Informativo nº 111

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Novembro - Dezembro de 2008 | Ano XII | N° 111

ENTREVISTA O diretor técnico da Corsan, Eduardo Barbosa Carvalho fala sobre o planejamento da instituição

ambiente

Porto Alegre ganha centro de regeneração de CFC

sugestão do leitor Gordura que limpa gordura: sebo bovino é essencial na fabricação de sabão

Informação na prateleira

Embalagens inteligentes e ativas interagem com o produto e facilitam a vida do consumidor


índice 4 entrevista

Abastecimento e Qualidade

5 6 8 10

ambiente

Centro de regeneração de CFC em Porto Alegre

sugestão do leitor

Gordura que limpa gordura

inovação

Informação na Prateleira

eventos

CRQ-V obtém sucesso na participação em eventos

Sorteio Neste final de ano, sortearemos dois livros: “Os Impérios da Química Moderna”, de Jacques Bergier, e “As revoluções de Ferran Adrià” (sobre o chef de cozinha que transformou a culinária em arte), escrito pelo jornalista Manfred Lamberdière. Para participar, basta entrar no site www.crqv.org.br e se cadastrar na nossa newsletter.

Editorial Os químicos e o natal Há milhares de anos, três químicos, ou magos, como eram conhecidos naquela época, iam para a casa depois de um exausto dia de trabalho na casa de alquimia. Entre fórmulas, soluções, experimentos surgiam as descobertas. Sedentos pelas novidades, sempre desvendavam o que lhes despertava curiosidade. Eles acreditavam que a química estava em tudo. Naquele dia, na volta para casa, os três se surpreenderam com um forte feixe de luz que deslizava no céu. Ávidos por saber qual a reação que acontecia na escuridão da noite, eles foram seguindo a luminosidade. Os magos pensavam que poderia ser uma oxidação do magnésio, mas como poderia ter acontecido? Assim foram seguindo com a esperança de alcançála. Foram tão longe que não se deram conta da distância percorrida. De tanto caminhar, chegaram na cidade de Jerusalém. Os três continuaram seguindo a estrela até um estribo, onde escutaram o choro de criança. Lá, vários animais observavam o recém-nascido, junto a um anjo que pairava sobre o ambiente. Certos de que estavam participando de um evento divino, os três químicos sentiram a necessidade de presentear o menino. Belchior, Baltazar e Gaspar entregaram elementos que sempre levavam consigo, pois acreditavam trazer riqueza, fé e imortalidade. O ouro, um metal de transição, além de ser visto como poder aquisitivo pela população era alvo de muitos testes, pois era intrigan-

te a não-reação deste elemento com os demais. Os alquimistas até conseguiram produzir ouro a partir do chumbo. Outro presente dado por eles foi o incenso, feito a partir de uma resina aromática produzida com seivas secas da árvore Olíbano, de origem africana. Era utilizado pelos químicos a fim de experimentação sobre a combustão dos reagentes e os gases liberados, que traziam a fragrância durante o processo. A mirra, uma resina aromática que continha óleos essenciais retirados de uma árvore espinhosa (Commiphora myrrha) de mesmo nome, que em hebraico significava amargo. Sua composição química é definida por vários elementos: arabinose, ß-bourbuneno, ß-cariofileno, ß-elemeno, elemol, etanol insolúvel (goma crua), furanosesquiterpenos, galactose, humuleno, proteínas e resina. Ela apresentava propriedades anti-sépticas, e era usada na fabricação de medicamentos, e também um dos principais ingredientes da mumificação – era um misterioso produto, que estava sendo descoberto pelos três químicos. Sempre em busca de conhecimento os magos deram origem aos químicos de hoje, deixando como mensagem a incansável busca por inovações. Tudo para trazer o bem estar à população. Que em 2009 os Químicos continuem acreditando no poder da profissão, pois a química eternizou-se, sendo abençoada quando se fez presente no nascimento de Cristo. O CRQ-V deseja a todos boas festas e maravilhoso começo de ano!

números do conselho DOCUMENTOS

SET/OUT

TOTAL

ART’S emitidas

899

4.512

Registros Definitivos

241

639

Registros Provisórios

149

530

9

65

784

2519

Certidões A ganhadora da ecobag foi a bacharel em Química de Alimentos Danieli Oleiro Machado, de Pelotas/RS.

Processos Analisados

* errata: os numeros da edição anterior são referentes aos meses de julho e agosto, e não maio/junho como foi publicado

Expediente INFORMATIVO CRQ-V - Av. Itaqui, 45 - CEP 90460-140 - Porto Alegre/RS - Fone/fax: 51 3330.5659 - www.crqv.org.br Presidente: Paulo Roberto Bello Fallavena Vice-Presidente: Estevão Segalla Secretário: Renato Evangelista Tesoureiro: Ricardo Noll

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Assessoria de Comunicação do CRQ-V assecom@crqv.org.br Jorn. Resp.: Vanessa Valiati Edição de Arte: Letícia Lampert

Colaboração: Camila Vargas Estagiário: Marcos Bertoncello Tiragem: 10.000 Impressão: Gráfica Trindade


Entra em vigor resolução sobre pilhas e baterias Os pontos de venda de pilhas e baterias do País terão dois anos para oferecer aos consumidores postos de coleta para receber os produtos descartados. Caberá ao comércio varejista encaminhar o material recolhido aos fabricantes e importadores que, por sua vez, serão responsáveis pela reciclagem, ou, quando não for possível, pelo descarte definitivo em aterros sanitários licenciados. A Resolução CONAMA nº401 também estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado. (Ministério do Meio Ambiente)

Uergs prepara o vestibular de 2009 Aprovado em reunião do Conselho Superior da Universidade (Consun), o vestibular de verão da Uergs será lançado no mês de dezembro. Haverá a oferta de 40 vagas para ingresso de novos acadêmicos no curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia da Unidade da Uergs em Bento Gonçalves, fato que sinaliza o fortalecimento desta Unidade Universitária na região. As inscrições estendemse de 06 de dezembro a 19 de janeiro, sendo que as provas acontecem no dia 8 de fevereiro. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3288-9030 e 3320-1017.

MEMÓRIA O Conselho Regional de Química informa, com profundo pesar, o falecimento de quatro profissionais relacionados à área da química: O engenheiro químico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Frederico Ponte Filho, faleceu aos 70 anos. Ele assumiu a presidência do Conselho Regional de Química da 5ª Região em julho de 1963, cumprindo três anos de mandato. Iniciou seu trabalho com uma intensificação na parte da fiscalização, fazendo visitas intensivas aos grandes pólos industriais do RS, SC e PR (na época, o CRQ-V fiscalizava toda região sul do país). Solon Vieira Marques, faleceu aos 93 anos, em decorrência de um enfisema pulmonar. Marques se formou em Farmácia e Bioquímica na UFRGS, em 1946, e era professor e doutor em Química Orgânica. Por duas vezes foi presidente da Associação Brasileira de Farmacêuticos-Químicos do Rio Grande

do Sul, além de ser diretor do Instituto de Química da UFRGS. O ex-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o químico Tuiskon Dick, 81, faleceu devido a uma parada cardíaca. Dick era natural de Lajeado. Em Porto Alegre, além da formação em Química, concluiu o curso de Medicina. Foi um dos fundadores do Departamento de Bioquímica da UFRGS, trazendo o primeiro microscópio eletrônico da universidade, além de ter sido o criador do Centro de Ecologia da Universidade Federal. Ele deixa a mulher, três filhos e oito netos. O contador Edmar Carlos Noll, pai do tesoureiro do CRQ-V, Ricardo Noll, faleceu aos 92 anos. Nascido em 1916 no município de Carlos Barbosa no Rio Grande do Sul, Edmar esteve vinculado a empresas no ramo químico-farmacêutico como a Jimo Química Industrial Ltda. Ele teve parada cardíaca e deixa um único filho.

CRQ-V inicia a criação de novas delegacias regionais Com o sucesso da Delegacia Regional da Serra, no município de Farroupilha, o Conselho Regional de Química da 5ª Região decidiu dar continuidade ao projeto de expansão que tem por objetivo facilitar o contato com os municípios mais distantes da sede na Capital. A segunda Delegacia Regional estará localizada na cidade de Passo Fundo (Av. Gal. Netto 386/607, Centro) , atendendo ao municípios da região norte e noroeste do Estado. A previsão de funcionamento é janeiro do próximo ano. As outras sedes, ainda em negociação, estarão situadas em Pelotas e Santa Cruz do Sul.

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entrevista

Abastecimento & qualidade A Companhia Riograndense de Saneamento abastece hoje cerca de sete milhões de gaúchos*, o que corresponde a dois terços da população do Estado. São 125 profissionais da Química (37 nível superior e 88 nível médio) que trabalham para abastecer com qualidade os reservatórios do Estado. Conversamos com o diretor técnico da instituição, o engenheiro químico Eduardo Barbosa Carvalho, que falou de metas e planejamento para os próximos anos.

Corsan/Divulgação

Como está o planejamento da Corsan para enfrentar a temporada de calor no Estado? Nós já estamos, há alguns anos, trabalhando no sentido de planejamento com relação ao período de verão, buscando a construção de novos reservatórios de água bruta - que depois vai ser transformada em água potável – e também a ampliação da reserva de águas tratadas. Neste verão, estamos

dentro do planejamento normal. Não temos previsão de estiagem prolongada. As chuvas que ocorreram ao longo do ano têm evidenciado níveis adequados nas barragens e reservatórios. Também temos uma parceria com os Comitês de Bacia. O que acontece no verão, é que algumas culturas agrícolas dependem de muita quantidade de água, e como a proporção é quatro vezes maior do que para o consumo humano, há uma competição entre o consumo e a agricultura. Essa parceria com os Comitês de Bacia serve para definir os níveis de alerta dos rios: chegando ao número determinado, há um aviso aos entes que utilizam a água daquele rio para que haja uma diminuição e a priorização do uso para consumo humano. Essa é uma melhoria recente. Dessa forma, cabe à Corsan ser a entidade que faz a medição dos níveis e os divulga aos usuários que compõem a bacia.

Eduardo Barbosa Carvalho

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temas

de

Nos últimos anos a Corsan tem recebido diversos prêmios de qualidade. A que tipo de planejamento isso se deve? Faz parte de uma diretriz estratégica da empresa. Desde 2004 a empresa definiu uma forma de atuação que buscava, no primeiro momento, uma saúde financeira, ou seja, arrecadar mais e otimizar as despesas. A partir disso notou-se a necessidade de utilizar práticas de gestão voltada para resultados. Buscamos implementar sisgestão baseados em

critérios de excelência, alinhadas aos programas de qualidade (ISO, PGPQ) . Gradativamente, fomos ampliando a implantação dessas práticas, tanto em nível corporativo como também nas unidades de saneamento que operam os sistemas de água e esgoto nos municípios. Os prêmios são a tradução da implantação de práticas de gestão que iniciamos em apenas duas unidades de saneamento e hoje temos mais de 70 trabalhando com essa sistemática. A meta é que até o final de 2010 todas elas estejam trabalhando nesse sistema de gestão. A premiação é conseqüência disso. Além de todos os resultados, também temos o objetivo de criar um reposicionamento perante a sociedade, cliente e comunidade: a empresa deve mostrar que tem critérios e sistemas de gestão implantados com práticas reconhecidas internacionalmente, e que busca sempre a modernização da gestão voltada para resultados.

E o espaço do profissional da Química? O papel do profissional da química é fundamental. Tanto em nível de gestão como em qualidade intrínseca, o profissional da química é importante. Antigamente, as empresas de saneamento tiveram nos seus primeiros anos de atuação o fim específico de ampliar o fornecimento e os serviços de água. Isso demandava muitas obras e, então, acabou tendo essa fama de ser uma empresa de engenharia civil. Mas na realidade é uma indústria química, porque tem o fim específico de transformar a água superficial ou subterrânea em água potável e isso envolve uma série de processos unitários, produtos químicos, reações, controles de qualidade em que o profissional da química tem uma atuação imprescindível. Isso também ocorre no esgoto, no tratamento antes de devolvê-lo ao meio ambiente. Em decorrência disso estamos ampliando o número de


profissionais da química na nossa empresa. Recentemente tivemos a contratação de mais de 40 técnicos em química, mais engenheiros químicos e químicos. Além disso, estamos dando ênfase para os profissionais de nível médio, pois, nas nossas estações, a presença do técnico é importante nas atividades do dia-a-dia. São profissionais que trazem consigo um conhecimento técnico importante que, agregado à experiência dentro da empresa, só tende a melhorar a qualidade do serviço.

E a Corsan em 2009? Para os próximos anos, o nosso grande desafio é a ampliação dos serviços de esgotamento sanitário. Hoje, apenas 13% da população é atendida. É um número baixo, pois dentro das necessidades básicas, a água sempre foi o mais premente, enquanto que o esgotamento sanitário seria mais facilmente resolvido. Mas a sociedade hoje, já com as questões de água praticamente resolvidas [no RS], tem traduzido os seus anseios pelo esgotamento sanitário. Além dos clientes, o contexto que leva a isso são as questões ambientais e de qualidade de vida. Os eventos ocorridos (como a mortandade no Rio dos Sinos, por exemplo) têm alertado aos governos no sentido de destinarem recursos de orçamentos para obras de saneamento. O PAC do governo federal traduz alguma coisa disso, pois são recursos que o governo identificou como necessários aos Estados, para usar no esgotamento sanitário. A Corsan espera investir nos próximos anos mais de um bilhão de reais, sendo que mais da metade disso é para o esgotamento sanitário. A nossa meta para os próximos anos é passar de 13 para mais de 30 % de cobertura. É um investimento caro, mas deve haver consciência. Então os desafios: Ampliar a capacidade de investimento para que possamos trabalhar na qualidade de produtos e serviços e o foco na ampliação da cobertura do esgotamento. A previsão é de que até, 2010, a maioria dos contratos de parceria com os municípios sejam renovados. * Fonte: www.corsan.com.br

ambiente

Centro de regeneração de CFC em Porto Alegre Em setembro de 2008 foram divulgados os resultados das metas traçadas pelo Protocolo de Montreal, documento que completa 20 anos, estimulando a diminuição de gases poluentes, e aponta números positivos para o Brasil. Ou seja, o país aparece como a quinta nação que mais diminuiu a quantidade de gases destruidores da camada de ozônio. Uma proteção que enfraquece a cada ano e os maiores prejudicados são aqueles que poluem: os seres humanos. Para acabar com uma parte do problema que contribui para o fim da camada de Ozônio existe uma lei de n° 10169 criada em 1994 que pune o agente responsável pelo lançamento do gás clorofluorcarbono, mais conhecido como CFC. Utilizados em larga escala em aparelhos de refrigeração antigos, sprays, ar condicionado e nas grandes indústrias. A lei prevê a detenção de até três anos e restritivas de direitos, com multa e prestação de serviços à comunidade, caso não se cumpra a legislação. Além disso, também pune empresas que não acatarem as normas. Entretanto, a fiscalização apresenta dificuldades pela natureza do gás: invisível, incolor e inodoro. A lei só pode ser aplicada se houver um flagrante da liberação. “Tem que estimular a consciência”, diz o químico Francesco Rosito, da empresa Refrigeração Capital, de Porto Alegre, que recentemente foi classificada pelo Plano Nacional de Eliminação de CFC’s com a representante da região sul para receber o centro de regeneração do gás. Outras quatro capitais do país, já utilizam a estrutura proporcionada pelo Governo Federal que permite reutilizar o CFC. O aparelho executa um processo físico-químico, tendo a capacidade de processar 100 kg de gás por hora. Inicialmente o diretor da empresa Adão Lumertz pretende produzir cinco a seis toneladas por mês. “Tudo vai depender da divulgação do trabalho e da conscientização da população, principalmente dos mecânicos que trabalham mais diretamente com o gás”, afirma Lumertz.

Depois de passar pelo reprocesso, o CFC será analisado em um cromatógrafo gasoso para verificar o índice de pureza, e, somente após o estudo, o gás será comercializado por um preço simbólico e poderá ser reutilizado. Para facilitar o transporte do gás, Lumertz prevê a criação de embalagens descartáveis de 500 gramas (peso total de CFC em cada refrigerador) para incentivar o mecânico levar ao centro de regeneração. A previsão é de que, em um mês, a empresa esteja em pleno funcionamento.

Saiba mais: O CFC é importado já que a produção nacional foi suspensa desde 1999, depois que o país aderiu ao Protocolo de Montreal, que prevê o fim da fabricação e consumo do gás até 2010, em função dos prejuízos causados pela substância ao meio ambiente.

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sugestão do leitor

Gordura que limpa gordura O sabão que deixa a louça brilhante e o sabonete que garante a higiene pessoal são provavelmente feitos a partir de um material um tanto quanto estranho: o sebo bovino. Essa gordura de origem animal se tornou, muito por causa de seu baixo custo, a principal matéria-prima dos fabricantes de sabões e sabonetes do Brasil. “De fato, pelo seu preço, o sebo é o mais usado hoje em dia para se produzir essas substâncias de limpeza”. É no que acredita a engenheira química Isabel Cristina Borsa, responsável técnica da empresa Memphis S.A Industrial, que trabalha na fabricação de sabão, sabonetes e detergentes sintéticos, localizada em Porto Alegre. Isabel é a coordenadora da área técnica da Memphis, controlando o processo de produção e garantindo o uso de matériasprimas adequadas. De acordo com ela, há muitos caminhões de fábricas que

recolhem retalhos de animais em frigoríficos ou até mesmo em açougues e levam aos fabricantes de produtos de limpeza para extraírem a gordura. Não é o caso da empresa gaúcha em questão, que já possui o fornecimento direto do sebo bovino. O sebo apresenta-se de forma pastosa à temperatura ambiente, de cor esbranquiçada e com odor característico. Ele pode ser extraído de qualquer parte do corpo do animal. A grande transformação dessa gordura em sabão se dá da seguinte forma: os retalhos recolhidos pelos caminhões são cozidos e o sebo, liquefeito, se dissipa das partes sólidas. Logo após, ele é submetido a um processo químico de desodorização e branqueamento. Por fim, é adicionado soda cáustica (NaOH) juntamente com sebo vegetal, o que provoca reações químicas entre o ácido graxo (presente na gordura bovina) e um metal alcalino (o sódio), transformando o sebo em sa-

bão. Tal processo é conhecido como saponificação. Um bom produto final está diretamente relacionado com o controle de qualidade do processo, além de uma boa matéria-prima. É nessa parte que o papel do químico torna-se crucial para o fabricante. Isabel defende que “a função desse profissional é fundamental e de extrema responsabilidade para garantir o funcionamento da empresa”. Não se sabe ao certo a época de surgimento do sabão. Há indícios que, quase 500 anos antes de Cristo, os fenícios já o produziam através da terra argilosa, contudo de forma líquida. Somente os árabes, no século 13, conseguiram o sabão sólido por meio da saponificação. Os espanhóis, posteriormente, acrescentaram-lhe óleo de oliva, para dar um cheiro mais suave. A partir do século 15, a Europa começou a produzir sabão em grande quantidade o que o tornou um produto de fácil acesso à população. Hoje em dia, podemos encontrá-lo de vários tipos, tamanhos, cores e aromas. Até mesmo fórmulas sofisticadas que agem nos diferentes tipos de pele, garantindo-a uma limpeza pura, no caso dos sabonetes. A questão do biodiesel Em 2007, a grande produção de biodiesel no Brasil fez aumentar os preços do sabonete e do sabão em barra, o que ocasionou uma relativa queda das vendas desses produtos. O motivo estaria no sebo bovino que teve seu valor duplicado graças à concorrência com essa matéria-prima. Apenas os fabricantes de produtos de limpeza usufruíam dessa gordura, mas agora ela também virou alvo

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de produtores de biodiesel. Com isso, a cotação do quilo do sebo bovino vendido pelos frigoríficos passou de R$ 1 para R$ 2,50 em comparação a 2006 segundo pesquisas de mercado. A pergunta que surge é: por que só agora começaram a visar a gordura animal? A explicação está na crise financeira, que fez elevar o preço da soja (óleo de soja), principal matériaprima do biodiesel, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Saboeiras e Afins (Abisa). Criada há 28 anos e com sede no Rio de Janeiro, a associação congrega 113 empresas do setor em todo o país, responsáveis pela produção de diversos itens de higiene pessoal e doméstica. O biodiesel podia tornar-se um vilão para a indústria saboeira e seus consumidores graças à falta de fiscalização sobre a produção de matérias-primas para esse tipo de combustível. Dados da Abisa indicavam que o sebo estava sendo desviado para a confecção de biodiesel, provocando aumento no preço.

Para o diretor da Abisa, o engenheiro João Augusto Carneiro, o preço do sebo estabilizou, voltando a um valor bem menor, porém “continuou muito aquém das expectativas comparado ao seu preço inicial”. Ele explica que o biodiesel sempre foi um concorrente das indústrias saboeiras, mas que só no ano passado, os produtores do combustível verde conseguiram ultrapassar certas restrições governamentais quanto a sua produção. Carneiro ainda acredita que, mesmo com a crise econômica mundial neste ano, não haverá um crescimento tão relevante nos preços da gordura animal e, por conseqüência, dos produtos de higiene, pois atualmente o biodiesel é resultado principalmente da mistura do óleo de soja com o sebo e não apenas de só um resíduo.

Outros produtos que tem a utilização do sebo bovino além da fabricação de sabão e sabonetes. • ração (gordura é essencial para o funcionamento do organismo dos animais) • lubrificante • uso veterinário • conservação de couro

Passo a passo da produção de sabão/sabonete 1.

Os caminhões das fábricas de sabão recolhem restos bovinos em açougues e frigoríficos

2. Já na indústria, esse material

é cozido: o sebo separa-se das partes sólidas

3.

O sebo sofre um processo químico de branqueamento e desodorização

4.

Adicionando soda cáustica e gordura vegetal, temos a transformação do sebo em sabão

5. O sabão recebe a adição de corantes e perfume, passa por uma secadora e é cortado na forma de barras para ser comercializado.

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inovação

Informação na prateleira As novidades deste século caracterizam a transformação da época e marcam a maneira de conduzir o diaa-dia da sociedade. Quando a tecnologia vem aliada a processos conhecidos há milhares de anos, a credibilidade da criação é ainda maior. Esta junção foi utilizada para desenvolver as embalagens inteligentes e ativas nos laboratórios do curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos.

Nos testes feitos com produtos cárneos, a fita naturalmente de cor bordô, se torna azul quando o alimento começa a ficar inapto ao consumo, ou seja, o pH começa a aumentar. Quando o pH alcança 6,5, a carne já esta em processo de degradação das cadeias protéicas. De acordo com Janice é um equilíbrio químico que acontece entre as antocianinas e o produto. Para chegar nessa informação foi elaborada uma escala de pH das antocianinas e verificado o comportamento da sua coloração com diferentes níveis de acidez e alcalinidade. Essa transformação visível indica a aptidão ou não

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As embalagens ativas também surpreendem pela sua atuação, pois elas agem aumentando o prazo de validade. Uma solução à base de glicerol e gelatina é aplicada em camadas finas, formando um filme incolor e comestível nos alimentos. Sem alterar o paladar, a textura e o aroma, os testes mostraram boa aceitação na hora da degustação. Além disso, a aparência brilhante do produto após o biofilme fica mais atrativa para os consumidores. O processo químico que envolve esse experimento é baseado na proteção do produto ao oxigênio. Com a ausência deste elemento químico, os microorganismos não se proliferam e não degradam as cadeias protéicas. Dessa forma, quando a embalagem

a vácuo é aberta o produto continua tendo uma validade prolongada, ao contrário do que ocorre normalmente. Outros estudos estão sendo feitos para que sejam adicionados ao biofilme componentes antimicrobianos, que são princípios ativos (extratos) naturais, como cravo da índia, gengibre e noz-moscada. A idéia é que haja a migração durante a vida de prateleira destas substâncias para os produtos, aumentando mais ainda o prazo de validade. A coordenadora diz que, dentro das áreas de embalagens ativas, há muito que fazer, porque de acordo com a interação entre os produtos, teremos que estudar diferentes composições de alimentos. “Tem uma série de ensaios que temos que fazer, desde testes físico-químicos até a observação da atuação na prateleira, mas é um campo promissor”. Um exemplo da CRQ-V/Divulgação

As embalagens inteligentes conseguem mostrar para o consumidor a condição em que se encontram os produtos dentro da embalagem, através da mudança de cor do invólucro. As biofitas, como são denominadas neste período de teste, são produzidas à base de fécula de mandioca e de glicerol, dois produtos renováveis que apresentam custo baixo na fabricação. O grande mistério da mudança da coloração é desvendado com a presença das antocianinas – substâncias responsáveis pela pigmentação das frutas, flores e folhas - impregnadas nas biofitas. “Este componente muda de cor em contato com o pH do alimento, porque a mudança de pH é um indicador de qualidade”, explica a coordenadora do curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos, Janice da Silva.

ao consumo para os clientes. “É muito mais importante do que um carimbo indicando a validade do produto”, considera a coordenadora.

Janice da Silva, coordenadora do curso de Eng. de Alimentos da Unisinos


CRQ-V/Divulgação

prosperidade do projeto é o interesse de uma indústria na área de embutidos cárneos para inserir em sua produção estas soluções filmogênicas. Janice ainda avalia que o desenvolvimento das bioembalagens não é desconhecido da área química, mas a inovação do desenvolvimento está na junção dos recursos simples da química à aplicação nos produtos alimentícios. “Nós conseguimos chegar a uma embalagem que informa a qualidade do produto e os produtos não precisarem mais ficar congelados para garantir um maior prazo de validade”.

Biofitas em ação

Questão de tecnologia, higiene e saúde - Projeto de Aplicação do Ozônio no Processamento de Alimentos Com a aprovação e recursos da Finep Universidade ganha laboratório de ozonização Segurança é uma preocupação constante da indústria alimentícia. Mais do que apresentar atributos sensoriais, qualidade nutricional e “vida de prateleira”, os alimentos devem ser seguros para o consumidor. Em função disso, tecnologias aplicadas ao processamento buscam eficácia dos processos de inativação microbiana, sem afetar qualidade e o valor nutricional, causando ainda baixo impacto ambiental. Dentro dessa perspectiva, a ozonização, ou aplicação de ozônio, surge como nova tecnologia em diversas etapas do processamento de alimentos como na higienização de superfícies e equipamentos, tratamento de águas, desinfecção de carne de aves e bovinos e na sanitização de frutas e hortaliças. O ozônio é um gás incolor, instável, de odor pungente e parcialmente solúvel em água, que se destaca por seu elevado poder oxidante. É um forte agente desinfetante com grande potencial de uso na indústria de alimentos. Ele apresenta elevado poder germicida na inativação de grande variedade de organismos patogênicos, incluindo bactérias, vírus e protozoários. Atualmente a indústria se utiliza do “cloro ativo”, ou denominações como água clorada e água sanitária, para higienização em seus processos tecnológicos. Estudos têm mostrado que o

ozônio apresenta uma eficiência germicida superior ao cloro em relação a uma grande gama de microrganismos, se tornando notório nas últimas décadas em função da preocupação da indústria com os subprodutos da cloração. Depois de trabalhar a Aplicação do Ozônio no Controle de Bolores e Leveduras durante a Maturação do Queijo Parmesão em uma pesquisa de 2006, e com ela receber, em 2007, o Prêmio de Inovação Tecnológica da Associação Brasileira de Engenheiros de Alimentos (Abea), o curso de Engenharia de Alimentos da Unisinos elaborou um projeto que concorreu em edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - Laboratórios de Inovação. Com a vitória e a vinda dos recursos, o projeto ganhou forma: um laboratório de ozonização para universidade, investimentos de empresas do setor e a espera pelos resultados advindos da pesquisa que poderão ser utilizados para criação de leis que regulamentem o setor. O trabalho, intitulado Desenvolvimento e Avaliação da Aplicação do Ozônio no Processamento de Produtos Alimentícios de Origem Animal, integra uma iniciativa maior da Finep que tem duração de 24 meses. O projeto prevê a instalação de um novo laboratório na Engenharia de Ali-

mentos com objetivo de avaliar a aplicação do ozônio no processamento de produtos de origem animal como forma de garantir qualidade e segurança alimentar, utilizando tecnologia de menor impacto ambiental. Suas áreas de concentração estão na produção de gelo a partir de água ozonizada e na conservação de pescado, aplicação do ozônio na lavagem e filetagem de pescado, utilização do ozônio na maturação de produtos fermentados e ozonização na destruição microbiana em água. Não existe legislação no Brasil para o uso do Ozônio em alimentos. Estudos já realizados demonstraram que a ozonização é capaz de restringir a contaminação fúngica em câmaras de maturação de queijos. Os resultados foram publicados na Brazilian Journal of Food Technology, sob o título: “Uso de ozônio em câmara industrial para controle de bolores e leveduras durante a maturação de queijo tipo parmesão” (http://www.ital.sp.gov.br/bj/artigos/bjft/2008/v11n3bjft3307.pdf ) Os professores da Engenharia de Alimentos que integram o projeto são: Suse Botelho da Silva, Janice da Silva, Graziela Brinques e Pedro Melo, além das alunas Ivana Prá e Mariana Geyer.

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eventos

CRQ-V obtém sucesso na participação em eventos Recentemente criada, a Assessoria de Eventos do CRQ-V parabeniza a todos pelo tamanho sucesso realizado na participação do CRQ, com estandes em feiras, como o EDEQ, FIEMA e a AVISULAT, realizadas neste segundo semestre. Com essa participação abre-se uma nova oportunidade, não só de mostrar a importância do profissional da química em diversos setores, como também, de aproximar a entidade dos profissionais da área às empresas e ao público presente. No EDEQ, realizado na ULBRACanoas, o público estudantil buscou informações atualizadas em nossos informativos, entregou documentos para registros e troca de carteiras e esclareceu diversas dúvidas sobre o funcionamento do CRQ-V. A FIEMA não ficou para trás, realizada em Bento Gonçalves e dirigida ao meio ambiente, teve excelente resultado. A maior procura foi por informações sobre legislação ambiental, reciclagem, tratamento e disposição de resíduos, cuidados com emissão de gases, tratamento de água e o transporte de cargas perigosas foram o alvo da atenção. Entretanto, a AVISULAT foi a feira de maior impacto, dirigida às indús-

Estevão Segalla, vice-presidente do CRQ-V

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Luis Fernando Ross, da Asgavi e Iael Pilling, do CRQ-V

Estudantes posam com material do Conselho

Estande montado na FIEMA

A venda de profutos com marca do CRQ-V foi alavancada

trias de suinocultura, laticínios e avicultura. Nosso estande teve a visitação de mais de mil pessoas, que ficaram sabendo quais as atividades do profissional da química dentro desses ramos industriais. Além de estudantes, congressistas, profissionais, produtores, contamos com a presença de um público leigo que teve grande participação: consumidores que visitaram a feira e descobriram onde está a “Quí-

Foram dias de grande movimentação

mica” nos alimentos que estão à mesa diariamente. Já estamos preparando nosso calendário para o próximo ano, onde pretendemos estar ainda mais presentes em diversos eventos. Quem tiver interesse na participação do CRQ poderá mandar a proposta até 31 de março de 2009. Iael Pilling Pinto – Assessora de Eventos


Laboratório móvel impulsiona empresas do setor de plásticos Um laboratório diferente circula pelo Estado para levar mais qualidade à produtividade das empresas transformadoras do setor de plásticos. Sobre quatro rodas a unidade móvel atende diversas companhias de pequeno e médio porte que necessitam de diagnósticos técnicos. O projeto Prumo/RS como é denominado, possibilita que dentro de um furgão sejam desenvolvidas análises químicas e físicas. Ele fornece assessoria tecnológica em processos e treinamento do pessoal de produção. Desde 2005, ano da implantação, já foram visitadas 34 companhias e os planos são de aumentar esse número, passando a ser atendidas quatro empresas por mês. Para que o projeto fosse concretizado a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) repassou cerca de R$ 300,00 para aparelhar o veículo. As visitas custam R$ 2.500,00, sendo que 30% deste valor são pagos pelos sindicatos e pelas empresas. O restante é de responsabilidade do Sebrae/NA. O Prumo/RS também conta com a parceria de três sindicatos do segmento: Sinplast-RS, Simplavi e Simplás. O objetivo traçado por eles é extinguir a produção de peças defeituosas, resinas mal armazenadas, máquinas com regulagem fora dos parâmetros, e treinamento inadequado de funcionários. Consultores técnicos do Centro

Federal de Educação Tecnológica (Cefet) de Sapucaia do Sul e professores de Engenharia de Plásticos da Ulbra prestam atendimento. As visitas são solicitadas via e-mail (prumo@cefetrs.edu.br), basta preencher um formulário fornecido pelo Cefet/RS. No primeiro contato será feito um diagnóstico, verificando problemas, condições gerais de produção e qualidade dos produtos finais. A partir da inspeção é elaborado um relatório, apontando as falhas e sugestões que podem ser concretizadas. Durante dois ou três dias o atendimento tecnológico soluciona os problemas constatados no relatório, dando prioridade ao processo produtivo. Análises que podem ser realizadas no Laboratório do Plástico: Injeção Índice de Fluidez (IF), Ensaio de Tensão ( tração, compressão, flexão), dureza, resistência ao impacto; Extrusão de Filme (Tubular e plano), chapas e perfis, tubos - Índice de Fluidez (IF), Ensaio de Tensão ( tração, compressão, flexão), dureza, resistência ao impacto, coeficiente de atrito (COF); Sopro - Índice de Fluidez (IF), Ensaio de Tensão ( tração, compressão, flexão), dureza, resistência ao impacto; Termoformagem, Rotomoldagem, Spray –up , outros - Índice de Fluidez (IF), Ensaio de Tensão ( tração, compressão, flexão), dureza, resistência ao impacto.

Algo Mais O programa Algo Mais da Rede Pampa está levando o conhecimento ao dia-a-dia das pessoas. Toda semana vão ao ar matérias com assuntos relacionados à química. Já foram apresentados temas como a reciclagem, qualidade do ar, vinho e a pirataria de saneantes. O programa pode ser assistido de segunda a sexta-feira a partir das 17h no canal 4 da televisão aberta.

Agenda 2009 Janeiro 10 • IV CURSO DE TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS Auditório do CRQ V - Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar - Centro - Porto Alegre/RS Informações: (51) 3330 5363 ou iapq@terra.com.br 17 • CRÉDITOS DE CARBONO Auditório do CRQ .Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – Porto Alegre –RS Informações: ABQ/RS – (51) 5132259461 23 e 24 • ANÁLISES E INDUSTRIALIZAÇÃO DO LEITE E DERIVADOS Auditório do CRQ .Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – Porto Alegre –RS Informações: ABQ/RS – (51) 5132259461 25 • XVIII CONEEQ – Congresso Nacional dos Estudantes de Engenharia Química Informações: www.coneeq2009.ufsc.br ou pelo fone (48) 3721 5942 26 e 27 • TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA NA INDÚSTRIA Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – Porto Alegre – RS Informações: ABQ/RS – (51) 5132259461 28 e 29 • MAPEAMENTO DE PROCESSOS E INDICADORES DA QUALIDADE Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – Porto Alegre – RS Informações: ABQ/RS – (51) 5132259461 30 e 31 • CURSO PRÁTICO DE CROMATOGRAFIA GASOSA E EM CAMADA DELGADA Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – Porto Alegre – RS Informações: ABQ/RS – (51) 5132259461

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