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CADERNO 2

SALVADOR, SÁBADO, 18/7/2009

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comes &bebes

APERITIVOS Exposição

Curso

Vinhos

Arte no copo à base de vodca

Cozinha tailandesa Enólogo faz tour passo a passo pelo litoral baiano

O barman Bllue, do bar Maria João, é o representante da Bahia na exposição itinerante de drinks que a marca de vodca Absolut promove a partir de hoje, em São Paulo. Bebidas criadas por barmen de 11 cidades aparecem em molduras, como obras de arte.

O Senac está com inscrições abertas para seu novo curso de Culinária Tailandesa. A primeira turma tem início previsto para 17 de agosto, com aulas de segunda a sexta pela manhã, totalizando 20 horas. O investimento fica em R$ 100. Informações pelo 3186-4000.

O enólogo gaúcho João Valduga está em um tour pelo Nordeste para conduzir eventos harmonizados com vinhos e espumantes da Casa Valduga. A Bahia entra no circuito terça, com uma palestra em Itacaré. Até dia 23, ele passa também por Itabuna e Porto Seguro.

comesebebes@grupoatarde.com.br

ETIQUETA ❚ Não é preciso sofrer para colocar em prática regras adequadas de comportamento

na hora da refeição, que têm como premissa facilitar os relacionamentos e promover o bem-estar

Boas maneiras sem perder o bom da mesa FOTOS IRACEMA CHEQUER | AG. A TARDE

permite a ajuda das mãos na hora da degustação, garante o professor. O incômodo de ficar com as mãos engorduradas se resolve com uma lavanda ou uma toalha úmida. No caso dos pães, que costumam ser servidos de entrada, a mão também é o instrumento correto. A faca deve ser usada se, por acaso, houver um patê ou manteiga para acompanhá-lo. Já outras regrinhas são mais difíceis de digerir. De acordo com os manuais de boas maneiras, uma simples azeitona deve ser descaroçada no prato mesmo, com garfo e faca. “O ruim é que sempre se perde uma boa parte da polpa”, brinca o professor de etiqueta. Se a azeitona fizer parte de uma salada com legumes folhosos, o trabalho será sempre dobrado. Saladas não devem ser cortadas em hipótese alguma. Mesmo folhas grandes, como as de alface, devem ficar a salvo da faca. O correto é dobrar até formar uma trouxinha e, aí sim, levar à boca. Falando nisso, qualquer que seja o alimento, convém nunca exagerar na garfada. “Uma porção grande obriga a pessoa a abrir muito a boca”, observa Elionarde Santos. “Também é bom lembrar que o garfo não deve vir de frente, mas um pouco de lado”, acrescenta.

DANIELA CASTRO dcastro@grupoatarde.com.br

Quando surge um convite para um jantar mais sofisticado, as dúvidas dos convidados vão muito além do traje adequado para a ocasião. O jeito correto de se comportar à mesa também deixa muita gente com uma pulga atrás da orelha. A boa notícia é que etiqueta não precisa ser um bicho de sete cabeças. Pelo menos é isso que o professor Elionarde Santos, do Senac, tenta transmitir aos alunos há cinco anos. Com a ajuda de Érica Martins e Miguel Anjos, ele reproduziu algumas regrinhas especialmente para Comes & Bebes. “Etiqueta é, sobretudo, bem-estar. O conforto deve estar acima da regra”, defende. Por isso, não se sinta deselegante se, por exemplo, só conseguir segurar o garfo com a mão direita. “Fala-se que a regra de segurar o garfo com a mão esquerda nasceu na época do rei Luís XV, na França, o berço da alta gastronomia. Como ele era canhoto, os subordinados o imitavam para agradá-lo”, relata Santos. “Mas isso é desconfortável para a grande maioria das pessoas, que é destra, então não chega a ser uma gafe imperdoável”, completa. Ainda no quesito talheres, não é preciso entrar em pânico ao ver aquela sequência interminável de garfos e facas diferentes ao lado do prato, à mesa. A primeira coisa para lembrar é que a ordem de uso é de fora para dentro. “E o próprio talher dá a dica do prato que está por vir. Se tem uma espátula em vez de faca, certamente é um peixe, que tem uma carne mais macia e não precisa ser cerrado. Os talheres da sobremesa ficam em frente ao prato. Se tiver colher, é sinal de que se trata de algo com calda”, enumera. DURO DE ROER – Outra regra que deixa os comensais em dúvida envolve o frango nosso de cada dia. Pegar ou não pegar com a mão? Qualquer proteína que venha para o prato com osso

Talheres A ordem de uso é de fora para dentro. O garfo deve ficar na mão esquerda e a faca, na direita. Os talheres devem ficar abertos sobre o prato caso a refeição ainda não tenha sido concluída. Garfo e faca em paralelo indicam que o comensal já está satisfeito.

Copos Havendo três copos ou taças do mesmo tipo, o maior será o de uso comum, para água, refrigerante, suco ou cerveja. O segundo menor é para vinho tinto e o último, para vinho branco.

Elionarde Santos dá aulas de etiqueta há cinco anos

Guardanapo Pode ser pendurado na gola quando o menu inclui pratos com muito molho. De resto, deve ficar sobre as pernas.

Pão Não se deve cortar com a faca, e sim “lascar” com as mão. A faca serve para passar patê ou manteiga.

Azeitona Garfo na mão esquerda é herança da corte de Luís XV, mas o conforto pode mudar a regra

Sopas e molhos justificam guardanapo na gola

As folhas devem ser dobradas em trouxinhas

RELACIONAMENTO – Um pouco de prática e atenção ajuda a incorporar as regrinhas aos poucos. O importante é não deixar que a prática das boas maneiras se torne algo tenso e burocrático. “Seria triste se etiqueta servisse para dificultar o relacionamento entre as pessoas, não é?”, chama a atenção Santos. Por isso, além do jeito certo de manusear talheres e alimentos, é imprescindível cultivar o jeito certo de tratar o outro. “Cotovelo em cima da mesa é indelicado porque indica falta de atenção com seu acompanhante”, exemplifica o professor. ETIQUETA À MESA I Próxima turma de 20 a 27 de agosto, de ter a sex, das 18h às 22h | Valor: R$ 50 | Informações: 3186-4000

PALESTRA ❚

Seis caminhos para conhecer os vinhos do Novo Mundo ARQUIVO PESSOAL

Para beber um bom vinho, a Europa já não é a única rota segura. É nisso que o enólogo paulista Sérgio Inglez aposta na palestra Vinhos do Novo Mundo, que ele apresenta na próxima quarta-feira, às 19 horas, na Perini da Pituba, como parte da programação do Ateliê Perini. “Fala-se mundo nos vinhos do Velho Mundo, mas é bom lembrar que a Europa recebeu uvas levadas de outros povos, como os fenícios. O que aconteceu foi que cada região adotou a uva que se adaptou melhor”, ensina Inglez, que é presidente da SBAV (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho), com sede em São Paulo desde 1980. “Hoje em dia, é possível encontrar vinhos de boa qualidade no mundo todo”, acrescenta Inglez. Ele escolheu seis represen-

DICAS

Enólogo Sérgio Inglez promete bate-papo sem ‘enochatices‘

tantes para ilustrar suas lições, que foram selecionados de acordo como o país de origem e a variedade da uva. O elenco inclui vinhos fabricados no Brasil (cabernet sauvignon), Chile (carmenère), Argentina (malbec), Uruguai (tannat), Austrália (shiraz) e África do Sul (pinotage), que serão apresentados ao público através de degustação comentada. A proposta é apresentar as particularidades de cada região, levando em conta que, além da variedade de uvas, a produção de vinhos no chamado Novo Mundo conta com o aparato da tecnologia. “Essas vinícolas em geral são novas, com instalações moderníssimas. O próprio Velho Mundo já está atento a isso e se modernizando também”, pontua o palestrante.

O enólogo garante que a degustação e o papo foram planejados para agradar tanto aos especialistas quanto aos leigos no assunto. “Procuro usar uma linguagem simples, sem ‘enochatices’”, brinca Inglez, que já publicou quatro livros e centenas de artigos sobre vinhos, em publicações especializadas. “Quem está apenas começando a se interessar passa a entender melhor os conceitos, como lágrima e aroma. Quem já conhece, vai sempre tirar algum proveito ao conhecer a história de cada uva”, garante. (Daniela Castro) VINHOS DO NOVO MUNDO | Palestra com Sérgio Inglez | Qua, 19h | Perini (R. Maranhão, 64, Pituba | Inscrição: R$ 115 | Reservas: 3346-9974

A regra manda descaroçar a azeitona no prato, com a ajuda do garfo e da faca.

Frango É permitido pegar com a mão, se houver osso. Uma lavanda na mesa ajuda a tirar a gordura nas mãos.

Salada Cortar, nunca. Mesmo no caso das folhas, o correto é dobrar com a ajuda dos talheres, até formar uma trouxinha.

Sopa É indelicado fazer barulho ao sorver o líquido. Mesmo que venha para a mesa muito quente, não é de bom tom soprar.


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