Língua Portuguesa
LINGUAGEM Como estudar língua(gem) para o Enem? Para alcançar uma boa nota na prova de ‘Linguagens, códigos e suas tecnologias’ o aluno deve ser conectado com a sociedade, com a comunicação com o mundo. Assim, precisa dominar a língua(gem) e saber aplicá-la na vivência em eventos sociais. O destaque será a interpretação textual, atividade que requer muita atenção à leitura, visto que as questões mesclam apreensão e compreensão texto. Desse modo, em alguns momentos, nem tudo está explícito no texto – precisa-se inferir, deduzir, relacionar algumas informações para resolver as questões.
Semáforo – indica ações através das cores
UNIDADE 1 LINGUAGEM: A linguagem é todo sistema verbal e não verbal préestabelecido que nos permite a realização da comunicação. Pode ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a distinguirem-se várias espécies ou tipos: linguagem visual, corporal, gestual, etc., ou, ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos. Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usados para representar conceitos, ideias, significados e pensamentos. Características do sistema verbal e não-verbal: a) Verbal: o destaque na comunicação são as palavras. b) Não-verbal: não considera as palavras, mas outros sinais. Como exemplo de linguagem não-verbal são os sinais de trânsito, gestos faciais, gestos corporais, etc. Observe alguns exemplos:
Placas de trânsito – à frente “proibido andar de bicicleta”, atrás “quebra-molas”.
Símbolo que se coloca na porta para indicar “sanitário masculino”.
Imagem indicativa de “silêncio”. Cartão vermelho – falta grave no futebol.
Mista ou híbrida Linguagem mista é o uso simultâneo da linguagem verbal e da linguagem não-verbal, usando palavras escritas e figuras ao mesmo tempo. Língua: é um código, um sistema organizado de signos, que possibilita a comunicação.
Charge do autor Tacho – exemplo de linguagem verbal (óxente, polo norte 2100) e não verbal (imagem: sol, cactus, pinguim).
ENEM
A língua é um código aceito por convenção. Por isso, um indivíduo, isoladamente, não consegue modificá-la. As transformações da língua são ocasionadas por alterações linguísticas surgidas em comunidades ou grupos sociais. Além disso, a língua é usada tanto na escrita quanto na fala. No entanto, a fala e a escrita são usos distintos da língua”, pois os indivíduos não falam e escrevem da mesma forma.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
UNIDADE 2 FIQUE LIGADO NO ENEM! A língua falada livre, concreta, não apresenta grande preocupação gramatical, tem vocabulário reduzido, constantemente renovado, e que pode contar com outros recursos extralingüísticos, como os gestos, as expressões faciais, a postura. A língua escrita, ao contrário, é abstrata, conservadora, refletida e exige maior esforço para elaboração e obediência às regras gramaticais. Seu vocabulário deve ser preciso e apurado. Tanto a língua falada/oral quanto a língua escrita apresentam níveis ou registros: Em situações formais, a expressão se dá coma utilização de uma língua mais gramatical, com pronúncia cuidada. Em situações menos tensas, como a do meio familiar, a língua adquire características de informalidade, e as preocupações com a clareza e a correção tornam-se menos rigorosas.
Exercícios 01 - (ENEM)
A publicidade, de uma forma geral, alia elementos verbais e imagéticos na constituição de seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a a) assumir uma atitude reflexiva diante dos fenômenos naturais. b) evitar o consumo excessivo de produtos reutilizáveis. c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo excessivo. d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos sustentáveis. e) consumir produtos de modo responsável e ecológico.
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NÍVEIS DE LINGUAGEM Os níveis de linguagem variam de acordo com o contexto onde se está emitindo uma comunicação, alguns dos principais fatores que determinam o nível de linguagem utilizado podem ser a origem e posição social do falante, o local e a ocasião em que o interlocutor se encontra, a região do país onde o mesmo adquiriu sua maneira de falar, e também se a linguagem utilizada é a falada ou a escrita. Quem realmente determina os níveis de linguagem a serem utilizados são os usuários da língua. Classificação: os níveis de linguagem são classificados de acordo com o contexto em que se encontram, os principais exemplos de níveis de linguagem estudados são: a linguagem coloquial, informal ou popular, a linguagem culta, formal ou padrão, a linguagem grupal, linguagem vulgar e a linguagem regional. Linguagem coloquial, informal: É a expressão mais espontânea do falante, sai naturalmente e sem policiamento da fala, por isso mesmo que geralmente não está de acordo com as normas gramaticais da língua e está sempre carregada de vícios de linguagem como solecismo (erros de regência, concordância e colocação), barbarismo (erros na pronúncia ou grafia), ambigüidade, cacofonia e pleonasmo. Outras características marcantes da linguagem coloquial são as expressões vulgares e as gírias. A linguagem popular é usada geralmente durante as conversações diárias entre amigos, situações informais e descontraídas, programas de TV (principalmente nos de auditório) e novelas. A linguagem informal também se manifesta na forma escrita, como quando escrevemos um bilhete, uma carta e principalmente na internet, quando utilizamos o MSN, Orkut, Twitter, blogs etc. Linguagem culta, formal ou padrão A linguagem culta obedece às regras da gramática. Reflete mais prestígio social e cultural devido ao nível de instrução exigido para o seu uso. Normalmente dominado por classes sociais e intelectuais mais prestigiadas. Ela é mais artificial, mais estável e menos sujeita a variações. A norma padrão está presente em todo povo civilizado, pois ela é quem assegura a unidade lingüística de uma nação. Por isso é ensinada nas escolas, devido à sua importância político-cultural. É regida pelas gramáticas normativas. A linguagem culta é utilizada pelas pessoas que detém maior nível de instrução, nivelado pelos estudos e/ou hábito da leitura. Ela é mais comumente utilizada na linguagem escrita e literária. A linguagem formal está presente em sermões, discursos, textos científicos, noticiários de TV, programas culturais etc.
Língua Portuguesa Linguagem grupal
A linguagem grupal é aquela própria de grupos fechados, ou seja, apenas quem faz parte do grupo em questão pode entender com total clareza as mensagens que estão sendo passadas. A linguagem grupal pode ser de natureza social ou etária. Elas são classificadas em técnica (jargão) ou gírias. A linguagem grupal pode ser encontrada em grupos sociais, profissionais, culturais etc. Podemos usar como exemplos as gírias utilizadas pelos surfistas, traficantes dos morros cariocas, marginais das grandes cidades, prostitutas, homossexuais, pichadores etc. Além das gírias, temos os jargões, que são linguagens técnicas que só são entendidas por quem faz parte do grupo profissional que atua na área, ou que ao menos seja instruído para isso. Dentre os jargões podemos exemplificar a linguagem dos hackers, dos geeks, nerds, o juridiquês, economês etc. Linguagem vulgar
A linguagem vulgar infringe quase que totalmente as convenções gramaticais, ela está ligada aos grupos extremamente incultos, como analfabetos e pessoas que não tem nenhum ou quase nenhum contato com centros civilizados.
Exercícios
– Quais são as instruções do técnico? – Nosso treinador vaticinou que, com um trabalho de contenção coordenada, com energia otimizada, na zona de preparação, aumentam as probabilidades de, recuperado o esférico, concatenarmos um contragolpe agudo com parcimônia de meios e extrema objetividade, valendo-nos da desestruturação momentânea do sistema oposto, surpreendido pela reversão inesperada do fluxo da ação. – Ahn? – É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá eles sem calça. – Certo. Você quer dizer mais alguma coisa? – Posso dirigir uma mensagem de caráter sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e piegas, a uma pessoa à qual sou ligado por razões, inclusive, genéticas? – Pode. – Uma saudação para a minha genitora. – Como é? – Alô, mamãe! – Estou vendo que você é um, um... – Um jogador que confunde o entrevistador, pois não corresponde à expectativa de que o atleta seja um ser algo primitivo com dificuldade de expressão e assim sabota a estereotipação? – Estereoquê? – Um chato? – Isso. (VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Brasiliense, 12/maio/1998.) O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto: a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.) b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” (Um jovem que fala para um amigo.) c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” (Alguém comenta em um uma reunião de trabalho.) d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária executiva desta conceituada empresa.” (Alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.) e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros.” (Um professor universitário em um congresso internacional.)
01 - (Enem) Aí, galera Jogadores de futebol podem ser vítimas de estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um jogador de futebol dizendo ‘estereotipação’? E, no entanto, por que não? – Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera. – Minha saudação aos aficionados do clube aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso dos seus lares. – Como é? – Aí, galera.
ENEM
UNIDADE 3 ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO o locutor (aquele que diz algo a alguém)
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias o interlocutor (aquele com quem o locutor se comunica) a mensagem (o texto, isto é, o que foi transmitido entre os falantes) o código (a língua portuguesa) o canal (a língua oral, ou seja, o meio físico que conduz a mensagem até o interlocutor) o referente (o assunto da mensagem) Esses elementos podem ser esquematizados:
Função Fática É aquela centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Interjeições, Lugar comum, Saudações, Comentários sobre o clima. Ex: - Olá, como vai, tudo bem? - Alô, quem está falando?
FUNÇÕES DA LINGUAGEM Partindo dos elementos da comunicação, existem as chamadas funções da linguagem, que são muito úteis para a análise e produção de textos. As seis funções são: Função referencial (ou denotativa) É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos. Ex: Numa cesta de vime temos um cacho de uvas, duas laranjas, dois limões, uma maçã verde, uma maçã vermelha e uma pêra. Função emotiva (ou expressiva) É aquela centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a primeira pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Primeira pessoa do singular (eu), Emoções, Interjeições; Exclamações; Blog; Autobiografia; Cartas de amor. Ex: a) Ah, que coisa boa! b) Tenho um pouco de medo... c) Nós te amamos! Função apelativa (ou conativa) É aquela que centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além de vocativos e imperativos. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Segunda pessoa do singular, Imperativo; Figuras de linguagem, Discursos políticos, Sermões, Promoção em pontos de venda - Propaganda.
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Função poética É aquela centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas. Subjetivida de Figuras de linguagem, Brincadeiras com o código, Poesia, Letras de música. Exemplo: Tecendo a manhã - João Cabral de Melo Neto Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre se outros galos. De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito que um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma tela tênue, se vá tecendo, entre todos os galos. Função metalinguística É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Referência ao próprio código, Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionário. Ex: - Não entendi o que é metalinguagem, você poderia explicar novamente, por favor? - Metalinguagem é usar os recursos da língua para explicar alguma teoria, um conceito, um filme, um relato, etc.
Língua Portuguesa
FIQUE LIGADO NO ENEM! Em um mesmo texto, duas ou mais funções podem ocorrer simultaneamente: Exemplo: * uma poesia em que o autor discorre sobre o que ele sente ao escrever poesias pode conter as linguagens poética, emotiva e metalinguística ao mesmo tempo.
Exercícios 01 - (Enem) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações. DUARTE, M.O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. Predomina no texto a função da linguagem: a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia. b) fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação. c) poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem. d) referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais. e) conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
UNIDADE 4 VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS É possível pensar a língua como um grande conjunto de variedades. As diferenças perceptíveis no usa da língua caracterizam as diferenças linguísticas, que são decorrentes de distintos fatores. Entre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento exposto:
ENEM
Antigamente “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado. Variações regionais: São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área de informática, dentre outros. Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto: Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Oswald de Andrade
FIQUE LIGADO NO ENEM! No livro "Preconceito Linguístico" o autor Marcos Bagno, defende com vigor a língua viva e verdadeiramente falada no Brasil. "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre a língua e gramática normativa". Marcos Bagno diz que a língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações. Segundo o autor, o preconceito linguístico vem sendo alimentado diariamente pelos meios de comunicação, que pretendem ensinar o que é "certo" e o que é "errado", sem falar, é claro nos instrumentos tradicionais de ensino da língua, ou seja a gramática normativa e os livros didáticos.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à ampliação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica. Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali. Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, no 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que A) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica. B) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua. C) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma. D) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos. E) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
Exercícios 01 – (Enem) S.O.S Português Por que pronunciamos muitas palavras de um jeito diferente da escrita? Pode-se refletir sobre esse aspecto da língua com base em duas perspectivas. Na primeira delas, fala e escrita são dicotômicas, o que restringe o ensino da língua ao código. Daí vem o entendimento de que a escrita é mais complexa que a fala, e seu ensino restringe-se ao conhecimento das regras gramaticais, sem a preocupação com situações de uso. Outra abordagem permite encarar as diferenças como um produto distinto de duas modalidades da língua: a oral e a escrita. A questão é que nem sempre nos damos conta disso. S.O.S Português. Nova Escola. São Paulo: Abril, Ano XXV, nº- 231, abr. 2010 (fragmento adaptado). O assunto tratado no fragmento é relativo à língua portuguesa e foi publicado em uma revista destinada a professores. Entre as características próprias desse tipo de texto, identificam-se marcas linguísticas próprias do uso
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a) regional, pela presença de léxico de determinada região do Brasil. b) literário, pela conformidade com as normas da gramática. c) técnico, por meio de expressões próprias de textos científicos. d) coloquial, por meio do registro de informalidade. e) oral, por meio do uso de expressões típicas da oralidade.
UNIDADE 5 FIGURAS DE LINGUAGEM São recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som,figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construção. A seguir, veremos as principais figuras de cada um dos tipos: ALITERAÇÃO – é a repetição ordenada de consoantes de mesmo som, podendo sugerir, além do próprio jogo de som, a ideia de movimento. Ex.: “A brisa do Brasil beija e balança” (Castro Alves, “O Navio Negreiro”). ONOMATOPEIA – é a imitação de determinado som a partir da criação de uma palavra. Ex.: “Um forró de pé-de-serra Fogueira, milho e balão, Um tum-tum-tum de pilão, Um cabritinho que berra(...)” (Jessier Quirino, “Paisagem de Interior”) METÁFORA – Consiste na utilização de uma palavra para designar outra, com base em traços de similaridade entre os seus conceitos. É a realização de uma comparação implícita, sem o emprego de um termo comparativo. Ex.: “O amor é pedra no abismo, a meio passo entre o mal e o bem” (Zeca Baleiro, “Cigarro”) CATACRESE – É o emprego de palavras com um sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado torna imperceptível o sentido figurado. Ex.: “O pé da mesa”, “A perna da calça”, “Embarcar no avião”, etc. METONÍMIA – Assim como na metáfora, emprega-se um termo para designar outro, cujo conceito guarda uma relação lógica com o termo empregado. Substitui-se, por exemplo, o autor pela obra, a parte pelo todo, a marca pelo produto, etc. Ex.: “Devolva o Neruda que você me tomou, e nunca leu (...)” (Chico Buarque, “Trocando em Miúdos”) Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da obra. ANTONOMÁSIA ou PERÍFRASE - É a utilização de uma expressão caracterizadora para designar um nome próprio. Ex.: “O poeta dos escravos”, referindo-se a Castro Alves; “A cidade maravilhosa”, em lugar de Rio de Janeiro.
Língua Portuguesa
SINESTESIA - É uma derivação da metáfora e ocorre quando numa mesma expressão misturam-se sensações percebidas por diferentes órgãos de sentidos. Ex.: “Você tem uma voz macia.” (a voz é percebida pela audição e a maciez, pelo tato) “Sinto o cheiro doce da paixão.” (o cheiro é olfativo, enquanto o doce é percebido pelo paladar) ELIPSE – ocorre quando da omissão proposital de um termo facilmente identificável através do contexto ou de elementos presentes na própria oração. Ex.: “No jardim, flores secas e cores mortas” (há omissão de havia) EUFEMISMO – é a suavização de uma expressão por meio da sua substituição por outra mais polida e sutil. Ex.: “João bateu as botas.” (em vez de : João morreu.) “Ela é uma dama da noite.” (em vez de: Ela é uma prostituta.) HIPÉRBOLE – é o exagero enfático de uma ideia. Ex.: “Estou morrendo de sede.” “Ele ganha rios de dinheiro.” PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO – é a atribuição de predicados próprios dos seres vivos a seres inanimados. Ex.: “A noite chora a sua ausência.” “Esta cama me convida ao sono.” ANTÍTESE – é a oposição de frases, orações ou palavras de sentido contrário. Ex.: “Onde queres prazer sou o que dói (...)” (Caetano Veloso, “Quereres”) “És velho na idade e jovem na alma.” IRONIA - é o uso de um termo com a finalidade de expressar o oposto do que este significa, dando um efeito humorístico ou crítico à mensagem. Ex.: “Moça linda,, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor” (Mário de Andrade) GRADAÇÃO – é a apresentação de ideias numa sequência ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax). Ex.: “Um coração chagado de desejos Latejando, batendo, restrugindo.” (Vicente de Carvalho).
FIQUE LIGADO NO ENEM! DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO Uma palavra é tomada no sentido denotativo quando é entendida no seu sentido literal, na sua significação básica, sem que se leve em conta o contexto em que está inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se faz uma análise contextual da palavra, admitindo-se a associação valorativa a outros conceitos possíveis.
ENEM
Exercícios 01 – (Enem) Cidade grande Que beleza, Montes Claros. Como cresceu Montes Claros. Quanta indústria em Montes Claros. Montes Claros cresceu tanto, ficou urbe tão notória, prima-rica do Rio de Janeiro, que já tem cinco favelas por enquanto, e mais promete. (Carlos Drummond de Andrade) Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem. b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos. c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica. d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
UNIDADE 6 INTERPRETAÇÃO I (primeiros procedimentos) É notório que nas provas do Enem existe um predomínio das questões referentes à interpretação de textos de textos, que se diferem quanto ao tipo: podem solicitar apenas apreensão de sentidos ou a plena compreensão textual. O total entendimento de um texto solicita duas ações: Apreensão: captura dos sentidos apresentados ao longo do texto-base. Para isso, é necessário ressaltar que o sentido de um trecho do texto não é autônomo, mas depende das partes com as quais está relacionado. Para uma melhor apreensão, deve-se considerar contexto em que se enquadra o segmento proposto para análise. Compreensão consiste na percepção das correlações entre os sentidos inscritos no texto e outros sentidos já definidos e abordados em outros textos do cenário cultural. Sendo assim, a instância da compreensão pressupõe a da apreensão.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Devemos saber associar texto e contexto, pois as circunstâncias em que um texto é produzido são fundamentais para a sua plena compreensão. Tratando-se de textos verbais, o sucesso do total entendimento também é fruto da compreensão do significado das palavras no texto e dos mecanismos linguísticos empregados na sua constituição.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Domínio do código Deve-se conhecer os signos utilizados para a construção do sentido do texto, bem como o modo como eles podem combinar-se entre si, levando sempre em conta o contexto. Nas questões que apresentam linguagem mista, ou seja, em que a linguagem verbal vem associada a linguagens não verbais, os códigos se complementam e a interpretação exige o domínio das regras de ambos.
Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu'inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Repertório Compreende-se como todo tipo de conhecimento acumulado ao longo da vida escolar, transmitidos pelas várias disciplinas, e também os que são adquiridos com a participação na vida social e a assimilação de seus saberes e valores. O repertório é a bagagem de conhecimento que possibilita a percepção de correlações entre os sentidos inscritos no texto sob interpretação e outros textos (verbais ou não verbais) conhecidos ao longo da vivência cultural. Cabe ressaltar que só devemos aliar leitura, interpretação e conhecimento de mundo se o texto assim solicitar, pois, do contrário, cometeremos um equívoco.
Paráfrase Termo grego “para-phrasis”, que significa a repetição de uma sentença. Esse tipo de relação intertextual consiste em reproduzir um texto ou parte dele explicitamente, com outras palavras, sem que a ideia original seja alterada.
Intertextualidade Relação que um texto estabelece – através de referência implícita ou explícita – com um ou mais textos produzidos anteriormente. Entende-se aqui o texto em sentido amplo: verbal, não verbal, oral, enfim toda forma de comunicação entre um emissor e um receptor para dizer que a intertextualidade parte de um conhecimento de mundo prévio. Tipos de intertextualidade A comunicação entre os textos pode ocorrer de variadas formas. Para observarmos tais tipos, partimos do seguinte texto: Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite– Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra,
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Poesia do poeta romântico Gonçalves Dias. Percebe-se claramente uma visão ufanista e saudosista da terra natal.
Nova Canção do Exílio Carlos Drummond de Andrade Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, e o maior amor. Só, na noite, seria feliz: um sabiá, na palmeira, longe. Onde é tudo belo e fantástico, só, na noite, seria feliz. (Um sabiá, na palmeira, longe.) Ainda um grito de vida e voltar para onde é tudo belo e fantástico: a palmeira, o sabiá, o longe. Paródia: o texto original é retomado, de forma que seu sentido passa a ser alterado. Normalmente, a paródia apresenta um tom crítico, muitas vezes, marcado por ironia. Canção do exílio Murilo Mendes Minha terra tem macieiras da Califórnia onde cantam gaturamos de Veneza. Os poetas da minha terra são pretos que vivem em torres de ametista, os sargentos do exército são monistas, cubistas, os filósofos são polacos vendendo a prestações. A gente não pode dormir com os oradores e os pernilongos. Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Língua Portuguesa Eu morro sufocado em terra estrangeira. Nossas flores são mais bonitas nossas frutas mais gostosas mas custam cem mil réis a dúzia. Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade e ouvir um sabiá com certidão de idade! Citação acontece quando há uma transcrição de um texto ao longo de outro, marcada normalmente pelo uso de aspas. Vejam, na tirinha a seguir, um exemplo de citação:
Exercícios 01 – (Enem) Quem não passou pela experiência de estar lendo um texto e defrontar-se com passagens já lidas em outros? Os textos conversam entre si em um diálogo constante. Esse fenômeno tem a denominação de intertextualidade. Leia os seguintes textos: I. Quando nasci, um anjo torto Desses que vivem na sombra Disse: Vai Carlos! Ser “gauche” na vida (ANDRADE, Carlos Drummond de. Alguma poesia. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1964) II. Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim. (BUARQUE, Chico. Letra e Música. São Paulo: Cia das Letras, 1989)III. Quando nasci u III. Quando nasci um anjo esbelto Desses que tocam trombeta, anunciou: Vai carregar bandeira. Carga muito pesada pra mulher Esta espécie ainda envergonhada. (PRADO, Adélia. Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986)
Epígrafe Termo grego “epi = posição superior”; “graphé = escrita”. Esse tipo de intertextualidade ocorre quando um autor recorre a algum trecho de um texto já existente, para introduzir o seu texto. É um trecho introdutório para outro que venha a ser produzido. A famosa “Canção do exílio” possui uma epígrafe, com versos de um escritor alemão – Wolfgang Goethe: Kennst du das Land, wo die Citronen blühen, Im dunkeln die Gold-Orangen glühen, Kennst du es wohl? — Dahin, dahin! Möcht ich... ziehn. Goethe Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. (...) Tradução da epígrafe feita pelo poeta Manuel Bandeira: [Conheces o país onde florescem as laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá, para lá quisera eu ir!] Goethe
ENEM
Adélia Prado e Chico Buarque estabelecem intertextualidade, em relação a Carlos Drummond de Andrade, por a) reiteração de imagens. b) oposição de idéias. c) falta de criatividade. d) negação dos versos. e) ausência de recursos.
UNIDADE 7 INTERPRETAÇÃO II IDENTIFIQUE GÊNERO, REFERÊNCIAS E OUTROS DETALHES Após a leitura e ao fazer questionamentos para si sobre o que está estudando, o aluno deve identificar cada detalhe disposto no texto. Saber se é uma reportagem ou outro gênero, é uma forma, ou seja, identificar característica importantes do texto são vitais para uma melhor interpretação. Gêneros x Tipos Textuais Ao longo de nossa vivência enquanto falantes, temos a oportunidade de convivermos com uma enorme
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias diversidade de textos. Basta sairmos às ruas que tão logo está confirmada esta ocorrência. São panfletos, outdoors, cartazes, dentre outros. Podemos classificar os textos sob duas vertentes: os gêneros e os tipos textuais. Antigamente, os vestibulares solicitavam a produção utilizando propostas pautadas nos tipos. Hoje em dia, o foco maior tem sido nos gêneros. Para um melhor desempenho nas provas, veremos ambos: Os gêneros textuais estão diretamente ligados às situações cotidianas de comunicação, fortalecendo os relacionamentos interpessoais por meio da troca de informações. Tais situações referem-se à finalidade que possui cada texto, sendo estas, inúmeras. Alguns exemplos: texto utilizadas para a comunicação: propagandas, cartas, bulas de remédio, canções, artigos de jornal, rótulos, receitas, charges etc. Para a identificação de um gênero, deve-se levar em conta três critérios básicos: o conteúdo, o estilo e a estrutura de composição. No caso do gênero “bula de remédio”, por exemplo,o conteúdo do texto deve ser marcado por informações sobre o medicamento em questão. O estilo deve ser objetivo, formal, caracterizado pela linguagem técnica. A forma de composição desse texto apresenta uma estrutura típica: “formas farmacêuticas e apresentações” (em frasco, comprimido ou em pomada, por exemplo), “composições”(aspectos químicos do produto), “informação ao paciente” (ação esperada, prazo de validade, reações adversas), “contraindicações e precauções” etc. Sem essas características de conteúdo, estilo e estrutura, um texto não pode ser classificado como “bula de remédio”. Os gêneros textuais são fenômenos históricos, que nascem e se desenvolvem no seio de dada cultura, de certa sociedade: a “bula de remédio” é um tipo de texto que não existe, por exemplo, em comunidades primitivas, que desconhecem a alopatia, a ciência e a escrita. O surgimento de novas tecnologias é um fator que impulsiona o surgimento de novos gêneros: se não existisse o telefone, não existiria o gênero conversa telefônica; se não existissem o computador e a internet, não haveria o bate-papo virtual, o e-mail e o blogue. Os gêneros servem de modelo de escrita para o enunciador (aquele que fala ou escreve) e funcionam como horizonte de leitura para o interlocutor: do mesmo modo que orientam como escrever, orientam também como o texto deve ser lido e interpretado. Como cada gênero apresenta suas próprias características, cada gênero determina o que se deve e o que se pode dizer, o que se deve e o que se pode interpretar. Cada profissão, cada esfera da atividade humana tem seus gêneros: advogados escrevem petições, médicos interpretam radiografias, arquitetos desenham plantas, cozinheiros preparam receitas, professores dão aulas. Saber ler com desenvoltura é ser capaz de interpretar e de produzir textos pertencentes a diferentes gêneros que circulam na sociedade no dia a dia.
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Na escola, os conteúdos das diversas disciplinas são transmitidos por meio de gêneros diversos, como gráficos, poemas, canções, quadros, documentos históricos, histórias em quadrinhos, grafites, etc. 11. Importante ter sempre em mente: conhecer as características de cada gênero ajuda tanto a interpretá-los quanto a produzi-los. Já a classificação em tipos textuais, relaciona-se com a natureza linguística expressa pelos mesmos, classificando-se em instrucionais/injuntivos, narrativos, descritivos e dissertativos. Textos da tradição escolar Além do conhecimento dos gêneros textuais, para ter um bom desempenho na produção escrita e na interpretação textual é necessário também o reconhecimento das características dos tipos de texto mais comuns na tradição escolar: a injunção, a descrição, a narração e a dissertação Texto instrucional/ injuntivo: Indica como realizar uma ação. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos são, na sua maioria, empregados no modo imperativo, porém nota-se também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo indicativo. Ex: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). Texto descritivo: é um retrato verbal. Então para que esse tipo de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer com que o leitor visualize o que ou em está sendo descrito. Compare: a) A casa é pequena. Nela, há somente um dormitório, um banheiro, sala, cozinha e uma área de serviço. O jardim, embora também seja pequeno, é bonito e repleto de flores. b) A casa é pequena. Nela, há somente meu aconchegante cantinho de dormir, um banheiro, sala para acolher meus amigos quando me presenteiam com sua visita. Há também o meu terror: a cozinha. É nela que fica o fantasma das colorias – a geladeira! A área de serviço é o beco do trabalho! O jardim é um encanto. Lindo e colorido! I - Descrição Objetiva É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira impessoal, empregando a representação fiel ao aspecto exterior. I - Descrição Subjetiva É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira pessoal, empregando a imaginação e externando suas impressões pessoais. Texto narrativo: tem sua base em fatos, ações as quais fazem com que o enredo se desenvolva. Para que a narrativa tenha sucesso, é imprescindível que haja o conhecimento do tema e se defina o enredo, para só então escolher os personagens. Por quê? Porque a escolha prévia dos personagens é “um convite” à prolixidade, pois acabamos preocupando-nos com a participação de cada
Língua Portuguesa um deles e nos esquecemos de enriquecer nosso desenvolvimento. ELEMENTOS DA NARRATIVA I – Enredo (apresentação, conflito, desfecho. Destaque: ‘Clímax’) II – Narrador (1ª ou 3ª pessoa) III – Personagem (principais, secundários) IV – Tempo (cronológico, histórico, psicológico, do discurso) V - Espaço Além do narrador, outras vozes podem surgir no texto. Para inserir falas, faz-se uso do que chamamos discurso, que podem se apresentar de diferentes formas: Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por alguém. Normalmente usa-se aspas ou travessões para demarcar a reprodução da fala de outra pessoa. Exemplo: “Não gosto disso” – disse a menina em tom zangado. Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos então uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens passam pela elaboração da fala do narrador. Exemplo: A menina disse em tom zangado, que não gostava daquilo. Discurso indireto livre: É um discurso misto onde há uma maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto. É necessário que se tenha atenção para não confundir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta surge de repente em meio a fala do narrador. Exemplo: A menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia. Dissertação é um texto que se caracteriza pela exposição, defesa de uma idéia que será analisada e discutida a partir de um ponto de vista. Para tal defesa o autor do texto dissertativo trabalha com argumentos, com fatos, com dados, os quais utiliza para reforçar ou justificar o desenvolvimento de suas idéias. Organiza-se, geralmente, em três partes: Introdução - onde você explicita o assunto a ser discutido, com a apresentação de uma idéia ou de um ponto de vista que pretende defender. Desenvolvimento ou argumentação - em que irá desenvolver seu ponto de vista. Para isso, deve argumentar, fornecer dados, trabalhar exemplos, se necessário. Conclusão - em que dará um fecho coerente com o desenvolvimento e com os argumentos apresentados. Em geral, a conclusão é uma retomada da idéia apresentada na introdução, agora com mais ênfase, de forma mais conclusiva, onde não deve aparecer nenhuma idéia nova, uma vez que você está fechando o texto.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Reconhecer os tipos e/ou gêneros textuais pode ser uma excelente estratégia para interpretar os textos da prova do Enem. Uma vez que você domina a estrutura e a linguagem,
ENEM
fica mais rápido e mais fácil entender o texto e responder ao solicitado na questão. Depois, é interessante identificar a autoria, descobrindo se é de algum jornalista conhecido ou de alguma autoridade, por exemplo.
Exercícios 01 – (Enem) Câncer 21/06 a 21/07 O eclipse em seu signo vai desencadear mudanças na sua autoestima e no seu modo de agir. O corpo indicará onde você falha – se anda engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O que ficou guardado virá à tona, pois este novo ciclo exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas ações, já que precisará de energia para se recompor. Há preocupação com a família, e a comunicação entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também na vida amorosa, que será testada. Melhor conter as expectativas e ter calma, avaliando as próprias carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar além das questões materiais – sua confiança virá da intimidade com os assuntos da alma. Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009. O reconhecimento dos diferentes gêneros textuais, seu contexto de uso, sua função específica, seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum relacionamse aos conhecimentos construídos socioculturalmente. A análise dos elementos constitutivos desse texto demonstra que sua função é a) vender um produto anunciado. b) informar sobre astronomia. c) ensinar os cuidados com a saúde. d) expor a opinião de leitores em um jornal. e) aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.
UNIDADE 8 Interpretação Textual – Questões metalinguísticas A metalinguagem (uma das funções da linguagem, já abordada em aulas anteriores) consiste em usar a linguagem para fazer comentários sobre a própria linguagem utilizada num texto. Em resumo: A "metalinguagem" nada mais é do que usar um tipo de linguagem para falar dela própria. Ou seja: um filme sobre um filme, um livro sobre um livro, uma música sobre uma música, uma pintura com a imagem de alguém pintando, um desenhando com alguém desenhando e assim por diante. Nas provas do Enem, são uma constante, nesse tipo de questão, aquelas relativas à variação linguística. Sem usar nomenclatura ou termos específicos, as questões que envolvem metalinguagem cobram a identificação de determinada particularidade linguística presente no texto ou a explicação de quais recursos de linguagem foram acionados para produzir determinado sentido ou efeito de sentido.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias É comum também aparecerem questões que envolvam metalinguagem e literatura, uma vez que seu uso é bastante comum entre os escritores. Vale ressaltar que a metalinguagem não é exclusividade de textos verbais, como vemos nos exemplos abaixo:
Um poema metalinguístico.
Um aviso que fala do próprio aviso.
Uma escultura fazendo uma escultura.
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FIQUE LIGADO NO ENEM! Outros possíveis tipos questões do Enem • Questões de simples apreensão: incluem-se neste grupo as questões que contêm, no interior do próprio texto, todos os dados • Questões de compreensão entre textos explícitos na prova, que propõem um texto como base e solicitam que se reconheçam relações estabelecidas (de compatibilidade ou incompatibilidade) entre ele e outro (ou outros). • Questões de compreensão entre textos explícitos e textos a serem referidos via memória. Trata-se também de questões que exigem compreensão, isto é, capacidade de correlacionar dados e conhecimentos contidos em textos diferentes. O texto de referência vem sempre explícito, e solicita comentários, operações ou julgamentos sobre ele com base em textos referidos que não constam explicitamente na prova, mas são pressupostos como conhecidos. O sucesso nesse tipo de questão requer que o aluno tenha na memória aqueles textos carregados dos conhecimentos considerados úteis para quem sai do Ensino Médio e se dispõe a continuaros estudos superiores, seja de conhecimentos gerais, seja de disciplinas relacionadas ao currículo escolar. Outras dicas: Avaliação da leitura correta No ENEM, avalia-se a competência da leitura por meio de testes a respeito de um texto. O leitor deve ser capaz de distinguir as alternativas que contêm interpretações corretas das que contêm interpretações erradas. Devem ser consideradas corretas as que encontram sustentação no que vem exposto no texto; erradas, as que contêm distorções interpretativas. As alternativas corretas podem ser de vários tipos: • Reprodução literal do que vem explícito no texto – é o tipo mais fácil de reconhecer como interpretação correta do texto. Na verdade não exige esforço interpretativo além da alfabetização, pois se trata de uma cópia do que vem exposto no texto. Há, no entanto, alternativas que reproduzem literalmente trechos do texto, mas que reclamam competências interpretativas mais sofisticadas do que o mero reconhecimento da cópia. Trata-se de transcrições literais para o leitor escolher qual delas traduz ou exemplifica melhor determinado significado ou efeito de sentido. • Paráfrase de palavras ou expressões do texto – alternativa que traduz por meio de outras palavras o significado de uma palavra, uma expressão ou ainda um segmento mais extenso de um texto. • Explicitação de sentidos pressupostos – trata-se de um tipo de alternativa que traduz significados que, embora não venham expressos por palavras contidas nos enunciados, estão implicados sob a forma de pressupostos ou subentendidos por trás das palavras expressas.
Língua Portuguesa Exercícios 01 – (ENEM) Não tem tradução [...] Lá no morro, se eu fizer uma falseta A Risoleta desiste logo do francês e do inglês A gíria que o nosso morro criou Bem cedo a cidade aceitou e usou [...] Essa gente hoje em dia que tem mania de exibição Não entende que o samba não tem tradução no idioma francês Tudo aquilo que o malandro pronuncia Com voz macia é brasileiro, já passou de português Amor lá no morro é amor pra chuchu As rimas do samba não são I love you E esse negócio de alô, alô boy e alô Johnny Só pode ser conversa de telefone
Para isso vamos analisar alguns assuntos gramaticais e como eles são cobrados no ENEM.
CONJUNÇÕES De acordo com o tipo de relação que estabelecem, as conjunções podem ser classificadas em coordenativas e subordinativas. No primeiro caso, os elementos ligados pela conjunção podem ser isolados um do outro. Esse isolamento, no entanto, não acarreta perda da unidade de sentido que cada um dos elementos possui. Já no segundo caso, cada um dos elementos ligados pela conjunção depende da existência do outro. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
ROSA, N. In: SOBRAL, João J. V. A tradução dos bambas. Revista Língua Portuguesa. Ano 4, no 54. São Paulo: Segmento, abr. 2010 (fragmento).
As canções de Noel Rosa, compositor brasileiro de Vila Isabel, apesar de revelarem uma aguçada preocupação do artista com seu tempo e com as mudanças políticoculturais no Brasil, no início dos anos 1920, ainda são modernas. Nesse fragmento do samba Não tem tradução, por meio do recurso da metalinguagem, o poeta propõe a) incorporar novos costumes de origem francesa e americana, juntamente com vocábulos estrangeiros. b) respeitar e preservar o português padrão como forma de fortalecimento do idioma do Brasil. c) valorizar a fala popular brasileira como patrimônio linguístico e forma legítima de identidade nacional. d) mudar os valores sociais vigentes à época, com o advento do novo e quente ritmo da música popular brasileira. e) ironizar a malandragem carioca, aculturada pela invasão de valores étnicos de sociedades mais desenvolvidas.
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVA
UNIDADE 9 GRAMÁTICA NO ENEM A gramática no ENEM é cobrada de maneira semântica, portanto não se baseia apenas em nomenclaturas. O candidato deve mostrar a sua habilidade de leitura e interpretação, compreender as diferentes formas de expressão, ler os diferentes tipos de textos contextualizando-os aos momentos histórico-sociocultural. Portanto deve apresentar habilidades amplas de interpretação, seja de textos verbais quanto dos nãoverbais. Sendo assim é importante que o leitor demonstre conhecimentos muito mais amplos que apenas aqueles relacionados à “decoreba”, mas sim à aplicação delas na construção de sentidos.
ENEM
Veja um exemplo
(Armandinho / Facebook) No caso acima, as conjunções são usadas no segundo quadrinho ("e"), com o sentido e adição, unindo as
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias palavras "muitos"; e no 3o quadrinho ("quando"), com o valor semântico de tempo. Veja que as conjunções contribuem para a progressão textual, desenvolvendo a história e, no caso do quadrinho, sendo fundamental para a formação do humor da tirinha. Além das conjunções, há as locuções conjuntivas. É o conjunto de palavras que possui o mesmo valor de uma conjunção. Exercícios
Mas você não morre, você é duro, José! 02- No poema “E agora, José?”, de Carlos Drummond de Andrade, o trecho em destaque está construído com base nos sentidos estabelecidos pelas conjunções, respectivamente, de a)adição e oposição b)condição e adição c)condição e oposição d)consequência e adição e)condição e adição 03- A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com sua função na frase. Assinale a alternativa em que o sentido de mesmo equivale ao que se verifica na frase a seguir. “Aos poucos, as ideias iam ficando mais claras, mesmo que ainda sentisse fortes dores de cabeça e no corpo.”
Disponível em: http://clubedamafalda.blogspot.com.br.
01- (ENEM- 2013) Nessa charge, o recurso morfossintático que colabora para o efeito de humor está indicado pelo(a): a) emprego de uma oração adversativa, que orienta a quebra da expectativa ao final. b) uso de conjunção aditiva, que cria uma relação de causa e efeito entre as ações. c) retomada do substantivo “mãe”, que desfaz a ambiguidade dos sentidos a ele atribuídos. d) utilização da forma pronominal “la”, que reflete um tratamento formal do filho em relação à “mãe”. e) repetição da forma verbal “é”, que reforça a relação de adição existente entre as orações. Veja o texto a seguir: Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse, se você morresse... Presente do indicativo Pretérito perfeito do indicativo Pretérito imperf. do indicativo Pretérito mais-que-perf. Ind. Futuro do presente do ind. Futuro do pretérito do ind. Presente do subjuntivo Pretérito imperfeito subj. Futuro do subjuntivo Infinitivo impessoal Gerúndio Particípio
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a) Escute! Há mesmo necessidade de você vir? b) Não quero ser o mesmo que você. c) Irá assim mesmo. d) Não percebeu nada, mesmo estando atento. e) Não, mesmo! Fique aí!
UNIDADE 10 VERBOS Os verbos são responsáveis não apenas para indicar ação, estado ou fenômeno da natureza; podem também expressar sentimentos, acidentes... Ex: Eu amo a vida. (sentimento) Cai na rua. (acidente) São divididos em três modos verbais, nove tempos e ainda ordem afirmativa e negativa. Abaixo tabela das desinências verbais
___________________ ___________________ (1ª conj.) (2ª e 3ª conj.) —
__________________________ __________________________ VA (VE) IA (IE) RE/RA (ÁTONOS) RE/RA (TÔNICOS) RIA (RIE) (1ª conj.) E (2ª e 3ª conj.) — A SSE R R NDO DO, TO, SO SINGULAR PLURAL
Língua Portuguesa D nº p Presente. do indicativo Pretérito Perfeito do ind.
1ª o i
Os olhos brasileiros de Darwin Quando o alemão Fritz Müller chegou ao interior de Santa Catarina, em 1852, era como se pousasse em outro planeta. Um planeta onde ele realizou estudos minuciosos, que lhe renderam fama internacional e o apelido de “príncipe dos exploradores” – cortesia de seu ídolo e fã, Charles Darwin. O fascínio pela fauna e flora abaixo do Equador foi o que atraiu o médico e filósofo de 31 anos ao vale do Itajaí, um deserto verde verde onde dois anos antes Hermann Blumenau havia criado uma colônia alemã batizada com seu sobrenome. GOMES, S. Superinteressante, julho de 2009.
04- (UFSC – adaptado) Em relação ao texto é correto afirmar que: a) As formas verbais “chegou”, “realizou” e “renderam” representam uma sequência cronológica de eventos; b) a locução verbal “havia criado”, equivalente a “criara”, representa um tempo passado posterior a “atraiu”. c) O segundo parágrafo do texto pode ser reescrito da seguinte maneira, sem alteração das relações sintáticosemânticas: “O que atraiu o médico e filósofo de 31 anos ao vale do Itajaí, dois anos antes, foi o fascínio pela fauna e flora do deserto verde no qual Hermann Blumenau viria a criar uma colônia alemã abaixo do Equador, que seria batizada com seu sobrenome”. d) A forma verbal “era” apresenta ideia de fato totalmente acabado. e) Há predomínio de verbos flexionados em um tempo verbal que representa fatos em andamento. FUVEST 2014 – REVELAÇÃO DO SUBÚRBIO Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a vidraça do carro*, Vendo o subúrbio passar. O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, Com medo de não repararmos suficientemente Em suas luzes que mal têm tempo de brilhar. A noite come o subúrbio e logo o devolve, Ele reage, luta, se esforça, Até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais E à noite só existe a tristeza do Brasil. Carlos Drummond de Andrade, Sentimento do mundo, 1940. (*) carro: vagão ferroviário para passageiros. 05- Considerados no contexto, dentre os mais de dez verbos no presente, empregados no poema, exprimem ideia, respectivamente, de habitualidade e continuidade a) “gosto” e “repontam”. b) “condensa” e “esforça”. c) “vou” e “existe”. d) “têm” e “devolve”. e) “reage” e “luta”.
ENEM
2ª s ste
3ª u
1ª mos mos
2ª is/des stes
3ª m ram
UNIDADE 11 PONTUAÇÃO Na língua portuguesa, a ordem normal dos termos em uma frase é: sujeito – verbo – complemento verbal – adjuntos adverbiais Se os termos da oração se dispõem assim, dizemos que ocorre ordem direta. Você conquistará sua aprovação em breve Suj. Verbo Comp. Verbal Adj. Adv. Caso ocorra alguma alteração nessa sequência, teremos a ordem indireta. Em breve, você conquistará sua aprovação! Termo Deslocado Quando a oração está na ordem direta, não se separam seus termos imediatos por vírgulas. Ou seja, não devemos separar: - o sujeito do verbo - o verbo de seu(s) complemento(s) - o nome de seu(s) complemento(s) ou adjunto(s) A VÍRGULA será utilizada no interior da oração para separar: 1 – expressões de caráter explicativo ou corretivo Ex.: Não teremos aula amanhã, ou melhor, depois de amanhã. 2 – conjunções coordenativas intercaladas Ex.: Sua atitude, no entanto, pareceu-nos incoerente. 3 – adjuntos adverbiais intercalados Ex.: O ator, naquele dia, parecia um pouco nervoso. 4 – aposto intercalado Ex.: Obama, presidente dos EUA, ficou impressionado com a receptividade dosdos brasileiros. Importante: o aposto também pode ser intercalado por parênteses ou por travessões. Quando está posicionado no final da frase, pode vir precedido de dois-pontos. A VÍRGULA também é empregada para indicar o deslocamento de um termo na frase. 1 – adjunto adverbial Ex.: No ano passado, fiz a viagem de meus sonhos. Importante: Se esse adjunto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável. 2 – complemento pleonástico Ex.: Esse livro, já o li quando cursava o Ensino Médio. 3 – o nome de lugar na indicação de datas Ex.: Florianópolis, 21 de Setembro de 2003. Então... Fique de olho se lhe for solicitado que produza uma carta neste “vestiba”! A VÍRGULA também é usada para: 1 – separar vocativo Ex.: Galera, fiquem de olho na pontuação.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Lembre: Quando se quer dar maior ênfase ao vocativo, pode-se usar ponto de exclamação. 2 – separar termos coordenados assindéticos, ou seja, ligadas sem emprego de conjunção Ex.: Seus conselhos me inspiraram tranquilidade, segurança, paz. Termos coordenados ligados pelas conjunções E, OU, NEM dispensam vírgula. Seus conselhos me inspiraram tranquilidade, segurança e paz.
Os jovens, que amam, são mais felizes. II - Eu não fumo por opção. Eu não fumo, por opção. III - Os padres rezavam e o povo acompanhava a reza. Os padres rezavam, e o povo acompanhava a reza. Com pontuação diferente, ocorre alteração de sentido: a) Em todos os períodos. b) Em nenhum dos períodos. c) Somente nos períodos I e II. d) Somente nos períodos II e III. e) Somente nos períodos I e III.
Se, no entanto, essas conjunções vierem repetidas para dar ideia de ênfase, a vírgula deverá ser empregada. Não fazia exercícios de Física, nem de Química, nem de Matemática, nem de Literatura, mas sonhava ser aprovado na UFSC.
8. Observe as frases: I - Ele foi, logo eu não fui. II - O menino, disse ele, não vai. III - Deus, que é Pai, não nos abandona. IV - Saindo ele e os demais, os meninos ficarão sós.
A VÍRGULA entre orações As orações que formam um período podem ser separadas por vírgulas ou não, dependendo de sua classificação. 1 – orações subordinadas adjetivas explicativas: sempre separadas por vírgula. 2 – orações subordinadas adjetivas restritivas: via de regra não são separadas por vírgula. Contudo admite-se vírgula ao seu final (Mas nunca antes delas!) quando: a) tiverem certa extensão. Ex.: O homem que foi sequestrado na semana passada em São José, é um empresário muito conhecido na região. b) houver sequência de dois verbos. Ex.: O homem que fuma, vive pouco. 3 – orações subordinadas adverbiais: serão separadas por vírgula sempre que vierem antes da oração principal. 4 – orações subordinadas substantivas: não devem ser separadas da principal por meio de vírgula (Com exceção das apositivas!). 5 – orações coordenadas: são separadas por vírgula (Exceto as aditivas!) Exercícios 6. As frases "Antigamente, ia-se à cidade" e "Hoje se vai ao shopping center" são igualmente iniciadas por advérbio de tempo. No entanto, separa-se por vírgula o advérbio da primeira, mas não o da segunda. Tal fato revela: a) uma distração por parte do emissor, pois o uso da vírgula é fundamental nessa situação. b) Um erro grave, visto que não se deve usar vírgula para separar o advérbio do restante da frase. c) Que falta, ao autor do texto, o domínio dos sinais de pontuação. d) Obrigatoriedade de emprego da vírgula apenas na primeira frase. e) Uma escolha estilística do emissor, uma vez que nesse tipo de construção é facultativo o emprego da vírgula.
7. Considere os períodos I, II e III, pontuados de duas maneiras diferentes: I - Os jovens que amam são mais felizes.
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Assinale a afirmativa correta. a) Em I há erro de pontuação. b) Em II e III as vírgulas podem ser retiradas sem que haja erro. c) Na I, caso se mude a vírgula de posição, muda-se o sentido da frase. d) Na II, faltam dois pontos depois de disse. e) N.d.a.
4- No segundo quadrinho da tira há uma vírgula e o terceiro quadrinho sugere a retirada do sinal de pontuação. a) Explique o sentido da oração com o sinal de pontuação. b) Explique o sentido da oração sem o sinal de pontuação.
UNIDADE 12 PRONOMES E COLOCAÇÃO PRONOMINAL Entre eu e tu ou entre mim e ti? Para eu fazer ou para mim fazer? Para ti decidir ou para tu decidires? Compare: Para mim, passar no vestiba é moleza! Para eu passar no vestiba, será moleza!
ME – TE – SE – O – A – LHE – NOS – VOS – OS – AS – LHES
Língua Portuguesa Colocação Pronominal a) Próclise: posicionar o pronome antes do verbo. Ex.: Não te conheço muito bem. b) Mesóclise: o pronome “se intromete” no verbo... Ex.: Algum dia, conhecer-te-ei por completo. c) Ênclise: o pronome fica após o verbo (Sempre com hífen!). Ex.: Conheço-te muito bem, meu amigo!
3. E como inserir o pronome “nos” no período “Conhecemos naquela festa.”, respeitando a Gramática Normativa? “Vou convidar todos para minha formatura!” 4. Seria correto substituirmos o termo sublinhado pelo pronome “lhes”? Justifique sua resposta:
Regrinhas Básicas - Jamais devemos iniciar uma oração com esse tipo de pronome. - A mesóclise só deve ocorrer em início de orações ou após vírgulas e com verbos no Futuro do Presente ou do Pretérito. - A próclise é obrigatória com: . vocábulos indicativos de negação (não, nunca, jamais, nem, tampouco); . a palavra “que” (independentemente de sua classe gramatical); . pronomes indefinidos (tudo, nada, ninguém, alguém...); . conjunções subordinativas (se, caso, embora...); . pronomes relativos (que, que, qual, cujo...); . em + gerúndio (Ex.: Em se tratando de...); . orações interrogativas, exclamativas ou optativas. - Então, nos demais casos... Dá-lhe Ênclise!!! Mas fique atento ao pronome que irá empregar, principalmente se estiver trabalhando com a terceira pessoa! RECORDE VI (=Verbo Intransitivo) → não pede objeto VTD (= Verbo Transitivo Direto) → pede OD VTI ( Verbo Transitivo Indireto) → pede OI VTDI (=Verbo Transitivo Direto e Indireto) → pede OD e OI simultaneamente Pronomes também podem servir como complementos aos verbos:
Exercícios 1. A frase “Eu queria encontrar ela ainda hoje.” não respeita as regrinhas de nossa amada gramática de Língua Portuguesa. Por quê? 2. Como reescrever a frase citada na questão anterior, de modo a seguir a norma culta?
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5. Observando os três primeiros quadrinhos, pode-se perceber que, no diálogo entre Calvin e sua mãe, uma das formas verbais não condiz com as demais. Trata-se de: a) Ides. b) Pretendes. c) Tenhais. d) Segui. e) Julgais. 6. Indique o que seja correto afirmar acerca da tira acima: 01. O pronome empregado logo na abertura da segunda fala da Calvin apresenta um erro de acentuação, já que, sendo átono, não deveria receber acento gráfico. 02. O termo “onde” (último quadrinho) pode ser substituído por “o qual”, mantendo-se o sentido da sentença. 04. O pronome destacado em “Vós me julgais mal” exerce função de objeto direto. 08. Reescrevendo o período “Segui vosso caminho!”, de modo a introduzir nele um pronome átono, teríamos “Segui-vos!”. 16. Em “Vós me julgais mal”, o último vocábulo empregado é indicativo de modo.
Texto 1 O homem disse que tinha de ir embora – antes queria me ensinar uma coisa muito importante: - Você quer conhecer o segredo de ser um menino feliz para o resto da vida. - Quero – respondi.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias O segredo se resumia em três palavras, que ele pronunciou com intensidade, mãos nos meus ombros e olhos nos meus olhos: - Pense nos outros. Na hora, achei esse segredo meio sem graça. Só bem mais tarde vim a entender o conselho que tantas vezes na vida deixei de cumprir. Mas que sempre deu certo quando me lembrei de segui-lo, fazendo-me feliz como um menino. SABINO, Fernando. O menino no espelho.
7. Em relação ao Texto 1, é correto afirmar que: 01. o pronome enclítico empregado no trecho “quando me lembrei de segui-lo”, exerce função de objeto direto e resgata o substantivo “conselho”. 02. o trecho “quando me lembrei de segui-lo”, pode ser substituído por “quando lembrei de segui-lo”, sem desrespeitar a norma culta. 04. a palavra “que”, nas três ocorrências sublinhadas no texto, está funcionando como pronome relativo, pois, ao mesmo tempo em que liga orações, também aponta para um antecedente. 08. em “como um menino” temos o conectivo “como” dando ideia de conformidade. 16. a ênclise constante em “fazendo-me feliz como um menino” é facultativa, uma vez que alterar a colocação pronominal para qualquer outra posição, também estaria de acordo com a norma culta. 32. Em “Na hora, achei esse segredo meio sem graça.”, temos “meio” como um vocábulo invariável
UNIDADE 12 QUE e SE O termo "se" aparece na frase como: 1. Pronome Reflexivo Os dois amam-se como irmãos. Elas deram-se as mãos.
4. Partícula Expletiva ou de realce As moças sorriram-se agradecidas O povo riu-se ao ouvir tantas asneiras. 2. Partícula Apassivadora 5. Parte integrante de verbos Sabe-se que há pessoas Ele queixou-se do assunto. safadinhas. Maria referiu-se ao pai. Doam-se aulas de Gramática. 3. Índice de 6. Substantivo Indeterminação do Sujeito O se é a palavra que estamos Aqui se vive bem. estudando. Precisa-se de serventes. 7. Conjunção Subordinativa Se você não ficar quieto, não vai aprender a lição.
O termo "que" aparece na frase como: 1. Advérbio 5. Conjunção Que fria está sua sala! Penso que está tudo ok. 2. Substantivo 6. Pronome Interrogativo Há um quê de censura no Que você quer comigo? ar.
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3. Preposição Tinha que estudar. 4. Interjeição Quê! Ela acreditou nisso?
7. Pronome Relativo A candidata que treinei foi aprovada 8. Partícula Expletiva ou de Realce Que nome que te deram....
Exercícios 1- Classifique as funções da palavra “se” nas frases a seguir, numerando, convenientemente, os parênteses: 1-Partícula apassivadora. 2- Índice de indeterminação do sujeito. 3- Partícula de realce. 4-Partícula integrante do verbo. 5-Conjunção subordinativa. ( ) “Ela quer saber se eu me sinto realizado”. (Drummond) ( ) “Acabou-se a confiança no próximo”. (Drummond) ( ) Suicidou-se, pulando no fim da tarde de um prédio de 10 andares. ( ) Precisa-se de operários. ( ) “Sentia-se o cheiro da panela no fogo, chiando de toucinho no braseiro”. (José Lins do Rego) A sequência correta é: a) b) c) d) e)
4-3-5-2-1 5-3-2-4-1 4-5-2-1-3 5-3-4-2-1 5-3-2-1-4
2. Em que oração a palavra "que" é um pronome relativo? a) Observei um quê de desconfiança em seu olhar. b) Que resultados você espera com essa atitude? c) A família é que lhe pagava todos os gastos. d) O itinerário que seguimos era o mais próximo. e) Não te intimides que há outros menos capazes. 3. Identifique a frase em que a palavra "se" é pronome apassivador. a) Viaja-se pelas praias brasileiras no verão. b) Os namorados acomodaram-se no sofá, em silêncio. c) Deixou-se abater com a notícia de sua partida. d) Proibiam-se as queimadas por todo o território. e) Vivia-se tranqüilo naqueles confins da serra. 4. Em que frase a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito? a) Aqui se aceitam encomendas de doces e salgados. b) O passante escondeu-se da chuva repentina. c) Neste restaurante italiano, come-se bastante bem. d) Os dois garotos protegiam-se da forte ventania. e) Liquidaram-se as dívidas em pouco tempo
Língua Portuguesa
UNIDADE 13 CONCORDANCIA VERBAL Sujeito Coletivo Coletivo + expressão no plural Nome próprio no plural
O verbo concorda No singular Singular ou plural Com o artigo
Exemplos A multidão invadiu o parque. A turma de meninos saiu (ou saíram). O Estados Unidos é um país de 1º mundo. Os Estados Unidos são um país de 1º mundo. Mais de um(a) No singular Mais de um aluno saiu cedo ontem. No plural se a ação for recíproca Mais de um aluno se olharam atravessado. Um dos que No singular, se a ação se refere a O Sol é um dos astros que aquece a Terra. só um ser No plural, se a ação se refere a O Sol é um dos astros que brilham. mais de um ser Pronome relativo que Com o pronome que vem antes Sou eu que pago a conta. Pronome relativo quem Com o pronome que está antes, ou Sou eu quem pago/ paga a conta. na 3ª pessoa do singular Sujeito Composto O verbo concorda Exemplos Núcleos antes do verbo No plural A mãe e a filha chegaram. Núcleos depois do verbo No singular ou plural Chegou/chegaram a mãe e a filha. Núcleos em graduação No singular ou plural Um olhar, um gesto, um sorriso bastava/bastavam. Núcleos reduzidos por: tudo, No singular Pedro, Antônio, Renato, ninguém ficou contente. nada, ninguém, etc. Pessoas diferentes Eu + tu = nós Eu e tu fomos ao parque. Tu + ele = vós Tu e ele fostes ao cinema hoje? Um e outro, nem um nem outro No singular ou no plural Um e outro morreu/morreram. Nem um nem outro correu/correram. Nem Maria nem Antônio respondeu/responderam. Ligados pelas alternativas No singular, se houver exclusão Ou Pedro ou Antônio casará com Maria. ou...ou, nem...nem No plural, se não houver exclusão O machado ou a serra destruirão aquela mata. Núcleos ligados por com Com vírgula: singular O professor, com seus alunos, saiu. Sem vírgula: singular/plural O professor com seus alunos saiu/saíram. Sujeito O verbo concorda Exemplos Isto, isso, aquilo, tudo + verbo Como predicativo ou com o sujeito Isto são coisas deles. de ligação Tudo são flores. Nome próprio + verbo de Com o sujeito Maria era as alegrias do pai. ligação Tempo: (hora, dia) com verbos: Com a palavra indicadora de Hoje é primeiro de abril. ser, dar, bater, soar tempo Hoje são primeiro de abril. Soaram nove horas. Bateram dez horas. Preço, quantidade + verbo de No singular Dez centavos é pouco. ligação Dois quilos é muito. Verbos: ser, estar, haver, fazer e No singular Faz dez anos que não faço uma redação. fenômenos da natureza Ontem nevou em Floripa. Havia muitos ratos no porão. Verbos apassivados pelo se Com o sujeito Alugam-se casas. Consertam-se sapatos. Indeterminado pelo se No singular Necessita-se de empregadas. Fala-se em assuntos dramáticos. Porcentagem No singular 70% do povo reclamou do presidente. No plural 70% das pessoas reclamaram do presidente.
01. Preencha as lacunas corretamente, flexionando os verbos entre parênteses. a) _________o governador e sua filha ontem. (chegar) b) O governador e sua filha ________ ontem. (chegar) c) Ele, Zé e eu ____________ à festa ontem. (ir)
ENEM
d) Zé, tu e ele _____________ à festa ontem. (ir) e) Casas, florestas, rios, tudo ______ por água abaixo naquela enxurrada. (ir) f) _____________-se casas. (alugar – Pres.Ind)
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias g) _____________-se de empregadas. (precisar de – Pres. Ind) h) _______________ dez acidentes na rua na semana passada. (haver) i) _______________ anos que não o vejo. (fazer – Pret. Perfeito) j) Naquele dia, 10% das crianças não ____________ na escola. (aparecer) k) Naquele dia, 10% do povo ________________o candidato. (eleger) l) Vossa Majestade não ____________ sair hoje. (poder – Pres. Ind) m) Três reais ____________ muito. (ser – Pres. Ind) n) Maria _________ as alegrias do pai. (ser – Pres. Ind) o) A água ou o fogo __________ a casa. (destruir – Pret. Perf.) 02. Assinale a(s) frase(s) correta(s). 01. Ireis de carro tu, vossos primos e eu. 02. O pai ou o filho assumirá a direção da empresa. 04. Mais de um dos candidatos se insultaram. 08. Faz dez anos todos esses fatos. 16. Faz dez anos que não passamos por aqui. 32. Qual de nós irá sair com você? 03. Marque as alternativas gramaticalmente corretas, quanto à concordância verbo-nominal. 01. Esta jovem, ela próprio irá a Brasília avistar-se com o presidente. 02. É necessário a paciência de todos para superarmos esses problemas. 04. Menos festas, mais trabalho! 08. A poesia que desejas está na página vinte e um. 16. Eram perto do meio-dia, quando Mônica chegou. 32. Não se ouviam murmúrios na sala. 64. Aconteceu, ontem, alguns fatos interessantes.
UNIDADE 14 CONCORDANCIA NOMINAL Mesmo Junto Anexo/Incluso Próprio Quite Leso Obrigado Tal
Menos Alerta Pseudo Monstro Só
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Elas mesmas resolverão o caso. Ela não sabia disso mesmo. Juntos iremos longe. Iremos junto com ele. As cartas seguem anexas. As cartas seguem em anexo. Eles próprios assaltaram o caixa. Estou quite com você. Cometeu crimes de lesas-pátrias. Muito obrigada, diz a menina. O filho é tal qual o pai. Os filhos são tais quais os pais. O filho é tal quais os pais. Os filhos são tais qual o pai. Ela estava menos calma que ontem. Fiquemos alerta ao combate. As pseudo-atrizes foram presas. Elas são um monstro. Só as meninas foram embora. As meninas ficaram sós.
Meio Bastante Proibido Caro Longe
Maria estava meio doente. Os fins não justificam os meios. Comi somente meia melancia. Eles estão bastante apaixonados. Comemos bastantes pêras. É proibida a entrada de pessoas feias. É proibido entrada de pessoas feias. Compra caro os presentes. (adv.) Compra os presentes caros. (adj.) Andei por longes terras. (adj.) Estavam longe de nós. (adv.)
1. Em que casos a forma entre parênteses deve ficar no plural? 01. O advogado se muniu de argumentos (bastante) para inocentar seu cliente. 02. Seguem (anexo) os comprovantes solicitados. 04. Eles ( mesmo) admitiram que tudo não passou de farsa. 08. Os livros estão muito (caro). 16. Eles vestiram calças (cinza). 32. Encontraram os portões (meio) abertos. 64. Os brinquedos de madeira custam mais (barato). 2. Assinale a alternativa em que a concordância nominal da frase não atende às normas: a) Houve bastantes propostas, mas nenhuma agradou aos participantes. b) As crianças só se queixavam quando os pais as deixavam sós. c) O cabo exigia que as sentinelas se mantivessem alerta e meio escondidas. d) Encontrou semimortos pai e filho, bastante feridos no acidente. e) Perdido na ilha, alimentava-se de frutas e carne caprinas, que ali abundavam. 3. Que frases estão de acordo com a modalidade culta? 01. É necessário a tua participação. 02. Não era permitida nenhuma participação. 04. É proibido a passagem de alunos pelo corredor. 08. É preciso calma nesta hora. 16. Será permitida votação em segredo. 32. É necessário paciência.
UNIDADE 15 Como estudar literatura para o Enem? De forma geral, o ENEM espera que o candidato seja capaz de construir e aplicar conceitos aprendidos por ele, levando em conta a interdisciplinaridade. Sendo assim, é necessário que o conhecimento literário esteja aliado às relações que são estabelecidas com a história, a política, até mesmo à geografia e à economia do país. A estética, a estrutura formal, o modo de expressão discursiva são observados nas manifestações artísticas, não só nas literárias, mas em outros segmentos – principalmente na música, na escultura, na pintura e na arquitetura.
Língua Portuguesa De modo geral, o ENEM avalia o quanto o candidato conhece a respeito do mundo em que vive, da realidade e da história de seu país e como se posiciona diante de tudo isso. A Literatura Costuma-se definir literatura, em sentindo amplo, como o conjunto de textos escrito sobre determinado tema. Nessas aulas, porém, o sentindo dado à palavra literatura é específico. A literatura que discutimos neste material é fundamentalmente ficcional e plurissignificativa, o que os permite classificá-la como arte. Assim, umas das definições possíveis para o texto literário é a de “obra de arte que tem como matéria-prima as palavras”. Por meio das palavras, o autor expressa sua maneira de ver o mundo, utilizando seu estilo pessoal e influenciado por tudo o que acontece a sua volta.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Texto literário x Texto não literário (ou utilitário) • A Literatura é uma forma de expressão artística. Todo artista trabalha com uma matéria-prima: o músico, com os sons; o pintor, com as cores; o escultor, com as formas; o arquiteto, com os espaços. Os escritores têm como matéria-prima a palavra. Logo, literatura pode ser vista como a ‘arte da palavra’. • O que define uma obra como literária não é sua “qualidade”, já que essa noção é discutível, pois varia de época para época, de cultura para cultura, mas sua vocação para criar sentidos através dos recursos formais da linguagem. • Os textos que consideramos literários apresentam semelhanças no modo de empregar certos recursos de linguagem. Os textos utilitários, também chamados de não literários, são aqueles em que a linguagem é utilizada, sobretudo, com a intenção de transmitir uma informação. Já os textos literários são aqueles em que a linguagem é utilizada não apenas para transmitir uma informação, mas também para, de alguma forma, proporcionar prazer, reflexão, comoção, identificação, sublimação, espanto… • Nos textos literários, a preocupação com o modo de dizer é muito mais evidente do que nos textos utilitários. Temas É natural que encontremos o mesmo tema em diferentes manifestações literárias (peças de teatro, poemas, romances, contos ou crônicas) com abordagens diferentes, dependendo do estilo do autor do gênero escolhido e da época a que pertence. Soneto Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o Mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía. Luís de Camões Como uma onda Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa, tudo sempre passará A vida vem em ondas como o mar Num indo e vindo infinito Tudo que se vê não é Igual ao que a gente viu há um segundo Tudo muda o tempo todo no mundo Não adianta fugir Nem mentir pra si mesmo Agora Há tanta vida lá fora, aqui dentro Sempre como uma onda no mar Como uma onda no mar Como uma onda no mar Lulu Santos e Nelson Motta (compositores contemporâneos)
FIQUE LIGADO NO ENEM! Vale destacar também que é comum a prova usar manifestações artísticas contemporâneas que sofreram influência de estilos anteriormente consagrados. Estilos de época Dessa forma, é possível convencionar que obras produzidas numa mesma época, sob as mesmas influências históricas e culturais tendem a ter características semelhantes. É o grupo de obras produzidas numa mesma época e sob as mesmas condições que chamamos de movimento artístico-literário. Todo escritor é influenciado pelos valores da época em que vive. Como a História é uma constante mudança, a percepção da realidade se modifica, e as manifestações artísticas, que sempre serão influenciadas pelo contexto histórico, também estão em constante mudança. Uma escola literária consiste nos escritores que, por terem vivido numa mesma época, têm a tendência de apresentar características literárias semelhantes. PRINCIPAIS ESCOLAS LITERÁRIAS – BRASIL E PORTUGAL
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
ENEM
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
FIQUE LIGADO NO ENEM! Estilo de época diz respeito a uma série de procedimentos estéticos que caracterizam determinado período histórico – porque foram usados repetitiva e constantemente, por uma ou mais geração de escritores. Estilo individual é a maneira peculiar com que cada escritor manipula a linguagem literária. Refere-se à capacidade de usar técnicas para obter um melhor resultado estético. Exercícios 01- (ENEM) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: "Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste." Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário, a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores. b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido. c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor. d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores. e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
UNIDADE 16 GÊNEROS LITERÁRIOS Os conteúdos literários se organizam assume um gênero. Existem diversas concepções artísticas na Literatura. Há textos para divertir, para fazer pensar, para criticar a sociedade, para emocionar, para jogar com a linguagem. Cada uma dessas se manifesta por meio dos gêneros literários. O termo “gênero” origina-se do latim genus, eris, que significa nascimento, descendência, origem, e refere-se a um conjunto de características temáticas e formais intrínsecas às manifestações literárias. Sendo por muito tempo dividido em três categorias: épico, lírico e dramático. Tal divisão foi proposta na Grécia antiga (384 322 a.C.) pelo filósofo grego Aristóteles.
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GÊNERO ÉPICO OU NARRATIVO Em sua origem, apresenta longos poemas narrativos, com linguagem elevada, multiplicidade de vozes, assunto histórico e influência mitológica. Sua marca é o sentimento dos valores coletivos, ou seja, a história contada exalta as qualidades e feitos de um povo. São conhecidos também como epopéias e foram os primeiros textos narrativos. Histórias como "A Ilíada", "Odisseia", "Os Lusíadas" e o mais recente "O Senhor dos Anéis" e "300" Atualmente, o gênero épico foi praticamente substituído pela prosa de ficção (fábulas, crônicas, contos, novelas e romances) e é comumente chamado de gênero narrativo. GÊNERO LÍRICO Gênero cuja composição, inicialmente, era acompanhada por uma lira. Modernamente, visto como expressão de uma subjetividade, como manifestação poética de algum tipo de sentimento, o que explicaria sua preferência pela primeira pessoa gramatical. GÊNERO DRAMÁTICO Está associado à arte da representação. O enredo desenvolve-se por meio da encenação dos atores mediante a apresentação do espetáculo teatral. Apresenta uma estrutura teatral, em que não há um narrador explícito e o texto é conduzido pelas próprias personagens, que se exprimem em discurso direto. Neste contexto, figuram-se a participação de elementos extraverbais, tais como cenário, figurino, iluminação, sonoplastia, entre outros.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Hoje em dia, cada um dos três gêneros clássicos pode aparecer em textos em PROSA ou em POESIA. • No texto em PROSA, o conteúdo não está diretamente subordinado a questões rítmicas, o que equivale a dizer que as “linhas” do texto não possuem um tamanho predeterminado (não têm a forma de versos). • No texto POÉTICO, isto é, num poema, o conteúdo depende mais claramente das questões rítmicas; por isso, o tamanho das “linhas” do texto é predeterminado. Cada “linha” de um poema é chamada de verso, que se caracteriza por ter um ritmo (número de sílabas poéticas) que se repete – ou não - no poema. Observe:
Língua Portuguesa *Vale destacar que há classificação para os versos, estrofes, tipos de rimas (ou ausência delas) com nomenclatura específica.
Exercícios 01 - (Enem) Gênero dramático é aquele em que o artista usa como intermediária entre si e o público a representação. A palavra vem do grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça teatral é, pois, uma composição literária destinada à apresentação por atores em um palco, atuando e dialogando entre si. O texto dramático é complementado pela atuação dos atores no espetáculo teatral e possui uma estrutura específica, caracterizada: 1) pela presença de personagens que devem estar ligados com lógica uns aos outros e à ação; 2) pela ação dramática (trama, enredo), que é o conjunto de atos dramáticos, maneiras de ser e de agir das personagens encadeadas à unidade do efeito e segundo uma ordem composta de exposição, conflito, complicação, clímax e desfecho; 3) pela situação ou ambiente, que é o conjunto de circunstâncias físicas, sociais, espirituais em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou seja, a ideia que o autor (dramaturgo) deseja expor, ou sua interpretação real por meio da representação. COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973 (adaptado). Considerando o texto e analisando os elementos que constituem um espetáculo teatral, conclui-se que a) a criação do espetáculo teatral apresenta-se como um fenômeno de ordem individual, pois não é possível sua concepção de forma coletiva. b) O cenário onde se desenrola a ação cênica é concebido e construído pelo cenógrafo de modo autônomo e independente do tema da peça e do trabalho interpretativo dos atores. c) o texto cênico pode originar-se dos mais variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos textuais, entre outros. d) o corpo do ator na cena tem pouca importância na comunicação teatral, visto que o mais importante é a expressão verbal, base da comunicação cênica em toda a trajetória do teatro até os dias atuais. e) a iluminação e o som de um espetáculo cênico independem do processo de produção/recepção do espetáculo teatral, já que se trata de linguagens artísticas diferentes, agregadas posteriormente à cena teatral.
TROVADORISMO Contexto histórico: Primeira Época Medieval Primeiro movimento literário de língua portuguesa – Século XII Feudalismo Relação de suserania e vassalagem Marco inicial: o marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Trovadores: Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”. Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho. No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo). Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não. Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos. Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocandose numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido). Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
UNIDADE 17 AS PRIMEIRAS ESCOLAS LITERÁRIAS: Estudamos os primeiros movimentos literários em língua portuguesa, observando as primeiras manifestações em Portugal e, no decorrer da história, no Brasil.
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FIQUE LIGADO NO ENEM! O Enem costuma apresentar a influencia que os cancioneiros exercem (eram) na MPB, como no exemplo abaixo. Rua, Espada nua Boia no céu imensa e amarela
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Tão redonda a lua Como flutua Vem navegando o azul do firmamento E no silêncio lento Um trovador, cheio de estrelas Escuta agora a canção que eu fiz Pra te esquecer Luiza Eu sou apenas um pobre amador Apaixonado Um aprendiz do teu amor [Luísa, Tom Jobim] *a música aproxima-se das cantigas de amor. Novelas de Cavalaria Longas narrativas em verso surgidas na Europa no século XII. Abordam as aventuras vividas pelos cavaleiros da Idade Média; Tradição oral: lidas aos membros da corte; Difusão da visão de mundo da época; Harmonia interrompida quando o herói ou um grupo de homens se vê diante de um desafio; Herói enfrenta perigos e provas a fim de alcançar seu objetivo; Valorização do esforço e da moral do herói.
HUMANISMO O humanismo foi uma época de transição entre a Idade Média e o Renascimento. Como o próprio nome já diz, o ser humano passou a ser valorizado. Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os burgueses não eram nem servos e nem comerciantes. Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram para morar nestas cidades, como conseqüência o regime feudal de servidão desapareceu. Foram criadas novas leis e o poder parou nas mãos daqueles que, apesar de não serem nobres, eram ricos. O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais do que o título de nobreza. As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias coisas. A religião começou a decair (mas não desapareceu) e o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou seja, o homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus. Os artistas começaram a dar mais valor às emoções humanas. É bom ressaltar que todas essas mudanças não ocorreram do dia para a noite.
Exercícios 01 – (Enem) Leia atentamente o trecho de uma música de Caetano Veloso e, em seguida, assinale a alternativa correta. Um amor assim delicado Você pega e despreza Não devia ter despertado Ajoelha e não reza Dessa coisa que mete medo Pela sua grandeza Não sou o único culpado Disso eu tenho a certeza Princesa Surpresa Você me arrasou Serpente Nem sente que me envenenou Senhora, e agora Me diga onde eu vou Senhora Serpente Princesa (...) a) O texto remete ao lirismo trovadoresco presente nas cantigas de amigo. b) O texto apresenta uma clara postura de vassalagem amorosa. c) O texto é moderno, com referência clara às raízes da poesia palaciana. d) A presença do vocativo “Senhora” remete ao amor carnal, típico do período feudal. e) O homem posiciona-se como um herói perante a mulher amada.
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HUMANISMO = TEOCENTRISMO X ANTROPOCENTRISMO Algumas manifestações - Teatro O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período. Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças. Sua obra pode ser dividida em 2 blocos: Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião. “Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos. Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano. “Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos. Poesia Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época. O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros. Prosa Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos. Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza. Obras “Crônica d’El-Rei D. Pedro” “Crônica d’El-Rei D. Fernando” “Crônica d’El-Rei D. João I”
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A seguir, trecho de “O Auto da barca do Inferno de Gil Vicente” Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz: Parvo — Hou da barca! Anjo — Que me queres? Parvo — Queres-me passar além? Anjo — Quem és tu? Parvo — Samica alguém. Anjo — Tu passarás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malícia nom er Vem um Sapateiro com seu avental e carregado de formas, e chega ao batel infernal, e diz: Sapateiro — Hou da barca! Diabo — Quem vem i? Santo sapateiro honrado, como vens tão carregado?... Sapateiro — Mandaram-me vir assim... E para onde é a viagem? Diabo — Para o lago dos danados. Sapateiro — Os que morrem confessados onde têm sua passagem? Diabo — Nom cures de mais linguagem! Esta é a tua barca, esta! Sapateiro — Renegaria eu da festa e da puta da barcagem! Como poderá isso ser, confessado e comungado?!... Diabo — Tu morreste excomungado: Nom o quiseste dizer. Esperavas de viver, calaste dous mil enganos... Tu roubaste bem trint'anos o povo com teu mester. Embarca, era má para ti, que há já muito que t'espero!Classicismo ou Quinhentismo
Exercícios Leia os textos a seguir para responder às questões de 30 a 33, sabendo que, no texto I (Farsa de Inês Pereira), a personagem aparece na primeira parte casada com o marido que a maltrata e a tranca em casa e, na segunda parte, após a morte do companheiro, Inês, já casada novamente com Pero Marques, vinga-se dos maustratos anteriores, tratando mal o novo marido. O texto II circulou pela Internet recentemente.
Texto I [Ainda casada com o primeiro marido], aqui fica Inês Pereira só, fechada, trabalhando e cantando esta cantiga: “Quem bem tem e mal escolhe, Por mal que lhe venha, não se anoje.” (Falado) Juro em todo meu sentido que, se solteira me vejo, assim como eu desejo, que eu saiba escolher marido, a boa-fé sem mal engano, pacífico todo o ano, que ande a meu mandar... Havia-me eu de vingar deste mal e deste dano! (...) [Trecho 2]
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[Já casada pela segunda vez] põe-se Inês às costas do [novo] marido, e diz: Inês – Marido, assi me levade! Pero – Ides à vossa vontade? Inês – Como estar no paraíso! (...) Canta Inês Pereira: Inês – “Bem sabedes vós, marido, quanto vos quero. Sempre foste percebido pera cervo (...).” VICENTE, Gil. Antologia do teatro de Gil Vicente. Introdução e estudo crítico de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. Vocabulário Quem bem tem e mal escolhe, /Por mal que lhe venha, não se anoje: Quem tem melhor escolha e escolhe mal, por pior que seja, não se queixe. Pera: para Cervo: animal dócil e chifrudo Lembrando-se de que o texto foi escrito por Gil Vicente na época do Humanismo, aponte a alternativa que discorre sobre esse texto de forma correta. a) A Farsa de Inês Pereira permite-nos perceber que o principal objetivo de Gil Vicente, ao escrever, era distrair o público por meio do teatro. b) Como, no final, a mulher acaba conseguindo fazer o que planejara – maltratar o novo marido – a peça tem tendências feministas. c) A farsa apresentada expõe, de maneira crítica, singularidades da sociedade pré-renascentista, usando para isso, em vários momentos, o cômico. d) Percebe-se, por meio da Farsa de Inês Pereira, que no teatro de Gil Vicente têm mais importância o vestuário e o cenário do que o texto. e) Apesar de pertencer à época do Humanismo, a farsa possui traços trovadorescos, como o tipo de relacionamento amoroso apresentado. RENASCIMENTO Fim da idade das Trevas – Idade Média Século XVI – 1527 – Sá Miranda retorna da Itália trazendo esse estilo novo; Confiança quanto à capacidade criativa do homem – expansão marítima Predomínio do Antropocentrismo Classicismo ou Quinhentismo Português: características Influência dos padrões clássicos: Grécia Presença de seres mitológicos Versificação Predomínio da razão sobre os sentimentos Universalidade: Arte como expressão de verdades universais;Classicismo ou Quinhentismo Português: a epopeia Os Lusíadas - Luís Vaz de Camões Proposição: os feitos do povo português: a expansão marítima
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Invocação: busca de inspiração para o eu poético: as musas do rio Tejo Dedicatória: Dom Sebastião (Sebastianismo) Narração: viagem de Vasco da Gama Epílogo: lamento pelo fato de sua voz não ser ouvida por todos os portugueses Heroi: Vasco da Gama, metonímia do povo português Argumento: as façanhas dos navegantes portugueses ilustram a história de superação da nação portuguesa Presença do maravilhoso: o destino dos navegadores é definido pelos deuses Estrutura: 8.816 versos distribuídos em 10 cantos Canto I As armas e os barões assinalados, Que da ocidental praia lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Traprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando; E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantanto espalharei por toda a parte, Se tanto me ajudar o engenho e a arte
Exercícios LXXVIII (Camões, 1525?-1580) Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa; Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa; Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido: Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido. CAMÕES, L. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008.
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SANZIO, R. (1483-1520). A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012.
A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos a) apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema. b) valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, eviden cidas pelos adjetivos do poema. c) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema. d) desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema. e) apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.
UNIDADE 18 Quinhentismo É a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, no momento em que a cultura europeia foi introduzida no país. Note que, nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente brasileira, a qual revele visão do homem brasileiro. Trata-se de uma literatura ocorrida no Brasil, ligada ao Brasil, mas que denota a visão, as ambições e as intenções do homem europeu mercantilista em busca de novas terras e riquezas. As manifestações ocorridas se prenderam, basicamente, à descrição da terra e do índio, ou a textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários que aqui estiveram. Literatura Informativa A Carta de Caminha inaugura o que se convencionou chamar de Literatura Informativa sobre o Brasil. Este tipo de literatura, também conhecido como literatura dos
Língua Portuguesa viajantes ou literatura dos cronistas, como consequência das Grandes Navegações, empenha-se em fazer um levantamento da “terra nova”, de sua floresta e fauna, de seus habitantes e costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. Daí ser uma literatura meramente descritiva e, como tal, sem grande valor literário. A principal característica da carta é a exaltação da terra, resultante do assombro do europeu diante do exotismo e da exuberância de um mundo tropical. Com relação à linguagem, o louvor a terra transparece no uso exagerado de adjetivos. Trecho da carta: Carta a el-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil Senhor, posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta Vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei de também dar disso minha conta. (...) E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até terça-feira d’ oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topamos alguns sinais de terra (...) E à quartafeira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas ao sul dele e de terra chãcom grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz. (...) E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegaram primeiro. (...) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...)
FIQUE LIGADO NO ENEM! Para o leitor de hoje, a literatura informativa satisfaz a curiosidade a respeito do Brasil nos seus primeiros anos de vida, oferecendo o encanto das narrativas de viagem. Para os historiadores, os textos são fontes obrigatórias de pesquisa. Mais adiante, com o movimento modernista, esses textos foram retomados pelos escritores brasileiros, como Oswald de Andrade, como forma de denúncia da exploração a que o país sofrera desde então. Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.. Literatura Jesuítica Os impérios ibéricos continham em sua expansão uma profunda ambiguidade. Ao espírito capitalista-mercantil
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associavam um certo ideal religioso e salvacionista. Por essa razão, dezenas de religiosos acompanhavam as expedições a fim de converter os gentios. Como consequência da Contrarreforma, chegam, em 1549, os primeiros jesuítas ao Brasil. Incumbidos de catequizar os índios e de instalar o ensino público no país, fundaram os primeiros colégios, que foram, durante muito tempo, a única atividade intelectual existente na colônia. Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis pela melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em passagens bíblicas, e produziram documentos que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos. O instrumento mais utilizado para atingir os objetivos pretendidos pelos jesuítas (moralizar os costumes dos brancos colonos e catequizar os índios) foi o teatro. Para isso, os jesuítas chegaram a aprender a língua tupi, utilizando-a como veículo de expressão. Os índios não eram apenas espectadores das peças teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores. Os principais jesuítas responsáveis pela produção literária da época foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário Fernão Cardim e o padre José de Anchieta. José de Anchieta (1534 - 1597) Nascido em 1534 na ilha de Tenerife, Canárias, o padre da Companhia de Jesus veio para o Brasil em 1553 e fundou, no ano seguinte, um colégio na região da então cidade de São Paulo. Faleceu na atual cidade de Anchieta, litoral do Espírito Santo, em 1597. Conhecido como o grande piahy ("supremo pajé branco"), Anchieta deixou como legado a primeira gramática do tupi-guarani, verdadeira cartilha para o ensino da língua dos nativos (Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil). Destacou-se também por suas poesias e autos, nos quais misturava a moral religiosa católica aos costumes dos indígenas. Entre as peças de teatro da época, destaca-se o Auto de São Lourenço, escrita pelo padre José de Anchieta. Nela, o autor conta em três línguas (tupi, português e espanhol) o martírio de são Lourenço, que preferiu morrer queimado a renunciar a fé cristã. Anchieta intentou conciliar os valores católicos com os símbolos primitivos dos habitantes da terra e com aspectos da nova realidade americana. O sagrado europeu ligava-se aos mitos indígenas, sem que isso significasse contradição, pois as ideias que triunfavam nos espetáculos eram evidentemente as do padre. A liberdade formal das encenações saltava aos olhos: o teatro anchietano pressupunha o lúdico, o jogo coreográfico, a cor, o som. A obra do padre Anchieta também merece destaque na poesia. Além de poemas didáticos, com finalidade catequética, também elaborou poemas que apenas revelavam sua necessidade de expressão. Os poemas mais conhecidos de José de Anchieta são: “Do Santíssimo
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Sacramento” e “A Santa Inês”. Veja, abaixo, um trecho do poema: A Santa Inês Cordeirinha linda, Como folga o povo, Porque vossa vinda Lhe dá lume novo! Cordeirinha santa, De Jesus querida, Vossa santa vida O Diabo espanta.
Exercícios Leia o texto a seguir para responder à questão. CARTA DE PERO VAZ A terra é mui graciosa, Tão fértil eu nunca vi. A gente vai passear, No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro. Tem goiabas, melancias. Banana que nem chuchu. Quanto aos bichos, tem-nos muitos. De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais. Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca. Cruzados não faltarão, Vossa perna encanareis, Salvo o devido respeito. Ficarei muito saudoso Se for embora d'aqui. (Murilo Mendes)
UNIDADE 19 BARROCO CONTEXTO: O período conhecido como Barroco, ou Seiscentismo,. O termo denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. O Barroco foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre espírito e razão. A Reforma Protestante (1517) contestou as práticas da Igreja Católica e propôs uma nova relação entre Deus e os homens. Uma das propostas desse movimento foi a tradução da Bíblia para os idiomas nacionais, abrindo caminho para novas interpretações das Escrituras, deixando a Igreja dividida e enfraquecida. O poder central da Igreja teve que reagir rapidamente. Em 1563 tem início a Contrarreforma, que tinha como objetivo combater a expansão do protestantismo e recuperar os domínios perdidos. Portanto, a Europa do século XVII reflete a crise religiosa do século anterior. O homem europeu se vê dividido entre duas forças opostas: o antropocentrismo o teocentrismo O movimento envolve novas formas de arte, abrangendo diversas manifestações artísticas. O Barroco é a estética que reflete essa tensão, ou seja, o embate entre a fé e a razão, entre espiritualismo e materialismo.
castão - remate superior de uma bengala; cruzado - antiga moeda portuguesa; vossa perna encanareis - a expressão quer dizer que o rei "estava mal das pernas", isto é, sem dinheiro, "quebrado". As riquezas do Brasil poderão tirá-lo dessa situação. Há nesse texto uma sátira à expressão "dar-se-á nela tudo", contida na Carta de Caminha. Marque a alternativa que confirma essa tendência. a) "Tem goiabas, melancias Banana que nem chuchu." b) ( ... ) "No chão espeta um caniço, No dia seguinte nasce Bengala de castão de oiro." c) "A terra é mui graciosa Tão fértil eu nunca vi." d) "Quanto aos bichos, tem-nos muitos De plumagens mui vistosas. Tem macaco até demais." e) "Diamantes tem à vontade, Esmeralda é para os trouxas. Reforçai, Senhor, a arca.
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Massacre de São Bartolomeu (Foto: Pintura: François Dubois/Reprodução) A tela do pintor francês apresenta o momento em que milhares de protestantes foram mortos em Paris, a mando dos reis católicos franceses, em 1572. ARTE BARROCA O Barroco tem manifestações nas artes plásticas, na música e na literatura, sendo que cada uma dessas esferas artísticas tem sua maneira de expressar a dualidade do homem barroco e sua tentativa de fundir valores contraditórios, como o gosto pelas coisas terrenas e a salvação pela fé. Na escultura, as dobras são agudas, as roupas costumam ser esvoaçantes e as figuras possuem um certo tom dramático. Uma das esculturas mais conhecidas do período é Êxtase de Santa Teresa, feita por Bernini.
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O Êxtase de Santa Teresa (Foto: Escultura: Gian Lorenzo Bernini) Na pintura, é possível identificar o contraste entre claro e escuro. Como no exemplo abaixo, em que Caravaggio (pintor italiano) retrata a flagelação de Jesus.
A Flagelação de Cristo (Foto: Pintura: Caravaggio / Reprodução) Na música de estilo barroco era comum o uso da polifonia e do contraponto. Um dos representantes mais importantes foi Vivaldi, responsável pela composição dos concertos "As quatro estações". A arquitetura barroca é lembrada pelo excesso de ornamentação. O estilo foi muito utilizado na construção de igrejas. O exemplo abaixo é da Basílica de Santiago de Compostela.
Basílica do Bom Jesus de Matosinhos, em Contagem (MG) A influência barroca manifestou-se claramente nas pinturas feitas em tetos e paredes de igrejas e palácios. As cenas e elementos arquitetônicos (colunas, escadas, balcões, degraus) proporcionavam uma incrível ilusão de movimento e ampliação de espaço, chegando, em alguns casos, a dar a impressão de que a pintura era a realidade, e a parede, de fato, não existisse.
Afresco da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto (MG), por Manuel da Costa Athayde BARROCO NA LITERATURA CULTISMO – É o jogo de palavras; é o rebuscamento da forma, é a obsessão pela linguagem culta, erudita, por meio de inversão da frase (hipérbato), do uso de palavras difíceis. É o abuso no emprego de figuras de linguagem, especialmente a metáfora, a antítese e o hipérbato. O principal cultista do barroco mundial foi o espanhol Luís de Gôngora. No Brasil, Gregório de Matos. CONCEPTISMO – É o aspecto construtivo do Barroco, voltado para o jogo das idéias e dos conceitos. É a preocupação com as associações inesperadas, seguindo um raciocínio lógico, racionalista. O principal conceptista do barroco mundial foi o espanhol Francisco de Quevedo. No Brasil, padre Antônio Vieira. BARROCO NO BRASIL As primeiras manifestações da literatura barroca brasileira ocorreram na Bahia, centro político e comercial da colônia durante o ciclo da cana-de-açúcar. Para muitos
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias especialistas, os primórdios da literatura brasileira remontam a esse período. A justificativa é que, no século XVII, os escritores já nascidos na colônia teriam adaptado pela primeira vez uma estética europeia à realidade brasileira, colocando em prática uma espécie de “abrasileiramento” da linguagem literária. Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poema épico Prosopopeia, de Bento Teixeira. Gregório de Matos (1633-1695) Produziu sátiras irreverentes, as quais justificam o apelido “Boca do Inferno”. Envolveu-se em inúmeras aventuras, foi degredado para Angola, voltou para o Brasil e foi para Recife. POESIA RELIGIOSA: mostra o autor envolvido pelo sentimento de culpa e de arrependimento, implorando perdão. “Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido Vos tem a perdoar mais empenhado. Se basta a voz irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.” [...]
POESIA LÍRICA: Mostra-se um poeta angustiado em face à vida, à religião e ao amor. Revela sua amada, uma mulher bela que é constantemente comparada aos elementos da natureza. Além disso, ao mesmo tempo que o amor desperta os desejos corporais, o poeta é assaltado pela culpa e pela angústia do pecado. “Anjo no nome, Angélica na cara! Isso é ser flor, e Anjo juntamente: Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós, se uniformara: Quem vira uma tal flor, que a não cortara, De verde pé, da rama fluorescente; E quem um Anjo vira tão luzente, Que por seu Deus o não idolatrara?” [...]
POESIA ERÓTICA: Também alcunhado de profano, o poeta mostra o uso de palavrões e alusões obscenas, além de exaltar a sensualidade e a volúpia das amantes que conquistou na Bahia, além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.
Padre Antônio Vieira (1608-1697) Por onde passou ficou, ficou conhecido por seus sermões, discursos orais destinados aos fiéis sobre temas religiosos, bíblicos e morais. Porém, Antônio Vieira não se limitou à pregação religiosa, colocando seus sermões a serviço de suas ideias políticas e ideológicas. Em Portugal ganhou a antipatia da Inquisição ao defender o retorno dos judeus, perseguidos pelo tribunal, ao território português, para driblar a crise econômica. No Brasil, combateu com radicalismo a escravização dos índios e foi perseguido pelos colonos. Escreveu cerca de duzentos sermões em estilo conceptista, isto é, que privilegia a retórica e o encadeamento lógico de ideias e conceitos. Estão formalmente divididos em três partes: Intróito ou Exórdio, a apresentação, introdução do assunto; desenvolvimento ou argumento: defesa de uma ideia com base na argumentação; peroração: parte final, conclusão. Seus sermões mais famosos são: Sermão da Sexagésima, Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, Sermão de Santo Antônio.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Nas artes plásticas, o Barroco manifestou-se tardiamente no Brasil, pois se tornou viável apenas com o suporte dado pela descoberta do ouro em Minas Gerais, que resultou na construção de igrejas de estilo barroco ao longo de todo o século XVIII. Destaque para Antônio Francisco Lisboa, Aleijadinho (1730-1814).
POESIA SATÍRICA: mostra a crítica severa de uma sociedade marcada pela mediocridade e pela desonestidade, nasce de um sujeito lírico que adota um ponto de vista conservador e preconceituoso. Seus poemas satíricos renderamlhe o apelido de Boca do Inferno.
“Triste Bahia! ó quão dessemelhante Estás e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante. A ti tricou-te a máquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando e, tem trocado, Tanto negócio e tanto negociante.” [...]
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Parte do Patrimônio Histórico da Humanidade, as esculturas de Aleijadinho, com seus olhares penetrantes, têm como característica a expressividade e a dramaticidade.
Língua Portuguesa Exercícios 01- O Barroco se caracteriza pelo movimento contínuo, curvas e contracurvas, a torção dos corpos e o planejamento tumultuado, buscando um efeito dramático. Com base nestas características, indique a alternativa que contém apenas escultura barroca.
De acordo com a crítica literária, o arcadismo brasileiro teve dois momentos: poético e ideológico, sendo o primeiro caracterizado pelo retorno à tradição clássica com a utilização dos seus modelos, e valorização da natureza e da mitologia, e o segundo influenciado pela filosofia presente no Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos abusos da nobreza e do clero. Arcádia Ultramarina Trata-se de uma sociedade literária fundada na cidade de Vila Rica (MG), influenciada pela Arcádia italiana (fundada em 1690) e cujos membros adotavam pseudônimos, isto é, nomes artísticos, de pastores cantados na poesia grega ou latina. Por isso que alguns dos principais nomes do Arcadismo brasileiro publicavam suas obras com nomes inspirados na mitologia grega e romana.
UNIDADE 20 ARCADISMO O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclacissismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século XVIII. O nome faz referência à Arcádia, região do sul da Grécia que, por sua vez, foi nomeada em referência ao semideus Arcas (filho de Zeus e Calisto), mostrando assim, desde o princípio, as referências à mitologia grega que perpassa o movimento. Profundas mudanças no contexto histórico mundial caracterizam o período, tais como a ascensão do Iluminismo, que pressupunha o racionalismo, o progresso e as ciências. Na América do Norte, ocorre a Independência dos Estados Unidos, em 1776, abrindo caminho para vários movimentos de independência ao longo de toda a América, como foi o caso do Brasil, que presenciou inúmeras revoluções e inconfidências até a chegada da Família Real em 1808. O movimento tem características reformistas, pois seu intuito era o de dar novos ares às artes e ao ensino, aos hábitos e atitudes da época. A aristocracia em declínio viu sua riqueza esvair-se e dar lugar a uma nova organização econômica liderada pelo pensamento burguês. Neste período, centro econômico da colônia deslocou-se do Nordeste para o Sudeste, sendo Vila Rica e Rio de Janeiro, onde uma pequena burguesia letrada fazia ecoar o pensamento iluminista francês. No Brasil, o ano convencionado para o início do Arcadismo é 1768, quando houve a publicação de Obras, do poeta Claudio Manoel da Costa.
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Principais características - inspiração nos modelos clássicos greco-latinos e renascentistas; - apreço pelas formas fixas; - mitologia pagã como elemento estético; - pastoralismo: poetas simples e humildes; - bucolismo: busca pelos valores da natureza; - exaltação da pureza, da ingenuidade e da beleza; - convencionalismo = repetição de termos desgastados; - uso de pseudônimos. Termos em latim O uso de expressões em latim era comum e estavam associados ao estilo de vida simples e bucólico. Inutilia truncat: "cortar o inútil", referência aos excessos cometidos pelas obras do barroco. No arcadismo, os poetas primavam pela simplicidade. Fugere urbem: "fugir da cidade", do escritor clássico Horácio; Locus amoenus: "lugar ameno", um refúgio ameno em detrimento dos centros urbanos monárquicos; Carpe diem: "aproveitar a vida", o pastor, ciente da efemeridade do tempo, convida sua amada a aproveitar o momento presente. Cabe ressaltar, no entanto, que os membros da Arcádia eram todos burgueses e habitantes dos centros urbanos. Por isso a eles são atribuídos um fingimento poético, isto é, a simulação de sentimentos fictícios.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Um dos principais escritores que influenciaram árcades foi o poeta latino Horácio, que viveu entre 68 a.C. e 8 a.C., e foi influenciador do pensamento do “Carpe Diem”, que significa viver agora, desfrutar do presente, adotado pelo Arcadismo e permanente até os dias de hoje. Assim, pode aparecer, na prova, alguma produção atual inspirada em tal lema.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Principais autores e obras: Poesia Épica Cláudio Manuel da Costa (Villa Rica) Santa Rita Durão (‘Caramuru’) José Basílio da Gama (‘O Uraguai’) Poesia Lírica Tomás Antônio Gonzaga (‘As Liras de Marília de Dirceu’). Cláudio Manuel da Costa (‘Obras’) Vale destacar também: Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto Poesia Satírica Tomás Antônio Gonzaga (‘Cartas Chilenas’)
Lira I
Cláudio Manuel da Costa Nasceu em Mariana, MG, estudou no Rio de Janeiro e em Coimbra. Em 1768, publicou Obras, livro de poemas considerado o marco inicial do Arcadismo brasileiro. Envolveu-se com a Inconfidência Mineira. A poesia lírica é a parte mais representativa de sua obra, principalmente os sonetos. Produziu o poema épico, Vila Rica, publicado somente em 1839.
As "Cartas Chilenas“ Correspondem a uma coleção de doze cartas, poemas satíricos que circularam em Vila Rica poucos antes da Inconfidência Mineira. Assinadas por Critilo (Gonzaga), habitante de Santiago do Chile (Vila Rica) e endereçadas a Doroteu (Cláudio Manuel da Costa), residente em Madri. Critilo narra os desmandos do governador chileno, o Fanfarrão Minésio (Luís da Cunha Meneses).
Sonetos X Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo, Porás a ovelha branca, e o cajado; E ambos ao som da flauta magoado Podemos competir de extremo a extremo.
Basílio da Gama José Basílio da Gama era filho do capitão-mor, Manuel da Costa Villas-Boas e de uma neta de Leonel da Gama Belles, oficial da Colônia, de quem adotou o nome. Estudou no Rio de Janeiro, no Colégio dos Jesuítas, mas com a expulsão da Companhia de Jesus, já noviço, transferiu-se para o Seminário Episcopal de São José.
Principia, pastor; que eu te não temo; Inda que sejas tão avantajado No cântico amebeu: para louvado Escolhamos embora o velho Alcemo. Que esperas? Toma a flauta, principia; Eu quero acompanhar te; os horizontes Já se enchem de prazer, e de alegria: Parece, que estes prados, e estas fontes Já sabem, que é o assunto da porfia Nise, a melhor pastora destes montes. Tomás Antônio Gonzaga Nasceu na cidade de Porto, em Portugal, porém, filho de mãe portuguesa e pai brasileiro, vive parte da vida no Brasil. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, muda para o Brasil para trabalhar como ouvidor e juiz. Aqui, pretendia se casar com a jovem Maria Dorotéia Joaquina de Seixas Brandão, sua musa Marília. No entanto, como participara da Inconfidência Mineira, é preso e levado para o Rio de Janeiro. Quando sai da prisão, muda-se para Moçambique, na África, onde casa com Juliana de Sousa Mascarenhas. Tomás Antônio Gonzaga é o pastor Dirceu, pseudônimo criado pelo poeta para seu conjunto de liras famosas intitulado Marília de Dirceu, publicadas em três partes nos anos de 1792, 1799 e 1812. Nessa obra, Dirceu é o pastor que cultiva o ideal da vida campestre, que vive entre ovelhas em uma choupana e aproveita o momento presente ao lado da amada Marília.
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Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que viva de guardar alheio gado; De tosco trato, d’expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado. Tenho próprio casal, e nele assisto; Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!
"(...) Mais perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim, sobressaltados, E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a chamá-la, e temem Que desperte assustada, e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte. Porém o destro Caitutu, que teme Do perigo da irmã, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Soltar o tiro, e vacilou três vezes Entre a ira e o temor. [...] Frei Santa Rita Durão Mineiro de Mariana, Minas Gerais. Sua obra consiste basicamente no Caramuru, poema épico do descobrimento da Bahia, que narra as aventuras de Diogo Álvares Correia. Entre os personagens destacam-se: o português Diogo Correia, o Caramuru; e as índias Moema e Paraguaçu. Moema era apaixonada por Diogo, mas é Paraguaçu quem se casa com ele. Quando os dois estão indo para Paris, Moema se lança ao mar nadando atrás do navio e acaba morrendo afogada. XLII Perde o lume dos olhos, pasma e treme, Pálida a cor, o aspecto moribundo; Com mão já sem vigor, soltando o leme,
Língua Portuguesa Entre as salsas escumas desce ao fundo. Mas na onda do mar, que irado freme, Tornando a aparecer desde o profundo, -Ah! Diogo cruel! – disse com mágoa, E, sem mais vista ser, sorveu-se n’água. [...]
Exercícios 01 - Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. a) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. b) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. c) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. d) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria. e) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.
do romantismo foram os movimentos de ideais libertários, destacando-se • Revolução Industrial: iniciou-se por volta de 1750, na Inglaterra, e se alastrou por toda a Europa ao longo do século XIX. A substituição da produção artesanal pela indústria, em série, teve como consequência, além da formação de uma nova classe – o proletariado - , a radical mudança no estilo de vida. • Revolução Gloriosa: na Inglaterra, conseguiu instituir, já no século anterior(1688-89), a Declaração dos Direitos limitando os poderes do rei às ´prerrogativas do Parlamento, que passava a ser competente para o lançamento de impostos, as eleições, a liberdade da palavra, as instituições judiciais, etc. • Revolução Francesa: representa a tomada do poder político pela burguesia. Os ideais revolucionários de Liberdade e Igualdade espalharam-se pela Europa e pelas Américas, inspirando outros movimentos. A Revolução Francesa, responsável pela difusão dos pensamentos Iluministras na Europa e nas suas colônias, que tanto inspirou os poetas árcades brasileiros. Com o processo de industrialização dos grandes centros, houve um delineamento das classes sociais: a burguesia, com riquezas provenientes do comércio, e os operários das indústrias. Logo, a literatura do período foi produzida pela classe dominante e para a classe dominante, deixando claro qual a ideologia defendida por seus autores. CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO
UNIDADE 21 ROMANTISMO Contexto Histórico na Europa Chegada da Família Real Portuguesa a Bahia (1952), de Candido Portinari
A Liberdade Guiando o Povo (1830), de Eugène Delacroix
Considera-se o marco inicial do romantismo na Europa a publicação do romance Os sofrimentos do jovem Werther, do escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe no ano de 1774. Historicamente, um dos marcos principais
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Considera-se que o período romântico no Brasil inicia em 1836, com a publicação da obra Suspiros Poéticos e Saudades, do poeta Gonçalves de Magalhães. O desenvolvimento da literatura brasileira aconteceu a partir da vinda da Família Real para o Rio de Janeiro que gerou um forte desenvolvimento artístico e cultural na colônia. Vem da Europa o desenvolvimento da tipografia, que possibilitou o desenvolvimento da impressão em grandes quantidades. No início, os romances eram publicados diariamente nos jornais de forma fragmentada, assim, a cada dia um novo capítulo da história era revelado. Esse esquema, importado para a colônia, ficou conhecido como "folhetim" ou "romance de folhetim" e deu origem às telenovelas que conhecemos nos dias de hoje. Porém, a insatisfação das classes dominantes com o Império fez com que surgissem tentativas de independência da metrópole, produzindo um sentimento
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias de nacionalismo que culminaria com a Declaração da Independência, em 1822, por Dom Pedro I. Outro aspecto importante: o Brasil era uma das poucas colônias americanas que ainda sustentava o sistema econômico baseado do trabalho escravo, o que gerou opiniões controversas por parte dos autores daquela época. Temos expressões literárias abolicionistas (o poeta Gonçalves de Magalhães) e outras que tratavam do tema superficialmente (o romancista Bernardo Guimarães) ou sequer tocavam na questão. O que causa uma sensação de estranhamento é o paradoxo observado no período: ao mesmo tempo em que ideias sobre o sentimento de nacionalidade aflorava nos corações dos brasileiros (e demais latino-americanos), parte da população permanecia na miséria e/ou em situações de escravidão, sem acesso à emancipação e aos direitos humanos básicos. Características gerais do Romantismo: A liberdade formal e a imaginação criativa ocupam o lugar das regras de composição clássicas. (Euforia e medo diante da liberdade, da democratização da arte) Individualismo, sentimentalismo, egocentrismo, religião, fantasia, sonho, idade média, idealização, sonoridade, subjetivismo, melancolia, tédio, idealização da mulher, fuga da realidade, obsessão pela morte - escapismo, bem X mal, final feliz (ou morte como desfecho) POESIA ROMÂNTICA A poesia no período costuma ser dividida em três fases, que constituem as três gerações românticas: a primeira é a indianista; a segunda,byroniana; a terceira, condoreira. • A geração indianista, de cunho altamente nacionalista, caracterizou-se pela idealização do índio e pela valorização da natureza brasileira, tendo seu ponto mais alto na obra do maranhense Antônio Gonçalves Dias (1823-1864), autor dos Primeiros cantos (1846). Canção do exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida, mais amores. Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer eu encontro lá;
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Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Segunda – geração do mal-do-século, ultrarromântica ou byroniana – influência o poeta inglês Lord Byron, que levaria a profundezas extremas a melancolia e a rebeldia, ao ponto de cantar a morte como forma de escapar de uma vida indesejada. Negativismo, desilusão, tédio e dúvida são características da segunda geração do romantismo. A fuga da realidade é um dos temas preferidos que se manifesta na exaltação da morte e nas virgens sonhadoras. Principais autores: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. Essa geração foi marcada pelos exageros individualistas, misturando tédio e referências à morte. O paulistano Manuel Antônio Álvares de Azevedo (1831-1852), autorde Lira dos vinte anos (1853), é um dos garndes nomes dessa geração. Pálida, à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada1, Entre nuvens de amor ela dormia! Era a virgem do mar, na escuma2 fria Pela maré das águas embalada! Era um anjo entre nuvens d’alvorada Que em sonhos se banhava e se esquecia! [...] Destaca-se também Casimiro José Marque de Abreu, natural do Rio de Janeiro, autor de ‘As primaveras’, 1859. Meus oito anos Oh! que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais! [...] A terceira geração, conhecida como condoreira ou hugoana (por influência de Victor Hugo), foi caracterizada pela liberdade. Nessa época, a poesia social abriu seu espaço, muitas vezes inspirada no anseio pela República e pela Abolição. O maior poeta condoreiro no Brasil foi o baiano Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), autor de Espumas flutuantes (1870). O fragmento a seguir
Língua Portuguesa pertence ao canto IV de“Navio negreiro (tragédia no mar)”, o mais conhecido poema de Castro Alves: Era um sonho dantesco… O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros… estalar do açoite… Legiões de homens negros como a noite Horrendos a dançar… Negras mulheres suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães. Outras, moças… mas nuas, espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas Em ânsia e mágoas vãs. (...) PROSA ROMÂNTICA Com o desenvolvimento da imprensa, criou-se um público leitor que impulsionou um grande número de publicações em folhetins, formato que permitiu o surgimento e desenvolvimento da prosa romântica, que, ao lado da poesia, formaram toda a produção literária romântica. O Romantismo marca o surgimento e a popularização do romance, da prosa de ficção na Literatura, publicado sob a forma de folhetins, o que dava características peculiares aos textos, como o fato de o narrador explicar a todo o momento os desdobramentos da narrativa, ou de cada capítulo terminar com um pequeno conflito não resolvido (para criar expectativa), recursos narrativos hoje utilizados nas séries televisivas e nas novelas, por exemplo. É importante destacar que, pelo fato da produção em prosa ter surgido no Romantismo, o nome romance é comumente associado ao movimento, muitas vezes sendo sinônimo de folhetim e de histórias românticas. No entanto, nem todo o romance é romântico/do Romantismo, uma vez que romance é apenas uma palavra que designa um gênero literário narrativo em prosa que teve vários desdobramentos ao longo do temo, como o romance realista e o romance naturalista. Principais características O romance romântico, mais do que as poesias, queria responder e atender aos questionamentos sobre a identidade nacional. A prosa romântica tinha o intuito de redescobrir o Brasil, trazendo à tona e reconhecendo todos os espaços que o compunham, não só exaltando uma característica nacional, como a poesia fazia. Era comum a presença do flashback, uma volta ao passado para explicar um fato do presente. O sentimentalismo era mais visível, uma vez que toda prosa romântica tem histórias de amor que tentam quebrar barreiras, terminando no casamento ou na morte (quando o amor não era possível). Essa idealização de um amor que quebra barreiras traz à tona a ideia de que o amor é a única forma das personagens se purificarem. O conflito narrativo na prosa romântica também tinha a idealização de um heroi, no entanto, apesar da coragem, da postura idealista e do desejo de justiça e moral, este herói esta inserido no contexto do romance ao qual pertence, podendo também ser uma heroína. O sentimento das personagens e os conflitos destes são
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mostrados na prosa e há também uma ideia muito forte de bem x mal, verdade x mentira, moral x imoral. Tipos de romances Temos quatro tipos de romances no movimento: o indianista, histórico, regional e urbano e era bem comum que os escritores da prosa do período caminhassem entre os vários tipos. Romance indianista O romance indianista traz à tona a vida, cultura, crença e costumes indígenas. O índio surge como herói, representando o Brasil e os brasileiros, sendo corajoso, heróico, forte, idealizado. Há uma valorização da natureza e o espaço onde ocorre a narrativa remete ao natural, à paisagem brasileira. Exemplos: Iracema, O Guarani e Ubirajara, todos de José de Alencar. Romance histórico O romance histórico traz o retrato de costumes de uma época passada, sendo um relato que muitas vezes mistura ficção e realidade. Exemplos: As Minas de Prata e A Guerra dos Mascates, ambos de José de Alencar. É importante saber que romances indianistas também podem ser considerados históricos. Romance urbano Os romances urbanos são os mais lidos até hoje. Em sua grande maioria, este tipo no Romantismo narrava uma história que geralmente ocorria nas capitais, na alta sociedade. Funcionava como crítica aos costumes, mostrando a sociedade e os interesses desta em uma determinada época. Os heróis e heroínas deste romance faziam ou não parte desta alta sociedade e tinham que superar várias barreiras para a felicidade e a realização do amor e do casamento (que redimia as personagens de todo o mal e imoralidade que elas pudessem ter), tal como nos outros tipos de romances românticos. Exemplos: Lucíola, Diva, Senhora, A Viuvinha, todos de José de Alencar; Iaiá Garcia, Helena, A Mão e a Luva, de Machado de Assis; A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo; e Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida, que surge trazendo à tona os costumes da periferia, indo na contramão do retrato de costumes da alta sociedade, algo raro neste tipo de romance. Romance regionalista Por fim, temos o romance regionalista, passado em ambiente rural, mostrando costumes, valores e cultura típica de uma região. Este tipo de romance trazia um maior conhecimento do Brasil sobre si próprio, uma vez que voltava seu olhar pra regiões diferentes do Brasil, trazendo à tona sua diversidade. Neste cenário rural há um herói do campo, sertanejo, alguém que pertence à sua terra e é o retrato desta. É bravo e honrado, preza a moral e os costumes de seu ambiente, colocando-se contrário às liberalidades da cidade e dos homens de lá. É importante ressaltar que não há tensão social no romance romântico regionalista, sendo este apenas um retrato regional de costumes, sem críticas. Alguns exemplos de romances regionalistas
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias são: Inocência, de Visconde de Taunay; O Tronco do Ipê, Til e O Gaúcho, de José de Alencar; A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães. Teatro Romântico O teatro no Brasil, até então, era proveniente da Europa e tinha como principal objetivo agradar às elites brasileiras, que transformavam as apresentações em verdadeiros eventos sociais, principalmente nas grandes cidades. Embora alguns escritores já houvessem se arriscado na dramaturgia brasileira, como Castro Alves e José de Alencar, cujas obras eram baseadas nas europeias, ainda não havia uma discussão sobre o perfil do teatro brasileiro. Foi apenas com Martins Pena que o teatro passou a refletir as cenas e as problemáticas da realidade brasileira.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Destaque: José de Alencar é um dos maiores representantes do romantismo no Brasil e um dos principais nomes da literatura nacional. O autor ficou marcado por investir em uma literatura nacional, menos influenciada pelos colonizadores portugueses. Como resultado, as obras de Alencar apresentam a cultura do povo, a história e as regiões brasileiras com uma linguagem inovadora para a época. Trabalhou como jornalista, como muitos escritores, e teve atuação também na política, mas foi na literatura que recebeu maior reconhecimento. Elogiado pelos pares, ficou amigo de Machado de Assis, que o nomeou patrono da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras, fundada depois de sua morte.
Exercícios 01 - A referência ao escritor maldito, presente no último quadrinho, pode ser relacionada a um período que, da Alemanha e da França, no século XIX, espalhou-se por todo o ocidente, tendo representado no Brasil o fim da literatura colonial e o início do período nacional da nossa literatura. Assinale a alternativa em que se encontram o nome desse estilo de época e o de um de seus mais significativos autores no Brasil. a) BARROCO, levando-se em conta, principalmente, os textos conceptistas do padre Antônio Vieira. b) Romantismo, sobretudo se forem considerados os autores da poesia do mal do século, por exemplo, Álvares de Azevedo. c) NATURALISMO, na medida em que se considera o uso, na literatura, do determinismo ambiental para caracterizar ambientes decadentes descritos nas obras de autores como Aluisio de Azevedo. d) PARNASIANISMO, pois foi um movimento que rompia com o passado artístico e pregava a liberdade total de expressão, como se pode observar na obra de Oswald de Andrade. e) MODERNISMO, movimento que rompia com o passado artístico e pregava a liberdade total de expressão, como se pode observar na obra de Oswald de Andrade.
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UNIDADE 22 REALISMO E NATURALISMO Contexto Histórico Surgiu a partir da segunda metade do século XIX. As ideias do Liberalismo e Democracia ganham mais espaço. Segunda fase da Revolução Industrial As ciências evoluem e os métodos de experimentação e observação da realidade passam a ser vistos como os únicos capazes de explicar o mundo físico. Em 1870, iniciam-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobretudo nas academias de Recife, SP, Bahia e RJ, devido aos seus contatos frequentes com as grandes cidades europeias. Houve também uma transformação no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e o aparecimento do proletariado. REALISMO O início da literatura realista se dá com a publicação do romance “Madame Bovary” de Gustave Flaubert, na França, em 1857, o qual é um espelho da realidade burguesa da época retratado na figura de uma mulher de classe média. No Brasil, Machado de Assis inicia os ideais do Realismo com “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, em 18881, um romance psicológico, cuja personagem principal é Brás Cubas, um defunto-autor que expõe ao leitor suas experiências pessoais Características do Realismo Oposição ao idealismo romântico. Não há envolvimento sentimental Representação mais fiel da realidade (como o próprio nome sugere) Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes, como o casamento, por exemplo. Os cenários passaram a ser urbanos e o ambiente social passou a ser valorizado ao invés do natural. Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e corrupção da classe Influência dos métodos experimentais Narrativa minuciosa (com muitos detalhes) Personagens analisadas psicologicamente A realidade da população é tratada à luz das teorias sociológicas emergentes: Positivismo, Determinismo, Darwinismo e Marxismo. Não houve uma idealização da figura masculina como herói e sim uma exposição do homem que trabalha e que luta para sair de uma condição medíocre. A linguagem no Realismo é mais simples, sem preocupações estéticas exacerbadas, de modo a abranger um público maior.
Língua Portuguesa Principais temáticas – A observação atenta das paisagens, das pessoas e dos fenômenos é feita com precisão rigorosa – e, em muitos romances realistas, o estudo analítico se sobrepõe ao dinamismo das ações. O mundo burguês, antes visto como a superação dos valores medievais, passa a ser considerado um universo extremamente problemático. Ocorrem, também, ataques contundentes ao conservadorismo da Igreja católica. Romances de Tese – narrativas que funcionam como uma espécie de laboratório no qual o escritor desenvolve estudos acerca da realidade exterior. Personagens – Em lugar de heróis, as personagens de romances realistas são pessoas comuns, cheias de problemas e limitações, geralmente vivendo em ambientes urbanos. As fronteiras entre o social e o psicológico muitas vezes determinam o jogo realista de “aparência versus essência”. Machado de Assis É considerado o maior escritor do século XIX, escreveu romances e contos, mas também aventurou-se pelo mundo da poesia, teatro, crônica e critica literária. Nasceu no Rio de Janeiro em 1839 e morreu em 1908. Foi tipógrafo e revisor tornando-se colaborador da imprensa da época. Sua infância foi muito pobre e a sua ascensão artística se deve a muito trabalho e dedicação. Sua esposa, Carolina Xavier, o incentivou muito na carreira literária, tanto que foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. Ainda na fase romântica, escreveu: ”A mão e a luva”, “Ressurreição”, ”Helena” e “Iaiá Garcia”, que já revelavam algumas características que futuramente marcarão a fase realista e madura do autor, como a análise psicológica dos personagens, o humor, monólogos interiores e cortes na narrativa (uma das suas principais características). “Memórias Póstumas da Brás Cubas” (considerado o divisor de águas na obra machadiana) “Quincas Borba”, “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó” e “Memorial de Aires”, revelam o interesse cada vez maior do autor de aprofundar a análise do comportamento do homem, revelando algumas características próprias do ser-humano como a inveja, a luxúria, o egoísmo e a vaidade, todas encobertas por uma aparência boa e honesta. Destacou-se também na produção de contos como a “A Cartomante”, e crônicas publicadas na Gazeta de Notícias. Embora suas peças teatrais não tenham o mesmo nível que seus contos e romances, ele nos deixou “Quase ministro” e “Os deuses da casaca”. Como crítico literário, além de vários prefácios e ensaios destacam-se 3 estudos: “Instinto de nacionalidade”, “A nova geração” e “O primo Basílio” (a respeito do romance de mesmo nome de Eça de Queirós). NATURALISMO A escola literária naturalista é conhecida como uma ramificação radical do Realismo que se baseia na observação fiel da realidade e na experiência, logo, o indivíduo se determina pelo ambiente e pela hereditariedade. É no romance naturalista que a abordagem extremamente aberta do sexo aparece, o que resultou em algo muito chocante para a sociedade conservadora da época.
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Ao naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que impulsionava transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a personalidade humana. O grande nome do naturalismo mundial é o francês Émile Zola. No Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Aluísio Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881. Esta marcou o início do Naturalismo brasileiro e a obra “O cortiço”, também de sua autoria, marcou essa tendência. Destaca-se também o escritor Raul Pompéia e seu romance “O Ateneu”, que ora apresenta características naturalistas, ora realistas. Características A principal característica do Naturalismo é o cientificismo exagerado que transformou o homem e a sociedade em objetos de experiências. Os autores naturalistas criavam narradores oniscientes, impassíveis para dar apoio à teoria na qual acreditavam. Descrições minuciosas e linguagem simples mesclada, às vezes por expressões fortes agressivas ou por temos científicos. Preferência por temas como miséria, adultério, crimes, problemas sociais (patologia sociais), taras sexuais, e outras deturpações psíquicas ou físicas. A exploração de temas patológicos traduz a vontade de analisar todas as podridões sociais e humanas sem se preocupar com a reação do público. Tese experimental. Os naturalistas abordam a existência humana de forma materialista. O homem é encarado como produto biológico passando a agir de acordo com seus instintos, chegando a ser comparado com os animais (zoomorfização). Visão determinista do homem (animal, presa de forças fatais e superiores – meio, herança genética, fisiologia, momento). Ao analisar os problemas sociais, o naturalista mostra uma vontade de reformar a sociedade, ou seja, denunciar esses problemas era uma forma de tentar reformar a sociedade.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Realismo Método de observação da realidade Interpretação psicológica (dentro pra fora) Toma como base o indivíduo Retrata o universo interior da personagem humana: egoísmo, ciúme, mesquinharia,
Naturalismo Método de experimentação da realidade Interpretação biológica (fora para dentro) Toma como base o coletivo Retrata o universo exterior dos grupos humanos: os vícios, as taras, as patologias e
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias jogos de interesse, etc. Tem maior preocupação com o técnico literário, com o estilo e o apuro da linguagem. Predomínio da narração. O tratamento imparcial e objetivo dos temas garante ao leitor um espaço de interpretação, de elaboração de suas próprias conclusões a respeito das obras. Narração em 1ª e/ou 3º pessoa.
anormalidades reveladoras do parentesco entre o homem e o animal, etc. Tem maior preocupação em retratar os “fatos da vida”. Predomínio da descrição. O tratamento dos temas a partir de uma visão determinista conduz e direciona as conclusões do leitor e empobrece literalmente. Narração em 3ª pessoa.
Pesquise: Conheça a pintura realista, principalmente as obras de Gustave Courbet, Daumier e do pré-realista Millet. Informe-se sobre correntes filosóficas e científicas como o positivismo, de Augusto Comte; o determinismo, de Hipolyte Taine; o evolucionismo de Charles Darwin; o socialismo científico, de Max e Engels.
Exercícios 01 - (Enem) No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época: o romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.” ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957. A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas ... b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça ... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ... e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.
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UNIDADE 23 PARNASIANISMO O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários contemporâneos: Realismo e Naturalismo na prosa, e Parnasianismo na poesia. Enquanto a prosa realista representou uma reação contra a literatura sentimental dos românticos, a poesia parnasiana pregou a rejeição do “excesso de lágrimas” e da linguagem coloquial e declamatória do Romantismo, valorizando o cuidado formal e a expressão mais contida dos sentimentos, com um vocabulário elaborado (às vezes, incompreensível por ser tão culto), racionalista e temática voltada para assuntos universais. Origem – O parnasianismo, cujo nome deriva de Le Parnasse Contemporian, título de uma antologia francesa de poemas, de 1866, surge na França, no fim do século XIX. O poeta francês Théophile Gautier é considerado o precursor do movimento. No Brasil, em 1878, em jornais cariocas, um ataque à poesia do Romantismo gerou uma polêmica em versos que ficou conhecida como a Batalha do Parnaso. Entretanto, considera-se como marco inicial do Parnasianismo no país o livro de poesias Fanfarras, de Teófilo Dias, publicado em 1882. O Parnasianismo prolongou-se até a Semana de Arte Moderna, em 1922. Contexto Histórico – O movimento parnasiano é concebido como uma forma de RECUSA ao sentimentalismo e subjetivismo românticos, numa época de grande progresso industrial e desenvolvimento científico. A RACIONALIDADE então em voga motiva os parnasianos a exaltar a forma e procurar a PERFEIÇÃO e a BELEZA do verso nas métricas da ANTIGUIDADE CLÁSSICA. Características: Formas poéticas tradicionais: com esquema métrico rígido, rima, soneto. Purismo e preciosismo vocabular, com predomínios de termos eruditos, raros, visando à máxima precisão, e de construções sintáticas refinadas. Escolha de palavras no dicionário para escrever o poema com palavras difíceis. Tendência descritivista, buscando o máximo de objetividade na elaboração do poema, assim separando o sujeito criador do objeto criado. Postura antirromântica, baseada no binômio: objetividade temática/culto da forma. Referências à mitologia greco-latina. O esteticismo, a depuração formal, o ideal da “arte pela arte”. O tema não é importante, o que importa é o jeito de escrever, a forma. A visão da obra como resultado do trabalho, do esforço do artista, que se coloca como um ourives que talha e lapida a joia. Transpiração no lugar da inspiração romântica. O escritor precisa trabalhar muito, “suar a camisa”, para fazer uma boa obra. O poeta é comparado a um ourives.
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Principais Temas Objetos raros e preciosos, que simbolizam a beleza e a perfeição, como vasos, estátuas de mármore e joias Referência à mitologia Greco-romana, aos templos antigos e descrevem cenas históricas, paisagens etc. Fazer poético, cultuando a língua e descrevendo o trabalho poético como resultado de esforço, técnica e dedicação, em vez de produto da inspiração. O Parnasianismo brasileiro não é uma exata reprodução do modelo francês, pois não obedece à mesma preocupação de objetividade, de cientificismo e de descrições realistas como na França. Foge do sentimentalismo romântico, mas não exclui totalmente o subjetivismo. Sua preferência dominante é pelo verso alexandrino de tipo francês, com rimas ricas, e pelas formas fixas, em especial o soneto.
Principais Autores : Tríade parnasiana: Olavo Bilac; Alberto de Oliveira e Raimundo Corrêa. Exemplos: Olavo Bilac: Profissão de fé [..] Mais que esse vulto extraordinário, Que assombra a vista, Seduz-me um leve relicário De fino artista. Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. [...] Via Láctea - Soneto XIII "Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto... E conversamos toda a noite, enquanto A Via-Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro pelo céu deserto. [...] Alberto de Oliveira: Vaso Chinês Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.
Mas, talvez por contraste à desventura, Quem o sabe?... de um velho mandarim Também lá estava a singular figura. Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a, Sentia um não sei quê com aquele chim De olhos cortados à feição de amêndoa. Raimundo Corrêa: As pombas Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...
FIQUE LIGADO NO ENEM! Destacamos o fato dos parnasianos apresentarem métrica rígida, formas fixas e rimas ricas. Assim, vale lembrar: Métrica é a medida de um verso, definida pelo número de sílabas poéticas (ou métricas) que ele possui. A sílaba poética nem sempre corresponde a uma sílaba gramatical. Na divisão (ou contagem) das sílabas poéticas de um verso, considera-se as emissões de voz do verso como um todo. Além disso, conta-se apenas até a última sílaba tônica do verso. Essa contagem é chamada de escansão. Versos sem métrica são chamados versos livres. Os parnasianismo trabalhavam com versos rigorosamente planejados, como o mesmo número de sílabas poéticas. Formas Fixas: são poemas que apresentam um sistema de estrofes subordinado a certas regras, modelos clássicos consagradas, sendo o mais conhecido deles o soneto, formado por 04 estrofes [dois quartetos – 04 versos – e dois tercetos – 03 versos]. Rima (repetição sonora )pobre se dá entre palavras da mesma classe gramatical, por exemplo, substantivo com substantivo, verbo com verbo, adjetivo com adjetivo. Já a rima rica, é formada por palavras de classes gramaticais diferentes. Os poetas parnasianos tem apreço pelas rimas ricas.
Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Exercícios 01 - (Enem) Ouvir estrelas (Olavo Bilac) “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso!” e eu vos direi, no entanto, que, para ouvi-las, muita vez desperto e abro as janelas, pálido de espanto! E conversamos toda a noite, enquanto a via láctea, como um pálio aberto, cinti la. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, inda as procuro pelo céu deserto. Direis agora: “Tresloucado amigo! Que conversas com elas? Que senti do tem o que dizem, quando estão contigo?” E eu vos direi: “Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido Capaz de ouvir e de entender estrelas.”
Ouvir estrelas (Bastos Tigre) Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo que estás beirando a maluquice extrema. No entanto o certo é que não perco o ensejo De ouvi-las nos programas de cinema Não perco fita; e dir-vos-ei sem pejo que mais eu gozo se escabrozo é o tema. Uma boca de estrela dando beijo é, meu amigo, assunto p’ra um poema Direis agora: Mas, enfim, meu caro, As estrelas que dizem? Que senti do têm suas frases de sabor tão raro? Amigo, aprende inglês para entendê-las, Pois só sabendo inglês se tem ouvido Capaz de ouvir e entender estrelas. A partir da comparação entre os poemas, verifica-se que, a) No texto de Bilac, a construção do eixo temático se deu em linguagem denotati va, enquanto no de Tigre, em linguagem conotativa. b) No texto de Bilac, as estrelas são inacessíveis, distantes, e no texto de Tigre, são próximas, acessíveis aos que ouvem e as entendem. c) No texto de Tigre, a linguagem é mais formal, mais trabalhada, como se observa no uso de estruturas como “dir-vos-ei sem pejo” e “ enetendê-las”. d) No texto de Tigre, percebe-se o uso da linguagem metalinguísti ca no trecho “Uma boca de estrela dando beijo/é, meu amigo, assunto p’ra um poema”. e) No texto de Tigre, a visão romântica apresentada para alcançar as estrelas é enfatizada na última estrofe de seu poema e com a recomendação de compreensão de outras línguas.
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UNIDADE 24 SIMBOLISMO O capitalismo não se desenvolve de maneira uniforme no mundo, gerando concentração de capital em países como França, Inglaterra e Estados Unidos, instituindo-se as grandes potências e o imperialismo econômico. Diante disso, o mundo volta seu olhar para os interesses materiais. Entretanto, a classe trabalhadora não obteve melhorias em suas condições de vida, principalmente por causa da exploração de mão de obra como meio de auferir grandes lucros pelos empreendedores capitalistas. Isso gerou insatisfação e frustração ao homem comum, que passa a buscar conforto no lado místico e espiritual do universo. Tal busca pelo subjetivismo revela-se na arte como um retorno ao Romantismo, em que o anseio pelo refúgio fora do mundo real era valorizado. Nesse sentido, o predomínio da emoção supera o cientificismo e o objetivismo do período anterior, mas uma emoção carregada de frustrações e tristezas em decorrência do momento vivido na época. Assim, enquanto as correntes estéticas contemporâneas do Simbolismo (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo) são entusiastas do clima de desenvolvimento científico do fim do século XIX, o Simbolismo nega essa aproximação e se opõe à racionalização e aos efeitos da industrialização na sociedade europeia. Origens – A publicação do livro de poemas As Flores do Mal, de Charles Baudelaire, em 1857, é considerado o marco do movimento na Europa. A expressão “simbolismo”, no entanto, é criada apenas em 1886, no Manifesto Simbolista de Jean Moréas. Outros dois poetas franceses importantes na difusão dos ideais simbolistas na Europa são Paul Verlaine e Stéphane Mallarmé. Principais características da produção artística Predominância da emoção; O objeto deve estar subentendido, não se mostrando claramente – daí o "símbolo"; Musicalidade (através de aliterações, assonâncias e outras figuras de estilo); Referências a cores, principalmente à branca; Presença de motivos religiosos; a poesia representaria uma espécie de ritual; Sonho, imaginação, misticismo espiritualismo; Subjetividade; Culto à forma, trabalho com as possibilidades do léxico Uso da figura das figuras de linguagem: sinestesia, personificação, metáforas; Abordagem vaga de impressões subjetivas e/ou sensoriais (Impressionismo), sobretudo na pintura.
Língua Portuguesa Principais autores e suas obras no Brasil Cruz e Sousa: Broquéis, Missal, Evocações, Faróis, Últimos sonetos. Alphonsus de Guimaraens: Setenário das dores de Nossa Senhora, Câmara ardente, Dona Mística, Kiriale. Pedro Kilkerry: Re-visão de Kilkerry(organizado por Augusto de Campos).
Exercícios
Cruz e Sousa Filho de escravos libertos, João da Cruz e Sousa nasce em Florianópolis, em 1861, sendo educado pelos ex-senhores de seus pais. Após a morte de seus protetores, trabalha como professor e publica suas primeiras poesias em jornais locais. Redige o ‘Tribuna Popular’, no qual combate a escravidão. Em 1885 lança o primeiro livro, Tropos e Fantasias. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1890, onde publica Broquéis (1893), obra que dá início ao Simbolismo no Brasil. Escreve também Missal (1893), Evocações (1898), Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905). Sua poesia, de grande musicalidade, é marcada pela sublimação do amor e pelo sofrimento com o racismo, a pobreza e a doença. Morre pobre, de tuberculose, em 1898.
Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando, as imortalidades Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.
FIQUE LIGADO NO ENEM! Simbolismo nas artes plásticas Focalizando os aspectos sensoriais e sugestivos do Simbolismo na literatura e do Impressionismo na pintura e na música. O objetivo das diferentes modalidades artísticas é a expressão da vida interior, da "alma das coisas", que a linguagem poética permite alcançar, por detrás das aparências. A poesia simbolista sonda os mistérios do mundo e o universo inconsciente por meio de sugestões, do ritmo musical e do poder encantatório das palavras. Do mesmo modo, em lugar de representar os seres e as coisas do mundo de modo objetivo cmo era tradicional na pintura acadêmica, a força da pintura passou a residir no poder evocativo das imagens, utilizando um ponto de vista mais subjetivo, fazendo com que o pintor representasse o mundo não como ele era, mas como o pintor o tinha captado.
01 - (Enem) Cárcere das almas Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas Nas prisões colossais e abandonadas, Da Dor no calabouço, atroz, funéreo! Nesses silêncios solitários, graves, que chaveiro do Céu possui as chaves para abrir-vos as portas do Mistério?! CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /Fundação Banco do Brasil, 1993. Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são a) a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos. b) a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista. c) o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais. d) a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras. e) a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de temas do cotidiano.
UNIDADE 25 PRÉ-MODERNISMO Tal momento, também conhecido período sincrético, situa-se, aproximadamente, nas duas primeiras décadas do séc. XX, precedendo o movimento modernista de 22. Na verdade, o Pré-Modernismo não corresponde a uma escola literária, mas sim as produções de alguns escritores que, não correspondendo a nenhuma das estéticas de fins do século XIX, tiveram uma produção de impacto, apresentando novas vertentes estilísticas e/ou temáticas em nossa literatura.
Claude Monet: Crepúsculo em Veneza. (1908)
Contexto histórico Momento de grande agito no Brasil e no mundo, destacando-se: Primeira Guerra Mundial;
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Início do século XX = transformações na maneira de pensar do homem moderno (ideia de nacionalismo / nazismo, fascismo e comunismo => intensas agitações; Estado de insegurança e relação aos acontecimentos dos últimos anos do século XIX: expansão e/ou industrialização dos países europeus; O nascimento da burguesia urbana, a industrialização e o surgimento do proletariado; República Café com leite; A imigração; As revoltas da Vacina e da Chibata, no Rio de Janeiro; Greves operárias em São Paulo; Fanatismo religioso do Padre Cícero e de Antônio Conselheiro e o cangaço, no Nordeste; Revolta de Canudos; A Guerra do Contestado (na fronteira entre Paraná e Santa Catarina); Segregação dos negros pós-abolição; Política dirigida pela oligarquia rural; Disputas provincianas como as existentes no Rio Grande do Sul entre maragatos e republicanos. O momento histórico brasileiro interferiu na produção literária, marcando a transição dos valores éticos do século XIX para uma nova realidade que se desenhava, essencialmente pautada por uma série de conflitos. Principais objetivos/características: Necessidade de transformação nas artes (na temática e na linguagem literária); Ruptura com os moldes simbolistas e parnasianos. Estado de insatisfação do homem em relação à civilização (caminho traçado pelo homem, pela humanidade); Ruptura com o passado para levá-lo de volta às origens primitivas; Ruptura com o academicismo Presença de linguagem coloquial, simples Exposição da realidade social brasileira Regionalismo e nacionalismo Marginalidade das personagens: o sertanejo, o caipira, o mulato Temas: fatos históricos, políticos, econômicos e sociais No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de Crítica Social; RUPTURA COM O PASSADO – Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo; REGIONALISMO – A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante; LITERATURA-DENÚNCIA – Os livros são em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial é substituído por um Brasil não oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios); CONTEMPORANEIDADE – A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção.
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Nesse momento, os escritores assumem uma posição mais crítica em relação à sociedade e aos modelos literários anteriores. Por isso, muitos escritores pré-modernos rompem com a linguagem formal do academicismo e, além disso, exploram temas históricos, políticos e econômicos, visto que o Brasil passava por momentos como a República do café com leite e inúmeras revoltas. Os Pré Modernistas que se destacaram na prosa foram: Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Lima Barreto. Euclides da Cunha (1866-1909) Euclides Rodrigues da Cunha foi um escritor, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, sociólogo, geógrafo, poeta e engenheiro brasileiro. Ocupou a cadeira 7 na Academia Brasileira de Letras de 1903 a 1906. Publicou "Os Sertões: Campanha de Canudos" em 1902, obra regionalista, dividida em três partes: A Terra, o Homem, A Luta; retrata a vida do sertanejo e a Guerra de Canudos (1896-1897) no interior da Bahia. Graça Aranha (1868-1931) José Pereira da Graça Aranha foi um escritor e diplomata maranhense. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua obra que merece destaque é "Canaã" publicada em 1902 cuja obra aborda a migração alemã no estado do espírito Santo. Outras obras que merecem destaque: Malazarte (1914), A Estética da Vida (1921) e Espírito Moderno (1925). Monteiro Lobato (1882-1948) José Bento Renato Monteiro Lobato foi um escritor, editor, ensaísta e tradutor brasileiro. Um dos mais influentes escritores do século XX, Monteiro Lobato ficou muito conhecido por suas obras infantis de caráter educativo como, por exemplo, a sério de livros do Sítio do Picapau Amarelo. Em 1918 publica "Urupês" uma coletânea regionalista de contos e crônicas. Já em 1919 publica "Cidades Mortas" livro de contos que retrata a queda do Ciclo do Café. Lima Barreto (1881-1922) Afonso Henriques de Lima Barreto, conhecido como Lima Barreto, foi um escritor e jornalista brasileiro. Autor de uma obra critica veiculada aos temas sociais, o escritor rompe com o nacionalista ufanista e faz criticas ao positivismo. Sua obra que merece destaque é o "Triste Fim de Policarpo Quaresma" escrito numa linguagem coloquial, o autor faz crítica à sociedade urbana da época, em que critica a sociedade urbana da época.
Língua Portuguesa
FIQUE LIGADO NO ENEM! Augusto dos Anjos – Poeta singular. O autor utiliza características formais pertencentes ao parnasianismo e ao simbolismo, mas o conteúdo busca aproximação com a realidade, uma vez que as formas métricas são bem rígidas, mas os versos já apresentam certas características realistas. E o amor, tão caro aos românticos, é visto com ceticismo. É possível perceber a melancolia e o pessimismo nos escritos de Augusto dos Anjos. Outra característica do autor é a utilização de muitos termos científicos e médicos. Lançou o livro de poemas “Eu” em 1912 (período dito prémoderno), foi a única obra publicada em vida. O livro marca um período pré-modernista da literatura nacional. Um dos personagens dos seus poema, inclusive, não era uma pessoa e sim um pé de tamarindo.
Exercícios 01 - Fragmento de Triste fim de Policarpo Quaresma "Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da Pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. ( ... ) o que o patriotismo o fez pensar, foi num conhecimento inteiro de Brasil. ( ... ) Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro." BARRETO, Lima. "Triste fim de Policarpo Quaresma". São Paulo: Scipione, 1997. Este fragmento de "Triste Fim de Policarpo Quaresma" ilustra uma das características mais marcantes do PréModernismo que é o: a) Desejo de compreender a complexa realidade nacional. b) nacionalismo ufanista e exagerado, herdado do Romantismo. c) resgate de padrões estéticos e metafísicos do Simbolismo. d) nacionalismo utópico e exagerado, herdado do Parnasianismo. e) subjetivismo poético, tão bem representado pelo protagonista.
UNIDADE 26 VANGUARDAS EUROPEIAS As vanguardas europeias foram manifestações artísticoliterárias surgidas na Europa, nas duas primeiras décadas do Século XX, e vieram provocar uma ruptura da arte moderna com a tradição cultural do século anterior. Com o advento da tecnologia, as consequências da Revolução Industrial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política que resultou destes grandes acontecimentos, surgiu um sentimento nacionalista, um progresso espantoso das grandes potências mundiais, e uma disputa pelo poder. Várias correntes ideológicas
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foram criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, e também com a mesma terminação “ismo” surgiram os movimentos artísticos que chamamos de vanguardas. Todos pautavam-se no mesmo objetivo, que era o questionamento, a quebra dos padrões, o protesto contra a arte conservadora, a criação de novos padrões estéticos, que fossem mais coerentes com a realidade histórica e social do século que surgia. Estas manifestações se destacaram por sua radicalidade, a qual proporcionou que influenciassem a arte em todo o mundo. São elas: Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo. Futurismo: Surgiu através do Manifesto Futurista, criado pelo italiano Tommaso Matinetti em 1909. Suas proposições eram negar o passado, o academicismo e trazer o interesse ideológico, a pesquisa, a experimentação, a técnica e a tecnologia para a arte. Propunha “a destruição da sintaxe”, eliminando os adjetivos, advérbios. Usar os substantivos como nascem. Trocar sinais de pontuação por símbolos matemáticos e notas musicais. Marinneti pregava o desapego ao tradicionalismo, especialmente quanto à sintaxe da língua. Nas artes, de modo geral, o Futurismo exaltava: • a velocidade, o progresso; • a coragem, a audácia e a revolta; • o soco e a bofetada; • a guerra – única higiene do mundo.
unique forms of continuity in space Umberto Boccioni 1913 Ode ao burguês (Fragemento) Eu insulto o burguês! O burguês-níquel o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! O homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros! Que vivem dentro de muros sem pulos,
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias E gemem sangue de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os “Printemps” com as unhas! [...] Álvaro de Campos Expressionismo: Surgido em 1912, expressava a agitação e inquietação que buscava subverter a estética da época. Pela primeira vez apareceu na livraria de arte der Sturm, em Berlim, expressando, como o nome diz, a renovação cultural que já estava em curso na Alemanha e em toda a Europa. O objetivo era expor a subjetividade do mundo interior do artista, e isto implicava no distanciamento da beleza, seja pela “caricatura” (resultado da distorção da imagem), seja pela expressão do sofrimento humano como pobreza, violência, paixão, visão da morte e outros sofrimentos humanos.
geométricas. Investia na subjetividade de interpretação das obras, afirmando que um mesmo objeto poderia ser visto de vários ângulos. Na literatura, caracteriza-se pela representação de uma realidade fragmentada, que é retratada por palavras dispostas simultaneamente, com o objetivo de formar uma imagem. Os principais artistas que representaram esta vanguarda foram: Pablo Picasso, Fernand Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges Braque, na pintura, e Apollinaire e Cendras na literatura.
1907, com a tela Les Demoiselles d''Avignon, de Pablo Picasso
Edvard Munch, ‘O grito’, 1893. O morcego Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: Na bruta ardência orgânica da sede, Morde-me a goela igneo e escaldante molho. "Vou mandar levantar outra parede..." — Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede! Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh'alma se concentra. Que ventre produziu tão feio parto?! A Consciência Humana é este morcego! Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto! [Augusto dos Anjos] Cubismo: Teve maior representatividade entre os anos de 1907 e 1914, mais especificamente na pintura. Seu propósito era decompor, fragmentar as formas
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Poema concreto de Guillaume Apollinaire 1908 Dadaísmo: Surgiu em 1916 em plena Primeira Guerra Mundial, a partir do encontro de alguns artistas refugiados que buscaram produzir algo que chocasse a burguesia. É mais um reflexo das emoções causadas pela Guerra, tais como revolta, agressividade e indignação. Objetos comuns do cotidiano são apresentados de uma nova forma e dentro de um contexto artístico; Irreverência artística; Combate às formas de arte institucionalizadas; Crítica ao capitalismo e ao consumismo; Ênfase no absurdo, nos temas e nos conteúdos sem lógica;
Língua Portuguesa Uso de vários formatos de expressão (objetos do cotidiano, sons, fotografias, poesias, músicas, jornais, etc.) na composição das obras de artes plásticas; Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo. Na literatura, se caracteriza pela agressividade verbal, pela desordem nas palavras, pelo recorte a incoerência, a quebra da lógica e do racionalismo, e pelo abandono das regras formais do fazer poético: rima, ritmo, etc.
Rosa mediativa, Salvador Dali. (1958) Pré-história Mamãe vestida de rendas Tocava piano no caos. Uma noite abriu as asas Cansada de tanto som, Equilibrou-se no azul, De tonta não mais olhou Para mim, para ninguém! Caí no álbum de retratos. (Murilo Mendes) A Fonte, 1917 / Marcel Duchamp Para fazer um poema dadaísta Pegue um jornal, Pegue uma tesoura, Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam este artigo e meta-os no saco. Agite suavemente, Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tirada do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público. Tristan Tzara
FIQUE LIGADO NO ENEM! No Brasil não poderia ser diferente, uma vez que este era o exato momento da história em que as manifestações artísticas estavam crescendo em nosso país, e que a maioria dos artistas se espelhavam nas tendências europeias, fosse para imitarlhes, fosse para combater-lhes. As vanguardas europeias passaram pela Literatura Brasileira deixando sua contribuição, especialmente ao somarem com a Semana de Arte Moderna e o movimento modernista, pois juntos vieram romper com a antiga estética que até então reinava em nosso país.
Exercícios 01 - (Enem)
Surrealismo: Esta vanguarda surgiu após a Primeira Guerra, na França, mais precisamente em 1924. Trouxe para a arte concepções freudianas, relacionadas à psicanálise. Segundo esta vanguarda, a arte deve surgir do inconsciente sem que haja interferências da razão. Trabalha frequentemente com elementos como a fantasia, o devaneio e a loucura. Os escritores do surrealismo rejeitaram o romance e a poesia em estilos tradicionais e que representavam os valores sociais da burguesia. As poesias e textos deste movimento são marcados pela livre associação de ideias, frases montadas com palavras recortadas de revistas e jornais e muitas imagens e ideias do inconsciente.
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX. Essa nova tendência se caracteriza pela a) pintura de modelos em planos irregulares. b) mulher como temática central da obra. c) cena representada por vários modelos. d) oposição entre tons claros e escuros. e) nudez explorada como objeto de arte.
UNIDADE 27 MODERNISMO O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX, cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo (parnasianismo, simbolismo e a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do Brasil. Apesar da força do movimento literário modernista, a base dessa corrente estética se encontra nas artes plásticas, com destaque para a pintura. No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência. No entanto, devemos lembrar que o modernismo já começou a se mostrar presente muito antes do movimento de 1922, seja com alguns elementos do pré-modernismo ou nas primeiras manifestações inspiradas nas Vanguardas Europeias. A Semana de Arte Moderna trouxe um rompimento, uma destruição das estruturas clássicas, acadêmicas, harmônicas, e por esse motivo tem caráter anárquico e destruidor. Mário de Andrade chamou a primeira fase do Modernismo de “fase da destruição”, já que é totalmente contrária ao parnasianismo ou simbolismo das décadas anteriores. Os artistas têm em comum a busca pela origem, daí vem o nacionalismo e acarreta a volta às origens e valorização do índio brasileiro. Manuel Bandeira publica, respectivamente, em 1917 e em 1919, "A cinza das Horas" e "Carnaval". Em 1921, durante o grandioso lançamento de "As máscaras", de Menotti del Picchia, Oswald de Andrade conclama a chegada do momento da revolução modernista no Brasil. Também em 21, Di Cavalcanti expõe seus desenhos e caricaturas na mostra "Fantoches da Meia-Noite"; Mário de Andrade compõe sua série "Mestres do Passado", em que analisa a poesia parnasiana, considerada, então, referência de fazer poético.
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Cartazes de divulgação da Semana de Arte Moderna, de 1922
O evento aconteceu entre 13 a 17 de fevereiro, quando os artistas referidos apresentaram sua arte moderna, sobretudo, à intelectualidade paulistana, sob a chancela do notabilizado pré-modernista Graça Aranha. O objetivo do evento era, claramente, chocar os presentes, ressignificando o próprio conceito de arte. Com esculturas e pinturas transgressoras, no Teatro Municipal de São Paulo, conferências de Graça Aranha, Menochi del Picchia, a declamação de "Os sapos", de Manuel Bandeira, crítica satirizante aberta aos parnasianos e Heitor Villa-Lobos apresentando-se de roupa formal e chinelo. O evento gerou ferozes críticas conservadoras, o que era, desde o princípio, seu objetivo. A primeira fase modernista também é marcada pelos manifestos nacionalistas. Podemos destacá-los da seguinte forma: • Manifesto Pau-Brasil: escrito por Oswald de Andrade, publicado no jornal “Correio da Manhã”, em 18 de março de 1924, apresentou uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira e às características culturais do povo brasileiro, com a intenção de causar um sentimento nacionalista, uma retomada de consciência nacional. • Antropofagia: publicado entre os meses de maio de 1928 e fevereiro de 1929, sob direção de Antônio de Alcântara Machado, surgiu como nova etapa do nacionalismo “Pau-Brasil” e resposta ao “VerdeAmarelismo”. Sua origem se dá a partir de uma tela feita por Tarsila do Amaral, em janeiro de 1928, batizada de Abaporu ( aba= homem e poru = que come). Assinado por Oswald de Andrade, tinha, como diz Antônio Cândido, “uma atitude brasileira de devoração ritual dos valores europeus, a fim de superar a civilização patriarcal e capitalista, com suas normas rígidas no plano social e os seus recalques impostos, no plano psicológico” • Verde-Amarelismo: este movimento surgiu como resposta ao “nacionalismo afrancesado” do Pau-Brasil, em 1926, apresentado, principalmente, por Oswald de Andrade, liderado por Plínio Salgado. O principal objetivo
Língua Portuguesa era o de propor um nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência. • Anta: parte do movimento Verde-Amarelismo, representa a proposta do nacionalismo primitivo elegendo como símbolo nacional a “anta”, além de vangloriar a língua indígena “tupi”. Através das características desses manifestos, temos por análise a identificação de duas posturas nacionalistas distintas: de um lado o nacionalismo consciente, crítico da realidade brasileira, e de outro um nacionalismo ufanista, utópico, exacerbado. Principais características 1ª fase: Linguagem coloquial, [com inclusão de gírias, dialetos] cotidiano, negação da tradição cultural antipurista, antiacademicista, antiparnasianismo, verso livre, verso branco, nacionalismo crítico, ironia, sarcasmo, irreverência, poema-piada, liberdade de criação, direito à pesquisa – folclore. Principais escritores da 1ª fase do Modernismo: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Antônio de Alcântara Machado. Oswald de Andrade pode ser considerado o mais modernista dos modernistas, devido ao experimentalismo formal que caracterizou sua obra e que o colocou sempre no centro das discussões sobre arte moderna no Brasil. Oswald, além de ter participado ativamente da Semana de 22, foi o primeiro escritor a compor um romance de acordo com os preceitos do Modernismo: trata-se de Memórias sentimentais de João Miramar, obra de 1924 que dissolve os limites entre prosa e poesia. Mais tarde, em 1933, ele ainda escreveria outro romance modernista: Serafim Ponte Grande. Ainda compôs manifestos, como o Pau-Brasil (1924) e o Antropófago (1928), peças de teatro, como O homem e o cavalo (1934) e O rei da vela (1937), e livros de poemas, como Poesiaau-Brasil (1925) e Primeiro caderno de poesia do aluno Oswald de Andrade (1927). “Menina e moça Gostei de todas as festas Porque esse negócio de missa E procissão É só para os olhares Vou agora triste no trem Com aquela paixão No coração Vou emagrecer Junto às palmeiras Malditas Da fazenda” Oswald de Andrade, Pau-Brasil. Mário de Andrade foi o grande ativista político-cultural do Modernismo, tendo feito de tudo um pouco: romance, poesia, crítica, conto, ensaio. Sua obra sugere que ele buscava as novidades artísticas da mesma forma que se aprofundava nas tradições literárias, o que confirma seu ecletismo cultural e artístico. As duas paixões de Mário
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foram a cidade de São Paulo e o Brasil. Pauliceia desvairada (1922) e Lira paulistana (1946) tematizam São Paulo; Clã do jabuti (1927) e Macunaíma (1928), o Brasil. Macunaíma é sua obra mais importante. Nela, um narrador ágil e parodista vai apresentando lendas folclóricas revisitadas e misturando gêneros literários, ao mesmo tempo em que o protagonista, “o herói sem nenhum caráter”, representa um povo se formando, ainda sem características próprias definidas, “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Urarico era, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma. Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar, exclamava: – Ai! que preguiça!... e não dizia mais nada. [...] Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaiamuns diz-que habitando a água doce por lá.” Mário de Andrade, Macunaíma. Manuel Bandeira é o grande poeta dos primeiros anos modernistas, e sua obra, de alguma forma, reflete sua biografia, sempre marcada pela luta contra a tuberculose. A primeira fase da poesia de Bandeira é melancólica e pessimista, principalmente em seu livro de estreia, A cinza das horas. Num segundo momento, abraçando mais abertamente a causa modernista, ele se torna bemhumorado e espirituoso, em Libertinagem e Estrela da manhã. Por fim, nos seus últimos livros, Bandeira se revela maduro e disposto a brincadeiras experimentalistas, como, por exemplo, em Belo Belo e Lira dos cinquent’anos. A poesia de Bandeira valoriza basicamente três temas: o amor, que é muitas vezes visto na perspectiva Erótica; a infância, que se mistura com as lembranças do Recife; a morte, que anda junto às referências à tuberculose. Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada [...] Manuel Bandeira, Libertinagem. 2ª FASE (1930) O 2º Tempo modernista, que vai de 1930 a 1945, é conhecido como a fase de consolidação do Modernismo brasileiro. Nessa fase, a literatura veio mais amadurecida, sem os excessos que marcaram a Semana de Arte Moderna. A arte era engajada e buscava refletir a realidade brasileira. Historicamente, trata-se de um período político conturbado: no Brasil, a ditadura Vargas, com avanços econômicos e trabalhistas, mas sérios problemas em termos políticos (perseguições, falta de liberdade de expressão, etc.); no mundo, a crise após a quebra na Bolsa de Nova York e a Segunda Guerra Mundial. A geração de 30 não deixou de lado as novidades artísticas cunhadas pela Semana de 22, misturando- as a uma crítica social mais sistemática, ao marxismo, ao existencialismo e ao surrealismo. A linguagem manteve-se próxima da popular e as obras apresentaram-se em prosa e poesia. Esta privilegia o sentimento humano, enquanto aquela, a crítica social. Principais representantes: Os principais nomes da prosa são: Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Érico Veríssimo. Na poesia: Cecília Meireles, Vinicius de Moraes, Jorge de Lima, Murilo Mendes. A prosa da 2ª fase abandona, em certa medida, a postura vanguardista dos primeiros anos do Modernismo, uma vez que os escritores se preocuparam em fazer uma literatura claramente de denúncia social, sobretudo no que diz respeito às desigualdades regionais do país. Do ponto de vista da linguagem, a geração de 30 continuou a aproveitar os registros orais na literatura, mas sem os exageros do 1º tempo. Do ponto de vista da estrutura da narrativa, voltou à tona o romance concebido no século XIX, REGIONALISMO DE 30 Engajamento religioso e social – literatura de denúncia das condições humanas; tendência neorrealista; coloquialismo; nacionalismo; cotidiano; romance psicológico Temas apresentados por região: Coronelismo, Cacau na Bahia, Cana-de-açúcar, Seca no Ceará e em Alagoas, Misticismo e candomblé, Cangaço, Os pampas gaúchos Autores: Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos , José Lins do Rego e Erico Veríssimo. Graciliano Ramos é considerado o maior representante da geração neo-realista nordestina, sua obra é considerada como "clássica" pela qualidade literária. Seus romances tratam tanto do social (miséria, fome, seca, latifúndio), como do psicológico (opressão, medo, angústia etc.). Linguagem condensada, sem retórica, obra neo-realista: romance crítico, de tensão entre a personagem e o meio (natureza e sociedade), romance de esquerda. Em março de 1936, sob suspeita de ter participado da ANL (Aliança
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Nacional Libertadora), Graciliano foi preso pela polícia de Getúlio Vargas. Levado para a prisão de ilha Grande (RJ), ficou lá um ano sem acusação formal. A experiência na prisão foi relatada em "Memórias do Cárcere". Principais obras: São Bernardo, Vidas Secas, Memórias do Cárcere, Angústia. Vidas Secas: história de uma família de retirantes que vive em pleno agreste os sofrimentos da estiagem. Universo pobre de um homem (Fabiano), uma mulher (Sinhá Vitória), os filhos e uma cachorra (Baleia). Fabiano, Sinhá Vitória e os filhos são exemplos de seres convertidos em criaturas, animalizados, brutalizados por causa da precariedade de suas condições de vida, enquanto abandonam a terra onde nasceram, ressequida, estéril, procuravam na cidade uma forma de sobrevivência. Um trecho da obra que ilustra a perda de humanidade de Fabiano: "Os seus pés duros quebravam espinhos e não sentiam a quentura da terra. Montado, confundia-se com o cavalo(...)." Ao longo deste romance, é muito comum as vozes do narrador e das personagens se confundirem, através do discurso indireto livre, um dos mais importantes recursos narrativos de Graciliano Ramos, cuja retórica, e de muitos verbalismos, parece se alojar no interior das personagens, fundindo homem e paisagem, ação e processos mentais. Por essas razões, Graciliano Ramos significa a maturidade de nossa ficção regionalista, a expressão literária, a dimensão política, universal de nossos problemas aparentemente locais. José Lins do Rego escreveu obras que compõem os chamados romances do ciclo da cana-de-açúcar. Neles o autor recompõe sua infância, tendo sido descendente de grandes proprietários canavieiros do nordeste. Escritos em primeira pessoa, estes romances retratam literalmente a crise de tradição e a necessidade de modernização, a transformação do Engenho em usina. Esse tema é especialmente abordado em Fogo Morto (não faz parte do ciclo), que é escrito em terceira pessoa. Nele, o autor mostra as relações psicológicas dos vários tipos sociais (o velho Senhor, a Sinhá, o trabalhador jagunço etc.) perante uma usina de "Fogo Morto", isto é, parada, morta, decadente. Principais obras: Fogo Morto, Usina, Menino do Engenho. Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre entrou em contato com a vida literária e iniciou-se no jornalismo, começou a publicar romances. ‘Fantoches’ foi o primeiro (Contos que exibem estrutura de peças de teatro), mas Clarissa foi a primeira obra que o tornou popular. 1º fase: Romance urbano - Visão otimista, linguagem simples, cotidiano da vida urbana dePorto Alegre, apresentação de problemas sociais, morais e humanos. Iniciou-se com a publicação de Clarissa, depois vieram: Caminhos Cruzados, Música ao longe, Um lugar ao sol, Olhai os lírios do campo, Saga, E o resto é silêncio. 2° fase: Romance histórico - Inicia-se com a obra O Tempo e o Vento, aborda a formação do Rio Grande do Sul desde as sua origens.(no século XVIII) até 1946. A obra é composta de três partes:
Língua Portuguesa - O continente (1949) - O retrato (1951) - O arquipélago (1961) 3° fase: Romance político - Temas políticos e engajamento social. O prisioneiro - O senhor embaixador - Incidente em Antares Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza, Ceará, ainda não tinha completado vinte anos quando publicou seu primeiro romance, ‘O Quinze’. Rachel foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. ‘O Quinze’ - O romance projetou nacionalmente o nome de Rachel de Queiroz. Retomando o tema da seca, que já fora tratado em outros romances, Rachel deu-lhe maior dimensão social, sem deixar de lado a análise psicológica de algumas personagens. A marcha penosa e trágica da família de Chico Bento, que representa o retirante, constitui o núcleo dramático da obra. A par disso, desenvolve-se o drama da impossibilidade de comunicação afetiva entre Vicente e Conceição; ele, um dono de fazenda sensível à miséria que o rodeia, mas impotente para eliminá-la; ela, uma moça da cidade atraída pela figura livre e franca de Vicente, mas que não consegue penetrar em seu mundo rude, quase selvagem. Principais obras: O Quinze, João Miguel, Caminho de pedras, As três Marias, Dôra Doralina, Memorial de Maria Moura. Jorge Amado nasceu na Bahia, é o autor mais adaptado da televisão brasileira, quase sempre interessado em abordar problemas sociais e políticos, sua extensa obra trata tanto da região cacaueira da Bahia como da zona urbana de Salvador, era um hábil fixador de tipos humanos, costumes e festas populares. Principais obras: Jubiabá, Mar Morto, Capitães de areia, Terras do sem-fim, Gabriela, cravo e canela, Os velhos marinheiros, Dona flor e seus dois maridos, Tenda dos milagres, Tieta do Agreste. Terras do sem-fim - Este romance aborda a época da fixação e expansão das fazendas de cacau em São Jorge dos Ilhéus. Com a cobiça e o desejo de enriquecimento, surgem as lutas entre dois fazendeiros: o coronel Horácio da Silveira e Juca Badaró, da família dos Badarós, a mais rica da região. Ambas disputam as terras incultas de modo violento, principalmente Horácio, para quem as armas eram as únicas leis. Ao lado dessa linha principal do enredo, há o drama de Ester, esposa de Horácio, educada em outro meio e com outros sonhos, e que não se acostuma com a vida fechada e cercada de perigos que leva na fazenda, sempre sobressaltada pelos ruídos da mata e pelos crimes. Quando conhece Virgílio, um novo advogado que passa a frequentar sua casa, vê nele a figura de seus sonhos de adolescente, perdidos com o casamento com Horácio. Acaba por tornar-se sua amante. A estrutura do livro mantém um suspense na sequencia dos fatos que envolvem as lutas entre fazendeiros e capangas e o drama íntimo de Ester. No final, ela morre de
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tifo enquanto Virgílio, mais tarde, é assassinado por Horácio que ficara sabendo de tudo. Com a posse do Sequeiro Grande, Horácio torna-se o principal chefe de São Jorge do Ilhéus. POESIA Ampliação da temática: Social nacional para o Universal, Poemas de tendência mística, Revalorização de estilos anteriores, neossimbolismo. Principais autores: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes.
FIQUE LIGADO NO ENEM! O poeta Carlos Drummond de Andrade é o ‘campeão’ de presenças na prova do Enem. Seus textos já ilustraram questões da prova 16 vezes. Carlos Drummond de Andrade é considerado o maior poeta brasileiro do século XX. Foi também admirável cronista; sua prosa é distinta pela força da linguagem poética, que dá forma aos registros do cotidiano e da memória. Poeta "nascido intelectualmente dentro do Modernismo, sem laivo de passado e nem perigo de volta a ele", como observou Antonio Candido, Drummond produziu extensa obra, em que a poesia de enfoque social e a poesia relativa ao indivíduo se mesclaram e se fundiram. Para José Guilherme Merquior (1941 - 1991), Drummond é uma das grandes "fundações" do Modernismo; segundo o crítico, "este poeta renovou a linguagem e o endereço de nossa lírica. Depois dele, uma e outra se abriram a modos mais objetivos de direção social, que já não cabem no subjetivismo anterior. O humanista dos primeiros livros deu ao lirismo uma agudeza reflexiva e irônica que o virou pelo avesso; o autor de A Rosa do Povo passou a emocionar-se com os sentimentos coletivos, e finalmente o terceiro Drummond, de Claro Enigma considerado, fundou entre nós a grande meditação poética sobre as razões da existência, a pensativa poesia sobre a condição humana e as recentes significações do Neo-Humanismo contemporâneo." Murilo Mendes também estreou como autor modernista, mas sua trajetória poética foi bastante diferente da de Drummond. "Poeta dos contrários", segundo Antonio Candido, Mendes "começou pela poesia humorística e, depois de sofrer a impregnação surrealista, voltou à fé católica, passando a uma expressão cheia de sentimento do mistério e transcendência, com o mais completo senso do insólito da nossa poesia contemporânea. Afinal, tendeu para o verso breve e descarnado, guardando o toque de fantasmagoria que é um de seus encantos." Cecília Meireles foi bastante influenciada pela "corrente espiritualista" da qual participou Murilo Mendes, corrente divulgada pelos intelectuais cariocas que se agruparam em torno da revista Festa, de tendência neo-simbolista. É a principal voz feminina da poesia brasileira e, de acordo com Luciana Ategagno Picchio, "uma das vozes femininas mais puras de expressão portuguesa de todos os tempos". Sua obra poética é caracterizada pela reflexão filosófica, a musicalidade dos versos, a atmosfera fluida e etérea; entre
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias seus temas mais caros estão a transitoriedade das coisas, a efemeridade da vida, a fugacidade do tempo. Jorge de Lima iniciou como poeta neoparnasiano, e depois de tornar-se adepto da estética Modernista produziu, em um primeiro momento, poesia social, e em uma segunda fase, poesia de expressão religiosa. Para José Aderaldo Castello, a fase da poesia social, composta dos "poemas negros" e "telúricos", reflete "o Nordeste açucareiro dos engenhos tradicionais, com os quais se relacionam aquelas ?realidades de nossa alma imensa?" e envolve "a presença africana". Já a segunda fase, caracterizada pela religiosidade, "é atemporalizada e distanciada da objetividade da primeira fase". Vinicius de Moraes, um dos mais populares poetas brasileiros, também foi influenciado pela "corrente espiritualista" e pelo Neo-Simbolismo no início de sua produção poética, mas com o passar do tempo sua obra passou a tematizar o amor sensual e os problemas sociais. Antonio Candido elencou, entre as principais características do autor, "a peculiaríssima ligação que estabeleceu entre o mar, a praia e a vida amorosa; a mistura do vocabulário familiar com uma espécie de casto impudor; a invenção de um léxico do amor físico que abole qualquer diferença entre ele e o que é considerado não-físico. E mais um uso próprio do ritmo de romance popular, quem sabe inspirado inicialmente em García Lorca. E uma reconstrução do soneto. (...)."
Exercícios 01 - (Enem) Confidência do Itabirano Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira. Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas. Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e [comunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho, vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e [sem horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço: esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil, este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval; este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, tive gado, tive fazendas. Hoje sou funcionário público. Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói! ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003. Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do movimento modernista brasileiro. Com seus poemas, penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de uma relação tensa entre o universal e o particular, como se percebe claramente na construção do
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poema Confidência do Itabirano. Tendo em vista os procedimentos de construção do texto literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se que o poema acima a) representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos típicos da oralidade. b) apresenta uma característica importante do gênero lírico, que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos. c) evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua comunidade, por intermédio de imagens que representam a forma como a sociedade e o mundo colaboram para a constituição do indivíduo. d) critica, por meio de um discurso irônico, a posição de inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as prendas resgatadas de Itabira. e) apresenta influências românticas, uma vez que trata da individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
UNIDADE 28 3ª Fase do Modernismo (1945 – 1960) Em 1945 houve o termino da 2° Guerra Mundial, milhões de mortos na Europa, o holocausto, a queda de Hitler, o homem que ordenou a morte de milhões de judeus nos campos de concentração, as bombas atômicas, que causaram a morte instantânea de milhões de japoneses, e posteriormente destruiu a vida de outros. Como se não fosse suficiente Guerra Fria entre o pólo capitalista e o socialista, deixou no ar a ameaça de uma Guerra Nuclear que colocaria toda a humanidade em risco. Com o fim da ditadura Vargas em 1945, teve início a redemocratização brasileira. Para a arte, foi um período de particular efervescência. No terreno das artes visuais, destacou-se a obra de Oscar Niemeyer, arquiteto responsável pela construção da nova capital, Brasília, inaugurada em 1960. O esforço de interiorização da vida nacional e as ousadias arquitetônicas da cidade foram representativos da retomada de temas e de pesquisas formais, que atingiu a literatura nas obras de autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Clarice Lispector. Poesia: Propunham um acentuado rigor formal, o que lembra muito o Parnasianismo. Adotam uma linguagem mais erudita e uma temática mais universal. Exemplo: João Cabral de Melo Neto. Prosa: tanto no romance quanto nos contos existe a busca de uma literatura intimista, de sondagem psicológica, introspectiva e ao mesmo tempo. Promove-se a análise e observação do cotidiano; as “linhas” do fantástico, literatura psicológica / intimista, tendências a reflexões metafísicas. Além disso, o regionalismo adquire uma nova dimensão através da recriação dos costumes e da fala sertaneja penetra fundo na psicologia do jagunço do Brasil central.
Língua Portuguesa João Cabral de Melo Neto: Estreou em 1942 com Pedra do Sono de forte influência de Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Ao publicar O Engenheiro, em 1945, traça os rumos definitivos de sua obra. Em 1956, escreve o poema dramático Morte e Vida Severina, que, encenado em 1966, com músicas de Chico Buarque, consagra-o definitivamente. No início da carreira, apresenta um tendência à objetividade, convivendo com imagens surrealistas e relativas aos sonhos: aos poucos, afasta-se da influência surrealista e aprofunda a tendência à substantivação, à economia da linguagem, submetendo as palavras a um processo crescente de depuração, com uso de metáforas, personificações e alegorias; a partir de 1945, influenciado por uma concepção arquitetônica, procede à geometrização do poema, aproximando a arte do Poeta à do Engenheiro; o repúdio ao sentimentalismo e ao irracionalismo leva-o à elaboração do poema objeto. Questiona o próprio ato de escrever e a função da poesia; na década de 50, surge e amadurece a preocupação política e principalmente a denúncia social do Nordeste e sua gente: os retirantes, as tradições e o folclore regional, a estrutura agrária canavieira, injusta e desigual. Aparece ainda a paisagem da Espanha, que apresenta pontos em comum com o cenário nordestino. Mantém viva e atuante a reflexão sobre a Arte em suas várias manifestações, como a pintura e a literatura. Trecho de ‘Morte e vida Severina’: “E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte, de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).” João Guimarães Rosa: Mineiro, formou-se em Medicina e clinicou pelo interior, foi ministro e pela carreira diplomática esteve em Hamburgo, Bogotá e ParisSua obra extremamente inovadora e original. Seu livro, Sagarana (1946), vem colocar uma espécie de marco divisor na literatura moderna do Brasil: é uma obra que se pode chamar de renovadora da linguagem literária. Seu experimentalismo estético, aliando narrativas de cunho regionalista a uma linguagem inovadora e transfigurada, veio transformar completamente o panorama da nossa literatura. Principais Obras: Sagarana, Corpo de baile, Grande sertão: veredas, Primeiras histórias, Tutaméia (Terceiras histórias), Estas histórias, Ave, palavra. Grande sertão veredas, considerado a obra prima do autor: o livro narra as memórias de Riobaldo, personagem principal, ex-jagunço, que assume a liderança do grupo após a morte do chefe Joca Ramiro. Conta a um doutor
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que nunca aparece, através de seu caráter insólito e ambíguo; na primeira parte do livro, Riobaldo faz um relato "caótico" e desconexo de vários fatos sempre expondo suas inquietações filosóficas enquanto que na segunda parte as ideias de Riobaldo são mais organizadas. A ambiguidade e o caráter ambivalente de Riobaldo, assim como o de outros personagens, dominam o romance. O sertão criado por Guimarães Rosa é uma realidade geográfica, social, política e psicológica. Nesse espaço (sertão-mundo), o sertanejo não é apenas o homem de uma região e de uma época específicas, mas homem universal defrontando-se com problemas eternos: o bem e o mal; o amor; a violência; a existência ou não de Deus e do Diabo etc. Por isso classifica-se seu regionalismo como regionalismo universalista. Clarice Lispector: Ucraniana, veio para o Brasil ainda bebê. Formou-se em direito mas viveu muito fora do Brasil pela carreira diplomática do marido, dedicando-se assim aos filhos e à literatura. Voltou ao Brasil separada e lançou vários livros. Características de suas obras: sondagem dos mecanismos mais profundos da mente humana; técnica “impressionista” de apreensão da realidade interior (predominância de impressões, de sensações); introdução da técnica do fluxo da consciência; quebra os limites espaço x temporais e o conceito de verossimilhança, fundindo presente e passado, realidade e desejo na mente dos personagens, cruzando vários eixos e planos narrativos sem ordem ou lógica aparente. Suas principais personagens são mulheres, mas não se limitam ao espaço do ambiente familiar, busca atingir valores essenciais humanos e universais tais como a falsidade de das relações humanas, o jogo das aparências, o esvaziamento do mundo familiar, as carências afetivas e as inseguranças delas decorrentes, a alienação, a condição da mulher, a coexistência dos contrastes, das ambiguidades, das contradições do ser; características físicas das personagens diluem-se: muitas nem nome apresentam. Há o predomínio do tempo psicológico e, portanto, subversão do tempo cronológico; as ações passam a ter importância secundária, servindo principalmente como ilustração de características psicológicas das personagens (introspecção psicológica). Destaca-se a presença da epifania (“revelação”): aparentemente equilibradas e bem ajustadas, subitamente as personagens sentem um estranhamento frente a um fato banal da realidade. Nesse momento, mergulham num fluxo de consciência, do qual emergem sentindo-se diferentes em relação a si mesmas e ao mundo que as rodeia; esse desequilíbrio momentâneo por certo mudará sua vida definitivamente. Pode-se destacar ainda a fusão de prosa e poesia, com emprego de figuras de linguagem: metáforas; antíteses (eu x não-eu, ser x não ser); paradoxos; símbolos e alegorias; aliterações e sinestesias, bem como uso de metalinguagem em associação com os processos intimistas e psicológicos, político-sociais, filosóficos e existenciais (A Hora da Estrela, 1977).
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Principais Obras: Perto do coração selvagem, Laços de família, A maça no escuro, A legião estrangeira, A paixão segundo G. H., Felicidade clandestina, A hora da estrela. Tendências contemporâneas: uma nova ruptura Em 1964, com o Golpe Militar, o Brasil recebe um ciclo de presidentes militares, eleitos indiretamente. Até 1968, a atividade cultural ainda se mantém dinâmica, mas com a decretação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) e a instituição da censura prévia, muitos artistas e intelectuais são obrigados a deixar o país. Embora autores das fases anteriores continuassem produzindo, houve uma ruptura. Algumas das manifestações dessa ruptura foram tão radicais que nos fazem lembrar a geração de 22. Muitas são as tendências que marcam a literatura contemporânea brasileira. Concretismo: Surge em 1956, com a publicação da revista Noigrandes. Esse movimento radicalizou a proposta de valorização da forma na poesia, incorporando a ela os signos da sociedade moderna. Foi representado e idealizado por Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari. Neoconcretismo: Em consonância com as propostas dos artistas plásticos Hélio Oiticica e Lygia Clark, surge como desdobramento do Concretismo. Esse movimento foi fundado por Ferreira Gullar que propunha a necessária participação (interação) do leitor na construção do texto. Poesia-Práxis: movimento liderado por Mário Chamie, que a partir de 1961 começou a adotar a palavra como organismo vivo gerador de novos organismos vivos, ou seja, de novas palavras. Poema-processo: Coloca em segundo plano o signo verbal, em detrimento dos signos gráficos. Surgiu em 1967 e foi idealizado por Wlademir Dias-Pino. Poesia social: No contexto do golpe militar de 1964, surge uma poesia engajada e política, representada, entre outros, por Ferreira Gullar, Tiago de Melo e Geir Campos. Tropicalismo: Originou-se, ainda na década de 60, nos festivais de M. P. B. realizados pela TV Record, que projetaram no cenário nacional, os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat. Com humor, irreverência, atitudes rebeldes e anarquistas os tropicalistas procuravam combater o nacionalismo ingênuo que dominava o cenário brasileiro, retomando o ideário e as propostas do Movimento Antropofágico de Oswald de Andrade. Apresentavam ironia e paródia, humor e fragmentação da realidade; enunciação de flashes cinematográficos aparentemente desconexos, ruptura com os padrões tradicionais da linguagem.Suas influências foram fundamentais na música, mas repercutiram também na literatura e no teatro. Com o AI-5, seus representantes foram perseguidos e exilados. Poesia marginal: Surgiu na década de 1970, é chamada de “marginal” porque não possuía vínculos com editoras ou distribuidoras para edição e/ou publicação, ou seja, era produção independente, de “publicação alternativa” das obras e pela temática do humor e da irreverência em relação às grandes questões da
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época. Torna-se assim manifestação de denuncia e de protesto, uma explosão de literatura geradora de poemas espontâneos, mal-acabados, irônicos, coloquiais, que falam do mundo imediato do próprio poeta, zombam da cultura, escarnecem a própria literatura. São seus representantes: Chacal, Charles, Paulo Leminski, Ledusha, Ronaldo Bastos, Cacaso, Francisco Alvim, Glauco matoso, Roberto Piva, entre outros. Prosaísmo: Manuel de Barros e Adélia Prado se diferenciaram por criar uma literatura marcada pela expressão lírica muito particular de seus mundos, seja pela reinvenção das palavras, pela valorização do prosaico, pela exigência do exercício diferenciado do olhar do leitor. Destacam-se, na denominada “poesia independente” e na produção contemporânea, Ana Cristina César, César, Alice Ruiz, Antônio Cícero, José Paulo Paes, além de Eucanã Ferraz, Frederico Barbosa e Ar- Alice Ruiz, Antônio Cícero, José Paulo Paes, além de Eucanã Ferraz, Frederico Barbosa e Alice Ruiz, Antônio Cícero, José Paulo Paes, Eucanã Ferraz, Frederico Barbosa e Arnaldo Antunes. Prosa Com o desenvolvimento das novas tecnologias, na literatura não havia mais a separação entre a arte culta e a arte popular, o que importava no momento era a comunicabilidade. Houve uma incorporação entre todas as estéticas passadas de forma inovadora. E como forma de tornar os problemas sociais mais leves, investe-se no humor e no erotismo, muitas vezes, problemas sérios são tratados com humor. Na prosa brasileira, destacamos o conto, a crônica e o romance Os romances contemporâneos são diversificados, estão entre o antigo e o moderno, podendo ser apontadas várias tendências, entra elas: O ultrarrealismo ou realismo feroz, que ressalta a violência, usando a técnica do impacto o seu cenário é o urbano, seus principais autores são: Paulo Lins, (Cidade de Deus) Rubem Fonseca e João Antonio. O regionalismo, onde é a sobrevivência do regionalismo, destaca-se o autor João Ubaldo Ribeiro. O romance histórico, ficção e a verdade lado a lado, usamse episódios históricos, adaptando- o para a ficção. Ana Miranda ganhou notoriedade quando falamos dessa tendência literária no contexto contemporâneo, com o Livro Boca do Inferno, onde a história passa-se no seculo XVII, na Guerra dos Emboabas (Paulistas e Portugueses disputam o ouro em Minas Gerais ) As correntes imigratórias, onde são os conflitos e as experiências de imigrantes e seus desentendes. Raduan Nassar, que escreveu Lavoura arcaica, que descreve a a desagregação de uma família libanesa. Outro autor é Milton Hatoum, que conta em prosa a história de imigrantes libaneses na Amazônia. Outra tendência que merece destaque é a daqueles autores que questionam o narrar e suas normas e que se empenham na desconstrução da narrativa tradicional, manejando a intertextualidade, a colagem e a montagem e, em alguns casos, até recorrendo a ilustrações. Muitos nomes podem ser citados, como o de João Gilberto Noll, Chico Buarque de Hollanda e Bernardo Carvalho.
Língua Portuguesa O conto passa a ter um papel relevante na literatura, talvez como forma de explorar a semelhança entre esta e a notícia pela facilidade dos textos serem curtos e apresentarem elementos do cotidiano urbano contemporâneo, como a violência, a religião, a moral, etc. Autores: Dalton Trevisan, Sérgio Sant’anna, Ricardo Ramos, Domingos Pellegrini Jr. E Inácio de Loyola Brandão, Murilo Rubião e J.J. Veiga, Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu, Lygia Fagundes Teles, Autran Dourado, Luiz Vilela, Fernando Sabino, Heloísa Seixas e Otto Lara Rezende, entre outros. Outro tipo de gênero narrativo muito popular na literatura contemporânea é a crônica. Rubem Braga, Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino foram alguns escritores que ajudaram a manter vivo o prestígio do gênero. Na atualidade, merecem destaque Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Veríssimo e Martha Medeiros pela legião de leitores que conquistaram. Teatro contemporâneo O teatro no mundo atual Tudo começou com a peça “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues. Antes, a produção teatral brasileira não tinha muita relevância. Na maioria das vezes, as peças exibidas no teatro eram estrangeiras. A peça é apresentada com uma linguagem criativa, foi dividida em três planos: o da realidade, o da alucinação e o da memória. Essa divisão representou uma inovação nunca vista no palco. É considerada pelos críticos a obra que melhor se encaixa na definição de peça psicológica. Dez anos depois da peça Vestido de Noiva, surge no teatro brasileiro, Jorge Andrade, com a peça A moratória, que também significou uma inovação ao trazer o Brasil rural para o teatro. Essa tendência foi seguida por outros dramaturgos. Em 1957, Ariano Suassuna atribui à sociedade rural um novo tratamento, fundindo em sua obra tendências opostas como: o espontâneo e o elaborado, o popular e o erudito. A peça O auto da compadecida é um exemplo bemsucedido. A peça conta histórias folclóricas associadas a manifestações de religiosidade. É uma obra inspirada nas obras de Gil Vicente. A partir daí, surgiram outros dramaturgos que revolucionaram e revolucionam o teatro brasileiro. Surge o teatro de arena, que trouxe para o palco os problemas sociais causados pela industrialização da sociedade brasileira. Fizeram parte dessa tendência: Gianfrancesco Guarnieri ( Eles não usam blak-tie-1958), Oduvaldo Viana Filho ( Rasga coração), Dias Gomes ( O pagador de promessas). Na década de 60, aparece mais um autor revolucionário, Plínio Marcos, com as peças Dois perdidos numa noite suja e Navalha na carne, que traz à tona o problema da marginalidade e a hipocrisia da sociedade brasileira. Nos anos 70, inicia-se o teatro experimental, com interpretações mais despojadas e de criação coletiva. A primeira obra escrita nessa tendência foi Trate-me leão (1977), dirigido por Vaz Pereira, Regina Casé e Luis Fernando Guimarães. Era uma peça para a qual não havia cenário e muitas passagens eram improvisadas. Mais recentemente, o teatro do “besteirol” (esquetes criados para explorar situações cômicas da vida cotidiana) tem ajudado a dramaturgia brasileira a cair novamente nas graças do público. Peças como Batalha de arroz num
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ringue para dois, de Mauro Rasi, e Como encher um biquíni selvagem, Miguel Falabella, tornaram-se sucesso imediato, lotando centenas de apresentações feitas ao longo dos anos. Hoje, o teatro brasileiro conta com vários autores de grande estilo que produzem peças dramática e cômica maravilhosas. Entre eles destacamos Juca de Oliveira, Maria adelaide Amaral, Walcyr Carrasco, Leilah Assunção, Millôr Fernandes, Fernando Bonassi , Naum Alves de Souza, Mário Bortolotto e Rubens Rewald. De 1980 para cá, além da permanência de autores surgidos em outras fases, registra-se a estreia de diversos escritores. Prevalece a temática urbana, flagrando a violência, a exclusão social e os desequilíbrios psicológicos decorrentes de um contexto social caótico.
Exercícios TEXTO I O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias, mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias? MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento). TEXTO II João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A auto apresentação do personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços biográficos são sempre partilhados por outros homens. SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento)
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Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?“. A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador. b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação. c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua condição. d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise existencial. e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
GABARITO
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Unidades 1
Gabarito
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E
E
3
E
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C
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C
6
A
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E
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C
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Gramática
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Gramática
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Gramática
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Gramática
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Gramática
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Gramática
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A
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C
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B, C, C
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B
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A
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B
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A
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A
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C
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A
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A
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C
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C