Relatório trid iii (1)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Disciplina: Expressรฃo tridimensional III Departamento: Artes plรกsticas Orientador: Cristiano Pitรณn Estudante: Vinicius de Abreu Freitas

Salvador 2018


Relatório de atividades Quinquilharia – Desta atividade, surgiu a performance: universidade, dois ponto, leia a bula. A universidade é vendida como a solução para a ascensão social, embora ela não possua bula (e nada garante a mudança de classe e/ou de status). Ao entrar neste estranho ambiente, você não está pronto para as reações adversas; dentre elas adoecer, e o suicídio de colegas. É certo que nos é imposto um ritmo sem intervalos, e as discursões sobre o uso de medicamento e o suicício de estudantes ainda são rasas e raras dentro da UFBA. Álem disso, uma forte cobrança social, acadêmica e pessoal pesa sobre os ombros dos universitários. Não é difícil encontrar colegas que

adoeceram mentalmente.

O que gera uso indiscriminado de entorpecentes,

estimulantes e medicamentos, todos “tomados” na mesma proporção em que “engolem” autores e teorias com um cafezinho (o constante companheiro da vida acadêmica). Um porta-comprimidos, uma pequena caveira de metal, uma pequena xícara, uma jarra de café e um banco de madeira. Elementos comuns que todo estudante possui em casa e que ganham maiores significados ao compor esta performace, fomentando reflexões sobre os comportamentos autodestrutivos gerados por o conjunto de fatores da vida universitária. A performance foi executada na Escola de Belas Artes. Caixa de arteiro – Desta atividade, foi concebida a obra: Experimento com luz nº1 Nesta obra fui estimulado pelo comportamento da luz em meios transparentes. Um pequeno pote de vidro, com água (colorida de vermelho), uma peça de dominó, sal rosa e uma pedaço de papel branco são as peças usados na composição. O dominó fica dentro do pote, suspenso por material transparente, causando a impressão de flutuação, e com a refração da luz ele ganha proporções diferentes conforme o ângulo de expector. 5 conto – Desta atividade construi a obra: Aposentadoria. A presente peça foi desenvolvida ao ponderar sobre a política brasileira contemporânea. A obra é composta por um popular cofrinho em formato de botijão de gás, vendido em lojas de quinquilharias, e colado na superficie um pequeno pedaço de papel com as cores da bandeira brasileira, escrito: Aposentadoria. A ideia surgiu ao poderar sobre a reforma da presidência pública, que provavelmente a “extinguirá”. Ao juntar estes elementos nesta obra, sugiro que se


faça uma previdência privada, já que a pública não é certo que se consiga o benefício. Além disso, o formato de butijão de gás traz outro significado, faz referência ao rombo da Petrobás, o que causou aumento dos preços de devivados do petroléo. O dinheiro que iria pra aposentadoria acaba indo pro gás de cozinha, dificultando também um plano de previdência privada. Ação módulo – Ausente durante a execução. Mas presente durante a concepção e experiência com os objetos. Esta ação tornou-se um estudo do ambiente e das ferramentas necessárias para o desenvlvimento de outras ações (DDD e SINTO). Portifólio – Apresentado segundo as especifícações do orientador da turma. Contendo registros de trabalhos anteriores e uma mini-bio. DDD (dispositivos deflagradores de diálogo) – Esta atividade culminou na obra: Informação grátis. Uma intervenção urbana em que entreguei dentro de bexigas, alguns trechos do artigo 5º da Constituição Federal de 1988, que falam sobre os direitos individuais. Informação importante, e que pode prevenir abusos de autoridades, partindo do pressuposto de que informação é poder. A idea surgiu ao perceber que muitas pessoas não conhece, ou conhece rasamente a Constituição, embora ela seja encontrada facilmente e seja grátis! Com um mínimo de esforço - estourar a bexiga - é possível alcança-la. SINTO - experimentando a cidade. Ação em conjunto com outros colegas da turma, cada cerca de 4 grupos desenvolvendo ações sob a mesma temática. Este foi o texto utilizado no cartaz que foi lançado nas redes sociais: “Todos tem o seu lugar ao sol, mas só se você não estiver nas praias da Barra! A sombra dos prédios invade a faixa de areia, se quiser “tomar um sol”, vai ter de buscar outro local ou espremer-se entre as sombras. Porém, segundo o Art. 90 da LOM – Lei orgânica do município de Salvador - “Não será admitida urbanização que impeça o acesso público às praias e ao mar”, e supomos que, implicitamente, a nossa querida LUZ DO SOL.

Foram essas, e outras

inquietações sobre a orla de Salvador que originaram o SINTO, um conjunto de ações desenvolvidas durante as aulas da disciplina Expressão Tridimensional III (Escola de Belas Artes da Universidade Federal Bahia), e que serão executadas no dia 22/02. Vá e não esqueça o sombreiro, se você achar que precisa.”


. Em meu grupo estivemos eu e a artista Erika Matos. Durante o processo (á sugestão do orientador) criei dois personagens, as palhaças Teteca e sua irmã gêmea (imaginária) Agribolda. Junto com a Titinha (palhaça da Erika Matos), demos continuidade a intervenção Informação grátis e ao mesmo tempo, desmistficando a ideia de que palhaço é idiota, burro, desinformado ou ingêneo, concepção que gerava grande desconforto na Erika, por diminuir a importância da palhaçaria como importante ferramenta de crítica social.

Sobre a experiência do SINTO Eu nunca tinha visto palhaço ao vivo! O olhar dengoso e o sorriso pueril denunciavam a veracidade da frase acima: a primeira vez de um colega de turma vendo um palhaço, na verdade palhaças. Imagine minha felicidade, os dois perdemos a virgindade “palhaçaresca”, ele enquanto público e eu enquanto palhaças. Na minha primeira vez dando corpo e voz as personagens Teteca, e sua irmã gêmea (imaginária) Agribolda, recebo um presente especial como este. Além delas também apareceram outros personagens, foi um encontro singular. A palhaça Titinha (Erika Maia) O rei Andrakin (Nor’ton) A rainha Anaís Queen (Nor’ton) As palhaças Teteca e Agribolda (Vinícius Falcão) Juntaram-se em um conglomerado de expressões, vozes, cores, luz e ritmo, que divertiram, tocaram e surpreenderam tanto os artistas que viviam os personagens, quando os que faziam outro tipo de intervenção, além do público do Porto da Barra, que inclui: garçons e garçonetes dos barzinhos da região, moradores de rua, crianças, garis, vendedores ambulantes e equipes de reportagem. Uma explosão de arte para denunciar os problemas sociais e estruturais de um dos pontos turísticos mais famosos da cidade de Salvador. Tenho de destacar a doçura e profissionalismo de Erika Maia, que além de atriz, também foi a figurinista e maquiadora de Teteca e Agribolda. Um dia glorioso para mim enquanto artista e ser humano. As experiências adquiridas na intervenção urbana do SINTO, certamente provocaram reflexões no público, e as mensagens foram transmitas. “Palhaço não é


desinformado”, diziam Titinha e Teteca (Agribolda ficou sentada embaixo do sombreiro, indisposta) enquanto entregavam bexigas (das cores da bandeira brasileira), com alguns trechos em papel do Artigo 5º da Constituição Federal de 1988. Ou ainda, “É melhor ser palhaço que ser desinformado”, “informação grátis”, “você não quer informação? Ele prefere ficar desinformado”. Diferentes tipos de público foram alcançados. Os registros coletados pelo Prof. e orientador da disciplina Expressão Tridimensional III (onde foi concebida a intervenção SINTO) – Cristiano Píton – denunciavam a diversidade de reações sobre o nosso trabalho; risos, caretas e todo tipo de assédio foram fatos recorrentes. O objetivo foi comprido. Tudo graças a coordenação dos colegas de turma. Com certeza foi uma grande palhaçada! Vinícius Falcão


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