Revista Diálogo Português ano 2019

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Forças Especiais do Exército Brasileiro na Amazônia A área de atuação da 3ª Companhia de Forças Especiais é simplesmente a maior floresta tropical do planeta. TEXTO E FOTOS: COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA

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s operadores de forças especiais atuam em todo o Brasil desde 1957. Desde então, particularmente na Amazônia, as forças especiais brasileiras têm atuado intensamente no combate à subversão, às ameaças contra a soberania nacional e aos crimes transnacionais, com destaque para as operações desenvolvidas na região de Xambioá, na década de 1970, e no Traíra, na década de 1990. Subordinada ao Comando Militar da Amazônia (CMA), a 3ª Companhia de Forças Especiais (3ª Cia F Esp) está localizada em Manaus, no Amazonas. É a única unidade de forças especiais do Exército Brasileiro na região que atua na maior floresta tropical do planeta, abrangendo mais da metade do território brasileiro, e que é também a região detentora da maior biodiversidade do mundo e de incontáveis riquezas naturais. “A Amazônia, por si só, já é um grande desafio e a complexidade desse cenário proporciona um grande laboratório para o emprego das forças especiais”, destacou o TenenteCoronel do Exército Brasileiro Argemiro Luciano Souza Costa, que em 2018 assumiu o comando da FORÇA 3, nome pelo qual a 3ª Cia F Esp é conhecida. A FORÇA 3 começou a operar na região no ano 2000, ainda como Destacamento de Forças Especiais, devido à necessidade de aumentar o efetivo na Amazônia, que é a região considerada de alta prioridade para o Alto Comando do Exército Brasileiro. Em 2003, o destacamento se tornou uma companhia, mantendo a missão de proporcionar ao CMA considerável capacidade de pronta resposta em operações especiais, particularmente em operações de reconhecimento especial, ações indiretas e diretas, além de assessorar o CMA e seus comandos subordinados na concepção de emprego de Forças de Operações Especiais (FOpEsp) das Forças Armadas em situações de normalidade ou não, em ambiente de defesa externa, em ações de garantia da lei e da ordem, entre outros.

Somos obstinados”, afirmou um oficial integrante da FORÇA 3, aqui não identificado a fim de manter em sigilo sua identidade. Todavia, o tempo em atividade do operador de forças especiais é muito mais complexo do que se imagina. Um operador pode chegar a permanecer por mais de 20 anos nas unidades de forças especiais. “Levamos uma vida de entrega, cada escolha é uma renúncia”, disse o Ten Cel Souza Costa. “Se fazer o curso já é difícil, maior é o desafio de permanecer nas forças especiais durante a maior parte de sua carreira”.

Crimes transnacionais Os operadores da FORÇA 3 também contribuem para o adestramento dos militares integrantes dos batalhões de Infantaria de Selva, que atuam na linha de frente do combate aos ilícitos transfronteiriços. “A nossa ação repercute diretamente nas questões de segurança pública e de defesa do país. Alguns países que fazem fronteira com o Brasil estão entre os principais produtores de drogas do planeta”, declarou um integrante do Destacamento Operacional de Forças Especiais.

Missão impossível Para muitos, fazer parte desse seleto grupo é uma missão impossível. Em média, a cada 100 voluntários, apenas cerca de 20 deles conseguem passar pela criteriosa seleção, que conta com intensa atividade física, pressão psicológica, privação de sono e alimentação. “É uma competição contra você mesmo, contra suas próprias limitações. www.dialogo-americas.com

O rigoroso treinamento dos integrantes da FORÇA 3 inclui diferentes saltos de paraquedas. The rigorous training of FORCE 3 members includes a variety of high-altitude parachuting. Fórum das Américas

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