Caderno Cursinho Vestibular Vol.V

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História ÄÄ CAPÍTULO I - ROMA ÂÂCAPÍTULO AULA 01 I - A ORGANIZAÇÃO DO ROMA EM ROMA CAPÍTULO I ROMA

à toa, dentre todos os troianos, para perpetuar sua raça. Sempre comprovara uma singular “piedade”, obedecia às ordens dos 1deuses, arriscara a vida para tirar seu pai, Anquises, das chamas de Troia quando 1 a ESTADOpai, Anquises, das tomada, chamas deabandonando Troia quando a suas cidaderiquezas, foi tomada, abandocidade foi mas encarregando-se nandodas suasestátuas riquezas,de mas encarregando-se das estátuas de seus deuses seus deuses A lembrança Eneias e o prespai, Anquises, das chamas defamiliares! Troia quando a cidade foi de tomada, abandofamiliares! Ade lembrança de Eneias e o prestígio de suas virtudes apagavam a Rômulo, que tígio suas a mancha do fratricídio nando suasvirtudes riquezas,apagavam mas encarregando-se das estátuas dede seus deuses mancha do fratricídio de Rômulo, que da ensanguentara o nascimento da ensanguentara o nascimento familiares! A lembrança de Eneias eCidade. o prestígio de suas virtudes apagavam a

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ROMA XX ADa República ao EM Regime Imperial.

Da República ao Regime Imperial. A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO EM ROMA 1. Origens da Civilização Romana: Da República ao Regime Imperial. 1. ORIGENS DA CIVILIZAÇÃO ROMANA:

Cidade.

mancha do fratricídio de Rômulo, que ensanguentara o nascimento da 1.2. Pesquisas Arqueológicas e Historiográficas2: Cidade. ARQUEOLÓGICAS 1.2 PESQUISAS E HISTORIOGRÁFICAS2:

O relato que atribui a fundação de Roma a Rômulo é tão pouco

Ohistórico relato atribui as a fundação Roma aE Rômulo é tão poucode históri2: 1.2 que PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS HISTORIOGRÁFICAS como razões de para a data da fundação Roma, calculada co como as razões para a data da fundação de Roma, calculada no fim da no fim Odarelato República (e que corresponderia ao ano de 753 a.C.histórino nosso que atribui a fundação de Roma a Rômulo é tão pouco República (e que corresponderia ao ano de 753 a.C. no nosso calendário calendário atual). co como as razões para a data da fundação de Roma, calculada no fim da atual). As do origens do corresponderia povoamento no monte Palatino, qual se conserva República (e que ao ano 753 nodonosso As origens povoamento no monte Palatino, dodequal sea.C. conserva ain- calendário atual). ainda hoje, romano no fórum mais antigo, que um tem cemitério, da hoje, no fórum maisromano antigo, um cemitério, sido porque tem sido As origens povoamento monte Palatino, doprimitivo qual se conserva ain- de vezes considerado como ononúcleo histórico da cidade vezes por considerado comodo o núcleo histórico primitivo da cidade de Roma, daa hoje, nomuito fórumrecuadas, mais antigo, umX cemitério, que sido por remontam épocas talvez ao século a.C. Os habitantes Roma, remontam aromano épocas muito recuadas, talvez aotem século X a.C. vezes considerado núcleodedicavam-se cidade de Roma, desse Os local eram os Latinos estesopovos àdedicavam-se habitantes desseecomo local eram oshistórico Latinosprimitivo eprincipalmente estesda povos remontam a épocas àmuito recuadas, talvez ao século X a.C. Os habitantes pastorícia e secundariamente agricultura. principalmente à pastorícia e secundariamente à agricultura. local eram os estabeleceram-se Latinos e estes povos dedicavam-se principalmente à Perto,desse no monte Quirinal, os sabinos que foram graPerto, no monte Quirinal, estabeleceram-se os sabinos que foram pastorícia secundariamente à agricultura. dualmente fundindoecom os latinos, conquanto por muito tempo se admigradualmente comtarde os latinos, muito tempo Perto,que nofundindo monte estabeleceram-se os sabinos que foram gra- se tisse teoricamente só muitoQuirinal, mais se teriamconquanto integrado empor Roma. admitisse teoricamente que muito teriam O processo evolutivo de Romacom como cidade só mais viria atarde completar-se nointegrado dualmente fundindo os só latinos, conquanto por se muito tempo se admi- em processo evolutivo de Roma como cidade só viria completarséculoRoma. VItisse a.C.,O quando estas comunidades primitivas organizam em aem teoricamente que só muito mais tarde seseteriam integrado Roma. se Onoprocesso século VI quando estas comunidades se no orgacidade-Estado. É entãoevolutivo quea.C., Romade se Roma alarga para para leste e para norte comosul, cidade só viria aprimitivas completar-se do monte Palatino, absorvendo os estas pequenos núcleos populacionais aí nizam emVIcidade-Estado. É então que Roma se alarga para sul,empara século a.C., quando comunidades primitivas sequeorganizam se encontravam e delimitando-se claramente relação regiões circuncidade-Estado. É então que Roma seem alarga paraàssul, para e para norte leste e para norte do monte Palatino, absorvendo osleste pequenos núcleos dantes; são de permanente, com os seus magisdo criadas monte instituições Palatino, os pequenos núcleos populacionais que aí em Lupa Capitolina. Escultura em Bronze. Representação dos irmãos populacionais que aíabsorvendo se caráter encontravam e delimitando-se claramente jurisdição abrangia o território da cidade; aoem tempo foi Lupa Capitolina. Esculturaeem Bronze. Representação dos irmãos gêmeos e Remotrados, cuja gêmeos Rômulo Remo sendo amamentados pela loba queRômulo os teria se encontravam delimitando-se claramente relação às regiões circun-perrelação às regiõese circundantes; são criadasmesmo instituições de caráter sendo amamentados pela loba quesalvado os teria salvado no rio Tibre. introduzida uma forma estável de governo, realezapermanente, (sob a formacom de mono rio Tibre. dantes; são criadas instituições de acaráter os seus magisLupa Capitolina. Escultura em Bronze. Representação dos irmãos manente, com os seus magistrados, cuja jurisdição abrangia o territónarquia eletiva). visivelmente inseparável de um fato histó- tempo foi trados, Este cuja processo jurisdiçãoé abrangia o território da cidade; ao mesmo gêmeos Rômulo e Remo sendo amamentados pela loba que os teria rio da cidade; ao mesmo tempo foi introduzida uma forma estável de 1 rico de importância determinante para Roma: a extensão do domínio etrusTRADIÇÃO MÍTICO-LITERÁRIA 1.1 1.1 Tradição Mítico-Literária . 1. introduzida uma forma estável de governo, a realeza (sob a forma de mosalvado no rio Tibre. governo, a realeza (sob a forma de monarquia eletiva). Este processo co a Roma. OsOs romanos, suas origens, gostavam de contar narquia eletiva). Este processo é visivelmente inseparável de um fato históromanos, orgulhosos orgulhosos dedesuas origens, gostavam de contar que no que é visivelmente inseparável de umpara fatoRoma: histórico de importância determi1. sua cidade. A esse rei charico de importância determinante a extensão do domínio etrusno monte Palatino seu primeiro rei fundara TRADIÇÃO MÍTICO-LITERÁRIA monte 1.1 Palatino seu primeiro rei fundara sua cidade. A esse rei chamavam nante para Roma: a extensão do domínio etrusco a Roma. co a Roma. mavam Rômulo. Ele havia sido romano. o primeiro romano. Fora criado nessa Rômulo. EleOs havia sido o primeiro Fora criado nessa mesma romanos, orgulhosos de suas origens, gostavam de colina contar que no por um pastor, o um bom pastor, Fáustulo, recolhera eleque ecidade. a recolhera Remo, seu irmão mesma colina por oque bom Fáustulo, a ea monte Palatino seu primeiro rei fundaraa sua A esse reiele chamavam gêmeo, ainda recém-nascidos, abandonados numa cesta abandonados de vime que o rio, Remo, seu irmão gêmeo, ainda recém-nascidos, numa Rômulo. Ele havia sido o primeiro romano. Fora criado nessa mesma colina durante a cheia, depositara ao pé doaPalatino. cesta de vime que o rio,o durante cheia, ao pé Palatino. por um pastor, bom Fáustulo, que depositara recolhera a ele e a do Remo, seu irmão Rômulo e Remo eram de origem real, filhos da sobrinha do rei de Alba. Rômulo e Remo eram de origem real, filhos dacesta sobrinha gêmeo, ainda recém-nascidos, abandonados numa de vimedo querei o rio, Ela os tivera, contava-se, do próprio deus Marte, mas o rei, temendo que durante a cheia, contava-se, depositara ao pé Palatino.deus Marte, mas o rei, de Alba. Ela os tivera, dodo próprio essas crianças viessem a destroná-lo um dia, decidiu abandoná-las no rio, ecrianças Remo eram de origem filhos da sobrinha rei de Alba. temendo queRômulo a real, umtardariam dia,do decidiu persuadido deessas que o frio, a falta viessem de cuidados, adestroná-lo correnteza não a Ela osno tivera, do de próprio Marte, mas ode rei,cuidados, temendo que abandoná-las rio, contava-se, persuadido que deus o frio, a falta desembaraçá-lo desses dois sobrinhos-netos preocupantes. Mas o rei não essas acrianças viessem destroná-lo um dia,encalhou decidiudois abandoná-las no rio, a correnteza tardariam aa desembaraçá-lo sobrinhoscontara comnão vontade dos deuses. O berço flutuantedesses na margem, persuadido que ode frio, a falta de cuidados, correnteza não tardariam a a seco; uma loba, odeanimal Marte, deitou-se pertoaados bebês, dos deu-lhes netos preocupantes. Mas o rei não contara com vontade deuses. desembaraçá-lo desses dois sobrinhos-netos preocupantes. Mas não calor eflutuante leite. Por fim, eles foram Fáustulo, que os levou parao rei O berço encalhou na recolhidos margem, por a seco; uma loba, o animal de contara com a vontade dos deuses. O filhos berço e, flutuante encalhou na margem, sua cabana. Lá, tratou-os como seus próprios depois, como suspeiMarte, deitou-se perto dos bebês,dedeu-lhes calor e leite.dos Porbebês, fim, deu-lhes eles seco; uma o animal Marte,o deitou-se tava daaorigem deles,loba, acabou por lhes revelar segredo deperto seu nascimento. foram recolhidos porPor Fáustulo, que levou para Fáustulo, sua cabana.osLá, tra-para calor ee Remo, leite. fim, foramoserecolhidos levou Rômulo uma vezeles crescidos vigorosos,por destronaram que o tio-avô tou-os como seus próprios filhos e, depois, como suspeitava da origem sua cabana. Lá, tratou-os como seus próprios filhos e, depois, como e, no lugar dele, puseram o avô; em seguida, voltaram ao país onde haviam suspeideles, acabou por lhes revelar segredo seu nascimento. tava da origem porDecidiram lhesde revelar o segredo de seuuma nascimento. passado a infância paradeles, criar acabou umoreino. fundar, no Palatino, Rômulo e chamariam Remo, uma vez crescidos e evigorosos, destronaram o Ruínas do Fórum Romano. A arqueologia localiza nos setores mais e Remo, uma vez vigorosos, destronaram cidade a queRômulo Roma. Mas oscrescidos dois irmãos não tardaram a brigar; eo tio-avô antigos deste sítio o núcleo histórico primitivo de Roma. nolugar lugar dele, puseram o avô; em seguida, voltaram ao país dele onde haviam tio-avô e, e,no dele, puseram o avô; emporque seguida, ao país Rômulo, para reinar sozinho - ou talvez apenas Removoltaram zombara ETRUSCA passado a infância para criar um criar reino. um Decidiram no Palatino, uma -, matou o irmão. onde haviam passado a infância para reino. fundar, Decidiram fundar,INFLUÊNCIA Ruínas do Fórum Romano. A arqueologia localiza nos setores mais cidade a que Mas os dois irmãos não tardaram a brigar; eDe fato, O amplo vale do chamariam Tibreadesce lentamente para o mar, era desse mar que Ruínas do Fórum antigos Romano. A arqueologia localizahistórico nos mais antigos deste sítio o no Palatino, uma cidade queRoma. chamariam Roma. Mas os dois irmãos sítio formou-se o núcleo primitivo a comunidade urbanadeste de Roma sobsetores o domínio e- de Roma. Rômulo, para reinar - ou talvez Remo zombara dele e de acordo com o modelo etrusco: até o próprio nome núcleo histórico primitivo de Roma. romanos vir sozinho a origem longínqua de suaporque raça. eles, os nãoos tardaram aacreditavam brigar; e Rômulo, para reinarapenas sozinho - ouPara talvez apenas trusco da cidade INFLUÊNCIA ETRUSCA -,Alba, matou o irmão. de Rômulo, descendiam de Eneias, que atracara reis de antepassados deriva de uma linhagem etrusca (Ruma). Além disso, Roma assimilou não só porque Remo zombara dele -, matou o irmão. O amplo vale do Tibre desce lentamente o mar, era desse um dia, à frente de numerosa frota, perto da foz dopara Tibre, no lugar onde mar que Detradições fato, a comunidade urbana de Roma formou-se sob o domínio ereligiosas e culturais como também, em grande INFLUÊNCIA ETRUSCA O amplo vale do Tibre desce lentamente para o mar, era desse marmuitas de suas hoje seos estendem ruínas da cidade Óstia. longínqua Eneias fugira rica eles, romanosasacreditavam vir ade origem de de suaTroia, raça.a Para os medida, atrusco sua social. Desde meados do VIII a.C, os e de acordo com o modelo etrusco: atéséculo o formou-se próprio nome daocidade Deprópria fato, aestrutura comunidade urbana de Roma sob domínio quecidade os romanos acreditavam vir a origem longínqua de sua raça. Para frigiadeque sucumbira aos ataques dos gregos após um de que dez atracara reis Alba, antepassados de Rômulo, descendiam decerco Eneias, gregosetrusco sederiva estabeleceram no sul deetrusca Itália e(Ruma). cedo colonizaram aRoma Sicília,assimilou sua dedeuma linhagem Além disso, não e acordo com o modelo etrusco: até o próprio nome dasó cidaeles,anos. os reis de Alba, antepassados de Rômulo, descendiam de Eneias, Eneias e seus companheiros eramfrota, praticamente únicos sobrevivenum dia, à frente de numerosa perto daosfoz do Tibre, no lugar onde influênciamuitas se fez sobretudo sentir doreligiosas ponto deevista cultural. Mas, seja-nosem grande de suas tradições culturais como também, de deriva de uma linhagem etrusca (Ruma). Além disso, Roma assimilou quetes atracara um dia, à frente de numerosa foz de doTroia, Tibre, dessa epopeia, cuja glória percorrera todo odefrota, mundo mediterrâneo vários hoje se estendem as ruínas da cidade Óstia.perto Eneiasda fugira apermitido rica acentuá-lo, fato deestrutura Roma ter podido transformar-se numa VIII a.C, os medida, a suaoprópria social. Desde meados do século só deve-se muitasaodeEtruscos, suas tradições religiosas e culturais como também, no lugar se ruínas da cidade de Eneias séculosonde antes hoje da fundação de Roma.as Eles haviam levado para a Óstia. Itália cidade frigia queestendem sucumbira aos ataques dos gregos após um cencerco decidade-Estado dez nãogregos quedepodemos que o princise estabeleceram pelo no sul Itália e afirmar cedo colonizaram a Sicília, sua tral, além de sua fama, os rudimentos da brilhante civilização asiática. Pela em grande medida, a sua própria estrutura social. Desde do fugira de anos. Troia, a rica cidade frigia que aos ataques dospal fundamento Eneias e seus companheiros eramsucumbira praticamente os únicos sobrevivenhistórico da históriasentir socialdodeponto Romadeprimitiva foi o Mas, do meados influência se fez sobretudo vista cultural. seja-nos primeira vez, viram-se no Lácio tecidos bordados e tingidos com púrpura, século VIII a.C, os gregos sul de Itálianuma e cedo tes dessa epopeia, o mundo mediterrâneo vários gregos após um cerco de cuja dezglória anos.percorrera Eneias etodo seus companheiros eram domínio etrusco sobre Roma. permitido acentuá-lo, o fatose de estabeleceram Roma ter podidonotransformar-se jóias deséculos ouro, Também pela Eles primeira vez,cuja estabeleceramantes preciosas. dasobreviventes fundação de Roma. haviam levado para percora Itália cen-Conhecemos colonizaram a Sicília, influência seque fezpodemos sobretudo ponto de a história dos sua Etruscos a partir do século VII a.C. afirmar Foi sentir a parpraticamente osarmas únicos dessa epopeia, glória cidade-Estado deve-se ao Etruscos, pelo quedo o princise leis, chefes foram obedecidos do que temidos e os homens aprenalém demediterrâneo sua fama, osmais rudimentos da brilhante asiática. Pela dessa altura que as suas cidades começaram crescer, vista Mas,histórico seja-nos acentuá-lo, o tendo fato defoiRoma rera todo tral, o mundo vários séculos antescivilização da fundação detir palcultural. fundamento da permitido históriaa social desobretudo Roma primitiva o do ter deram aprimeira buscar abrigo dentro denomuralhas, a fim de viver uma vida pacífica. vez,levado viram-se tecidos bordados e de tingidos com púrpura, os ofícios e o comércio que permitiram, podido transformar-se numaà mineração cidade-Estado deve-se afinal, ao Etruscos, pelo domínio etrusco sobre ligados Roma. Roma. Eles haviam para Lácio aumItália central, além sua fama, ospor base Embora a cidade fosse apenas pobre vilarejo no início, os romanos jóias de ouro, armas preciosas. Também pela primeira vez, estabelecerama consolidação da unidade dessas cidades. Os Etruscos Conhecemos apolítica história Etruscos afundamento partir do século VII a.C. Foi parque podemos afirmar queedos ocultural principal histórico daa história rudimentos da brilhante civilizaçãoempobrecidos, asiática. Pela primeira vez, viram-se se consideravam os descendentes e por isso mesmo mais aprennunca criaram um altura Estadoque unificado: acidades sua vida política assentava nasobretudo exisse leis, chefes foram obedecidos mais do que temidos e os homens tir dessa as suas começaram a crescer, tendo social de Roma primitiva foi o do domínio etrusco sobre Roma. no Lácio tecidos bordados e tingidos com púrpura, jóias de ouro, armas dignos,deram de uma antiga abrigo nobreza. Eneias não fora escolhido à toa, dentre tência depor uma ligaos deofícios doze cidades, cada uma delas governadaque por permitiram, um rei. a buscar dentro de muralhas, a fim de viver uma vida pacífica. base o comércio à mineração Conhecemos aehistória dosligados Etruscos agrupos: partira do século VIIafinal, a.C. Foi preciosas. pela primeira vez, estabeleceramseno leis, chefes fo-A sociedade todos osTambém troianos, perpetuar raça. Sempre comprovara uma singuetrusca estava organizada em doisegrandes nobreza eOs Etruscos Emborapara a cidade fossesua apenas um pobre vilarejo início, os romanos a consolidação da unidade política cultural dessas cidades. a partir dessa altura que as suas cidades começaram a crescer, sobre“piedade”, obedecia às ordens dos deuses, arriscara a vida para tirar seu ramlar obedecidos mais do que temidos e os homens aprenderam a buscar inferior praticamente escravizada. Os camadaassentava a que na exisse consideravam os descendentes empobrecidos, e por isso mesmo uma mais camada nunca criaram Estado unificado: suanobres, vida política tendo por um base os ofícios e oa comércio ligados à mineração que abrigo dentro dede muralhas, a fim de viver uma dignos, uma antiga nobreza. Eneias nãovida forapacífica. escolhido à toa, dentre tudo tência de uma liga de doze cidades, cada uma delas governada por um rei. permitiram, afinal, a consolidação da unidade política e cultural dessas Embora a cidade fosse apenas um pobre vilarejo no início, os rotodos os troianos, para perpetuar sua raça. Sempre comprovara uma singu1 2 A sociedade etrusca estava organizada dois de grandes grupos: e Textose adaptado de: obedecia GRIMAL, História deempobrecidos, Roma. São Paulo: Editora Texto adaptado ALFOLDY, Géza. Históriaem Social Roma. Lisboa:a nobreza cidades. Osde: Etruscos nunca criaram um Estado unificado: a sua vida manos consideravam os Pierre. descendentes e por tirar isso seu lar “piedade”, às ordens dos deuses, arriscara a vida para uma camada inferior praticamente escravizada. Os nobres, camada a que Unesp, 2011. p. 10-13. Editorial Presença, 1989. p. 18-19. política assentava na existência de uma liga de doze cidades, cada uma

1. ORIGENS DA CIVILIZAÇÃO ROMANA:

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

mesmo mais dignos, de uma antiga nobreza. Eneias não fora escolhido

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Texto adaptado de: GRIMAL, Pierre. História Roma. Paulo: Editora 2 Texto adaptado de: GRIMAL, Pierre. História de Roma.de São Paulo:São Editora Unesp, 2011. p. 10-13.2011. p. 10-13. Unesp,

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Texto de: ALFOLDY, ALFOLDY,Géza. Géza. História de . Roma. Lisboa: PreTexto adaptado adaptado de: História SocialSocial de Roma Lisboa: Editorial sença, 1989. p. 18-19. Editorial Presença, 1989. p. 18-19.

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GEOGRAFIA

2.1. Zona da Mata: Estende-se estende do litoral do Rio Grande do Ä cApítulo i - coMplexo reGio- grandes Norte até o sul danordestinas Bahia. Destaca-se não só pela antiguidade dedas outr concentrar metrópoles (Salvador ee Recife) além concentrar duas duas grandes metrópoles nordestinas (Salvador Recife) além das out seuJoão povoamento, mas também pelo fato de concentrar duas grannAl norDeStino. políticas estaduais (Natal, Pessoa, Maceió e Aracaju). políticas estaduais (Natal, João Pessoa, Maceió e Aracaju). des metrópoles nordestinas (Salvador e Recife) além das outras

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Entender o papel de cada região Geoeconômica (Nordeste e

ncia Centro-Sul) na Divisão Territorial do Trabalho e as respectivas organizações espaciais internas.(Nordeste e Centro-Sul) na Divisão Territorial r o papel de cada região Geoeconômica ho e as respectivas organizações espaciais internas.

o coMplexo reGionAl norDeStino exo Regional Nordestino 01. Aspectos Gerais: O Complexo Regional Nordestino é uma reali-

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

OO clima éé oo tropical litorâneo (quente ee úmido). Originalmente aa clima da da região região tropicalestaduais litorâneo (quente úmido). capitais políticas (Natal, João Pessoa, Maceió eOriginalmente Aracaju). conteúdo recoberta pela Mata Atlântica, que apesar de ser é um dos biomas mais importan O clima da que regiãoapesar é o tropical (quente recoberta pela Mata Atlântica, de litorâneo ser é um dose úmido). biomasOriginalmais importan A configuração das regiões geoeconômicas: integração e (re) mente a região era recoberta pela MataéAtlântica, que apesarameaçado. de ser é preservação da biodiversidade brasileira eemundial, também oomais Rest preservação da biodiversidade brasileira mundial, é também mais ameaçado. Res organização dos espaços regionais. um dos biomas mais importantes para a preservação da biodiversidade o de 5% da área. de 5% da área. brasileira e mundial, é também o mais ameaçado. Restam menos de guração das regiões geoeconômicas: integração e (re)organização dos espaços Habilidades 5% da área. Utilizar linguagem cartográfica para obter informações e reÁreas Geoeconômicas Áreas Geoeconômicas presentar a organização das regiões geoeconômicas brasileiÁreAS GeoeconÔMicAS ras. es Podem-se encontrar três áreas geoeconômicas bastante Podem-se encontrar três áreas geoeconômicas bastante diferen-no Podem-se encontrar três áreas geoeconômicas bastantediferenciadas diferenciadas nointerio inter Interpretar, analisar e relacionar informações sobre a organilinguagem cartográfica para obter informaçõesdae Mata. representar a organização das ciadas no interior da Zona da Mata. A primeira delas se estende do Rio A primeira delas se estende do Rio Grande do Norte até os limites seten zação espacial das regiões geoeconômicas brasileiras, aA partir da Mata. primeira delas se estende do Rio Grande do Norte até os limites seten eoeconômicas brasileiras. Grande do Norte até os limites setentrionais da Bahia e é conhecida de recursos como imagens, músicas, textos e documentos, Bahia ee éé conhecida como Zona da açucareira onde aa secular ee decaden Bahia conhecida Zona da Mata Mataonde açucareira decade comocomo Zonaregiões da Mata açucareira a secular eonde decadentesecular cultura catar, analisar e dentre relacionar organização espacial das outros. informações sobre a canavieira e as grandes propriedades dominam a paisagem rural. É uma área navieira e as grandes propriedades dominam a paisagem rural. É uma canavieira e as grandes propriedades dominam a paisagem rural. É uma área pro pr Analisar a utilização das políticas como forma detextos e documentos, micas brasileiras, a partir de recursos comoregionais imagens, músicas, tanto na zona rural como na urbana. No campo o trabalhador muito mal remunerad área problemática tantoNo na campo zona rural como na urbana. No campo o organização e/ou controle territorial implementado sobre o tanto na zona rural como na urbana. o trabalhador muito mal remunera ros. trabalhador muito mal remunerado vive em precárias condições socioprecárias condições espaço nacional. regionais como forma precárias condiçõessocioeconômicas. socioeconômicas. a utilização das políticas de organização e/ou controle econômicas. mplementado sobre o espaço nacional. competência

ctos Gerais: dade O Complexo Nordestino uma Ele realidade recente na História e recente na Regional História e na Geografia doéBrasil. é resultado afia do Brasil. da Eleindustrialização é resultado do dapaís industrialização e da integração do mercado e da integração do do país mercado interno. períodos históricos anteriores, existiram várias regiões Em períodos Em históricos anteriores, existiram várias regiõeseconôeconômicas e sociais micas e sociais distintas nessa porção territorial do país. Muitos nessa porção “nordestes” territorialjá conviveram do país. no Muitos "nordestes" já conviveram no Nordeste Nordeste brasileiro. Durante o períDurante o período colonial, o território correspondente à atual Região Nordeste odo colonial, o território correspondente à atual Região Nordeste abrigavadistintas realidades entre regionais entre si.açucareira A economia açucaealidades regionais si.distintas A economia escravista, praticada na reira escravista, praticada geoeconômicas na Zona da Mata, imprimia característiMata, imprimia características comuns no território que hoje cas geoeconômicas comuns no território que hoje corresponde aos Nas cidades inchadas pelorural êxodo os rural crônicos crônicos problemas problemas liga-ligados à inchadas pelo êxodo de aos estadosestados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Nas Grande do Norte. A cidade de Nasdocidades cidades inchadas pelo êxodo rural os os crônicos problemas ligados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande Norte. dos à pobrezaeevidenciam-se pelados favelização e precariedade dos servievidenciam-se pela favelização precariedade serviços básicos de o entre os centros produtores e oentre mercado internacional, o principal centro urbano evidenciam-se pela ços favelização e precariedade dos serviços básicos desaneamento. saneamento. A cidade de Recife, elo os centros produtores e o era mercado inbásicos de saneamento. ternacional, era o principal centro urbano da região. al da região. Os atuais estados de Piauí, Cearáeecomercial Maranhão, nos Os quais predominavam atuais estados de Piauí, Ceará e Maranhão,relações nos quais predominaeconômicas de pouca expressão, mantinham frouxas com esse complexo vam atividades econômicas de pouca expressão, mantinham relaBahia e Sergipe, centros canavieiros importantes, também não eram considerados ções frouxas com esse complexo regional. Bahia e Sergipe, centros ordestinos: mantinham relações diretas a metrópole, seus produtos canavieiros importantes, também com não eram consideradosexportando estados nordestinos: mantinham relações a metrópole, expore Salvador, sede do Governo – Geral entrediretas 1548com e 1763. tando seus produtos através de Salvador, sede do Governo – Geral entre 1548 e 1763.

As Sub-regiões: Devido às diferenciações do espaço regional nordestino, costumao em quatro o Nordeste (ou do Meio-Norte), o Sertão, o Agreste e 02.sub-regiões: As Sub-regiões: Devido àsocidental diferenciações espaço regional nordestino, costuma-se dividi-lo em quatro sub-regiões: o NordesMata. te ocidental (ou Meio-Norte), o Sertão, o Agreste e a Zona da Mata.

A segunda área geoeconômica é o Recôncavo Baiano localizado

AA segunda geoeconômica éé oo Recôncavo Baiano nas nas proximidades de Salvador. Nessa tradicional área delocalizado cultivo do tabasegunda área área geoeconômica Recôncavo Baiano localizado nas proxim proxim Salvador. Nessa tradicional área de cultivo do tabaco e expressiva exploração co e expressiva exploração petrolífera a industrialização se intensifi cou Salvador. Nessa tradicional área de cultivo do tabaco e expressiva exploração pe p nas últimas décadas desde a décadas instalação do Pólo Petroquímico de do Camaindustrialização nas últimas desde aainstalação Pólo Petroq industrializaçãose seintensificou intensificou nas últimas décadas desde instalação do Pólo Petro çari. fim no sul está da Bahia está aimportante mais importante áreacacaueira cacaueira do Camaçari. sulPorda a mais área do país. O Camaçari. Por Por fim fim no no da Bahia Bahia mais importante cacaueira país.sul Organizada emestá torno adas cidades de Ilhéus e área Itabuna. A tradicio-do país. em torno das cidades de Ilhéus e Itabuna. A tradicional cultura do cacau entrou nal de cultura do cacau entrou em nãocultura só devido condições em torno das cidades Ilhéus e Itabuna. A decadência tradicional doàscacau entrouem emd não só devido às condições internacionais, mas principalmente em função da internacionais, mas principalmente em função da devastação provocada não só devido às condições internacionais, mas principalmente em função da d pela”vassoura-de-bruxa”. praga ”vassoura-de-bruxa”.Os Os áureos tempos da riqueza cacaueiracacaueira provocada áureos tempos da provocada pela pela praga praga ”vassoura-de-bruxa”. Os áureos tempos da riqueza riqueza cacaueir jáBahia fazem meridional. parte do passado da Bahia meridional. parte do passado da parte do passado da Bahia meridional.

. Zona da Mata: Estende-se estende do litoral do Rio Grande do Norte até o sul da staca-se não só pela antiguidade de seu povoamento, mas também pelo fato de

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Filosofia ÄÄ CAPÍTULO 1 ÂÂAULA 01 - Karl Marx

XX Uma grande crítica ao capitalismo

Para Karl Marx, não há possibilidades alguma de haver um capitalismo justo, ou seja, tal sistema é estruturalmente injusto e caracterizase pela exploração do homem pelo homem. Tal exploração instalou uma desigualdade abissal, que não pode ser transposta por medidas paliativas ou por reformas de qualquer tipo. A única forma de transpor o abismo é a superação do sistema que é, em sua essência, distorcido e excludente.

XX Materialismo Dialético

O materialismo dialético é uma lei que procura descrever o desenvolvimento estrutural da realidade histórica. Tal itinerário de desenvolvimento culminaria, de maneira inexorável, no comunismo. Ora, toda realidade histórica acaba gerando em seu ventre contradições tão agudas, que conduzirão a sua própria superação. Assim como o feudalismo gerou a burguesia, grande responsável por seu esfacelamento, o capitalismo formará e dará à luz seu próprio assassino: o proletariado. Este deverá levar a cabo o grande processo dialético da história, à medida que é uma classe verdadeiramente revolucionária, implantando sua ditadura, até que todas as estruturas remanescentes do capitalismo sejam colocadas no chão. Desse processo emergirá a sociedade comunista. Para Marx, a história da humanidade é a luta entre classes sociais, entre opressores e oprimidos. Esse estado conflituoso é a grande mola propulsora da história. No capitalismo, essa contradição fundamental materializa-se no caráter antitético da relação entre burguesia e proletariado. Vale lembrar que, por burguesia, Marx entende a classe dos capitalistas modernos que, não tendo acesso aos meios de produção, são obrigados a vencer sua força de trabalho para viver.

XX Materialismo Histórico

O materialismo histórico é a teoria marxista segundo a qual a estrutura econômica determina as ideias, ou seja, não é a consciência que determina a existência das pessoas, mas as condições materiais de existência determinam a consciência dos indivíduos. A construção das ideias, das representações simbólicas, ou seja, da consciência humana, está diretamente ligada às condições materiais. O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina seu ser, é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. (Marx)

XX Infraestrutura, Superestrutura e Ideologia.

A infraestrutura ou base econômica é o conjunto das relações de produção que correspondem a um período determinado do desenvolvimento das forças produtivas. Em outras palavras, a infraestrutura é o modo de produção vigente em determinado tempo e lugar. A superestrutura é o conjunto das instituições jurídicas, religiosas, educacionais, morais, artísticas etc. Tais instituições são responsáveis pela proteção e existência saudável do sistema econômico (infraestrutura) que lhes dá suporte. Para isso, a superestrutura desenvolve uma forma obtusa de consciência social (ideologia), cujo objetivo é alienar o ser humano, tolhendo sua capacidade crítica. A ideologia é, portanto, um fenôme-

“O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. [...] A transformação da base econômica altera [...] toda a imensa superestrutura. Ao considerar tais alterações é necessário sempre distinguir entre a alteração material [...] das condições econômicas, e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em resumo, as formas ideológicas [...] (Marx)”

XX A questão do trabalho

Para Marx, o trabalho é aquilo que nos diferencia dos outros animais. É por meio do trabalho que podemos deixar nossa marca no mundo. De outro modo, é pelo trabalho que o homem movimenta ás forças de seu corpo para que, assimilando a matéria, possa dar-lhe alguma forma útil à vida social. Somente o ser humano é capaz de trabalhar, os outros animais realizam atividades instintivas, pautados em níveis elementares de inteligência. “Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de suas colmeias. Mas o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que construiu um favo em sua cabeça antes de construí-lo em cera. No fim do processo de trabalho, obtém-se um resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalho [...].”

XX Crítica ao trabalho no capitalismo

O capitalismo subverte a essência do trabalho e faz com que ele seja um fardo e não uma atividade humana construtiva e plena. Nesse modo de produção, o trabalho é dilacerado ao extremo, fazendo com que as pessoas não tenham acesso a todo o processo de produção. No capitalismo, as relações de produção trazem á tona uma bipolarização, que é fruto de uma lógica perversa que separa os que possuem os meios de produção e aqueles que vendem sua mão-de-obra. Esse é o pano de fundo da grande crítica marxista ao trabalho no capitalismo.

XX O trabalho como mercadoria

O operário é passível de compra e venda, ou seja, como mercadoria, pode ser comprado e vendido. A venda de sua força de trabalho é a única forma de subsistência das pessoas que não têm acesso aos meios de produção. Periodicamente, essas pessoas recebem um salário, que é a paga pelo tempo de trabalho (mercadoria) vendido ao capitalista. Portanto, o salário está longe de ser o fruto do trabalho do trabalhador, tal fruto é retirado pelo capitalista e transformado em lucro, que gerará acúmulo. Portanto, o operário vê alienados seu trabalho, o fruto de seu trabalho, o tempo de sua vida, sua liberdade e sua dignidade.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

O filósofo Karl Marx nasceu em 1818, no seio de uma família judaica, em Trier, Alemanha, e morreu em Londres, em 1883. Estudou nas universidades de Bonn e Berlim, e concluiu seu doutorado em Filosofia Antiga, em Jena, por volta de 1841, com a tese Sobre as Diferenças da Filosofia da Natureza de Demócrito e de Epicuro. Em, 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels. Foi o começo de uma grande amizade que durou a vida toda. Em 1845, expulso da França, estabeleceu-se na Bélgica. Em 1849, exilou-se na Inglaterra. Em Londres, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, era frequentador assíduo das salas de leitura das bibliotecas e dos museus londrinos. Escrevia para vários jornais, no entanto, vivia com muita dificuldade e, se não fosse o auxílio de seu amigo Engels, não conseguiria edificar uma obra cuja envergadura intelectual até hoje é reconhecida. Algumas de suas principais obras são: Crítica à Filosofia do Direito de Hegel (1843), A Ideologia Alemã (1846) em parceria com Engels, O Manifesto Comunista (1848) em parceria com Engels, O Capital em três volumes (1867-1895), os dois últimos volumes foram publicados postumamente.

no superestrutural, que proporciona a postura acrítica e resignada das pessoas diante das situações de opressão a que elas são submetidas. Por isso, é, sem dúvida, uma espécie de analgésico social a serviço das classes hegemônicas.

XX A mais-valia

Mais-valia é o trabalho excedente não pago pelo capitalista ao trabalhador. Em outras palavras, em alguns dias, os empregados trabalham o suficiente para pagar seus próprios salários, a matéria-prima, a manutenção das máquinas etc. nos dias restantes, o trabalho executado e seu produto vão direto para o capitalista. Mais tecnicamente, o sobretrabalho gera um sobreproduto, que é apropriado pelo capitalista e, portanto, não é pago ao operário. “Aquilo que, do ponto de vista do capital, se apresenta como maisvalia, apresenta-se do ponto de vista dos trabalhadores exatamente como o mais-trabalho, que suplanta a quantidade de trabalho imediatamente necessária á manutenção da condição vital do trabalhador. O grande sentido histórico do capital é o de criar trabalho excedente.”

Marx distingue dois tipos de mais-valia, uma relativa e uma absoluta. O primeiro ocorre quando há o incremento do processo de produção mediante a inserção de máquinas da aceleração do ritmo de trabalho, que aumenta, dessa forma, a produção. Verificamos o segundo tipo de mais-valia (absoluta), quando o capitalista busca aumentar a produção mediante sucessivos aumentos na jornada de trabalho de operário, portanto, sem incrementar o processo produtivo. A única forma de acabar com a mais-valia é socializar os meios de produção.

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Sociologia ÄÄ CAPÍTULO 1 ÂÂaula 01: classe, estratificação e desigualdade

XX Status Atribuído e Alcançado

XX Sistemas Básicos de Estratificação nas Sociedades Humanas. Escravidão: a escravidão é uma forma de desigualdade na qual alguns indivíduos são literalmente propriedade de outros. Nesse sentido, há a existência de um estatuto jurídico que estabelece a condição de coisificação do indivíduo. Este como objeto; como propriedade propriamente dita. 3 Casta: os sistemas de castas estruturam o tipo de contato que pode ocorrer entre membros de diferentes status sociais. De acordo com Anthony Giddens, a casta associa-se sobretudo às culturas do subcontinente indiano e da crença hindu no renascimento. Acredita-se que os indivíduos que não forem fiéis aos rituais e aos deveres de sua casta renascerão em uma posição inferior na próxima encarnação. De acordo com a tradição hindu, as castas principais estariam ligadas às diferentes partes do corpo da divindade Brahma. Estamentos:os estamentos caracterizaram muitas civilizações tradicionais, incluindo o chamado feudalismo europeu. Antes de qualquer caracterização, torna-se importante lembrar que a divisão clássica conhecida (1º, 2º e 3º estados) não é estanque. Ainda que se apresente como um sistema de fortes hierarquizações, a divisão jurídica não dá conta da diversidade de condições existentes dentro de cada estado. Os estamentos feudais consistiam em estratos que possuíam diferentes obrigações e direitos entre si. Classes Sociais: o sistema de classes sociais, em muitos aspectos, diferem da escravidão, das castas e dos estamentos. Pode-se definir uma classe como um agrupamento, em larga escala, de pessoas que compartilham recursos econômicos em comum, os quais influenciam profundamente o tipo de estilo de vida que podem levar. A posse de riquezas, juntamente com a profissão, são as bases principais das diferenças de classe (GIDDENS).

XX Alguns sentidos de diferenciação das classes em relação às antigas formas de estratificação: Imagem: tormentasocial.blogpost.com Em uma obra intitulada Sociologia, Richard Schaefer debate acerca da idéia de status atribuído e alcançado. Assim, de acordo com o autor, “ os sociólogos consideram alguns status atribuídos e outros alcançados [...]. Um status atribuído é aquele que a sociedade concede a uma pessoa sem levar em consideração seus talentos ou características particulares. Geralmente, essa atribuição ocorre no nascimento; assim, a ‘raça’, o gênero e a idade são todos considerados status atribuídos. Embora essas características sejam biológicas na sua origem, são relevantes sobretudo por seu significado social na nossa cultura [...] Um status atribuído não tem necessariamente o mesmo significado social em todas as sociedades. Em um estudo comparativo entre culturas, Gary Huang (1988) confirmou a idéia antiga de que o respeito pelos mais velhos é uma norma cultural importante na China. Em muitos casos, o prefixo ‘velho’ é usado respeitosamente: chamar alguém de ‘velho professor’ ou de ‘velho senhor’ é como chamar um juiz de ‘meritíssimo’. Huang salienta que as conotações positivas relacionadas são incomuns nos Estados Unidos, assim, a expressão homem velho é mais um insulto do que uma homenagem à velhice e à sabedoria. Ao contrário dos status atribuídos, os status alcançados, na maioria das vezes, são frutos de nossos próprios esforços. Tanto o status de ‘presidente do banco’ como o de ‘carcereiro’ são status alcançados, e também o de ‘advogado’, ‘pianista’, ‘membro de uma fraternidade’, ‘condenado’ e ‘operário’. Precisamos fazer algo para ter um status alcança1

Os sociólogos utilizam o termo status para se referir a qualquer uma das várias posições que são definidas socialmente de ntro de um grupo ou sociedade, da mais baixa à mais alta. Assim, podemos dizer que no Brasil um indivíduo pode ocupar o status de presidente da República, de agricultor (a), de filho (a), de baterista, de adolescente, de morador de uma comunidade determinada, de médico,... Portanto, uma pessoa pode ocupar muitos status ao mesmo tempo.

1. Diferentemente de outros tipos de estratos, as classes não são determinadas por providências legais ou religiosas; a condição de membro não se baseia em uma posição herdada especificada legalmente ou por costume. Os sistemas de classes são mais abertos e mais mutáveis, se comparado aos outros tipos de estratificação, e as fronteiras entre as classes nunca são tão claras. Não há nenhum tipo de restrição formal quanto ao casamento entre pessoas de diferentes classes. 2. A classe que um indivíduo pertence é, pelo menos de alguma forma, conquistada, e não simplesmente determinada no ato de nascimento, como é comum em outros sistemas de estratificação. O fenômeno da mobilidade social torna-se muito mais comum no sistema de classes do que nos outros tipos de estratificação. 3. A classificação das classes depende de diferenças econômicas entre agrupamento de indivíduos – diferenças na posse e no controle de recursos materiais. Em outros sistemas de estratificação, os fatores de origem não-econômica, normalmente, são os mais importantes.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

Os sociólogos usam o termo estratificação social para que possam descrever as desigualdades existentes entre os indivíduos e os grupos dentro das diversas realidades sociais. De acordo com Giddens, é comum pensarmos na estratificação em termos de bens ou de propriedade, mas sua ocorrência também pode se dar com base em outros atributos, como gênero, idade, afiliação religiosa ou posto militar. Quando os recursos importantes em uma sociedade são distribuídos de forma desigual, há a formação de diferentes de grupos, que passam a ser classificados a partir da parcela de recursos que possuem. Dessa forma, tal classificação permite a estruturação de uma hierarquia entre os diferentes status1 existentes na sociedade. Assim, ainda de acordo com Giddens, os indivíduos e os grupos usufruem de um acesso diferencial (desigual) às recompensas, com base em sua posição dentro do esquema de estratificação. Assim, a estratificação pode ser definida, de um modo mais simples, como as desigualdades estruturadas entre diferentes agrupamentos de pessoas. [...] As sociedades podem ser vistas como constituídas de “estratos” em uma hierarquia, na qual os mais favorecidas encontram-se no topo, e os menos privilegiados estão mais próximos da base.

do – ir à escola, aprender uma habilidade, criar uma amizade, inventar um novo produto. Mas, [...] nosso status atribuído influencia muito o nosso status alcançado. Por exemplo, o fato de ser homem diminuiria a probabilidade de pensar em cuidar de crianças como uma carreira”.2

XX As teorias de classes e estratificação em Marx e Weber Os principais esboços de Marx sobre a idéia de classes e estratificação são razoavelmente claros, apesar de não oferecer uma análise sistemática acerca do tema. Na visão de Marx, aqueles que possuem os meios de produção em uma determinada sociedade – isto é, os recursos e capital usados para produzir mercadorias e utilidades – são capazes de controlar o centro 2 SCHAEFER, Richard T. Sociologia. tradução Eliane Kanner, Maria Helena Ramos Banoni; revisão técnica Sérgio José Schirato, Noêmia Lazzareschi; adaptação Noêmia Lazzareschi. 6ª Ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006. Págs 105-106. 3 É sempre importante e necessário entender que, nas sociedades escravistas, a relação entre senhores e escravos é caracterizada como uma relação tanto de conflito quanto de negociação. Assim, o escravo deve ser concebido como um verdadeiro agente histórico.

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