ANO III | Nº 09 | MAR / ABR - 2015 | R$18,00
PASSEIO PEDAGÓGICO
MERCADOS PÚBLICOS
pág. 21
pág. 25
TEMPESTADE DE IDEIAS w w w. revi staacen e. co m. b r
Contadores de histórias contribuem para formar leitores SALA DE AULA
pág. 30
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
INOVAÇÃO CURRICULAR
MISCIGENAÇÃO CULTURAL
pág. 16
pág. 38
pág. 45
A educação está em suas mãos. E na versão on-line também. Cursos de formação continuada, notícias do mundo educacional, galeria de imagens para utilização em sala de aula, acesso às versões anteriores da revista e muito mais.
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EXPEDIENTE
ÍNDICE
6 DIÁLOGOS 7 ENTREVISTA 8 EDITORIAL
ACENE EDITORA Rua Prof. Aurélio de Castro Cavalcanti, 262 - sala 02 Boa Viagem - Recife - PE | CEP 51020-020 CNPJ: 19.654.751/0001-50
Mozart Neves
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Diretora Executiva
CIDADES SAUDÁVEIS PAINEL
ACENE PARA O CONHECIMENTO Edição nº09, ano 2015 - março/abril ISSN 2317-7454
MURAL DA EDUCAÇÃO
Supervisão Editorial
Diego Gouveia - DRT4063
por IRAQUITAN RIBEIRO
Marcela Cintra Mariana Siqueira Tiago Eloy Zaidan
Colaboradores
Mídias Digitais
Curinga Comuniquê www.curingacomunique.com.br Rua João Tude de Melo, 77 - sala 128 Parnamirim - Recife -PE | CEP:52060-010 Publicidade e Marketing
Curinga Comuniquê
Atendimento ao Assinante
contato@revistaacene.com.br www.revistaacene.com.br facebook.com/revistaacene
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Acene Para o Conhecimento, uma publicação bimestral.
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PROJETO DIDÁTICO
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Obras literárias na sala de aula
CALENDÁRIO MARÇO / ABRIL
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INOVAÇÃO CURRICULAR A arte de quebrar a cabeça
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PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO PSICOPEDAGOGIA
por ELIZÂNGELA NEVES
PSICOLOGIA
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por IGOR CEZAR CARNEIRO ACENE CULTURAL
Gráfica JB
TEMPESTADE DE IDEIAS
CAPA - CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Edson Silva Silvana de Fátima Vera Mota Impressão
A importância de preservar e aprender
por EDSON SILVA
FORMAÇÃO CONTINUADA
Projeto Gráfico
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PASSEIO PEDAGÓGICO - MERCADOS PÚBLICOS
PROFESSARE
Colunistas
Curinga Comuniquê
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O que trabalhar em sala de aula a partir do Mercado de São José
Jornalistas Associados
Edson Silva Elizângela Neves Fred Toscano Hamilton Werneck Igor Cezar Carneiro Iraquitan Ribeiro
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VIVÊNCIAS EDUCACIONAIS SALA DE AULA
Jornalista Responsável
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por HAMILTON WERNECK
POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Luciana D’Emery
Mariana Siqueira Lucíola D’Emery Silvana de Fátima
COTIDIANO
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MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
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A importância social da identidade brasileira
48 HORA DO LANCHE 50 MAIS CULTURA
por FRED TOSCANO
EDITORIAL
EDITORIAL ACENE PARA O CONHECIMENTO
O ano letivo se inicia e com ele brotam expectativas e sonhos de professores, gestores, coordenadores e estudantes. Para 2015 a equipe da Revista Acene para o Conhecimento deseja aos leitores nada menos que a realização de sonhos e a concretização de projetos, repletos de muita felicidade e força de vontade. E para a primeira edição o “Era uma vez...” e toda a magia da contação de histórias serão nossas ferramentas secretas para aproximar alunos e professores de um instrumento pedagógico milenar e tão esquecido em dias de comunicação digital. Mas contar histórias não é tão simples quanto parece. Por isso trabalhamos para trazer informações pertinentes
que estimulam a criatividade e contribuem para a formação de novos leitores. Após falar com especialistas, contadores, professore e alunos, temos algumas certezas sobre a atividade de contar histórias: seja na creche ou na escola esse é um exercício que agrega benefícios à didática do ensino e melhora a concentração, a escuta e a atenção. Além disso, possibilita uma aprendizagem mais dinâmica sobre os conceitos morais e éticos para uma convivência saudável em sociedade. Nas páginas de entrevista você vai conhecer melhor as ideias do professor Mozart Neves Ramos sobre educação. Os indicadores do Plano Nacional de Educação, as novas atitudes estabelecidas pelo Todos pela Educação e as novas ideias educacionais do Instituto Ayrton Senna, foram alguns dos temas da nossa conversa com um grande entusiasta da educação. Na seção Painel, apresentamos os novos modelos de convívio e estilos de vida em sociedade que exigem da escola uma prática transdisciplinar. Como podemos fazer parte dessa mudança? Conheça algumas ações em prol de uma vida mais saudável, que modificaram e melhoraram a qualidade de vida de muitas comunidades em diversas cidades, sempre com a participação de professores e estudantes. Um convite para buscar novas atitudes no dia a dia! Enquanto isso, na seção Sala de Aula
Equipe Acene em visita à Arena Pernambuco – Eduardo Cunha (fotógrafo), Thiago Vasconcelos (assessor de imprensa da Arena), Luciana D’Emery (diretora) e Diego Gouveia (repórter e editor)
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uma visita aos mercados públicos é nossa sugestão para um belo Passeio Pedagógico. Conhecer um espaço que agrega diversidade cultural é essencial para a valorização da identidade e dos valores regionais. Inovar é o tema da seção Formação Continuada, para isso conversamos com Cajazinho sobre a arte dos jogos de raciocínio. As suas criações facilitam o desenvolvimento da inteligência lógica com mais precisão. É uma excelente oportunidade para que a escola possa incluir no currículo uma atividade lúdica e prazerosa. Vale a pena conferir! Na seção Acene cultural iniciamos uma série de cinco reportagens intitulada “Manifestar para preservar” sobre as riquezas culturais de cada região do Brasil. Para começar, viajamos pela Região Norte do País para conhecer a diversidade cultural dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. E lembramos que o tema “manifestações culturais” pode ser discutido em sala de aula em qualquer época do ano e de forma interdisciplinar. E neste ano que começa, nossa maior satisfação é saber que a Educação sempre acena para o conhecimento! Ótima leitura e bons momentos de diversão! Luciana D'Emery
Diretora Executiva luciana@revistaacene.com.br
DIÁLOGOS
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DIÁLOGOS FRASES
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“Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda...”
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“O amigo: um ser que a vida não explica / Que só se vai ao ver outro nascer / E o espelho de minha alma multiplica.”
Vinícius de Moraes, Soneto do Amigo (Antologia poética) “Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo.”
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“Uns doze graus abaixo da Linha Equinocial, aqui onde se encontra a Terra do Nordeste metida no Mar, mas entrando-se umas cinquenta léguas para o Sertão..."
Ariano Suassuna, trecho do livro “O romance da pedra do reino”
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Durante todo o ano vamos acompanhar juntos o cumprimento das metas do Plano Nacional de Educação (PNE). Revisa Acene para o Conhecimento
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ENTREVISTA
A EDUCAÇÃO COMO MOTOR DE MUDANÇA SOCIAL
Por acreditar no poder da educação para o avanço social o professor Mozart Neves Ramos não se contenta com o agora e busca na ciência a transformação do atual processo de ensino-aprendizagem POR Mariana Siqueira
Químico por formação, professor por vocação e gestor educacional por paixão. Assim pode ser resumida a relação do professor Mozart Neves com a educação, área em que trabalha para encontrar os caminhos de um modelo educacional mais justo, eficiente e conectado com as competências de um novo tempo. Atualmente no cargo de diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, professor Mozart Neves começou a carreira como professor na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), instituição onde alguns anos depois se tornou pró-reitor e também reitor acadêmico. Após o período acadêmico vieram os convites para os cargos públicos de secretário de educação do Estado de Pernambuco e presidente executivo do Todos Pela Educação, períodos decisivos para a mudança de foco profissional, mas sempre voltado à educação. Na pauta da entrevista o tema não poderia ser outro: modelos educacionais, seus índices, indicadores e políticas públicas. Em poucos minutos de conversa o percebi entusiasta da educação, certamente um otimista responsável que jamais se acomoda e trabalha pelo ensino de hoje e do futuro. Nas páginas que seguem o professor responde a questões cruciais, oferece novas ideias e desvenda novos horizontes sobre os caminhos da educação no Brasil.
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Como o senhor descobriu essa paixão-vocação pela educação? Na adolescência eu gostava de dar aulas aos meus colegas, portanto a minha primeira grande descoberta foi como professor. Adorava matemática e física, nem gostava tanto de química, mas tinha uma namorada à época e um tio dela me sugeriu fazer Engenharia Química. Com o tempo me encontrei em físico-química e comecei a me dedicar muito à produção científica. Após a graduação ingressei no mestrado, fiz doutorado e pós-doutorado em química molecular. Mesmo com a cabeça muito voltada para a pesquisa e produzindo muito escutei o conselho do meu orientador de doutorado e aceitei participar da administração da Universidade. Foi nesse momento que comecei a pensar na gestão da educação e o primeiro passo foi trabalhar na redução da evasão na UFPE. Com o impacto positivo do projeto acabei chegando à reitoria, mas nunca deixei a sala de aula porque era uma alegria estar lá. E após oito anos à frente da UFPE fui convidado para o cargo de Secretário de Educação do Estado de Pernambuco na gestão de Jarbas
ENTREVISTA
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Vasconcelos. Foi quando descobri outro lado fantástico, que é a gestão da educação básica no Brasil e vi o tamanho do problema, que ao mesmo tempo foi apaixonante. Tive a chance de conhecer e conviver com professores dedicados e que acreditam na educação, por isso acredito que esse envolvimento coma gestão da educação consolidou de vez minha carreira na área. Até que fui me preparando para algo difícil, mas necessário, que foi deixar o trabalho em química e assumir minha rotina na área gerencial da educação. Participei também do Conselho Nacional de Educação onde entendi melhor a legislação educacional do Brasil e, logo depois, assumi a diretoria do Todos Pela Educação – um movimento da sociedade civil inédito naquele momento. Com a experiência da administração pública e do terceiro setor percebi que a gestão seria um caminho sem volta para a minha vida, mas foi uma paixão bastante consciente e construída e que me faz muito feliz.
to também criou bandeiras, mas agora estamos num momento que não conseguimos decolar, por isso o TPE tem que se reinventar. No Instituto Ayrton Senna, por exemplo, adotamos duas bandeiras importantes. A primeira foi trazer para o currículo as competências e habilidades socioemocionais, que está para além da aprendizagem e é pouco abordada na escola. Mas que podem ser aprendidas ao longo da vida. E a segunda é a apropriação de temas como a neurociência para dentro da educação, visando à educação em longo prazo, a interatividade, a individualidade de cada estudante. Compreender melhor como isso funciona é muito importante para melhorias no aprendizado. Para
isso o instituto apoia a rede “Ciência para Educação”, que envolve mais de 30 cientistas brasileiros renomados. E esse é um ponto novo que deve ser trazido à discussão porque os cientistas ainda participam pouco da educação no Brasil. Qual a contribuição dos índices e indicadores para a educação? Quem não tem norte não tem direção, e os indicadores representam o norte de um caminho. Para eu saber se minhas práticas pedagógicas, meu modelo de gestão, o dinheiro investido e a formação de professores estão na direção corretas precisamos medir. Os índices e indicadores vão dizer primeiro se estamos na direção certa e depois na
Como o senhor observa o cumprimento das metas estabelecidas pelo Todos pela Educação (TPE)? Não faço mais parte da executiva do Todos, mas integro o conselho de governança do movimento. E quando olhamos a fotografia das metas estabelecidas ficamos um pouco pessimistas em relação à aprendizagem, que a meta 3 do TPE, porque o Brasil está praticamente estagnado do ponto de vista da aprendizagem no ensino médio e eu diria até nas séries finais do ensino fundamental. O Brasil melhorou nas séries iniciais, mas nas outras etapas estamos num patamar muito baixo desde 1999, por isso precisamos reinventar e pensar fora da caixa. Ainda temos um problema muito sério quando caminhamos para o ensino do topo da educação, a escola do jovem, onde perdemos alunos e apenas poucos aprenderem o esperado. É aí onde mora o grande desafio da educação no Brasil, melhoramos na base, mas não conseguimos perpetuar essa melhoria ao longo do percurso escolar. O movimenFotos: Juan Guerra
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ENTREVISTA
velocidade esperada. O Brasil desenvolveu um modelo de gestão com um sistema robusto de avaliação com indicadores claros, e hoje nosso problema já não é mais esse. Mas como usar melhor esses resultados para melhorar a escola, porque os professores ainda se apoderam muito pouco desses números. Diferente do Ensino Superior, na educação a consequência dos resultados ainda não existe, mas esse quadro deverá mudar por dois caminhos novos que começam a surgir: pais mais escolarizados que vão cobrar aprendizagem dos filhos e as ações dos órgãos de controle que agora analisam além dos números. Assim temos a importância da eficiência, eficácia e da efetividade na gestão. É possível sensibilizar a sociedade para uma mobilização conjunta por melhorias na educação? Esse é o caminho que o TPE busca quando criou, por exemplo, as cinco atitudes. E uma delas é mostrar que todos quando estão envolvidos e comprometidos com a causa são também educadores. Acredito que primeiro devemos mobilizar mais a consciência dos pais que cada vez mais estão terceirizando a educação de seus filhos a cargo da escola. E para ilustrar isso tem um provérbio africano que eu gosto muito e diz que para educar uma criança é preciso toda uma aldeia. Hoje no Brasil percebemos que os pais, talvez pela necessidade do trabalho, dedicam pouco tempo à educação de seus filhos. E por isso eu entendo que esse processo de conscientização da questão educacional deve deixar claro que essa função não deve ser delegada unicamente à escola, porque educação é algo muito mais amplo do que o acesso ao estudo e ao letramento. A educação é o maior bem que o homem pode ter, mas que isso não seja confundido apenas com conhecimento. Pois a educação é um conhecimento aplicado para o bem, para o desenvolvimento pleno das pessoas. Qual a importância do Ensino
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Os indicadores representam o norte de um caminho Integral no processo de aprendizagem e na formação do aluno? Em muitos países desenvolvidos há anos a escola já funciona em tempo integral, e o Brasil precisa fazer esse caminho. E esse espaço possibilita que a criança chegue ainda pela manhã, faça três refeições, tenha o acompanhamento de professores em tempo integral, ou seja, uma escola que dialogue com o mundo do estudante. Enfim, que possibilite o tempo para aprender, estudar e fazer amigos. Não é que a educação integral, que é diferente de tempo integral, não possa acontecer numa escola de tempo parcial, porque tudo depende do modelo da escola. Mas se você usar o tempo integral para essa educação complexa, dentro de um tempo integral - manhã e tarde - vamos começar a ter uma escola de fato integral. Então a escola não é apenas tempo, mas o uso integral desse tempo que deve observar o protagonismo e o associativismo juvenil, o empreendedorismo, os valores para a vida, o ensino de artes e de laboratório no contraturno,
por exemplo. Isso é algo impossível de fazer em quatro horas por dia. Quando temos uma escola de tempo integral e usamos esse período para formar valores desses jovens os resultados são fantásticos. Não adiantar colocar o jovem por mais tempo na escola, porque se ela não for atrativa o efeito será negativo, então o desafio é aliar o tempo com a educação integral. Entretanto tem um ponto que não é pensado nessa política pública, o ensino noturno. Somente visualizei a dimensão desse problema a partir de uma pesquisa divulgada pelo Instituto Ayrton Senna, que revela a dificuldade de aprendizado do aluno do ensino noturno se comparado ao estudante do período diurno. A carga horária e a qualidade da aula para quem estuda no horário da noite são inferiores, e essa é a realidade de 1/3 dos estudantes do ensino médio do Brasil, são 2,4 milhões de estudantes. Então essa escola de tempo integral é necessária, mas vamos ter que buscar um modelo de ensino para o aluno do noturno. Um dos caminhos talvez seja um híbrido entre ensino presencial e à distância, o uso de plataformas virtuais, até porque falamos de alunos que têm em média três anos de idade a mais que o aluno do diurno. Como o senhor analisa a proposta das escolas técnicas no Brasil? As escolas técnicas, como o nome diz, devem sempre estar voltadas para cursos técnicos. Nesse sentido, o Brasil tem que começar a ter escolas mais relacionadas com a cadeia produtiva local, com cursos mais híbridos, aulas presenciais e ensino à distância, cursos com maior flexibilidade pra esse aluno e usando plataformas de aprendizagens que dialogue mais com o mundo do trabalho. Em Pernambuco, por exemplo, temos o parque industrial de Suape, então o que precisamos é ter escolas mais próximas dessas empresas para os jovens que lá trabalham. Devemos ter uma estratégia de formação que aproxime a escola técnica das universidades e também do mercado de trabalho. Entendo que o país avançou no número
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de escolas técnicas, e isso é fantástico, mas precisamos organizar melhor o sistema. Nos últimos anos, o Brasil melhorou no quesito educação? O que ainda falta ser realizado? Quando olhamos o filme percebemos que ele não está tão bom quanto gostaríamos, mas precisamos olhar todas as imagens. No ano 2000 a média de estudo da população era de cinco anos, hoje é de 7,3 anos. Ou seja, em dez anos avançamos muito, mesmo que esse ensino ainda não esteja num nível de qualidade esperado. Mas é essa educação que traz o impacto na renda das pessoas e isso é um grande diferencial. Pra caminhar mais precisamos diversificar o sistema educacional e fazê-lo dialogar com o jovem. Além dos cursos diurnos, temos que pensar também nos cursos noturnos e integrá-lo nesse novo modelo de educação. Mas pra que tudo isso funcione, o Brasil precisa, para ontem, investir na carreira do magistério. Porque hoje poucas pessoas querem se tornar professores da educação básica. E a maioria desses jovens é de baixa renda e optam pela licenciatura por esse ser o caminho mais curto ou mesmo possível para a universidade, mas que na verdade não é o que ele quer ser. A questão da valorização do magistério não é somente financeira, mas necessita de um bom plano de carreira associado à formação continuada. Para que o jovem professor possa se qualificar ao longo de toda a vida profissional e que tenha insumos para criar, recriar e inovar, pois somente assim o ensino será efetivamente mais dinâmico. Mas essas mudanças na educação só serão possíveis se houver um pacto federativo que envolva a União, os Estados e os Municípios, porque hoje tem o PNE que aponta para essas questões, mas não adianta criar metas se não existirem os meios. O senhor acredita que a formação continuada de professores acompanha a realidade da sala de aula
A questão da valorização do magistério não é somente financeira, mas necessita de um bom plano de carreira associado à formação continuada
vivida por esses profissionais? Na questão da formação existe um distanciamento das próprias universidades, porque a ideia é formar um bacharel com incorporação de disciplinas pedagógicas das faculdades de educação. Há pouca prática com o “chão” de escola e na universidade a maioria dos professores e pesquisadores nunca entrou numa escola pública. Então hoje formamos professores pra uma escola que nós não conhecemos. Assim, a formação continuada que deveria ser um update do professor para as necessidades do conhecimento atual não cumpre seu papel. Nós precisamos entender melhor a escola pública, ter uma formação que dialogue com essa escola, para que a formação continuada não seja mais do mesmo.
Como pode ser avaliado o cumprimento das 20 metas do Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024? A priori se as metas tiverem foco, monitoramento, acompanhamento da sociedade e governança pode sim haver cumprimento. O primeiro grande desafio é que os Estados e Municípios façam seus planos, prazo que vence ainda em 2015. Mas o que acontecerá se isso não for cumprido? Pois, se não tivermos esse controle algumas metas serão esquecidas. Por exemplo, a meta 12, que fala sobre ensino superior está reaplicando uma meta que deveria ter sido atingida em 2010. Também a universalização da educação infantil é uma questão delicada, porque ainda estamos distante da meta se pensarmos na taxa de crescimento atual. Por isso acredito que há o risco de que algumas metas sejam repactuadas. Apesar disso o atual PNE é muito melhor que o anterior, porque ele é mais focado nas vinte metas com indicadores e foi bastante debatido pela sociedade. Como imagina a educação em 2022, ano que o TPE estabeleceu como meta para que o Brasil assegure a todas as crianças e jovens o direito a Educação Básica de qualidade? Fazer qualquer prospecção sempre é uma tarefa difícil principalmente num mundo com muita descontinuidade, mas eu diria que a escola vai passar por transformações importantes que virão de fora para dentro, porque a criança e o jovem irão exigir uma nova escola. Será uma escola recriada e repensada a partir dos valores de uma nova sociedade, de um mundo onde as mudanças tecnológicas são cada vez mais profundas, em que os meios de comunicação são outros e a maneira de aprender não vai ser mais a mesma. Logo, o professor não será mais o mesmo, seu papel, em minha opinião, será muito mais de tutor, não mais de um professor stricto sensu. Mas teremos que repensar esse processo, pois será uma destruição criativa. 11
CIDADES SAUDÁVEIS, CIDADÃO SAUDÁVEL Estimular a consciência sustentável nos cidadãos é tarefa de vários segmentos sociais POR Marcela Cintra
Viver bem e de forma saudável é um processo que vai (ou deveria ir) além dos cuidados pessoais e alimentares de cada um. Cidades e cidadãos conectados tendem a interagir de maneira sadia, havendo uma relação mútua e favorável para ambas as partes. Estimular a consciência sustentável nos cidadãos é tarefa de vários segmentos sociais como família, escola e poder público. Ações de prefeituras e governos direcionadas aos moradores e às escolas são de extrema importância para despertar, desde cedo em cada um, um senso de coletividade essencial para uma convivência mais harmoniosa. Cada vez mais em voga nas discussões atuais, a preocupação com o meio ambiente também está presente nas novas propostas de planejamento urbano, conhecidas por “cidades-sustentáveis”. Esse conceito pode ser definido como cidades projetadas considerando os impactos socioambientais, onde a dinâmica de desenvolvimento respeita e cuida dos recursos naturais. No Brasil, algumas cidades se destacam nesta categoria, a exemplo de Curitiba, Rio Branco e Porto Alegre, porém, este número já pode estar começando a aumentar. Percebendo a importância de levantar a discussão ambiental, assim como estimular uma consciência nos cidadãos, a Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal (SEMURB), capital do Rio Grande do Norte, lançou uma série de projetos na 12
Trabalhar com os jovens a ideia de sustentabilidade é essencial qual os próprios moradores da cidade podem preservar ou cuidar do meio ambiente. Uma dessas iniciativas é a plantação de hortaliças e plantas ornamentais em um bairro da Zona Norte da cidade. A ideia é que a própria população utilize os espaços públicos para cuidar e proteger a natureza. E não para por aí... A SEMURB também lançou a primeira Ecoteca do estado. A
estrutura foi toda construída com madeira e material reciclado, para abrigar um pequeno acervo de livros infantis. O equipamento é mais uma ferramenta para trabalhar a educação ambiental no município, como também conscientizar a população sobre a importância do desenvolvimento sustentável. “A Ecoteca é um protótipo com a intenção de mostrar conceitos de sustentabilidade tanto na construção quanto no acervo”, explica o arquiteto do Setor de Projetos da Secretaria, Deberth Araújo. Já em Campina Grande, na Paraíba, a Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (SESUMA) focou em rearborizar o município, com a ajuda da população, escolas municipais e particulares. O programa “Minha Árvore”, uma parceria com a Secretaria de Educação do Município, visa reduzir o déficit arbóreo na cidade, além de melhorar a qualidade de vida da população nas comunidades. Pretende também, numa perspectiva futura, inserir Campina Grande na categoria de “Cidades Sustentáveis”. Um ponto bacana do projeto é a facilidade para colaborar. Segundo a coordenadora do Meio Ambiente, Denise de Sena Moreira, quem quiser aderir ao projeto, basta fazer uma ligação e solicitar o plantio, caso o bairro esteja sendo contemplado com a ação. A equipe da SESUMA vai até o local, faz o plantio da muda e também instala a grade de proteção, tudo isso sem custo para o
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morador. A ideia tem feito sucesso: em, aproximadamente, sete meses em andamento, o “Minha Árvore” já plantou quase cinco mil árvores em vários bairros. Que cresça ainda mais! Mas, felizmente, iniciativas ricas e construtivas não partem apenas do poder público. Um exemplo disso acontece na Escola de Referência em Ensino Médio Professor Alfredo Freyre, no bairro de Água Fria, no Recife. Iniciada em 2013, a coleta seletiva tem dado certo. Por toda a escola e dentro das salas de aula, lixeiras específicas para cada tipo de lixo são espalhadas e os dejetos acumulados são vendidos para cooperativas. Para a professora de Biologia e responsável pela parte de sustentabilidade na escola, Maria Danieli Cândido, os resultados da campanha podem ser vistos no próprio pátio do Alfredo Freyre, durante o recreio: “antes, tudo ficava com bastante lixo. Hoje em dia, ainda tem, mas é muito menos”. Aliado à ação de coleta seletiva, o programa “Lâmpada de Led: acenda essa ideia”, que também teve seu início em 2013, é mais uma aposta da escola para despertar uma noção sustentável nos estudantes. Nesse projeto, alunos dos segundo e terceiros anos, junto ao professor de Física da escola, Carlos Humberto Moraes, constroem lâmpadas a partir de plásticos, gabinete de lâmpadas queimadas e outras peças. Além de ser completamente reciclada, a lâmpada de Led é ainda mais econômica e duradoura do que as tradicionais florescentes. Vantagem dupla. Para a professora Maria Danieli Cândido, trabalhar com os jovens a ideia de sustentabilidade é essencial, pois os conscientizam para a importância de se reutilizar materiais que poderiam ser descartados de formas inadequadas. Na capital de Pernambuco, no Recife, um programa mais amplo está em andamento. Como explica a prefeitura, “o Capibaribe Melhor consiste num projeto desenvolvido com o objetivo de melhorar as condições socioeconômicas e de urbanismo dos habitantes da cidade, localizados num perímetro de 20 km², ao longo do Rio Capibaribe. Foto: Phrompas
Novos parques, ponte-viaduto e sistemas viários serão implementados na cidade, num conjunto de ações que deverão melhorar a realidade das localidades situadas às margens do rio”. O objetivo é melhorar a pavimentação de vias, escoamento de canais e saneamento das populações beneficiadas pela ação, além de corrigir o grave quadro de poluição do Rio Capibaribe e do Açude de Apipucos, o acúmulo de lixo, vegetação e obstrução nos canais. As medidas, se bem sucedidas, permitirão um contato mais direto e saudável entre a população e o rio, gerando uma inte-
ração mais equilibrada entre os dois lados, na qual ambos sejam beneficiados. E, de fato, esta relação se faz necessária. As iniciativas citadas e usadas como exemplo são de grande relevância para promover uma educação ambiental como formas de gerar mudanças de hábitos e atitudes para uma melhor correlação entre homem e natureza; cidadãos e cidades, porém, não podem ser as únicas. Ensinar a cada um, independente da idade, que o conhecimento de que os recursos naturais dos quais necessitamos, em diferentes
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níveis, para sobreviver são limitados é uma das bases para que a consciência sustentável cresça dentro de nós. Unir ações educativas e esclarecedoras a respeito do meio em que vivemos tanto originadas nas escolas e no poder
público quanto familiares, é um caminho que pode ser tomado e que, provavelmente, levará a uma sociedade mais interessada em cuidar de si mesmo, cuidando do meio ambiente à sua volta.
O interesse pela coleta seletiva e reciclagem é muito importante! Porém existem dois outros itens igualmente importantes, neste processo, que são a educação ambiental e a destinação do lixo. Sem que cada elo desta corrente seja previsto e planejado o sucesso do projeto fica comprometido.
SETE PASSOS PARA A COLETA SELETIVA 1º PASSO
Garantir o apoio da direção da escola.
2º PASSO
Formar uma comissão interna (coordenadores, professores, pais e pessoal da limpeza).
R R R R R
E E E E E
P D U C C
ENSAR UZIR TILIZAR ICLAR USAR
Repensar: criar novos hábitos de consumo e descarte de produtos. Comprar apenas o necessário ou reaproveitar produtos indica uma nova maneira de consumir com responsabilidade. Reduzir: Consumir menos e diminuir a quantidade de resíduos gerados. Exemplos: reduzir o desperdício de alimentos; reduzir o uso de descartáveis; imprimir frente e verso. Reutilizar: prolongar a vida útil dos produtos. Exemplos: utilizar garrafa PET para fazer artesanato; utilizar o verso das folhas de papel; reutilizar envelopes. Reciclar: transformar um produto em outro, a partir de modificações físico-químicas. Exemplo: cacos de vidro podem ser reciclados e transformados em uma nova garrafa. Recusar: para completar o ciclo ecológico, prefira produtos de empresas que tenham compromisso socioambiental. Faça sua parte! No dia a dia, por exemplo, troque as sacolas plásticas por bolsas reutilizáveis, para transportar as compras.
3º PASSO
Conhecer os resíduos sólidos gerados na escola.
4º PASSO
Definir quais são as lixeiras necessárias e onde colocá-las.
5º PASSO
Organizar qual será o sistema de coleta seletiva; Faça contato com os catadores existentes. Esta prática tem originado um silencioso e belo movimento de inclusão social. Pois, através do trabalho cooperativado os catadores tiram seus rendimentos e conquistam seu lugar na sociedade.
6º PASSO
Planejar ações de educação ambiental na escola; Envolver a comunidade escolar é essencial para o sucesso do projeto! Sugestões de ações: sensibilizar alunos, treinar equipe de limpeza, agendar um momento para discussão do projeto com os pais.
7º PASSO
Fazer o monitoramento da coleta seletiva.
FIQUE ESPERTO!
Pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes são resíduos especiais, pois contêm substâncias prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. Por isso não devem ser destinados à coleta regular ou à coleta seletiva. Também não vai para a coleta seletiva: Papel vegetal, papel celofane, papel carbono, papel higiênico usado, papel toalha usado, guardanapo de papel usado, papéis sujos ou engordurados, fotografias, fitas adesivas, etiquetas adesivas, papéis plastificados, embalagens de plástico metalizadas (salgadinhos, bolachas, barrinha de cereal), espelhos, vidros de janelas, medicamentos, madeira, isopor, retalhos de tecidos, esponja de louça, bituca de cigarro. Para descartá-los, procure pontos de entrega específicos, que encaminham esses resíduos para tratamento. Fonte: lixo.com.br
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COTIDIANO | Hamilton Werneck
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O RABINO QUE ENSINAVA A LER
Prof. Hamilton Werneck é pedagogo, escritor e palestrante.
“Navegar é preciso, viver não é preciso” Fernando Pessoa. Por alguns anos, refletindo os ensinamentos recebidos no ensino médio, tinha dúvidas sobre a expressão do poeta. Tal seria a necessidade das navegações para Portugal que viver não era o mais importante. Uma luz no caminho me fez ver que, na verdade, o que estava em jogo era a questão da precisão. Navegar exigiria sempre a precisão, daí a importância de excelentes navegantes; viver era uma forma muito mais livre e, por isso mesmo, menos precisa. As escolas primam por desenvolver entre os alunos as análises literais dos textos, procuram desenvolver questões para que os alunos demonstrem tê-los compreendido. Certa feita, uma importante empresa encarregada de elaborar exames vestibulares, usou um texto de Carlos Drummond de Andrade para ser interpretado. À época, um jornalista conseguiu entrevistar o Drummond e espantou-se quando o poeta informou que jamais pensara em responder, como corretas, as opções que estavam informadas no gabarito das provas. Quer dizer que o autor seria reprovado ao responder estas questões. Esta mesma empresa diante de fato tão contundente e quase desmoralizante tomou uma medida para as demais provas: questões de interpretação de texto deveriam estar contidas em escritos de autores já falecidos. Assim, nem no cemitério, os jornalistas conseguiriam uma entrevista. Mas, se fôssemos usar as estratégias de um experiente rabino, teríamos outra visão dos textos porque os rabinos que se prezam fazem
quatro leituras. A primeira é uma análise literal daquilo que foi dito, pshat, em hebraico, típica das usadas pelas nossas escolas. No entanto, o rabino vai mais além. Num segundo passo, ele analisa o interdito, remez, em hebraico, analisando as metáforas que possam existir no texto, extraindo daí maior compreensão. O recôndito ou drash, em hebraico, corresponde a tudo o que vem junto com a reflexão sobre o texto, inclusive as circunstâncias de vida de quem o escreveu, o ambiente e o contexto. Por fim, o rabino, centra-se no sod, em hebraico, segredo o não dito contido no texto e, somente conseguirá retirar dele ensinamentos, se conhecer bem o que este autor analisado já escreveu. Assistindo a uma palestra do falecido amigo Rubem Alves ouvi uma crítica às perguntas típicas de uma prova de língua portuguesa: o que o autor quis dizer? E Rubem afirmava que o autor não quer dizer, o autor diz! Na verdade a ótica de Rubem é diferente deste rabino que faz quatro leituras, a questão é que as provas de língua portuguesa buscam uma interpretação, enquanto a leitura do rabino, diante das quatro situações da leitura e conforme o conhecimento que se tem do autor, permite outras descobertas mais profundas e até escondidas nos textos. Fica o ensinamento de quem se embrenhou nas interpretações do Talmud: é necessário analisar o “dito, o inter-dito, o recôn-dito e o não dito”. Em épocas de tantos textos em provas do ENEM e divulgação dos resultados do IDEB seria muito bom buscar os ensinamentos do rabino que ensinava a ler!
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UM CAMINHO QUE AINDA PRECISA SER PERCORRIDO Diretrizes legais e ações práticas devem atuar juntas na implantação da cultura ambiental no espaço escolar POR Marcela Cintra
Como discutido na reportagem “cidades saudáveis, cidadão saudável” desta edição, a conscientização social para a preservação e recuperação ambiental é indispensável para uma convivência mais equilibrada. Por isso, a inserção da Educação Ambiental, em nível nacional, no plano escolar é urgente e necessária para alcançarmos uma maturidade sustentável consciente. De acordo com o Artigo 2º da Lei Federal nº 9.795/99, “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal”. Ainda segundo a lei, todos têm direito à educação ambiental, incumbindo, ao Poder Público, promovê-la em todos os níveis de ensino, às instituições educativas, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem e, ao Sistema Nacional de Meio Ambiente, – conjunto de órgãos e instituições encarregados da proteção ao meio ambiente nos níveis federal, estadual, distrital e municipal -, promover ações de educação ambiental integrada aos programas de conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente. Considerando, ainda, o Plano Nacional de Educação (PNE), é importante
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mencionar a Política Nacional do Meio Ambiente. Em que esta tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental necessária à vida. Instituída pela Lei Federal nº 6.938/81, que dispõe e institui o Sistema Nacional do Meio Ambiente
Pesquisas mostram que ainda há desencontros entre lei e realidade.
(SISNAMA), essa política “define conceitos básicos, como o de meio ambiente, degradação e poluição, e determina seus objetivos, diretrizes e instrumentos. Trata-se de um conjunto de metas, instrumentos e mecanismos de gestão ambiental que visam reduzir os impactos negativos da ação do homem sobre o meio ambiente no Brasil”. No Estado de Pernambuco, a proteção do meio ambiente é realizada em acordo com a União e municípios. A execução do processo de gestão ambiental do estado se dá por meio de um arranjo institucional, considerando o Sistema Estadual de Meio Ambiente, que envolve a participação de órgãos nas esferas federal e municipal, responsáveis pela execução da Política Nacional de Meio Ambiente. Dentre estes órgãos, vale a pena mencionar a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que se destaca pela realização de projetos na área de Educação Ambiental. A agência usa a lógica do "prevenir é melhor do que remediar", divulgando materiais educativos e dando palestras e seminários em escolas e empresas. Em escolas, a equipe costuma apresentar peças didáticas, abordando temas como águas e florestas. Já no Rio Grande do Norte, as discussões, planejamentos e execução de planos, programas e projetos de
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Educação Ambiental são feitos pela Subcoordenadoria de Planejamento e Educação Ambiental (SPEA) - setor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), em parceria com instituições governamentais, universidades e sociedade civil. Um dos principais programas desenvolvidos pelo Governo do Estado chama-se "Barco Escola Chama-Maré", um projeto voltado para ações de educação ambiental no estuário do rio Potengi. A ideia é proporcionar a estudantes e professores da rede pública e privada de Natal e do interior do Estado uma estrutura flutuante que funcione como espaço
pedagógico de educação ambiental. Porém, os exemplos citados, infelizmente, não representam uma realidade em todo o país. Apesar da existência de leis que deveriam garantir a implantação de planos de educação ambiental, muitas esferas e locais ainda não as praticam. Pesquisas mostram que ainda há desencontros entre lei e realidade. Em algumas situações a Educação Ambiental não é desenvolvida como deveria, pois esta é praticada como projeto especial, extracurricular, descontextualizado e desarticulado, ao contrário do que diz a lei. E ainda não há, na totalidade do Brasil, a execução de um plano organizado e padronizado
que inclua, nas grades curriculares do ensino, a Educação Ambiental de modo pleno e continuado. A implantação de uma Educação Ambiental no ambiente escolar é essencial para sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente e as demais espécies que habitam o planeta. Para conscientizá-lo de que a natureza não é fonte inesgotável de recursos e, por isso, suas reservas devem ser utilizadas de maneira racional. E é aí que entra a necessidade de instruir e capacitar profissionais da educação para que possam exercer seus papéis de educadores com maestria.
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DIREITOS HUMANOS
MURAL MURA DA E E EDUCAÇÃO AMBIEN TAL
Na busca por um proces so de humanização na educação, o município de Santa Cruz da Baixa Verde, no sertão pernamb ucano, trouxe para o debate escolar o direito humano ao ambiente salubre, com destaque par a a importância dos processos educativos e a reeducação das relações humanas com a natureza . Para a abertura do ano let ivo 2015, o tema “O pensar local e o agir glo bal: onde nos encontramos?” foi escolhido com o objetivo de emancipar os sentidos de educadore s e estudantes para a descoberta da realidade na busca por um mundo possível, em um processo onde todos e todas se comprometam com o mundo. Nos debates realizados, um destaq ue especial para a Educação Ambiental, que tem como ideia
central o pensar de forma sustentável, que visa deixar às gerações futura s um ambiente melhor ou igual ao que recebemo s da geração passada. Para atingir os objetivos estabelecidos, o tema transversal “Educação Ambiental: currículo e transversalidade”, possibil itou o estudo sobre a implementação das Di retrizes Nacionais para Educação Ambiental na Educação Básica.
BATE
EDUCAÇÃO EM DE
do Egito, triota, em São José A Escola Naná Pa contro En ambuco, sediou o no Sertão de Pern rceira te A educação 2015. pela dos profissionais da da za a pedagógica reali ício edição da jornad in u de ação do Município as m Secretaria de Educ te a nt cada edição aprese to en ao ano letivo e a ev do l o, o tema centra tin inovadores. Este an an ar G omum Nacional – o do “Base Curricular C an ns aprendizagem e pe do os direitos da rspectiva ão básica em uma pe currículo da educaç ofessores pr os mais de 400 local” – empolgou ao longo os ete novos projet participantes e prom . do período escolar
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AÇÃO EDUCAÇÃO PRÊMIO PROFESSORES DO BRA
SIL
O pernambucano Jayse Antônio Ferr eira foi escolhido como o melhor docente do Brasil na
SEMINÁRIO
categoria ensino médio no 8º Prêm io Professores do Brasil. O professor coordenou o projeto “Eu Sou uma Obra de Arte: Etnias do Mundo”, desenvolvido este ano na Escola de Referência em Ensino Médio Frei Orlando, que fica em Itambé, a 76 quilômetros do Recife. Publicamos na edição nº8 da revista Acene matéria sobre a iniciativa, que resgatou a autoestima de alunos a partir da arte. O prêmio reconhece e valoriza inic iativas de professores da educação básica púb lica. Nesta edição, foram apresentados 6.808 proj etos, de mais de 2 mil municípios. Parabéns Professor!
MENTO
E PLANEJA
e transo processo d n a ad iz an m a equipe Educação hu escolhido pel a m te o i fo al na Zona formação soci de Q uipapá, o çã ca u d E e d do ano da Secretaria ara a abertura p , co u b am n er o grupo da Mata de P io, que reuniu ár in m se O . 5 ara uma letivo de 201 município p o d s re o ss entos fe de 350 pro o dos planejam rn to em e at eb ização e jornada de d de confratern to en om m m coletivo de escolar, foi u o momento d a ei id A educação aprendizado. ção de uma ru st n co a n a pessoas estudos ajud ana entre as m u h e te en ar o mundo. mais transpar ar a transform d u aj em d o p que
Foto: Jéfte Amorim / Dialógica Comunicação
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VIVÊNCIAS EDUCACIONAIS | Iraquitan Ribeiro
EDUCAÇÃO E PSICANÁLISE PREVENTIVA: DIMENSÕES ESQUECIDAS? A ansiedade é um processo natural do ser humano que, atualmente, tem grandes chances de desencadear uma ansiedade mórbida, caracterizada como exógena ou endógena. Processo que, por sua vez, pode se transformar em neurose de angustia, apresentado de diversas maneiras: angustia de importância, de escravidão ou de aniquilamento. É importante frisar que a própria noção de liberdade deixa o indivíduo angustiado, pois seu nível de responsabilidade é intrínseco na relação ética com o outro. E essa é uma dimensão que a escola esquece de trabalhar na formação do sujeito: o “ser livre”. Na análise dos tipos de angústia, tem-se na angustia de importância, a noção de que o ego não apenas quer estar no mundo, mas também que ser visto, como na histeria. Enquanto que na angústia de escravidão, o ser está na dependência do outro, como ocorre na neurose obsessiva, na qual o indivíduo se vê vigiado e aprisionado para a realização de seus desejos. Assim enquanto no primeiro mecanismo o indivíduo quer ser visto, no segundo o indivíduo se esconde. Nesses casos, ainda existem as questões sobre o desejo e a vontade, mas que falaremos num próximo artigo. E finalmente, na angustia de aniquilamento, o indivíduo se vê despedaçado, fragmentado em sua identidade imediata, ou seja, perdido em seu ponto de ancoragem. Fato que não deve ser confundido com a pulsão de morte, nem com a morte propriamente dita. O que está em vista é uma espécie de perda de si mesmo, o que o leva a questionar a própria experiência do viver. Será que essas dimensões fazem parte do processo educativo? Ou nós continuamos como sujeito do suposto saber? Esses conceitos ganham importância para que segundo, Boltonier (1997), possamos distinguir as angustias normais das angustias neuróticas e psicóticas. O continuo de processo da ansiedade mórbida pode ainda levar ao medo e a síndrome do pânico. Ou ainda a momentos desesperadores onde as pessoas em crises existenciais desconhecem a si e os outros, e que em dado momento se perguntam por que agiram de maneira incoerente com o esperado. Dito isto, em conformidade com Boltonier (1997), essas crises podem ser desencadeadas por conflitos como: carência de administrar o abandono; desamparo de separação conjugal; abandono da criança pelos pais; afastamento do objeto amado; situações de conflitos no ambiente de trabalho; situações exógenas como o medo de estar perdido na rua, o medo de ser assaltado, a insegurança de forma generalizada, o medo da morte ou que alguma coisa ruim possa acontecer. Também por motivos endógenos tais quais: perda do autocontrole; medo de estar ficando louco, medo de morrer; dentre outros. 20
Esses fenômenos, não só no Brasil, mas em todo o mundo são desencadeados por situações, por exemplo, em que há envolvimento com drogas, acidentes de automóveis, destruições provocadas por catástrofes naturais, violência urbana e doméstica, e outras situações extremas de estresse. Nesses casos os momentos ficam registrados na memória provocando angústias de repetição sempre que o estimulo for acionado. Assim, as diversas formas de crises de ansiedade típicas do mundo atual - e caracterizadas por “estados ansiosos” podem ainda ser compreendidas e entendidas como grandes e pequenas ansiedades. Se com a pequena ansiedade aprendemos a conviver normalmente, com a grande ansiedade tememos perder o autocontrole. Se partirmos desses pressupostos, podemos dizer que esses estados são capazes de desencadear seja nas instituições de trabalho, na família, ou na escola, conflitos existências, deixando assim um clima onde essas instituições passam a influenciar umas às outras, tornando-as patológicas. E é nesse sentido que um trabalho psicanalítico preventivo, tomando por base a psicanálise em extensão, parte do princípio que a psicanálise preventiva pode contribuir para o reconhecimento dos diversos tipos de neuroses, perversões e psicoses. E que nos momentos de crise qualquer tentativa de comunicação sem esses conhecimentos está fadada ao fracasso. Dessa maneira, a psicanálise preventiva na formação continuada possibilita o autoconhecimento e controle de si, evitando ações desesperadas. Tais ações, se conduzidas de modo incorreto, levam ao aumento da pequena ansiedade, gerando, assim, a grande ansiedade. Vale ainda ressaltar que o indivíduo angustiado sente como se algo indesejável estivesse para acontecer, enquanto no pânico ele é engolido pela situação. Por fim, a frequência desse fenômeno acompanhado por mecanismos de defesa principalmente pela despersonalização e/ou desrealização ou mesmo figuração, promovem transtornos mentais não apenas prejudicando o indivíduo, mas, sobretudo o ambiente de trabalho e familiar. Portanto, no mundo de hoje, torna-se emergente que as instituições aprendam a acolher as pessoas com momentos de sublimação. Além disso, é essencial a adoção de grupos de estudos para esclarecimentos de dimensões esquecidas durante a formação profissional, tais como acolhimento, inovação, espiritualidade, imaginação e alteridade. Extensões que podem contribuir para uma consciência social fundamentada pelo princípio do comprometimento por uma educação, objetivando uma melhor qualidade de vida.
Iraquitan José Ribeiro é especialista em metodologia do Ensino Superior, Mestre no Ensino das Ciências e Doutor em Psicanálise iraquitan.j@hotmail.com
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MERCADOS PÚBLICOS: A IMPORTÂNCIA DE PRESERVAR E APRENDER SOBRE A NOSSA HISTÓRIA Com mudanças ao longo da história, os mercados guardam memórias e características de outras épocas que precisam ser preservadas, valorizadas e vividas POR Marcela Cintra
Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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Toda cidade que se preze, tem ao menos um mercado público. Conhecê-los, desde criança, é de extrema importância para a construção de uma identidade cultural de um povo. Apesar das mudanças socioeconômicas pelas quais esses espaços passaram ao longo da história, eles ainda guardam resquícios e características de outras épocas que precisam ser preservados, valorizados e vividos pelos cidadãos e poder público. “É de suma importância a preservação dos espaços públicos por conta do valor histórico deles. São lugares de memória, de várias gerações”, ressalta o professor de Antropologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Antônio Motta. Ainda segundo ele, a preservação destes patrimônios, imaterial e material, é fundamental, já que estes lugares ainda conservam um pouco do saber popular de tempos passados. “[O mercado] É verdadeiro museu a céu aberto”, explica o professor. Passeios pedagógicos que tenham os mercados como destino podem fazer com que os alunos aprendam as rotas dos cheiros, sabores e sons. No Recife, são pelo menos sete opções para visitas: o de São José, o da Boa Vista, o da Encruzilhada, o de Boa Viagem, o da Madalena, o de Casa Amarela e o do Cordeiro. Em Olinda, dois: o da Ribeira e o Eufrásio Barbosa, que atualmente está desativado. Cada um deles tem a sua própria identidade cultural. Em um, predomina a culinária local, já em outro, o artesanato pode ser o carro chefe. Um deles é exemplo ideal para ilustrar a relevância desses estabelecimentos: o de São José, localizado na Zona Central do Recife. São aproximadamente 140 anos de história, guardadas em um só lugar. Em Pernambuco, é o maior, com 542 boxes, que comercializam desde peças de artesanato local, até carnes e peixes frescos, oferecidos de maneira criativa pelos seus vendedores. É um mercado completo. Destino perfeito para apresentar aos estudantes um pouco dos costumes e cultura de outras épocas, o edifício foi tombado e reconhecido pelo Instituto 22
Sempre sorridente, o comerciante José Rubem Araújo Falcão trabalha no Mercado há 55 anos
Os mercados fazem parte da história econômica, social, cultural e arquitetônica de uma cidade e de um povo Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1973, como patrimônio da cultura brasileira, por manter sua estrutura de ferro preservada. Sua importância para a cidade do Recife é tão grande que, após ter um de seus pavilhões atingidos por um incêndio no ano de 1989, foi reconstruído e restaurado como uma réplica bastante similar à original, a fim de manter sua identidade preservada. Entre os produtos vendidos, estão itens que remetem a diferentes culturas: a sertaneja, como chapéus e sandálias de couro; a afrodescendente, representada por itens da religião do candomblé; e, a indígena, como cocares, arco e flecha e colares. História e cultura de Pernambuco em forma de objetos, ainda desvalorizados por muitos. Em um passeio pelo Mercado com um pouco de imaginação já se pode imaginar como o antigo comércio funcionava. Seu José Rubem de Araújo Falcão, vice-presidente da Associação dos Locatários do Mercado, é um apaixonado pelo São José. O comerciante, de 69 anos, trabalha no mercado de São José há 55 anos e fala com grande entusiasmo sobre isso. A admiração e amor pelo local não estão apenas nas palavras ditas, mas, na entonação falada. Não conversa apenas sobre o presente do São José, mas sobre seu passado e futuro. Mas, além de conhecer, principalmente, o valoriza verdadeiramente. “Isso [o mercado público] é um pedaço de história que não pode se apagar”, afirma. Não faz pausa e se mostra insatisfeito com a falta de providências que deveriam ser tomadas pelo poder público para revitalizar o local: “fazer mais propagandas, trazer mais estudantes para conhecer isso aqui”. Seu Rubem, no final da conversa, ainda faz questão de dizer que o Mercado de São José é um pedaço de sua vida, pois é de onde tirou o sustento para a família, fez amigos e frequenta o local durante todos esses anos. É, praticamente, sua segunda casa. PELO BRASIL - E não é só Fotos: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
Pernambuco que é bem servido desses espaços. Praticamente todo o Brasil ainda guarda, em algumas de suas ruas, bairros e cidades, estabelecimentos deste tipo. Na região Nordeste, por exemplo, o Mercado Modelo, em Salvador, na Bahia, também é destaque. Com pouco mais de cem anos, hoje é um dos maiores locais de comércio de
artesanato e produtos típicos do estado. Já em Alagoas, o Mercado Público da Produção, um dos mais tradicionais de Maceió, se destaca pela extensa variedade de produtos hortifrutigranjeiros. Em São Paulo, vale a pena citar o famoso Mercado Municipal, ponto de encontro entre os paulistas e um dos cartões-postais da cidade. Em Minas
Detalhes da arquitetura do Mercado de São José
Quadros de artistas locais e outros produtos à venda nos corredores do Mercado de São José
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o Brasil é repleto de lugares que contam a história da sociedade Gerais, o Mercado Central de Belo Horizonte concentra hoje uma mistura de religiosidade, cultura popular, tradição e contemporaneidade. O que não falta é opção. Dos interiores do país às capitais, o Brasil é repleto de lugares que contam a história de uma sociedade. Levar estudantes, desde cedo, a esses locais é uma forma importante para que eles possam usufruir de uma “educação patrimonial”, lembra o professor Motta. E essas são algumas das razões pelas quais os mercados públicos são tão importantes. Eles fazem parte da história econômica, social, cultural e arquitetônica de uma cidade e de um povo. Resgatar memórias, vivenciar o momento atual e cuidar destes estabelecimentos para que, no futuro, possam ser vistos como alicerces do passado, são passos fundamentais para a manutenção desses espaços. É fazer a história no agora. Introduzir os mercados nas ações educacionais das escolas deveria ser uma prioridade, antes que esses locais percam completamente a identidade. Afinal de contas, já diz Seu Rubem: “se você não conhece seu passado, não pode projetar seu futuro”.
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Vista aérea do Mercado Modelo, na área central de Salvador, capital baiana
Fachada do Mercado Municipal Paulistano, o famoso mercado público da cidade de São Paulo
O Mercado Central de Belo Horizonte, em Minas Gerais, está no roteiro turístico da cidade
Foto: Antônio Júnor | Dornicke | Andrevruas
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TEMPESTADE DE IDEIAS Nesta edição o Tempestade de Ideias visita o Mercado de São José, numa rota de sabores, cheiros e sons que contribuíram para a formação da identidade cultural do povo pernambucano. Nas próximas páginas sugerimos uma série de atividades relacionadas aos conteúdos de ciências, língua portuguesa, matemática, história, arte e geografia. Vamos visitar o mercado? Organize uma visita ao Mercado de São José, monumento de identidade cultural do povo pernambucano.
Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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COMPON
ARGUMENTAÇÃO No Mercado de
PROCEDIMENTOS
São José encontramos parte da identidade do povo pernambucano. Seus hábitos,
APLICAÇÃO
costumes e sua cultura. O comércio intenso e a diversidade e o
LINGUA PORTUGUESA
MATEMÁTICA
No espaço de tanta circulação de
Sendo o mercado um espaço de compra
pessoas para compras e vendas, comece
e venda podemos iniciar com uma
chamando a atenção para a linguagem
conversa sobre as formas utilizadas
utilizada pelos comerciantes na forma de
pelos comerciantes para efetuar rapida-
anunciar seus produtos e atrair atenção
mente as operações matemáticas e os
dos clientes.
recursos utilizados pelos mesmos para
Importante solicitar que os estudantes
calcular o valor das compras , troco e
observem os cartazes dos boxes e os
percentuais de desconto.
folhetos de cordel.
encanto de sua gente é revelado em cada boxe de cada pavilhão.
- Confecção de cartazes publicitários;
- Aritmética das frutas;
Nos 3. 541 metros
- Confecção de cordel;
- Podemos desenvolver Atividades que:
quadrados encon-
- Produção textual relatando a visita ao
envolvem relação de peso e de quanti-
tram-se desde a
mercado;
dade;
venda de carnes,
- Elaboração de uma lista de compras;
- Identificar as figuras geométricas nas
peixes e crustá-
- Realização de entrevistas com comer-
embalagens;
ceos, frutas,
ciantes;
- Observar numeração dos códigos de
verduras e legu-
ATIVIDADES
barras;
mes, comidas
- Situação problema envolvendo as
típicas, além do
quatro operações;
melhor do arte-
- Sistema monetário;
sanato regional ,
- Juros e porcentagem.
folhetos e cordel, ervas medicinais e artigos de cultos afro-brasileiros.
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Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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NENTE CURRICULAR CIÊNCIAS
HISTÓRIA / ARTE
GEOGRAFIA
A venda de alimentos na forma crua ou
O projeto arquitetônico sendo um raro
Podemos começar falando do processo
cozida será a ponte para iniciar uma boa
exemplo da arquitetura de ferro e que o
de urbanização do recife iniciado com os
campanha de conscientização e conhe-
transformou em monumento nacional e
holandeses, período marcante com
cimento sobre regras de conservação de
patrimônio cultural do Brasil, além da
várias construções como a do Teatro
alimentos, prazos de validade e os riscos
sua história ter como registro um perío-
Santa Isabel. No século XIX a construção
a saúde em casos de descumprimento
do onde entre outros artistas cantadores
do Mercado de São José modifica a
dações de higiene e conservação.
e emboladores lá se apresentavam, dá ao
paisagem onde antes funcionava o Largo
professor de história um leque rico da
da Ribeira que era um importante centro
história e cultura a ser estudado.
comercial da época.
- Pesquisa sobre a conservação dos
- Resgate da história dos mercados –
- Mapeamento do processo de
alimentos;
história em quadrinhos;
urbanização do Recife e o trajeto
- Uso das ervas medicinais;
- Arquitetura - composição plástica da
do material (ferro) utilizado pelos
- Origem e utilização das especiarias da
arquitetura do mercado;
engenheiros na construção do
comida regional.
- Mudanças e permanências ( Praça
mercado.
Dom Vital o Convento São Felix ); - Movimento da sociedade da época para urbanizar aquela área. - Resgate da história oral e memória através das entrevistas e em livros; - Painel de fotografia com a arte do artesanato regional, dos instrumentos musicais encontrados no mercado; - Musicalidade local cartazes com os grandes nomes de cantadores e emboladores que se apresentavam no mercado.
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Fotos: Eduardo Cunha / Curinga ComuniquĂŞ
PROFESSARE | Edson Silva
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EXTRA, EXTRA!
Saiu na revista, vai ser publicado nos jornais, alguém resolveu que é para ser divulgado na televisão; vão postar nas redes de internet, e dizem até que não há quem não saiba ali nos arredores da escola. Querem até que se torne lei essas novidades! Pois, a partir deste ano, todas as aulas serão iniciadas e concluídas com sorrisos, fortes abraços e com música; professores e estudantes aprenderão sobre a vida, as experiências e os sentimentos uns com os outros mais que em qualquer compêndio científico com suas letras e imagens que muitas vezes não dizem muito sobre o mundo. A escola será reconhecida como o principal lugar onde se vivencia a gentileza. Ali, as saudações não mais serão formais, de tão sinceras e verdadeiras; haverá preocupação com a ordem e a limpeza de todos os espaços, porque ninguém deve ser responsável pela falta de boas maneiras de outros, e educadores e educandos se reconhecerão como homens e mulheres cordiais. Neste ano que se inicia, os sonhos também farão parte do currículo escolar e será mais fácil saber que uma criança terá um grande futuro através da força com a qual ela expressar seus sentimentos e pela orientação cuidadosa e carinhosa que ela terá, a fim de conseguir tocar
as estrelas. Finalmente a escola será um lugar para todos: uma extensão da casa das mães que lá estarão para ajudarem a servir e acariciar os filhos e os estudantes; um momento de lazer para os pais que marcarão em suas agendas os dias em que irão para a sala de aula ensinar a juventude sobre as aventuras da profissão que exercem; o ambiente perfeito para se encontrar durante todos os dias do ano as crianças, os jovens, os amigos e as famílias. Há de ser natural que os comerciantes locais queiram investir nos projeto da juventude e se sintam honrados por juntarem ao seu nome o nome da escola da cidade. O ano em que as crianças adentrarão as casas de repouso e contarão estórias aos mais experientes e aprenderão a respeitá-los e a ouvir as histórias de quem viveu mais e, portanto, muito mais tem para ensinar. E os professores finalmente saberão que é muito simples educar lá dentro da escola e que muito mais sábios e mestres poderão ser a partir do exemplo e da dignidade mostrados fora dos muros escolares. Até o erro finalmente será apreciado, pois a partir dele se aprende, se levanta, se caminha e, assim, se formam melhores educadores, melhores professores, melhores gestores, melhores estudantes, melhores filhos, melhores pais. Boas notícias que logo vão se espalhar, de pessoa a pessoa, de escola a escola, de a cidade a cidade, transformando tudo. E muitas outras realizações acontecerão neste período. E serão duradouras, mesmo que a maioria delas não seja sequer comentada, apenas reconhecida no olhar de quem participou e de quem compreendeu que a escola é bem mais que um lugar, pois indica o horizonte e renova todas as coisas dessa vida.
Edson Silva da Rede Estadual de ensino; escritor; formador e palestrante. edson@revistaacene.com.br
#EuVivoMinhaEscola.
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A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTÓRIAS PARA A FORMAÇÃO DE JOVENS LEITORES Atividade também é fundamental para desenvolver a imaginação e habilidades socioemocionais Com uma mistura de sentimentos, algo indecifrável, mas que está entre a alegria, a ansiedade e o medo do desconhecido as crianças descobrem a contação de histórias. Alguns minutos após o início do espetáculo e tudo se transforma em diversão e aprendizado. Alguns pequenos ainda não sabem ler, mas já estão fascinados pelo mundo dos livros, outros, quase adolescentes, entram no grande mundo da leitura e deixam se perder entre uma história nova e o livro preferido. E como canta Vera Nóbrega, contadora de histórias da Cia Quantos Contos e idealizadora do projeto “A arca dos livros”, “o livro não tem cabeça, não tem mão, nem boca pra falar. Mas ele encanta a gente, com histórias pra contar”.
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A contadora de histórias Vera Nóbrega em momento de diversão e aprendizado
Foto: divulgação
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Contadoras de histórias do Grupo Pranayama criam espetáculos com músicas
No imaginário tanto das crianças, quanto dos adultos, o ato de contar histórias é uma antiga atividade cotidiana da cultura de inúmeros povos, que mesmo antes da escrita utilizavam a oralidade para transmitir conhecimento e até mesmo proporcionar diversão. Atualmente, os espetáculos em torno do contar histórias são diversificados e procuram estimular as crianças e os jovens para uma maior aproximação com a leitura. E, de maneira unânime, os contadores de histórias acreditam que a descoberta do prazer em ler pode começar no momento em que a criança escuta uma narrativa. Começar a historia com o clássico “Era uma vez” atrai os olhares das crianças, mas apostar nas inúmeras possibilidades da narração pode envolver o espectador – desde a primeira infância até o público infanto-juvenil. Para a contadora de histórias Denise Cruz, do grupo Pranayama, tudo é válido para chamar a atenção dos espectadores, mas escolher o instrumento usado “depende da história que será contada”, explica. Para interpretar “O brocado de seda”, que são contos populares chineses, Denise aposta na música para enriquecer a cena. “Criamos uma música que é repetida em vários momentos da narração e essa foi uma experiência muito boa porque a criança entra na história e participa”, avalia. Mas nada é regra no momento de contar histórias e às vezes, acredita a pedagoga Vera Lúcia Mota - que conta histórias há 10 anos – “vestir uma fantasia relacionada Foto: divulgação
A narrativa oral desconecta a criança da velocidade e da facilidade das mídias eletrônicas ao tema, usar fantoches ou apresentar histórias a partir do próprio livro são suficientes para envolver a plateia”. O universo do imaginário na narração de histórias também é repleto de possibilidades literárias. Poesias, fábulas, lendas, cantigas, livros infantis, conto de fadas ou músicas, nas mãos de Carol Levy, contadora e cantadora de histórias, tudo vira uma inesquecível história. “Sou uma contadora de histórias que utilizo vários recursos midiáticos. Mas posso garantir, pois também já contei histórias sem nenhum recurso, que apenas uma boa história contada por um bom contador leva a criança a castelos mal assombra-
dos, jardins mirabolantes, príncipes, princesas ou para qualquer lugar que a história o levar”, revela. Apaixonada pela literatura infantil, Carol acredita que a narrativa oral desconecta a criança da velocidade e da facilidade das mídias eletrônicas e a transporta para um mundo mágico. ESCOLA E FAMÍLIA – A participação de pais e professores, seja como contadores de histórias, seja como incentivadores da leitura, é fundamental para o desenvolvimento do hábito de leitura na infância. Pois, no mesmo momento em que diverte, a história pode ajudar a criança a falar dos seus medos ou conflitos, além de esclarecer e ensinar. Como explica professora Ester Calland de Sousa Rosa, do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a contação de histórias não é apenas associada à decodificação das letras, mas especialmente à construção de significados. “É importante que a criança possa ser envolvida nessas situações de narrativas para perceber, nesses momentos de entretenimento e aprendizado, que os fatos e as coisas têm nexos e conexões”, ilustra. Por isso, a escola deve se apropriar dessas histórias e investir em atividades que, além de estimularem a leitura, ajudem o aluno a desenvolver novas habilidades socioemocionais. Em casa, o resgate do lúdico deve ser feito pelos pais no cotidiano, e contar histórias é a melhor maneira de participar e, até mesmo, entender o imaginário da criança. DIGITAL – Contar histórias não significa, necessariamente, abdicar dos benefícios do mundo digital. Pois é na internet que muitos pais e professores encontram ferramentas que facilitam a realização de atividades que envolvam a narração de histórias. Usar o computador, o tablet ou mesmo o celular como ferramentas de apoio para provocar interação entre os alunos e a história pode ser uma boa ideia, mas a professora Ester Rosa lembra que, apesar de indicado, o uso de 31
SALA DE AULA
Fantasiada de jardim das borboletas, a pedagoga Vera envolve a plateia enquanto conta histórias
tecnologias e o livro impresso são suportes educacionais distintos e devem ser usados da maneira correta. “Uma mídia não pode substituir a outra. Numa situação de leitura coletiva, por exemplo, é importante que as crianças tenham acesso ao livro, pois é também uma experiência sensorial. As crianças têm o direito do acesso ao livro para a construção de um repertório de leitura”, avalia a docente. REGIONALISMO – Resgatar a cultura local e, a partir desses instrumentos, contar histórias é também uma maneira de integrar, ensinar e incentivar à leitura. O folclore, a literatura de
cordel e os ritmos musicais regionais são ótimas ferramentas para explorar o imaginário infantil com histórias muitas vezes desconhecidas pelo grande público. E foi a partir desse regionalismo que quatro pernambucanas, apaixonadas por poesia e arte, se uniram para criar o Cordelândia, e saíram pelo mundo cantando e contando as histórias do Saci-Pererê, da barata voadora, do sapo cururu, do alecrim dourado e tantas outras. Tudo isso ao som dos ritmos locais: forró, frevo, maracatu, ciranda e afoxé. Com o objetivo de criar a sonoridade das músicas e atrair ainda mais os
olhares e os ouvidos do jovem público, o cordel é utilizado, difundido e cantado nos shows. “As crianças assimilam muito bem a contação de historias através do cordel. E muitas vezes após as apresentações fazem questionamentos interessante”, garante Joannah Mendonça, vocalista do grupo infantil. O uso de temas da história social do Brasil também serve como artifício para os contadores, pois as influências africanas e europeias na cultura local são mais que fontes de inspiração, pois são canções repletas de história que contadas e cantadas facilitam o aprendizado do jovem público.
Aprenda alguns truques para contar histórias • Escolha a história - de acordo com a faixa etária e o interesse da criança - e conheça a temática; • Organize material de apoio como instrumentos musicais, fantoches, máscaras ou fantasias; • Use frases de efeitos, como o famoso “Era uma vez...” ou faça perguntas para as crianças; • Seja narrador e personagem, assim a criança será levada para dentro da história; • Caso esqueça uma parte da história, não fique nervoso(a) e aproveite para improvisar; • Evite vícios de linguagem e não fuja de palavras difíceis;
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• Crie o hábito de contar histórias, mas evite o mesmo horário e local. Escolher o momento ideal é essencial para o envolvimento da criança; • Na escola, as histórias não devem ser contadas apenas dentro da sala de aula. Espaços abertos e áreas verdes são boas opções, mas é bom ficar atento ao conforto da criança. Em casa o momento de contar ou até mesmo ler histórias não precisa se resumir a hora de dormir, pois explorar outros horários e espaços cria momentos de diversão para a família; • Estimule o debate sobre a história contada, se possível o relacione com algo da vida real.
Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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Como incentivar a leitura nas diferentes etapas da Educação Básica
Para inspirar...
EDUCAÇÃO INFANTIL
Na primeira infância, de 0 a 3 anos, os pais podem usar livros em diversos momentos, na hora do banho e da alimentação, por exemplo. Enquanto que no ambiente escolar as rodas de leitura em voz alta e a contação de histórias devem fazer parte do cotidiano.
ENSINO FUNDAMENTAL I
O desafio é levar a leitura para além da alfabetização. Nessa fase da vida é que se desenvolve e consolida a fluência na língua portuguesa e a compreensão do conteúdo. Pais e educadores passam a ter a missão de continuar estimulando a leitura e a autonomia das crianças. Ler em voz alta também é um excelente exercício nessa fase escolar.
ENSINO FUNDAMENTAL II
Quem chega aos Anos Finais do Ensino Fundamental com boa prática de leitura estará mais preparado para utilizar os princípios da sintaxe e da regência verbal. É bom aproveitar a adolescência e o interesse por livros best-sellers e tentar introduzir também clássicos da leitura, com mais qualidade, profundidade e maior grau de dificuldade.
O site dominiopublico.gov.br disponibiliza uma lista de livros infanto-juvenis que estão sob domínio público ou possuem a licença do autor para uso gratuito. Você conhece os autores dos clássicos da literatura infantil brasileira? • • • • • • • • • • •
Reinações de Narizinho – Monteiro Lobato Chapeuzinho Amarelo – Chico Buarque A Arca de Noé – Vinícius de Moraes Marcelo, Marmelo, Martelo - Ruth Rocha A Bruxinha Atrapalhada - Eva Furnari O Fantástico Mistério da Feiurinha – Pedro Bandeira Pluft, o Fantasminha - Maria Clara Machado A Vida íntima de Laura – Clarice Lispector Ou Isto ou Aquilo – Cecília Meireles O Menino Mágico – Rachel de Queiroz O Menino Maluquinho – Ziraldo
Para contar histórias
ENSINO MÉDIO
Sugerir a leitura de clássicos nacionais e internacionais – exigidos nos vestibulares - pode não ser suficiente para atrair a atenção de jovens leitores, mas se o tema for contextualizado com a realidade atual e debatido em sala de aula é provável que os alunos se interessem pela leitura.
SETE HISTORIAS PARA CONTAR Autora: Adriana Falcão Ilustradora: Ana Terra Editora: Salamandra Ano: 2013 Preço médio: R$ 35,00
HISTORIAS AFRICANAS PARA CONTAR E RECONTAR - Ensino Fundamental I Autor: Rogério Andrade Editora: Editora do Brasil Ano: 2001 Preço médio: R$ 33,00 33
SALA DE AULA
OBRAS LITERÁRIAS NA SALA DE AULA Gênero recorrente em jornais e revistas, resenhas literárias também podem contribuir para a formação de leitores POR Tiago Eloy Zaidan
Por volta de 1860, o jornal Atualidade, do Rio de Janeiro, publicou uma crítica literária que versava sobre a obra Sátiras, epigramas e outras poesias, do padre Correia de Almeida (1820-1905), crítico devotado do autoritarismo da república nascente. O texto analítico era de ninguém menos que Bernardo Guimarães (1825-1884), conhecido pelo livro “A escrava Isaura”. A polidez passou longe. Segundo Cláudia Nina, em Literatura nos jornais: a crítica literária dos rodapés às resenhas, Guimarães escreveu: “Se a vulgaridade da ideia, a sordidez do pensamento, se a trivialidade dos conceitos, a insipidez e a dissonância do verso fossem os grandes dotes do cultor das musas, o Sr. Padre Correia seria o maior poeta do mundo”. Pelo que se depreende deste episódio, a história da crítica literária brasileira é mais apimentada do que supõe o apressado. As resenhas literárias – em geral classificadas como um dos gêneros opinativos do texto jornalístico – podem ser pertinentes como instru-
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mento de leitura. A depender de seu objetivo, e de como está escrita, uma resenha pode despertar a curiosidade necessária para conquistar um novo leitor. Os novos autores são especialmente conscientes do quanto a publicação de uma resenha nos meios de comunicação tem cacife para fazer decolar as vendas de um livro. Isso porque muitas das informações e ideias que chegam até nós dependem do fluxo que a mídia controla, seja por meio de um jornal, blog ou outro veículo. Sem espaço na mídia, uma grande quantidade de títulos é lançada periodicamente sem que os leitores em potencial sequer tomem conhecimento. PARTICULARIDADES - Vale frisar que resenha não se confunde com resumo. Além de uma bem-vinda sinopse da obra tratada, em geral a resenha conta com uma apreciação crítica, uma angulação própria de quem a escreveu. O caráter opinativo, aliás, ajuda a distinguir uma resenha de uma notícia – gênero jornalístico eminentemente informativo –, ao passo em que a
aproxima, de certa forma, de um texto dissertativo-argumentativo. Contudo, para quem escreve, uma resenha pode ter um caráter menos sisudo que um texto dissertativo. Para o professor de Língua Portuguesa e Literatura do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Ari Denisson da Silva, o texto dissertativo, por geralmente ser solicitado no bojo de uma avaliação, é menos maleável. “[A dissertação] pede regras bastante específicas para que possa encaixar-se numa tabela de competências a serem observadas da maneira mais geral possível, a fim de mensurar a proficiência do autor de modo razoavelmente justo”. Enquanto isso, “a resenha literária também precisará observar regras de estilo, mas estas, a depender do veículo onde for publicada — periódicos acadêmicos, revistas, jornais, portais de notícias — podem ser flexibilizadas até certo ponto”. Apesar de ser figura carimbada no jornalismo, a resenha é perfeitamente cabível em sala de aula. Ari Denisson sugere a apreciação de resenhas conjugada à leitura das obras propriamente
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Projeto Didático
ditas. Os alunos, após a leitura do texto literário original, poderiam ser incentivados a analisá-lo, como faria um crítico. “A partir daí, o professor poderia trazer as resenhas como uma maneira de demonstrar como um crítico profissional ou um jornalista lê aquele texto, observando os aspectos que ele mais valoriza e as linhas de pensamento que ele segue”, recomenda Denisson.
Este exercício não apenas contribuiria para a imersão dos leitores nas obras, como, ainda, treinaria os alunos para um consumo crítico dos textos jornalísticos. Ao ler uma resenha, após ter realizado sua própria leitura do texto resenhado, o aluno irá se defrontar com a visão do jornalista, a qual, não necessariamente corresponde a sua própria visão.
Os alunos também podem ser convidados a confeccionarem as suas próprias resenhas. Sem querelas pessoais com os autores dos textos literários, as análises dos professores, espera-se, estarão menos revestidas de passionalidade que a crítica de Bernardo Guimarães ao desafeto padre Correia.
PROJETO DIDÁTICO
Rodas de leituras e debates literários Objetivos Estimular o gosto pela leitura a partir de atividades que envolvam o debate e a participação crítica do aluno; Criar ambiente de descontração em debate coletivo sobre a leitura realizada; Produzir textos (resenhas, resumos e análises) e imagens de diferentes obras literárias e divulgar as produções entre os alunos; O projeto pode ser adaptado para todo o período escolar, sendo necessário apenas definir a escolha das obras literárias de acordo com o ano do grupo de alunos.
Tempo médio 2 a 3 meses
Itens necessários Livros de diferentes estilos literários Material básico: lápis, canetas coloridas, giz de cera, papel, tesoura, lápis de cor, entre outros.
Projeto em cinco etapas Etapa 1: a partir da contação de histórias ou de uma visita à biblioteca da escola crie com os alunos uma lista de temas para leituras (romances, suspenses, ação, aventura...). A partir da definição do tema deve ser feita a lista de livros para leituras. Etapa 2: Separe os grupos que farão a leitura das obras. Sendo cada grupo responsável pela resenha e explicação da obra literária para os outros alunos. Enquanto a resenha deve ser sempre realizada na forma escrita, a explicação pode ser feita de diferentes maneiras. Sugestões de atividades: história em quadrinhos, debate em grupo, entrevista, jogo de perguntas e respostas, filme ou teatro. Etapa 3: Explique como fazer uma resenha literária, a partir de elementos necessários e da construção do próprio o texto literário. Defina com cada grupo o tipo de atividade para a explicação da obra literária e forneça o suporte necessário para a realização de cada atividade. Etapa 4: Os grupos devem escrever a resenha e explicar para os outros alunos, de maneira não escrita, a obra literária escolhida para a leitura. A atividade deve envolver todo o grupo! Etapa 5: Após participar de todas as etapas com os alunos, avalie a atividade de acordo com as metas estabelecidas por você no início do projeto. Analise se a leitura foi bem compreendida e repassada para os outros alunos. Para a atividade final reúna os alunos numa grande roda de leitura e debate e estimule a discussão e a realização de críticas das leituras realizadas e dos projetos apresentados.
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CALENDÁRIO - Guia de atividades para aulas em datas comemorativas
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Revolução Pernambucana (data magna de Pernambuco)
Sem dúvida um dos grandes eventos do período colonial brasileiro que deve ser debatido em sala de aula. Uma ótima oportunidade para falar sobre a crise econômica à época, o absolutismo, as ideias Iluministas e, por que não, as sociedades maçônicas secretas. Dia Internacional da Mulher
O dia foi adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. A sala de aula é o lugar ideal para uma melhor explicação do tema como, por exemplo, um interessante debate sobre as questões de gênero. Aniversário das cidades-irmãs Recife e Olinda
Em 2015 as cidades do Recife e de Olinda vão completar 478 e 480 anos, respectivamente. Que tal aproveitar a data para falar da urbanização e da sociedade de ontem e de hoje? Dia Mundial da Poesia
Excelente data para apresentar aos alunos os grandes poetas brasileiros e, até mesmo, de outros países. Carlos Drummond, Cora Coralina, Vinícios de Moraes, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Adélia Prado, Ascenso Ferreira, Pablo Neruda, Fernando Pessoa... e tantos outros. Dia Internacional Contra a Discriminação Racial
Aproveite a data para compartilhar com os estudantes a cultura da paz, dos direitos para todos e do respeito às diferenças. O combate a todas as formas de preconceito deve ser prioridade desde os primeiros anos na escola. Uma simples atividade de roda de conversa pode ser um bom espaço para debater e aprender mais sobre o tema. Dia Mundial da Água
Como cuidar de um valioso bem natural? É a partir das práticas cotidianas que a criança vai entender a importância do uso consciente da água. Aproveite a data para falar um pouco mais sobre o valor da água para a humanidade.
Dia da Saúde e Nutrição
Dia do Circo
Dia Mundial do Artesão
Dia da Escola Dia Mundial do Consumidor
Dia do Bibliotecário Dia Mundial Contra a Cibercensura Aniversário das cidades-irmãs Recife e Olinda
Dia do Telefone
Dia Internacional da Mulher
Revolução Pernambucana (data magna de Pernambuco)
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Dia do Ferroviário
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Dia Mundial da Voz
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Dia Mundial da Conscientização do Autismo Dia Internacional do Livro Infanto-juvenil
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Dia Mundial do Desenhista
Guia de atividades para aulas em datas comemorativas - CALENDÁRIO
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Aniversário de Brasília Dia Mundial da Terra Comemoração do Descobrimento do Brasil
Dia do Amigo Dia Nacional do Livro Infantil Dia do Índio
Dia do Hino Nacional Brasileiro
Dia Mundial do Combate ao Câncer / da Astronomia Dia Nacional do Sistema Braille Dia da Biblioteca
Dia do Jornalismo / Dia Mundial da Saúde
Dia das Telecomunicações
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Aniversário do Golpe Militar de 1964
O período da ditadura militar marcou o país e deve ser ensinado e discutido desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. O tema vai além da política e pode ser abordado pelo viés social, cultural e econômico. Dia Mundial da Conscientização do Autismo
Apostar na educação inclusiva e falar do tema sempre de maneira positiva são maneiras de desmistificar o autismo. Informar e conscientizar os alunos sobre o tema é importante para explicar a diversidade e evitar o preconceito. Dia do Hino Nacional Brasileiro
Você sabia que a lei 12.031/09 torna obrigatória a execução do hino nacional, uma vez por semana, em estabelecimentos públicos e privados de ensino fundamental? Aproveite o momento para conhecer um pouco mais deste instrumento de homenagem á nação. Dia Nacional do Livro Infantil
As crianças irão adorar uma visita à biblioteca da escola e uma sessão de contação de histórias. Outra maneira de comemorar a data é conhecer a obra de autores brasileiros. Dia do Índio
Para fugir do estereótipo uma ótima ideia é discutir sobre a cultura indígena usando fotos, vídeos, música e contos. Para não mitificar a figura do índio evite atividades de vestir as crianças com cocares ou pintá-las. Comemoração do Descobrimento do Brasil
Atividade multidisciplinar pode ser boa opção para explanar o tema. As cartas, os equipamentos náuticos, o momento histórico, as diferenças culturais e a formação de uma nova sociedade são algumas abordagens interessantes.
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FORMAÇÃO CONTINUADA
A ARTE DE QUEBRAR A CABEÇA: CONSTRUINDO APRENDIZADO Atividades lúdicas desenvolvidas por Cajazinho facilitam o ensino-aprendizagem das crianças e integram o projeto “Faço o bem, não vejo a quem” POR Marcela Cintra
Quem disse que aprendizado precisa ser desinteressante para os jovens? Pelo menos não se Adenildo Santos da Silva, de 49 anos, estiver ensinando. Cajazinho, como é mais conhecido, é artesão e há vinte e cinco anos teve a ideia de iniciar o projeto “Faço o bem, não vejo a quem”, que mistura aprendizado, raciocínio lógico e, é claro, diversão. Por produzir diversos tipos de artesanato como bijuterias, peças decorativas, marchetaria – técnica de ornamentar superfícies planas através da aplicação de materiais diversos como: madeira, metais, pedras, plásticos, marfim, etc -, brinquedos infantis e jogos lúdicos, Cajazinho achava que não era justo guardar o conhecimento para si e resolveu compartilhá-lo com os mais necessitados. O objetivo do projeto, então, foi decidido logo cedo: capacitar quem não tem profissão, ou aqueles que, mesmo empregados, queriam aprender mais, diz ele. Qualquer um pode participar das
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oficinas, mas, para as crianças há uma exigência - que vez por outra é quebrada - como ele mesmo entrega: estar matriculado na escola. Após um quarto de século realizando cursos (sempre gratuitos), o artesão calcula que aproximadamente duas mil pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos, já tenham passado pelo projeto. Mas, não é só o artesanato decorativo que ele quer repassar para seus aprendizes. O artesão conseguiu unir sua atividade a um modo lúdico e interessante de estimular, naqueles que passam por suas oficinas, a vontade de aprender e pensar. E, para isso, tem sempre desenvolvido jogos de raciocínio lógico que, segundo ele, são “formas divertidas de exercitar a mente”. Quebra-cabeças e jogos de encaixe são apenas algumas das peças que produz. O trabalho é grande e o esforço também. Mas a vontade e dedicação em ajudar o próximo são ainda maiores. Quando os aprendizes de Cajazinho demonstram dificuldade em montar
Toda escola deveria ter, nas salas de aulas, jogos de raciocínio lógico Foto: Eduardo Cunha / Curinga Comuniquê
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um brinquedo e começam a demonstrar impaciência, o artesão – com a calma de quem tem todo o “savoir-faire” - já passa uma de suas mensagens: “use a mente, não a força”. Das pequenas oficinas localizadas no distrito de Ponte dos Carvalhos, no município de Cabo de Santo Agostinho, e na estrada de Curcurana, em Jaboatão dos Guararapes, suas invenções já foram parar nas salas de aula, universidade e salas de terapia. Anualmente, por exemplo, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) costuma realizar uma gincana, evento no qual os jogos do artesão estão sempre presentes. Nas escolas particulares da Região Metropolitana do Recife (RMR) onde suas peças estão presentes, Cajazinho tem
tido ótimos feedbacks de professores. Segundo eles, alunos que costumam tirar notas baixas já têm demonstrado melhores desempenhos, além de conseguirem se concentrar mais, após os brinquedos começarem a ser usados. É por isso, inclusive, que o artesão acredita que “toda escola deveria ter, nas salas de aulas, jogos de raciocínio lógico”. Diversos estudos comprovam a importância dos jogos lúdicos no aprendizado das crianças, pois são essenciais para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, e Cajazinho sabe muito bem disso. E ele não quer parar por aí. Em função dos vinte e cinco anos de sucesso do projeto “Faço o bem, não vejo a quem”, pretende montar um centro cultural, junto a amigos, para capacitar ainda mais pessoas. “Sou feliz porque faço que gosto”, confidencia Cajazinho. Que continue assim!
Adenildo Santos da Silva, Cajazinho, e sua coleção de jogos de racioncínio lógico
As peças que ilustram a matéria - quando encaixadas da maneira correta - formam a letra T. Como mostra a imagem acima
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FORMAÇÃO CONTINUADA
PLANEJAMENTO O PODER DAS PERGUNTAS Perguntas bem elaboradas levam a respostas desafiadoras e não convencionais. Mas fazer perguntas que inspiram e proporcionam novos conhecimentos não é uma tarefa fácil. Para ajudar na formulação de perguntas corretas criamos um mapa conceitual que pode ser utilizado durante todo o ano letivo e é aplicado a todos os conteúdos de ensino.
Perguntas medíocres respostas medíocres: - O que é vento? - Explique com suas palavras o que é biosfera e do que é formada?
- Perguntas inteligentes respostas adequadas. Outra forma de perguntar: - Estudamos sobre os fenômenos do vento e do ar e suas caracterísiticas. Aprendemos também sobre sua importância para a vida dos seres humanos. Escreva três dessas importantes ações do vento: - Estudamos que a Biosfera é a esfera da vida, é a região do planeta que pode existir vida. Com base nesse conhecimento descreva como a Biosfera é formada.
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ELABORAR BEM AS QUESTÕES
UTILIZAR LINGUAGEM CLARA NOS ENUNCIADOS DAS PROVAS
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TO E AVALIAÇÃO A boa pergunta... Desperta a curiosidade. Estimula a criatividade. Abre novas perspectivas e possibilidades. Gera energia e movimento. Canaliza a atenção e promove a investigação. Dá origem a mais perguntas.
UTILIZAR RECURSOS POSITIVOS
ADMINISTRAR VALORES CULTURAIS LIGADOS À AVALIAÇÃO
- Contextualização; - Interdisciplinaridade; - Transdiciplinaridade; - Multidisciplinaridade; - Transversalidade.
- Estabelecer critérios e objetivos , dialogar com os estudantes as diversas formas de avaliar as vantagens e desvantagens de cada modelo. - PROVA ESCRITA, - PROVA DISSERTATIVA, TRABALHO EM GRUPO, DEBATE; - RELATÓRIO INDIVIDUAL, AUTO AVALIAÇÃO, OBSERVAÇÃO e CONSELHO DE CLASSE.
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PSICOPEDAGOGIA | Elizângela Neves
CONTOS DE FADAS: DESENVOLVIMENTO INFANTIL... Examinando o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 1986, p. 465), temos que conto se refere tanto à narrativa falada como escrita, Aproveitamos para conceituar fadas, que são entidades fantásticas de grande beleza, poder e encantamento, características do folclore europeu ocidental. No Brasil, os contos de fadas, na forma como são hoje conhecidos surgiram em fins do século XIX sob o nome de contos de carochinha, denominação substituída no século XX por “contos de fadas”. É interessante dizer, que os contos de fadas nem sempre as têm presente na narrativa como personagem, mas privilegiam a magia e o encantamento por meio de heróis ou heroínas que buscam realização pessoal e vivenciam obstáculos na trama, a fim de que a magia tenha o cenário que precisa para manifestar-se. Uma das expressões que caracteriza o Conto é “Era uma vez”, com a intenção de demonstrar que os temas transversalizam o tempo e o espaço, ponto importante que coloca o leitor diante de situações cotidianas e de seu universo individual rompendo gerações. Discorrer sobre a importância dos contos para o desenvolvimento infantil é buscar o encontro entre memória e a tradição social através dos tempos, possibilitar resgatar cultura de ouvir e falar, é facilitar o encontro entre o imaginário e o sentido real do bem viver nas relações com as pessoas, consigo mesma e com o meio ambiente. Nessa perspectiva é bem possível no lar e na escola, utilizar-se das contações de histórias para ajudar a criança entender e até superar dificuldades que se depara na cotidianidade do mundo infantil. O conto com encanto auxilia a desmistificar medos, conflitos, rivalidades e possibilita o adentramento no campo das representações, do sonho e da criatividade. Diz Cazaux, " o conto é é também encontrar-se, na escuta mútua, pela boca, pelo ouvido, pelo olhar, rostos e corpos" (1992, p. 56) O conto oferece a criança uma explicação do
mundo e estimula o campo simbólico a criar maneiras de lidar com as situações extremas. Eles propiciam abrir caminhos para que os sentimentos possam ser vividos "com menos angústia e não tenham que se tornar sintomas" (Meyer, 2010, p.11). Walter Benjamin nos apresenta uma reflexão que pais, professores e contadores de história devem sempre lembrar: “ os contos de fadas, que ainda hoje é o primeiro conselheiro das crianças, foi outrora o primeiro da humanidade, permanece vivo, em segredo, na narrativa. O primeiro narrador verdadeiro é e continua sendo o dos contos de fadas”. (Benjamin,1994.197). Sendo assim, precisamos reconstruir a cultura de contar histórias para os nossos filhos numa ambiência agradável, distante dos muros da obrigatoriedade, preparada para promover uma atmosfera de interação e de provocação à mente criadora. A escolha das histórias devem considerar a maturidade emocional e a idade da criança, por que assim como as histórias podem libertar, por trabalharem com valores de vida, elas podem aprisionar, por estarem destituídas de valores sociais e humanos. . Os contos são recursos didático-pedagógicos com uma dimensão formativa muito presente, o que fortalece o uso da palavra como instrumento de mediação entre diferentes linguagens e culturas, contribuindo muito para alcançar diferentes níveis de desenvolvimento que se encontram às crianças. Eles de uma maneira lúdica introduzem as crianças no mundo da literatura, do gostar de ouvir, ler e recontar; fomenta à criatividade e a capacidade de imaginação; aproxima os pais de seus filhos pela atenção e doação; potencializa a autonomia e a maturidade; ensina comportamentos éticos e saudáveis; ponderam sentimentos frustrantes como o luto e a separação, pela compreensão dos fatos e auxiliam na interação com o mundo, por transportar a criança para diferentes contextos e cenários simbólicos.
Elizângela Neves é Psicopedagoga Clínica e Institucional, Especialista em Tecnologia da Educação e Mestranda em Ciências da Educação Sílvia Maciel reforça a elizangelaneves@gmail.com importância de se levar em consideração singularidade dos sujeitos de aprendizagem
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PSICOPEDAGOGIA | Igor Cezar Carneiro
... E A INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE Discorrer a respeito dos contos de fada nos leva a um mundo mágico, onde a mente humana se encontra em um momento singular de crescimento, desenvolvimento, plasticidade cerebral e conexões neuronais no ápice. Os contos de fadas exercem uma influência muito benéfica na formação da personalidade, visto que desenvolvem nas crianças um grande fascínio por serem caminhos de descobertas, compreensão do mundo e libertação de seus anseios e temores. Pois é um momento na vida das crianças em que elas adoram usar fantasias, brincar com situações imaginárias e escutar as mesmas histórias centenas de vezes. Observar atentamente e ouvir as histórias com uma linguagem lúdica é o princípio da aprendizagem para ser um ótimo leitor, tendo um caminho inteiramente infinito de compreensão e conhecimento do mundo. Os contos de fadas têm o poder de levar a criança a um mundo imaginário, de abrir possibilidades para novas descobertas como também para o adulto interagir e conhecer a realidade da criança, que se encontra mais acessível ao adulto, através da observação e participação nas brincadeiras, desenhos, jogos e no relato dos mesmos. Momento que pode está repleto de descontração e alegrias, mas que também revela impasses, ansiedades e conflitos. As histórias que começam com “Era uma vez ...”, que suavemente chega aos ouvidos de uma criança e terminam com “...foram e viveram felizes para sempre” são as mais solicitadas. Embora atualmente estejam sendo desenvolvidas novas modalidades de histórias, até
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porque a sociedade se modifica constantemente e novos valores culturais, sociais e novas tecnologias estão surgindo a cada dia. Esses contos ajudam os pequenos a elaborar melhor os sentimentos e dificuldades do cotidiano infantil, tão presente na primeira infância. Por exemplo: relação com os pais, relacionamento com os irmãos, sentimentos de medo, frustrações, rejeições e abandono. É através da identificação e projeção que as crianças desenvolvem um sentimento muito favorável aos contos de fadas, pois a existência de fatos ou seres encantados e amigos imaginários é perfeitamente aceitável na psique infantil, já que as mesmas muitas vezes se sentem como que distante e diferente do mundo real. Elas se identificam inúmeras vezes com personagens como príncipes, princesas, reis e até mesmo super-heróis e animais dotados de certos poderes ou sentidos aguçados. Uma história que prende atenção fomenta a curiosidade e criatividade promove o crescimento interior da criança, auxiliando-a a compreender melhor suas emoções e sentimentos, fazendo com que se adaptem melhor ao meio e sua realidade. É importante salientar que quando se narrar um conto de fadas - sejam os pais, um professor ou qualquer adulto que conviva com a criança - o mesmo deve ser estimulado com o objetivo de facilitar a aprendizagem, adaptação e desenvolvimento intelectual infantil. Lembrando que para formarmos ótimos leitores precisamos sempre dar o exemplo.
Igor Cezar Carneiro é Psicólogo Educacional e Clínico, Especialista em Psicopedagogia igorsiqueira@ig.com.br
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MANIFESTAR PARA PRESERVAR Conheça a importância social da identidade brasileira POR Mariana Siqueira
Manifestações culturais em sentido amplo abrangem a arte, a música, as festas, as danças, a arquitetura, as lendas, os costumes e a gastronomia de determinado lugar. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (UNESCO), o patrimônio cultural imaterial ou intangível compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descendentes. No Brasil, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ligado ao Ministério da Cultura, é o órgão responsável pelo registro e salvaguarda do acervo cultural nacional. Fruto de uma mistura de raças, povos, crenças e tradições a diversidade cultural do Brasil o tornam um país singular. De norte a sul, de leste a oeste esse rico patrimônio imaterial é transferido entre gerações que carregam consigo o peso e a riqueza da história que formou a nação. E para conhecer esse grande mosaico cultural acompanhe com a gente uma série de cinco reportagens sobre as manifestações culturais brasileiras. Na primeira reportagem da série vamos viajar até o Norte do Brasil para conhecer as riquezas culturais da região.
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Miscigenação é legado cultural da Região Norte Identidade e continuidade são palavras chaves para definir as manifestações culturais da maior região do país. Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins
têm forte tradição indígena, mas também agregam festas religiosas e de tradição europeia, como a Arte Kusiwa, o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, a folia de reis, o carimbó e o famoso
boi-bumbá. O calendário de celebrações é contínuo durante o ano inteiro e agrada a todos os gostos. As mais famosas festas da região o Festival de Parintins, no Ama-
PA T R I M Ô N I O C U LT U R A L I M
ARTE KUSIWA PINTURA CORPORAL E ARTE GRÁFICA WAJÃPI
Sistema de representação gráfico próprio dos povos indígenas Wajãpi, do Amapá, que sintetiza seu modo particular de conhecer, conceber e agir sobre o universo. Como Patrimônio Imaterial, ela foi inscrita no Livro de Registro das Formas de Expressão em 2002.
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CÍRIO DE NOSSA SENHORA DE NAZARÉ
Celebração religiosa de Belém do Pará, que ocorre sempre no dia 14 de outubro. As celebrações, que reúnem devotos e inúmeros visitantes, contam inúmeros rituais de devoção religiosa e expressões culturais. Registradas no Livro das Celebrações, em 2004.
Fotos: Acervo Iphan | Osmar Arouck
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zonas; as Cavalhadas, no Tocantins; e, o Círio de Nazaré, no Pará, acontecem em junho, agosto e outubro, respectivamente. Para garantir que essas tradições perdurem ao longo do tempo o Iphan cataloga e faz o tombamento do patrimônio cultural com a finalidade de proteger e promover os bens imateriais. Na região Norte existe atualmente
quatro bens registrados: a arte Kusiwa Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi, no Amapá; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, no Pará; a cachoeira de Iauaretê e o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, ambos no Amazonas. CULINÁRIA - A influência indígena é predominante na cultura alimentar da região, com uso da mandioca e de várias
AT E R I A L DA R E G I ÃO N O RT E
espécies de peixes de água doce. Certamente você conhece as comidas típicas do Norte: o tucupi, feito a partir do caldo da mandioca cozida; o tacacá, sopa quente feita com tucupi; e, o jambu, erva também conhecida como agrião-do-amazônia, todas servidas com deliciosos peixes ou camarões secos e temperadas com pimenta de cheiro.
Quer saber mais sobre as manifestações culturais no Norte do Brasil?! Dicas de aulas, vídeos e fotos no nosso site. Acesse www.revistaacene.com.br
CACHOEIRA DE IAUARETÊ
SISTEMA AGRÍCOLA TRADICIONAL DO RIO NEGRO
Considerada como lugar sagrado para os povos indígenas dos Rios Uaupés e Papuri, no Amazonas, a Cachoeira de Iauaretê, ou Cachoeira da Onça, está localizada na Terra Indígena Alto Rio Negro, extremo noroeste da Amazônia brasileira. A inscrição no Livro dos Lugares foi feita em 2006.
O cultivo da mandioca brava (manihot esculenta) representa o valor social desse patrimônio importante para os mais de 22 povos indígenas, instalados ao longo do Rio Negro. É um conjunto cultural formado por elementos interdependentes: as plantas cultivadas e os espaços de alimento, os saberes e as normas, os direitos e as redes sociais. O sistema é inscrito no Livro de Registro dos Saberes desde 2010.
Fotos: Geraldo Andrello / Acervo Iphan | Carla Dias / Acervo Iphan
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MAIS CULTURA Fique por dentro e passe adiante UNIVERSO DIGITAL E GRATUITO
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Já imaginou ler diversos livros, fazer cursos e visitar bibliotecas e museus sem sair de casa?! A internet tornou isso possível. Fizemos uma super lista com dicas imperdíveis!
• Que tal visitar um dos mais famosos museus do mundo?! O Museu do Louvre disponibiliza visitas gratuitas em seu site. http://bit.ly/visitalouvre
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Conhecer online livrarias, bibliotecas e museus do mundo inteiro é uma ótima maneira de agregar conhecimento a partir do uso da internet. Também uma ótima oportunidade para apresentar esses espaços virtuais talvez desconhecidos pelos alunos.
• A Fundação Getúlio Vargas (FGV) oferece cursos gratuitos em diversas áreas, com duração entre cinco e 15
CINEMA DA VIDA REAL! O longa-metragem Timbuktu, filme franco- mauritano, dirigido por Abderrahmane Sissako, narra um caso real ocorrido na pequena cidade de Aguelhok, no país vizinho, o Mali, em 2012: um casal com dois filhos foi apedrejado pelo simples fato de não ser casado no papel. Um filme histórico e imperdível! Em Relatos Selvagens, o argentino Damián Szifron nos mostra como é tênue a linha entre a civilidade e a
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Por que acessar?
barbárie, onde qualquer um pode perder o controle da situação e se transformar num selvagem. Com um excelente elenco: Ricardo Darín, Darío Grandinetti, Oscar Martínez, Diego Gentille Rita Cortese, Erica Rivas e Julieta Zylberberg; o filme usa o tom tragicômico e nos faz refletir sobre a sociedade em que vivemos.
Por que assistir?
Os dois filmes, que ganharam importantes prêmios do cinema, mostram realidades sociais diferentes, porém ambas arrebatadoras.
Na sala de aula podem ser usados em debates de temas atuais como o extremismo religioso ou os problemas cotidianos da sociedade contemporânea.
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BELLE ÉPOQUE GASTRONÔMICA Frederico de Oliveira Toscano, doutorando em História, que assina nossa coluna “Hora do Lanche”, é o autor do livro “À francesa - A Belle Époque do comer e do beber no Recife”, publicado pela Editora CEPE. Uma ótima leitura para conhecer um pouco mais sobre a influência francesa na gastronomia brasileira, especialmente, do Recife. Nós recomendamos a leitura!! Para folhear o livro acesse:
DEBATE SOBRE A EDUCAÇÃO NO BRASIL Fazendo uso de números e dados sobre a educação nacional, Gustavo Ioschpe busca estabelecer um novo paradigma para a discussão sobre educação e desenvolvimento. O livro é uma compilação dos melhores textos publicados por Gustavo ao longo de oito anos como colunista da revista Veja.
Por que ler?
Entender os rumos da educação no
CARTÃO-POSTAL: ESTAÇÃO CABO BRANCO Localizada em João Pessoa, capital paraibana, a estação é um grande complexo de lazer - de visitação gratuita - com espaços dedicados às ciências, à cultura, às artes e à tecnologia. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o conjunto de cinco edifícios abriga o museu da ciência, exposições de arte, anfiteatros, salas audiovisuais, lojas e lanchonetes. Na área externa um lindo jardim dá as boas-vindas, um espelho d’água e
http://bit.ly/livroafrancesa
Por que ler?
O livro vai além da narrativa histórica e para explicar a cultura gastronômica local usa a construção da própria sociedade e suas influências internas e externas. A obra aborda a gastronomia dos séculos 19 e 20, no Recife. Época em que a capital pernambucana recebeu muita influência da França principalmente pelos trabalhos de padeiros, cozinheiros e confeiteiros. Para uma atividade em sala de aula unir história e gastronomia, além de
analisar a formação da sociedade brasileira, pode ser uma boa ideia para envolver os alunos e criar uma interessante e interdisciplinar abordagem do tema. Editora: CEPE Preço médio: R$ 50,00 Número de Páginas: 340
Brasil e conhecer os diferentes pontos de vistas de autores e pesquisadores da área é uma boa ocasião para uma atualização profissional e, até mesmo, autoconhecimento. A partir da leitura, identificar os pontos fortes e as fraquezas no trabalho cotidiano é o começo para uma mudança positiva de atitudes. Editora: objetiva Preço médio: R$ 30,00 Versão digital: R$ 23,00 Número de Páginas256
esculturas de artistas plásticos como Aberlado da Hora, Fred Svendsen e Sidney Azevedo, são atrações para os visitantes. Conhecer um espaço que agrega inúmeras formas de saberes é sempre bom para o corpo e para a mente!
da semana, das 9h00 às 21h00. Finais de semana das 10h00 às 21h00. Para agendar, ligue (83) 3214.8303 http://joaopessoa.pb.gov.br/estacaocb
Como chegar:
Av. João Cirilo Silva, s/n, no bairro do Altiplano
Horário de visitação:
terça à sexta-feira e feriados no meio
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HORA DO LANCHE | Fred Toscano
ÁGUA MERECE ATENÇÃO TAMBÉM NA ESCOLA
Não resta dúvida de que a alimentação das crianças nos estabelecimentos de ensino – sejam eles públicos ou privados – é de suma importância e fonte de preocupação para pais e educadores. Questões como segurança alimentar, sustentabilidade, valor dietético, respeito às diferentes culturas e preceitos religiosos fazem parte do cardápio de tópicos que surgem quando falamos do lanche dos pequenos. Contudo, há ao menos um aspecto do comer e do beber dentro das escolas que, muitas vezes, não chega a constituir um ponto de inquietação ou mesmo de planejamento por parte dos adultos responsáveis: a água. Esse recurso precioso tem sido a bola da vez nos noticiários, sua escassez em algumas das grandes cidades brasileiras resultando de uma mistura de negligência gerencial do poder público em nível estadual e, em bem menor escala, da própria natureza. E ela tem sido tão maltratada pelos seres humanos ultimamente, que retribui o descaso com secas cada vez mais devastadoras. Contudo, para além do horror da falta d’água no cotidiano, é preciso atentar para a qualidade do líquido que chega às lavouras, indústrias, comércio, nossas casas e, claro, às escolas. E aqui falamos não apenas da água que serve para lavar as mãos, tomar banho e higienizar pratos e panelas, mas daquela que consumimos diariamente. Quando nos hidratamos, não apenas matamos nossa sede, mas permitimos que os nossos rins funcionem melhor, evitando calcificações dolorosas e perigosas, além de evitar constipações. E tem mais: pessoas que bebem bastante água tendem a apresentar uma digestão mais eficiente, o que também leva a um melhor controle do peso. Pediatras estadunidenses têm mostrado preocupação com a grande incidência de meninos e meni50
nas acima do peso, que não só não se alimentam corretamente, mas que também não se hidratam o suficiente. Fatores ambientais, climáticos, peso, altura e outros fatores podem causar variações, mas um adulto deve, diariamente, beber cerca de dois litros de água, enquanto que as crianças podem chegar até metade disso ou um pouco menos. Mas a quantidade é apenas um fator. A qualidade do líquido que consumimos todos os dias é vital. Em estudos publicados em 2003, constatou-se que, no Brasil, morrem 29 pessoas por dia devido a doenças acarretadas por água de má qualidade e esgotos não tratados. São números assustadores e que comprovam a importância do assunto. Por isso, todo cuidado é pouco na hora de matar a sede da criançada, que muitas vezes passam o dia nas escolas e creches, consumindo a água de bebedouros ou vendida em cantinas. Para ser potável, o líquido precisa vir de fonte certificada, apresentar-se inodora, incolor e insípida, e estar livre da presença de microorganismos patológicos e contaminações físico-químicas e até mesmo radioativas. Portanto, gestores de escolas públicas ou privadas devem atentar, sempre, para a fiscalização do seu fornecimento de água e ao servi-la para as crianças. Da mesma forma, os pais não podem jamais descuidar dessa questão, seja nas escolas e creches onde seus filhos estudam ou mesmo em suas próprias casas. Vale lembrar as palavras da Organização Mundial da Saúde: “todas as pessoas, em quaisquer estágios de desenvolvimento e condições socioeconômicas têm o direito de ter acesso a um suprimento adequado de água potável e segura”. Resta lutar para que a meninada tenha acesso a esse bem tão precioso e tão maltratado por nós.
Fred Toscano é formado em gastronomia e mestre em História pela Universidade Federal de Pernambuco fred@revistaacene.com.br
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