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AIChECast fala sobre aprendizagem ativa e habilidades do futuro
Episódio do AIChECast fala sobre aprendizagem ativa e habilidades do futuro
Produzido pelo Capítulo Estudantil do Instituto Americano de Engenheiros Químicos na UFC (AIChE), o podcast fala sobre a importância de uma educação que aborde além das técnicas, a comunicação e as competências emocionais.
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Por Raquel Barbosa
s alunos como
Oprotagonistas dos processos de aprendizagem e a utilização desta metodologia de ensino foram destaque do AIChECast, podcast produzido pelo Capítulo Estudantil do Instituto Americano de Engenheiros Químicos na UFC (AIChE), O episódio, que veio em um momento oportuno em decorrência das mudanças que estão acontecendo nas grades curriculares das Engenharias, mostra a importância de uma educação que aborde além das técnicas, a comunicação e as competências emocionais.
Dividido em duas partes, ele conta com as convidadas Verônica Castelo Branco do Departamento de Engenharia de Transportes; Amanda Bezerra, aluna de Engenharia Química e fundadora do projeto Para Futuros Engenheiros; e Yangla Oliveira, coordenadora do Núcleo de Orientação Educacional do Centro de Tecnologia.
O modelo de Aprendizagem ativa tem como metodologia colocar o aluno como foco, retirando-o do local passivo de receptor da informação e fazendo-o participar do processo de ensino-aprendizagem através de debates, grupos de leituras e desenvolvimento de trabalhos práticos. Além disso, tem como princípio chamar a atenção não apenas para o desenvolvimento técnico, mas também para o emocional.
Essa última característica, inclusive, foi colocada no podcast como uma das grandes dificuldades nas mudanças dos currículos que estão sendo implementadas. Passar a focar na formação emocional do aluno, para além da técnica, os prepara para acompanhar as transformações do dia a dia e do mercado de trabalho.
O mercado e a forma de atuação dos profissionais de engenharia está mudando, por isso a formação estritamente técnica prejudica a atualização dos alunos para o ofício. É preciso se preparar para o futuro, pois as necessidades pelas quais a sociedade passa hoje, não serão as mesmas de amanhã, fazendo com que esses profissionais precisem estar sensíveis às mudanças que estarão presentes nessa realidade.
Segundo a prof. Verônica, é necessário que os educadores ofereçam aos alunos as habilidades necessárias para desenvolverem a resolução
dos problemas, e não apenas apresentar soluções já usadas anteriormente. Em sua visão, é necessário que os professores assumam que existem problemas que os alunos enfrentarão, e que eles não possuem a solução, já que não é possível saber quais serão os problemas no futuro.
Parte disso, portanto, é a importância das chamadas habilidades do futuro, algumas delas são: o senso crítico, técnicas de comunicação, gerenciamento de equipe, construção coletiva, liderança, empatia e criatividade. Essas competências auxiliam os alunos nas resoluções de problemas de forma orgânica, sem repetir receitas passadas em busca de soluções, mas entendendo o presente e resolvendo as dificuldades. Segundo Amanda, a dificuldade de investir em soft skills é o padrão de ensino. “Nós viemos de um padrão que pra fazer a prova, precisamos estudar antes. Então eu preciso estudar, me preparar, e ter essas habilidades para colocar na prova escrita o que eu estudei. Só que nessas habilidades, o contexto é totalmente diferente. Vai aparecer a prova e você vai. Talvez você não saiba de tudo, mas você vai aprendendo com o processo.”
Yangla também aponta que a economia e a sociedade são dinâmicas, sendo necessário que os alunos estejam preparados para as mudanças que inevitavelmente irão acontecer. É preciso estar antenado com a sociedade ao seu redor e cuidar de sua formação profissional, ela aponta como benéfica a formação ao longo da vida. Não são apenas os alunos que precisam se manter atualizados e ficar atento às exigências do futuro, a Universidade como instituição também faz parte desse trabalho. Aproximar o estudante do contexto local como profissional e como cidadão, apresentando a eles demandas que partem da sociedade e do mundo de trabalho, dando-lhes a oportunidade de ir para além dos muros da Universidade, são pontos necessários para a sua formação.
Relacionar o conteúdo teórico com a realidade através de programas e projetos da Universidade, ajudam os alunos a saírem de suas zonas de conforto. Contextualização, vivências de imersão, práticas e interação entre professores e alunos são necessárias para desenvolver essas competên-
cias subjetivas. É importante também ressaltar que essas habilidades não são inerentes ao ser humano, elas são desenvolvidas à medida que são estimuladas e como apontado por Verônica, é necessário que esse incentivo seja feito desde a educação de base.
Segundo a professora, “é preciso superar essa forma de de organização linear, sair dessas caixinhas, fazer com que essas caixinhas se interajam, não sejam mais caixinhas, que a gente tenha uma interação de fato dinâmica, de troca de ideias, de produção de conhecimento, não só dentro da universidade, mas da universidade com a sociedade essa relação continua de troca, de construção coletiva se torna cada vez mais importante.”
Algo que Yangla confirma em sua fala, “se os problemas que nós enfrentamos hoje, têm cunho multidisciplinar, o profissional precisa estar habilitado com essas competências transversais, multidisciplinares, interdisciplinares, transdisciplinares, para poder agir”. Segundo ela, é necessário que o profissional consiga se comunicar com profissionais de outras áreas, para que todos possam trabalhar juntos e chegar a uma solução, desfazer o fracionamento desse conhecimento e misturá-los, permitirá [...] que a gente tenha uma interação de fato dinâmica, de troca de ideias, de produção de conhecimento, não só dentro da universidade, mas TAMBÉM com a sociedade “ ao aluno resolver os proble- Verônica Castelo, Professora mas de forma inovadora. do Departamento de Engenharia de Transportes Além disso, como apontado pelas participantes do podcast, as soft skills são habilidades que humanizam o profissional, e que os tornam necessários diante do avanço de tecnologia e do uso de robôs na indústria. É preciso então que os profissionais utilizem de seus talentos e se tornem únicos, pois assim, se tornam também indispensáveis.