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Rhany Costa

O Relógio Municipal de Manaus

Rhany Costa, nasceu em Manaus/Amazonas/Brasil, filha de Lizete Wanderley da Costa e carinhosamente adotada pelo avô João Marques da Costa. Casada com Rodolfo Braga e mãe de Nathalie Braga. Escritora de contos e matérias sobre seu Estado, graduada em Administração e Economia, foi empresária do ramo da moda e da gastronomia. Ama fotografar lugares lindos e inusitados.

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época, tudo vindo da França e de outras capitais da Europa.

“Vulnerant omnes, ultima necat”

Nos idos 31 de março de 1929, na cidade de Manaus-Amazonas, Brasil, era instalado, o que se constituiria em um ponto turístico dos mais procurados, O Relógio. Na época de sua inauguração, Manaus, capital do Amazonas, localizada a margem esquerda do Rio Negro, vivia uma crise devido ao fim do ciclo da borracha e este monumento trazia consigo o simbolismo de marcar uma mudança de tempo na cidade.

O ciclo da borracha foi o período onde a extração e comercialização do látex, seiva leitosa que é produzida na casca da Seringueira, árvore originaria da região amazônica, constituíram atividades basilares da economia.

Este período ficou conhecido como “Belle Époque Amazônica”, onde cidades como Manaus e Belém, tornaram-se as capitais brasileiras mais desenvolvidas, com eletricidade, sistema de agua encanada e esgotos, museus e cinemas, construídos sob forte influência europeia. Na moda, a opulência e luxo estavam marcados pelas belas vestes das damas da Com o declínio deste período, o Relógio com sua arquitetura neoclássica, badalava anunciando novos tempos.

Localizado na zona central da Cidade, na Av. Eduardo Ribeiro, faz parte do conjunto arquitetônico da zona portuária de Manaus, já conhecida como Paris dos trópicos. Seu maquinário foi todo importado da suíça e montado em base de pedra quadrangular, pelos antigos ourives da cidade de Manaus, conhecidos como Pelosi e Roberti. Sua altura de cinco metros não deixa passar incólume os turistas e nativos que por ali trafegam, atraindo olhares admirados para sua beleza impar. Em 14 de Junho de 1988, através do Decreto 11.197, foi tombado como Patrimônio Estadual do Amazonas.

O lindo Relógio, possui uma frase em latim gravada em volta do mostrador que nos remete a brevidade e fragilidade da vida humana, ela nos diz “todas ferem, a última mata”, nos remetendo para que tudo há um tempo de acabar, até mesmo a vida. E assim face a sua beleza e imponência, o tic tac vai marcando sorrateiramente o compasso da nossa existência, "Vulnerant ornes, ultima necat”.

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