Vestibular história

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rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato.

ANTIGUIDADE ORIENTAL DIVISÃO POSITIVISTA DO TEMPO

As primeiras sociedades que surgiram no Oriente Próximo se organizaram através do Modo de Produção Asiático. Todas as terras pertenciam ao Estado e a servidão coletiva era a forma utilizada pela população como pagamento pelo usufruto dessas. O estado se apropriava do excedente agrícola dos servos e distribuía-o entre a nobreza e a classe sacerdotal.

A religião egípcia era politeísta e antropozoomórfica. Seus deuses formavam um complexo sistema mitológico. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado à ressurreição). A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.

Nos períodos em que não estavam ocupados com atividades agrícolas, os servos eram utilizados na realização de grandes obras públicas, as quais iam de pirâmides e zigurates a dique, represas e canais de irrigação. Tais obras não só serviam para exaltar seus reis e faraós, como garantiam a ampliação das áreas cultiváveis, o que deu a tais povos a denominação de Sociedades Hidráulicas. Com exceção dos Hebreus, criadores da primeira religião monoteísta, as sociedades daquela região eram politeístas e seus governos teocráticos. Os governantes (reis, imperadores ou faraós) eram considerados verdadeiros deuses. Assim a população era levada a acreditar que esses eram responsáveis pela fertilidade da terra e pela prosperidade de suas comunidades. EGITO Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., formaram-se os primeiros Nomos, pequenos agrupamentos humanos às margens do rio Nilo. Em 3.500 a.C., devido à insuficiência de mão de obra para construções necessárias à ampliação das áreas cultiváveis, esses nomos uniram-se em dois reinos: Alto Egito, ao norte, e Baixo Egito, ao sul. O responsável pela unificação desses reinos foi Menés que, em 3.200 a.C., deu início ao que chamamos Império Egípcio. A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Abaixo do faraó encontravam-se sacerdotes e burocratas. As camadas superiores eram sustentadas pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Embora a mão de obra comumente utilizada fosse a servidão coletiva, havia também escravos. A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura, realizada principalmente nas margens férteis do

MESOPOTÂMIA A Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente situa-se o Iraque. Entre os #ORGULHODESERPRÓ |

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povos que habitaram essa região podemos destacar: sumérios, acádios, babilônicos (amoritas), assírios e neobabilônicos (caldeus). Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro dessa perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia à população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. No geral, eram povos politeístas com economia baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.    

SUMÉRIOS Escrita cuneiforme; Construções hidráulicas; Zigurates; Cidades-Estado.

ACÁDIOS Primeiro Império da Mesopotâmia (Rei Sargão).

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AMORITAS Cidade da Babilônia; Código de Hamurabi; Astronomia.

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ASSÍRIOS Cultura militar; Extremamente cruéis com os povos inimigos; Conquista do Egito.

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CALDEUS Jardins Suspensos da Babilônia (Nabucodonosor); Torre de Babel; Hegemonia e esplendor; Dominados pelos Persa (539 a.C.).

1. A construção das pirâmides atendia às necessidades da vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi característica da arquitetura funerária durante todo o período do Egito antigo, e só foi possível graças à enorme mão de obra escrava existente desde o Antigo Reino. 02. A despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as mesmas crenças religiosas do Egito antigo. 04. Os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico. 08. O rio Nilo foi de suma importância em vários aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a agricultura foi possível devido ao seu ciclo de cheias, como também a noção de tempo cíclico, base do pensamento egípcio, levou à crença na vida após a morte.

2. Na Antiguidade Oriental, o Modo de Produção Asiático caracterizou-se fundamentalmente pelo(a): a) Fracionamento da propriedade fundiária em partes entregues a nobres da Casa Real. 2 | Pró Floripa

b) Concentração do controle da produção em um partido político. c) Apropriação formal da terra pelo Estado e efetiva pela comunidade camponesa, cujos membros deveriam pagar impostos e prestar serviços ao Estado. d) Emprego da força de trabalho escravo, com um comércio operoso, controlado por uma burguesia ativa e numerosa. e) Industrialização acentuada, calcada sobre uma farta e barata força de trabalho servil, amplamente dominada pela aristocracia fundiária.

3. (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois: a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava, para as populações do alto Egito, a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

4. As sociedades que, na Antiguidade, habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tinham em comum o fato de: 01. Terem desenvolvido um intenso comércio marítimo, que favoreceu a construção de grandes civilizações hidráulicas. 02. Serem povos orientais que formaram diversas cidadesestado, as quais organizavam-se e controlavam a produção de cereais. 04. Haverem possibilitado a formação do Estado a partir da produção de excedentes, da necessidade de controle hidráulico e da diferenciação social. 08. Possuírem, baseados na prestação de serviços dos camponeses, imensos exércitos que viabilizaram a formação de grandes impérios.

5. Sobre as civilizações da Antiguidade Oriental, é correto afirmar: 01. Entre os egípcios, embora a prática de mumificar cadáveres tivesse contribuído para o estudo do corpo humano, o respeito que essa civilização tinha pelos mortos proibia a dissecação de cadáveres unicamente para estudos.


02. Entre os hebreus, os escribas constituíam-se em um grupo social que, aprendendo a ler e a escrever, desempenhou importantes funções religiosas, na conversão de fiéis ao monoteísmo. 04. Os persas acreditavam que o bem e o mal viviam em incessante luta até o dia do juízo final, quando todos os homens seriam julgados por suas ações. 08. A invenção do alfabeto pela civilização fenícia esteve ligada à necessidade que seus mercadores tinham de firmar contratos comerciais com povos distantes. 16. Hamurabi foi um rei babilônico que se tornou famoso por mandar elaborar o primeiro código jurídico com leis escritas.

a.C. e foram descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos.”

6. (UFSC 2012) Várias sociedades antigas se desenvolveram

Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) em relação às sociedades que se desenvolveram naquela região na Antiguidade. 01. A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia. 02. A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo). 04. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios. 08. Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos as pirâmides de Gisé. 16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antiguidade, o de Hamurábi. 32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o sistema democrático de governo.

ao longo de rios. Sobre elas, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. As antigas China e Índia também são consideradas sociedades hidráulicas e se favoreceram, respectivamente, dos rios Amarelo e Indo. 02. A China antiga foi rica em pensadores, como Sun Tzu, Confúcio e Lao-Tsé. Uma obra conhecida até hoje, e que foi produzida no seio desta sociedade, é o tratado militar « A arte da guerra ». 04. A Mesopotâmia, região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, foi assim batizada pelos gregos por ficar entre os dois rios. 08. Vários povos formavam o que conhecemos por Mesopotâmia. Entre os principais, figuram aqueus, jônios, eólios e dórios. 16. O Egito foi uma sociedade expansionista desde o período inicial de sua unificação política, o que levou aquela sociedade a estender suas conquistas até o território que hoje conhecemos como Paquistão. 32. O ciclo agrícola proporcionado pelo rio Nilo se refletiu nas concepções mitológicas dos egípcios antigos.

(O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.)

7. Em relação aos povos da Antiguidade, é correto afirmar que: a) Os assírios foram submetidos por Nabucodonosor, originando o episódio conhecido como o Cativeiro da Babilônia. b) Os fenícios foram os criadores do alfabeto, posteriormente aperfeiçoado pelos gregos e latinos. c) Os hebreus criaram um quadro religioso caracterizado pelo politeísmo e a mumificação. d) Os egípcios estabeleceram, em 300 a.C., o importante Código de Hamurabi, um dos primeiros códigos jurídicos escritos. e) Os persas, após derrotarem as tropas de Alexandre, conseguiram anexar o território grego ao seu império.

8. “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900

ANTIGUIDADE OCIDENTAL Na Antiguidade Clássica predominavam as relações escravistas de produção. Nessas sociedades, o Estado achava-se a serviço de uma classe proprietária de terras e de escravos. As mais importantes civilizações desse período foram a grega e a romana, que ofereceram as bases das sociedades atuais. GRÉCIA Localizada no sul do continente europeu, na Península Balcânica, a Grécia possui características naturais que sempre favoreceram seu desenvolvimento comercial e marítimo. Sua história pode ser dividida didaticamente em cinco fases: Pré-Homérica, Homérica, Arcaica, Clássica e Helenista.

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As informações que se conhecem sobre o período PréHomérico e Homérico chegaram pelos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero. Os principais povos que habitaram a região foram os jônios, dórios, eólios e aqueus. Durante o Período Homérico a Grécia era organizada em genos. As unidades gentílicas formavam pequenos grupos autossuficientes, sem propriedade privada e sem classes sociais. No final do período Homérico, devido ao aumento demográfico, ocorreu a desintegração dos genos, o que gerou a formação das polis – cidades autônomas governadas por um reduzido grupo de proprietários de terras e escravos, das quais Esparta e Atenas se destacaram. A cidade de Esparta, localizada ao sul do Peloponeso e fundada pelos dórios, caracterizou-se por sua tradição guerreira. O governo era monopolizado pela elite – oligarquia – que, por meio da Ápela, da Gerúsia, do Eforato e da Diarquia, impedia o acesso da população à vida política. O imobilismo social era garantido por um rígido sistema educacional que preparava, desde cedo, os indivíduos para a atividade militar. A cidade de Atenas, por sua vez, caracterizou-se pela importante atividade marítimo-comercial. Localizada na Ática, região favorecida pelos seus portos, Atenas foi fundada pelos jônios no final do período homérico. Os constantes conflitos sociais atenienses tornaram necessárias reformas legislativas. Drácon, o primeiro legislador, tentou conter a ebulição social, aplicando penas severas aos infratores (leis draconianas), enquanto Sólon, além de determinar o fim da escravidão por dívidas, estabeleceu o critério censitário para a participação na política ateniense. Diante do fracasso dessas reformas, estabeleceu-se a tirania em Atenas. Apesar de o tirano Pisístrato ter favorecido o desenvolvimento comercial da cidade, seus sucessores não conseguiram harmonizar os interesses entre os diversos grupos sociais. Somente durante o governo de Clístenes, que assumiu o poder em 510 a.C., efetivou-se um plano de reformas políticas que garantiu a participação de uma maior parcela da população ateniense: todos os cidadãos maiores de 18 anos teriam acesso às decisões políticas. Estava implantada a democracia ateniense, embora mulheres, escravos e estrangeiros não possuíssem direitos políticos. O expansionismo persa sobre a região grega da Ásia Menor deu início às Guerras Médicas, em 494 a.C. A vitória sobre os persas estabeleceu, porém, a hegemonia da cidade de Atenas sobre as demais cidades gregas. Foi o período do apogeu ateniense – época de Péricles -, em que surgiram crescentes conflitos com outras pólis. Esparta, liderando outras cidades gregas, organizou a Liga do Peloponeso, dando início às Guerras do Peloponeso.

Sucederam-se, então, inúmeros combates entre as cidadesEstado, esgotando o poderio grego, cuja vulnerabilidade permitiu que, em 338 a.C., os macedônicos invadissem e estabelecessem a preponderância sobre a Grécia. A civilização grega legou ao mundo importante acervo artístico-cultural, que forneceu as bases sobre as quais se assenta a cultura ocidental. O homem era, no pensamento grego, o centro do universo (antropocentrismo), e a razão humana, o meio de se chegar ao conhecimento.A religião grega era politeísta e antropomórfica. Os deuses na Grécia antiga só se distinguiam dos homens porque eram imortais. De resto, revestiam-se de todas as características humanas. Nas artes, os gregos revelaram criações geniais: teatrólogos, arquitetos e escultores deixaram obras

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importantes para as gerações futuras. Alguns nomes merecem destaque, como:  Ésquilo e Sófocles, no teatro;  Calícrates, na arquitetura;  Fídias e Miron, na escultura. A arte grega se preocupava em realçar o real, a simplicidade, a harmonia e o equilíbrio. A filosofia foi outra área da cultura grega à qual se dedicaram muitos pensadores. Dentre eles destacam-se os nomes Tales, Anaxímenes e Anaximandro – pertencentes à escola de Mileto -, Pitágoras e seus discípulos, os sofistas e os socráticos (Sócrates, Platão e Aristóteles). O advento do helenismo deu um novo caráter à cultura grega,a qual passou a contar com diversos elementos da cultura oriental. Essa fusão deu-se a partir da conquista da Grécia pelos macedônicos, chefiados por Filipe II e depois por seu filho, Alexandre, o Grande. O Império Macedônico ampliou-se durante o reinado de Alexandre, mas, logo após sua morte, conflitos internos pelo poder enfraqueceram-no e dividiram-no, possibilitando que os romanos conquistassem a Grécia. ROMA A cidade de Roma localiza-se no centro da península Itálica, região do Lácio. Em um primeiro momento de sua evolução política, Roma foi uma monarquia, na qual o rei era o dirigente supremo, auxiliado pelo Senado. Nessa época, a sociedade romana dividia-se em patrícios, plebeus e poucos escravos, mas somente os patrícios tinham acesso à vida política em Roma. Após um período de dominação etrusca, apoiada pelo rei, a aristocracia romana proclamou a República. Nela, o Senado detinha o poder máximo, apesar de existirem outros órgãos (o consulado, a Ditadura, a Assembléia Centurial e a Assembléia Curiata) e várias funções administrativas (pretores, censores e edis). As desigualdades sociais existentes em Roma provocaram uma série de levantes envolvendo sobretudo plebeus, que reivindicavam maiores possibilidades de participação política. Tais levantes populares conseguiram estabelecer uma relativa igualdade romana, embora as desigualdades socioeconômicas permanecessem. Entre os séculos V a.C e III a.C., Roma conquistou diversos territórios e constitui um vasto império. Do século III ao II a.C., derrotou os cartagineses, nas Guerras Púnicas, estabelecendo seu controle sobre o mar mediterrâneo. Se essas conquistas ativaram o espírito de unidade dos romanos, minimizando os conflitos sociais, também provocaram efeitos modificadores no caráter da sociedade romana, promovendo, assim, a crise do regime republicano.

Durante a crise, verificou-se a polarização dos grupos: de um lado, a aristocracia (conservadora) e, de outro, o partido popular (reformista). Os irmãos Graco, pertencentes ao segundo grupo, ainda tentaram implementar reformas sociais, mas foram perseguidos e mortos pela camada dominante. Em meio à instabilidade política vivenciada por Roma no século I a.C., a república foi esgotada e substituída pelo Império, com Otávio, no final do século I a.C. A história da Roma Imperial caracterizo-se pela concentração de poder nas mãos de um único indivíduo: o Imperador. O primeiro imperador romano foi Otávio Augusto, que, durante seu reinado, reduziu o poder do Senado e promoveu a política do pão e circo – a fim de conquistar o apoio da massa miserável da população de Roma. Conseguiu impor a paz nas fronteiras do Império, dar grande impulso ao desenvolvimento econômico, mas os sucessores de Otávio não continuaram seu trabalho. A partir do século III d.C., com a dinastia dos Severos, iniciou-se o período de desagregação do Império Romano, até deflagrar-se uma situação incontrolável de crise para seus governantes. Esse enfraquecimento do Império facilitou a penetração dos estrangeiros, que os romanos chamavam bárbaros. Culturalmente, a civilização romana desenvolveu o Direito, até hoje matriz dos códigos jurídicos ocidentais. Já a religião romana, e as artes, seguiam os valores gregos. Durante o período Imperial da historia romana surgiu e se desenvolveu uma nova religião, que marcaria profundamente o mundo ocidental: o cristianismo.

1. (UFSC 2017) A pólis e o cidadão [Para] um grego da época clássica a pólis não designava um lugar geográfico, mas uma prática política exercida pela comunidade de seus cidadãos. Da mesma forma se referiam os romanos à civitas, a cidade no sentido da participação dos cidadãos na vida pública. Se no caso da pólis ou da civitas o conceito de cidade não se referia à dimensão espacial da cidade, e sim à sua dimensão política, o conceito de cidadão não se refere ao morador da cidade, mas ao indivíduo que, por direito, pode participar da vida política. ROLNIK, Raquel. O que é a cidade. São Paulo: Brasiliense, 2004, p. 21. Sobre aspectos políticos que caracterizaram a emergência da civilização ocidental, é correto afirmar que: 01. como partilhavam o mesmo espaço público, todos os homens de uma cidade-Estado na Grécia Antiga eram considerados cidadãos. 02. o estabelecimento da democracia ateniense ampliou substancialmente a igualdade de direitos, como a participação das mulheres na vida pública e nas decisões políticas da principal pólis grega. #ORGULHODESERPRÓ |

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04. a democracia ateniense sustentou-se por meio da mão de obra escrava, à qual poderia ser atribuído o papel de mero instrumento de trabalho. 08. enquanto a democracia ateniense era direta, a democracia política contemporânea é representativa, isto é, os cargos de poder são atribuídos, em eleição, a alguns atores políticos que representam os demais cidadãos. 16. o termo república recebeu, ao longo da história, vários significados, conforme os sentidos que os povos organizados dessa maneira lhe imprimiam. Na aristocrática república romana apenas os plebeus tinham todos os direitos políticos. 32. a lei das Doze Tábuas e o Código Jurídico Civil, organizado no reinado de Justiniano, estão entre os principais legados do Direito Romano

2. (UFSC2016) Os homens da Igreja e os grandes príncipes do renascimento italiano costumavam exaltar o esplendor de seus palácios urbanos e de suas casas de campo com as ruínas da Roma Imperial, que jaziam a seu redor. Retiravam e transportavam, dos locais em que haviam descansado durante 1500 anos, as estátuas de deuses e imperadores, os bustos de antigos heróis e as ninfas de pedra que um dia haviam dançado nas bordas de antigas fontes. ROMA: ecos da glória imperial. Coleção Civilizações Perdidas. Rio de Janeiro: Abril, 1998, p. 45.

Sobre o Império Romano, é CORRETO afirmar que: 01. a arquitetura do período imperial romano concentrouse na construção de edifícios com finalidade religiosa, dedicando pouca atenção às obras de infraestrutura urbana. 02. o governo do imperador Constantino (313-337 d.C.) foi marcado pela perseguição aos cristãos, cujas crenças chocavam-se com o respeito religioso dos romanos pelos seus imperadores, que eram considerados como deuses. 04. a estabilização das fronteiras com a pax romana praticamente definiu os limites geográficos do Império Romano. 08. os germanos eram chamados depreciativamente de bárbaros pelos romanos porque não falavam o latim e tinham costumes diferentes, em clara referência à ideia de oposição entre civilização e barbárie. 16. durante o século II d.C., com a conquista de territórios na Ásia, na África e na Europa, o Império Romano atingiu sua maior extensão, dominando toda a costa mediterrânea. 32. a decadência do Império Romano esteve relacionada ao intenso êxodo rural, desencadeado pela adoção progressiva do colonato em função da ampliação da oferta de mão de obra escrava.

3. (UFSC 2012) Leia o texto abaixo com atenção. Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os outros. Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública depende da maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante as leis para resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a vida pública, o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais honrosos. [...] Usamos a riqueza como um 6 | Pró Floripa

instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e ostentação. Entre nós, a pobreza não é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível para evitá-la. Todo o cidadão tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios privados. Mas aquele que não manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado um inútil. Em resumo, digo que nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão ateniense, por suas características, mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de atividade. TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986, cap. 37-41, Livro II.

Com base neste texto do historiador ateniense Tucídedes e sobre história antiga ocidental, é CORRETO afirmar que: 01. Atenas era considerada um modelo de cidade para todo o Império Romano. 02. a riqueza mencionada por Tucídedes era vista como ingrediente necessário para projetar a cidade de Atenas no cenário do mundo antigo. 04. o texto evidencia que todos os cidadãos deveriam interessar-se por política para não serem considerados inúteis. 08. a mobilização em busca de riqueza era mais importante para a democracia do que o debate político, visto que a riqueza era “... um instrumento para agir.” 16. os postos administrativos de destaque na cidade de Atenas estavam vinculados à quantidade de bens que o cidadão ateniense possuía. 32. de acordo com Tucídedes, os povos vizinhos de Atenas eram seus imitadores. Podemos concluir que, dada a proximidade geográfica, Esparta adotou este modelo. 64. pobreza e riqueza não podiam existir paralelamente na cidade de Atenas, razão pela qual devia haver um esforço para evitar a pobreza.

4. (UFSC 2009) Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos súditos. Parecenos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais favores. (Édito de Milão). Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) referente(s) à Civilização Romana. 01. A religião romana era politeísta, ligada ao Estado, que estabelecia normas para o culto, para as festas e cerimônias públicas. 02. As obras artísticas em Roma visavam à satisfação de um ideal estético, à exaltação das glórias do Estado e à ostentação de riqueza dos nobres e soldados. 04. Penetraram em Roma inúmeros cultos, entre eles o Cristianismo que, prometendo um mundo melhor aos pobres e oprimidos, foi transformado em religião oficial do Estado. 08. Os cristãos foram perseguidos em Roma, pois o monoteísmo pregado por Cristo não permitia a


aceitação da divindade do imperador romano e porque, nas catacumbas, planejava-se a queda do Império. 16. A liberdade de culto da época de Constantino e Licínio foi limitada durante a administração de Teodósio através da imposição do monoteísmo cristão. 32. A Arquitetura era a arte mais desenvolvida em Roma, caracterizada pela sua monumentalidade e influenciada pelo politeísmo, que exigia a construção de muitas igrejas e mosteiros.

b) O desejo de difundir a cultura grega. c) O fato de serem constantemente molestados por povos bárbaros. d) O seu amplo conhecimento geográfico e marítimo, que despertava em seu povo a busca do desconhecido. e) O fato de os mercadores gregos precisarem de novos mercados consumidores.

8. "A pólis se faz pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão."

5. (Enem 2016) Pois quem seria tão inútil ou indolente a

(M. Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins)

A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a a) ampliação do contingente de camponeses livres. b) consolidação do poder das falanges hoplitas. c) concretização do desígnio imperialista. d)adoção do monoteísmo cristão. e) libertação do domínio etrusco.

A partir do texto anterior, é correto afirmar que: 01. O advento da pólis e, portanto, da vida política, estabelece uma possibilidade de ruptura com o universo heróico-mítico de explicações das coisas mundanas. 02. O nascimento da pólis (séc. VIII e VII a.C.) coloca na ordem do dia as discussões sobre os destinos dos homens por eles mesmos e não mais por desígnios de caráter mítico. 04. A experiência política exigiu que as explicações míticas fossem afastadas e que a causa/razão das coisas mundanas tivesse preexistência; 08. A experiência política instaura, entre os gregos, o uso da argumentação/razão como instrumento de solução de conflitos; 16. O nascimento da pólis possibilita a recuperação do saber mítico pela argumentação e reinstaura o sagrado em detrimento da razão.

6. (UFSC2015) Sobre as artes na antiguidade, é CORRETO

9. "Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para

ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram, em menos de cinquenta e três anos, submeter quase todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo — fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante do que a aquisição desse conhecimento? POLÍBIO. História. Brasília: Editora UnB, 1985.

afirmar que: 01. os povos que se estabeleceram na região dos rios Tigre e Eufrates precisavam defender e expandir seu território constantemente, o que os impediu de realizar obras artísticas. 02. as diferentes formas de expressão artística desenvolvidas por diversas sociedades nos permitem conhecer melhor seu passado e podem ser consideradas fontes históricas. 04. a mitologia foi fonte inspiradora de diferentes manifestações artísticas no Egito antigo. Algumas pinturas funerárias, por exemplo, representavam cenas envolvendo ações divinas. 08. entre os poetas mais conhecidos da Roma antiga figura Virgílio, autor da “Ilíada”, poema que descreve o desenvolvimento do Senado romano. 16. na Grécia antiga, a tragédia foi um gênero literário muito presente nas artes cênicas; várias peças teatrais deste gênero ficaram famosas e foram encenadas em outros períodos da história. 32. os romanos desenvolveram um estilo artístico que permaneceu independente da influência de outros povos, mesmo após a constituição do Império.

7. A navegação e o comércio marítimo foram desenvolvidos pelos gregos. Dentre os vários fatores que os levaram a isso, podemos citar como causa inicial: a) A pobreza do solo grego e a necessidade de novas terras para suprir suas necessidades.

agir do que como um motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil... decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é o empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação". Essa passagem de um discurso de Péricles, reproduzido por Tucídides, expressa: a) Os valores ético-políticos que caracterizam a democracia ateniense no período clássico. b) Os valores ético-militares que caracterizaram a vida política espartana em toda a sua história. c) A admiração pela frugalidade e pela pobreza que caracterizou Atenas durante a fase democrática. d) O desprezo que a aristocracia espartana devotou ao luxo e à riqueza ao longo de toda a sua história. e) Os valores ético-políticos de todas as cidades gregas, independentemente de sua forma de governo. 10. Sobre a civilização grega, afirma-se: 01. A Grécia se organizava politicamente em cidadesEstado, sendo as mais influentes Esparta e Atenas. 02. Em 560 a.C., em Atenas, Pisístrato tomou o poder apoiado pelos pequenos proprietários, dando início ao período das tiranias. #ORGULHODESERPRÓ |

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04. Em 509 a.C., em Atenas, Clístenes organizou um governo baseado nos princípios da igualdade política dos cidadãos e da participação de todos nas decisões do governo. 08. Esparta e Atenas entraram em choque, devido às suas rivalidades políticas, econômicas e sociais, em uma guerra que ficou conhecida como Guerra Médica, cabendo a vitória a Atenas, que passou a dominar toda a Grécia.

11. A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais não podemos incluir: 01. Marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado. 02. Fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena propriedade, propagação do cristianismo. 04. Crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre. 08. enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos. 16. diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão de obra escrava.

do império em 330, quando o imperador era Constantino. A partir de então passou a chamar-se Constantinopla. Com Justiniano, a civilização bizantina viveu seu período áureo, transformando-se em um poderoso império. Além de grande desenvolvimento econômico, Justiniano legou a Bizâncio um código de leis inspirado no Direito romano. Em Bizâncio, a religião cristã sofreu algumas transformações, das quais resultaram o Cisma do Oriente e a criação da Igreja Ortodoxa. Após o governo de Justiniano, o Império Bizantino entrou em franca decadência, devido à crise econômica que se abateu sobre ele e aos sucessivos ataques estrangeiros, que o enfraqueceram ainda mais. Em 1453, Constantinopla foi tomada por invasores turcos otomanos, marcando o fim do Império Bizantino. A CIVILIZAÇÃO ÁRABE Povo de origem Semita, os árabes conheceram um grande desenvolvimento, a partir da unificação de base religiosa promovida por Maomé. Antes do profeta, os árabes achavam-se dispersos em tribos – em núcleos urbanos ou no deserto -, dedicando-se especialmente à atividade comercial. Antes do advento do islamismo, os árabes cultuavam vários deuses, representados por ídolos no santuário de Caaba, na cidade de Meca.

ALTA IDADE MÉDIA É costume dividir o período medieval em duas grandes fases: a Alta Idade Média, que se estende do século V ao século XI e a Baixa Idade Média, do século XII ao século XV. A primeira fase caracterizou-se pela formação e consolidação do modo de vida que predominaria durante todo o período medieval: o feudalismo. Já a baixa Idade Média corresponde à decadência do feudalismo e à ascensão do comércio.

Durante a época medieval, duas civilizações orientais destacaram-se: a bizantina e a árabe. A CIVILIZAÇÃO BIZANTINA Bizâncio, cidade de grande importância militar e comercial para o Império Romano, foi elevada à categoria de capital 8 | Pró Floripa

Esta cidade era dominada pela tribo coraixita e apresentava um significativo desenvolvimento comercial por causa das peregrinações. Foi nessa cidade que nasceu Maomé, criador do islamismo, religião monoteísta com elementos do judaísmo e do cristianismo. O islamismo foi, na realidade, o catalisador da unidade árabe. Ao morrer, Maomé deixou aos seus seguidores a tarefa de expandir a religião islâmica pelo mundo. O processo de fragmentação por que passava a Europa após a queda do Império Romano favoreceu grandemente a expansão árabe. Em pouco tempo, os árabes estabeleceram seu domínio sobre o mar Mediterrâneo, determinando o aprofundamento do processo de ruralização vivenciado pelo Ocidente europeu. No entanto, disputas internas e a resistência cristã enfraqueceram o domínio árabe e determinaram sua expulsão do continente europeu. Todavia, os muçulmanos influenciaram grandemente a cultura ocidental, especialmente a ibérica. Graças a eles, muitos dos conhecimentos desenvolvidos no mundo antigo, principalmente pelos gregos, foram preservados e até aprimorados. A Cultura Islâmica: Ciências: campo em que os muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática, aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se também à Astronomia e à Química (alquimia);


Medicina: grande foi a importância de Avicena que, entre várias descobertas, diagnosticou a varíola e o sarampo e descobriu a natureza contagiosa da tuberculose; Literatura: contamos com vasta produção, com destaque para a coletânea As mil e uma noites e o poema Rubaiyat, de Omar Khayam. FORMAÇÃO DOS REINOS CRISTÃOS A partir do século III, os bárbaros (povos não-romanos em geral) intensificaram sua presença no Império Romano, o que contribuiu não só para o enfraquecimento do poderio de Roma, como também para o estabelecimento da hegemonia árabe sobre o Ocidente europeu. A ameaça representada por esses povos acentuou o processo de ruralização, em curso na Europa Ocidental desde o início do Baixo Império Romano. Os bárbaros fixaram-se, assim, na Europa, organizando diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Os francos – de origem germânica – instalaram-se no território que corresponde à França atual. A primeira dinastia franca foi a merovíngia, sendo Clóvis seu fundador. Além de ampliar o território do reino, aliou- se à Igreja, conquistando um grande poder. Seus herdeiros, porém, fragmentaram esse poder, fortalecendo os grandes senhores feudais. Com isso, o poder real passou a submeter-se ao poder dos senhores feudais. Pepino, o Breve, filho de Carlos Martel, o “prefeito do palácio”, que havia derrubado o ultimo rei da dinastia merovíngia, inaugurou a dinastia carolíngia.

realidade, em contato com o processo da ruralização do Império Romano, caracterizado pelo surgimento de uma nova forma de organização econômica e social, conhecida como Colonato, que teve início ainda no século III, fez com que o alinhamento de forças rumo ao Feudalismo se tornasse bastante claro. Sendo assim, podemos afirmar que grande parte das origens do feudalismo encontra-se na união do comitatus germânico com o colonato romano. Ao invadirem o Império Romano, os povos germânicos apresentavam uma organização tribal, na qual a guerra era a atividade fundamental de todos os homens livres; as atividades produtivas da terra (agricultura e criação de animais) eram de responsabilidade das mulheres e dos escravos. Dentre as atividades agrárias, o pastoreio era a principal, e a existência de boas pastagens era condição de fixação de uma tribo em determinado espaço. Em outras palavras, os povos germânicos eram seminômades: fixavam-se em um local enquanto lá existissem boas pastagens para o seu rebanho. Dada a condição de seminomadismo, é fácil entender que a terra era considerada como propriedade comunal. Só a partir de sua penetração no Império Romano é que começaram a surgir as primeiras formas de propriedade privada do solo. Mesmo assim, essa coexistia com a propriedade comunal. O que basicamente aconteceu foi que as áreas de pastagem passaram a ser consideradas como propriedade privada, enquanto as de cultivo continuaram sendo propriedades comunitárias.

Este rei expandiu ainda mais as fronteiras do Reino dos Francos e concedeu à Igreja um poder maior do que ela já desfrutava.

Em função das constantes guerras na ação de ocupação das terras do Império Romano, verificamos a formação, nas tribos germânicas, de verdadeiras nobrezas guerreiras, às quais todos os demais elementos da tribo tendiam a se sujeitar.

O mais conhecido monarca carolíngio foi Carlos Magno, que promoveu a vida cultural do império, por meio da criação de escolas. Anexou um vasto território ao Reino dos Francos, procurando mantê-lo. Para isso, implementou uma reforma administrativa que, se o auxiliou a saber tudo sobre o que ocorria no reino, também favoreceu os poderes locais.

A estrutura familiar dos germânicos era tipicamente patriarcal, sendo que uma tribo era um agregado de famílias. As tribos eram unidades politicamente independentes e só se uniam em função da necessidade gerada por uma guerra ou para um fim específico. Logo, não existia entre eles a ideia de Estado centralizado.

Com a morte de Carlos Magno, iniciou-se, então, o processo de esfacelamento do Império Carolíngio, Totalmente fragmentado em 843, quando foi assinado o Tratado de Verdun.

As uniões temporárias entre tribos eram fundamentadas em obrigações recíprocas entre os seus chefes, que se uniam. Para uma tribo, a autoridade do chefe era incontestável; assim, as obrigações por ele assumidas eram válidas para todos os membros da tribo.

FEUDALISMO A história da Idade Média Ocidental é basicamente a história dos Reinos Bárbaros que se formaram a partir do século V, com a desintegração do Império Romano do Ocidente. Os povos bárbaros germânicos, ao invadirem a Europa, trouxeram consigo sua própria maneira de viver, na qual a economia tipicamente agrária era um dos traços fundamentais. Outra característica germânica muito importante foi o Comitatus, que expressava o comprometimento recíproco entre líderes de tribos. Essa

O Feudalismo, como qualquer modo de produção, não surgiu de forma rápida. Ele é o resultado de um longo processo de formação, que se estende do século IV ao século IX, sendo que só a partir de então passou a ser o modo de produção dominante nas formações sociais europeias, perdurando até o século XII. Entre o século XII e o século XVIII, o modo de produção feudal conheceu profundas transformações, que resultaram na formação de outro modo de produção, o Capitalismo.

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Podemos afirmar que o Feudalismo surgiu através de um processo de integração de uma série de instituições romanas com uma série de instituições bárbaras germânicas, sendo que esse processo estrutural foi catalisado pela ação conjuntural de diversos fatores, tais como o expansionismo muçulmano pelo Mediterrâneo e as invasões dos normandos, húngaros e eslavos. Dessa forma, podemos concluir que as raízes do feudalismo, modo de produção predominante na Europa Ocidental durante a Alta Idade Media, encontram-se na crise do escravismo antigo, na decadência do Império Romano, nas invasões bárbaras e árabes, no consequente processo de ruralização e no desaparecimento da atividade comercial europeia.

Notável exemplo desse fato é o de a Igreja haver proibido o lucro e a usura e, em consequência disso, os poucos comerciantes que existiam não eram cristãos (na maioria, eram judeus), pois assim não havia o peso da interdição da Igreja em relação àquelas atividades.

1. (Enem 2015)

Suas principais características são:  Poder político descentralizado  Sociedade Estamental  Baixa atividade comercial  Economia Amonetária  Ruralização  Poder da Igreja As relações de suserania e vasalagem entre senhores formavam laços de dependência e lealdade, que garantiam a estrutura de dominação senhorial no feudalismo. Os servos, em troca da proteção oferecida pelos senhores e do arrendamento das terras, deviam pagar pesados impostos, dentre os quais destacam-se a talha, a corveia e as banalidades. O feudo dividia-se em manso senhorial, manso servil e manso comunal. Na agricultura, praticava-se a rotação dos cultivos, a fim de se garantir alguma fertilidade do solo. Os senhores feudais tinham a exclusividade do poder local, determinando, dessa maneira, a fraqueza do poder dos reis. Quanto à cultura, o Deus católico esteve sempre presente nos pensamentos e nas atitudes do homem medieval. Sua existência fundamentava a busca pela vida eterna. Dessa forma, o prestígio usufruído pela Igreja e seus agentes, durante a Idade Média, era enorme. Ela se transformou em uma das mais ricas instituições medievais, detentora de grandes propriedades oferecidas pelos fiéis e pelos monarcas. Formava-se pelo clero regular (organizado em ordens monásticas) e o clero secular (padres, bispos, diáconos, arcebispos e o papa). Algumas ordens religiosas foram muito importante durante a época medieval, como a beneditina, a franciscana e a dominicana. A sociedade feudal deve ser classificada como sendo uma Sociedade Estamental, ou seja, uma sociedade na qual seus membros estão hierarquizados em função do seu “status” (posição na sociedade), sendo que o “status” de cada um era fixado pelo fato de dever ou receber determinadas obrigações. Uma das características fundamentais de uma sociedade estamental é a de apresentar reduzidos veículos de mobilidade social. 10 | Pró Floripa

Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas representa um mês, de janeiro a dezembro. Com base na análise do calendário, apreende-se uma concepção de tempo: a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno. b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador. c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho. d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano. e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.

2. (UFSC2014) A cidade contemporânea, apesar de grandes transformações, está mais próxima da cidade medieval do que esta última da cidade antiga. A cidade da Idade Média é uma sociedade abundante, concentrada em um pequeno espaço, um lugar de produção e de trocas em que se mesclam o artesanato e o comércio, alimentados por uma economia monetária. É também o cadinho de um novo sistema de valores, nascido na prática laboriosa e criadora do trabalho, do gosto pelo negócio e pelo dinheiro. É assim que se delineiam, ao mesmo tempo, um ideal de igualdade e uma divisão social da cidade, na qual os judeus são as primeiras vítimas. Mas a cidade concentra também os prazeres, os da festa, os dos diálogos na rua, nas tabernas, nas escolas, nas igrejas e mesmo nos cemitérios. Uma concentração de criatividade de que é testemunha a jovem universidade que adquire rapidamente poder e prestígio, na falta de uma plena autonomia. LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. São Paulo: UNESP, 1998. p. 25. Apud: VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 187.2. v. 1.

Sobre o período medieval, é CORRETO afirmar que:


01. as Cruzadas quase impediram o desenvolvimento das cidades medievais por dois motivos: ocorreram em áreas rurais e tinham como objetivo impor os ideais cristãos, que condenavam a cobiça e o desejo por lucro. 02. com a intensificação das atividades comerciais nas cidades, foram organizadas as hansas ou associações de mercadores. A reunião de várias hansas no norte da atual Alemanha deu origem à Liga Hanseática. 04. muitas cidades medievais se originaram dos burgos, aglomerações surgidas a partir da intensificação do comércio. 08. as corporações de ofício surgiram com o desenvolvimento da mão de obra especializada dedicada ao artesanato e foram responsáveis por organizar o aprendizado e o controle destas atividades. 16. as universidades surgiram da iniciativa de um grupo de intelectuais europeus, que pretendia tornar o ensino independente da Igreja. 32. a atividade bancária não se consolidou no período, pois havia falta de matéria-prima para a fabricação de moedas. Isso fez com que o comércio se realizasse exclusivamente por meio do escambo.

3. O Feudalismo europeu apresentava características particulares de acordo com a localidade. Apesar das diferenças regionais, podemos afirmar que sua origem está relacionada com 01. o renascimento das cidades. 02. o ressurgimento do comércio. 04. a ruralização da sociedade. 08. o fortalecimento do poder imperial. 16. a descentralização política.

4. Sobre a forma de pensar e de agir do homem da Europa Ocidental durante o período medieval, é correto afirmar que: 01. Deus ocupava o centro de todas as coisas, condicionando pensamento e ação dos homens. 02. A história dos homens consistia em uma marcha do povo de Deus em direção a Ele, cabendo à Igreja o papel de guia. 04. A relação entre o senhor e seus vassalos era de dependência pessoal, ou seja, de homem a homem. 08. Nas atividades econômicas, a influência da Igreja impôs princípios que condenavam a especulação e a usura, bem como gerou a ideia de justo preço. 16. O dinamismo da economia feudal se fundamentava na concepção de que o comércio era o único gerador de riquezas.

02. a peste negra foi uma doença que teve graves consequências para a sociedade medieval, dizimando parte da população europeia. 04. as universidades criadas no período tiveram importante papel no desenvolvimento da cultura e do ensino no Ocidente. 08. a formação das corporações de ofício está relacionada à efervescência comercial da Europa no início da Idade Média. 16. várias dissidências da Igreja surgiram no período, como foi o caso dos cátaros. Devido ao acolhimento à diversidade defendido pela Igreja, as comunidades cátaras puderam ser mantidas. 32. o cristianismo difundido pela Igreja penetrou de tal maneira em todas as camadas da sociedade medieval, que foi capaz de anular as crenças pagãs de origem antiga. 64. as ordens mendicantes foram criadas por uma parcela do clero medieval que defendia o conceito de usura e estimulava o acúmulo de bens e lucro.

6. (ENEM 2009) A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações, que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é: a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico. b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II. c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid, inspirada por valores dos primeiros cristãos. d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente.

7. São características do período conhecido como Alta Idade Média Europeia: 01. Surgimento dos Feudos. 02. Centralização política. 04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos. 08. Formação do sistema capitalista.

8. (UFBA) Em relação à organização social da Idade Média,

5. (UFSC2015) Sobre o período conhecido como Idade Média, é CORRETO afirmar que: 01. o romance de cavalaria foi um gênero literário que divulgou ideias de amor cortês.

pode-se afirmar: 1. A utilização, em grande escala, da mão de obra escrava, no Império Romano, modificou as condições de trabalho dos camponeses, motivando a ampliação das obrigações do Estado, em decorrência do crescimento demográfico das áreas urbanas. 2. A pregação religiosa de Maomé atraiu significativamente os árabes pobres, que a utilizaram como motivação para uma guerra civil contra os mercadores judeus da Arábia. 04. A estrutura agrícola da sociedade feudal fundamentouse na grande concentração de terras e no trabalho servil. #ORGULHODESERPRÓ |

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08. A atividade urbana, na sociedade feudal, resultava da livre iniciativa dos banqueiros, artesãos e comerciantes, e era regulada por uma rígida divisão social, nas relações de trabalho, definida pelo Estado. 16. A Igreja, no período medieval, tentou mostrar a harmonia da sociedade, formulando o princípio das "três ordens", segundo o qual todos eram iguais, porque recebiam uma missão de Deus e a cumpriam de forma fraterna.

BAIXA IDADE MÉDIA Chamamos de Baixa Idade Média o período que se estende do século XI ao século XV. Durante essa fase, as estruturas socioeconômicas da Europa Ocidental e Central passaram por profundas mudanças. Tais transformações foram consequência da união de dois elementos básicos: a crise do Feudalismo e o reaquecimento das atividades comerciais que, séculos depois, resultaram na caracterização plena do Modo de Produção Capitalista. De uma produção voltada para a autossuficiência, passamos a verificar uma produção cada vez mais voltada para o mercado. As trocas monetárias começam a substituir as trocas em espécie. Começam a surgir a organização empresarial, o espírito de lucro e o racionalismo econômico. Em suma, em um linguajar técnico, o Modo de Produção Feudal vai perdendo sua dominância nas formações sociais europeias, em favor dos modos de produção pré-capitalistas. Do século V ao século X a Europa, convulsionada por uma série de invasões (germânicos, muçulmanos, normandos, magiares e eslavos), viveu em permanente estado de belicosidade. Essa realidade provocava uma significativa elevação nos índices de mortalidade e, nessa medida, funcionava como elemento importante do nãocrescimento demográfico significativo na Europa. Por volta do ano 1000, as invasões cessaram e tendeu-se a uma acomodação política e militar da Europa em torno da vida dos feudos. Com isso, as taxas de mortalidade diminuíram e, consequentemente, a população cresceu. O aumento demográfico não era acompanhado pelo aumento da produção. Em termos práticos: passou a ser difícil para os feudos manterem a autossuficiência de seus habitantes. Por outro lado, a volta da paz fez com que fosse restabelecida a segurança nas vias de comunicação e, consequentemente, pudessem ser retomadas as trocas inter-regionais na Europa. Muitos servos eram expulsos dos Domínios ao cometerem as menores infrações, e um grande número de vilões começou a deixar os feudos espontaneamente em busca de melhores oportunidades, já que não dependiam mais da proteção dos senhores feudais. Esses contingentes 12 | Pró Floripa

populacionais tenderam a emigrar, provocando o povoamento de novas áreas, principalmente no leste Europeu. Com a escassez se feudos, nobres saíam pela estrada em busca de alguma oportunidade. A belicosidade era a marca desse tempo de crise, sendo evidenciada, por exemplo, através da proliferação dos torneios de cavalaria, torneios nos quais os senhores se enfrentavam em verdadeiras batalhas campais que duravam vários dias. Para conter a belicosidade da nobreza, a Igreja proclamou a Paz de Deus, isto é, a proteção aos cultivadores da terra, aos viajantes e às mulheres. Essa medida foi reforçada pela Trégua de Deus, que limitava a noventa o número de dias do ano em que se podia combater. AS CRUZADAS O nome “Cruzadas” é dado a um conjunto de expedições militares de cristãos do Ocidente que se dirigiram ao Oriente com o objetivo de libertar o Santo Sepulcro das mãos dos muçulmanos. Todavia, outros interesses também estavam em jogo: expansão territorial e reabertura das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo. O Papa Urbano II, ao receber, do Imperador bizantino Alexandre Clemont-Ferrand, um pedido de ajuda militar contra os muçulmanos, convocou, para 1095, o Concílio de Clermont, no qual exortou os fiéis par uma guerra santa contra o Islão. Principais Cruzadas: Em 1096, partiram oficialmente os cavaleiros da Primeira Cruzada (1096-1099). Seus chefes foram Roberto da Normandia, Godofredo de Bulhão, Balduíno de Flandres, Roberto II de Flandres, Raimundo de Tolosa, Boemundo de Tarento e Tancredo, este um chefe normando do sul da Itália. Como se vê, era uma Cruzada da nobreza, sem a participação de um rei sequer. A Terceira Cruzada (1189-192) foi organizada em consequência da conquista de Jerusalém pelo Sultão Saladino, fato ocorrido em 1187. Essa expedição é conhecida como “A Cruzada dos Reis”, pelo fato de ter sido chefiada por Ricardo Coração de Leão (Rei da Inglaterra), Felipe Augusto (Rei da França) e Frederico Barba Ruiva (Imperador do Sacro Império). O Papa Inocêncio III foi o grande pregador desta Cruzada. A Quarta Cruzada (1202-1204), organizada por Henrique VI, Imperador do Sacro Império, contou com o apoio de diversos nobres franceses, tais como Bonifácio de MontFerrat e Balduíno de Flandres. Após desavenças com o imperador do Império Bizantino, os cruzados tomaram Constantinopla, cujo governo foi entregue a Balduíno de Flandres, tutelado pelos venezianos. Satisfeitos com o saque de Constantinopla e com o monopólio comercial para Veneza, os cruzados abandonaram seus objetivos e voltaram para a Itália. Em 1212 foi organizada a chamada Cruzada das Crianças, que consistiu em um exército formado por jovens, que teria


o objetivo de retomar Jerusalém. Os cristãos acreditavam que os jovens, inocentes e sem pecados, conseguiriam, com a ajuda de Deus, vencer os muçulmanos. Esse exército aportou em Alexandria e os jovens foram todos aprisionados e vendidos como escravos. Principais Consequências: De um modo geral, a expansão europeia contribuiu para dinamizar as relações comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Após séculos do bloqueio muçulmano, os cruzados reabriram parcialmente o Mediterrâneo para o comércio europeu. O desenvolvimento dessas atividades comerciais mediterrâneas deu vida a vários portos do Ocidente, dentre os quais destacaremos os seguintes: Gênova, Pisa, Nápoles, Amalfi, Bari, Veneza e Marselha. Através desse comércio, as mercadorias do Oriente se espalharam por todo o mundo ocidental. O contato estreito com as civilizações bizantinas e muçulmanas despertou, nos cristãos do Ocidente, um gosto mais apurado e um maior refinamento no modo de vida. Esse fato fez com que o mercado consumidor para produtos orientais se visse ampliado. Os cristãos aprenderam também novas técnicas de irrigação, de fabricação de tecidos e de produção de aço. Outros elementos importantes foram as práticas financeiras, como a letra de câmbio, o cheque e a contabilidade. O renascimento das atividades comerciais provocou o crescimentos das cidades, o desenvolvimento de uma classe de comerciantes, a difusão do espírito de lucro e o racionalismo econômico.

RENASCIMENTO ARTÍSTICO, CULTURAL E CIENTÍFICO CARACTERÍSTICAS GERAIS O Renascimento exprime, sobretudo, os novos valores e ideais da burguesia, classe ascendente na transição para o capitalismo. Principais Características:  Antropocentrismo;  Racionalismo;  Individualismo;  Universalismo;  Humanismo.

FORAM FATORES DO RENASCIMENTO O Renascimento Comercial e Urbano da Baixa Idade Média, que alterou os valores da época feudal e favoreceu um maior intercâmbio intelectual. O mecenato, isto é, a proteção aos escritores e artistas, que muito estimulou o movimento renascentista. Os primeiros mecenas pertenciam à burguesia, mas houve também papas, reis e príncipes que praticaram o mecenato. A burguesia fazia-o como forma de investimento financeiro ou para adquirir status; os governantes, porém, tornavam-se mecenas com

o objetivo de aumentar seu prestígio e, consequentemente, legitimar o novo poder que estavam implantando: o absolutismo. A invenção da imprensa, que permitiu uma maior divulgação das novas ideias.   

PRINCIPAIS RENASCENTISTAS Na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano, na Itália; El Greco, na Espanha. Na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália. Na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na Espanha; Rabelais e Montaigne, na França; Shakespeare, na Inglaterra. Na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na Alemanha; Galileu, na Itália.

1. (ENEM 2017) Mas era sobretudo a lã que os compradores, vindos da Flandres ou da Itália, procuravam por toda parte. Para satisfazê-los, as raças foram melhoradas através do aumento progressivo das suas dimensões. Crescimento prosseguiu durante todo o século XIII, e as abadias da Ordem de Cister, onde eram utilizados os métodos mais racionais de criação de gado, desempenharam certamente um papel determinante nesse aperfeiçoamento. O texto aponta para a relação entre aperfeiçoamento da atividade pastoril e avanço técnico na Europa ocidental feudal, que resultou do(a) A crescimento do trabalho escravo. B desenvolvimento da vida urbana. C padronização dos impostos locais. D uniformização do processo produtivo. E desconcentração da estrutura fundiária.

2. (UFSC) Os relatos sobre o período histórico conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que no mesmo período houve desenvolvimento econômico e cultural. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) nas suas referências à cultura medieval. 01. O caráter religioso predominou nas artes medievais, pois um dos seus objetivos era a glorificação de Deus. 02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-se os trovadores, responsáveis pela divulgação da poesia popular e das canções de gesta. 04. O crescimento urbano e o comércio foram responsáveis pela decadência intelectual verificada na Idade Média, por dificultarem a criação de novas universidades. 08. Entre os pensadores medievais, destacou-se Santo Tomás de Aquino que, com a "Suma Teológica", tentou resolver a controvérsia entre fé e razão. 16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos: o românico e o gótico. 32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram denominadas "vulgares". O latim foi a língua falada pelos eruditos. #ORGULHODESERPRÓ |

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3. (UFSC) Em uma sexta-feira, 8 de agosto de 1998, dois atentados aterrorizaram o mundo. Bombas explodiram nas embaixadas dos Estados Unidos em Nairóbi e Dar esSalaan, deixando 248 mortos. Os atentados foram reivindicados pelo grupo "Exército de Libertação dos Santuários Islâmicos". Sobre o Islão e os grupos islâmicos fundamentalistas que aterrorizam o ocidente, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s). 01. O Islão surgiu a partir das pregações de Maomé. 02. No "Alcorão", que segundo a tradição foi transmitido a Maomé, estão as leis e ensinamentos da religião islâmica. 04. Os fundamentalistas islâmicos pretendem um Estado dirigido pelas leis do Alcorão. 08. Um número expressivo de fundamentalistas islâmicos prega a guerra santa contra a sociedade ocidental, principalmente contra os Estados Unidos.

4. (UEPG) Sobre a sociedade feudal, assinale o que for correto. 01. Os direitos de suserania e soberania eram igualmente partilhados por toda a classe senhorial. 02. As monarquias feudais caracterizaram-se pela ruptura dos laços feudo-vassálicos e a emergência de um poder pessoal e supremo do soberano. 04. Em algumas regiões da Europa Medieval ocorreu uma síntese equilibrada e espontânea entre elementos romanos e germânicos. 08. Foi marcada pela predominância da vida urbana sobre a rural. 16. Havia uma estreita relação entre laços de dependência pessoal e uma hierarquia de direitos sobre a terra.

5. Apesar de não terem alcançado seu objetivo reconquistar a Terra Santa -, as Cruzadas provocaram amplas repercussões, porque: a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no Oriente, o que permitiu maior estabilidade política à região. b) consolidaram o feudalismo, em virtude da unificação dos vários reinos em torno de um objetivo comum. c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais graças à influência que a Igreja então exercia. d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para eliminar o domínio árabe na Península Ibérica. e) estimularam as relações comerciais do Oriente com o Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo a navios europeus. 6. (UFSC 2005) “Vamos pôr de lado a circunstância de um cidadão ter repugnância de outro; de quase nenhum vizinho socorrer o outro; de os parentes, juntos, pouquíssimas vezes ou jamais se visitarem, e quando faziam visita um ao outro, ainda assim só o fazerem de longe..” BOCCACCIO, G. O Decamerão. São Paulo: Abril Cultural, 1981.

O trecho acima, extraído da obra de Boccaccio, descreve o comportamento dos moradores de Florença, atingidos pela 14 | Pró Floripa

Peste Negra em 1347. Sobre esse período, é CORRETO afirmar que: 01. a Peste Negra, conhecida hoje como peste bubônica, teve como elemento facilitador as péssimas condições de higiene das cidades feudais. 02. a Peste Negra foi interpretada por muitos médicos e leigos medievais como um castigo divino. 04. embora as cidades tenham crescido a partir do século XIV, o comércio não se tornou uma atividade permanente. 08. nesse momento, o comércio na Europa encontrava-se em desenvolvimento, tendo como principais polos cidades como Veneza, Gênova e Pisa. 16. a grande circulação de diferentes moedas por ocasião das feiras fez surgir um novo personagem responsável por fazer a troca de moedas e emprestar dinheiro a juros.

7. (UFSC 2009) Sobre o final da Idade Média, é CORRETO afirmar que: 01. o desenvolvimento comercial e urbano foi um dos motivos para o fortalecimento das estruturas feudais. 02. o poder centralizado nas mãos do Papa facilitou a unidade monetária da Europa e, consequentemente, as transações comerciais. 04. a Guerra dos Cem Anos foi um conflito entre ingleses e franceses, que contou com a participação de Joana D’Arc. Afirmando-se enviada de Deus, integrou-se ao exército francês, obtendo importantes vitórias. 08. as monarquias nacionais da Espanha e de Portugal estão entre as primeiras a se consolidarem na Europa. 16. a Guerra das Duas Rosas foi travada entre as famílias de York e Lancaster pela sucessão do trono inglês, e marcou o processo de expulsão dos muçulmanos.

IDADE MODERNA I REFORMA PROTESTANTE A crise da mentalidade medieval, decorrente do processo de renascimento comercial e urbano vivido pela Europa desde a Baixa Idade Média, provocou a Reforma religiosa do século XVI. O comportamento desregrado dos clérigos, bispos e até pontífices, a venda de cargos eclesiásticos e de indulgências desmoralizaram a Igreja romana. Os monarcas, por sua vez, viam no poderio eclesiástico um obstáculo à centralização total do poder em suas mãos. Finalmente, a condenação da prática da usura e da obtenção do lucro colocou a burguesia européia em oposição à Igreja. Apesar de John Wyclif e John Huss terem proposto algumas mudanças à ordem clerical, o rompimento da unidade cristã foi inevitável, dando origem ao protestantismo. O movimento reformista teve início em 1517, quando o religioso alemão Martinho Lutero publicou suas 95 teses contra a Igreja Católica. A doutrina luterana propunha a


simplificação do culto e pregava a predestinação, afirmando que somente a fé é capaz de levar o homem à salvação. O francês João Calvino ligou-se ao luteranismo em 1534, aprofundou a doutrina luterana, reafirmando a ideia da predestinação e apontando que, pelo sucesso econômico, sabe-se quem está destinado à salvação eterna. O calvinismo foi rapidamente assimilado pela burguesia por mostrar-se uma doutrina condizente com seus interesses. Em território inglês, foi o rei Henrique VIII que rompeu com o papa, publicando o Ato de Supremacia, que o tornava chefe da Igreja na Inglaterra, chamada de Igreja Anglicana, consolidada apenas no governo de sua filha, Elizabeth I. A reforma espalhou-se pela Europa e despertou a reação dos católicos, que deram início à Contra- Reforma. A criação da Companhia de Jesus, a realização do Concílio de Trento, o fortalecimento da Inquisição e a elaboração do Índex constituíram os principais feitos da Igreja romana para combater os protestantes, o que resultou, simultaneamente, em medidas reformuladoras da Igreja Católica. ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO O Estado absolutista correspondeu à forma política predominante na Europa do Antigo Regime. Representou a última etapa da superação da política medieval, ou seja, da descentralização política típica do feudalismo. Os governos absolutistas assimilaram a concentração total de poderes na pessoa do rei, cujos interesses eram vistos como sendo da nação como um todo. Os principais pensadores do poder absoluto foram:  Nicolau Maquiavel (1469-1527) - em suas obras O Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, fundamentava a necessidade de um Estado Nacional forte e independente da Igreja e encarnado na pessoa do chefe do governo (o “príncipe”), para a aplicação da razão do Estado, fortalecimento da nação e o benefício coletivo, considerando válidos todos os meios utilizados para o alcance desses objetivos.  Jean Bodin (1530-1595) - em Da República, argumentava que a soberania do Estado, personificada no rei, tinha origem divina, não havendo impedimento à autoridade real.  Bossuet (1627-1704) - Política Tirada da Sagrada Escritura reforçou a doutrina do direito divino, que legitima qualquer governo, justo e injusto.  Thomas Hobbes (1588-1679) - no Leviatã (1651), abandonou a ideologia religiosa para justificar o absolutismo. Na França, a expressão maior do absolutismo monárquico foi Luís XIV, da dinastia dos Bourbons, o chamado “Rei Sol”. Com ele, efetivou-se um governo fundado na Teoria do Direito Divino dos reis, formulada por Bossuet. Já na Inglaterra, o movimento áureo do absolutismo coube aos Stuart, especialmente aos governos de Jaime I e Carlos I. Nesse período, o peso relativo do Parlamento

(conquistado com a Magna Carta) foi muitíssimo reduzido. Verificam-se, porém, intensos conflitos entre os reis e o Parlamento, que redundaram em uma guerra civil entre realistas e parlamentaristas. A vitória coube aos parlamentaristas que, sob a liderança de Oliver Cromwell, executaram o rei e instalaram a República. O governo de Cromwell sustentou-se, principalmente, na força militar, já que, pouco depois de derrotar os realistas, estabeleceu uma ditadura pessoal. Após sua morte, porém, Exército e Parlamento uniram-se e restauraram a monarquia Stuart. Carlos II tentou retornar a centralização política, mas não obteve sucesso: em 1688, a chamada Revolução Gloriosa sepultou definitivamente o absolutismo na Inglaterra. Ao assumir a coroa inglesa, Guilherme III teve de jurar a Declaração de Direitos, na qual se estabelecia a supremacia parlamentar no governo inglês. Outras nações europeias tiveram governos de caráter absolutistas, confirmando ser esse regime político uma marca da Idade Moderna do capitalismo comercial. Na época moderna, os Estados absolutistas europeus adotaram uma política econômica cujo objetivo principal era fortalecê-los através do entesouramento. Tal política foi chamada de mercantilismo e pressupunha a intervenção do Estado nos assuntos econômicos. A política mercantilista fundamentava-se principalmente no metalismo, na balança comercial favorável e no protecionismo. O metalismo era identificado com a quantidade de metais preciosos que a nação pudesse acumular. As vias de acesso a esse metal podiam ser a exploração de jazidas ou um comércio superavitário, isto é, com o valor das exportações superando o das importações. Para garantir uma balança comercial favorável, os governos absolutistas europeus adotaram o protecionismo tarifário e o fomento à produção interna. Em meio aos objetivos de enriquecimento dos Estados, segundo a política mercantilista, desenvolveu-se o colonialismo, pelo qual as colônias consumiriam os produtos europeus e forneceriam gêneros de alta lucratividade. Foi, portanto, sob o mercantilismo europeu que se inseriu a colonização da América.

1. (UFSC 2017) O sorriso enigmático de Mona Lisa faz por merecer a multidão de turistas e a enxurrada de flashes que a registram todos os dias no Museu do Louvre, em Paris. Criada por Leonardo da Vinci no início do século XVI, a Gioconda é resultado da utilização de técnicas apuradíssimas e proporções corporais exatas, sem falar no famoso meio sorriso e no olhar enviesado. Mais do que uma revolução artística, porém, o que aquela criação testemunha é um período de transformações culturais e sociais que varreriam a Europa e dariam luz ao homem moderno. ASSIS, A. F. A razão brilha para todos. Revista de História, ano 9, n. 98, p. 18, nov. 2013. #ORGULHODESERPRÓ |

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Sobre a Europa, no período conhecido como modernidade, é correto afirmar que: 01. no campo das artes visuais, a preocupação em observar o mundo natural contribuía para que se buscasse representá-lo de forma mais realista. Para isso, contava-se com as transformações de outros campos do conhecimento como a matemática e a biologia. 02. a expansão da circulação de ideias com o advento da imprensa – graças à invenção dos tipos móveis de Gutenberg – tornou-se um poderoso fator de transformação social. 04. para o movimento humanista, o homem era a mais perfeita das criaturas e, por sua capacidade racional, seria o criador, o aventureiro, o sonhador, o dominador da natureza, mas tudo isso deveria estar subordinado à fé. 08. para a expansão dos seus negócios, a burguesia emergente necessitava que fossem desbancados alguns dos princípios religiosos que normatizavam a sociedade. Por isso, entre outras ações, ela incentivava e financiava muitos estudos de investigação científica. 16. muitos dos valores e manifestações culturais do mundo medieval, sobretudo no início dos tempos modernos, continuaram presentes na sociedade, por isso a modernidade europeia não deve ser percebida como uma ruptura completa com o medievo. 32. aos poucos, explicações sobrenaturais para as doenças, como espíritos malignos ou influência do demônio, eram substituídas por tratamentos racionais e científicos incentivados também pela Igreja. 64. impulsionada pelas novas formas de explicação do mundo, a Igreja Católica redefiniu seus dogmas através de um grande movimento que ficou conhecido como Reforma.

2. (ENEM 2012) Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra:

c) o vínculo entre monar quia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político. d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte. e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal.

3. (ENEM 2012) Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar leis. No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em: a) Redução da influência do papa – Teocracia. b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo. c) Ampliação da dominação da nobreza – República. d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo. e) Restrição da competência do congresso Presidencialismo.

4. Sobre as características do Absolutismo na Idade Moderna, é correto afirmar que: 01. foi um tipo de regime republicano e democrático. 02. procurou legitimar-se no "Direito Divino dos Reis". 04. foi a expressão do poder político descentralizado. 08. implementou o Estado burocrático e nacional. 16. baseou-se no poder autocrático do soberano.

5. Jacques Bossuet utilizou argumentos extraídos da Bíblia

a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado. 16 | Pró Floripa

para justificar o poder absoluto e de direito divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma fé". São características do absolutismo na França: 01. A concentração dos mecanismos de governo nas mãos do rei. 02. A identificação entre Nação e Coroa. 04. A influência do racionalismo iluminista como justificativa do poder absoluto e do "direito divino". 08. A criação de exército nacional permanente. 16. A ampla liberdade de expressão e de fé.


6. Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis, pois que "os fins justificam os meios." Professou suas ideias na famosa obra: a) "Leviatã". b) "Do Direito da Paz e da Guerra". c) "República". d) "O Príncipe". e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras".

A Burguesia Capitalista, que é a classe dos proprietários dos meios de produção. O Proletariado, que é a classe que reúne os trabalhadores diretos, cuja única propriedade é a sua força de trabalho, vendida à Burguesia Capitalista em troca de um salário. ILUMINISMO O movimento cultural chamado iluminismo corresponde, no plano ideológico, à crítica do Antigo Regime europeu. As ideias básicas desse pensamento eram o racionalismo e o progressismo. O iluminismo é descendente direto do acentuado desenvolvimento filosófico e científico do século XVII. Isaac Newton e René Descartes apresentam-se como os principais nomes em que os iluministas foram buscar inspiração.

IDADE MODERNA II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Fatores A Revolução Industrial é um processo histórico de radical transformação econômica e social, através do qual o modo de produção capitalista assumiu a dominância de certas formações sociais. Para o desencadeamento da Revolução Industrial, certas pré-condições tiveram de ser preenchidas:  A substituição do processo artesanal de produção pelo processo mecânico exige a realização de um significativo investimento e uma considerável imobilização inicial de capital. Logo, é necessária a preexistência desse capital acumulado.  A Revolução Industrial demanda um crescente consumo de mão de obra urbana. Neste sentido, a existência de abundante disponibilidade de mão de obra é condição fundamental para a ocorrência do próprio processo. Uma Balança Comercial altamente favorável e a abundância dos metais preciosos eram os indícios da prosperidade. Essa hegemonia marítimo-comercial da Inglaterra conferia-lhe uma condição singular em termos de acumulação de capital. Por exemplo, a essa hegemonia a Inglaterra deve o fato de haver podido assinar com Portugal, em 1703, o Tratado de Methuen, em função do qual uma grande parte do ouro explorado no Brasil, no século XVIII, foi acabar nos cofres ingleses.

A ideologia iluminista tornou-se conhecida sobretudo na filosofia. Os principais representantes do pensamento ilustrado foram Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Todos eles teciam críticas violentas ao absolutismo, ao poder da Igreja e à forma de organização da sociedade europeia. No plano do pensamento econômico, durante o Século das Luzes (século XVIII), desenvolveu-se a fisiocracia, que defendia a não interferência do Estados nos assuntos econômicos das nações. Tal doutrina econômica negava o ideário mercantilista, defendendo que a riqueza das nações residia na agricultura, a verdadeira atividade produtiva. Seu lema laissez-faire, laissez-passer (“deixai fazer, deixai passar”) foi, posteriormente, retomado por Adam Smith, o pai do liberalismo econômico. Os conhecimentos acumulados a partir das formulações iluministas foram sistematizados na obra Enciclopédia, cujos maiores incentivadores foram Diderot e D`Alembert. Convencidos e envolvidos pelo alcance das ideias iluministas, governantes absolutistas incorporaram algumas de suas propostas, visando a manutenção de seu poder absoluto. Receberam, por isso, a denominação de déspotas esclarecidos e realizaram reformas em seus Estados partindo, fundamentalmente, do racionalismo ilustrado. Tal medida, porém, não foi suficiente para garantir a sobrevivência do Antigo Regime na Europa.

ASPECTOS TECNOLÓGICOS O aparecimento das máquinas não significa apenas um progresso técnico, através do qual se verificou um aumento da produtividade, mas também uma substituição do tipo de equipamento que era utilizado até então, ou seja, as ferramentas, e uma liberação da mão de obra. ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS #ORGULHODESERPRÓ |

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vitoriosa. Em 1783, a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América. Após a independência, foi elaborada a Constituição dos Estados Unidos, que estabeleceu o regime republicano, combinando propostas presidencialistas e federalistas.

1. (Enem 2016) A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).

INDEPENDÊNCIA DOS EUA A luta pela independência das Treze Colônias inglesas da América do Norte inseriu-se no quadro de Crise do Antigo Regime. Os ideais iluministas penetraram na mentalidade colonial, visando fundamentalmente a remoção dos entraves comerciais entre América e Europa. As colônias inglesas do norte do continente americano tiveram uma colonização mais voltada para o povoamento do que para a exploração. Nesse sentido, sua produção destinava-se primordialmente ao mercado interno, sendo realizada em pequenas propriedades, por trabalhadores livres. Com isso, essas colônias conseguiram um desenvolvimento considerável, que as fez aspirar por mais liberdade de comércio com a Europa. A Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra, veio aumentar as tensões entre a metrópole e as colônias. Apesar de ter vencido o conflito, a Inglaterra tentou reequilibrar suas finanças adotando uma política tarifária sobre suas colônias do norte da América. Além disso, a necessidade de mercados consumidores de produtos industrializados e fornecedores de matériasprimas fez o governo inglês intensificar o controle sobre o comércio de suas colônias. O conjunto de medidas adotadas pelos ingleses em relação a suas colônias norte-americanas causou violentas manifestações por parte dos colonos. Tais manifestações culminaram, em 1776, com a Declaração da Independência das Treze Colônias, que passaram para o comando do General George Washington. Na declaração aparecem nitidamente os princípios da filosofia iluminista. A luta pela libertação das colônias inglesas, porém, seguiu até 1783, quando, com a ajuda da França e da Espanha, fez-se 18 | Pró Floripa

De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção: a) identifica indivíduos despreparados para a vida em comum. b) contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social. c) estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade. d) determina o que é certo ou errado em um contexto de interesses conflitantes. e) representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria.

2. Entre os efeitos da Revolução Industrial, ocorrida em meados do século XVIII, pode-se incluir: 01. A afirmação do Estado liberal-burguês, triunfante sobre o Antigo Regime. 02. A divisão técnica do trabalho, permitindo celeridade no processo produtivo. 04. A configuração da dicotomia básica das sociedades capitalistas: burguesia e proletariado. 08. O acirramento da luta de classes, com eclosão de movimentos contestatórios à ordem burguês- capitalista. 16. A consolidação da concepção metalista, estimulando a procura e a posse de metais preciosos como fator de riqueza. 32. O incentivo ao protecionismo estatal, visando alcançar um superavit comercial necessário à proteção da indústria nascente. 64. A acumulação de capitais na esfera da produção de mercadorias e consequente hegemonia política e social da burguesia.

3. (ENEM 2009) A prosperidade, induzida pela emergência das máquinas de tear, escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares


mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. c) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas.

4. (ENEM 2012)

6. (ENEM 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder - MONTESQUIEU. A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito: a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. e) ao direito de o cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.

7. Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na

Na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo produtivo cuja forma de organização fabril baseava-se na: a) autonomia do produtor direto. b) adoção da divisão sexual do trabalho. c) exploração do trabalho repetitivo. d) utilização de empregados qualificados. e) incentivo à criatividade dos funcionários.

5. A era da industrialização na Europa foi acompanhada por transformações no processo de trabalho, entre as quais podemos citar: 01. Passagem do sistema doméstico ao sistema fabril de produção. 02. Concentração de trabalhadores em unidades fabris, desenvolvendo a divisão social do trabalho e a especialização em determinados ramos de produção. 04. Manutenção da estrutura corporativa de trabalho, organizando os trabalhadores em corporações de ofícios. 08. Promoção de um novo modelo de trabalho, pronto a aceitar a disciplina do trabalho fabril e constituindo mão de obra assalariada. 16. Utilização frequente de mão de obra feminina e infantil, submetida ao mesmo regime de trabalho, durante longas jornadas.

Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela: a) foi adotada não somente para promover maior eficácia da produção, como também para realizar a dominação capitalista, na medida em que as máquinas submeteram os trabalhadores a formas autoritárias de disciplina e a uma determinada hierarquia. b) ocorreu graças ao investimento em pesquisa tecnológica de ponta, feito pelos industriais que participaram da Revolução Industrial. c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas universidades. d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários estimulavam os operários a desenvolver novas tecnologias. e) foi única e exclusivamente o produto da genialidade de algumas gerações de inventores, tendo sido adotada pelos industriais que estavam interessados em aumentar a produção e, por conseguinte, os lucros.

8. A Revolução Industrial Inglesa só foi possível pelo processo histórico de acumulação primitiva criador tanto do CAPITAL quanto do TRABALHO. A liberação da mão de obra e formação do proletariado ocorreu com: a) Os cercamentos dos campos e a expulsão dos camponeses das terras comuns. b) O intenso cultivo de algodão nos campos ingleses. c) O processo de reforma agrária na Inglaterra. d) O intenso processo de imigração de trabalhadores de outras nações europeias para as indústrias inglesas. e) A produção agrícola organizada em técnicas feudais.

9. Dentre as consequências sociais forjadas pela Revolução Industrial, pode-se mencionar: a) o desenvolvimento de uma camada social de trabalhadores, que, destituídos dos meios de produção, passaram a sobreviver apenas da venda de sua força de trabalho. b) a melhoria das condições de habitação e sobrevivência para o operariado, proporcionada pelo surto de desenvolvimento econômico. #ORGULHODESERPRÓ |

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c) a ascensão social dos artesãos, que reuniram seus capitais e suas ferramentas em oficinas ou domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos domésticos de produção. d) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de financiar a monarquia e ser, também, uma instituição geradora de empregos. e) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas favorecendo a organização do mercado de trabalho, de maneira a assegurar emprego a todos os assalariados.

10. A Constituição da França de 1791, a partir dos princípios preconizados por Montesquieu, consagrou, como fundamento do novo regime: a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo, que passou a exercer um poder fiscalizador sobre os tribunais. b) a identificação da figura do monarca, com a do Estado, que a partir desse momento se tornou inviolável. c) a supremacia do Poder Legislativo, deixando de ser o rei investido de poder moderador. d) o poder de veto monárquico, que se restringiu a assuntos fiscais, limitando, assim, a soberania popular. e) a separação dos poderes até então concentrados, teoricamente, na pessoa do soberano.

REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789-1799 No século XVIII, a burguesia francesa desenvolveu-se extraordinariamente por meio das atividades comerciais e industriais. Suas ambições políticas e sociais, porém, opunham-se às das camadas privilegiadas da sociedade francesa, nomeadamente a nobreza e a cortesã, e o alto clero. Entretanto, uma violenta crise econômica, seguida da discussão sobre a tributação – alguns desejavam que se entendesse ao clero e à nobreza - , precitou a convocação dos Estados Gerais (o parlamento francês), onde estavam representados os três Estados da sociedade francesa. A reunião dos Estados Gerais iniciou-se em 5 de maio de 1789, mas as divergências do Terceiro Estado (burguesia e camadas populares), provocaram a criação da Assembleia Nacional, que se propôs a elaborar uma Constituição para a França. A exaltação popular atingiu o clímax em 14 de julho, quando a população de Paris tomou a Bastilha – uma prisão do Estado – em busca de armas que lhe permitissem lutar contra as tropas reais. Temendo por sua segurança, muitos nobres e clérigos abandonaram a França. No estrangeiro, articularam o apoio de países absolutistas europeus (Áustria, Prússia, Holanda, Espanha e Inglaterra), para pôr fim à revolução. Luís XVI tentou fugir da França e obter ajuda absolutista, mas foi preso e deposto do trono francês. 20 | Pró Floripa

Em meio à crise, uma nova assembleia, designada Convenção Nacional, passou a dirigir a política francesa. Na convenção, dois grupos rivalizaram-se:  os girodinos, representantes da burguesia, que se sentavam à direita;  os montanheses ou jacobinos, representantes das camadas populares de tendências radical, que se sentavam à esquerda. Inicialmente, os girondinos dominaram as decisões da Convenção, mas perderam o controle da situação quando executaram Luís XVI. Os jacobinos assumiram o poder da França, vencendo as tropas estrangeiras invasoras, e controlando os movimentos anti-revolucionários. Instalaram milhares de pessoas à morte, constituindo o período mais radical da Revolução Francesa. As divergências internas dos próprios jacobinos – entre moderados e radicais – favoreceram a reação burguesa que, em 1794, retomou o poder na Convenção, depois de executar Robespierre. Uma nova Constituição foi promulgada e estabeleceu-se o Diretório: a França passava a ser governada por cinco diretores. A instabilidade, entretanto, permaneceu, representada por várias tentativas de golpe. Esse clima possibilitou a instalação de um governo forte, através de um golpe de Estado. O Golpe do 18 brumário pôs fim ao governo do Diretório e à Revolução Francesa, iniciando o governo de Napoleão Bonaparte. Ao período do Diretório, seguiu-se, na França, o Consulado, com Napoleão Bonaparte. O poder era exercido quase exclusivamente por Napoleão, um militar que fora chamado pelas classes dominantes para pôr fim à desorganização reinando na vida política da França. O consulado foi primeiramente triplo e, depois, uno, com Bonaparte ampliando gradativamente seu domínio sobre a política francesa, culminando na criação do império, em 1804. Para resolver a crise econômica que assolava o país, Napoleão criou o Banco da França e uma nova moeda, o franco, além de intensificar inúmeras obras públicas e estimular a industrialização. Em 1804 foi publicado o Código Napoleônico, um código de leis que procurava dar amparo legal à ideologia liberal revolucionária. Napoleão também promoveu uma profunda reforma educacional. Na política externa, encontrou na Inglaterra a principal rival, decretando, em 1806, o Bloqueio Continental, que proibia os países europeus de comercializarem com os ingleses e submetia as nações que resistissem às suas determinações a duras represálias. Foi o que aconteceu com a Rússia, que, em difícil situação econômica, decidiu reabrir seus portos ao comércio inglês. Napoleão invadiu- a, mas foi derrotado, pois dificuldades de toda a ordem permitiram que os russos vencessem o exército napoleônico. Pouco depois da fracassada campanha na Rússia, Napoleão foi também derrotado na batalha das Nações, preso e exilado na ilha de Elba, no Mediterrâneo. À queda de


Napoleão segui-se o restabelecimento do governo Bourbon, na figura de Luís XVIII, que, no entanto, acabou derrubado pelo retorno vitorioso de Bonaparte em 1815. O último governo de Napoleão – os 100 Dias de 1815 – terminou na batalha de Waterloo, quando o corso foi preso e, em seguida, exilado na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821. Após a vitória sobre Napoleão, as várias nações coligadas reuniram-se na Áustria e determinaram o restabelecimento da ordem sociopolítica anterior à Revolução Francesa. O Congresso de Viena fundou-se nos princípios da legitimidade e do equilíbrio europeu, inaugurando uma fase reacionária da política, apoiada na Santa Aliança, uma associação militar de vários países, com a finalidade de combater os principais revolucionários. Entretanto, a estrutura do Antigo Regime era totalmente incompatível com as transformações dinamizadas pela Revolução Industrial europeia, que foram, pouco a pouco, minando as realizações reacionárias do Congresso de Viena.

1. (UFSC 2005) “Socialmente, os sans-culottes representam citadinos que vivem de seu trabalho, seja como artesãos, seja como profissionais de ofício; alguns, depois de uma vida laboriosa, se tornam pequenos proprietários na cidade, e usufruem as rendas de um imóvel. Portanto, os sansculottes não devem ser confundidos com o indigente que eles querem socorrer”. PÉRONNET, Michel. A revolução Francesa em 50 palavras-chave. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 248-249.

Sobre a Revolução Francesa no século XVIII e os sansculottes, é CORRETO afirmar que: 01. os sans-culottes, com sua ideologia socialista, formaram a base do primeiro partido comunista organizado na França durante os anos da revolução. 02. apenas o terceiro estado pagava os impostos, já que o clero e a nobreza tinham isenção tributária, mas eram eles que usufruíam os tesouros reais, através das pensões vitalícias e dos cargos políticos. 04. a sociedade francesa na segunda metade do século XVIII era uma sociedade dividida em: o clero e a nobreza, compondo o primeiro e o segundo estados, que exploravam e oprimiam o terceiro estado, formado por uma composição muito heterogênea: burgueses, camponeses e sans-culottes. 08. os sans-culottes, do ponto de vista material, ganharam muito pouco com a Revolução Francesa. Mas politicamente deixaram a sua marca na tradição da ação popular, inspirando os sonhos revolucionários durante o século XIX. 16. uma das principais reivindicações do terceiro estado era a abolição dos privilégios de nascimento e a instauração da igualdade civil.

2. A Revolução Francesa representou um marco da história ocidental, pelo caráter de ruptura em relação ao Antigo Regime. Dentre as características da crise do Antigo Regime, na França, não podemos incluir:

01. A crescente mobilização do Terceiro Estado, liderado pela burguesia contra os privilégios do clero e da nobreza. 02. O desequilíbrio econômico da França, decorrente da Revolução Industrial. 04. A retomada da expansão comercial francesa, liderada por Colbert. 08. O apoio da monarquia às sucessivas rebeliões camponesas contrárias à nobreza. 16. O fortalecimento da monarquia dos Bourbons, após a participação vitoriosa na guerra de independência dos E.U.A.

3. A "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", da Revolução Francesa, traz o seguinte princípio: "Os homens nascem e se conservam livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter por fundamento o proveito comum". Tal princípio não é decorrente: 01. Da incorporação das reivindicações da classe média por maior participação na vida política. 02. Do reconhecimento da necessidade de assegurar os direitos dos vencidos, sem distinção de classes. 04. Da incorporação dos camponeses à comunidade dos cidadãos com direitos sociais e políticos reconhecidos na lei. 08. Da crença popular na perspectiva liberal burguesa de que a Revolução fora feita por todos e em benefício de todos. 16. Da determinação burguesa de levar avante um processo revolucionário de distribuição da propriedade privada.

4. Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução Francesa, que: a) Teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única beneficiária da nova ordem. b) Fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças sociopolíticas do Antigo Regime. c) Nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a dos chamados “sans-culottes”. d) Foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais de um século, o progresso econômico da França. e) Abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto de vista político, impediu que a burguesia a concluísse.

5. Na Revolução Francesa, foi uma das principais reivindicações do Terceiro Estado: a) A manutenção da divisão da sociedade em classes rigidamente definidas.

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b) A concessão de poderes políticos para a nobreza, preservando a riqueza dessa classe social. c) A abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil. d) A união de poderes entre Igreja e Estado, com fortalecimento do clero. e) O impedimento do acesso dos burgueses às funções políticas do Estado.

França, que buscava compensar as perdas na Europa, especialmente a Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias significava ter portos de escala e abastecimento de carvão para os navios mercantes e militares distribuídos pelo planeta. Os missionários religiosos desejavam converter africanos e asiáticos. Havia gente que considerava um dever dos europeus difundir sua civilização entre povos que julgavam primitivos e atrasados. Tratava-se mais de um pretexto para justificar a colonização. É importante notar o desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da raça branca.

IDADE CONTEMPORÂNEA: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL Imperialismo; o novo colonialismo; partilha África e Ásia A colonização portuguesa e espanhola do século XVI havia se limitado à América. Com raras exceções, as terras africanas e asiáticas não foram ocupadas. Ali, os europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o de especiarias. Por isso, no século XIX havia grandes extensões de terras desconhecidas nos dois continentes. Começou então nova corrida colonial de outras potências europeias, sobretudo as que haviam passado por uma transformação industrial, como Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha e Itália. Os motivos do neocolonialismo No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar metais preciosos e mercados abastecedores de produtos tropicais e consumidores de manufaturas europeias. Todavia, os motivos que geraram o renascimento colonialista do século XIX vão além. Havia, sobretudo, interesses econômicos; mas a eles se juntaram outros: sociais, políticos e até religiosos e culturais. Nessa época, vários países europeus passavam pela Revolução Industrial. Precisavam encontrar fontes de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também precisavam de mercados consumidores para seus excedentes industriais, além de novas regiões para investir os capitais disponíveis, construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo. Tal mecanismo era indispensável para aliviar a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem investidos na Europa, agravariam a Grande Depressão e intensificariam a tendência dos países europeus industrializados de adotar medidas protecionistas, fechando seus mercados e tornando a situação ainda mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento acelerado da população europeia, necessitada de novas terras para estabelecer-se. No plano político, cada Estado europeu estava preocupado em aumentar seus contingentes militares, para fortalecer sua posição entre as demais potências. Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais homens para seus exércitos. Tal era a política de prestígio, característica da 22 | Pró Floripa

A Europa ocupa tudo Em 1914, 60% das terras e 65% da população do mundo dependiam da Europa. Suas potências tinham anexado 90% da África, 99% da Oceania e 56% da Ásia. A partilha Os continentes asiático e africano não foram partilhados de forma igual entre as principais nações europeias. Enquanto países como França e Inglaterra conquistaram muitas áreas de influências, Itália e Alemanha, que na segunda metade do século XIX enfrentavam seus processos de unificação, foram menos privilegiadas. Essa “distribuição irregular” gerou diversos conflitos entre as nações. Assim foram construídos os alicerces da Primeira Guerra Mundial.


Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha assinaram o armistício em 15 de dezembro, cessando assim a luta na frente oriental.

PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – 1914 - 1918 A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar (19141918), iniciado por um confronto regional entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho de 1914. A causa imediata do início das hostilidades entre a ÁustriaHungria e a Sérvia foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, herdeiro do trono austro- húngaro, cometido em Sarajevo, no dia 28 de junho de 1914, por um nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista que crescia por toda a Europa durante o século XIX e princípios do XX e a rivalidade econômica e política entre as diferentes nações, o processo de militarização e a corrida armamentista que caracterizaram a sociedade internacional dos últimos anos do século XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre a Grã- Bretanha, França e Rússia para contrabalançar a Tríplice Aliança. 1914-1915: A GUERRA DE MOVIMENTO As operações militares na Europa se desenvolveram em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou sérvia. 1915-1917 – GUERRA DE TRINCHEIRAS 1917: entrada dos estados unidos e o armistício com a rússia A política de neutralidade americana mudou quando a Alemanha anunciou, em janeiro de 1917, que a partir de fevereiro recorreria à guerra submarina. Várias nações latino-americanas, entre elas o Peru, o Brasil e a Bolívia, apoiariam essa ação. O afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de outubro de 1917, a participar da guerra, enviando uma divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores brasileiros participaram do patrulhamento do Atlântico, navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas americanas para a Europa e, para a França, foi enviada uma missão médica.

1918: ANO FINAL República de Weimar, cujo governo enviou uma comissão para negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e os aliados, baseado em condições impostas pelos vencedores. O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à guerra, estipulava que todos os navios aprisionados passassem a ser de propriedade dos aliados. Em represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os alemães afundaram seus próprios navios em Scapa Flow. As potências vencedoras permitiram que deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-Laye, Trianon, Neuilly-sur- le-Seine e Sèvres, o que provocaria o ressurgimento do militarismo e de um agressivo nacionalismo na Alemanha, além de agitações sociais que se sucederiam em grande parte da Europa.

1. (UFSC 2017) As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores [...]. Vós podeis negar; qualquer um pode negar que há mais justiça, mais ordem material e moral, mais equidade, mais virtudes sociais na África do Norte desde que a França a conquistou? FERRY, J. Discurso ao parlamento francês em 28 de julho de 1885. In: MESGRAVIS. L. A colonização da África e da Ásia. São Paulo: Atual, 1994, p. 14. Sobre o Imperialismo e o Neocolonialismo no continente africano no século XIX, é correto afirmar que: 01. os países europeus procuraram justificar a dominação de outros povos com base em uma interpretação equivocada das teorias de Charles Darwin, adotando o que se chamou de darwinismo social. 02. Leopoldo II, rei belga, constituiu uma sociedade privada comandada por ele para ocupar e administrar seus territórios na África. Isso se deu depois que o Parlamento da Bélgica não apoiou o desejo do rei de estabelecer um império colonial. 04. os europeus, por conhecerem pouco os recursos naturais e a geografia africana, sucumbiram muitas vezes na tentativa de ocupar o continente, o que explica terem levado quase todo o século XIX para consolidar seu projeto neocolonial. 08. estudos recentes têm levado em consideração o fato de que a resistência africana à invasão europeia no continente contribuiu para acelerar o processo de dominação através de intensas ações militares. 16. a Conferência de Berlim foi realizada na Alemanha, entre 1884 e 1885, com a presença de algumas lideranças de diferentes etnias africanas que concordavam com as ações das nações europeias. 32. muitas fronteiras foram criadas por meio de acordos diplomáticos entre os países europeus levando em #ORGULHODESERPRÓ | 23


consideração as divisões étnicas e culturais dos povos que ali viviam como estratégia para evitar possíveis conflitos entre os povos originários do continente.

2. (UFSC2015) O campo de batalha é terrível. Há um cheiro de azedo, pesado e penetrante de cadáveres. Homens que foram mortos no último outubro estão meio afundados no pântano e nos campos de nabos em crescimento. As pernas de um soldado inglês, ainda envoltas em polainas, irrompem de uma trincheira, o corpo está empilhado com outros; um soldado apoia o seu rifle sobre eles. Um pequeno veio de água corre através da trincheira, e todo mundo usa a água para beber e se lavar; é a única água disponível. Ninguém se importa com o inglês pálido que apodrece alguns passos adiante. BINDING, Rudolf Georg. Um fatalista na guerra. In: MARQUES, Adhemar et alii. História contemporânea através de textos. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2005. p. 119.

Sobre a Primeira Guerra Mundial e seu contexto, é CORRETO afirmar que: 01. a Primeira Guerra Mundial tem suas motivações vinculadas às disputas nacionalistas e imperialistas articuladas à política de alianças das grandes potências da época. 02. a entrada da Rússia na guerra, logo após a Revolução Bolchevique de 1917, foi decisiva para o desfecho favorável aos países vinculados à Tríplice Aliança. 04. não houve participação brasileira na Primeira Guerra, pois a organização do país como República, imprescindível para a formação de tropas militares, ainda era muito recente. 08. a Revolução Científico-Tecnológica do século XIX influenciou diretamente o conflito, tanto pelas disputas imperialistas como pelo uso, nas batalhas, de recursos como granadas, tanques, aviões e armas químicas. 16. a gripe espanhola ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial e foi vista como ameaça para as nações em conflito; porém, com o desenvolvimento dos antibióticos no início do século XX, a doença foi controlada sem gerar maiores consequências. 32. com a ida de um número expressivo de homens aos campos de batalha, muitas mulheres ficaram responsáveis por tarefas até então consideradas predominantemente masculinas.

3. (Enem 2009) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX, estão: a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo. b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear. c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana. d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético. e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

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4. O clima de tensão oriundo da expansão imperialista na Ásia e determinador do 1º Conflito Mundial não pode ser avaliado pelas: 01. Rivalidades entre franceses e ingleses na Indochina, entre ingleses e russos na Ásia Central e entre russos e japoneses na Mandchúria e Coreia. 02. Políticas de alianças entre russos e japoneses para bloquear as pretensões inglesas e francesas no sudeste asiático. 04. Tensões entre o Império Inglês e o Império Chinês em torno da Coreia e da Mandchúria, com o apoio da França à Inglaterra. 08. Rivalidades entre ingleses e franceses no sudeste asiático, entre belgas e alemães em Port-Arthur e entre russos e poloneses na Ásia Europeia.

5. Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra. b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas). c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as potências europeias tiveram suas economias arrasadas após o conflito. d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início do século. e) se manteve afastado do conflito direto com as potências europeias, concentrando seus esforços no desenvolvimento interno.

6. A respeito do envolvimento dos E.U.A. na Primeira Grande Guerra é incorreto afirmar que: a) Foi influenciado pela intenção germânica de atrair o México, prometendo-lhe ajuda na reconquista de territórios perdidos para os E.U.A. b) Os E.U.A. financiaram diretamente a indústria bélica franco-inglesa e enviaram um grande contingente de soldados ao fronte. c) Uma possível derrota da França e Inglaterra colocaria em risco os investimentos norte-americanos na Europa. d) Contrariando o Congresso, o presidente dos E.U.A. rompeu a neutralidade, declarando guerra às forças do Eixo. e) A adesão dos E.U.A. desequilibrou as forças em luta, dando um novo alento à Entente.

7. Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de Versailles, que teve como consequências: a) Degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações políticas de esquerda - como o movimento espartaquista, crise econômica e desemprego. b) Enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do Estado Alemão, recuperação econômica e incorporação de Gdansk.


c) Anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos ideais liberais e democráticos e a valorização do marco alemão. d) Prosperidade econômica, rearmamento alemão, desmembramento da Alemanha e fortalecimento dos partidos liberais. e) Surgimento da República Democrática Alemã e da República Federal Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e diminuição do desemprego.

desertores. A população civil padeceu com a fome e o desemprego.

8. Tema recorrente da política contemporânea, o

Depois de duas guerras, a economia russa estava arrasada. Para recuperá-la, Lênin adotou a NEP, afrouxando alguns controles sobre os investimentos estrangeiros, o excedente agrícola e as pequenas empresas (menos de vinte funcionários).

nacionalismo tem-se constituído em foco permanente de conflito. Sobre ele, é correto afirmar que: 01. A Primeira Guerra foi precedida pelo confronto de diferentes projetos expansionistas. É o caso da Rússia, que pretendia avançar sobre territórios do Império AustroHúngaro e do Império Turco, dizendo-se protetora dos povos eslavos. Ou da Sérvia, que, ao pretender unificar os eslavos do Sudeste da Europa, formando a Grande Sérvia, também se chocava com os interesses desses Impérios. 02. A Segunda Guerra, igualmente, foi precedida de discursos nacionalistas, embora com novas feições. É o caso do fascismo italiano, embalado nos sonhos de reconstrução das glórias do Império Romano, ou do nazismo alemão, defensor da unificação dos povos germânicos e da reconstrução do seu Império, então denominado III Reich. 04. A vitória do nacionalismo indiano (1947) e o fracasso franco-britânico na guerra contra o Egito (1956) desencadearam uma onda de nacionalismo nas antigas colônias europeias na África e na Ásia. Aliando-se a outros países de passado colonial, como os latino- americanos, formaram uma terceira força internacional - Terceiro Mundo, situado entre o Capitalismo e o Socialismo. 08. Nos anos 80-90, novamente os movimentos nacionalistas abalam a política internacional. O já frágil "império" soviético vê sua unidade desfazer-se diante do separatismo das Repúblicas Bálticas - Letônia, Estônia e Lituânia. A partir de então, outras repúblicas assumem o mesmo propósito, pondo fim à URSS. Entre os "eslavos do sul", as disputas de croatas e sérvios lançam a Iugoslávia em uma violenta guerra civil.

IDADE CONTEMPORÂNEA: ENTRE GUERRAS REVOLUÇÃO RUSSA A industrialização da Rússia ocorreu com atraso de mais de um século em relação à Inglaterra, mas foi favorecida pelo fim da servidão, que liberou mão de obra, e pelos investimentos estrangeiros. A Primeira Guerra Mundial enfraqueceu ainda mais o governo Nicolau II. Em dois anos de luta, seu exército sofreu 7 milhões de baixas, entre mortos, feridos e

Em fevereiro de 1917, o czar abdicou e foi instalada uma república liderada por Kerensky. Em novembro, os bolcheviques, comandados por Lênin e Trotsky, tomam o poder. Logo após, assinam a paz com a Alemanha, efetuam uma radical reforma agrária e nacionalizam bancos, indústrias e meios de transportes.

Em 1924, Lênin morreu e foi substituído por Stálin, que passou a perseguir todos os seus adversários (principalmente os adeptos de Trotsky), condenando centenas de milhares à morte e milhões ao exílio na Sibéria. Suprimiu A NEP e adotou os planos quinquenais. A URSS tornou-se, assim, uma grande potência.

Crise de 1929 Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial. O país criou um novo estilo de vida: o american way of life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos e toda sorte de produtos industrializados. Entretanto, os EUA sofreram grande abalo em 1929, quando mergulharam numa terrível crise, de repercussão mundial. Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha foram atualizando rapidamente seus métodos industriais. Isso colaborou para aumentar o desequilíbrio entre o excesso de mercadorias produzidas e o escasso poder aquisitivo dos consumidores. Configurava-se assim uma conjuntura econômica de superprodução capitalista. O crack da Bolsa de Valores de Nova York A crise de superprodução teve como um de seus grandes marcos o dia 29 de outubro de 1929, dia do crack da Bolsa #ORGULHODESERPRÓ |

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de Valores de Nova York, que representava o grande termômetro econômico do mundo capitalista. O crack da Bolsa de Valores de Nova York abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos, não podendo vender, também deixaram de comprar, e isso afetou também o Brasil, que dependia das exportações de café para os Estados Unidos. New Deal: a reação à crise Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal, um conjunto de medidas destinadas à superação da crise. O New Deal foi inspirado nas ideias do inglês John Keynes. O Keynesianismo defende um Estado mais interventor, que deveria evitar os riscos de superprodução, além de aumentar o poder de consumo, mas preservando a economia de mercado. Dentre as principais medidas adotadas pela política econômica do New Deal, destacamse:  Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas.  Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas.  Realização de um grande programa de obras públicas.  Criação de um seguro-desemprego.  Recuperação industrial. Com a Crise de 29 e a adoção do New Deal, o liberalismo clássico de Adam Smith foi superado pelo neocapitalismo. Regimes Totalitários A Crise de 29 arruinou a economia americana, mas teve reflexos em todo o mundo. Nações como a Alemanha, que após o final da Primeira Guerra reconstruía-se com recursos oriundos principalmente dos estados Unidos da América, passaram a enfrentar aguda crise econômica. Grandes banqueiros, temendo a ameaça representada pelos partidos de orientação marxista, passaram a apoiar a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos marcantes desse processo foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Principais Características  Totalitarismo: absoluta supremacia estatal;  Governo ditatorial;  Partido único;  Nacionalismo;  Racismo;  Militarismo;  Expansionismo;  Culto ao líder;  Sociedade hierarquizada; Corporativismo: estado mediando as relações entre patrões e empregados.

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1. (UDESC 2018) “Depois das eleições (1933), a ditadura nazista dá início a uma autêntica limpeza da área: sindicatos e partidos são dissolvidos, suas sedes são invadidas, expropriados seus fundos e empastelados seus jornais. A lei de depuração de 7 de abril dá início a grande expurgo nas administrações e repartições públicas, eliminando esquerdistas, judeus e democratas. Os Larger, campos de concentração, começam a inchar: já são 45 em 1933, com quarenta mil internos, aproximadamente. Goring cria então a polícia secreta do Estafo (Gestapo), com funções repressivas e preventivas. Em julho passa a vigorar uma lei de esterilização de doentes hereditários. Em setembro é criada a Câmara Cultural do Reich, sob o controle de Goebbels. Intelectuais e artistas perdem sua liberdade de expressão e organização: começa o êxodo para o exterior. (Lenharo, Alcir. Nazismo: o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, 1986, p.29) Tomando por base o texto de Alcir Lenharo, a respeito da Alemanha sob o governo de Adolf Hitler, analise as proposições. I. A partir de 1933, por meio de medidas de emergência, foi proibido o funcionamento legal dos partidos de oposição. II. O governo de Hitler usou fortemente cinema, rádio e propaganda para a propagação do ideário nazista. III. O exílio foi a opção de muitos intelectuais, artistas, poetas, escritores que perceberam os perigos do ideário nazista, pautado pela superioridade da chamada raça ariana. IV. O governo de Hitler foi unânime entre o povo alemão. Prova disso é a inexistência de quaisquer resistências ou atentados contra sua vida entre 1933 e 1945. Assinale a alternativa correta. A. ( ) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. B. ( ) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. C. ( ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. D. ( ) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.


E. ( ) Todas as afirmativas são verdadeiras.

2. (ENEM 2017) O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno — o único que é importante —, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego. Tendo como referência os condicionantes históricos do entreguerras, as medidas governamentais descritas objetivavam A flexibilizar as regras do mercado financeiro B fortalecer o sistema de tributação regressiva. C introduzir os dispositivos de contenção creditícia. D racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical. E recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.

3. (UFSC 2001)

tido como um dos mais críticos da época contemporânea. Dos esforços para superar a devastação da Primeira Guerra Mundial, se encaminha para a recuperação e, logo em seguida, para o novo conflito mundial. A respeito desse período é correto afirmar que: 01. A frustração e o inconformismo dos alemães, submetidos às cláusulas do Tratado de Versalhes, levaram - nos a chamar esse acordo de "Diktat". 02. A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), criada após a Primeira Guerra Mundial, recebeu apoio de todas as potências e teve atuação decisiva para evitar todas as crises internacionais da década de 1930. 04. A URSS participou ativamente da política internacional europeia, na década de 1920. 08. Nesse período houve a vitória das ditaduras do tipo nazi - fascista na Itália e na Alemanha, além de regimes autoritários em diversos países, como Portugal e Espanha. 16. A crise de 1929 e a grande depressão econômica, que ela gerou, desencadearam também crises políticas, reacenderam nacionalismos econômicos e políticos, facilitaram a ascensão de ditaduras e contribuíram para o advento da Segunda Guerra Mundial.

5. O período de entre guerras (1919-1939) foi caracterizado

O quadro acima reproduzido – Guernica –, de Pablo Picasso, datado de 1937, representa o bombardeio da força aérea alemã à pequena cidade de Guernica. Em relação ao período entre as duas guerras mundiais (1919-1939), é CORRETO afirmar que: 01. foi um período de fortalecimento das ideias democráticas e liberais no ocidente. 02. nazismo e fascismo foram ideologias antagônicas que se formaram na Europa no período entre guerras. 04. forças militares alemãs testaram suas novas armas na Espanha, combatendo a favor das tropas do General Francisco Franco. 08. as diversas dificuldades que surgiram após o término da Ia Guerra, o avanço das ideias socialistas como reflexo da Revolução Russa (1917) e a crise do capitalismo internacional favoreceram o avanço de ideias e partidos totalitários. 16. as ideias republicanas foram vitoriosas em alguns países, com destaque para Portugal. 32. os sindicatos de trabalhadores, urbanos ou rurais, experimentaram importantes vitórias políticas nos países ibéricos.

pelo aparecimento de regimes autoritários na Europa. A esse respeito, é correto afirmar que: 01. Esses regimes podem ser entendidos como uma alternativa tanto à ordem liberal tradicional quanto ao regime comunista. 02. No período em questão, acentuaram-se as dificuldades dos regimes democráticos e acentuou-se o fracionamento político, o que dificultava o estabelecimento de maiorias parlamentares que pudessem garantir a continuidade administrativa. 04. A incapacidade dos regimes de democracia liberal, de contornarem a crise econômica dos anos 1920/30, também contribuiu para abrir espaços para a expansão dos regimes autoritários. 08. Parte importante no projeto do nazismo de unificação das vontades coletivas foi a ênfase na liberdade de expressão e na igualdade entre as raças. 16. A expansão dos regimes autoritários se fez com base em um acentuado internacionalismo e cosmopolitismo, rejeitando-se qualquer ênfase em temas nacionalistas. 32. A tomada do poder pelos nazistas e fascistas teve uma significativa participação popular, inclusive com grandes manifestações de massa.

4. O período de 1919 a 1939, pelos componentes que o

6. (UFSC2014) Os fascismos são a terceira linha de força do

constituíram, marcados por esperanças e frustrações, é

período compreendido entre as duas guerras, com a crise #ORGULHODESERPRÓ |

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da democracia clássica e a irradiação da experiência soviética. O termo que designa essas diversas forças tem origem na experiência política italiana: tomaram o nome de fascio associações compostas essencialmente de antigos combatentes, formadas logo depois da guerra e que senhorearam o poder em 1922. [...] A palavra fascio, portanto, tem um destino comparável ao da palavra soviete: na origem designa um agrupamento e acaba designando um regime e sua ideologia. Passa-se da estrutura à política. O uso do termo estende-se, a seguir, a outras experiências feitas em outros países, e qualifica todos os regimes, todos os movimentos e todas as organizações que apresentam algum parentesco com o regime de Mussolini.

b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos. c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir. d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras. e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

RÉMOND, René. O século XX: de 1914 aos dias atuais. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 91.

("Resolução sobre a Guerra", publicada no jornal PRAVDA em abril de 1917.)

Sobre os fascismos e o contexto do período entre as duas grandes guerras mundiais, é CORRETO afirmar que: 01. entre as características fundamentais do fascismo italiano, estava a valorização do indivíduo como instância política e a defesa de um Estado baseado no liberalismo econômico. 02. em Portugal e na Espanha, nos governos de Antônio Salazar e de Francisco Franco, respectivamente, a experiência fascista possuiu aspectos peculiares ao relacionar as caraterísticas nacionalistas e centralizadoras com um forte clericalismo de aversão ao liberalismo e a todas as formas de socialismo. 04. o fascismo alemão, reconhecido como nazismo, pretendia destruir a civilização oriunda do renascimento, do iluminismo e do liberalismo do século XIX. Os nazistas eram identificados como anticomunistas e antimarxistas, militaristas e expansionistas. 08. durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que consolidou o general Francisco Franco no poder, foram testadas novas técnicas de guerra pelas tropas estadunidenses que destruíram a cidade de Guernica, posteriormente imortalizada em obra de Pablo Picasso. 16. na Itália, Mussolini defendia a força da nação como elemento nacionalista e patriótico para conduzir a Itália ao nível das grandes potências mundiais, com fins expansionistas. 32. no Brasil, o fascismo ganhou força com as ideias da Aliança Nacional Libertadora (ANL), que apoiava os princípios da centralização política, do autoritarismo e do anticomunismo, nos anos 1930. 64. o antissemitismo, perseguição aos judeus, estava entre os ideais fundamentais dos diversos regimes fascistas.

7. (ENEM 2009) Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se: a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime. 28 | Pró Floripa

8. "A guerra atual é, por parte de ambos os grupos, potências beligerantes, uma guerra (...) conduzida pelos capitalistas pela partilha das vantagens que provêm domínio sobre o mundo, pelos mercadores do capital financeiro (bancário), pela submissão dos povos fracos etc."

O texto oferece uma interpretação característica dos bolcheviques sobre a a) Guerra Russo-Japonesa. b) Guerra da Coreia. c) Guerra da Crimeia. d) Primeira Guerra Mundial. e) Primeira Guerra Balcânica.

9. Sobre fatos antecedentes à Segunda Guerra Mundial, assinale a alternativa incorreta. a) Os E.U.A. cortaram o envio de ferro, aço, petróleo e borracha e bloquearam capitais japoneses na América do Norte por causa da invasão da Manchúria pelo Japão. b) Passando por cima das disposições dos tratados do pósguerra, em 1938, Hitler, com o apoio de fascistas austríacos, ordenou a ocupação da Áustria. e) Em 1936, um grupo de generais, chefiados por Franco, iniciou uma revolta contra o governo de esquerda, legalmente constituído, na Espanha. d) A euforia econômica decorrente da valorização da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, favoreceu a recuperação econômica e a consolidação das democracias na Europa. e) Em 1939, Stálin conseguiu se aproximar da Alemanha através do Pacto Germano-Soviético, negociado por Ribbentrop e Molotov.

IDADE CONTEMPORÂNEA: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939 - 1945 A humilhação sofrida pela Alemanha, com o Tratado de Versalhes, cria as condições ideais para a germinação do nacional-socialismo - nazismo - alemão e a ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-socialismo toma o poder pela violência, elimina as dissensões internas com métodos violentos e combate a divisão do mundo, produzida pela 1a Guerra.


Reação mundial ao nazismo - As potências ocidentais têm uma posição dúbia em relação ao nazismo. Pressentem o perigo representado por Hitler, mas permitem o crescimento da Alemanha nazista como forma de bloquear a União Soviética. A invasão da Polônia, em 1º de setembro de 1939, por tropas e aviões alemães, não surpreende a Europa. Todos estão à espera da guerra.

Aliados - Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China. A China já se encontra em guerra contra o Japão desde 1931.

Origens do Eixo - Itália e Alemanha têm regimes políticos semelhantes, mas o que mais as aproxima é o limitado espaço territorial de que dispõem e a acirrada competição pelos mercados internacionais. Stalin percebe que as anexações alemãs caminham em direção à União Soviética e firma com Hitler o Pacto Germano-Soviético, em 1939, pelo qual anexa a Lituânia, Letônia, Estônia e parte da Polônia e Finlândia.

SEGUNDA FASE DA GUERRA É quando o conflito se torna uma guerra de desgaste. O Eixo tenta subjugar a Inglaterra, cortando suas linhas de abastecimento no Atlântico e no Mediterrâneo.

COMEÇA A GUERRA NA EUROPA Em abril de 1939 Hitler exige a anexação de Dantzig, o "corredor polonês", e a concessão de uma rede rodoviária e ferroviária que cruze a província polonesa da Pomerânia. A Polônia, sem condições de resistir, é invadida por tropas nazistas no dia 1º de setembro. O Reino Unido, comprometido com a defesa da Polônia em caso de agressão, declara guerra à Alemanha. Horas depois, é seguido pela França. Até junho de 1940, quando a Itália declara guerra à França e ao Reino Unido, o conflito está restrito aos três países. A Alemanha invade e ocupa a Noruega, a Bélgica, a Holanda e a França. Domínio alemão - O domínio alemão na Europa fica patente com a expulsão dos ingleses de Dunquerque e os armistícios assinados pela França com a Itália e Alemanha, em junho de 1940, que dividem o território francês em duas partes.

Kamikazes - É como são chamados os aviões japoneses carregados de explosivos e dirigidos por um piloto suicida que com ele se atira sobre o alvo inimigo.

Contra-ofensiva na África e Itália - Em julho de 1943 os Aliados desembarcam na Sicília e, em setembro, avançam até Nápoles. Mussolini é destituído em julho e a Itália muda de lado. Dia D - Em 6 de junho de 1944, chamado de "Dia D" pelos Aliados, sob o comando do general Einsenhower, é feito o ataque estratégico que daria o golpe mortal nas forças nazistas que ainda resistem na Europa. Cinquenta e cinco mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses desembarcam nas praias da Normandia, noroeste da França, na maior operação aeronaval da História, envolvendo mais de 5 mil navios e mil aviões. Guerra no Pacífico - No Pacífico, a situação também se inverte com a vitória das tropas norte-americanas na batalha naval de Midway e em Guadalcanal, em 1942. Ataque a Hiroshima e Nagasaki - Em 6 de agosto os Estados Unidos lançam a primeira bomba atômica sobre Hiroshima, deixando mais de 100 mil mortos e 100 mil feridos. A partir de 8 de agosto, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da Coreia e ocupam as ilhas Kurilas e Sakalina. Em 9 de agosto é lançada a segunda bomba atômica, dessa vez sobre Nagasaki, com saldo de vítimas semelhante ao de Hiroshima. Final da guerra - Hitler suicida-se em 30 de abril, com a chegada das tropas soviéticas a Berlim, e o almirante Doenitz forma novo governo e pede o fim das hostilidades. A capital alemã é ocupada em 2 de maio. A Alemanha se rende incondicionalmente em 7 de maio, em Reims. A capitulação do Japão acontece em 2 de setembro, em Tóquio. A 2ª Guerra Mundial deixa um saldo de 50 milhões de mortos e custa cerca de US$ 1,40 trilhão.

Na Batalha da Inglaterra, no verão de 1940, a aviação inglesa, RAF (Royal Air Force), consegue rechaçar os ataques da Luftwaffe (aviação alemã). Defesa de Moscou - Em fins de 1941 a defesa de Moscou marca uma das mais decisivas vitórias aliadas. Ataque a Pearl Harbor - O ataque japonês à base norteamericana de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, leva os Estados Unidos a declararem guerra ao Eixo e alastra o conflito a quase todo o mundo. As duas facções beligerantes estão definidas: os países do Pacto Anticomintern (o Eixo) - Alemanha, Itália e Japão - contra os #ORGULHODESERPRÓ |

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01. O declínio da influência europeia, cuja hegemonia já havia sido comprometida desde a Primeira Guerra Mundial. 02. A ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética, liderando blocos de interesses divergentes e originando a chamada "bipolarização" do mundo. 04. Após a Segunda Guerra Mundial, e até recentemente, nenhuma potência europeia ou os Estados Unidos participaram de qualquer conflito bélico. 08. Após a Guerra - e por causa dela -, houve intensificação das manifestações anticolonialistas, acelerando-se o processo de descolonização das colônias europeias na África e na Ásia. 16. O final da Segunda Guerra Mundial decretou o desaparecimento dos Estados autoritários, reorganizandose o mundo em bases inteiramente democráticas. 32. Como tentativa de resolver os problemas internacionais, criou-se, em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU).

3. Sobre a História Contemporânea, é correto afirmar que:

JULGAMENTO DE NUREMBERG Terminado o conflito, os vitoriosos decidem julgar os líderes nazistas em um inédito tribunal internacional de crimes de guerra. A iniciativa contribui para a descoberta dos campos de concentração e extermínio. A sede escolhida é a cidade alemã de Nuremberg, que nos anos 30 havia sido palco dos maiores comícios nazistas.

1. (ENEM 2017) Após a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU, em 1948, a Unesco publicou estudos de cientistas de todo o mundo que desqualificaram as doutrinas racistas e demonstraram a unidade do gênero humano. Desde então, a maioria dos próprios cientistas europeus passou a reconhecer o caráter discriminatório da pretensa superioridade racial do homem branco e a condenar as aberrações cometidas em seu nome. A posição assumida pela Unesco, a partir de 1948, foi motivada por acontecimentos então recentes, dentre os quais se destacava o(a) A ataque feito pelos japoneses à base militar americana de Pearl Harbor. B desencadeamento da Guerra Fria e de novas rivalidades entre nações. C morte de milhões de soldados nos combates da Segunda Guerra Mundial. D execução de judeus e eslavos presos em guetos e campos de concentração nazistas. E lançamento de bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki pelas forças norte-americanas

2. A Segunda Guerra Mundial alterou a correlação de forças no mundo. Entre as modificações ocorridas, destacam-se: 30 | Pró Floripa

01. A Primeira Guerra Mundial (1914-18) resultou, dentre outros motivos, da concorrência comercial, da disputa por colônias e da luta pela hegemonia dos mares. 02. A grande vencedora da Primeira Guerra Mundial foi a Alemanha, o que motivou a reação da Itália e do Japão no final dos anos 30, dando inicio à Segunda Guerra Mundial. 04. O Tratado de Versalhes foi imposto pela Alemanha aos países europeus, com o apoio dos Estados Unidos. 08. A ideologia nazista enaltecia o nacionalismo e o militarismo, visando conquistar as massas e o exército, e pregava o anti-comunismo, visando conquistar a alta burguesia. 16. Apesar das guerras do século XX, a Europa manteve sempre sua hegemonia econômica e política sobre o mundo.

4.Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh! não se esqueçam Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor, sem perfume Sem rosa, sem nada "Rosa de Hiroshima" (Gerson Conrad e Vinícius de Moraes)


Podemos considerar que o texto acima debate: a) A herança terrível das bombas atômicas atiradas em Hiroshima e Nagasaky, no final da 2ª Guerra Mundial, levantando a necessidade de sua lembrança para defendermos a paz. b) A poesia não trata dos problemas relativos à bomba atômica, a guerra e a paz. c) As armas atômicas nunca seriam usadas como forma de poder entre as potências mundiais. d) A paz só será garantida com a utilização de armas atômicas. e) As armas atômicas deixaram poucas heranças culturais e políticas durante o período da Guerra Fria.

5. Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki foram consideradas crimes de guerras, porque: a) O conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a resistência japonesa era mínima em Pearl Harbor. b) As bombas faziam parte de um esquema de testes militares. c) Os E.U.A. queriam impor o seu domínio à Alemanha. d) Os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos na Ásia. e) As bombas tinham um único alvo: os japoneses no Pacífico.

6. Foi o encontro do primeiro ministro inglês Winston Churchill e dos presidentes Roosevelt, dos Estados Unidos e Stálin, da União Soviética onde confirmou-se o desmembramento da Alemanha e da Coreia: a) Conferência do Cairo. b) Conferência de Teerã. c) Conferência de Ialta. d) Conferência de Potsdam. e) Conferência de Bandung.

IDADE CONTEMPORÂNEA: GUERRA FRIA Bipolarização entre EUA (capitalismo) e URSS (socialismo), estado de constante hostilidade entre as duas superpotências e seus aliados e corrida armamentista e tecnológica, mas sem conflito armado direto, caracterizaram a Guerra Fria, que vigorou entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do socialismo real, no final dos anos 1980. Tradicionalmente as fases da Guerra Fria são a Guerra Fria “Clássica” (1945 – 1953), o período do Degelo ou da Coexistência Pacífica (1953 – 1968) e a política da Détente ou da Distensão (1968 – 1989).

MARCOS INICIAIS DA GUERRA FRIA Bloco Capitalista Em 1946, Churchill discursa nos EUA e pede para que estes se tornem os protetores do “mundo livre”, pois a GrãBretanha não poderia mais manter tal papel. Doutrina Truman (1947) – o presidente Truman responde Churchill através de sua Doutrina e pede ao Congresso Americano ajuda econômica e militar para os governos europeus. Os EUA passaram a assumir a tarefa de “protetores” da democracia, reagindo, imediatamente, ao menor sinal de avanço socialista. A Doutrina Truman pode ser considerada marco inicial da Guerra Fria.

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Plano Marshall (1947) – ajuda econômica para a Europa e considerado “braço econômico” do Bloco Capitalista no início da Guerra Fria. Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) 1949 – força político-militar com objetivos “defensivos”, inicialmente composta por países da Europa Ocidental, EUA e Canadá. Bloco Socialista Tratado de Assistência Mútua da Europa Oriental (Pacto de Varsóvia) 1955 – aliança militar do Bloco Socialista e formada por países da Europa Oriental e a URSS. Principais acontecimentos Crise ou Bloqueio de Berlim (1948-49) – com o fim da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945) dividiu a derrotada Alemanha nazista e sua capital em quatro zonas de ocupação entre URSS, EUA, Grã-Bretanha e França. República Federal da Alemanha (capital Bonn), sob o governo capitalista. República Democrática Alemã, inspirada no modelo soviético, com capital em Berlim Oriental. Guerra da Coreia (1950-53) – a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial (1945) permitiu a libertação da Coreia pelas tropas aliadas, mas o país foi dividido em dois setores de ocupação (norte-americano e soviético), pelo paralelo 38º. A divisão do país, as tensões relacionadas com a Guerra Fria e a vitória comunista de Mao Tsé-tung na Revolução Chinesa, em 1949, desencadearam a Guerra da Coreia, iniciada após a invasão do sul pelos norte-coreanos, em 1950. A Coreia do Sul recebeu apoio militar dos Estados Unidos, enquanto a do Norte recebeu apoio da China e da URSS. O conflito terminou com a assinatura do Armistício de Panmunjom (1953), que ratificou a divisão da Coreia efetuada anteriormente. Guerra do Vietnã (1960-75) – a luta pela descolonização da Indochina começou no Vietnã e foi liderada por Ho Chi Minh - Guerra da Indochina (1946-54). Na Conferência de Genebra (1954), a França reconheceu a independência do Laos, Camboja e Vietnã – este dividido em Norte (socialista) e Sul (capitalista). As eleições que reunificariam o Vietnã em 1956 não aconteceram, devido ao golpe de Estado de Ngo Dinh Diem (Sul), que estabeleceu uma ditadura militar em 1955, apoiado pelos Estados Unidos. A resistência ao governo golpista gerou a formação da Frente de Libertação Nacional, cujo braço armado eram os vietcongues, e a Guerra do Vietnã. Nos anos 1960, auge da Guerra Fria, a guerra no Sudeste asiático ampliou-se com a intervenção militar norte- americana. A saída dos Estados Unidos e o avanço das tropas comunistas levaram à rendição do Sul, em 1975, permitindo a reunificação do país, em 1976, e o nascimento da República Socialista do Vietnã. Muro de Berlim (1961) – o interesse soviético em bloquear fugas para o lado capitalista de Berlim, e enfraquecer as expectativas reunificadoras, levou a Alemanha Oriental a erguer o muro em 1961. O “muro da vergonha” dividiu 32 | Pró Floripa

famílias e ideologias, transformando-se em um dos principais símbolos da Guerra Fria. Crise dos mísseis (1962) – em 1959, Fidel Castro e alguns companheiros, contando com o apoio camponês, derrubaram o ditador cubano Fulgêncio Batista. O governo revolucionário demonstrou, desde o início, uma grande preocupação com a justiça social. A reação americana foi imediata, merecendo destaque o embargo comercial e a pressão para que Cuba fosse expulsa da OEA. Isolada política e economicamente, Cuba aproxima-se da URSS, ampliando o Bloco Socialista. Mas, o momento de maior tensão aconteceu em 1962, quando os EUA descobriram que mísseis soviéticos estavam sendo instalados em Cuba – Crise dos Mísseis. A conscientização das graves consequências de um confronto armado direto levou os líderes das superpotências ao entendimento. A URSS concordou em retirar seus mísseis e os EUA aceitaram a perda do monopólio político-ideológico no continente. Primavera de Praga (1968) – as intenções de modernizar a economia e o Estado, buscando uma via independente e mais humanizada de socialismo, pelo presidente, da então Tchecoslováquia, Dubcek, provocou a imediata reação soviética, que, a fim de manter seu controle sobre a Europa Oriental, enviou tropas do Pacto de Varsóvia, reprimindo a “Primavera de Praga”. Maio de 1968 – “é proibido proibir’’ e “paz e amor’’ foram palavras de ordem de uma geração, nascida em plena Guerra Fria, e que viveu os “anos rebeldes’’ – a década de 1960. Na França, em 1968, os estudantes protestaram contra as reformas educacionais, além de pedirem maior liberdade, criticando abertamente o conservadorismo. Corrida espacial – as pesquisas espaciais tiveram destacado papel na tensão entre Estados Unidos e URSS, transformando a eficiência tecnológica em uma importante arma político-ideológica. A corrida espacial começou em 4 de outubro de 1957, quando foi lançado o primeiro satélite em órbita da Terra pela União Soviética, o Sputnik-1. A competição aumentou quando os soviéticos, um mês depois do Sputnik-1, enviaram o Sputnik-2. Em 1961 a URSS comemorou o primeiro vôo tripulado, transformando Iúri Gagárin no primeiro astronauta da história. Apenas em 20 de julho de 1969, os norte-americanos conseguiram imporse, enviando a Apolo-11, com os primeiros astronautas, à Lua. Fim da União Soviética Em 1991, em meio a uma grave crise do que se passou a chamar “socialismo real”, a União Soviética deixava oficialmente de existir. Era mais um fato de uma época de mudanças radicais – queda do Muro de Berlim, reunificação da Alemanha, queda dos regimes de esquerda do Leste Europeu etc. No final dos anos 80, o presidente soviético, Mikhail Gorbachev, estava ciente dos problemas que o país atravessava e decidiu adotar dois conjuntos de reformas. A Perestroika, ou Reestruturação, visava a mudar as condições econômicas do Estado – na realidade, permitia a volta da propriedade privada e do capitalismo. Já a


Glasnost, ou Transparência, tinha como objetivo mudar a estrutura política e abrir caminho para o surgimento de mecanismos de expressão democrática. Gorbachev queria diminuir a burocracia e a corrupção, que eram alarmantes nos órgãos estatais naquela época.

3. (Enem 2016)

As guerras do Golfo Pérsico Guerra Irã-Iraque (1980-88): vitória militar não conclusiva do Iraque. Amos os países se debilitaram. Guerra do Kuwait (1990-91): o Iraque foi obrigado a retirarse do Kuwait pela Operação Tempestade no Deserto, liderada pelos EUA. Guerra anglo-americana contra o Iraque (2003): ocupação anglo-americana do Iraque, dissolução do regime de Saddam Hussein.

1. (UFSC 2001) Sobre as regiões do Oriente Médio e norte da África, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. Os fenícios, reconhecidos navegadores e comerciantes da Antiguidade, viveram na região do atual Líbano e expandiram seus domínios com a fundação de várias colônias na costa mediterrânea, como Cartago. 02. A religião islâmica, fundada no século VII na Península Arábica, pelo profeta Maomé, tem como um dos seus princípios fundamentais o politeísmo. 04. A expansão islâmica, iniciada no século VII, foi responsável pela formação de um império que se estendia da Península Ibérica, na Europa, até o rio Indo, na Ásia. 08. Os conflitos árabe-israelenses tiveram início após a Primeira Guerra Mundial com a criação do Estado da Palestina, por intervenção da Organização das Nações Unidas, em território anteriormente ocupado pelo povo judeu. 16. O Prêmio Nobel da Paz de 2011 foi entregue a três mulheres, dentre elas Tawakkul Karman, pela liderança na luta pelos direitos humanos durante a Primavera Árabe no Iêmen. 32. Em 2003, os governos dos Estados Unidos e da Inglaterra lideraram uma coalizão que invadiu o Iraque e depôs o presidente Sadam Hussein.

2. No período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ocorre o(a): 01. Estabelecimento da bipolaridade nas relações internacionais, com os Estados Unidos e a União Soviética liderando os blocos capitalistas e socialistas, respectivamente. 02. Declínio da Europa como centro do poder mundial, de que a descolonização afro-asiática foi exemplo marcante. 04. Criação da Organização das Nações Unidas, em cujo Conselho de Segurança manifesta-se o princípio de absoluta igualdade entre os Estados participantes. 08. Refluxo no processo de expansão socialista, em parte determinado pelo fracasso militar soviético durante a guerra.

A charge faz alusão à intensa rivalidade entre as duas maiores potências do século XX. O momento mais tenso dessa disputa foi provocado pela: a) ampliação da Guerra do Vietnã. b) construção do muro de Berlim. c) instalação de mísseis em Cuba. d) eclosão da Guerra dos Sete Dias. e) invasão do território do Afeganistão

4. (Enem 2016)

O regime do Apartheid, adotado de 1948 a 1994 na África do Sul, fundamentava-se em ações estatais de segregacionismo racial. Na imagem, fuzileiros navais fazem valer a “lei do passe” que regulamentava o(a): a) concentração fundiária, impedindo os negros de tomar posse legítima do uso da terra. b) boicote econômico, proibindo os negros de consumir produtos ingleses sem resistência armada. c) sincretismo religioso, vetando os ritos sagrados dos negros nas cerimônias oficiais do Estado. d) controle sobre a movimentação, desautorizando os negros a transitar em determinadas áreas das cidades. e) exclusão do mercado de trabalho, negando à população negra o acesso aos bens de consumo. #ORGULHODESERPRÓ |

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5. (UFSC 2016) São 70 anos do fim da Segunda Guerra

7. (ENEM 2009) O ano de 1968 ficou conhecido pela

Mundial (1939-1945). Um conflito que mostrou um mundo dividido entre raças, religiões, poder econômico e político, extremismo ideológico e, sobretudo, uma falta de civilidade que deixou mais de 60 milhões de mortos, sendo uma travessia para a Guerra Fria, só dizimada no início de 1990. São sete décadas que nos afastam da batalha mais devastadora da nossa história, e qual dessas mazelas o mundo já conseguiu superar? Um olhar atento pelos desafios atuais do planeta mostra que ainda estamos longe de extirpar algumas delas.

efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”. Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968: a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa. b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes. c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80. d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura. e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias.

Por Marcos Oliveira. Publicado em 29/08/2015, no Jornal do Commercio. Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2015.

Sobre a conjuntura internacional após a Segunda Guerra Mundial, é CORRETO afirmar que: 01. após a queda do muro de Berlim, em 1989, a construção de muralhas de separação entre os povos passou a ser considerada “crime de guerra” pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tornou-se uma estratégia praticamente inexistente na atualidade. 02. o movimento sionista, promovido por árabes muçulmanos, articulou-se como resistência à fundação de um Estado judeu na região da Palestina. 04. a independência da Índia, liderada por Mahatma Gandhi e oficializada em 1947, fez parte de um processo de desagregação do império colonial britânico. 08. a expressiva vitória estadunidense na Guerra do Vietnã elevou o prestígio interno e externo das lideranças políticas do país. 16. no contexto da Guerra Fria, interessadas em ampliar suas respectivas áreas de influência, as superpotências Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) passaram a apoiar movimentos de independência na África e na Ásia. 32. na Conferência de Bandung, realizada em 1955 na Indonésia, as potências europeias estabeleceram a reorganização e a redistribuição das áreas coloniais na Ásia e na África. 64. na América Latina, diferentemente do que aconteceu com Cuba e seu processo revolucionário, o Chile implantou um governo de ideais socialistas após a vitória de Salvador Allende nas eleições democráticas de 1970.

6. (ENEM 2009) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como: a) Cortina de Ferro. b) Muro de Berlim. c) União Europeia. d) Convenção de Ramsar. e) Conferência de Estocolmo.

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8. (ENEM 2009) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade. O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta: a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria. c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes. d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo. e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares.


9. (ENEM 2012)

b) à organização partidária da juventude comunista, visando o estabelecimento da ditadura do proletariado. c) à unificação das noções de libertação social e libertação individual, fornecendo um significado político ao uso do corpo. d) à defesa do amor cristão e monogâmico, com fins à reprodução, que era tomado como solução para os conflitos sociais. e) ao reconhecimento da cultura das gerações passadas, que conviveram com a emergência do rock e outras mudanças nos costumes.

Com sua entrada no universo dos gibis, o Capitão chegaria para apaziguar a agonia, o autoritarismo militar e combater a tirania. Claro que, em tempos de guerra, um gibi de um herói com uma bandeira americana no peito, aplicando um sopapo no Fürer, só poderia ganhar destaque, e o sucesso não demoraria muito a chegar. A capa da primeira edição norte-americana da revista do Capitão América demonstra sua associação com a participação dos Estados Unidos na luta contra: a) a Tríplice Aliança, na Primeira Guerra Mundial. b) os regimes totalitários, na Segunda Guerra Mundial. c) o poder soviético, durante a Guerra Fria. d) o movimento comunista, na Guerra do Vietnã. e) o terrorismo internacional, após 11 de setembro de 2001.

10. (ENEM 2012)

Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou a campanha contra a Guerra do Vietnã culminaram no estabelecimento de diferentes formas de participação política. Seus slogans, tais como “Quando penso em revolução quero fazer amor”, se tornaram símbolos da agitação cultural nos anos 1960, cuja inovação relacionava-se: a) à contestação da crise econômica europeia, que fora provocada pela manutenção das guerras coloniais. #ORGULHODESERPRÓ |

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muitas vezes são também presentes em países que jamais pertenceram a uma metrópole, ou que, mesmo tendo pertencido, já conquistaram sua “independência”.

EXPANSÃO MARÍTIMA EUROPEIA DOS SÉCULOS XV E XVI Ao iniciar os estudos sobre o Brasil Colônia, devemos ter em mente que essa parte de nossa história esteve intimamente vinculada aos interesses europeus. Dessa forma, para compreendermos esse período, faz-se necessário o conhecimento do contexto Europeu do início da Idade Moderna. MERCANTILISMO E COLONIZAÇÃO Quando o comércio atingiu um nível de crescimento que começou a influenciar e modificar toda a estrutura social e econômica europeia, estava iniciada a Revolução Comercial, que se estendeu do século XV ao XVIII. Durante esses quatro séculos o sistema de produção existente na Europa foi de transição, caracterizado pelos últimos vestígios do feudalismo e alguns prenúncios do capitalismo. Baseado no comércio e comandado pela burguesia mercantil, esse sistema desenvolveu-se por meio da acumulação do capital comercial, isto é, do capital gerado na comercialização de mercadorias e, por isso mesmo, recebeu o nome de capitalismo comercial. Assim, as transformações desencadeadas pela Revolução Comercial destruíram os mecanismos econômico-financeiros até então em vigor, substituindo-os por outros, mais adaptados à nova realidade econômica. Esse conjunto de novos conceitos e práticas recebeu o nome de mercantilismo. Dentre os inúmeros princípios mercantilistas, destacam-se quatro: 1. a comercialização de mercadorias domina e controla a produção de mercadorias; 2. a comercialização é mais lucrativa do que a produção; 3. as exportações de um país devem ser maior do que suas importações; 4. um país deve acumular as maiores reversas de ouro e prata que puder (princípio do metalismo). Os dois primeiros princípios explicam por que Portugal não ocupou nem colonizou o Brasil logo após a descoberta. E os dois últimos definem a função econômica da colônia. A Caracterização Colonial Se nos perguntassem o que é uma colônia, provavelmente responderíamos: “É um território dependente, pois pertence a uma metrópole”. Porém esta definição seria apenas parcialmente correta, já que, na realidade, o que define uma região ou um país como colonial são determinadas características de sua estrutura econômica, social, política e cultural. Essas características aparecem, de modo geral, em territórios que não possuem governo próprio, ou, como habitualmente se diz, não são independentes. É bom lembrar que essas características

No caso específico do Brasil, podemos dizer que fomos uma colônia por dois motivos: primeiro, porque pertencíamos a uma metrópole (Portugal) e, segundo, porque nossa estrutura socioeconômica era tipicamente colonial. Vamos examinar, então, mais detalhadamente, os aspectos que davam ao Brasil sua caracterização colonial. A Função Econômica da Colônia Anteriormente vimos os conceitos mercantilistas fundamentais. Pois bem, são os dois últimos daqueles conceitos que definiam a função econômica de uma colônia em relação à sua metrópole na época do mercantilismo. Em termos gerais, a metrópole adquiria na colônia as mercadorias nela produzidas, para comercializá-las na Europa. Dessa forma, a metrópole não precisava comprar essas mercadorias em outros países, o que reduzia as importações e, consequentemente, seus gastos em ouro. Além disso, a metrópole reexportava essas mercadorias, o que aumentava suas exportações e, assim também, seus ganhos em ouro. Em resumo, por esse processo, a metrópole aumentava suas reservas em ouro. A essa divisão de trabalho – a colônia produz (atividade menos lucrativa) e a metrópole comercializava (atividade mais lucrativa) – dá-se o nome de Pacto Colonial. Portanto, em termos econômicos, o Brasil era colônia porque:  o açúcar destinava-se ao mercado externo e não interno;  a produção açucareira visava satisfazer os interesses de Portugal e não os do Brasil;  dedicando-se apenas à produção, o Brasil deixava a parte mais lucrativa de empreendimento – a comercialização – com a metrópole;  grande parte da renda obtida pela colônia acabava sendo desviada para Portugal, pois, como o Brasil produzia quase só açúcar, era preciso importar praticamente todos os outros produtos aqui consumidos;  o monopólio comercial, que obrigava o Brasil a fazer o seu comércio exterior através de Portugal, reforçou ainda mais a subordinação da colônia à metrópole. Temos, assim, completo o quadro que caracterizava a estrutura de produção tipicamente colonial do Brasil. O conjunto de relações existentes entre as metrópoles europeias e as áreas coloniais, entre os séculos XVI e XVIII, é chamado de Antigo Sistema Colonial (nos séculos XIX e XX tivemos o neocolonialismo). E foi de acordo com o Sistema Colonial que viveram, por longo tempo, o Brasil e boa parte do mundo.

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Expansão Marítima Uma das formas mais lucrativas de comercialização na época era trazer à Europa especiarias vindas de outros continentes. Produtos como o cravo, a pimenta e a canela proporcionavam grandes lucros à burguesia comercial. A partir de então o comércio com o oriente passou a ser de fundamental importância. Desde o fim das Cruzadas, o mar Mediterrâneo, principal via de comercialização da época, era controlado pela Itália. Coube a outras nações buscar rotas comerciais para chegar ao oriente, que não passassem pelo Mediterrâneo. Tinha início a Expansão Marítima. Portugal foi o grande pioneiro no processo de Expansão Marítima, isso devido a sua precoce centralização política, ocorrida com a Revolução de Avis (1383 – 1385). A Escola de Sagres, principal centro de estudos náuticos da época, criada por D. Henrique, também contribuiu para o sucesso português. Além disso, os marinheiros portugueses já tinham alguma experiência com a pesca no Atlântico. Essas particularidades deram condição a Portugal lançar-se no Mar Tenebroso no início do século XV. A ideia era chegar à Índia contornando o continente africano. Outra nação que também deu início às navegações ultramarinas ainda no século XV foi a Espanha. Todavia a rota almejada pelos espanhóis era outra: navegar para o ocidente para chegar ao oriente. Principais Datas:  1415-1469: Portugal faz colônias ao norte do Bojador; 1488: Bartolomeu Dias chega ao Cabo da Boa Esperança;  1492: Cristóvão Colombo chega às Américas; 1498: Vasco da Gama chega à Índia;  1500: Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil. Em 1494, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, dividindo o mundo entre as nações ibéricas. Tal tratado acabou determinando que o Brasil, ou pelo menos boa parte dele, pertencesse a Portugal. A "descoberta" oficial ocorreu em 1500. Porém, segundo alguns historiadores, na ocasião do Tratado de Tordesilhas já existia uma razoável certeza quanto à existência de terras a Ocidente. Descoberta ou acidente? Rejeitando-se tais hipóteses, qual seria a intenção da expedição de Cabral? A colonização veio como consequência do descobrimento, não tendo sido essa a finalidade.

português nas navegações se deu exclusivamente a uma dádiva natural. 02. Dois importantes concorrentes portugueses nas grandes navegações foram França e Inglaterra que, assim como Portugal, foram países favorecidos pela paz reinante em seus territórios durante os séculos XIV e XV. 04. São consequências importantes das grandes navegações o crescimento de operações comerciais e a diversificação de produtos provenientes das Américas, como o tabaco, o milho, a batata e o cacau. 08. A conquista espanhola nas Américas ocorreu de forma pacífica, uma vez que os incas tiveram a liberdade de exercer suas atividades culturais e econômicas de modo independente da Espanha. 16. Dentre os habitantes das Américas estavam astecas, incas e maias. Os maias desenvolveram um sistema matemático e astronômico bastante apurado.

2. A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI permitiu: a) A formação de domínios coloniais que dinamizaram o comércio europeu. b) O crescimento do comércio de especiarias pelas rotas do Mediterrâneo. c) A implantação de impérios coloniais na Ásia, para extração de metais preciosos. d) O fortalecimento do feudalismo e da servidão na Europa Ocidental. e) A colonização do tipo mercantilista, sem a interferência do Estado e da Igreja.

3. (UFPE) Portugal e Espanha foram, no século XV, as nações modernas da Europa, portanto, pioneiras nos grandes descobrimentos marítimos. Identifique as realizações portuguesas e as espanholas, no que diz respeito a esses descobrimentos. 01. Os espanhóis, navegando para o Ocidente, descobriam, em 1492, as terras do Canadá. 02. Os portugueses chegaram ao Cabo das Tormentas, na África, em 1488. 04. Os portugueses completaram o caminho para as Índias, navegando para o Oriente, em 1498. 08. A coroa espanhola foi responsável pela primeira circunavegação da Terra iniciada em 1519, por Fernão de Magalhães. Sebastião El Cano chegou de volta à Espanha em 1522. 16. Os portugueses chegaram às Antilhas em 1492, confundindo o Continente Americano com as Índias.

4. (Cesgranrio) O descobrimento do Brasil foi parte do 1. (UFSC 2012) As grandes navegações foram responsáveis por transformações importantes, tanto na Europa como nas Américas. Sobre as grandes navegações, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. Portugal possui um grande litoral e, consequentemente, só poderia se dedicar ao comércio marítimo: o pioneirismo 2 | Pró Floripa

plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente: a) A posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano.


b) O Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente. c) O desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias. d) A procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América. e) Essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia.

5. (Mackenzie) As razões do pioneirismo português na Expansão Marítima dos séculos XV e XVI foram: a) A invasão da Península Ibérica pelos árabes e a conquista de Calicute pelos turcos. b) A assinatura do Tratado de Tordesilhas por Portugal e pelos demais países europeus. c) Um Estado Liberal centralizado, voltado para a acumulação de novos mercados consumidores. d) As guerras religiosas, a descentralização política do Estado e o fortalecimento dos laços servis. e) Uma monarquia centralizada, interessada no comércio de especiarias.

6. (CESGRANRIO) Foram inúmeras as consequências da expansão ultramarina dos europeus, gerando uma radical transformação no panorama da história da humanidade. Sobressai como UMA importante consequência: a) A constituição de impérios coloniais embasados pelo espírito mercantilista. b) A manutenção do eixo econômico do Mar Mediterrâneo com acesso fácil ao Oceano Atlântico. c) A dependência do comércio com o Oriente, fornecedor de produtos de luxo como sândalo, porcelanas e pedras preciosas. d) O pioneirismo de Portugal, explicado pela posição geográfica favorável. e) A manutenção dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa.

PERÍODO PRÉ-COLONIAL E ADMINISTRAÇÃO COLONIAL PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500 – 1530) O açúcar não foi a primeira atividade econômica ocorrida no Brasil. Como foi dito anteriormente, o mercantilismo baseia-se na comercialização de mercadorias que atingem grande valor no mercado europeu. A essas mercadorias - de pequeno volume e grande valor comercial – dá-se o nome de especiarias. Acredita-se que os portugueses chegaram ao Brasil por “engano”. Quando saiu de Portugal, Pedro Álvares Cabral dirigia-se às Índias, em busca de especiarias. As correntes marítimas e os ventos do Atlântico acabaram “empurrando” a nau do português para a costa brasileira. No entanto, constatou-se que aqui havia poucas especiarias que pudessem ser comercializadas no mercado europeu e, dessa forma, Portugal optou por dar continuidade ao comércio com a Índia ao invés de iniciar uma efetiva ocupação do território recém descoberto. Esse período em que Portugal descobre, mas não ocupa, ganhou o nome de período Pré-Colonial, e estende-se de 1500 a 1530. A economia desse período baseou-se na extração do pau brasil. A madeira era cortada e armazenada pelos nativos (indígenas), que recebiam pequenos objetos como forma de pagamento (prática que recebe o nome de escambo). Sendo assim, não podemos falar em escravidão, e muito menos em trabalho assalariado, durante o período PréColonial. A ausência de Portugueses no território recém descoberto facilitava a invasão de outras nações europeias, que também buscavam os lucros da comercialização do pau brasil. Assim, a partir de 1532, Portugal opta por ocupar o território, porém sem ter grandes gastos com a colonização.

7. (Fuvest) Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava: a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima. b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional. c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais. d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias. e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha. #ORGULHODESERPRÓ | 3


maioria, esse donatários eram da baixa nobreza ou fidalgos, e não tinham grandes recursos financeiros. Em resumo: a coroa portuguesa transferiu o custo da colonização para donatários que não tinham recursos para realizar tal tarefa. O resultado logicamente foi catastrófico. De todas as capitanias, apenas duas obtiveram sucesso: a de São Vicente (que recebeu grande auxílio da coroa portuguesa) e a de Pernambuco (financiada pelos holandeses). Governo Geral Para solucionar o problema das capitanias e garantir as possessões portuguesas, a coroa criou o Governo Geral. Com sede em Salvador, em 1548 – primeira capital brasileira –, e tendo como governador Tomé de Souza, Portugal implantou seu primeiro sistema administrativo em terras brasileiras. Foi através desse esquema que o Brasil foi governado durante quase todo o período colonial. O Governo Geral (1549/1572) pode ser definido como primeiro esboço do poder público no Brasil. Os primeiros Governadores Gerais foram encarregados de tarefas administrativas e militares, sendo os primeiros marcos da tarefa colonizadora: - Tomé de Souza (1549/1553): vinda dos primeiros jesuítas, Fundação de Salvador, Fundação do primeiro colégio, incentivos à agricultura e pecuária (primeiras cabeças de gado); - Duarte da Costa (1553/1558): Fundação do Colégio de São Paulo de Piratininga (1554). Invasão francesa no Rio de Janeiro (1555): fundaram a França Antártica; - Mem de Sá (1558/1572): Confederação dos Tamoios, Fundação de São Sabastião do Rio de Janeiro por Estácio de Sá (1565) e expulsão dos franceses (1567). Jesuítas no Brasil – Educação colonial Os Jesuítas chegaram ao Brasil com o objetivo de cristianizar as populações indígenas do território colonial. Com esse fim, criaram as missões jesuíticas, também conhecidas como reduções guaraníticas. Nesses espaços, os religiosos transmitiam os valores culturais e a religiosidade europeia às populações indígenas. Muitas missões eram atacadas por bandeirantes, que aprisionavam e vendiam como escravos os indígenas já adaptados a rotina de trabalho dos colonizadores. Como eram muito visadas na região litorânea, essas missões passaram a ser montadas no interior, com destaque para a formação dos Sete Povos das Missões.

Capitanias Hereditárias As Capitanias Hereditárias foram a forma encontrada por Portugal para defender o litoral brasileiro de invasões de outras nações europeias. A ideia era ocupar para defender. Todavia, buscava-se também transferir para a iniciativa privada o custo com a colonização. O território foi dividido em 15 lotes e distribuído a 12 donatários que receberam a incumbência de defender seus lotes e desenvolver a economia colonial. Em sua grande 4 | Pró Floripa


Os Sete Povos das Missões No Brasil Colonial, a educação e o acesso ao conhecimento eram controlados pela Igreja através da ação jesuíta. As primeiras instituições de ensino foram fundadas e administradas pela Companhia de Jesus, o que é fundamental para entendermos a predominância da fé católica em nosso país nos dias atuais. As disputas territoriais entre as coroas ibéricas levou à assinatura do Tratado de Madrid, em 1750. Portugal abriria mão da Colônia de Sacramento em troca da região dos Sete Povos das Missões, que deveria ser desocupada e seus habitantes deveriam migrar para o lado do domínio espanhol. Jesuítas e índios se negaram a deixar a região e resistiram à ocupação portuguesa, dando início às Guerras Guaraníticas. Espanhóis e portugueses, contando com melhores armamentos, venceram a guerra, que se desenrolou por mais de cinco anos. Depois do conflito, visando maior autonomia administrativa, o Marquês de Pombal ordenou a saída dos jesuítas do Brasil. Com a morte de Mem de Sá, o Brasil foi dividido em dois: O Governo do Norte e o Governo do Sul. No século XVII ocorre outra divisão: Estado do Maranhão e o Estado do Brasil, pois em 1612, interessados na colônia, os franceses tentaram apoderar- se do Maranhão, onde poderiam intervir no Caribe, por onde passavam navios espanhóis carregados de metais preciosos. Fundaram a cidade de São Luís, e queriam fundar a França Equinocial. O fracasso francês deu início à colonização do Maranhão, e sua transformação em colônia separada do Brasil. Com a implantação de uma sede administrativa, tornou-se necessário desenvolver uma atividade econômica realmente lucrativa, pois, afinal de contas, Portugal começou a ter gastos com a colônia e o processo de colonização tornou-se efetivo.

1. (UDESC) Analise as proposições sobre as populações indígenas na História do Brasil. I. A escravidão indígena não vigorou porque as populações indígenas não possuíam vocação para a agricultura de

grande escala, tal como a implementada pela metrópole portuguesa. II. A contribuição indígena foi marcante em elementos do folclore, da culinária e da língua, e também no que diz respeito à organização social e econômica do Brasil. III. Em Santa Catarina, a concentração de populações indígenas foi maior no litoral, em especial com a população Guarani, Xokleng e Kaingang. No interior do Estado houve um grande vazio populacional, o que motivou as políticas de incentivo à imigração europeia na região. IV. O assassinato de lideranças indígenas, na contemporaneidade, possui vínculos com as lutas pela demarcação de terras indígenas. V. No período da chegada dos europeus, no Brasil, as populações indígenas organizaram diversas expedições de luta e de resistência à invasão europeia, chegando a organizar uma grande confederação de povos indígenas do litoral do Rio de Janeiro e do Vale do Paraíba para expulsar os portugueses. Essa revolta ficou conhecida como Confederação dos Tamoios e contou com a aliança de lideranças indígenas com invasores franceses estabelecidos no Rio de Janeiro. Assinale as alternativa corretas. A. ( ) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. B. ( ) Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras. C. ( ) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. D. ( ) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. E. ( ) Todas as afirmativas são verdadeiras.

2. (UFSC) "Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro, nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os dentre Douro e Minho, porque neste tempo de agora assim os achávamos como os de lá. As águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém, o melhor fruto, que dela se pode tirar, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza nela deve lançar (...)." Pero Vaz de Caminha. Carta a el-rei D. Manuel (1 de maio de 1500). As informações do texto apresentado permitem afirmar que: 01. As terras avistadas despertaram o entusiasmo do cronista pela extensão e pelas possibilidades que ofereciam da existência de metais preciosos. 02. As referências ao clima, às águas, ao solo, à natureza e às possibilidades de evangelização confirmam a certeza do cronista que as terras eram habitadas. 04. A possibilidade de os nativos serem salvos apresentavase para o cronista como o principal investimento para os portugueses. 08. Aos olhos do cronista de Cabral, as terras vislumbradas da caravela ofereciam possibilidades promissoras ligadas à agricultura, à pecuária e à mineração. #ORGULHODESERPRÓ | 5


16. As atitudes amistosas dos nativos da América para com os portugueses, a inocência de sua nudez e o meio ambiente descrito pelo cronista confirmavam a localização do paraíso terrestre.

3. (ENEM 2009) Para Caio Prado Jr., a formação brasileira se completaria no momento em que fosse superada a nossa herança de inorganicidade social ― o oposto da interligação com objetivos internos ―, trazida da colônia. Este momento alto estaria, ou esteve, no futuro. Se passarmos a Sérgio Buarque de Holanda, encontraremos algo análogo. O país será moderno e estará formado quando superar a sua herança portuguesa, rural e autoritária, quando então teríamos um país democrático. Também aqui o ponto de chegada está mais adiante, na dependência das decisões do presente. Celso Furtado, por seu turno, dirá que a nação não se completa enquanto as alavancas do comando, principalmente do econômico, não passarem para dentro do país. Como para os outros dois, a conclusão do processo encontra-se no futuro, que agora parece remoto. Acerca das expectativas quanto à formação do Brasil, a sentença que sintetiza os pontos de vista apresentados no texto é: a) Brasil, um país que vai pra frente. b) Brasil, a eterna esperança. c) Brasil, glória no passado, grandeza no presente. d) Brasil, terra bela, pátria grande. e) Brasil, gigante pela própria natureza.

4. (UFPR) Em 1776, o primeiro ministro do reino português, Marquês de Pombal, escrevia: "Para que prestem à utilidade desejada, as colônias não podem ter o necessário para subsistir por si sem dependência da metrópole". (LAPA, J.R.A. O ANTIGO SISTEMA COLONIAL. São 1982.)

Paulo, Brasiliense,

As palavras de Pombal denotam a "lógica colonialista" que comandava as relações Brasil-Portugal. A respeito de tais relações, é correto afirmar: 01. O comércio e a navegação da colônia independiam das atividades comerciais da metrópole. 02. Cabia à colônia o papel de suprir a metrópole de matérias-primas necessárias ao seu enriquecimento. 04. A colônia deveria oferecer mercado consumidor às manufaturas produzidas pela metrópole. 08. O sistema de monopólio comercial funcionava como um dos eixos do mecanismo colonial. 16. Para a satisfação do mercado externo, a produção colonial foi organizada com base na policultura e nas pequenas propriedades.

comércio entre as capitanias e para a capitalização dos proprietários de terras. 02. A monocultura caracterizou a área de produção do açúcar, enquanto a policultura vigorou em todas as outras áreas econômicas coloniais. 04. A pequena propriedade agrícola, característica da área de plantação do fumo, caracterizou também as regiões de plantação de algodão, café e cacau. 08. A escravidão indígena, substituída desde cedo em toda a colônia pela escravidão africana, foi condenada pela Igreja, pelo governo português e pelos governos coloniais. 16. O comércio colonial era fator de transferência de lucros da colônia para a metrópole, já que, detendo legalmente a exclusividade desse comércio, Portugal controlava os preços e as atividades de exportação e importação. 32. A criação de gado, considerada atividade de importância secundária, foi desenvolvida em pequenas propriedades próximas das áreas de cultivo do açúcar, não se distanciando das zonas de povoamento do litoral. 64. O monopólio comercial estabelecido por Portugal sobre o Brasil colonial foi derrubado a partir da União das Coroas Ibéricas em 1580.

6. (Mackenzie) A árvore de pau-brasil era frondosa, com folhas de um verde acinzentado quase metálico e belas flores amarelas. Havia exemplares extraordinários, tão grossos que três homens não poderiam abraçá-los. O tronco vermelho ferruginoso chegava a ter, algumas vezes, 30 metros(...) Náufragos, Degredados e Traficantes (Eduardo Bueno) Em 1550, segundo o pastor francês Jean de Lery, em um único depósito havia cem mil toras. Sobre esta riqueza neste período da História do Brasil, podemos afirmar: a) O extrativismo foi rigidamente controlado para evitar o esgotamento da madeira. b) Provocou intenso povoamento e colonização, já que demandava muita mão de obra. c) Explorado com mão de obra indígena, através do escambo, gerou feitorias ao longo da costa; seu intenso extrativismo levou ao esgotamento da madeira. d) O litoral brasileiro não era ainda alvo de traficantes e corsários franceses e de outras nacionalidades, já que a madeira não tinha valor comercial. e) Os choques violentos com as tribos foram inevitáveis, já que os portugueses arrendatários escravizaram as tribos litorâneas para a exploração do pau-brasil.

7. (Mackenzie) Enquanto os portugueses escutavam a

5. (UFBA) Sobre os fundamentos econômicos do Brasil colonial, é possível afirmar: 01. A produção colonial orientava-se para o consumo interno dos gêneros tropicais, para a dinamização do 6 | Pró Floripa

missa com muito "prazer e devoção", a praia encheu-se de nativos. Eles sentavam-se lá surpresos com a complexidade do ritual que observavam ao longe. Quando D. Henrique acabou a pregação, os indígenas se ergueram e começaram a soprar conchas e buzinas, saltando e dançando (...) Náufragos Degredados e Traficante (Eduardo Bueno)


Esse contato amistoso entre brancos e índios era preservado a) pela Igreja, que sempre respeitou a cultura indígena no decurso da catequese. b) até o início da colonização quando o índio, vitimado por doenças, escravidão e extermínio, passou a ser descrito como sendo selvagem, indolente e canibal. c) pelos colonos que escravizaram somente o africano na atividade produtiva de exportação. d) em todos os períodos da História Colonial Brasileira, passando a figura do índio para o imaginário social como "o bom selvagem e forte colaborador da colonização". e) sobretudo pelo governo colonial, que tomou várias medidas para impedir o genocídio e a escravidão.

8. (Mackenzie) ...Esta terra, senhor, nela não podemos saber que haja ouro nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro, nem lho vimos (...) o melhor fruto que dela se pode tirar me parece será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...), pois o desejo que tinha de tudo vos dizer, mo fez por assim pelo miúdo. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, Sextafeira, primeiro dia de maio de 1500. Esses trechos da carta do escrivão Pero Vaz de Caminha apresentam elementos que nos indicam alguns objetivos das grandes navegações. Dentre esses objetivos, podemos destacar: a) Acabar com a circulação de mercadorias baseada no bulionismo, em decorrência da escassez de metais preciosos na Europa Ocidental. b) A conquista de terras para a obtenção de riquezas, através da renda sobre a terra, defendida pelos teóricos fisiocratas da época. c) A obtenção de novos mercados de matéria-prima e a política do laissez faire para a ampliação do fornecimento de produtos manufaturados. d) O processo de crescimento econômico, através da conquista de novos mercados, a catequese e a consequente afirmação dos Estados Nacionais. e) A emigração do excedente populacional europeu, decorrente da descentralização política e investimento de capitais na periferia do sistema capitalista.

portanto, resolvia os problemas de financiamento e comercialização do produto na Europa. Os comerciantes portugueses e holandeses que financiaram, com grande margem de riscos, a montagem da produção açucareira no Brasil, naturalmente esperavam obter lucros que compensassem seus investimentos. Assim, a cultura da cana-de-açúcar foi estabelecida de modo a alcançar máxima rentabilidade: baseou-se na plantation, ou seja, na grande propriedade – monocultora, escravista e produtora em larga escala de açúcar destinado aos mercados externos. A plantation gerou uma alta especialização na produção – produzia-se quase somente açúcar – e uma alta concentração de renda: a maior parte dessa renda ia para o exterior, e a menor permanecia no Brasil, concentrada nas mãos dos senhores de engenho. A sociedade desta época estava dividida praticamente em apenas duas classes: os senhores de engenho e os escravos. Podemos afirmar então que a sociedade brasileira era dividida entre a Casa Grande e a Senzala.

O CICLO AÇUCAREIRO Tomada a decisão de se colonizar o Brasil, o passo seguinte foi a escolha do produto base dessa colonização. Portugal escolheu o açúcar pelas inúmeras vantagens que lhe trazia. Além disso, o produto escolhido garantia a presença dos holandeses no empreendimento, pois eles já estavam associados aos portugueses na produção açucareira da Madeira e dos Açores. Essa participação holandesa, #ORGULHODESERPRÓ | 7


O pacto entre portugueses e espanhóis foi quebrado quando ocorreu a União Ibérica. Problemas na secessão do trono português fizeram Filipe II, rei da Espanha, tornar-se também rei de Portugal. A Espanha decretou bloqueio comercial à Holanda. Os comerciantes holandeses viram seus investimentos no açúcar brasileiro desaparecer e iniciaram-se as invasões holandesas. A primeira invasão holandesa deu-se em 1622, em Salvador. A Espanha mandou a maior esquadra que até então havia cruzado o Atlântico para combater os holandeses. Derrotados nessa tentativa, os holandeses retornaram no ano de 1630, dessa vez invadindo Pernambuco. O auge do ciclo do açúcar se dá entre os anos de 1635 e 1645, justamente durante o período em que Maurício de Nassau (Governador Holandês) faz novas parcerias com os produtores e volta a comercializar o açúcar brasileiro na Europa. O fim do ciclo do açúcar começa em 1654, quando os holandeses são expulsos do Brasil e começam a produzir nas Antilhas. A produção das Antilhas e a entrada do açúcar de beterraba geraram uma grande oferta do produto no mercado europeu. Assim como no capitalismo, também no mercantilismo a oferta varia de maneira inversamente proporcional ao preço: a grande oferta gera queda nos preços do açúcar. Finda o ciclo da cana-de-açúcar no Brasil.

1. (UFSC 2011) A produção e a comercialização do açúcar foi uma das principais bases econômicas da colonização portuguesa no Brasil. Sobre este tema, é CORRETO afirmar que: 8 | Pró Floripa

01. o interesse dos portugueses em produzir açúcar no Brasil estava relacionado aos conhecimentos que estes acumularam por várias décadas com o cultivo da cana e a fabricação de açúcar nas ilhas atlânticas sob seu domínio. 02. as tentativas de ocupação francesa, e depois holandesa, no Brasil, ocorreram, em primeiro lugar, em função das descobertas de minas de ouro no interior e, em segundo, devido à produção de açúcar no litoral. 04. a organização social das áreas canavieiras do Brasil gerou uma sociedade escravista em torno do complexo “casa grande e senzala”. Dessa forma, ao contrário da Europa, o Brasil não conheceu uma sociedade aristocrática. 08. a política mercantilista propunha a independência e a emancipação das colônias, o que causou profunda crise no sistema colonial português. 16. a grande quantidade de açúcar produzido no Brasil no período colonial tornava este produto pouco competitivo no mercado internacional, razão pela qual foi substituído pelo café como principal produto de exportação. 32. para desenvolver a economia açucareira, Portugal precisou recorrer a banqueiros e mercadores holandeses, os quais financiavam a instalação de engenhos, a aquisição de escravos, o transporte e a distribuição do produto na Europa. 2. (UFPR) No período compreendido entre os anos de 1624 e 1654, o Brasil-colônia foi alvo de duas tentativas de conquista por parte da Companhia das Índias Ocidentais, importante empresa mercantil dos Países-Baixos (Holanda). Sobre a conjuntura do domínio holandês no Brasil, é correto afirmar que: 01. A ocupação holandesa se fez sem resistência de qualquer espécie. 02. A invasão foi decidida principalmente em função dos lucros que poderiam ser auferidos pela Companhia das Índias Ocidentais com a exploração do açúcar, então a principal riqueza do Brasil. 04. O ataque à colônia era uma tentativa dos Países Baixos de atingir a Espanha, país com o qual travou uma guerra prolongada, uma vez que, com a União Ibérica, o reino de Portugal e todas as suas colônias haviam passado ao domínio do Imperador espanhol Filipe II. 08. Com a saída dos holandeses do nordeste brasileiro, a economia açucareira atingiu o apogeu no Brasil.

3. (UFPR) Nos séculos XVI e XVII o Brasil foi alvo de invasões e de empreendimentos por parte de diversas nações europeias. A este respeito, é correto afirmar que: 01. Os franceses fundaram a França Antártica (1555) no Rio de Janeiro e a França Equinocial (1612) no Maranhão. 02. Os ingleses fizeram incursões, saqueando portos e suas povoações, bem como apresando cargas de navios. 04. Os holandeses se estabeleceram no nordeste brasileiro de 1630 a 1654, empenhando-se principalmente na produção e exploração do açúcar. 08. As invasões holandesas estavam ligadas à Companhia das Índias Ocidentais, criada para a exploração mercantil das colônias na América.


CIVILIZAÇÃO DO AÇÚCAR: DA COLÔNIA AO ETANOL. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 8, n. 94, p. 17, jul. 2013.

4. (FUVEST) Foram, respectivamente, fatores importantes na ocupação holandesa no Nordeste do Brasil e na sua posterior expulsão: a) o envolvimento da Holanda no tráfico de escravos e os desentendimentos entre Maurício de Nassau e a Companhia das Índias Ocidentais. b) a participação da Holanda na economia do açúcar e o endividamento dos senhores de engenho com a Companhia das Índias Ocidentais. c) o interesse da Holanda na economia do ouro e a resistência e não aceitação do domínio estrangeiro pela população. d) a tentativa da Holanda em monopolizar o comércio colonial e o fim da dominação espanhola em Portugal. e) a exclusão da Holanda da economia açucareira e a mudança de interesses da Companhia das Índias Ocidentais.

5. A ocupação portuguesa do litoral Norte e Nordeste do Brasil, em fins do século XVI e início do século XVII, deu-se em virtude dos ataques ingleses, franceses e holandeses a esse território. Sobre tais invasões e ocupações, identifique as proposições verdadeiras e falsas. 01. Os franceses invadiram Sergipe d'El Rei, a Paraíba, o Rio Grande do Norte, o Ceará, o Maranhão e o Grão-Pará. 02. Os holandeses ocuparam, por longo tempo, os territórios da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. 04. Os franceses, holandeses e ingleses conquistaram todo o Norte e Nordeste, restando aos portugueses, no século XVI, o domínio do território abaixo da Bahia. 08. De todas as invasões do século XVII, a holandesa foi a mais duradoura, no sentido da permanência da ocupação. Em Pernambuco, o domínio holandês se estendeu de 1630 a 1654.

6. (UFSC2014) O açúcar nosso de cada dia. Há quem diga que o sexo e a comida são os dois maiores prazeres da vida. No caso brasileiro, o açúcar vem cumprindo um papel histórico de dar liga aos dois, combinando a natureza violenta e dominadora a uma cultura adocicada, marcada pela negociação dos conflitos. A sensibilidade despertada pelo sabor açucarado e os lucros advindos desse comércio motivaram a construção de uma sociedade em que o mais português dos preconceitos não resistiu às tentações do suor escravo, conforme demonstrou Gilberto Freyre. Para mucamas, quituteiras, concubinas ou cozinheiras, a satisfação da gula tinha valor de liberdade. No cerco dos engenhos, o açúcar era o resultado de um complexo sistema produtivo, mas foi se tornando também a autonomia da colônia, a sobrevivência do escravo, o segredo da sedução feminina, a moeda dos mascates, o pecado, a autoridade e a violência do senhor.

Sobre a produção de cana-de-açúcar, é CORRETO afirmar que: 01. a aceleração da produção de açúcar nas regiões de floresta tropical do “novo mundo” está relacionada com um impacto social de enorme alcance: foi o principal estímulo para a construção do escravismo moderno. 02. entre as diversas plantas nativas da América, assimiladas pelos colonizadores, a cana-de-açúcar foi a grande responsável pela implantação do sistema colonial português no “novo mundo”. 04. no mundo pré-moderno, a culinária pouco utilizava o sabor adocicado – era pontual o uso do mel, do sorgodoce, de frutas, etc. Por ser fácil de armazenar e transportar, além de adoçar sem modificar muito o sabor da comida, o açúcar tornou-se o adoçante de uso quase hegemônico, com a implantação do sistema colonial português na América. 08. o sucesso da produção açucareira fez com que a coroa portuguesa instalasse uma complexa estrutura administrativa, fiscal e militar no Brasil, capaz de evitar a ação de contrabandistas e invasores. 16. conforme a produção açucareira se desenvolveu, o campo se ajustou ao seu produto principal e às suas necessidades. Gado, lenha e farinha de mandioca estavam todos ligados ao mundo dos engenhos. 32. estimulado principalmente pela produção de etanol, o cultivo de cana-de-açúcar ainda se mantém forte na economia brasileira, destacando-se, inclusive, pelo uso de alta tecnologia e pelo grande distanciamento do uso de mão de obra em condições semelhantes às da escravidão

7. (Cesgranrio) No século XVII, as invasões do nordeste brasileiro pelos holandeses estavam relacionadas às mudanças do equilíbrio comercial entre os países europeus porque: a) a Holanda apoiava a união das monarquias ibéricas. b) a aproximação entre Portugal e Holanda era uma forma de os lusos se liberarem da dependência inglesa. c) as Companhias das Índias Orientais e Ocidentais monopolizavam o escambo do pau-brasil. d) os holandeses tinham grandes interesses no comércio do açúcar. e) Portugal era tradicionalmente rival dos holandeses nas guerras europeias.

O CICLO DO OURO AS BANDEIRAS As bandeiras nasceram com dois objetivos principais: aprisionar índios e encontrar ouro. A busca por novas fontes de riqueza levou os bandeirantes à região do atual estado de Minas Gerais. A primeira jazida de ouro foi encontrada em Caetés, no ano e 1693. #ORGULHODESERPRÓ | 9


Modificações na estrutura de trabalho.

Os descendentes da antiga Capitania de São Vicente também foram importantes agentes nesse processo. A região das minas recebeu um grande número de habitantes, porém não produzia alimentos suficientes para atender a nova demanda. Nesse período o trabalho dos tropeiros foi essencial: eles buscavam o gado no Rio Grande do Sul e o levavam, pelo interior do Brasil, até a região das minas. Os caminhos de tropas também ajudaram o Brasil em seu processo de expansão territorial. Tratados de Limites:  El Pardo (1761), com a Espanha. O oeste do Rio Grande do Sul ficou para os Espanhóis.  Santo Ildefonso (1777), com a Espanha, que ficou com a Colônia do Sacramento.  Badajós (1801), com a Espanha, fixou os limites atuais no sul.

1. (UFSC2015) Sobre a mineração na América portuguesa, é A MINERAÇÃO Logo que descobriram as primeiras jazidas em Minas Gerais, a coroa publicou o Regimento dos Superintendentes, Guardas-Mores e Oficiais-Deputados para minas de ouro, em 1702. Para executar o Regimento, cobrar os impostos e superintender todo o serviço de mineração, foram criadas as Intendências das Minas, uma para cada capitania em que houvesse extração de ouro. No que se referia à mineração, eram elas totalmente independentes de qualquer outra autoridade colonial, prestando contas tão somente ao governo de Lisboa. Quanto aos impostos, ao iniciar o período da mineração, já havia uma lei anterior que estabelecia que aqueles que se dedicassem à extração aurífera pagariam o quinto, ou seja, entregariam à coroa 20% do ouro encontrado. Para solucionar o problema da sonegação estabeleceu-se, em 1725, as Casas de Fundição. O minerador entregava a essas casas seu ouro em pó, que era fundido e transformado em barras. Destas descontavam-se o quinto, sendo o restante devolvido ao minerador. Simultaneamente, proibiu-se a exportação e comercialização de ouro em pó. Em 1750 a coroa criou uma arrecadação mínima de 100 arroubas para o quinto. Caso não se atingisse tal quantidade, decretava-se a derrama – cobrança do quanto faltava para atingir as 100 arroubas. Essa cobrança violenta foi a causa de muitas revoltas, inclusive a mais famosa do período colonial: a Inconfidência Mineira. Além dos aspectos econômicos a mineração trouxe também várias outras mudanças para a colônia:  Surto demográfico;  Expansão territorial;  Surgimento da Classe Média;  Aumento das atividades ligadas ao comércio;  Crescimento do mercado interno; 10 | Pró Floripa

CORRETO afirmar que: 01. a grande instabilidade social do início da mineração resultou em diversos conflitos armados, sendo o mais conhecido deles a chamada Guerra dos Emboabas. 02. ao contrário da produção açucareira, a exploração das minas de ouro priorizou o trabalho livre em detrimento do uso de mão de obra escrava, em função dos frequentes temores de fugas e roubos por parte dos mineradores. 04. com o objetivo de assegurar o controle sobre a exploração do ouro, Portugal assumiu a posse das áreas mineradoras e passou a concedê-las em forma de lotes (datas). 08. a liberdade religiosa, uma das características das sociedades mineradoras, permitiu, ainda no século XVIII, a instalação de muitas igrejas e templos de diferentes religiões europeias e africanas. 16. o crescimento da produção aurífera nas últimas décadas do século XVIII fez com que o governo português reduzisse o controle sobre a cobrança de tributos, garantindo maior tranquilidade política na colônia do Brasil. 32. os artistas setecentistas da região das minas costumavam ser agrupados como representantes de um estilo denominado cubismo mineiro, típico das Minas Gerais.

2. (UFSC 2012) O legítimo sertanejo, explorador dos desertos, não tem em geral família. Enquanto moço, o seu fim único é devassar terras, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, despontar cabeceiras e furar matas que descobridor algum até então haja varado. A figura do homem que adentra o território está presente em vários momentos na História do Brasil. Sobre este tema, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. Os tropeiros se dedicavam ao comércio de gado, cavalos e burros, e viajavam principalmente entre Rio Grande do Sul e São Paulo.


02. As expedições dos bandeirantes paulistas em busca de metais preciosos contribuíram para o desbravamento do interior brasileiro, porém também contribuíram para o extermínio de populações nativas. 04. Apesar de pertencer ao caminho das tropas, Santa Catarina não recebeu influências das atividades tropeiras. 08. Os caminhos por onde passaram bandeirantes e tropeiros acabaram sendo abandonados e esquecidos. 16. A produção da borracha, no século XIX, estimulou a entrada na mata, em busca dos seringais, contribuindo para o desbravamento do interior do Brasil.

3. (UFSC) Assinale a única proposição correta. Nos ciclos sequenciais da economia do Brasil, a ordem cronológica é 01. pau-brasil, açúcar, ouro, café. 02. pau-brasil, ouro, açúcar, café. 04. pau-brasil, café, ouro, açúcar. 08. pau-brasil, açúcar, café, ouro.

4. E o pior é que a maior parte do ouro, que se tira das minas, passa em pó e em moedas para os reinos estranhos... salvo o que se gasta em cordões, arrecadas e outros brincos, dos quais se vêem hoje carregadas as mulatas de mau viver...

5. (PUC-SP) Personagem atuante no Brasil colônia, foi "fruto social de uma região marginalizada, de escassos recursos materiais e de vida econômica restrita (...)", teve suas ações orientadas "ou no sentido de tirar o máximo proveito das brechas que a economia colonial eventualmente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e passageiros em conjunturas favoráveis - como no caso da caça ao índio - ou no sentido de buscar alternativas econômicas fora do quadro da agricultura voltada para o mercado externo (...)". Carlos Henrique Davidoff, 1982. O personagem e a região a que o texto se refere são, respectivamente, a) o jesuíta e a província Cisplatina. b) o tropeiro e o vale do Paraíba. c) o caipira e o interior paulista. d) o bandeirante e a província de São Paulo. e) o caiçara e o litoral baiano.

(Antonil apud MENDES JR., v. 1, p. 219)

A análise do texto e os conhecimentos sobre o processo de colonização da América Ibérica possibilitam afirmar: 01. Os "reinos estranhos" que mais receberam ouro extraído do Brasil foram a Holanda e a França, cujas relações mercantis com Portugal lhes asseguravam direitos sobre esse produto. 02. O jesuíta, autor do texto, deixa transparecer o forte preconceito racial e social que pesava sobre a mulher nãobranca, na sociedade colonial brasileira. 04. Portugal, consciente da importância das minas do Brasil para a sua política mercantilista, criou as Casas de Fundição, para evitar a circulação de ouro em pó. 08. O grande afluxo de população para a região mineradora contribuiu para o povoamento de áreas até então desconhecidas, resultando em um conflito conhecido como Guerra dos Emboabas. 16. Ao desembarcar nos atuais territórios do México, Peru e Colômbia, o colonizador espanhol encontrou uma população nativa dedicada predominantemente às atividades agrícolas e pecuárias, que foram estimuladas pela metrópole, com o objetivo de atender aos interesses mercantilistas. 32. O desenvolvimento da mineração no Brasil favoreceu o crescimento de uma camada social intermediária, que se instalou principalmente nos centros urbanos da zona aurífera. 64. A produção agrícola e a exploração mineradora, no Brasil colonial, apresentaram como característica comum o fato de favorecerem a estagnação do mercado interno, em decorrência do controle exercido pela metrópole sobre suas produções.

6. (UNESP) A partir de 1750, com os Tratados de Limites, fixou-se a área territorial brasileira, com pequenas diferenças em relação à configuração atual. A expansão geográfica havia rompido os limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No período colonial, os fatores que mais contribuíram para a referida expansão foram: a) Criação de gado no vale de São Francisco e desenvolvimento de uma sólida rede urbana. b) Apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais. c) Cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste. d) Ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas. e) Incremento da cultura do algodão e penetração dos jesuítas no Maranhão.

7. (Unitau) O bandeirismo foi uma atividade paulista do século XVI e XVII. Suas expedições podem ser divididas em dois grandes ciclos: a) O dos capitães do mato e de prospecção. b) O de expansão das fronteiras e de prospecção. c) Da caça ao índio e o de busca do ouro. d) O dos capitães do mato e de caça ao índio. e) O de expansão das fronteiras e o de busca do ouro.

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FIGUEIREDO, Luciano. Morte aos impostos! Viva o rei. Revista de História, jul. 2007. Disponível em: . Acesso em: 17 ago. 2015.

REVOLTAS DO PERÍODO COLONIAL Movimentos nativistas: Caracterizam-se por buscar ajustes no pacto colonial e não por buscar a separação política entre colônia e metrópole. Os principais movimentos foram: • Revolta dos Beckmann - Contra a oposição jesuítica à escravização indígena, e contra o monopólio extorsivo de uma Cia de Comércio • Guerra dos Emboabas (S. Paulo, início do séc XVIII (1707) - Paulistas x forasteiros (baianos e portugueses), devido à concorrência na procura do ouro. • Guerra dos Mascates (1710) - Latifundiários devedores de Olinda x credores de Recife, de origem portuguesa. • Revolta de Filipe dos Santos (Ouro Preto, ou vila Rica 1720) - Organizado pelos mineradores contra a instituição do quinto e das casas de fundição para cobrá- lo, impedindo assim, a sonegação e o contrabando. Movimentos Emancipacionistas: Influenciados pela Crise do Sistema Colonial, algumas províncias brasileiras buscaram a separação política com relação a Portugal. Os principais movimentos foram: • Inconfidência Mineira(1798): Devido à exploração exagerada de Portugal, a influência das ideias iluministas e a independência das Treze Colônias (EUA). Movimento da elite, escritores, militares, que buscavam o regime republicano e universidades. Prisão dos principais líderes e morte de Tiradentes (único membro popular do movimento). • Conjuração baiana ou dos alfaiates(1798): Camadas populares, defendiam a igualdade social e racial, participando, desta, diversos afro-descendentes e mulatos. • A Revolução Pernambucana (1817): Queria uma República Federativa no Nordeste, com a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

1. (UFSC2016) Portugal não deu trégua aos moradores da América. Farejava oportunidade de tributar onde germinassem riquezas. Os engenhos começavam a moer cana-de-açúcar e já apareciam taxas para as caixas de açúcar; uma nova taberna abria as portas e os barris de vinho chegavam mais caros. O gado que pisava nos pastos exigia do seu dono uma contribuição; os carregadores que palmilhavam os caminhos deixavam nas contagens um pagamento pelos secos e molhados que as tropas levavam [...]. Esse fiscalismo assombrou o Brasil. Mas assombravam mais ainda as reações da população. Um furacão de revoltas contra os impostos varreu a colônia. Revoltas, mas também rumores, pasquins, abaixo-assinados, conspirações. 12 | Pró Floripa

Sobre as tensões, os conflitos e as resistências na América portuguesa, é CORRETO afirmar que: 01. o estopim que deu início à Conjuração Mineira (1789) foi o Decreto da Derrama, cobrança dos impostos devidos que mobilizou os mineradores a pegar em armas e efetivar o levante contra a coroa portuguesa. 02. no cenário que desencadeou a Revolta dos Beckman (1684) estavam as altas taxas cobradas pela Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão para o embarque de mercadorias e a falta de fornecimento de escravos, o que contribuiu para a insatisfação dos colonos. 04. para combater o contrabando e aumentar a arrecadação de impostos, foram instituídas as Casas de Fundição na região das minas, contra as quais se organizou um levante liderado pelos mineradores, com tumultos em várias vilas da região. 08. os movimentos da Conjuração Mineira (1789) e da Conjuração Baiana (1798) tinham como finalidade criar uma nação brasileira, pois seus integrantes almejavam a independência de toda a América portuguesa. 16. as mortes por enforcamento, de personagens como Filipe dos Santos e Manuel Beckman, representam casos únicos de punição aos revoltosos.

2. (UFSC) "...Que estava plenamente provado o crime de lesa-majestade [...] a que premeditadamente concorriam de se subtraírem da sujeição em que nasceram e que como vassalos deviam ter a dita senhora (Dona Maria I), para constituírem uma República, por meio de uma formal rebelião, pela qual assentaram de assassinar ou depor General e Ministros, a quem a mesma senhora tinha dado jurisdição e poder de reger e governar os povos da Capitania [...] Portanto, condenam o réu Joaquim José da Silva Xavier, por alcunha Tiradentes, Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas, a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural, para sempre. E que depois de morto, lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila Rica, onde, em lugar mais público dela, seja pregada em um poste alto, até que o tempo a consuma e o seu corpo será dividido em quatro quartos e pregados em postes pelo caminho de Minas ..." CASTRO, Therezinha de. "História documental do Brasil". Rio de Janeiro, Record, 1968. p. 123-124. Analisando o texto, o momento e as circunstâncias em que foi escrito, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s). 01. Trata-se da condenação de Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, que com outros não citados no trecho, foram julgados por terem participado de uma insurreição contra o governo português. 02. Segundo o texto, entre outros objetivos do movimento conspiratório, estava o de proclamar uma República. 04. A conspiração pretendia ainda a abolição da escravatura, independência das colônias americanas e a adoção dos princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada na França.


08. O movimento, por cuja participação foi condenado Tiradentes, é conhecido, na História do Brasil, como "Revolta de Vila Rica".

3. (Cesgranrio) Durante as últimas décadas do século XVIII, a colônia portuguesa na América foi palco de movimentos como a Inconfidência Mineira (1789), a Conjuração do Rio de Janeiro (1794) e a Conjuração Baiana (1798). A respeito desses movimentos, pode-se afirmar que: 01. Demonstravam a intenção das classes proprietárias, adeptas das ideias liberais, de seguirem o exemplo da Revolução Americana (1776) e proclamarem a independência, construindo uma sociedade democrática em que todos os homens seriam livres e iguais. 02. Expressavam a crise do Antigo Sistema Colonial através da tomada de consciência, por parte de diferentes setores da sociedade colonial, de que a exploração exercida pela Metrópole era contrária aos seus interesses e responsável pelo empobrecimento da Colônia. 04. Denunciavam a total adesão dos colonos às pressões da burguesia industrial britânica a favor da independência e da abolição do tráfico negreiro para se constituir, no Brasil, um mercado de consumo para os manufaturados. 08. Representavam uma forma de resistência dos colonos às tentativas de recolonização empreendidas, depois da Revolução do Porto, pelas Cortes de Lisboa, liberais em Portugal, que queriam reaver o monopólio do comércio com o Brasil.

III - Desde o final do século XVIII, os movimentos de libertação sofreram a influência do Iluminismo e defendiam o fim do pacto colonial. VI - A luta pela abolição da escravatura era uma das propostas presentes em basicamente todas as rebeliões. V - Uma das razões de vários movimentos contestatórios era o abuso tributário da Coroa Portuguesa em relação aos colonos. Estão corretas: a) Alternativas I, II e III. c) Alternativas II, III e IV. e) Alternativas III, IV e V.

b) Alternativas I, III e V. d) Alternativas II, III e V.

6. Fatec) Em 1798, surge na Bahia um movimento rebelde conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, que contou com a participação de pessoas das camadas sociais mais humildes. Esse movimento: a) pretendia fundar uma Universidade, instalar manufaturas de tecidos e aproveitar o ferro e o salitre da região. b) protestava contra os impostos, defendia a abolição da escravatura e propunha aumento de soldo aos soldados. c) defendia o fim do Pacto Colonial e o desenvolvimento de manufaturas têxteis e siderúrgicas, além do estímulo à produção agrícola. d) foi o primeiro movimento de rebeldia a questionar o Pacto Colonial. e) no plano político contava com elementos adeptos da república, enquanto outros pretendiam uma monarquia constitucional.

4. (Enem 2016) O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência. JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.

A diferença entre as sedições abordadas no texto encontrava-se na pretensão de: A- eliminar a hierarquia militar. B -abolir a escravidão africana. C -anular o domínio metropolitano. D -suprimir a propriedade fundiária. E- extinguir o absolutismo monárquico.

7. Fei) Foi consequência da crise da mineração em Minas Gerais, no fim do século XVIII: a) Uma maior intervenção metropolitana nos assuntos coloniais e o consequente aumento da extração aurífera. b) O aumento da população na região das Minas Gerais. c) A maior tomada de consciência por parte dos colonos da exploração metropolitana, materializada na Inconfidência Mineira. d) O deslocamento do interesse metropolitano para suas colônias asiáticas. e) O fim da exploração portuguesa e o consequente enriquecimento dos donos de minas coloniais.

5. (Cesgranrio) No período colonial surgiram várias rebeliões e movimentos de libertação que questionaram a dominação portuguesa sobre o Brasil. A respeito dessas rebeliões, podemos afirmar que: I - Todos os Movimentos de contestação visavam à separação definitiva do Brasil de Portugal. II - Até a 1° metade do século XVIII, os movimentos contestatórios exigiam mudanças, mas não o rompimento do estatuto colonial.

O ESTADO PORTUGUÊS NO BRASIL Em 1808 a família real de Portugal se deslocou para o Brasil por causa de acontecimentos provocados por Napoleão Bonaparte, que, descontente com a rejeição de Portugal #ORGULHODESERPRÓ | 13


ao Bloqueio Continental por ele decretado contra a Inglaterra, invadiu o país com suas tropas. A chegada da corte portuguesa na Bahia foi recepcionada por Dom Marcos de Noronha e Brito, que se preocupou em programar as instalações destes no Rio de Janeiro, pra onde foram dois meses depois. Após este acontecimento, a colônia sofreu grandes transformações, pois Dom João determinou a abertura dos portos às nações aliadas, a criação do Banco do Brasil, bem como do Jardim Botânico, e a liberação de funcionamento para fábricas e manufaturas. Caía o Pacto Colonial. Posteriormente foi criada a Academia Militar do Brasil, a Marinha, a Biblioteca Real e a Imprensa Régia, que contribuíram para que, em 1815, o Brasil se tornasse Reino Unido de Portugal e Algarves. Em 1820, houve a Revolução do Porto, que fez com que Dom João retornasse para Portugal com sua família, deixando apenas seu primogênito, Dom Pedro de Alcântara, que permaneceu até 1821, como regente. Neste ano chegou ao território brasileiro um decreto da Corte que anulava a regência e que obrigava Dom Pedro a retornar para Portugal. No dia 29 de dezembro, Dom Pedro recebeu uma lista de assinaturas solicitando a sua presença no Brasil, rejeitando o decreto que ali chegara. No dia 09 de janeiro de 1822, Dom Pedro anunciou sua decisão de permanecer no Brasil e lutar para que este não fosse recolonizado. Este dia é conhecido como o Dia do Fico.

1. (UDESC) No Brasil, durante o início do século XIX, as províncias do Norte, dentre elas Pernambuco, viviam uma relativa prosperidade econômica, ocasionada em especial pela produção do algodão e do açúcar. A partir do estabelecimento da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, tal prosperidade foi relativamente fragilizada. Analise as proposições em relação às mudanças ocorridas com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil. I. A alocação de uma estrutura burocrática no Rio de Janeiro tornou o governo de Dom João VI mais capacitado a se envolver nos negócios das províncias, o que possibilitou a diminuição de autonomia destas. II. Para arcar financeiramente com os custos da Corte no Rio de Janeiro, o governo exigiu a cobrança de mais impostos dos setores de produção de açúcar e algodão. III. A cobrança de maiores impostos e a diminuição da autonomia das províncias, ocasionadas pela presença da Corte no Rio de Janeiro, não tiveram nenhuma relação com o movimento que se tornou conhecido como Revolução Pernambucana. Assinale a alternativa correta. A) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. B) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras. C) Somente a afirmativa I é verdadeira. D) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. E) Somente a afirmativa II é verdadeira.

2. (UFSC 2005) “Não corram tanto! Vão pensar que

Política Externa de D. João VI: Invasão e ocupação da Guiana Francesa (1809); Conquista da Banda Oriental, Uruguai (1816); - Brasil elevado a Reino Unido a Portugal e Algarves (1815)

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estamos fugindo!” Frase atribuída a D. Maria I, a Louca, quando a família real portuguesa se retirava de Lisboa para o Brasil, em 1807. Nossa História. Rio de Janeiro, a. 1, n. 2, dez. 2003. Sobre o início do século XIX na América Portuguesa, é CORRETO afirmar que: 01. antes do estabelecimento da Corte portuguesa no Brasil, a Metrópole não havia demonstrado interesse em atender às reivindicações por melhorias na Colônia. 02. a vinda da família real ao Brasil foi possível devido a um acordo diplomático estabelecido entre Dom João e Napoleão Bonaparte, no qual Portugal comprometia-se a manter as colônias abertas ao comércio francês. 04. transformações importantes ocorreram com a vinda da Corte portuguesa ao Brasil. Era necessário adaptar as condições do modo de vida rústico dos brasileiros às exigências dos europeus que aqui aportaram. 08. a vinda da Corte significou, para os comerciantes da metrópole, uma oportunidade de enriquecimento, uma vez que a sede do império tinha sido transferida para o Brasil. 16. as mudanças implantadas no Brasil, para satisfazer os interesses portugueses, não impediram a continuidade da escravidão. Os escravos exerciam várias funções no meio urbano e rural e estavam sujeitos a castigos físicos, tanto em ambientes privados quanto públicos.

3. (UFBA) A Independência da América espanhola processou-se entre 1810 e 1825. É, dessa forma, um acontecimento simultâneo ao processado na América


portuguesa. A simultaneidade não é uma coincidência fortuita. Ao contrário, componentes históricos em toda a América Latina têm relação comum entre si.

Inconfidência Mineira e a Conjuração dos Alfaiates se caracterizaram como movimentos anticoloniais.

(RIBEIRO JÚNIOR, p.61)

Com base no texto anterior e no conhecimento sobre o processo de independência na América Latina, indique a proposição (ou proposições) correta(s). 01. A "simultaneidade" referida no texto é resultante da presença de ideias iluministas, componentes do quadro geral de crise do antigo sistema colonial. 02. A independência da América Latina está diretamente relacionada à dominação napoleônica na Península lbérica, a qual foi responsável pela desorganização dos laços de dominação metropolitana sobre as áreas coloniais. 04. A independência do Brasil assume caráter singular em relação à da América espanhola, pelo fato de esse país ter se separado da metrópole, adotando a monarquia como forma de governo e mantendo a sua frente um representante legítimo da Casa de Bragança. 08. A unidade nacional brasileira, conseguida com a independência, era uma antiga reivindicação das camadas populares e foi efetivada em decorrência das lutas travadas em todo o território nacional.

6. Com referência à singularidade do movimento de emancipação política do Brasil, julgue os itens que se seguem. 01. Ao contrário da América Espanhola, o Brasil teve um processo de independência liderado por forças políticas renovadoras e ansiosas por uma profunda transformação das estruturas coloniais. 02. A sociedade política colonial que Portugal criou no Brasil permitiu uma independência tranquila, sem movimentos de contestação à transição da colônia à condição de país independente. 04. A unidade territorial mantida no Brasil durante as negociações da independência foi resultado de vários fatores, tais como a presença da Corte portuguesa no Rio de Janeiro e a manutenção do sistema escravista do norte ao sul do país. 08. A crise do sistema colonial no Brasil tem causas econômicas e políticas profundas e bastante diversas daquelas que conduziram a América Espanhola à independência.

4. A presença no Brasil, da Corte e do Príncipe Regente,

7. Quanto aos múltiplos aspectos do processo de

D. João, criou condições concretas para que a separação do Brasil em relação a Portugal se tornasse definitiva. A respeito dessa conjuntura, é correto afirmar que: 1. D. João manteve a proibição de se instalarem indústrias no Brasil. 2. A abertura dos portos brasileiros liquidou com o elemento econômico essencial do sistema colonial ibérico: o monopólio comercial. 04. A instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro significou a transferência das decisões políticas do Nordeste para o Sudeste. 08. Ao liberalismo comercial, que interessava aos ingleses e às elites coloniais, corresponderia, no plano político, a instalação de um Estado Nacional na antiga Colônia.

independência do Brasil, que se inicia em 1808 e culmina em 1822, julgue os seguintes itens: 01. A decisão portuguesa de transferência da Corte para o Brasil foi um ato de soberania política. 02. A permanência de D. Pedro de Alcântara no Brasil, coroado como imperador, foi a garantia da continuidade dos interesses de Portugal com relação ao Brasil. 04. A Coroa britânica ocupou papel primordial nas negociações diplomáticas que levaram, de forma gradativa, entre 1808 e 1822, à emancipação política do Brasil. 08. A partilha do império português, prevista no tratado de Fontainebleau, era parte do intento napoleônico de fazer frente aos objetivos políticos e econômicos da GrãBretanha na Europa Continental.

5. Sobre a crise do antigo sistema colonial, sabe-se: 01. O desenvolvimento do capital industrial e a crise do Estado absolutista resultaram em contestações ao sistema colonial montado segundo os princípios da política mercantilista. 02. De acordo com as teses livre-cambistas, defendidas a partir da Revolução Industrial, o sistema colonial era espoliativo das metrópoles, sempre obrigadas a manter despesas com suas colônias e a comprar produtos inferiores por elas produzidos. 04. Os princípios do liberalismo econômico foram veementemente defendidos pela burguesia e pelo Estado, em Portugal, porque preconizavam os direitos naturais do homem, a abolição do trabalho escravo e a soberania das nações. 08. A Guerra dos Mascates se caracterizou como um movimento entre colonos e metrópole, enquanto a

A INDEPENDÊNCIA E O I REINADO O Brasil tornou-se independente em 1822. O Brasil não tinha tradição monárquica, não tinha dinastia própria nem mesmo representantes da nobreza. Então porque se tornar uma monarquia? Podemos afirmar que nossa independência foi sim um acordo da Casa de Bragança: D. João VI ficava com a coroa portuguesa e seu filho, D. Pedro I, com a coroa brasileira. Nossa independência não alterou nosso quadro social, não extinguiu a escravidão, aprofundou nossa dependência econômica com a Inglaterra #ORGULHODESERPRÓ | 15


e pior, manteve um português à frente da jovem nação. Fora isso foi um período marcado por grandes conflitos de interesses: de um lado, políticos do Partido Português querendo manter a aproximação com Portugal, de outro, políticos do Partido Brasileiro lutando por maior autonomia, mas também sem dar eco às massas. Não é coincidência que o Primeiro Reinado seja marcado por uma grande crise econômica e política e por grandes revoltas populares. A primeira marca política de D. Pedro I deu-se quando do chamamento da Assembleia Constituinte, eleita no princípio de 1823. Contudo, em decorrência de intensa divergência entre os deputados brasileiros e o monarca, a Assembleia é invalidada em novembro (noite das agonias). Em 1824, D. Pedro I outorga uma Constituição que expande seus poderes. A nova Constituição concede ao Imperador a faculdade legal de dissipar a Câmara e os Conselhos Provinciais, instituir senadores vitalícios e ministros, eliminar os cargos de juízes quando achasse necessário e indicar nomes para a presidência das comarcas. Era o Poder Moderador, pessoal e intransferível do Imperador. O caráter despótico da constituição era totalmente o contrário do que fora proposto anteriormente, em vez de o sistema político ser liberal, tornou-se dominador. Alguns líderes, originários de algumas províncias do Nordeste, comandadas por Pernambuco, se revoltaram contra o domínio do soberano, contestando seus poderes absolutistas. A revolta ficou conhecida como Confederação do Equador – a qual foi reprimida austeramente pelos soldados imperiais. Dois nomes destacaram-se neste levante: Joaquim Divino do Amor – o Frei Caneca - e Cipriano José Barata. As dificuldades de D. Pedro I complicam-se ainda mais a partir do ano de 1825, quando sobrevém a derrota brasileira na Guerra da Cisplatina, a qual gerou consequências irreparáveis para a nação – a perda dos territórios da Província Cisplatina para o Uruguai e a independência deste em 1828. O Império enfrentava sérios distúrbios econômicos neste momento. As taxas de importação encontravam-se muito aquém do esperado, a baixa arrecadação alcançada pelo Estado tornou-se notável e problemática, havia sérias dificuldades para se efetuar a cobrança dos impostos internos devido às extensões territoriais da nação e a produção agrícola brasileira enfraquecia-se em razão da crise do mercado externo. Em 1826, Dom João VI morre. A questão sucessória em Portugal torna-se problemática, os lusitanos querem que o soberano assuma o trono português. Dom Pedro I, porém, pressionado pelo partido brasileiro, abdica em favor de sua filha Maria da Glória. Contudo, em 1828, D. Miguel – seu irmão – dá um golpe de estado e se conclama rei de Portugal, fato que irrita profundamente o imperador, o qual exige que tropas brasileiras restituam o poder a sua filha imediatamente. Os políticos brasileiros se sentem indignados com a 16 | Pró Floripa

atenção especial que D. Pedro confere aos problemas de Portugal, enquanto o Brasil caminha a passos lentos. O medo de uma nova reaproximação entre Brasil e Portugal aumenta, o povo brasileiro sente-se inseguro e cresce a impopularidade do monarca. A nobreza real e o próprio exército imperial se voltam contra o monarca, não lhe deixando outra saída a não ser abdicar do trono em favor de seu filho, Pedro de Alcântara, de apenas cinco anos de idade. A abdicação se concretiza no dia 7 de abril de 1831.

1. (UFSC 2016) Sobre o Primeiro Reinado brasileiro (18221831), é CORRETO afirmar que: 01. o rápido crescimento econômico do país após a independência, baseado na consolidação do café como principal produto nacional de exportação, garantiu a estabilidade política que caracterizou o reinado de D. Pedro I. 02. ao estabelecer o sufrágio censitário, a primeira Constituição brasileira, promulgada em 1824, sustentava a tese liberal de que “todos os homens nascem livres e iguais”. 04. a Confederação do Equador, que eclodiu no Nordeste, em 1824, foi um movimento revolucionário de tendência liberal, separatista e republicana. 08. a oposição interna contra D. Pedro I reduziu-se com a conquista da província Cisplatina, ocorrida após a guerra travada entre 1825 e 1828, que resultou na separação da República da Banda Oriental do Uruguai. 16. após a ruptura definitiva com Portugal, em setembro de 1822, grupos políticos alinhados com a Corte portuguesa resistiram ao comando de D. Pedro I em algumas províncias do império.

2. (ENEM 2011) Constituição Política do Império do Brasil (1824). Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais: I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e oficiais militares, que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens Sacras. IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral. V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos. A legislação espelha conflitos políticos e sociais do contexto histórico de sua formulação. A Constituição de 1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos brasileiros” com o objetivo de garantir: a) O fim da inspiração liberal sobre a estrutura política brasileira. b) a ampliação do direito de voto para maioria dos brasileiros nascidos livres. c) a concentração de poderes na região produtora de café, o Sudeste brasileiro. d) o controle do poder político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes.


e) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas decisões político-administrativas.

3. (ENEM 2012) Após o retorno de uma viagem a Minas Gerais, onde Pedro I fora recebido com grande frieza, seus partidários prepararam uma série de manifestações a favor do imperador no Rio de Janeiro, armando fogueiras e luminárias na cidade. Contudo, na noite de 11 de março, tiveram início os conflitos que ficaram conhecidos como a Noite das Garrafadas, durante os quais os “brasileiros” apagavam as fogueiras “portuguesas” e atacavam as casas iluminadas, sendo respondidos com cacos de garrafas jogadas das janelas. Os anos finais do I Reinado (1822-1831) se caracterizaram pelo aumento da tensão política. Nesse sentido, a análise dos episódios descritos em Minas Gerais e no Rio de Janeiro revela: a) estímulos ao racismo. b) apoio ao xenofobismo. c) críticas ao federalismo. d) repúdio ao republicanismo. e) questionamentos ao autoritarismo. 4. Finalmente, seguindo um plano já traçado de antemão, em 2 de julho de 1823, Madeira de Melo e seus homens deixavam Salvador, pressionados também pela esquadra inglesa comandada pelo Almirante Cochrane, que veio oficialmente em auxilio a Labatut. (MENDES JR., p. 159)

Em relação ao processo histórico cujo desfecho está descrito no texto anterior, pode-se dizer: 01. No Nordeste brasileiro, particularmente na Bahia, a disposição do povo até pela luta armada foi decisiva para a consolidação da Independência. 02. As guerras pela Independência configuram a luta dos brasileiros contra os representantes do colonialismo lusitano, ainda presentes em diversas províncias do Brasil. 04. A luta travada pelo povo baiano buscou resgatar o ideal da Conjuração dos Alfaiates de fazer da Bahia uma república independente e democrática. 08. A união de algumas províncias do Norte e Nordeste em torno da Republica do Equador foi decisiva para a vitória dos revolucionários.

5. A abdicação de D. Pedro I se traduziu na vitória das tendências liberais sobre as forças absolutistas representadas pelo Imperador, completando também o processo de emancipação política do Brasil em relação à metrópole portuguesa. O período regencial, que segue a abdicação do Imperador, preparou o caminho para a consolidação do Império. Sobre esse processo, é correto afirmar que: 01. A iniciativa mais importante do início do período regencial foi desencadear vigoroso processo de industrialização. 02. Foi consolidada a unidade política e territorial do Brasil, apesar dos movimentos provinciais de autonomia. 04. O latifúndio e a escravidão permaneceram como bases da sociedade brasileira naquele período. 08. A abdicação de D. Pedro I foi possível porque havia sido instalado formalmente o regime de parlamentarismo.

6. Brasileiros! Salta aos olhos a negra perfídia, são patentes os reiterados perjúrios do Imperador, e está conhecida nossa ilusão ou engano em adotarmos um sistema de governo defeituoso em sua origem, e mais defeituoso em suas partes componentes... O sistema americano deve ser idêntico; desprezemos instituições oligárquicas, só cabidas na encanecida Europa. Manifesto de Proclamação da Confederação do Equador, em 12 de julho de 1824. (MENDES JR., v. 2, p. 169)

Com base no texto anterior e nos conhecimentos sobre o processo de independência do Brasil, pode-se afirmar: 01. A "negra perfídia" e os "perjúrios do Imperador" referidos no Manifesto demonstram o desagrado dos brasileiros para com as atitudes autoritárias tomadas por D. Pedro I, após a dissolução da Assembleia Constituinte. 02. O movimento revolucionário pernambucano que criticou o centralismo político imposto pela primeira Constituição pretendia reunir as províncias do Nordeste em um governo republicano e federativo. 04. O "sistema de governo defeituoso em sua origem" decorreu da participação dos deputados brasileiros nas Cortes Constituintes de Lisboa e consequente aprovação de uma única constituição para o Reino Unido. 08. O sistema de governo mencionado no texto foi considerado pelos manifestantes "mais defeituoso em suas partes componentes", porque estabelecia eleições baseadas no sufrágio universal e igualdade entre os três poderes.

7. (Cesgranrio) "Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei de muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu mui amado e prezado filho o Sr. D. Pedro de Alcântara. Boa Vista - 7 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império - D. Pedro I." Nesses termos, D. Pedro I abdicou ao trono brasileiro no culminar de uma profunda crise, que NÃO se caracterizou por: a) antagonismo entre o Imperador e parte da aristocracia rural brasileira. b) empréstimos externos para cobrir o deficit público gerado, em grande parte, pelo aparelhamento das forças militares. c) aumento do custo de vida, diminuição das exportações e aumento das importações. d) pressão das elites coloniais que queriam o fim do Império e a implantação de uma República nos moldes dos Estados Unidos. e) a introdução do sufrágio universal permitiu a particapação política das camadas populares, provocando rebeliões em várias partes do país.

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8. (Cesgranrio) A Constituição imperial brasileira, promulgada em 1824, estabeleceu linhas básicas da estrutura e do funcionamento do sistema político imperial, tais como o(a): a) Equilíbrio dos poderes com o controle constitucional do Imperador e as ordens sociais privilegiadas. b) Ampla participação política de todos os cidadãos, com exceção dos escravos. c) Laicização do Estado por influência das ideias liberais. d) Predominância do poder do imperador sobre todo o sistema através do Poder Moderador. e) Autonomia das Províncias e principalmente dos Municípios, reconhecendo-se a formação regionalizada do país.

O PERÍODO REGENCIAL

Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade. Conforme as regras da constituição do império, o Brasil seria governado por um conselho de três regentes, eleitos pelo Legislativo, enquanto Pedro de Alcântara não atingisse a maioridade (idade de 18 anos). O período regencial foi marcado também por importantes revoltas políticas e sociais que agitaram a vida do país. Diferentes setores da sociedade (desde os grupos mais ricos até os mais pobres) lutavam pelo poder político. No dia 7 de abril de 1831 (data da abdicação), o Parlamento brasileiro estava em férias. Não havia no Rio de Janeiro número suficiente de deputados e senadores para eleger os três regentes que governariam conforme mandava a constituição. Então, os poucos políticos que se encontravam na cidade resolveram, como solução de emergência, eleger uma Regência Provisória para governar a nação, até que se elegesse a regência permanente. A Regência Trina Provisória governou o país durante quase três meses. Participaram dela: senador Carneiro de Campos, senador Campos Vergueiro e brigadeiro Francisco de Lima e Silva. Após reunir deputados e senadores do país, a assembleia Geral elegeu a Regência Trina Permanente, no dia 17 de junho de 1831. A nova regência era composta pelos deputados João Bráulio Muniz (político do nordeste) e José da Costa Carvalho (político do sul) e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva. 18 | Pró Floripa

Uma das figuras de maior destaque da Regência Trina Permanente foi o padre Diogo Antônio Feijó, nomeado para o cargo de ministro da Justiça. Sua principal preocupação era garantir a ordem pública. Para isso era preciso acabar com as agitações populares e revoltas militares que ameaçavam o governo. Para impor a ordem, o governo precisava de uma força militar que lhe fosse fiel. O Exército não era confiável, pois parte da tropa, composta de pessoas pobres, sempre se colocava a favor dos que protestavam contra o governo. A solução proposta pelos políticos moderados foi a criação da Guarda Nacional: uma polícia de confiança do governo e das classes dominantes agrárias. No ano de 1834, os políticos moderados fizeram uma reforma na constituição do império, conhecida como Ato Adicional. O Ato Adicional era uma tentativa de harmonizar as diversas forças políticas que brigavam no país. Entre suas resoluções estava a transformação da Regência Trina em Regência Una. De acordo com o Ato Adicional, novas eleições foram realizadas para a escolha da Regência Una. O vencedor dessas eleições foi o padre Diogo Antônio Feijó. Depois de eleito, o regente Feijó sofreu grande oposição e foi acusado de não conseguir impor ordem no país. Explodiram, durante seu governo, importantes rebeliões como a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Os políticos que representavam os grandes fazendeiros estavam cada vez mais preocupados com as rebeliões. Tinham medo de perder o poder político e econômico do país. Quando ainda faltavam dois anos para terminar seu mandato, Feijó decidiu renunciar ao cargo de regente. Provisoriamente, a regência foi entregue a Pedro de Araújo Lima. Ao assumir o poder, Araújo Lima montou um ministério composto só de políticos conservadores. Havia uma firme decisão do governo de usar toda a violência contra as revoltas políticas populares que agitavam o país (Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farroupilha). As classes dominantes queriam de qualquer jeito "parar o carro da revolução", como dizia o ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos. As rebeliões separatistas ameaçavam a unidade territorial do país. E os fazendeiros estavam assustados, com medo de perder suas riquezas, baseadas na grande propriedade e na exploração dos escravos. Em meio ao tumulto, políticos ligados ao partido que se opunha a Araújo de Lima planejaram o Golpe da Maioridade. D. Pedro II assume o poder com apenas 14 anos. Mesmo com todos os problemas, o Período Regencial foi marcante para a história de nosso país: pela primeira vez, brasileiros estiveram à frente do governo.

1. No período compreendido entre a Independência e 1849, o Brasil foi marcado por agitações sociais e políticas. Sobre essas agitações, é correto afirmar que:


01. A "Cabanagem" no Pará (1835-1840) foi um movimento que teve forte participação das camadas populares. 02. Também no Maranhão houve violência social na rebelião conhecida por "Balaiada" (1838 - 1841), com forte participação popular. 04. Apenas na Bahia não houve agitação social ou movimentos visando à emancipação regional. 08. A revolta dos liberais em 1842, em São Paulo e em Minas Gerais, contribuiu para que mais tarde fosse praticada a alternância no poder dos partidos Liberal e Conservador.

2. (Fatec) O Ato Adicional de 1834 foi de importância significativa para o Brasil porque: 01. Restaurou a paz no Império, tendo em vista o término das rebeliões no Nordeste do País. 02. Possibilitou a tomada do poder pelos conservadores que formavam a aristocracia rural. 04. Antecipou a maioridade de D. Pedro I, evitando assim um golpe de Estado dos conservadores. 08. Ampliou a autonomia das províncias, neutralizando a tendência centralizadora do Primeiro Reinado.

O II REINADO Para entender os acontecimentos políticos, econômicos e sociais do II Reinado de forma mais fácil, vamos dividir esse tópico em partes. PARLAMENTARISMO Em 1847, a criação do cargo de presidente do Conselho de Ministros assinala o começo do parlamentarismo no Segundo Reinado. Esse presidente seria o primeiroministro, isto é, chefe do ministério e encarregado de organizar o Gabinete do governo. Como funcionava o parlamentarismo no Brasil? Após a realização de uma eleição, D. Pedro II nomeava para o cargo de primeiroministro um líder político do partido vencedor. Este líder montava o Gabinete ministerial que, em seguida, era apresentado à Câmara dos Deputados em busca de um voto de confiança (aprovação pela maioria dos parlamentares).

3. (Fgv) Associe os fatos político-militares do Primeiro Reinado e da Regência brasileira a seguir, com suas localizações: Coluna A 1 - Balaiada 2 - Cabanagem 3 - Ato Adicional 4 - Sabinada 5 - Confederação do Equador Coluna B I - Pará II - Bahia III - Maranhão IV - Pernambuco V - Rio de Janeiro Escolha a alternativa que tem a associação correta: a) 1 - III; 2 - I; 3 - V; 4 - II; 5 - IV b) 1 - II; 2 - V; 3 - II; 4 - I; 5 - V c) 1 - III; 2 - II; 3 - V; 4 - IV; 5 - I d) 1 - IV; 2 - I; 3 - V; 4 - III; 5 - II e) 1 - V; 2 - III; 3 - IV; 4 - II; 5 – I

4. (Faap) Luís Alves de Lima e Silva se inicia na tradição de "O Pacificador" ao comandar as tropas que terminaram a a) revolta dos liberais paulistas e mineiros em 1842. b) Balaiada, no Maranhão, 1838 – 1840. c) Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, 1835 – 1842. d) Cabanada, no Pará. e) Sabinada, na Bahia, 1837.

CAFÉ O café foi introduzido no Brasil por volta de 1727. A princípio, era um produto sem grande valor comercial. Utilizava-se o café como bebida destinada apenas ao consumo local. Entretanto, a partir do início do século XIX, o hábito de beber café alcançou grande popularidade na Europa e nos Estados Unidos. E crescia rapidamente o número de consumidores internacionais do café. O clima e o tipo de solo do sudeste brasileiro favoreciam amplamente #ORGULHODESERPRÓ | 19


o desenvolvimento da lavoura cafeeira. O país tinha disponibilidade de novas terras e já contava com a mão de obra escrava, que foi deslocada para a cafeicultura. Com todos esses recursos, o Brasil tornou-se, em pouco tempo, o principal produtor mundial de café. De 1830 até o fim do século, o café foi o principal produto exportado pelo Brasil. Os grandes lucros gerados pela exportação do café possibilitaram a recuperação econômica do Brasil, que tinha suas finanças abaladas desde o período da Independência, devido à queda das exportações agrícolas. A riqueza do café fez dos cafeicultores a classe social mais poderosa da sociedade brasileira. Eles passaram a exercer grande influência na vida econômica e política do país. Houve, nas fazendas paulistas, uma gradual substituição da mão de obra escrava pela mão de obra imigrante. Aos poucos os cafeicultores optaram pela experiência com tecnologias que os imigrantes traziam de seus países. Em 1861, pela primeira vez, o Brasil teve balança comercial favorável. O país deixou de ser economicamente dependente da Inglaterra. Passamos a ser dependentes dos Estados Unidos, nosso principal consumidor. O café dinamizou o a economia e fortificou o mercado brasileiro.

INDUSTRIALIZAÇÃO Em 1844, o ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, decretou uma nova tarifa alfandegária sobre os produtos importados. A elevação da tarifa aumentou o preço dos produtos importados, forçando o consumidor brasileiro a procurar um produto semelhante nacional. Antes de 1844, os produto importados pagavam só 15% sobre seu valor nas alfândegas brasileira. Com a Tarifa Alves Branco, a maioria dos produtos importados tinha que pagar 30% de imposto. Mas se houvesse a fabricação no Brasil, de produto nacional semelhante, o artigo importado passava a pagar 60% de imposto. Com a nova lei, o Barão de Mauá iniciou a construção de um estaleiro e de uma siderúrgica. A ideia era fazer estradas de ferro para facilitar o transporte e navios para a exportação de produtos brasileiros. Essa lei desagradou a Inglaterra, que fez com que o governo lançasse a Lei Silva Ferraz. Essa lei baixou de 60% para 5% o impostos sobre as importações de navios e atingiu em cheio a tentativa de Mauá. Logicamente para Inglaterra era muito melhor ter o Brasil como consumidor do que tê-lo como concorrente. Assim, a industrialização nacional andou a lentos passos durante o II Reinado. GUERRA DO PARAGUAI Desde sua independência, em 1811, o Paraguai começou a se desenvolver de um modo diferente de todos os países latino-americanos. Seu primeiro presidente, José Gaspar Rodrigues de Francia, criou uma estrutura de produção voltada para os interesses internos da população paraguaia. Ele queria alcançar a plena independência econômica do país. Para isso, distribuiu terras aos camponeses, combateu a oligarquia rural improdutiva, construiu inúmeras escolas para o povo. Em 1840, o Paraguai não tinha analfabetos. Francia morreu em 1840. Seus sucessores, Antônio Carlos López (1840-1862) e seu filho, Francisco Solano López (1862- 1870), prosseguiram a obra de construir no Paraguai um país forte e soberano. País livre da exploração do capitalismo internacional. O desenvolvimento do Paraguai desagradava profundamente a Inglaterra, que queria manter todos os países latino-americanos como simples fornecedores de matérias-primas e consumidores dos seus produtos industrializados. Como o Paraguai não se enquadrava no esquema do capitalismo industrial inglês, para a Inglaterra ele representava um "mau exemplo” que precisava ser destruído. Brasil, Argentina e Uruguai formaram a Tríplice Aliança contra o Paraguai e deram início ao mais longo e sangrento conflito armado já ocorrido na América do Sul. Mais do que motivos políticos ou reivindicações territoriais, o que verdadeiramente alimentou a Guerra do Paraguai foram questões econômicas. Terminada a guerra, o império brasileiro passou a sofrer as consequências do sangrento conflito: a economia estava

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fortemente abalada em virtude dos prejuízos da guerra; o Exército brasileiro passou a assumir posições contrarias à sociedade escravista brasileira e a demonstrar simpatia pela causa republicana. ESCRAVIDÃO A abolição da escravidão foi um interesse inglês desde a Revolução Industrial. Para ele, cada escravo que ganhava liberdade era um novo consumidor. Segundo a política inglesa: morre um escravo, nasce um consumidor. Em 1815, durante o Tratado de Viena, os ingleses conseguiram a proibição do tráfico negreiro no Atlântico Norte. Porém as leis abolicionistas que afetaram o Brasil só começaram anos mais tarde. Em 1845 é assinada a Lei Bill Alberdeen, que proibia o tráfico negreiro no Atlântico Sul. A partir da segunda metade do século XIX, começam a surgir as leis brasileiras “para inglês ver” (leis que existem no papel, mas que não são de real utilidade prática). Em 1850 foi assinada a Lei Eusébio de Queiroz, que proibiu a entrada de escravos negros no Brasil. Entre 1850 e 1860 o número de escravos a entrar no Brasil dobrou. Em 1871 apareceu a Lei do Ventre Livre, que dava liberdade a todos os filhos de escravos. Todavia as mães continuavam escravas. Em 1885 foi assinada a Lei dos Sexagenários, que dava a liberdade a escravos com mais de 65 anos. Trocando em miúdos: quando o escravo já não era mais útil, os senhores eram livres da inútil função de manter tal escravo. Finalmente, em 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que deu liberdade aos negros. Liberdade sim, inserção na sociedade não!

1. (UDESC) A Lei do Ventre Livre foi uma lei abolicionista, promulgada, no Brasil, em 28 de setembro de 1871. Sobre a Lei do Ventre Livre, assinale a alternativa correta. A. Foi promulgada pelo Imperador Pedro II e concedia liberdade a todas as crianças e às respectivas mães que viviam sob a escravidão no território brasileiro. B. Essa lei encontrou forte resistência entre os senhores, visto que não previa indenização pelo fim da escravidão das crianças nascidas a partir da publicação da lei. C. Instituía a liberdade de todas as crianças nascidas a partir da publicação da lei, mas deixava a possibilidade dessas crianças permanecerem sob “os cuidados” do antigo proprietário até a idade de 21 anos. D. Como a lei libertava a criança, mas não libertava os pais, assim que nasciam essas crianças eram retiradas do convívio com os pais escravizados e eram destinadas a um abrigo mantido pelo Estado. E. De acordo com a lei, os senhores tinham a opção de manter as crianças libertas junto aos pais escravizados até a maioridade, mas os senhores não podiam usufruir da mão de obra delas. Gab C

2. (ENEM 2017) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de A reforma agrária. B expansão mercantil. C concentração fundiária. D desruralização da elite. E mecanização da produção

3. (ENEM 2012) Torna-se claro que quem descobriu a África no Brasil, muito antes dos europeus, foram os próprios africanos, trazidos como escravos. E esta descoberta não se restringia apenas ao reino linguístico, estendia-se também a outras áreas culturais, inclusive à da religião. Há razões para pensar que os africanos, quando misturados e transportados ao Brasil, não demoraram em perceber a existência entre si de elos culturais mais profundos. Com base no texto, ao favorecer o contato de indivíduos de diferentes partes da África, a experiência da escravidão no Brasil tornou possível a: a) formação de uma identidade cultural afro-brasileira. b) superação de aspectos culturais africanos por antigas tradições europeias. c) reprodução de conflitos entre grupos étnicos africanos. d) manutenção das características culturais específicas de cada etnia.

4. O processo de desenvolvimento da indústria brasileira não foi acompanhado de uma efetiva política protecionista aduaneira. Quais teriam sido as razões? 01. O Brasil, como nação independente, optou pelo liberalismo econômico. 02. A partir da presença da família Real no Brasil e durante todo o século XIX, a doutrina econômica que comandou a industrialização foi o mercantilismo. 04. Os interesses britânicos criaram obstáculos à realização de uma política protecionista alfandegária. 08. A ideologia nacionalista encontrou grande ressonância no Império Brasileiro, levando o Governo a praticar o liberalismo econômico.

5. TEXTO I: Eu não vejo salvação possível para o estado desolador desta província, senão quando variarmos de cultura e tratarmos de proteger direta e indiretamente a indústria manufatureira. Sem esta indústria não pode manter-se a riqueza pública. (Gordilho apud ALENCAR, p. 150)

TEXTO II: Não pertenço ao número dos que se incomodam por existir em nossa Província um só gênero de cultura: em regra geral ninguém vai explorar uma fonte de que lhe provenha receita menor, quando pode ter outra mais abundante. (Barão de Parnaíba apud TEIXEIRA, p. 205)

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Com base na análise dos textos e nos conhecimentos sobre a situação econômica do Brasil durante o Segundo Reinado, pode-se afirmar: 01. Os autores dos dois textos discutem o mesmo tema, usando argumentação diferente e concordando nas conclusões. 02. Segundo se depreende dos dois textos, a economia brasileira na segunda metade do século XIX se manteve como fornecedora de gêneros alimentícios e matérias primas para os países industrializados. 04. O autor do texto II defende a monocultura do café porque os grandes lucros dela decorrentes conseguiram reintegrar a economia agrícola brasileira no mercado mundial. 08. Na década de sessenta, a crescente produção de algodão no Brasil estava diretamente relacionada ao desenvolvimento da indústria têxtil, nas áreas produtoras.

imigrantes, que plantavam café a baixo custo e o vendiam a menores preços no mercado internacional. c) a coexistência de grandes propriedades escravistas e monocultoras de café para a exportação, e de pequenas propriedades de famílias imigrantes, que produziam gêneros de subsistência para os mercados urbanos. d) o desenvolvimento de uma política governamental de subvenção à imigração, cujo objetivo era estimular o investimento por parte dos imigrantes, de capitais na construção de estradas de ferro e nas indústrias nascentes. e) a substituição do trabalho escravo pelo trabalho livre de imigrantes europeus no interior das fazendas cafeicultoras, o que permitiu uma maior lucratividade do capital cafeeiro e seu investimento em estradas de ferro, no comércio e em indústrias.

6. Qual das alternativas a seguir contém as atividades produtivas que mais utilizaram a mão de obra escrava nos períodos Colonial e Imperial no Brasil? a) Cultura de subsistência nas colônias de parceria, na região Sul e criação de gado nas terras gaúchas. b) Extração de pau-brasil, culturas do fumo e do algodão. c) Produção de açúcar, cultura do café e da mineração. d) Pecuária e mineração. e) Comércio, construção de estradas de ferro e produção de açúcar.

A CRISE DO IMPÉRIO BRASILEIRO CRISE DA MONARQUIA

7. (Fuvest) A economia brasileira, durante o período monárquico, se caracterizou fundamentalmente: a) pelo princípio da diversificação da produção agrária e pelo incentivo ao setor de serviços. b) pelo estímulo à imigração italiana e espanhola e pelo fomento à incipiente indústria. c) pela regionalização econômica e pela revolução no sistema bancário nacional. d) pela produção destinada ao mercado externo e pela busca de investimentos internacionais. e) pela convivência das mãos de obra escrava e imigrante e pelo controle do "deficit" público.

8. (Cesgranrio) A expansão da agricultura cafeeira no oeste novo paulista após 1880 introduziu uma série de mudanças na economia e nas relações sociais da Região Sudeste, entre as quais se destaca: a) o reforço das relações escravistas no interior das fazendas cafeicultoras, pois os escravos transferidos das fazendas açucareiras do Nordeste eram a maioria absoluta da mão de obra nas plantações do oeste paulista. b) o desenvolvimento de uma política governamental de distribuição de pequenas propriedades às famílias 22 | Pró Floripa

Em 1822, ao se tornar independente de Portugal, o Brasil foi o único país da América a optar pela monarquia. As demais nações do continente, ao se libertarem de suas metrópoles, transformaram-se em repúblicas. A única exceção a essa regra foi o México, que teve um imperador por aproximadamente um ano. Ideias republicanas já vinham sendo discutidas no Brasil desde o século XVIII. Movimentos como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana, a Revolução Pernambucana, a Conferência do Equador e a Revolução Farroupilha traziam propostas republicanas. Contudo, o fracasso dessas revoltas contribuiu para fortalecer o poder da monarquia. Assim, por muito tempo, o pensamento republicano ficou restrito a algumas províncias e a pequenos grupos com escassa penetração política. A situação começou a mudar por volta de 1870, quando diversos fatores políticos, sociais e econômicos se combinaram e começaram a abalar a estrutura política do II Reinado. Na mesma década surge o Clube Republicano. O Falecimento do Império no Brasil não pode ser visto como um acontecimento extraordinário – pelo contrário: a existência do regime monárquico era anacrônica, e tornou-


se incompatível com o avanço do capitalismo internacional e com os interesses de parte significativa da população brasileira. Ironicamente, as forças armadas, que deveriam defender D. Pedro II, deram início aos problemas do monarca. O exército brasileiro, montado para lutar a Guerra do Paraguai, após o fim do conflito perdeu participação política e voltou-se contra a monarquia. Nascia a Questão Militar.

d) soberano religioso que acataria a autoridade papal. e) monarca absolutista que exerceria seu autoritarismo.

2. (Enem 2016)

Outro problema enfrentado pela monarquia foi a Questão Religiosa que se originou de um conflito entre a Igreja e o Imperador, quando dois bispos brasileiros, seguindo ordens do Papa, expulsaram os maçons de suas dioceses e acabaram presos pelo governo imperial, que tinha profundas ligações com a maçonaria. Apesar de posterior libertação dos clérigos, o estrago estava feito e provocou a separação entre o Estado e a Igreja. A Questão da Escravidão ocorreu paralelamente a esses fatos. A inevitável libertação dos escravos minou a última base de apoio de D.Pedro II: a aristocracia escravocrata do Vale do Paraíba, que apoiou o imperador até a abolição dos escravos. Influenciado pelo pensamento positivista, que defendia a implantação de um Estado republicano fortemente centralizado, o exército assumiu a liderança na luta contra a monarquia e preparou o golpe militar de deu origem à República. Deodoro da Fonseca comandou o movimento e, no dia 15 de novembro de 1889, depôs o Ministério e ordenou a prisão de seu presidente, o Visconde de Ouro Preto. Na mesma tarde a república foi proclamada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro e, embora todas as províncias aderissem ao novo regime sem muita resistência, as camadas mais humildes da população permaneceram praticamente alheias a todo esse processo.

1. (Enem 2015)

Segundo a charge, os últimos anos da Monarquia foram marcados por: a) debates promovidos em espaços públicos, contando com a presença da família real. b) atividades intensas realizadas pelo Conde D'Eu, em uma tentativa de salvar o regime monárquico. c) revoltas populares em escolas, com o intuito de destituir o monarca do poder e coroar o seu genro. d) críticas oriundas principalmente da imprensa, colocando em dúvida a continuidade do regime político. e) dúvidas em torno da validade das medidas tomadas pelo imperador, fazendo com que o Conde D'Eu assumisse o governo.

3. (Enem 2015) TEXTO I Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis. No entanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou em uma sociedade constituída a partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras. ALBUQUERQUE, W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

TEXTO II Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser encontrados em toda parte. CHALHOUB, S. Visões Essas imagens de D. Pedro II foram feitas no início dos anos de 1850, pouco mais de uma década após o Golpe da Maioridade. Considerando o contexto histórico em que foram produzidas e os elementos simbólicos destacados, essas imagens representavam um: a) jovem imaturo que agiria de forma irresponsável. b) imperador adulto que governaria segundo as leis. c) líder guerreiro que comandaria as vitórias militares.

da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no Texto I, que complementa os argumentos apresentados no Texto II, é o(a): a) variedade das estratégias de resistência dos cativos. b) controle jurídico exercido pelos proprietários. c) inovação social representada pela lei. #ORGULHODESERPRÓ | 23


d) ineficácia prática da libertação e) significado político da Abolição.

4. (Enem 2016) SEGUNDO REINADO A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região. HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias e histórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.

A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela: a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes. b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio. c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos. d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados. e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.

7. (UFPR) A economia cafeeira foi o principal meio de acumulação de capital no Brasil durante o século XIX. “É na região do café que o desenvolvimento das relações capitalistas é mais acelerado e é aí que se encontra a maior parte da industrialização nascente brasileira." (SILVA, Sérgio. EXPANSÃO CAFEEIRA E ORIGENS DA INDÚSTRIA NO BRASIL. São Paulo, Alfa-Omega, 1976.)

A respeito dessas questões, é correto afirmar que: 01. O incremento do consumo de café na Europa e nos Estados Unidos foi um dos fatores determinantes para a expansão da lavoura cafeeira no Brasil. 02. Economicamente, a lavoura cafeeira transformou a Região Sudeste na mais importante do país. 04. Ao se examinar o processo histórico brasileiro, nota- se que há ligação entre expansão cafeeira, imigração, urbanização e industrialização. 08. A burguesia agroexportadora foi responsável pela industrialização maciça que antecedeu o grande impulso da economia cafeeira.

8. (UFPR) Em 1850, o Segundo Império brasileiro atingiu seu apogeu. E esse apogeu coincidiu, historicamente, com o do primeiro ciclo do café, as questões platinas, o parlamentarismo e a arte neoclássica e romântica. No que diz respeito ao sistema parlamentarista brasileiro do Império, é correto afirmar que: 01. O Imperador designava o presidente do Conselho de Ministros. 02. O Presidente do Conselho de Ministros escolhia os demais ministros. 04. Todos os ministros eram responsáveis perante a Câmara de Deputados. 08. O parlamentarismo de então se pautava pelo modelo inglês.

5. Entre os fatores que atuaram para a extinção do trabalho escravo e o consequente avanço do capitalismo no Brasil, pode-se indicar: 01. a redução do fluxo imigratório proveniente da Alemanha e da Itália, em virtude dos movimentos de unificação política e da estabilidade econômica dessas áreas. 02. o desinteresse da burguesia cafeeira de São Paulo em continuar utilizando o trabalho escravo, uma vez que operava com o trabalho livre do imigrante europeu. 04. o propósito do governo brasileiro de atender às solicitações da aristocracia rural, no sentido de preservar a produtividade das culturas tradicionais. 08. a luta desenvolvida pela campanha abolicionista, o que contribuiu para uma maior conscientização do problema.

6. A Revolução Praieira, ocorrida em Pernambuco (18481850), foi um dos principais levantes políticos durante o Império brasileiro. Sobre este movimento político, podemos afirmar corretamente: 01. Propiciou a união de liberais, republicanos e socialistas. 02. Foi uma luta contra a oligarquia dos CavalcantiAlbuquerque. 04. Manifestou os ideais políticos do Partido da Ordem. 08. Não contou com a participação das camadas populares. 24 | Pró Floripa

9. (Cesgranrio) As Leis Abolicionistas, a partir de 1850, podem ser consideradas como o nível político da crise geral da escravidão no Brasil, porque: a) a Lei Euzébio de Queiroz (1850) proibiu o tráfico quando a necessidade de escravos já era declinante, face à crise da lavoura. b) o sucesso das experiências de parceria acelerou a emancipação dos escravos, crescendo um mercado de mão de obra livre no país. c) a Lei do Ventre Livre (1871) representou uma vitória expressiva do movimento abolicionista, tornando irreversível o fim da escravidão. d) as sucessivas leis emancipacionistas foram paralelas à progressiva substituição do trabalho escravo por homens livres. e) a Lei Áurea, iniciativa da própria Coroa, visava a garantir a estabilidade e o apoio dos setores rurais ao Império.


10. (Fuvest) A extinção do tráfico negreiro, em 1850: a) reativou a escravização do Índio. b) ocasionou a queda da produção cafeeira no Oeste Paulista. c) acarretou uma crise na indústria naval. d) acentuou a crise comercial da segunda metade do século XIX. e) liberou capitais para outros setores da economia.

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Federalismo Voto descoberto Fim do voto censitário (não votam: mulheres, analfabetos, soldados, mendigos e religiosos).

REPÚBLICA VELHA Sabemos que a República foi proclamada através da união de elementos da classe dominante (os cafeicultores), da classe média (os militares) e da burguesia, todos com o mesmo objetivo: derrubar o império, que não correspondia mais com seus interesses, e substituí-lo pelo regime republicano. Porém, embora o objetivo fosse comum, cada um dos grupos desejava que o novo sistema fosse estabelecido de acordo com seus interesses particulares, sobretudo no campo da economia. As oligarquias pretendiam que o Estado republicano apoiasse totalmente o café, enquanto as classes médias e a burguesia desejavam o desenvolvimento de novas atividades econômicas, particularmente a indústria, o comércio e os serviços. Tornou-se inevitável um cheque entre esses grupos, com cada um tentando assumir o controle do novo regime. REPÚBLICA DA ESPADA (1889 – 1894) Como estiveram à frente do golpe que derrubou D. Pedro II, os militares assumiram o comando do país logo após a proclamação. Entre 1889 e 1891, o poder ficou a cargo de um Governo Provisório, exercido pelo chefe do golpe que derrubou o império, Marechal Deodoro da Fonseca. Durante esse período,foram dissolvidas a Câmara dos Deputados, as Assembleias Provinciais e as câmaras Municipais; foram extintos o Conselho de Estado e a vitalicidade dos senadores; Igreja e Estado se separaram e foi concedida liberdade de culto; as províncias foram transformadas em estados; foi criada a bandeira republicana, com o lema positivista “Ordem e Progresso”; grande número de estrangeiros residentes no Brasil foram naturalizados e a família real foi expulsa do país. Ainda durante o governo provisório de Deodoro, foi eleita uma Assembleia Constituinte. A segunda constituição de nossa história foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, sob tamanha influência da Carta norte-americana, que o nome oficial adotado para o país era República dos Estados Unidos do Brasil.

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A Constituição de 1891 Sistema Presidencialista Três poderes Regime de representatividade

Quanto ao aspecto econômico, o governo provisório de Deodoro viveu momentos de dificuldade; para industrializar o país, o ministro rui Barbosa adotou um apolítica econômica baseada na emissão de moedas e facilidade de crédito,mas acabou gerando uma séria crise econômica que ficou conhecida como “Encilhamento”. Os investimentos na Bolsa de Valores tornaram-se imprevisíveis, devido à especulações generalizada e ao aparecimento de “empresas-fantasmas”, as quais tomavam grandes empréstimos e lançavam ações no mercado, mas existiam apenas no papel e seus donos logo sumiam com o dinheiro #ORGULHODESERPRÓ | 25


obtido. A desvalorização da moeda gerou uma grande inflação e desorganizou o sistema financeiro. Apesar desses efeitos negativos, a política econômica de Rui Barbosa estimulou um pequeno avanço industrial nos primeiros anos da República. O primeiro presidente republicano no Brasil foi eleito de forma indireta: marechal Deodoro da Fonseca. Enfrentando forte oposição do poder legislativo, Deodoro não completou o mandato para o qual foi eleito e acabou renunciando nove meses depois de assumir, após uma frustrada tentativa de ocupar e chefiar o congresso. Seu vice, Floriano Peixoto, assumiu o poder. Apesar de contar com a simpatia do legislativo, o governo de Floriano enfrentou grandes ameaças à consolidação da república. Sua permanência no poder foi contestada, pois a Constituição exigia novas eleições no caso de o presidente deixar o poder sem ter completado dois anos de mandato. Ao permanecer no cargo, por meio de perseguições e punições aos descontentes, Floriano conseguiu a oposição de vários segmentos sociais. Duas grandes revoltas eclodiram durante seu governo. A Revolta da Armada foi um levante da Marinha, a qual representava interesses fortemente ligados à falecida monarquia e já havia hostilizado Deodoro. Liderada por Custódio de Melo, a revoltosa Armada brasileira acabou juntando-se aos rebeldes federalistas do Sul, constituindo grave ameaça ao poder central. (discutiremos sobre a Revolução Federalista no Capítulo III, em história de Santa Catarina) REPÚBLICA OLIGÁRQUICA (1894 – 1930) Com a oligarquia cafeeira tomando o poder através da vitória de prudente de Moraes nas primeiras eleições diretas realizadas no Brasil, ocorreu a substituição do novo pelo velho. A tentativa de industrialização da República da Espada foi substituída por uma economia voltada para a exportação de gêneros agrícolas (sobretudo o café) e a importação de industrializados. Segundo Prudente: “o Brasil deve exportar o que tem de melhor e importar o que os outros países produzem melhor do que nosso país”. Foi sob essa ótica cretina que a economia brasileira se desenvolveu até a década de trinta. Campos Salles, o segundo presidente civil do país, criou a política dos governadores. Através de uma comissão de verificação, o presidente garantia a degola de qualquer governante que não pertencesse a alguma oligarquia. Segundo o pensamento desse presidente: “a política é um privilégio das elites”. Esse jogo político fez com que os estados de São Paulo e Minas Gerais dominassem amplamente o cenário nacional. O dinheiro paulista oriundo do café e a força política de Minas Gerais, então maior colégio eleitoral do país, garantiram nove presidentes a esses estados durante a república oligárquica (de um total de onze). Essa alternância entre presidentes mineiros e paulistas deu a esse período o apelido de República do Café-com-Leite. 26 | Pró Floripa

A ênfase das políticas governamentais na cafeicultura, o baixo desenvolvimento industrial e a dependência com relação ao mercado externo geraram vários problemas para nossa economia ao longo da República Velha. Visando implantar uma política de valorização do café, cujo ritmo de exportação entrou em queda, representantes dos principais estados produtores reuniram-se em Taubaté. Deste, realizado em 1906, resultou o Convênio de Taubaté, que tinha como objetivo diminuir a oferta de café no mercado internacional e garantir o nível do preço do produto através das seguintes medidas: intervenção do estado na economia através da compra e estoque dos excedentes da produção cafeeira; empréstimos de capitais estrangeiros para financiar tais compras; restrição ao desenvolvimento de novos cafezais; cobrança de impostos em ouro sobre a exportação. Apesar de recuperar em parte o preço do café, essas medidas aumentaram nossa dependência econômica com relação aos capitais externos e tornaram a burguesia cafeicultora extremamente vulneráveis às crises internacionais. Outras atividades agrícolas também tiveram destaque durante a república Velha, como a produção de borracha na Amazônia e a produção de cacau no Nordeste. A expansão do comércio e da indústria foi dificultada por uma série de problemas: falta de apoio do governo, grande dispersão e tamanho reduzido do mercado interno, concorrência estrangeira, falta de capitais para investimento. Dificuldade de importar máquinas, carência de meios de transporte e comunicações, inexistência de indústria de base e atraso tecnológico. Apesar de todos esses entraves, a indústria nacional cresceu, principalmente durante a I Guerra Mundial, devido à necessidade de substituir as importações; a vinda de imigrantes com experiência operária e lucros gerados pela cafeicultura também contribuíram para a expansão das fábricas de tecido e alimentos na República Velha. Em termos sociais, a população brasileira saltou de 14 milhões em 1890 para cerca de 33 milhões em 1930. A pirâmide social, nesse mesmo período, contudo, pouco mudou: o topo da sociedade continuou sendo ocupado pelas elites agrárias e oligarquias rurais e o desenvolvimento da burguesia industrial foi tão limitado quanto a própria industrialização. Apesar de a maior parte da população permanecer no campo, em condições bastante precárias, as camadas urbanas cresceram, devido


ao incremento das atividades econômicas, da imigração estrangeira e das migrações internas. Enquanto no nordeste a seca tornava-se cada vez mais crônica, impulsionando o êxodo rural em direção ao sul, nas cidades desenvolvia-se a classe operária, formada, em grande parte, por imigrantes e sujeita à exploração e à ausência de leis trabalhistas. Influenciados pela doutrina anarquista, foram então organizados os primeiros sindicatos de trabalhadores; as manifestações nesse período sempre terminavam com violência, pois, para os governadores da República velha, greve era “caso de polícia”.    

Revoltas Populares da República Oligárquica Canudos (1896-1897) – Sertão da Bahia. Revolta da Vacina (1904) – Rio de Janeiro. Revolta da Chibata (1910) – Rio de Janeiro. Contestado (1912 – 1914) – Santa Catarina.

Os alicerces da República do Café-com-Leite começaram a ruir ainda no começo da década de 20. Os principais fatores foram: o tenentismo, as oligarquias dissidentes e as eleições de 30. O tenentismo foi um movimento que nasceu dentro do exército brasileiro e viveu três fases distintas. Na primeira fase os tenentes protestavam apenas contra a desorganização e o abandono em que se encontrava o exército. Na segunda fase o movimento tornou-se político e uniu-se a algumas oposições estaduais. Na terceira fase o movimento uniu-se à oposição a nível nacional e suas lideranças passaram a grupos civis. Apesar de ter apresentado grande força e ter sido decisivo para a derrubada de Washington Luís, o movimento tenentista não tinha liderança organizada, muito menos uma linha ideológica definida. No fim da década de 20 as oposições começaram a se manifestar, chegando até mesmo a formar partidos políticos. Alguns estados não compactuavam mais com a política dos governadores e almejavam o poder central. Era o caso da Paraíba, Rio Grande do Sul do rio de Janeiro. Cansado da alternância entre Minas e São Paulo, essas oligarquias dissidentes faziam fortes críticas ao governo central. A crise de 1929 acertou em cheio os cafeicultores paulistas. São Paulo contabilizou grandes perdas e teve seu poder abalado. Washington Luís, presidente paulista que governou o Brasil entre 1926 e 1930, deveria indicar um candidato mineiro para as futuras eleições. Porém, o indicado do presidente foi o também paulista Júlio Prestes. Os políticos mineiros uniram-se às oligarquias dissidentes e apoiaram a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas. Em eleições marcadas por grandes fraudes, o vitorioso foi Júlio Prestes. As oligarquias dissidentes deram-se por derrotadas. Todavia, a morte de João Pessoa (vice da chapa de Vargas) desencadeou um movimento que culminou na Revolução de Trinta, quando Getúlio Vargas, liderando uma coluna tenentista, marchou do Rio Grande do Sul ao Rio de janeiro, onde tomou posse do governo.

1. (UFSC 2017) – A República está proclamada. – Já há governo? – Penso que já; mas diga-me V. Exa.: ouviu alguém acusar-me jamais de atacar o governo? Ninguém. Entretanto... Uma fatalidade! Venha em meu socorro, Excelentíssimo. Ajude-me a sair deste embaraço. A tabuleta está pronta, o nome todo pintado. – “Confeitaria do Império”, a tinta é viva e bonita. O pintor teima em que lhe pague o trabalho, para então fazer outro. Eu, se a obra não estivesse acabada, mudava de título, por mais que me custasse, mas hei de perder o dinheiro que gastei? V. Exa. crê que, se ficar “Império”, venham quebrar-me as vidraças? – Isso não sei. – Realmente, não há motivo; é o nome da casa, nome de trinta anos, ninguém a conhece de outro modo... – Mas pode pôr “Confeitaria da República”... – Lembrou-me isso, em caminho, mas também me lembrou que, se daqui a um ou dois meses, houver nova reviravolta, fico no ponto em que estou hoje, e perco outra vez o dinheiro. ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. 12. ed. São Paulo: Ática, 1999, p. 114. Sobre o advento da República no Brasil, é correto afirmar que: 01. para os positivistas brasileiros, que adotaram o lema “ordem e progresso” para a nova República, a “nação” precisava ser controlada por homens capazes de manter a ordenação da sociedade de modo racional e científico e compor um Estado forte e intervencionista. 02. entre as primeiras ações do governo provisório estavam a adoção do federalismo, que transformou as antigas províncias em estados da Federação; a desvinculação entre Igreja e Estado; a legalização de milhares de estrangeiros e a instituição do casamento e do registro civil. 04. a mudança do nome da cidade de Nossa Senhora do Desterro para Florianópolis aconteceu após eventos de resistência ao governo de Floriano Peixoto, ocorridos na capital de Santa Catarina, como uma demonstração de força política do presidente. 08. a população do Rio de Janeiro, mesmo sendo surpreendida pelo movimento dos militares, já estava imbuída dos ideais republicanos e saiu às ruas em mobilização de apoio ao movimento após a oficialização da proclamação da República. 16. atendendo a aspirações do Movimento Republicano e com inspiração na Constituição liberal estadunidense, foi adotado o voto universal com restrições apenas aos analfabetos. 32. durante o primeiro governo republicano, o Brasil enfrentou grandes problemas econômicos com surtos inflacionários e um descontrolado mercado de compra e venda de ações que levaram a economia ao colapso. A política econômica adotada na época ficou conhecida como “Encilhamento”. #ORGULHODESERPRÓ | 27


2. (UFSC 2017) Tragédia anunciada Coronéis locais, forças estaduais e exército se uniram para combater as “cidades santas”, territórios autônomos criados por caboclos. Cerca de 200 seguidores do monge e curandeiro José Maria estão reunidos em Irani. Todos eles homens simples, sertanejos, refugiaram-se ali na esperança de evitar um confronto com as forças do governo. Mas é tarde demais: a essa altura, o simples agrupamento – em uma região de conflitos fronteiriços e de instabilidade social – já é considerado uma atitude hostil às autoridades. Em resposta à ameaça, o governo resolve atacar: uma força de 58 soldados do Regimento de Segurança do Paraná entra em combate com os sertanejos. Morrem 21 pessoas, entre elas os chefes dos grupos em confronto – o coronel João Gualberto Gomes de Sá e o monge José Maria. MACHADO, Paulo Pinheiro. Tragédia anunciada. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 85, p. 17, out. 2012. Sobre o movimento do Contestado, narrado no trecho acima, e os demais movimentos sociais rurais ocorridos na Primeira República (1889-1930), é correto afirmar que: 01. diferentemente do que ocorria nas regiões Norte e Nordeste do país, o coronelismo catarinense caracterizavase pela atuação em defesa das populações sertanejas na luta pela legitimação da posse da terra. 02. para autoridades civis e militares do governo republicano e para amplos setores da imprensa, o movimento do Contestado era uma reedição do fanatismo de Canudos que, portanto, precisava ser energicamente eliminado. 04. o messianismo foi a crença que alimentou as esperanças das populações sertanejas e contribuiu para a organização de movimentos de resistência. 08. no final do século XIX, apoiado oficialmente pela Igreja Católica, Antônio Conselheiro liderou sertanejos do interior da Bahia em um movimento pela defesa do retorno da Monarquia e pela pacificação dos conflitos no sertão nordestino. 16. a Cabanagem e a Balaiada, movimentos ocorridos no meio rural do Norte e do Nordeste do país, buscaram articular as populações sertanejas na luta contra o coronelismo nas primeiras décadas da República brasileira. 32. entre o final do século XIX e a década de 1930, no interior do Nordeste do Brasil, bandos de homens armados, conhecidos como cangaceiros, agiam à margem da lei e contestavam a ordem dominante dos latifundiários e dos coronéis.

3. (Enem 2016) O coronelismo era fruto de alterações na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto. CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1998 (adaptado).

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No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na: a) coação das milícias locais. b) estagnação da dinâmica urbana. c) valorização do proselitismo partidário. d) disseminação de práticas clientelistas. e) centralização de decisões administrativas.

4. (ENEM 2009) A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 1891: Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei. A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que: Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei. Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que: a) a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar. b) a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referiase também às mulheres. c) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor. d) o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino. e) a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino.

5. (ENEM 2011) Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem revistas, nas quais se limitava a ver as figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural. O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania. Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social: a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda. b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes. c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica. d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia. e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

6. (ITA) As razões da violenta repressão ao movimento de Canudos, no interior da Bahia, no início da República, deveram-se principalmente: 01. à preocupação da Igreja com relação ao crescimento de uma seita que lhe era hostil. 02. às tendências esquerdistas manifestadas pelos seus integrantes.


04. aos interesses prejudicados dos latifundiários, privados de mão de obra farta e barata. 08. à impossibilidade de controle fiscal do governo sobre uma grande área produtora de minérios. 16. à recusa dos sertanejos em trabalhar nas terras dos latifundiários e terem invadido terras do governo.

d) A centralização do poder no executivo federal impedia a formação de uma aliança duradoura entre as oligarquias. e) A diversificação da produção e a preocupação com o mercado interno unificaram os interesses das oligarquias

9. “... Para que V. Excia. faça aos marinheiros brasileiros

7. (Enem 2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido, por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.

Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na: a) rigidez das normas jurídicas. b) prevalência dos interesses privados. c) solidez da organização institucional. d) legitimidade das ações burocráticas. e) estabilidade das estruturas políticas.

8. (ENEM 2011) Até que ponto, a partir de posturas e interesses diversos, as oligarquias paulista e mineira dominaram a cena política nacional na Primeira República? A união de ambas foi um traço fundamental, mas que não conta toda a história do período. A união foi feita com a preponderância de uma ou de outra das duas frações. Com o tempo, surgiram as discussões e um grande desacerto final. A imagem de um bem-sucedido acordo café com leite entre São Paulo e Minas, um acordo de alternância de presidência entre os dois estados, não passa de uma idealização de um processo muito mais caótico e cheio de conflitos. Profundas divergências políticas colocavam-nos em confronto por causa de diferentes graus de envolvimento no comércio exterior. Para a caracterização do processo político durante a Primeira República, utiliza-se com frequência a expressão Política do Café com Leite. No entanto, os textos apresentam a seguinte ressalva a sua utilização: a) A riqueza gerada pelo café dava à oligarquia paulista a prerrogativa de indicar os candidatos à presidência, sem necessidade de alianças. b) As divisões políticas internas de cada estado da federação invalidavam o uso do conceito de aliança entre estados para este período. c) As disputas políticas do período contradiziam a suposta estabilidade da aliança entre mineiros e paulistas.

possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilitam (...), reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes; aumentar nosso soldo...” Ultimato dos Marinheiros revoltosos ao Presidente Hermes da Fonseca, em 1910. As reivindicações contidas no texto referem-se às expectativas de alguns segmentos sociais quanto à República que almejavam. Das alternativas abaixo, ilustrativas da realidade política sob a República Velha, qual contém um sentido que se identifica com o ultimato transcrito? 01. “A questão operária é uma questão de polícia” (Washington Luís); 02. “… de lá (dos Estados) que se governa a República, por cima das multidões que tumultuam, agitadas, as ruas da capital da União” (Campos Salles); 04. “... por isso, os que não quiserem render-se às persuasões, terão que render-se à força.” (Aurelino Leal, Chefe de Polícia); 08. “O povo ficou reduzido a uma verdadeira situação de impotência, asfixiado em sua vontade pela ação compressora dos que detêm as posições políticas e administrativas.” (Manifesto dos Tenentes); 16. “A 15 de novembro (de 1889) troca-se um trono vitalício pela cadeira quadrienal... O caboclo não dá pela coisa. Vem Floriano, estouram as granadas de Custódio na Revolta da Armada... O caboclo continua de cócoras.” (Monteiro Lobato).

10. Assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s): 01. A Revolta da Vacina ocorreu durante a presidência de Rodrigues Alves. 02. Podemos dizer que a eclosão da Revolta da Vacina refletiu a falta de democracia no país. 04. Os militares e a oposição aproveitaram o descontentamento popular para se contrapor ao governo. 08. A Revolta da Vacina foi um fato inserido no processo de reurbanização feito pelo prefeito Pereira Passos. 16. A Revolta da Chibata foi feita por trabalhadores negros nas fazendas de café, tratados como escravos.

11. (UFRN) A “Política dos Governadores”, iniciada, na República Velha, por Campos Sales, baseava-se no(a): a) domínio das elites oligárquicas estaduais sobre as populações rurais, através da repressão violenta às constantes revoltas armadas.

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b) controle exercido pelas oligarquias sobre os oficiais da Guarda Nacional, os quais influenciavam fortemente a condução da política nacional. c) elaboração de uma política de correção dos vícios do sistema eleitoral, advinda de articulações entre as oligarquias e o governo federal. d) teia de relações políticas ligadas ao poder oligárquico, a qual partia do presidente, passava pelos governadores e se estendia até os eleitores nos municípios tutelados pelos coronéis.

12. (Mackenzie-SP) “Os vaqueiros e os peões do interior escutavam-no em silêncio, intrigados, atemorizados, comovidos… Alguma vez, alguém o interrompia para tirar uma dúvida. Terminaria o século? Chegaria o mundo a 1900? Ele respondia (…) Em 1896, mil rebanhos correriam da praia para o sertão e o mar se tornaria sertão e o sertão mar (…).” Mario Vargas Llosa. O carismático Antonio Conselheiro, de que fala o texto acima, liderou a Revolta de Canudos, em 1897. Dentre as causas dessa revolta, apontamos: a) O isolamento do sertanejo, o coronelismo e a luta pela posse da terra. b) O apoio incondicional do sertanejo à Monarquia. c) A impossibilidade de adaptação do sertanejo aos valores republicanos. d) O crescimento e a modernização da economia nordestina. e) A oposição contra a Igreja Católica aliada dos monarquistas.

ERA VARGAS GOVERNO PROVISÓRIO (1930 – 1934); GOVERNO CONSTITUCIONAL (1934 – 1937); E O ESTADO NOVO (1937 – 1945) Governo provisório Em 3 de novembro de 1930, Getúlio Vargas assumiu a presidência, na chefia de um “governo provisório”. Munido de amplos poderes, suspendeu a Constituição de 1891, fechou o Congresso Nacional e as Assembleias Estaduais e substituiu os governadores por interventores estaduais. Instaurou, assim, a ditadura, prometendo, ao mesmo tempo, a futura eleição de uma assembleia constituinte. Durante esse período dois acontecimento destacam-se: a Revolução Constitucionalista de 1932 e a Constituição de 1934. A primeira reação contra o Vargas partiu das oligarquias paulistas derrubadas pela Revolução de 30, as quais não aceitavam o interventor militar nomeado para o estado e ainda sonhavam em voltar ao poder. Revoltadas com a morte de quatro manifestantes antigetulistas e visando à 30 | Pró Floripa

deposição do presidente, forças oligárquicas iniciaram, em 1932, uma luta que tinha como pretexto a promulgação imediata de uma nova Constituição para o país. Os revolucionários constitucionalistas acreditavam em uma vitória fácil sobre as tropas federais e na volta das oligarquias cafeeiras ao comando da nação. Contudo, isolado após a repressão de seus aliados, São Paulo acabou derrotado diante da superioridade bélica das forças getulistas. Apesar da derrota militar, o levante atingiu um de seus objetivos: no ano seguinte, o governo provisório de Vargas marcou eleições para a formação de uma Assembleia Constituinte.       

A constituição de 1934 Regime federativo; Três poderes; Voto secreto e universal, para maiores de 18 anos e alfabetizados; Instituição da Justiça do Trabalho e dos direitos trabalhistas básicos; Ensino primário obrigatório e gratuito; Criação da Previdência; Nacionalização das Empresas e restrição o capital estrangeiro.

Governo Constitucional A mesma Assembleia que promulgou a passageira Carta de 1934, ratificou a permanência de Getúlio no poder, elegendo-o presidente para um mandato de quatro anos. Uma vez pacificada a nação e estabilizada a economia, Vargas encontrou espaço para implantar seu projeto autoritário, favorecido pela conjuntura internacional dos anos 30. Durante esse período dois grupos formaram-se no Brasil. A AIB (Ação Integralista Brasileira), liderada por Plínio Salgado, cujo discurso clamava à luta contra o “perigo vermelho”. Anticomunismo, elitismo, palavras de ordem, marchas e uniformes verdes caracterizavam o integralismo, que até 1938 esteve relativamente perto de Getúlio, por defender um regime fortemente centralizado e de partido único. Neste ano, contudo, os integralistas romperam com o ditador e tentaram um golpe contra o governo, mas acabaram violentamente reprimidos. No extremo oposto estava a esquerda, com sua ideologia socialista, impulsionada pela vitoriosa Revolução Russa de 1917 e pela expansão das ideias comunistas. No Brasil essa corrente ideológica era representada pela ANL (Aliança Nacional Libertadora) , uma grande e heterogênea frente popular, cujo presidente de honra era o cavaleiro da esperança Luís Carlos Prestes, histórico líder do tenentismo convertido ao ideal socialista. Entre as principais propostas da ANL estavam a reforma agrária, a suspensão do pagamento da dívida externa, a nacionalização da economia e a instituição de um governo popular e democrático. A partir de 1935, passou a ser perseguida pelo governo getulista e, nesse mesmo ano, fracassou ao tentar um revolução que ficou conhecida como Intentona Comunista.


Em 1937, quase às vésperas do processo eleitoral que escolheria seu sucessor, Vargas deu outro rumo ao andamento da nação: alegando grande ameaça à segurança interna, decretou um regime de exceção, cancelando as eleições, suspendendo as liberdades individuais e extinguindo os partidos políticos. O motivo apresentado para este golpe foi a descoberta de um suposto plano comunista para tomar o poder no Brasil. O “Plano Cohen”, como foi chamado, na realidade havia sido forjado por Olympio Mourão, ligado ao governo, o qual estava interessado em disseminar o anticomunismo entre a população e, sobretudo, criar a ideia de que só um Estado fortemente centralizado poderia deter o avanço comunista. Estado Novo Repressão + Concessões + Propaganda P.E.

CLT

D.I.P.

Manipulado o Poder Legislativo, as Forças Armadas e a opinião pública, no dia 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas fechou o congresso e outorgou uma nova Constituição; conhecida como Polaca, por inspirar-se na Carta fascista então em vigor na Polônia; a qual vinha sendo preparada desde o ano anterior. Na mesma noite, o presidente fez um pronunciamento à população, justificando o golpe, e assim, praticamente sem resistência, iniciava-se a ditadura fascista do Estado Novo. Constituição de 1937  Centralismo e hipertrofia do Poder Executivo;  Restrição das atribuições do Poder Judiciário;  Suspensão da autonomia dos estados;  Censura prévia aos meios de comunicação Através da Polícia Especial (PE) e do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), Vargas controlava toda a oposição. Perseguições, assassinatos e torturas foram comuns nos tempos do Estado Novo. Controlando os sindicatos e fazendo concessões aos trabalhadores, Vargas garantia o apoio da população. Durante o período do estado Novo o Brasil conheceu um grande avanço econômico. Grande parte da indústria de base nacional é desta época. São exemplos desse desenvolvimento:  CSN - Cia. Siderúrgica Nacional;  CVRD - Cia. Vale do Rio Doce;  FNM - Fábrica Nacional de Motores;  CNA - Cia. Nacional de Álcalis;  CHESF - Cia. Hidroelétrica do São Francisco. A participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, ao lado dos Aliados, acabou sendo fatal para o Estado Novo, pois tornou clara uma grande contradição: enquanto na Europa, nossas forças lutavam contra o nazismo, no Brasil predominava uma ditadura de inspiração fascista. Manifestações pela redemocratização do país intensificaram-se. Várias entidades e categorias sociais mobilizaram-se. Pressionado pela crescente oposição e pela promessa de abrir o regime após a guerra, aos poucos #ORGULHODESERPRÓ | 31


Getúlio fez concessões: anistiou presos políticos, liberou a formação de partidos políticos e, finalmente, marcou para dezembro de 1945 as eleições para sucedê-lo.

D reivindicar a transição constitucional sob influência do governante. E resgatar a representatividade dos sindicatos sob controle social.

3. (UDESC) Atribui-se o nome de "Revolução de 30" ao 1. (UFSC 2017) “Engenho e arte só comparável ao cinema”, anunciava a propaganda de revista, refletindo o entusiasmo provocado pelas novas tecnologias de comunicação que transformariam o século XX. A frase publicitária, publicada nos anos 1920, referia-se ao rádio – o que soa irônico para quem sabe que anos depois viria a televisão. Mas o rádio também foi uma revolução. BARBOSA, Marialva Carlos. Sintonizando seguiremos. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 9, n. 100, p. 84, jan. 2014. [Adaptado]. Sobre o papel do rádio na história do Brasil, é correto afirmar que: 01. quando se instituiu a ditadura do Estado Novo (19371945), o governo Vargas não enxergou a importância do rádio para sua comunicação, ao contrário do que faziam o nazismo e o fascismo na Europa. 02. ao contrário da mídia impressa, que sofria com a censura imposta pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), durante a Era Vargas o rádio era visto como um espaço de liberdade, dedicado apenas ao entretenimento. 04. apesar do impacto proporcionado pela sua chegada, até meados dos anos 1950 o rádio ainda era um “artigo de luxo” restrito a pequena parcela da elite econômica do Brasil. 08. na chamada “Era de Ouro” do rádio, cantores tornavam-se “reis e rainhas da voz” em programas de auditório que reuniam milhares de pessoas. 16. na música, o samba popularizou-se, consagrando inúmeros compositores e intérpretes, como Noel Rosa, Wilson Batista, Ari Barroso, entre outros. 32. controlada por pessoas ligadas à União Democrática Nacional (UDN), a Rádio Nacional tornou-se, sobretudo nos anos 1940, um dos grandes instrumentos de oposição ao governo do presidente Getúlio Vargas.

2. (ENEM 2017) “Estão aí, como se sabe, dois candidatos à presidência, os senhores Eduardo Gomes e Eurico Dutra, e um terceiro, o senhor Getúlio Vargas, que deve ser candidato de algum grupo político oculto, mas é também o candidato popular. Porque há dois “queremos”: o “queremos” dos que querem ver se continuam nas posições e o “queremos” popular... Afinal, o que é que o senhor Getúlio Vargas é?É fascista? É comunista? É ateu? É cristão? Quer sair? Uqer ficar? O povo, entretanto, parece que gosta dele por isso mesmo, porque ele é “à moda da casa”. O movimento político mencionado no texto caracterizou-se por A reclamar a participação das agremiações partidárias. B apoiar a permanência da ditadura estadonovista. C demandar a confirmação dos direitos trabalhistas. 32 | Pró Floripa

movimento que depôs o presidente Washington Luís, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e possibilitou a ascensão de Getúlio Vargas como presidente da República em um governo provisório. Assinale a alternativa correta, em relação aos desdobramentos do processo iniciado a partir de 1930. A. ( ) Apesar de ser considerado um líder populista, Getúlio Vargas manteve-se distante de quaisquer práticas nacionalistas durante os anos do Estado Novo, entre 1937 e 1945. B. ( ) Durante o governo provisório, Getúlio Vargas foi o responsável pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), pela instauração do Ministério do Trabalho, do Ministério da Educação e pela nomeação de interventores federais em cada Estado da União. C. ( ) Após quatro anos de um governo provisório, Getúlio Vargas tornou-se presidente pelas vias da legalidade – eleições indiretas realizadas em 1934. Nessas eleições apenas os deputados participantes da Assembleia Nacional Constituinte tiveram direito ao voto. D. ( ) O apoio militar de Luís Carlos Prestes, reconhecido na época por sua liderança na Coluna Prestes, foi de importância fundamental para a ascensão de Getúlio Vargas à presidência. E. ( ) O voto feminino foi uma conquista obtida durante o governo de Getúlio Vargas. No entanto, sua duração foi restrita, e suspensa com o estabelecimento do Estado Novo, em 1937. Este direito foi reinstituído apenas em 1968, como resposta às reivindicações do movimento feminista no Brasil.

4. (Enem 2016) A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças dessa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da Justiça do Trabalho é também resultante da montagem dessa regulamentação. O poder normativo também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937. ROMITA, A. S. Justiça do Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1999. A criação da referida

instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo: a) legitimar os protestos fabris. b) ordenar os conflitos laborais. c) oficializar os sindicatos plurais. d) assegurar os princípios liberais. e) unificar os salários profissionais.

5. (UFSC 2015) A respeito da carta-testamento e da conjuntura nacional e internacional durante os governos de Vargas, é CORRETO afirmar que:


01. o Primeiro de Maio, principal data para os movimentos operários, tornou-se marco do governo de Vargas, com a realização de inúmeras comemorações oficiais. 02. logo após ter sido eleito presidente da República em 1930, Getúlio Vargas iniciou sua política voltada aos interesses dos trabalhadores, promulgando uma série de leis trabalhistas no país. 04. as forças de oposição, mencionadas por Getúlio na carta-testamento, eram grupos de esquerda defensores do protecionismo da economia nacional e, portanto, contrários à profunda adesão do governo de Vargas ao bloco capitalista liderado pelos Estados Unidos durante a Guerra Fria. 08. durante o Estado Novo, surgiu a Hora do Brasil, programa de rádio de abrangência nacional que tinha o objetivo de divulgar as propostas e as iniciativas do governo para a população. 16. o suicídio do presidente provocou comoção nacional e acabou servindo para alavancar a carreira política de Carlos Lacerda, maior aliado de Getúlio Vargas durante seu governo populista (1951- 1954). 32. conforme afirma Vargas na carta-testamento, em seus governos as liberdades social e de expressão foram garantidas aos diversos setores da sociedade brasileira.

6. (Enem 2016) Em 1935, o governo brasileiro começou a negar vistos a judeus. Posteriormente, durante o Estado Novo, uma circular secreta proibiu a concessão de vistos a “pessoas de origem semita”, inclusive turistas e negociantes, o que causou uma queda de 75% da imigração judaica ao longo daquele ano. Entretanto, mesmo com as imposições da lei, muitos judeus continuaram entrando ilegalmente no país durante a guerra e as ameaças de deportação em massa nunca foram concretizadas, apesar da extradição de alguns indivíduos por sua militância política. GRIMBERG, K. Nova língua interior: 500 anos de história dos judeus no Brasil. In: IBGE. Brasil: 500 anos de povoamento. Rio de Janeiro: IBGE, 2000 (adaptado).

Uma razão para a adoção da política de imigração mencionada no texto foi o(a): a) receio do controle sionista sobre a economia nacional. b) reserva de postos de trabalho para a mão de obra local. c) oposição do clero católico à expansão de novas religiões. d) apoio da diplomacia varguista às opiniões dos líderes árabes. e) simpatia de membros da burocracia pelo projeto totalitário alemão.

7. (ENEM 2012)

Elaborado pelos partidários da Revolução Constitucionalista de 1932, o cartaz apresentado pretendia mobilizar a população paulista contra o governo federal. Essa mobilização utilizou-se de uma referência histórica, associando o processo revolucionário: a) à experiência francesa, expressa no chamado à luta contra a ditadura. b) aos ideais republicanos, indicados no destaque à bandeira paulista. c) ao protagonismo das Forças Armadas, representadas pelo militar que empunha a bandeira. d) ao bandeirantismo, símbolo paulista apresentado em primeiro plano. e) ao papel figurativo de Vargas na política, enfatizado pela pequenez de sua figura no cartaz.

8. A Constituição promulgada em 16 de julho de 1934 resultou de intensos debates que se prolongaram por oito meses. Entre suas principais inovações, não se inclui: a) A legislação trabalhista, a nacionalização das minas e quedas d’água. b) O salário mínimo para os trabalhadores, os deputados classistas e o direito da União em monopolizar determinadas atividades econômicas. c) A criação das justiças Eleitoral e do Trabalho. d) A inviolabilidade dos direitos à liberdade, à segurança e à propriedade dos cidadãos, como também a liberdade de consciência e de crença. e) O cerceamento de todas as garantias individuais e a proibição do direito de voto das mulheres.

9. Dentre os objetivos do movimento revolucionário de 1930, que conduziu ao poder Getúlio Vargas, apontamos: a) reorganizar a estrutura econômica do país, violentamente atingida pela crise de 1929, e pôr fim à hegemonia política da burguesia cafeeira. b) combater os movimentos tenentistas que, ao longo da década de vinte, desestabilizaram politicamente a nação. c) não fazer nenhuma composição política com grupos oligárquicos, mantidos isolados do poder durante a Era Vargas. d) atender exclusivamente às reivindicações da burguesia industrial, base política do movimento. e) restabelecer a monocultura cafeeira, através do financiamento externo dos estoques, em virtude da facilidade de obtenção de créditos.

10. A economia do Estado Novo, liderado por Getúlio Vargas, caracterizou-se a) pelo grande desenvolvimento no setor agrícola, com o aumento das exportações do algodão e da borracha. b) pela perda do poder político-econômico das oligarquias agrárias, com a crise do açúcar.

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c) pela criação da primeira indústria automobilística nacional, em São Paulo, cujos recursos foram retirados dos subsídios dados ao setor agrícola. d) pelo crescimento das exportações cafeeiras, tornando o café o produto de salvação nacional, já que era péssima a situação financeira do País. e) pela expansão industrial, na década de 30, mudando a estrutura econômica agroexportadora e consolidando o modo de industrialização por substituição de importações.

11. O Estado Novo (1937-1945) apresentava as seguintes características: a) centralização política – coronelismo – anarcosindicalismo. b) saneamento da economia – comunismo – constitucionalismo. c) crescimento industrial – nacionalismo – autoritarismo. d) estímulo às privatizações – liberalismo – trabalhismo.

12. (ENEM 2009) A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891: Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei. A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que: Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei. Ao se comparar os dois artigos, no que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que: a) a Constituição de 1934 avançou ao reduzir a idade mínima para votar. b) a Constituição de 1891, ao se referir a cidadãos, referiase também às mulheres. c) os textos de ambas as Cartas permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor. d) o texto da carta de 1891 já permitia o voto feminino. e) a Constituição de 1891 considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino.

13. (ENEM 2015) Bandeira do Brasil, és hoje a única. Hasteada a esta hora em todo o território nacional, única e só, não há lugar no coração do Brasil para outras flâmbulas, outras bandeiras, outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não consentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo! Discurso do Ministro da Justiça Francisco Campos na cerimônia da festa da bandeira, em novembro de 1937. Apud OLIVEN, G. R. A parte e o todo: a diversidade cultural do Brasil Nação. Petrópolis: Vozes, 1992.

O discurso proferido em uma celebração em que as bandeiras estaduais eram queimadas diante da bandeira nacional revela o pacto nacional proposto pelo Estado Novo, que se associa à: A supressão das diferenças socioeconômicas entre as regiões do Brasil, priorizando as regiões estaduais carentes. B orientação do regime quanto ao reforço do federalismo, espelhando-se na experiência política norte-americana.

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C adoção de práticas políticas autoritárias, considerando a contenção dos interesses regionais dispersivos. D propagação de uma cultura política avessa aos ritos cívicos, cultivados pela cultura regional brasileira. E defesa da unidade do território nacional, ameaçado por movimentos separatistas contrários à política varguista.

14. (ENEM 2009) A partir de 1942 e estendendo-se até o final do Estado Novo, o Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio de Getúlio Vargas falou aos ouvintes da Rádio Nacional semanalmente, por dez minutos, no programa “Hora do Brasil”. O objetivo declarado do governo era esclarecer os trabalhadores acerca das inovações na legislação de proteção ao trabalho. Os programas “Hora do Brasil” contribuíram para: a) conscientizar os trabalhadores de que os direitos sociais foram conquistados por seu esforço, após anos de lutas sindicais. b) promover a autonomia dos grupos sociais, por meio de uma linguagem simples e de fácil entendimento. c) estimular os movimentos grevistas, que reivindicavam um aprofundamento dos direitos trabalhistas. d) consolidar a imagem de Vargas como um governante protetor das massas. e) aumentar os grupos de discussão política dos trabalhadores, estimulados pelas palavras do ministro.

POPULISMO EURICO GASPAR DUTRA (1946 - 1951) Apoiado pelo ex-ditador e pelo PSD, o general Eurico Gaspar Dutra tornou-se presidente. De tendência conservadora, o governo Dutra pouco mostrou além de um ferrenho anticomunismo, inspirado pela parceria com os Estados Unidos, logo no início da Guerra fria. Em meio a tratados comerciais, visitas e acordos diplomáticos, caíram restrições alfandegárias, o Partido Comunista Brasileiro foi colocado na ilegalidade e seus deputados foram cassados. O liberalismo econômico prejudicou o desenvolvimento da indústria nacional e a balança comercial esteve negativa até 1950, quando fizeram efeito medidas protecionistas tomadas pelo presidente e houve uma elevação nos preços internacionais do café e das matérias-primas. O frustrado Plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e energia) ilustra bem a limitada intervenção do Estado durante o período. Indispensável para a redemocratização do país após a ditadura do Estado Novo, A Constituição de 1946 foi promulgada por uma Assembleia Constituinte e tinha fortes aspectos liberais. Contituição de 1946 - regime Federativo - sistema representativo - maior altonomia a Estados e Municípios


- incorporação da CLT - igualdade de todos perante a lei - direito de propriedade - liberdade de expressão SEGUNDO GOVERNO DE GETÚLIO VARGAS (1951 - 1954) Vargas foi democraticamente reconduzido ao Palácio do Catete, sede do governo federal, à frente do PTB. Ao longo dessa estadia na presidência adotou sua tradicional política nacionalista e populista. Mesmo permanecendo na dependência do capital estrangeiro, o governo getulista buscou incentivar a indústria nacional, investir em infraestrutura e limiar as remessas de lucro pelas empresas estrangeiras. Após a campanha “o petróleo é nosso”, foi criada a Petrobrás, em 1953, instituindo o monopólio estatal sobre a exploração e refinamento do petróleo brasileiro. A oposição ao “pai dos pobres” era grande: setores descontentes com as restrições ao capital estrangeiro e com incentivos às classes trabalhadoras organizaram uma forte campanha antigetulista. Jornais e políticos faziam duras críticas a Vargas, quando em agosto de 1954, um atentado contra o líder da oposição, Carlos Lacerda, vitimou seu acompanhante, o major Rubens Vaz. As investigações sobre o crime da rua Toneleros levaram a membros da segurança pessoal do presidente. Na madrugada do dia 24 de agosto de 1954,Vargas suicidou-se. Foi um golpe fatal não só para ele, como também para a oposição, que assistiu impotente à comoção que tomou conta do país, e à posterior ascensão de políticos identificados com o getulismo, como Juscelino Kubitschek e João Goula. JUSCELINO KUBISTCHEK (1956 - 1961) Juscelino assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1956. Em seu mandato presidencial, lançou o Plano Nacional de Desenvolvimento, também chamado de Plano de Metas, que tinha o célebre lema "Cinquenta anos em cinco". O plano tinha 31 metas distribuídas em seis grandes grupos: energia, transportes, alimentação, indústria de base, educação e — a meta principal — Brasília. Visava estimular a diversificação e o crescimento da economia, baseado na expansão industrial e na integração dos povos de todas as regiões com a capital no centro do território brasileiro. Embora o governo de Juscelino Kubitschek usasse uma plataforma nacional-desenvolvimentista, o Plano de Metas, lançado em 1956, permitiu a abertura da economia brasileira ao capital estrangeiro. Isentou de impostos de importação as máquinas e equipamentos industriais, assim como os capitais externos, desde que associados ao dinheiro nacional ("capital associado"). Para ampliar o mercado interno, o plano ofereceu uma generosa política de crédito. Financiou a implantação da indústria automobilística e da indústria naval, a expansão da indústria pesada, a construção de usinas siderúrgicas e de grande usinas hidrelétricas, como Furnas e Três Marias, abriu as rodovias transregionais e aumentou a produção de petróleo da Petrobras. Em 15 de dezembro de 1959, JK criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, Sudene, para integrar a região ao mercado nacional. Em maio de 1960, um mês após a inauguração de Brasília, Juscelino fez com que o Brasil obtivesse do FMI um

empréstimo de 47,7 milhões de dólares para financiar o seu plano industrial — sobretudo, a indústria automobilística em São Paulo. Outro fato importante do governo de JK foi a manutenção do regime democrático e da estabilidade política, que gerou um clima de confiança e de esperança no futuro entre os brasileiros. Teve grande habilidade política para conciliar os diversos setores da sociedade brasileira, mostrando-lhes as vantagens de cada setor dentro da estratégia de desenvolvimento de seu governo. Evitou qualquer confronto direto com seus adversários políticos e apelou a eles para que fizessem oposição sempre dentro das leis democráticas. No plano internacional, Juscelino procurou estreitar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos da América, ciente de que isso ajudaria na implementação de sua política econômica industrial e na preservação da democracia brasileira. Formulou a Operação Pan-americana, iniciativa diplomática em que solicitava apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento da América do Sul, como forma de evitar que o continente fosse assolado pelo fantasma do comunismo. A política econômica de Juscelino prejudicou a indústria nacional e gerou uma imensa dívida externa. A crise econômica da década de 60 é resultado da política econômica de JK, que privilegiou a implantação de multinacionais ao invés de dar continuidade à política de nacionalização de Vargas. JÂNIO QUADROS (GOVERNOU APENAS 7 MESES) (1961) Jânio Quadros tomou posse em 31 de janeiro de 1961, assessorado por João Goulart, o vice-presidente eleito. Político populista, foi considerado símbolo da reforma política e da justiça social. Em seu mandato, agiu de forma firme contra a inflação e aos maus resultados da burocracia. Criticou fortemente o governo de Kubitschek atribuindo a ele a inflação, o nepotismo, a má administração pública, bem como uma grande dívida externa. Criou uma nova política que firmava relações internacionais, não permitia intervenção externa à política, criou reservas indígenas, destruiu o câmbio que beneficiava apenas alguns grupos econômicos, proibiu a utilização do lança-perfume bem como o uso de biquíni em concursos de miss transmitidos pela televisão e ainda as brigas de galo. Devido à falta de crédito junto às nações capitalistas e em meio a uma aguda crise econômica, Jânio abriu negociações com o bloco socialista. Essa atitude assustou muito os políticos conservadores e foi vista com desconfiança pela esquerda nacional. A jogada política de Quadros não deu certo, pois perdeu o pouco apoio que tinha da direita e não recebeu apoio da esquerda, que considerava a aproximação com a URSS um golpe político. O presidente condecorou Ernesto “Che” Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração existente no país até então. Como resultado disso, foi acusado de comunista. Em 25 de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou o poder, deixando toda a população assustada com sua atitude. Acredita-se que tal renúncia era apenas um tipo de encenação para que o Parlamento lhe oferecesse liberdade #ORGULHODESERPRÓ | 35


governamental, além do apoio do exército brasileiro. O Congresso, ao contrário do que Jânio Quadros esperava, aceitou prontamente sua renúncia. Aproveitando a ocasião, os conservadores tentaram impedir a posse do vice-presidente João Goulart, mas a reação em amplos setores da sociedade civil e da ala legalista das Forças Armadas obrigou os conservadores a aceitarem uma solução intermediária: a adoção do parlamentarismo, pela qual Jango tomava posse, embora com poderes bem mais restritos. JOÃO GOULART (1961 - 1964) João Goulart assumiu a difícil tarefa de governar um país em crise: economia em declínio, inflação em ascensão e equilíbrio político precário. A esquerda o apoiava, os moderados abriram-lhe um limitado crédito de confiança e os conservadores começaram a tramar sua queda no próprio dia em que ele tomou posse. Os militares, embora não simpatizassem com Jango, estavam dispostos a sustentá-lo, dentro da linha legalista. Por isso, as metas do presidente eram basicamente recuperar seus poderes, restabelecendo o presidencialismo, e conquistar a confiança dos moderados, sem perder o apoio das esquerdas, para poder, assim, executar as chamadas reformas de base, destinadas a modernizar o capitalismo brasileiro. A recuperação dos poderes foi alcançada em 1963, quando um plebiscito aprovou, por grande maioria, o retorno ao presidencialismo. Daí em diante, o ponto central da política de Jango foram as reformas de base: reforma agrária, reforma do sistema bancário, do processo eleitoral, da legislação a respeito do capital estrangeiro e da remessa de lucros das multinacionais e reforma do sistema tributário (para aumentar os recursos financeiros do governo). Visando apressar essas medidas, Jango defendia uma reforma da Constituição de 1946. Entretanto, tornava-se difícil realizar esse programa, por causa da queda constante da economia, do aumento da inflação e do esforço necessário ao pagamento da dívida externa. Primeiro, era preciso contornar essas dificuldades para, em seguida, iniciar as reformas. Mas a resolução de tais problemas era extremamente complicada, pois exigia, de um lado, medidas impopulares, às quais grande parte da opinião pública se opunha e, de outro, o apoio dos grupos financeiros estrangeiros, que só colaborariam se as reformas de base fossem abandonadas. Caíamos em um circulo vicioso, agravado pelo fato de que as forças populares, através principalmente dos sindicatos, pressionavam cada vez mais o presidente, para que pusesse em prática sua política reformista, enquanto os conservadores procuravam impedir tal política por quaisquer meios a seu alcance. O ambiente político foi ficando cada vez mais agitado e, em março de 1964, a situação era explosiva. No dia 13, houve um grande comício em favor das reformas, no Rio de Janeiro, com a presença de João Goulart e a participação de 300 mil pessoas. Os conservadores reagiram, organizando em São Paulo a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, com mais de 300 mil participantes. Uma 36 | Pró Floripa

semana depois, alegando que Goulart estava “a serviço do comunismo internacional”, deram um golpe de Estado. Na noite de 31 de março para 1º de abril, os generais Luís Carlos Guedes e Mourão Filho sublevaram a guarnição de Minas Gerais. Sob a chefia do general Castelo Branco, chefe do Estado-Maior, e com o apoio de vários governadores, a rebelião longamente preparada expandiu-se rapidamente. E o que fez o governo? Não fez nada. Seu esquema militar era precário e Jango, principalmente, recusou-se a apresentar resistência armada. Assim, várias importantes unidades militares, que haviam sido mobilizadas para defender a legalidade, retornaram a seus quartéis, sem lutar. Em apenas 48 horas, a revolta era vitoriosa em todo o país e o presidente partiu para o exílio no Uruguai. Encerrava-se o período populista

1. (Enem 2016) - O Cruzeiro, década de 1960. Disponível em: www.memoriaviva.com.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado). No anúncio, há referências a algumas das transformações ocorridas no Brasil nos anos 1950 e 1960. No entanto, tais referências omitem transformações que impactaram segmentos da população, como a: a) exaltação da tradição colonial. b) redução da influência estrangeira. c) ampliação da imigração internacional. d) intensificação da desigualdade regional. e) desconcentração da produção industrial.

2. (UFSC 2005) “Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, pra que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes (...) Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.” Carta-Testamento de Getúlio Vargas.


Sobre o longo, conturbado e polêmico período de governo de Getúlio Vargas, é CORRETO afirmar que: 01. Getúlio Vargas, oriundo da oligarquia gaúcha, chegou ao poder com um discurso antioligárquico, através de um movimento armado, em 1930. 02. em 1934, Getúlio foi eleito presidente por sufrágio indireto. Seu mandato deveria durar até 1938, quando seriam realizadas eleições diretas para a presidência. 04. em 1937, por meio de um golpe de estado, inaugurouse o Estado Novo, pondo fim à campanha para presidente que estava em pleno curso. Terror policial, tortura e prisões ocorreram até 1945. 08. em 1950, Vargas foi eleito presidente da república, pela primeira vez pelo voto direto. Esse período na presidência foi marcado por um discurso fortemente nacionalista, pelos constantes apelos aos trabalhadores e pelos embates com uma oposição, como o próprio Vargas, nem sempre democrática. 16. a despeito dos seus críticos, é possível dizer que Getúlio Vargas sempre governou de forma democrática, defendendo os interesses do povo e se colocando contra os interesses dos grandes empresários e banqueiros, como se lê na sua carta- testamento.

3. (UFPR) A respeito das tensões políticas e sociais descritas na Carta Testamento de Vargas (24/08/1954), assinale as alternativas verdadeiras: 01. Getúlio Vargas identificava a si próprio como defensor dos direitos dos trabalhadores brasileiros e arquiteto da soberania nacional. 02. Getúlio Vargas tentava minimizar a importância do desenvolvimento industrial, defendendo reiteradamente o predomínio da cafeicultura. 04. Getúlio Vargas havia optado pelo investimento dos recursos do Estado nas indústrias de base como forma de garantir a independência econômica nacional. 08. Getúlio Vargas reconhecia a sua responsabilidade na instauração da ditadura do Estado Novo (1937-1945), fazendo uma autocrítica dos abusos perpetrados pela repressão policial naquele período. 16. Getúlio Vargas criticava os setores empresariais que não concordavam com sua política trabalhista. 32. Getúlio Vargas defendia a privatização das empresas estatais, como a Eletrobrás e a Petrobras, tidas por ele como ineficientes e atrasadas, principais responsáveis pelo deficit público e pela inflação.

4. (UFSC2015) O Comício da Central do Brasil: O presidente se compromete com a reforma agrária “A constituição atual, trabalhadores, é uma Constituição antiquada, porque legaliza uma estrutura socioeconômica já superada; uma estrutura injusta e desumana. O povo quer que se amplie a democracia, quer que se ponha fim aos privilégios de uma minoria; que a prosperidade da terra seja acessível a todos.”

Discurso de João Goulart apud DARATIOTO, F. F. M.; DANTAS, J. De Getúlio a Getúlio: a democracia populista. São Paulo: Atual, 1991. p. 63-64.

Sobre o discurso de João Goulart e o contexto político do seu governo, é CORRETO afirmar que: 01. o discurso do presidente João Goulart vinha ao encontro das pressões dos movimentos sociais rurais, que se manifestavam por meio das ligas camponesas exigindo “reforma já” e “reforma agrária na lei ou na marra”. 02. a legislação trabalhista, já garantida aos trabalhadores urbanos, deveria ser estendida aos trabalhadores rurais através do Estatuto do Trabalhador Rural, aprovado em 1963. 04. promulgada em 1891, durante o governo do marechal Deodoro da Fonseca, a “constituição antiquada”, mencionada por Goulart, mantinha evidentes privilégios à elite oligárquica brasileira. 08. entre os pontos fundamentais das chamadas “reformas de base” defendidas pelos partidos de oposição ao governo “Jango”, estavam a redução drástica dos impostos no Brasil e a maior abertura do mercado nacional para investidores estrangeiros. 16. a vitória do golpe militar de 1964 contou com apoio civil e de políticos de oposição ao governo Goulart, como Adhemar de Barros, Carlos Lacerda e Magalhães Pinto, governadores de São Paulo, da Guanabara e de Minas Gerais, respectivamente. 32. o apoio ao comício de João Goulart pode ser percebido pela grande manifestação em defesa da igualdade, da liberdade e da justiça social, conhecida como “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, ocorrida em São Paulo no dia 19 de março de 1964.

5. (UFSC2014) Sobre a criação da Petrobras, seu contexto histórico e a produção de combustíveis no Brasil, é CORRETO afirmar que: 01. a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.) foi criada no governo Juscelino Kubitschek como uma das ações do Plano de Metas, que proporcionou importantes mudanças econômicas e sociais no Brasil. 02. a campanha “O Petróleo é Nosso”, entre o fim dos anos 1940 e início dos anos 1950, esteve diretamente vinculada à criação da Petrobras em clara ação nacionalista do então governo brasileiro, contrário ao excessivo intervencionismo estrangeiro no país. 04. durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), a Petrobras obteve o monopólio da exploração de petróleo no Brasil, fato que rapidamente garantiu sua autossuficiência para o abastecimento interno. 08. entre as consequências da crise internacional do petróleo dos anos 1970, está a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool) pelo governo brasileiro, com o objetivo de investir na produção de álcool combustível (etanol) como alternativa à gasolina. 16. criado durante o Estado Novo (1937-1945), o Conselho Nacional do Petróleo (CNP) determinou várias diretrizes a respeito do petróleo e que as jazidas pertencessem à União.

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32. para viabilizar a criação da Petrobras, o governo brasileiro contou com o apoio financeiro dos Estados Unidos, através de empréstimos. Em troca, foi exigido o apoio declarado do Brasil ao bloco capitalista durante a Guerra Fria.

6. (UEPG-PR) Os anos que separam a queda de Vargas da ascensão militar de 64 constituem um período de grande diversificação e criatividade cultural. Sobre esse período, assinale o que for correto. 01. As classes médias nesse período rejeitavam as novidades culturais e de bens de consumo. 02. Nele surgiu a bossa-nova, movimento de modernização e internacionalização da música popular brasileira. 04. Jânio Quadros, eleito presidente pela coligação PTB/PSD, fortaleceu a hegemonia desses partidos em níveis regional e nacional. 08. Desenvolveu-se o Cinema Novo, iniciado com os filmes de Gláuber Rocha, marcando a passagem do cinema de arte para uma revolução de linguagem e de temas. 16. Fundaram-se os Centros Populares de Cultura (CPCs), envolvendo estudantes, artistas e intelectuais, para levar arte e cultura aos trabalhadores.

7. (UEPG-PR) “Além da reativação das relações bilaterais com os países socialistas, em base de respeito mútuo e visando ao incremento do comércio, o Brasil considera essencial à diminuição da tensão mundial uma política de fortalecimento das Nações Unidas. Para o governo brasileiro, a ONU, sendo menos que um superestado, é mais do que a soma de seus estados-membros e não foi feita para ser utilizada por eles, isoladamente ou em grupo, como instrumento de sua política paroquial ou de seus interesses mais imediatistas (…) Foram elas criadas (…) para salvaguardar a paz e a segurança de todos (…), permitir a justa aplicação do princípio de autodeterminação dos povos, vitalizar a cooperação internacional para o desenvolvimento econômico (…) O Brasil apoia todos esses objetivos (…).” Afonso Arinos de Melo Franco, ministro das Relações Exteriores, 1950. De acordo com o texto, assinale o que for correto: 01. O Brasil se posiciona favoravelmente à organização de blocos econômicos e políticos, para a manutenção da segurança mundial. 02. O Brasil defende o restabelecimento das relações diplomáticas com os países socialistas, pois essas resultariam em desenvolvimento comercial e alívio da tensão internacional. 04. A ONU não deve servir como instrumento de interesses político-econômicos de países-membros, isolados ou em grupo. 08. A ONU é um superestado que deve ser dotado de plenos poderes para a resolução de diferentes problemas internacionais. 16. Os objetivos do Brasil e dos Estados Unidos em relação aos países socialistas são coincidentes.

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8. (UFPR) “A nova democracia brasileira difere radicalmente do modelo registrado na tradição. E a diferença mais notável está em que, nesta democracia de massas, o Estado se apresenta de maneira direta a todos os cidadãos. Com efeito, todas as organizações importantes que se apresentam como mediação entre o Estado e o indivíduo são, em verdade, antes anexos do próprio Estado que órgãos efetivamente autônomos (...). O sistema partidário, por outro lado, tem base nos dois agrupamentos (PSD e PTB) criados por Getúlio e, em larga medida, dependentes do seu prestígio pessoal (...). Nesse quadro político – em que o Estado, através dos líderes populistas, se põe em contato direto com as massas – não há lugar de destaque para as ideologias. Os aspectos decisivos da luta política – as formas de aquisição e preservação do poderestão vinculados a uma luta entre personalidades”. WEFFORT, F. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

Considerando o período da história do Brasil situado entre 1946 e 1964, assinale as alternativas verdadeiras: 01. A democracia brasileira, no período em questão, foi sustentada mais por lideranças carismáticas do que por partidos fortes, amparados em ideologias claras. 02. No período histórico mencionado, as oligarquias agrárias de São Paulo e Minas Gerais organizaram um sistema partidário que buscava, acima de tudo, a inclusão da classe trabalhadora na vida política. 04. No populismo, a estrutura política brasileira afastou- se do modelo tradicional de democracia, na medida em que o Estado procurava manter as massas sob seu controle. 08. Nos anos 1950, teve destaque a participação da Ação Integralista Brasileira como a principal organização política mediadora das relações entre Estado e trabalhadores. 16. A tentativa de domínio político das massas pelo governo tornou-se manifesta em 1947, quando o Partido Comunista do Brasil foi novamente colocado na ilegalidade. 32. A época mencionada no texto refere-se à complexa conjuntura produzida pela crise do governo do General Dutra, líder de um regime militar cujo fim proporcionou a reorganização partidária em torno de lideranças de esquerda.

DITADURA MILITAR Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional ao cargo de presidente da República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém, ao começar seu governo, assume uma posição autoritária. Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos políticos. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos


e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar. O AI-2 instituiu o bipartidarismo. Só estavam autorizados o funcionamento de dois partidos : Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e a Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares. O AI-3 acabou com as eleições para governadores, prefeitos de capitais e também de cidades consideradas estratégicas à segurança nacional. Os governadores e prefeitos escolhidos pelo Executivo ganharam o apelido de Biônicos. Através do AI-4 o governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.

COSTA E SILVA (1967-1969) Em 1967, assume a presidência o general Arthur da Costa e Silva, após ser eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Seu governo é marcado por protestos e manifestações sociais. A oposição ao regime militar cresce no país. A UNE ( União Nacional dos Estudantes ) organiza, no Rio de Janeiro, a Passeata dos Cem Mil. Em Contagem (MG) e Osasco (SP), greves de operários paralisam fábricas em protesto ao regime militar. A guerrilha urbana começa a se organizar. Formada por jovens idealistas de esquerda, assaltam bancos e sequestram embaixadores para obterem fundos para o movimento de oposição armada. No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 (AI-5). Este foi o mais duro do governo militar, pois fechou o congresso nacional, aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial. GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969) Doente, Costa e Silva foi substituído por uma junta militar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). Dois grupos de esquerda, O MR-8 e a ALN, sequestram o embaixador dos EUA, Charles Elbrick. Os guerrilheiros exigem a libertação de 15 presos políticos, exigência conseguida com sucesso. Porém, em 18 de setembro, o governo decreta a Lei de Segurança Nacional. Esta lei decretava o exílio e a pena de morte em casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". No final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, foi morto pelas forças de repressão em São Paulo. MÉDICI (1969-1974) Em 1969, a Junta Militar escolhe o novo presidente : o general Emílio Garrastazu Medici. Seu governo é considerado o mais duro e repressivo do período, conhecido como "anos de chumbo". A repressão à luta armada cresce e uma severa política de censura é colocada em execução. Jornais, revistas, livros, peças de teatro, filmes, músicas e outras formas de expressão artística são censuradas. Muitos professores, políticos, músicos, artistas e escritores são investigados, presos, torturados ou exilados do país. O DOI-Codi (Destacamento de Operações e Informações e ao Centro de Operações de Defesa Interna) #ORGULHODESERPRÓ | 39


atua como centro de investigação e repressão do governo militar.

fora provavelmente promovido por militares de linha dura, embora até hoje nada tenha sido provado.

Ganha força no campo a guerrilha rural, principalmente no Araguaia. A guerrilha do Araguaia é fortemente reprimida pelas forças militares.

Em 1979, o governo aprova lei que restabelece o pluripartidarismo no país. Os partidos voltam a funcionar dentro da normalidade. A ARENA muda o nome e passa a ser PDS, enquanto o MDB passa a ser PMDB. Outros partidos são criados, como : Partido dos Trabalhadores (PT ) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT).

O MILAGRE ECONÔMICO Na área econômica o país crescia rapidamente. Este período, que vai de 1969 a 1973, ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma base de infraestrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi. O milagre econômico brasileiro baseou-se no capital estrangeiro e gerou uma dívida externa gigantesca. Com a diminuição do consumo e a desaceleração da economia, findou o Milagre Econômico. O Brasil entrou em uma profunda crise econômica. A elite nacional percebeu que a solução econômica do país não seria encontrada pelos militares. A ditadura militar começava a ser abalada. GEISEL (1974-1979) Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel, que começa um lento processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com a insatisfação popular. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem. Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades. Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog é assassinado nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação semelhante. Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeascorpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil. FIGUEIREDO (1979-1985) A vitória do MDB nas eleições em 1978 começa a acelerar o processo de redemocratização. O general João Baptista Figueiredo decreta a Lei da Anistia, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos. Os militares de linha dura continuam com a repressão clandestina. Cartas-bomba são colocadas em órgãos da imprensa e da OAB (Ordem dos advogados do Brasil). No dia 30 de Abril de 1981, uma bomba explode durante um show no centro de convenções do Rio Centro. O atentado 40 | Pró Floripa

A REDEMOCRATIZAÇÃO Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas. A inflação é alta e a recessão também. Enquanto isso, a oposição ganha terreno com o surgimento de novos partidos e com o fortalecimento dos sindicatos. Em 1984, políticos de oposição, artistas, jogadores de futebol e milhões de brasileiros participam do movimento das Diretas Já. O movimento era favorável à aprovação da Emenda Dante de Oliveira, que garantiria eleições diretas para presidente naquele ano. Para a decepção do povo, a emenda não foi aprovada pela Câmara dos Deputados. No dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheria o deputado Tancredo Neves, que concorreu contra Paulo Maluf, como novo presidente da República. Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal. Era o fim do regime militar. Porém Tancredo Neves fica doente antes de assumir e acaba falecendo. Assume o vicepresidente José Sarney. Em 1988 é aprovada uma nova constituição para o Brasil. A Constituição de 1988 estabeleceu princípios democráticos no país.

1. (UDESC) Em março de 1964 grupos militares, apoiados por grande parcela da sociedade civil, destituíram João Goulart da Presidência do Brasil e instauraram, pelo ato que na época qualificavam como revolucionário, um regime de exceção que se destinava a estabelecer a ordem no país e convocar novas eleições em 1965. Sabe-se que o Regime Militar, por meio de práticas autoritárias, estabeleceu-se no país por mais de 20 anos, e que novas eleições diretas para a presidência da República foram realizadas apenas em 1989. Assinale a alternativa correta sobre este período. A. ( ) Dentre os atos constitucionais, durante o Regime Militar, era dado ao presidente a possibilidade de suspender os direitos políticos de qualquer cidadão pelo prazo de 10 anos. B. ( ) Vigorou no Brasil o sistema bipartidário. A ARENA representava a ala governista e o MDB a oposição, formada institucionalmente por uma série de grupos de resistência como a FALN, o MR-8 e a POLOP. C. ( ) A Igreja Católica manteve-se, ao longo da ditadura militar, ao lado do Governo Militar. Prova disso é a participação de padres e bispos na Marcha dos 100 mil, convocada com o intuito de fortalecer os projetos políticos


e manifestar apoio ao Ato Institucional nº 5, promovido pelo governo Costa e Silva. D. ( ) O Regime militar possibilitou equiparação salarial entre grupos sociais, à medida que promovia aumentos salariais regulares, definidos em comum acordo com as lideranças sindicais. E. ( ) O governo de Emílio Garrastazu Médici é caracterizado por um amplo combate ao uso da tortura e da violência por parte do Estado. Foi dele a iniciativa de promover um processo de abertura política lenta, gradual e segura.

2. (Enem 2016) A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civilmilitares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civilmilitares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas. PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985): história e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).

Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a: a) modificações de limite territoriais. b) sobrevivência de oficiais exilados. c) interferência de potências mundiais. d) repressão de ativistas oposicionistas. e) implantação de governos nacionalistas.

3. (UFSC 2009) Sobre o processo conhecido como redemocratização do Brasil, é CORRETO afirmar que: 01. depois de quase duas décadas sob o regime militar, os brasileiros passaram a demonstrar sua insatisfação através de manifestações públicas, como as Campanhas pelas Diretas e as passeatas que reuniram milhares de pessoas em praça pública. 02. as campanhas e as passeatas promovidas na década de 1980 pressionaram os congressistas de tal forma que os levaram a aprovar a emenda Dante de Oliveira, restabelecendo as eleições diretas para presidente da República. 04. em eleições indiretas realizadas no Colégio Eleitoral, em 1984, Tancredo Neves foi eleito o primeiro presidente civil, após 20 anos de regime militar. 08. mesmo adoentado, Tancredo Neves assumiu a presidência da República, em 1985, inaugurando o período que se tornou conhecido como Nova República. 16. a promulgação da Constituição de 1988 representou a consolidação de princípios democráticos, a garantia de direitos individuais e coletivos dos cidadãos, bem como de direitos trabalhistas, proibindo a discriminação de cor, sexo, idade e estado civil. 4. (UFMT) No dia 28 de agosto de 1999, o Brasil comemorou os vinte anos da aprovação da lei da anistia aos implicados em crimes políticos durante o regime militar no país. Sobre o assunto, marque os itens verdadeiros:

01. Durante a presidência de Ernesto Geisel, o primeiro presidente civil brasileiro, foi concedida tal prerrogativa aos exilados políticos. 02. Desde 1974, entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB vinham pressionando o governo brasileiro no sentido da aprovação da lei da anistia integrando um amplo movimento de luta contra a ditadura. 04. Além das pressões internas, como a manifestação pública que reuniu mais de 20.000 pessoas em 1979, no Rio de Janeiro, pressões externas, como a política de direitos humanos dos Estados Unidos, contribuíram para a aprovação dessa lei. 08. O projeto aprovado pela ampla maioria do Congresso Nacional previu anistia ampla, geral e irrestrita, porém deixou de fora os torturadores e autores de fraude eleitoral, exatamente como previa o projeto das oposições.

5. (Unifor-CE) O atentado ao Riocentro, em 30 de abril de 1981, em que explodiu uma bomba em um carro, matou um sargento e feriu gravemente um capitão do Exército, resultou da reação: 01. das entidades estudantis, proibidas de comemorar o Dia do Trabalho pelo presidente Médici. 02. da extrema direita civil e militar contra as medidas redemocratizantes do presidente Figueiredo. 04. da esquerda radical operária e estudantil contra a política antiinflacionária do presidente Castelo Branco. 08. dos setores da esquerda, contra as medidas tomadas pelo presidente Ernesto Geisel que resultou no Pacote de Abril. 16. da guerrilha urbana contra as medidas ditatoriais do presidente Costa e Silva que colocou o Congresso em recesso indefinido.

6. (Enem 2015)

No período de 1964 a 1985, a estratégia do Regime Militar, abordada na charge, foi caracterizada pela: #ORGULHODESERPRÓ | 41


a) priorização da segurança nacional. b) captação de financiamentos estrangeiros. c) execução de cortes nos gastos públicos. d) nacionalização de empresas multinacionais. e) promoção de políticas de distribuição de renda.

7. (UFSC 2012) Sobre a história da utilização de energia no Brasil, é CORRETO afirmar que: 01. na década de setenta o mercado automotivo brasileiro recebia os primeiros carros movidos a álcool. 02. entre os séculos XVI e XIX utilizava-se, no Brasil, somente a energia hidráulica. 04. a Itaipu Binacional, que entrou em operação na década de setenta, fornece mais da metade da energia elétrica consumida no Brasil. 08. Florianópolis foi a cidade brasileira pioneira na utilização de energia elétrica, com a inauguração da usina Rita Maria, no século XIX. 16. os poços de petróleo descobertos no território nacional na década de quarenta transformaram, a partir de então, o Brasil em um país autossuficiente em petróleo. 32. as primeiras descobertas de reservas petrolíferas nas rochas da camada pré-sal ocorreram no litoral brasileiro e foram anunciadas na primeira década do século XXI.

8. (UFSC 2009) No início da década de 1970 o Brasil experimentou significativo crescimento econômico. A renda per capita e o PIB nacional cresceram acima de 10% entre 1971 e 1973. Apesar dos números favoráveis, a pobreza também cresceu no mesmo período, motivando o então presidente general Emílio G. Médici a afirmar: A economia vai bem, mas o povo vai mal! Em relação à história do Brasil no período acima mencionado, é CORRETO afirmar que: 01. o Brasil vivenciou uma fase na economia, conhecida como “milagre econômico”, durante a qual, apesar do “milagre”, verificou-se também uma profunda desigualdade na distribuição da renda. 02. no início da década de 1970 o governo estimulou as migrações regionais em direção à Amazônia, através de vários projetos de colonização, os quais atingiram plenamente os objetivos de uma economia agrária sustentável. 04. o planejamento econômico autoritário do regime militar conseguiu êxito, pois modernizou e consolidou uma base industrial e tecnológica, com baixo custo social e político para o país. 08. os militares que governaram o Brasil no período do “milagre econômico” também zelaram por um nacionalismo extremado, o que dificultou o investimento de empresas estrangeiras no país. 16. o regime militar estimulou a expansão das empresas estatais e a criação de órgãos públicos com a função de planejar, operar e administrar setores, tais como mineração, telecomunicações, energia, transportes e siderurgia.

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9. (PUC-SP) O período militar brasileiro recente (19641985): a) Destacou-se pelo forte crescimento econômico nacional, associado à aplicação de vários projetos voltados à diminuição das diferenças sociais e à superação das barreiras entre as classes. b) Ocorreu simultaneamente à presença de ditaduras militares em outros países latinoamericanos, como a Argentina, o Chile e o Uruguai, o que caracteriza uma fase militarista na história latino-americana. c) Caracterizou-se pela preservação da democracia, a despeito a disposição autoritária de alguns grupos militares, que desejavam suprimir direitos políticos de membros da oposição. d) Iniciou-se com o golpe militar que depôs o presidente João Goulart e encerrou-se com as eleições presidenciais diretas e a convocação da Assembleia Constituinte ao final do governo Médici. e) Contou com forte presença militar e política dos Estados Unidos, que utilizaram o território brasileiro como base para a instalação de mísseis anticubanos, dentro do cenário da Guerra Fria.

10. (Univali-SC) O filme “O que é isso Companheiro?” identifica uma fase da História do Brasil na qual se pode constatar muita contradição entre o que o governo “pregava” e o que realmente acontecia. O governo pregava um imbatível crescimento econômico, glórias, ordem; nos bastidores: censura, repressão, perseguição aos opositores da ordem. A partir da “leitura” do filme ou mesmo do próprio enunciado, podemos constatar que se trata do período: a) Da República do café-com-leite (1894-1930), período no qual os coronéis mandavam em tudo e em todos. b) Da ditadura de Vargas (Estado Novo). c) Especificamente do governo do General Costa e Silva. d) Da vigência das regências, devido à pouca idade de D. Pedro II. e) Que corresponde à ditadura militar de 1964-1985

NOVA REPÚBLICA GOVERNO JOSÉ SARNEY (1985 - 1990) O país atravessou sucessivas crises nesses cinco anos de governo: crise econômica com altíssimas taxas de inflação; crises ministeriais (tivemos quatro Ministros da Fazenda neste período); crise de credibilidade, pois o país requereu a moratória da dívida externa (suspensão temporária do pagamento aos credores estrangeiros).


Alguns planos econômicos foram postos em prática na tentativa de combater a inflação, através de congelamentos de preços e salários:  Plano Cruzado (1986), quando foi instituída uma nova moeda chamada de "Cruzado";  Plano Bresser (1987);  Plano Verão (1989) com a instituição do Cruzado Novo. A Constituição de 1988, em vigor, estabeleceu: eleições diretas em todos os níveis (federal, estadual, municipal); legalização dos partidos de qualquer tendência, inclusive Comunista e Socialista; concessão do direito de voto aos analfabetos, em caráter optativo, aos menores de 18 e maiores de 16 anos e também de 70 anos; liberalização das atividades sindicais (direito de greve inclusive para os funcionários públicos civis); uso irrestrito dos meios de comunicações nas campanhas eleitorais. GOVERNO FERNANDO COLLOR (1990 - 1992) Abertura do país às importações; privatização das empresas estatais; deu continuidade ao combate à inflação ("Plano Cruzado II"). "Esquema PC": afastamento da presidência pelo Congresso Nacional, em 25 de dezembro de 92. Foi substituído pelo Vice- presidente Itamar Franco. Plano Collor. GOVERNO ITAMAR FRANCO (1992 - 1994) Reforma monetária ("Plano Real"), com a instituição de uma nova moeda (Real); estabilização da economia com redução significativa da inflação graças ao Ministro da Economia Fernando Henrique Cardoso; continuidade do plano de privatização (Cia Siderúrgica Nacional, Usiminas, etc). No fundo, FHC e o plano Real foram apenas o "tempero" para que o Brasil fosse servido para o mundo neoliberal. GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-2002) Adotou uma política neoliberal segundo a atual tendência da globalização da economia mundial; reduziram os gastos públicos e estatais; reforma constitucional (reeleição); promoveu o ajuste fiscal; reformas (adm / judiciário / tributário); política de combate à corrupção. GOVERNO LULA (2003-2010) O ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da república após ter sido derrotado 3 vezes na disputa eleitoral. Sofre crítica forte da antiga oligarquia e também de esquerdistas que desejam rupturas mais rápidas com o capital externo.  Missão Centenário do astronauta Marcos Pontes;  Realização dos jogos Pan-americanos;  Denúncias de corrupção (escândalos como do “mensalão” e dos cartões corporativos);  Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

1. (ENEM 2011) O Movimento dos Caras-Pintadas, do início dos anos de 1990, arrebatou milhares de jovens no Brasil. Nesse contexto, a juventude, movida por um forte sentimento cívico: a) aliou-se aos partidos de oposição e organizou a campanha Diretas Já. b) manifestou-se contra a corrupção e pressionou pela aprovação da Lei da Ficha Limpa. c) engajou-se nos protestos relâmpago e utilizou a internet para agendar suas manifestações. d) espelhou-se no movimento estudantil de 1968 e protagonizou ações revolucionárias armadas. e) tornou-se porta-voz da sociedade e influenciou no processo de impeachment do então presidente Collor.

2. (UFMT) O Brasil atual tem vivido entre a expectativa da solução definitiva dos problemas econômicos, o fantasma da crise social e a consolidação de sua democracia. A respeito, marque os itens verdadeiros: 01. Nos últimos anos tem aumentado sensivelmente o número de organizações que atuam nos mais diversos campos (sindical, político partidário, ecológico, comunitário), fortalecendo a ideia da defesa coletiva dos interesses dos cidadãos. 02. Muitos dos princípios constitucionais aprovados na Carta de 1988 têm sido alterados pelo atual governo. Dentre as principais alterações estão as relativas à aposentadoria dos trabalhadores e à reeleição. 04. Graças às fortes pressões populares verificadas no movimento das “diretas já”, foi implantado, em 1996, o Plano Real, que deu início ao controle inflacionário e ao pagamento da dívida externa brasileira. 08. Um dos elementos necessários e fundamentais para a consolidação da democracia é o respeito à opinião pública, elemento capaz de mobilizar a sociedade civil contra ou a favor das mais diversas causas.

3. (UFRN) Segundo Cláudio Vicentino, a globalização estimulou a formação de blocos econômicos regionais, com a diminuição dos protecionismos e atração de investimentos internacionais. A isso, somou-se a preocupação com o limite dos gastos governamentais, a prevalência da economia de mercado e a busca de um “Estado” mínimo. A crescente força privada e a crise do Estado intervencionista deram impulso, por sua vez, às pregações neoliberais. No Brasil, essa situação se manifesta concretamente através do(a): 01. Programa Nacional de Reforma Agrária, com o qual o governo pretende assentar famílias de sem-terra em áreas consideradas improdutivas. 02. Processo de reformulação constitucional que modifica a organização político-partidária, privilegiando os pequenos partidos. 04. Privatização de empresas estatais, provocando a redução da influência e da ingerência do Estado, principalmente nos setores produtivos da economia. #ORGULHODESERPRÓ | 43


08. Elevação da taxa de emprego, ocasionada pelo aumento da atividade econômica do setor privado, especialmente na área industrial.

4. (Enem 2016) Batizado por Tancredo Neves de “Nova República”, o período que marca o reencontro do Brasil com os governos civis e a democracia ainda não completou seu quinto ano e já viveu dias de grande comoção. Começou com a tragédia de Tancredo, seguiu pela euforia do Plano Cruzado, conheceu as depressões da inflação e das ameaças da hiperinflação e desembocou na movimentação que antecede as primeiras eleições diretas para presidente em 29 anos. O álbum dos presidentes: a história vista pelo JB. Jornal do Brasil, 15 nov. 1989. O período descrito apresenta continuidades e rupturas em relação à conjuntura histórica anterior. Uma dessas continuidades consistiu na: a) representação do legislativo com a fórmula do bipartidarismo. b) detenção de lideranças populares por crimes de subversão. c) presença de políticos com trajetórias no regime autoritário. d) prorrogação das restrições advindas dos atos institucionais. e) estabilidade da economia com o congelamento anual de preços.

5. (UTFPR) O governo de Fernando Henrique Cardoso segue linhas acordadas pelo Consenso de Washington, realizado em 1989. Tal consenso, de caráter neoliberal, adotou um conjunto de medidas para controlar a inflação e modernizar o Estado. Entre estas medidas estão: a) Ajuste fiscal, redução do tamanho do Estado e fortalecimento das empresas estatais. b) Privatização, abertura financeira e investimentos em infra-estrutura básica. c) Fortalecimento do sistema previdenciário atual com privatização e investimento em infra-estrutura básica. d) Ajuste fiscal, restrições econômicas às importações de gêneros agrícolas e abertura financeira. e) Abertura comercial, abertura financeira e regulamentação do funcionamento da economia.

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