Jan-Fev-Mar de 2009 | Ano XIII | N° 112
ambiente Recicladores são intoxicados por agrotóxico
artigo Descarga zero nos tanques de pré-resfriamento de carcaças de aves
pesquisa Bagaço e palha de cana na produção de bioetanol
Conselho Nacional de Trânsito restringe o uso de faróis de gás xenônio
índice 4 legislação Sem olhos azuis
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artigo
Descarga Zero nos Tanques de pré-friamento de carcaça de aves
pesquisa
Grupo estuda uso de bagaço e palha da cana na produção de bioetanol
ambiente
Editorial Nesta primeira edição do Informativo do CRQ-V abordamos a restrição do gás xenônio utilizado nos faróis dos automóveis. O farol, de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), pode motivar acidentes . Também divulgamos a pesquisa que estuda o bagaço e a palha da cana na produção do bioetanol, que tem como objetivo reunir pesquisa-
dores de todo o país para estudar a produção de energia a partir da biomassa. A partir de agora, o Informativo passa a ser trimestral, mas com a garantia da qualidade de sempre. Seguimos contando com a sua participação para que possamos atender às expectativas do profissional da química.
Vítimas dos agrotóxicos no RS
eventos
CRQ-V obtém sucesso na participação em eventos
Sorteio Os profissionais que ganharam os livros “Os Impérios da Química Moderna”, de Jacques Bergier e “As revoluções de Ferran Adrià”, de Manfred Lamberdière foram Franciele Ianiski , engenheira de alimentos e Odoaldo Ivo Rochefort Neto, técnico químico.
memória
aviso REGISTRO DE PROFISSIONAIS E EMPRESAS Profissionais e empresas que entrarem com pedido de registro a partir de 1º de março deverão anexar à documentação o comprovante de pagamento das taxas de registro, caso contrário a documentação não terá andamento dentro do CRQ-V.
O presidente da Vinícola Salton, maior produtora de espumantes do País, Ângelo Salton Neto, faleceu aos 56 anos, vítima de um infarto, em São Paulo.O líder da companhia foi o responsável por mudar os rumos da vinícola, apostando na produção de vinhos e espumantes finos. Ele deixou a mulher e quatro filhos.
CRQ-V/divulgação
Atenção! A partir de 1º de março, o CRQ tem novo horário de atendimento ao público no protocolo e recepção:
De segunda a sexta-feira das 8h30min às12h15min e das 13h30 às 16h45min
números do conselho
Odoaldo veio ao CRQ-V buscar o prêmio
DOCUMENTOS
NOV/DEZ
TOTAL 2008
ART’S emitidas
1348
5860
Registros Definitivos
100
739
Registros Provisórios
78
608
Certidões
13
78
Processos Analisados
370
2889
Expediente INFORMATIVO CRQ-V - Av. Itaqui, 45 - CEP 90460-140 - Porto Alegre/RS - Fone/fax: 51 3330.5659 - www.crqv.org.br Presidente: Paulo Roberto Bello Fallavena Vice-Presidente: Estevão Segalla Secretário: Renato Evangelista Tesoureiro: Ricardo Noll
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Assessoria de Comunicação do CRQ-V assecom@crqv.org.br Jorn. Resp.: Vanessa Valiati Edição de Arte: Letícia Lampert
Colaboração: Camila Vargas Estagiário: Marcos Bertoncello Tiragem: 10.000 Impressão: Gráfica Trindade
Trensurb recolhe óleo de cozinha para Oleoplan O Grupo de Trabalho de Gestão Ambiental (GTGA) da Trensurb entrega, desde outubro de 2007, óleo de cozinha à empresa Oleoplan para a transformação em biodiesel. Além dos funcionários, empresas terceirizadas estão colaborando para que o uso desse material seja na fabricação de um combustível verde em vez de um poluidor de água. Em uma semana, já se conseguiu recolher uma quantidade superior a 120 litros de óleo de cozinha e os números indicam crescimento segundo o coordenador do GTGA, Dirceu Nunes Fernandes. Para se ter uma ideia, quando o Grupo começou o trabalho com alunos do Programa Estação Educar, no primeiro mês, foram recolhidos 55 litros do produto na Coleta Seletiva da empresa. Para Fernandes, a participação dos funcionários cresceu muito e pode evoluir ainda mais a cada semana”. Desde o começo da Coleta Seletiva de Óleo de Cozinha Usado, foram recolhidos 1.021 litros, garantindo a preservação de aproximadamente 1 bilhão de litros de água. O posto de coleta fica no saguão do prédio administrativo da Trensurb. O recolhimento do produto por parte da Oleoplan acontece todas as terças-feiras.
Falta de informação prejudica a venda de vinhos e espumantes Pesquisa divulgada pelo Centro de Indústria , Comércio e Serviços (CIC) de Bento Gonçalves e pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) aponta a preferência em bebidas dos brasileiros. O estudo mostra a situação do mercado nacional de vinhos e espumantes e apresenta a falta de informação como um dos principais pontos para o baixo consumo. O estudo foi realizado pela Market Analysis com 1.037 pessoas entre 18 e 69 anos. As capitais escolhidas foram Recife, São Paulo e Porto Alegre. Os resultados deixaram surpresos os produtores quanto à grande influência do comércio: os consumidores acabam reféns do ponto de venda, que disponibiliza de forma restrita os produtos. Além disso, o maior agravante é a falta de informação sobre a mercadoria vendida. Dessa forma, os consumidores são induzidos, ou até mesmo desestimulados, a efetuar a compra. Por isso, quanto maior a preparação dos canais, menores as chances de equívocos por parte do consumidor. Cerveja é a grande rival Os resultados da pesquisa também mostraram a cerveja como a principal concorrente dos vinhos e espumantes. Enquanto o consumo anual per capita de cerveja desponta com cerca de 49 litros, o vinho fica em torno de dois.
O consumo ficou quase estagnado entre 1995 a 2006. Mesmo tendo um crescimento nos setores, ganhando visibilidade no mundo todo. A publicidade aumenta 7,1% ao ano, estimulando as pessoas a buscarem mais conhecimento sobre a vitivinicultura. Especialistas dizem que o setor vai continuar em desenvolvimento contínuo, mas a médio e longo prazo, de maneira gradual e suave.
Erva-mate Pesquisadores das universidades Federal de Santa Catarina (UFSC), do Vale do Itajaí (Univali) e do Extremo Sul Catarinense (Unesc), levantaram a possibilidade de usar o extrato de erva-mate para atenuar danos cognitivos e de memória em pacientes com a doença de Parkinson. Os resultados foram apresentados em artigo na revista Journal of Ethnopharmacology, da editora irlandesa Elsevier. O estudo vem sendo realizado nos laboratórios das três institui-
ções, envolvendo, além de pesquisadores consolidados, bolsistas de iniciação científica. Usando ratos para as experiências, os pesquisadores induziram os animais às condições da doença em questão. Constatouse uma melhora na memória e nos aprendizados deles após a utilização do extrato de erva-mate. A mesma equipe já havia demonstrado, em estudo anterior, a melhora no déficit motor em animais com lesão neuronal à doença de Parkinson, a partir da aplicação do produto.
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legislação
Sem olhos azuis Contran restringe uso de faróis de xenônio em veículos automotivos Os dias dos carros com luzes azuis estão contados. Desde o início do ano de 2009, o uso do farol de gás xenônio, conhecido como “Xenon”, está restrito. O acessório que virou febre nas noites das principais cidades do Brasil foi alvo de muita polêmica, mas, neste ano, fica determinada sua irregularidade, podendo custar uma multa de R$ 127,00 e retenção do veículo pela infração. A Resolução 294 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece que, a partir de 1º de janeiro, só podem trafegar com esse tipo de farol os carros que tenham sistema de ajuste de altura das lâmpadas, de acordo com a inclinação das vias. A norma determina que a cor de luz branca é a única permitida, além das amarelas (mais comuns). A ideia da Contran é evitar a famosa “guerra de luzes” nas vias, eventual motivadora de acidentes. Também ficou indicado pela portaria que, no caso de veículos com “Xenon”, é obrigatório ter instalado os limpadores de farol, para que alguma sujeira não mude a direção da luz, o que poderia ofuscar a visão dos outros motoristas.
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Os kits Xenon tornaram-se um dos acessórios automotivos mais procurados pelos amantes de carros. Não é de se estranhar, pois, além de embelezar o carro, esse tipo de farol traz outros benefícios. Quem explica é um funcionário de uma loja de peças automotivas na avenida Azenha em Porto Alegre. “Os faróis de xenônio iluminam três vezes mais que as lâmpadas comuns e gastam 30% menos de energia da bateria do veículo”, compara. Ele também menciona a grande queda de preço que esses kits sofreram. “Os ‘Xenon’ já chegaram a custar mais de mil reais e hoje é possível encontrá-los por menos de R$ 300, o que explica a grande procura por esse item”. No caso da avenida Azenha (onde concentra-se grande número de lojas de carros), os valores desse acessório varia entre R$ 400 e R$ 600. Com as obrigações impostas pela resolução da Contran, somente carros luxuosos, que já possuem o sistema de regulagem e os limpadores de fábrica, estão livres para circular com as luzes azuis. Já os kits de adaptação, tão vendidos no Brasil, não são comercializados com essas tecnologias. A partir
disso, o vendedor afirma com convicção: “isso só vai fazer diminuir ainda mais o valor do acessório. Mas quem ainda quiser tê-lo, só vai arrumar incomodação”. Portanto, quem instalou os faróis depois de comprar o carro terá que retirá-los. No Rio Grande do Sul, a fiscalização desse equipamento deverá ficar sob a responsabilidade do Comando Rodoviário da Brigada Militar. Segundo o CRBM, o trabalho ganhará prioridade aos poucos no ano de 2009, uma vez que o principal foco do Comando nesse verão estava no fluxo do trânsito nas rodovias em decorrência dos feriados de Ano-Novo e Carnaval.
Diferença técnica do “Xenon” para as Lâmpadas Comuns O Xenônio O Xenônio é um elemento químico do grupo dos gases nobres ou inertes. Seu símbolo é Xe de número atômico 54 (54 prótons e 54 elétrons) e de massa atômica igual a 131,3 u*. Ele encontra-se no estado gasoso à temperatura ambiente. É inodoro, muito pesado, incolor, encontrado como traço na atmosfera terrestre, e faz parte do primeiro composto de gás nobre sintetizado. O xenônio (do grego que significa “estranho”) foi descoberto por William Ramsay e Morris Travers em 1898 nos resíduos resultantes da evaporação dos componentes do ar líquido. O uso principal e mais
famoso deste gás é na fabricação de dispositivos emissores de luz, tais como lâmpadas bactericidas, tubos eletrônicos, lâmpadas estroboscópicas e flashes fotográficos. Ele pode ser armazenado com segurança em recipientes convencionais de vidro selados a temperatura e pressão ambiente. O xenônio não é tóxico, contudo, muitos de seus compostos são altamente perigosos à saúde devido às fortes propriedades de oxidação. *Unidade de Massa Atômica = 1/12 de massa de um átomo de carbono-12
O xenônio, num tubo cheio de gás, emite um brilho azul quando excitado com uma descarga elétrica. Basicamente sua diferença para os faróis comuns está no sistema de alimentação e o tipo de luz emitida. As lâmpadas comuns são feitas com filamento interno em tungstênio, que ao receber uma carga elétrica, emitem luz. As de “Xenon” são tais como as lâmpadas fluorescentes: a energia carrega um reator e este processa, intensifica e manda as cargas para a lâmpada, resultando numa luz muito mais forte. As cores emitidas por esses faróis, em geral, variam de 4.300 K a 14.000 K (6.000K, 8.000K e 10.000K, são as mais comuns). Sendo que: as quantidades mais baixas se aproximam da cor branca; as medianas, da cor azul; e as mais altas, de cor roxa. As lâmpadas de “Xenon” seguem os modelos das lâmpadas halógenas dos carros (H1, H3, H7, H4, 9905, 9006, 9007).
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artigo
Descarga Zero nos Tanques de pré-resfriamento de carcaça de aves Jamur Gerloff2 e Humberto Gracher Riella1 M. Sc. Eng. Químico, Eng. de Segurança do Trabalho e Gerente de Engenharia da INTECH atualmente aluno do curso de Doutorado da UFSC Av. Patrício de Andrade Ed. Ilha de São Miguel 505, Apt. 204 B Bairro Abraão Florianópolis - SC CEP 88085-150 Fone 048 9922 3332 email: jamurg@pop.com.br; jamurg@intech.bz; jamur.gerloff@ myhimax.com.br 2
Prof. e pesquisador do Curso de Mestrado e Doutorado em Engenharia Química da UFSC Campus Universitário, Trindade C.P. 476, Florianópolis, SC, Brasil CEP 88.040-900; riella@enq.ufsc.br; 1
O estudo feito consiste em comprovar a viabilidade técnica e econômica de um modelo de reutilização de água na indústria de frango. A viabilização do estudo é extremamente atrativa pelo aspecto econômico e principalmente na atual situação mundial onde os recursos naturais estão cada vez mais limitados como a água potável, portanto é possível adotar tecnologias como as retratadas no trabalho colaborando para preservação das águas servidas. Em função da ausência de oferta de água potável em quantidade e qualidade, os projetos de reuso se tornam cada vez mais atrativos e estudos que demonstrem viabilidade técnica e econômica acabam por ser cada vez mais de interesse da indústria de alimentos. E, no entanto de acordo com o Regulamento Técnico da Inspeção Tecnológica e Higiênico-Sanitária de Carne de Aves exige no artigo 11.1.4.3., 30 litros por frango, no entanto permite reduzir o consumo se respeitado os parâmetros de volume médio de consumo inferior, desde que preservados os requisitos tecnológicos e higiênico-sanitários previstos na Norma, mediante aprovação prévia do DIPOA. E na realidade a grande maioria dos abatedouros já pratica valores de 8 a 22,5 litros por frangos.
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Figura I - Fluxograma do processo normalmente realizado pelos frigoríficos. Nos frigoríficos, observamos um consumo obrigatório de água nos tanques de pré-resfriamento de carcaça de frangos (chillers de carcaças), conforme a Portaria nº. 210/98, o emprego de água numa taxa de consumo em relação ao número de carcaças introduzidas no Chiller. No entanto observamos que este consumo de água corresponde de 15 a 27% do total da água consumida por dia por um frigorífico. Por exemplo, um abate com 62.000 aves dia poderá consumir 300 m3/dia onde todo complexo consume 1200 m3/dia o que corresponde a 25% da água consumida em todo complexo. Este consumo poderá ser reduzido, persistindo somente a água oriunda do gelo introduzido com objetivo de redução da temperatura da água em-
pregada no resfriamento de carcaças de frango. Assim, podemos manifestar que existem dois atrativos ambientais e econômicos com a redução do consumo de água de Chiller: a) Redução direta da água potável captada e da água de efluente formado no processo produtivo; b) Redução do consumo energético para resfriamento da água captada, uma vez que a água condicionada no processo de potabilização irá ser reintroduzida com temperaturas mais inferiores que a água captada. A água descartada do chiller é atualmente lançada para as tubulações de esgoto locais e por sua vez segue ao sistema de tratamento de Efluentes.
Crise Mundial afeta Indústrias Químicas
Figura II - Fluxograma do processo proposto e modelo de tratamento proposto pelo estudo O processo de recuperação da água descartada segue conceitualmente o processo de remoção de material particulado, remoção de material dissolvido e remoção de material microbiológico por efeitos físicos de germicidas. ( conforme figura II) O estudo caracterizou a água descartada do resfriamento de carcaças de frango e elaborou uma curva característica do comportamento do processo dentro das análises químicas partindose do RIISPOA como conceito dos limites técnicos a serem verificadas e as performances a serem atingidas como padrões de potabilidade para fins industriais específicos. O emprego de uma micro peneira, após um tratamento físico químico para redução de material disperso no efluente, e uma posterior de germinação com emprego de sistemas de lâmpadas ultravioletas associado a adição de cloro suficiente para atender aos requisitos normativos e promover o efeito residual germicida, foi objetivamente o modelo de trabalho adotado. Concluindo o processo de recuperação completa da água descartada do chiller de carcaça de frangos é perfeitamente viável tecnicamente de acordo
com a metodologia proposta de forma a viabilizar as propriedades químicas e microbiológicas exigidas pela atual legislação e quesitos de fiscalização proposto pelo RIISPOA artigo 62 no qual o presente estudo foi testado. De forma que fica confortável proporcionar a possibilidade para indústria reutilizar a água descartada do tanque de resfriamento de carcaças de frango e assim proporcionar a economia tanto em energia como nossas reservas de água potáveis cada vez mais disputadas. LITERATURA APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 20 ed. Baltimore, Maryland: American Public Health Association (APHA), American Water Works Association (AWWA), Water Environment Federation (WEF), 1998. RIISPOA - REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL, MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. MAPA. Disponível em: www.agricultura.gov.br . Acesso em: 12 dez. 2007. METCALF; EDDY (1995). Wastewater Engineering: treatment disposal and reuse. MCGRAW Hill, New York.
A crise financeira parece que atingiu também em cheio a área da química. A desaceleração da economia mundial e a retração da demanda global por insumos químicos levaram a indústria química nacional a registrar uma retração de 30,62% na produção doméstica em dezembro de 2008, na comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do quarto trimestre, sobre igual intervalo de 2007, a queda foi de 19,56%. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) no mês de fevereiro. O indicador de produção medido pela entidade também registrou forte retração na comparação entre novembro e dezembro de 2008. A queda de 17,11% apurada nesta base comparativa representa o pior resultado desde janeiro de 1999, quando a Abiquim iniciou a medição do quantum de produção do setor. No acumulado anual, a produção da indústria química brasileira teve queda de 8,31% sobre 2007. As vendas internas, por sua vez, apresentaram retração de 11,88%. Dos 14 grupos analisados, 11 apresentaram retração na comparação entre novembro e dezembro, com destaque para os segmentos de intermediários para fibras sintéticas (-38,31%), resinas termoplásticas (-32,15%), produtos petroquímicos básicos (-26,34%), outros produtos químicos orgânicos (-22,96%) e outros produtos inorgânicos (-20,51%).
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Pesquisa
Grupo estuda uso de bagaço e palha da cana na produção de bioetanol
Paulo Roberto Andrade paulo.roberto.andrade@usp.br Agência USP de Notícias
tese, o crescimento e outras condições em diversas variedades de cana que serão melhoradas em laboratório.
“Daqui a 10 anos, será possível colocar um etanol hipereficiente num carro com motor desenhado exclusivamente para etanol, que será produzido num canavial com sustentabilidade ambiental. Teremos um sistema sustentável numa cidade com baixa poluição". A projeção é do professor Marcos Silveira Buckeridge, do Instituto de Biociências (IB) da USP, que coordena o recém-criado Instituto Nacional de Biotecnologia para o Bioetanol. O grupo reunirá pesquisadores de todo o País para estudar a produção de energia a partir de biomassa. "O Brasil já possui auto-suficiência energética, mas precisa caminhar para a sustentabilidade”, ressalta o professor. Com um investimento inicial de R$ 7 milhões, o principal foco do Instituto é estudar a cana-de-açúcar. Buckeridge explica que a partir da cana se produz o açúcar (sacarose), que então é transformado em etanol através da ação de leveduras. “Quando se faz isso, sobra o bagaço e a palha que fica no campo. Esses dois resíduos contêm açúcares na forma de celulose. Um dos objetivos do nosso Instituto é transformar essa celulose em um tipo de açúcar acessível para a levedura transformá-lo em etanol, chamado etanol celulósico” explica o professor. Atualmente, o bagaço é queimado para produzir eletricidade para que a usina fique auto-suficiente. A palha fica no campo, metade é aproveitada como adubo e o resto é desperdiçado. Outro foco do Instituto é estudar como a cana-de-açúcar responde ao gás carbônico elevado, verificando a fotossín-
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Buckeridge explica que a produção existente hoje no Brasil está na chamada primeira geração de produção de etanol, na qual a partir da canade-açúcar produz-se sacarose e então etanol. No entanto, as pesquisas caminham para a segunda geração, em que novas variedades de cana, além da sacarose, produzirão mais bagaço e mais palha, ou seja, produzindo mais açúcar (energia). O professor ressalta também os estudos rumo a uma terceira geração, em que fungos e enzimas melhoradas em laboratório completarão a digestão do bagaço e da palha da cana-deaçúcar. E por último, a quarta geração: a cana transformada geneticamente se auto-amolece, ou seja, amolece a própria celulose, e um fungo (também transformado) fará o trabalho de hidrólise de uma maneira mais eficiente. “Nosso objetivo é baixar o custo e aumentar a eficiência dos processos”, diz o professor. Integração O Instituto vem para organizar e agregar todas essas pesquisas num projeto maior e que produza resultados. Antes não havia uma conexão das pesquisas, mas cada pesquisador sabia o que o outro pesquisava e havia uma auto-organização. “Em 2006 nós fizemos um levantamento e começamos a pensar num programa de integração, pois havia várias pesquisas correlacionadas. Então, em 2008, através de workshops, combinamos e conversamos rumo a uma integração dos laboratórios para a produção do etanol celulósico. Quando surgiu o Instituto de Biotecnologia os laboratórios já estavam interligados" conta Buckeridge. O Instituto conta com 29 laborató-
rios espalhados por seis estados brasileiros e que são divididos em quatro centros: Centro de Fisiologia Vegetal e Biologia Celular, que fará a fisiologia de diversas variedades de cana; o Centro de Caracterização de Enzimas e Engenharia de Processos, que estudará as leveduras, a fermentação dos açúcares, as proteínas e suas estruturas e também a composição da parede celular com o objetivo de melhorar o desempenho na quebra dos açúcares; o Centro de Expressão Gênica, que estudará dados para produzir novas variedades de plantas, modificadas geneticamente, que consigam digerir sua própria parede celular como se fosse um fruto e preparar o sistema para ser digerido pelos fungos; e o Centro de Prospecção de Fungos e Desenvolvimento de Hidrólise Ácida, que estudará fungos que produzem as enzimas de fermentação da biomassa. “Além dos centros, temos um programa de pesquisa em Bioenergia, o Bioen-Fapesp [da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], do qual eu sou um dos fundadores e que possui R$ 20 milhões em investimentos na área de biomassa. Já temos parte do genoma da cana-de-açúcar mapeado e temos um projeto para mapeá-lo por inteiro, assim como o genoma humano" observa o professor. “Uma parte grande do Instituto é para divulgação, nós queremos explicar muito bem o que é pesquisa. Apesar de ligados ao governo, estamos abertos a outras fontes, inclusive privadas” conclui. Mais detalhes sobre o Instituto e suas pesquisas podem ser obtidos nos sites: www.bioethanolbrazil.wordpress.com e www.cnpq.br/ programas/inct/_apresentacao/inct_ bioetanol.html Mais informações: (11) 3091-7592; email msbuck@usp.br, com Marcos Silveira Buckeridge
ambiente
Vítimas dos agrotóxicos no RS Ao falar em pessoas contaminadas por agrotóxicos, a primeira referência que se tem são os agricultores. Eles lidam diretamente, com ou sem cuidado, com esse tipo de produto. Entretanto, no mês de janeiro, uma intoxicação com recicladores de uma empresa localizada na cidade de Santa Maria (cerca de 290km de Porto Alegre) foi noticiada. Vinte e seis pessoas sofreram com os primeiros efeitos: dor de cabeça, vômito e dificuldade de respirar. Inicialmente o mistério quanto à procedência dos sintomas se instalou porque o pó não tinha identificação na embalagem. Uma substância amarela que se espalhou facilmente pelo ar, expandindo-se e intoxicando rapidamente as vítimas. Estas foram as únicas características constatadas até o produto ser encaminhado para um laboratório da Capital. Depois de dois dias, o resultado: tratava-se de um agrotóxico da classe dos organofosforados, derivados do ácido fosfórico. Descobertos há 73 anos pelo químico alemão Gerhald Schrader , os organofosforados são substâncias químicas que contém carbono e fósforo,
sendo geralmente obtidos através do uso de sais orgânicos do ácido fosfórico. As propriedades do composto apresentavam bons resultados como inseticida nas lavouras, porém, as forças militares acharam mais plausível a utilização do produto para fins de combater as tropas inimigas. Schrader conseguiu reagrupar e desenvolver outros compostos mais potentes à base de ácido fosfórico. Muitos são considerados armas químicas letais que levam ao genocídio. Os mais utilizados são o somam, o tabun, o VX e o sarin. No Brasil a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, prevê a proibição do organofosforado em determinadas culturas. Agrotóxicos desta classe pertencem a uma escala de acordo com o destino destes produtos químicos. Como por exemplo, o organofosforado tamaron, que só pode ser utilizado no cultivo de algodão, amendoim, batata, feijão, soja, trigo e tomate (rasteiro para fins industriais).
nais, os organofosforados pertencem a classe I, sendo extremamente tóxicos. Por isso, o cuidado no manuseio é importante para preservar a saúde tanto das pessoas que utilizam o produto na lavoura quanto o solo e os lençóis freáticos. Nos humanos o contato com o agrotóxico traz problemas para o sistema nervoso autônomo (miose, lacrimejamento, salivação, excesso de secreção brônquica, broncoespasmo, bradicardia, vômitos, diarréia, incontinência urinária e diaforese). No sistema nervoso central (convulsões, agitação, sonolência, coma) e na junção neuromuscular (tetraparesia, fasciculações). Se houver um acidente, a vítima deve retirar a roupa e a parte contaminada deve ser lavada abundantemente com água e sabão. Quando tiver reações como vômito, o indivíduo deve passar por uma lavagem gástrica. Para evitar incidentes, o recipiente do produto deve ser bem lavado antes de ser entregue nos locais onde foi feita a compra ou nos pontos de coleta rural.
Conforme a classificação do Ministério da Saúde, alterada em 1992 para se adequar aos padrões internacio-
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eventos
Ano da química A Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano de 2011 como o Ano Internacional da Química. A proposta aprovada havia sido encaminhada pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) pela delegação da Etiópia, com o patrocínio de 35 países. O evento será organizado pela Iupac e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em comunicado oficial, as duas instituições destacam que o Ano Internacional da Química permitirá celebrar as contribuições da química para o bem-estar da humanidade.
No ano 2011, comemora-se o 100º aniversário do Prêmio Nobel em Química para Marie Sklodowska Curie, o que, de acordo com os organizadores, motivará também uma celebração pela contribuição das mulheres à ciência. De acordo com os organizadores, “a química é fundamental para a nossa compreensão do mundo e do cosmos. As transformações moleculares são centrais para a produção de alimentos, medicina, combustíveis e inúmeros produtos manufaturados e naturais”. A programação do Ano Internacional da Química também será inserida
Inscrições de trabalhos técnicos para o III Seminário sobre Tecnologias Limpas estão abertas A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Seção Rio Grande Sul (ABES-RS) em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Centro Nacional de Tecnologias Limpas (SENAI/CNTL) realizará, de 15 a 17 de junho de 2009, o III Seminário sobre Tecnologias Limpas, V Fórum Internacional de Produção mais Limpa, abordando a temática: Energia - As Tecnologias de Produção mais Limpa levam a Sustentabilidade? O evento ocorrerá no Campus Central da UFRGS - Salão de Atos 2, em Porto Alegre, RS. O objetivo do encontro é opor-
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tunizar a apresentação de palestras, cases e trabalhos acadêmicos para a troca de experiências e conhecimentos tecnológicos entre profissionais, pesquisadores e estudantes acerca da questão energética associada à utilização das tecnologias limpas. As inscrições para o recebimento de trabalhos científicos vai até 20 de março de 2009. O regulamento encontra-se disponível no link: http:// www.abes-rs.org.br/tecnologias/index.htm Mais informações também através do e-mail : tecnologiaslimpas@ officemarketing.com.br ou pelo telefone: (51) 2108-3111.
nas atividades da Década da Educação e do Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), estabelecida pela ONU. Assim, as atividades programadas para 2011 darão ênfase à importância da química para os recursos naturais sustentáveis. Mais informações: www.unesco.org/science (Agência FAPESP)
Lixo urbano gera energia elétrica no RS Dez usinas de compactação e tratamento de lixo urbano serão instaladas no Rio Grande do Sul. O projeto começa pelo município de Parobé, que receberá a primeira usina resultando em cerca de 300 empregos diretos com um investimento de R$ 30 milhões. A previsão de início de funcionamento é junho deste ano. Energia do lixo A matéria orgânica proveniente do lixo através da fermentação produz o gás metano (altamente inflamável e tóxico) que gera energia elétrica. Cada usina terá a potência de até 5 MW. O processo dará um destino adequado aos resíduos sólidos domiciliares. Depois de tratados, eles podem servir de matéria-prima para a confecção de tijolos ou para queima aplicada em fornos, substituindo a lenha. A realização aponta resultados positivos, baseando-se em projetos parecidos em outras cidades do país. De acordo com a tecnologia nacional, 80% do lixo urbano arrecadado poderá ser reciclado.
Agenda 2009 março 06 • VI CURSO DE TRANSPORTE DE CARGAS PERIGOSAS Auditório do CRQ V - Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar - Centro - Porto Alegre/RS Informações: (51) 3330 5363 ou iapq@terra.com.br 20 • CURSO DE AUDITORIA INTERNA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POA Informações: ABQ/RS (51) 3225 9461
FORMATURAS Carlos Foto e Vídeo/Divulgação
Colégio Dom Feliciano | Curso Técnico em Química | Gravataí /RS Essencial Formatura/ Divulgação
Instituto Estadual de Educação Profº Annes Dias Curso Técnico em Química Cruz Alta - RS
21 • TRATAMENTO DE NÃO CONFORMIDADES Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POA Informações: ABQ/RS (51) 3225 9461 27 e 28 • TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS REUSO DE EFLUENTE LÍQUIDO TRATADO • USO DE ÁGUAS PLUVIAIS Auditório do CRQ Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POA Informações: ABQ/RS (51) 3225 9461 ABRIL 04 • QUÍMICA FORENSE E DNA Auditório do CRQ, Rua Dr. Flores, 307 - 6º andar – POA Informações: ABQ/RS (51) 3225 9461
Convênio com hotéis dá desconto para profissionais Os profissionais registrados no Conselho Regional de Quimica da 5ª Região podem usufruir de descontos em vários hotéis de diferentes localidades do país. Na Rede Master, o convênio possibilita uma tarifa diferenciada chegando a valores com mais de 60% de desconto nas principais capitais do Brasil (São Paulo/ SP, Rio de Janeiro/RJ, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Maceió/AL, Salvador/BA, Fortaleza/CE, Belém/PA e Curitiba/PR).
O CRQ-V também assinou convênio com hotéis do interior e capital do RS. As redes Dall’Onder (Bento Gonçalves), Hotéis Morotin (em Santa Maria) e Coral Tower (em Porto Alegre) oferecem tarifas reduzidas aos profissionais registrados. Para fazer a reserva com desconto, o profissional deve entrar em contato a central de reservas do hotel que desejar e apresentar o número de registro do CRQ-V, assegurando a tarifa do convênio.
Centrais de Reservas Dall'Onder: 0300 147 3000 ou centraldereservas@dallonder.com.br Morotin: 0800 600 5500 ou comercial@morotin.com.br Rede Master: 0800 707 6444 ou www.master-hoteis.com.br Coral Tower: (51) 3338 2811 ou coral@coraltower.com.br
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