Periodicidade: Mensal • Distribuição Gratuita • Ano VI Nº 69 julho 2020
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TURISMO passa por momentos difíceis
José Andrade lança 24ª obra literária
Programa Self-care to care para cuidadores informais
Movimento de professores contratados denunciam ciclo vicioso
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Crónica Era um original, se faz favor!
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consultório da saúde Com João Bicudo Melo
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Opinião josé andrade livros da minha estante
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Olhar criativo TEMA: “chapéus há muitos!”
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Saúde ótica com: INSTITUTOPTICO
reportagem José Andrade lança 24ª obra literária
reportagem Saúde com reforço de 95 ME
reportagem Afaa assinala 13º aniversário
Saúde Auditiva Com: Audição Portugal
ralis virtuais: SIMULAÇÃO DE CONDUÇÃO EM RALI
Propriedade:
Rua do Espírito Santo, 77 - r/c Esq. 9500-465 Ponta Delgada NIF: 513 281 070 Email: criativa.azores@gmail.com
962 370 110
Nº Registo: 126655 Depósito Legal: 390939/15
entrevista Programa Self-care to care para cuidadores informais
Diretora: Natacha Alexandra Pastor Editor: Carlos Costa Direção Comercial: Eduardo Andrade Sede da Redação/Editor: Rua Espírito Santo, nº 77 R/chão Esqº 9500-465 Ponta Delgada Sócio-gerente com mais de 5% do Capital: Carlos Costa Periodicidade: Mensal Tiragem: 5.000 exemplares Impressão: Coingra - Companhia Gráfica dos Açores Parque Industrial da Ribeira Grande - Lote 33 - 9600-499 Ribeira Grande
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Grande reportagem consultório jurídico Com Carlos Melo Bento
RUBRICAS
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reportagem Primeiro surto provocado por areias de praias
Design Gráfico e paginação: Melissa Canhoto Fotografia: António Bettencourt, Carlos Costa e Pedro Couto Colaboradores: Carlos Melo Bento, Luís Moniz, João Bicudo Melo, José Andrade, José F. Andrade, Paulino Pavão/AFAA e Renato Carvalho. O uso e reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo existente nesta revista é expressamente proibido. Os anúncios existentes nesta revista são da inteira responsabilidade dos anunciantes.
ESTATUTO EDITORIAL - CRIATIVA Magazine A Criativa Magazine é uma revista mensal de informação geral que oferece, quer através de textos quer de imagens, a mais ampla cobertura de assuntos, em todos os domínios de interesse, de maior relevância que ocorram no mercado açoriano, com especial enfoque no mercado da ilha de São Miguel; A Criativa Magazine é independente de qualquer poder político e económico; A Criativa Magazine pauta a sua ação em total cumprimento das normas éticas e deontológicas do Jornalismo português; A Criativa Magazine defende o pluralismo de opinião, respeita as crenças, ideologias políticas e religiosas, diferenças sociais e culturais, sem prejuízo de poder assumir as suas próprias posições; A Criativa Magazine identifica-se, como tal, com os valores da Democracia; A Criativa Magazine quer contribuir para o desenvolvimento de cidadãos ativos e conscientes, bem como assim para o desenvolvimento da sociedade na qual se insere.
grande reportagem
TURISMO passa por momentos difíceis
Entre os que arriscam voar, e os que preferem cancelar tudo, o setor do turismo está a viver momentos de grande indecisão. Viajantes, agências de viagem, proprietários de alojamento locais tentam viver o dia a dia, numa incerteza que ninguém sabe quanto tempo dura.
Natacha Alexandra Pastor De passagens marcadas para umas férias na terra natal – Santa Maria – está Helia Sousa. Reservou bilhetes para 7 de julho em janeiro de 2020 e quase na véspera viu o seu voo ser cancelado pela Azores Airlines, sem qualquer explicação adicional. Na ocasião, teve de ser a própria a remarcar a sua passagem para o próximo dia 8 de agosto. Felizmente, Helia Sousa está disponível para viajar nessa data e espera mesmo que isso seja possível. Consigo traz a mãe de 77 anos de idade que vive em Santa Maria e que está desde outubro de 2019 consigo. A vontade de voltar à ilha para matar saudades da família é imensa e Helia Sousa garante que quer embarcar com teste à Covid-19 feito antecipadamente, de modo a salvaguardar a sua condição, bem como a de todos aqueles com quem vai ter contacto durante o voo e na sua estadia em Santa Maria. À nossa reportagem, Helia Sousa conta ainda que equacionou cancelar a viagem. “Tinha passagem marcada desde o fim de janeiro. Nesse tempo todo não recebi informações nenhumas da SATA. Só a semana passada é que recebi um e-mail dando conta do cancelamento do meu voo de 7 de julho para Ponta Delgada/Santa Maria e não tive justificação alguma da parte da companhia.
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Carlos Costa e DR
Cheguei a pensar em cancelar ou adiar a viagem, para ver se tudo isto melhorava, uma vez que ia levar a minha mãe a casa e ela já tem 77 anos. Não queria de maneira alguma expô-la à Covid-19. A SATA não me deu explicação ou opção. Eu é que tive de marcar para outra data, tenho agora a minha viagem para 8 de Agosto. Em todo o caso, nós não vamos embarcar sem antes fazermos o teste de despiste. Vou levar a minha mãe que já cá está desde outubro e vou visitar a restante família, amigos e fazer muita praia na minha Praia Formosa. Oxalá a SATA não me faça outra surpresa, porque estou desejosa de chegar à minha casa e relaxar. Vou com todos os cuidados possíveis, sou uma pessoa responsável e nunca sairia daqui sem teste feito. Não estou só a pensar em mim, mas sim em todos os passageiros que vão no mesmo avião em que vou.” Alfredo Canhoto está numa posição contrária. Queria passar uns dias em São Miguel e nas Flores, mas desistiu da viagem, ainda que não tivesse adquirido os bilhetes. Com a epidemia global da Covid-19, Alfredo Canhoto confirma que analisou toda a situação evolutiva, em especial na América e, em março, assim que teve de ficar em casa, excluiu logo a possibilidade de fazer qualquer viagem, inclusive uma deslocação em
Teria gostado muito do tempo que iria passar, mostrando a bela ilha das Flores à minha filha e, também, estava ansioso por passar algum tempo com a família que não vejo há muito tempo.” trabalho que deveria acontecer antes de vir aos Açores. “Com a epidemia global da COVID-19 a começar a atingir fortemente nos Estados Unidos, pensei que seria melhor esperar e ver como é que as coisas iam evoluir. Em meados de março, quando a minha empresa me mandou
trabalhar a partir de casa, sabia que era suficientemente sério para não viajar. Eu ia passar um dia ou dois em São Miguel, mas a maior parte do meu tempo era para ser passado nas Flores, com o meu tio.” A possibilidade de uma quarentena obrigatória e naturalmente o risco de ser portador do vírus determinou a decisão final. “Certamente não estava ansioso por ficar de quarentena nem nas Flores nem nos Estados Unidos, mas a verdadeira razão era realmente o medo de transmitir o vírus ao meu tio e à sua família, ou à minha família aqui nos Estados Unidos. Teria gostado muito do tempo que iria passar, mostrando a bela ilha das Flores à minha filha e, também, estava ansioso por passar algum tempo com a família que não vejo há muito tempo. Fica alguma desolação para quem ambicionava, desde há cerca de um ano, poder fazer esta viagem.” Depois de 20 anos de ausência, Alfredo Canhoto regressou aos Açores em 2017 e 2018. Por ter passado um tempo de muita qualidade, este emigrante espera regressar regularmente à região. “Gostei muito das minhas duas últimas visitas e queria fazer disso uma situação normal ou regular, mas talvez tenhamos
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de faltar um ou dois anos.” Apesar de estar a viver numa área onde não existem muitos açorianos, Alfredo conhece, todavia, pessoas que cancelaram todo o tipo de viagens. Ele próprio cancelou, ainda, uma viagem de trabalho à Alemanha, também por via da COVID-19. Quebra na procura obriga a estratégia para residentes A perspetivar um cenário difícil no que toca ao turismo externo, os Açores prepararam uma campanha a pensar nos residentes. É no endereço https://viverosacores.azores.gov. pt/ que os interessados podem consultar toda a documentação necessária para se candidatarem a um apoio que pretende aliciar a fazer férias ‘cá dentro’. Como requisitos mínimos para usufruir de um apoio financeiro, o passageiro residente terá de comprovar a aquisição de viagem aérea, de ida e volta, da ilha de residência para outra uma ou outras ilhas dos Açores; a aquisição de três noites em empreendimento turístico, alojamento local ou pousada de juventude, em outras ilhas que não a de residência; a aquisição de três refeições em restaurantes, por pessoa, no valor de, pelo menos, 15,00 € cada e a aquisição de uma atividade turística, por pessoa, no valor de 30,00. € No espaço de 15 dias, o Governo garantiu ter recebido 1.700 inscrições para este programa de incentivo ao turismo interno. Da parte do Observatório de Turismo dos Açores, perante um inquérito efetuado, evidência para cerca de 84% dos residentes nos Açores a tencionarem realizar uma viagem dentro dos Açores.
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grande reportagem
Setor do Turismo foi o maior mártir Março de 2020. O cenário de grandes dificuldades para quem atua nas viagens foi verdadeiramente difícil neste mês. Prolongou-se em abril e maio e as expetativas seriam a de alguma retoma em junho. O cenário da Covid-19 em muitos países – caso dos EUA – fez cair por terra os desejos das agências de viagem.
Natacha Alexandra Pastor “Os primeiros sinais de insegurança e receio por parte dos clientes começaram a sentir-se no mês de Fevereiro. Antes disso, havia uma consciência de um perigo geograficamente longe, era algo que achávamos que não nos atingiria. A inquietude despoletou no mês de Março. Muitos clientes questionavam sobre a possibilidade de adiamento e cancelamento das suas viagens. Estávamos todos perante um cenário completamente novo, uma guerra contra um inimigo invisível. As perguntas eram muitas, mas as respostas incertas eram uma constante e as respostas dos fornecedores eram nulas. Pouco a pouco, as companhias aéreas, de cruzeiros, unidades de alojamento e os demais serviços começaram a apresentar soluções de vouchers, a serem usados até final de 2021.” Mais de 85% das viagens programadas desde há um ano atrás foram postas em causa, explica à nossa reportagem a gerente da empresa Azores Viagens, Ana Flor. “Todas as reservas que nos permitiram o cancelamento, atuamos imediatamente e em conformidade reembolsando os clientes. Todas as vendas que tínhamos concretizado desde Agosto de 2019, para viagens em 2020, foram postas em causa, postecipadas ou canceladas. Mais de 85% das vendas não se concretizaram. O confinamento foi um choque. Era inevitável. Mas acreditávamos que seria para o bem comum. Sem dúvida que o maior mártir foi e é o sector do Turismo.” O mês de junho era encarado como potencialmente diferente – para melhor – mas visivelmente não o foi. O que acontece em termos de descontrolo pandémico em muitos países está a condicionar os demais, explica a gerente. “A minha perspetiva inicial era que em Junho a situação já estivesse normalizada, mas, infelizmente, a realidade é outra. O atual descontrolo da pandemia, ainda, em vários países, coloca-nos grandes constrangimentos em termos de vendas.
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A impossibilidade de entradas nos países, as quarentenas obrigatórias, o receio de ficar retido noutro local que não o da sua residência, são novas realidades com que nos defrontamos.” Nos Açores, o cenário é tranquilizador, e os apoios estão a ser positivos para a economia. Ana Flor antecipa ainda algumas alterações no modo de viajarmos, uma marca que certamente será deixada pela Covid-19. “No sector Turístico os apoios são fundamentais. Felizmente, a nível regional as ajudas governamentais são superiores, impulsionando a nossa economia. Quem viaja neste momento, fá-lo por motivos profissionais, de doença ou familiares. No caso de férias, a escolha assenta em destinos considerados seguros, longe de grandes multidões e com ligações aéreas diretas. Por isso, os Açores são o destino ideal para o efeito. Principalmente para os residentes que não estão sujeitos a testes de despiste da Covid-19, nem a quarentenas obrigatórias. Neste momento, um modo de ajudarmos a economia Açoriana é adquirindo produtos regionais ou serviços locais. O programa “Viver Açores” vem enquadrar-se nesta filosofia, permitindo aos residentes usufruir de umas férias numa das ilhas do arquipélago recebendo apoio governamental. A Azores Viagens tem registado uma maior procura por parte dos clientes que viram as suas férias canceladas. Considero ainda que tal como o atentado às torres gémeas, nos Estados Unidos da América, modificou por completo o acesso ao interior dos aeroportos, a Covid-19 também deixará marcas e revolucionará o modo de viajarmos e de nos relacionamos com os outros. Há que encarar um futuro com seriedade, onde o turismo terá de se reinventar. Quanto mais rápido nos adaptarmos a esta nova realidade, mais bem preparados estaremos para o que virá. Parar não é uma opção.”
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entrevista
“Creio que temos todas as condições de reerguer a nossa economia” A LC-House é um projeto a tempo inteiro de Joana Corvelo muito recente. Abril foi o mês mais difícil para os proprietários do alojamento local. Aos poucos começam a surgir novas reservas, e o facto de a situação de novos casos de contágio por Covid-19 estar controlada na região pode ser o porquê da procura pelos Açores para fazer férias.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - O vosso Alojamento Local é uma atividade recente, certo? Têm modelo de compração com o ano anterior para o negócio? Que alterações significativas já se nota em função da pandemia de Covid-19? Joana Corvelo - Sim, somos um alojamento recente, mas dadas as nossas estatísticas do ano 2019 e comparando-as agora com este primeiro semestre de 2020, consegue-se verificar uma descida acentuada nas estatísticas. Houve, claro, uma descida significativa no número de reservas, principalmente durante os meses de Março, Abril e Maio e para além da quebra de faturação que se verificou, tivemos ainda que devolver muitos pagamentos já efetuados para reservas, não só desses meses mas também para futuras reservas no resto do ano. No entanto, embora todos esses cancelamentos de reservas que, maioritariamente eram dos restantes países Europeus e ainda de outros continentes, é de salientar que desde o início de Junho, e muito provavelmente devido à nossa situação “Covid” bastante controlada cá nos Açores, as reservas de portugueses do continente e açorianos têm tido um crescimento enorme. Felizmente! Confirmas o cancelamento de reservas?
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Houve algum mês em que isso foi mais acentuado? Sim, como referi, houve uma taxa de cancelamentos muito acentuada nos meses de Março, Abril e Maio sendo que Abril foi o mês mais difícil. Embora agora estejam mais calmos, os cancelamentos, de quando em vez ainda surgem, principalmente quando se trata de hóspedes que estão impedidos de sair dos seus países. Como é o caso dos Estados Unidos que estão em situação muito grave e Donald Trump não permite entradas e saídas. Podemos perceber qual a taxa de ocupação para julho, agosto, setembro (e até ao fim do ano – apesar de ser um período mais calmo)? Graças a Deus na LC-House os meses de Julho, Agosto e Setembro estão bastante preenchidos. Não tanto como estavam antes da pandemia e antes de todas as reservas que foram canceladas para esses mesmos meses é claro, no entanto, está bem melhor do que aquilo que eu estava à espera. Confesso que superou as minhas expectativas. Mas com alguma resiliência e fé tudo é possível! É bom saber que o povo português está a escolher fazer férias “cá
dentro” e claro, que está a escolher-nos como estadia. Temos também a vantagem de estarmos muito bem localizados e próximos do Hospital o que nos permite ter muitas reservas pagas pelo próprio Hospital para açorianos das restantes ilhas que vêm para consultas. E isso é muito bom quando chega a época mais baixa. Por incrível que pareça temos também recebido alguns hóspedes da nossa própria ilha. Jovens residentes de concelhos como Vila Franca do Campo e Nordeste, na impossibilidade de viajar para os destinos que já haviam marcado, escolhem fazer férias na própria ilha e optam por um alojamento próximo da cidade que lhes permita ter bares, praias, shopping e discotecas em redor. A nossa localização tem se revelado um fator importante. No vosso caso, o AL é uma atividade de tempo inteiro! É uma atividade a tempo inteiro e em simultâneo com outras duas empresas que nós temos. Nomeadamente uma de eventos e uma de fotografia. Ambas também bastante afetadas pela situação do Covid mas que agora estão devagarinho a reerguer-se. Embora numa realidade diferente. Quão dificil poderá ser para o vosso orçamento familiar os meses que se avizinham? Todas as nossas fontes de rendimento foram afectadas mas a verdade é que, faturando um pouco com todos elas e ainda com o recurso dos apoios dados pelo nosso governo, conseguimos ultrapassar os meses mais difíceis. Quanto aos meses que se avizinham, e verificando a nossa agenda, sinto que, embora devagarinho, estamos a voltar ao normal. Um “normal” diferente, com outro tipo de hóspedes, outro tipo de eventos, mas um “normal” em termos de faturação e/ou ocupação. Se antes tínhamos o alojamento lotado por malta jovem “mochileira” e de todos os cantos do mundo, agora temos hóspedes de outra idade, portugueses e que provavelmente nos escolheram a nós porque as alternativas de férias não eram muitas dada a situação da pandemia no resto do mundo. O importante é termos reservas e parece-me que, nós açorianos, seremos privilegiados na escolha de destinos de férias para este ano. Há, que saibas, apoios do governo para o tecido empresarial deste tipo de negócio? Recorreste a alguma ajuda do Governo?
Sim, há. E durante os meses de Março, Abril e Maio eu recorri a eles. Graças a Deus não recorri a créditos, mas para funcionários recorri ao Lay-Off, para mim, enquanto proprietária, recorri ao apoio monetário para redução de atividade económica e, enquanto cidadã afetada pela pandemia, tive ainda direito às moratórias do banco onde tenho o crédito habitação da minha casa e edifício das empresas. Os apoios continuam ativos para quem precisar e penso que, alguns deles, serão até prorrogados até março de 2021. Como é o caso
das moratórias. Conheces outros proprietários de AL que estejam em sérias dificuldades? Não. No entanto, conheço de outras áreas que infelizmente tiveram de fechar portas e despedir funcionários. É muito triste. Felizmente isso não me aconteceu. Tens alguma visão ou opinião de que tudo vai melhorar? Sim, sem dúvida! Já mencionei anteriormente que a agenda está novamente a compor-se e, como já referi, julgo que isso se deve ao privilégio de nós, açorianos, não estarmos em situação grave de pandemia. Somos uma espécie de refúgio para quem quer sair do caos. Posto isto, creio que temos todas as condições de reerguer a nossa economia. E claro, desde que se continue com o bom trabalho de combate ao Covid mantendo todas as normas de higiene e segurança. A Secretaria Regional da Energia, Ambiente e Turismo, em conjunto com a Secretaria Regional da Saúde criaram um manual de boas práticas Covid-19 e estão a ser dadas formações para todos os empresários, das mais diversas áreas, que queiram obter o selo “Clean and Safe” (limpo e seguro) para os seus estabelecimentos. A LC-House aderiu, claro, de forma a dar ainda mais confiança aos nossos clientes no momento de nos escolherem. Possuir esse selo é também um aspeto favorável para o aumento de receitas e por sua vez para o crescimento do turismo e economia regional. Não tenho dúvidas que vamos todos dar a volta por cima. No entanto, é preciso ter a consciência que, agora mais do que nunca, não podemos baixar os braços. O dinheiro não cai do céu! Portanto, há que arregaçar mangas, levantar mesmo caindo quantas vezes forem precisas e, passo a expressão, “bola para a frente”!
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reportagem
Primeiro surto provocado por areias de praias O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, através da Unidade de Água e Solos do Departamento de Saúde Ambiental, em colaboração com o seu Departamento de Doenças Infeciosas, as autoridades de Saúde do Faial e a Direção Regional dos Assuntos do Mar do Governo Regional dos Açores, publicou os resultados do estudo do primeiro surto de dermatite de contacto causado por exposição a areias de praia. Natacha Alexandra Pastor Este surto ocorreu no início da época balnear de 2019 entre os ocupantes de uma praia na ilha do Faial, nos Açores. No total, cerca de 30 pessoas, especialmente crianças, revelaram sintomas idênticos, sendo que da análise constatou-se que a maioria não entrou no mar. O estudo deste surto, que evoluiu favoravelmente em poucas horas, sem consequências graves para os indivíduos afetados, incluiu a realização de análises químicas, bacteriológicas e micológicas a amostras de areia, que revelaram a presença de hipoclorito de sódio, como agente causador da sintomatologia, usado na higiene do bar adjacente à praia. A situação verificou-se devido a um coletor de águas residuais, a necessitar de manutenção, ter permitido que o agente químico escoasse para a praia, sem contudo, afetar a qualidade da água balnear que manteve a classificação de excelente. Ainda de acordo com a investigação efetuada pelo
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Instituto Ricardo Jorge, com base nos resultados analíticos, foi também possível determinar a extensão do areal contaminado, o que permitiu às autoridades locais intervir com ações de correção e mitigação, nomeadamente pela remoção da areia contaminada (80 metros cúbicos) e substituição por outra limpa, de origem próxima, de forma a eliminar o agente químico. O artigo agora publicado na revista “Science of the Total Environment” demonstra a necessidade de olhar para a qualidade das areias de praias como fator de risco independente de exposição dos utilizadores das praias, assunto que, apesar de apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2003, não chegou a ser regulamentado em nenhum país. No entanto, a revisão das guidelines da OMS para águas balneares, atualmente em curso, permitirá a atualização do conhecimento relativamente ao tema e abrirá caminho para a criação de regulação específica.
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reportagem
José Andrade lança 24ª obra literária
É o 24º livro da sua autoria, o 10º da sua bibliografia dedicada a matérias de natureza política. José Andrade acaba de apresentar uma obra que faz um balanço histórico dos primeiros 44 anos da Autonomia Política dos Açores, ao longo de 420 páginas. Natacha Alexandra Pastor “A Vontade dos Açorianos - Os órgãos de governo próprio da Região Autónoma dos Açores (1976-2020)”, da autoria de José Andrade, foi apresentado em Ponta Delgada, a 27 de junho, coincidindo a data com aquela em que se realizaram as primeiras eleições regionais de 1976. O novo livro faz um balanço histórico dos primeiros 44 anos da Autonomia Política dos Açores, ao longo de 420 páginas. No essencial, reconstitui a composição dos sucessivos parlamentos regionais, com 560 deputados eleitos para as 11 legislaturas, e recorda os elencos governativos dos 12 executivos açorianos, com 127 governantes em funções, maioritariamente sob a liderança de Mota Amaral (1976-1995) e Carlos César (1996-2012), ambos os
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Carlos Costa
ex-presidentes de Governo assinam prefácio na obra agora editada pela Letras Lavadas. O livro percorre a participação eleitoral e os resultados partidários das 11 eleições legislativas regionais, destacando os partidos políticos com representação parlamentar (PS, PSD, CDS, BE, PCP e PPM). Complementarmente, regista as sucessivas representações da República e inclui uma galeria de presidentes do parlamento e do governo, apresentando também um guia prática de funções regionais com a relação nominal das 460 personalidades que exerceram funções parlamentares e governativas de 1976 a 2020. A primeira parte do livro, intitulada “Antes da
Ordem do Dia”, apresenta o enquadramento legal da Autonomia Política, com sentido didático, explicando a Constituição da República Portuguesa, o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e a Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa, e arquiva uma cronologia autonómica com 105 datas de interesse histórico para o percurso coletivo do povo açoriano. Os símbolos heráldicos da Região, o glossário dos partidos políticos e as sucessivas lideranças partidárias completam esta parte introdutória. A terceira parte do livro, denominada “Depois da Ordem do Dia”, identifica uma dezena de personalidades com relação açoriana que foram membros do governo nacional, recorda os 82
deputados eleitos pelos Açores à Assembleia da República e acrescenta os 14 políticos que representaram a Região no Parlamento Europeu. “A Vontade dos Açorianos - Os órgãos de governo próprio da Região Autónoma dos Açores (19762020)” é o 24º livro publicado por José Andrade e o décimo título da sua bibliografia dedicado a matérias de natureza política. Licenciado em Ciências Sociais, na especialidade de ciência política, José Andrade tem um vasto curriculum em funções institucionais, desde a presidência do Governo Regional dos Açores à presidência da Câmara Municipal de Ponta Delgada. Em 2012/2016, foi deputado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.
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reportagem
Saúde com reforço de 95 ME
O Governo dos Açores quer dotar o Serviço Regional de Saúde de mais 95 milhões de euros, para reforçar a capacidade do serviço, numa fase em que a Covid-19 ainda está na mira das autoridades. Exemplo disso é o alargamento da rede de laboratórios onde é possível, desde o dia 1 de julho, fazer testes de despiste ao coronavírus SARS-CoV-2.
Natacha Alexandra Pastor O Governo dos Açores alaragou ao continente a rede de laboratórios de análises de despiste da COVID-19, através de convenções com laboratórios privados e do setor social, agilizando, também por esta via, os procedimentos para quem pretende viajar para os Açores já com teste feito. A medida que será suportada financeiramente pela região permite a realização de testes de despiste ao coronavírus SARS-CoV-2 pela metodologia RT-PCR, considerada a mais fiável por entidades de referência de âmbito nacional e internacional. Com isso, qualquer cidadão pode escolher o laboratório no qual pretendem fazer o seu teste de despiste do novo coronavírus entre a lista de entidades convencionadas, devendo apresentar comprovativo de reserva e pagamento da viagem entre o território continental e a
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Região Autónoma dos Açores. Em face das profundas obrigações do Serviço Regional de Saúde perante a pandemia, o governo propôs no Orçamento Suplementar um reforço de 95 milhões de euros para o setor, um montante destinado ao funcionamento das unidades de saúde da Região e ao plano de investimentos deste setor. “Ao nível da nossa proposta de Orçamento Suplementar, que será discutido pela Assembleia Legislativa em breve, há um reforço muito significativo do Serviço Regional de Saúde de cerca de 95 milhões de euros. Mais de 80 milhões destinam-se ao reforço do funcionamento do Serviço Regional de Saúde e mais de 14 milhões ao reforço do seu plano de investimentos”, afirmou Vasco Cordeiro.
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reportagem Entrevista
TÉCNICOS SUPERIORES DE DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA EM PROTESTO Em causa está a recusa, por parte do Governo Regional, em negociar para a Região Autónoma dos Açores a revisão da carreira dos TSDT e os descongelamentos a aplicar a estes profissionais.
Natacha Alexandra Pastor
Os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica dos Açores vão estar em greve como forma de protesto contra a recusa, por parte do Governo Regional, em negociar para a Região Autónoma dos Açores a revisão da carreira dos Técnicos Superiores das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) e os descongelamentos a aplicar a estes profissionais. Como forma de mostrar a sua indignação, os profissionais de saúde agendaram concentrações que decorreram em simultâneo, nas ilhas do Faial, São Jorge, Terceira, São Miguel e Santa Maria. Estes profissionais querem ver as suas carreiras descongeladas na nova tabela salarial, independentemente do vínculo laboral, em vez de descongelarem na antiga tabela, bem como verem reestruturadas as carreiras em três categorias. Exigem ainda a alteração ao Decreto-Lei 25/2019, de 11 de fevereiro, que contenha transições justas para estes técnicos nas três categorias da carreira e uma grelha salarial equiparada a outras carreiras da Administração Pública, com o mesmo nível habilitacional e profissional. Os profissionais querem também que todo o tempo de serviço e a avaliação de desempenho anterior ao pro-
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cesso de transição para a carreira especial dos TSDT releve para efeitos de progressão e alteração de posição remuneratória e a aplicação integral do Acordo Coletivo de Trabalho publicado em janeiro de 2019. O presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos, Luís Dupont, tem esperança num acordo. “Esperamos que nos Açores, à semelhança do que aconteceu na Madeira, o acordo possa ir mais além do que aconteceu no continente”, afirma o Presidente do STSS, Luís Dupont. Reforçando, “como é do conhecimento de todos, é objetivo do STSS encontrar soluções, para a Região Autónoma dos Açores, semelhantes às encontradas na Região Autónoma da Madeira, que são, notoriamente mais favoráveis para os colegas”. Recorde-se que, em fevereiro, em reunião com a Secretária Regional da Saúde dos Açores, Teresa Machado Luciano, as estruturas sindicais representativas do setor procuraram encontrar soluções que vão de encontro a uma maior equidade entre profissionais, tendo ficado aberta a possibilidade de negociação destas matérias. “Agora é preciso que essa vontade se traduza em negociação efetiva e vá de encontro às reivindicações destes profissionais”, refere o mesmo responsável.
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reportagem Entrevista
Afaa assinala 13º aniversário
A Associação de Fotógrafos Amadores assinalou o seu aniversário no Furnas Lake Forest Living onde juntou um grupo de associados. De regresso à atividade, a AFAA tem preparado para este ano o prémio de fotografia “AFAA”.
Natacha Alexandra Pastor A AFAA - Associação de Fotógrafos Amadores dos Açores retomou as suas atividades no passado dia 27 de junho, data em que comemorou o seu 13º aniversário, com um grupo restrito de associados e em plena natureza, no Furnas Lake Forest Living. Ainda no âmbito destas comemorações, inaugurou a exposição virtual de Fotografia AFAA 13, com a colaboração de 70 associados e que poderá ser vista através das redes sociais da associação. A direção da AFAA assinala os 13 anos de atividade, organizando um workshop de dois dias, orientado
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José Maria Sousa pelo conceituado fotógrafo Luís Godinho e já lançou o Prémio de Fotografia “AFAA”, que se destina-se a premiar a criatividade dos fotógrafos associados e a valorizar a atividade cultural no domínio da imagem fotográfica, nas categorias de Fotografia Geral (para câmaras fotográficas) e de Fotografia Smart (para smartphones), ambas com temática livre. O Prémio de Fotografia “AFAA” é constituído por um valor pecuniário de 2.000€, sendo 1.500€ para a Categoria Geral e 500€ para a Categoria Smart e a decisão caberá a um juri composto por três fotografos.
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reportagem Entrevista
Quebras de 61% a 80% nas receitas de um terço das empresas de media
De setor em setor somam-se prejuízos e perda de receitas em todos os negócios. A comunicação social atravessa iguais dificuldades. Os meses de confinamento ditaram perdas entre 61 e 80%, tendo a publicidade registado a quebra mais significativa para as empresas de comunicação social.
Natacha Alexandra Pastor A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) divulgou um relatório que traça o panorama do impacto económico e organizacional da pandemia de Covid-19 no setor da comunicação social em Portugal. Depois de ter realizado um questionário que dirigiu, entre 24 de abril e 6 de maio, a entidades representativas do setor registadas na Plataforma Digital da Transparência conclui-se que as receitas globais dos órgãos de comunicação social caíram a pique em março: 31,6% dos inquiridos reportou perdas entre 61 e 80%. Foi na área da “Publicidade” que mais se sentiu o impacto junto das empresas detentoras de OCS. Uma análise por segmentos revela que 60% dos operadores de televisão comercial registaram decréscimos das receitas globais entre 41 e 60%. Observa-se também
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que esta crise foi especialmente profunda para os media locais e regionais, considerando tratar-se de estruturas mais pequenas e com menos recursos: 27% dos detentores de imprensa local e regional e 44% dos operadores de rádio local comunicaram perdas de receitas entre 61 e 80%. No que se refere à imprensa, tanto nacional como local e regional, um quarto dos inquiridos indicou quebras na venda de exemplares entre 1 e 20%. Porém, algumas empresas tiveram fontes de receitas preocupantemente afetadas com quebras homólogas na ordem dos 100%, incluindo as vendas de exemplares. Um conjunto de 29% de editores de imprensa regional e local referiu ter suspendido a edição impressa, 6% dos quais sem alternativa online.
Se as alterações de periodicidade de jornais e revistas em papel foram residuais, o mesmo não sucedeu com a diminuição do número de páginas, indicada por 71% dos editores nacionais e 60% dos editores locais e regionais. As perturbações na distribuição foram muito significativas. As estratégias editoriais concentraram-se no online. A totalidade dos detentores de imprensa nacional registou um aumento de audiências nos seus websites, verificando-se o mesmo em 62% dos editores locais e regionais. Entre os títulos locais e regionais exclusivamente online, três quintos observaram um crescimento de audiências. Mais de um quinto dos inquiridos adere ao lay-off simplificado 21,3% dos inquiridos referiram ter aderido ao programa de lay-off simplificado, tanto na modalidade de suspensão do contrato de trabalho como de redução do horário de trabalho, e que este afetou 490 trabalhadores nas suas organizações. Os detentores de imprensa local e regional foram os que mais declararam o recurso ao lay-off simplificado (26,1%). A ERC constatou também que todos os inquiridos adotaram medidas de adequação da redação aos efeitos da pandemia, que passaram essencialmente pelo teletrabalho, rotatividade de equipas e, com menor expressão, parcerias com outras entidades de comunicação social. 26,6% dos inquiridos reduziram os dias e horário de tra-
balho dos seus trabalhadores e 81,3% colocaram-nos em teletrabalho. Quando questionados sobre as áreas mais afetadas dentro da organização, a maioria identificou “Redação”, logo seguida de “Administração e Gestão”. Os dados do questionário permitem ainda confirmar e documentar que, no período de combate à pandemia de Covid-19, os meios de comunicação enfrentaram o desafio complexo de combinar o reforço da atividade editorial com os constrangimentos advindos das medidas de confinamento e da quebra generalizada de receitas. A produção informativa manteve-se apesar de estabelecimentos total ou parcialmente fechados, adesão ao regime de lay-off, funcionários em teletrabalho ou em part-time, rotatividade de equipas. A ERC entende que o quadro que se traça a partir das respostas ao questionário gera preocupações quanto à independência dos meios de comunicação social e à garantia do pluralismo e diversidade. Na leitura da ERC, as consequências desta crise dentro da crise no funcionamento das organizações de media perdurarão por muito tempo, forçando decisões estratégicas e reorganizações. No âmbito da sua missão, atribuições e competências, a ERC continuará a acompanhar esta evolução e definirá a sua intervenção regulatória em função da avaliação dos riscos para a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social.
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entrevista Entrevista
Programa Self-care to care para cuidadores informais Joana Cabral é a mentora do programa Self-care to care, um projeto destinado a apoiar os cuidadores informais de adultos diagnosticados com perturbação de humor. A psicóloga salienta que a prestação de cuidados informais a estes doentes poderá ser muito desafiante e causar algum desgaste, especialmente, se estiverem desprovidos de apoio.
Natacha Alexandra Pastor Criativa Magazine - Que conceitos ou objetivos vão ser maioritariamente transmitidos neste programa dirigido a cuidadores informais? Joana Cabral - O Self-care to care é um programa inovador destinado a apoiar cuidadores informais de adultos com diagnóstico de perturbação de humor (por exemplo: depressão e bipolaridade). Tem como principal objetivo disponibilizar estratégias e desenvolver competências que permitam desempenhar o papel de cuidador de forma mais eficaz e reduzir o nível de sobrecarga associada ao processo de cuidar. As estratégias usadas neste programa enquadram-se nas terapias cognitivo-comportamentais de terceira geração, que são abordagens inovadoras com benefícios reconhecidos mundialmente. Assim, espera-se que os participantes, por exemplo, através da prática de exercícios de consciência plena (mindfulness) e de autocompaixão ampliem a sua capacidade de autocuidado e de regulação emocional, que poderá traduzir-se em benefícios indiretos para os doentes de quem cuidam. Em que âmbito se enquadra esta intervenção? O programa Self-care to care encontra-se a ser desenvolvido no âmbito do projeto de doutoramento em Psicologia Clínica pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
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da Universidade de Coimbra. Contando com o apoio da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade dos Açores, da ANCORAR- Associação para a Promoção da Saúde Mental e é cofinanciado pelo Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia. Conta com a orientação científica e clínica das Prof. Doutoras Célia Barreto Carvalho e Paula Castilho, bem como do Psiquiatra e Professor Catedrático Carlos Pato. Toda a formação será realizada online, certo?! Este modelo poderá ser um handicap para aquelas pessoas que não estão confortáveis com o uso das novas tecnologias? Ao optarmos por adaptar o programa Self-care to care para um formato on-line, estávamos conscientes das suas possíveis limitações. Contudo, pesou o facto deste tipo de intervenções serem realizadas neste formato um pouco por todo o mundo, havendo estudos que demonstram a sua viabilidade. Ademais, aliciou-nos, sobretudo, o facto de por esta via podermos chegar a Cuidadores Informais de todas as ilhas, quebrando, assim, as limitações da descontinuidade geográfica da Região Autónoma dos Açores. No geral os inscritos não se revelaram resistentes a este novo formato, antes pelo contrário, até os menos experientes nas
novas tecnologias, revelaram abertura, empenho e entusiasmo em aprender a usar as ferramentas informáticas implicadas na participação do programa. Porque razão optaram por abranger neste programa apenas cuidadores de indivíduos com perturbações afetivas/humor (ex. depressão e bipolaridade)? O Self-care to care destina-se a cuidadores informais de indivíduos com perturbação de humor, por a depressão ser das perturbações psiquiátricas com maior incidência e por a bipolaridade, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, estar entre as doenças físicas e mentais que causam maior nível de incapacidade. Está amplamente comprovado que os familiares e pessoas próximas destes doentes têm um papel importante na sua recuperação. No entanto, a prestação de cuidados informais a estes doentes poderá ser muito desafiante e causar algum desgaste, especialmente, se estiverem desprovidos de apoio. Deste modo, consideramos relevante criar uma resposta que viesse ao encontro das principais dificuldades vivenciadas por estes familiares/CI, de modo a melhorar a sua capacidade de cuidar. É possível vir a estender essas formações para outras patologias!? Há algumas que merecem maior atenção? Sim. Gostaríamos muito de poder alargar o programa a outro tipo de cuidadores informais, mas num projeto futuro, visto que implicaria adaptá-lo às especificidades de outra patologia. Da tua experiência, quais são as maiores dificuldades dos cuidadores na gestão diária das suas vidas? Que percepção tens do papel dos cuidadores informais nos Açores? Dos apoios que lhes chegam? Das maiores dificuldades? É preciso cuidar mais destas pessoas/famílias? Numa primeira fase do projeto de doutoramento onde se enquadra o programa “Self-care to care” foi realizado um estudo junto de cuidadores informais de indivíduos com diversas psicopatologias residentes na RAA. Os resultados deste estudo exploratório que incluiu 120 participantes de várias ilhas, revelou que as suas principais dificuldades são: • compreender e lidar com determinados sintomas da doença; • enfrentar o sentimento de impotência perante o sofrimento psíquico apresentado pelos seus familiares doentes; • lidar com as crises e incertezas em relação ao futuro do doente; • gerir a não adesão do doente ao tratamento. Além disso, verificou-se que 87% dos participantes refere nunca ter recebido qualquer tipo de suporte no seu papel de familiar/ CI. Estes dados, não só vieram justificar a pertinência do programa “Self-care to care” como, também, salientam a necessidade de se investir em mais iniciativas desta natureza. O apoio aos cuidadores informais de indivíduos com
psicopatologia ainda é uma área lacunar na Região o que poderá ter sérias implicações na saúde mental dos açorianos. Já tinhas realizado algum outro trabalho nesta área em particular? Durante vários anos fui investigadora do projeto de genética psiquiátrica internacional Genomic Psychiatry Cohort, onde tive oportunidade de contatar com doentes psiquiátricos graves e suas famílias. Sou membro da direção e psicóloga voluntária da ANCORAR: Associação para a promoção da saúde mental, onde participei na organização e promoção de várias atividade que visam esclarecer e desmistificar questões relacionadas com a psicopatologia, bem como aconselhar e prestar suporte a cuidadores informais de indivíduos com diversas psicopatologias. Além disso, colaborei na implementação da segunda edição do ANCORAGEM um curso de psicoeducação destinado a familiares/cuidadores informais de indivíduos com esquizofrenia, e no processo de manualização do mesmo. Foi o conhecimento e experiência que adquiri nos referidos projetos que me incentivaram a dedicar o meu projeto de doutoramento a esta área. Poderão conhecer melhor este projeto dedicado a cuidar de quem cuida em www.selfcaretocare.com.
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reportagem Entrevista
Movimento de professores contratados denunciam ciclo vicioso
Mais de 1500 professores assinaram uma petição para ver garantido o aumento da estabilidade dos docentes de quadro dos Açores e a empregabilidade dos docentes contratados que ano após ano leccionam nas escolas públicas da Região.
Natacha Alexandra Pastor O Movimento dos Professores Qualificados, Disponíveis e Desempregados reuniu com a Comissão Permanente dos Assuntos Sociais, na sequência da entrega da Petição “Proposta de Alteração ao Regulamento do Concurso do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e Ensinos Básicos e Secundário da Região Autónoma dos Açores”, uma petição que reúne 1540 assinaturas e tem como principal objetivo “o aumento da estabilidade dos docentes de quadro da Região Autónoma dos Açores e a empregabilidade dos docentes contratados que ano após ano leccionam nas escolas públicas da Região”. O presente movimento assume que é cada vez mais remota a oportunidade de integrarem o quadro interno da Região, pois a média do número de anos de serviço prestado nas escolas da rede pública por professores contratados neste momento é de 15 anos até obterem um lugar de quadro. A proposta dos peticionários visa a estabilidade do corpo docente e das escolas da Região, apelando ao Governo Regional coerência nas suas acções, pois a sucessiva contratação é sinónima de precariedade e de instabilidade profissional com repercussões ao nível familiar, económico e social. Por essa razão, argumentam ser necessário “alterações que
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garantam não só uma região em prol do sucesso escolar que vise a estabilidade do quadro do pessoal docente nas escolas da RAA, começando pela valorização do pessoal docente contratado”, e que dê “a verdadeira prioridade aos docentes açorianos que efectivamente já se encontram na primeira prioridade e aos docentes que fizeram dos Açores a sua Região”. Denunciam que “ano após ano, existem escolas que contratam sucessivamente docentes, não se verificando abertura de vagas de quadro para suprir de facto estas necessidades, tornando-se num ciclo vicioso que prejudica o acesso do professor a uma carreira uma vez que não conseguem entrar no quadro”. O Movimento dos Professores Qualificados, Disponíveis e Desempregados realizou, a 16 de setembro de 2019, uma “Concentração Pacífica de Professores” e entregaram uma Carta Aberta justificando as suas reivindicações ao Presidente do Governo Regional. O movimento espera que esta audição permita “terminar com a precariedade dos sucessivos contratos do pessoal docente e permitir que os seus membros também se sintam cidadãos de direito, obtendo do sistema a estabilidade necessária para a dignificação da sua profissão”.
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desporto motorizado LUÍS CARREIRO
“RALIS VIRTUAIS: SIMULAÇÃO DE CONDUÇÃO EM RALI COM O MÁXIMO DE REALISMO POSSÍVEL”
Renato Carvalho
Criativa Magazine– O que são ralis virtuais? Luís Carreiro – Os Ralis Virtuais são uma das vertentes do Simracing que faz parte dos eSports actuais. É um desporto virtual que consiste na simulação de condução em rali com o máximo de realismo possível, de modo a transportar o piloto virtual numa imersão e sensação de realidade, além da competição online contra, por vezes, centenas de outros “jogadores”. O rali virtual é composto do mesmo modo que o real, com datas e processos de inscrição, com um Roadbook organizado de modo a replicar as condições reais de provas especiais, parques de assistência, condições de piso e climatéricas, de forma, que transmite ao piloto uma noção da realidade. É realizado num prazo de dias pré-estabelecido, em que uma plataforma online recebe os dados (tempos nas especiais), enquanto o piloto realiza o rali no simulador usando uma ligação à internet. Este simulador no caso do Grupo Desportivo Comercial (GDC) é de momento o Jogo Dirt Rally 2.0, que dispõe das mais variadas condições para se organizar um rali, e tem uma plataforma online bem conseguida para o tratamento e apresentação de resultados.
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Os adeptos dos desportos motorizados têm aderido? Sim e bastante, pois na nossa região os ralis têm uma grande tradição. Temos tido muita curiosidade acerca da modalidade, e muitos dos adeptos ferrenhos dos ralis já a conhecia e têm tentado a sua sorte, tal como bastantes pilotos reais do nosso automobilismo. Além dos ralis é possível participar nas outras disciplinas, por exemplo, provas de velocidade em circuitos? O Simracing engloba todas as variantes do desporto automóvel. De momento, no GDC apenas estamos envolvidos nos ralis virtuais, pois é a tradição do clube e a modalidade com mais expressão na região. Contudo, existem diversas comunidades nacionais e internacionais que usam outros simuladores com ênfase nos circuitos. Os custos de participação variam entre que valores? Para participar num rali virtual, como os eventos que temos feito no GDC, não há taxa de inscrição. De momento, os custos são basicamente: acesso a internet, o Simulador “jogo”, e equipamento para participar. Ou seja, uma consola playstation, ou Xbox, ou um computador recente que suporte o jogo. Em termos de valores, as consolas
rondam os 300 euros, um computador completo ou portátil a partir dos mesmos 300 euros. O jogo em questão custa a volta de 50 euros nas consolas e um pouco menos para computador. Claro que isto são valores bases. No caso de se procurar uma simulação mais real, um volante e pedais a partir dos 200 euros já é uma iniciação. Neste campo, os custos podem evoluir pois há mesmo de tudo. Como é que o público poderá assistir às provas? Muitos dos pilotos virtuais mais conhecidos dispõem de canais de transmissão em direto no youtube/twitch entre outros, das suas corridas/ralis e normalmente estes publicitam as mesmas. Nós estamos a criar uma base de dados para apresentar nos dias antes dos eventos com estas possibilidades, como se fossem zonas de espectáculo num rali real. Fora esta, há sempre a possibilidade de ao ser registado na plataforma que usamos, poder acompanhar os resultados do rali especial a especial. O GDC apresenta sempre os seus ralis nas redes sociais e criamos uma Sala Virtual na aplicação Discord, onde se pode encontrar as novidades, resultados, vídeos e fotos e mesmo tirar dúvidas connosco e com os outros pilotos virtuais lá presentes.
https://discord.gg/bXXtamP Qual o plano de actividades para o ano de 2020? Este ano começamos com eventos de comemoração dos 60 anos do GDC. Abrimos com o Azores Virtual Rallye, que foi um tremendo sucesso. Estiveram presentes concorrentes internacionais, nacionais e regionais, entre os quais, pilotos reais de topo, como o Campeão da Europa de Ralis (ERC), Chris Ingram, entre outros que compuseram uma lista de inscritos que ultrapassou os 1.000 participantes. De seguida, realizamos no mês de Junho, o Rali de São Miguel 2020, aberto a viaturas dos anos 70/80, que foi um rali mais virado para os pilotos regionais e que contou com 141 inscritos. Um valor muito bom dado ser um rali com dimensões regionais mas que mesmo assim teve participantes internacionais e nacionais. Para estes meses de Julho e Agosto tenho em mente mais uma prova, que será do tipo rali sprint, para os aficionados em tempos de férias. Nos planos está, também, previsto mais um evento para depois do Azores Rallye real. Em preparação está um campeonato para ser realizado em 2021 que poderá ter cariz regional.
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consultório jurídico
com:
Carlos Melo Bento advogado
Como figura à luz atual o Usucapião? Se um imóvel for utilizado por um herdeiro durante largos anos, pode ou não vir a ser expulso do mesmo, se se pretender avançar com a venda/partilha deste imóvel? O usucapião mantém a mesma regulamentação de sempre. Quando alguém toma posse de coisa alheia de forma pública, continuadamente, sem que ninguém lhe faça guerra por isso, durante 20 anos seguidos, convencendo-se as pessoas em geral, durante todo esse tempo que esse alguém é mesmo dono dessa coisa, uma terra ou uma casa, por exemplo, ele adquire o direito de propriedade sobre esses bens como se os tivesse comprado, ou lhos tivessem dado. É uma espécie de castigo para os que abandonam o que é seu durante um tão longo período (que já foi de 30 anos, quando me formei em 1964…), e um prémio para quem cuidou desses bens como dono, tanto tempo. No caso dos herdeiros, a questão é mais difícil porque a posse não é como dono e sim como herdeiro duma parte. Dificilmente pode acontecer usucapião. As pessoas sabem que ele é herdeiro e não dono, por isso o usucapião não funciona. A não ser que durante todo esse tempo, o possuidor proclamasse que já tinha feito partilhas e as pessoas acreditassem, nisso, pois ninguém se dera ao trabalho de desmentir. Também é preciso ter em conta que o usucapião não corre contra menores que podem desmanchá-lo durante algum tempo (curto) depois de atingirem a maioridade.
Note bem: estes pequenos conselhos não dispensam a consulta a um advogado. Pois, cada caso é um caso e, para se dar um conselho, é preciso saber muitos detalhes que não cabem nas perguntas que me são feitas.
28 28 •• ccria riatitiva va magazine magazine -- julho julho 2020 2020
Ocean Pellets Fonte de energia natural amiga do ambiente A Ocean Pellets assegura a produção de acordo com as melhores práticas, desde a recolha à seleção da matéria-prima endógena, passando pelas diferentes fases de produção.
magazine - julho 2020 • 29 Morada: Estrada Regional 3-1 n.º 57 9600-102 Rabocriadeti vaPeixe Telf. +351 296 490 060 email: ambiente@tecnovia.pt
José F. Andrade
Jorge Paulo Moniz Iniciou carreira no princípio da década de oitenta e passou por bandas como DRM, Académicos (nova geração) e Banda.Com. Algures na década de oitenta, fez ainda parte dos RAM, um dos primeiros colectivos do país, a explorar a música electrónica. Os pormenores, seguem dentro de momentos. A composição de originais tem sido, nos últimos tempos, a tua principal actividade. Isso surge por algum motivo? A explicação que tenho para isto é uma grande necessidade interior de criar algo, coisa que já não fazia há muitos e muitos anos, e também uma vontade enorme de deixar algumas obras feitas. Fartei-me um pouco, pode-se dizer assim, com todo o devido respeito, de andar a copiar coisas dos outros e, modéstia à parte, acho que tenho capacidade para muito mais.
rock nas suas diferentes vertentes, passando pela pop, disco, etc.
Também acontece o mesmo em termos de produção. Foi uma necessidade ou um desafio?
Em relação à produção obriguei-me a fazer por não ter disponibilidade financeira para pagar alguém para o fazer. Acabou por ser uma necessidade e também um desafio de colocar em prática a experiência acumulada de muitos anos. Mas tenho a noção que faço tudo de uma forma muito amadora, mas é o melhor que consigo fazer.
A produção foi um processo novo ou é algo que já havias experienciado?
Já venho trabalhando há alguns anos e tenho vindo a aperfeiçoar, tema após tema.
A relação homem/máquina continua a fascinar-te?
Este é o “quezilo” da questão. O que mais me fascina é a interação da máquina com o ser humano e tentar tirar o melhor partido desta relação. Tenho curso de programação de computadores com o qual trabalhei muitos anos e isto ajuda-me muito nesta nova faceta. O computador não faz nada sozinho, por enquanto não é inteligente, nós é que temos de fazer com que ele nos ajude o mais possível.
As tuas composições não seguem uma sequência concreta em termos de estilo musical. A que se deve isso? Essa relação estendeu-se ao vídeo, sendo Deve-se em grande parte à experiência que acumulei que também produzes os vídeos que lanças. estes anos todos com músicos de muitos quadrantes Podemos falar, novamente, em desafio? e nacionalidades e depende muito da inspiração do momento. Por vezes dá para ir para um estilo e outras vezes para outro. Acima de tudo, ao facto de eu ter um gosto musical muito vasto e que vão desde a valsa ao
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Embora seja também por necessidade, é coisa que também adoro fazer, pois o tempo que tenho de perder a explicar a alguém o que tenho na cabeça, por vezes dá mais trabalho do que ser eu próprio a executar
... um dia destes fizemos uma versão atual de um dos temas, com sonoridade de agora e para poder tocar o tema tive de ensaiar um dia inteiro, o que comprova que o que fazíamos na altura já era de um grau de dificuldade acrescida...”. a minha própria ideia.
O teu percurso musical começa nos primórdios da década de oitenta com os DRM (grupo de covers), seguem-se e, em paralelo, os RAM (música original eletrónica), os Académicos e, finalmente, Banda.Com. Qual desses colectivos destacarias?
Esta é uma pergunta difícil, mas julgo que todos os projetos tiveram a sua importância, uns pela originalidade, outros por outros motivos. Uma coisa tenho a certeza e isso ninguém me pode tirar, todos eles foram um marco no nosso panorama musical, uns por uns motivos outros por outros. Tenho registado na minha casa, um dia vou divulgar alguns recordes que foram feitos e que até agora nunca mais ninguém alcançou. Também eram outros tempos.
Em 2020 comemoras os 35 anos de RAM, uma das primeiras bandas de música electrónica do país. A esta distância, o que te apraz dizer?
Fiquei impressionado ao ouvir e analisar o que fizemos há 35 anos. Só para comprovar, um dia destes fizemos uma versão atual de um dos temas, com sonoridade de agora e para poder tocar o tema tive de ensaiar um dia inteiro, o que comprova que o que fazíamos na altura já era de um grau de dificuldade acrescida e só de lembrar que gravávamos tudo em tempo real sem multipistas e computadores ainda me faz mais impressão.
Desse colectivo, apenas tu e o Mário Jorge Raposo vivem em São Miguel. Já ponderaram um regresso à composição conjunta? Muito sinceramente, não foi coisa que tivéssemos ponderado, só mesmo se houver procura ou algum pedido concreto.
Para terminar, planos a curto prazo?
Os planos a curto, médio e longo prazo é continuar a fazer o que tenho feito nos últimos tempos, ou seja, compor, compor e mais compor, até que me faltem ideias.
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CONSULTÓRIO DA SAÚDE
Coloque uma questão dirigida ao Consultório da Saúde utilizando o e-mail: consultoriodasaude@hotmail.com
O estigma na doença mental… João Bicudo Melo Médico e Psicólogo Clínico
Todos nós, nas nossas vidas comuns, somos confrontados com desabafos de familiares e amigos relativamente a preocupações com a saúde física. Por norma, perante a apresentação dos sinais ou sintomas, somos muito prontos a recomendar uma consulta de uma qualquer especialidade médica ou cirúrgica. Fazemos até, por vezes, a diligência de além da especialidade eleger o melhor naquela matéria. No entanto, parece ainda existir uma tendência para não atuarmos de igual forma quando o problema é emocional. Mesmo conscientes que haveria benefício em que alguém fosse observado por um profissional da área da saúde mental, como um psiquiatra, um psicólogo ou até mesmo o médico de família, somos impelidos a não o fazer no receio de sermos ofensivos, mal interpretados… Como se o aconselhamento fosse em si mesmo um insulto ou uma insinuação de que esta pessoa é ou está maluca! Não o fazemos por sermos menos bons. Tão pouco por sermos desumanos. Fazemo-lo porque muitos de nós ainda estamos moldados pelo estigma relacionado com a doença mental. E neste fechar de olhos, quase coletivo, quantas vidas se perdem? Quantas famílias se desorganizam? De acordo com a Organização Mundial de Saúde todos os anos morrem cerca de 800.000 pessoas por suicídio, sendo uma expressiva maioria com idade inferior a cinquenta anos. Feitas as contas, demorando este artigo cerca de cinco minutos de leitura, quando chegar ao fim, terão morrido de suicídio no mundo seis pessoas. No nosso país, de acordo com o Programa Nacional de Saú-
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de Mental da Direção Geral de Saúde “a taxa de suicídios por 100.000 habitantes (…) foi de 10,3, taxa superior à de quaisquer outras mortes violentas, nomeadamente por acidentes de viação e acidentes de trabalho”. O estigma associado à doença mental decorre de um conjunto de crenças falsas, construídas ao longo do nosso desenvolvimento, às quais por norma acresce o medo do desconhecido. Para nós, os processos psicológicos ainda são obscuros, injustificáveis, imprevisíveis e inesperados! O primeiro dos erros é acreditar de que pouco haverá a fazer. Que o visado nunca mais será o mesmo. Enquanto profissional de saúde posso assegurar que muitas doenças do foro psíquico podem ser tratadas. Muitos doentes recuperam completamente e retomam, sem sequelas, o seu percurso de vida. Quando é prestado um tratamento adequado e precoce no processo de doença a recuperação tende a acontecer de forma mais acelerada e sustentada. Porém, os preconceitos fazem-nos não querer ver. Além disso, são os mesmos preconceitos que impedem o próprio processo terapêutica e condicionam reingressos laborais e sociais mais prejudiciais do que benéficos. O estigma limita as oportunidades, lesa a autoestima, distorce a visão que o utente tem de si próprio e prejudica a sua qualidade de vida. Portanto, o preconceito associado à doença mental é um muro que impedem a recuperação plena do outro. Ajude quem precisa. Não finja ser cego… Poderá estar a salvar uma vida e a vida de uma família.
reportagem
Vendas de máscaras origina centenas de queixas
A venda de máscaras de proteção gerou no Portal da Queixa mais de 1.000 reclamações entre 18 de março e 26 de junho de 2020. Em 100 dias analisados, foram identificadas 1.016 queixas. Demoras na entrega, preço excessivo, burlas e máscaras sem estarem em conformidade com o Citeve foram as principais queixas dos consumidores.
Natacha Alexandra Pastor O Portal da Queixa recebeu inúmeras queixas, no período analisado referente à primeira fase de confinamento (início do Estado de Emergência), tendo as farmácias sido o principal alvo de reclamações relativamente à venda de máscaras. As queixas apresentadas incidiram em dois motivos: primeiro o valor excessivo e em segundo a escassez face à enorme procura por parte dos consumidores. A preocupação generalizada com a falta de máscaras e a obrigatoriedade do uso de máscara de proteção em vários cenários, fez disparar, pelo país, a produção de máscaras sociais em várias empresas têxteis, uma iniciativa que veio aumentar a oferta e que, equacionada à redução do IVA para 6%, permitiu uma redução considerável no valor de venda. Entre os principais motivos que levaram os consumidores a apresentar as suas reclamações estão: atraso na entrega das encomendas (68%), preço excessivo (12%), burla (11%), não conformidade com o Citeve (5%) e outras (4%). O Portal da Queixa aponta ainda as marcas que mais reclamações receberam relativas à venda de máscaras. MO Online - Modalfa (348); 365 Inbox (158); Pano Fino (43); N95 Portugal (38) e Zippy (15).
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Durante o período analisado, e tendo em conta a urgência na sua utilização de máscaras - pelos motivos de obrigação social e proteção de saúde publica -, a equipa constatou que foi significativo o número de consumidores que manifestaram a sua insatisfação pela demora na entrega das encomendas das máscaras adquiridas. Através do Portal da Queixa, a marca de vestuário da Sonae teve 79% de respostas de apoio aos consumidores, no entanto, evidenciou-se a sua ineficácia ao registar apenas 33% de taxa de solução, motivando desta forma uma insatisfação enorme junto dos consumidores que avaliaram a marca com uma média da avaliação de satisfação, de apenas 3 numa escala de 10. Expressivo foi também o número de alegados casos de burla relatados pelos consumidores que efetuaram as suas compras online e nunca receberam as suas encomendas. Segundo a análise do Portal da Queixa, os mais de 30 consumidores que reclamaram à marca N95 Portugal, não consideraram ainda resolvidas as suas divergências pelo não recebimento das encomendas ou pela falta de reembolso do valor pago.
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José Andrade
UMA HOMENAGEM COLETIVA AOS AUTARCAS AÇORIANOS Mais de mil autarcas açorianos presidiram às 19 câmaras municipais e às 155 juntas de freguesia da Região Autónoma dos Açores, durante 40 anos, na sequência das 11 eleições autárquicas realizadas desde 1976. Os nomes dos sucessivos presidentes dos órgãos executivos das autarcas açorianas ficaram reunidos em livro, pela primeira vez, para memória futura e em jeito de homenagem coletiva, por ocasião do 40º aniversário do poder local democrático. Este novo livro, intitulado Poder Local nos Açores: 40 anos – 1000 presidentes, foi editado pela Letras Lavadas, em 2016, e lançado no salão nobre dos Paços do Concelho de Ponta Delgada, a 26 de novembro, assinalando assim o próprio Dia do Poder Local da Região Autónoma dos Açores. A obra abre com dois prefácios da autoria dos presidentes que exerceram o maior número de mandatos consecutivos nas autarquias açorianas: José Carlos Carreiro, na Câmara Municipal do Nordeste, e João Carlos Macedo, na Junta de Freguesia da Fajã de Baixo. Ao longo de 400 páginas, este livro apresenta uma retrospetiva dos sucessivos presidentes de câmara e de junta em todos os concelhos açorianos e em cada uma das suas freguesias, durante o período compreendido entre os anos de 1976 e 2016, com uma evolução dos resultados eleitorais e uma caracterização da situação atual. Poder Local nos Açores: 40 anos – 1000 presidentes apresenta curiosas informações estatísticas, concluindo, designadamente, que o PSD presidiu a 143 câmaras e a 1.083 juntas, enquanto o PS liderou 64 executivos municipais e 478 mandatos de freguesia, desde as primeiras eleições autárquicas realizadas a 12 de dezembro de 1976. Em quatro décadas de poder local democrático nos Açores, três câmaras municipais e 18 juntas de freguesia foram sucessivamente geridas por mais de duas forças partidárias, mas existem ainda 22 autarquias locais que se mantêm desde sempre fiéis ao mesmo partido político.
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A primeira parte do livro, que enquadra as autarquias locais no contexto regional, apresenta um levantamento dos presidentes mais resistentes (12 presidentes de câmara com mais de quatro mandatos e 30 presidentes de junta com cinco a oito mandatos) e dos presidentes mais votados (238 foram eleitos com votações superiores a 70%). De entre os cerca de mil presidentes que foram eleitos para os órgãos executivos das autarquias açorianas em quatro décadas, meia centena é do sexo feminino e uma dezena exerceu sucessivamente a presidência de uma junta de freguesia e de uma câmara municipal. As participações eleitorais, as variações demográficas, a população, o território e a densidade são outras informações comparativas que se encontram registadas no livro sobre a evolução e a caraterização dos 19 municípios e das 155 freguesias ao longo de 40 anos do poder local democrático. Depois da sua apresentação inicial no maior município açoriano, este livro foi igualmente apresentado nas câmaras municipais de Ribeira Grande, Lagoa, Vila Franca do Campo, Povoação e Nordeste, bem como Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, ainda em 2016, e nos diferentes concelhos das ilhas de Santa Maria, Graciosa, São Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo, ao longo do ano de 2017.
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Olhar Criativo Desafio Mensal do Mês transato
com o Tema:
“Chapéus há muitos!”
1º Lugar - S/T - Paulo de Medeiros
“ESTAS PÁGINAS são DEDICADAs AOS ENTUSIASTAS, QUE DE UMA FORMA APAIXONADA PARTILHAM O SEU OLHAR, POTENCIANDO A ARTE E O GOSTO PELA FOTOGRAFIA.”
Coordenação: Paulino Pavão
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Edição:
2º Lugar - No Campo - Fernando Abreu
3º Lugar - Mascarilha - Sérgio Silva
cria ti va magazine - julho 2020 • 37
saúde ótica
Qual a importância dos óculos de sol? Os óculos de sol protegem os seus olhos dos raios UV e UVA, assim como as células melanócitas no fundo da retina, onde também pode desenvolver-se melanoma. Ao usar óculos de sol, está a diminuir a radiação nessa zona do corpo, uma vez que não é possível aplicar protetor solar nos olhos. Na rua não se esqueça dos seus óculos de sol. É muito importante saber que o uso de óculos de sol sem proteção UV causa a dilatação das pupilas, fazendo com que ainda mais raios UV sejam absorvidos. Como a luminosidade é aparentemente menor, os nossos olhos “pensam” que estão protegidos, mas o efeito é contrário, pois as lentes não garantem proteção UV e estamos a deixar o perigo passar. Não deixe de se aconselhar com o seu especialista!
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Artigo elaborado com suporte em: INSTITUTOPTICO www.institutoptico.pt
saúde auditiva
Quais são as causas de perda de audição? Existem muitas causas diferentes de perda auditiva. Algumas são provocadas pelo mundo que nos rodeia: maquinaria barulhenta, música alta, tiros, explosões, rugido de motos e aviões, etc. Algumas outras causam podem vir de ‘dentro de nós’, incluindo a perda auditiva causada pelos efeitos colaterais de medicação ou infeções no ouvido. Porém, as causas mais comuns de perda auditiva têm que ver com o envelhecimento normal. Faça um rastreio auditivo e saiba como está a sua saúde auditiva.
A perda de audição pode afetar os seus relacionamentos? Os sintomas de perda auditiva podem ser mal interpretados pelos seus colegas de trabalho e entes queridos. Quando você não responde imediatamente ao que eles estão dizendo, eles podem pensar que você não está prestando atenção ou que não está apenas interessado no seu ponto de vista. Os eventos sociais tornam-se menos agradáveis quando se vive com perda auditiva. Pode ser difícil entender o que está sendo dito quando há muito ruído em segundo plano.
1 em 6 adultos possuem algum grau de perda auditiva! Imagine estar a jantar num restaurante movimentado. No fundo, existe barulho de pratos, cadeiras arrastadas, pessoas falando e rindo. Você está esforçando-se para acompanhar o que está acontecendo na sua mesa, e o esforço de fazer isso está começando a fazer-se sentir mais e mais cansado. Eventualmente, você começa a fingir que pode ouvir. Acena com a cabeça, parece interessado e ri com a multidão, mesmo que não tenha entendido as brincadeiras. Começa a sentir-se deixado de fora. Quando sai do restaurante tem uma dor de cabeça palpitante, desapontamento e não pretende repetir a experiência tão cedo. Pense sobre essas situações diárias e sobre como elas o afetam, faça um rastreio auditivo gratuito e previna estas situações.
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reportagem Entrevista
Salomon dedica coleção especial às Golden Trail Series A grande final das Golden Trail Series (GTS), que decorre no final de outubro, nos Açores, terá uma coleção especial da marca Salomon que lançou uma linha dedicada ao evento, na qual estão incluídas sapatilhas, roupa e equipamentos. Natacha Alexandra Pastor Para além de assinalar o evento com um kit diferente, a marca decidiu ainda apoiar a Cruz Vermelha Portuguesa, que tem prestado um importante apoio a pessoas afetadas pela quebra de rendimentos derivado à pandemaria COVID-19, fazendo reverter a totalidade dos lucros garantidos pela venda dos produtos em causa a favor desta entidade. Entre os lançamentos incluídos nesta coleção destacam-se as sapatilhas Sense Ride 3, que graças a esta nova roupagem ganham um esquema de cores (preto, dourado e branco) que promete fazer furor. Um esquema que será também utilizado nos restantes modelos da coleção, todos eles com o logotipo Golden Trail Series. O Campeonato Mundial do Golden Trail será organizado no Azores Trail Run®️ e terá lugar nas ilhas do Faial e do Pico entre 29 de outubro e 1 de novembro de 2020. É uma corrida de quatro dias, onde os ateltas terão de percorrer um total de 126 quilómetros.
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Água de Pau, lagoa
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aconteceu Milícias com nova cadeira anfíbia A Praia das Milícias, que voltou a receber o galardão de “Praia Acessível – Praia para todos”, tem, durante esta época blanear, disponível uma nova cadeira anfíbia para apoio a pessoas portadoras de deficiência física e/ou mobilidade reduzida.
A iniciativa “Praia Acessível – Praia para Todos” promove a acessibilidade às praias criando ou melhorando rampas, estendendo passadeiras de acesso, instalando corrimãos, adaptando instalações sanitárias, além de disponibilizar cadeiras de rodas anfíbias ou outros instrumentos auxiliares, possibilitando que as pessoas com mobilidade condicionada possam aceder à água e aí se banharem.
programa “PDL à Noite 2020” apoia abertura de mais esplanadas A Câmara Municipal de Ponta Delgada vai permitir ao setor da resutaração a abertura de mais espalanadas ao serão, no centro da cidade, uma medida que vigorará até ao dia 27 de setembro. A iniciativa “PDL à Noite 2020” vai autorizar, assim, o encerramento de várias ruas do centro histórico da cidade. O trânsito e estacionamento ficam proibidos às terças-feiras, quartas-feiras, quintas-feiras e domingos, das 19h00 às 24h00, e às sextas-feiras e sábados, das 19h00 às 02h00, nas ruas dos Mercadores, do Aljube, Açoriano Oriental, Manuel da Ponte, do Melo (entre as Ruas do Brum e Conselheiro Dr. Luís Bettencourt Medeiros e Câmara), Largo Vasco Bensaúde, arruamentos nascente e sul do Largo da Matriz e Comandante Jaime de Sousa. Açores passam a integrar rede nacional de incuba doras da AEE Os Açores, através das incubadoras de empresas localizadas nas ilhas de São Miguel, Terceira e Santa Maria, nomeadamente nos parques de Ciência e Tecnologia NONAGON e TERINOV e na INCUBA+, vão integrar a rede de incubadoras da Agência Espacial Europeia (ESA BIC) em Portugal. A integração destas incubadoras açorianas resulta de um concurso lançado
em abril pela Agência Espacial Portuguesa (PT Space) e pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), para que novas incubadoras se juntassem a esta rede.
Câmara da Ribeira Grande deposita placa na Pç. do Emigrante O presidente da Câmara da Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio, assinalou o 10 de junho – Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas – com a colocação da placa do município na Praça do Emigrante em homenagem a todos aqueles que ao longo de décadas emigraram em busca de melhores condições de vida. A inscrição na placa – “Homenagem aos emigrantes que honram e perpetuam a memória da sua terra” – é, também, “o reconhecimento da autarquia aos emigrantes que mantêm vivas as tradições açorianas na diáspora”, realçou Alexandre Gaudêncio.
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aconteceu Obra do CAO da Associação Sea ra do Trigo fica concluída em agosto A obra de construção do novo espaço para Centro de Atividades Ocupacionais da Associação Seara de Trigo estará terminada em agosto. A obra, que conta com uma comparticipação do Governo dos Açores até ao valor de 1,2 milhões de euros, visa a criação de um espaço com condições para os cerca de 70 utentes, tendo em vista oferecer um maior nível de qualidade de vida aos jovens e adultos portadores de deficiência mental do concelho de Ponta Delgada.
PRAÇA N. SRA. DA GRAÇA com BUSTO REVEREN DO SIMÃO LEITE BETTEN COURT
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A Câmara Municipal de Lagoa irá homenagear e perpetuar a memória do lagoense Padre Simão Leite de Bettencourt, com a edificação de um busto, em bronze, na praça de Nossa Senhora da Graça, na freguesia de N. Sra. do Rosário. O Padre Simão Leite de Bettencourt nasceu no concelho da Lagoa, e foi um ilustre açoriano, membro do clero, filósofo e ensaísta, poliglota e personalidade dotada de vasta cultura. Governo atribui três bolsas de investigação nos EUA O Governo dos Açores atribuiu três bolsas de investigação no âmbito do programa de bolsas de curta duração entre universidades e centros de investigação dos Estados Unidos da América e da Região, destinado a investigadores de pré-doutoramento de nacionalidade portuguesa e residentes no arquipélago. O programa, lançado no final do ano passado, no âmbito do protocolo de cooperação entre o Governo dos Açores e a Comissão Fulbright, previa conceder cerca de cinco bolsas por ano letivo destinadas à realização de projetos de investigação em universidades ou centros de investi-
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gação nos EUA, com a duração de quatro a nove meses, por parte de investigadores de pré-doutoramento, ou seja, alunos de doutoramento, mestres ou licenciados.
Câmara de Ponta Delgada apoiou 150 famílias com 603 vales sociais O projeto Vales de Apoio Social para Famílias Carenciadas, uma das muitas medidas criadas pela Câmara Municipal de Ponta Delgada para combater as graves dificuldades socioeconómicas que surgiram no âmbito da Covid-19, apoiou um total de 147 famílias. Foram atribuídos 603 vales sociais, no valor de 12.060 euros.
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horóscopo Astrólogo Luís Moniz
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Carneiro 21/03 a 20/04
A vida afetiva reflete a necessidade de comunicação, que constitui um fator importante na relação, de modo a poder expressar os seus pensamentos. A nível profissional, podem surgir soluções de onde menos espera e vai descobrir os apoios essenciais para conseguir alcançar melhores proveitos.
Balança 23/09 a 22/10 A vida afetiva acusa falhas na comunicação e dificuldades de expressão dos seus sentimentos. Procure adotar uma atitude assertiva e compreensiva. A nível profissional, apresente as suas ideias de forma muito objetiva e fundamente bem as suas opções para conseguir defender os seus propósitos.
touro 21/04 a 20/05 A vida afetiva atravessa um período de segurança e de tranquilidade. Em todos os setores tem a possibilidade de colocar os seus planos em prática. A nível profissional, a sua evolução vai depender exclusivamente da sua capacidade de tomar iniciativas e decisões sobre o futuro da sua carreira.
Escorpião 23/10 a 21/11 A vida afetiva decorre favoravelmente no sentido de assumir compromissos de âmbito familiar e de materializar projetos em termos de maternidade. A nível profissional, trata-se de uma época muito protegida. Sente que tem todos os meios necessários para realizar os seus projetos com sucesso.
gêmeos 21/05 a 20/06 A vida afetiva marca novas possibilidades de recomeçar um romance excitante, mas tente aprofundar o conhecimento acerca do outro elemento do par. A nível profissional, as suas tarefas diárias vão fluir de uma forma concreta e sem problemas incontornáveis. Pode receber apoios de um familiar.
sagitário 22/11 a 21/12
Caranguejo 21/06 a 22/07 A vida afetiva vivencia momentos muito intensos. Vai sentir a energia apropriada para poder partilhar emoções fortes com as pessoas circundantes. A nível profissional, está com a coragem indispensável para seguir a sua intuição e aproveitar as oportunidades que lhe trarão ótimos resultados.
capricórnio 22/12 a 19/01 A vida afetiva é indispensável para o seu bem-estar e não pode encontrar satisfação apenas no campo social. Comece por elevar o seu amor-próprio. A nível profissional, encontra-se com grande capacidade de trabalho e conseguirá ter a argumentação necessária para atrair os apoios que precisa.
leão 23/07 a 22/08
aquário 20/01 a 18/02
virgem 23/08 a 22/09 A vida afetiva recebe boas influências do regente Mercúrio, que lhe permite harmonizar a sua relação amorosa, de modo a encontrar a tranquilidade. A nível profissional, seguramente, terá de tomar decisões cruciais para conseguir concretizar os seus planos e poder melhorar o setor económico.
peixes 19/02 a 20/03 A vida afetiva possibilita-lhe renovar laços, trocar afetos e consolidar a sua relação amorosa. Se está disponível, pode iniciar uma nova paixão. A nível profissional, terá uma ideia que lhe poderá trazer soluções definitivas no que diz respeito a um problema que se arrasta há muito tempo.
A vida afetiva está inclinada para as suas carências pessoais. É tempo de receber de retorno tudo o que semeou e vai ter de enfrentar obstáculos. A nível profissional, decerto vai ter de colocar o seu orgulho de parte para poder aceitar novos projetos e desenvolver outros métodos de trabalho.
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A vida afetiva beneficia do seu entusiasmo reforçado, que atrai aventuras muito escaldantes. Aproveite este ciclo auspicioso, mas evite confusões. A nível profissional, a conjuntura traz-lhe ótimas novidades e dá-lhe a possibilidade de superar eventuais obstáculos para poder realizar planos.
A vida afetiva retrata a qualidade das suas relações e receberá de retorno tudo o que semeou nos últimos anos. É tempo de conquistar a liberdade. A nível profissional, novos projetos trazem-lhe realizações e progressos. Coloque a sua argúcia intelectual a funcionar perante os novos desafios.
opinião
OS 7 “PECADOS” do CHOCOLATE Sandra Alves - Médica e Nutricionista
A história do chocolate remonta à civilização maia que produzia uma bebida amarga a partir das sementes de cacau – o xocoatl – à qual se atribuíam propriedades curativas e afrodisíacas. Com a conquista do império asteca pelos espanhóis, a bebida de cacau chegou à Europa. Durante 100 anos, permaneceu no segredo da aristocracia espanhola e só no século XVI chegou ao resto da Europa. Ao cacau se atribuem 7 propriedades benéficas para a saúde, que vamos agora juntos descobrir: - Apesar de alguma controvérsia, são vários os estudos que associam o consumo moderado, em homens e mulheres saudáveis, de chocolate negro com mais de 70% de cacau (mais evidência ainda se com mais de 85%) a um menor risco de eventos cerebrocardiovasculares, entre os quais o acidente vascular cerebral que é a primeira causa de morte, em Portugal. - O chocolate negro é uma fonte importante de fibra, ferro, magnésio, cobre, manganésio e potássio, tornando-o altamente privilegiado pelos atletas e desportistas na reposição das perdas que decorrem da maioria destes nutrientes durante a atividade física. A sua elevada densidade energética é o seu senão, chegando a fornecer cerca de 600 kcal por 100 g de produto, motivo pelo qual o seu consumo deve ser moderado. - A sua atividade antioxidante contra os radicais livres, conferida pela sua riqueza em polifenóis, flavonóides, catequinas, entre outros, tornam o cacau num interessante escudo antienvelhecimento. - A ação dos flavonóides sobre o endotélio vascular conduz à produção de óxido nítrico, contribuindo para melhorar o fluxo do sangue e reduzir a tensão arterial em pessoas saudáveis. - Alguns estudos demonstram que o cacau em pó pode ser
benéfico na redução do mau colesterol (colesterol-LDL), diminuindo o risco de aterosclerose. - Tem prazer a comer chocolate? A sua riqueza em triptofano contribui para a produção de serotonina, um neurotransmissor cerebral relacionado com o bem-estar. Por outro lado, o chocolate causa aumento das endorfinas que melhoram o humor. Além de melhorar o fluxo sanguíneo no cérebro, o chocolate negro e o cacau possuem cafeína e teobromina, importantes estimulantes cerebrais. No entanto, não se engane! O chocolate não é todo igual! O benefício do chocolate para a saúde prende-se com o cacau. Quanto mais cacau na sua constituição tiver o chocolate, mais escuro ele é e, portanto, mais saudável. Dicas? O ideal é usar o cacau em pó por ser 100% cacau, sem adição de açúcar e outros produtos resultantes do processamento. Chocolate branco tecnicamente não é chocolate. Não tem massa de cacau, tem apenas manteiga de cacau. Logo, perde todos estes benefícios. Se prefere chocolate em barra, quanto maior o teor de cacau, melhor. Como escolher? Olhe para a lista de ingredientes e escolha aquele que na lista de ingredientes apresente o cacau como primeiro ingrediente da lista, porque isto quer dizer que esse é o ingrediente que mais abunda nesse chocolate. Evite chocolates que em vez de manteiga de cacau, possuem gordura hidrogenada na sua lista de ingredientes, pois são “fracos” chocolates. Se puder escolher um chocolate sem adição de açúcar, melhor ainda. Regra prática: consumir um ou dois quadradinhos de chocolate por dia são o suficiente para atingir ganhos. Acabou de ler este artigo e ainda procura pelo sétimo benefício? Afrodisíaco, conhecido como o alimento dos deuses!!!
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voucher pรกg. 45