Segunda edição da Dibolso
O r i g i A l e j a n d r a
n a l i d a H e r n á n d e z
d e ? M u ñ o z
O que é origem para o artista? Podemos dizer que toda origem é o ponto de partida ou o início de uma ação ou coisa que tem continuidade no tempo e/ou no espaço. Em Arte, o valor da origem muitas vezes é fundamental na compreensão e apreciação do processo criativo e/ou na fruição do fenômeno artístico. O termo originalidade, por definição, remete à uma condição dupla de lugar de procedência (do que se caracteriza por determinada origem) e de situação inicial de algo (do que está no começo, no princípio). Em sentido figurado, originalidade é à qualidade de inusitado, do que não foi ainda imaginado, dito ou feito, no sentido de inovação e singularidade. O termo originalidade também remete à capacidade para expressar-se de modo independente e individual, no sentido de habilidade criativa, ou como sinônimo de criatividade. Um dos historiadores Janson (não sei se o pai ou o filho) diz que a originalidade é aquilo que distingue a arte da destreza. E ressalva, “estejamos conscientes ou não dela, a tradição é a estrutura dentro da qual forjamos nossa opinião sobre as obras de arte e avaliamos seu grau de originalidade”. De modo óbvio, pode-se dizer que algo é original quando não é uma cópia. Então, o problema é avaliar quão original é a obra de arte respeito à referência, seja ela qual for. Porém, se levarmos em conta o conceito de mimese ou imitação, tão caro à criação artística em diferentes acepções, poderíamos relativizar ainda mais o tal grau de originalidade da obra de arte, inclusive chegar à conclusão que se tudo se inspira em algo, se tudo tem um precedente, logo a originalidade não existe. (Aliás os dadaístas iam adorar isso!).