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CADERNO 2
SALVADOR, SÁBADO, 4/4/2009
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comes &bebes
APERITIVOS Cardápio
Vodca
Novidades
Frutos do mar em primeiro plano
Blitz pelo consumo Milk shake e crepe consciente no bar enriquecem menu
Na Semana Santa, o Outback Steakhouse (Shopping Iguatemi) investe num cardápio especial à base de frutos do mar. Entre as opções estão a tilápia e camarões grelhados, empanados ou combinados com massas. Mas as carnes continuam no menu.
A Smirnoff está promovendo a campanha Exagerou, Perdeu!, no Mariposa, Sotero, Na Rua, Bartolomeu e Boteco do Bartô. De quinta a sábado, o primeiro drinque da marca vem com uma porção de petisco ou uma garrafa d’água. A ação inclui, ainda, blitz de conscientização.
O milk shake de Nutella é a vedete do novo cardápio do Creppe Lounge. A famosa pasta de chocolate e avelã também serve de base para o crepe de chocolate, outra novidade. No menu ainda tem o crepe Chic, com abacaxi glaceado e coulis de frutas vermelhas.
comesebebes@grupoatarde.com.br
SEMANA SANTA ❚ O baiano segue a tradição católica de evitar a carne
vermelha, mas não escapa da gula nem abandona o sincretismo à mesa
Iguarias para se comer rezando
COMES & BEBES Efó I LUCIANO DA MATTA | AG. A TARDE
WELTON ARAÚJO | AG. A TARDE
INGREDIENTES 1 molho de taoiba, espinafre ou língua de vaca; 100 g de farofa de castanha; 50 g de farofa de amendoim; 50 g de gengibre moído; 200 g de camarão seco; 2 cebolas médias; leite de 1/2 côco (descarte o bagaço); 100 ml de azeite de dendê. PREPARO Cozinhe as folhas em água sem sal. Escorra e deixe esfriar. Em seguida, pique com uma faca e reserve. Bata no liquidificador a castanha, o amendoim, o gengibre, o camarão, a cebola e o leite de côco. Numa panela, junte a mistura com a folha e leve ao fogo por alguns minutos. Por último, ponha o azeite de dendê. Fonte ❚ Ana Célia, do restaurante Zanzibar
Fufu inhã INGREDIENTES 1 posta de peixe Beijupirá; 150 g de inhame; 200 g de quiabo bem verde; 1 tomate picado; 1 cebola picada; 1 dente de alho amassado; 1/2 limão bem suculento; coentro picado; azeite de oliva a gosto; farinha de rosca.
Elmo Alves destaca o efó, originalmente uma oferenda a um orixá, e sugere uma versão de moqueca que não leva azeite de dendê
LUCIANO DA MATTA | AG. A TARDE
A depender de quem está com a mão na colher, o efó pode ter pequenas alterações. “Cozinho a folha sem sal, porque já leva camarão seco, que é salgado. E o azeite vai só no final”, diz Ana Célia Batista, proprietária do restaurante Zanzibar, especializado em culinárias baiana e africana. É um pouco diferente do Senac, que adota o azeite no início do preparo para refogar a cebola. Lá, a iguaria chega à mesa num prato de najé, enquanto Ana Célia prefere a folha de bananeira, que ela passa rapidamente na chama do fogão para ficar mais maleável. A dona do Zanzibar fez suas adaptações também a outros pratos, que costumam aquecer o movimento da casa na Semana Santa. Um deles é o fufu inhã, típico do Benin, que traz peixe frito no azeite de dendê, inhame ralado e salada de quiabo. “O prato original é servido como um angu, com tudo misturado. Monto com os itens separados para ficar mais bonito”, justifica Ana Célia, que recomenda o uso de um peixe de carne firme, como o beijupirá – pescada amarela, badejo e vermelho também caem bem.
DANIELA CASTRO dcastro@grupoatarde.com.br
Um dos pontos altos da celebração da Paixão de Cristo está na Sexta-Feira Santa. Mas, quando as famílias se reúnem para a tradicional refeição do dia sagrado, o que se vê à mesa não parece em nada com a penitência de jejum recomendada pela igreja católica a seus fiéis. Os simples mortais, no máximo, se abstêm da carne vermelha, mas capricham na preparação e degustação de pratos à base de peixe e outros frutos do mar. “A maioria das pessoas segue a tradição católica apenas em parte. Na prática, o que se vê é um momento de exagero, de exacerbação da gula”, constata o chef Elmo Alves, do restaurante Senac – Pelourinho. Ele faz outra observação bem particular à realidade baiana. “Alguns pratos até têm um significado religioso, mas não católico”, pontua. Na casa em que atua, o cardápio vai além das conhecidas moquecas e reserva lugar especial para iguarias como o efó, que tem nas folhas seu principal ingrediente. COMIDA DE SANTO – “É uma oferenda ao orixá Ossanhy, senhor das folhas e de seu poder medicinaL, na cultura iorubá”, ensina Alves. Também conhecida como caruru de folha, a receita original é preparada à base de taioba, encontrada à beira de rios – ele pede atenção para não confundir com uma outra, apelidada de “cocó”, que é venenosa. Não é tão comum encontrar taioba à venda, mas ela pode ser substituída sem prejuízo por espinafre ou língua de vaca. Quem tiver mais sorte, pode ainda optar por uma folha conhecida como azedinha, além da própria folha de caruru. O preparo é simples e, além da folha, envolve itens comuns a uma moqueca: castanha, amendoim, gengibre, leite de côco e azeite de dendê, além de cebola e camarão seco.
PREPARO Cozinhe o inhame na água e sal e reserve. Atente para que fique ainda firme. Depois de frio, rale em ralo grosso e reserve. Cozinhe o quiabo inteiro em água e sal. Depois de cozido, bate levemente com um garfo para amaciar e faça uma salada, juntando o tomate, a cebola e o coentro. Reserve. Tempere o peixe com o alho, o limão e o sal. Tire o excesso de líquido, passe na farinha de rosca e frite no azeite de dendê bem quente. Monte o prato numa folha de bananeira (passe no fogo para ficar maleável e depois limpe com um pano). Polvilhe o camarão seco moído sobre o inhame e os quiabos. Fonte ❚ Ana Célia, do restaurante Zanzibar
Efó II INGREDIENTES 800 g de taioba, espinafre, língua de vaca, azedinha ou folha de caruru; 800 ml de azeite de dendê; 40 g de camarão seco inteiro; 40 g de camarão seco moído; 40 g de amendoim torrado e moído; 40 g de castanha torrada e moída; 100 g de cebola picada ou ralada; 50 ml de leite de côco; sal a gosto. PREPARO Cozinhe a folha em água e sal e escorra. Em seguida, passe no moedor ou corte bem miudinha e reserve. Refogue no azeite a cebola e os camarões inteiros. Junte a folha e os demais ingredientes, mexendo sempre. Depois de cinco minutos fervendo, está pronto. Sirva em um prato de najé. Dica: se quiser, acrescente 50 ml de leite de côco logo após a folha. Fonte ❚ Elmo Alves, do restaurante Senac - Pelourinho
Peixe à baiana WELTON ARAÚJO | AG. A TARDE
Ana Célia adaptou o fufu inhã para ter um prato mais vistoso
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O efó é uma oferenda a Ossanhy, orixá que é senhor das folhas e de seu poder medicinal. O fufu inhã, receita originária do Benin, é servido no país africano em forma de angu.
serviço
Tome nota ❚
Senac – Pelourinho – Praça José de Alencar, 13, Pelourinho (3324-4550). Comida típica de seg a sáb, das 11h30 às 15h e das 18h30 às 23h. A peso, de seg a sex, das 11h30 às 15h ❚
Zanzibar – R. Jardim Federação, 40, Federação (3247-2781). Culinária baiana e africana. Seg a qui, das 11h30 às 15h; sex e sáb, das 11h30 às 2h da manhã; dom, das 11h às 17h ❚
DENDÊ ZERO – Se a ordem é adaptar, Elmo Alves também tem a solução para quem não quer abrir mão da moqueca de peixe, mas prefere evitar o dendê. “O antropólogo e folclorista Câmara Cascudo define moqueca como qualquer ensopado. Na Bahia, como também é um prato de oferenda, é que sempre associamos ao dendê”, ensina o chef, que sugere um peixe à baiana como opção para a Semana Santa. “No lugar do azeite de dendê, colocamos molho ou polpa de tomate. Também incluo pimentão, que não faz parte da receita de moqueca tradicional”, destaca. Pescada amarela é o peixe mais indicado pelo chef, por ser uma carne de sabor leve e fácil condimentação. Arroz branco ou batatas cozidas são os acompanhamentos ideais.
INGREDIENTES 1,8 kg de peixe em posta; 3 dentes de alho moídos; 150 g de cebola em cubos; 160 g de tomate em cubos; 4 ramos de coentro picados; 60 g de pimentão em cubos; 20 ml de azeite de oliva; 3 colheres de sopa de extrato de tomate; 200 ml de leite de côco; suco de 3 limões; sal a gosto. PREPARO Limpe o peixe e lave com o suco de limão. Tempere com o sal, o coentro, o limão e o alho. Junte a cebola, o tomate e o pimentão e misture ao peixe, em um recipiente. Acrescente o leite de côco, o extrato de tomate e o azeite de oliva e deixe descansar por uns 30 minutos. Cozinhe por 10 minutos e sirva com arroz branco ou batatas cozidas. Fonte ❚ Elmo Alves, do restaurante Senac - Pelourinho