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Economia circular no setor da rocha cerâmica
Marisa Almeida* e Anabela Amado Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, Coimbra *marisa@ctcv.pt
Sumário:
A promoção da eficiência e sustentabilidade dos processos de extração e transformação de pedra natural é especialmente pertinente, quando se tem como objetivo promover uma gestão eficaz dos recursos naturais, na medida em que, os materiais explorados são recursos não renováveis, ou seja, finitos. Além disso, estes processos são propensos a produzir grandes quantidades de resíduos, considerados de baixo valor, que normalmente são encaminhados para aterros. Desta forma, a produção de grandes quantidades de resíduos pela indústria de pedra natural tem dado origem a uma investigação contínua na busca de novas tecnologias e aplicações, de forma a promover novas sinergias e simbioses industriais que avancem no sentido da economia circular.
A economia circular é um modelo económico sustentável e inovador, que contempla a valorização destes resíduos através da sua incorporação na produção de produtos cerâmicos, com vista à redução da percentagem de matérias-primas na composição dos cerâmicos e do consumo de energia, promovendo assim sinergias entre os diferentes setores industriais. Este artigo apresenta estudos de caso com referentes a esta simbiose industrial.
Palavras-chave: Pedra natural, economia circular, sinergias, indústria cerâmica
Introdução
O setor das rochas ornamentais destaca-se pela sua importância para a economia do país, sendo um setor fortemente exportador e reconhecido como um dos principais players a nível mundial.
A promoção da eficiência e sustentabilidade dos processos de extração e transformação de pedra natural é especialmente pertinente, quando se tem como objetivo promover uma gestão eficaz dos recursos naturais, na medida em que, os materiais explorados são recursos não renováveis (materiais finitos). Além disso, estes proces- sos são propensos a produzir grandes quantidades de resíduos, considerados de baixo valor, que normalmente são encaminhados para aterros. Em termos ambientais, esta prática induz riscos, nomeadamente, o de aumento da ocupação do território e o de desperdício contínuo de recursos naturais, que deveriam ser de alguma forma valorizados. Neste sentido, têm surgido políticas e medidas de sustentabilidade, de forma a contemplar de modo integrado as vertentes económica, social e ambiental e alinhando simultaneamente com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, particularmente o Objetivo 12: Produção e Consumo Sustentáveis, que refere alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais.
Desta forma, a produção de grandes quantidades de resíduos pela indústria de pedra natural tem dado origem a uma investigação contínua na busca de novas tecnologias e aplicações, de forma a promover novas sinergias e simbioses industriais que avancem no sentido da economia circular. A economia circular é um modelo económico sustentável e inovador, constituindo cada vez mais, uma alternativa atrativa e viável que as organizações devem procurar, oferecendo diversos mecanismos de criação de valor com respeito pelo ambiente.
O desejo de assegurar uma economia circular que apele à reutilização, reparação, renovação e reciclagem dos materiais e produtos que lhe estão associados, é cada vez maior. Deste modo, o valor dos produtos deve ser preservado pelo maior tempo possível e os resíduos gerados pelas empresas podem ser utilizados na economia como matérias-primas secundárias. De acordo com o Decreto-Lei n° 102-D/2020, de 10 de dezembro, deve-se primeiramente optar por uma tentativa de prevenção e redução destas substâncias, seguida de uma preparação para a sua reutilização, posterior reciclagem ou outros tipos de valorização e a sua eliminação, como última etapa.
Setor da rocha ornamental
A indústria da pedra ornamental é um dos mais antigos setores da