CRVIS3R Skateboarding #13

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entreVistas: georgia bontorin ricarDo MikiMa

Fabio lock Jéssica souza

hoMenageM: bruno brown Marcelo lyra Visor: gabriel klein ny selFies/Photo essay sPecial

Downhill Machine • euaMolongboarD • longboarD girls crew brasil • skate curiosiDaDe • cuiDe-se








ano 3 | edição 13

outubro/novembro 2014

Editores: Fabio “Bolota” Britto Araujo e Guto Jimenez Arte: Edilson Kato Redação: Guto Jimenez Colaboradores: Texto: Alexandre Guerra, Alexandre Maia, Antonio dos Passos Jr. Thronn, Aron Ribas, Bruno “Fish” Gallindo, Cri Duarte, Eduardo Yndio Tassara, Eliana Castanho, EuAmoLongboard.com.br, Eunice Reis, Larissa Sampaio, Manu Rezende, Tamis Guerra Fotografia: Adriano Aziz, Alexandra Kubiak Ho-Chi, Alexandre Gondim, Antonio dos Passos Jr. Thronn, Bruno “Fish” Gallindo, Armando Artoni, Bruno “Fish”, Caio Matsui, Chicão, Christian Barnard, CJr.Fotografia, Diego Polito, Eliana Castanho, Fabiano Prodossimo, Fernando “Fruke” Alves, Flavio Saldanha, Gabriel Klein, Gabriel Luz, Guto Lamera, Issac CodGill, Jeff Budro, Leonardo Metsavaht, Manu Rezende, Marcelo Vidal, Moisés Carvalho, Roberto Tatto, Simone Mondino, Teresa Madeline, Vivian Cury Comercial: Fabio Bolota fabiobolota1@gmail.com (11) 96357-3492 Suporte Comercial: Christie Aleixo

Editora Circuito das Águas Ltda Rua Paraná, 525 – Jd. Bela Vista Jaguariúna - SP - Fone: 55 (19) 3867.0795 Diretor-Presidente: Ricardo Azevedo Coordenação: Sérgio Marini Distruição gratuita em lojas e boardshops (Acompanhe os pontos de distruição na página “Onde Encontrar” da sua CRVIS3R Skateboarding e no site: www. crvis3rskateboarding.com.br e facebook: www.facebook/crvis3rskateboarding) Deus é grande! A Revista CRVIS3R SKATEBOARDING é uma publicação bimestral. As opiniões dos artigos assinados nem sempre representam a opinião da revista e sim a de seus autores. Dúvidas ou sugestões: duvidascrvis3r@gmail.com Acesse: Facebook: /crvis3rskateboarding Instagram: @crvis3rskateboarding Issuu: /crvis3rskateboarding Site: www.crvis3rskateboarding.com.br Essa edição é em memória de João Bruno Leonardo Jr. (Bruno Brown), Jay Adams, Shogo Kubo e Marcelo Lyra



| Ă­ndice

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Os cenários dos Alpes europeus são fascinantes e, com certeza, instigam a dropar as ladeiras no talo com o melhor visual do mundo. Essa session na Eslovênia (Europa Oriental), no KnK Camp, pode ser a sua próxima missão! Foto: Simone Mondino

Capa: O momento dessa foto diz tudo! Total velocidade, sob controle e estilo na etapa de Pike’s Peak de 2014, no Colorado (EUA). A jovem Georgia Bontorin é um talento nato nas ladeiras, cofirmada pela sua dedicação, amor e destaques no circuito mundial de velocidade. Nesss edição, ela é nossa entrevistada e conta o que rola mundo afora aos 17 anos. Foto: www.Issaccogdill.com

42. Pool Caçapava

O longboard não tem limite! A crew de Diego Polito, Michel Frederico, Adriano Aziz, Douglinhas Barbosa e Alessandro Sado aproveitou a piscina vazia no melhor estilo californiano, cravada na cidade de Caçapava, interior de São Paulo, e a session comeu!

48. Entrevista: Georgia Bontorin

Estávamos há algum tempo no “vácuo” da Georgia pra conseguir essa entrevista. Como uma das melhores riders de velocidade do mundo e presença garantida no circuito mundial, Georgia conseguiu participar dessa edição especial, nos respondendo entre uma parada e outra em alguma cidade do mundo.

56. Entrevista: Ricardo Mikima

Um dos mais experientes e guerreiros das ladeiras da cidade de São Paulo, Ricardo Mikima é um skatista de alma e, acima de tudo, overall. Não há asfalto ou cimento que o impeçam de colocar o skate pra rolar, seja no speed, no slide, no slalom, na mini-ramp... Skate como tem que ser!

62. Entrevista: Jéssica Souza

Representante da cena mineira e com todo o charme e beleza que as garotas têm apresentado, Jéssica Souza é uma batalhadora pelo crescimento do skate no estado e, principalmente, na sua cidade natal: Juiz de Fora.

66. Entrevista: Fabio Lock

Enquanto a downhill speed ainda era praticado por poucos, Fabio Lock já estava lá, botando pra baixo com os equipamentos não tão tecnológicos como os de hoje, e tendo a sensação de dropar a milhão e continuar sua trajetória na modalidade mais rápida do skate mundial.

70. Bus Tour

Voltamos as cameras para a cena da cidade de Juiz de Fora e, com uma ótima sacada, o ônibus se tornou um personagem coadjuvante dessa session nas ladeiras mineiras.

75. Selfies e Portraits

Um ensaio fotográfico especial feito pela nossa correspondente na cidade de Nova York, Eliana Castanho, focando a diversidade humana da cidade e destacando alguns de nossos colaboradores, no melhor estilo dos selfies... Confira!

Seções: 12. Editorial Parabéns e muitos anos de vida! 14. Start As primeiras páginas editorias que abrem sempre com uma foto em destaque, para dar o gostinho do que vem pela frente! 18. Lado A Mais conteúdo do que no Facebook! Muitas novidades, campeonatos, lançamentos, curiosidades e muito mais! 80. Pic Of The Day Recheada com as melhores cenas, a seção está ilustrada pelas ótimas imagens de nossos colaboradores.

92. Cuide-se! Larissa Sampaio como sempre traz a melhor maneira pra se manter em forma, no melhor estilo, diretamente da cidade de Brasília. 94. Onde Encontrar Novas lojas a cada edição. Valorize sua skate/boardshop e adquira sua revista CRVIS3R Skateboarding nesses pontos de distribuição. Free! 98. Instagram Fotos escolhidas a dedo, com as melhores cenas das musas e seus skates!

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| editorial

Igor Lage, stale fish slide no Centrão de SP/Brasil. Foto: Diego Polito.

Edição Especial de 2 anos!

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em vindo(a) à edição número 13! Se você parou nessa página pra ler o que temos a dizer e tem acompanhado a revista CRVIS3R Skateboarding, com certeza é um amante do skate e de informações sobre tudo o que acontece nas ladeiras do Brasil e do mundo, assim como nós. Por isso, trazer essa Edição Especial de Aniversário de 2 anos, nos deixa muito contentes, mas acreditamos que, acima de tudo, seja também um presente para você que nos lê. Vale lembrar novamente que o “projeto CRVIS3R Skateboarding” foi concebido para fomentar e fortalecer o skate de ladeira em geral, tanto no longboard quanto no downhill speed, seja no downhill slide, no slalom, no cruiser, na diversão seja lá onde for, chegando gratuitamente nas lojas ou acessando on-line. Com experiências passadas em outras publicações de skate, sempre acreditamos como é importante uma mídia impressa, para documentar os fatos e acontecimentos importantes, destacando eventos e praticantes desse mercado que vem crescendo vertiginosamente nos últimos anos. Não estamos sozinhos nessa missão. Pra conseguir levar essa informação de norte ao sul do país, bem como tudo o que acontece nos quatro cantos do mundo (como a globalização oferece), precisamos fundamentalmente de um mercado que também seja cúmplice desse ideal, fortalecendo mutualmente todas as modalidades, os praticantes, eventos, as mídias, etc. Dessa maneira, nessa cadeia evolutiva, todos conseguem fortalecer o esporte cada vez mais, dispendendo um pouco das energias para o próprio esporte. Isso não é uma obrigação, mas deveria ser um consenso. E esse consenso vem sendo apresentado de maneira gradativa, onde vem se realizando mais e com mais intensidade tanto pelas marcas menores como pelas média ou grandes. O mercado, os praticantes e os simpatizantes só têm a ganhar com isso.

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De nossa parte, para comemorar essa importante edição especial, entre inúmeras novidades, nos esforçamos para trazer mais conteúdo presenteando assim com inéditas 100 páginas! Para isso, temos que creditar com enorme reconhecimento aos nossos anunciantes e parceiros, pois sem eles não conseguiríamos fazer a revista. Nosso muito obrigado! E um obrigado também aos colaboradores, que sempre estão antenados seja na parte jornalística ou na captação de imagem. Com eles, conseguimos trazer nessa edição uma entrevista exclusiva com a sensação do circuito mundial de velocidade, a jovem Georgia Bontorin, que está sempre encabeçando as melhores posições nos pódiuns das melhores ladeiras do mundo. Através desses colaboradores, trouxemos a tão esperada entrevista do experiente Ricardo Mikima, assim como do dedicado Fabio Lock e mostramos a força do longboard feminino mineiro, através da Jéssica Souza... E não para por aí! Um ensaio fotográfico especial foi criado pela nossa correspondente na cidade de Nova York, Eliana Castanho, que realizou fotos com a diversidade humana da cidade e destacou alguns de nossos colaboradores, no melhor estilo dos selfies... Ainda no conceito de imagem, a coluna Visor destaca o fotógrafo carioca Gabriel Klein, que sempre esteve presente desde a primeira edição. De forma singela, homenageamos skatistas fundamentais para o atual estágio do skate no Brasil e no mundo, que se foram recentemente. Essa edição é dedicada a memória de nosso irmão Bruno Brown, e também os skatistas Jay Adams, Shoggo Kubo e o Marcelo Lyra... Pra finalizar, esperamos que divirtam-se com essa edição especial, saboreando cada uma dessas 100 páginas, cada foto, cada texto e, no final de toda essa leitura, pegue o seu skate e coloque pra baixo! Parabéns pra todos!



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Reduto dos melhores riders e ladeiras de São Paulo, o coração da Zona Norte foi palco desse b/s full slide de Davison Paixão, flagrado bem cedo pelas lentes de Caio Matsui... Sinal verde para começar bem a edição! Rider: Davison Paixão - Foto: Caio Matsui Local: R. Alfredo Pujol/ ZN

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| lado a _ downhill machine

Willians Indião (in memoriam), Marquinhos Ubaldo (in memoriam), Rodrigo Maloteiro, Alexandre Maia e Juliano Cassemiro: os alicerces do atual cenário do downhill brasileiro.

Com vocês, downhill machine por alexandre maia

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Carolina Dottori

omo falei na coluna anterior, com o encerramento das minhas atividades junto a IGSA, o foco da coluna vai mudar; não falarei somente de competições e, com isso, naturalmente o nome da coluna também tem que mudar. Agora vai se chamar “Downhill Machine”. Está é a edição de aniversário da revista que está fazendo dois anos. Dois anos! Como o tempo está passando rápido. parece que foi ontem que saiu a primeira edição ou mesmo que eu estava escrevendo a coluna do primeiro ano da revista. Quero deixar aqui os parabéns para todos os envolvidos neste projeto, que vem levando o downhill e o longboard para todos os cantos do nosso país e até para o exterior. Sempre fui e sempre serei fã do material impresso e, em tempos de internet, acreditar neste tipo de mídia é para poucos. parabéns aos editores, aos colunistas e a todos os envolvidos direta e indiretamente na Crvis3r! Vendo a forma como esses dois anos passaram rápido, e resgatando uma foto do evento que organizamos em Interlagos em 1998, é que notei como perdemos a noção do tempo. Da mesma maneira que parece que foi ontem que a Crvis3r foi lançada, para mim parece que foi ontem que organizei este campeonato com esses caras. Foi uma época de transição. Viemos dos anos dourados do downhill slide, entre 1984 e 1989, com os campeonatos do Circuito Bebê Diabo, na Circular do Bosque, na Ladeira da Morte e vários outros na Zona Norte de São paulo. Depois passamos pela época das vacas magras, quando o skate de uma forma geral tomou um baque devido ao plano Collor. Se o skate sentiu a crise no Brasil, imagine o que aconteceu com o downhill slide, uma modalidade genuinamente brasileira e que tinha pouco espaço se comparar com as outras. Foi neste panorama que os profissionais do downhill tiveram que optar pelas suas vidas profissionais e pessoais, pois ninguém conseguia realmente viver do skate. o único que conseguiu segurar o jogo por mais um tempo foi o paulo Coruja com a “Colina Abaixo”, mas logo a crise bateria forte e ele também teria que se concentrar na sua vida pessoal. Foi nos meados da década de 90 que ficamos órfãos; tínhamos na faixa dos 18 anos, eu era o único que tinha passado para pro e o

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Alexandre Maia, 41 anos, 27 de skate Diretor Sul Americano da IGSA Patrocínios: Orangatang, Downhill Machine, Academira Power Club Apoios: Tacna, Evoke, CS Team

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resto ainda não tinha tido a oportunidade de correr um evento profissional de slide. Tivemos que aprender na raça o que deveríamos fazer para continuar no jogo, pois perdemos as nossas referencias de atletas profissionais e dos caras mais velhos que poderiam estar nos ajudando. Mesmo assim, não desanimamos. Lembro como se fosse hoje a primeira reunião que fizemos em um bar perto da casa do Yuppie, onde decidimos que deveríamos correr atrás das revistas e das tevês para continuar a mostrar o downhill e o trabalho que estávamos fazendo. Não haviam campeonatos, éramos descriminados pelos praticantes das outras modalidades do skate e não tínhamos patrocínios - e, mesmo assim, conseguimos mostrar a modalidade, quase toda semana estávamos fazendo uma matéria. Fomos verdadeiros guerreiros e seguramos o downhill literalmente nas costas, levando a modalidade até o lugar que está hoje. Foi justamente neste campeonato da foto que as portas se abriram para grandes empresas do mercado do skate e até mesmo de fora do skate. Foi neste campeonato que conhecemos outros guerreiros que seguraram a onda do downhill no rio Grande do Sul e, daí pra frente, começou o que se pode chamar de historia moderna do downhill no Brasil. É difícil citar nomes, pois sabemos que muitos se mantiveram na pratica do downhill nesta época, mas tem um pequeno grupo (alguns nesta foto e outros não) que precisa ser exaltado; justiça seja feita, foram a ponte entre a época de ouro dos anos 80 e a época de ouro atual. Acreditaram no downhill mesmo sem poder enxergar uma luz no fim do túnel. Por isso, os meus parabéns nessa coluna vão também para estes guerreiros e irmãos das ladeiras: Juliano Cassemiro, Sergio Yuppie, rodrigo Maloteiro, Marcelo Bigardi, Birinha, ricardo Mikima e os irmãos que já não estão mais conosco, mas que foram peça chave para toda está história: Marquinhos Ubaldo e Willians Indião. O tempo realmente passa rápido, portanto não fique ai parado: pegue o seu skate, chame os seus amigos e vá para a ladeira mais próxima. Quando você menos espera, passaram-se 10, 20 anos e, se você não correu atrás dos seus objetivos, pode se arrepender. Este grupo com certeza não se arrepende do que fez, e o nível que o downhill se encontra hoje em dia é a prova de que valeu a pena!

Apoio cultural:



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a hora do footbreak!

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estes inúmeros anos de skate, e agora fazendo 2 anos de Revista CrVIS3r, chegou a hora do footbreak! Não, não vamos parar, é apenas uma pausa para avaliar e pensar, uma egotrip a bordo dos nossos carrinhos e carrões. Já escrevemos um pouco sobre vários assuntos, e nos matamos pensando o que seria pertinente numa edição de 2 anos? Dar os parabéns é fácil... Não está na hora de falar das tendências para o próximo ano, pois preparamos uma coluna especial para a próxima edição... À medida que íamos ticando check-list, nos pegamos olhando as edições anteriores, e vendo que cada uma delas tinha uma frase, um parágrafo com ótimos punch lines... Como um relacionamento, será que não era legal lembrar os bons momentos? Pois então apresentamos uma seleção pessoal do que achamos ser importante e legal de ser lembrado! Enjoy longboard! • “O que desejamos para você com esta coluna em mãos é: perca a vergonha, enfrente seus receios e compre seu 1º Longboard; você vai se divertir muito, fazer novos amigos e isso sempre deve vir em 1º lugar!” - Número 1, edição # 1. • “O rótulo atual, não representa o longboard como um todo. O skate é um esporte que premia o estilo individual, isto é o que deixa o esporte tão interessante e bonito. O rótulo é apenas uma forma para dar uma imagem ao produto, deixá-lo mais vendável. Não há quem nos convença que os milhões de skaters no Brasil comprem as mesmas marcas, se vistam iguais e escutem as mesmas músicas.” - Brand Me, edição # 2. • “Hoje é impossível não ver a horda de meninas e mulheres rolando por nossas ruas, calçadões e ladeiras, o que ainda causa estranheza aos desavisados que não acompanharam a evolução do skate. Quando as primeiras meninas começaram a aparecer com um skate andavam sozinhas ou com, no máximo, uma amiga. Hoje, vemos que as turmas estão mistas, indicando que elas foram capazes de furar o bloqueio, se é que realmente houve um.” - Nada de novo no front, edição # 3. • “Todo mundo, ou quase, já assistiu ao documentário “Dogtown & Z-boys”, mas poucos notaram que a maioria das fotos de ação mostradas no filme é de autoria de Craig Stecyk. Ele trouxe uma nova estética de fotografia, amadorísticae que foi o embrião da fotografia do skate (do it yourself). Ele era um dos garotos da turma que tinha a curiosidade de registrar o que ele e os amigos estavam

fazendo. Fez história com seu olhar peculiar sobre uma nova geração, estando no lugar certo, na hora certa. Toda turma tem um Craig!” – Click, edição # 4. • “Ao abrir seu deck, enxergue-o como uma tela branca pesquise sua técnica preferida e coloque suas mãos para traduzir a sua personalidade. Interaja, interfira, imagine sobre a sua madeira. É assim que o skate sempre foi e será feito, por nossas próprias mãos.” Deck Art, edição # 5. • “Hoje estamos mais próximos dos quarenta do que dos trinta, vemos um resgate de várias raízes do skate, vemos várias modalidades sendo aceitas e sendo fundidas em um estilo de skate praticamente hibrido. Não existe mais o novo ou velho, aceito ou proibido. Para mim e acredito que para muitos, skate é skate! Hoje mais do que nunca ele é independente e democrático, não se importando com tamanho ou quantidade de manobras que se consegue fazer e, nem com o sexo de seu praticante. Enfim o skate se tornou um estado de espírito”. - Skate, música, heróis e amigos, edição # 6 • “É preservado por Lei o direito de ir e vir (Art.5 da Constituição Federal), pois venha ajudar o esporte a ir em frente, mas da forma correta, criando uma simbiose e não uma infecção. o que queremos para 2015, 16, 17...? Queremos que o skate faça parte da paisagem da sua cidade, que ele seja visto por todos os lugares e que transmita sua essência: alegria, camaradagem, coragem, atitude, respeito, liberdade...”- GuetoTown, edição # 8. • “Deixem o skate seguir sem regras, sem tamanho, sem roupa ou tênis obrigatórios, deixem o skate ser livre e naturalmente ele seguirá seu caminho em direção à imortalidade. Deixem todos imaginarem que hoje competimos com carros por espaço no asfalto, amanhã competiremos por espaço nas nuvens ao lado de naves espaciais!” - Skate e naves espaciais, edição # 10 • “Lembrem-se, um grande skater não se faz apenas com um bom setup, é preciso mais, mais vontade, alma e coração para se garantir o maior sorriso. portanto não ligue nem se sinta diminuído se olhar para o lado e ver uma nave na mão do seu amigo. o skate está no pé e não somente no bolso.”- Classe A Skateboards, edição # 11 • “Cada ralado e machucado que tivemos no skate, faz do esporte nossa propriedade, um estilo de vida. Assim também é propriedade de todos que suam para manter o skate forte. Mas no que se refere à idade, é fato inegável e inevitável, todos ficamos velhos e isso faz parte da evolução e da consciência de que devemos aproveitar cada segundo que temos quando estamos sobre o carrinho ou o carrão.” - Até os meus ossos quebrarem, edição # 12.

Esta coluna foi escrita por Alexandre Guerra e Klaus Duss Visite também: Visite Também: euamolongboard.com, facebook.com/euamolongboard, instagram.com/euamolongboard, youtube.com/euamolongboard, twitter.com/euamolongboard

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fotos fabiano proDossimo

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Patricia Rodrigues.

Tamis Guerra.

Maryane Lopes, Natalia Guidete.

Luiza Tavares.

Raiza Satori.

Amanda Hartmann.

Anna Ohata.

iii downhill na graciosa por tâmis guerra

o

s treinos fechados estão se popularizando e têm se mostrado muito atraentes. os atletas podem treinar usufruindo de uma estrutura semelhante à de um campeonato, com a ladeira fenada e o circuito fechado para o trânsito de automóveis, mas sem a pressão das competições. A diversão é garantida! para os que visam resultados em campeonatos, é uma grande oportunidade para testar e evoluir seu role, podendo andar no limite e correr verdadeiras baterias. o Downhill na Graciosa é um dos treinos fechados mais conhecidos no Brasil e acontece na região de Curitiba, em um dos drops de Quatro Barras (4B). Ali existem 3 drops bem próximos: o Boitatá (um drop mais de reta), o segundo drop (mais curto e mais técnico) e o terceiro drop (com curvas mais abertas e mais velocidade, onde rola o treino). A organização que merece ser parabenizada é de responsabilidade da SSAp – Street Sled Associados do paraná. No ultimo 27 de julho, ocorreu a terceira edição do evento, que contou com a participação de mais de 200

atletas de diferentes modalidades: skate, luge, street sled e in line. E, claro, a mulherada do skate compareceu em peso e deu um show na ladeira, com um role pesado e seguro, mesmo sob chuva! No skate, participaram 15 meninas de diferentes lugares: Amanda Hartmann(SC), Anna Ohata (PR), Bianca Fior (pr), Carolina Scheid (pr), Duane Espíndola(pr), Giovanna Assis(pr), Katia Souza(pr), Lola Souza(SP), Luiza Tavares(RJ), Maryane Lopes(PR), Natalia Guidette(pr), patrícia rodrigues(Sp), raíza Sartori(SC), Tamis Guerra (PR) e Valeria Ribeiro(PR). A Luiza Tavares veio do Rio de Janeiro só para participar do treino, ela disse que sempre teve vontade de dropar 4 Barras e não poderia perder a oportunidade. o evento superou todas as suas expectativas, tanto em relação ao drop quanto à organização. Ela também aproveitou a trip para conhecer outros picos da cidade e dar role com a galera local e disse que não vê a hora de voltar! Estamos esperando todas vocês novamente, meninas!

Tâmis Guerra Pacheco, 25 anos, 2 anos e meio de skate, é embaixadora do Longboard Girls Crew no Brasil (www.facebook.com/lbgcbr). Patrocínios: Airflow Skateboards, Afrika Boardshop, Vibe Shoes e Deise Daniele Dick - Pilates Studio e RPG www.facebook.com/tamisguerrap e www.instagram.com/tamisguerra

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Giovanna Assis.



reproDução

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skateboard wheels: experiências, acertos e erros... por eduardo “YndYo” tassara

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ifícil imaginar que, há pouco mais de 50 anos, as skateboard wheels eram feitas de metal (mais precisamente, o aço), herança dos velhos patins. Foi um tempo em que os skates eram vendidos como “brinquedos” e, como as rodas eram de aço, logicamente acabavam por escorregar demais, motivo que fez o “brinquedo” skate começar a ser tido como “perigoso”. o skate chegou a ser banido da sociedade norte-americana, levando junto muitas empresas que apostavam na nova moda dos skateboards. Já no inicio dos anos 60, alguém descobriu que misturar barro com resina e passar por um tipo de forno formava um composto que dava para usar como roda de skate; estava descoberto o material aclamado como “clay”(feito de cerâmica e resina), que foi amplamente usado nos skates. No entanto, o material não tinha muita aderência e gastava rápido - sem contar que uma pancada mais forte acabava por trincar ou até mesmo quebrar a roda. A maior evolução em matéria de experiências aconteceu no inicio dos anos 70; vieram as rodas de baquelite, um tipo de resina sintética e mesmo material usado nos cabos de panelas, foram fartamente usadas apesar de deixarem marcas e riscos por onde passavam, além de gastarem rápido e não durarem muito. outro tipo de material era a borracha dura que, além de não correr, gastava e rachava rápido. Ai veio o descobrimento da matéria-prima ideal, o uretano, um material que já existia no mercado; quem teve o mérito e a ideia em usar o material para fazer rodas para skate foi o jovem skatista e surfista californiano Frank Nashworthy. Na época, ele trabalhava em uma indústria química e percebeu que o material era ótimo para uso no skate, e essa com certeza foi a descoberta do século para o mundo do skateboarding. No meio dos anos 70, com um mercado do skate bem aquecido, começaram as experiências bizarras em misturar vários tipos de materiais; era fácil encontrar nas skate shops rodas misturadas tipo metade uretano com metade

borracha, ou uretano misturado a clay ou ainda a baquelite, experiências que não davam em nada. Essa também foi a fase das experiências em de se fazerem frisos e ranhuras nas rodas, com a intenção de se dar mais grip, mas o que valeu foi que as empresas produtoras de rodas estavam descobrindo as durezas (“shore”) usadas para as várias modalidades de skate. No inicio dos anos 80, as todas as empresas usavam uretano puro e se preocupavam com as larguras, as alturas e as durezas destinadas a cada modalidade e, logicamente, com os grafismos coloridos estampados no lado externo, o que chamava bem a atenção para a marca e o modelo. Entram os anos 90, fase do inicio da dominação do street, e as rodas ficaram micros - algumas pouco maiores que os próprios rolamentos -, fase que durou pouco. Foi somente nos meio dos anos 90 foi que tiveram a ideia de produzir rodas com duas durezas, as chamadas “dual core“, normalmente um miolo de nylon revestido com um tipo de uretano mais macio e com outro tipo de uretano mais duro na parte externa – uma ideia amplamente usada por várias marcas e com ótima aceitação entre os skatistas. No século 21, apareceram no mercado os modelos “air core”, rodas com miolo de nylon e ocas no interior, revestidas somente com capa de uretano e deixando as rodas extremamente leves, desenvolvidas para o vertical com durezas acima de 99 A. No final da década passada, o maior destaque foi o desenvolvimento das rodas feitas especialmente para speed, uma mistura de vários tipos de uretanos para que a roda fosse rápida e, ao mesmo tempo, tivesse grip. A evolução não para por aí: recentemente, uma empresa americana desenvolveu as rodas tipo Shark Senodial, um modelo bizarro e totalmente diferente de tudo a que se refere a rodas para skate, provavelmente apostando no futuro. Como disse no início, são acertos e erros... vamos ver o que mais vem por aí!

Eduardo “Yndyo” Tassara é um local de Guaratinguetá e está a 40 anos em cima do skate, além de ser o maior colecionador de relíquias do carrinho da América Latina. Seu blog é o skatecuriosidade.com – uma referência quando o assunto é a história do skate e os fatos curiosos do universo dos carrinhos e carrões. Acesse e aprenda!

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loja uPonBoard comemora 2 anos!

Cush, adriano aziz e seismic

Pt models by Crazy’n Board o bom e velho guerreiro punk das ladeiras, Luciano PT, agora está com seu model pela Crazy’n Board. PT é um dos mais experientes downhillzeiro das ladeiras brasileiras, tanto no DHS quanto no longboard. parabéns à marca Crazy’n Board em valorizar o guerreiro rider brasileiro! www.crazynboard.com.br

A marca Cush acaba de somar mais um reforço pra sua equipe, trazendo Adriano Aziz para o time e valorizando o longboard técnico e moderno. Adriano, que esteve em nossas páginas na tour da priority em Barcelona, já está com seus novos longs em pleno vapor nas sessions. A Cush também aumentou seu leque de marcas e está trazendo para o seu “guarda-chuva” a marca Seismic, uma das melhores marcas de rodas, eixos e rolamentos do mundo! Em breve, nas melhores lojas do Brasil.

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Ser lojista de skate tem as suas vantagens e desvantagens, como em qualquer mercado varejista, mas uma coisa é certa: lojista bom é lojista que investe no esporte, como é o caso da loja UPONBOArD. Nossos parceiros da cidade de Canoas (rS) completam dois anos junto com a revista e merecem todo o respeito. Você que é da região ou see estiver passando pela cidade, visite a loja, prestigie e dê o seus parabéns!

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arquivo pessoal

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Free Wheels Nosso parceiros da marca omen Longboard, originários de Seattle (EUA), lançaram uma nova marca no mercado americano e mundial. Trata-se das rodas Free Wheels Company, que prometem ser de uma qualidade absurd de boa. Já circulando nas melhores sessions pela equipe, a roda foi testada no talo e nas diversas ladeiras americanas. Visite o site e veja mais: www.freewheelco.com <26>

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el Phante A marca de shapes e confecção El phante tem uma linguagem totalmente voltada para o diferencial e a dedicação, facilmente observados no acabamento de cada peça que fabricam com certificado de garantia. Com fábrica própria e uma tremenda habilidade nos acabamentos das madeiras produzidas no rio de Janeiro, buscam sempre a criação e o melhor, com diversão e o prazer de andar de skate. Visite e saiba mais sobre a marca: www.elphante.com

Homenagem à rider lola souza A rider da cidade de Sorocaba, Lola Souza, foi homenageada no mês de agosto, em uma solenidade realizada na Câmara Municipal de Sorocaba, pelo seu destaque no longboard. parabéns pela reconhecimento e, lógico, parabéns à Lola Souza pela sua dedicação ao downhill speed feminino!


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Inevitável não dizer que o longboard abriu fronteiras e cativou pessoas de diversificadas classes sociais, até nos meios politicos e culturais. rescentemente, o presidente da maior potência do mundo, Barack obama, possou com seu longboard rayne, sem eixos, mas quem sabe não foi um presente pras jovens filhas... Da mesma forma, o vocalista da banda pearl Jam, Eddie Vedder, apareceu com um skate omem Longboard que foi para leilão com assinatura de todos da banda, valor esse revertido para doação... Longboard salva!

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Barack obama & eddie Vedder & longboard

magic longboard, o skate transparente! guto negrão no podium na italia Aproveitando cada etapa do circuito mundial nas pernas européias, Carlos Augusto Correia paixão, o Guto Negrão, conquistou mais um podium para o speed brasileiro, desta vez nas etapas européias da IGSA, levando a etapa da cidade italiana de Teolo. Parabéns!

Vivian Nguyen é uma jovem estudante de design norte-americana que já desenvolveu alguns projetos ligados à mecatrônica, artigos de decoração, obras de arte e joias, mas outro projeto dela tem deixado um bocado de gente babando. o Magic Longboard é um deck transparente de policarbonato, um material extremamente resistente e com aspecto bem semelhante ao acrílico, e foi desenvolvido justamente pra demonstrar as melhores qualidades da placa: resistância e flexibilidade. Acredite, o deck suporta pessoas pesando até 112 quilos, mais do que alguns tipos de madeira usados pra fazer longs. Dá um pulo no site da prestigiosa Universidade de Stanford pra conferir o projeto: http://web.stanford. edu/~vmnguyen/magic-longboard.html

movpak: produto genial desenvolvido por brazucas!

É um skate elétrico, uma mochila ou ambos? É o Movpak, um projeto desenvolvido por brasileiros que buscam uma alternativa bastante viável ao transporte urbano. A ideia surgiu após uma observação de Hugo Dourado: ele notou que as pessoas podiam até ter uma alternativa nas bicicletas pra irem até os metrôs ou estações de ônibus, mas como fazer destes até os locais de trabalho? Só mesmo algo fácil de ser carregado e não causasse incômodo a quem o carregasse, algo impraticável até mesmo nas bicicletas dobráveis; junto com o engenheiro Felipe Junquilho e o marketólogo Ivo Machado, Hugo desenvolveu o produto e lançou o projeto no Kickstart, site de financiamentos coletivos. No primeiro dia, quase 40% do valor já tinha sido alcançado, um sucesso absoluto – principalmente após os malandros terem levado o produto pro Silicon Valley (terra de empresas como Google e Tesla) e causado muito por lá... Se o objetivo financeiro for alcançado, a empresa promete entregar os primeiros exemplares já em abril de 2015, a um preço estimado de US$ 990. Mas, afinal de contas, o Movpak é um long elétrico dobrável, integrado a uma mochila ou seria uma mochila com um long elétrico integrado?! Só indo ao site pra você tirar suas próprias conclusões: http://www.movpak.com/ Crvis3r skateboarding

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arquivo pessoal

Diego polito

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mística eyewear

reine oliveira e igor lage na aBeC 11 os skatistas brasileiros sempre estão mostrando serviço, cativando e conquistando o mercado internacional. Com essa pegada que os brazucas sempre conquistaram mundo afora, a marca americana e conceituada ABEC 11 resolveu aumentar o time de brasileiros. Além da família Yuppie, que tem na equipe Sergio e Junior, os novos integrantes são: reine oliveira, Igor Lage e pedro Frangulis. parabéns à marca e à conquista de cada um, mostrando a força e reconhecimento das ladeiras brasileiras no mundo!

Um lançamento bonito e ambientalmente correto: trata-se da Mística Eyewear, uma linha de óculos de sol produzidos artesanalmente com bambu e madeira. Além da matéria prima completamente natural e renovável, a linha traz sete modelos com hastes flexíveis embutidas, desenvolvidas pra oferecer maior conforto. As lentes são do modelo Cr39 da mundialmente famosa marca Carl Zeiss Vision, com proteção contra os raios UVA, UVB e UVC, e todos os modelos acompanham estojo personalizado de bambu. Muito interessante, não é verdade? Por enquanto, o produto está sendo vendido exclusivamente na loja Fish, no recife, mas você também pode comprá-lo no site da marca. Vai lá! http://www.misticawood.com/

Push race recife O PUSH RACE Recife 5 acontecerá no dia 22 de Novembro de 2014. O percurso com 4 kms será o mesmo das outras edições e a largada está prevista para as 16:00h. A etapa será realizada em memória de Marcelo Lyra, grande incentivador e um dos idealizadores do prr, que já conta com o patrocínio da prefeitura do recife, Fish, Sector 9, Kenner, Mística eyewear; apoio da revista Crvis3r, Afrika boardshop e Makkina. Cinco categorias estarão em disputa: amador, feminino, mirim, master e o Short race (prova que teve sua estreia na abertura do 1º Circuito Brasileiro de Push Race, em Recife, Agosto de 2012). São baterias com 4 atletas cada com tiros de 200m, passando sempre dois atletas para a próxima fase até chegar na final. A organização ainda estuda a possibilidade de incluir a categoria “In-line”. A equipe do prr ainda está trabalhando na captação de novos patrocinadores e apoiadores, tanto para essa etapa quanto para o circuito do próximo ano. Os interessados podem entrar em contato pela página do facebook/PUSHRACERecife, ou pelo fone: (81) 9987 3662 - Bruno Gallindo.

Quer ganhar um jogo de roda tHese? Basta responder em qual número da página está essa promoção. Mais fácil impossível! Assim, envie essa resposta para o e-mail: promocrvis3r@gmail.com e no subject/assunto, escreva: Promo tHese - revista. Serão sorteadas 3 jogos... não perca!

Essa promo também pode ser acompanhado no Instagram e no facebook da revista. Acesse: Instagram: @crvis3rskateboarding e Facebook: www. facebook.com/crvis3rskateboading

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Crvis3r skateboarding

novo eixo reverse by gullwing oss tradicionais eixos Gullwing tiveram seu lançamento no skate em 1976. Desde então, sempre esteve entre os mais considerados eixos pra skate em todas as modalidades, com uma enorme variedade de produtos das mais diversas modalidades. Essa experiência está novamente sendo colocada à prova com o lançamento que estão realizando agora no mês de novembro: os eixos REVERSE! Entre algumas especificações, estão eixos de 47 graus na base (entre os 50 utilizados no freeride e 42 do downhill); 182 milimetros de largura; 8 furos na base para opções de montagem na distância entre eixos; 2.625 polegadas de altura, e muitos outros detalhes que vão deixar a sua session muito mais precisa e dinâmica. Aguardem!



Homenagem: marcelo lyra

bruno “fish”

bruno “fish”

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Em agosto de 2014, o longboard brasileiro perdeu um de seus filhos ilustres. Marcelo Lyra, pernambucano de 37 anos, era um dos integrantes da comitiva que acompanhava o candidato à presidência Eduardo Campos. A aeronave com sete tripulantes saiu do rio de Janeiro com destino à base aérea de Santos; devido ao mau tempo na hora do pouso, os pilotos tiveram que arremeter a operação, e a aeronave caiu durante manobra. Marcelo era pai de dois filhos, Maria Eduarda (18 anos) e Romeo (11 meses) - esse último, fruto do casamento com paulina Albuquerque, que também anda de longboard e foi vice-campeã do primeiro Push Race Recife (PRR). Uma família linda que fazia do longboard uma opção saudável e feliz para aproveitar cada momento! Além de grande incentivador do prr, ele desenhou o percurso usado até hoje, disputou, fotografou, filmou, editou e foi responsável pelas “pick ups” da abertura do primeiro circuito brasileiro de push race em agosto de 2013. Fotógrafo por natureza, começou a se especializar em vídeo e edição, fez vários trabalhos e campanhas publicitárias tanto para marcas de surf e skate quanto para multinacionais. Sempre registrando e eternizando tudo, passou pelo teatro, pela cultura popular, trabalhou em cinema e também era um amante da música. “DJ ou VJ? Depende da demanda, meu brother!” Eu costumava dizer que Marcelo Lyra - ou “Delyra”, como ele se intitulava - era um cara multifacetado, não tinha tempo ruim ou problema que ele não resolvesse, das broncas mais sinistras às mais leves. Quando você menos esperava e via grandes dificuldades, logo Marcelo “Delyrando” chegava com a solução. <30>

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bruno “fish”

por Bruno “FisH” gallindo



alexanDre gonDim

armanDo artoni

bruno “fish”

> Homenagem: Marcelo Lyra

bruno “fish”

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Começou no skate na década de 80, parou por um longo período e foi apresentado ao longboarding por mim em 2010, e viciou! Montou um long, montou dois, três, quatro... um “quiver” completo de fazer inveja a qualquer amante do “carrinho”. Foi se aperfeiçoando nos rolés, curtia muito um “freeride”. Criou o Fom-Fom adventures, uma alusão ao termo “For Fun”, onde o real espírito era andar por diversão, acertando as manobras ou não, sem medo de ser feliz. registrava tudo, editava e depois soltava no seu canal do youtube www.youtube.com/user/ mmmlyra/videos. Delyra deixa um vasto e rico acervo de músicas, vídeos e fotos, e o seu registro de tudo continuará a incentivar e divertir todos que amam o skate e o longboarding. www.f80mm.blogger.com.br <32>

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fotos guto Jimenez

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Guto e Bruno.

Interlagos, 2009.

reproDução

reproDução

Bs ollie em Guará

Capas com Brown nos anos 70 e 80. GP Brasil de Slalom, Interlagos, 2007.

Bruno Brown – 1962 / 2014 por guto Jimenez

Às vésperas do fechamento de nossa edição de segundo aniversário, o skate brasileiro perdeu um dos seus maiores ícones de todos os tempos. João Bruno Leonardo Jr, o Bruno Brown, foi o guerreiro de sempre até o último dia, quando decidiu partir no último dia 22 de setembro pra algum lugar por aí. Ele deixou os pais, uma filha e todo o mundo do uretano em luto. Um dos pioneiros do skate de ladeira no Brasil, Bruno tinha registros andando na então mítica ladeira da Circular do Bosque ainda em 1974. A partir daí, incontáveis feitos se sucederam, influenciando inúmeros cenários de skate no país: - Foi local e um dos símbolos da Wave Park, a melhor pista da América Latina em 1977, e foi um dos Wave Boys, que eram alguns dos ídolos da garotada que acompanhava o esporte nas páginas da Brasil Skate; - Após ter morado nos EUA, tornou-se amigo de muitos ídolos do skate e não sossegou enquanto não trouxe ao Brasil alguns dos maiores nomes do skate mundial em todos os tempos: Tony Alva, Christian Hosoi (algumas vezes), Eddie reategui, Micke Alba, Dave Duncan, <34>

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Jake phelps, John Cardiel, Julian Stranger... Graças à interferência de caras como o Bruno, o país foi colocado no mapa da mídia do skate mundial; - Empreendedor (Alva e Hosoi Skates, Thrasher, Charger Wheels, Wave Boys Skate Shop), acreditou e arriscou muito só porque tinha a ver com o skate; - Firmou parcerias inacreditáveis que levaram o slalom a lugares como a Vila Madalena, Museu do Ipiranga e o Autódromo de Interlagos. Skatista e surfista de alma, Bruno Brown deixa uma marca indelével na história do skate brasileiro e em todos os que tiveram o prazer, a honra e o privilégio de conviver com ele. Eu e Bolota fomos dois desses sortudos e, mesmo sabendo da longa e dolorosa batalha que ele estava travando, achávamos que o guerreiro venceria mais essa vez... Vai na pAZ, Bruno! Entra na sessão pesada com o Indião, Marquinhos, Jay Adams, Bola 7, Rebbelix, Sinistinho e tantos e tantos outros, manda o seu tradicional “puta bosta” e dá um snake como só você sabia fazer. Um dia, a gente se encontra por aí na Grande Ladeira.



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Jay adams, the godfather of skateboarding - riP TExTO antonio dos Passos Jr. tHronn | FOTOS antonio Passos Jr. tHronn E FlaVio saldanHa

O mês de agosto foi o mais devastador na história do skateboarding mundial, pois perdemos dois grandes pioneiros da nossa cultura. Shoggo Kubo faleceu por um ataque cardíaco fulminante quando fazia stand-up paddle no Havaí e, menos de um mês depois, perdemos também outro Z-boy, Jay Adams. os dois foram os desbravadores das ruas e piscinas da California, dando origem ao skate vertical, e os meninos de skate de Dog Town como eles, Tony Alva e Stacy peralta deram os primeiros passos do skate de transição. A minha relação com Jay Adams era muito agradável, pois todas as vezes que eu tive a felicidade de encontrá-lo, rolava maior energia. Ele sempre vinha me cumprimentar e perguntava como estava a vida, sempre com um bom papo, e me dizia que tinha muita vontade de ir ao Brasil conhecer as pistas. Jay Adams foi uma das poucas pessoas notáveis e importantes as quais ninguém conseguia enxergar como uma celebridade, pois a simplicidade, a atenção ao próximo, o espírito de menino levado e a humildade faziam com que a gente não conseguisse colocá-lo como um super star, seria até um ofensa. Ele era muito mais que um skatista famoso, ele era na verdade um deus do skate que passou na

nossa época. Nesse ultimo mês de agosto do desgosto, houve uma emocionante homenagem ao nosso grande mestre, professor e visionário Jay Adams: mais de 200 pessoas reuniram-se no Venice Pier com surfboards e skateboards, vindas de várias partes da California. pessoas de diferentes religiões deixaram seus recados e suas homenagens em vários locais de Venice Beach. A guarda costeira de Los Angeles também veio saudar esse tributo com suas lanchas, que jogavam jatos de agua nos surfistas sentados nas pranchas formando um enorme círculo. Tendas foram montadas na area da praia com as marcas pioneiras do skateboarding como Dogtown, Zephir, os Raiders, Z-Flex, Independent Trucks e muitas outras. Viemos celebrar a memória do grande mestre Jay Adams que, sem dúvida nenhuma, foi o skatista mais radical que construiu a sua história no underground das ruas de Venice Beach. Ele foi o pioneiro do punk rock e de gangs de L.A., e como um mestre teve uma vida linda e maravilhosa no surf e no skate, deixando aqui para nós só as lembranças boas desde os tempos de garoto atá a sua partida aos 53 anos. obrigado, mestres Jay Adams e Shoggo Kubo, por deixarem lições de caráter e atitude.



animais do downhill 2014 26 E 27 DE JULHO 2014 SUZANO - SP

fotos Divulgação

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Tatá e Cri Duarte.

Thiago Barata.

DHS Mirim: 1º Joel da Silva Junior/ 2º Lucas Condinho/ 3º João Victor Vitorio. DHS Iniciante: 1º Johnny G. Rodrigues/ 2º Leonardo C. Real/ 3º Vinicius dos S. de Melo - DHS Amador: 1º Natan dos Santos/ 2º Leonardo V. Martinho/ 3º Andrei Barbosa - DHS Feminino: 1º Jessica Amorim/ 2º Mariane O. Matos/ 3º Raissa A. de Souza - Longboard Iniciante: 1º Matheus Fidelis/ 2º Raphael Reis/ 3º Brucy Campagnucci - Longboard Amador: 1º Jonathan Borges/ 2º Armando Artiles/ 3º Marcos Vinicius - Durango - Longboard Feminino: 1º Fernanda Michelini/ 2º Cris Punk/ 3º Larissa Sampaio - Longboard PRO: 1º Rafael Sabela/ 2º Thiago Bomba/ 3º Kaue Mesaque (Mais infos: Facebook/animaisdodownhill) Reine e Cris Punk.



| visor

Gabriel Klein

O

lá! Meu nome é Gabriel Klein e sou fotógrafo publicitário especializado em skate, moda e produto. Eu comecei e aprendi a fotografar fazendo skate longboard na orla de Ipanema, Rio de Janeiro, e meu desenvolvimento com a profissão está totalmente relacionado ao longboard. Foi no segundo ano do ensino médio, fotografando meus amigos durante os rolés, que tudo começou. Eu só tinha uma máquina bem horrível, mas que já me despertava um interesse. Eu sempre a levava comigo e, em pouco tempo, já fui tomando muito gosto pela coisa. No meio desse processo, um dos meus amigos do rolé virou skatista profissional patrocinado por duas grandes marcas gringas. Enquanto isso, eu me desenvolvia e me profissionalizava também. Como eu já o fotografava desde muito antes, acabei sendo convidado pelas marcas para fotografá-lo. Tudo foi acontecendo com muita fluidez, terminei o colégio e descobri um curso superior de fotografia. Depois me formei e experimentei diversos ramos da profissão, e tive a oportunidade de fazer bastante coisa. Fotografei para grandes revistas e as melhores marcas de skate do planeta. Viajei, participei de alguns filmes, fiz muitas amizades mundo afora e ainda conheci alguns dos melhores atletas do mundo. Hoje, continuo em desenvolvimento! Buscando aprimoramento e fotografando por aí, fazendo novas amizades e conhecendo novos lugares. Um salve, paz e muito SKATE pra todos!

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crvis3r skatebOarding

No alto: James Kelly rasgando a periferia carioca. Ao meio: Ensaio com Nick Crown e seus clones. Embaixo: O cafofo do fotógrafo num evento de speed.


Ao lado: Bruno Marra varando uma rampa na ladeira do Mundo Novo, no Rio. Abaixo à esquerda: Full slide de Paulo Lins. Abaixo à direita:Noseblunt slide de Thiago Nobre, mais uma no Mundo Novo. Abaixo na foto maior: Pega no Mega Grand Prix de 2013, com Alex Tongue, Jonas Richter, James Kelly e skatista não identificado.

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longboard na piscina

Michel Frederico encara os quatro metros da parte funda e espanca um f/s air.

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Diego Polito

Adriano, Douglinhas, Michel, Diego e Sado: felicidade pura!

caçapava:

Longboard na piscina Três gerações do longboard brasileiro se juntaram para andar na segunda piscina skatável encontrada no Brasil, que fica localizada na cidade de Caçapava. Por EunicE REis

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ouglinhas Barboza (38 anos), Alessandro Sado (36), Michel Frederico (31), Adriano Aziz (31) e Diego Polito (25) ficaram sabendo que a piscina ficaria vazia só por mais uma semana e não podiam podiam perder a chance de andar nesse pico, saindo de São Paulo em plena quarta-feira (26/08). A ansiedade do desconhecido estava nítida na cara de todos; mesmo alguns já terem andado na famosa Classe D (a primeira piscina skatável encontrada no país), ninguém sabia o que iria encontrar!

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Assim que chegaram, ficaram impressionados com a pool: quase 4 metros de transição na parte funda e, na parte rasa, uma transição muito rápida! Michel já chegou sem dó dos azulejos, mandando um f/s air muito alto; Douglinhas simplesmente mandou um layback no verdadeiro estilo piscineiro; Sado representou com um b/s grind passando da parte funda para rasa… Adriano Aziz e Diego Polito, mesmo focados em registrar todos os momentos com suas lentes, não podiam deixar de dar um role!

Acima: Slob grind de Douglinhas na shallow end complicada: sente como a transição é rápida! Ao lado: Sado ignora a transição rápida e passa batido por cima da luminária.

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Diego Polito

ADriAno Aziz

longboard na piscina





Jeff Budro

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Georgia Bontorin entrevista:

Poucos são os adolescentes que têm a oportunidade de serem reconhecidos entre os melhores naquilo que fazem. A encantadora Georgia Bontorin tem essa sorte, fruto de sua gigantesca competência sobre os skates de velocidade que já fez com que ela viajasse pelo mundo e dropasse em algumas das ladeiras mais desejadas em todo o mundo. A segunda colocação no ranking do ano passado a tornou conhecida em todo o planeta, e ela avisa: o título mundial é sim um objetivo a ser alcançado. Diante da simplicidade e da atitude dessa pequena grande notável, que você poderá comprovar nessa entrevista exclusiva à CRVIS3R, não temos a menor dúvida em apostarmos nisso com a mesma convicção que ela apresenta nas respostas. Nada nos surpreende em se tratando da Georgia, a maior revelação do skate brasileiro de velocidade da década. Confira e curta você também! pOr Guto Jimenez | FOTOS Jeff Budro

g

eorgia, eu tenho uma filha com a sua idade (17 anos), e eu às vezes fico confuso com a quantidade de coisas que ela faz e se interessa ao mesmo tempo... Como você concilia a sua carreira de skatista profissional com as outras atividades típicas de meninas da sua idade? Eu sempre dediquei a maioria do meu tempo ao skate, mas durante a semana faço muitas coisas de menina (risos), quase todos os dias saio pra fazer alguma coisa. Adoro pintar minhas unhas e cuidar do meu cabelo, ainda mais agora com 17 anos, comecei a usar maquiagem esse ano e é um pouco engraçado pensar nisso agora. Você pretende seguir alguma faculdade? Qual carreira você pretende seguir? Sim, sempre pensei em fazer uma faculdade. No ano passado, perdi o Enem por preferir correr uma etapa do mundial, mas este ano vou prestar vestibular. Ainda tenho algumas dúvidas sobre qual carreira seguir, não quero deixar o skate mas, ao mesmo tempo, quero ter uma outra profissão paralela e me inscrevi para administração e comércio exterior. Foi fácil conquistar o apoio em casa pra competir no speed? Nos primeiros dois anos, foi muito difícil andar de skate. Eu saía de casa escondida e sempre voltava ralada, minha mãe ameaçava jogar meu skate fora ou queimar... Uma vez, voltando da escola, o meu ska-

te estava no lixo e aquela semana foi muito triste. Mas depois do meu primeiro campeonato, minha mãe começou a aceitar melhor a situação de eu estar fazendo algo que eu gostava, e agora ela faz questão de eu estar andando de skate e indo para os campeonatos. Afinal, como o skate entrou em sua vida? É uma história um pouco longa, mas vou resumir: comprei meu primeiro skate por 200,00 reais, parcelado em 4x de 50,00. Eu andava com a minha amiga Mica em 2009 e nas férias de fim de ano fui pra casa da minha tia, e lá descobri que meu primo também andava então comecei a andar com ele e seus amigos. Você pratica alguma outra modalidade? Não, já tentei começar outras modalidades, mas eu gosto mesmo é de ir rápido. O downhill speed é minha paixão. Curitiba é uma das capitais nacionais do skate. Queria que você falasse um pouco sobre a correria do pessoal do downhill de sua cidade pra poder andar em lugares decentes. Temos várias ladeiras em Curitiba e região, dentro da cidade há parques e circuitos urbanos e a cerca de 40 minutos começam as ladeiras onde há mais velocidade, como em Quatro Barras. A duas horas de Curitiba existem outras ladeiras como Bocaiúva, Cerro Azul (onde tem vários picos na mesma auto-estrada), Ventania, Barragem e alguns secret spots.

Ao lado: Jeito de menina e velocidade de gente muito grande. crvis3r skateboarding

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georgia bontorin

Se todo mundo pode fazer, você também pode, você tem o mesmo potencial. Acima: Georgia se prepara pra um drift de backside, sinal que tem uma curva pra esquerda à frente. Pikes Peak Downhill 2014, no Colorado/ USA Na página ao lado em cima: A sujeira na parte de dentro da curva é o menor problema da Georgia nessa curva de alguma colina da California. Na página ao lado embaixo: Não existe drop calmo em Angie’s Curves.

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Por favor, fale a respeito de sua ligação com os CWBombs e da importância da crew na sua vida – você era “a mascote”, e agora dá poeira em alguns dos caras... Eles sempre cuidaram de mim, pois eu tinha apenas 12 anos e, se acontecesse alguma coisa comigo, ia sobrar pro meu primo, e até hoje me sinto protegida por eles. Sempre que vou andar com a galera, parece que estou começando. Admiro muito todo o pessoal da CWBombs, mas a crew foi crescendo e foi meio que se subdividindo, a minha ligação é mais forte com o pessoal que começou quando a CWBombs ainda era “rejected by Gravity”. Quais skatistas você mais admira numa ladeira? Meu primo e a galera que começou comigo da CWBombs, esses são os primeiros que eu tenho uma admiração. Em seguida, não posso deixar de citar meu amigo Douglas Dalua, todos esses skatistas sempre estão comigo me dando alguma dica, algum apoio emocional, e sou muito grata por ter boas pessoas ao meu lado. Há dois anos, você era uma revelação brasileira; no ano passado, já estava disputando o título mundial; e, em 2014, está muito bem colocada no circuito e bota pressão nas oponentes em todos os drops. Seu objetivo é ser a campeã mundial mais jovem da história do speed?


Jeff Budro Jeff Budro

www.issaccogdill.com

Sempre quis ser campeã do circuito mundial, penso que um dia eu posso chegar lá. No ano passado, cheguei muito perto ficando em 2º lugar no ranking mundial. Esse ano não está sendo o melhor ano até agora, mas só pelo fato de eu ter 17 anos e ter a oportunidade de estar correndo todo o circuito mundial, já é um objetivo alcançado. Já que falamos no circuito, qual é a etapa que você mais gosta de participar? Tem alguma que você preferiria evitar? A minha etapa favorita desde que comecei a andar, quando tinha 12 anos, sem dúvida alguma é Teutônia; quando eu vi a foto, não pude acreditar que existia uma ladeira como aquela e que skatistas andavam ali. O primeiro ano que fui pra Teutônia não pude andar, pois tinha apenas 14 anos; eu chorei por não poder dar nenhum drop, mas no ano seguinte eu desci e foi a melhor experiência da minha vida. É uma mistura de adrenalina com algo espiritual, não consigo explicar muito bem, mas todo drop pra mim é diferente: quero chorar, quero gritar, e as vezes só deixar a ladeira me levar. Sinto

muita paz quando estou lá, parece que não existe nenhum problema ao meu redor. Não tem nenhuma ladeira que eu preferiria evitar, mas uma que eu não pretendo voltar é Whistler. Qual país você mais curtiu conhecer até agora? Os EUA, aqui na Califórnia está muito bom e às vezes não tenho vontade de voltar, estou a duas quadras da praia e as ladeiras aqui parecem um sonho. Só sinto falta da comida e do jeitinho brasileiro. Recentemente, você postou fotos de sua trip à California junto com a equipe. Como foi a receptividade e os roles com o pessoal? Quando cheguei aqui estava com um pouco de medo, pois as pessoas são meio frias, mas quando vim pra San Diego eu me senti em casa, fiz vários amigos, e fui andar em várias ladeiras com vista pra praia, ou rápidas como Angie’s Curves. Conheceu algum pico inesquecível nessa viagem? Conte como foi... Eu andei em algumas ladeiras mágicas na minha skate trip no crvis3r skateboarding

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Jeff Budro

Oregon, fiquei acampada por 12 dias andando de skate todos os dias, tanto em skate parks quanto em ladeiras. Foi uma experiência muito boa, melhor que campeonato, andei de skate por diversão e me diverti com quem estava na trip. No segundo dia provoquei um acidente, derrubei duas pessoas que estavam na minha frente e atrás vinham umas 20 pessoas, dessas vinte umas sete caíram e se ralaram, então pelo resto da trip passamos ralados e sem muito banho. Pra finalizar, fomos para o campeonato em Cathlamet, onde achei um chuveiro público e fiquei tomando banho por muito tempo... Fiquei em 3º lugar, e foram os 12 melhores dias de uma skate trip. Quais conselhos você mais ouve dos veteranos em relação ao seu role? “Dá slide antes da curva, bem antes”. Esse é o conselho que mais ouço nos últimos meses. Fora o skate, o que mais você gosta de fazer no seu tempo livre? Gosto muito de ficar no meu quarto, mexendo nas minhas coisas. Comecei a pesquisar sobre religiões nesse tempo que estou aqui na Califórnia, estou lendo a Bíblia sempre que tenho um tempo livre, vou pra praia tomar sol e fico lendo na beira do mar. Vou à praia quase todos os dias, estou aprendendo a surfar e essas são algumas coisas que faço no meu tempo livre. Por favor, fale um pouco sobre o reconhecimento que você recebeu da prefeitura de Pinhais (PR). Foi uma homenagem por eu ter nascido em pinhais e ter conquistado tudo que almejei até agora, foi bem legal ouvir alguém contando minha história e ter meus amigos comigo. Um assunto chato: lesões... Já passou por alguma mais séria que te impediu de andar de skate? Sim, já tive água no joelho e fiquei um mês sem andar. Tenho que tomar cuidado até hoje, pois volta sempre que caio muito forte, e no outro joelho meu ligamento quase rompeu, então tenho que andar com precaução. Você tem uma técnica impressionante pra alguém com sua experiência, sendo bastante agressiva e segura ao mesmo tempo. Como você se concentra pra um drop com a galera e pra uma competição? Sempre gosto de orar antes de algum drop. Uma mulher que conheci na rua esses dias me disse uma frase que explica exatamente como me sinto, ela disse: “se todo mundo pode fazer, você também pode, você tem o mesmo potencial”. Essa frase me mo-

Jeff Budro

Jeff Budro

georgia bontorin


skatethe604 Jeff Budro

skatethe604

Na página ao lado no alto: Aquela raspada de luva básica pra acertar a tangente da curva em Angie’s Curves. Na página ao lado embaixo: Skate é isso: a juventude de Georgia e uma vida inteira de diversão de Victor Earnhardt. Nesta página no alto: Algo que começa a se tornar rotina no circuito mundial: Georgia liderando o bonde, dessa vez em Whistler. Nesta página embaixo à esquerda: Alguém aí falou em cotovelo?! Nesta página embaixo à direita: Técnica perfeita na entrada de curva em Whistler.

O downhill speed é minha paixão. crvis3r skateboarding

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treee skateBoarding

georgia bontorin

Georgia e Maryhill: quase uma pintura!

tivou muito, pois sei que eu posso conseguir fazer mesmo, tudo está na nossa mente. O que você mais presta atenção numa ladeira? presto muita atenção no asfalto, onde é o melhor lugar pra passar e a linha que eu posso ir mais rápido. Quais conselhos você daria pra alguém que esteja pensando em praticar e competir no speed? Meu conselho é: siga o seu coração, você sabe até onde pode ir e quais são seus limites, só você sabe disso, ninguém pode te dizer. E não se esqueça de usar o capacete e os equipamentos de segurança. Georgia, agora é hora de dar “tchau”... Mande o recado pra galera que lerá essa entrevista! Então, galera, espero que eu tenha passado um pouquinho da minha história e como o skate está presente em minha vida. primeiramente agradeço a Deus, acredito que tudo tem um propósito na nossa vida e temos que abraçar as oportunidades que recebemos. Agradeço também a toda a galera do skate, que sempre me recebeu na ladeira, aos meus amigos que estão comigo no dia a dia, à minha família, aos meus patrocinadores e a todos que me fortaleceram de alguma forma.

Sigam a Georgia: @georgiabontorin

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crvis3r skateboarding

Depois do meu primeiro campeonato, minha mãe começou a aceitar melhor a situação de eu estar fazendo algo que eu gostava, e agora ela faz questão de eu estar andando de skate. > GeorGia Kalena Bontorin 17 anos, 5 de skate patrocínios: Mad rats, Sector 9, Wollong, riptide bushings , Aera Trucks Apoios: New Olders , Tacna.



RogéRio

ricardo mikima

Entrevista:

Ricardo Mikima Humildade, superação e muito skate no pé. As características mais apreciadas na vida de um skatista de destaque tomam proporções gigantescas quando se fala em Ricardo “Mikima”, um dos riders mais raçudos de sua geração e uma das influências mais fortes sobre o estilo da molecada. E isso independe de modalidade: seja no slide, no speed ou no slalom, seu nome é sinônimo de estilo, dedicação e velocidade. PoR Guto JiMEnEz

N Na página ao lado: Crianças, aprendam com o mestre: um bs noseblunt slide só tem estilo quando o skate ou o tênis não arrastam no chão. Barriga da Velha/SP.

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crvis3r skatEboardiNg

essa entrevista exclusiva à CRVIS3R Skateboarding – a primeira de sua carreira, aliás -, ele revela um pouco de sua história pessoal, falando de família, amigos, influências e skate, claro. Não preste atenção em mais nada e, com certeza, você também receberá a luz da sabedoria desse verdadeiro mestre shaolin do skate. Sem mais: com vocês, Ricardo “Mikima”! Mikima, pra mim é uma grande satisfação e um grande orgulho poder fazer a sua primeira entrevista... Respeito máximo! Você é considerado pelas novas gerações como uma referência em skate de ladeira, seja no slide, no speed ou no slalom. Como você se sente com toda essa consideração da galera? Sobre a consideração da raça, eu só tenho a agradecer, pois venho de família bem humilde e minha educação vem das ruas. Eu respeito pra ser respeitado, assim aprendi no JB. Quem eram os caras que você mais admirava quando era um moleque?

Os caras que curtia quando era moleque eram o Thronn, o Urso, Marquinhos “Careca” (RIP), o Indião (RIP) que dava uns ollies altões na ladeira, e o Fabiano “Neguinho”, que pra mim era o estilo mais louco que já vi andar. Explica como é ser um skatista, principalmente as aventuras e os perrengues... Os perrengues foram muitos, mas o mais recente foi indo pra 1ª etapa do circuito brasileiro de speed em Nova Lima, perto de BH (MG). Primeiro eu perdi o vôo em Cumbica e depois o taxista me levo até Pouso Alegre, em Minas, e de lá peguei um bus até BH. Tudo isso com 30 quilos de material incluindo skate, macacão, rodas etc... Mas deu tudo certo graças a Deus, e acabei em oitavo lugar no master! Aaauuuuuuuu! (risos) Você faz parte de uma geração de pros que não tiveram muitos eventos de slide pra correr durante muitos anos, e mesmo assim manteve o pique e a chama acesa na modalidade. Qual era a sua motivação naqueles tempos?


RobeRto tatto

crvis3r skatEboardiNg

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Quando vi a galera gritando o meu nome, foi como se eu tivesse sem dor nenhuma. Foi mágico!

Daniel Campello

ricardo mikima

No alto: Mais uma curva perfeita num evento de speed. Primeira Etapa do Brasileiro em Minas Gerais. Ao meio: A sombra entrega a base ladeira abaixo. Ao lado: Mikima controla a velocidade antes da parte mais íngreme da estrada. Serra da Cantareira/SP. Abaixo: Família, a base de tudo!

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crvis3r skatEboardiNg

patRiCk montagneR

A minha motivação na época sem eventos foram as demos, eu fiz muitas demos com o Lilica, Yuppie, Indião (RIP), Birinha e muitos outros pros da minha geração. Você estava machucado no evento que resgatou as disputas pros no DH slide, o “Ladeira da Morte – A Ressurreição”, mas mesmo assim dropou na moral e deixou muita gente de queixo caído. Você correu aquele evento na raça, né não?! Sobre o campeonato na Ladeira da Morte, foi na raça total: tinha seis meses que eu tinha tirado os sete pinos do joelho esquerdo, tava com o joelho sem força e pisando em falso. Mas quando vi a galera gritando o meu nome, foi como se eu tivesse sem dor nenhuma. Foi mágico! Lembrarei aquele dia para sempre! Falando em “raça”, essa é uma de suas características mais marcantes: você não se entrega. o asfalto pode estar ruim e o pico pode estar o maior crowd – e você continua quebrando tudo. Essa é uma característica pessoal sua ou veio com o skate? Eu gosto de andar no crowd, é legal, e com os mais novos é melhor ainda, pois tenho que me esforçar pra acompanhar a molecada que está quebrando nas manobras e


RogéRio

Com os Andes ao fundo, Mikima escolhe cuidadosamente a trajetória entre as marcas de lama no asfalto. Cuesta de Chacabuco/ Chile.

Eu gosto de andar rápido; se for devagar, pra mim não é downhill slide. no gás. Eu gosto de andar rápido; se for devagar, pra mim não é downhill slide. um assunto chato: lesões... Qual foi a pior? A minha pior lesão foi causada pelo atropelamento por um carro na contramão no dia 28 de agosto de 2008, que resultou em sete parafusos no joelho esquerdo. Até hoje faço fortalecimento e fisioterapia, mas estou aí no game ainda e, se Deus quiser, por muito tempo ainda. Como você se prepara pra competições? Por favor, conta como é o seu pré-evento, seja no speed, no slide ou no slalom.

Eu me preparo tentando dormir bem antes e desencanar dos problemas. tio, você é bastante rodado, tanto no Brasil como por outros países. Quais foram os locais no Brasil que você mais curtiu andar? E na gringa, qual foi o pico que mais te instigou? No Brasil, o lugar mais louco que eu andei foi sem duvida em Teutônia. Andar a mais de 107 km/h é louco demais! Na gringa, foi em Farellones e no Valle Lo Prado, no Chile: ladeiras de mais de 10 kms de extensão e cheias de curvas...

Meu camarada, dá pra você explicar pra galera o conceito do “Boca de Shaolin”? tem gente que leva na brincadeira, sem se tocar que o lance é sério! A Boca de Shaolin é o meu sonho de ter uma marca relacionada ao skate-periferia e de ter uma renda a qual eu possa me manter, indo às competições e poder ajudar aos que não têm condições de comprar uma peça pra andar. A Boca de Shaolin ainda não está bombando, mas se Deus quiser, um dia vai estar aí pra fortalecer os meus aliados. Como é trabalhar ao lado de um moncrvis3r skatEboardiNg

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O que falta é mais champs e a mídia dar mais atenção aos novos e aos velhos atletas.

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crvis3r skatEboardiNg

RobeRto tatto

RogéRio

manu ResenDe

ricardo mikima

te de skatistas talentosos e criativos, como Juliano Lilica, Reine oliveira e Cristiano indinho? Trabalhar na Mission Skate Shop é muito style, como disse o Lilica: “a loja é nosso corre do dia a dia”. É pra gente poder ir aos campeonatos e não ser mandado embora quando voltar, como já aconteceu comigo e com muitos skatistas que conheço. Trabalhar com essa galera é muito legal, pois eles são a minha família a mais de 20 anos. Um abração ao Indinho, que me atura a mais de 7 anos na galeria. (risos) Sua família exerce um papel funda-

mental na sua vida, e você faz questão de destacar isso sempre que pode. É o que te dá equilíbrio? Como é o seu relacionamento com suas crias, você faz o estilo “paizão” ou dá umas puxadas de orelha de vez em quando? Minha família é tudo pra mim! Meus filhos são a minha inspiração, meu amor eterno. Meu equilíbrio vem deles, mesmo não morando comigo. Quando estamos juntos, é só alegria pro paizão aqui! Amo vocês, Isabela, Pedro e Moisés! Você acha que o skate de ladeira é valo-


RogéRio

rizado no Brasil como deveria? o que falta? o downhill no Brasil nunca teve valor, agora que está melhorando um pouco. Depois dos corres de anos que fizemos, as marcas estão vendo com outros olhos a modalidade. o que falta é mais champs e a mídia dar mais atenção aos novos e aos velhos atletas. o que você está planejando pro seu futuro, tanto em termos pessoais quanto sobre o skate? Sobre o meu futuro, sonho em investir na Boca de Shaolin e continuar andando até as pernas não aguentarem mais!

Cara, eu não tenho palavras pra te agradecer por essa entrevista... Show! Agora solta o verbo, Mikima, manda um alô pra galera que vai ler e dá os recados que você quiser pra quem quiser. Essa é pra molecada: raça. Andem de skate e divirtam-se, mas nunca deixem de estudar pois se não estudar, vai sentir falta no seu futuro próximo. Deixo aqui o meu agradecimento a todos que me ajudaram até hoje. Skate na veia, galera! Fiquem com Deus! Valeu!

No alto à esquerda: No meio do nada, tinha uma ladeira com o Mikima deslizando nela. São José dos Campos/ SP. Embaixo à esquerda: Em caso de neblina, reduza a velocidade! Cuesta de Chacabuco/Chile. Embaixo à direita: Gastando o eixo numa mini só pra descontrair... Overall! Parque da Juventude/ SP. Acima: Comprometimento total na curva de 180 graus. Cuesta de Chacabuco/Chile.

> RiCARDo oLiVEiRA DE SEnA “MikiMA” 37anos, 27 de skate Apoios: Gobby, Six Gear, Boca De Shaolin crvis3r skatEboardiNg

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jessica souza

Entrevista:

Jessica Souza

Nos últimos tempos, aumentou bastante o número de mulheres bonitas deslizando pelos picos de longboard e uma boa parte delas representa forte nas sessões, marcando seu espaço tanto pela beleza quanto pela performance sobre o skate. Jéssica Souza não só se destaca pela estética e pela técnica, como também pelas andanças que tem feito sobre seus skates em picos de todo o país disseminando o que julga ser a essência do skate. A encantadora mineira abre o jogo nessa entrevista exclusiva à CRVIS3R, onde deixa bem claro o seu culto ao skate por diversão acima de qualquer coisa além de falar sobre viagens, projetos engatilhados pro futuro e como é ser uma das poucas soul skaters a se destacar num cenário brasileiro focado em competições. Um belo conteúdo! POr GutO JImenez | FOTOS GABrIel kleIn

J

essica, em primeiro lugar eu queria que você falasse um pouco sobre Juiz de Fora, a mais carioca entre as cidades mineiras e um lugar do qual eu gosto muito. Como é a sua cidade pra morar e como é o cenário de downhill por aí? Eu nasci em Juiz de Fora e sempre morei aqui, embora eu deva confessar que me sinto muito mais em casa perambulando por aí pelo mundo. (risos) JF é uma cidade com geografia excelente pra pratica de skate downhill, não interessa onde você esteja e nem pra onde você vá. Aqui é sempre possível usar o skate como meio de transporte e, com isso, conseguimos suportar o maior defeito que a cidade tem: a ausência do mar (risos) Não é uma cidade pequena, mas mantém aquele ar provinciano o qual não se preocupa em excesso com violência e isso é muito legal, pois dá aquela sensação de liberdade de poder ir a todos os lugares, independente da hora, ou de estar acompanhada ou não. O cenário é uma coisa da qual eu me orgulho muito. Não só por ter ladeiras brutais que nos obrigam desde o inicio da pratica a ter uma técnica diferenciada, mas pelo ponto de vista que o skate me foi ensinado, e que hoje eu faço questão de disseminar, esse pra mim é o grande diferencial: o skate por amor, por diversão, skate pelo skate, sem desejar maiores realizações além do vento no rosto e a sensação

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crvis3r skateboarding

de liberdade que o role proporciona. Já recebemos nos nossos picos grandes nomes como Patrick Switzer, Max Ballesteros, Thiago Lessa, James Kelly, Alex Tongue, todos andando lado a lado com a galera. Isso com certeza estimula, influencia e mantém vivo o sonho dos atletas locais de se tornarem profissionais. Nossos picos são diversificados, mas quem vier à JF, não pode deixar de conhecer os classics spots: Carrefas Beach, Bosque, Sombras, “Jesus te ama”, Caeté... A real é que existem vários secrets, o ideal é colar com um homie e curtir todos os picos que a cidade tem a oferecer! Apesar de o Brasil ser um país onde as competições ainda são o maior foco do mercado, você consegue se destacar no cenário sendo uma autêntica free rider. Isso aconteceu naturalmente ou é algo que você sempre buscou? Pensando sinceramente, tudo o que rolou comigo em relação ao skate aconteceu de maneira bem natural, eu digo isso pensando desde as minhas tricks até a exposição das minhas fotos. Minha intenção foi sempre divulgar um ponto de vista diferente sobre o skate, fazer com que as pessoas que vejam as minhas fotos se sintam tocadas ou instigadas a buscar algo que lhes façam tão bem quanto o skate me faz. Eu acho que o skate é algo pessoal. Como todos somos diferentes, é natural que algumas pesso-

as não venham a se interessar tanto pela parte competitiva do esporte. E, apesar do interesse do mercado brasileiro estar voltado para este foco, sou extremamente grata pois continuo a disseminar meu ponto de vista, e a prova de que ele tem valor é toda a visibilidade e as conquistas que eu alcancei em tão pouco tempo. Como você se sente nos campeonatos que participa? O que os eventos têm de melhor e de pior pra você? Adrenada! Como eu não participo de muitos, o momento do campeonato sempre me dá um frio na barriga, acho que a sensação piora se eu nunca tiver dropado o pico antes da competição, mas isso é um ponto negativo meu e não do campeonato em si. Quando eu penso em todos os que eu já fui, a melhor lembrança é da confraternização da galera. Todo mundo se revendo e celebrando não só um esporte, mas o modo de vida que nos move. Amizade, persistência, superação... A vivência de todos esses sentimentos se faz muito mais intensa numa situação de competição. Pra mim, a pior parte é que em um campeonato não só você, mas todos os atletas estão prontos para testar os próprios limites, no corpo e no role, e dependendo do circuito do campeonato, pode ser um fator facilitador de acidentes. Esse é um risco que me incomoda e me faz ponderar bastante, mas em todos os casos, pode-se considerar como “ossos do ofício”.


O Coleman slide segue a mensagem no asfalto mas n達o muito... crvis3r skateboarding

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jessica souza

O skate por amor, por diversão, skate pelo skate, sem desejar maiores realizações além do vento no rosto e a sensação de liberdade que o role proporciona. Você é uma mulher bonita que também é uma skatista talentosa; já sentiu algum tipo de preconceito ou recalque por causa de alguma dessas condições? Preconceito, não. Mas devido à popularização do skate em geral, à forma com que ele tem sido utilizado pela mídia externa ao segmento, e ao fato de estar sendo ultimamente utilizado como um acessório de moda, inclusive pra compor fetiche em ensaios fotográficos de revistas masculinas, já me fez ser estereotipada por imbecis na rua que falam merda quando eu estou no meu role pela cidade. Por incrível que pareça, até mesmo por meninas do skate que, por não me verem nos campeonatos e não saberem dos meus corres pro skate, me rotulam. Como foi o processo que acabou te levando a ser uma das apresentadoras do programa “Curvas e ladeiras”? Foi bem natural, um dos produtores viu uma foto minha em uma das edições da CrVIS3r (obrigada!), buscou mais material nas minhas redes sociais e me fez o convite. e a convivência com as outras meninas, como é? Pra conviver, é preciso estar perto, e atual-

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crvis3r skateboarding

mente eu não tenho contato com as meninas. Mas a skate trip foi irada! Viajar pra andar de skate sempre é bom. A galera do longboard já sabe quem você já há algum tempo, e você se tornou mais conhecida a nível nacional desde o início do programa. Como tem sido o tratamento da galera contigo? É legal, o programa me proporcionou conhecer muitas pessoas do meio do skate e fez com que pessoas de fora da cena passassem a me reconhecer. Recebo às vezes mensagens perguntando sobre o programa, se vai haver outra temporada, esse tipo de coisas. E a galera do skate é família! Sempre fui bem recebida em todos os lugares que fui pra dar role. O que você curte assistir na tevê (fora o programa, é claro)? Eu passo muito pouco tempo na frente da TV, mas curto tudo sobre skate e esportes de prancha no geral, amo filmes, documentários e assino alguns canais com conteúdo na web. Quais seriam as trilhas sonoras da Jessica pra antes, durante e depois da sessão? Agora sim! Música é o meu idioma! Pré session: The Whitest Boy, The XX, Black Alien, Eels. Na session: Cage The Elephant, Hendrix,

No alto da página: A calma da vizinhança é interrompida pelo slide de Jéssica. Embaixo: Estilo é pra quem tem: cross-foot na moral.


Acredito realmente num formato diferente de atleta, que produz material capaz de tocar todo tipo de público transmitindo o real feeling do skate como modo de vida.

No alto: Nada como o vento batendo no rosto... Embaixo: Primeiro as damas... até nas ladeiras!

The Stooges, Black Sabbath, Tommy Guerrero, The Black Keys, Gorillaz. Pós session: Xavier rudd, mais The Black Keys, Eddie Vedder, Current Swell, Bob Marley. A gente aqui vive recebendo informações sobre você estar envolvida em alguma atividade relacionada a seus patrocinadores, à mídia ou ao cenário. Como seria uma semana típica na sua vida, se é que isso existe? Os dias de semana são sempre de muita correria, eu preciso me dividir entre o que precisa ser feito e o que eu gosto de fazer. Eu tenho meus projetos junto à Prefeitura de Juiz de Fora, Associação Juizforana de Skate (da qual neste ano fui eleita secretária, após 16 anos de hegemonia masculina em todos os cargos) e Secretaria de Esporte e Lazer. Estamos na missão pra conseguir verba para a realização de uma etapa do circuito brasileiro em Juiz de Fora, o que tem praticamente consumido todo o meu tempo. Simultâneo a isso, eu estou juntamente com a Vibe Shoes desen-

volvendo o formato do meu programa no canal do Youtube, e acabo tendo que passar o ano entre São Paulo, Juiz de Fora e rio de Janeiro pra conseguir dar conta. Além disso, eu sou a mãe do Ianm, daquelas que dá banho, leva pra escola, prepara jantar e lava roupa. Já o final de semana é santo! Familia, amigos e free session. Skate, skate, skate! As viagens são uma constante na sua vida; quais os lugares e os picos que você mais curtiu? teve algum lugar onde você preferiria não ter ido? Qual o lugar que você sonha em ir um dia? Eu amo viajar! Troco qualquer coisa pela vivência uma boa trip, e nesse tempo conheci alguns lugares que me marcaram. Top 5: Mega Space e Sereno (BH); Morro da Borússia, em Osório, e Bento Gonçalves (rS). Não lembro o nome da ladeira, mas o renan Vasques nos levou durante as gravações do Curvas... Free ride animal! Outra é em Santinho, em Floripa (SC), de frente do mar, animal! Também lá em Floripa, não que eu preferisse não ter ido, mas eu

preferia não ter caído e, mesmo usando joelheira, ter tomado 28 pontos no joelho no segundo dia da skate trip mais esperada da minha vida até então. Essa, se pudesse, eu passava! Meu sonho, com certeza é ir pra LA, dar o meu role surfado em Bicknell Hill, entrar em contato com as raízes, espero que esse venha rápido! Você pratica alguma outra atividade física além do skate? Sim, eu faço treinamento específico na academia com um personal pra fortalecer o role. Quando rola de fugir, eu gosto muito de caminhar na natureza, fazer trilhas e tenho tentado correr pelo menos três vezes por semana pra melhorar o condicionamento físico. em sua opinião, o que falta pro skate de ladeira se consolidar ainda mais no Brasil? Em primeiro lugar, eu acredito que para a evolução do esporte e do mercado as empresas do ramo devem se preocupar com sua postura e sua responsabilidade comercial de investir para multiplicar o crescimento. Essa é a regra básica. Quanto mais se investir nos atletas e na melhora das condições das competições, maior será o push no nível do esporte, e consequentemente mais adeptos e mais rápido o retorno para as empresas. Eu acho que o papel dos atletas profissionais é estimular e fomentar a pratica do skate, e não julgar e estereotipar o atleta iniciante ou amador; é mover a cena de uma maneira saudável, e não utilizar da sua condição de atleta profissional como titulo de vantagem sobre atletas não profissionalizados. Acho também que já é hora de ampliar os horizontes da profissionalização confederada para os free riders, tendo em vista que hoje é pré-requisito se manter no ranking para se tornar profissional. O que você espera, planeja e age pelo seu futuro? Eu não espero, eu estou correndo atrás agora pra fazer acontecer. Eu abri mão de muita coisa pra poder tentar viver do sonho de fazer o que eu realmente gosto, acredito realmente num formato diferente de atleta, que produz material capaz de tocar todo tipo de público transmitindo o real feeling do skate como modo de vida, o que vem dando certo pra mim.

> JessICA sOuzA BAtIstA 23 anos, 6 anos de skate Patrocínio: Vibe crvis3r skateboarding

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Aron ribAs

fabio lock

Entrevista:

Fabio Lock

Fabio Lock é professor de Educação Física e profissional de downhill speed com 40 anos de idade e 28 anos de skate, muito bem casado com a Taylane e pai de um menino lindo de 4 anos chamado Pietro Henrick. Nascido e criado na periferia de São Paulo (Taboão da Serra - Pirajussara), ele teve o seu primeiro contato com o skate em meados de 1986 – que, na verdade, não era bem um skate, mas sim um patim antigo de 4 rodas onde ele e seus amigos serraram e pregaram em um pedaço de madeira. Não passou muito tempo e, depois de tanto chorar para sua mãe, conquistou seu primeiro skate comprado na fabriquinha de Santo Amaro. De lá pra cá, são muitas histórias de amor com o skate em suas mais diversas formas e dimensões. PoR Taylane S. S. almeiDa

F

abio, voltando no tempo conte um pouco do início da sua trajetória no skate. Como e quando isso aconteceu? Andei por muito tempo somente de skate, eu gostava de dropar ladeiras, mandar slides, pular rampas, andar em pistas, eu era overall total. Pude presenciar toda a evolução do skate, das manobras e de todos os equipamentos nestes anos de skate... Meu primeiro contato com o longboard foi em 1997 quando, incentivado pelo meu irmão Floriano “Fló-

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crvis3r skateboarding

ris” Sales, que andava de long com os amigos da faculdade, comecei a praticar. No início, fiquei um pouco relutante, pois achava que andar de longboard era coisa de “maricas de boiolas” (risos). Como já vinha do skate comum, eu me adaptei rapidamente ao long e me sentia confortável com a velocidade, tínhamos altos dropes à nossa disposição em ladeiras de todos os tipos, meu irmão Flóris e eu éramos literalmente caçadores de ladeiras. Você participou do primeiro campeonato na histórica ladeira São João do

Deserto (RS) em 2001, como foi correr um champ desse nível naquela época com equipamentos mais antigos? Naquela época, a galera de SP já estava andando forte, tínhamos nos aventurado em outros campeonatos em outros estados, e quando ficamos sabendo de São João do Deserto, não pensamos duas vezes. Nesta trip fomos eu, Flóris, Gregório e Tebas pelos “Ratos”, e Ralado, Pirulito e Treze pelo “SkatePânico”, e formamos a equipe paulista de speed. Chegando lá ainda nos treinos, nos depara-


Hoje em dia, com os equipamentos modernos disponíveis no mercado, ficou até fácil andar de long! o tratamento da galera dessa nova geração com o pessoal que veio antes deles? Aonde eu vou, fico muito contente com o respeito que a galera mais nova tem pelos riders da antiga geração, com poucas exceções de alguns caras que não sabem nada da história do downhill no Brasil. Fico mais feliz ainda de poder dar a minha humilde contribuição, passando adiante os meus conhecimentos sobre o downhill a qualquer um que estiver nas ladeiras. o mais legal é também poder dropar com essa molecada que, a cada dia, demonstra muita técnica e habilidade para a pouca idade ou para o pouco tempo de longboard que tem. Pelo que vejo, logo menos o Brasil vai dominar o mundo no downhill. Você curte ensinar os iniciantes, como isso funciona? Costumo dizer que nunca mais terei novamente aquela sensação de quando se está começando, de quando você faz um drop de speed pela primeira vez e sente aquela adrenalina. Porém, quando estou ensinando alguém a andar de longboard, toda aquela energia e vibração que a pessoa iniciante está sentido vem para mim. Isso me faz muito bem e, desde que voltei a andar de skate em 2010 e vim morar no Interior de SP, já iniciei muitas pessoas na modalidade. Aqui em Sumaré eu não tinha com quem andar, dependia dos meus amigos que vinham de São Paulo. Hoje a realidade é bem diferente, o interior de São Paulo está cada vez mais forte com atletas de alto nível. Não vou dizer que sou responsável por isso, mas tenho grande parcela nisso daí. Aron ribAs

não quero citar nomes pois ficaria muito triste se esquecesse de algum. Eles me presentearam na ladeira com um skate moderno e um macacão de couro, pois quando voltei a andar meus equipamentos eram todos ultrapassados e, naquele momento, eu não tinha condições de possuir equipamentos novos e modernos. Para mim, aquele dia marcou meu retorno aos campeonatos de downhill, pois com esses novos equipamentos pude voltar a sentir adrenalina dos eventos que sempre me trouxeram alegrias e felicidades. Só tenho a agradecer a todos que estavam presentes naquele dia, muito obrigado! Fabio, tem como fazer um resumo das suas conquistas em campeonatos ao longo desses anos? Até pouco tempo atrás, nunca tinha chegado em 1º Lugar em uma competição de speed, mas sempre fui guerreiro e encardido nas ladeiras, sempre dando trabalho por onde eu fosse. Cheguei a inúmeras semifinais e algumas finais de campeonatos, ficando em 4º Lugar seis vezes, em 3º por duas vezes e bati na trave duas vezes ficando em 2º Lugar. Agora recentemente, no Downhill On The Rocks desse ano em Itatiba, após anos e anos garimpando meu lugar ao sol, realizei meu sonho e objetivo em cima do skate que era ser o primeiro em um campeonato de nível! Só consegui este feito devido a todos meus patrocínios e apoios, que acreditaram em mim me presenteando com equipamentos de altíssima qualidade, sendo alguns totalmente nacionais. Você é um skatista das antigas. Como é

Aron ribAs

ChiCão

mos com uma ladeira de um nível que nunca havíamos descido antes - para se ter uma ideia, nem footbreak sabíamos dar! Aprendemos na hora, pois o único que sabia era o Tebas e ele ensinou ao resto da galera nos treinos. Lembro-me que não existia qualquer tipo de proteção na ladeira (fenos), por muitas vezes voei no meio do mato no cotovelo, mas eu chegava na frente em todos os dropes que conseguia fazer a curva. SP mostrou sua força, com Tebas sendo campeão, o Ralado ficando em segundo e os demais companheiros com boas colocações, inclusive eu que fiquei na 6ª posição. Para mim, poder ter participado deste evento mudou minha concepção de fazer speed, ainda mais com equipamentos que usávamos naquela época. (N.R.: trucks Randall Speed 160mm com amortecedores cônicos e rodas Kryptonics) Com tantos anos de experiência, numa visão comparativa, como são os equipamentos de hoje em dia em relação aos de mais de 10 anos atrás? Hoje em dia é uma fartura de equipamentos, com vários tipos de rodas, trucks, shapes, bushings... Quando eu iniciei no longboard, usava trucks Indy 159 mm, shapes pin tail, rodas Kryptonics e, em 2001, consegui o meu primeiro eixo Randall Speed 160 mm. Antigamente, todos os riders usavam os mesmo equipamentos e o que prevalecia era a base de cada um. Hoje em dia, com os equipamentos modernos disponíveis no mercado, ficou até fácil andar de long! Ressalto que atualmente existem produtos nacionais com extrema qualidade e tecnologia, que não deixam nada a desejar aos equipamentos gringos. Qual a maior lembrança que você tem em relação ao longboard? Após ter ficado 6 anos longe do longboard e dos campeonatos, fui surpreendido por meus amigos das antigas e alguns novos amigos quando eu retornei ao skate em 2010,

Na página ao lado: Fábio Lock a um micro-segundo de arrastar o casquilho da luva na tangente da curva, nos treinos pro Downhill On The Rocks desse ano. Acima: Acertando a trajetória na curva veloz à esquerda durante o SPeed Churras. À direita: Dois momentos com a esposa Taylane em Itatiba: botando pra baixo na ladeira e relaxando após o evento. crvis3r skateboarding

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crvis3r skateboarding

ChiCão Arquivo pessoAl

ChiCão

Sua esposa conheceu e aprendeu a andar de longboard com você e hoje ela já domina bem o carrinho. Qual é o seu sentimento em relação a isso? Eu me sinto muito orgulhoso por tudo que está acontecendo com ela, que chegou em primeiro nos três últimos campeonatos que disputou. Tudo aconteceu naturalmente, sem forçar a barra; o amor que sinto pelo esporte contagia quem está ao meu redor. Desde o início, reparei que ela tinha uma predisposição genética para praticar o downhill. Muitos acharam que eu estava louco em deixar minha esposa andar de skate, mas com o passar do tempo ela foi evoluindo gradativamente até chegar ao nível que está hoje. Ela ainda tem muito a aprender, cada dia pra ela é uma evolução, mesmo ela não sendo igual às meninas solteiras que tem muito tempo para treinar. Minha esposa divide as ocupações de dona de casa e mãe e vai andar de skate quando dá, e imagino como seria se ela treinasse mais... Qual foi a queda de skate que mais te marcou nestes anos todos de skate? A queda mais tensa que tive ocorreu em 2001 em São Roque (interior de SP); estavam na trip eu, meu Irmão “Flóris” e nosso brother Rodrigo Avelar “Pirulito”. Foi nesta ocasião que descobrimos a ladeira que seria palco do “1º Desafio Brasileiro de Speed Board” em 2002: esse campeonato foi o primeiro no Brasil com foto-célula para marcar tempo. A ladeira era casca para aquela época, pegava fácil 85 km/h! Estávamos os três dropando a ladeira quando, de repente, apareceram três cavalos cruzando a pista! Estávamos a uns 80, eu estava na frente e a primeira coisa que veio à minha mente foi passar por baixo do cavalo (risos). Quando vi que não iria ter como passar por baixo e nem desviar, me preparei para o impacto. Saímos rolando pela ladeira, eu e o cavalo, e não sei como meu irmão e o Pirulito conseguiram desviar; graças a Deus não sofri nem um arranhão, porém após a queda olhei meio de relance e ví o cavalo saindo mancando, coitado (risos). Para quem não acreditar, é só perguntar a qualquer um dos brothers que estavam no drope. Quem são os skatistas que serviram de inspiração a você? Em primeiro lugar o meu irmão Floriano “Flóris” Sales, se não fosse por ele eu não estaria aqui dando esta entrevista. Tenho outras pessoas que para mim serviram como inspiração: Sérgio Yuppie, Indião (RIP), Marquinhos (RIP), Sérgio Negão, Fernandinho Batman, Lincoln Ueda, Daniel Tebas, Gregório “Xaveco” e Alexandre Maia. Meus irmãos de muitos anos de “Skate Pânico” sempre presentes, a galera do Clube de Ladeira do RJ, meus brothers do Sul como o Diego Casper, Ivandro Silveira “Mano”, Perci, Tigrão, Badeco, DaLua entre outros. Sempre me inspirei nestes monstros. Um forte abraço e agradeço muito por essa entrevista, obrigada! agora manda aqui uma mensagem pra galera que vai ler sua entrevista na CRViS3R. Galera, quero deixar um recado na geral: nunca desistam de seus sonhos e objetivos de vida. Um dia na minha vida, quando estava na maior das escuridões, pensei que nunca mais iria voltar a andar de skate e hoje percebo que minha vida sem ele não tem sentido nem razão. Agradeço a todos que estiveram ao meu lado nos momentos mais difíceis de minha vida, meu irmão aliado eterno, minha esposa maravilhosa e meu filho amado, meus pais queridos que amo muito, minha família no geral, meus amigos leais e verdadeiros e meu cachorro “Saddam” que há mais de 12 anos me traz alegrias. Agradeço à revista CRVIS3R pela oportunidade de expor meus pensamentos e contar um pouco da minha história de vida em cima do skate; agradeço aos meus patrocinadores, pois sem eles eu não conseguiria realizar meus sonhos e objetivos no downhill, participando de eventos pelo Brasil afora: Invasor 13, Thangoo Macacões para downhill, Hungarian Boards, Hot Hills rolamentos de cerâmica e Sasha Reis, grande parceiro. LongBrothers na área!

Arquivo pessoAl

Pelo que vejo, logo menos o Brasil vai dominar o mundo no downhill.

Arquivo pessoAl

fabio lock

No alto à esquerda: O professor Fábio cercado de alunos numa de suas palestras sobre longboards. No alto à direita: Lock e galera no drop do Chico. No centro: Um belo pega com Sasha Reis no drop do Chico. Embaixo à esquerda: Lock e Flóris, irmãos de mães diferentes. Embaixo à direita: Pura diversão com o filho Pietro Henrick.

> Fabio almeiDa 40 anos, 28 de skate Sumaré (SP) Apoios: New olders, Hot Hills, Thangoo, Hungarian boards, Invasor 13.



bus sessions

Bus Sessions

Quem, apaixonado por skate, não sente vontade de desbravar um novo ambiente, largar a rotina, se conectar exclusivamente com a tábua e com o pico? Interagir com maestria como se o contexto urbano clamasse por um drop… Nem sempre isso é admirado, mas se a postura é positiva com o local onde damos o role e se o respeito parte do nosso lado, uma mágica acontece e o que vemos é uma vizinhança que acolhe o skate e percebe a sua beleza.

TexTo Gabriel “Pássaro” lyrio e NataNy bersaN | FotoS João Paulo de souza

E Na página ao lado: Nick Crown controla a velô numa autêntica pirambeira urbana.

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ssa foi a idéia básica de nosso corre com o Bus Sessions: entrar em um ônibus qualquer e saltar no ponto mais alto do bairro. Afinal, aqui pelas bandas de Juiz de Fora, todo bairro tem uma boa ladeira, algumas ainda nunca dropadas. Quer missão melhor? Na série, cada rider entra em um busão com um destino diferente e o rolé oferece uma amostra de sua evolução, sua visão daquilo que nos cerca, daquilo que nos provoca e nos estimula a melhorar, tanto no skate quanto na vida. No primeiro episódio do Bus Sessions, Nick Crown mostra sua criatividade no bairro Monte Castelo. Muitos “gaps”, curvas animais e algumas ladeiras escondidas, tudo isso filmado por Rafael Costa e fotografado por João Paulo de Souza.

crvis3r skatEboarding


pauta

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bus sessions

No alto: Essa curva representa muito bem o que é “asfalto áspero” e “cotovelo”. No meio: Quando o ônibus não para, o jeito é ir de long! Embaixo: Nick ignora o sinal de trânsito e manda um ollie sobre o gap da esquina.

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crvis3r skatEboarding

Logo na primeira ladeira, avistamos uma “pirambeira” animal e o Nick desenha uma linha com slides, switchs, gap, transições para o passeio e mais slides. Aos poucos, a vizinhança se envolve com o rolé e a mágica acontece: o skate transforma as ruas e passeios em palco pra nossa arte. No fim da tarde, ainda coube um rolé na pista abandonada do bairro, com cimento áspero e abençoado pelo entardecer. Fim do rolé, é hora de tomar o Busão e celebrar a nossa escolha. Um salve para realidade que escolhemos! Uma certeza fica: pra andar, basta querer - sempre tem um Bus pra te levar à uma Session.




selfies/ photo essay

Larissa Sampaio

Tielle Hass

Antonio do Passos Thronn

Eliana Castanho

Fabio “Bolota” Britto Araujo

Nércio Vargas

Vinicius Binotte, Alexandre Guerra e Klaus Duss

Cri Duarte

Guto Jimenez

Henrique Pessoa “Chicão”

Ingrid Nascimento

Caio Matsui

Edilson Kato Henrique Barbosa “Rique”

Alexandre Maia

Sérgio Marini

Tamis Guerra

Diego Polito

Gabriel Klein

Fruke Alves

Ricardo Azevedo

Nós fazemos a CRVIS3R We make CRVIS3R happen

Para comemorar o aniversário da CRVIS3R, a jornalista Eliana Castanho, além de pedir para nossos colaboradores fazerem um selfie, fotografou pessoas de diversos lugares do planeta com a revista. crvis3r skateboarding

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selfies/photo essay

Elissa Badiqué

Blessing Chatman-Squire e Mickala Mcfarlane

Tae Jung e Daniel Gibson

Asia Neal

RJ Haper e Penelope Sibanyoni

Hung P

Klaus Mitteldorf, surf/skate/ fashion fotógrafo e filmmaker Kimberly Miller

Marcus Carrill

Barbara Davis

Kevin Lyons, artista plástico e designer

E o mundo diverte-se com a revista!

Around the world people enjoy it! TEXTO Fabio “bolota” britto araujo | FOTOS Eliana Castanho

n

ova Iorque, também conhecida como The Capital of the World (a Capital do Mundo), é a cidade mais populosa dos Estados Unidos. Circulam pelas suas ruas pessoas vindas de todas as regiões do planeta, onde 8 milhões de habitantes falam mais de 800 idiomas, representando uma diversidade cultural única. Neste cenário, em que vive há 10 anos, a fotógrafa e jornalista Eliana Castanho pro-

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crvis3r skateboarding

duziu um ensaio exclusivo para comemorar os dois anos da CRVIS3R. Durante dois meses, ela convidou aqueles que representam esta diversidade étnica para posar com a revista. “Apesar da CRVIS3R ter distribuição nacional, por ser um produto virtual gratuito, ela é folheada em todos os continentes. Produzi este ensaio nas ruas e no metrô de New York, onde você literalmente esbarra

com imigrantes dos quatro cantos do mundo. A ideia deste trabalho é ilustrar o leitor da revista não apenas como um rider e sim como um cidadão de um universo globalizado”, comenta Eliana. Acesse o link da fotógrafa Eliana Castanho para ver cenas diárias de skateboarding em New York: www.facebook. com/ NYCskateboarding4u


Os nova-iorquinos Gaurav Kumar e Yashima nascidos em Nova Deli, India.


selfies/photo essay

Yoshika e Shinya

Radical Phoenixx

Igee Okafor

Deng Deng

Kyle Ploof, ator

Andrea Kingston

Robert Moss

Christina Walhall

Youmma Najjar

Martin Gurfein, editor de fotografia da revista CARAS. Modelos: Fernanda Moraes, Amanda Gresser e Isadora Kerner/ Castelo de CARAS, Terrytown, NY Jamaal e Whitney

Monika Kieran

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Zeko Miller

Dr. Elias Kassapidis

Jacklyn Corsitto e Lindsay Bishop



pic of the day

Thiago Bomba, chutando o ar e arrastando o tail na Ponte Estaiada (SP). Foto: Gabriel Luz

Pic of the Day <80>

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Louis Pilloni, Jackson Shapiera, Daniel Luna, Jimmy Riha, Micah Green, Brendan Davison, Ricardo “Caco Ratos� Reis e Curtis Watts: o bonde de Maryhill! Foto: Christian Barnard

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pic of the day

NIcholas Metsavaht, heel slide num secret spot nos arredores de LA. Foto: Leonardo Metsavaht

Um olhar diferente do drop de Juliano Cassemiro em Teut么nia. Foto: @CJr.Fotografia

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pic of the day

Sincronia perfeita no dancing de Aline Duarte e LetĂ­cia Mattos na marquise do Ibirapuera. Foto: Teresa Madeline

Felipe Barroco e Marcos Dantas botando pra baixo na serra de Bonito (PE). Foto: Marcelo Vidal

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pic of the day

O impressionante paredão de pedras na estrada italiana de Trieste é uma moldura perfeita para o full slide de Alex “Geims” Luciano. Foto: Simone Mondino

João G. Piñeiro, rider profissional e organizador de eventos de longboard em New York e Peru. Manhattan/Banksy graffiti.Foto: Eliana Castanho

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Laurent Perigault aproveita a atraca de amarração pra mandar uma manobra no Sul da França. Foto: Alexandra Kubiak Ho-Chi



| business plan

Arbor (11) 3251-0633 www.plimax.com

Sector 9 (11) 3251-0633 www.plimax. com

Pink Wheels e Retro Wheels (11) 3251-0633 www.plimax. com


Free Wheel Co. (+206) 965-9976 www.freewheelco.com

These Wheels skatetwo@skatetwo.com

Root Boards (41) 3308-1685 www.rootboards.com.br/revenda

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Galeria do Rock Valorize a sua skateshop!

A históriA dA GAleriA: A Galeria do Rock é um grande centro comercial e acima de tudo um importantíssimo pólo cultural da cidade de São Paulo. É composta por 450 estabelecimentos comerciais segmentados por diversos estilos, tanto de perfil de público como de tipos de serviços.

GAleriA do rock

O edifício foi construído em 1963 e recebeu o nome de Shopping Center Grandes Galerias, abrigando salões de beleza, lojas de serigrafia e assistências técnicas de aparelhos eletro-eletrônicos. Somente no final da década de 70, lojas de disco começaram a se instalar no local. Com o passar do tempo e pelo grande número de estabelecimentos voltados para o público que gostava de rock, o Shopping Center Grandes Galerias recebeu então o apelido de Galeria do Rock. Nos anos 80, algumas lojas de skate se aventuraram em abrir espaços comerciais ao meio das lojas de disco e timidamente, vieram ganhando mais espaços no decorrer dos anos. Hoje, são mais de 20 lojas de skate espalhadas pelos 5 andares da galeria. A localização e a facilidade de transporte até o local, ajudou a se tornar hoje, o maior pólo de skate do Brasil. O prédio, que foi projetado pelo arquiteto Alfredo Mathias que emprestou o seu excepcional talento em cada detalhe arquitetônico, chama a atenção pelo seu formato ondulado, inspirado no Copan. Mathias também foi o responsável pelo projeto do conhecido Shopping Iguatemi, primeiro shopping construído no Brasil e o majestoso Palácio Anchieta (onde se aloca a Câmara Municipal da Cidade de São Paulo), Portal do Morumbi entre outras dezenas de obras no País. Depois de uma revitalização nos anos 90, ficou valorizada pela maravilhosa arquitetura original, onde 20 mil pessoas por dia circulam entre corredores limpos e com segurança. No início de 2014, um projeto de lei quer tornar a galeira em um dos pontos turísticos populares de São Paulo, em patrimônio imaterial do município.

Galeria do Rock: Av. São João, 439 ou Rua 24 de Maio, 62 Centro - SP/SP - CEP: 01041-000

Fotos Vivian Cury


FOREVER SKATEshop Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - 3º andar - Loja 448 www.foreverskateshop.blogspot.com foreverskateshop@gmail.com instagram.com/foreverskateshop facebook.com/foreverskateshop Fone: (11) 3331-5323

CAFÉ SKATESHOP Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - 2º andar - Loja 338 Fone: (11) 3361-3721

FLOW Skateshop Av. São João, 439 - Loja 233/235 www.facebook.com/flow.skateshop E-Mail: flowsk8shop@ig.com.br Fone: (11) 3338-1441

MISSION Skateshop Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - Piso Térreo - Loja 126 facebook.com/missionskateshop Instagram @missionskateshop E-mail: missionstore@hotmail.com Fone: (11) 3338-2745

OLD STYLE Store Av. São João, 439/ Rua 24 de Maio, 62 - 1º Mezanino - Loja: 203 Site: www.oldstyle.com.br facebook.com/old-style E-mail: ooldstyle@hotmail.com Fone: (11) 2818-2320/ 98195-8525


por Larissa sampaio*

Q

ueridos leitores, estamos indo para décima terceira edição, e vou falar: haja criatividade para escrever e dar dicas para vocês! Sempre deixo clara a importância da preparação física e da conciliação do skate com algum tipo de treinamento, para melhorar sua força e condicionamento físico. porém, sei que a realidade de todos e a vida corrida fazem muitas vezes que vocês optem por uma única atividade física ou um esporte que lhes dê prazer. Se você escolheu o skate, parabéns! Foi uma grande escolha! Ao andar de skate, você libera suas energias, se diverte e pode fazer sua sessão “for fun” virar um treinamento físico e, claro, sua diversão e terapia, podendo conhecer pessoas incríveis e viver momentos de muita adrenalina em lugares diferentes. E o melhor, você só precisa levar seu carrinho e equipamentos e se jogar, seja em pistas, bowls ou ladeiras. A dica é: se você está com sobrepeso e quer emagrecer, ou se quer melhorar sua performance, faça um roteiro para seguir durante a semana. Ande de skate por no mínimo três vezes por semana; pegue seu skate na hora que tiver livre e procure o lugar mais próximo que puder ficar treinando. Se aquela ladeira ou a pista que você gosta for longe, não importa! providencie qualquer lugar você que consiga remar ou ficar executando manobras durante uma hora, sem ficar parando para cervejinha ou conversa fiada. Se você tem uma meta e pouco tempo para treinar, tem que se dedicar. A alimentação deve ser leve e você deve comer muitas frutas, legumes e beber muita água antes, durante e após o treino. Quem quiser ganhar definição e fortalecer, pode aproveitar e fazer flexões de braços, abdominais, agachamentos... Faça pelo menos de 3 a 4 séries de 15 ou 20 repetições durante o treino. Pode-se também descer a ladeira fazendo manobras ou surfando e subir correndo, ou então caminhando bem rápido para não perder tempo. para as meninas que querem trabalhar os glúteos, o melhor exercício é subir remando. Uma observação: tentar remar com as duas bases. No início, a base contrária parece ser impossível, mas isso, além de melhorar sua performance no skate, não vai te deixar com um lado mais forte que o outro, ocasionando uma diferença na musculatura. Pra finalizar o treino nada melhor que uma boa meditação e um alongamento. Eu vivo numa cidade que posso desfrutar o por do sol mais lindo de todos, e finalizo meus treinos sempre dessa forma. Skate para mim é qualidade de vida. Movimente-se! Tudo tem solução enquanto vivemos e temos saúde, portanto bons treinos e até a próxima! Skate or die!

MOISÉS CARVALHO

| cuide-se

* Larissa de Sousa Sampaio nasceu em Goiânia, mas vive desde os 5 anos em Brasília. Empresaria, professora de ginástica e personal trainer, é formada em educação física e anda de skate há 10 anos. Patrocínio: Grife Larissa Sampaio Sportwear.www.larissasampaio.com.br / Apoio: Six Trucks Gear

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| onde encontrar Esses são os pontos de distribuição da sua revista CRVIS3R Skateboarding. Seja um distribuidor em sua loja. Entre em contato para maiores informações: lojascrvis3r@gmail.com Valorize sua skateshop! Distrito FeDeral Funhouse skatewear - SDS Bloco E, Loja 11- Asa Sul - Brasília Funhouse est. 1995 - SDS Bloco D, Loja 16 - Asa Sul - Brasília Mormaii shop - Scn Quadra 5 bloco A - loja 84 - Asa norte - Brasília overstreet skateboards - SDS, Bloco E - loja 24 - Asa Sul - Brasília espÍrito santo Heijhow Boardshop - Av. Beira Mar, 1772 - loja 06 - Praia do Morro Guarapari Mavericks surf store - Rua João da cruz, 330, Praia do canto - Vitória loja players - Av. Rio Branco, 1645 - lojas 13 e 14, Praia do canto Vitória Hama Hama skate shop - Av. Hugo Musso, 610 - loja12 - Praia da costa - Vila Velha Goiás ambiente skateshop - Rua T-30/Q 107, 16 - Setor Bueno - Goiânia rolaBosta longboard - Rua Martinho Fontes, 428 - Bairro Sta Maria de nazareth - Anápolis roots skateshop - Rua Leopoldo de Bulhões, 166 - centro - Anápolis MaranHão Dahora Underground - Rua do Sol, 472-B - centro - São Luís Minas Gerais Drop skate shop - Rua Arrudas, 542 - Santa Lucia - Belo Horizonte pegasos - Av. Rio Branco, 1844 loja 33 - centro - Juiz de Fora Blunt - R. Montes claros,189 - carmo - Belo Horizonte De rua skateshop - Rua Paraiba, 1061 - Savassi - Belo Horizonte pará Hope skatehouse - Rua Aristídes Lobo, 134 - campina - Belém paraná secttor aWa - Rua Vicente Machado,

285 - loja Vm 18 - curitiba Ultra skate - Rua Itacolomi, 292 - curitiba pernaMBUco Fish surfskate - Rua Sebastião Alves, 178/301 - Parnamirim Recife Myllys skateboard Wear - Av. conde da Boa Vista, esquina c/ Rua da Aurora - Boa Vista - Recife rio GranDe Do sUl Duelo skateboard - Rua Primeiro de Março, 991 - sala 01 - centro - São Leopoldo panda & Monio - Rua 24 de Outubro, 111 - loja 42 - centro Porto Alegre complex skatepark - Av. Protásio Alves, 3839 (esquina com R. Gutemberg) - Porto Alegre trópico surf shop - Av. Francisco Trein, 173 - loja 362 - Porto Alegre Mormaii - R. Túlio de Rose, 80 Shopping Bourbon country - Porto Alegre Fenix street Wear - Rua Julio de castilhos, 71 - centro - Bento Gonçalvez top skate - Av Doutor nilo Peçanha, 2181 - loja 3 - Boa Vista - Porto Alegre top skate - Av. Independência, 1093 - Independência - Porto Alegre UponBoarD store - Av. Dr. Sezefredo Azambuja Vieira, 2685 canoas/RS Zumbi longboards - Rua Os 18 do Forte, 1296 - sala 01 - centro caxias do Sul rio De Janeiro acquanews - Rua Moises Amelio, 17- lj144 - cadima Shopping - centro - nova Friburgo Bergwind - West Shopping - Est. Mendanha, 555 - Segundo Piso - loja 259 – campo Grande Bibi sucos - Av. Ataulfo de Paiva, 591-A - Rio de Janeiro Bibi sucos - Shopping Leblon, 4º

Piso, 405-E - Rio de Janeiro Boards co. - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja A, B, 30 - Galeria River Arpoador - Rio de Janeiro Bom rolé - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 40 - Galeria River Arpoador - Rio de Janeiro Homegrown - R. Maria Quitéria, 68 - Ipanema - Rio de Janeiro Homey - Rua Fracisco Otaviano, 67 - loja 17 - Galeria River - Arpoador Rio de Janeiro MUs skate - Rua Belford Roxo, 161 lj H, copacabana rollin’ time arpex - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 15 - Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro street Force - Rua Francisco Otaviano, 67 - loja 35 - Galeria River - Arpoador - Rio de Janeiro sK8 rock - Rua campos Sales, 188 - Maracanã - Rio de Janeiro skate rock - R. José de Alvarenga, 65 Lj 16 - Duque de caxias skate rock - Av. Pres Vargas, 187 qd 03 - loja 03 - Duque de caxias skatebrothers rio - Rua constanca Barbosa, 96 - loja E - Meier - Rio de Janeiro sea cult - Av. cesário de Melo , 3006 - loja 118 - campo Grande UnderHouse - Galeria Oliveira - Av. Roberto Silveira, 110 - loja 03 centro - Paraty santa catarina curva de Hill skate Boards - Rua Laurindo Januario da Silveira, 5555 - Florianópolis Flying rhino - R. Beco dos Surfistas 236, Lagoa da Conceição Florianópolis Hotglass - R. Acacio Garibaldi Santhiago 864 - Joaquina Florianópolis ilha Bela surf shop - Rua Irineu Bornhaussem, 510 - centro - Praia Grande Jamaica skateboard - Rua Felipe Schmidt, 249, loja 14 - centro Florianopolis JBay - Rua Felipe Schmidt, 249,

centro comercial ARS - loja 209, 1º Piso - centro - Florianópolis pousada Hi adventure - Rua Sotero Farias, 610 - Rio Tavares Florianópolis são paUlo/capital/aBc Banca ibirapuera - Pq. do Ibirapuera (dentro do parque) Bomba store - Av. cel. Sezefredo Fagundes, 2055 - casa1 - Jd. Tremembé - São Paulo central surf - Shopping Aricanduva Av. Aricanduva, 5555 âncora 9 - Vila Matilde - São Paulo Flow skate shop1 - Av. São João, 439 - loja 233 - centro - São Paulo Flow skate shop2 - Av. São João, 439 - loja 323 - centro - São Paulo Forever skate shop - Av. São João, 439 - loja 448 - centro - São Paulo Galeria alma do Mar - Rua Harmonia, 150 - loja 05 - Vila Madalena - São Paulo GoodDeal - Av. Prof. Alfonso Bovero, 1.048 - Perdizes - São Paulo led rockskate - Estrada do campo Limpo, 354 - loja 402 - Vila Prel São Paulo Mys pot - Rua Alfonso Bovero, 1410 - Pompéia - São Paulo Mission - Rua São João, 439 - loja 125 - centro - São Paulo old school - Gal. Ouro Fino - Rua Augusta, 2.690 - Loja 228 - São Paulo overboard (aricanduva) - Shopping Leste Aricanduva - loja 121/125 Aricanduva - São Paulo overboard (santana) - Rua Dr. Olavo Egídio, 51 - Santana - São Paulo red Beach - Av. Júlio Buono, 2070 Vila Gustavo - São Paulo sativa - Rua 24 de Maio, 116 - loja 19 - centro - São Paulo saM (skate até Morrer) - Av. São João, 439 - loja 109 - centro - São Paulo saM - Av. São João , 439, loja 124 centro - São Paulo sK8-1 - Rua Dr. Jesuíno Maciel,



| onde encontrar 605 - campo Belo star point (ibirapuera) - Av. Iraí, 224 - Moema São Paulo star point - Shopping Eldorado - Piso 2 - loja 329E - Pinheiros - São Paulo secretspot/curva de Hill - Rua dos Patriotas, 548 - São Paulo sick Mind - Rua São João, 439, loja 227 - centro - São Paulo sick Mind - Loja Ouro Fino - Rua Augusta, 2690 loja 216 - São Paulo surf trip (centro) - Rua 24 de Maio, 199 - centro - São Paulo surfavel surfboards - Rua conselheiro Saraiva, 912 - São Paulo styllus - Rua Visconde de Inhaúna, 980 - São caetano do Sul terceiro Mundo - R. 24 de Maio, 62 - 2º andar, Loja 364, centro - São Paulo tent Beach - Av. Ramiro colleone, 255 - Santo André toobsland - Rua cerro corá, 635 - Lapa - São Paulo Ultra skate - Rua Engenheiro Adelmar Mello Franco, 111 - Brooklin Paulista - São Paulo Us Boards - Rua Engenheiro Ranulfo Pinheiro de Lima, 182 - Ipiranga - São Paulo Vitaboard - Av. São João, 439 - loja 201 centro - São Paulo Wollong Board store - Rua cajaíba, 1029 Pompéia - São Paulo São Paulo/InterIor - lItoral action now - R. Dr. Thomas Alvez, 216 - campinas action now - Rua Dr. Paulo Frontin, 261 - centro Mogi das cruzes clube c - Rua Pinduca Soares, 138 - centro - Ibiuna Dirty Joy - Rua Almeida de Morais, 30 - Santos Dorgo skate - Rua Alameda das Margarida, 628 loja 6 - Guarujá Dylan skate Bags - Rua Princesa Isabel, 73 - 45 Itarare - São Vicente evolution - Av. Mal. Floriano Peixoto, 44 - lj. 96 Santos Gás Inflamável Skate Shop - Rua Quinze de novembro, 1817 - centro - São carlos industria skateshop - Av. Andromeda, 227 - loja 127 - Jd. Satelite - São José dos campos life core - Travessa Marquez do Herval, 82 centro - Pindamonhangaba a toca skateria - R. Frei Gaspar, 952 - São Vicente surf track - Plaza Avenida Shopping - Av. José Munia, 4775, Loja 195, Piso 1 - São José Do Rio Preto trash skateboards - Av. Prof. Thomaz Galhardo, 454 - loja 04 - centro - Ubatuba Vahlent Boardshop - Av. Siqueira campos, 51 centro - Jacareí Via 83 - Av. Ana costa, 549 - loja 83A - Gonzaga - Santos

Banca Ibirapuera, São Paulo/SP.

Hotglass, Florianópolis/SC.

RolaBosta Longboard, Anápolis/GO.

Reefifi, Florianópolis/SC.

Ultra Shock, Curitiba/PR.

Uponboard, Canoas/RS.

Via Skate Shop, Santos/SP.

Workshop Longboard, Manaus/AM.

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