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FIDELIDADE SEGURADORA ESTIMA TER 35% DO NEGÓCIO NO INTERNACIONAL ATÉ 2025

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THE ECONOMIST

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SEGURADORA ESTIMA TER 35% DO NEGÓCIO NO INTERNACIONAL ATÉ 2025

ASSUMINDO-SE COMO EMPRESA DE SEGUROS MULTINACIONAL, A FIDELIDADE DEFINIU UMA NOVA VISÃO

PARA O FUTURO. POSICIONA-SE COMO UM OPERADOR DE SEGUROS FOCADO NO PLANO INTERNACIONAL,

DANDO VALOR AOS MERCADOS ONDE ESTÁ PRESENTE ATRAVÉS DAS MELHORES PRÁTICAS, QUE FORAM A

BASE DO SEU CRESCIMENTO EM PORTUGAL AO LONGO DE MAIS DE DOIS SÉCULOS DE HISTÓRIA.

ANA VALADO

Com robustez para investir em seguradoras de outros países e capaz de transferir conhecimento técnico e suporte operacional, a Fidelidade tem apostado, nos últimos anos, numa forte estratégia de expansão internacional. Com as mudanças organizacionais internas e a liderança consolidada no mercado nacional, a Fidelidade preparou-se para ampliar a sua actividade em mais países, que, nas palavras do então Presidente da Comissão Executiva da Fidelidade e actual Chairman, Jorge Magalhães Correia, “poderia representar um conjunto de novas fontes de negócio para a Fidelidade, dando estabilidade e projecção de crescimento futuro à companhia”. Num primeiro momento a sua estratégia internacional centrou-se nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa

EVOLUÇÃO LOGÓTIPOS DA EMPRESA

1835 - FUNDAÇÃO DA FIDELIDADE 1999 - REBRANDING DA FIDELIDADE 2013 - LANÇAMENTO DA MARCA ÚNICA FIDELIDADE

(PALOP) e nos países com uma comunidade portuguesa relevante, como a França e a Espanha. Em 2020, a Fidelidade estava presente em 12 países. No Peru, a La Positiva, adquirida em 2019, tinha conquistado o terceiro lugar, com uma quota de mercado de 13,2% e, na Bolívia, já tinha quase 24%. No ano seguinte marca presença no Chile, com uma sólida posição comercial e mais de 32 milhões de euros em prémios de seguro no primeiro ano de operação. Também em 2021, na China a Fidelidade passou a companhia de direito local, e prosseguido o processo de internacionalização, anunciou, no último dia de 2021, a aquisição de 70% da Seguradora Internacional de Moçambique, SA, que opera sob a marca “Ímpar”, com forte tradição e implantação no mercado, posicionando-se assim como uma das seguradoras de referência deste país. Com a aquisição de 70% do capital da Insurtech Prosperity Group AG, concretizada já no início de 2022, a Fidelidade reforçou a sua oferta para os clientes e famílias que procuram investir as suas poupanças a longo prazo. O Prosperity Group AG é um grupo inovador com mais de 98% dos seus clientes provenientes da Suíça e Alemanha, dois dos mercados europeus com o mais alto nível de sofisticação e maturidade nesta linha de negócio, cuja aquisição permitirá com que a Fidelidade possa melhorar a sua oferta em seguros de poupança e disponibilizar soluções mais flexíveis aos seus parceiros de negócio na distribuição. Já em 2021 a quota do negócio internacional no total da seguradora, considerando o conjunto de Vida e Não Vida, representava quase 24%, prevendo-se que alcance os 35% do negócio até 2025. Os prémios Não Vida haviam alcançado em 2020 os 607 milhões de euros (136 milhões de euros em 2018), e representavam 28,5% do conjunto da Fidelidade. Também o crescimento dos funcionários fora de Portugal passa a ser significativo, totalizando actualmente 3.600 pessoas, que representam 52% do quadro pessoal do Grupo Fidelidade. No fecho de 2021, a carteira de clientes da Companhia era de 6,8 milhões, ou seja, representam 67 % dos do Grupo Fidelidade. Membro da Insurope Network, uma das maiores redes de companhias de seguros no contexto mundial, que presta serviços de gestão integrada de programas Employee Benefits (EB) para empresas multinacionais em todo o mundo, a Fidelidade tem ainda a capacidade de aceder a novas oportunidades de negócio no contexto internacional para alargar o seu portefólio de clientes ‘corporate’ multinacionais.

Uma história com mais de 200 anos A história da Fidelidade remonta a 1808. Ao longo dos mais de 200 anos dedicados à protecção das pessoas e dos seus patrimónios, a Seguradora foi consolidando a sua posição como líder do mercado de seguros em Portugal, não só no Ramo Vida como no Não Vida, não só motivado pelo seu crescimento orgânico, mas também com a integração de várias Companhias importantes neste sector. Durante a experiência adquirida com a sua história, foram vários os momentos que marcaram a actividade da Seguradora. Na sua fundação, a Companhia teve a participação, como sócios, de empresas familiares, pessoas individuais e outras empresas. Depois do 25 de Abril de 1974 a

Fidelidade foi nacionalizada e, posteriormente, na década de 80, passou a integrar o grupo público da Caixa Geral de Depósitos. Os primeiros anos do século XXI, foram marcados por várias fusões, nomeadamente das seguradoras Mundial Confiança e Império-Bonança, que, juntamente com a ampliação da rede comercial do país, posicionaram a Fidelidade na liderança do mercado português. Na segunda década deste século, para além da estratégia de internacionalização do negócio, a Fidelidade inicia também um processo de transformação da Companhia, não só na sua actividade, negócio e rede comercial, bem como na estrutura de recursos humanos. Em paralelo, ocorre a sua privatização, com o Grupo Fosun International Limited a adquirir 84,99% das acções da Companhia, que manteve a CGD como segundo accionista. O novo quadro accionista permitiu à Fidelidade acelerar o processo de transformação e inovação em curso, com o objectivo de fortalecer o negócio em Portugal, procurando maximizar a rentabilidade, proteger a participação de mercado e explorar oportunidades de crescimento. Em 2020, a Fidelidade fez um aumento de capital com fundos próprios, em resultado de uma reorganização societária na qual integrou a Multicare e a Fidelidade Assistance como filiais (anteriormente estavam parcialmente na CGD e na Fosun). Com esta operação, o Rácio de Solvência individual da Fidelidade alcançou 160%, em linha com o mercado e com as exigências das autoridades de controlo. Transformando a organização para enfrentar as tendências

comerciais, mais centradas no cliente, e para se adaptar à expansão internacional projectada, a Fidelidade aposta na inovação dos produtos e serviços disponibilizados, na melhoria comercial e dos canais, na digitalização e no crescimento com sinergias. O paradigma organizacional foi sendo alterado, para posicionar a Companhia como uma empresa menos orientada pelo produto, com um maior foco nas necessidades dos diferentes segmentos de clientes e maior agilidade e cooperação entre departamentos. A Fidelidade foi assim consolidando a sua estratégia global assente no compromisso de garantir a excelência operacional e a qualidade do serviço que a distingue, para assegurar um diversificado leque de soluções inovadoras de protecção destinados a particulares e empresas através de várias seguradoras (Fidelidade, Via Directa, Multicare e Fidelidade Assistência), assim como de participações estratégicas em empresas de serviços incluídos na sua cadeia de valor, destacando-se a Luz Saúde – líder na prestação de cuidados de saúde em Portugal. Dando continuidade ao caminho de inovação e de aposta na excelência da experiência de cliente tendo por base uma abordagem digital e de reforço da omnicanalidade, com a expansão internacional, a Fidelidade pretende reduzir a dependência do mercado nacional e gerar novas fontes de receitas para a Companhia, mas também aproveitar as oportunidades de crescimento que existem nos mercados emergentes e onde possa contribuir para a diferenciação neste sector.

Robustez Financeira Consolidando o seu posicionamento na liderança no mercado segurador nacional e reforçando a sua actividade e estratégia internacional e a presença da Companhia nos mercados financeiros, no final de 2021, a agência americana A GESTÃO DA PANDEMIA Promover a Saúde dos seus clientes

Distinguida durante anos seguidos como a marca em que os portugueses mais confiam, a Fidelidade tem assumido uma estratégia multicanal na gestão e distribuição dos seus produtos, o que lhe permite responder de forma eficaz às maiores exigências dos mercados em que opera. Em 2020 a forma como se vivia foi bruscamente alterada com a pandemia COVID-19, que também desafiou o sector dos seguros. Para a Fidelidade foi uma oportunidade para reforçar o compromisso da Companhia, de contribuir para a protecção e promoção da saúde dos seus clientes e do seu património, bem como para a protecção dos seus colaboradores, clientes e parceiros de negócio, alargando esta onda de protecção a toda a sociedade. No difícil contexto desse ano, a Fidelidade, sobretudo, através da sua seguradora de saúde Multicare, líder do sector com mais de um milhão de clientes, manteve cobertos os seus segurados afectados com a COVID-19, apesar da prática internacional do sector excluir o risco de pandemias. O apoio em tudo o que pudessem aos clientes reflectiu-se num importante apoio ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos momentos mais críticos da gestão da pandemia. Para além do acesso aos testes de despiste à COVID-19 na Rede de Prestadores Multicare, a Companhia foi pioneira ao assegurar a cobertura integral em caso de infecção, a todos os seus clientes com COVID-19 assistidos em hospitais privados. Foram ainda desenvolvidos sistemas digitais de apoio à identificação de sintomas e ampliadas as capacidades de telemedicina (Multicare medicina online). Com esta actuação, a Fidelidade destacou-se ainda mais na proximidade e satisfação junto dos seus clientes. Assumindo a sustentabilidade como uma das suas maiores preocupações, a Fidelidade integrou o programa Vitality na Multicare, alterando o paradigma de seguros de saúde em Portugal, passando a estar focada na prestação, mas também na prevenção, estimulando e recompensando a adopção de comportamentos e estilos de vida saudáveis. Com a evolução da pandemia e face à crescente preocupação com as sequelas provocadas com a COVID-19, a seguradora dá continuidade à protecção da população com a disponibilização de um Check-Up pós-COVID-19 grátis para os clientes Multicare. Protecção reforçada com a disponibilização de uma cobertura abrangente de saúde mental, incluindo a prevenção e o tratamento da doença de foro psiquiátrico – área de saúde que, embora tenha um peso significativo em Portugal, é, em regra, excluída.

de notação financeira Fitch atribuiu à Fidelidade o Rating A, categoria que classifica a companhia como tendo baixo risco de crédito e uma forte capitalização e capacidade para honrar os seus compromissos financeiros. Esta classificação, faz com que a Fidelidade seja uma das duas únicas empresas portuguesas com Rating A. Por outro lado, em Maio de 2021, a Fidelidade emitiu 500 milhões de euros em dívida subordinada (Tier II) a 10 anos, o que permitiu reforçar de forma decisiva os capitais e garantir as condições para continuar a crescer com toda a solidez. No terceiro trimestre de 2021, a Fidelidade reportou que durante os primeiros nove meses do ano, os prémios atingiram 3.392,3M de euros, representando um crescimento de 42,2%, e o rendimento líquido melhorou para 203,9M de euros, um aumento de 37,2%. A Fidelidade alcançou um capital mais robusto com o seu rácio Solvência II a melhorar 36p.p., em comparação com Dezembro de 2020, para um rácio de 180%. Os prémios totais aumentaram 42,2% YoY, com crescimento tanto na actividade Não-Vida como na Vida. Os prémios dos Não-Vida cresceram 5,2%, reflectindo o bom desempenho em todas as linhas de negócio. Os prémios de Risco de Vida e Rendas aumentaram 8,7%, com uma forte contribuição de operações internacionais e prémios Financeiros Vida. O crescimento de 164,9% deste último foi principalmente impulsionado pelo aumento significativo da oferta Unit-Linked em Portugal. O rendimento líquido da Fidelidade atingiu os 203,9 milhões de euros, aumentando 37,2% YoY, um resultado apoiado pelo seu forte Resultado de Investimento.

ROGÉRIO CAMPOS HENRIQUES,

CEO DA FIDELIDADE

6 PERGUNTAS

A ROGÉRIO CAMPOS HENRIQUES, CEO DA FIDELIDADE

1. Quais os principais desafios do sector segurador em Portugal e no contexto internacional?

A nível internacional sublinharia as alterações climáticas e os grandes desafios e implicações que essas alterações representam para as seguradoras e para toda a sociedade como factores de preocupação mais relevantes. Em Portugal teremos que enfrentar as alterações climáticas como é visível pelo fenómeno de seca que estamos a viver, mas temos ainda desafios acrescidos: a demografia, a falta de cultura de risco, a sustentabilidade do modelo de segurança social, e a necessidade de cobrirmos os riscos sísmicos, enquanto sociedade, são algumas delas. Só apostando numa melhoria da cultura de protecção do risco, é que poderemos, enquanto sociedade, estar melhores preparados para o futuro. A nossa taxa de natalidade está a níveis historicamente baixos, o que terá implicações profundas na estrutura da nossa pirâmide demográfica, e um impacto directo, por exemplo, na forma como teremos que olhar para a sustentabilidade do nosso regime de segurança social. É óbvio que, com menos pessoas a contribuir e mais pessoas a beneficiar, vamos ter um desequilíbrio. As empresas têm que criar mais e melhores soluções de poupança para a reforma e as pessoas têm que ter consciência do risco que representa para o seu futuro não preparar atempadamente a sua reforma. Na Fidelidade estamos a trabalhar nestas áreas, fazendo uma grande transformação do nosso negócio, quer pela inovação, quer pela digitalização e procurando ajudar cada vez mais os nossos clientes a preparem o seu futuro.

2. Qual o impacto da pandemia na actividade da Fidelidade junto da comunidade?

Desde as primeiras noticias sobre a descoberta do novo vírus, que na Fidelidade tomámos uma decisão: apoiar em tudo o que pudéssemos os nossos clientes, usando, por exemplo, toda a nossa experiência e ‘know-how’ no sector da saúde: disponibilizámos ‘symptom-checkers’ gratuitos para clientes e não clientes, aplicámos moratórias nos pagamentos, disponibilizámos novos serviços de assistência, como a entrega de medicamentos gratuita, tornámos a medicina ‘online’ numa ferramenta de combate ao vírus de primeira linha, decidimos pagar integralmente os custos de tratamento e de internamento por COVID-19 apesar de não estarmos legalmente obrigados a fazê-lo. Já recentemente estamos a fazer ‘check-ups’ pós-COVID para todos os clientes, apenas para nomear algumas das acções. Foi um grande esforço. Fizemos o que uma seguradora deve fazer: proteger as pessoas e o seu património, proteger os colaboradores, clientes e parceiros de negócio e alargando esta onda de protecção a toda a sociedade. Estamos plenamente convencidos de que os resultados positivos que tivemos em 2021 foram profundamente impactados pelo reconhecimento que todos os ‘stakeholders’, nomeadamente os clientes, fizeram deste apoio sólido e inequívoco à comunidade.

3. Como é que a Fidelidade prevê continuar a inovar para uma melhor protecção dos seus clientes?

A inovação está no nosso ADN e é indissociável da nossa forma de estar na sociedade. É uma inovação feita por pessoas e para pessoas. A tecnologia é fundamental, mas apenas instrumental. Mas não estamos satisfeitos, temos que fazer mais. Estamos de forma permanente a pensar como podemos proteger melhor os portugueses, as suas vidas, a sua saúde e o seu património de forma cada vez mais adequada antecipando as suas necessidades. E também na melhoria constante da experiência dos clientes. Posso dar alguns exemplos que ilustram esta inovação constante: destacaria o lançamento da App Mysavings 2.0, fundamental para reforçar o nosso posicionamento enquanto parceiro dos nossos clientes no planeamento do seu futuro financeiro, ou o ‘speechbot’ “Maria”, uma solução de atendimento ao cliente na área de assistência, com recurso a inteligência artificial, e que foi reconhecida com vários prémios de inovação em Portugal. Continuámos o investimento no programa Vitality, que recompensa a adopção de hábitos de vida saudáveis pelos nossos clientes, quer no automóvel, em que através da App Mydrive continuamos a incentivar comportamentos de condução mais sustentáveis, quer para o ambiente, quer induzindo a redução da sinistralidade e premiando os clientes que adoptem estilos de condução mais sustentáveis.

4. Qual a estratégia de sustentabilidade que a Fidelidade tem para os próximos anos?

Para além do nosso programa de responsabilidade social que é construído em torno do nosso programa Fidelidade Comunidade, um programa de apoio ao terceiro sector e que tem feito muito pela capacitação das organizações que apoiámos, temos também uma noção de intervenção através da nossa acção comercial, dos nossos produtos. A sustentabilidade acaba por ser também inerente ao nosso negócio, à nossa actividade e forma de trabalhar.

Quando incentivamos os portugueses a poupar usando qualquer uma das nossas ferramentas, ajudando-os a preparar melhor o futuro, estamos a contribuir para a sustentabilidade. É o caso do PPR 40+ESG, uma solução financeira que associa a poupança à promoção de boas práticas ambientais, e que está totalmente alinhado com os princípios de sustentabilidade defendidos pela Fidelidade. Quando incentivamos a adopção de hábitos mais saudáveis através do nosso programa Multicare Vitality, estamos a contribuir para a sustentabilidade do nosso sistema nacional de saúde. Mas teremos que fazer ainda mais no plano ambiental e contribuir para a preservação do clima, para a preservação da nossa casa, do Planeta Terra. Enquanto seguradora e investidor, as nossas políticas de investimento terão de promover a sustentabilidade. E é o que estamos a fazer através das escolhas que fazemos na gestão dos mais de 17 mil milhões de euros de activos que temos a responsabilidade de gerir. Mas o verdadeiro motor para esta transformação, que teremos que fazer enquanto sociedade, são os nossos clientes, quer particulares quer empresas. Serão as mudanças no seu comportamento, sendo ambientalmente mais responsáveis, quer no tipo de condução que fazem, nos veículos que conduzem, no isolamento das suas casas, no comportamento alimentar e na forma como previnem as doenças. A adopção de comportamentos mais saudáveis é que fará a verdadeira diferença. E a Fidelidade está cá para ajudar também através dos nossos produtos e serviços. Temos muito orgulho na nossa história bicentenária, mas estamos ainda mais empenhados em ajudar os nossos clientes a preparar o futuro… e um futuro mais sustentável.

5. Está na Fidelidade há mais de 15 anos, durante este tempo qual a decisão mais difícil que teve que tomar na seguradora?

Felizmente, não consigo isolar uma decisão única. Tenho tido a sorte de trabalhar com uma equipa fantástica, com uma ambição enorme e tem sido possível chegar a consensos neste grande caminho de transformação que temos vindo a fazer, sem causar disrupções ou fricções mais difíceis de gerir. Mas é óbvio que houve decisões mais arriscadas. Hoje parece óbvio, mas por exemplo, ter adoptado a tecnologia Outsystems há 14 anos atrás foi uma delas. Apostar numa empresa portuguesa que é hoje uma referência mundial, mas que na altura estava “a começar” e mudar o paradigma tecnológico da nossa casa foi um desafio. Essa decisão mudou muita coisa em termos de IT e contribuiu para que nos tornássemos mais eficientes, mas sobretudo mais ágeis enquanto organização. Temos uma das maiores instalações do mundo e somos hoje uma referência mundial na utilização desta tecnologia. Mas não há como negar que embora “informada”, foi uma decisão mais difícil. Felizmente, demonstrou-se uma opção correcta.

6. Como vê o futuro da Fidelidade a nível internacional?

A nossa estratégia de internacionalização, fortemente impulsionada nos anos mais recentes, tem-se revelado acertada. Pela primeira vez na história ultrapassámos a barreira dos 1.000 milhões de euros de prémios gerados fora de Portugal. O nosso processo de expansão internacional conta com o apoio dos nossos accionistas e tem sido um sucesso. Tradicionalmente a nossa presença internacional seguia o padrão, ou do apoio à nossa diáspora ou da presença em países com quem temos relações históricas e de fraternidade. Nos últimos anos, temos sido mais ambiciosos. Temos já cerca de 25% do negócio fora de Portugal. Temos hoje a terceira maior seguradora Peruana, a maior na Bolívia, lançamos uma operação Greenfield no Chile que já factura mais de 60 milhões de dólares e que está apenas no segundo ano de actividade, reforçámos recentemente a nossa posição no mercado moçambicano comprando 70% do capital da SIM/Ímpar, e entrámos fortemente no capital da The Prosperity Group, empresa que opera essencialmente na Alemanha e Suíça. Neste momento, estamos com operações próprias em mais de 12 países e temos mais de 7 milhões de clientes espalhados por 7 continentes. Temos já mais clientes a falar castelhano do que português e somos uma das únicas empresas portuguesas com este tipo de expansão internacional. E vamos continuar a expandirmo-nos de forma selectiva para mercados em que podemos acrescentar valor, tendo em conta o ‘know-how’ da Fidelidade em áreas como a gestão multicanal, a excelência da qualidade de serviço e a capacidade de inovação. Não seremos para já uma grande multinacional do sector, mas temos a ambição de sermos uma referência nos mercados em que estamos presentes, pela qualidade, pela excelência, pelo foco no cliente e pela visão humanista que procuramos colocar em tudo que fazemos e que nos distingue. l

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