PORTUGUÊS INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
PROFESSOR ARNALDO FILHO
ESPANHOL
Às vezes me perguntam o porquê dessa nossa quase obsessiva preocupação com açudes: açude encheu, açude está seco, açude sangrou. Mas é isso mesmo: no Nordeste, o açude é o núcleo, o coração da fazenda. Fazenda sem açude é um casco morto, sem gado, sem moradores, sem plantio. O açude é o símbolo da riqueza do fazendeiro – ou da sua ruína. O velho açude do Junco, por exemplo. Mas antes devo dizer o que é – ou o que foi – o Junco. Neste mundo tão grande, nunca houve pedaço de terra que tenha sido mais preso ao meu coração do que aquele trecho bravio do município de Quixadá. E engraçado é que não nasci lá. Contudo, decerto andava por lá antes de nascer (já contei essas coisas de outras vezes, mas, afinal, só tenho uma história). O Junco é, ou foi, uma fazenda à velha moda do Nordeste (embora hoje já muito alterada e dividida), com matas de caatinga subindo e descendo por cabeços cobertos de pedregulho, vastos campestres de capimpanasco, coroas férteis de riacho, lagoas que secam no verão (tudo, aliás, ali, seca no verão). Tudo seca, menos o açude. À direita da casa-grande – a casa velha – se estende o prato de água que, dantes, era a única fonte de vida dos homens, dos bichos e das plantas. (Hoje lá existe também um açude novo, maior e talvez mais bonito do que o velho.) Mas aquele, o ‘meu açude’, foi feito por mão de escravos. Fez-se a parede devagarinho, em anos. Antes aquilo era uma lagoa, alimentada por sete riachos, que só correm no inverno. Assim, aos poucos, o dono foi levantando uma barragem, procurando armazenar mais água; construía sem projeto no papel, meio ao acaso, que o lugar nem era próprio para açude: uma lagoa aberta, sem nenhuma elevação aos lados, onde firmassem os ombros da parede. O porão se fez fundo a poder de escavações e não como os outros açudes, num boqueirão natural. De modo que a obra está toda errada como técnica; mas, como sempre acontece na vida, os erros não lhe prejudicaram a solidez. O açude do Junco já tem quase dois séculos e, nesse tempo todo de existência, só arrombou no inverno de dilúvio de 1924 e, mais tarde, outra vez. Contudo, em ambas as vezes, o rombo na parede foi tapado dentro de poucos dias. A água do açude do Junco tem uma cor ferrugenta, tinturada pelo barro vermelho do fundo. Mas é boa, sadia e doce como água de chuva.
d) durante o intenso verão nordestino tudo pode secar. e) açudes são símbolo de riqueza e não motivo de preocupação.
02) “Mas é isso mesmo: no Nordeste, o açude é o núcleo, o coração da fazenda.” A palavra ou a locução capaz de substituir os dois pontos na passagem acima, sem alterar o sentido da frase, é a) porém. b) porque. c) embora. d) entretanto. e) ainda que.
GEOGRAFIA
03) Está em DESACORDO com o texto escrever que o velho açude do Junco é uma obra a) secular. b) sólida. c) feita sem planejamento técnico. d) de execução difícil. e) escavada num boqueirão natural. 04) “Mas aquele, o ‘meu açude’, foi feito por mão de escravos.” O pronome possessivo, no texto, a) limita-se a exprimir posse. b) denota afeto, carinho. c) tem um matiz irônico. d) exprime simples cortesia. e) indica apenas referência, sem qualquer outra ideia.
SOCIOLOGIA
05) Dentre as opções abaixo, a única que, no texto, NÃO está associada à ideia de duração, ação progressiva é a) “...devagarinho,” b) “em anos.” . c) “...no inverno.”. d) “aos poucos,”. e) “...foi levantando...”.
LITERATURA
06) A água do açude tinha cor a) de fegem, mas era gostosa. b) de barro e era imprópria para consumo. c) clara e gosto adocicado. d) avermelhada, por causa da poluição. e) cor escura e sabor desagradável. 07) Observe as várias maneiras pelas quais a autora, no texto, se referiu ao açude. I - “...núcleo, o coração da fazenda.” II - “...fonte de vida...” III - “...prato de água...” Por comparação, lembra(m) a forma do açude APENAS a a) I. b) II. c) III. d) I e a II. e) II e a III.
REDAÇÃO
QUEIROZ, Rachel de. In: Tantos Anos, Editora Siciliano, 1998. (Adaptado)
01) “Mas é isso mesmo:” Com esta frase a autora admite que a) fazendas sem açude são como um casco morto. b) desconhece a resposta à pergunta que às vezes lhe fazem. c) existe, no Nordeste, uma quase obsessiva preocupação com os açudes.
08) No terceiro parágrafo do texto, a autora a) explica como o açude foi construído. b) exalta as belezas do Nordeste. c) descreve a paisagem da fazenda.
FÍSICA
1
LITERATURA
O SIMBOLISMO
PROFESSOR CARLOS SÉRGIO
REDAÇÃO 2.
CROMATISMO - uso da cor, a escolha cautelosa delas para mostrar o vago, o enevoado, o misterioso. Um famosos poeta brasileiro chamado João da CRUZ E SOUZA, opta pelo branco, virando até uma obsessão. Ó Formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras... (Antífona – Cruz e Souza)
3.
A INTERRUPÇÃO DO PENSAMENTO: Marcado pelo uso das reticências. A vinda Do silêncio sugere muito mais do que diz.
FÍSICA
EXERCÍCIOS
Helena de Henri Fantin Simbolismo é uma tendência literária, da poesia e outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época. A principal característica do movimento Simbolista é a SUGESTÂO, que deve ter sua motivação explicada, antes de sua estrutura (-COMO?). O porque de optar pela sugestão é o que se deve compreender primeiro. Os simbólicos sugerem por basicamente dois motivos: 1. As palavras, instrumento de comunicação, são limitadas. 2. O prazer de imaginar não deve ser roubado ao receptor
01) Sobre a modernidade é correto afirmar: a) Ocorre concomitantemente ao surgimento da escola moderna. b) É marcada pelo retorno dos padrões renascentistas. c) Apresenta como padrão a flexibilidade das regras. d) Inicia-se junto ao iluminismo árcade e sua opção pelo coletivo. e) Faz parte das concepções de vanguarda europeia.
INGLÊS
02) Observe o trecho abaixo: “De tudo, ao meu amor, serei atento Antes, e com tal zelo e sempre e tanto, Que mesmo em face do maior encanto, Dele se encante mais meu pensamento” (MORAES, Vinícius. Soneto da fidelidade)
Sobre ele, é correto: I. Podemos considerá-lo, sem exceção,um poema com poesia. II. Está dividido em versos, logo podemos chamá-lo de poesia. III. As rimas dão ao texto o caráter de poema, que não existiria sem elas. IV. A formação da estrofe, no caso de 4 versos, caracteriza o poema. a) Todas b) Apenas a III c) II e IV d) Apenas a IV e) I e III
BIOLOGIA
AGORA ANOTA! É HORA DO QUADRO, OU DO VÍDEO, OU DO OUVIDO... A estrutura da sugestão precisa ser entendida também, é o como se sugere, que acaba podendo ser simplificado em três momentos: 1.
A MUSICALIDADE – muito utilizada pelo poeta francês Paul Verlaine, também é chamada em alguns textos de Verlainismo. É conseguida através das figuras sonoras (nisso você é bom!)
HISTÓRIA
A- ALITERAÇÃO : Sons consonantais, a mais conhecida é o rato roeu a roupa do rei de Roma B- ASSONÂNCIA : repetição de sons vocálicos, como por exemplo A fala atracada à faca /ataca a graça abalada da traça C- ANÁFORA : Repetição da palavra ou frase inteira (em pagodes são comuns, ops, mas eles não costumam ser cobrados em processos seletivos).
03) Dos trechos abaixo, o que apresenta sugestão através da musicalidade é: a) Por ti nunca chorei nenhum ideal desfeito. E nunca te escrevi nenhuns versos românticos. Nem depois de acordar te procurei no leito Como a esposa sensual do Cântico dos Cânticos. b) Floriram por engano as rosas bravas No Inverno: veio o vento desfolhá-las... c) Ao meu coração um peso de ferro Eu hei-de prender na volta do mar. d) Desse lábio de mármore, discreto, Severo como um túmulo fechado,
ARTES
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REDAÇÃO
COMANDO DAS PROPOSTAS TEMÁTICAS Nas provas de redação, tanto para vestibulares e concursos públicos quanto às escolares, você já deve ter notado que há, pelo menos, dois pontos fundamentais para uma boa produção de texto: primeiro, é necessário conhecer o assunto apresentado e analisar bem os textos base disponíveis na coletânea. Segundo, é preciso saber interpretar corretamente o comando, ou seja, deve-se saber exatamente o que se pede. É no comando da proposta temática que estarão todas as delimitações que devem ser seguidas por você no momento da sua produção textual. Nela vem indicado o tipo de texto, a pergunta que deve ser respondida (se for o caso), os elementos imprescindíveis àquela produção ou não etc. Porém, o comando de uma proposta de redação pode ser construído de diversas formas, por exemplo, as indicações podem estar explícitas ou não. Desse modo, podemos dizer que existem três tipos de comando: o fechado, o semiaberto e o aberto.
PROFESSOR CAXINAUÁ
conseguir esse “convencimento” é a contra-argumentação, ou seja, procure atacar os argumentos contrários ao seu. Por exemplo, se você acredita que a legalização as drogas é o melhor caminho para combater o tráfico, contra-argumentar é demonstrar ao leitor porque a nãolegalização ajuda a manter o tráfico e vice-versa. Por fim, a temática foi apresentada por meio de uma pergunta que deve ser respondida claramente no seu texto. Logo, você precisa deixar explícito se a legalização é ou não o melhor caminho para acabar com o tráfico no Brasil (legalizar é o melhor caminho / legalizar não é o melhor caminho). É justamente respondendo essa pergunta que se inicia o processo de produção do seu texto.
FÍSICA
INGLÊS
1) Comando fechado: Esse tipo de comando é o mais simples de ser interpretado já que traz explicitamente o tipo de texto que deverá ser produzido. Por exemplo:
2) Comando Semiaberto Esse outro tipo de comando de proposta não traz explicitamente qual o tipo de texto que se quer. Veja o exemplo abaixo:
Inspirado(a) no poema “Infância” de Carlos Drummond e Andrade, construa um texto em prosa no qual você relate coisas singulares a sua infância. No decorrer o relato, conte um fato interessante que posa confirmar que a sua história também é mais bonita que a de Robinson Crusoé.
BIOLOGIA
Após a leitura das informações presentes nos textos listados acima, produza um texto dissertativoargumentativo no qual você responda a seguinte pergunta: A legalização das drogas ilícitas é a melhor solução para acabar com o tráfico no Brasil?
Esse exemplo dado requer mais atenção na hora de interpretá-lo. Primeiramente, é preciso observar bem todas as orientações que ele contém. De início, temos a expressão “texto em prosa” que indica a construção de um texto em parágrafos, contrapondo os textos feitos em versos, como o poema de Drummond. Dentre os tipos e gêneros textuais cobrados nos vestibulares e concursos, quais se encaixam nessa exigência? Isso mesmo! São todos os tipos e gêneros. Dissertação, narração, descrição e carta são todos escritos em parágrafos. Então, significa que você pode escolher o que quer produzir? A princípio sim, mas vamos continuar a nossa interpretação do comando. Em seguida, encontramos as seguintes palavras “conte” e “fato”. Relatar e contar nos remete ao tipo e texto narrativo, pois nele você deve contar uma história, contar um fato. Dessa forma, conseguimos perceber qual o tipo de texto que o comando quer: narração, já que algo (fato) irá ocorrer ao longo do relato que trará uma mudança à história. Note, então, que o comando semiaberto não traz claramente o tipo de texto desejado para a produção de uma determinada temática, mas após a interpretação atenta o comando, há como inferir essa informação.
HISTÓRIA
Veja que no exemplo dado podemos perceber três aspectos que foram delimitados para a sua produção textual. O primeiro refere-se ao tipo de texto pedido: dissertativo. Assim, você deverá se posicionar (criar uma tese) diante do tema proposto (você concorda que a legalização das drogas é o melhor caminho ou não?) e defender sua tese, utilizando argumentos que justifiquem sua opinião. Outro aspecto que pode ser percebido é o fato de ser um texto dissertativo-argumentativo, ou seja, além de haver a necessidade de defesa de uma opinião, é preciso que você procure convencer o leitor1 de que sua tese é a mais correta e que seus argumentos são mais válidos e consistentes. A forma mais viável para se
ARTES
1
É necessário que haja aqui uma clara distinção entre as conceituações de leitor e interlocutor de que trataremos aqui neste livro. Para os tipos textuais dissertativo, narrativo e descritivo utilizaremos “leitor” para nos referirmos àquele que lê e interpreta as informações contidas nesses textos. Já o vocábulo “interlocutor” será usado especificamente para o gênero carta, pois consideramos a conceituação dicionarizada desse termo. Segundo Houaiss, interlocutor refere-se a “cada um dos participantes de uma conversa; a pessoa com quem se conversa” e a principal característica da carta é justamente transmitir esse tom de conversa. Para tanto é imprescindível o uso e interlocuções que repassarão esse tom.
3) Comando aberto Nesse tipo de comando não é possível perceber qual o tipo e texto que se deve produzir. Observe o exemplo:
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ARTES
A ARTE DO SÉCULO XIX: NEOCLASSICISMO, ROMANTISMO, REALISMO, IMPRESSIONISMO E PÓS-IMPRESSIONISMO PROFESSOR EVERTON PONTES AULA 1 - A ARTE DO SÉCULO XIX A 1ª METADE DO SÉCULO XIX: NEOCLASSICISMO E ROMANTISMO Nas últimas décadas do século XVIII e na primeira metade do século XIX, novas correntes estéticas floresceram na Europa, dentre elas estão o Neoclassicismo e o Romantismo. O Neoclassicismo ou Academicismo é a corrente que quebra com as formas exageradas do estilo Barroco e busca novamente o equilíbrio clássico como forma de representar o mundo. O Neoclassicismo revive os princípios estéticos da Antiguidade Clássica, e expressa valores de uma nova e fortalecida burguesia, que assumiu a direção da sociedade após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão. Este estilo é também denominado de Academicismo por assumir as formas e as concepções artísticas greco-romanas e torna-las conceitos básicos para o ensino das artes nas academias mantidas pelos governos europeus. De acordo com a tendência neoclássica, uma obra de arte só seria perfeitamente bela na medida em que imitasse não as formas da natureza, mas as que os artistas clássicos gregos e os renascentistas italianos já haviam criado. E esse trabalho de imitação só era possível por meio de um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte clássica. Por essa razão, o convencionalismo e o tecnicismo reinaram nas academias de belas-artes até serem questionadas pela arte moderna. (PROENÇA, 2007, p. 172) A arquitetura deste período seguiu o modelo dos templos greco-romanos ou das edificações do Renascimento italiano. Um exemplo disso é a igreja de Santa Genoveva (foto da direita), em Paris, projetada por Jacques Germain Souflot, e este pode ser considerado um dos primeiros arquitetos neoclássicos. Esta igreja foi depois transformada no Panteão Nacional, na revolução de 1789, passando a abrigar os restos mortais de importantes personagens da história francesa. O arquiteto concebeu a planta do edifício com a forma de uma cruz grega (cruz quadrada no qual todos os braços têm o mesmo comprimento), um pórtico de seis colunas e um frontão onde se encontram trabalhos escultóricos de Davi d’Angers.
Outro exemplo de arquitetura neoclássica é a Porta de Brandemburgo, em Berlim, do arquiteto Karl Gotthard Langhans (foto da esquerda), e foi construída entre 1789 e 1794. Erguem-se imponentes colunas dóricas que apoiam um pavimento retangular sobre o qual está um belíssimo conjunto escultórico de Gottfreid Shadow. A pintura neoclássica foi inspirada na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael. Regras como equilíbrio, proporções exatas, linhas desenhadas idealizando e buscando a perfeição da imagem, objetividade e técnicas precisas eram constantes neste estilo de pintura. Um dos maiores representantes deste estilo foi sem dúvida nenhuma Jacques-Louis David, que foi considerado o pintor da Revolução Francesa, tornando-se mais tarde o pintor oficial do império de Napoleão, registrando fatos históricos ligados à vida do imperador, como mostra a pintura de Napoleão em seu cavalo “Bonaparte atravessando os Alpes”. Algumas pinturas de David exprimem fortes emoções como é o caso da obra “A Morte de Marat” (imagem da esquerda). Marat era amigo íntimo de David, e também foi um revolucionário radical, que morreu apunhalado por um contrarrevolucionário durante o banho. Marat contraiu psoríase, uma doença de pele, pois se escondia da polícia nos esgotos de Paris, tendo que traba-
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INGLÊS EXERCÍCIOS I
PROFESSOR SILVIO MAIA
Quite different from storm surges are the giant sea waves called tsunamis. which derive their name from the Japanese expression for “high water in a harbor.” These waves are also referred to by the general public as tidal waves, although they have relatively little to do with tides. Scientists often refer to them as seismic sea waves, far more appropriate in that they do result from undersea seismic activity.Tsunamis are caused when the sea bottom suddenly moves, during an underwater earthquake or volcano for example, and the water above the moving earth is suddenly displaced. This sudden shift of water sets off a series of waves. These waves can travel great distances at speeds close to 700 kilometers per hour. In the open ocean, tsunamis have little noticeable amplitude, often no more than one or two meters. It is when they hit the shallow waters near the coast that they increase in height, possibly up to 40 meters.Tsunamis often occur in the Pacific because the Pacific is an area of heavy seismic activity. Two areas of the Pacific well accustomed to the threat of tsunamis are Japan and Hawaii. Because the seismic activity that causes tsunamis in Japan often occurs on the ocean bottom quite close to the islands, the tsunamis that hit Japan often come with little warning and can therefore prove disastrous. Most of the tsunamis that hit the Hawaiian Islands, however, originate thousands of miles away near the coast of Alaska, so these tsunamis have a much greater distance to travel and the inhabitants of Hawaii generally have time for warning of their imminent arrival. Tsunamis are certainly not limited to Japan and Hawaii. In 1755, Europe experienced a calamitous tsunami, when movement along the fault lines near the Azores caused a massive tsunami to sweep onto the Portuguese coast and flood the heavily populated area around Lisbon. The greatest tsunami on record occurred on the other side of the world in 1883 when the Krakatoa volcano underwent a massive explosion, sending waves more than 30 meters high onto nearby Indonesian islands; the tsunami from this volcano actually traveled around the world and was witnessed as far away as the English Channel.
BIOLOGIA
14.noticeable:notável,observável 15.shallow water: água rasa 16.height:altura 17.up to:até 18.threat:ameaça 19.quite close to:bem próximo ao 20.island:ilha 21.warning:aviso,advertência 22.calamitous:calamitoso 23.fault lines:falhas tectônicas 24.to sweep onto the coast:varrer a costa 25.to flood:inundar 26. the heavily populated área:a área densamente povoada 27.on record:já registrado 28.to undergo/underwent/undergone : passar por 29.witnessed:testemunhado 30.English Channel:canal da Mancha
HISTÓRIA
01) The paragraph preceding this passage most probably discusses a) tidal waves b) tides c) storm surges d) underwater earthquakes
ARTES
GLOSSARY 1.storm surge:tipo de onda criada por ventos fortes que sopram na superfície do mar,tais como os criados por ciclones tropicais. 2.sea waves:ondas marítimas 3.harbour (harbor) : porto,enseada 4.tidal waves:ondas de mare 5. they have relatively little to do with:elas tenham relativamente pouco a ver com 6. seismic sea waves:ondas marítimas sísmicas 7. undersea seismic activity:atividade sísmica subaquática 8.bottom:fundo,solo 9. underwater earthquake:terremoto subaquático 10.displaced:deslocada 11.shift:mudança 12.to set off:dispara,desencadeia 13.open ocean:mar aberto
02) According to the passage, all of the following are true about tidal waves EXCEPT a) they are the same as tsunamis b) they are caused by sudden changes in high and low tides c) this terminology is not used by the scientific community d) they refer to the same phenomenon as seismic sea waves 03) The word “displaced” is closest in meaning to a) located b) not pleased c) filtered d) moved 04) It can be interred from the passage that tsunamis a) cause severe damage in the middle of the ocean b) generally reach heights greater than 40 meters c) are far more dangerous on the coast than in the open ocean d) are often identified by ships on the ocean 05) Water that is “shallow” is not a) clear b) deep c) tidal d) coastal 06) A main difference between tsunamis in Japan and in Hawaii is that tsunamis in Japan are more likely to a) arrive without warning b) come from greater distances c) be less of a problem d) originate in Alaska
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ESPANHOL
ESTRANGEIRISMOS (EXTRANJERISMOS)
PROFESSOR YUSSEF AYAN
GEOGRAFIA
Eis aqui o seu conceito segundo dicionários conceituados de língua espanhola: • RAE (Real Academia Española) m. Afición desmedida a costumbres extranjeras. // 2. Voz, frase o giro que un idioma toma de otro extranjero. • Señas m. LING. Palabra o modo de expresión propio de una lengua que se emplea en otro idioma.
futbol), gol, córner, penalti, bistec, béisbol, waterpolo, surf, bar, váter, disquete, software, miss, short, empowerment, CD.
Analisando os conceitos acima, podemos dizer que estrangeirismos são palavras de outra língua, as quais são assimiladas por outra língua e passam a ser usadas entre o seu léxico. Os estrangeirismos sofrem uma adaptação fonética e/ou ortográfica e são utilizados para suprir alguma necessidade de denominação que a língua própria não cobriu ainda. Vejamos os exemplos a seguir:
Palavras da Informática: • site= sitio • e-mail = correo electrónico/ emilio (coloquial) • mouse = ratón • data show = cañón de proyección • videogame = videojuego • slide = diapositiva • link = enlace • pendrive = llave de almacenamiento
Siglas: • AIDS= Sida • H.I.V= V.I.H • DNA= ADN • RNA= ARN
SOCIOLOGIA
1) Adaptação fonética (pronúncias diferentes) Flash ESPANHOL Flash Laser ESPANHOL Láser 2) Adaptação ortográfica e fonética (ortografias e pronúncias diferentes) Hamburger ESPANHOL hamburguesa No entanto, na língua espanhola, sobretudo nos textos da Espanha, não vemos essas palavras aparecerem com tanta freqüência como ocorre no espanhol da América e no português do Brasil, pois elas vêm de outro idioma, mas geralmente são traduzidas como veremos mais tarde através de exemplos. Contudo, não se pode esquecer que com o processo de globalização e aumento da tecnologia (informática e robótica), essas palavras, pouco a pouco vão se incorporando e passam a compartir cenário com o espanhol, por exemplo na variante hispano-americana já ocorre muito esse fenômeno e vemos o uso de e-mail, site, jeans... em vários países como Argentina, Paraguai, Uruguai... A RAE (Real Academia Española), aconselha que se destaquem os estrangeirismos com itálico (efeito tipográfico1) ou com aspas (sinal de pontuação).
Outras palavras e/ou expressões • overdose= sobredosis • sandwich= emparedado, bocadillo • shopping center= centro comercial • ok= vale • check-in= facturar • trevol check= cheque de viajero • drive-in= autocine • notebook= ordenador portátil • boite= discoteca • city tour= recorrido • blitz= redada • check-up= chequeo
LITERATURA
REDAÇÃO
Exemplo: • Bill Gates presentará mañana los nuevos softwares de su empresa. • Bill Gates presentará mañana los nuevos “softwares” de su empresa. Obs.: A Internet exerce muita influência para a prática do uso dos estrangeirismos.
2. vocábulos franceses empregados no espanhol. Exemplos: Parque, dossier, camión, capó, carpeta, chantaje, celofán, canapé, carné, chalé, complot, compota, festín, frotar, fusil, galán, galleta, chovinismo, cobarde, cómoda, conserje, consome, fetiche, fila, flecha, flota, gala, autobús, banquete, batalla, bucle, buqué, revancha, servilleta, silueta, taburete, taller, granja, gripe, higiene, ligero, litro, emplear, esquí, estepa, estor, farsa, destacar, detalle, dominó, entremés, etiqueta, oboe, peletero, peluca, persiana, petisú, tarta, tatuaje, vendaval, verja, vitrina, dama, duque, cofre, jaula, vianda, dardo, etapa, galopa, jamón, mascota, maniquí, maquillar, merengue, moqueta, oásis, masacre, masaje, menú, metralleta, moda, pantalón, parque, pastiche, paté, peluca, petardo, pingüino, pinza, pirueta, oeste, pitiminí, placa, plancha, potaje, pupitre, refrán, reno, revancha, sable, satén.
FÍSICA
Os estrangeirismos estão divididos em várias classes. Vejamos alguns exemplos encontrados no DRAE (Diccionario de la Real Academia Española): 1. Anglicismos: vocábulos ingleses empregados no espanhol. Exemplos: Hamburguesa, whisky, sándwich, réferi, ketchup, líder, fútbol (o
3. Italianismos: vocábulos italianos empregados no espanhol. Exemplos: Alarma, alerta, arsenal, balcón, bazofia, folleto, garbo, grupo, lontananza, magenta, déspota, esbelto, escopeta, estrope-
INGLÊS
1 Efeitos usados para destacar algo presente no texto. São eles: negrito (negrita), itálico (cursiva), sublinhado (subrayado), MAIÚSCULAS (mayúsculas) e minúsculas (minúsculas).
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HISTÓRIA REFLETINDO SOBRE A IDADE MÉDIA: (PRE) CONCEITOS
ARTES
PROFESSOR DIEGO PEREIRA
IDADE MÉDIA: FILHA DOS ANTIGOS, BERÇO DA MODERNIDADE Fábio Della Paschoa Rodrigues “Somos anões empoleirados nos ombros de gigantes. Assim, vemos melhor e mais longe do que eles, não porque nossa vista seja mais aguda ou nossa estatura mais alta, mas porque eles nos elevam até o nível de toda a sua gigantesca altura...” Bernardo de Chartres O conceito de Idade Média como “Idade das Trevas”, em oposição ao Renascimento e à Antiguidade, foi forjado sobretudo no século XIX pelos historiadores liberais, segundo o qual a Idade Média teria interrompido o progresso do conhecimento e da cultura do ho1 mem, que seriam retomados mais tarde no século XVI. Felizmente, este conceito vem sendo desmistificado por diversos estudiosos. Seguindo a teoria de Toynbee2, os movimentos culturais podem estar ligados por uma relação de gerações, de tal modo que uma cultura seja filha da outra. Esta é relação existente entre a Antiguidade, a Idade Média e a Cultura Ocidental Moderna. A ideia de Idade Média como uma época que esqueceu os antigos não se fundamenta e, na verdade, temos a Idade Média como filha da Antiguidade e berço do Renascimento e, enfim, do nosso mundo ocidental. Portanto não é possível estudar a Idade Média se nos limitarmos a (pre) conceitos criados a posteriori, pois nela encontramos elementos cuja história e significado só se encontram em períodos mais antigos.3 O medievo bebe na fonte dos antigos mas, não se contentando com o paladar, altera-lhe o sabor a seu gosto. Estamos falando de uma nova utilização dos antigos (entendidos como toda a cultura antiga, não somente a clássica), que alguns chamariam supostamente de imitação servil, mas que, aos olhos do homem da época é algo completamente novo, moderno. A partir do legado da tardia Antiguidade latina, a Idade Média adotou e transformou seus elementos, construindo uma imagem própria dos antigos: “a Antiguidade está presente na Idade Média como recepção e transmutação”.4 Os medievos procuraram traduzir, estudar e entender os antigos, pois, para refutar suas doutrinas foi preciso conhecê-las. Eles acreditavam que a filosofia antiga (sobretudo Aristóteles e Platão) tinha de ser reutilizada, à luz de uma nova interpretação cristã, como nos diz neste trecho o inglês Daniel de Morley, reportando-se ao bispo de Norwich: “Que ninguém se aflija se, tratando da criação do mundo eu invocar o testemunho não dos Padres da Igreja, mas de filósofos pagãos, pois, ainda que estes não figurem entre os fiéis, algumas de suas palavras, a partir do momento que estejam cheias de fé, devem ser incorporadas ao nosso ensino.”5 1 Cf. OLIVEIRA, Franklin. “Breve Panorama Medieval” in LOYN, Henry R. (org.). Dicionário da Idade Média. Rio de Janeiro: Zahar, 1992, p. V. 2 Cf. CURTIUS, Ernst R. Literatura Europea y Edad Media Latina. México: Fondo de Cultura Económica, 1995, p. 21 3 Ibidem, p. 30. 4 Ibidem, p. 39. 5 Apud LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 1995, p. 29.
Vejamos a reinterpretação que Santo Agostinho, um dos expoentes da Idade Média, faz de Platão e Aristóteles, ilustrando com o 6 capítulo 8 do livro VI das Confissões . Nele, Alípio – ex-aluno e futuro amigo de Agostinho – recusa-se a assistir às lutas de gladiadores, mas acaba sendo levado “amigavelmente” à força pelos amigos. Para se proteger contra a massificação e a catarse daquele espetáculo sangrento e cruel, o jovem Alípio conta com seu esclarecimento sobre o que é o bem e o mal, pois o homem instruído e consciente seria capaz de se proteger contra tais males: “Por arrastardes a esse lugar e lá colocardes o meu corpo, julgais que podereis fazer com que o espírito e os olhos prestem atenção aos espetáculos? Assistirei como ausente, saindo assim triunfante de vós e mais dos espetáculos”7. Ledo engano: o homem esclarecido, consciente de si mesmo se entrega tanto mais facilmente e com tanto mais ardor àquela massificação. Vamos nos 8 apoiar na brilhante análise que Erich Auerbach faz desse texto para mostrar como a Antiguidade é reutilizada pelo pensador cristão. A autoconsciência individualista e orgulhosa é derrubada: “não se trata de um Alípio qualquer, mas de toda a cultura racional e individualista da Antiguidade clássica: Platão e Aristóteles, os estóicos e os epicuristas”9. A derrocada é tanto maior quanto maior a suposta consciência: o homem consciente se converte em massa e vai além, conduz a massa. Essa mudança radical, como aponta também Auerbach, é cristã, sendo a derrota a primeira etapa da redenção em Deus: “O Cristianismo dispõe, na sua luta contra a embriaguez mágica, de outras armas que não as da elevada cultura racional e individualista da Antigüidade”10. Se por um lado, Agostinho reutiliza os antigos, seu estilo de texto é “totalmente anticlássico”, tanto no tom humanamente dramático como na forma, que lembra passagens bíblicas; Agostinho se utiliza dos clássicos, mas não se deixa dominar por ele, como aponta Auerbach. Dante é outro “produto” da Antiguidade, e bebe dessa fonte para construir o maior painel da época medieval, sua Divina Comédia. Na viagem de Dante ao Inferno, ao Purgatório e ao Paraíso – conduzido pelo altíssimo poeta Virgílio, a mentalidade, a cultura, a sociedade, o amor são questionados em conversas travadas com inúmeros personagens. A Divina Comédia também é uma censura à época, escrita, segundo o poeta, em “linguagem vulgar que as mulheres utilizavam em suas conversações diárias”11. No canto IV do Inferno, Dante e Virgílio se encontram com os antigos: Homero, Horácio, Ovídio, Lucano e depois Estácio. Esse encontro representa a aceitação de Dante no círculo dos poetas antigos (a bella scuola) e a sanção de sua missão poética.12 Assim, só podemos compreender
6 Santo Agostinho. Confissões. São Paulo: Nova Cultural, 1999. 7 Ibidem, p.157. 8 AUERBACH, Erich. Mimesis – A Representação da Realidade na Literatura Ocidental. São Paulo: Perspectiva, 1998, pp. 56-61. 9 Ibidem, p. 59. 10 Ibidem, Loc. cit. 11 Apud FRANCO Jr., Hilário. A Idade Média – Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1996, p. 140. 12 Cf. CURTIUS, Ernst R. Op. cit. p. 37.
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GEOGRAFIA
CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE 1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS
PROFESSOR DUARTE
SOCIOLOGIA
Quando nos dispomos a pensar as transformações sociais ocorridas há bem pouco tempo, somos forçados a encarar algumas conclusões assustadoras. A principio, imaginávamos que, com a queda do Muro de Berlim e o fim da bipolaridade, haveria um período de valorização dos preceitos democráticos e o início de uma era de paz no mundo. Mas isso não ocorreu. Uma das características do final do século XX é o excessivo número de conflitos internos aos Estados. O fim da Guerra Fria significou o início de conflitos isolados, motivados por rivalidades étnico-religiosas, como o conflito Árabe-israelense que haviam sido congeladas por regimes totalitários tanto na União Soviética quanto na Iugoslávia. Conflitos herdados da Guerra Fria, como a guerra civil em Angola, e a desigual distribuição das riquezas também resistem às portas do século XXI. A nova ordem mundial transformou-se numa grande incógnita quanto ao futuro de estabilidade e paz mundial. Com isso, se torna necessário o entendimento e o conhecimentos dos principais conflitos étinicos e mundiais presentes no Planeta Terra.
e é passagem obrigatória de diferentes povos. Em segundo lugar, a localização tem particular importância porque os maiores produtores mundiais de petróleo ficam nessa região. Esse papel faz com o Oriente Médio desempenhe um papel importantíssimo no cenário internacional. - Berço das três principais religiões monoteístas: A região está intimamente ligada à formação das três principais religiões que existem atualmente, apresentando uma enorme complexidade religiosa. Jerusalém, por exemplo, apresenta lugares sagrados para Cristão, Judeus e Islâmicos.
LITERATURA
2 - CONFLITO ÁRABE-ISRAELENSE
REDAÇÃO
2.1 - AS PARTES ENVOLVIDAS Para compreendermos o conflito que se desenrola entre árabes e israelenses, devemos primeiramente reconhecer, didaticamente, que existem dois grupos distintos, como demonstra o quadro abaixo:
Versus
Árabes Palestinos Muçulmanos Islâmicos Maometanos
Hebreus Judeus Israelense
A Política imperialista de Israel: Ao longo da formação e consolidação do Estados de Israel, os judeus foram anexando novas porções territoriais, como por exemplo, a Cisjordânia e as Colinas de Gola. - A divisão desigual da área através do Plano de Partilha da Palestina de 1947: A Organização das Nações Unidas determinou em 1947, a divisão da Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes, ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000, ficaram com um território maior (14.500 km2), apesar de serem em número menor.
FÍSICA
OBS: Existem diferenças entre os integrantes do mesmo grupo. Nem todo Islâmico é necessariamente árabe. O país que apresenta o maior número de islâmicos no Mundo é a Indonésia (Ásia). OBS2: Alguns islâmicos acreditam que deve ser realizada uma “Jihad”, ou seja, Guerra Santa, assim aqueles que morrerem em nome da causa palestina serão considerados verdadeiros mártires. 2.2 - 2.2. CARACTERÍSTICAS DA REGIÃO E FATORES DO CONFLITO Para compreendermos a complexa situação geopolítica da região, devemos analisar suas características gerais, pois elas repercutem diretamente nas causas do litígio. - A predominância de climas áridos e semi-áridos: A região apresenta um baixo índice pluviométrico, dessa forma, existe uma escassez hídrica na região, assim os poucos pontos que apresentam água potável são disputadíssimos, como as Colinas de Gola (nascente do rio Jordão). - Posição estratégica: A localização geográfica do Oriente Médio é especial por dois motivos. Primeiro, porque fica na confluência de três continentes – Europa, Ásia e África. Foi
Plano de Partilha da Palestina Palestinos Judeus
INGLÊS
População (hab)
Território
1.300.000
11.500 km2
700.000
14.500 km2
2.3 - HISTÓRICO DO CONFLITO 2.3.1 - PRIMEIROS ANOS DA ERA CRISTÃ – DIÁSPORA JUDAICA A região historicamente era habitada por judeus (na Bíblia são chamados de hebreus), contudo, nos primeiros anos da Era Cristã, ocorreu a expansão do Império Romano, que a partir de então expulsou-os da localidade, assim os judeus passaram a se configurar como um povo sem território. Apesar de se espalharem pelo mundo, vários judeus preservaram suas tradições e costumes.
BIOLOGIA
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FILOSOFIA “Há uns que nos falam e não ouvimos; há uns que nos tocam e não sentimos; há aqueles que nos ferem e nem cicatrizes deixam, mas... há aqueles que simplesmente vivem e nos marcam por toda vida.”
riedade da polícia. São estes princípios de exclusão da comunidade que, aliados a uma subordinação obrigatória à vontade de um Chefe, tornaram possível o totalitarismo. Num presente como o nosso, com genocídios e acumulação de refugiados, é a Arendt que teremos ainda de voltar como fonte esclarecedora dos grandes fenômenos da filosofia política. Para Hannah Arendt “O sentido da política é a liberdade”. Segundo ela, a ideia de política e de coisa pública surge pela primeira vez na polis grega considerada o berço da democracia. O conceito de política que conhecemos nasceu na cidade grega de Atenas e está intimamente ligado à ideia de liberdade que para o grego era a própria razão de viver. Utilizando o conceito grego de política é que Arendt nos diz que “A política baseia-se no fato da pluralidade dos homens”, portanto, ela deve organizar e regular o convívio dos diferentes e não dos iguais. Para os antigos gregos não havia distinção entre política e liberdade e as duas estavam associadas à capacidade do homem de agir, de agir em público que era o local original do político. O homem moderno não consegue pensar desta maneira pelas desilusões em relação ao político profissional e a atuação desse no poder. Porém, Arendt, judia, que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial, acreditava na ação do homem e na sua capacidade de “fazer o improvável e o incalculável”. Vejamos o que diz Hannah Arendt: “A política, assim aprendemos, é algo como uma necessidade imperiosa para a vida humana e, na verdade, tanto para a vida do indivíduo maior para a sociedade. Como o homem não é autárquico, porém depende de outros em sua existência, precisa haver um provimento da vida relativo a todos, sem o qual não seria possível justamente o convívio. Tarefa e objetivo da política é a garantia da vida no sentido mais amplo” (grifo meu). Para ela, a tarefa da política esta diretamente relacionada com a grande aspiração do homem moderno: a busca da felicidade. Não é fácil discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossas ações são políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem consequências e somos responsáveis por nossas ações. A omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós. Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja nos aspecto privado ou público. Vivemos com a família, relacionamos com as pessoas no bairro, na escola, somos parte integrantes da cidade, pertencemos a um Estado e País, influímos em tudo o que acontece em nossa volta. Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar da associação do nosso bairro ou fazer parte de uma pastoral ou trabalhar com voluntário em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político, precisamos conhecer melhor propostas, discursos e ações dos políticos que nos representam. Não podemos confundir que política é simplesmente o ato de votar. Estamos fazendo política como tomamos atitudes em nosso trabalho, quando estamos conversando em uma mesa de bar ou quando estamos bebendo uma cervejinha após uma “pelada” de futebol. Estamos fazendo política quando exigimos nossos direitos de consumidor, quando nos indignamos ao vermos nossas crianças fora das escolas sendo massacradas nas ruas ou nas “Febens” da vida. Conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente? ou o Código do Consumidor?, a nossa Constituição, nem pensar e grande demais.
PORTUGUÊS (Hanna Arendt)
ESPANHOL
GEOGRAFIA
SOCIOLOGIA
Escrita em 1951, esta obra trouxe um contributo fundamental para a compreensão do totalitarismo, tanto no caso soviético com a luta de classes, como no nazismo com a luta de raças. Hannah Arendt apresenta um quadro completo da organização totalitária, a sua implantação, a propaganda, o modo como manipula as massas e se apropria do Estado com vista à dominação total. A sua crítica da razão governamental totalitária ainda hoje é pertinente, numa época onde vigoram regimes com estas características e, mais do que isso, num terreno onde a democracia liberal não afastou por completo os vestígios de uma ideologia de terror que torna o homem supérfluo. Com a sua lúcida análise, percebemos por que motivo o campo [de concentração] se encontra no âmago do totalitarismo. No final Arendt deixa uma «profecia» desconcertante: «As soluções totalitárias podem muito bem sobreviver à queda dos regimes totalitários sob a forma de forte tentação que surgirá sempre que pareça impossível aliviar a miséria política, social ou econômica de um modo digno do homem.» O último capítulo da segunda parte intitulado “O declínio do Estado-nação e o fim dos Direitos do Homem” mantém toda a atualidade ao tratar do problema dos apátridas e dos refugiados, dos «povos sem Estado», fora de todo o sistema legal e expostos à arbitra-
LITERATURA
REDAÇÃO
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SOCIOLOGIA
FORMULAÇÕES TEÓRICAS DO ESTADO
PROFESSOR ALDENIR VASCONCELOS
LITERATURA
O tema da formação e consolidação dos Estados Absolutistas na Europa Moderna é um dos que tem merecido maior atenção por parte da historiografia contemporânea. É no período Moderno que podemos acompanhar o rompimento do isolamento das comunidades locais para marcos sócio-geográficos maiores, constituindose os chamados Estados-Nações. Isto decorre de um longo processo, durante o qual, progressivamente, os reis conseguiram eliminar ou enfraquecer de forma sensível, os poderes locais e o poder supranacional da Igreja. Constituem-se, então, os Estados Absolutistas, expressão que precisa ser analisada com o devido cuidado, uma vez que tem sido empregada de forma a se dar a idéia de um poder ilimitado e sem controle por parte dos reis europeus. Na verdade, tal tipo de poder deve ser melhor analisado, uma vez que limites sempre estiveram presentes. No entanto, diversas teorias foram formuladas na época, tentando justificar um poder que só se submeteria a Deus, razão última da própria existência do governante. Apesar de percebermos um papel importante do Estado no que diz respeito à acumulação do capital, no processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo, não há um consenso, entre os historiadores, sobre a essência do Estado Moderno. Enquanto que para uns autores o Estado tem sua base social de apoio numa burguesia emergente, para outros, como Perry Anderson, há a defesa da tese de que o Estado Absolutista não é mais do que um rearranjo da nobreza feudal para continuar no poder. Deteremos-nos não nesta discussão sobre a base social do Estado, mas sim nas várias formulações teóricas criadas a respeito do surgimento e papel do Estado na sociedade.
deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição. (Bossuet, Jacques-Bénigne. Política Extraída da Sagrada Escritura)
Estado de Natureza, contrato social, Estado Civil na filosofia de Hobbes, Locke e Rousseau Marilena Chauí (profª de filosofia na USP e autora de vários livros) (Do livro: Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pág. 220-223)
O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza: 1. A concepção de Hobbes (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou “o homem lobo do homem”. Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar; 2. A concepção de Rousseau (no século XVIII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: “É meu”. A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.
REDAÇÃO
FÍSICA
A TEORIA DO DIREITO DIVINO DOS REIS
INGLÊS
O Bispo Bossuet é um dos teóricos que justificam o Direito Divino dos Reis, cujas razões ele aqui apresenta. Destaca-se, principalmente, a parte final do documento, onde, além de demonstrar o caráter divino da realeza, aborda a questão da submissão dos súditos. Três razões fazem ver que este governo é o melhor. A primeira é que é o mais natural e se perpetua por si próprio... A segunda razão... é que esse governo é o que interessa mais na conservação do Estado e dos poderes que o constituem: o príncipe, que trabalha para o seu Estado, trabalha para os seus filhos, e o amor que tem pelo seu reino, confundido com o que tem pela sua família, torna-se-lhe natural... A terceira razão tira-se da dignidade das casas reais... A inveja, que se tem naturalmente daqueles que estão acima de nós, torna-se aqui em amor e respeito; os próprios grandes obedecem sem repugnância a uma família que sempre viram como superior e à qual se não reconhece outra que a possa igualar... O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus... O s Reis... são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto;
O estado de natureza de Hobbes e o estado de sociedade de Rousseau evidenciam uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. A passagem do estado de natureza à sociedade civil se dá por meio de um contrato social, pelo qual os indivíduos renunciam à liberdade natural e à posse natural de bens, riquezas e armas e concordam em transferir a um terceiro – o soberano – o poder para criar e aplicar as leis, tornando-se autoridade política. O contrato social funda a soberania. Como é possível o contrato ou o pacto social? Qual sua legitimidade? Os teóricos invocarão o Direito Romano – “Ninguém pode dar o que não tem e ninguém pode tirar o que não deu” – e a Lei Régia romana – “O poder é conferido ao soberano pelo povo” – para legitimar a teoria do contrato ou do pacto social.
BIOLOGIA
HISTÓRIA
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