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Pesquisadores produzem aparelho que destrói coronavírus
INOVAÇÃO E APRENDIZADO
Pesquisadores desenvolvem aparelho que destrói novo coronavírus em salas de aula
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Com informações do portal de notícias da UFC
erado pelo co-
Gvid-19, um desafio para as instituições de ensino é garantir a segurança e saúde do aluno em ambientes fechados e com ar-condicionado. Para ajudar nessa luta, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará do Campus do Pici Professor Prisco Bezerra estão desenvolvendo um equipamento que destrói além do novo coronavírus, bactérias e fungos que estejam no local, usando gás ozônio. O protótipo está na fase de testes.
O dispositivo, chamado de ozonizador, já existe em diversas partes do mundo. Ele funciona através da liberação de ozônio dos ambientes, quebrando as moléculas orgânicas dos vírus, bactérias e fungos que estejam presente no ambiente. O ozonizador projetado pelos pesquisadores da UFC gera o ozônio a partir do próprio oxigênio que circula nas salas de aula, realizando essa transformação por meio da aplicação de descargas elétricas. A diferença entre o dispositivo projetado pelos participantes do projeto e os já existentes, é a medição da taxa de ozônio presente no ambiente feita pelo ozonizador idealizado pelos pesquisadores da Universidade. O aparelho, além de criar o ozônio que higienizará as salas de aula, medirá a taxa de ozônio presente no ambiente e seu tempo de dispersão, já que, inalado em grande quantidade, esse gás pode causar problemas à saúde dos presentes. “A segurança é muito importante. Temos que gerar, medir e liberar o ozônio do ambiente, e isso ainda não é feito no Brasil” relata o Professor Marcos Sasaki do Departamento de Física.
Além do Professor Sasaki, idealizador do projeto, os professores Jarbas Silveira, da Engenharia de Teleinformática; André Machado, pesquisador do Centro de Ensaios não Destrutivos (CENDE), do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais e um grupo com quatro estudantes estão, desde maio, envolvidos no projeto do ozonizador. O planejamento é produzir seis aparelhos, que serão distribuídos para as três unidades acadêmicas do Campus do Pici: o
Centro de Ciências, o Centro de Tecnologia e o Centro de
Caio Nobre, Estudante de Engenharia Metalúrgica
O investimento para a produção desses aparelhos veio através do Laboratório de Raios X, projeto de extensão coordenado pelo Professor
Sasaki, além de contar com a ajuda da Fundação de Apoio à Serviços Técnicos Ensino e Fomento de Pesquisas (FASTEF).
Segundo o pesquisador André Machado, o custo de produção desse ozonizador é inferior aos já disponíveis no mercado. “Dependendo do volume de geração de ozônio, o preço da produção da unidade é abaixo de R$500,00”, conta. O aparelho, que está sendo projetado para as salas de aula, não se restringe a essa utilização, podendo ser aplicado a diversos ambientes. Inicialmente, inclusive, o aparelho foi pensado para a utilização em ambientes hospitalares, sendo pensado para a Universidade apenas em um segundo momento.
“Creio que com ajuda da empresa, (mesmo que em pequena quantidade), podemos produzir vários em menos de seis meses” conta Sasaki, que diz já ter entrado em contato com empresas distribuidoras e produtoras de gás oxigênio, mas sem obter retorno.
A pesquisa não para com a produção dos aparelhos. No momento, é estudada a melhor tensão para a produção do ozônio. “A ideia é produzir a maior quantidade de ozônio com a menor tensão possível. Por isso, estamos estudando todo tipo de célula”, conta o pesquisador André Machado.
A participação dos alunos também é uma parte importante no desenvolvimento do projeto, como conta Caio Nobre, aluno do primeiro semestre de Engenharia Metalúrgica e bolsista do Programa Ensino-Treinamento (PET). “É muito
Projeto do ozonizador envolve professores e alunos de três departamentos do Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra (Foto: Ribamar Neto/UFC)
gratificante, ao invés de estar parado em casa, estar aqui contribuindo com esse projeto. Estou aprendendo sobre a geração de ozônio, o quanto isso impacta a sociedade, e vejo que, por meio desse projeto, é possível ajudar as pessoas”, diz. Caio participa do corte dos materiais das chamadas células de produção do ozônio, elas geram o gás por meio da liberação de descarga elétrica, e estão sendo feitas com vidro de lâmpadas fluorescentes.
Outro voluntário participante do projeto é Jorge Luiz. Concludente do curso de Engenharia de Computação, ele ajudou a projetar os sensores que medem o nível de ozônio no ambiente. “Eu não conhecia sobre o ozônio e, a partir desse projeto, comecei a estudar sobre os sensores de ozônio. É um projeto muito interessante, o objetivo dele é muito nobre e eu quis participar, como voluntário”, conta. Sob uma outra perspectiva, a professora Janaína Machado, tutora do PET Metalúrgica, aponta a importância da participação dos discentes em grupos de ensino, pesquisa e extensão, durante sua formação acadêmica, tornando possível para eles, o aprendizado prático e teórico.