Aprenda a ver arte PROF. FAUNO GUAZINA PROF.GUAZINA@GMAIL.COM
Prof Guazina
DN: cn=Prof Guazina, o, ou, email=prof.guazina@gm ail.com, c=BR Date: 2016.03.12 13:58:17 -03'00'
Ler uma obra de arte e entender o objetivo do artista Ao olhar uma obra de arte você consegue dizer se gosta dela ou não, mas porque algumas obras atraem mais do que outras?! Não existe uma resposta definitiva, mas ao entender o processo de criação do artista você vai apreciar a obra melhor. “A arte é raramente fruto de um momento de i n s p i r a ç ã o ” – andrew graham-dixon
Para entender a Obra precisamos levar em conta alguns fatores: Tamanho Tema Como os elementos se relacionam: ¡
Composição,
¡
Ponto de vista,
¡
Cor,
¡
Perspectiva,
¡
Materiais e Suportes,
¡
Luz e Sombra.
Tema e Composição Ao ver uma obra de arte, perguntamos: do que ela se trata?
primeiro
Ao entender qual o seu conteúdo, começaremos analisar como os elementos estão dispostos: a composição. Independente de ser Retrato, Paisagem, Natureza-Morta ou Pintura Abstrata.
Retrato O rosto sempre atrai mais atenção, sabendo disso o artista tem que pensar na melhor maneira de apresentar o modelo. Compor um retrato não significa apenar ser fiel. O tamanho, forma, escala, ponto de vista são importantes para todos os temas. A pose e o cenário dependem do que o artista e o modelo querem transmitir. Se o modelo encomendou a obra, sua opinião conta, mas um modelo pago não dá palpites.
Formato Típico retângulo, pois o busto se adapta bem. Sem deixar espaços vazios de lado ou cortar o topo da cabeça. Tela oval é menos comum, mas bem adequada a proporções humanas. Não é obrigatório esse formato, podendo usar paisagens. Neste caso o fundo plano dá respiro a imagem e atenção ao modelo. Retrato de Menino – Rosalba Carriera, 1726
Tamanho Depende da finalidade e de aspectos práticos. Quanto maior a imagem, maior o custo e tempo de produção. Retratos enormes impactam pelo tamanho e indicam um deus, nobre ou figuras importantes. Retratos pequenos costumam ser pessoais e íntimos.
11m – Ilha De Páscoa
13,6x7,3cm - Nicholas Hilliard
Altura É necessário escolher qual parte do modelo será retratada. “Busto” é o mais comum. Meio-corpo é comum em modelos sentados. Três quartos requer mais habilidade para deixar clara a intenção de parar no joelho. Corpo inteiro proclama superioridade do modelo. Condessa De Clary Aldringen - John Singer Sargent, 1896
Escala Um dos fatores mais importantes, proporção escalar. Tanto para o modelo quanto para os objetos em cena. Retratos psicológicos se prendem mais na feição humana. Uma visão distante, com cenário, revela caráter, interesses e vida do modelo. Jovem Quacre - Grace Cossington Smith, 1915
Olhar Retratos de frente eram reservados a deus na sociedades cristãs. Egípcios usavam vários pontos de vista ao mesmo tempo. (olho de frente num perfil) Isso nunca foi tentado antes na arte ocidental até Picasso. A postura Inclinada (3/4 ou 45º) é mais comum, boa ideia da aparência do modelo.
Madame Antonia Devaucay Jean Auguste-dominique Ingres, 1807
Perfil era mais usado nos primeiros retratos. La lecture – Pablo Picasso, 1932
Recorte Às vezes o que se deixar fora da tela diz mais do que está incluído. Insinua o que está fora dos limites do quadro. O corte deliberado pode provocar um novo olhar sobre o cotidiano. Às vezes o que se vê nem sempre é o que parece. Pode indicar que o modelo se move(ia) depressa, ou não posava.
Nu No Banho - Pierre Bonnard,
Retratos de Grupo Retratar mais de uma desafio para o artista.
pessoa
sempre
representa
um
Muitas vezes por que não conseguia convencer todos os retratados a posar ao mesmo tempo. Mesmo posando separados devia compor uma só imagem ou o retrato pareceria montagem artificial. O espaço entre os modelos representa parte importante da composição. O fundo além de envolver os modelos, também os liga.
Relacionamento Nos retratos de grupo as pessoas então envolvidas numa ação comum. Se apenas 2 ou 3 modelos, indica-se relacionamento pela pose ou composição. OLHANDO PRA FORA: A bandeira conduz o olhar para o meio do quadro e a disposição circular leva a olhar um rosto por vez. Todos olham em direções diferentes o que ajuda entender onde eles estão na composição.
Banquete Da Companhia De São Jorge - Frans Hals , 1616
Relacionamento CONTATO VISUAL: A confiança entre a criança e o velho é estabelecido pelo contato visual de mútua ternura.
GRUPO ÍNTIMO: netse caso a posição dos braços e das mãos faz o olhar passar dos pais para a criança.
O Velho E A Criança Domenico Ghirlandaio, 1480
Retrato De Familia Anthony Van Dyke, 1618-21
As Filhas De Edward Darley Boit – John Singer Sargent, 1882
Espaço e Forma O artista pode usar espaço entre os modelos para indicar isolamento. Solidas figuras humanas mais espaços vazios tornam elas mais tridimensionais. PROFUNDIDADE ESTUDADA: O espaço entre as crianças sérias, contratado pelo fundo escuro as faz parecerem dolorosamente afastadas. DIVISÃO FAMILIAR: A clara separação entre os corpos mostra a ruptura familiar. A posição frontal da Duquesa e o quase perfil das filhas acentuam suas posições sociais e separação.
A Duquesa De Montejasi E Filhas Edgar Degas, 1876
Nus Para o historiador Kenneth Clark, embora ficar nu possa ser constrangedor, o nu é arte. Na iconografia cristã, a nudez está ligada ao pecado de Adão e Eva. No renascimento estudar o nu masculino imprescindível para a precisão anatômica.
era
A mitologia deu respeitabilidade às figuras femininas nuas, que eram idealizadas, embelezadas e menos individualizadas que na vida real.
Tradicionais Os nus masculinos era figuras ativas, como nas obras de Michelangelo. Artistas e patronos eram quase sempre homens. Espiar mulheres nuas banhando-se ou dormindo deu origem a um gênero artístico. Quando despertas as mulheres nuas pareciam reclinadas diante de um observador masculino imaginário.
Dânae – Ticiano, 1554
Formatos Reclinados e disposição oval para observar toda a potencialidade do nu. Homens nus e de pé em poses ativas remontam a antiguidade clássica.
Soldado de Bronze, séc. V a.C.
Modernos Os nus antigos pretendiam ser er贸ticos e belos. Artistas atuais buscam o realismo psicol贸gico ou querem chocar. Tend锚ncia de acentuar a verdade nua e crua.
Lucian Freud, 1985
Histórias e Ação A arte quase sempre tem mais ambições simplesmente proporcionar uma prazer estético.
for.
do
que
Geralmente a arte transmite uma mensagem, seja ela qual
Em sociedades em que há poucos letrados, a arte narra histórias, geralmente religiosas. No ocidente, artes bíblicas eram consideradas importantes, seguidas de mitos clássicos. O cotidiano inferior.
sempre
foi
visto
como
uma
forma
de
arte
História Pinturas históricas enobreciam o passado e criavam morais edificantes. Geralmente Pinturas de grandes dimensões. Geralmente mostram elementos da arquitetura, gestos dramáticos, feitos incríveis, expressões nobres. Os Lictores Trazem Para Brutus O Corpos De Seus Filhos - Jacques-louis David, 1789
Religião Arte e religião ligas por muito tempo. Geralmente a arte era adorno da própria igreja. Hoje essas artes já não estão mais em seu local original. Retábulos eram constituídos de painéis em forma de catedral. Virgens, Menino Jesus e santos (martírio) são as principais imagens. Retábulos algumas vezes possuíam predela embaixo com cenas religiosas.
Cotidiano Geralmente pinturas pequenas. Feitas para decorar casas. Personagens eram camponeses e burgueses, trabalhando, bebendo ou flertando. E podem ter uma lição de moral Judith Leyster, 1630
Mito Em geral são grandes obras, pois adornavam palácios. As Metamorfoses de Ovídio são as principais temáticas. (Livro) Nus femininos são os mais comuns temas. Deuses disfarçados de animais e pequenos cupidos.
Leda e o Cisne – da vinci
Composição e narrativa Se a pintura conta uma história, o artista usa a composição para dar uma cadência e um fluxo natural para observador acompanhar a ação. A composição ajuda a entender acontecimento, bem como o fato em si.
a
sequência
do
Equilíbrio Todos os elementos devem estar equilibrados para funcionar como um todo integrado. Várias formas: Harmonia e seriedade; contraste e dinamismo.
HARMONIA: Neste caso o triângulo, a figura mais estável.
Resurrezione - Piero Della Francesca, 1463
Equilíbrio MUDANÇA DE ESCALAS: a mudança de escala consiste em duas escalas que levam uma a equilibrar a outras e ao mesmo destacar-se entre si.
O Mercador De Escravos - Jean Leon Gerome
EquilĂbrio DIAGONAIS: neste caso o pesadelo da fuga das personagens, o isolamento da figura na estrada.
Resurrezione - Piero Della Francesca, 1463
Ritmo Uma pintura precisa ter ritmo assim como uma música. Os elementos que se ligam através de um ritmo são muito importantes num quadro onde muita coisa acontece. Evita a confusão. Os espaços entre as formas desempenham papel tão importante quanto os elementos, dando espaço para os movimentos.
O Triunfo Da Venus - François Boucher, 1740
1
2
Acompanhamento de enredo Obras que trabalham com fatos que já não são mais conhecidos hoje. Trabalha com elementos que auxiliem o observador: coroas, armas, gestos. A roupa drapeada lembra temas históricos ou mitológicos, nudez raramente. NESTE CASO: Tema Popular, Sec. XVII, Separados em grupos, Cipião identificado pela coroa e seu gesto magnânimo em direção a mulher que devolve ao noivo e soldados a direita que lembram que há uma guerra. A Continência De Cipião - Nicolas Poussin, 1640
3
Paisagem Na arte oriental a paisagem remonta mais de mil anos, já no ocidente tem origem com o Renascimento – com pinturas religiosas com fundos realistas e não mais dourados. Mais tarde as figuras se tornam menores e a paisagem expandiu e se tornou um tema por si só. Como a ideia de que a pintura podia comunicar, incluindo atmosfera e poesia.
Formato Retângulo deitado se adapta mais e leva este nome por conta da pintura. Retângulos em pé são mais usados para retratar árvores altas ou montanhas.
PANORÂMICO Os cavalos de netuno Walter Crane, 1892
Ainda pode usar um retângulo panorâmico, mais longo do que alto. PAISAGEM Clássica - Gaspard Dughet, 1650
Enquadramento Desenvolvida por Claude Lorrain. Paisagem geral emoldurada por altas รกrvores que funcionam como cortina pra cena, dando profundidade.
Claude Lorrain
Profundidade Para dar essa sensação é importante a movimento tradicional, levar o olho do 1º plano, para o intermediário e depois para o plano de fundo. Caminhos e rios são as formas mais clássicas de fazer isso, assim como animais e elementos.
Catedral de Salisbury John Constable, 1831
PONTO FOCAL: Clássico ocidental, único direcionamento e ponto de vista. PINTURA TOTAL: Clássico oriental, vários pontos de vista. Dinastia Ming
Natureza Morta Modelo estático, não há problemas para posar. Não é necessário usar imaginação, pois pode arranjar os objetos como quiser. São geralmente cenas de interiores, mas busca relação de espaço e forma. permite ao artista mostrar capacidade composições agradáveis e harmônicas. Vire o quadro de cabeça continuará harmônica.
para
baixo
e
a
de
criar
composição
Tony Cragg
Clara Peeters Francisco De Zurbarรกn
Obras Abstratas Os artistas nem sempre copiam a natureza, podem usá-la como ponto de partida ou transformá-la até o irreconhecível. Livre associação com o mundo natural, formas essenciais. Expresionistas exageravam nas sentimentos ou provocar reações.
formas
para
expressar
SEMIABSTRATAS: temas reconhecíveis, algumas impressionistas são para mostra efeitos de luz.
obras
ABSTRAÇÃO TOTAL: Teo Van Doesburg disse em 1930 que “a arte não tinha outro significado senão ela mesma” e que “nada é mais real que uma linha, uma cor, uma superfície”. Arte que não representa o mundo físico (Expressão aborígine, Abstração geométrica, Minimalismo)
Semiabstratas
Monet
Abstração Total – Expressão Aborígine
Clifford Possum
Abstração Total – Abstração geométrica
Elisworth Kelly
Abstração Total – Minimalismo
Eva Hesse
PERSPECTIVA A ILUSÃO DA REALIDADE Desde o renascimento os artistas buscam fazer com que a pintura na superfície plana parecesse com o mundo real, ou seja, tive profundidade e amplitude. Existem muitas maneiras de se fazer isso, exemplo é diminuir o tamanho de objetos mais longínquos no quadro. Mas muitos artistas, desde egípcio até hoje nunca tiveram essa pretensão, a arte não tem obrigação com nada.
Plano Pictórico Refere-se à superfície plana do quadro como se ela fosse uma placa de vidro. O Artista pode acentuar o aspecto plano como desenho decorativo. Ou pode criar profundidade atravessando essa placa de vidro, como um cenário. [A descoberta de Moisés – Nicolas Poussin, 1638]
Sobreposição Sobrepor figuras ou outros elementos da composição é outra forma de profundidade. O observador vê assim como vê no mundo real. Uma coisa atrás da outra é automaticamente visto como distância. Quanto mais longe menor o objeto é. [O Campo De Corridas – Edgar Degas, 1876-87]
Perspectiva Aérea Imita efeito natural da luz que faz parecer mais pálido e mais azul o que está mais distante. Primeiro plano com mais foco, demais planos enevoadas. Renascentistas pintavam 1º plano em verde, intermediários em marrom, fundo azuis. Artistas posteriores apagavam a separação entre uma área e outra. [Paisagem De Riesengebirge – Caspar David Friedrich, 1810-11]
Perspectiva Linear Ao olhar uma estrada reta, suas margens convergem para o infinito. Essa junção se da o nome de “ponto de fuga” [A Estrada Dos Álamos – David Cox, 1820]
Escorço Fazer a imagem parecer mais curta do que ela é. Criar a ilusão de afastamento, extremo linear. Frequentemente usado com corpo humano, poses que comprimem. Fazer a parte mais próxima do observador parecer maior. [Cristo Morto – Andrea Mantegna, Fim Séc. XV]
PONTO DE VISTA O MODO COMO VEMOS AS COISAS Diante de uma pintura grande O observador se afasta para enxergar melhor sua totalidade. Normal se aproximar para ver detalhes E depois distanciar para ver combinações deles.A pintura geralmente não foi projetada para onde ela está, E para tanto, O curador que escolhe A altura em que será pendurada, assim como O pintor já O tinha feito. Renascentistas romperam com muitas regras E estabeleceram, geralmente, um único ponto de vista.
Retratos O olhar do artista influi no impacto psicológico
Plongée
Contre-Plongée
Visto de baixo = [Retrato De Um Alabardeiro – Jacopo Pontormo, 1528-30]
Visto de cima = [Autoretrato como inválido – Ludwig Kirchner, 1917-20]
Paisagens A linha do horizonte fica na altura do olho do pintor. Maximizar a quantidade de terra olhando de cima para baixo,
montanha. Ponto de vista de verme é o oposto, artista olha para cima, deitado
no chão. Algumas pinturas têm vários pontos de vista.
Horizonte alto = [Rochedos em l’Eestaque – Paul Cézanne, 1879-82]
Horizonte baixo = [Paisagem Holandesa Com Patinadores – Salomon Van Ruysdael, séc. XVII]
Distorção Espacial Distorcer ou incluir perspectivas é pertubador. Cérebro não se acha no real. Parecem sempre sonhos... Oníricas pinturas. Perspectiva estranha. [Musas Inquietantes – Giorgio de Chirico, 1925]
LUZ E SOMBRA A ILUSテグ DA REALIDADE Assim como a perspectiva o artista usa a luz para fazer a pintura parecer mais realista. Com jogo de luzes pode-se fazer o objeto parecer tridimensional. Mais claros onde hテ。 luz e mais escuros onde nテ」o hテ。.
DIREÇÃO DA LUZ Ao começar a analisar a luz devemos perceber primeiro a fonte incidente, a melhor maneira de fazer isso é ver a sombra, informando assim a altura, direção e sentido da luz. Nos realistas sempre haverá muito contraste, o sol é muito usado por ser a fonte natural universal, às vezes uma janela, em outras, luz artificial.
Luz Frontal Luz frontal destaca 1º plano. Lança sombra atrás dos personagens/objetos. É comum colocar a luz um pouco de lado, para criar sombras visíveis. Ainda pode ser vertical ou horizontal. [A Execução De Lady Jane Grey – Paul Delaroche, 1833]
Contraluz Mais eficiente e comum em paisagens. Figuras e objetos ficam indistintos. Ganham aura luminosa. Raramente a luz aponta para o observador. (diagonal) [Porto ao Sol Poente – Claude Lorrain, 1639]
Iluminação Lateral Funciona melhor em retratos e natureza morta. Equilíbrio entre zonas de luz e sombra. (difusão) Grande variabilidade de tonalidades. (dégradé) Janela, vela, lanterna, lâmpada. [Moça Com Chapéu Vermelho – Jan Vermeer, C. 1665]
Iluminação Três Quartos Fonte de luz próxima aos cantos superiores da tela. Comum em pinturas de interiores. Grande espectro de tonalidades. Empurra os objetos para frente. [Natureza-Morta De Caça, Hortaliças E Frutas – Juan Sanchez Cotán, 1602]
Iluminação Interna Às vezes a pintura não tem uma fonte externa de luz. Cria certo tipo de intimidade, comum em cenas religiosas e cotidiano. [Natividade – Antonio Correggio, 1522-30]
QUALIDADE DA LUZ Tanto a fonte como a quantidade que a luz erradia altera o modo como ela revela as formas. A luz contribui para o clima da pintura. Pode ser suave ou intensa, espalhafatosa ou tímida, estimulante ou claustrofóbica, pode libertar ou aprisionar. Como tudo que aprendemos de arte a luz não funciona isoladamente, depende da cor, estilo e técnica para criar harmonia total. Mas aqueles que não se interessam pelo realismo da imagem podem iluminar tudo de forma plana e unificada.
Luz Difusa Suaviza a pintura, não cria sombras nem realces. Não cria um amplo espectro de tonalidades. Pode ser uma neblina ou filtrada. [Paisagem De Inverno – Caspar David Friedrich, 1811]
Luz Forte Cria contrastes nítidos, criando detalhes em foco. Funciona melhor com uma fonte em ângulo. (extremos tonais) Palavra italiana “chiaroscuro” (claroescuro) [A Incredulidade De São Tomé – Michelangelo Merisi De Caravaggio, 1602-03]
Luz Colorida Atrai atenção e afeta a pintura com um todo. Assim como um filtro muda a foto. Cria um clima, ensolarado ou triste. Se a luz tem cor as sombras também. O contraste é sempre menor. [La Foret Oil – Camille Pissarro, 1888]
Luz Chapada Não da impressão de realidade tridimensional. Não imita o mundo tradicional. [Meninas A Ler – Pablo Picasso]
Foco de Luz Maneira dramática de iluminar um quadro. Como num palco, um spot de luz aponta um ponto iluminado. Muitas sobras ao redor. [O Sono De Endímion – Anne-Louis Girodet, 1791]
Brilho Toque de luz com tinta clara. Superfície brilhante ou movimento de água. Atraem como janelas iluminadas na noite. No clássico geralmente é adicionado no final. [Velha Fritando Ovos – Diego Velazquez, 1618]
COR A cor é um dos elementos mais estimulantes da pintura e da arte como um todo. Entender como os princípios da física ótica funciona ajuda a entender como os artistas usavam e exploravam as cores em seus trabalhos. A cor é usada para criar ambientes e sensações, dar impacto a um tema, etc.
Como os artistas usam a cor Na natureza e na arte a cor tem profunda influência sobre o expectador. O artista pode escolher de forma naturalista – de modo a imitar o que vê. Ou de forma abstrata – pintura figurativa – pela beleza decorativa, inspirar emoções ou valor simbólico.
Impacto As cores que estão próximas na rodas das cores se harmonizam. Já para chamar atenção o artista usa cores complementares (opostas). Impressionistas usam deliberadamente o impacto das cores opostas. Mas séculos antes da teoria ser conhecida já o faziam intuitivamente.
Michel Eugene Chevreul (Angers, 31 de outubro de 1786 — Paris, 9 de abril de 1889) foi um químico francês. Químico conhecido pelo seu trabalho sobre os ácidos graxos e a saponificação e por sua contribuição à teoria das cores, através do seu livro De la Loi du Contrast Simultané des Couleurs. http://pt.wikipedia.org/wiki/Michel_Eug %C3%A8ne_Chevreul
Teoria das cores Cor é como o olho (dos seres vivos animais) interpreta a reemissão da luz
vinda de um objeto que foi emitida por uma fonte luminosa por meio de ondas eletromagnéticas; e que corresponde à parte do espectro eltromagnético que é visível (380 a 700 nanômetros - 4,3x10^14Hz a 7,5x10^14 Hz). A Cor não é um fenômeno físico. Um mesmo comprimento de onda pode ser percebido diferentemente por diferentes pessoas (ou outros seres vivos animais), ou seja, cor é um fenômeno subjetivo e individual. http://pt.wikipedia.org/wiki/teoria_das_cores
Brincando com Primårias Frescor infantil Preto e branco neutros (Guache – Alexander Calder, 1974)
Pares Complementares Monet era fascinado pelo reflexo na água. Ele questionou as convenções e pintou o que via. Vermelho-alaranjado dos barcos contrasta com o verde das plantas Amarelo dos mastros contrasta com as sombras violetas. (Argenteuil – Monet, 1872-75)
Distância Um dos modos de adquirir distância na tela plana é perspectiva aérea.
Objetos distantes parecem progressivamente mais pálidos e azulados.
Devido ao efeito de espalhamento da atmosfera, azul na luz solar.
Artista usa azul e cinza para dar este efeito.
Cria maior impressão de distância em espaços confinados.
Quente e Frio Princípio de afastamento entre cores quentes e frias. Dourados quentes avançam e azuis nebulosos se afastam em direção ao horizonte. (Lago De Constança – J. M. W. Turner, 1842)
Cores quentes Destacar algo com cores quentes é um recurso comum. Afundou a cena e afastou o tecido com tons azulados. (frutas – Paul Cézanne, 1879-80)
Expressão da Emoção
Expressões como “Vermelho de raiva” & “tudo azul”
Kandinsky dizia que cores não eram apenas para copiar, mas pra
expressar e despertar.
Primarias e secundárias são mais intensas, mas terciárias são sutis.
(marrom)
Azul Tranquilo Lado esquerdo está ligado à existência mundana. O lado direito a espiritualidade. Azul celestial. (Improvisação 19 – Vasile Kandinsky, 1911)
Clima de Reflexão Paleta monocromática – marrom, p&b. Serenidade, sem vida, sem contraste. (Mulher Costurando Em Um Interior – Vilhelm Hammershoi, 1900)
Pigmentos
A substância fina e granulada que dá cor às tintas é chamada de pigmento.
Não se dissolvem como os corantes.
Podem ser usados em óleo e aquarela dependendo das condições.
Os pigmentos tradicionais – Renascimento – provinham de minerais como rochas e terra – que eram transformados em composto artificiais como amarelo de estanho e chumbo – ou de fontes orgânicas.
O índigo era feito de uma planta e o carmim de um inseto. Pigmentos vegetais tendem a esmaecer com o tempo, outros tendem a escurecer. O verde translúcido e luminoso do resinato de cobre tende a ficar marrom e escuro ao longo dos séculos.
Cores Primårias Amarelo Ocre Dava tons de dourado Iluminado com tinta branca Maior quantidade nas dobras dando sombra. (O Beijo De Judas – Afresco Da Capela Scrovegni, 1305)
Cores Primárias Ultramar Raro e caro, provinha da pedra lápis-lazúli Provinha de minas no nordeste do atual Afeganistão Era tão caro que chegavam especificar onde seria usado Azul-cobalto (barato) pintava mar e céu Vermelhão Extraído do Cinábrio, mineral (sulfeto de mercúrio (II) (HgS), vermelhão nativo) Raro e caro para a época. (Baco e Ariadne – Ticiano, 1520-23)
Cores Terra Siena Queimada, Marrom Espanhol, Úmbria Queimada Eram baratas e estáveis na pintura a óleo Podia ser tostasdas para dar cores mais ricas Rembrandt preparava as telas com uma cor terra que erradiava sobre as camadas. (Mulher Banhando-Se Num Córrego – Rembrandt, 1654)
Preto e Branco Pretos a base de carbono e pó de osso, precursor do preto marfim. Branco a base de chumbo. (Retrato de Homem – Frans hals 1643-45)