos, estamos a falar de 4 meses consecutivos com 0€ de receitas e com todos os encargos fiscais habituais das empresas. Certamente que é um ano inédito para o setor termal na Região. Só aquando da reposição da normalidade mundial será possível avaliar-se o impacto económico real. Neste momento todos os cálculos traduzem-se apenas em estimativas com margens de erro muito acentuadas, resultantes da incerteza deste momento. Deste modo, é cedo para se perceber quanto tempo será necessário para recuperarmos, mas é certo que levará tempo. As termas são dos poucos negócios direcionados a todas as idades e mercados. Contudo o turismo representa uma percentagem significativa do volume de negócio, especialmente durante a época alta na Região. A quebra do fluxo turístico é um problema mundial neste momento. E inevitavelmente afeta todos os setores de atividade. Eu diria que toda a situação atual é um duro golpe para o mundo em diferentes aspetos.”
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REPORTAGEM
SAÚDE MENTAL INQUÉRITO À POPULAÇÃO
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge lidera um inquérito à sociedade portuguesa, incindindo sobre a saúde mental e bem-estar em tempos de pandemia, de forma a contribuir para melhorar as respostas do sistema de saúde.
Natacha Alexandra Pastor A situação de pandemia COVID-19 que se vive de momento em Portugal e no mundo tem exigido alterações profundas no nosso modo de vida e por esse motivo, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, está a realizar um estudo sobre a saúde mental e bem-estar em tempos de pandemia, de forma a contribuir para melhorar as respostas do sistema de saúde. A população é por isso convidada a participar neste inquérito online, sendo as respostas ao questionário anónimas e os dados solicitados não permitem
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a identificação de quem responde. A recolha e armazenamento dos dados cumpre o Regulamento Geral de Proteção de Dados, e estes estarão acessíveis apenas à equipa de investigação. As respostas serão analisadas no conjunto de todos os participantes, e nunca de forma individual. Este estudo teve o parecer positivo da Comissão de Ética para a Saúde do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Para responder a este questionário confirme que aceita as condições de participação, clicando primeiro na caixa que surge em baixo, antes de “Declaro que li e que aceito as condições da minha participação” e clicando depois no botão “Seguinte” no final da página.
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REPORTAGEM
GOVERNO PROMOVE PROJETO DE CONSERVAÇÃO PARA SANTA MARIA O Governo dos Açores entregou junto da Comissão Europeia uma candidatura referente ao projeto LIFE SNAILS - Support and Naturalization in Areas of Importance for Land Snails (Apoios e naturalização em áreas importantes para os caracóis terrestres), que contempla um investimento de dois milhões de euros, a executar em cinco anos, de 2022 a 2026, na ilha de Santa Maria. Natacha Alexandra Pastor O projeto agora candidatado ao financiamento do programa LIFE - Ambiente e a Ação Climática visa desenvolver um conjunto de ações dirigidas à conservação de um grupo de moluscos endémicos de Santa Maria, dados como criticamente ameaçados de acordo com as listas vermelhas da IUCN - União Internacional para a Conservação da Natureza, com o objetivo de melhorar o habitat disponível, permitindo a recuperação, a médio prazo, das populações das espécies-alvo. Neste contexto, o projeto LIFE SNAILS propõe concretizar trabalhos de recuperação de habitats, incluindo o controlo de espécies exóticas invasoras e a plantação de flora endémica, bem como dinamizar boas práticas, soluções piloto e de demonstração
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para aumento de habitats em terrenos privados, incluindo um regime de apoio aos proprietários com vista à instalação de cortinas de abrigo com sebes vivas em áreas agrícolas, integrando a biodiversidade nos processos produtivos e superando a perda e a fragmentação dos habitats. O projeto LIFE SNAILS é coordenado pela Direção Regional do Ambiente e integra também a Direção Regional dos Recursos Florestais, a AZORINA Sociedade de Gestão e Conservação da Natureza e a Desafio das Letras. O Governo dos Açores tem atualmente em execução três projetos LIFE nas áreas da conservação da natureza, que correspondem a um investimento global de 22,7 milhões de euros.
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ENTREVISTA
VILA AZÁLEA: UM CASO ÚNICO DE SUCESSO
O projeto Vila Azálea assinalou 20 anos de existência. Foi criado com o sentido de apoiar pessoas com experiência de doença mental do sexo feminino, detentoras de um grau de autonomia que lhes permite viver apoiadas em contexto comunitário. Trata-se da única valência na Região destinada ao público feminino, integrada na comunidade.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Para quem não conhece o Vila Azálea, em que que consiste este projeto? Vitória Furtado - A Unidade de Vida Apoiada Vila Azálea (UVAP-VA) é uma resposta social que se destina a pessoas com moderado grau de incapacidade psicossocial por doença mental grave, clinicamente estabilizadas e sem suporte familiar ou social adequado. É uma valência do Centro Paroquial de Bem Estar Social que abriu em Agosto de 1999, sendo inaugurada a 21 de Julho de 2000. Um dos seus fundadores foi o Sr. Pe. Duarte Melo, em conjunto com psiquiatra Dr. Paz Ferreira. Funciona 24h por dia durante todo o ano. Os objetivos gerais desta Unidade são: manter as mulheres com experiência de doença mental inseridas na comunidade; promover a autonomia nas atividades de vida diária; promover a reabilitação psicossocial; diminuir o risco de recaída psicológica e diminuir o reinternamento psiquiátrico. Está dirigido para que público? Destina-se a pessoas com experiência de doença mental do
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sexo feminino, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, detentoras de um grau de autonomia que lhes permite viver apoiadas em contexto comunitário. A UVAPVA tem a capacidade para acolher dez pessoas em regime de residente (acompanhamento diurno e noturno) e cinco em regime de acompanhamento diurno. Que tipo de serviços proporciona? As clientes são apoiadas na administração da medicação prescrita pelo médico psiquiatra e no acesso ou encaminhamento para cuidados de enfermagem e a médicos especialistas. A UVAP-VA assegura orientação nas atividades de vida diária, designadamente em cuidados de higiene e conforto; confeção das refeições: pequeno-almoço, almoço, lanche, jantar e ceia; limpeza habitacional; tratamento da roupa e gestão de pensões ou rendimentos. A UVAP-VA dispõe de serviço de psicologia e de espaços de atendimento a clientes e familiares ou significativos, mediante marcação prévia. A UVAP-VA colabora ainda no
acompanhamento de clientes que realizaram com sucesso o seu processo de autonomização, colaborando com outras entidades para este fim. Conta com o apoio de pessoal especializado? O funcionamento da UVAP-VA é assegurado por uma equipa constituída por 1 diretor(a) técnico(a)/ coordenador com formação na área da psicologia clínica e 6 ajudantes de lar. Tem contado com parcerias para o desenvolvimento da sua ação? Existe uma estreita colaboração com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus – Casa de Saúde de N. Sra da Conceição, ISSA, Junta de Freguesia de São José; Câmara Municipal de Ponta Delgada; Instituto de São João de Deus – Casa de Saúde de S. Miguel; Serviço de Psiquiatria do Hospital do Divino Espírito Santo. 20 anos do projeto Vila Azálea. Quais são as maiores alterações que sofreu ao longo destas 2 décadas? O projeto inicial previa a tipologia de funcionamento de uma residência de treino de autonomia, destinada a pessoas com grau reduzido de incapacidade psicossocial. Neste conceito pretendia-se que esta fosse uma residência de transição, em que as pessoas apoiadas regressassem num curto espaço de tempo a uma vida autónoma, sem o apoio dos serviços. No entanto, com o avançar dos anos, constatou-se que esta
célere autonomização idealizada não era compatível com o perfil das pessoas que procuravam esta intervenção. Este facto aliado à ausência de respostas na comunidade para a continuidade de cuidados, exigiram que se reenquadrasse este projeto na tipologia de residência de apoio moderado, à luz do preconizado no Decreto Legislativo Regional nº 26/2016/A. O perfil das pessoas que beneficiam deste serviço não lhes permite viver de forma autónoma na comunidade, sem o apoio dos serviços. O que falta na comunidade para apoiar as pessoas com experiência de doença mental? Apostar-se no combate ao estigma associado à doença mental; criar equipas de apoio ao domicílio que permitam que as pessoas consigam viver de forma autónoma numa habitação própria; criar-se um centro comunitário multidisciplinar e uma unidade sócio-ocupacional para o desenvolvimento de projetos de vida individuais; a criação de valências de reabilitação para públicos mais jovens e, finalmente, a criação de emprego apoiado específico para este público-alvo. A Vila Azálea é um projeto importante para a comunidade, que mais ações desenvolvem? É muito importante pois é a única valência na Região destinada ao público feminino, integrada na comunidade. Anualmente é celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental, a 10 de Outubro, que visa sensibilizar a população para esta temática.
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REPORTAGEM ENTREVISTA
TAXA DE IMUNIDADE DE 2,6% CONTRA SARS-COV-2
Os resultados do Inquérito Serológico Nacional COVID-19 realizado em Portugal aponta para uma seroprevalência de 2,6% nos Açores.
Natacha Alexandra Pastor Entre as diferentes regiões, a seroprevalência variou entre 1,2% no Alentejo e 3,5% em Lisboa e Vale do Tejo, embora sem significado estatístico. A seroprevalência a nível nacional foi mais elevada entre os indivíduos do sexo masculino (4,1%) comparativamente aos do sexo feminino (1,8%). Os vários grupos etários em estudo apresentaram valores semelhantes de seroprevalência, variando entre 2,2% no grupo dos 10 aos 19 anos e 3,2% no grupo dos 40 aos 59 anos. A seroprevalência foi mais elevada entre os indivíduos que concluíram o ensino secundário (6,4%) e mais baixa entre os indivíduos que concluíram o ensino superior (1,4%). Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na distribuição da seroprevalência segundo a situação perante o trabalho e segundo a presença de duas ou mais doenças crónicas. Segundo os antecedentes de COVID-19 e a sintomatologia compatível com COVID-19 reportada pelos participantes desde março de 2020, destaca-se uma prevalência mais elevada nos indivíduos que referi-
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ram ter tido um contacto prévio com caso suspeito ou confirmado de COVID-19 (22,3%) e naqueles com sintomatologia compatível com a definição de caso possível de COVID-19 do Centro Europeu de Doenças Transmissíveis (6,1%). No que se refere à presença de outros sinais ou sintomas, destacam-se prevalências mais elevadas nos indivíduos que referiram anosmia (perda total do olfato) ou três ou mais sinais ou sintomas, como febre, arrepios, astenia (fadiga), odinofagia (dor ao engolir), tosse, dispneia (falta de ar), cefaleia, náusea/ vómitos e diarreia (6,5%). Os autores do estudo concluem que permanece a necessidade de monitorização da evolução da seroprevalência dos anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 na população portuguesa, sendo que a seleção de períodos de seguimento dependerá da evolução da epidemia em Portugal. O número de amostras na região foi de 326 análises, de indivíduos de sete ilhas, nomeadamente São Miguel, São Jorge, Pico, Terceira, Faial, Graciosa e Flores.
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ENTREVISTA
TÉCNICOS DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA PEDEM IGUALDADE Há mais de um ano que estão a ser feitas reivindicações para terminar com várias injustiças para com os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica. O sindicato vai pedir agora ao presidente do governo que tome conta das negociações, já que as conversações com a secretaria da Saúde não estão a resultar.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Quando o sindicato refere que “as pseudo-negociações realizadas não resultaram em rigorosamente nada” entre a estrutura e o Governo do Açores, isto significa dizer que 1º a reunião com o governo foi desde logo uma não reunião e 2º que nada do pretendido foi falado e/ou analisado? Fernando Zorro (Vice-Presidente do STSS) - Sim. A reunião com o Governo foi desde logo uma não reunião. O Governo Regional, na teoria, está disposto a negociar, mas na prática não negoceia. Nenhuma das reivindicações que estava em cima da mesa foi analisada e discutida. O Governo Regional nunca teve vontade política de tomar uma posição firme sobre estas matérias, tal como fez com outras classes profissionais, nomeadamente, com os professores. Isto poderia ser facilmente resolvido pela autonomia que esta entidade tem face a esta tipo de tomada de decisão. O que pretende esta classe profissional? Quando se reportam às condições existentes para os profissionais da Madeira, em súmula são as condições mínimas que também exigem para os técnicos açorianos?
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DR
Os TSDT pretendem, apenas, que seja feita justiça, à semelhança do que aconteceu com outros profissionais de saúde. A circular emitida pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para outros grupos profissionais - onde aplicava 1,5 pontos por cada ano, para a menção ou nível correspondente a desempenho positivo - não saiu para os TSDT. Tem sido feito um enorme esforço por parte dos sindicatos para que fosse feita tal retificação, situação que o Governo Regional pode corrigir. Assim, estes profissionais querem ver as suas carreiras descongeladas na nova tabela salarial, independentemente do vínculo laboral, em vez de descongelarem na antiga tabela, bem como verem reestruturadas as carreiras em três categorias e exigem a alteração ao Decreto-Lei 25/2019, de 11 de fevereiro, que contenha transições justas para os TSDT nas três categorias da carreira e uma grelha salarial equiparada a outras carreiras da Administração Pública, com o mesmo nível habilitacional e profissional. Exigem ainda que todo o tempo de serviço e a avaliação de desempenho anterior ao processo de transição para a carreira especial dos TSDT releve para efeitos de progressão e alteração de posição remuneratória e a aplicação integral do Acordo Coletivo de Trabalho publicado no Jornal Oficial da Região Autónoma dos Açores – II Série, nº 8, de 11 de janeiro
de 2019. O que o sindicato apresentou é exequível? Há quanto tempo insistem nas matérias que defendem? Há mais de um ano que estão a ser feitas reivindicações para terminar com esta injustiça. O que o STSS apresenta é exequível e inclusive dispusemo-nos a que fosse feita uma negociação para aferir a melhor forma de modo a que o impacto orçamental desta atualização fosse diluído no tempo. Quantos técnicos se encontram nesta situação? Nos Açores são cerca de 400 técnicos nesta situação. Já houve direito a uma manifestação recente e perante as reuniões desta semana, pretendem avançar com outras posições? Dado a situação pandémica que vivemos e tendo em consideração a saúde dos açorianos ainda não avançamos com medidas mais extremas. Hoje (dia 4 de agosto) foi enviado um e-mail ao Presidente do Governo Regional a solicitar que tomasse conta das negociações. Porém, se não houver uma negociação séria teremos mesmo de avançar com outras formas de luta. Está agora nas mãos do Governo Regional encontrarmos soluções para evitar novas formas de luta.
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REPORTAGEM ENTREVISTA ABANDONO E NEGLIGÊNCIA DE ANIMAIS
“O ABANDONO NÃO MATA MAS A INDIFERENÇA SIM”
A paixão de Raquel Gravito pelos animais começa muito nova e inequivocamente esteve relacionada com um abandono animal. Hoje, passa parte da sua vida a resgatar animais abandonados e a viver em condições indignas.
Natacha Alexandra Pastor “A minha paixão pelos animais começa muito nova, quando acontece o abandono da Diana, uma cadela de fila de São Miguel que era a cadela de guarda lá de casa. Acontece que ela era “profissional” em matar outros animais e, certa vez, matou todas as galinhas do meu pai. Em fúria, este pu-la no carro e foi abandoná-la longe de casa. Fui com o meu pai, pois eu era uma criança e não podia ficar sozinha em casa. Estava eu longe de perceber o que ia acontecer depois. Apesar de já terem passado muitos anos, recordo-me da Diana em pânico atrás do carro. Quanto mais depressa o meu pai
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conduzia, após o abandono, mais ela corria atrás. Foi horrível. Hoje, devido a este acontecimento, sempre que vejo um cão abandonado na rua, não sou capaz de não ir ajudar. O abandono não mata mas a indiferença sim.” Uma experiência traumática viria a fazer com que Raquel passasse a dedicar muitas horas da sua vida pessoal à causa de ajudar e resgatar animais, em regra todos eles numa situação aflitiva. Muitas vezes coloca-se em perigo e em risco, porque não consegue ficar a aguardar que as autoridades atuem. A morosidade e complexidade de atuação fá-la perder, a cada
dia que passa, a Esperança. “Assim como muitas pessoas, também eu já perdi a confiança no trabalho das autoridades devido a situações passadas. Casos que não se resolveram. Raramente os acciono. Demoram demasiado tempo. Muitas vezes coloco-me em risco por se tratar de pessoas de má índole, e assumo todas as despesas para salvar o animal. Já aconteceu comprar um animal ao proprietário que o tinha fechado numa garagem durante dias, sem água e comida, e pela falta de actuação dos meios legais, optei por entrar em acordo com o proprietário comprando o animal. A pessoa em questão era alguém procurada pela polícia por roubos. Entretanto, condenada. Infelizmente, no terreno, existem demasiadas falhas. As leis existem mas não se aplicam. Pessoas que foram acusadas por maus tratos e aguardam julgamento (que demoram tempo demais) continuam a ter outros animais. Ninguém as impede. Muitas vezes, pela falta de esperança nas entidades competentes, as denúncias já nem passam pela GNR. São denunciadas directamente a quem já é conhecido por ajudar animais. Quando uma situação de maus tratos é denunciada, a burocracia é tanta que dá tempo para o animal morrer, e isso já aconteceu inúmeras vezes.” Na realidade, é complexa a invasão de propriedade privada para resgastar animais em perigo (o caso recente em Santo Tirso é um bom exemplo disso), pelo que Raquel Gravito entende que é necessário pedir às autoridades competentes uma intervenção que muitas vezes acaba por originar que o animal “desapareça”. “Se estivermos a falar de propriedade privada, temos que contactar a GNR que tentará identificar o dono e tentará perceber as condições do animal. Se este (dono) não autorizar a entrada na propriedade, até que se consiga um manda-
to, muitas acontece que o animal desaparece.” A noção de Raquel Gravito é que os crimes contra animais não aumentaram, mas passaram a ter uma visibilidade maior, pois agora são mais frequentemente expostos, especialmente nas redes sociais. “Não acho que haja em maior número porque as pessoas nunca castraram tantos os seus animais, como agora. Já há preocupação por parte da população, devido às inúmeras ações de sensibilização que vão sendo feitas, mesmo pela Internet. As pessoas não faziam ideia de que havia tantos maus- tratos e abandono. São as redes sociais que o mostram.” O caso de Nina Não faltam exemplos do conhecimento de Raquel de casos de abandono ou negligência por parte dos donos. Alguns destes cachorros e gatos têm tido a sorte de se cruzarem com Raquel. Nina é uma das cadelas que mereceu o cuidado, na hora certa. “A maior parte dos animais são resgatados de situações graves de negligência e quando recuperados e estimados, ganham vida. Tornam-se animais lindos e adotáveis. O caso que mais me marca, é o da minha Nina, uma caniche paralítica e resgatada em péssimo estado. O canil ia abatê-la por ser animal considerado “não adorável”. Ela está comigo há 5 anos e é um animal muito feliz e adorada por todos.” A história de Nina é um pouco diferente, mas está no já imenso grupo de animais salvos por Raquel. Não há um número exato, confidencia a própria. Não os contabiliza. “O número exato não sei, mas são muitos. Não os conto. Para mim não são 5, ou 6 ou 7. É o Black, a Yara, o Toninho, a Kelly, a Fanny. São vidas!”.
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OPINIÃO
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, BIODIVERSIDADE, DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SAÚDE Prof. José Manuel Calheiros - Professor Catedrático Convidado da Universidade Fernando Pessoa e Professor Catedrático Jubilado da Universidade da Beira Interior Membro da Comissão Científica da Sociedade Portuguesa do AVC
Celebrar o “Dia Mundial da Conservação da Natureza” (28 de julho) é refletir sobre a situação da natureza em Portugal e no mundo. Podemos associar a esta celebração a do “Dia Mundial do Ambiente” (5 junho) que, no presente ano, se propôs estimular a reflexão sobre a biodiversidade e as crescentes ameaças a que está sujeita. Estas resultam sobretudo da ignorância e de atos de vandalismo social, económico e político, condicionando a vida humana ao crescimento económico (de alguns), condenando a uma precária subsistência a vasta maioria da população mundial. As Nações Unidas, ao promoverem estas iniciativas, remetem-nos para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (2020), os quais visam promover o desenvolvimento social harmónico e o respeito pela natureza e seus ecossistemas, indispensáveis à sobrevivência das espécies, incluindo a humana. Ao longo dos anos, o meu contacto diário com os alunos (predominantemente de Medicina) tem-me feito refletir sobre os conteúdos do curriculum e integração das questões de cidadania e justiça ambiental na prática profissional. Constato com algum desencanto que a vasta maioria dos futuros médicos resolve estas complexas equações baseado no modelo de exame por perguntas de escolha múltipla e nos parágrafos, bem definidos, da bibliografia disponibilizada. Saber fazer perguntas e procurar respostas é muito mais complexo e pouco valorizado. Felizmente que, ocasionalmente, encontro jovens médicos/médicas e outros profissionais de saúde que compreendem e valorizam o conhecimento e são garantes do futuro. Neste contexto, regressemos à SPAVC e ao seu meri-
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tório contributo para enriquecer o conhecimento e a prática profissional. Seguem-se alguns exemplos do que não aprendi na faculdade, os quais poderão servir de reflexão, ilustrando a ligação entre a clínica, o doente sintomático, a saúde pública e as políticas públicas e os objetivos da celebração em apreço. A toxicidade dos metais pesados Se mencionarmos a doença de Minamata recordar-se-ão, provavelmente, do aparecimento de um elevado número de doentes com diversos e complexos síndromes neurológicos, provenientes da comunidade piscatória de Minamata ( Japão). A infeliz situação é um tratado de patologia do sistema nervoso. Os primeiros casos foram diagnosticados em 1956 e estabelecida a associação com a descarga de grandes quantidades de águas residuais industriais contendo metilmercúrio ou seus percursores e o desejável consumo alimentar da produção local – peixe! Um segundo episódio ocorreu na prefeitura de Niigata em 1965. Em 2001 foram reconhecidas oficialmente mais de 2000 vítimas das quais cerca de 80% já tinham falecido. Pelo meio assinale-se a atribuição de algumas compensações aos pescadores e o substancial crescimento económico da comunidade resultante da atividade da indústria. A negligência da empresa, a ocultação de evidência que dispunham e a sua subversão ilustram o desprezo pelo meio ambiente e, consequentemente, pelo ser humano. Outro exemplo da utilização do mercúrio está associado à corrida ao ouro na Serra Pelada, estado do Pará, Brasil, iniciada em 1979. Para a separação do ouro utilizaram-se vastas quantidades de mercúrio, seguindo modelos de há milénios. A possibilidade
de contaminação do peixe e animais que se alimentam do peixe é real, tendo sido documentados teores elevados de mercúrio no cabelo de comunidades indígenas as quais lutam contra a presença dos “garimpeiros”. Não pode deixar de nos surpreender que tenham tido que decorrer várias décadas após os acontecimentos acima resumidos para que, com o patrocínio das Nações Unidas, apenas tenha entrado em vigor, em Agosto de 2017, a “Minamata Convention on Mercury”, tratado através do qual se pretende alertar para a ocorrência, exploração, usos deste metal e as consequências da sua libertação para o meio ambiente – ar, água e solo e subsequentemente, evitar / controlar a indesejável exposição dos seres humanos. Nesta breve nota não há espaço para abordar, em detalhe, os riscos associados à exposição ao chumbo, particularmente grave quando ocorre na infância, acarretando atrasos significativos no desenvolvimento psico-motor das crianças. A abolição da gasolina com chumbo, e de tintas contendo o mesmo metal pesado nos brinquedos e nas habitações, assim como o controlo da exposição laboral (os pais transportam consigo, no vestuário, resíduos relevantes) muito têm contribuído para a significativa melhoria verificada, apesar de, entre nós, ser muito escassa a inclusão da avaliação da possibilidade de ocorrência deste “envenenamento” na avaliação neuropsicológica. Qualidade do ar São inúmeras as áreas em que a forte evidência acumulada é, sistematicamente, desvalorizada e questionada. Se há tema que, atualmente, deve merecer máxima atenção é a poluição do ar (atmosférico e ar interior) e o seu impacto na saúde dos cidadãos.
Grande parte da investigação neste contexto tem-se centrado nos efeitos agudos deste fator de risco, sobretudo sobre o aparelho respiratório. No entanto, desde a última década do século passado até ao presente, são inúmeros os estudos que têm estabelecido uma sólida relação entre a poluição atmosférica e os efeitos agudos e crónicos sobre os sistemas circulatório e nervoso. Recentemente, Lin e colaboradores analisaram os efeitos a longo prazo numa coorte de seis países de rendimento médio e baixo. Estimou que, em média, 6,5% dos AVC podem ser atribuíveis às partículas finas. Estas encontram-se no ar interior, resultantes sobretudo da combustão de produtos do tabaco e, no ar exterior, resultam das emissões dos veículos automóveis e outros motores de combustão, da queima de madeira e dos fogos florestais. Podemos questionar-nos sobre o que se passa em Portugal no que respeita à qualidade do ar e as conhecidas recorrentes violações dos limites em áreas específicas do país. Quem observa as emissões de um elevado número de escapes que todos os dias passam por nós, certamente concorda com o parecer resultante da auditoria à qualidade do ar do Tribunal de Contas, disponibilizado recentemente: “Portugal tem boas políticas sobre a qualidade do ar, mas falha noutros aspetos, como a sua concretização e acompanhamento, falta de recursos e falta de informação”. Esta situação ilustra a crónica falência de que sofre a nossa sociedade – boas ideias e más práticas, das quais resultam riscos e um peso enorme para a saúde das populações. Passar do conhecimento à ação de Saúde Pública será, inquestionavelmente, um dos pilares do nosso futuro.
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DESPORTO MOTORIZADO RUI MONIZ, PRESIDENTE DO GDC
“VAMOS IMPLEMENTAR TODAS AS MEDIDAS NECESSÁRIAS EM TERMOS SANITÁRIOS”
Renato Carvalho
DR / Carlos Costa
No próximo mês de Setembro vai para estrada mais uma edição do Azores Rallye. Este ano, num formato completamente diferente do habitual em virtude de várias circunstâncias, a prova organizada pelo Grupo Desportivo Comercial volta a ser o principal evento económico, social e desportivo da região. Mais uma vez irão marcar presença equipas de vários países da Europa, além da caravana que disputa o Campeonato de Portugal de Ralis. Criativa Magazine – Em que ponto está a preparação do rali? Rui Moniz (GDC) – O rali está numa fase de preparação bastante adiantada. Nós tínhamos o rali pronto para ir para a estrada em Março deste ano e o que fizemos em relação ao que estava previsto foi algumas alterações de pormenor na estrutura da prova. A equipa técnica liderada pelo António Medeiros continua trabalhar afincadamente no sentido de ter tudo preparado, o plano já estava feito. Neste momento estamos a integrar as medidas sanitárias necessárias em virtude da pandemia motivada pelo novo coronavírus, isto é, como articular as medidas necessárias com o que é a estrutura normal da prova. Como procederam a integração das medidas de prevenção da COVID-19 no esquema da prova?
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Há já algum tempo a Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting elaborou um plano de contingência que submeteu a aprovação da Direcção Geral da Saúde e do Instituto Português do Desporto e da Juventude, para que se pudesse realizar provas em automobilísticas em Portugal. Nós analisamos este documento e adicionalmente propusemos a implantação de um conjunto de medidas que têm basicamente em conta as nossas especificidades e também aquelas que são as indicações do Governo dos Açores, através da Autoridade Regional de Saúde, que tem tido algumas medidas mais exigentes do que aquelas que se verifica em Portugal Continental ou na Madeira, que já tem provas há mais algum tempo. O que fizemos foi o nosso próprio plano de contingência que prevê actuações a três níveis: Quem organiza a prova, os concorrentes e o público. Estas medidas estão agora a ser afi-
nadas com a Autoridade Regional de Saúde de maneira a ter uma versão final do plano de contingência. O distanciamento social do público é uma questão basilar. O que está previsto implementar? É de facto uma questão basilar e estamos a discuti-la com a Autoridade Regional de Saúde. Vamos implementar todas as medidas necessárias em termos sanitários para que a prova decorra em segurança, esperando da parte de todos os intervenientes a melhor atitude e o cumprimento das normas. Que pilotos do Campeonato da Europa e do Campeonato de Portugal de Ralis poderão estar presentes? A maioria dos pilotos inscritos na prova de Março mantêm a sua inscrição. Adivinha-se uma excelente lista de inscritos pelas manifestações de interesse não só dos pilotos do Campeonato da Europa mas também do Campeonato de Portugal de Ralis. Estive recentemente em Itália, na primeira prova do Campeonato da Europa, onde tive a oportunidade de falar com alguns deles. Acho que os principais concorrentes as posições cimeiras irão estar nos Açores em Setembro, o que quase garante que a prova terá um elevado interesse competitivo e de espectacularidade. Tudo aponta para termos um excelente lote de inscritos. No passado mês de Julho realizou-se uma Assembleia Geral em que foram aprovadas as contas do clube. Como analisa os resultados? A situação financeira do Grupo Desportivo Comercial (GDC), como é público, é muito complicada. Aliás esta foi uma das razões pelas quais nós decidimos avançar para este projecto e deste da altura em que tomamos posse, em 17 de Julho de 2019, e o final do ano, nós não tivemos praticamente nenhuma actividade. Apesar tudo o resultado líquido do exercício do ano passado foi positivo, o que serviu para aliviar, infelizmente muito pouco a situação do clube, com
um passivo muito elevado e muito superior ao activo. Já este ano conseguimos fazer um trabalho muito importante em termos de redução deste passivo, acordando e resolvendo a dívida elevada e antiga com a maior parte dos fornecedores, o que abre uma janela de oportunidade e perspectivas interessantes para o futuro. Pensamos que o plano que foi desenhado está em boa marcha. Na Assembleia Geral foi criado um Conselho Consultivo. Quais as suas funções? O Conselho Consultivo foi criado na Assembleia Geral de 9 de Dezembro de 2019. Foi uma assembleia extraordinária para aprovar novos estatutos. Os que estavam em vigor datava da constituição do clube em 1960. Uma das áreas em que mexemos foi precisamente na criação de um Conselho Consultivo que é um órgão de natureza consultiva, como é óbvio, a quem compete três áreas de actuação: dar parecer sobre quaisquer assuntos de especial significado para a imagem, actividade e projecção do Grupo Desportivo Comercial; Apresentar sugestões a direcção e o conselho fiscal sobre questões relevantes para a actividade do clube; Dar parecer sobre os planos de actividades e orçamento do GDC. Está previsto o Conselho Consultivo reunir uma vez por ano, pelo menos duas semanas antes da Assembleia Geral para a aprovação do plano de actividades e orçamento. É composto por uma quantidade de membros, uns do clube e outros da sociedade civil, que têm intervenção no automobilismo ou que de alguma forma estão ligados, para no fundo nos ajudar a definir aquela que é actividade do clube nomeadamente a sua principal realização: Azores Rallye, com a importância que tem para os Açores a nível desportivo e económico. Quisemos criar um órgão que pudesse reunir e discutir um conjunto de temas que depois pudessem ser aproveitados pela direcção na actividade do clube.
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CONSULTÓRIO JURÍDICO
com:
Carlos Melo Bento ADVOGADO
Que uso ou não uso podem dar os pais de um menor de certos bens que lhe possam pertencer (por herança p.x.)? Fazendo venda de algum desses bens, quem pode denunciar? Depois da maioridade pode ser reclamado o valor do que foi vendido? Os pais do menor não podem dispor dos bens imóveis deste sem autorização prévia e expressa do Tribunal de Família e Menores. Tal autorização só é dada em circunstâncias extremas e muito bem justificadas, designadamente: tratamento de doença grave para que sejam necessários meios que não existam nos serviços do Estado, a sobrevivência do menor que os pais estejam em absoluto incapazes de proporcionar, etc. Na prática isso é muito difícil de obter, pois aquele tribunal só nessas situações muito especiais é que dá o consentimento que mesmo assim está sujeito a prestação de contas, vigiada de perto pelo Ministério Público. O mesmo se passa com os bens móveis, designadamente o dinheiro que, caso seja desviado, pode dar lugar a processo crime e a uma indenização, que o menor, atingida a maioridade, tem um prazo para pedir. Como esses crimes são públicos, qualquer pessoa que deles tenha conhecimento pode denunciá-los. NOTE BEM: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.
28 28 •• ccria riatitiva va magazine magazine -- agosto agosto 2020 2020
OCEAN PELLETS FONTE DE ENERGIA NATURAL AMIGA DO AMBIENTE A Ocean Pellets assegura a produção de acordo com as melhores práticas, desde a recolha à seleção da matéria-prima endógena, passando pelas diferentes fases de produção.
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José F. Andrade
Torn Fabriks Homens em fúria São uma das mais recentes apostas do Thrash Metal nacional e dela fazem parte; Ricardo Santos (Morbid Death) e Jorge Matos (Earth Syndicate), dois notáveis do panorama nacional.
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O Line-Up Ricardo Santos, baixista e voz principal dos micaelenses Morbid Death, assume as mesmas funções nos Torn Fabriks, um projecto formado inicialmente por Jorge Matos, que tem o papel de guitarrista nos portugueses Earth Syndicate.
Influências
São vários os nomes que os Torn Fabriks apontam como sendo parte do seu universo influenciável. Quem já ouviu “Face It”, o primeiro single do colectivo, fica certamente convencido de que; Testament, Exodus, Kreator, Onslaught e Anthrax são parte importante da sua musicalidade.
A distância
De Almada a Ponta Delgada são 1443 Km, mas essa distância não foi impeditiva desta dupla juntar-se e fazer música a partir da sua região. Os meios existentes permitem que, onde quer que se esteja, se consiga fazer música, trocar ficheiros e quiçá, fazer um disco. A Internet permite tudo e tudo promove… e por falar em promover, “Face It” é o primeiro fruto da união entre os dois músicos. O resultado, traduz-se num verdadeiro exercício de poder absoluto, com rasgos (leia-se, linhas de guitarra) que não deixam ninguém indiferente.
Primeiro projecto Thrash de São Miguel
Nunca se percebeu bem, mas, o que é facto é que o Thrash Metal nunca teve grandes seguidores em São Miguel, em termos de bandas, embora hajam muitos fãs desta sonoridade. Quem não gosta de Slayer, por exemplo… São Miguel, sempre foi de extremos… Do Rock de tendências mais clássicas ao Rock progressivo ou até mesmo mais electrónico, tendo como oposto, o Death, Black, Core e afins. Nunca antes, tivemos um exercício em que o Thrash puro e duro, tal como o conhecemos, se manifestasse de forma explícita…
Worldwide Thrash
É uma realidade que o Thrash Metal, como vertente musical, não vive uma das suas melhores épocas, todavia, é um estilo que embora não esteja na mó-de-cima, tem sempre representatividade no universo do Hard N’ Heavy. Prova disso, são os diferentes cartazes a nível nacional e internacional em que a vertente está sempre presente.
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CONSULTÓRIO DA SAÚDE
Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com
ALERGIAS A INSETOS
João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico
Chegado o mês de agosto é tempo de organizar (re)encontros com amigos e familiares. O bom tempo, torna convidativo a que os mesmos tenham lugar em espaço aberto, sobretudo no presente ano marcado pela vivência excecional de uma pandemia que tem assolado todo o mundo de forma particularmente dramática e indiscriminada. Estes encontros na natureza, tão aprazível nas nossas ilhas, incorrem, no entanto, com alguns riscos. Refiro-me à maior probabilidade de ser afetado pelas picadas de diferentes insetos. Embora este quadro clínico não resulte em consequências graves para o indivíduo numa expressiva maioria dos casos, em alguns casos a situação pode necessitar uma intervenção por profissionais de saúde diferenciados num curto espaço de tempo. Nos Açores, as picadas mais comuns são as provocadas por mosquitos e por abelhas. Conforme referi anteriormente, nos casos mais comuns, a picada resultada exclusivamente em reações locais ligeiras, caraterizadas por rubor (vermelhidão), dor, inchaço na região circundante à picada e comichão. Em aproximadamente uma em cada dez pessoas que sofrem picada de insetos verifica-se uma reação local exuberante, normalmente caraterizada por uma maior intensidade dos sinais inflamatórios, onde se realça um inchaço com diâmetro com dimensão superior a 10 cm e que, normalmente, perdura por um tempo superior a um dia. Estas reações mais exuberantes tendem a causar maior incómodo e podem necessitar de cuidados médicos, mas não colocam em risco a vida do utente.
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Numa minoria dos casos, as picadas de insetos podem ter consequências mais perigosas, provocando quadros de anafilaxia que mais não são do que reações alérgicas graves. Nestes casos, os sintomas tendem a aparecer poucos minutos a poucas horas após a picada. Normalmente atingem dois ou mais sistemas, sendo os mais frequentemente afetados a pele e o sistema cardiorrespiratório. No entanto, também pode afetar outros sistemas como, por exemplo, o sistema digestivo. Do ponto de vista semiológico, os sinais/sintomas mais frequentes são mal-estar geral, sensação de falta de ar, batimento cardíaco acelerado, inchaço, comichão incontrolável, tonturas, náuseas, vómitos, desconforto abdominal, diarreia, sensação de fraqueza, sensação de desmaio e confusão. Nestes casos, estamos perante uma situação potencialmente grave, pelo que está indicada a sua observação imediata em contexto de serviço de urgência. No caso das ilhas dos Açores é mais comum que estes quadros sejam resultado de picadas de abelhas. Raramente as picadas de mosquito concorrem com quadros clínicos graves. Todas as pessoas com primeiro episódio de reação alérgica grave devem ser referenciadas a uma consulta de Imunoalergologia e devem dar conhecimento da situação ao seu médico de família que tem por função também acompanhar o caso e recomendar medidas de proteção. Esteja atento aos primeiros sinais. Recorre ao hospital mais próximo sempre que verificar sintomas sugestivos de gravidade. Boas férias.
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José Andrade
A CULTURA DO NOSSO POVO Há quatro anos, em agosto de 2016, a Letras Lavadas Edições apresentou uma nova obra dedicada à cultura popular açoriana – o livro BANDA DA RELVA & Filarmónicas dos Açores, como edição comemorativa do 150º aniversário da Filarmónica de Nossa Senhora das Neves. Numa mensagem que escreveu para este livro, o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, refere que “a Região Autónoma dos Açores mantém um impressionante número de orquestras filarmónicas, algumas das quais centenárias” e prossegue: “Celebrando essa pujança e persistência, quero saudar nesta ocasião a Filarmónica Nossa Senhora das Neves, fundada a 1 de janeiro de 1866, na freguesia de Relva, concelho de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, duas décadas depois do nascimento da pioneira Sociedade Filarmónica Micaelense”. Este livro, na sua parte central, reconstitui o contexto histórico da fundação da popular “Banda da Relva”, com o ambiente cultural da ilha de São Miguel em 1866, recorda os momentos mais marcantes do seu percurso ininterrupto de 150 anos, com factos e fotos, e arquiva as distinções locais, municipais e regionais que a filarmónica recebeu no âmbito das suas atuais comemorações, designadamente a Insígnia Autonómica de Mérito Cívico. A parte inicial deste livro descreve as primeiras filarmónicas que existiram na ilha de São Miguel, desde a Filarmónica Micaelense em 1845 até à Filarmónica de Nossa Senhora das Neves em 1866, passando pelas cerca de duas dezenas de bandas fundadas em Ponta Delgada, Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo, Água de Pau, Povoação, Nordeste, Mosteiros, Fenais da Luz e Furnas. A última parte do livro é dedicada às antigas e atuais filarmónicas das nove ilhas dos Açores, com destaque para as outras sete que contavam então mais de 150 anos de existência: Sociedade Filarmónica União Popular (São Jorge), Sociedade Filarmónica Artista Faialense (Faial), Filarmónica Eco Edificante (São Miguel), Filarmónica Fraternidade Rural (São Miguel), Banda Fundação Brasileira dos Mosteiros (São Miguel), Filarmónica Liberdade Lajense (Pico) e Banda Harmónica Furnense (São Miguel). Ainda nesta sua parte final, o livro apresenta as cerca de 100 filarmónicas açorianas atualmente existentes – nas ilhas de Santa Maria (1), São Miguel (37), Terceira (25), Graciosa (4), São
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Jorge (15), Pico (13), Faial (8), Flores (1) e Corvo (1) – e faz um levantamento completo da “Cronologia Geral das Filarmónicas dos Açores”, com duas centenas de nomes, desde a “Phylarmonica Michaelense” de Ponta Delgada (1845) até à “Sociedade Recreativa Filarmónica Nossa Senhora dos Anjos” da Fajã de Baixo (2011). A ilha de São Miguel conta atualmente com 36 filarmónicas ativas nos concelhos de Ponta Delgada (13), Ribeira Grande (9), Lagoa (3), Vila Franca do Campo (3), Povoação (5) e Nordeste (3). No concelho de Ponta Delgada, além da Filarmónica de Nossa Senhora das Neves (Relva), funcionam, com maior ou menor atividade, as filarmónicas Fundação Brasileira (Mosteiros), Harmonia Mosteirense (Mosteiros), Lira das Sete Cidades (Sete Cidades), Lira de Nossa Senhora da Estrela (Candelária), Lira de Nossa Senhora da Oliveira (Fajã de Cima), Lira de São Roque (São Roque), Lira Nossa Senhora da Saúde (Arrifes), Minerva (Ginetes), Nossa Senhora da Luz (Fenais da Luz), Nossa Senhora dos Anjos (Fajã de Baixo), Nossa Senhora dos Remédios (Remédios) e União dos Amigos (Capelas).
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OLHAR CRIATIVO DESAFIO MENSAL DO MÊS TRANSATO
COM O TEMA:
“MOBILIDADE SUSTENTÁVEL”
1º Lugar - Metro - Francisco Carreiro
“ESTAS PÁGINAS SÃO DEDICADAS AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”
Coordenação: Paulino Pavão
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Edição:
2º Lugar - Já foste - José Vaz
3º Lugar - Back to basics - Francisco Fernandes
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SAÚDE ÓTICA
Olho seco? Verificou-se um aumento da exposição a ecrãs de telemóvel, tablets, televisão e computadores nos últimos anos. A utilização constante e diária pode causar o chamado síndrome do olho seco, uma patologia que afeta cerca de 20% da população adulta portuguesa, e que ocorre quando a superfície dos olhos não se encontra devidamente protegida pelas lágrimas, devido a um défice na quantidade ou qualidade da camada lacrimal. Se sofre de olho seco fale com o seu ótico de família. Este é apenas um dos sintomas associados ao uso regular e prolongado de computadores ou outros dispositivos eletrónicos. Poderá experienciar outros sintomas tais como: - Dificuldade de focagem ou visão turva; - Alteração ou flutuação na perceção das cores; - Aumento da sensibilidade à luz; - Fadiga e dor ocular; - Olhos vermelhos; - Olhos secos ou ardor; - Excesso de lágrima; - Dor de cabeça; - Dores no pescoço, ombros e costas; - Irritabilidade; - Tonturas. Esteja atento caso surjam com frequência!
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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt
SAÚDE AUDITIVA
Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.
A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.
1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.
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EVENTOS INAUGURAÇÃO DA QUINTA DOS CURUBÁS Carlos Costa Numa parceria entre a Quinta dos Curubás e a RCE, nasceu um novo espaço vocacionado para a realização de festas privadas para grupos, nesta fase, com um número controlado de pessoas, de modo a cumprir com todas as regras de segurança em vigor. O espaço da quinta exterior é muito amplo e inclui serviço de bar e animação para diversos tipos de eventos.
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EVENTOS CONVÍVIO DE EX-COLEGAS DO HISTÓRICO “ARMAZÉM CANADÁ” Carlos Costa Um grupo de ex-funcionários e colegas da histórica loja de Ponta Delgada “Armazém Canadá” reuniu-se para um jantar/convívio, depois de passados alguns anos do fecho da atividade comercial desta loja que foi uma referência para os cidadãos de Ponta Delgada. O encontro, organizado por Sandra Rodrigues, decorreu no restaurante “O Estradinho”, propriedade hoje de um ex-trabalhador do Armazém Canadá, e juntou cerca de duas dezenas de colegas.
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EVENTOS NOVA MUSEOGRAFIA DOS NÚCLEOS MUSEOLÓGICOS DA ADEGA E DA CASA MUSEU MARIA DOS ANJOS MELO CM Lagoa A freguesia da Ribeira Chã inaugurou a nova museografia dos Núcleos Museológicos da Adega e da Casa Museu Maria dos Anjos Melo. Após a reabertura destes dois núcleos, está programada, para o final do ano, a terceira fase de reformulação que irá decorrer no Núcleo Agrícola e no Quintal Etnográfico, e que visa valorizar as especificidades da Ribeira Chã.
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ACONTECEU NELAG ASSINA CONTRATO COM VISTA À REVITALIZAÇÃO ECONÓMICA DA LAGOA O NELAG - Núcleo de Empresários de Lagoa assinou um contrato-programa com a Câmara Municipal de Lagoa, com vista à revitalização económica do concelho e visa apoiar a campanha “Promoção de Verão nos
Restaurantes da Lagoa”, que tem como objetivo dinamizar a restauração do concelho e trazer mais pessoas à Lagoa, face à situação que atualmente se atravessa, em consequência da Covid-19. 6.ª HABITAR PORTUGAL INTEGRA TRÊS PROJETOS DOS AÇORES A sexta edição da Habitar Portugal de 2012-2017, promovida pela Ordem dos Arquitetos com o lema
‘Espaço Público: uma casa para todos’, integra na sua seleção final três projetos desenvolvidos pelo Governo dos Açores, nomeadamente a requalificação urbanística da Baía de São Lourenço e a requalificação paisagística da Pedreira do Campo, em Santa Maria, do gabinete M-Arquitectos, e o Complexo Ambiental da Lagoa das Sete Cidades, em São Miguel, com assinatura de Eduardo Souto Moura com Adriano Pimenta. PROJETO ‘TRAJETO SEGURO 0’ EM RABO DE PEIXE A Secretária Regional da Saúde assinou um acordo de cooperação financeira com o Centro de Terapia Familiar e Intervenção Sistémica para a implementação do projeto ‘Trajeto Seguro 0’ em Rabo de Peixe, que visa promover estilos de vida saudáveis e prevenir dependências em contextos considerados vulneráveis. O projeto ‘Trajeto Seguro 0’, que visa criar uma rede de acompanhamento de grávidas no período pré e pós-natal e dos respetivos filhos até aos três anos, será implementado sob coordenação da Direção Regional de Prevenção e Combate às Dependências e em parceria com a Unidade de Saúde da ilha de São Miguel, através da Unidade de Saúde de Rabo de Peixe.
VILA FRANCA DO CAMPO CEDE 139 EQUIPAMENTOS INFORMÁTICOS O município de Vila Franca do Campo cedeu um total de 139 equipamentos informáticos (computadores portáteis), dos quais 65 à Escola Básica e Secundária Armando Côrtes-Ro-
drigues e 74 à Escola Básica e Integrada de Ponta Garça, através da celebração de contratos de comodato. A autarquia, atenta à situação particular dos seus munícipes, e numa atitude proativa, em estreita articulação com os conselhos executivos da EBS Armando Côrtes-Rodrigues e da EBI de Ponta Garça, através da identificação das crianças e jovens com maior necessidade, adquiriu os referidos equipamentos informáticos, com um custo de cerca 50 mil euros.
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ACONTECEU ARQUIVO HISTÓRICO DA LAGOA O Arquivo Histórico do município de Lagoa está já disponível para consulta, no convento de Santo António, na freguesia de Santa Cruz, e acolhe os três
pilares da memória concelhia, nomeadamente a Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira, a sede do Museu de Lagoa-Açores e o Arquivo Histórico Municipal. O Arquivo Histórico de Lagoa é composto dos seguintes Fundos: Câmara Municipal de Lagoa, Administração do Concelho de Lagoa, extinta Câmara Municipal de Água de Pau, e Junta da paróquia de Nossa Senhora do Rosário. SERVIÇO QUE FACILITA MARCAÇÃO DA PRIMEIRA CONSULTA DE ESPECIALIDADE O Hospital da Horta lançou uma plataforma de Gestão da Produção Clínica (GPC), que desmaterializa,
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simplifica e torna mais célere e seguro o processo de marcação da primeira consulta da especialidade. Na prática, os utentes das Unidades de Saúde das ilhas do Faial, Pico, São Jorge, Flores e Corvo que sejam referenciados pelo médico de família para consulta de especialidade no Hospital da Horta já não terão de marcar a sua consulta, pois o pedido seguirá automaticamente, através da plataforma GPC.
CÂMARA DA RIBEIRA GRANDE REQUALIFICA LARGO EAST PROVIDENCE O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, acompanhou a conclusão dos trabalhos de requalificação do largo East Providence, intervenção que permitiu dotar o parque de estacionamento existente no local de melhores condições. “Este era um local utilizado como estacionamento e que entendemos, após auscultar os munícipes e a jun-
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ta de freguesia da Matriz, melhorar ao nível do piso de modo e oferecer melhores condições de segurança”, explicou Alexandre Gaudêncio. PROJETO ‘EQUIPA-TE’ CHEGA ÀS ILHAS DO PICO E SÃO JORGE O Governo dos Açores vai alargar o projeto de inclusão social através do desporto ‘Equipa-te’ às ilhas do Pico e São Jorge, anunciou o Diretor Regional da Juventude. “Consideramos que o projeto ‘Equipa-te’ tem permitido promover a inclusão social de centenas de jovens em risco de exclusão ao longo dos últimos três anos nas ilhas de São Miguel, Faial e Terceira”, sublinhou Lúcio Rodrigues, que falava, em Ponta Delgada, no final de uma reunião com a Direção da Associação de Promoção de Públicos Jovens. Outra novidade, adiantou o diretor regional, será o “alargamento do ‘Equipa-te’ na próxima época a outras modalidades desportivas para além do futebol e, em concreto, ao género feminino”.
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EVENTOS EXPOSIÇÃO CASAMENTOS DO SÉCULO XX CM Nordeste A Câmara Municipal do Nordeste inaugurou uma exposição que mostra o ritual festivo dos casamentos entre a década de 1960 e os dias de hoje. A mostra inclui indumentária, acessórios, objetos, registos fotográficos e de vídeo de casamentos. No total são 40 indumentárias, representativas de 40 memórias. A exposição ficará na sala de exposições do município durante os meses de agosto e setembro.
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HORÓSCOPO ASTRÓLOGO LUÍS MONIZ
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CARNEIRO 21/03 A 20/04
BALANÇA 23/09 A 22/10
TOURO 21/04 A 20/05
ESCORPIÃO 23/10 A 21/11
GÊMEOS 21/05 A 20/06
SAGITÁRIO 22/11 A 21/12
CARANGUEJO 21/06 A 22/07
CAPRICÓRNIO 22/12 A 19/01
LEÃO 23/07 A 22/08
AQUÁRIO 20/01 A 18/02
VIRGEM 23/08 A 22/09
PEIXES 19/02 A 20/03
A vida afetiva reflete a necessidade de ter de expressar corretamente os seus sentimentos, de maneira a conseguir estabelecer relações profundas. A nível profissional, aceite as ideias que possam surgir de pessoas mais experientes e talvez encontre os apoios essenciais para os seus projetos.
A vida afetiva apresenta uma conjuntura harmoniosa e estável. Perspetiva-se um período de ascensão e de realização pessoal em todas as vertentes. A nível profissional, atravessa a fase propícia para preparar de uma forma mais concreta o seu futuro e certamente vai alcançar muita segurança.
A vida afetiva está cheia de surpresas e de casos incómodos. Aproveite alguns encontros inesperados para resolver questões familiares pendentes. A nível profissional, mantenha uma atitude concentrada e organizada para poder alcançar os seus objetivos. Planeie com rigor o setor financeiro.
SIGNO DO MÊS
A vida afetiva e o seu bem-estar dependem da sua capacidade de manifestar os seus sentimentos. Efetue contatos para adquirir novos conhecimentos. A nível profissional, acredite em si e eleve a sua autoestima de modo a ganhar a coragem necessária para finalmente materializar os seus sonhos.
A vida afetiva precisa de ser encarada com seriedade. No que diz respeito às relações com os seus filhos, aborde os temas com justiça e diplomacia. A nível profissional, atravessa o ciclo ideal para redefinir o rumo a seguir. Mas, ouça outras opiniões para alargar os seus horizontes e evoluir.
A vida afetiva marca dificuldades em termos familiares, mas terá uma postura crítica e assertiva que lhe permitirá resolver qualquer contrariedade. A nível profissional, apresente de forma fundamentada e objetiva as suas ideias para conseguir estabelecer a estratégia promotora de muitos êxitos.
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A vida afetiva dá-lhe a possibilidade de manifestar as suas qualidades humanas, de forma a poder surpreender positivamente o outo elemento do par. A nível profissional, tem a coragem para resolver todas as questões e sentirá maior serenidade. No entanto, precisa de adotar uma postura rentável.
A vida afetiva vivencia uma fase de grande intensidade emocional. Nesta perspetiva, combata a sua timidez e mostre os seus enigmáticos sentimentos, A nível profissional, novas oportunidades trazem-lhe maior segurança e estabilidade. Deve ter confiança para criar uma boa base para o seu futuro.
A vida afetiva torna-se mais importante para si, portanto é tempo de organizar os planos e as ideias que lhe possam proporcionar muita felicidade. A nível profissional, o diálogo é muito útil para resolver assuntos importantes. Mas, procure começar novos planos cruciais para a sua evolução.
A vida afetiva depende bastante do seu sentimento de justiça e da sua compreensão. Crie condições para poder estabelecer relações mais vantajosas. A nível profissional, preste atenção a novas oportunidades que possam surgir e tome decisões bem fundamentadas para conseguir obter muito sucesso.
A vida afetiva está favorecida e poderá vivenciar uma paixão arrebatadora. Deve ser leal à sua consciência, mas evite pensamentos muito rígidos. A nível profissional, perspetivam-se transformações inevitáveis para o seu progresso individual. Também, procure aperfeiçoar os seus conhecimentos.
A vida afetiva possibilita-lhe aproveitar da melhor maneira a estrutura familiar, de modo a começar as atividades compatíveis com a sua vocação. A nível profissional, o momento é de estabilidade e de crescimento a longo prazo. O reconhecimento e a progressão na carreira estão assegurados.
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