Vestibular redação

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TEXTO Unidade linguística de sentido completo, cuja função é estabelecer a comunicação entre seu produtor e o seu(s) destinatário(s). O texto se caracteriza pela textualidade, que faz com que ele seja realmente texto e não apenas soma de frases. Os principais fatores de textualidade são: contextualização, intencionalidade, situcionalidade, aceitabilidade, informatividade, intertextualidade, coerência e coesão. Contextualização: refere-se à expectativa em relação ao texto e à antecipação ao leitor do assunto de que o texto vai tratar. Nesse sentido, cabe observação ao local e à data de publicação dele, seu autor, título e imagens do texto. Intencionalidade: refere-se ao objetivo do texto. Nesse sentido, é importante observar os elementos linguísticos que sinalizam a intencionalidade no próprio corpo do texto. Situcionalidade: diz respeito à pertinência e à relevância do texto no contexto. Situar o texto é adequá-lo à situação sociocomunicativa. Aceitabilidade: é a expectativa do leitor de que o texto tenha coerência e coesão, além de ser útil e relevante. Estratégias são estabelecidas para o autor alcançar aceitabilidade: cooperação (para autor responder às necessidades do recebedor), qualidade (autencidade) e quantidade (informatividade). Informatividade: quanto menos previsível se apresentar o texto, mais informatividade. Tanto a falta quanto o excesso de previsibilidade quanto de informatividade são prejudiciais à aceitação do texto por parte do leitor. Um bom índice de informatividade atende à suficiência de dados. Intertextualidade: concerne aos fatores que ligam a utilização de um texto dependente do conhecimento de outro(s) texto(s). Um texto constrói-se em cima do "jádito". Coerência: refere-se ao estabelecimento de um sentido para o texto e à relação harmônica entre as ideias apresentadas nele. Assim, a coerência engloba a forma e o conteúdo do texto, remetendo à sequência ordenada das opiniões ou fatos expostos de forma coerente, sem contradições ao que se afirma para os interlocutores.

Coesão: é a conexão, ligação harmônica entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro. Os elementos de coesão determinam a transição de ideias entre as frases e os parágrafos. Alguns marcadores de Coesão: a)

Elipse: Omissão de um elemento que repetiria o referente (troca por zero - Ø). “Os convidados chegaram atrasados para o jantar, porque Ø não foram avisados de que os noivos resolveram antecipar Ø para as 18 horas.” As ELIPSES substituem “os convidados” e “o jantar”. b) Sinonímia: Elementos de substituição que guardam traços semânticos comuns com o referente. “Vi uma garotinha correndo em minha direção segurando uma espécie de embrulho. Quando se aproximou, a menina me deu um abraço e deixou o pacote caído no chão.” MENINA substitui “uma garotinha” PACOTE substitui “uma espécie de embrulho” * Hipônimos e hiperônimos Parte importante da semântica, os hiperônimos e hipônimos trabalham diretamente com a retomada de elementos em um texto, algo importante na produção de textos. Hiperônimos são palavras de sentido amplo, genérico, e hipônimos são palavras de sentido específico. Exemplos: A fauna brasileira é muito rica, mas o homem ainda não se deu conta disso. Todos os dias, árvores e flores morrem por conta da poluição. Fauna – palavra de sentido amplo, que engloba flores, árvores e frutos. É o hiperônimo. Árvores / flores – palavra que especifica o que está morrendo. É o hipônimo. c)

Anáfora: Elementos de substituição que remetem a um termo já mencionado (remissão para trás). “A advogada estava certa da culpa de sua cliente. Apesar disso, esta tinha direito à defesa, e aquela faria de tudo para garanti-lo”. ISSO retoma o predicado anterior: “estava certa da...”. ESTA retoma “cliente”. AQUELA retoma “advogada”. O retoma “direito a defesa”.

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d) Catáfora: Elementos de substituição que remetem a um termo que ainda será mencionado (remissão para frente). “Embora ele não tivesse recursos disponíveis, o político mantinha firme seu propósito: aumentar a qualidade de vida de todos, pobres e ricos, negros e brancos, alfabetizados e iletrados”. ELE antecipa “político”. PROPÓSITO antecipa a oração seguinte “aumentar a...”. TODOS antecipa a enumeração que o segue “pobres e ricos, negros...”. e) Conectivos: Toda palavra ou expressão que se refere a coisas passadas no texto, ou mesmo as que ainda virão, são elementos conectores. Os termos a que eles se referem podem ser chamados de referentes. Muita atenção, pois, com os conectores. Eis os mais importantes:

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f)

Paralelismo: consiste em criar uma sequência de frases com estrutura idêntica. É a simetria da frase. O princípio do paralelismo é facilitar a leitura do enunciado e proporcionar clareza à expressão. O paralelismo pode ser sintático e semântico.

Alguns vestibulares solicitam a produção de diferentes gêneros textuais como o vestibular UFSC, o qual já solicitou carta argumentativa, artigo de opinião, conto, crônica, notícia, resenha, etc. Já a classificação em tipos textuais, relaciona-se com a natureza linguística expressa pelos mesmos, classificando-se em instrucionais/injuntivos, narrativos, descritivos e dissertativos. O ENEM – e a maioria dos vestibulares – solicita a produção de um texto do tipo dissertativo argumentativo, por isso começaremos nosso estudo por ele, conhecendo, posteriormente, outros tipos e gêneros textuais.

TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Ao longo de nossa vivência enquanto falantes temos a oportunidade de convivermos com uma enorme diversidade de textos. Basta sairmos às ruas que tão logo está confirmada esta ocorrência. São panfletos, outdoors, cartazes, dentre outros. Podemos classificar os textos sob duas vertentes: os gêneros e os tipos textuais. Antigamente, os vestibulares solicitavam a produção utilizando propostas pautadas exclusivamente nos tipos. Hoje em dia, os gêneros também costumam estar presentes, seja na prova de redação ou de língua portuguesa / linguagens (ENEM). Para um melhor desempenho nas provas, veremos ambos: Os gêneros textuais estão diretamente ligados às situações cotidianas de comunicação, fortalecendo os relacionamentos interpessoais por meio da troca de informações. Tais situações referem-se à finalidade que possui cada texto, sendo estas, inúmeras. Exemplos: e-mail, notícia, artigo, editorial, crônica, manual, bula de remédio, monografia, etc. Existem gêneros textuais do cotidiano jornalístico, cuja finalidade é a informação. É o caso da notícia, da entrevista, do artigo de opinião, do editorial, dentre outros. Há também os chamados instrucionais, como, por exemplo, o manual de instrução, a bula de um remédio, e outros. Outros que se classificam como científicos, os quais são oriundos de pesquisas e estudo de casos, como a monografia, tese de doutorado, ligados à prática acadêmica.

TEXTO DISSERTATIVO Dissertar é, por meio da organização de palavras, orações e períodos, apresentar ideias, desenvolver raciocínio, analisar contextos, dados e fatos. Neste momento, temos a oportunidade de discutir, argumentar e defender o que pensamos utilizando-se da fundamentação, justificação, explicação, persuasão e apresentação de provas. A elaboração de textos dissertativos requer domínio da modalidade escrita da língua (questão ortográfica, uso de um vocabulário preciso e de construções sintáticas organizadas, além de conhecimento do assunto que se vai abordar e posição crítica (pessoal) diante desse assunto. Para a elaboração de um excelente texto dissertativo é vital, primeiramente, interpretar corretamente a proposta e, na sequência, organizar as ideias. INTERPRETAÇÃO DA PROPOSTA A prova de redação é, antes de tudo, uma prova de leitura. Essa é, talvez, a mais importante etapa, uma vez que se o candidato não tiver compreendido a proposta em sua totalidade, sofrerá penalidades. Tal equívoco é nomeado fuga ao tema, a qual pode ser parcial ou total. No primeiro caso, há um comprometimento na nota, uma vez que a possibilidade de erros é inúmera, logo, as penalizações também serão variadas. Já no segundo, a redação será anulada pela banca. Para não fugir do tema, fique atento aos seguintes passos: Dê atenção total a cada uma das palavras que compõem o tema, grifando as palavras-chave, ou seja, aquelas que carregam a maior carga semântica. Cuidado para não confundir tema e assunto. O assunto pode ser uma referência genérica ou um fato específico. Já o tema é uma discussão direcionada, um recorte dentro do assunto escolhido, a partir dele. Observe os exemplos: Assunto 01: “Intolerância” Assunto 02: “Criança é vítima de agressão na saída de cerimônia de candomblé” #ORGULHODESERPRÓ| 3


Tema: “Caminhos para o combate a intolerância religiosa no Brasil” ELABORAÇÃO DE PROJETO DE TEXTO: Levantamento de ideias, argumentos e intertextos: depois de interpretar com atenção a proposta, é hora de elaborar um projeto de texto. Sim, antes de iniciar efetivamente a produção do texto dissertativo, é interessante que você reflita acerca da temática, estimulando o surgimento de ideias, argumentos, e buscando estabelecer relações a partir do tema dado. O objetivo é reproduzir no papel – ainda sem se preocupar com regras gramaticais ou estruturais – as ideias que surgirem. Com isso, objetiva-se não perder boas ideias e já conseguir visualizar o texto em sua totalidade, impedindo, inclusive, situações em que o candidato acaba “travando” e não conseguindo desenvolver mais seu texto, deixando-o inacabado. Tal processo é denominado brainstorm (ou chuva de ideias) Seleção e organização: agora, seleciona-se as melhores ideias, organizando-as e associando-as entre si, de modo que a máxima coerência possível seja obtida. Produção de roteiro: Por fim, deve-se separar as referências da introdução, pensar quais serão os argumentos, a ordem deles e as ideias que o desenvolverão. No caso do ENEM já se pontua a(s) proposta(s) de intervenção.

Agora é chegada a hora de começar a elaborar o rascunho, escrevendo o texto dissertativo com linguagem impessoal, respeitando à norma culta e a estrutura dissertativa. Por isso, estudaremos agora cada uma das partes componentes. ESTRUTURA: A estrutura dissertativa é composta pelas seguintes partes: Introdução Existem variadas técnicas para iniciar seu texto, logo, não há um modelo único. Você escolherá a estratégia de acordo com a sua prática e com o tema em questão, devendo, no entanto, sempre cumprir os objetivos fundamentais de um parágrafo introdutório de uma dissertação: 4

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1º) Apresentar o tema. Esse é o momento em que contextualizamos (Possibilidades: referência histórica; referência cultural; fato midiático; citação; dados; comparação; perguntas) o leitor a respeito do assunto que será abordado no texto. 2º) Formulação de uma TESE, ou seja, um ideia central sobre o tema. A tese compreende sua opinião acerca do tema.

1. Analise o parágrafo abaixo [Redação nota mil no ENEM 2016], destacando o tema, a tese, bem como a estratégia utilizada para a contextualização: O Período Colonial do Brasil, ao longo dos séculos XVI e XIX, foi marcado pela tentativa de converter os índios ao catolicismo, em função do pensamento português de soberania. Embora date de séculos atrás, a intolerância religiosa no país, em pleno século XXI, sugere as mesmas conotações de sua origem: imposições de dogmas e violência. No entanto, a lenta mudança de mentalidade social e o receio de denunciar dificultam a resolução dessa problemática, o que configura um grave problema social. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ 2. Analise agora o parágrafo abaixo [Redação nota mil no ENEM 2017], destacando o tema, a tese, bem como a estratégia utilizada para a contextualização: Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ 3. Faça um planejamento / roteiro para elaboração de texto dissertativo a partir da seguinte temática: “O aumento da circulação das notícias falsas na sociedade brasileira” Tese:_________________________________________________ _________________________________________________


Argumentos: _____________________________________________________ _________________________________________________ 4. A partir do planejamento para questão anterior, elabore uma introdução: _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________ Desenvolvimento MUDANÇA DA ORDEM TAMBÉM O desenvolvimento é a maior parte do texto dissertativo argumentativo, é nele que você desenvolve sua argumentação e mostra saber defender um ponto de vista. Para uma melhor organização de seus argumentos, é válido destacar:  Devemos escrever sempre dois ou três parágrafos de argumentação.  Em cada um dos parágrafos de desenvolvimento, o candidato deve abordar somente UMA ideia central.  A ideia central será o argumento anteriormente selecionado para a defesa da tese.  Os parágrafos de desenvolvimento devem utilizar recursos argumentativos para persuadir o leitor a “comprar” aquela ideia.  Muitas ideias em um só parágrafo podem fazer o candidato cometer o erro de empilhamento de ideias.  Somente um parágrafo de argumentação faz com que as ideias fiquem confusas.  Mais de três parágrafos de argumentação faz com que as ideias fiquem pouco desenvolvidas. Por isso, o ideal é que o candidato escreva no máximo três.  É necessário haver coesão entre os parágrafos. Utilize alguns conectivos, “Nesse sentido”,“Por tal viés”,“Além disso”, “Também é possível abordar”, “Outro fator relevante”, “Pode-se inferir”, etc.  Como vimos, cada parágrafo do desenvolvimento traz somente uma ideia central ou argumento. Para apresentá-lo, sugere-se a utilização do tópico frasal.  O tópico frasal nada mais é do que o que chamamos de “período síntese” da ideia que será desenvolvida naquele parágrafo. Ou seja, a primeira linha de cada parágrafo de argumentação deve trazer um período que resuma rapidamente e antecipe para o leitor o conteúdo que será abordado adiante.

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O tópico frasal deve ser composto por um período apenas. Não se alongue demais. O tópico frasal demonstra organização de ideias e planejamento textual. Para fortalecer sua argumentação, utilize diferentes tipos de argumentos (estratégias argumentativas):

Tipos de argumento  Argumento por comparação – estabelece confronto entre duas realidades diferentes.  Argumento por alusão histórica – retoma acontecimentos passados para explicar o presente.  Argumento com provas concretas – apresenta dados estatísticos, resultados de enquetes, cifras de valores, lucros, dívidas etc.  Argumento consensual – há um consenso na aceitação de certas ideias tidas como “verdades” por todos.  Argumento de autoridade – apresenta o ponto de vista de uma autoridade (especialista, líder político, artista famoso, pensador, dados de instituição de pesquisa etc.) no assunto em discussão, a fim de deixar consistente a tese.  Argumento de exemplo ou ilustração – consiste em relatar fatos reais ou fictícios, a fim de dar maiores esclarecimentos e/ou fazer analogias.  Argumentação com base em raciocínio lógico: É o argumento baseado nas relações lógicas entre proposições e provas (causa e consequência, explicação, justificativa, comprovação, etc.). *** Há ainda a contra-argumentação tem a finalidade de analisar ideias, com a qual se concorda ou não, na íntegra ou parcialmente. Podemos incorporar opiniões contrárias em um texto dissertativo argumentativo, tendo como princípio dois objetivos principais: • antecipar e refutar a argumentação daqueles que pensam de modo contrário utilizando argumentos consistentes; • estabelecer ressalva, reconhecendo que algumas opiniões contrárias podem ou não ser aceitas, porém necessitam ser avaliadas, revistas, complementadas ou alteradas com novos argumentos.

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associada hodiernamente aos deficientes tem raízes históricas, que acarreta a falta de consciência coletiva de inclusão desse grupo pela sociedade civil. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________

5. Analise o parágrafo abaixo [Redação nota mil no ENEM 2016], indicando sua posição no texto, destacando argumento/ideia central bem como a(s) estratégia(s) argumentativas utilizadas: Além disso, cabe ressaltar que a intolerância às crenças burla preceitos constitucionais. Nessa perspectiva, a Constituição Brasileira promulgada em 1988, após duas décadas da Ditadura Militar, transformou a visão dos cidadãos perante seus direitos e deveres. Contudo, quase 20 anos depois de sua divulgação, a liberdade de diversos indivíduos continua impraticável. À vista de tal preceito, a intolerância religiosa configura-se uma chaga social que demanda imediata resolução, pois fere a livre expressão individual. Dessa maneira, cabe ao Estado, como gestor dos interesses coletivos, a implementação de delegacias especializadas de combate ao sentimento desrespeitoso e, até mesmo violento, às crenças religiosas. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ 6. Analise o parágrafo abaixo [Redação nota mil no ENEM 2016], indicando sua posição no texto, destacando argumento/ideia central bem como a(s) estratégia(s) argumentativas utilizadas: Vale ressaltar, também, que a exclusão vivenciada por deficientes auditivos no país evidencia práticas históricas de preconceito. A respeito disso, sabe-se que, durante o século XIX, a ciência criou o conceito de determinismo biológico, utilizado para legitimar o discurso preconceituoso de inferioridade de grupos minoritários, segundo o qual a função social do indivíduo é determinada por características biológicas. Desse modo, infere-se que a incapacidade 6

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Conclusão Há algumas possibilidades para concluir uma dissertação argumentativa, mas, em todos os casos, alguns cuidados precisam ser tomados:  Evidencie que o seu processo argumentativo está chegando ao fim. Para isso você poderá iniciar a sua conclusão com um conectivo de caráter conclusivo, como por exemplo: portanto*, então, desse modo, logo, assim – entre outros;  Esclareça seu ponto de vista, ratificando (logo, confirmando, reafirmando) a sua tese. Esse procedimento é imprescindível para que não haja dúvidas quanto ao ponto de vista desenvolvido ao longo de todo o texto. É como se repetíssemos o que fora colocado na introdução, mas em um tom de fechamento. A conclusão dever confirmar sua tese, sem margens para questionamento;  Não acrescente informações novas na conclusão. As ideias devem ser expostas ao longo do desenvolvimento. Nunca inicie uma discussão nova na conclusão, pois não haverá tempo para desenvolvê-la. O último parágrafo apenas finaliza a temática em discussão;  Não termine com perguntas abertas sobre questões que, ao invés de serem encaminhadas ao leitor, deveriam ter sido respondidas durante o texto, afinal, a dissertação expõe objetivamente um raciocínio e tem por função conduzir o leitor à aceitação dessa verdade. Técnicas conclusivas:  A síntese é um modelo de fechamento da análise mais compatível com temas filosóficos, universais, por não serem coerentes em “soluções” para questões atemporais.  A conclusão síntese promove coesão e coerência textual, ao recolher ideias disseminadas pelo texto e garantir unidade de sentido da reflexão desenvolvida.  Possíveis estratégias para a elaboração conclusiva por meio de síntese: a) retomada da tese e síntese dos argumentos por meio de paráfrases; b) síntese por meio de hiperônimos; c) retomada de título ou da contextualização do primeiro parágrafo.


Proposta de Intervenção Social: A conclusão pode girar em torno das soluções para os problemas que foram abordados ao longo de toda a dissertação-argumentativa, desde que eles sejam viáveis. No Enem, isso é obrigação; nos demais, uma opção.

INTERVENÇÃO ENEM: A sua redação ENEM, além de apresentar uma tese sobre o tema, apoiada em argumentos consistentes, deve oferecer uma proposta de intervenção na vida social. Essa proposta deve considerar os pontos abordados na argumentação. A proposta deve manter um vínculo direto com a tese desenvolvida no texto e demonstrar coerência com os argumentos utilizados, já que expressa a sua visão, como autor, das possíveis soluções para a questão discutida. A proposta de intervenção precisa ser detalhada; deve conter, portanto, a exposição da intervenção sugerida e o detalhamento dos meios para realizá-la. Deve refletir os conhecimentos de mundo de quem a redige, de modo que a coerência da argumentação será um dos aspectos decisivos no processo de avaliação. É necessário respeitar os direitos humanos, não romper com valores como cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural. Ao redigir seu texto, procure evitar propostas vagas, gerais; busque propostas mais concretas, específicas, consistentes com o desenvolvimento de suas ideias. Antes de elaborar sua proposta, procure responder às seguintes perguntas: O que é possível apresentar como proposta de intervenção na vida social? Como viabilizar essa proposta? Seu texto será avaliado, portanto, com base na combinação dos seguintes critérios: a) presença de proposta x ausência de proposta; e b) proposta com detalhamento dos meios para sua realização x proposta sem o detalhamento dos meios para sua realização. [Fonte: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_partici pante/2016/manual_de_redacao_do_enem_2016.pdf]

Importante: 1. Evidencia-se a necessidade de uma proposta de intervenção “completa”, indicando o agente (quem); a ação (o quê); o meio (como); e a finalidade (para quê) Além disso, é imprescindível o detalhamento da ação ou do modo. 2. Não é obrigatório apresentar as propostas de intervenção na conclusão, entretanto, considerase que, ao inseri-la no último parágrafo, seu texto estará mais organizado e com boa progressão argumentativa.

CORREÇÃO ENEM: COMPETÊNCIAS Competência 1: Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos. Quais as razões para se atribuir nota 0 (zero) a uma redação?        

A redação receberá nota 0 (zero) se apresentar uma das características a seguir: fuga total ao tema; não obediência à estrutura dissertativoargumentativa; extensão de até 7 linhas; cópia de texto motivador; impropérios, desenhos e outras formas propositais de anulação; parte deliberadamente desconectada do tema proposto; e folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho.

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7. Leia a introdução e a conclusão a seguir (texto nota mil ENEM 2017):

[introdução] A Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura a todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Entretanto, o precário serviço de educação pública do Brasil e a exclusão social vivenciada pelos surdos impede que essa parcela da população usufrua desse direito internacional na prática. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no sistema de educação inclusiva do país. [Conclusão] É evidente, portanto, que há entraves para que os deficientes auditivos tenham pleno acesso à educação no Brasil. Dessa maneira, é preciso que o Estado brasileiro promova melhorias no sistema público de ensino do país, por meio de sua adaptação às necessidades dos surdos, como oferta do ensino de libras, com profissionais especializados para que esse grupo tenha seus direitos respeitados. É imprescindível, também, que as escolas garantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de projetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que os surdos tenham sua dignidade humana preservada. a) Você consegue identificar a tese do autor? Explicite-a: b) Há conectivo que indique conclusão? c) Além de confirmar a tese desenvolvida, o que mais a conclusão apresentou? Comente. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________

8. Os parágrafos abaixo foram retirados de uma redação divulgada pela FUVEST como uma das melhores do ano de 2010 (tema: "Um mundo formado por imagens”). Leia-os. [Introdução] “O poeta é um fingidor e finge tão completamente que chega fingir que é dor, a dor que deveras sente”. Ao escrever tais versos o poeta Fernando Pessoa coloca a humanidade no papel dos poetas. Estes, fingem os verdadeiros sentimentos para a construção de um poema, assim como os indivíduos escondem a verdadeira essência para a construção de uma imagem. Esta, funciona como um verniz social e é essencial, desde 8

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que haja um equilíbrio entre o verdadeiro e o representado. [Conclusão] O questionamento daquilo que foi construído deve, pois, ser constante para que o filtro seja, de fato, consciente. A essência humana é mutável e a imagem deve acompanhar tais transformações. Assim, sua construção trará uma maior consciência para os atos realizados e veracidade para o que é exposto, sem afetar a autenticidade de um poema. Analise o último parágrafo destacando a tese, o conectivo conclusivo e apontando a estratégia e/ou tipo de conclusão utilizada. _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ _________________________________________________ Título O título, na prova do ENEM, não é obrigatório, mas em vestibulares tradicionais costuma ser. Por isso é importante lembrar que ele é o responsável por chamar a atenção do leitor e resumir o assunto do qual ele trata. Para elaborar um ótimo título, siga as seguintes orientações: • O título deve estar intimamente relacionado ao seu texto; • Deixe para dar o título por último, mas não esqueça-o; • Não repetir no título a proposta, por exemplo, se o tema é “Corrupção”, não colocar como título apenas a palavra “Corrupção”; • Evite frases muito longas; • Cuidado para não exagerar na criatividade e colocar um título muito vago, sem remeter ao tema da redação; SUGESTÕES: estratégias para elaboração de títulos. • 1. Tema + elemento atrativo • “Corrupção: um mal brasileiro” • 2. Perguntas/respostas: • “Corrupção: um mal necessário?” IMPORTANTE: Título nominal (sem verbo = sem pontuação) Título verbal (com verbo = com pontuação) OUTROS TIPOS TEXTUAIS: Como já mencionado anteriormente, alguns vestibulares (UFSC, por exemplo) solicitam outros tipos ou gêneros textuais. Assim, para que possamos ampliar nossas opções de escolha não ficando restritos à escrita dissertativa,


estudaremos outros tipos textuais e seus gêneros correspondentes. 1. TEXTO DESCRITIVO A descrição é um retrato verbal. Então para que esse tipo de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer com que o leitor visualize o que ou em está sendo descrito. É valido destacar que ela não será solicitada isoladamente na prova de vestibular, mas, se usada com moderação, é um recurso interessante para enriquecer outros tipos e gêneros textuais. DESCRIÇÃO OBJETIVA E DESCRIÇÃO SUBJETIVA Compare: a) A casa é pequena. Nela, há somente um dormitório, um banheiro, sala, cozinha e uma área de serviço. O jardim, embora também seja pequeno, é bonito e repleto de flores. b) A casa é pequena. Nela, há somente meu aconchegante cantinho de dormir, um banheiro, sala para acolher meus amigos quando me presenteiam com sua visita. Há também o meu terror: a cozinha. É nela que fica o fantasma das colorias – a geladeira! A área de serviço é o beco do trabalho! O jardim é um encanto. Lindo e colorido! I - Descrição Objetiva: É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira impessoal, empregando a representação fiel ao aspecto exterior. I - Descrição Subjetiva: É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo de maneira pessoal, empregando a imaginação e externando suas impressões pessoais. Observação: Para que um texto descritivo tenha êxito, uma boa dica é explorar a base sensorial. a) Visão “A dona era uma idosa franzina, de cabelos mais negros que a asa da graúna. Vestia um pijama desbotado, de seda japonesa. Tinha as unhas bem curtas, recobertas por uma crosta de esmalte vermelho escuro, descascado nas pontas.”(Lygia Fagundes Telles, “As formigas”) b) Audição “De uma mesa distante, a única ocupada ainda, vinha o ruído de vozes de homens. Uma gargalhada sonora em meio de vozes exaltadas. E a palavra cabrito saltou dentre outras que se arrastavam pastosas. Num rádio da vizinhança, ligado ao volume máximo, havia uma canção que contava a história de uma jovem a qual vendia violetas na porta do teatro. A voz da cantora era plana e um pouco fanhosa.”(Lygia Fagundes Teles, “A ceia”) c) Olfato “Lá, os armazéns tresandavam* a lixo e peixe podre, a latas vazias de óleo como cheiro de homens esfarrapados.”(Autran Dourado, “A barca dos homens”) *tresandar = 1. fazer andar para trás; 2. exalar (mau cheiro); 3. cheirar mal. d) Tato “O pai comprou o sapado dois números maiores (...). Enfiou o sapato branco, um rígido como só o couro pode ser, no pé frio e trêmulo do garoto. Ao pentear o loiro e sedoso cabelo

do caçula, a cabeça ainda em fogo.” (Dalton Trevisan, “Pedrinho”) e) Paladar “Deitado, ele beliscou dois ou três gomos. Chupou o sumo azedo, deixou cair a casca no prato. Apanhou outro bago, desta vez mais doce.” 2. TEXTO NARRATIVO O texto narrativo tem sua base em fatos, ações as quais fazem com que o enredo se desenvolva. Para que a narrativa tenha sucesso, é imprescindível que haja o conhecimento do tema e se defina o enredo, para só então escolher os personagens. Por quê? Porque a escolha prévia dos personagens é “um convite” à prolixidade, pois acabamos preocupando-nos com a participação de cada um deles e nos esquecemos de enriquecer nosso desenvolvimento. ELEMENTOS DA NARRATIVA I – Enredo (apresentação, conflito, desfecho. Destaque: ‘Clímax’) II – Narrador (1ª ou 3ª pessoa) III – Personagem (principais, secundários) IV – Tempo (cronológico, histórico, psicológico, do discurso) V - Espaço Além do narrador, outras vozes podem surgir no texto. Para inserir falas, faz-se uso do que chamamos discurso, que podem se apresentar de diferentes formas: Discurso direto: reproduz fiel e literalmente algo dito por alguém. Normalmente usa-se aspas ou travessões para demarcar a reprodução da fala de outra pessoa. Exemplo: “Não gosto disso” – disse a menina em tom zangado. Discurso indireto: o narrador, usando suas próprias palavras, conta o que foi dito por outra pessoa. Temos então uma mistura de vozes, pois as falas dos personagens passam pela elaboração da fala do narrador. Exemplo: A menina disse em tom zangado, que não gostava daquilo. Discurso indireto livre: É um discurso misto onde há uma maior liberdade, o narrador insere a fala do personagem de forma sutil, sem fazer uso das marcas do discurso direto. É necessário que se tenha atenção para não confundir a fala do narrador com a fala do personagem, pois esta surge de repente em meio a fala do narrador. Exemplo de discurso indireto livre: A menina perambulava pela sala irritada e zangada. Eu não gosto disso! E parecia que ninguém a ouvia. OBSERVAÇÃO: a inserção de fala é, na maioria das vezes, opcional (verificar proposta de redação da prova, claro). #ORGULHODESERPRÓ| 9


GÊNEROS NARRATIVOS CONTO É um tipo de narrativa mais concentrada. Se comparado a gêneros como o romance e a novela, ele é mais condensado: elimina as análises minuciosas de personagens ou ambiente, as longas complicações de enredo e delimita o tempo e o espaço. Características do conto:   narrativa concentrada e limitada ao essencial;  apresenta os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar;   o enredo apresenta normalmente a seguinte estrutura: apresentação, complicação, clímax e desfecho;  número reduzido de personagens;  tempo e espaço bastante delimitados;  pode apresentar narrador observador ou narrador personagem; A estrutura do enredo: 1. Introdução ou apresentação: geralmente coincide com o começo da história; é o momento em que o narrador apresenta os fatos iniciais, os personagens e, às vezes, o tempo e o espaço; 2. Complicação ou desenvolvimento: é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito; 3. Clímax: é o momento culminante da história, ou seja, aquele de maior tensão, no qual o conflito atinge o seu ponto máximo; 4. Desfecho ou conclusão: é a solução do conflito que pode ser surpreendente, trágica, cômica, etc., e corresponde ao final da história. CRÔNICA Gênero híbrido que oscila ente a literatura e o jornalismo, a crônica é o resultado da visão pessoal subjetiva do cronista ante um fato qualquer, colhido no noticiário do jornal ou no cotidiano. Muitas vezes explora o humor; às vezes, diz algo mais sério por meio de uma aparente “conversa fiada”; outras vezes, despretensiosamente, faz poesia da situação mais banal e insignificante. A crônica é quase sempre um texto curto, redigido em uma linguagem descontraída, coloquial, simples, muito próxima do leitor. Apresenta poucas personagens e se inicia quando os fatos principais da narrativa estão por acontecer. Por essa razão, o espaço e o tempo da crônica são limitados: as ações ocorrem num único espaço e o tempo não dura mais do que alguns minutos ou, no máximo, algumas horas. Ela admite narrador em 1ª e 3ª pessoas, isto é, o narrador pode participar dos fatos e refletir sobre eles como personagem ou ser observador daquilo que narra ou comenta. É comum também haver crônicas cujo narrador se ausenta; nesse caso, toda a crônica se estrutura no discurso direto de duas ou mais personagens. 10 | Pró Floripa

Nos últimos anos, tem sido constante a solicitação do gênero crônica no vestibular da UFSC. Características da crônica:  É publicada geralmente em jornais e revistas;  Relata de forma artística e pessoal fatos colhidos no noticiário jornalístico e no cotidiano;  Consiste em um texto curto e leve;  Tem por objetivo divertir e/ou refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos; Pode apresentar os elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar; O tempo e o espaço são normalmente limitados; Pode apresentar narrador observador ou narrador personagem. NOTÍCIA Notícia é a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Predomina a narração. Mas os jornais não se limitam a contar o que aconteceu, eles vão além, contando também como e porque aconteceu determinado fato. A notícia apresenta uma estrutura própria, composta de duas partes: o lide e o corpo. Lide é um resumo do fato em poucas linhas e compreende, normalmente, o primeiro parágrafo da notícia. Contém as informações mais importantes e deve fornecer ao leitor a maior parte das respostas às seis perguntas básicas: o que, quem, quando, onde, como e por que. Corpo são os demais parágrafos da notícia, nos quais se faz o detalhamento do exposto no lide, por meio da apresentação ao leitor de novas informações, em ordem cronológica ou de importância. Toda notícia é encabeçada por um título, que anuncia o assunto a ser desenvolvido. No título (manchete), devem-se empregar, com objetividade, palavras curtas e de uso comum. A notícia deve ser imparcial e objetiva, ou seja, deve expor fatos e não opiniões, com linguagem impessoal, clara, direta e precisa. Características da notícia:  Predomínio da narração, com a presença dos elementos essenciais de um texto narrativo: fatos, pessoas envolvidas, tempo em que ocorreu o fato, o lugar em que ocorreu, como e porque ocorreu o fato;  Estrutura padrão composta de lide e de corpo;  Título que se caracteriza por: despertar o interesse do leitor para a notícia; ser uma mensagem rápida e muitas vezes surpreendente; destacar-se do resto do texto.  Linguagem impessoal, clara, precisa, objetiva, direta, de acordo com a variedade padrão da língua.


DIÁRIO É escrito em linguagem informal, sempre consta a data e não há um destinatário específico, geralmente, é para a própria pessoa que está escrevendo, é um relato dos acontecimentos do dia. O objetivo desse tipo de texto é guardar as lembranças e em alguns momentos desabafar. Características do diário / estrutura: Data e Local: indica-se no início do texto o local e a data em que ele foi escrito, como em uma carta. Vocativo: Geralmente é incluído no começo do texto como: “querido diário”, “querido amigo diário”. Em alguns casos, as pessoas preferem inventar um nome fictício para ele, como se fosse um amigo íntimo. Corpo de Texto: onde se desenvolvem os relatos diários, as ideias, sensações do autor. Assinatura: normalmente, os diários são assinados cada dia. No final do texto, aparece o primeiro nome do autor. Antes disso, alguns apresentam uma expressão de despedida: “boa noite”, “abraços”, “até amanhã”. Utilização de 1ª pessoa (tom confessional). Interlocução / diálogo. Ordem cronológica dos fatos. Linguagem informal. RELATO PESSOAL Possui os mesmos elementos do texto narrativo, pois contem personagens, o fato acontece em um determinado lugar, num determinado momento e, sem dúvida, é narrado por alguém. Assim, qualquer pessoa pode revelar fatos interessantes de sua vida, permitindo assim que todos possam conhecê-los. Algumas características são próprias do relato pessoal, como por exemplo, o uso dos tempos verbais, uma vez que eles geralmente são expressos no tempo passado, por se tratar de algo que já aconteceu. A linguagem costuma ser adequada aos diferentes tipos de leitores, ou seja, para aquele que possui um conhecimento maior ou menor, entre outros critérios. Há alguns relatos que depois se transformam em documentos históricos, podendo ser publicados por jornais, revistas, livros, sites etc., funcionando, portanto, como fonte de pesquisa histórica, de modo a servir de aprendizado para muitas pessoas. Características do relato pessoal: Narra fatos reais vividos por uma pessoa e suas consequências; Apresenta elementos básicos da narrativa como: Sequência de fatos, - pessoas, - tempo, espaço. O narrador é protagonista; Verbos e pronomes são empregados predominantemente na 1ª pessoa.

Me responda, sargento Dez anos, sargento, estava apartada do João. Uma tarde, sem se despedir, montou no cavalinho pampa. Em dez anos de espera nunca deu notícia. Com a morte do meu velho, que me deixou o sítio, quinze dias atrás lá estava eu, bem quieta, cuidando da casa e da criação, ajudada pelo meu afilhado José, esse anjo de oito aninhos. E quem vai entrando pela porta sem bater palma nem pedir licença? Chegou maltrapilho, de chapéu na mão me rogou para ficar e fazer vida comigo. Mais de espanto que de saudade aceitei, bom ou mau, eu disse, é o meu João. Nos primeiros dias foi bonzinho. Quem não gosta de uma cabeça de homem no travesseiro? Logo começou a beber e a me maltrata, não acudia em nada no sítio não me valia em nada no sítio. Eu saía bem cedo com o menino a lidar na roça, o bichão ficava dormindo. Bocejando de chinelos e desfrutando regalias. Não quer castigar o corpinho, não joga um punhado de milho para as galinhas. Só então, sargento, burra de mim, eu descobriu o mistério. Ele voltou por amor da herança do meu velho. Na primeira semana vendeu o leitão mais gordo do chiqueiro, não me deu satisfação. O sargento viu algum dinheiro? Nem eu. Ontem, chegou bêbado e de óculos escuros. Espantou o menino para o terreiro e,fechados no quarto, bradou que eu tinha um amante, o meu afilhado bem que era filho e, antes de contar três, eu dissesse o nome do pai. Por mais que, de joelho e mão posta, eu negasse que havia outro homem, dando por mim o testemunho dos vizinhos,ele me cobriu de palavrão, murro e pontapé. Pegou da espingarda, me bateu com a coronha na cabeça e no pescoço. Me obrigou a rezar na hora da morte e pedir louvado. Mandou que eu abrisse a boca, encostou o cano da espingarda e fez que apertava o gatilho. Não satisfeito, sacou da garrucha e apagou o lampião a bala. Disparou dois tiros na minha direção, só não acertou porque me desviei. Uma bala se enterrou na porta, a outra furou a cortina e partiu em três pedaços a cabeça do São Jorge. Cansado de reinar deitou-se vestido e de sapato. Bradou que a escrava servisse a janta na cama. Quando levei a comida, provou uma garfada e atirou o prato, manchando de feijão toda a parede: “Me faça outra que esta não prestou”. De tanto eu gemer que Deus me socorresse, ao voltar com a bandeja ele roncava espumando pelo dente de ouro. Agarrei meu filho pela mão e caminhamos chorando e rezando a noite inteira, ficasse lá no sítio eu era uma dona morta. E agora, sargento, que vai ser da minha vida? Que é que eu faço? Dalton Trevisan. O pássaro de cinco asas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,1974,

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9. Quanto ao foco narrativo, marque a opção correta. a) A angústia do narrador intensifica-se no último parágrafo do texto. b) A protagonista se limita a narrar os fatos sem emitir opinião. c) A predominância do discurso indireto livre concorre para desacelerar o ritmo das ações. d) A protagonista oculta sua condição social através da variante lingüística utilizada.

10. A forma de monólogo assumida pelo texto a) permite a organização não-linear da história. b) confere mais dramaticidade ao relato. c) contribui para a onisciência do narrador. d) provoca resposta imprevista do sargento.

11. Sobre o tempo e o espaço, pode-se afirmar: a) Na história contada pela mulher, a protagonista se encontra no sítio e no tempo presente. b) A mulher e o sargento encontram-se no tempo presente, mas não no sítio. c) A mulher e o sargento encontram-se no sítio e no tempo passado.

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d) Na história contada pela mulher, o sargento se encontra no tempo passado, mas não no sítio. OUTROS GÊNEROS TEXTUAIS: GÊNEROS ARGUMENTATIVOS Atenção máxima ao enunciado da prova de Redação. Na maioria dos casos, o texto solicitado é o dissertativoargumentativo, mas pode vir também “texto de opinião”, “texto crítico”, “dê o seu ponto de vista”, etc. Nesse caso, existem diversos gêneros que podem e devem ser abordados. De modo geral, todos deverão apresentar uma opinião e defendê-la através de argumentos – conforme vimos nas aulas anteriores sobre a tipologia dissertativa - . Todavia, algumas características vão variar de acordo com o gênero argumentativo solicitado. Uma questão que estabelece a marca de cada um desses gêneros é a quem cada texto se dirige, ou seja, quem é o seu leitor. Assim, apresentamos, a partir daí, uma divisão de estudo desses textos.


DEFEITOS DE UM TEXTO Sabe-se que os ditos “defeitos” de um texto devem ser evitados! Os mais comuns são: Ambiguidade Uma frase ambígua é aquela que apresenta mais de um sentido. Veja: “Em época de pleito* é comum ouvirmos candidatos dizendo ao povo que se preocupam com o seu bem-estar”. *Ortografia/Semântica: pleito = eleição; preito = homenagem. Analisando: “bem-estar” de quem? Do próprio candidato? Do povo? Percebe-se que o pronome possessivo (seu) não foi bem-empregado. Obscuridade A obscuridade é ainda pior que a ambiguidade, pois, quando se é ambíguo, pode-se dar margem a duas interpretações, ao passo que na obscuridade, muitas vezes, não podemos nem mesmo imaginar do que se trata. É uma falta total de clareza. Normalmente a obscuridade é causada por frases longas, má pontuação, desrespeito às normas gramaticais e linguagem rebuscada. Analise um trecho retirado da Folha de São Paulo já há algum tempo: “As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de Dezembro de 2001, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de dezoito anos. A portaria proíbe ainda os menores de dezoito anos de irem a motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais.” Fica a pergunta: então, se estiverem acompanhados dos pais, os menores poderão ir a motéis?

Pleonasmo É uma espécie de redundância. No Ensino Médio estudamos que Pleonasmo faz parte dos Vícios de Linguagem e nos são passados exemplos de expressões que devemos evitar, tais como “subir para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro” e “sair para fora”. Contudo, não são apenas esses os pleonasmos existentes. Veja outros casos: matinal da manhã, noturno à noite, hemorragia de sangue, dois irmãos gêmeos, ganhou de graça, recinto fechado, certeza absoluta, grande maioria e outros casos. Há casos de Pleonasmo mais comuns do que se imagina: “Acesso restrito somente a funcionários do setor.” “Há cinco anos atrás (...).” “Este produto é de boa qualidade.” “Isso é um pequeno detalhe.” “Estas são propriedades próprias do sódio.” “Que surpresa inesperada!” Atenção: quando usado de maneira pleonasmo não constitui um erro.

poética,

o

Exemplo: “E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de Moraes) Cacofonia É um som desagradável (às vezes obsceno), resultante da proximidade de determinadas sílabas. Por exemplo: lá tinha; da vez passada; mande-me já; Ô, dor horrível! Eco É a repetição de terminações (mesmo som). Observe: A decisão causou comoção na população. Corrigindo: A decisão fez com que o povo se comovesse.

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Prolixidade sequência, faz-se um desdobramento da ideia principal em A prolixidade é o oposto da concisão. Consiste, portanto, dois períodos secundários de modo a fortalecê-la. em utilizarmos mais palavras do que o necessário, tornando **Dica para melhorar a coesão textual. Volte a aulas a leitura cansativa e de difícil compreensão. O uso de anteriores e observe a tabela de conectivos que trouxemos cacoetes linguísticos (expressões que não acrescentam para você. Ao longo de sua preparação, utilize-a para nada ao texto, as quais só falamos porque estamos produzir seus textos, de modo a variar os conectivos e não acostumados a ouvir) deve ser evitado. cometer erros (mais comuns: ausência de ligação – gerando Por exemplo, não devemos introduzir um texto com períodos muito curtos ou longos demais -, conexão errada expressões do tipo “antes de mais nada” ou “inicialmente”, ou ainda uso inadequado do pronome onde. Exemplo: pois, se estamos iniciando, é óbvio que é “inicialmente”.  “A afirmação onde você diz que não há Na prolixidade (lembre: ser prolixo é “enrolar”; é não ser segurança…”; objetivo), também encontramos o uso dos chavões. Os  “…direcionar o integrante da instituição para outra chavões são frases ou expressões “feitas” que só tarefa onde o seu conhecimento e a sua empobrecem o texto. Veja alguns exemplos: inflação especialização…”. galopante, caloroso abraço, caixinha de surpresas, vitória Em ambos os exemplos, em vez de onde, deveríamos usar esmagadora e outros. em que ou na qual, uma vez que o pronome retoma os antecedentes “afirmação” e “tarefa”, que não são lugares Incoerência físicos. Ser incoerente é se contradizer. Por isso, tome muito cuidado e releia mais de uma vez seu texto, analisando-o, LINGUAGEM INADEQUADA principalmente para que a conclusão não destoe do Na modalidade escrita, é importante que a norma culta da restante do texto. O desrespeito às regras gramaticais língua portuguesa seja preservada, mesmo porque ela é pode causar incoerência. Portanto, tenha muita atenção com as regras de concordância, de regência, de acentuação exigida no Enem e demais vestibulares. Os registros da oralidade e gírias como “né”, “tipo”, “tbém”, “oq” podem e até mesmo com a ortografia. Veja: diminuir e muito a nota final de seu texto. Por outro lado, RETIFICAR = corrigir. há quem, por confundir o uso da norma culta da língua com RATIFICAR = confirmar. rebuscamento linguístico, adota termos que desconhece o IR DE ENCONTRO = chocar-se; ideias contrárias. significado ou que não está de acordo com o nível de IR AO ENCONTRO = lado a lado; ideias afins, semelhantes. linguagem das demais palavras do texto. É claro que ter um bom vocabulário é essencial no momento da escrita, mas REPETIÇÃO VOCABULAR A repetição de termos não só prejudica a percepção do isso não significa que você deva utilizar arcaísmos (termos avaliador sobre o vocabulário do candidato, mas também obsoletos). Busque o equilíbrio, opte por construções resulta em uma aparente redundância de ideias e simples e por um vocabulário acessível. argumentos. Utilize pronomes, sinônimos, ou mesmo omita algum trecho desnecessário ao desenvolvimento da ideia (elipse, por exemplo) caracterizam estratégias que ajudam TANGENCIAMENTO DO TEMA Ignorar eixos fundamentais da discussão (palavras-chave) a resolver o problema, como já vimos na aula referente à provoca perda frequente de pontos. Temos o exemplo do coesão. (não lembra? Volte lá!) tema da redação do Enem 2018 “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Muitos ignoraram palavras AUSÊNCIA DE CONECTIVOS OU USO EQUIVOCADO como “desafios”, “educacional” ou ainda “surdos”, Um bom texto precisa apresentar claramente a relação existente entre as ideias ali expostas, o que pode ocorrer abordando apenas a surdez de uma forma geral – sem por meio do uso de conectivos. A ausência deles – a qual relacionar as dificuldades à educação, ou escreveram sobre de um modo geral, não normalmente acarreta a elaboração de longos períodos* - deficientes especificando/destacando os surdos. Consequentemente, faz com que a compreensão das ideias se torne obscura. Já seu uso equivocado atrapalha a fluidez textual, podendo tais candidatos perderam preciosos pontos. (Dúvidas? Volte gerar, inclusive, entendimentos contrários ao que se quis à aula sobre interpretação da proposta) dizer, logo, incoerência. *Dica para evitar períodos longos: treine escrevendo um parágrafo “padrão”, no qual haja um tópico frasal (ideia central) e dois períodos secundários (ideias secundárias). O tópico frasal consiste na formulação de uma ideia síntese (resumo) do tema central do parágrafo a ser escrito. Na 14 | Pró Floripa

INTERAGIR COM O LEITOR NA DISSERTAÇÃO A dissertação não pode ser interativa, assim, não se refira ao leitor, como, por exemplo, usando a palavra “você.” Expressões de ordem (panfletárias) ou que representam conversa com o leitor, como “faça sua parte”,


também não devem ser usadas. Desta forma, o vestibulando foge da discussão exigida na dissertação e joga para o leitor a responsabilidade de refletir. (Logo, em dissertação, jamais termine com pergunta. Aliás, perguntas deverão ser feitas somente quando forem retóricas, ou seja, respondidas ao longo do texto dissertativo.) CLICHÊS E GENERALIZAÇÕES Infelizmente esse é um dos erros mais frequentes, responsável por esvaziar os sentidos da redação e torná-la apenas mais uma entre tantas outras. Evite ou seja cuidadoso ao usar palavras como “único”, “sempre”, “todos”, “jamais”, “maioria”, “minoria”, entre outras que podem contribuir para a construção de generalizações indevidas. NÃO REVISAR A folha definitiva da redação não é o local para você realizar correções. Muitos erros que descontam pontos da redação surgem por mudanças de última hora, as quais acabam atrapalhando o texto. Leia bem seu próprio texto antes de passar a limpo, corrija o que for necessário. Dê atenção à norma culta da língua portuguesa: cuidado para não cometer os principais equívocos como pontuação, acentuação, concordância, ortografia, etc. (Por isso, atenção às aulas de gramática). Além disso, veja se sua argumentação é coerente, se os dados estão corretos e se o texto está de acordo com o que foi solicitado no enunciado da prova.

e) “Por quererem mostrar que podem mais que os outros, acabaram conquistando a antipatia alheia.”

14. A expressão “má qualidade” constitui: a) pleonasmo. b) ambiguidade. c) incoerência. d) obscuridade. e) cacofonia.

15. Certo dia houve, na Inglaterra, um jogo entre Brasil e Argentina. Pouco antes do início da partida, um comentarista esportivo da Rede Globo afirmou: “O estádio é um espetáculo! Mas o gramado é um tapete: a bola rola com a maior perfeição.” a) Para fazer alusão à qualidade do gramado, usou-se uma metáfora. Sublinhe-a. b) Explique o sentido dessa metáfora. c) Após responder às questões “a” e “b”, percebemos que o comentarista não formulou bem seu comentário. Explique a incoerência cometida.

16. Agora analise um trecho de uma fala de um apresentador de telejornal, feita logo após um comentário sobre a fauna brasileira: “(...) a caça e a extração ilegais de palmito (...).” a) Tal passagem apresenta uma incoerência. Qual? b) Reescreva a fala do jornalista, de modo a torná-la coerente.

17. Todas as frases listadas a seguir apresentam

12. Leia com atenção o texto a seguir e identifique os problemas existentes nas passagens numeradas: “A exploração do trabalho infantil, ela é algo alarmante e intrigante. Seu índice tem diminuído nos últimos anos, talvez pelas medidas tomadas pelo governo. E isso é de responsabilidade do governo federal e não do estadual. Na época de nossos avós, isso não acontecia, pois viviam na tranquilidade do interior. Lá tinha tudo que precisavam. Os governantes valorizavam o povo e mantinham seu conforto.”

ambiguidade. Indique quais são as interpretações possíveis em cada caso: a) O juiz declarou ter julgado o réu errado. b) Confessou os erros que cometeu com franqueza. c) O jornal criticou a peça exibida com falta de talento. d) Trata-se de um estudo a respeito de Machado de Assis cuja leitura recomendo. e) A professora deixou a turma entusiasmada.

13. Há uma ambiguidade no trecho: a) “Esse tipo de crime vem sendo praticado no mundo inteiro.” b) “Há quem se sirva até mesmo de violência na guerra por bens materiais.” c) “Há filhos matando pais para tomarem o que lhes pertence.” d) “Basta andarmos uns minutos observando as atitudes do ser humano e perceberemos do que ele é capaz.” #ORGULHODESERPRÓ| 15


1. Deve-se evitar ao máx. a utiliz. de abrev. etc. 2. É desnecessário empregar estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico. 3. Anule aliterações altamente abusivas. 4. não esqueça as maiúsculas no início das frases. 5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz. 6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário. 7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in. 8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou?? ...então valeu! 9. "Porra", palavras de baixo calão podem transformar seu texto numa "merda". 10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações. 11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto em que a palavra se encontra repetida. 12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias". 13. Frases incompletas podem causar 14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou, por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.

24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O texto fica horrível!!!!! 25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão das idéias nelas contidas e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, dessa forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas. 26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza. 27. Seja incisivo e coerente; ou não... 28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambiguidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando dessa maneira irritante. 29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu, bichinho? 30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar, já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar. [Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/trinta-dicas-infaliveispara-escrever-bem/]

PRATICAR!

15. Seja mais ou menos específico. 16. Frases com apenas uma palavra? Jamais! 17. A voz passiva deve ser evitada. 18. Utilize a pontuação corretamente especialmente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação 19. Quem precisa de perguntas retóricas? 20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas. 21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação. 22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-lasei!" 23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha. 16 | Pró Floripa

Além de conhecimento teórico acerca de estruturas e estratégias é preciso leitura – para aquisição de repertório – , e muita prática, escrita constante. É interessante escrever sobre os temas anteriores, para que você conheça o perfil da prova e, principalmente, que escreva sobre variadas temáticas para se preparar efetivamente para a produção textual dentro de um tempo delimitado. A seguir você encontrará as últimas temáticas cobradas nas provas bem como uma lista de temas para exercitar. Provas anteriores: ENEM: 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil 2015 - A persistência da violência contra a mulher no Brasil 2016 .1 - Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil. 2016. 2 - Caminhos para combater o racismo no Brasil. 2017 - Desafios para Formação Educacional de Surdos.


UDESC 2017.2: O homem é apenas um número. 2017.2: A impessoalidade dos centros urbanos e o sentimento de solidão 2017.2: A pressa é inimiga da felicidade 2018. 1. Sequestro: mentes aterrorizadas 2018. 1 Prostituição (2018.1) 2018. 1 Artistas de rua: medicantes ou trabalhadores? 2018.1 Falso moralismo 2018.2 Conhecimento interior 2018.2 Intolerância nas relações humanas UFSC 2016: crie uma lenda a ser contada por um sábio indígena às crianças de sua aldeia. 2016: dissertação sobre o papel das festas populares na continuidade de uma memória coletiva. 2016: redija uma crônica que tematize um aspecto das relações de solidariedade na sociedade contemporânea. 2017: escrever uma dissertação sobre a participação dos jovens na vida pública. 2017: escrever uma crônica que tematize a amizade em uma sociedade consumista e imediatista. 2018: escrever uma dissertação sobre “você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. 2018: escrever uma crônica sobre usos da língua no cotidiano. ALGUNS TEMAS – para se informar e treinar: 1. Inclusão Digital/”Hoax”: notícias falsas / Acesso à cultura;i Desenvolvimento sustentável / A questão do lixo / Crise hídrica; 2. Epidemias e saúde pública; 3. Maioridade penal / Ressocialização do menor infrator; 4. A questão do índio; 5. Crise Econômica e Política no Brasil; 6. Sistema prisional brasileiro; 7. Educação brasileira; 8. Mobilidade Urbana; 9. Direitos trabalhistas; 10. Ciberativismo e manifestações populares; 11. Violência urbana; 12. Crescimento do empreendedorismo no Brasil; 13. Inclusão do deficiente; 14. Bulliyng e Ciberbulliyng; 15. Doenças mentais (depressão, ansiedade, estresse) / Suicídio

PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A prática de bullying e de cyberbullying em questão no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I No Brasil, um em cada cinco adolescentes pratica bullying, segundo dados do IBGE apurados em 2012. Outra pesquisa, realizada pela ONG Plan Brasil em 2010, mostrou que 10% dos alunos de escolas públicas e particulares disseram ter sofrido com o bullying. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2016/10/cyberbully ing-uma-ameaca-digital.html

Texto II

Disponível em: http://www.livrosepessoas.com/2013/06/21/um-emcada-cinco-adolescentes-pratica-bullying-no-brasil/

Texto III

[Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/trintadicas-infaliveis-para-escrever-bem/] Disponível em: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/cai-o-n-devitimas-de-nudes-vazadas-na-internet-do-brasilem-2016-diz-ong.ghtml

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Texto IV o Art. 1 Fica instituído o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying) em todo o território nacional. o § 1 No contexto e para os fins desta Lei, considera-se intimidação sistemática (bullying) todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. [...] o Art. 2 Caracteriza-se a intimidação sistemática (bullying) quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação [...]. Parágrafo único. Há intimidação sistemática na rede mundial de computadores (cyberbullying), quando se usarem os instrumentos que lhe são próprios para depreciar, incitar a violência, adulterar fotos e dados pessoais com o intuito de criar meios de constrangimento psicossocial.

Texto II Sentimos dificuldade em sair do círculo imediatista porque essa cultura nos envolve de tal maneira que ficamos paralisados. Isso acontece porque, a todo momento, surgem coisas novas e nos sentimos sempre na obrigação de dar conta de tudo. Portanto, perdemos a capacidade de planejar e de priorizar nossas atividades, o que pode transformar o cotidiano em um verdadeiro caos. Ainda segundo Douglas Rushkoff, isso muda também a forma como pensamos a política, a economia, a ecologia e nossos relacionamentos afetivos. Muitas decisões são tomadas sem grandes reflexões, considerando apenas o momento e não as consequências. Dessa forma, nossas relações sociais vão ficando superficiais; tudo para mantermos nosso ritmo acelerado de vida e o padrão de produção e funcionamento da sociedade que nos é imposto. Os resultados são catastróficos. Estresse, ansiedade, transtornos psicológicos, irritabilidade, falta de paciência, intolerância com o diferente, além dos impactos ambientais e sociais.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/2015/lei/l13185.htm

Disponível em: https://escoladainteligencia.com.br/cultura-doimediatismo-tudo-ao-mesmo-tempo-e-agora/

INSTRUÇÕES: Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:  tiver até 7 (sete) linhas:  fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativoargumentativo.  apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

PROPOSTA DE REDAÇÃO Leia os textos abaixo e produza uma dissertação sobre imediatismo e frustração. Texto I

PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para combater o suicídio entre jovens no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I De assunto mantido entre quatro paredes a tema de série na internet, o suicídio de jovens cresce de modo lento, mas constante no Brasil: dados ainda inéditos mostram que, em 12 anos, a taxa de suicídios na população de 15 a 29 anos subiu de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002 para 5,6 em 2014 - um aumento de quase 10%. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-39672513

Disponível em: http://viadeacesso.org/como-administrar-relacao-dosjovens-com-o-imediatismo/

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Texto II

 

fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Disponível em: https://noticias.r7.com/saude/oms-suicidio-ja-mata-maisjovens-que-o-hiv-em-todo-o-mundo-22092015-1

Texto III

Disponível em: https://www.cvv.org.br/blog/um-setembro-maisamarelo/

Texto IV [...] Apesar de ser o desfecho trágico de um conjunto de fatores – é equivocado e simplista associar o suicídio a uma única causa – estudos mostram que mais de 90% das vítimas apresentavam pelo menos um transtorno psiquiátrico, especialmente a depressão, considerada o principal fator de risco para o suicídio. Embora faça parte da adolescência, a formação de grupos com símbolos e rituais em comum merece cuidado e atenção quando práticas abusivas e/ou danosas para si ou terceiros são compartilhadas. De fato, a participação do jovem nesses grupos, reais ou “virtuais”, pode indicar uma vulnerabilidade prévia a atos impulsivos, além da presença de sintomas depressivos. Mudanças bruscas de comportamento, isolamento social e abandono de atividades prazerosas, tristeza persistente, alterações do sono e apetite, queda no rendimento escolar, lesões sem explicação aparente (sugerindo autoagressão) e mensagens que caracterizam desesperança, despedida ou com conteúdo de morte nas mídias sociais, são um sinal de alerta e não podem ser negligenciadas. [...]

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios de combater o avanço de doenças sexualmente transmissíveis entre jovens brasileiros”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revela números alarmantes. Dos dois mil homens ouvidos entre os 15 e 25 anos, em 10 capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo), apenas 31% usam preservativos. Disponível em: http://www.tnh1.com.br/noticias/noticiasdetalhe/brasil/ uso-de-camisinha-entre-os-jovens-cai-edstspreocupam adaptado Texto II

INSTRUÇÕES: Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:  tiver até 7 (sete) linhas: #ORGULHODESERPRÓ| 19


Texto III

Disponível em: http://parnaiba.pi.gov.br/phb/projeto-deconscientizacao-sobre-dstaids-sera-realizado-em-parnaiba/ Texto IV No Brasil, a epidemia de HIV/Aids é considerada estabilizada, mas vem avançando entre os mais jovens. Na última década, o índice de contágio mais que dobrou entre jovens de 15 a 19 anos, passando de 2,8 casos por 100 mil habitantes para 5,8 casos. Também aumentou na faixa etária entre 20 a 24 anos, chegando a 21,8 casos a cada 100 mil habitantes. [...] As campanhas de prevenção miram, sobretudo, o alto número de pessoas no Brasil que têm HIV, mas ainda não sabem - aproximadamente 112 mil brasileiros - e os cerca de 260 mil que vivem com o vírus mas ainda não se tratam, aumentando o risco de propagação da doença. Apesar de o principal foco continuar sendo a prevenção de HIV/Aids, especialistas alertam para o risco de propagação de outras doenças, como HPV, herpes genital, gonorreia, hepatite B e C e, especialmente, sífilis. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil39093771 INSTRUÇÕES: Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:  tiver até 7 (sete) linhas:  fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativoargumentativo.  apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

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