CRVIS3R Skateboarding #07

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ediçãO esPecial de aniveRsáRiO - 1 anO entRevista esPecial: JulianO cassemiRO Patti mcgee

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viRada esPORtiva 2013

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humBle hiPPie

Push Race Recife + OveRmeeting 2013 + gás inflamável + Red Bull lOngBOaRd classic + leOne cReazzO








| Ă­ndice

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Durante o Red Bull Longboard Classic, o tradicional solo do longboard paulista na ladeira do Museu do Ipiranga proporcionou o que há de melhor em estilo e fluidez. Com pranchões de diversos tamanhos, o estilo clássico remete muito próximo ao praticado no “classic surf”, com manobras alongadas, curvas e walkings sobre o board. Adepta há algum tempo desse estilo, Flavia Dian, local na ladeira do Museu, mostra com se faz com estilo e identidade. Foto: Roberto Tatto.

Capa: A capa da edição de aniversário tinha que ter algo diferente, impactante e grandioso. Mesmo que não seja necessariamente nessa ordem, a foto selecionada para comemorar esse 1 ano de publicação foi antecipada da tour da marca Priority, que irá estampar a próxima edição... Mas essa imagem na rua de acesso do Parque Hópi Hari, no interior de São Paulo com a montanha-russa ao fundo, tinha que ser utilizada agora! Raphael Goya - F/S Nose Slide - Foto: Diego Polito.

44. Entrevista: Patti McGee

Fomos buscar em nossos arquivos e na vida real a primeira mulher a estampar a capa de uma revista de skate, além da então maior revista mensal norte-americana andando de skate, e isso tudo nos anos 60! A pioneira Patti McGee ficou famosa por ser capa da revista Life em 1965 e, gentilmente, nos concedeu essa entrevista. Respect!

48. Virada Esportiva 2013

Com certeza, não há no mundo uma maratona esportiva que dure 24 horas como é a Virada Esportiva de São Paulo, realizada com inumeros esportes. E o skate sempre tem um peso grande: nessa edição, cobrimos os eventos Skate Run, Skate no Museu, o Fast Slalom Dual Híbrido e o Downhil Team Battle!

54. Paz, Amor e Longboards

O pessoal da revista Concrete Wave nos enviou essa matéria especial, na qual praticantes de longboard foram solidários com as vitímas do tornado que aconteceu na cidade de Moore, em Oklahoma (EUA), devastando mais 13.000 casas e fatalizando 24 pessoas. Mãos à obra, foram ajudar essas vitímas a retomarem de alguma maneira às suas rotinas... Skate salva!

60. Entrevista Especial: Juliano “Lilica” Cassemiro

É incontestável que Juliano é um dos riders com maior expressão no país e no mundo. Veterano nas ladeiras quando as modalidades eram os “primos pobres” do skate, ele nunca desistiu - pelo contrário, trilhou o caminho das ladeiras como ninguém no Brasil e abriu caminho para uma carreira internacional. Junto com sua família, que transborda o prazer de se aventurar nas ladeiras com a mulher Reine e filho Lucca, também pode ser considerado overall por andar em qualquer terreno, um quesito para poucos hoje em dia. Com vocês, a respeitosa carreira de Juliano “Lilica” Cassemiro... Divirta-se e aprenda!

Seções: 10. Editorial We Love Paper! Comemorem com a gente esse primeiro ano de publicação! 14. Start Visual é tudo! 18. Lado A Colunas, novidades, lançamentos, campeonatos, curiosidades... 78. Cuide-se! Mantenha-se em forma sobre as rodas 80. Onde Encontrar Novas lojas a cada edição. Valorize a sua skate/ boarshop e adquira sua revista CRVIS3R Skateboarding nesses pontos de distribuição. 82. Business Plan Os melhores produtos do mercado

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Um ano e quase 3 décadas de jornalismo no skate!

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ncrível como parece que foi ontem que a revista CRVIS3R Skateboarding estava sendo lançada no mercado brasileiro, com a responsabilidade e a preocupação de ajudar de alguma forma com a consolidação e amadurecimento do skate de ladeira, seja no longboard, downhill slide, downhill speed, slalom, cruiser, etc. Nesses aproximados 365 dias que geramos a primeira edição, muitas rodas foram gastas e muitas conquistas foram realizadas não só pela revista, que implantou informação direta pela distribuição bimestral nas skate e boardshops do pais, assim como a disponibilidade on-line mundial pela web, mas também pelas conquistas realizadas pelos praticantes, simpatizantes e todos envolvidos direta e indiretamente no segmento. O mercado de skate de ladeira cresceu e vem crescendo de maneira plausível nesses últimos anos de norte a sul do país e, com isso, foi inevitável a necessidade de uma mídia direcionada em documentar os acontecimentos relevantes e evidenciar personalidades importantes, assim como cobrir um campeonato regional, amador e profissional no Brasil e no mundo, como também o surgimento de praticantes que despontam no cenário... Particularmente, essa história de criar uma nova publicação se mistura à minha história pessoal em estar envolvido com o jornalismo no skate nos últimos 30 anos! Não me vejo nessas últimas 3 décadas sem estar diretamente veiculado a uma revista de skate. Tudo começou lá atrás em 1984, colaborando com um jornal/revista chamado Brasil Repórter. Por sinal, a capa desse jornal que estamos reproduzindo aqui ao lado, tem mais uma curiosidade: foi

POR Fabio bolota

a primeira capa de uma publicação de skate brasileira com fotos de downhill slide na qual, por sinal, sou eu que vos escrevo essas linhas, executando essa sequência de um full slide fotografada pelo Hélio Greco! Histórias como essa e fatos como esse, sempre nos guiaram em direcionar o skate da melhor maneira possível.... No ano seguinte, em 1985, o Brasil Repórter daria lugar a primeira revista brasileira de skate dos anos 80, chamada Overall, editada pela Trip Editora. E por momentos mágicos do destino, eu estava lá ajudando a criar e desenvolver esse título desde a número zero! Foram cinco anos andando de skate profissional e trabalhando profissionalmente para o skate até o fechamento da Overall em 1990, sendo que depois de um hiato de 1 ano, estava novamente trabalhando no embrião e nascimento de uma nova revista, chamada Tribo Skate.... Depois disso, tudo é história! Esse rápido resumo de felicidade no jornalismo e editorial voltado para o skate é apenas para relatar e evidenciar o nosso DNA! Isso significa entregar para você leitor, informação de primeira, verídica, honesta e sempre, com embasamento dessa mágica e rica história do skate no Brasil e no mundo. Toda essa experiência e de alguns outros parceiros, que trabalham direta e indiretamente aqui com a gente, deixa claro que sempre estaremos fazendo o nosso melhor, assim como o possível - e às vezes o impossível - para manter esses nossos sonhos os mais duradouros possíveis... Informar e fomentar! Nosso obrigado especial aos colaboradores que estão com a gente desde o início dessa jornada, que sem eles, não teríamos esse padrão de qualidade. Aos anunciantes, empresas e lojistas que acreditaram nesse projeto, mesmo antes de ser lançado. Também, o nosso obrigado a todos que ajudam a manter o skate de maneira verdadeira e honesta. Estaremos por aqui enquanto vocês estiverem... Feliz aniversário pra você e vida longa a CRVIS3R Skateboarding! We love paper! Divirta-se!

A direita, o jornal/revista Brasil Reporter de 1984, com a primeira foto-sequência de downhill slide publicado na capa de uma publicação no Brasil, com um full slide de Fabio Bolota e fotos de Hélio Greco. Ainda evidenciando o skate de ladeira em publicação dos anos 80, Paulo Coruja foi destaque na capa da revista Overall nº 3 em 1986. Em 2003, Sérgio Yuppie, na capa da revista Tribo Skate nº 88!

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Meu bebê chamado crvis3r

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ma coisa eu aprendi em meus 38 anos de skate e quase 30 anos de atividade jornalística: os melhores desafios costumam aparecer quando menos se espera. Seja fazendo um texto de divulgação, uma cobertura de eventos, uma matéria especial ou uma entrevista, ou ainda fotografando as várias nuances envolvidas no skate... Some a isso tudo a dificuldade em se produzir uma mídia independente em nosso país, e a necessidade do jornalista estar preparado pro que vier pela frente, e você terá uma noção de como o trabalho de se editar uma revista é muito mais grandioso do que se imagina. Na verdade, posso comparar o lançamento da CRVIS3R Skateboarding a um parto, já que foram precisos 9 meses pra que o projeto tomasse corpo e virasse a primeira edição dessa revista que você está lendo agora. A “gravidez” reservou momentos de tensão e incertezas, essas vindas principalmente de pessoas descrentes do sucesso de uma publicação impressa bimestral e gratuita. Pra ser bem sincero, se eu ganhasse uma grana a cada vez que ouvi a frase “isso já foi tentado antes e não deu certo”, possivelmente não precisaria trabalhar por um bom tempo! O bebê chamado CRVIS3R nasceu forte, saudável e “causando” – como toda criança sadia, aliás. Algums perguntaram o porquê da chamada de capa, “A Diversão Está de Volta”, e nossa resposta foi sempre a mesma: levante a bunda da cadeira e preste mais atenção ao que acontece nas ruas. A legião de homens e mulheres de todas as idades voltando a se divertir sobre skates, sem se importarem com alguns códigos estabelecidos de estilo e moda comuns a outras modalidades, não podia passar sem ter o destaque merecido. O que nós fizemos foi simplesmente unir a fome à vontade de comer, divulgando ao grande público aquilo que nós, skatistas, sabemos e sentimos em nossas vidas diariamente. Acreditamos num cenário tão efervescente que ficou impossível de não fazermos nada. Mostramos o carteado de cara com a reveladora entrevista do Rei do Downhill Slide, Sergio Yuppie, e mais as cenas de Belém do Pará e uma viagem incrível às áreas mais conflituosas de Israel. Em seguida, celebramos a maior conquista do skate de velocidade brasileiro junto com o campeão mundial Douglas Dalua pra logo depois homenagearmos aquelas que são as grandes responsáveis pela graça da vida em si, as mulheres que andam de skate. Depois, pegamos a voz da nova geração através da entrevista do Fernando Yuppie e a unimos à experiência dos “MXK – Matuzas Xapa Kents” históricos como Zequinha Rapanelli e Floriano Sales. Na sequência, o emocionante relato de Derek Rabello injetou ânimo novo a todos os que não se permitem abater com quaisquer dificuldades na vida, e

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POR Guto Jimenez

revisitamos a carreira da histórica Laura Thornhill-Caswell, um verdadeiro ícone do skate feminino. Como deixaríamos de fora os incontáveis eventos que mostramos? Eles são a prova viva de que o cenário está fervendo como nunca, e que somente os mais cegos ainda não conseguem enxergar a realidade. Acredite: o caminho percorrido no último ano não foi nada fácil. O desafio de editar a CRVIS3R só se tornou menos árduo por causa dos inúmeros amigos que acreditaram no projeto e só fazem enriquecer ainda mais a revista, com as presenças imprescindíveis de nossos colunistas. Não dá pra abrir mão do vasto conhecimento do Alexandre Maia, por exemplo, ele que foi um dos brazucas pioneiros em disputas de speed internacionais. O que dizer então da Christie Aleixo? Skatista, empreendedora, espontânea, guerreira, competente e bonita pra caramba... Bem, por esse lado, chega a ser até covardia contarmos com as dicas de preparação física de uma profissional como a Larissa Sampaio, outra mãezona skatista e personal trainer da melhor qualidade. Ô sorte! Não seríamos ninguém sem nossos parceiros. A galera do Eu Amo Longboard traz sempre um enfoque diferenciado do cenário dos skates grandões, e os caras do The Hut só fazem agregar cada vez mais conhecimento sobre equipamentos e técnicas. Não podemos nunca esquecer dos nossos parceiros comerciais que acreditaram no projeto e, agora, engrandecem o produto cada vez mais a cada edição. Acima de tudo, não estaríamos em lugar nenhum se não fosse por você – sim, essa pessoa que nos lê, nos prestigia e só nos faz estimular cada vez mais pra prosseguirmos no caminho escolhido. A minha história no skate começou nas ladeiras em 1975 (até porque não havia outro lugar pra andar naquela época), e a vocação jornalística veio com os fanzines que fazia ainda em 1983, que valeram um convite pra colaborar na extinta revista Visual Esportivo no ano seguinte. Já me quebrei um bocado e deixei alguma pele e sangue em asfalto, madeira, metal, concreto e onde quer que eu tenha colocado meu skate pra andar, e da mesma forma já tive momentos de decepção e até mesmo de fúria com a imprensa especializada. Não ligo a mínima pra nenhum dos dois, e quer saber o motivo? A sensação do vento batendo no rosto num rolé perfeito é equivalente à emoção de ver uma revista editada em mãos, e definitivamente valem qualquer sacrifício ou a superação de qualquer dificuldade. O meu bebê dá um trabalho danado, é verdade – mas a satisfação é tão grande que dá pra passar rindo por tudo o que tiver no caminho! Vida longa à CRVIS3R!



| start O Canadá é um dos países mais cobiçados do skate mundial em diversos aspectos. Além da qualidade de vida invejável, também é de lá que vem o famoso “maple” canadense, a madeira usada pra fabricar a maioria dos shapes (decks) gringos. Fora isso, é um dos países com os maiores fabricantes de longboards do mundo, com diversas marcas próprias. Suas paisagens estonteantes no Hemisfério Norte proporcionam imagens como essas! Thanx Brendan for the pic! Brendan Davidson. Access Road, Vernon, BC/ Canada - Foto: Sean Donovan

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nérCio Vargas

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Jonas Rischter e Gustavo Paredes do Peru. Por AlexAndre MAiA*

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Carolina Dottori

o momento que você estIver tendo acesso a sua revista CrvIs3r, seja na versão impressa ou na disponível on line, estaremos em plena temporada de eventos no Brasil e em toda a América do sul. Tradicionalmente, o segundo semestre é recheado de eventos e, com o crescimento de praticantes de downhill speed, o número de eventos cresce proporcionalmente. Para se ter uma ideia, no exato momento no qual eu estou escrevendo esta coluna estão acontecendo três eventos em lugares diferentes, Argentina, Peru e são Paulo, todos com participação de brasileiros. Daqui para frente, teremos quase que um evento por fim de semana aqui no Brasil, eventos esses de todos os níveis: regionais, nacionais, continentais e mundiais. O grande destaque desta temporada de eventos ficará por conta de um fato inédito que vai ocorrer na historia da IGsA. Devido a todos os problemas ocorridos neste ano no calendário da entidade, que se agravou ainda mais com o cancelamento da etapa da Argentina devido à proibição da prática do Downhill na província de San Luis (isto daria assunto para mais de uma coluna), o Brasil chamou a responsabilidade para promover grande parte do Circuito Mundial. Com duas das três etapas de nível mundial deste ano, e com a única etapa de nível continental do calendário, teremos a responsabilidade de organizar praticamente sozinhos o Circuito Mundial da IGsA e de determinar o campeão da World Championship em Teutônia, além dos campeões mundial e sul americano da temporada 2013 em são João do Deserto.

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* Alexandre Maia, 40 anos, 26 de skate Diretor Sul Americano da IGSA Patrocínios: Downhill Machine, Academia Power Club. Apoio: Evoke, CS Team

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A questão é de que o Brasil está se mantendo firme nas suas convicções, levando em consideração toda a história da IGsA no mundo do downhill speed, consolidando assim a sua importância não só para a modalidade na América do sul como também para todo o mundo. Enquanto outros países simplesmente desprezaram o trabalho realizado por décadas pela IGSA, o Brasil se manteve firme e vai entrar para a história com eventos fortes e bem organizados. Espero que isto mostre para o mundo que o caminho não é a separação, mas sim a união em torno de um trabalho que vise o crescimento da modalidade como um todo e não somente da entidade A ou da entidade B. venho falando isso desde o início do ano, e esta temporada de eventos no Brasil, além das mudanças que virão na organização do esporte no ano que vem, servirão para mostrar que este é o caminho certo, o da união. Esta coluna tem como objetivo falar de eventos e de questões mais técnicas, mas não posso deixar passar em branco a comemoração de um ano da revista que trouxe como tema principal a volta da diversão de se andar de long e de downhill. Então, por quê não nos divertirmos e comemorarmos a oportunidade de poder dropar uma ladeiras nos campeonatos junto com velhos e novos amigos? Parabéns à revista CrvIs3r pelo seu primeiro ano de vida! Que Deus me dê saúde para poder andar muito de skate ainda e poder comemorar muitos outros aniversários da revista!

Apoio cultural:



Maria sanz

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qui na sede da CrvIs3r, ninguém trabalhou hoje! A primeira garrafa de champagne foi aberta pontualmente às 10 da manhã e o DJ demorou só um pouquinho mais para colocar o primeiro set e... ops! Festa errada! Isso é para quando a CrvIs3r estiver fazendo seus 18 anos... Festa de 1 ano é movida a coxinhas de galinha, kibes e refrigerantes! o aniversariante ainda não entende bem o que esse um ano significa e está meio abobado com tanta gente cumprimentando, querendo pegar e dar beijinho... muitas fotos, muita gente envolvida... Padrinho, tio, coleguinhas. O aniversariante já está aprendendo a falar e os primeiros dentinhos estão nascendo (já pode morder), e suas ações estão ficando mais coesas. Talvez não tenha sido a melhor analogia do mundo, mas de fato é isso aí. Parece pouco, mas a CRVIS3R está completando sua sétima edição e um ano de vida. É pouco falar sobre o trabalho que é fazer a primeira edição apenas, quanto mais falar sobre sete... se não amar, pula fora! Assim como a festa, a revista é feita pelos convidados. Gente que respira o Longboard e que acha que pode contribuir de alguma forma, seja dando uma janela para os atletas ou para as marcas, seja explicando o Longboard para quem não conhece. só vejo benefícios para os atletas e para as marcas. Não se engane: sem grana não existe cena, pois não existe incentivo. Essa revista não saiu de graça, assim como seu jogo de rolamentos importados e suas rodinhas coloridas não desceram pela chaminé da sua casa. “No money, no honey.” Ainda assim, a CrvIs3r conseguiu a façanha de lhes entregar sete edições gratuitas. Como? Compromisso e dedicação. No nosso ponto de vista, sempre foi uma aposta; se nós fizemos bonito? São vocês quem irão dizer se continuamos ou não. Então quando você pega um grupo focado em fazer acontecer, acontece. Noética, pensamentos possuem massa. E o que isso nos trouxe de bom, então? Bem, tem que haver retorno e agora temos um veículo da comunidade nos mostrando claramente que estão acontecendo campeonatos, estão acontecendo intercâmbios entre os atletas, novas tecnologias para o skate estão surgindo e mais pessoas estão nas ruas tomando o asfalto de assalto. sei que muitos podem achar irrelevante uma revista na nossa situação atual em que tudo é virtual. olha, isso é para quem sabe apreciar a reserva de um tempo fora do ecrã (vão procurar no dicionário) e exercitando a mente com uma revista. Isso se mostra um prazer quando essa revista apresenta o cuidado com as fotos, matérias e colunas. sempre sonhamos em escrever para uma revista e aqui estamos nós pela sétima vez. Honra maior ver o que a gente escreve tendo algum valor e quando o CrvIs3r Master, Monseiur Bolota nos

chamou para instaurar o euamolongboard.com em uma coluna, não houve muito o que pensar. Dar opinião é algo difícil. Há os que gostam, há os que não gostam e quando se escreve é fácil se render ao texto fácil e, eventualmente, se render também ao negativismo. Tentamos não ceder. Buscamos o positivismo, falamos do que agrada ao olho e à mente, falamos do que agrega e serve à comunidade e em momento algum almejamos ser unanimidade, até porque é da dúvida que a iluminação surge. Blá, Blá, Blá. Mega-Blá para esse parágrafo, porque se formos botar tudo o que achamos ser importante para o Longboard numa só coluna, não teremos profundidade. Por isso, a nossa escolha por assuntos. Até nisso achamos o acerto editorial da revista, dedicando às mulheres uma edição no mês delas. Gol de letra! Aos que lêem a nossa coluna e/ou o blog (obrigado!), vejam que nossa linha é tentar mostrar quanto realmente amamos o Longboard. Talvez isso pareça meio clichê, mas o que não é clichê quando se ama algo? No amor e na guerra, tudo é válido. Às vezes falamos umas besteiras, mas até isso faz parte do negócio de amar alguma coisa; é tanto amor que por vezes estraga, mas esperamos que vocês nos entendam. Na vontade de querer agradar, pecamos por mais, tentando não pecar por menos. No meio disso tudo, o objeto do nosso amor: o Longboard. Discutíamos há alguns dias sobre a necessidade de inovações drásticas no design básico; uma prancha, dois trucks, 4 rodas e rolamentos. Achamos que novos materiais serão sempre bem-vindos, mas o skater sabe quando esta sendo enganado quando vê alguma aberração caça-níqueis. E se não souber, para isso serve também essa revista. Informando sobre o que usar e em quê ocasião (e não estamos falando de moda). A revista se preocupou inclusive em ter uma coluna que fale sobre a saúde no Longboard, já que sabemos que vocês são atirados mesmo. Falamos sobre trips, talvez a melhor parte de praticar um esporte. Conhecer ladeiras e picos de outros lugares, imaginar-se dando um rolé ali e finalmente colocar em prática esse sonho. É de certa forma uma memória genética de nossos tempos nômades? Acredito que sim! Escolher um esporte tão móvel e com tanta produção de endorfina, só pode estar relacionado às grandes aventuras do passado e acho que honramos essas aventuras criando outras novas, ou repetindo-as. Cada um vai experimentar suas próprias emoções, mesmo que um ou outro já tenha feito aquilo antes. Cada um é cada um... é chato ficar usando essa frase, mas neste ponto se aplica. Sim, levou um ano para ficarmos de pé com firmeza, entendendo melhor o que você espera dessa revista, escrita por Longboarders, sobre Longboard, para Longboarders. Parabéns para a CrvIs3r e parabéns para você! Apoio:

Esta coluna foi escrita por Alexandre Guerra e Klaus Duus Visite também: facebook/euamolongboard, Instagram: @euamolongboard, youtube/euamolongboard, twitter.com/euamolongboard

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| lado a _ bomdrop! Por Christie Aleixo*

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m um momento de celebração do skateboarding, chega a ser até inoportuno querer falar sobre os perigos e riscos aos quais estamos expostos. Mas a idéia aqui é informar, e não policiar ou ser negativo. sofri um acidente no dia 28 de setembro que foi uma fatalidade no skate velocidade no qual todos estão sujeitos a passar. Tive uma hemorragia interna devido à pancada, precisei retirar o baço e passei por 3 hospitais até concluir todo o procedimento e voltar pra casa. Mesmo tendo plano de saúde, foi traumatizante e hoje (aos 36 anos e 16 de skate), repensei muito sobre tudo que tenho visto com todo esse crescimento e mudei minha pauta desta edição para aproveitar a oportunidade de expor as coisas que passaram pela minha cabeça, justamente por tudo de bom que estamos vivendo neste momento. E, também, pela geração nova que está começando com menos idade e, como sempre, muito mais atirados e capazes. As campanhas realizadas em todo o mundo quanto ao uso de equipamentos de proteção, tendo o capacete como item principal, geraram uma conscientização positiva não apenas aos novos adeptos como para os que já estavam na cena - ou seja, diminui-se o risco, pois a queda a gente sabe que faz parte. Falando especificamente da ladeira – slide, freeride e speed -, lidamos com a condição de praticarmos a atividade em locais que não são próprios, ao contrário do ambientes dos skateparks, rampas ou bowls/banks. A busca por locais que proporcionem menos riscos é a regra, já que a realidade da nossa prática é perigosa por natureza. os trajetos precisam ser escolhidos com atenção e responsabilidade, bem como reconhecê-los e respeitá-los. Na maioria dos casos, as ruas são abertas, com veículos transitando. Mesmo que o fluxo seja menor, por se tratar de condomínios ou de estradas afastadas das grandes cidades, situações de encontros com animais, carros saindo ou entrando em garagens e a própria “falha” do rider ou do equipamento, que podem te levar de encontro ao veículo na outra mão, não estão eliminadas. Checagem de equipamento constante, uso de macacão (no caso do speed) em qualquer circunstância, carro de apoio e comunicação de segurança da via entre o grupo que estiver se divertindo, são alguns exemplos do que podemos fazer para diminuir os riscos. Além disso, é bom saber onde fica o hospital mais próximo e qual é o número correto da região se houver necessidade de socorro. Nos eventos, independente de serem grandes ou não, os organizadores precisam contar com uma equipe de apoio de pista capacitada para atuarem como fiscais. Respeitar o tempo entre as baterias nos treinos, para não criar uma bola de neve caso haja queda, bem como oferecer ambulância e resgate adequado tanto para as situações básicas como, principalmente, para as de grande gravidade. Já estive em evento grande onde os socorristas não possuíam alguns itens básico de primeiros socorros, estavam ali apenas para remoções... Estamos falando de vidas! reconhecer o perigo de nossa atividade não é lidar com o negativismo, muito pelo contrário: é lidar com a prevenção. negar o risco é se colocar em perigo, e é justamente isso o que não queremos. Comece a pensar também em plano de saúde, seguro-viagem e também um seguro de vida. Importante: tenham em seus equipamentos o seu grupo sanguíneo e o telefone de contato de uma pessoa responsável. Se você acha que estou pegando pesado, é porque ainda não tem ideia do que você esta fazendo, e graças a Deus ainda não precisou se preocupar com esse assunto. De qualquer forma, independente do papo desta edição - que pode ser chatinho, mas é necessário -, desejo que continuemos tendo um BOMDROP! Afinal, a diversão não pode parar!

*Christie Aleixo, skatista profisisonal, 36 anos, 16 de skate Patrocínios: MAD RATS , TACNA macacão, LegeNDS, BOMDROP!, New SkATe, SeISMIC wheels, 4FUN Skateboards, SCHUSS Trucks Apoio: DEUS Acesse: www.bomdrop.blogspot.com

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DiVulgação

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Alfaya skateboard Curvas e ladeiras: segunda temporada

Por tielle hAss

nYCskateboarding4u A cidade de Nova York é uma das maiores, mais visitadas e cobiçadas cidades dos Estados Unidos. E, como qualquer cidade de grande população e agitada como a “Big Apple”, o skate faz parte desse cenário dividindo com carros, arranha-céus e milhares de turistas e cidadãos nativos circulando 24 horas por dia. A vantagem de Nova York para andar de skate é que a cidade é plana, o que facilita muito usar o skate como um meio de transporte; com isso, diversos skatistas são vistos cruzando o cotidiano da metrópole, seja de longboard, cruisers e skate de street. Com essa cena típica, a fotógrafa brasileira eliana Castanho, residente da cidade, estreou um endereço no Facebook chamado nYskateboarding4u, para postar esses ensaios que vem coletando no dia-a-dia. sem compromisso, a idéia é justamente captar essa intervenção na cidade de maneira expontânea. Eliana, que mora há 10 anos em NY, chegou a trabalhar na revista Yeah!, importante publicação brasileira de skate nos anos 80. Agora, ela também será colaboradora da revista CRVIS3R Skateboarding na cidade americana. Acesse: www.facebook.com/NYCskateboarding4u <26>

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DiVulgação

eliana Castanho

Depois de uma bem sucedida estreia no canal a cabo Off, o programa “Curvas e Ladeiras” já está na sua segunda temporada, que vai contar com 13 novos episódios. A primeira temporada detonou desbravando ladeiras e descidas da região Nordeste e, dessa vez, as garotas estão focando as ladeiras da região sul e centro-oeste do país. reine oliveira, tamis Guerra, Fernanda tabith, Jéssica souza e isabela nunes são as protagonistas e também convidaram alguns nomes de peso para participarem de algumas sessions ladeira abaixo, como douglas dalua e Max Ballesteros, entre outros. Não percam toda quintafeira, às 19:30H.

Criada por ruddi saad e Walter Policiano, a Alfaya skateboard nasce com a proposta de fornecer shapes de alta qualidade, fazendo com que novos praticantes tenham acesso ao esporte. Com tecnologia, estudo e muitos testes, a marca lança 4 modelos no mercado, com precisão e técnica, garantindo alto desempenho nas mais variadas pistas. A Alfaya apóia riders em diversas categorias, como Waldemar “Predador” Brandi (com seus 28 anos de skate e recordes no tow in), Bruno lantas, Marcos Giardino, Manoel Formiga e tielle haas.

Bibi sucos skate A cadeia de lojas carioca Bibi sucos está com seus novos modelos de skates, lançados agora no mês de outubro. Famosa por fazer alguns dos melhores sucos da cidade, além de apoiar e patrocinar esportistas radicais, a Bibi também é um dos pontos de distribuição da revista CrVis3r skateboarding... Procure a revista em um dos 10 endereços da cidade, e não deixe de provar os sucos e sandubas irresistíveis que eles oferecem.


arquiVo pessoal

Caio Matsuí

não somos heróis Por Christie Aleixo

Cri duarte na Black sheep

Fabio bolota

o Longboarder Cri duarte, que também é locutor e organizador de eventos de skate, acaba de entrar para o time da marca Black sheep. Ele, que já anda pra SkateBrothers.com.br, Tubainas Crew, Gás Inflamável e Ambient skate shop (a qual é um dos sócios na loja de são Pedro), agora está mais feliz, andando pra esta conhecida marca nacional. ¨Essa parceria não podia ter vindo em melhor hora, estou muito feliz e agradeço a confiança do edu Brutão e do chefe de equipe, Guilherme rocha. Não podia deixar de agradecer a revista CrvIs3r, que da essa força pro nosso estilo de vida ficar cada vez mais forte... Valeu mesmo pelo ótimo trabalho de vocês!”, finalizou ele.

Barbearia Cavalera A loja Cavalera nos Jardins, mais precisamente na rua oscar Freire, inaugurou uma barbearia bem estilosa, que tem no comando o nosso amigo Marinho, que foi skatista e baixista das bandas Yo-Ho-Delic, Pavilhão 9, entre outras. No Comando das pick-ups, igor Cavalera lançou as pedras... Parabéns ao Turco Loco e ao Marinho pela proeza!!!

Depois de sofrer um acidente em uma competição de speed no mês de outubro e deixar a todos assustados, Christie Aleixo passou por uma cirurgia e deixou esse depoimento em seu perfil no Facebook: “Não preciso colocar essa foto para fazer apologia! Aqui sempre contei minha história. Estou na minha página e não copiei a ninguém! Não venho aqui expor negativamente o que eu escolhi para minha vida e no qual me orgulho! E a condição estética não é mesmo o que me fez estar com esse grande sentimento que anda atormentando minha cabeça: Hoje estou com 36 anos e tenho um filho de 17. Nunca fiz uma trip para gringa sem fazer um seguro-viagem e sempre tento deixar meu plano de saúde em dia (que cubra o mínimo da cobertura que preciso com os acidentes que o skate pode causar em minha vida)... Então, eu quero dizer a vocês, mães, mulheres, esposos, filhos, maridos... Façam o que amam! Mas lembrem-se que vocês têm outras pessoas. Acompanhem seus filhos, andem em GRUPO, busquem o máximo de segurança que puderem ter em uma session. - Não participem de eventos sEM sEGUro do atleta caso haja uma invalidez - viajem com seus seguros-viagem (gringa) - Estejam com um plano de saúde em dia (nacional) - Pensem nas pessoas que podem “ficar” na sua ausência.... e por ai vai! Eu mesma me uso como exemplo para mim mesma! Sejamos responsáveis!!! NÃO SOMOS HERÓIS e muito menos imortais... Nosso esporte é coisa extrema e mesmo que venhamos atingir “conquistas” “conquistas” e “conquistas” seja o que isso represente para nós e para os outros, existem pessoas e coisas muito maiores ao nosso redor, respire e veja!”

UponBoard store: Comemorando 1 ano de portas abertas! A loja UponBoard store, localizada na cidade de Canoas (RS), está completando um ano no mês de outubro – que, por coincidência, é o mesmo mês de aniverário da revista CRVIS3R. Com atividades que tiveram início em 2011 apenas on-line, a loja virtual deu oportunidade para o surgimento da loja fisíca, fazendo o caminho inverso e, desde a inauguração, a loja vem sendo uma das melhores da região. Parabêns e muitos anos de negócios! visite: www.uponboardstore.com crvis3r skateboardiNg

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DiVulgação

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estilo longbord para o dia-a-dia Com a presença de alguns dos principais atletas de skate downhill do rio Grande do sul, aconteceu em setembro o lançamento da coleção “Made in Longboard + Web store” da Godown, no BANX de Porto Alegre. A marca é reconhecida por traduzir o lifestyle dos praticantes e levar a experiência do skate longboard para o cotidiano das pessoas. Junto com a coleção, a marca oficializou Jonas richter - 10º colocado no ranking da IDF (International Downhill Federation), como um de seus principais atletas. Acesse www.godown.com.br e veja as novidades da marca.

slide liga

gabriel Klein

A slide liga é uma organização focada no planejamento, desenvolvimento e organização de eventos na vertente do downhill slide (classic & freeride). Prentendem atuar de forma segura e responsável na gestão operacional de eventos de downhill slide e Longboard, no cenário nacional e sul-americano, visando reformular os critérios de julgamento e formas de disputa. A Liga pretende proporcionar uma melhor organização, divulgação, estruturação, presença de público e, consequentemente, o sucesso dos eventos promovidos pelos parceiros. A slide Liga Brasil surge diante da necessidade de melhoria de gestão, bem como uma reformulação dos padrões e o reconhecimento do skate de ladeira como uma vertente forte e potencialmente comercial do skate brasileiro e mundial. Aguardem: em breve, mais informações dessa importante iniciativa.

Crisálida (Chrysalis) com Ana Maria suzano Uma mistura sublime de longboard, com manobras de freestyle, com algumas várias de street, executadas com muita leveza e beirando à levitação com seus passos sobre o skate... Esse é o conteúdo do novo vídeo da longrider da cidade de vitória (Es), Ana Maria suzano. o vídeo é impressionante, com ótimas cenas em slow motion e com uma locação escolhida à dedo, completando a qualidade desse filme. Há algum tempo, Ana Maria vem apresentando uma evolução e ótima performance sobre o skate, e sua dedicação e vontade de andar de skate ficam evidentes, como nesse nesse vídeo. se tiver oportunidade, acesse e confira: http://www.youtube.com/watch?v=H7CaWr2poBg

Qualquer lugar é lugar Por BrUno “noBrU” riBeiro

Há quem diga que lugar de skate é na rua. Pois é sim, mas os outros espaços também são. O Push in FIL reafirmou isso nos dias 21 e 22 no teatro do Jockey no Rio de Janeiro. o Push in rio tem a forma de um grupo de amigos que resolveram se organizar minimamente e movimentar a cena carioca. Com uma pegada de skate overall e composto majoritariamente por skatistas de downhill, o longboard sempre foi uma atenção, porém nunca esqueceram a intenção de integração com o carrinho. Trouxeram o primeiro push race - maratona de skate - no rio de Janeiro e foi referência para o de recife. Desse projeto, surgiu o convite pro Push in FIL. E escola, também é lugar de skate? É sim - e se não fosse, viraria. o skate faz uma releitura do que nos cerca e nesses dois dias de final de semana, o pátio foi ocupado de forma nunca antes vista. Na escola do Jockey Club, que vai do maternal até o 9º ano, as crianças nunca foram tão alto e tão rápidas. Ao invés de sinal de aula, foi intervalo o dia todo; sem aulas, tivemos filmes na telona. O skate nos mostra que um mesmo lugar pode ser usado pra diversar formas. o Push in rio também. Em frente! <28>

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DiVulgação

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Georgia Bontorin novamente nas cabeças! A pequena mas possuída Goeorgia Bontorin, é com certeza uma das mais rápidas e veloz garotas no DHS mundial. Nesse ano, encabeçou quase todas as competições do circuito mundial de velocidade que participou e agora, após ficar em segundo lugar no evento “Copa valle Del Downhill - Desafío de Los Andes”, no Peru, não se intimidou em outra etapa da IDF no mesmo país, na semana seguinte. Durante a competição “Copa Morro Solar 2013”, desbancou todas as adversárias e levou o campeonato mais uma vez. Parabêns, pequana notável!

errata: Na edição anterior, a legenda na foto do evento “Priority longboard Mini ramp Contest” descreveu o skatista como sendo o Thiago Bomba, mas na verdade o cara é o longboarder Will ronzio, executando um F/s Tweaked Air. Foto: Caio Matsui.



Fotos roberto tatto

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Foto maior: Tiozão Leone curtindo muito o finger longboard. Ao lado: Os manos - só diretoria; Jorge Kuge, Fernando Batman, Per Canguru e Paulo Anshowinhas. As minas, antenadas e conectadas: Laura Alli, Ana Beatriz, Flavia Dian e Reine Oliveira.

MXk/Matuzas Xapa-kents Especial

entrevista com leone Creazzo o skate brasileiro de um modo geral, e as modalidades de ladeira em particular, devem muito ao leone Creazzo. desde sempre, ele e suas empresas tiveram a honra de formar muitos atletas e também de participar dos primeiros passos da Use (União dos skatistas e empresários) em 1988, a realizar uma das primeiras etapas da UBs (União Brasileira de skate) em Pirassununga no ano seguinte e tornando realidade o campeonato no Pico do Jaraguá (rally tracker) em 1997. Para muitos, esse foi o marco para o início de competições de longboard no Brasil. Batemos um papo com o “tiozinho”, que revela um pouco mais de sua expressiva história de dedicação ao skate. Por FABio BolotA Completando 60 anos de vida e 3 décadas de empresa de skate, pode-se dizer que viver de skate é uma realidade? são trinta e três anos produzindo e respirando skate. No início, tive de conciliar a empresa com outras atividades, sempre com o apoio e a dedicação de meus familiares; com muito esforço e trabalho, hoje posso dizer que viver de skate se tornou realidade. Bons tempos aqueles quando tive como fieis parceiros meu pai (Sr. Esmeraldo – em memória) e minha irmã (Marina – em memória). Juntos tínhamos uma incrível parceria... Eu fundia as peças na fabrica (chegava à meia-noite com os trucks) e meu pai levantava às 5 da manhã para montá-los, e já contava com a ajuda da minha filha, Fernanda (4 anos), que na época já se ativava na montagem dos boards. Devidamente montados, ainda pela manhã eu saía para entregá-los. Por sua vez, minha irmã cumpria o papel de administradora. Tempos felizes! Você começou a andar de skate bem depois de criar a marca... Quanto tempo faz isso e o que foi essa experiência? É verdade ! Eu não tinha tempo de andar de skate, somente de fabricá-los... era só trabalho! Mas aprendi a andar ainda na década de 70 (migrando pros anos 80) junto com o Claudinho (meu gerente de vendas). Há 15 anos, quando iniciei a parceria com Sergio Yuppie, foi inevitável andar de skate pois precisava filmar os atletas em ação e participar de campeonatos, como de fato participei, juntamente com as lendas como Juliano Lilica, Marquinhos Ubaldo, Indião, Birinha, Thiago Cocó, Zequinha e tantos outros bons atletas. Isso despertou minha paixão pelo skateboarding e hoje não consigo mais parar! É pura vida estar em uma ladeira e poder ensinar, passar a alguém o ensinamento e acompanhar sua evolução dando uns ‘toques’. Não tem preço! Eu amo skate, vivo do skate e ando de skate sempre rodeado de amigos, pois é isso que vale a pena... Amigos! Como é viver de uma empresa de skate no Brasil, em um mercado tão cheio de particularidades? É muito difícil, pois existe uma diversidade muito grande de novos produtos de fora do pais e isso faz com que nós tenhamos de acompanhar essas mudanças com muito menos recursos e incentivo. Fiz e faço muito esforço para acompanhar e fornecer produtos de qualidade. o mercado é muito competitivo nos dias atuais, estou sempre disposto a mudar mas sempre seguirei a minha ética de muito trabalho e perseverança, buscando atender

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nossos clientes com uma marca nacional de muita qualidade. Você está repaginando a marca. o que o motivou a isso e o quais serão essas mudanças? Não se trata somente de uma repaginação, pois essa se deu no “redesign” dos produtos e no emprego de matéria-prima de melhor qualidade na fabricação dos mesmos, tudo para atender o peculiar e exigente consumidor brasileiro, que hoje tem inúmeras opções de marcas e produtos. Principalmente, focamos o fortalecimento da minha marca Six Trucks, criada há 12 anos junto com o ícone do skate Billy Angel, um desenhista de raízes muito fortes. Dessa empreitada, já estou colhendo frutos diante do fato de gozar de um bom conceito no mercado, e para mim, com toda minha experiência, é um orgulho deixar este legado para o skate brasileiro. Quanto à Tracker, ela sempre ira existir e é como se fosse meu sobrenome... É o nome da minha empresa! Como foi sua festa de 60 anos no Clubinho? resumidamente: inesquecível! Minha festa de sessenta anos, como fala o meu amigo Formiga, foi nos padrões six Trucks! Consegui reunir no Clubinho uma enorme família do skate brasileiro. Foram os pioneiros, os verdadeiros dinossauros do esporte, e isso tudo juntamente com meus melhores amigos e minha família. Eu me senti extremamente feliz na passagem desta data. sem palavras! Microfone aberto para suas considerações finais, tio! Quero agradecer a todos aqueles que me ajudaram de alguma forma a fortalecer o skateboarding no Brasil, sendo atletas ou não, empresários, mídia... sem essas pessoas, eu não teria conseguido permanecer initerruptamente no mercado até os dias atuais. Quero ainda fazer muito pelo skateboarding no Brasil, principalmente através de projetos sociais, assim como o meu “Projeto Skate Criança” que agora se destinará a outro local junto com a Associação da Pac Crew (Fernandinha e amigos), sabendo que o skate é uma excelente ferramenta de inclusão social. Aliás, parabéns ao trabalho do sandro Testinha, que vem acreditando e incentivando o esporte junto às crianças carentes com o seu social skate. Aguardem as surpresas da six Trucks, agora ela terá minha filha em seu comando e colocarei toda a minha experiência para produzir o que temos de melhor no Brasil. Agradeço a Deus por ter colocado o skateboard em minha vida e aos meus atletas! Agradeço imensamente pelo espaço. Um forte abraço!



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1º Circuito Brasileiro de Push race- etapa recife TEXTo E FoTos BrUno GAllindo

A abertura do 1º Circuito Brasileiro de Push race aconteceu na manhã de Sábado, 31 de Agosto. A previsão do tempo era de com pancadas de chuvas durante o dia, o que preocupou bastante a organização. o dia amanheceu nublado e a largada estava prevista para as 11:00 horas mas, devido ao tempo ruim, só aconteceu 30 minutos depois. Ao todo foram cinco categorias em disputa: amador, master, feminino e mirim; além dessas, a equipe do PUsH rACE recife inovou e lançou o “short race”, uma categoria experimental com baterias de 4 atletas e tiros

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de 200m, passando dois atletas para a próxima fase até chegar à grande final. Resolvemos inserir na competição esse formato para dar mais dinamismo ao evento, apesar de não valer e contar pontos para o circuito brasileiro. A etapa recifense teve o patrocínio da Prefeitura da Cidade do recife; co-patrocínio da kenner, Fish e sector 9 ; apoio da Colina Boards, Mística e Aurora Boards. A segunda etapa do circuito brasileiro de Push race, a skaterun, rolou em são Paulo no mês de setembro, e você pode acompanhar aqui nas páginas desta edição da CrvIs3r.



arquiVo igor lage

Fotos reginalDo oliVeira/ Vibe longboarDing

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Igor Lage.

11º overMeeting skate downhill Por reGinAldo oliVeirA/ ViBe lonGBoArdinG

Nos dias 3 e 4 de agosto, o Parque Ecológico Dom Bosco em Brasília recebeu a 11ª edição do overMeeting - campeonato brasileiro de skate Downhill. o grande diferencial desta edição foram as parcerias firmadas, que contribuíram de forma surpreendente agregando ainda mais valor ao projeto overMeeting. A Associação Longbrothers deu o maior suporte ao evento e aos atletas, o espaço da NES-Núcleo Escola Skate ofereceu oficinas de mini-rampa para crianças e horas de diversão para os mais experientes. As apresentações de mountainboard foram um show à parte, e o grupo Mountainboard Brasília chamou a atenção do público com seus saltos e manobras aéreas. Durante o evento, aconteceram também uma etapa do brasiliense de slackline e a exposição de shapes pirografados pelo artista e tatuador Flávio Araújo, que preparava um shape especial para presentear o 1º colocado da categoria Classic Flat Longboard. A patrocinadora Qix trouxe o atleta sérgio Yuppie, “king of Downhill slide”, um grande ídolo do skate. os dois dias de baixa umidade e calor foram compensados com o fornecimento de água gratuito oferecido pela CAESB. Ao som dos Djs A, Zeca e Batman e com a locução animada de MC Hadda, Cri Duarte e Beto Mendez, o público presente curtiu um final de semana de muito skate e diversão. No sábado, foram homenageados o “Grand Legends” de Brasília, skatistas com mais de 50 anos de idade, que receberam certificados de reconhecimento, nessa que foi uma honra para os organizadores do evento. Oficializado pela Confederação Brasileira de Skate, o OverMeeting ofereceu aos atletas toda estrutura exigida pela entidade: amClAssiFiCAÇÃo GerAl slide Mirim 1º kauê Luciano ramos longboard Master 1º Leonardo Discacciati (DF) Classic Flat longboard 1º Lucas Inke (Original 4i20 - RJ) dhs Master 1º André Bozato Magriça (40

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Polegadas, Gás Inflamável - SP) 2º José Carlos Birinha (Mission, 40 Polegadas - sP) 3º Alexandre Maia (sC) longboard iniciante 1º Leandro de Lima Souza (Gás Inflamável - SP) longboard Feminino 1º Ana Beatriz Carvalho - Thiz (Us Boards, Base - sP)

bulância, segurança, área reservada, juÍzes e locutores especializados, premiação recheada... enfim, tudo para proporcionar aos atletas do Brasil e da venezuela um campeonato de qualidade. Na ladeira de 450 metros, os atletas mostraram o resultado de muito treino e dedicação deixando aos juízes a difícil missão de escolher os melhores entre tantos talentos. Foram premiados os competidores de 1º ao 10º lugar que, além dos prêmios oferecidos pelas marcas de patrocínio e apoio, receberam troféus e medalhas confeccionados a partir de shapes usados. Essa é uma marca do ovemeeting, que sempre usa materiais recicláveis na confecção dos mesmos. Após dois dias de muito sol, skate e diversão o projeto Palco Lost trouxe a banda surf sessions e convidados, fechando com chave de ouro a 11ª edição do evento. Agradecemos a todos os apoiadores e à patrocinadora Qix, ao Ibram, Caesb, aos atletas que marcaram presença e principalmente à toda equipe overMeeting, que através de muita dedicação e trabalho tornou possível a realização dessa grande festa do skate brasileiro. O OverMeeting foi uma realização da OverStreet Skateboards, oficializado pela CBsk, teve patrocínio da Qix, apoio das marcas sector 9, Freedom Fog, Moska, Black sheep, Jumppings, Hocks, Base, rayne, New, six Trucks, Gobby, Long Hill, Urgh, Diniz Auto Centro, mais o apoio dos parceiros Longbrothers, NEs, slackline Brasília, rT2, Mountainboard Brasília e Flávio Araújo Tatoo, cobertura da Skate Brasília, Vibe Longboards, 40 Polegadas, Revista Vala, Transamérica FM e Zion Multimídia e apoio do Ibram, CAEsB e Administração do Lago sul. 1º Cristiane Andrigo - Cris Punk (skate Mundo - sP) 1º suellen Paiva - sula (Fun House, Club Coat Fitness - DF) dhs iniciante 1º Pedro Andrade (skate saúde - sP) dhs Amador 1º Carlos rodrigues - Piu (rCsskT - sP) 2º Alex Araujo dos santos (kung

Law - sP) 3º Natan dos santos Picolo (Drop! street wear - sP) longboard Amador 1º Jonathan Borges (Us Boards sP) 2º Igor Lage (Surfável - SP) 3º Davison Paixão (Paixão surfavel - sP)



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Waldemar “Predador”Brandi.

Gás Inflamável Speed Festival Por tielle hAss | FoTos rUddi sAAd

Foram 2 dias de muito skate e drops insanos! A “runaways Tour” esteve na serra de são Pedro, em Piracicaba (SP), para acompanhar o Gás Inflamável Speed Festival. Riders de todo o Brasil marcaram presença nas modalidades luge, speed masculino e feminino, com a pista impecável e a segurança garantida por fenos e retirada dos olhos de gato. Muitos nomes de peso nos pegas, como o campeão mundial Dalua, Andrew Dassie, Carlos Paixão, Waldemar Brandi “Predador”, Pulga retornando às competições e também o Giba do luge, e mais de 80 riders de todo Brasil. O nivel dos drops estava alto desde o primeiro dia, ficando mais tenso no domingo quando a chuva molhou a pista, mas tudo deu certo e o campeonato foi emocionante do inicio ao fim, Nossa torcida fica para a Christie Aleixo, que sofreu uma queda e precisou se hospitalizar... volte logo para as pistas porque o DH feminino só cresce, boa recuperação aí. Quem levou o Feminino foi a integrante da Tour, raiza sartori, o vencedor do masculino foi Carlos Paixão e no luge foi o Walter Baresi. <38>

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ClAssiFiCAÇÃo FinAl: 1º Carlos Paixão 2º Douglas Dalua silva 3º Andrew Dassie 4º Everton Festugatto 5º Thiago Gomes 6º Fael sabela 7º sergio Cordeiro 8º Pedro Frangulis 9º rafael Careca 10º Diego Dassie



reD bull/ DiVulgação

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Fotos roberto tatto

O visual não poderia ser mais clássico: Monumento do Ipiranga.

Da esquerda para direita: Podium 3X; Tamires, Flavia Dian, Patricia Villar e Reine; os juizes Mineiro, Scooby e a CRVIS3R!

red Bull long Classic 15 de setembro - Museu do Ipiranga resUltAdo: 1º Lucas Inke; 2º Lucas Baker; 3º rodrigo Donha





Arquivo PessoAl

patti mcgee

Entrevista:

Patti McGee POr Guto JimEnEz

O pioneirismo é algo desejado por muitos, mas somente é alcançado por uma espécie rara de pessoas. Gente como Patti McGee, a primeira mulher a se tornar uma skatista profissional ainda nos longínguos anos 60. Ícone do skate por décadas, e recentemente laureada com seu nome no Hall of Fame of Skateboarding, a tiazona super-simpática já viu todas as fases pelas quais o skate passou e é a melhor prova vida de que a diversão não tem idade - e muito menos prazo de validade. Ela arrumou um tempo em sua agenda atribulada pra essa entrevista exclusiva à CRVIS3R Skateboarding, na qual desfila irreverência, bom humor e muita sabedoria adquiridos em mais de meio século sobre o carrinho. Confira agora!

E

m primeiro lugar, gostaria que você dissesse (se você não se importar) o ano em que começou a andar de skate, e como era o seu “carrinho”. Olá, e saudações do Arizona, que é onde eu vivo desde 1976. Sem problemas quanto ao ano... Eu montei o meu primeiro skate em 1962 quando o meu irmão serrou o patins que a gente tinha e pregou os eixos numa tábua que ele havia feito na escola. Ele ficou me pertur-

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bando até que eu experimentasse, e o resto é história. Existe uma história curiosa a respeito de sua entrada na equipe da Hobie, a maior da época; você pode contar pros leitores? Eu andava com os BunBusters e foi com eles que conquistei o meu primeiro título no campeonato nacional de 1964, e fixei o handstand como a minha manobra típica. Eu sentia que tinha algo a mais, então me mandei pra loja da Hobie em Dana Point, e o dono estava de saí-


reProdução

Na página ao lado: Sendo puxada a aproximadamente 75 km/h, no melhor estilo tow-in em 1964! Orange County, California. Ao lado: Primeira mulher a estampar a capa de uma revista de circulação mundial, andando de skate! Revista Life, 1965. Abaixo: Pasadena, California - 1965.

da com caixas e mais caixas de skates, além de uma pasta e de um terno, e me disse que estava indo pro aeroporto pra despachar tudo pra uma série de demos. Era a minha chance, então eu pulei na Kombi e passei a mostrar o meu troféu e algumas fotos que eu tinha. Ele me perguntou se eu sabia tomar conta de crianças (risos), pois sua esposa tinha quebrado a perna em Mammoth e estava sendo levada pra casa. Ele estava a caminhode New York pra uma grande promoção pra Macy’s e precisava de uma babá com urgência! Assim nós acertamos, e ele viajou pra New York e me incluiu na equipe promocional, e o resto é ainda mais história. Como eram as tours e demos nos anos 60? Você se lembra bem ou foi afetada pelos “efeitos dos anos 60”? (risos) As demos eram promovidas através de eventos nas lojas de departamento, como a própria Macy’s ou a Montgomery Dept. Era sempre um movimento pra verem os skatistas, ainda mais tendo uma garota da California como eu... Bem, quanto às lembranças, tem um ditado que diz que “se você se

lembra dos anos 60, então você não esteve lá de verdade” (risos), mas ainda estávamos na era pré-hippie. Sim, eu era uma profissional e estava amarradona, lembro de todas as viagens entre 64 e 66 e é claro que minha mãe guardava os recortes de onde eu estava. Então lá vai um primeiro conselho: guarde as memórias, você vai se agradecer um dia por isso. Sua foto na capa da revista Life, em 1965, é uma das imagens mais icônicas de toda a história do skate. Como aquilo mudou a sua vida? O efeito que importa é o da atualidade, e os últimos 10 anos estão sendo mais fortes nesse sentifdo. O skate sempre teve seus altos e baixos desde 1967, sempre teve um momento no qual foi pro submundo. No dia em que a história e a nostalgia do skate voltaram a ser importantes, as imagens e os feitos do passado voltaram a ter a atenção que sempre mereceram, e pode-se dizer que eu estava na hora certa e no lugar certo. Hoje em dia, recebo fotos de meninas em meus perfis no Facebook e MySpace e

elas estão fazendo headstands, ou “pattis” como elas chamam (risos). Ser homenageada por essa foto, “icônica” como você mesmo diz, é uma inspiração pra que eu continue a ser do jeito que sou e ser agradecida por toda a atenção que recebo das meninas. E dos caras também, eu adoro homens skatistas de todos os tipos! Quais são os skatistas que mais te influenciaram na vida? Desde que voltei a andar de skate em 2000, com 55 anos, os caras são David Hackett e Steve Olson, e a partir daí a lista só cresce. O meu historiador Scott Starr tem sido uma influência imensa, ele foi além do esperado pra descolar imagens de revistas, programas de tevê, anúncios e tudo o que pudesse ter uma imagem minha, é um verdadeiro historiador dos esportes de prancha. Qual tipo de terreno que você mais curte andar? Bem, eu fiz 68 anos recentemente, podem fazer as contas (risos). Tendo dito isso, e que nenhuma proteção é suficiente pra me manter afastada de machucados, eu dou os crvis3r skatEboarding

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meus rolés só pra me divertir. Como ganhei um kit de cones de slalom de aniversário, vou pra ladeira dar um role com eles daqui a pouco! Patti, você será conhecida pra sempre como a “primeira mina” ou a “mina original”. o skate feminino atingiu a um nível jamais visto na história, e pode-se dizer que todas são suas “descendentes”. Como você se sente em relação a isso? Eternamente agradecida, e envergonhada também. (risos) Por favor, fale sobre sua mais recente iniciativa no skate. Em 2000, a minha filha Hailey teve a brilhante idéia de sair fora do ramo de transmissão radiofônica e partir pra fazer silk screens, e assim nasceu a marca “The First Betty”, agora conhecida como “The Original Betty”. Ela me encoraja direto, passamos horas imprimindo camistas juntas e agora apoiamos oito meninas em nossa equip. Em 2011, eu lancei um pro model com a tal foto da revista Life, junto com mais outros dois models. Agora estamos trabalhando num model pra pools e num long fde 43”, esse será o “Surfer Betty”. Gosto de usar imagens minhas do passado, principalmente as que eu apareço rindo andando de skate. Como você se sente estando no Hall da Fama do Skate? Foi o ponto máximo de minha vida, com toda a certeza. É muito difícil de explicar... a minha filha Hailey me presenteou com o discurso mais lindo que eu já ouvi, chorei muito na hora. Tive de ler o meu discurso a todos os skatistas respeitados que estavam na platéia, isso foi de tirar o fôlego a maior parte do tempo. O troféu é meio pesado, deve ter uns 8 quilos e é uma verdadeira obra de arte. Como se não bastasse, o Steve Van Doren ainda mandou fazer um bolo especial pra cada um dos indicados... Que cara é esse! (risos) Mais recentemente, fui convidade pelo Smithsonian Institute a doar o meu primeiro skate pro museu deles, ficará ao lado dos skates de Tony Hawk, rodney Mullen e Chris Haslam. É muita honra! muito obrigado mesmo por ter respondido a essas perguntas! Por favor, mande um recado pra todos os leitores da CRViS3R e fãs brasileiros que você tem. Gostaria de mencionar que o senhor em minha vida é Jesus Cristo, amem! A vida é boa se você quiser que seja assim, seja sempre feliz e educado pois você nunca sabe o quanto pode influenciar a vida de outras pessoas. Além disso, sempre use um capacete pra poder andar de skate por mais um dia. Beijos!

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crvis3r skatEboarding

iAn logAn

patti mcgee

Acima à direita: Patti McGee, sua filha Hailey V. durante a entrega da premiação “Skateboarder Hall Of Fame 2010”. Acima à esquerda: Capa da tradicional Skateboarder Magazine, publicada em 1965. Ao lado: Seus models atuais, mostrando que a história tem que ser valorizada... respeito!



RobeRto tatto

virada esportiva 2013

Virada

Esportiva 2013 Skate Run - Skate no Museu - Battle

A Virada Esportiva aconteceu nos dias 21 e 22 de setembro celebrando a 7ª edição, e mais uma vez fez com que a população paulistana saísse de casa pra curtir as centenas de atividades esportivas e recreativas espalhadas pela cidade por 24 horas ininterruptas. Como em todas as versões anteriores, o skate teve participação garantida em diversos pontos espalhados pela cidade. Aqui, vamos focar em 4 eventos que teve o skate em destaque. Entre novidades e eventos já consagrados, tivemos no sábado (21), duas competições no Parque da Independência, no Ipiranga, sendo o Fast Slalom Dual Híbrido pela manhã e, na parte da tarde, o Downhil Team Battle. No domingo (22), a novidade desse ano foi o Skate Run, a maratona de skate que fez bastante barulho pelo Centro da cidade, enquanto que no Ipiranga aconteceu o tradicional evento Skate no Museu, encerrando as atividades da Virada Esportiva em grande estilo. Pra falar sobre a realização do Skate Run, entrevistamos o idealizador e campeão de downhill slide nos anos 80, Fernandinho Batman Amaral. > Skate Run Eu fui um dos locutores na chegada do SkateRun junto com o Renato Taroba, e na largada estava ninguém menos que o Paulinho Davi. Nesse ano de 2013, completo 25 anos de experiência em narrações de eventos de skate - e posso garantir, sem a menor sombra de dúvida, que o SkateRun reuniu o maior número de inscritos de um evento de skate que eu tenha trabalhado em todo esse tempo. Se não me engano, o número de competidores foi de 4.083 skatistas! As três coisas mais legais foram: a integração de skatistas de TODAS

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crvis3r skateboarding

as modalidades de skate; encontrar centenas de amigos e amigas de várias idades, e poder saudar a todos um por um; e, principalmente, os mais de 4.000 sorrisos nos rostos dos que completaram a corrida. Foram mais de duas horas ininterruptas de skatistas cruzando a linha de chegada, incluindo gente de todas as idades e experiências sobre o skate - dos campeões mundiais Sandro Dias e Douglas Dalua até casais e famílias inteiras que fizeram questão de chegar de mãos dadas. Resumindo: podem me chamar de novo no ano que vem, que eu estarei lá sem falta! (GJz)


POR Fabio bolota

Fernandinho Batman e o cobiçado troféu!

de uma maneira geral, acho que deu certo. existe uma interferência provocada por metais no controle de tempo, e como o skate tem alumínio e ferro nos eixos, ficamos apreensivos mas no final deu tudo certo! Considerações finais, etc. (microfones abertos... rsrs). A SkateRun nasceu, e já nasceu grande! Não vai ficar somente como um evento isolado, vamos ter outras e todos os anos, vamos trabalhar para que ela fique cada vez maior e melhor. Somos muitos skatistas no Brasil e a Skaterun quer ser a prova mais democrática do skate, quem for pra competir estará bem acessorado, quem for pra passear encontrará seus amigos... a Skaterun une todas as tribos do skate: tinha gente do vert, street, slalom, freestyle, downhill, speed... meu sonho estará completo quando todos skatistas estiverem unidos na largada com seus skates ao alto, e ouvirmos bem alto: esse é o skate brasileiro! Essa é a São Silvestre do skate! Abrah!

Fotos RobeRto tatto

Esse projeto estava na gaveta há algum tempo. De onde surgiu a idéia e como foi pra conseguir realizar e concretizar? na verdade, o projeto é antigo mas nunca esteve na gaveta, mantive o máximo de silêncio para não perder o ineditismo e trabalhei por 5 anos nos bastidores com empresas especializadas na comercialização, como a XYZ, e também com a CBer na estruturação do projeto dentro das leis de incentivo ao esporte. tive um apoio extra da Secretaria de esportes de São Paulo, pois o atual secretário, Celso Jatene, apadrinhou a idéia da Skaterun desde o seu embrião. a idéia da Skaterun veio dessa experiência em dar impulso por longas distância por aí - uma atitude que, se verificarmos atentamente, vamos encontrar centenas de skatistas que fazem isso todos os dias... então pensei: “quem será que chega primeiro?”, e foi disso que veio a Skaterun. depois, com a minha experiência empresarial, montei um projeto e consegui convencer os principais players, que foram vitais para a concretização da corrida. todos se envolveram de forma convicta da importância deste evento e com isso as forças aumentaram, até que saiu.... Um evento com característica de “maratona” sobre rodas não é uma simples competição de skate. Quais foram as etapas mais problemáticas ou complicadas de serem aplicadas ao projeto e qual foi a mais prazerosa e que deu certo? Um evento onde precisamos fechar 8 quiilômetros de uma das cidades mais movimentadas do mundo não é fácil não, tivemos que convencer muita gente a começar pelo Cet, e o apoio deles foi fundamental. trabalhamos também juntos com a Policia

militar, que não estava nem um pouco confortável, pois no mesmo dia havia jogo do Corinthians no Pacaembu. Fora isso, tivemos que nos destacar entre os 2 mil eventos da virada esportiva, que consumiam toda a equipe técnica da Secretaria. as maiores dificuldades foram a de definir o trajeto, pois a largada foi feita de acordo com a inclinação do Pacaembu, e calcular o número de skatistas por pelotão, para não haver atropelamentos e tumulto. Isso gerou uma grande expectativa e deu certo no final, a montagem dos fiscais de pista em pontos estratégicos garantiram que as falhas de equipamento e cronometragem fossem minimizadas. o pessoal da produção foi muito bom também, a o2 (que tem muita experiência com corridas de rua) ajudou muito nas áreas de risco e na logistica do evento, que teve de ser desmontado até as 11:00h. Pra mim, os maiores prazeres da Skaterun foram: a largada dos profissionais e o reconhecimento da galera. todos os agradecimentos que tive dos skatistas foi muito bom pra mim, senti que havia atingido os skatistas da forma que eu queria. Quem ficou em 50º vai tentar baixar o tempo na próxima, e quem perdeu vai tentar ganhar pois sabe que foram poucos segundos de diferença. É isso, essa é minha alegria com o evento, ver o desenvolvimento do skate e dos skatistas baseado no tempo. a tecnologia a favor evita qualquer dúvida quanto ao tempo e o período de prova de cada competidor. todos os sistemas de chips funcionaram, já que cada um dos particpantes tinha um disponível para si? na verdade, eu tive notícia formal de somente um que não funcionou. mas o juiz de pista confirmou que havia passado por lá, além de alguns rumores em relação ao tempo de corrida, mas nada formalizado.

RobeRto tatto

EntrEvista: Fernando “Batman” do amaral

Expectativa da largada.

Fernandinho com as competidoras. crvis3r skateboarding

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Fotos RobeRto tatto

virada esportiva 2013

Pódium.

> Skate no MuSeu 2013 - GaMe of S.k.a.t.e O Parque da Independência em São Paulo foi palco da disputa do Game of S.K.A.T.E. que rolou dentro da Virada Esportiva, com o já tradicional Skate no Museu. Amadores e profissionais competiram pelos prêmios em dinheiro e 2 XBOX 360. Marcelo Formiguinha, James Bambam, Zikk Zira, José Martins, JP Dantas, Binho Sakamoto, Léo Giacon, Mailton dos Santos, Denis Silva, Rodrigo Maizena, Silas Ribeiro, Diego Korn, Diego Chaveiro, Paulo Piquet e Bruno Aguero foram os profissioanais responsáveis pelo sucesso do Skate no Museu 2013! Mesmo com a chuva que caiu e quase conseguiu interromper o evento, não desistiram e ficaram até o final, esperando que o tempo firmasse e secasse o local das competições. Agradecemos a todos os participantes, que dividiram o prêmio em dinheiro e também o amador Daniel Pedroza e o profissional Bruno Aguero, pois cada um levou o estiloso XBOX 360 por vencerem o game. Realização: Prefeitura de São Paulo - Sec. Esporte, Lazer e Recreação. Organização: Liga de Esportes Radicais e Ação Concreta ONG Esportiva e Cultural. Apoio: Pig, Sk8Máfia, Thunder, Real, XBOX360, Posso!, Contábil Sumaré. Cobertura: CRVIS3R Skateboarding e Tribo Skate > Downhill team Skate Battle POR bruno HupFer

Nervosismo, concentração e ansiedade: esses são os sentimentos mais comuns nos campeonatos de downhill que estamos acostumados a ver na cena nacional. Imagine então um campeonato com os melhores profissionais do ranking nacional, os melhores amadores, algumas lendas do skate e um time feminino de peso - todos os ingredientes para uma competição com os nervos à flor da pele. O Team Skate Battle, idealizado e organizado pela associação Quintal do Ipiranga durante a Virada Esportiva de São Paulo, na verdade foi uma grande festa do skate nacional. Eram 9 equipes com 4 competidores cada, um de cada modali-

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crvis3r skateboarding

Fotos Vinicíus bRanca

Taroba, Fernandinho e Dalua. 3, 2, 1... Largada!


Fotos eduaRdo bRás

Slalom Crew!

Dery Spovieri.

dade (Classic, Masculino Open, Feminino e um Profissional), e a ideia era juntar as gerações e modalidades do downhill em uma única competição. Os profissionais pré-selecionados escolhiam um de cada modalidade para compor sua equipe; as equipes eram avaliadas pela performance geral do time, e não pela habilidade individual. Os juízes avaliaram, em jam sessions de 10 minutos, a integração da equipe, a criatividade e a performance de cada apresentação. Ao final do evento, o que se via era um clima de descontração e brincadeiras entre as equipes, os juízes e o público, e ganhou quem se divertiu mais. Um campeonato despretensioso, sem nenhuma grande divulgação ou premiação e que trouxe o verdadeiro espírito do skate de volta à ladeira. Cada manobra certa era comemorada por todos, sem discussões sobre resultados ou critérios de avaliação, apenas mais um sábado de Rolê com os amigos. Classificação Final: 1º Equipe formada por: Cri Duarte, Jonathan Borges, Nelson Marcelino e Mariana Duvekot; 2º Equipe formada por: Reine Oliveira, Fernanda Tabith, Vinicius Nalu e Luiz Gustavo Zanetti; 3º Equipe Formada por: Thiago Bomba, Kleber Pasini, Andréa Guandaline e Felipe Marciano; Profissionais convidados: Cri Duarte, Kauê Mesaque, Ilton Tatá, Laura Alli, Thiago Bomba, Christie Aleixo, Douglinhas Barbosa, Zequinha Rapanelli e Reine Oliveira. > FaSt Slalom Dual híBRiDo Classificação: 1º Thiago Gardenal; 2º Cesar Lufti; 3º André Fuchs; 4º Tiago Tebé; 5º Dery Spovieri; 6º Rogério Nogueira “Sammy”; 7º José Carlos “Birinha”; 8º Ricardo Mikima; 9º Dácio Toco; 10º Carlos Alberto Sales; 11º Fernando Camargo; 12º Bruce Campagnucci; 13º José Manuel Fernandes; 14º Heloíza Akemi; 15º Henrique Costa.

Heloísa Akemi.

Thiago Gardenal.

Leone Creazzo. crvis3r skateboarding

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longboarding for peace

Paz, amor e

longboards Todos ouviram falar no imenso tornado que devastou a cidade de Moore, em Oklahoma (EUA) em maio, tirando as vidas de 24 pessoas e destruindo cerca de 13.000 casas. Quando vi as notícias, fiquei com nó no estômago e decidi que não poderia ficar apenas vendo aquela história horrível na TV sem fazer nada. Então, liguei pra algumas pessoas na indústria de longboards e parti pra ação: eu sabia que aquelas famílias eram parecidas com a minha - eles estariam em estado de choque naquele momento, mas depois tudo o que eles gostariam era de poderem voltar à normalidade. TExTo E foToS Dusty Ray | TradUção Guto Jimenez

A Acima: Nada se compara a ver a devastação provocada por um tornado andando pelas ruas da cidade.

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quelas pessoas passaram pelo evento mais surreal de todas as suas vidas, e eu sabia que elas estavam procurando algo pra ajudar a encher suas vidas com alegria e felicidade. Eu não sabia bem o que fazer, mas tinha a certeza de que o projeto Longboarding For Peace iria me ajudar a prestar alguma assistência àquelas pessoas. Em três dias, eu tinha 50 longs montados vindos de várias empresas; o meu trabalho foi o de botar tudo aquilo na mala do carro e dirigir cerca de 1.200 milhas (ou 1.920 kms). É certo que havia alertas de tornados e imensas tempestades em toda a região do Meio-Oeste, mas agora isso não tinha a menor importância. Durante toda a viagem, ficava pensando como aquelas famílias de Moore estariam se sentindo naquele momento. Muitas vezes eu pensei: “puxa, uma entidade levantou cerca de US$ 50 milhões pra ajudar as vítimas do tornado; como é que 50 longs ajudariam aquelas pessoas?!”. Minha esposa Liz me disse: “Dusty, qualquer coisa vai fazer a diferença, e aquelas pessoas de Moore ficarão felizes em saber que um cara da California se importou o suficiente pra dirigir essa distância toda apenas pra levar um pouco de esperança e felicidade a todos eles”. Isso me

crvis3r skAteboArding

deu muito mais segurança em minhas intenções, mesmo vendo que as tempestades pareciam nos seguir e que havia tornados nos cercando por todos os lados. Depois de um tempo na estrada, tivemos de parar num shopping pra nos proteger num abrigo anti-tempestades. Era igual ao filme “Twister”: entramos feito loucos no estacionamento com um tornado que parecia estar nos perseguindo no retrovisor, a menos de uma milha de nosso carro! Essa foi a parte mais assustadora: minha família entrou antes de mim e, quando eu entrei, não consegui localizá-los. As coisas começaram a ser despedaçadas e a única coisa que podia ser ouvida era um barulho muito intenso, como se um trem colossal tivesse passando por cima da gente. E nada de minha família... eu comecei a pensar se eles não teriam ido pro lugar errado, e preticamente intimei um dos policiais a passar uma mensagem no rádio pedindo pra que identificassem quem quer que conhecesse um homem chamado Dusty Ray. Cinco minutos depois, fomos informados que a minha família estava na outra extremidade do abrigo junto com outras 200 pessoas que estavam enfiadas naquele longo corredor de tijolos. Então, de uma hora pra outra, tudo tinha terminado: os


portões de metal foram abertos e estávamos livres pra partirmos. O tornado passou bem ao lado do shopping e eu estava agradecido por todos estarem bem, apesar do choro incessante dos bebês e das inúmeras mães acalmando suas crianças. Todos se ajudavam, não havia estranhos nessa hora, e todos nós nos sentimos agradecidos por tudo o que nós tínhamos. Essa experiência assustadora serviu pra colocar as coisas em perspectiva pra mim, já que agora eu tinha uma pequena noção do que os habitantes de Moore tinham passado. Apesar do tornado ter passado perto, e da experiência caótica não ter durado mais do que 15 minutos no total, o meu coração parecia estar na boca. Em nenhum momento eu me preocupei com a minha própria segurança, pois só podia pensar nos meus amados familiares. Finalmente chegamos a Moore e nos encontramos com alguns longboarders da área que estavam ajudando de alguma maneira. Aquilo que vimos não pode ser descrito com palavras e imagens, já que a destruição e o caos se espalharam por uma área tão grande que era muito difícil de absorver tudo de uma vez. Minha mente simplesmente não conseguia processar direito o que eu via: pickups enfiadas no meio de casas, trailers amassados iguais a panquecas e toda uma vizinhança completamente devastada. Encontramos com os caras da BC Longboards, Brett Daniel e Marshall Cooper, junto com a pessoa que me fez decidir viajar até Moore: Neil Wieland, que postou no Facebook uma foto dele de long andando pelas ruas devastadas pelo tornado. Um monte de longboarders de todo o país se mobilizou e se deslocou à cidade com um único pensamento, o de fazer aluma coisa pelas famílias que haviam perdido tudo o que possuíam em poucos minutos. Um desses caras era Billy Angus, que trouxe outros longs lá do Missouri e se mostrou ser a pessoa mais produtiva e solidária que já conheci na vida. Aliás, as pessoas que conheci nessa viagem mudaram a minha vida pra sempre. A quantidade de carinho, amor, compreensão e gratidão que testemunhei em Moore era gigantesca, e o dia do evento foi o primeiro dia de sol desde que nós saímos de San diego. Por volta do meio-dia, todos os tipos de famílias estavam se dirigindo à nossa tenda e nós entregamos os longs às famílias durante todo o dia. Um dos caras que eu conheci, Chris dewitt, trouxe sua filha Taylor e seu filho Sebastian, e ficaram juntos da gente nos ajudando durante todo o dia. Um outro jovem chamado Jory Pratt também apareceu, e ele havia sido a pessoa que mais havia perdido algo durante o tornado: sua mãe estava no hospital após um carro ter entrado pelo teto de sua casa e pousado sobre ela, e sua pequena irmã Sidney não chegou a tempo ao abrigo da escola, vindo a desaparecer junto com o tornado. Esse cara passou por muito mais do que qualquer pessoa que eu tinha conhecido até então e tinha vindo até nós em busca de algo, seja lá o que fosse. Quando o vi andando de long no estacionamento da escola, percebi o quão forte ele era e o quão feliz eu estava de ter sido capaz de presenciar tamanha presença de espírito. Todos os voluntários e algumas das pessoas que receberam longs partiram pra uma volta pela cidade, e te garanto que assistir pela TV ou mesmo de dentro de um carro não se comparam a testemunhar aquilo andando de long. Minha filha Hayley andava em seu long ao meu lado e segurava a minha mão o tempo todo, e eu podia sentir a sua pulsação bem como sua compaixão ao andarmos em meio aos escombros. Vez ou outra, parávamos pra conversar com as famílias que estavam buscando por suas coisas em suas casas devastadas, mesmo que fossem simples fotos familiares, e todos se mostraram agradecidos de alguma forma. A vibe em Moore era inacreditável. Eu já viajei a inúmeros lugares por vários motivos, e posso dizer com toda a honestidade que nunca vi pessoas serem tão gentis e compreensivas umas com as outras em toda a minha vida. Aquelas pessoas estavam agradecidas por estarem vivas, e tinham um respeito muito grande umas com as outras, e aquela comunidade pode nos ensinar muito sobre o que ser um “bom vizinho” quer dizer de verdade. A conclusão que eu cheguei foi a seguinte: não precisamos de US$ 50 milhões pra fazer do mundo um lugar melhor, só precisamos mesmo de ter a vontade de tentar. É isso que eu e meus amigos longboarders estamos fazendo, pois estamos numa missão de levar um pouco de alegria e felicidade a onde quer que seja necessário. Pense um pouco nas 24 pessoas que perderam suas vidas e nos 13.000 lares destruídos em maio, e sinta-se grato por tudo o que você tem. Você também pode pular no seu long e ajudar aos outros! Basta unir-se ao nosso exército, o do Longboarding Pela Paz, e ajudar-nos em nossa missão sem volta. De cima pra baixo: A galera do Longboarding For Peace presente em Moore. Famílias inteiras foram esvaziar as cabeças dos imensos problemas. O autor e uma das mais de 13.000 casas devastadas. O menino aprendendo que nada é superior à solidariedade entre os seres humanos.

Agradecimentos: BC Longboards, Bern Unlimited, Bombsquad Longboards, Burning Spider Longboards, Core Extreme Sports, Daddies Board Shop, Loaded Longboards, Metro Wheels, Original Skateboards, Paris Trucks, Sector 9, Triple 8.

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entrevista

Entrevista:

Juliano Cassemiro Alguns nasceram pra serem líderes. e outros, para seguirem e se inspirarem. Juliano Cassemiro é um desses líderes natos, sendo também o skatista com uma das histórias mais expressivas de todo o cenário nacional. Um competidor duro de ser batido, um mestre nas ultrapassagens no speed e um doutor pós-graduado em slides, o cara é uma das referências mundiais do skate de ladeira, com a carreira mais extensa entre os competidores do circuito mundial. Como se não bastasse, é um dedicado e amoroso esposo e pai de família, lojista e empresário - e, sem dúvida alguma, uma das pessoas mais honestas em suas intenções que eu conheço. Ele abriu o verbo pra essa entrevista exclusiva à CRVIS3R, onde fala sobre a sua impressionante história de dedicação, pioneirismo e extremo amor a tudo o que tenha a ver com o skate. Leia com atenção e repare na atitude dele perante todas as coisas boas (e algumas nem tanto) que já aconteceram na sua vida movimentada, pois tenho certeza absoluta de que você irá aprender alguma coisa. Paixão, atitude e sabedoria: esse é O Cara! PoR GutO JiMenez

J

uliano, pra começar eu queria deixar bem clara a satisfação que sinto ao fazer essa entrevista com um camarada de longa data e de muitas sessões como você. Muito respeito! Agora deixando a rasgação de seda de lado, vamos ao que interessa: quando foi que você começou a se interessar por skate em primeiro lugar? No meu bairro tinha uma galera que andava de skate, isso era em 1986; não os conhecia e sempre os via fazendo uns drops na área. Nessa época eu já trabalhava, tinha uns 14 anos mais ou menos e lembro que comprei o meu primeiro skate da marca Terra e Sol. No mesmo dia, eu me juntei à galera e já estava dropando as ruas do bairro. Com o tempo, uma das ruas do bairro (chamada Rua do Campo) acabou virando point, todos os dias tinha gente andando lá. Como é normal, o skate é o maior portal e o melhor cartão de visitas que existe para se formar amizades, e em pouco tempo já estava conhecendo Indião, Marquinhos, Junior da Kanos, Passinho (o Carioca)... essa era a primeira galera do slide da área, e em pouco tempo já estava correndo os campeonatos. Até onde eu sei, você é um skatista overall por natureza; já te vi em sessões e eventos em ladeiras, pistas e até em obstáculos de street! Como surgiram essas modalidades na sua carreira? Sou nascido e criado na Zona Norte de São Paulo, que era e ainda é uma área muito carente de pistas de skate, por isso que muitos nomes que fizeram história e hoje são lendas do downhill saíram dali: Yuppie, Indinho, Mikima, os saudosos Marquinhos Careca e Indião... As únicas pistas da região eram a Polato Skatepark (em Guarulhos), e a pista da ZN; na praça do Jaçanã rolavam umas rampas para varar, uns trilhos no chão, tudo meio no improviso, e também na pracinha de Santana, onde também era street além das ladeiras da área para dropar. Essa mesma galera que andava de slide curtia muito andar em pistas também.

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Lembro quando andávamos na madugada em SBC, muitas vezes a gente pegava o último ônibus no metro Tietê para SBC, chegávamos às 00:30 e andávamos até as 5:30 da manha, que era a hora de pegar o primeiro ônibus que voltava para SP. Não pense que era só a gente que fazia isso: vários profissionais também iam esse horário para treinar e assim a gente foi desenvolvendo em tudo um pouco. Cara, você tem uma carreira impressionante em termos de eventos e conquistas. Dá pra dar um resumo sobre os principais campeonatos e circuitos que você correu? Essa daí, só consultando o banco de dados (risos). Vamos lá: 3º lugar no ranking profissional de speed 2012 e top 3 do ranking Brasileiro desde 2003; 5º lugar no ranking sul-americano Speed 2012; 3º lugar no ranking sul-americano speed 2011; campeão do Festival La Bajada na Colômbia em 2011, e campeão sul-americano de slide também na Colômbia em 2011. Por aqui, sou vice-campeão brasileiro de downhill slide de 1989, 2010 e 2011; top 3 do ranking paulistano de banks com skatinho e longboard em 2007/08/09. Também fui 5º lugar no mundial de downhill slide, na California em 2009; 10º do mundo no ranking IGSA em 2007; 2º lugar no Mundial Rio Downhill em 2006, na Vista Chinesa (Rio); campeão sul-americano em 2005 no Chile, campeão brasileiro de 2003 no Champ do Funil e chega por aí (risos). - Os skatistas mais antigos de nosso país tiveram de lidar com muitas carências, como as de materiais de boa qualidade, a falta de picos, repressão e preconceitos (às vezes até mesmo dentro de casa)... Você acha que isso pode ter forjado aquilo que se chama de “Brazilian crazy style” na gringa? Brazilian Crazy style never dies! (risos) Hoje temos uma nova geração que segue o mesmo estilo, o BCS está em cada um de


Shin Shikuma

Juliano puxando o tail slide com vontade, no melhor estilo do downhill slide. crvis3r skateboarding

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Shin Shikuma

entrevista

O drift perfeito de backside e a tomada perfeita da curva: detalhes de um mestre das ladeiras.

Árvore sem raiz não pára em pé; temos de valorizar e respeitar as raízes, contar nossa historia, dar valor àqueles que ralaram a pele antes porque, com certeza, amanhã os caras da nova geração é que serão os olds.

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nós que se aventura em competições de speed pelo mundo, na forma que uns e outros dos nossos competidores encaram as baterias, as competições... Os gringos ficam apavorados quando sabem que tem um monte de brasileiros nos eventos, porque sempre tem brasileiros dando trabalho em qualquer modalidade do mundo. Hoje está tudo mais fácil para nova geração, as portas que tinham que ser abertas o foram de forma muito guerreira, mas os brasileiros tiveram que batalhar muito para chegar no ponto que estamos hoje. Sobre a discriminação, nós somos da época em que o skate ainda era marginalizado; só para recordar, e quem é da época vai se lembrar: na década de 80, o prefeito Jânio Quadros proibiu skate em São Paulo, a policia tomava o skate da galera na rua. Quanto à discriminação dentro de casa, nessa época a informação não chegava como hoje e lembro que a minha família não entendia muito o porquê de eu estar sempre na estrada ou como eu conseguia estar em vários eventos e cidades diferentes, e cheguei a ser chamado de turista dentro de casa (risos). Hoje todos entendem e admiram meu trabalho, e tudo que plantei e colhi com o skate. Por favor, conte pra galera de hoje em dia como era andar de skate em ladeiras naqueles tempos. O downhill slide era a modalidade que mais bombava de ladeiras na época, já tinha uma cena rolando com alguns campeonatos espalhados por

São Paulo e interior com competidores de nome como Alexandre Maia, Digo Menezes, Carlos Milare, Birinha, Mikima... Lembro do Yuppie com um skate bem grande, o Maia com batente de porta e trucks, o Bê com uma prancha que na verdade era um ski com trucks e rodas... os skates não tinham padrão, e nessa época já tinha uma galera que mandava muito bem Falando dos dias atuais, há uma fartura de tudo o que se possa imaginar em termos de skate, e um praticante de qualquer modalidade tem inúmeras opções tanto pra montar seus carrinhos quanto pra andar com eles. Você sente que há um reconhecimento por aqueles que pavimentaram esse caminho, como você? Aliás, você se importa com isso? Por parte dos competidores que me conhecem e que acompanham meu trabalho, essa galera tem sim o reconhecimento em todas as áreas que participo no skate, seja no slide ou no speed, em banks, no slalom... o bom também que está rolando a categoria master e está servindo de exemplo para o mundo, ela vem crescendo muito e está rolando nos campeonatos de São João do Deserto e Guaíba (ambos no RS), Espirito Santo e Belo Horizonte. Isso é ótimo para a nova geração saber quem são os caras que plantaram a raiz no Brasil, pois nessas competições tem skatistas conhecidos de vários estados como Kako Max, Fabio Lamp, Percy, Juba, Leo, Floriano Sales, Leo Fer-


Os gringos ficam apavorados quando sabem que tem um monte de brasileiros nos eventos, porque sempre tem brasileiros dando trabalho em qualquer modalidade do mundo. olha, eu já andei em vários países e em vários picos diferentes no México, Estados Unidos, Europa, África e em toda a América do Sul, mas nunca tive novamente a mesma sensacão que tive dropando a ladeira do Cristo Redentor (NR: Estrada do Corcovado). A vista é de 360 graus de uma das Sete Maravilhas do Mundo, mais de 20 curvas e muitas delas tem que ter a base dos slides para fazer... Lembro de tudo como se fosse ontem, foi meu primeiro evento de etapa do mundial, ali abri a mente para competições internacionais, meu primeiro mundial e consegui ficar em 7º lugar. Fiz uns corres, tive de abrir mão de outras e focar no mundial, logo já estava embarcando para o DHX na Africa, depois fui para o Hot Heels na Áustria que fiquei em 7º lugar também, segui para Suíça e fiquei em 5º lugar e foi aí que começou minha historia no circuito mundial. Você, o Maia e o Maloteiro foram os primeiros a enviar matérias sobre skate de ladeira com regularidade pra tribo, se não me engano desde os anos 90. Como eram as correrias naquela época? Na década de 90, o nosso foco estava so-

Shin Shikuma

raz... Um locutor como você, Guto, consegue passar o feito de cada um, onde o cara já andou, quais os campeonatos importantes que ganhou... Árvore sem raiz não pára em pé, temos de valorizar e respeitar as raízes, contar a nossa historia, dar valor àqueles que ralaram a pele antes porque, com certeza, amanhã os caras da nova geração é que serão os olds. Vi isso acontecer fora do Brasil, os caras que fizeram a historia acabam esquecidos, como por exemplo Manu Antuna, Ely Smose, Darryl Freeeman, Dallas Obenhauser, Byker Sherlock, Dani van Bommel... Imaginem um mundial de old school no speed com esse caras! Sou muito feliz por Deus me dar saúde para poder andar até hoje, e continuar tendo bons resultados com 40 anos, brigar em baterias de igual para igual com os tops e adversários que têm a metade da minha idade. noutro dia eu estava assistindo a um vídeo postado pelo eduardo Fiori no Youtube sobre o evento que rolou na estrada do Corcovado, no Rio. Nós fizemos parte de um evento único com uma megaestrutura que incluía transmissão por canal de tV e tudo. Quais as suas melhores lembranças do Down Rio?

mente no downhill slide, poucos skatistas seguraram a onda e continuaram andando na modalidade, dava para contar quantos skatistas realmente andavam nessa época: eu, Yuppie, Indião, Marquinhos, Mikima, Marcos ET, Ragueb, Maia... nessa época fazíamos muitas matérias em revistas e tvs. A partir do ano de 2000, começaram a rolar mais eventos de speed e foi quando rolou o Speed Monster, com a presença do francês Manu Antuna. Esse evento era uma seletiva para o Mundial no Corcovado, e partir dai eu, o Maia, o Maloterio e o Marquinhos focamos em fazer projetos para correr os campeonatos que viriam. Então comecamos a fazer tours e matérias em revistas e tvs para podermos divulgar melhor o speed para que as pessoas conhecessem mais a modalidade, e assim facilitar para podermos fechar nossos projetos para circuito mundial. Conseguimos entrar nos melhores canais de tv de rede aberta e em canais de esportes, ao mesmo tempo reforçávamos com matérias de campeonatos e tours na Tribo. Essa revista foi a que sempre esteve aberta para o downhill e é a principal responsável pelo evolução no nosso pais. Você esta na Sector 9 há quantos anos? Estou na Sector 9 desde 1998, fazem 16 anos. Acredito que eu, Yuppie, Plínio e o Indião fomos os primeiros a testar shapes para speed da Sector, isso no ano de 2000 no Speed Monster. Em 2001, quando fui o melhor brasileiro no Mundial no Corcovado, a Sector fez um anuncio com esse shape e uma foto minha. Hoje, existe dentro da Sector 9 o departamento “Downhill division”, e brinco sempre que sou o primeiro DD da marca (risos). Estamos trabalhando nos arquivos no intuito de contar essa minha historia com a Sector 9, na verdade não é só uma historia minha e sim da marca, do Juliano e da Plimax. Por exemplo: a marca nasceu em 1993, em 1996 a Plimax começou a trazer os Sector 9 para o Brasil, e em 1998 eu já estava andando de skate para eles. Hoje estou com 40 anos e sou o campeão brasileiro da categoria master em 2012. Agora chega de nostalgia... Por favor, fale desses eventos mais atuais que você andou correndo. Qual foi o melhor deles e em qual pico você mais curtiu andar? Primeiro o Angie’s Curves (USA), segundo o IGSA em Monterrey no México, depois o IGSA Festival de La Bajada na Colômbia. A Colômbia é muito legal pelo respeito que a galera tem por mim, em 2011 ganhei uma etapa do mundal de slide e speed competindo lá e contra os melhores do planeta. Esse evento também tinha transmissão ao vivo para todo o mundo e, nesse momento, o Patrick Switzer era o campeão mundial e ainda não tinha perdido nenhuma etapa no ano, e consegui quebrar essa hegemonia dele. Lá eu sou considerado uma lenda da América do Sul, mui-

A sessão é na mini? Sem problemas: f/s smith grind beeem corrido. crvis3r skateboarding

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entrevista

Venho de uma geração que andar de skate com irmãos e primos já era bem legal; na geração de hoje, os filhos já estão andando com os pais, e mais um pouco à frente vamos andar com netos (risos).

já vai ganhar a fita: Survival Downhill Montereal Longboard Fest, em Monterey (México). o pico atingia 100 km/h fácil, eram sete curvas que você tinha que dar slides a 85 /90 por hora para poder fazer numa boa, slides de front e de back e os slides tinham que ser muito seguros porque eram só cotovelos em U e o asfalto escorregava muito... esse foi punk, I Survived (risos). Você prefere circuitos mais técnicos ou mais velozes? Prefiro que tenha os dois juntos, velocidade com curvas. Nunca fui aerodinâmico, nunca fui velocista, sempre fui mais técnico, até mesmo porque venho do downhill slide, e mesmo assim não deixo de ir para os eventos velozes. Hoje a minha diversão vem antes de resultados, um exemplo é que tem 6 anos que vou para Teutônia somente para dropar aquele pico, é um pico que eu nunca fiquei entre os 10, o melhor que fiquei foi 16º lugar. Ali você supera todos os limites imagináveis, com certeza é a “Megarrampa do downhill speed”, sou movido por essa adrenalina e quero que essa chama continue acesa por muitos anos. Ainda sobre picos, qual o local que você ainda não andou e que gostaria de dar uns rolés? o único país onde rola o movimento speed e slide, competições e etc que ainda não andei é a Austrália, tenho amigos de lá e sempre recebo

Shin Shikuma

tos conhecem a minha historia por causa de trabalhos que fiz no Brasil, Chile, Argentina e Peru. e o Angie’s Curves, hem?! Fiquei de boca seca só de olhar os vídeos... O pico era aquela pauleira mesmo ou era até mais cascudo do que parecia no vídeo? o pico era cascudo sim mas não tive medo, minha raiz é do downhill slide e era o que a ladeira exigia. o problema era que, em alguns pontos do circuito, você chegava com muita velocidade e não podia errar as curvas, o feno era muito duro. Muitos skatistas bons ficaram de fora de plena consciência pois não queriam se quebrar, e outros não tiveram tempo de pensar e infelizmente se quebraram. Fiquei muito contente em ter ficado entre os top 16 no Angie’s. Quando paro para pensar que estou em 2013, e ainda competindo contra os melhores do mundo, como Patrick Switzer, Mischo Erban, Kevin Reimer, Louis Pilloni, James Kelly, Douglas Dalua e etc, fico pirando. Acredito que hoje eu seja um dos mais antigos em competições pelo mundo e ainda conseguindo bons resultados, nos 24 anos de competições em toda minha carreira. Acho que, depois de muitos anos, nenhum circuito me assusta encaro todos como diversão, faço o sinal da cruz e vou com Deus. Falando nisso, qual é o pico mais cascagrossa que você andou na vida? Foi em 2012, se liga no nome do evento e

convites, em breve penso que será uma boa tour para fazer com a skatefamily. É inevitável termos de falar em sua família, conhecida por muitos como a “Família Downhill” e “Família Skate”. Você e Reine foram realmente feitos um pro outro, e o Lucca só poderia mesmo ter nascido com o asfalto e uretano na veia. O que significa a sua família pra você? Eu e Reine estamos juntos há 16 anos mais ou menos, ela sempre acompanhou os eventos. Para você ter uma ideia, ela esteve no Speed Monster e no Corcovado, e daí começou a andar e não parou mais. Familia é sempre especial, mas a minha é um presente de Deus, minha família é minha base, minha equipe. A gente sempre está junto em campeonatos e em tours, eu estou tão acostumado que, quando não estou eles nos campeonatos, não é tão legal. O Lucca, com 2 meses de vida, já estava no champ do Funil, e depois disso já rodou quase todo Brasil, fez parte da Tour Hill Hunters, foi para todas as etapas que rolaram da IGSA na America do Sul em 2012. Venho de uma geração que andar de skate com irmãos e primos já era bem legal, na geração de hoje os filhos já estão andando com os pais, e mais um pouco à frente vamos andar com netos (risos). Muitas pessoas já comentaram que minha família serve e serviu de inspiração, que algumas familias passaram a andar de skate juntos depois que viram nossas matérias na tv. Tenho muito orgulho da minha família, espero que isso se prolongue mais alguns anos ate eu poder andar com os netos. Você e Reine costumam andar e treinar juntos sempre que possível. Rola uma competição saudável ou é do tipo “o último que chegar lava a louça do jantar”? A gente não treina mais, a gente sai para andar de skate, essa é nossa diversão, mas ultimamente a Reine está filmando muito para o OFF e eu em competições internacionais. Já faz um tempo que a gente vem conversando sobre competições, que isso não está mais sendo importante para nós e, hoje, estamos buscando a longevidade no skate, buscando novos projetos em família para conhecer lugares novos e também andar de skate, curtir mais um free skate e cuidar do corpo e da alma para poder andar mais tempo de skate. E respondendo à pergunta, a gente sempre divide bem as tarefas para sobrar tempo para andarmos de skate, assim não rolam bloqueios nem competições, só diversão. E o Lucca, como é ver o seu filho seguindo os seus passos de skatista? Esse com certeza nasceu com o uretano e asfalto na veia, em meio aos brinquedos sempre teve o seu skate e aí foi tudo muito natural. o Lucca já

Orgulho do pai! Lucca e Juliano botando pra baixo de skatinho.

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manuela Perez

marcelo mug

Brad T. miller

Em cima à esquerda: Layback com direito a leque de folhas, na famosa e cascuda Ladeira da Morte. Em cima à direita: Ladeira rápida e muita técnica de slides. Essa é a maneira de encarrar a “montanha-russa” no evento de Angie’s Curves. Abaixo: Mesmo com o asfalto encharcado e espirito total de Fórmula 1, Juliano faturou o evento em Bogotá, na Colômbia, botando pra baixo na chuva. crvis3r skateboarding

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Shin Shikuma

sion Skate Shop é uma loja de skatista para skatistas, vendemos para todas as modalidades: slalom, speed, slide, street, freestyle... Sou um skatista overall e tenho uma equipe de vendas de skatistas overall: Mikima, Indinho, eu e Reine. Como nossos vendedores são skatistas profissionais, conseguem dar um feedback do skate ideal para o mais próximo do que os iniciantes ou skatistas precisam. É muito importante você vender o skate para o terreno certo, todos os dias montamos skates de todas as modalidades para homens, mulheres e crianças. Muitos pais e mães deixam seus filhos na loja para montar seus skates novos ou trocar peças, daí vão ao cinema, comer um lanche, fazer compras e depois voltam para pegar os filhos, isso é a confiança que criamos entre nossos clientes. Ainda sobre seu outro lado profissional, uma pergunta que não pode deixar de ser feita: o que você mudaria no cenário brasileiro? Pode ser em termos de mercado, eventos, picos... fale o que você quiser. Gostaria de mudar a cabeça dos fabricantes de shapes para longboard e algumas distribuidoras que vendem produtos para DH. O downhill ficou muitos anos sendo o primo pobre do skate, muitas distribuidoras e fábricas nem olhavam para o DH e hoje vêm pegando carona e sugando da modalidade. Muitas fábricas de shapes não vendiam o que estão vendendo hoje com o longboard, com as modalidades do downhill. Não vejo problema nenhum deles ganharem seu dinheiro, o problema está em não ajudarem os skatistas da modalidade, em não entrarem em eventos e só ficarem en-

Brendan davidSon

foi compeão brasileiro mirim de slide 2010/2011, já ganhou compeonato de minirrampa na Red Beach skatepark, surfa e, nas pistas de skate e champs de slide, se engendra no meio da galera e anda igual à gente grande. No speed eu ainda o seguro, acho que tem que estar um pouco mais velho, fortalecer mais os músculos e ossos para poder aguentar mais as pancadas, penso que mais uns dois anos esteja na hora. Ele tem um rolé muito seguro que ele chama de freespeed (risos), desce muito bem as ladeiras dando slides de front e back, sabe fazer curvas. Em breve, ele terá uma participação dele no canal Off no programa “Curvas e Ladeiras”, tem duas produtoras que estão coletando imagens dele (a Primitivo e Casarin produções)... é o orgulho do pai (risos)! Meu filho é meu amigo e parceiro de rolés, já estivemos várias vezes juntos no podium, muitas vezes nas derrotas que também serviram para a sua aprendizagem. Acho que temos que divulgar e incentivar famílias a andarem de skate juntos pois o skate também pode unir famílias, o rolé de diversão entre a família pode ser muito gratificante e saudável. Você tem uma skateshop que desde sempre vem apoiando o cenário local, seja patrocinando skatistas ou apoiando eventos. É mesmo uma missão? É uma missão! E ainda bem que tenho o Indinho, o cara me conhece desde criança, sabe como eu sou, meu estilo de vida, minhas loucuras para correr campeonatos e satisfazer meus sonhos. Se hoje consigo correr champs e estar em projetos de filmagens e tours, é por causa dele que é meu braço direito na loja. A Mis-

manuela Perez.

entrevista

No alto: Juliano sai do vácuo e arma o bote pra cima do Max Ballesteros em Teutônia. No meio: O Cara no seu habitat natural, negociando a saída de um “cotovelo”, com Kyle Western, Louis Pilloni, Misho Erban, Juliano e Kyle Martin. Embaixo: Administrando o bert slide no gás, em um “mar” de asfalto.

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eduardo BráS

SanTiago cano Jaramillo Shin Shikuma

Acima: Uma rotina: Juliano no lugar mais alto do pódio, na Colombia. Embaixo à esquerda: A Skate Family: Juliano, Lucca e Reine. À direita: Rolé no banks, nose grab grind lapover, daquele jeito.

chendo os bolsos de dinheiro. os skatistas têm que se conscientizar em somente usar produtos de quem realmente ajuda o DH, temos de estudar uma espécie de selo ou carimbo tipo “eu ajudo o DH”, sei lá! Hoje, o downhill no geral (slide, speed, slalom) tem os melhores competidores do mundo e faltam muitos bons eventos porque muitos querem somente sugar do DH. Por outro lado, chegaram distribuidoras e marcas que estão ajudando de uma forma bem profissional, nós ainda estamos caminhando ainda para uma melhoria nessa parte e sei que juntos vamos conseguir e não termos mais os chupa-cabras do mercado. Por favor, fale sobre o acidente que você teve na Argentina. Foi no dia 27 de maio de 2011, no dia do aniversário do meu filho, imagine que presente para ele... Campeonato Snake Skeleton, na Argentina, um circuito rápido e com muitas curvas. Na curva principal, próxima à chegada, aparece um carro que havia furado o bloqueio da organização em um ponto cego da pista e, para eu não bater totalmente na frente do carro, consegui dar um slide e mudar a direção conseguindo pegar a porta lateral e roda traseira. Ganhei duas costelas trincadas e 18 pontos na bacia, vai vendo! Tenho um amigo que não vou esquecer nunca, o Sr. Antonio, ele é dono das cabanas que a gente fica em Potrero de los Funes e vai para o campeonato torcer pela galera. Ele foi um pai, um avô para mim, esteve comigo o tempo todo. Lembro que acordei no hospital e ele já estava segurando a minha mão e falando que era para eu ficar tranquilo, pois ele estava lá e só ia sair de lá quando eu estivesse bom. E foi isso o que ele fez, sou grato por ele e

ao André Preto, que também ficou esperando horas e horas até a minha saída. Depois do acidente, ainda fiquei mais um mês de cama e a recuperação completa levou 3 meses. Chefia, é melhor pararmos por aqui senão vai ser punk de editar... Por favor, mande uma mensagem pra quem ler a sua entrevista na CRViS3R – e muito obrigado mesmo, patrão! Sempre que forem andar, nunca esquecerem os equipamentos de segurança, principalmente o capacete. Vamos valorizar a quem valoriza e apoia o downhill, eu digo e repito: árvore sem raiz não pára em pé, vamos dar valores para as raízes. Lembrar que a diversão tem que estar em primeiro lugar, porque se não tiver diversão e só competição, nos momentos baixos da carreira muitos puxam o bico. O downhill está aí pelo mundo, é só escolher o país que você queira andar e pés na tabua. Muita paz e harmonia nas sessões, e muitas famílias andando junto de skate nos parques, pistas, ruas e ladeiras. Guto, é um prazer fazer essa matéria com a CRVIS3R e, em especial, com uma lenda do skate e também do nosso meio de comunicação do skate, não é por acaso que te chamo de “Professor” toda vez que nos encontramos (risos). Agradecimentos ao Marcus Valdivia, Nick Sacks, Washington Baute, Plinio Cury, galera da Mission Skate Shop (Indinho, Mikima, Peter e Thamires). Aos caras que fazem parte da historia do downhill, Fábio Bolota, Cesar Gyrão, Shin Shikuma, Marcos ET, Birinha, Yuppie e aos nossos saudosos amigos Willians Indião e Marcos Ubaldo, o Careca.

Muitas fábricas de shapes não vendiam o que estão vendendo hoje com o longboard, com as modalidades do downhill. Não vejo problema nenhum deles ganharem seu dinheiro, o problema está em não ajudarem os skatistas da modalidade...

> JuLiAnO CASSeMiRO 40 anos, 27de skate Patrocínios: Mission Skateshop, Boardrider, Sector 9, Triple 8. Apoio: Rad Wheels, Academia Lucena.

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| foto do leitor As imagens dos leitores estão chegando, e se você também quiser ver sua foto publicada aqui na revista, envie-a para nós. Esse espaço é seu! Basta enviar a sua imagem mais legal, andando de long, cruiser, speed, downhill slide... o que você achar melhor. A foto selecionada vai estampar a “Foto do Leitor”! Então capriche e envie por e-mail para: fotocrvis3r@gmail.com Utilizando o aplicativo Instagram, basta postar a sua foto preferida com a hashtag #crvis3rskateboarding. Não se esqueça de colocar o nome do skatista, o local, a manobra (opcional) e o nome do fotógrafo. Lembrando que fotos de quaisquer mecanismos são aceitas: celular, câmera fotográfica, captura de vídeo, etc. Boas sessions e boas fotos! Rider: Marlon Souza Sacramento - Local: Vale do Seren/BH Foto: Vitor Brandão

Rider: Gustavo Quinalha - Local: Novo Horizonte/Paraná Foto: T-Rex

Thiago Moreira - Local: Mossungue, Curitiba/Paraná Foto: Laura Lopes

visite: @crvis3rskateboardingmag

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@andmarcelo - Marcelo Andrade

@euamolongboard

@lion_victor - Lion Victor

@pebanlianfoto

@renatagasparotto

@roberta_garcia

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| lado a _ the hut

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crvis3r skateboardiNg

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aniversário de 1 ano da revista CrVIs3r skateboarding e quem ganha é você!

nda respo E ganhe!

ano 2 | edição 7

outubro/novembro 2013

Editores: Fabio “Bolota” Britto Araujo e Guto Jimenez Arte: Edilson Kato Redação: Guto Jimenez Colaboradores: Texto: Alexandre Guerra, Alexandre Maia, Bruno Gallindo, Bruno Hupper, Bruno “Nobru” Ribeiro, Christie Aleixo, Dusty Ray, EuAmoLongboard. com.br, Larissa Sampaio, Reginaldo Oliveira, SK, The Hut, Tielle Hass Fotografia: Alexandre Guerra, Brad T. Miller, Brendan Davidson, Bruno Gallindo, Caio Matsui, Diego Polito, Dusty Ray, Eduardo Brás, Eliana Castanho, Gabriel Klein, Ian Logan, Manuela Perez, Marcelo Mug, Maria Sanz, Nércio vargas, Reginaldo Oliveira, Roberto Tatto, Ruddi Saad, Santiago Cano Jaramillo, Sean Donovan, Shin Shikuma, Vinícius Branca Comercial: Fabio Bolota fabiobolota1@gmail.com (11) 96357-3492

Envie uma frase irada para expressar esse primeiro aniversário da revista! As 20 melhores frases, vão levar um par da meia CRVIS3R Skateboarding, cada! Envie a frase para o e-mail: promocrvis3r@gmail.com e no assunto/subject, escreva “meia CRVIS3R” Resultado será divulgado na próxima edição da revista CRVIS3R Skateboarding #8 e no facebook: www.facebook.com/crvis3rskateboarding Boa sorte! Promoção VÁLIDA ATÉ dia 04/12/2013. Meias produzidas por Control Z.

Editora Circuito das Águas Ltda Rua Paraná, 525 – Jd. Bela Vista Jaguariúna - SP - Fone: 55 (19) 3867.0795 Diretor - Presidente: Ricardo Azevedo Coordenação: Sérgio Marini Administrativo/Financeiro: Amanda Brisola Circulação/Comercial: Priscila Sardinha Distruição gratuita em lojas e boardshops (Acompanhe os pontos de distruição na página “Onde Encontrar” da sua CRVIS3R e no site: www.crvis3rskateboarding.com.br) Deus é grande! A Revista CRVIS3R SKATEBOARDING é uma publicação bimestral. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam a opinião da revista e sim a de seus autores. Dúvidas ou sugestões: duvidascrvis3r@gmail.com Acesse: Site: www.crvis3rskateboarding.com.br Facebook: /crvis3rskateboarding Instagram: @crvis3rskateboardingmag Issuu: /crvis3rskateboarding

RESuLTADO PROmO #6: VENCEDOR PROmO ThESE Lucas cardoso (lucas_cardoso3@XXXX.com)

Essa edição é didicada a memória de Alexandre Magno Abraão “Chorão” [ RIP ]





| cuide-se

por Larissa sampaio*

Musculação

Q

ueridos leitores, hoje vou falar um pouco sobre a importância da musculação para pessoas que querem andar de skate por muito tempo, sem terem muitas lesões e com muita qualidade de vida para praticar esse esporte tão maravilhoso e que exige muito do nosso físico. A musculação é uma forma de exercício de contra-resistência, para o treinamento e desenvolvimento dos músculos esqueléticos. Utiliza a força da gravidade (através de barras, halteres, pilhas de peso ou o peso do próprio corpo) e a resistência gerada por equipamentos, elásticos e molas para opor forças aos músculos - que, por sua vez, devem gerar força oposta através de contrações musculares que podem ser concêntricas, excêntricas e isométricas. Esta forma de treinamento físico é utilizada para fins atléticos (através da melhora no desempenho de atletas), estéticos (no desenvolvimento do volume muscular) e de saúde (auxiliando no tratamento de doenças musculares, ósseas, metabólicas, melhora na mobilidade, postura etc.).

Sei que muita gente acha chato ter que frequentar academia e ficar fazendo treinos bem diferentes dos que praticamos nas ladeiras, mas pode acreditar que uma coisa complementa a outra; escolha uma boa música e pense em todos benefícios que essa atividade vai te causar. o skate é uma atividade de alto impacto, e a musculação fortalece e potencializa as ações musculares trabalhando a força e preparando as articulações, ligamentos e tendões para aguentar o dia a dia de muitas ladeiras e treinos. Sou skatista e posso afirmar: minhas aulas de ginástica localizada e a musculação fazem parte da rotina dos meus treinos. Mas, é claro, é você que tem de saber o seu objetivo e ter uma boa orientação de um profissional de educação física, pois ele vai passar os exercícios específicos para melhorar sua performance e alcançar seu objetivo maior: preparar seu corpo para aguentar as quedas e lesões e ficar velhinho andando de skate. Vou passar para vocês hoje alguns exercícios que costumo fazer 3 vezes por semana! Nessa edição, eu escolhi para vocês alguns exercícios básicos usados na musculação para o trabalho de fortalecimento dos joelhos. A dica importante é: fazer os exercícios unilaterais, pois assim não forçamos mais uma perna que a outra, trabalhar com pouco peso e fazer três séries de 15 repetições em cada perna. Siga a sequência das fotos e vamos começar! Lembrando que, antes do treino, sempre é legal fazer uns 15 minutos de aquecimento (esteira, bike, corridinha ou até mesmo uma remada de skate). Então vamos lá!

Extensora.

Flexora.

Polia baixa abdutora.

Polia baixa adutora.

Leg 45 horizontal.

Avanço unilateral.

Agachamento.

Leg 45 vertical.

Elevação com caneleiras.

* Larissa de Sousa Sampaio nasceu em Goiânia, mas vive desde os 5 anos em Brasília. Empresaria, professora de ginástica e personal trainer, é formada em educação física e anda de skate há 10 anos. É a atual campeã do Circuíto Brasileiro de Downhill Slide 2012 - Longboard Feminino. Patrocínio: Grife Larissa Sampaio Sportwear.www.larissasampaio.com.br / Apoio: Six Trucks Gear

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| onde encontrar Esses são os pontos de distribuição da sua revista CRVIS3R Skateboarding. Seja um distribuidor em sua loja. Entre em contato para maiores informações: lojascrvis3r@gmail.com Valorize sua skateshop! BELÉM Menem Skate R. Aristides Lobo, 134 - Campina - Belém DiStrito FEDEraL Funhouse Skatewear - SDS Bloco E, Loja 11- Asa Sul Brasília Funhouse Est. 1995 - SDS Bloco D, Loja 16 - Asa Sul Brasília Mormaii Shop - SCn Quadra 5 bloco A - loja 84 - Asa norte Brasília overstreet Skateboards SDS, Bloco E - loja 24 - Asa Sul - Brasília ESpÍrito Santo Heijhow Boardshop - Av. Beira Mar, 1772 - loja 06 - Praia do Morro - Guarapari Mavericks Surf Store - Rua João da Cruz, 330, Praia do Canto - Vitória Loja players - Av. Rio Branco, 1645 - lojas 13 e 14, Praia do Canto - Vitória Hama Hama Skate Shop - Av. Hugo Musso, 610 - loja12 Praia da Costa - Vila Velha GoiáS ambiente Skateshop - Rua T-30/Q 107, 16 - Setor Bueno - Goiânia rolaBosta Longboard - Rua Martinho Fontes, 428 - Bairro Sta Maria de nazareth - Anápolis roots Skateshop - Rua Leopoldo de Bulhões, 166 Centro - Anápolis MaranHão Dahora Underground - Rua do Sol, 472-B - Centro - São Luís MinaS GEraiS Drop Skate Shop - Rua Arrudas, 542 - Santa Lucia - Belo Horizonte pegasos - Av. Rio Branco, 1844 loja 33 - Centro - Juiz de Fora Blunt - R. Montes Claros,189 Carmo - Belo Horizonte De rua Skateshop - Rua Paraiba, 1061 - Savassi - Belo Horizonte paraná Secttor aWa - Rua Vicente Machado, 285 - loja Vm 18 Curitiba

Myllys Skateboard Wear - Av. Conde da Boa Vista, esquina c/ Rua da Aurora - Boa Vista Recife rio GranDE Do SUL Duelo Skateboard - Rua Primeiro de Março, 991 - sala 01 - Centro - São Leopoldo panda & Monio - Rua 24 de Outubro, 111 - loja 42 - Centro Porto Alegre complex Skatepark - Av. Protásio Alves, 3839 (esquina com R. Gutemberg) - Porto Alegre trópico Surf Shop - Av. Francisco Trein, 173 - loja 362 Porto Alegre Mormaii - R. Túlio de Rose, 80 - Shopping Bourbon Country Porto Alegre Fenix Street Wear - Rua Julio de Castilhos, 71 - Centro - Bento Gonçalvez top Skate - Av Doutor nilo Peçanha, 2181 - loja 3 - Boa Vista - Porto Alegre top Skate - Av. Independência, 1093 - Independência - Porto Alegre UponBord - Av. Dr. Sezefredo Azambuja Vieira, 2685 Canoas/RS rio DE JanEiro acquanews - Rua Moises Amelio, 17- lj144 - Cadima Shopping - Centro - nova Friburgo Bergwind - West Shopping - Est. Mendanha, 555 - Segundo Piso loja 259 – Campo Grande Bibi Sucos - Av. Ataulfo de Paiva, 591-A - Rio de Janeiro Bibi Sucos - Shopping Leblon, 4º Piso, 405-E - Rio de Janeiro Boards co. - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja A, B, 30 Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro Bom rolé - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 40 - Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro Homey - Rua Fracisco Otaviano, 67 - loja 17 - Galeria River Arpoador - Rio de Janeiro rollin’ time arpex - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 15

- Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro Street Force - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 35 - Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro SK8 rock - Rua Campos Sales, 188 - Maracanã - Rio de Janeiro Skate rock - R. José de Alvarenga, 65 Lj 16 - Duque de Caxias Skate rock - Av. Pres Vargas, 187 qd 03 - loja 03 - Duque de Caxias Skatebrothers rio - Rua Constanca Barbosa, 96 - loja E Meier - Rio de Janeiro Sea cult - Av. Cesário de Melo , 3006 - loja 118 - Campo Grande Loja UnderHouse - Galeria Oliveira - Av. Roberto Silveira, 110 - loja 03 - Centro - Paraty Santa catarina curva de Hill Skate Boards - Rua Laurindo Januario da Silveira, 5555 - Florianópolis Dogtown Sk8 Shop - Rua Fernando Machado, 36 - Centro Florianópolis Flying rhino - R. Beco dos Surfistas 236, Lagoa da Conceição - Florianópolis Hotglass - R. Acacio Garibaldi Santhiago 864 - Joaquina Florianópolis ilha Bela Surf Shop - Rua Irineu Bornhaussem, 510 - Centro Praia Grande Jamaica Skateboard - Rua Felipe Schmidt , 249, Centro Comercial ARS, Loja 14, Centro - Florianópolis JBay - Rua Felipe Schmidt, 249, Centro Comercial ARS - loja 209, 1º Piso - Centro - Florianópolis pousada Hi adventure - Rua Sotero Farias, 610 - Rio Tavares - Florianópolis São paULo/capitaL/aBc Banca ibirapuera - Pq. do Ibirapuera (dentro do parque) Balboa Boards - Rua Cunha Gago 284 - Pinheiros - São Paulo Bless Skateshop - Rua Turiassu, 603 - Perdizes - São Paulo Bomba Store - Av. Cel. Sezefredo Fagundes, 2055 cs1 - São Paulo

pErnaMBUco Fish SurfSkate - Rua Sebastião Alves, 178/301 - Parnamirim - Recife

Dogtown Sk8 Shop (Florianópolis).

Secttor AWA (Curitiba).


central Surf - Shopping Aricanduva Av. Aricanduva, 5555 âncora 9 - Vila Matilde - São Paulo Galeria alma do Mar - Rua Harmonia, 150 - loja 05 - Vila Madalena - São Paulo Flow Skate Shop1 - Av. São João, 439 - loja 233 - Centro - São Paulo Flow Skate Shop2 - Av. São João, 439 - loja 323 - Centro - São Paulo Forever Skate Shop - Av. São João, 439 - loja 448 - Centro - São Paulo Led rockskate - Estrada do Campo Limpo, 354 - loja 402 - Vila Prel - São Paulo Mys pot - Rua Alfonso Bovero, 1410 Pompéia - São Paulo Mission - Rua São João, 439 - loja 125 - Centro - São Paulo overboard (aricanduva) - Shopping Leste Aricanduva - loja 121/125 Aricanduva - São Paulo overboard (Santana) - Rua Dr. Olavo Egídio, 51 - Santana - São Paulo red Beach - Av. Júlio Buono, 2070 Vila Gustavo - São Paulo Sativa - Rua 24 de Maio, 116 - loja 19

- Centro - São Paulo SaM (Skate até Morrer) - Av. São João, 439 - loja 109 - Centro - São Paulo SaM - Av. São João , 439 loja 124 Centro - São Paulo SK8-1 - Rua Dr. Jesuíno Maciel, 605 - Campo Belo Star point (ibirapuera) - Av. Iraí, 224 - Moema - São Paulo Star point - Shopping Eldorado - Piso 2 - loja 329E - Pinheiros - São Paulo Secretspot/curva de Hill - Rua dos Patriotas, 548 - São Paulo Sick Mind - Rua Augusta, 2056 - São Paulo Sick Mind - Loja Ouro Fino - Rua Augusta, 2690 - loja 216 - São Paulo Surf trip (centro) - Rua 24 de Maio, 199 - Centro - São Paulo Surfavel Surfboards - Rua Conselheiro Saraiva, 912 - São Paulo Styllus - Rua Visconde de Inhaúna, 980 - São Caetano do Sul terceiro Mundo - R. 24 de maio 62 loja 468, Centro - São Paulo

Curva de Hill (Florianópolis). Forever Skate Shop (São Paulo).

tent Beach - Av. Ramiro Colleone, 255 - Santo André toobsland - Rua Cerro Corá, 635 Lapa - São Paulo Ultra Skate - Rua Engenheiro Adelmar Mello Franco, 111 - Brooklin Paulista São Paulo Wollong Board Store - Rua Cajaíba, 1029 - Pompéia - São Paulo São Paulo/InterIor - lItoral action now - R. Dr. Thomas Alvez, 216 - Campinas action now - Av. Vereador narciso Yague Guimarães, 1001, arco 5/6 Socorro - Mogi clube c - Rua Pinduca Soares, 138 Centro - Ibiuna Dirty Joy - Rua Almeida de Morais, 30 - Santos Dorgo Skate - Rua Alameda das Margarida, 628 - loja 6 - Guarujá Dylan Skate Bags - Rua Princesa Isabel, 73 - 45 - Itarare - São Vicente Evolution - Av. Mal. Floriano Peixoto, 44 - lj. 96 - Santos

Jamaica Skateboard (Florianópolis)

RolaBosta Longboard (Anápolis).

Gás Inflamável Skate Shop - Rua Quinze de novembro, 1817 - Centro São Carlos industria Skateshop - Av. Andromeda, 227 - loja 127 - Jd. Satelite - São José dos Campos Life core - Travessa Marquez do Herval, 82 - Pindamonhangaba a toca Skateria - R. Frei Gaspar, 952 - São Vicente Surf track - Plaza Avenida Shopping Av. José Munia, 4775, Loja 195, Piso 1 - São José Do Rio Preto trash Skateboards - Av. Prof. Thomaz Galhardo, 454 - loja 04 - Centro Ubatuba Vahlent Boardshop - Av. Siqueira Campos, 51 - Centro - Jacareí Via 83 - Av. Ana Costa, 549 - loja 83A - Gonzaga - Santos Confira também as relações de lojas em www.facebook.com/ crvis3rskateboarding

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