Revista Tattoo Brasil #01

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Revista Tattoo Brasil #01 - Agosto 2016

Edição 01 - Ano 1 - Agosto 2016

OS MELHORES TATUADORES EM UM SÓ LUGAR

TATTOO WEEK: A MAIOR CONVENÇÃO DA AMÉRICA LATINA

HISTÓRIA DE VIDA DOS TATUADORES

SUSPENSÃO CORPORAL: ARTE MILENAR

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Revista Tattoo Brasil #01 - Agosto 2016

CARTA AO LEITOR Caros Leitores, É isso aí! Chegou a primeira edição da melhor, mais moderna e mais irada revista de tatuagens do Brasil. Trazendo tudo o que há de novidade no mundo das tattoos. E o que é melhor: pode ser acessada de qualquer lugar, pelo PC ou celular, através do nosso app. Não é demais?! E na nossa primeira edição, estamos trazendo a história de vários tatuadores incríveis e muitas imagens sensacionais. Está imperdível. Não deixe de conferir todas as páginas pra você ficar antenado nas novidades. Equipe Tattoo Brasil.

EXPEDIENTE Direção: Carlos Alberto Comercial: Cátia Oliveira Diagramação e Design: Daniel Matheus

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CAPA Modelo: Aline Cândido Foto: Fernando Machado Tatuador: Jean Grassi


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SUMARIO TATUADORES Márcio Martini ................................ 6 Alex Costa ..................................... 10 Bozó ............................................. 14 Rogério Muzzi ............................... 18 Renata Espinelly ............................ 22 Rone Carvalho ............................... 26 Anderson Manguebit ..................... 30 Marcos Sousa ............................... 34 André Matosinhos ......................... 38 Henrique Persil .............................. 42 Tatiana Michelle ............................ 46 Ao Cubo ........................................ 50 Alessandro Tattoo .......................... 54 Isadora Carvalho ........................... 58 João Andrade ................................ 62 White Cat ...................................... 66 Fredão .......................................... 70

Thiago Scap .................................. 76 Niuk .............................................. 80 Priscila Lovera ............................... 84 JNeto ............................................ 88 Thiago Augusto ............................. 96 André Savastano ......................... 100 Cynthia Amaral ............................ 112 Edinho Freitas ............................. 116 André Catalán ............................. 120 Classic Tattoo .............................. 124 Cassiano Dellaretti ...................... 128 Lucas Milagres ............................ 132 Filipe Alencar ............................... 136 Leo Tattau ................................... 140 Gleisson Alves ............................. 144 Egon Dias .................................... 156 Daniel Lacerda ............................ 166

VARIEDADES

FORNECEDORES

Coluna Tattoo2Me ......................... 72 Nobres Pecadores ......................... 92 Tattoo Week SP ............................ 102 Corpo Suspenso .......................... 146 Galeria de Tattoos ........................ 160

Artefato Tattoo Supply ................... 56 Dermafrance ............................... 152 Corun Tattoo Machine .................. 158

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A Hard Core é a loja mais tradicional de Piercing em Minas Gerais.Há 20 anos no mercado, é muito conhecida pela sua diversidade e quantidade de Piercings. Há 11 anos a loja também passou a contarcom excelentes tatuadores em constante aperfeiçoamento. A HardCore preza pela qualidade de seus produtos e serviços prestados. Segue rigorosamente as normas da Vigilância Sanitária e faz questão de um atendimento personalizado onde cada cliente é único. Nossos materiais são descartáveis e todos possuem selo da ANVISA.

Piercing Nossas joias são de materiais de primeira linha e por isso não causam alergia. E o nosso Body Piercer é muito experiente buscando sempre a excelência.

Tatuagem Os tatuadores, sabendo de suas responsabilidades, não abrem mão da qualidade em seus trabalhos, nem do atendimento personalizado para entender, sugerir e satisfazer a vontade dos clientes.

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O INTERESSE PELA ARTE PODE GARANTIR UMA CARREIRA DE SUCESSO

por Elias Costa

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atuagem é arte!”, é a definição que Márcio Martin, 35 anos, desenhista e tatuador há 14 anos tem da profissão. Sua história parece com a de muitos jovens que veem no desenho a oportunidade de crescimento profissional. Os desafios enfrentados e os recursos disponíveis nem sempre vão impossibilitar os planos de quem acredita que a arte de desenhar pode garantir um estilo de vida.

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o começo, o objetivo era o de estudar e conhecer mais a arte, mas não havia expectativa em ganhar dinheiro. Devido às inúmeras impossibilidades por causa da pouca condição financeira, Márcio inicia sua trajetória utilizando o que tinha em “mãos”: apenas a força de vontade de ser um tatuador. Como as previsões nem sempre são completamente certeiras, ele decide então dar um pontapé inicial trabalhando no estúdio em Belo Horizonte chamado Dinamus Tatuagens, com o tatuador Márcio Bittencourt, que foi o grande incentivador, onde fez suas primeiras tatuagens e já adquiriu gosto pela profissão. A partir daí, iniciou seus trabalhos aos 21 anos de idade. Vez e outra, utilizando métodos menos especializados. Na época, a maior dificuldade enfrentada era a falta de materiais essenciais para fazer a tatuagem como, por exemplo, as agulhas e também a falta de impressoras, computadores e o acesso à internet. Havia somente pastas com desenhos. Pelo fato de não trabalhar somente com tatuagens no início da carreira, o profissionalismo só veio realmente quando foi trabalhar em um estúdio na Galeria Ouvidor com o Luck Bala, em 2007. A falta de criatividade e identidade é um problema que Márcio percebe nesses anos de profissão. “Tem muita gente fazendo só a cópia, fazendo só o que já existe, enquanto a criação vai ficando de lado. Além disso, hoje é possível ver muitos que se dizem profissionais fazendo artes sem inovação. Alguns tatuadores não sabem o que é soldar uma agulha, por exemplo. Fazem rabiscos e não levam em conta os bons profissionais que estudam, que fazem cursos e vão em busca de novos modelos de tatuagens”. A crítica não é pelo fato de ter muitos tatuadores no mercado, e sim pela popularização da arte, uma vez que os fundamentos do desenho ficam banalizados. “Este é o pro-

blema que a profissão enfrenta hoje. O profissional tem que ser bom naquilo que faz e não apenas seguir a moda”. Márcio é bem eclético em suas preferências artísticas. Ele busca fazer de tudo um pouco, mas tem uma certa admiração pela arte oriental, onde estão suas maiores referências. Dentre várias como, por exemplo, Osmar e Mauro Domingues, ele destaca a sua maior influência e faz questão de acompanhar o trabalho dele, estudar e de conhecer suas técnicas, que é Maurício Teodoro. Hoje ele trabalha no Estúdio Hard Core, na Savassi, onde cria com prazer suas artes e planeja seus projetos a partir da profissão. Desde que não vire apenas um adorno ou que o comprometimento com a parte artística fique de lado, a arte deve ter seus métodos sofisticados e explorados. Os tatuadores podem ousar e ter o seu próprio estilo, até porque isso também e algo muito pessoal. “De fato, a tatuagem é uma arte”, conclui.

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EstĂşdio Lex Tattoo Art - Alex Costa e Mychele Ferreira (37) 98322-4959 (Claro) // (31) 99322-4943 (Tim) (31) 2510-6514

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O ARTISTA DA PELE por Elias Costa

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ma das formas mais comuns de modificar o corpo humano é através da tatuagem ou tattoo, como é mais conhecida. Muitos desenhistas migraram para a carreira de tatuador após conhecer a filosofia da técnica, que modifica e traduz expressões em arte fixada na pele. Foi o caso de Alex Costa, 38 anos, formado em Design pela UEMG, que abriu mão de mais de 12 anos de experiência como projetista e foi em busca de uma paixão até então recente. Ele já fazia alguns trabalhos como cartunista e caricaturista, e nesse período em que trabalhou como projetista buscou se preencher de conhecimentos ao fazer cursos voltados para o universo artístico sempre focado na arte para a pele. Sua trajetória como artista foi sempre baseada no comprometimento com a sua atividade. O que anos mais tarde iria ser a chave para conquistar espaço fora das fronteiras de Minas Gerais. Em 2005, após fechar parcerias de marketing e comercial, Alex Costa inicia uma nova jornada de expansão com o seu empreendimento. Com uma extensa bagagem profissional, o tatuador mineiro avança com a sua empresa, a Lex Tattoo Art, passando então a concorrer em vários festivais de tatuagem em todo o Brasil. Suas influências são Eduardo Kobra, Djorgenes Martins, Fredão Oliveira e Victor Portugal. O gosto pela arte faz com que os resultados sejam positivos e que a identidade pessoal venha se fixar cada vez mais diante do púplico que curte a arte de se expressar através de tatuagens. Seu fascínio pela arte passa pelo pontilhismo com geometrias, preto e cinza, old

school e neo traditional. “Meus desenhos mesclam um pouco de cada estilo”, comenta. Sendo assim, o gosto fica por conta do cliente, mas a originalidade e a ousadia sempre vão ser marcas registradas como resultado do seu trabalho.

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BOZOSARAVA@GMAIL.COM CRISTOVAO COLOMBO 519/807, SAVASSI TEL.: (31) 3646-8228 / 99956-8223 13


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ROCK N’ ROLL E PAIXÃO POR ARTES DEFINEM ESSE TATUADOR

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u mesmo fiz em mim a minha primeira tatuagem aos 14 anos de idade. Depois comecei a tatuar meus primos e amigos. Pura loucura. Minha paixão por tatuagens tem mais de 30 anos”, revela o tatuador Pedro Alberto Amorim do Carmo, de 49 anos, mais conhecido no mundo da tatuagem como Bozó. Proprietário de um estúdio na Savassi, Bozó confessa que já perdeu as contas de quantas tatuagens tem em seu corpo e que foi fazendo uma atrás da outra. “Não tenho uma contagem certa, fui emendando um trabalho em outro, fechei as costas inteira e tenho alguns trabalhos pelo corpo todo. Acho impossível do camarada contar quantas tattoos ele tem”, afirma o tatuador. Bozó, que frequentava estúdios de tatuagens desde 1988, afirma que sempre teve vontade de ser tatuador, mas seu sonho só foi realizado 10 anos depois. “Tenho estúdio de tatuagens desde 1998, mas o estúdio do Bozó tem 10 anos. Trabalho em outro estúdio de um grande amigo tatuador também. Acredito que troca de experiências é muito válida nessa profissão. Meu gosto por desenhos e por artes vem desde pequeno e foi o que me motivou a fazer a minha primeira tattoo. Não tive um motivo específico, simplesmente foi mero e puro gosto”, salienta. O tatuador ainda afirma que quando fez a sua primeira tatuagem o preconceito era bem

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Foto: Eduardo Meniconi

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maior que nos tempos atuais. “No início da década de 80, época em que fiz minha primeira tattoo, o preconceito era bem maior na sociedade. Os tempos eram outros e quase não se via alguém tatuado. Hoje em dia a tatuagem está banalizada, mas no geral nunca sofri nenhum tipo de preconceito pesado. Um olhar torto aqui, outro ali, mas nada demais. Faz parte da vida e da profissão”, comenta. Antes de entrar para a profissão, Bozó era vocalista de uma banda de rock e revela que sempre preferiu ter seu próprio negócio do que trabalhar para outros tatuadores como parceria. “Sempre gostei de trabalhar sozinho e não tive uma boa experiência de vida em sociedade, mas tudo tem o seu preço. Hoje eu trabalho em outro estúdio além do meu, porque eu vi uma necessidade de companhia mesmo e interação com as pessoas. Queria pegar uma experiência de trabalhar com mais gente no estúdio”, pondera o tatuador que ainda conta com a ajuda do fiel amigo escudeiro Leandro, que faz sua agenda diária. Em seus quase vinte anos de profissão Bozó já trabalhou com vários estilos e técnicas, mas diz que prefere trabalhar com tatuagens estilo tradicional. “Já trabalhei muito com realismo, mas hoje prefiro trabalhar com old school e tradicional, até mesmo pela durabilidade do trabalho e porque é mais prazeroso de se fazer. Certos estilos de trabalho são mais versáteis e eu gosto dessa versatilidade que a profissão permite. Mas faço qualquer trabalho que o cliente quiser”, enfatiza. Bozó ainda diz que não tem uma relação especial com nenhuma tattoo de seu corpo e que gosta de todas seja pelo momento vivido ou porque achou o desenho bacana. “Na verdade, tenho uma admiração por todas as minhas tattoos. Sei lá, gosto dos desenhos, dos estilos e do que representavam para mim na época em que fiz os trabalhos. Simplesmente gosto de todas e pronto”, finaliza o tatuador.

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Contato

Av. Cônsul Antônio Cadar, 126 - Loja 82 - 2ºandar Center São Bento - e-mail: drtattoobh@gmail.com

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Tatuagens personalizadas Cobertura de tatuagens Cobertura ou clareamento de cicatrizes Reconstituição capilar e aréola mamilar

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ENTREVISTA

COVER UP: a arte de transformar um resultado duvidoso em motivo de orgulho A busca por profissionais que realizam cobertura de tatuagens, como Rogério Muzzi, também conhecido como Dr. Tattoo, cresce a cada dia mais e exige especialização por parte dos tatuadores. Expor ideologias ou disfarçar imperfeições, unificar tribos ou afugentar inimigos, identificar organizações criminosas ou enfeitar poderosos. Os motivos que levam alguém a fazer uma tatuagem são inúmeros e, mesmo tendo sido perseguida em vários momentos da história, essa prática tem cada vez mais adeptos mundo afora. Difícil mesmo é encontrar quem nunca tenha pensado em fazer pelo menos uma. “Se você não quer ter muitas tattoos, não faça a primeira”, quem aconselha é Rogério Muzzi, tatuador com mais de 15 anos de estrada, sendo 12 deles à frente do studio Dr. Tattoo, na Região Sul de Belo Horizonte. Se no fim das contas a vontade de pintar em definitivo alguma parte do corpo for realmente maior, é fundamental escolher o desenho com consciência e buscar com cuidado por um profissional da área. Do contrário, o resultado pode não sair como o esperado e o arrependimento é certo. De acordo com Muzzi, que é referência em coberturas e continuações de tatuagens, a procura por Cover Up, nome dado ao ato de cobrir uma tattoo fazendo outra por cima, atualmente supera em 80% o agendamento de sessões para novas tatuagens em seu studio.

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Sem dúvida nenhuma, saber que existem profissionais preparados para dar um jeito naquela lembrança indesejada que foi marcada na pele traz certo conforto para quem passa por essa situação. Mas, para não cometer o mesmo erro duas vezes, novamente a escolha do tatuador é imprescindível. Mudanças nos desenhos, incluindo transformações completas, exigem o domínio de algumas técnicas específicas, habilidade, estudo detalhado da tattoo e bastante paciência. Além, é claro, da sorte de ter por perto um profissional disposto a trabalhar em uma arte feita por outra pessoa já que, por uma série de motivos, nem todos eles estão dispostos a encarar essa que pode ser considerada uma longa jornada. “O maior desafio que eu enfrento para fazer coberturas com qualidade é encontrar um bom desenho, com todas as características necessárias para esse tipo de trabalho. É um processo longo e cansativo, que muitas vezes inclui o clareamento de áreas com tinta branca. Eu faço um estudo do desenho, depois utilizo Photoshop para ver possibilidades de sobreposições e aí começo a tatuar”, explica o tatuador que, diante da enorme procura de pessoas arrependidas em busca de solução para uma tattoo mal feita, acabou sendo escolhido pelo mercado para realizar esse tipo de trabalho e, em 17 anos, nunca recusou um Cover Up.


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COVER UP NA PRÁTICA Em resumo, quando uma tatuagem é feita a tinta penetra na Epiderme, que é a primeira camada da pele, e segue até a Derme, que fica logo abaixo. Quando o profissional faz uma tattoo sobre a outra, na verdade não está cobrindo a primeira delas. O que acontece é que as tintas se misturam na Derme e, depois de cicatrizado, o novo desenho estará misturado ao antigo. Por isso é tão importante escolher cuidadosamente a arte que será usada para a cobertura. Profissionais da área dispõem de várias técnicas de correção e uma delas trata-se de aproveitar os traços da primeira tatuagem como base para a nova. Dessa forma, será feita, na verdade, uma adaptação e o resultado final certamente será melhor. A aplicação de alto contraste também é um artifício importante, já que desvia a atenção do desenho que está por baixo e deixa a tattoo que foi coberta praticamente invisível, que é, basicamente, o objetivo de todo Cover Up.

COMPARTILHANDO CONHECIMENTO CURSOS E WORKSHOPS Para oferecer esse tipo de serviço com segurança e qualidade, Dr. Tattoo buscou por conhecimento em temporadas em Ibiza (Espanha), Búzios (RJ), Morro de São Paulo (BA) e Bombinhas (SC). Em 2004, deu início às suas atividades em Belo Horizonte, incluindo a realização de cursos e workshops de tatuagem, Cover Up e Body Piercer. Rogério conta que a procura pelos cursos de Cover Up tem sido muito grande, até mesmo porque ele já existe há 10 anos, e a tendência é que o público interessado aumente com o passar do tempo. “O workshop de tatuagem também é bastante requisitado e inclui noções de biossegurança e esterilização, manutenção e manuseio de equipamentos, precificação, atendimento ao cliente e gestão de studios. Meu objetivo é formar profissionais qualificados evitando, dessa forma, que mais clientes arrependidos precisem buscar por coberturas”, finaliza Dr. Tattoo, que também é especialista em tatuagem paramédica e realiza correções estéticas como clareamento de cicatrizes e reconstituição capilar.

Dr. Tattoo Av. Cônsul Antônio Cadar, 126 Loja 82 - 2ºandar - Center São Bento e-mail: drtattoobh@gmail.com (31) 3234.3230 / 9.9683.7230

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Tatuadora venceu a resistência dos pais em relação à profissão e agora tem seu próprio estúdio, onde também desenvolve um trabalho especial com transexuais e mulheres que enfrentam o câncer.

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uando era criança, costumava ir com meus amigos a uma banca perto do colégio e, enquanto eles compravam revistinhas em quadrinhos, eu comprava revistas de tattoo”. E assim teve inicio a historia de Renata Spinelly, 29 anos, com o universo da tatuagem. Renata, que sempre achou incrível a capacidade que os tatuadores têm de reproduzir desenhos na pele, cresceu e decidiu que, qo completar 18 anos, essa seria a sua profissão. Porém, as coisas não foram tao simples quanto ela imaginava. “Meus pais foram contra e foi muito complicado fazer com que eles aceitassem a minha decisão. Além disso, na época foi bem difícil encontrar alguém que me ensinasse a tatuar”, explica. Passados alguns anos, em 2010, Espinelly decidiu que era hora de enfrentar as dificuldades e correr atrás daquilo que realmente queria para sua vida profissional. À época, começou a trabalhar como recepcionista em um estúdio de tatuagem. Quem lhe ofereceu a oportunidade foi Nilton César, conhecido também como Bito. Segundo Renata, nesse momento ela teve contato com profissionais excelentes, dispostos a ajudá-la nessa empreitada, e sua carreira como tatuadora teve realmente seu start. “Foi bastante difícil no inicio, até eu conquistar meus clientes e fazer meu nome. Infelizmente, para nós mulheres é um pouco mais complicado trabalhar nessa área. Quando comecei, muita gente não confiava em uma mulher tatuando. Achavam que a profissão era só para homens”, comenta.

Renata tem como principal estilo de tatuagem o Old School, criado em 1890 e popularizado, aproximadamente, na década de 1920. Mas, faz de tudo um pouco e também gosta muito de blackwork. Além disso, realiza um projeto muito especial com mulheres que passaram pelo processo de mastectomia, que é a retirada dos seios por conta do câncer de mama, e também com transexuais que vivenciaram o mesmo procedimento. Mensalmente, ela realiza gratuitamente duas tatuagens com o objetivo de cobrir cicatrizes e reforçar a autoestima dessas pessoas. O projeto funciona da seguinte forma: o cliente escolhe o desenho e Renata faz todas as adaptações necessárias, de acordo com o tipo de cicatriz. Vale dizer que não são tatuagens de reconstrução da auréola da mama, pois a tatuadora não trabalha com desenhos realistas. “Sempre tive vontade de ajudar as pessoas de alguma forma com a minha profissão. Hoje, me sinto realizada. Tenho meus clientes, meu próprio estúdio, o Espinelly Tattooink e quero aprender cada dia mais sobre essa arte”, finaliza Renata, que conta com o tatuador Luiz Bazoli em sua equipe de trabalho.

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ARTE DE DESENHAR VIRA TATUAGEM

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tatuador Rone Carvalho, de 38 anos, proprietário do estúdio Forever Tattoo, fez a primeira tatuagem aos 17 anos e literalmente tomou gosto pela arte. Hoje, Rone tem 70% do corpo tatuado e como já era desenhista desde criança, seu colega que fez a sua primeira tatuagem o incentivou a virar tatuador. “Eu desenhava desde cedo e um colega, que é um famoso tatuador, na época me perguntou porque eu não virava tatuador, pois poderia me dar muito bem nessa profissão”, comenta. Depois de aprimorar algumas técnicas de desenho, Rone resolveu se arriscar nessa profissão. Montou o seu primeiro estúdio em 2000 e a coisa acabou dando certo. “No início tudo é muito difícil, mas fui fazendo uma tatuagem aqui, outra ali e aos poucos fui ganhando nome na praça. Hoje vivo desse trabalho tão prazeroso e gratificante”, afirma Rone. Ele é casado com Law, que o ajuda na recepção do seu estúdio e com quem tem 3 filhos. “Minha esposa e eu temos ideias e gostos bem parecidos. Ela curte tatuagens também e tem algumas artes espalhadas pelo corpo”, afirma. O tatuador diz que lá no início quando começou a trabalhar fazendo tatuagens enfrentou certo preconceito das pessoas, mas depois de um tempo, todo mundo que o conhecia acabava aceitando. “Eu era o único da minha família que tinha tatuagens. É claro que no início meus pais tiveram um certo receio, até pela cultura da época; mas depois acabaram aceitando e agora já estão acostumados. Tem parente que até já veio tatuar comigo. Hoje em dia a tatuagem tem uma aceitação bem maior e podemos até dizer que virou moda, por causa de vários artistas, jogadores de futebol e outras personalidades públicas que aderiram à arte e expõem com orgulho suas tattoos nas TVs e mídias sociais. Já existe empresa, principalmente no ramo da moda,

que até enxerga a tatuagem como diferencial nos processos de seleção”, conclui. Rone trabalha com tatuagens há 20 anos e afirma que sempre teve seu próprio negócio. “Logo que comecei, já fui de cara montando meu estúdio. Comprei todo o material necessário e comecei a trabalhar”, salienta.A primeira loja da Forever Tattoo foi em Venda Nova. Depois, se mudou para o centro de BH, quando os negócios melhoraram ainda mais. Recentemente, Rone decidiu fazer um alto investimento e se mudar para a área nobre da capital, a Savassi, e ainda abriu uma filial em Contagem, no bairro Água Branca. Mas a vida nem sempre foi fácil para ele. Antes de entrar para essa profissão, Rone já trabalhou como açougueiro e garçom. “Os tempos não eram fáceis. Foi quando eu decidi largar tudo, investir no meu sonho e me dedicar inteiramente à arte da tatuagem. Eu tinha uns 19 anos e já desenhava há um bom tempo. Acreditei no sonho de ter uma carreira de sucesso fazendo o que eu gosto e batalhei muito para chegar onde eu estou hoje”. O estúdio, que também faz os serviços de body piercing e cover up, ainda conta com mais dois bons tatuadores: Rodrigo Lisboa e Lana Júnior. Rone, que é nascido e criado em Belo Horizonte, afirma que não tem relação especial com nenhum estilo de tatuagem. “Eu venho de uma época em que o tatuador tinha que saber fazer de tudo um pouco. Não tinha essa de você ser especialista no estilo X ou Y. O acesso à informação era bem mais difícil, então tínhamos que estudar de tudo. Meu prazer é tatuar e ponto! Claro que sempre oriento e ajudo o cliente na hora de escolher o desenho quanto ao estilo, local, tamanho; mas no fim das contas é ele quem decide e eu vou me dedicar ao máximo sempre e fazer da melhor forma para que ele saia satisfeito e volte novamente”, afirma Rone.

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Rua Padre Pedro Evangelista 370 - Coração Eucaristico Belo Horizonte - MG

(31)3568-5665

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CONEXÃO NORDESTE - MINAS GERAIS: HISTÓRIA DE ANDERSON MANGUEBIT COM A TATUAGEM COMEÇOU NA CAPITAL MINEIRA Tatuador pernambucano trabalhou como vendedor de coco em Belo Horizonte e hoje está a frente de studio que carrega no nome a inspiração de um importante movimento cultural recifense

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relação do tatuador pernambucano de 37 anos, Anderson Manguebit, com a tatuagem se mistura com a sua história com Belo Horizonte. Há, aproximadamente, nove anos, Anderson precisou ir até a capital mineira por motivos pessoais, mas o plano era voltar para o Nordeste logo em seguida. "Acontece que, quando cheguei, fiquei enlouquecido com a cidade. Muita montanha, muita cachoeira, muita gente bonita. Aí resolvi ficar", explica o tatuador que, desde então, não saiu mais de BH. O problema era que, mesmo já tendo trabalhado em diversas áreas, Anderson Manguebitainda não tinha uma profissão em terras mineiras. "Precisava fazer alguma coisa. Então, resolvi vender coco em uma avenida movimentada da cidade e o ponto que escolhi ficava exatamente em frente a um studio de tatuagem. Foi assim que começou tudo", conta o profissional que, até então, não tinha tido nenhuma experiência no ramo. Com o tempo, seu comércio começou a chamar a atenção de quem passava, beneficiando, inclusive, os estabelecimentos que ficavam próximos. Entre uma venda e outra, Anderson descobriu que o studio de tattoo que estava a poucos metros tinha um programa de estágio. Ele, que nunca tinha tido contato com o universo artístico, decidiu tentar. "Fiz um desenho e o dono do studio falou que eu

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tinha futuro. Desde esse dia, nunca mais parei de desenhar. Investi demais em workshops e cursos de desenho, pintura e grafite", declara o tatuador que, naquela época, estava longe da família e dos amigos e sofreu com a falta de apoio de quem convivia com ele em Minas. "As pessoas falavam que eu não iria conseguir, que tatuagem é muita responsabilidade, é uma coisa muito difícil. Como eu não tinha ninguém aqui, sofria sozinho. Mas eu sabia que iria conseguir,porque tudo que eu quero, eu consigo", desabafa. Terminado o estágio no studio, era hora de seguir em frente e mudar os rumos de

“Como eu não tinha ninguém aqui, sofria sozinho. Mas eu sabia que iria conseguir, porque tudo que eu quero, eu consigo” sua vida profissional. Anderson, que também atende pelo apelido de Maluco, tinha uma loja pequenina e, aos poucos, foi reformando e aumentando o espaço com as próprias mãos. "Com toda a dificuldade que passei quando cheguei a BH, aprendi a ser pedreiro, pintor, marceneiro, carpinteiro e por aí vai. Sozinho, fui construindo o Manguebit Tattoo Studio, levantando paredes, colocando telhados", lembra o tatuador que usa como sobrenome o nome de seu próprio studio. Porém, o Manguebit cresceu e evoluiu tão rapidamente que, mesmo depois de toda essa empreitada para deixá-lo maior, logo o lugar ficou pequeno e não teve jeito. Tinha chegado a hora de procurar por um novo endereço. De acordo com o tatuador pernambucano, antes da mudança, o studio ganhou uma funcionária que fez, e continua fazendo, toda a diferença em sua trajetória: "Marcela é meu braço direito. Manguebit sem Marcela, não é Manguebit. Ela veste a camisa, dá o sangue. Ela acreditou em mim e, por isso, a tenho como uma filha. No começo, trabalhava como recepcionista e, hoje em dia, é uma grande tatuadora, muito talentosa e esforçada". Atualmente, o Manguebit Tattoo Studio conta com cinco tatuadores em sua equipe, alguns deles com estilos bem próprios. "Gosto muito de trabalhar com blackwork e realismo e, mesmo depois de todo esse tempo, continuo estudando muito para ter um bom resultado, independente da encomenda", finaliza Anderson que, ao lado de um grande amigo, buscou inspiração no movimento cultural Manguebeat, criado em Recife na décadade 90, para dar nome ao seu studio.

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MAIS QUE TALENTO, ISSO É GARRA! por Ana Carolina Souza

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vontade de ter sua primeira tattoo levou Marcos Vinícios Oliveira Sousa, 23 anos, da Skull Tattoo Studio; localizada na Rua Borges, 351, Loja 1 e 2 Índia, Belo Horizonte; ao que futuramente seria sua profissão. Aos 12 anos começou a se interessar e a se envolver neste ramo. Sempre gostou de desenhar e com o tempo essa habilidade foi se desenvolvendo e com o passar dos anos foi criando um estilo próprio. Com o tempo e a vontade de ter sua primeira tattoo, não tendo a oportunidade na época por diversos motivos, fabricou em casa seu próprio maquinário e fez em si sua primeira tatuagem, sua primeira marca. Vendo o talento de Marcos, seus amigos começaram a procurá-lo. A notícia foi se espalhando e, aos 18 anos, o amor à arte o levou à sua primeira experiência profissional: Marcos era um tatuador. Hoje já está com quase 6 anos trabalhando como profissional e uma das maiores dificuldades encontradas por ele para colocar em prática essa paixão foi o preconceito en-

contrado na época. Nunca desistindo frente às dificuldades, hoje Marcos é dedicado inteiramente ao estilo tradicional e se destaca no meio por seus traços firmes e suas cores sólidas e vibrantes. Neste ramo, além da possibilidade de lidar diariamente com a arte, às vezes Maco tem a oportunidade de participar e propiciar experiências emocionantes. Ele revela que uma dessas experiências que mais o marcou foi a de uma senhora de 80 anos que quando jovem sempre quis ter uma tattoo, mas a ditadura militar na época não permitiu que ela realizasse seu desejo. Então, enfim aos 80 anos realizou seu sonho e fez sua primeira tatuagem. “Foi uma das coisas mais legais que eu já fiz”, revela. O jovem tatuador ainda conta que desde que se apaixonou pelo ramo, nunca se viu em outra profissão. E é isso que quer continuar a fazer. “Desde que peguei na máquina pela primeira vez eu sabia que era isso que eu queria pra minha vida”, finaliza.

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R. Joaquim de Paula, 774 - AlĂ­pio de Melo, Belo Horizonte - MG Telefone: (31) 3412-4655 37


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ndré Matosinhos, 53 anos, nascido em uma época na qual a tatuagem era extremamente marginalizada, decidiu ser tatuador por rebeldia mesmo. "Eu tinha apenas 17 anos, gostava de desenhar, gostava de arte e vi ali uma forma de bater de frente com a sociedade; de expor o que eu pensava", explica o tatuador que também carrega uma grande paixão pelo motociclismo e, inclusive, faz parte de um moto clube. Desde então, procurou se aperfeiçoar e viajou para diversos lugares em busca de conhecimento. Precursor de várias iniciativas relacionadas ao universo da tatuagem, André teve uma Kombi que funcionava como um estúdio móvel. A Kombi evoluiu para um trailer que, por sua vez, deu lugar a um micro-ônibus; viajando Brasil afora em busca de outros rebeldes que quisessem deixar a pele um pouco mais colorida. Entre várias viagens e uma procura incessante por aprendizado, o tempo passou. Aos poucos, as portas da sociedade foram se abrindo para tatuadores e tatuados, com a ajuda de artistas influentes como Caetano Veloso, que na década de 90 cantava aos quatro ventos o dragão tatuado no braço do menino do Rio. "Durante essa busca, fui melhorando, me aperfeiçoando e hoje tenho um estúdio bem montado, super equipado em uma região de fácil acesso em Belo Horizonte", conta André. O espaço, que está há 35 anos no mercado, conta com salas individuais, um local destinado somente à produção de desenhos, uma boutique e até mesmo um Café, que reúne às sextas-feiras tatuadores e aspirantes por uma boa conversa sobre técnicas de tatuagem e novidades do setor. No ano 2000, André Matosinhos fundou a Associação dos Tatuadores e Piercers de Minas Gerais (ATAP-MG), instituição sem fins lucrativos da qual ele também é presidente e que

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NO MERCADO HÁ MATOSINHOS COMPAR TATTOO COM T

Seus dois filhos também são tatuad trabalham na administração do negóc New Look Tattoo, in


36 ANOS, ANDRÉ RTILHA A PAIXÃO PELA ODA A FAMÍLIA

ores e sua esposa, ao lado da filha, cio. Juntos, eles comandam o estúdio naugurado em 1980.

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visa aperfeiçoar, reciclar, aprender e ensinar a arte da tatuagem. E o amor pela tattoo, definitivamente, está no sangue da família Matosinhos. Seus dois filhos também são tatuadores, além de sua esposa e filha, que trabalham na administração do estúdio. "Meu filho André Felipe, conhecido como Andrezinho, é um artista dinâmico, com características próprias e uma identidade muito forte. Ele é patrocinado pela Electric Ink, uma das maiores marcas de produtos para tatuagens e já recebeu mais de 30 troféus em convenções em mais de 10 anos de carreira. Já o Bruno, é um tatuador que desenvolve um trabalho mais comercial e também coloca piercings", comenta o pai orgulhoso. No total, o New Look Tattoo possui cinco tatuadores. Constantemente, o estúdio recebe novos artistas em uma sala criada especialmente para profissionais convidados, que passam temporadas em Belo Horizonte trocando experiências e vivenciando novas possibilidades. "A minha vida é tatuagem. Eu vivo e respiro essa arte. Tudo o que eu vivo e faço gira em torno dela", enfatiza André, que também é dono da Old School Tattoo Machines, uma fábrica que já produziu e vendeu mais de duas mil máquinas de tatuagem ao redor do mundo, para países como Japão, Bolívia e Canadá. Questionado sobre ter um estilo de tatuagem pelo qual seja reconhecido, André é enfático: "Sou um tatuador da velha escola, mas faço de tudo; faço o que pedirem". Ainda sobre esse assunto, ele explica que as categorias de tatuagem foram criadas mais para organizar as convenções do que para rotular profissionais. "Se você me procurou para me doar a sua pele, para eu deixar uma marca em você que vai ser para sempre, que representa um momento seu, eu tenho que fazer da forma que você quer e te agradecer por ter me procurado para isso. Aqui, a gente não interfere, não escolhe, não define estilos. Esse é o segredo do nosso sucesso", finaliza.

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R. Trinta e Seis, 89 - Florenรงa, Ribeirรฃo das Neves - MG (31) 3626-3634 // 99357-7906

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SEGURANÇA E ARTE ANDAM JUNTAS

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“Amo o que eu faço, por isso não canso de procurar me aperfeiçoar e viver cada dia mais essa arte viva e espetacular que é a tatuagem!”

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tatuador Henrique Pereira da Silveira, de 34 anos, mais conhecido como Henrique Persil proprietário do estúdio Persil Tattoo, localizado em Ribeirão da Neves, na região metropolitana de BH, fez sua primeira e única tatuagem aos 25 anos de idade mas sempre desenhava desde cedo. “Eu sempre fui um amante de artes de um modo geral e também sou praticante de Jiu Jitsu. Na verdade eu tinha muita curiosidade em sentir a dor da tatuagem e fiz uma em 2006. Em 2013, resolvi abrir meu estúdio e fazer uma das coisas que mais gosto que é a arte de tatuar” completa Persil. O tempo de estrada desse tatuador é maior e o mesmo já fazia pequenos trabalhos em casa mesmo antes de ter seu estúdio; e os próprios amigos o incentivaram a começar a tatuar. “Como meus amigos mais próximos achavam que eu desenhava bem, eles me sugeriram que eu comprasse uma máquina de tatuar e começasse as fazer pequenos trabalhos. Comprei a máquina e comecei a tatuar na brincadeira. Tatuava um nome aqui, um tribal ali, coisa pequena mesmo. Meus amigos gostavam dos desenhos que eu fazia neles e a coisa acabou dando certo”, enfatiza Henrique.


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As duas grandes paixões de Persil nesse mundo das tattoos é o trabalho com realismo preto e cinza e o pontilhismo. “Gosto muito de trabalhar com essas duas especialidades. Um desenho bem feito que se aproxima do mundo real fica show de bola e os trabalhos ou figuras feitas com pontilhismo é um capítulo à parte. Trabalho com todas as cores mas eu prefiro trabalhar com cores mais neutras”, afirma. O tatuador diz que, no começo, já sofreu preconceitos por parte dos colegas de profissão pelo simples fato de não ter nenhuma tatuagem visível. “A maioria dos tatuadores tem várias tatuagens e os caras olhavam torto para mim só porque eu era tatuador e não era igual a eles. Eu tenho uma no calcanhar, mas não aparece tanto; então para eles eu era diferente. Mas hoje os caras são sangue bom e já acostumaram”, pondera Henrique que garante que vai fazer mais tatuagens. O tatuador que também é guarda municipal em BH desde 2011, já ganhou vários

prêmios em várias categorias e diversos festivais e se orgulha de um trabalho bem feito e reconhecido. “Em 2014, ganhei o prêmio BH Tattoo Festival de primeiro lugar na categoria feminina de melhor tatuagem. Em 2015, voltei a repetir a façanha e ganhei o prêmio desse mesmo festival, de segundo lugar na categoria pontilhismo. Já na cidade de Paraopeba, ganhei o primeiro lugar no pontilhismo e segundo lugar na categoria Old School. Ainda, ano passado, fui contemplado com mais dois prêmios na cidade de Barroso com o primeiro lugar no pontilhismo e segundo lugar na categoria fechamento. Em 2016, ganhei mais um prêmio no estado do Rio de Janeiro em um evento chamado Big Field Tattoo Festival, de primeiro lugar no pontilhismo e segundo lugar na categoria fechamento. E para fechar a coleção, esse ano, aqui em BH, fui contemplado com mais um primeiro lugar na categoria pontilhismo também” completa o orgulhoso tatuador.

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HOBBY DE DESENHAR VIRA PROFISSÃO

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tatuadora Tatiana Michelle, de 27 anos, proprietária do estúdio Polaris Tattoo Shop sempre admirava quem era tatuado, mas depois que fez a primeira tatuagem aos 19 anos virou fã número 1 da arte. “Já desenhava há muitos anos e já tinha feito até curso de desenho artístico e do nada resolvi fazer minha primeira tatuagem e nunca me arrependi. Atualmente tenho 35 trabalhos espalhados pelo corpo e adoro todos eles. Sempre gostei da área de desenhos e resolvi arriscar nessa profissão”, afirma. Ela ainda comenta que seu irmão foi sua grande fonte de inspiração por ser desenhista antes dela. “O mais engraçado é que meu irmão também virou tatuador, mas não mora aqui”, conta. Um fato curioso a respeito da tatuadora, que já tem sete anos de estrada, é que todas as suas tatuagens são desenhos feitos por ela. “A maioria dos desenhos foram tatuados por mim também. Foi literalmente um contorcionismo, mas no fim das contas ficou legal e gostei muito. É claro que alguns trabalhos outros tatuadores fizeram até mesmo por conta do local que seria feito. Eu quis na verdade treinar em mim mesma para ver se ficava bem feito o trabalho”, comenta Tatiana que, mesmo sendo maior de idade, fez o primeiro trabalho escondido da mãe. Tatiana ainda afirma que sofreu preconceito por parte das pessoas e que isso sempre existiu e vai continuar assim e que todas as

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pessoas merecem respeito independente do estilo de vida que elas optaram. “Minha mãe ficou seis meses sem conversar comigo quando descobriu que eu tinha tatuagem. Eu andava de calça o tempo todo para não mostrar. Mas isso é coisa do passado e hoje minha mãe me apoia e aceita mais nossa profissão”, salienta. A tatuadora ainda afirma que o que realmente importa é estar bem e fazendo o que gosta honestamente. Tatiana conta que seu estúdio foi montado com muito trabalho e com ajuda do marido. Afirma também que já até trabalhou como parceira em dois estúdios antes. “No início trabalhei em um estúdio em Lagoa Santa e depois fui trabalhar em outro estúdio do meu amigo aqui em BH. Fiquei por volta de 2 anos em cada lugar até montar meu estúdio no bairro Serrano, na capital. Mas na verdade eu nunca gostei de trabalhar para os outros, apesar de ter suas vantagens”, comenta. Tatiana conta que antes de ser tatuadora trabalhava com telemarketing e não gostava do que fazia. “Larguei tudo e resolvi arriscar numa vontade que sempre tive, que era de ser tatuadora e não me arrependo de nada”, afirma a tatuadora que conta com a ajuda do marido, Thiago Merlin, que é tatuador e body piercing e de outro colega, Matheus Tomate. Tatiana ainda afirma que essa arte de tatuar é um eterno aprendizado e valoriza muito a troca de experiências entre os colegas de profissão.


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Tatiana (centro) e sua equipe do Polaris Tattoo Shop.

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Gui Cyhad

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Leandro Moraes

Marconi Campagnani


Foto : Luc a s P h i l l

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simples vontade de colocar um piercing na sobrancelha aos 14 anos de idade foi o que fez Guilherme Henrique Soares da Silva, mais conhecido como Gui Cyhad, agora com 34 anos, se transformar em um body piercer profissional. Na verdade, foram os problemas que ele teve com esse piercing que fizeram isso. Adolescente à época, depois de conseguir autorização da mãe, Gui foi a um estúdio perto de sua escola e fez o piercing. Acontece que mesmo seguindo todas as orientações do profissional que fez a perfuração, ele teve uma rejeição e o furo inflamou. "Foi esse piercing que me fez entrar para o ramo. Pelo fato de eu ser curioso e ter cuidado do jeito que ele me disse para fazer, comecei a pesquisar sobre isso. Descobri que ele tinha colocado uma peça inadequada e fui questionar. Lembro como se fosse ontem", conta. Como era de se esperar, o profissional não reagiu muito bem aos questionamentos do então adolescente. "Isso me deixou indignado. Foi quando comecei a ler e pesquisar ainda mais sobre o assunto. Algum tempo depois eu estava com uma bagagem teórica fantástica porque me apaixonei pela profissão e não parava de ler a respeito”, comenta. Aos 16 anos, Gui voltou para um estúdio, mas não como cliente. Ele começou sua trajetória em um estúdio na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, chamado Exotic Tattoo. O proprietário, Luiz Carlos, conhecido também como Magrão, abriu as portas para o jovem profissional, que enfrentou alguns problemas no início justamente por ser jovem demais. Ao completar 18 anos, Guilherme fez sua primeira viagem para São Paulo em busca de aprimoramento e novos conhecimentos. Por lá conheceu pessoas que o ajudaram muito e não parou mais. Depois de 14 anos trabalhando na Savassi, Gui Cyhad decidiu aproveitar o espaço que tinha em casa, no bairro Pompéia,

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AO CUBO ESTÚDIO: M BODY PIERCING E EMPREEND

Estúdio criado inicialmente como p Cyhad já conta com duas u


MÚSICA, TATUAGEM, E UMA DOSE DE DEDORISMO

projeto paralelo do body piercer Gui nidades na capital mineira.

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e começar um projeto paralelo. Contando com o apoio de amigos tatuadores como Alex, Lazzarini e Haron, o trabalho começou de forma reservada, com horário marcado e clientes diferenciados. A proposta era realizar seus procedimentos sem o movimento caótico das lojas de rua. "Mas nesse meio tempo, a Letícia (esposa de Gui) saiu do emprego e então sugeri dela entrar no ramo. Como faço perfuração, propus ensiná-la a colocar piercing para ela entrar no mercado e atender meus clientes do bairro. Foi quando surgiu, digamos, a primeira versão do Ao Cubo Estúdio”, complementa. Depois de deixar seu emprego na área da Publicidade e Propaganda, Letícia resolveu investir a quantia do seu acerto no estúdio e convenceu Guilherme a levá-lo para um lugar mais movimentado. Local escolhido: bairro Pompéia. "Começamos a pesquisar e esse foi um bairro que gostamos. Optamos por lá porque tem um movimento grande e eu não queria voltar para a Savassi. Fiquei 14 anos lá e queria respirar novos ares", explica. Aos poucos, Letícia foi tomando a frente da empresa e o Ao Cubo Estúdio cresceu rapidamente, agregando novos profissionais. Um deles é Leandro Moraes da Silva, 30 anos, tatuador que trabalha com o casal desde a época do bairro Pompéia e agora também é sócio da unidade recém-inaugurada no Mangabeiras, região nobre de Belo Horizonte. Atualmente, o Ao Cubo Estúdio, nome escolhido por Gui Cyhad por representar seu número da sorte (33), conta com vários profissionais qualificados distribuídos em suas duas lojas, oferecendo serviços de tatuagem, body piercing, reconstituição de lóbulo, scarificação e maquiagem definitiva. A unidade do Santa Inês inclui também estúdio de música, para ensaios e gravações e até mesmo um snack bar com lanches e guloseimas à venda. Ambos atendem com hora marcada, total assepsia e responsabilidade.

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(37) 3241-8323



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REALISMO COLORIDO É O FORTE DESSE TATUADOR

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s meus amigos mais íntimos achavam que eu desenhava bem e me deram uma grande força para virar tatuador. Fiz a minha primeira tatuagem aos 24 anos e eu mesmo me tatuei com um desenho que gosto muito que o símbolo japonês do Kanji. Hoje tenho 12 trabalhos espalhados pelo corpo”, comenta o tatuador Alessandro Nogueira da Silva, de 39 anos, mais conhecido no mundo das tattoos como Alessandro Tattoo. Com quinze anos de estrada, Alessandro, que também é proprietário do seu próprio estúdio, chamado de Alessandro Tattoo no centro de Itaúna, em Minas Gerais, afirma que desenhava desde criança e que sempre foi um grande amante das artes. Alessandro já teve outro estúdio em parceria com outro tatuador na mesma cidade desde 2001, quando começou a tatuar profissionalmente, até o final de 2015, quando a sociedade se desfez. “Não falo que a parceria não deu certo, pois durou quase 15 anos. Só que preferi montar meu próprio espaço, pois além de mais rentável, tenho mais li-

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berdade. Toda a experiência de vida é válida e confesso que aprendi muito e aperfeiçoei muitas técnicas de tatuagens”, salienta Alessandro, que abriu em janeiro de 2016 o seu próprio estúdio com muita garra e suor. O tatuador conta que antes de virar profissional trabalhava como técnico em telecomunicações, mas resolveu largar tudo e realizar um grande sonho que tinha desde criança. “Não era minha praia. Resolvi jogar tudo para o alto e fazer o que realmente gostava e tinha prazer em fazer, que era tatuar. Atendo em média de 6 a 8 clientes todos os dias, em sua maioria pequenos trabalhos comerciais, mas a coisa está favorável e faço qualquer trabalho de todo tipo, inclusive cover up”, ressalta Alessandro que também conta com ajuda da body piercing, Kátia. Alessandro afirma que não enfrentou nenhum problema quanto a discriminação e que a família e os amigos nunca o trataram diferente por causa disso. “No início da carreira, tudo é muito difícil e as pessoas que não me conheciam direito. Acabavam olhando meio torto para mim, mas depois passou. Minha família sempre me apoiou e nunca tive maiores problemas com isso. Hoje a tatuagem está na moda e muita gente tem; então o preconceito é menor do que quinze anos atrás”, enfatiza. A maior especialidade desse tatuador é o realismo, tanto preto e cinza quanto colorido. Segundo ele, um trabalho feito com uma mistura de tonalidades fica muito bonito. “Adoro um mix de cores. Tenho muito prazer em trabalhar com preto e cinza, mas quando jogo as cores no trabalho fica show de bola. Na minha opinião as cores dizem muito quando se misturam com o mundo real”, confessa o tatuador que ainda afirma que tem uma relação especial com dois desenhos que são uma espécie montagem de uma caveira tatuada no seu braço que, segundo ele, significa a igualdade entre as pessoas e uma coruja que significa sabedoria.

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GOSTO PELA ARTE VIRA PROFISSÃO

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tatuadora Isadora Carvalho diz que sempre teve uma grande admiração por tatuagens. “Eu sempre fui louca com artes e tinha, lá no fundo, uma imensa paixão por tatuagens. Achava o máximo esse mundo e desde março de 2015 venho fazendo esse tão sonhado e prazeroso trabalho. Simplesmente quis fazer por ser uma admiradora de tatuagens”, comenta a proprietária do estúdio Isa Tattoo Arts, localizado no bairro São Bento, zona sul de BH; que fez a sua primeira tatuagem aos 12 anos e desde então tomou gosto pela arte. A tatuadora tem hoje 9 tatuagens espalhadas pelo corpo sendo duas feitas por ela mesma. Curiosamente, Isadora, mesmo com a pouca idade, teve o apoio da mãe quando quis fazer a sua primeira tatuagem. “Contei para minha mãe que queria fazer uma tatuagem e ela, para minha surpresa, concordou e até me levou a um estúdio de confiança. Ela é muito liberal nesse sentido e não se opôs em momento nenhum”, salienta Isadora, que afirma que nunca se arrependeu de nada que fez na vida. A tatuadora diz que no início, as pessoas, principalmente no colégio, tinham certo preconceito, mas depois acabavam se acostumando com seu jeito um pouco diferente de ser. “Como eu tinha apenas 12 e já era tatuada, até meus colegas de classe ficavam diferentes com meu jeito de ser; mas como tudo passa, essa fase também já era. No início, quem con-

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vivia comigo estranhava eu já ter tatuagem sendo apenas uma criança mas hoje está tudo bem”, pondera Isa. Isadora, que nunca trabalhou em outro estúdio, afirma que é melhor ter seu próprio negócio por vários motivos. “Faço meus horários e não tenho metas a cumprir, além de ser mais rentável. Nunca tive vontade de trabalhar para outros tatuadores e apesar do meu estúdio ser na minha própria casa, trabalho com mais prazer e com total segurança”, comenta Isa, que ainda conta com a ajuda do namorado Danny Guerra. A maior especialidade dessa jovem tatuadora são os estilos de desenhos ornamentais, mandalas e escritas em geral. “Prefiro trabalhar com desenhos mais delicados. Talvez até pelo fato de ser mulher não curto muito realismo e outros estilos. Faço cover up também e procuro fazer o trabalho mais próximo do que o cliente deseja. Só não faço body piercing porque não é minha especialidade”, salienta. Antes de ser tatuadora, Isadora, que está no oitavo período do curso de Publicidade e Propaganda na PUC Minas, trabalhava como estagiária de marketing na Red Bull por quase dois anos. Depois disso, fez um curso de tatuagem e a coisa deu certo. “No início eu tentava conciliar meu estágio com meu trabalho de tatuadora, mas era muito puxado. Eu tatuava em casa mesmo e nem estúdio eu tinha. Depois que o estágio acabou resolvi me dedicar em tempo integral ao que mais amo fazer, que é tatuar”, enfatiza Isadora. Isa, tem uma relação especial e um carinho muito grande com uma tatuagem de seu corpo, mas gosta de todas. “Tenho o desenho de um lobo azul colorido com uma cor muito intensa e gosto muito desse trabalho. Fiz em um momento muito especial de minha vida e tem um significado especial para mim”, finaliza a tatuadora.


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Foto: Dilson Ferreira / QU4RTO STUDIO

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TATUAGEM: APERFEIÇOAMENTO CONSTANTE

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té que um dia minha tia levou meu irmão e eu a um estúdio de tatuagem e nos presenteou com uma pequena tattoo. Tudo isso escondido dos meus pais. Nós três saímos do estúdio tatuados”, revela o tatuador João Andrade, de 32 anos. Mas o interesse dele com o mundo da tatuagem vem desde cedo e quando fez a primeira tatuagem, aos 18 anos, não parou mais. João tem 17 trabalhos espalhados pelo corpo e está na profissão somente há um ano. “Não trabalho fixo em um estúdio. Costumo agendar clientes em estúdios de amigos, prefiro assim. Estou sempre pesquisando por novidades e acredito que seja importante manter-se atualizado. As pessoas tem se identificado com a minha linha de trabalho e vejo que ainda tenho muito para evoluir na profissão. Quero abraçar essa oportunidade cada vez mais”. Além do gosto extremo pela arte, João comenta sobre os reais motivos de ter virado tatuador profissional. “Trabalho com arquitetura desde os primeiros períodos do curso, por cerca de doze anos. Depois de formado fiz um curso de design gráfico e foi onde despertei para um lado mais artístico, mais criativo. Além de fazer desenhos à mão livre, produzo também peças de arte. Sempre me tatuando ao longo dos anos, fui alimentando a curiosidade de como deveria ser aplicar o desenho do papel para a pele. Foi então que resolvi comprar os equipamentos básicos e me aventurar neste mundo até então desconhecido. Comecei experimentando na pele artificial, mas em pouco tempo já estava fazendo trabalhos na pele humana e comprando novos materiais. Acredito que o fato de já ter uma prática de desenho possa ter influenciado na minha rápi-

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da adaptação como tatuador”, salienta. João Andrade ainda acha que a sociedade tem muito que evoluir ainda quanto a questão do preconceito. “As pessoas vinculam a tatuagem com algo negativo, acham que a pessoa tatuada possa ter um mau caráter ou trazer algum mal para a sociedade. Inclusive, algumas pessoas falam que tatuar não é profissão. Julgam a pessoa pela imagem sem nem saber de fato como a pessoa é. Mas isso é um problema geral da sociedade e acontece em situações variadas, não é exclusivo para pessoas tatuadas. É um lance cultural mesmo; julgar pela imagem. Acredito que o preconceito existe, bem menos, mas ainda existe. Nunca sofri nenhuma descriminação verbal, mas já percebi pessoas olhando diferente e até mesmo desviando o seu caminho ao cruzar comigo pela rua”, desabafa o tatuador. O tatuador, apesar do pouco tempo de profissão, contabiliza mais de 100 trabalhos feitos e quer aprender cada dia mais nessa área. “A cada tattoo feita, um novo aprendizado, sempre em busca de novas técnicas para alcançar o meu estilo próprio. Procuro seguir uma linha de trabalho a qual me identifico mais. Não faço tattoos coloridas. Só faço trabalhos tipo blackwork, linework, geométrico e pontilhismo”, pondera João que ainda revela sobre um certo carinho que tem com suas tatuagens. “A tatuagem é um lance muito pessoal. Não faço tattoo para os outros ou por modismo. Minhas tattoos representam muito para mim. Existe um valor sentimental por todas. Elas são uma homenagem para algum momento marcante da minha vida, tipo um registro mesmo. Quero sempre olhar para elas e lembrar daquele momento especial”, conta.


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Tatuagem | Piercing | Maquiagem Definitiva Cobertura de Cicatriz | Remoção de Tatuagem UNIDADE FLORESTA: Rua Curvelo, 121 | (31) 3273-0906

UNIDADE EXTRA: Av. Cristiano Machado, 4000 lj 54 | (31) 3426-2403

Thais

Laizis

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Fabiano 8a Arte

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Rosi

Fรกbio Bim

Fernando

Aline Mendes

Caio Ribeiro

Raphael Rafity

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Elvis Roberto

Sidney Antunes

Gabriel Rodrigues

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WHITE CAT TATTOO E PIERCING: DUAS UNIDADES E EXCELENTE ATENDIMENTO

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estúdio White Cat Tattoo e Piercing é uma loja especializada em tatuagens profissionais e aplicação body piercing. Uma de suas unidades localiza-se no bairro Floresta, na Rua Curvelo 121, telefone (31) 3273-0906, com horário de funcionamento de segunda a sexta das 9 até 20h e aos sábados das 10 às 16h. A outra filial do estúdio situa-se no bairro União, na Avenida Cristiano Machado 4000 loja 54, telefone (31) 3426-2403, com horário de funcionamento de segunda a sábado das 10 às 22h e aos domingos das 12 às 18h.

Fachada da Unidade União

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Equipe em ação na Unidade Floresta Segundo a sócia proprietária da White Cat, a empresa conta com uma equipe altamente treinada e capacitada para fazer o melhor trabalho para o cliente. “Estamos no mercado há 18 anos e contamos nas duas unidades com um time de 9 tatuadores, 4 body piercers e 4 dermopigmentadoras que fazem maquiagem definitiva; além dos funcionários do atendimento em geral. O trabalho que o cliente quiser a minha equipe faz da melhor forma possível”, explica. Além de uma excelente localização em pontos estratégicos da capital mineira, a White Cat conta com uma estrutura física bem equipada de acordo com as normas vigentes da vigilância sanitária e todos os seus profissionais trabalham com materiais de primeira linha e totalmente descartáveis. Além disso, os estúdios contam com recepção, sala de espera e banheiros. “Temos todo o cuidado e higiene com os materiais que manipulamos, pois isso é de extrema importância para o cliente e para nós”. A White Cat foi criada por seu antigo dono e sua ex-esposa em julho de 1998, que depois

se tornou proprietária da empresa. Inicialmente, o estúdio se chamava White Shark que era um estande dentro do Minas Shopping. No ano 2000, o nome da empresa se mudou para White Cat Tattoo e a coisa deslanchou. “Um dos nossos diferenciais é forma profissional que minha equipe trabalha sempre com desenhos exclusivos, profissionais capacitados e atendimento diferenciado”, afirma a sócia. Curiosamente, o nome do estúdio foi inspirado nos profissionais que já trabalhavam com tatuagens, chamados de Wild Cats. A proprietária se inspirou no nome e criou a White Cat. “Usei a minha imaginação e queria criar um lugar que lembrasse o mundo das tattoos e achei esse nome muito bacana e ficou desde então”, relembra. A White Cat também comercializa anéis, colares e brincos em aço cirúrgico, além de uma vasta variedade de piercings. Outro diferencial é o vale presente, no qual o cliente pode escolher e presentear um amigo ou qualquer pessoa com uma tatuagem bacana ou aplicação de um piercing. “Fazemos tatuagens a partir de R$150,00 e aplicação de piercing a partir de R$70,00”, finaliza.

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R. AntĂ´nio de Albuquerque, 1008 Loja 4 Savassi, Belo Horizonte-MG (31) 3225-0598 l www.originaldragao.com.br 69


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18 ANOS DE ESTRADA NO MUNDO DA TATUAGEM

Foto: Thiago Urbhan

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proprietário do estúdio Original Dragão Tattoo e Piercing, o tatuador Frederico de Souza Stefani, mais conhecido como Fredão, já é velho de estrada no mundo da tatuagem e afirma que gostava tanto de desenhar e de tatuagem desde pequeno que todas as suas tatuagens em seu corpo foram desenhos criados por ele. “No início, eu fazia tatuagens de rena em meus amigos com aquelas canetinhas de desenho de tanto que eu gostava da arte. Mas fui fazer minha primeira tatuagem aos 33 anos e todas que eu tenho foram tatuadas por mim mesmo e os desenhos feitos por mim também. Tenho o braço e perna esquerda totalmente fechados”, afirma Fredão, de 43 anos, que tem cinco grandes trabalhos espalhados pelo corpo. O tatuador afirma que sempre teve receio de fazer tatuagens por medo de contrair doenças ou outro tipo de enfermidade. “Não tinha conhecimento de que no mercado realmente existiam bons e confiáveis tatuadores e ficava com receio de fazer tatuagem. Com o passar do tempo


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resolvi fazer em mim mesmo e a coisa desandou e hoje vivo exclusivamente disso. As tatuagens que tenho são um pouco diferentes porque são tatuagens bio orgânicas. Adoro esse tipo de arte diferenciada porque é um trabalho recriado e de profundidade”, pondera o tatuador. Quanto ao preconceito, Fredão afirma que não teve problemas com isso e que nos dias de hoje, tatuagens estão até na moda e muitas pessoas de várias classes sociais tem tatuagens. “Antigamente, esse lance de preconceito era maior e acredito que hoje ainda persiste um pouco; mas como a tatuagem já está mais difundida no mercado, as pessoas já se acostumaram com a idéia. Hoje em dia é homem, mulher, adolescente e até idoso tem tatuagem”, salienta. Frederico, que já tem 18 anos na profissão, começou com um estúdio na casa do pais no bairro Sagrada Família e durante 13 anos ficou no mesmo local e se matinha com propaganda boca a boca e indicação de clientes. “Valeu muito a experiência e conheci muita

gente boa naquele lugar, mas chegou a hora de expandir e mudar de ares. Cheguei até a dar aulas para tatuadores iniciantes e resolvi montar outro estúdio em um ponto mais comercial da cidade para valorizar para divulgar mais o meu trabalho e desde 2011 estamos com a loja aqui no Funcionários, em BH”, diz o tatuador que ainda conta com a ajuda da sócia Karina Alok, o sócio investidor Danilo Okuma e mais 5 tatuadores parceiros. O tatuador, que antes de ingressar de vez na profissão já foi professor de desenho e pintura; e ainda fazia pequenos trabalhos com esculturas. Conta que sua maior especialidade de trabalho é a técnica free hand. “Faço qualquer trabalho que o cliente quiser, mas prefiro trabalhar com essa técnica, pois acho bem bacana e aqui em nosso estúdio cada tatuador tem sua especialidade e seu estilo próprio”, afirma o tatuador que, curiosamente, usou um espelho para tatuar seu braço esquerdo e que tem uma relação especial com sua tatuagem, que é o desenho de um braço bio orgânico criado por ele mesmo.

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Diretamente do Instagram, é com prazer que o Tattoo2me apresenta o filme… ops, brincadeirinha! Estamos lançando no nosso blog a série de desenhos mais populares e seus significados, histórias e curiosidades. E nossa primeirinha é a RAPOSA. Primeiro, porque nós observamos que muitas pessoas têm eternizado esse desenho na pele. Segundo, porque o significado e a história nos encantaram e aí vamos entender a apresentação de filme que fizemos. Terceiro por que… bem, vocês vão entender no final.

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Tatuagem por Rafael Brunet

O essencial é invisível aos olhos!


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aniel Matsumo

D Tatuagem por

raposa é um animal astuto, inteligente, observador, sábio e habilidoso como qualquer caçador. Sabe esperar o momento de agir para não perder sua caça. É considerada pelos indígenas como mensageiras. Ganhou esse “cargo” por fazer a comunicação entre o mundo terreno e o mundo espiritual. Embora tenha todos esses atributos, a raposa é um animal solitário e que muitas vezes ganha fama de traiçoeira. Traiçoeira para quem? Para nós, não. Nós preferimos interpretar a raposa como um animal que representa a ambivalência humana. Mas não é só por todos esses significados que as tatuagens de raposas ganharam fama, temos raposas famosas na literatura mundial: seja a raposa de Esopo, ávida pelas uvas maduras, mas que não pode ter, e assim desdenha das mesmas; seja pela encantadora — já nos cativou, percebem a petulância? — raposa de O Pequeno Príncipe. O livro é um clássico, escrito em 1942 por Antoine de Saint-Exupéry que conta a história de um menino que foi coroado príncipe de seu próprio planeta, o asteroide B612, onde ele cultiva sua rosa e os gigantes baobás. O livro é o terceiro mais vendido no mundo, só aqui no Brasil vendeu 8 milhões de exemplares. A obra resgata a criança que cada um traz dentro de si e nos faz refletir sobre responsabilidade, ética, beleza e amor. E a raposa do livro transborda virtude e afeto. Sábia, ensina o principezinho que cativar quer dizer conquistar, e para tal, requer responsabilidade: por um amor, por um amigo, e pelo que conquistamos em nossa vida pessoal e profissional. Ah, não podíamos esquecer que a raposa também é mascote da profissão de jornalista. Por tooooodos aqueles significados: astúcia, observação, inteligência… a modéstia passou longe das jornalistas do Tattoo2me :-P

Tatuagem po r Marcella Alv es

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Thiago Scap: Avenida Cristรณvรฃo Colombo, 501 | Savassi | Belo Horizonte-MG (31) 99168-4914

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A ARTE DE GRAFITAR E TATUAR EM UMA SÓ PESSOA

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tatuador e professor de artes Thiago Scap, de 32 anos, fez sua primeira tatuagem aos 12 anos e hoje possui aproximadamente 50 trabalhos espalhados pelo corpo. Scap alega que sempre foi um amante da bela arte e ainda criança teve vontade de ser tatuador. “Eu tinha um primo mais velho que já era todo tatuado e eu achava o máximo. Fiz a minha primeira tatuagem com um colega que tinha a manha, escondido dos meus pais que, quando descobriram, quase me deram uma surra”, conta. Thiago, que nunca se arrependeu de nada do que fez nessa vida comenta que quando fez a primeira tatuagem a coisa desandou. “Parece que foi um surto contagiante. Fui fazendo uma atrás da outra. É uma coisa altamente viciante”, afirma. Scap ainda conta que, como quase todo tatuador, no início sofreu certo preconceito por parte de algumas pessoas. “O preconceito sempre existirá, mas essa fase já passou e todos que me conhecem sabem quem eu sou”, pondera Thiago. Scap, que tatua apenas há três anos e meio, alega que sempre quis ser tatuador, mas o destino o levou a trabalhar antes como professor de artes na rede municipal de BH e grafiteiro, profissão que o mesmo exerce até os dias atuais. “Eu tinha um amigo que tinha um estúdio montado e as vezes eu ia lá e ficava observando o seu trabalho. Mas quem me colocou nesse meio mesmo e me deu grande incentivo foi um grande amigo da faculdade que era tatuador e me deu esse empurrãozinho. Lembro que ele me presenteou com um kit tatuagem muito bacana”, salienta. O tatuador, que trabalha na Souless Tat-

too na Savassi, afirma que já até teve seu próprio estúdio, a DNA Tattoo, durante um ano e meio, mas hoje em dia trabalha prestando serviços para os donos desses estabelecimentos. “Acho mais vantajoso e bem mais rentável trabalhar nesse regime de parceria do que de outro jeito. Eu faço meus horários e vou trabalhar os dias que quero e tenho clientes sem compromisso de horário”. Thiago sempre teve gosto por um bom trabalho e tenta conciliar sua outra grande paixão que é a arte de grafitar, de onde veio o seu sobrenome. “O curioso é que minha tag, ou seja, minha marca registrada do grafite é Scap e levei esse diferente nome para o mundo da tatuagem”, comenta. Thiago formou-se em artes plásticas pela UEMG e trabalhou como professor, mas largou tudo para se dedicar ao grafite e à tatuagem. Sua especialidade nesse vasto mundo das tatuagens é o realismo nas cores preto e cinza. “Isso é um desenho mais próximo do mundo real nas cores preto e branco. Mas trabalho também com todas as cores e faço qualquer trabalho que o cliente pedir. Prefiro trabalhar com realismo, pois acho mais bacana e nos transmite aquela sensação de própria realidade mesmo”, afirma Scap. A tatuagem que Thiago mais gosta de todas espalhadas pelo seu corpo é uma lata de spray que o mesmo tem um carinho especial por ela. “Esse spray que tenho tatuado em meu corpo representa a arte urbana, ou seja, o grafite. Amo essas duas artes de paixão e para mim grafite e tatuagem andam juntos e são parte da minha vida“, diz.

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Studio Rua Rio de Janeiro 927 - loja 14 - Galeria C&A

Studio Rua Tupis 449 - Galeria Tupis

(31) 2555-1915

(31) 2526-6130

(31) 8859-6130

Horário de Funcionamento: Seg a Sex de 9:30h às 19h Sábado de 9:30h às 13h

(31) 8811-6338 Horário de Funcionamento: Seg a Sex de 9h às 19:30h Sábado de 9h às 16h

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VENCENDO OBSTÁCULOS ATRAVÉS DA ARTE por Elias Costa

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desenho sempre fez parte da vida de Niuk. Os amigos costumavam dizer que um dia ele seria um tatuador profissional. Em suas recordações de infância, ele conta que observava seu irmão mais velho fazendo algumas tattoos utilizando aparelhos caseiros, ferramentas de sua própria invenção. “Isso sempre me inspirou, mesmo eu sendo ainda pequeno, já tinha o intuito de ser um artista.” Com o passar do tempo ele passou a trabalhar com outras coisas totalmente fora do universo da arte. Um dia, ao viajar para a cidade de Entre Rios de Minas para passar um carnaval a convite dos amigos, ele conhece alguns tatuadores e fez a sua primeira tatuagem nas costas. Após esse episódio, ele ganha de presente de dois amigos alguns materiais dos tatuadores que havia conhecido na viagem. Os equipamentos eram básicos demais para fazer um desenho de qualidade e como se não bastasse, havia também a preocupação de como pagar os amigos pelo incentivo. Foi aí que Niuk se decidiu de vez e logo fez o compromisso de retribuir todo o incentivo que recebeu se dedicando somente à arte de fazer tatuagens.

Após adquirir experiência corrigindo tatuagens em um estúdio de Belo Horizonte, ele percebeu que o espaço que tinha estava começando a ficar comprometido. Era preciso dar continuidade à sua arte em um ambiente só seu para que a confiança dos clientes em seus desenhos não fosse abalada. Então, decidiu que era o momento certo de seguir carreira solo. O reconhecimento veio como consequência do trabalho e, mesmo não tendo muito apoio da família, ele conseguiu conquistar muitos adeptos da tatuagem. A busca por inovações em suas artes foi cada vez mais intensa e ele via a necessidade de conhecer a fundo o mundo profissional. Uma grande parte das pessoas que o procuravam o conhecia também por meio dos grafites e pichações que fazia antigamente. O final dessa história pode ser resumido em duas palavras: garra e determinação. Hoje Niuk é dono dos estúdios de tattoo Tribo de Judá, que já somam três lojas. O nome bíblico é uma homenagem à família que tem raízes evangélicas.

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Priscila Lovera

(31) 99400-4687 priscilalovera prilovera@hotmail.com

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DE ESTUDANTE DE ARQUITETURA A TATUADORA por Elias Costa

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riscila Lovera, 23 anos, era frequentadora fiel de um estúdio de tatuagens perto de sua casa em Belo Horizonte. Em suas idas e vindas, algo começou a mudar. A coragem de viver pela arte veio a partir do incentivo de dois amigos tatuadores enquanto ela frequentava o espaço. A estudante de Arquitetura já desenhava, mas após seguir os conselhos dos amigos, passou a se dedicar ainda mais em conhecer e estudar as tatuagens. As dificuldades estão presentes em todos os começos e, de alguma forma, os desafios sempre farão parte da vida de qualquer pessoa que deseja mudar o foco e tentar se realizar em outras áreas. Até o primeiro semestre de 2015, Priscila ainda estudava Arquitetura; porém já começava a fazer alguns desenhos e pinturas em shapes usados. Seu objetivo era

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conseguir dinheiro suficiente para investir nos materiais de tattoo. A paixão pela arte em shapes fez com que ela se dedicasse a estudar desenhos e num período de seis meses ela se reservou a esse trabalho. Atualmente, o hábito de desenhar em shapes é mais uma curtição para ela. Tem 5 meses que a jovem tatuadora passou a viver exclusivamente da profissão. As primeiras tatuagens foram feitas em sua própria casa. Hoje o espaço já é outro; ela montou um estúdio em um bairro da região centro-sul de BH. O apoio da família e dos amigos foram essenciais nesse novo desafio. Ela destaca: “Meus pais me apoiaram desde o início”. As dificuldades são bem menores quando há pessoas capazes de incentivar e, nesse caso, o amigo e tatuador Fred Viggiano é também uma influência profissional para ela. O estilo que ela mais gosta é o neo traditional. Na busca pela perfeição da arte, ela se espelha em outros artistas; dentre eles estão dois brasileiros: Lorena Morato e Alex Lazzarini e Tim Tavaria. O número de tatuadores tem crescido muito e isso não significa um problema para Priscila Lovera. Mesmo que exista, o preconceito para ela ainda é algo desconhecido dentro da profissão. O incentivo sempre esteve presente por parte dos amigos mais experientes e, como consequência, também passou a ser admirada por novos colegas tatuadores. “Paz e amor” são as palavras que ela utiliza para resumir o seu trabalho. E por que não usar o mesmo clichê de sempre? Que cada um deve seguir aquilo que ama e sabe fazer, que nada é tão fácil, porém muito mais gratificante é poder trabalhar com aquilo que nos realiza!


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OLD DOGS TATTOO Rua Alenquer 445, Jardim Alterosa Betim-MG


CONTATO José Neto: (31) 99911-6512 Geisi Ferreira (Piercing): (31) 97581-340 Álvaro Rinco: (31) 99341-7309


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ARTE DA TATUAGEM COM O INCENTIVO DO PAI

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tatuador José Sebastião de Oliveira Neto, mais conhecido no mundo das tattoos por Jneto, seguiu os passos do pai que era um tatuador das antigas e teve todo o apoio do mesmo. Proprietário do recente estúdio Old Dogs Tattoo no bairro Jardim das Alterosas em Betim-MG, Jneto afirma que fez a sua primeira tatuagem aos 19 anos. “Não fiz muitas tatuagens e hoje tenho somente sete trabalhos mas gosto muito de todos. Sempre gostei muito de artes e desde cedo desenhava. Meu pai, Regis Tattoo, que é meu grande mentor e era tatuador também me deu um grande apoio e incentivo para essa profissão. Hoje ele não tatua mais e me deixou o seu legado” comenta Jneto, de 25 anos. Tatuando desde 2009, Jneto, que é de São Paulo, mudou-se para BH e se ingressou de vez no mundo das tattoos. “Na verdade, eu trabalhava em vários estúdios como parceiro de vários tatuadores e as vezes tatuava em casa mesmo. Aperfeiçoei e aprendi muitas técnicas de tatuagens enquanto trabalhava para os outros. Os caras são sangue bom e me deram muita força. No final de 2012 eu e um outro tatuador resolvemos abrir nosso próprio estúdio mas a coisa não deu certo e resolvemos desfazer; mas acontece e bola para frente.” relembra o tatuador. No mês passado, Jneto, em parceria com outro amigo, o tatuador Álvaro Rinco, resolveram criar a Old Dogs Tattoo.

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“Faço o que gosto e acho que o bacana é estar bem consigo mesmo.”


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O tatuador afirma que não sofreu preconceito por parte de amigos e familiares e que todos aceitaram na boa a começar pelo seu pai. “Minha família e amigos íntimos não tiveram preconceito porque já me conheciam e sabiam que eu gostava da arte e não se opuseram. É claro que as pessoas, de um modo geral, tem certo receio com quem tem tatuagens pela imagem que passa, mas depois se acostumam e já era. Faço o que gosto e acho que o bacana é estar bem consigo mesmo.” salienta Jneto Jneto afirma que antes de ser tatuador profissional, tinha sido office boy, metalúrgico e atendente de lanchonete. Resolveu largar tudo e dar uma guinada em sua vida se dedicando exclusivamente ao mundo das tattoos. “Eu trabalhava nesses lugares, vi que não era minha praia e resolvi largar tudo para viver do trabalho de tatuador, que é muito gratificante. Sempre tive vontade de ter meu próprio negócio e sempre quis oferecer para o cliente o que eu queria para mim”, ressalta o tatuador que conta com a ajuda da body piercing Geise Ferreira e a aprendiz Fernanda Alves que o auxilia na parte burocrática do estúdio. Jneto afirma que não tem nenhuma especialidade e realiza qualquer trabalho que o cliente desejar, mas que prefere trabalhar com full color. “Faço qualquer trabalho, mas estou tentando aprimorar essa técnica na qual gosto muito e tenho estudado bastante; as cores preto e cinza em geral. Acho essas cores neutras muito legais de se trabalhar”, pondera o tatuador. Jneto tem uma relação especial com sua tatuagem preferida que é o desenho do Poseidon no braço esquerdo. “Tenho um carinho especial com essa tattoo pelo fato de um tatuador famoso e que eu admiro ter tatuado em mim e de ter sido um dos meus incentivadores além de meu pai”, finaliza.

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Savassi - Av. Cristóvão Colombo 532. Tel.: 3261-4233 Buritis - Av. Professor Mário Werneck 2472 Tel.: 3504-7747 Bairro Ouro Preto - R. Monteiro Lobato, 380 loja 27. Tel.: 3327-6855 Shopping Hot Point - Av. Cristiano Machado 1794. Tel.: 3031-0243 Minas Shopping - Piso L2. Tel.: 3653-0800 Shopping Estação BH - Piso L3. Tel.: 3656-6855 Shopping Contagem - Piso L1. Tel.: 31 7361-9313

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Foto: Revista Viver | Fev 2015

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AS NOVAS TENDÊNCIAS DA MODA DITAM NÃO SÓ UM ESTILO DE ROUPAS, MAS CRIAM ESTILOS DE VIDA por Elias Costa

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brasileiro sempre gostou de ser ousado, criar e recriar estilos principalmente com roupas é uma arte que ele desenvolve com muita maestria. Para atender os mais variados públicos, é necessário trazer inovações visando o que fez e ainda faz sucesso entre as gerações. Numa era de conflitos políticos, éticos e sociais, a diversificação traz à tona uma liberdade de ser alguém livre, sem restrições do que é ser politicamente certo ou não. As roupas que usamos tem a capacidade de revelar sentimentos e até mesmo identificar nossas escolhas sejam elas políticas, musicais, sociais, etc. A proposta é sair do fluxo, reinventar um novo caminho, dar liberdade as pessoas de decidirem ser o que bem entendem, esse é o foco! Há 10 anos a Nobre Pecadores, localizada na região da Savassi, vem conquistando seu espaço com um diferencial único, comercializando produtos voltados para os moldes descolados e cult. Sob o comando

do estilista Carlos Ferrer, a loja atende todas as faixas etárias e tem o compromisso de levar os clientes a serem criativos na hora de vestir. Engana-se quem pensa que as crianças não gostam de vestir roupas estilosas; até elas já sabem muito bem o que fica mais bonito. A época é bem favorável aos personagens de filmes infantis, heróis de revistas em quadrinhos e artistas da música, como por exemplo, do rock n’ roll, e consequentemente isto é um fator determinante na hora de adquirir um vestuário elegante. Para o público que gosta de artes, é possível encontrar roupas com estampas das séries de sucesso da tv, estampas de grandes filósofos e escritores da literatura brasileira. Apesar dos gostos entre jovens e adultos serem bem diferentes, isso já tem sido minimizado com as tendências mais modernas, pois, à medida que novas formas de vestir vão surgindo, a mentalidade das pessoas também vai se transformando. Ou seja, o que um dia foi “brega”, hoje é um estilo próprio de vida. Já as mulheres são especialistas em combinar até mesmo uma roupa velha com uma mais nova. Ser criativa é uma habilidade incontestável que elas possuem. Sendo assim, a loja oferece uma linha de peças exclusivas e bem elaboradas em patchwork, saias e vestidos. Num tom bem eclético, os acessórios por sua vez, completam as diversidades dentro da loja, os chapéus, bolsas, cintos e carteiras dão um toque todo especial em todos os estilos. O objetivo é sempre fazer algo diferente, trazer singularidade e tirar o cliente da mesmice. Contextualizado com o mundo atual, a Nobre Pecadores é especializada em inovar. Ao longo dos anos sua marca ganhou notoriedade e fez com que ela fosse reconhecida pelos trajes mais alternativos.

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T.A. TATTOO SOCIAL CLUB

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(31) 99228-4899

ta tattoo

thiiagoaugusto

thiiagota


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A TATUAGEM É UM ESTILO DE VIDA por Elias Costa

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udo começou quando Thiago Augusto decidiu fazer uma tatuagem e conhecer de perto a profissão. Costumava admirar pessoas tatuadas, porém não tinha conhecimento de como era a rotina de um tatuador profissional. Desde a época do colegial o desenho era um hábito muito presente na vida dele, motivo pelo qual se dedicou a fazer cursos de grafite e mangá em uma das escolas onde estudou. Iniciou tendo algumas dificuldades em encontrar alguém que pudesse passar algumas noções básicas, como regulagem de máquinas e até mesmo passar o desenho por estêncil. Graças a um amigo que já era tatuador naquele período, o Higor, que era dono do Estúdio Crazy for Tattoo, é que as técnicas foram se tornando mais fáceis de aprender. A internet auxilia muito qualquer pessoa e os tutoriais podem ajudar no momento das dúvidas de como fazer um determinado desenho ou ter noções de como colocar em prática uma arte nova. Esse suporte Thiago não teve. Os começos são sempre difíceis, por isso o jeito foi seguir na raça e insistir em aprender com quem já tinha experiência. O que ele mais percebe hoje nesse seguimento é que muitos profissionais por mais que sejam muito experientes, não gostam de passar adiante as técnicas que eles utilizam. Infelizmente, isso se torna um grande problema porque existe uma turma nova entrando para o mercado e muitos têm a necessidade de acompanhamento, de ajuda nos primeiros desenhos. Tem cinco anos que Thiago Augusto trabalha como tatuador e ao longo desses anos

ele tem se especializado em caligrafia e também em desenhos indianos. O próximo passo é se especializar em realismo. E ele dá uma dica para quem está iniciando: “Nunca desistir. Por mais que seja difícil o caminho, sempre persistir; procurar estudar e evoluir sempre tanto como pessoa quanto como profissional”. Quem gosta da arte deve se manter comprometido e ter a consciência de que isso não é apenas uma profissão; é também uma forma de expressar aquilo que você vive. Thiago gosta sempre de usar uma frase dita por Marcelo D2, “Nada pode me parar”, expressão usada em um de seus discos e que se tornou um mantra para ele.

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SPARTAN INK


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Endereรงo: Rua Espinosa, 590 | Carlos Prates | Belo Horizonte - MG (31) 99386-1732

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É ESCOLHA E É DESTINO por Ana Carolina Souza

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u me sinto gratificado por ser um dos profissionais que levam esta arte do papel, essa marca, para a pele”. Hoje com 34 anos, o tatuador André Castro Savastano, dono da Spartan INK, localizada no bairro Carlos Prates (Rua Espinosa, 590), conta com 14 anos de experiência no ramo. É registrado como tatuador desde 2006 e também tem experiência em instrumentação cirúrgica, o que garante um maior comprometimento higiênico com seus clientes. Desde criança já se interessava e procurava se aperfeiçoar no meio artístico. Alguns anos depois, fez sua primeira tatuagem com Ricardo KM, que posteriormente viria a se tornar uma de suas inspirações que o levaria a se tornar tatuador. Mas nem sempre este foi um sonho para ele. Sua primeira meta de vida foi a medicina. Descobrindo muito tardiamente o seu gosto pela área médica e vindo de uma vida de estudos no ensino público, não conseguiu dar prosseguimento a este sonho, mesmo se esforçando muito para isto. Mesmo não sendo sua primeira opção na época, André revela que depois que conheceu o ramo da tatuagem tomou gosto e um amor incondicional por ele. E foi onde se fixou com muita dedicação, esforço e amor. Em 2002, começou a se aprofundar mais no assunto e, junto com Paulo Multari, seu primeiro sócio, amigo, e hoje considerado por ele um dos melhores ministrantes nas técnicas de aplicações de piercings para body piercings, procurou informações sobre como montar o primeiro estúdio e as perspectivas de ganhos. E, então,

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com muito empenho, se tornou tatuador. Não é segredo que, infelizmente, a tatuagem em muitos lugares ainda é um tabu. Sua maior dificuldade no início da carreira foi o fato de Belo Horizonte ser muito tradicional na época. André conta que os profissionais não costumavam trocar experiências, sendo assim muito difícil encontrar tutores e workshops sobre o assunto. Além da dificuldade de aprender, o investimento em materiais de qualidade também era muito alto. “Lembro-me que para começar na época, gastei 10.000 reais, no escuro, que consegui com muita ajuda dos familiares sem saber se ia conseguir prosperar no ramo”. Para André, este ramo significa uma geração de guerreiros, marcados pela arte de seu meio de convívio. Ele diz que chegou a se questionar algumas vezes se era isso que a vida reservava para sua carreira profissional e com o tempo, por mais que o preconceito o fizesse pensar em desistir, algo sempre o trazia de volta. “Eu me sentia obrigado a estar ali, mesmo que por prazer”, relembra. O apoio da família foi essencial para que André desse seus primeiros passos no ramo, mas foi sua dedicação, coragem e o afinco que o levaram a se tornar hoje o profissional que é. “O bom de tudo isso foi que notei que não há recompensa com pouco esforço. O ser humano costuma procurar os maiores benefícios com os menores esforços. É natural e instintivo, mas não vê que quanto maior sua dificuldade no início, mais fácil ficará superar os obstáculos com o passar do tempo”, conclui.


Foto: CĂŠsar Bonfim

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TATTOO WEEK SP 2016 DE TATUAGENS DO MUN FAMOSOS E LANÇA ÚLTIMA

Foto: Victória Rapanelli

6 ª edição do evento bate recorde de público e reune mai

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: A MAIOR CONVENÇÃO DO REÚNE TATUADORES AS TENDÊNCIAS DO SETOR

s de 57 mil pessoas na Expo Center Norte, em São Paulo.

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Personagens inusitados, profissionais de diversos países, shows, workshops, concursos de tatuagem e Miss Tattoo Week foram algumas das atrações da edição 2016 da Tattoo Week SP, que hoje ocupa o posto de maior convenção no mundo. por Victória Rapanelli (Assessoria de Imprensa Tattoo Week)

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6ª edição da Tattoo Week SP, considerada a maior convenção de tatuagem do mundo, movimentou a capital paulista nos dias 22, 23 e 24 de julho. Batendo todos os recordes dos anos anteriores, a Tattoo Week recebeu cerca de 57 mil visitantes durante os três dias de evento. Este ano, o evento contou com 575 stands e cerca de 3.400 artistas de diversos países, como: Argentina, Chile, China, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Japão, Peru, Portugal, Venezuela e Brasil, que trouxeram as novidades e tendências do universo da tattoo e body piercing. As estrelas dessa edição, os americanos Chris Nunez (jurado do programa Ink Master) e Chris Garver, mostraram toda a genialidade que saem de suas agulhas durante todos os dias. Conceituados

no mundo todo, os tatuadores ainda fizeram questão de interagir com o público brasileiro e tiraram muitas selfies com os visitantes. Para a vinda dos artistas, a Tattoo Week SP contou com o patrocínio da marca MCD (More Core Division). Celebridades como a jogadora de vôlei Thaísa Menezes, o atleta paraolímpico Fernando Fernandes, os surfistas Ícaro Rodrigues, Stephan Figueiredo e Renan Faccini, o apresentador Otávio Mesquita e a DJ Sabrina Boing Boing marcaram presença. Também rolou muita música de qualidade. Se apresentaram no palco principal as bandas Dead Fish e Família Madá. Já no palco garage do stand da marca MCD aconteceram apresentações com o Edi Rock (Racionais Mc’s), a discotecagem do João Gordo e o show da cantora Luana Camarah. Foto: André Storino

Chris Nunez e Chris Garver no stand da MCD

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Fotos: César Bonfim

MISS TATTOO WEEK SP

Bruna Macedo, a Miss Tattoo Week São Paulo 2016

Este ano, a Tattoo Week realizou o concurso para eleger as mais belas tatuadas. A vencedora desta edição foi a piercer Bruna Macedo, de 25 anos. Em segundo lugar ficou a piercer Renata Molina, de 29 anos, o terceiro lugar com a tatuadora Cris Piza, de 27 anos e a Miss Simpatia, que ficou com a modelo alternativa, Jayne Ribeiro, de 20 anos. O concurso contou com 15 finalistas que foram avaliadas por um júri especializado, que usaram critérios como simpatia, tatuagem, atitude e estilo para definir a campeã.

Aficionados por motores também encontraram na Tattoo Week um espaço garantido. É que a convenção contou com apresentações do reality Lowrider Brasil (Japonês e Alemão Otra Vida), do canal Discovery, mostrando todo o universo de quem vive a cultura automotiva chicana. Já para quem tinha curiosidade de saber como é tatuar, o evento disponibilizou gratuitamente o espaço “Experimenta Tattoo”. Ficaram à disposição do público máquinas de tatuagens, tintas e peles sintéticas. Quem também marcou presença no evento foi a Warner Bros. Pictures para divulgar o aguardado filme dos mais perigosos supervilões do cinema, Esquadrão Suicida. Em seu stand, os visitantes puderem fazer tatuagens de decalque dos personagens do filme, como Arlequina, Coringa e Pistoleiro. Além disso, também puderam se transformar em alguns dos personagens do longa com maquiagens.

Foto: César Bonfim

ATRAÇÕES PARA TODOS OS GOSTOS E ESTILOS

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CURSOS E CONCURSOS DE TATUAGEM

Sábado (23/07) Artfusion: Brian Dias Comics: Klebys Soares Old School: Lauro Tribal: Felipe Soares Colorido: Ferrugem Pontilhismo: Djorges Preto e Cinza: Fernando Souza Costas: Julio César Melhor de Sábado: Jay Freestyle.

Fotos: César Bonfim

Domingo (24/07) Extreme oriental: Eduardo Oliveira New School: Bill Oriental: Juliano Temas Brasileiros: Alexandre Bage Realismo: Fernando Tampa Neo Traditional: Felipe Videira Portrait: Matheus Body Play: Greg Oliveira Melhor de Domingo: Alvaro Serafim. Melhor da Feira: Jay Freestyle.

Foto: Tattoo2Me

Sexta-feira (22/07) Série de Desenho P/B: Samurai Série de Desenho Colorido: Filipe Tonon Lettering: Baganos Aquarela: Francisco Piercing Simétrico: Jéssica Piercing Exótico: Cris Piercer Biomecânico/Orgânico: Sagra Sayas Melhor Máquina: Jaba. Melhor de Sexta: Jay Freestyle.

Fotos: César Bonfim

Também foram oferecidos diversos workshops, como do mestre em hiper-realismo Eze Nunez, palestras em parceria com a La Roche-Posay, do Projeto “Arte Consciente” e muito mais. Durante a feira, também foi lançado pela marca Eletric Ink, uma máquina de tatuagem totalmente silenciosa. Para os profissionais da área, o evento realizou competições entre os artistas, para decidir quem é o melhor em mais de 20 categorias. Confira a lista dos vencedores:

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Fotos: Tattoo2Me

“A Tattoo Week hoje é mais do que uma convenção para tatuadores e admiradores da arte impressa na pele. Hoje promovemos um evento para toda a família, com muitas atrações, shows e entretenimento de forma integrada e que agrade todos os públicos. E o resultado disso tudo, foi a visita de cerca de 57 mil pessoas nos três dias”, comenta Enio Conte, idealizador e um dos organizadores da Tattoo Week SP. Vale ressaltar, que este ano, a Tattoo Week SP deixou o posto de maior convenção de tatuagem da América Latina e passou a figurar o top da lista de convenções ao redor do mundo após o crescimento de 25% do número de stands e profissionais em relação ao ano anterior. E não para por aí. A próxima ação da organização da Tattoo Week é promover um evento de tatuagem dentro de um shopping da capital paulista em novembro. Em breve mais informações no site: www.tattooexperience.com.br

O IMPACTO SOCIAL DA TATTOO WEEK SP Muito além de promover a valorização da arte impressa na pele, a Tattoo Week SP é também uma convenção de solidariedade. Todos os anos, a organização conta com o ingresso social, que consiste na entrada pela metade do valor com a doação de um quilo de alimento não perecível. A instituição beneficiada é a Casa de David, que está localizada em São Paulo, e que conta, atualmente, com mais de 400 assistidos com deficiências físicas e mentais dentre os quais dezenas encontram-se em leito hospitalar. A casa aloca os enfermos em diversos pavilhões, visando oferecer a

cada um dos internos, dependendo de suas necessidades, uma estrutura adequada para o atendimento clínico, alimentar, higiênico, de lazer e de repouso. Mensalmente, a Casa de David consome cerca de 15 toneladas de alimentos, cinco mil unidades de produtos de higiene pessoal, cerca de 10 mil peças de produtos de enfermagem e 10 mil produtos de limpeza. O valor final da contagem dos alimentos ainda não foi divulgado devido a triagem e seleção dos mesmos, que pode levar algumas semanas. A expectativa é superar as doações do ano passado que foram de 22 toneladas.

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Foto: André Storino

Foto: André Storino

CONFIRA O QUE MAIS ACONTEC

Foto: César Bonfim

Show da banda Dead Fish foi uma das atrações musicais

Foto: César Bonfim

Vítor Martins, o Papai Noel tatuado

A108 DJ Sabrina Boing Boing também prestigiou o evento

O ex-BBB Renan também aproveitou para fazer uma nova tattoo.


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Foto: César Bonfim

Foto: André Storino

CEU NA TATTOO WEEK SP 2016

O apresentador Otávio Mesquita com várias gatas tatuadas

Foto: César Bonfim

Arlequinas na divulgação do filme ‘Esquadrão Suicida’

Foto: César Bonfim

A jogadora de vôlei Thaísa

João Gordo nas pickups109


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Rua Irineu Pinto, 8 - sala 5 cynthiatatoo@hotma 110


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Cynthia Tattoo

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A DIFERENTE HISTÓRIA DE UMA TATUADORA QUE QUERIA SER JUÍZA Cynthia Amaral nunca havia se interessado por tatuagens e também não tinha habilidade para desenhar; mas uma proposta de emprego aos 17 anos mudou tudo

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trajetória de Cynthia Amaral, 30 anos, como tatuadora foge de qualquer padrão. “Eu nunca sonhei em ser tatuadora. Todo mundo pergunta: Você sempre gostou de tatuagem? Eu respondo: Não, eu nunca gostei. Ou, então, questionam: Mas, você sempre desenhou, não é? Eu digo: Não, nunca desenhei bem”, assume Cynthia que, quando pequena, sonhava mesmo em ser juíza quando crescesse. Ao completar 17 anos, estava terminando o Ensino Médio e foi convidada para trabalhar como recepcionista em um estúdio de tatuagem. Foi lá que tudo começou. “Fiquei durante seis anos nesse estúdio e contei com todo o suporte do pessoal. Dois anos depois de entrar lá, comecei a colocar piercing e, mais dois anos à frente, comecei a tatuar por questão de necessidade financeira mesmo. Não tatuava porque gostava da arte, tatuava porque precisava, mas depois gostei”, completa. Segundo Cynthia, o início da carreira foi muito difícil, principalmente pelo preconceito das pessoas em relação às mulheres nesse ramo. Mas ela insistiu. “Nunca fiz cursos. Fui olhando, me interessando e aprendendo. Quem me ensinou a tatuar foi meu patrão naquela época; ele me passou todo o conhecimento. Quando vi, as coisas já estavam fluindo”, comenta a tatuadora, conhecida pela sua sinceridade. No ano de 2009, decidiu que precisava seguir outros caminhos e, em parceria com uma pessoa que não era do ramo, mas gostava muito de tatuagem, inaugurou o es-

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túdio Making Art Tattoo. “Se não fosse por essa grande amiga, eu não teria meu estúdio hoje”, revela Cynthia, com gratidão. A partir daí, não parou mais. Participou de cursos de desenho e workshops variados em Minas Gerais e também em outros estados, sempre em busca de melhorar seu trabalho tanto como tatuadora quanto como body piercer, que é o profissional que aplica piercings. “É lógico que às vezes a pessoa nasce com o dom, mas a vida não é só isso. Quando você se dedica e investe o seu tempo, perde a sua balada e outras coisas em prol daquilo que você acha que vai dar certo, é super possível. Eu acredito que alguém que não nasceu com uma habilidade pode se esforçar ao ponto de ser tão bom quanto aquele que nasceu”, comenta a tatuadora, sobre o fato de ter tido que aprimorar seu desenho ao longo do tempo. Alguns profissionais já passaram pelo Making Art Tattoo Studio e, atualmente, Cynthia conta com o reforço do talentoso tatuador Gregory Fernandes, que trabalha na área há quatro anos. Ela, que vive do ramo da tatuagem desde os 17 anos, gosta muito de trabalhar com pontilhismo, técnica artística na qual os desenhos são representados por meio de pequenos pontos. “Eu considero as pessoas que trabalham nesse setor como artistas. Não sou perfeita, mas faço bem o que eu faço. Sou reconhecida pelo meu traço, que é mais leve e delicado. Dá pra fazer uma tatuagem legal com um traço firme e fino”, finaliza.


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ALTOS E BAIXOS MARCAM A VIDA DESSE TATUADOR

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á passei por várias situações de preconceito e a que eu mais gostava era quando o povo do ônibus não sentava ao meu lado. Adorava isso! As outras situações eu literalmente ignorava e mandava para aquele lugar!”, revela o tatuador Edinho Freitas, proprietário do estúdio Edinho Freitas Tatuagens, localizado no centro de Belo Horizonte e que está há 16 anos na profissão. Edinho, de 39 anos, já perdeu as contas de quantas tattoos tem em seu corpo e nem faz questão de saber. “Contei até a 20. Depois perdi as contas. Fui fazendo uma atrás da outra”, conta. O tatuador revela que fez a sua primeira tatuagem aos 17 anos por influência de um amigo. “Um grande parceiro montou uma máquina de tatuar caseira, me tatuou e daí para frente foi um pulo. Comecei a gostar do negócio e resolvi virar tatuador. Fui tomando gosto pela arte e pela profissão e já tenho mais de uma década e meia de estrada”, afirma Edinho que trabalhava em uma lanchonete antes de entrar na área. “Depois que entrei nesse ramo e montei meu primeiro estúdio, nunca mais quis trabalhar de carteira assinada para ninguém. Nada nesse mundo paga a sua tran-

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“(...) alguns amigos me ajudaram nessa fase complicada (...). Os caras são sangue bom demais e jamais vou esquecer.” quilidade, sem patrão nenhum ficar te cobrando as coisas”, pondera. A trajetória profissional de Edinho teve altos e baixos. “Depois de uma época envolvido com o álcool, fui obrigado a fechar meu estúdio por uns tempos e alguns amigos me apoiaram nessa fase complicada de minha vida. Trabalhei durante 4 anos em vários estúdios de amigos como parceria. Os caras são sangue bom demais e jamais vou esquecer. Isso agora é passado e bola para frente”, relembra Edinho que ainda conta com a ajuda de dois tatuadores parceiros em seu estúdio. Edinho afirma que realiza todo tipo de trabalho e faz o que o cliente pedir da melhor forma possível. “Costumo fazer todo tipo de tatuagem. Minha técnica preferida de trabalho e a que mais gosto é o realismo. Graças a Deus é a que mais faço em meus clientes. Tem bastante procura por esse tipo de trabalho, pelo menos em minha loja. Trabalhar com tatuagem já é prazeroso e ainda tatuar no cliente um estilo que você gosta é algo sem igual”, conta. O tatuador conta que tem uma relação especial com sua primeira tatuagem e que foi muito marcante tanto pelo momento vivido na época quanto pela sua paixão pelo desenho que foi feito. “A minha primeira tatuagem foi um símbolo da anarquia. Como esse desenho que já tem 22 anos, tenho um carinho especial, pois foi minha primeira e ela, de uma certa forma, me abriu as portas para essa profissão. Gosto dele e pronto”, pondera Edinho que não se lembra, nem de longe, de quantas tatuagens já fez devido ao tempo na profissão. “Impossível contar quantas tattoos já fiz. Não faço a mínima ideia”, finaliza.

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QUANDO UM ESTILO DE VIDA VIRA PROFISSÃO por Elias Costa

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ndré Murilo Catalán passou sua infância e adolescência no Chile, onde morava com a família. Seus primeiros contatos com a tatuagem iniciaram aos 18 anos de idade, logo quando chegou ao Brasil em 2011. No ano seguinte já deu início com o seu primeiro trabalho como tatuador. Na época, ele era estudante de Engenharia Civil, mas admirava a arte desde muito pequeno. Os desenhos e a pintura já faziam parte da sua infância. O primeiro ensino que ele teve, veio através do amigo tatuador Leo Colin, que começou a passar para ele os toques iniciais. André passou quatro meses estudando desenhos e frequentando um estúdio de tatuagem todos os dias até que se viu pronto para se dedicar totalmente a arte. Portanto, havia alguns obstáculos a serem superados. A credibilidade devido à sua pouca idade era um deles. “Muitas pessoas não colocavam fé em mim”, disse ele. A força de vontade e o bom desempenho fizeram com que as dificuldades fossem vencidas e o bom profissionalismo pudesse ser a marca registrada em seus trabalhos. Após desistir da carreira de engenheiro, André foi em busca de sua realização profissional e atualmente o tatuador trabalha no estúdio de tatuagens de Edinho Freitas, em Belo Horizonte. Todos os estilos são bem desenvolvidos pelo tatuador. Não há um modelo que ele tenha se especializado ou que ele prefira fazer. O domínio da arte fez com que fosse possível fazer qualquer desenho. Sendo assim, o velho ditado vem a calhar, até porque o cliente sempre vai ter a razão. Cada desenho traz um significado e geralmente quem faz uma tatuagem a faz por um motivo que envolve sentimento, gratidão ou lembranças.

Há quatro anos trabalhando como tatuador, o trabalho acabou se tornando um estilo de vida. Apenas uma frase traduz para o jovem artista de forma objetiva o trabalho de quem vive da arte de fazer tatuagens: “Tattoo é uma forma de expressão livre”.

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CLASSIC TATTOO: BODY PIERCING E TATUAGENS DE ALTO PADRÃO 124


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as você é tão bonita e trabalhando com isso? Porque você não faz outra coisa”? Foi o que a body piercer e administradora de empresas Anna Luiza de Freitas Coelho, de 31 anos, às vezes escutava de algumas pessoas por causa da profissão que escolheu. Proprietária do estúdio Classic Tattoo localizado na rua Alagoas 1405 - loja 06, na Savassi, área nobre da capital mineira, Anna comenta que sempre teve gosto pela profissão, nunca se arrependeu e que ama o que faz. “Eu ia tentar vestibular para medicina e um amigo meu que era body piercer me chamou para ajudá-lo em seu estúdio no bairro Mangabeiras e, literalmente, me apaixonei pela profissão. Trabalhei com ele durante 10 anos e depois resolvi montar meu próprio estúdio”, revela. Anna conta que, depois que o dono do estúdio em que trabalhava faleceu, ela teve a vontade de abrir seu próprio negócio e fazer seu sonho virar realidade. “O Classic Tattoo é todo personalizado e já existe há um ano e meio. Contamos com uma estrutura de dois andares de 150 metros quadrados cada, com ar condicionado, decoração chamativa, banheiro masculino e feminino, todo conforto e segurança para atender muito bem todos os nossos clientes. Oferecemos serviços de tatuagem e body piercing, vendas de bebidas alcoólicas e destiladas, pequenas guloseimas como balas, chocolates e chicletes. Além disso, nosso estúdio comercializa pequenos souvenires como chaveiros e lembranças em geral, sempre ao estilo dos tatuadores” enfatiza a proprietária. A body piercer afirma que seu estúdio trabalha de acordo com todos a normas de segurança, sempre com material descartável e totalmente esterilizado. “Temos uma sala de esterilização, sala de espera e recepção. Queremos que o cliente tenha uma experiência única e inesquecível ao entrar aqui”, ressalta Anna

Foto: Instagram Carol Moreira (@carolmoreira3)

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Anna (a dir) com a apresentadora da Warner e Youtuber Carol Moreira, que recentemente fez um piercing na Classic Tatoo. que ainda conta com ajuda dos tatuadores e amigos Renato Dias, cujo estilo de trabalho é a tatuagem tradicional japonesa, e Pablo Xamã, especialista em tatuagem old school, além da recepcionista Elaine Ramos. Anna, apesar de ser dona de estúdio de tatuagem, não sabe tatuar; mas tem algumas tatuagens e 16 piercings no corpo. “Já sou body piercer há 11 anos e nunca me arrependi de nada que fiz em minha vida. Gosto do que faço e sou feliz assim. Nunca sofri nenhum tipo de hostilidade por parte de minha família ou amigos, mas é claro que alguns comentários sobre minha escolha profissional foi inevitável de se escutar. Isso tudo é normal e já passou”, pondera. A Body piercer afirma que gosta da equipe que trabalha com ela e valoriza muito isso. “Acaba que vira até mesmo uma família pela boa convivência que temos e tudo isso melhora e agrega valor ao nosso trabalho. Parceria verdadeira é tudo nessa profissão”, finaliza.

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AMOR PELA ARTE por Elias Costa

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mo o que faço e estudo sempre para me aperfeiçoar”. É a frase que expressa a paixão de Cassiano Dellaretti, 26 anos, pela arte de tatuar. Incentivado pelo pai, em 2010 ele se lança em busca de novos desafios e inicia sua carreira trabalhando como tatuador. De onde também tira todo o seu sustento e mantém a sua família. Para ele o começo também não foi fácil. O jovem tatuador não tinha a ajuda que tanto precisava e isto trouxe algumas dificuldades. Alguns profissionais da época não lhe deram apoio, tornando esse começo de carreira ainda mais penoso. A dificuldade financeira por sua vez impossibilitava Cassiano de adquirir os equipamentos adequados, mas como já havia decidido com o que trabalhar, não deixou que isso se tornasse uma barreira. Com o apoio da família e de alguns amigos, ele conseguiu dar a volta por cima e há mais de cinco anos o que ele mais gosta de fazer é ficar dentro do seu estúdio trabalhando. Fã declarado dos estilos comics, neo traditional e new school, Cassiano afirma que é uma das poucas pessoas que pode dizer que ama seu serviço. Alguns motivos explicam muito bem o porquê das pessoas recorrerem à tatuagem como recurso para a sua satisfação pessoal. E para ele, a maioria das pessoas costumam fazer tatuagens por moda, alguns fazem por lembrança de entes queridos e outras fazem na tentativa de melhorarem sua autoestima. Cassiano acredita ainda que trabalhar fazendo

tatuagens não é apenas um estilo de vida, mas como toda a profissão, deve ser algo que você tenha outro motivo além deste, é preciso ter amor de verdade pelo que faz. Para quem quer trabalhar, o mercado se encontra em alta, porém um pouco saturado. Mas ele nos tranquiliza, dizendo: “existem clientes para todos, graças a Deus. Basta fazer o certo e sempre se dedicar”. Suas duas grandes influências nas tatuagens são Giscard Alves e Marcelo Bavosi.

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A TATUAGEM É MEU LIFESTYLE por Elias Costa

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ucas Milagres, 22 anos, é um jovem tatuador que deu início a sua carreira no final de 2013. Como é comum no meio artístico, a maioria dos tatuadores começaram seus primeiros desenhos quando ainda eram crianças. Os primeiros rabiscos foram tomando formas e proporções diferentes; e isto contribuiu para que mais tarde a profissão de muitos fosse definida. Ele comenta sobre sua época de colegial: “Eu era daqueles alunos que conservava mais o caderno ao invés da carteira da escola”. E nessa época Lucas também já acompanhava programas americanos em canal fechado, tais como Miami Ink, Los Angeles Ink, entre outros programas de tatuagens. Apesar de não fazer planos de trabalhar com tattoo, tudo o que envolvia artes chamava sua atenção. Nesse tempo ele já era grafiteiro e skatista, hobby que até hoje ele pratica. A falta de incentivo das pessoas mais próximas foi uma das dificuldades que ele enfrentou. O apoio nem sempre veio do lado de quem mais esperara. Após ganhar alguns materiais básicos de um amigo; luvas, palitos e batoques, ele decide comprar sua primeira

máquina e se dedicar 100% a aprender e criar suas próprias técnicas e também evoluir em vários estilos. Usava um espaço pequeno em sua própria casa. A moral por parte de alguns tatuadores conhecidos em BH também não veio. “Então, a minha influência é Cristo e eu mesmo! Eu mesmo me influencio, me motivo e sou minha própria referência. Claro, não deixo de acompanhar muitos tatuadores da cena de BH ou gringos”, é o que Lucas Milagres conta. Seus desenhos de Maori têm sido umas das tatuagens mais pedidas pelos clientes que chegam no Stúdio Black Diamond Tattoo, localizado no bairro Nova Vista, em Belo Horizonte. Seu estilo próprio consegue recriar todos os desenhos que chegam até ele, pois sempre há algum ajuste a fazer, um detalhe a ser melhorado; até mesmo porque a tatuagem é uma arte muito pessoal, principalmente por parte da pessoa que escolhe o que tatuar. Nessa recente carreira de quase três anos, o tatuador Lucas acredita que o diferencial está na dedicação e no treino, dois cuidados que devem ser observados antes de fazer nome e carreira. Para quem quer trabalhar com tatuagens, o fundamental é praticar os desenhos de alguma forma e não sair tatuando todo mundo, ainda mais se o candidato deseja trabalhar em um estúdio conhecido. Dono do Stúdio Black Diamond Tattoo, Lucas se diz realizado e livre para fazer o que gosta: “É naquele momento de trabalho que estou totalmente relaxado, em paz! É meu estilo de vida, minha válvula de escape, meu respirar e o meu alimentar de tudo aquilo que se resume em Arte!”, finaliza.

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TATUAGENS ARTÍSTICAS

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TEM QUE FAZER O MELHOR PARA SER BOM por Elias Costa

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u comecei a tatuar há seis anos”. E desde então, essa tem sido a diversão de Filipe Alencar, dono do Estúdio Drop Tattoo Gallery, localizado no bairro Fernão Dias, região nordeste de Belo Horizonte. Após passar a frequentar um estúdio a convite de um amigo, ele percebeu que os desenhos que fazia desde criança, poderiam virar artes nas tattoos. Mesmo sem perspectivas profissionais para a área, ele aceitou a proposta de aprender as técnicas com o dono do estúdio que ele tinha o costume de visitar. Sem perder tempo, agarrou a chance e mergulhou de cabeça no desafio de colocar em prática a sua criatividade e encarar uma oportunidade que nem sempre bate à porta. Ele contou ainda que ao começar os primeiros trabalhos, passou uma dificuldade enorme porque ele desenhava apenas por diversão. Na época, Filipe trabalhava de porteiro dia sim dia não e frequentava o estúdio apenas nas folgas. Foi aí que teve de se esforçar muito durante quatro anos nessa rotina para não abandonar a ajuda do professor: “Aí, vi que o buraco era mais embaixo”. Com o passar do tempo, os estudos dos desenhos foram ficando mais sérios, a evolução se tornou um objetivo diário e a identidade foi ficando cada vez mais visível em suas artes. Nos dois últimos anos muita coisa aconteceu, ainda com pouca condição e usando uma máquina emprestada por um colega de profissão, ele conseguiu abrir o seu primeiro estúdio, o Drop Tattoo Gallery. Quanto aos estilos, Filipe se declara bem tranquilo; faz de tudo um pouco. Porém não deixa de ter suas preferências como, por

exemplo, a pintura acadêmica clássica, desenho acadêmico e os desenhos realísticos, sendo esse último o que tem maior admiração. Apesar de tudo, a garra e a coragem pra vencer na vida fizeram dele um lutador incansável. Hoje ele já está abrindo a sua segunda loja e já adquiriu a experiência necessária para transmitir aos novos colegas de profissão. A dica que ele dá é a seguinte: “Em primeiro lugar, saia do whatsapp e desenhe todos os dias. Segundo, tenha paciência. Não é porque você tem uma foto com luva e máscara que você terá clientes. Você terá clientes pelo bom trabalho prestado”.

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ORGULHO DE SER PIONEIRO NA CIDADE

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tatuador Jorge Leonardo Leite, conhecido no mundo das tatuagens como Leo Tattau, de 38 anos, tem 18 anos de estrada e diz que já perdeu as contas de quantas tatuagens tem no corpo; sendo que a primeira foi com 21 anos. “Comecei e não parei mais de me tatuar e hoje posso dizer que tenho aproximadamente 70% do corpo tatuado. Um belo dia estava andando com uma namorada pelo centro de BH, passei em frente a um estúdio e resolvi fazer uma tatuagem. Foi do nada mesmo. Simplesmente entrei e fiz na cara e na coragem”, revela Tattau, que ainda afirma ser amante de desenhos e artes em geral. Proprietário do estúdio Leo Tattau Tatuaria que existe desde 2002 no centro de Lagoa Santa, Minas Gerais, o tatuador diz que também já sofreu preconceito por parte de algumas pessoas pela imagem que uma pessoa tatuada passava há 17 anos. “Alguns anos atrás as pessoas tinham mais preconceito em relação à tattoo. Às vezes, eu chegava a alguma loja ou comércio e não era atendido só porque era tatuado, mas hoje a tatuagem já está mais difundida e é muito mais comum que se imagina. Milhares de pessoas tem algum tipo de trabalho mesmo que seja pequeno”, comenta Leo. Um dos maiores motivos de Leo Tattau ter ingressado na profissão de tatuador foi o imenso gosto pelo desenho e pelos diversos tipos de artes, principalmente as orientais. “Eu desenhava desde cedo e queria usar meu

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talento de forma profissional e confesso que, no início, estava meio sem norte de como fazer isso. Eu frequentava um estúdio de um grande amigo meu que é tatuador e ficava lá observando o seu trabalho e decidi trabalhar com tattoos também”, revela Tattau que ainda conta com ajuda do tatuador e body piercing, Rafael Lago. Antes de exercer a profissão de tatuador, Léo Tattau conciliava o trabalho de vigilante com o de tatuador; mas depois de um tempo, largou para viver da arte. “Eu trabalhava durante o dia como tatuador e a noite como vigilante, mas era complicado essa rotina. Eu também já trabalhei como operador de máquinas bem no início, mas agora virou parte do passado. Quando comecei a trabalhar como tatuador, eu tatuava em casa nos primeiros quatro anos de estrada e depois resolvi abrir meu estúdio”, conta o orgulhoso tatuador que é dono do primeiro estúdio de tatuagem da cidade. Além de ser bastante conhecido por todos na região, uma das maiores especialidades de trabalho de Leo Tattau é o realismo preto e cinza e os desenhos orientais de um modo em geral. “Faço qualquer trabalho que o cliente quiser, mas prefiro trabalhar com esses dois tipos de tatuagem”, pondera Tattau que ainda afirma ter uma relação especial com sua tatuagem preferida que é o desenho de um samurai, ainda inacabado, em suas costas que representa os anos de estrada na profissão e o reconhecimento do trabalho.


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GLEISSON ALVES

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esde pequeno, Gleisson Alves sempre mostrou interesse por desenhos. Na escola, entregava suas provas escolares cheias de desenhos e seus cadernos eram apenas para esse fim. Começou a trabalhar desde muito cedo na rua vendendo “geladinho” para sua mãe e, na medida em que foi crescendo, tornou-se um vendedor de diversos produtos. Estava sempre na batalha. Aos 14 anos, trabalhando como ambulante, conheceu um tatuador que lhe mostrou o mundo da tattoo. Ficou fascinado com tudo aquilo e logo começou a praticar. Não demoraria muito para que seu talento para o desenho, além de seu esforço e dedicação lhe mostraria qual realmente era o seu dom. Nesse mesmo ano, já levara a tatuagem como oficio. Largou as vendas e foi tatuar nas ruas, uma vez que era a forma mais acessível para desenvolver a atividade na época. E seu gosto pela tatuagem não o limitava em apenas reproduzir arte na pele. Gleisson se aperfeiçoou em tudo que envolvia o trabalho. Montou uma oficina de máquinas de tatuagem onde produzia seu próprio equipamento pra tatuar.

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Em 1997, Gleisson começou a concretização de seu grande sonho: Montou seu próprio estúdio. Localizado no centro da capital, a Skin Artes Tattoo foi um dos primeiros estúdios de tattoo de Belo Horizonte, o tornando pioneiro nessa arte na cidade. A partir daí não parou mais. O estudo era o seu grande aliado na carreira. Fez cursos de aperfeiçoamento de tattoo, body piercing, pintura em tela, desenho artístico e se estendia a tudo que poderia contribuir para ser um bom profissional. Hoje é também certificado como fotógrafo e designer gráfico. Começou a dar aulas de desenho artístico e tatuagem para iniciantes na área. Teve muitos alunos que se destacaram também na tatuagem e têm a arte como profissão. Em 2012, teve a grande alavancada na sua carreira. Mudou seu estúdio de endereço, apenas a um quarteirão do antigo e nesse sim, viu seu sonho concretizado. Atualmente com uma clientela formada e fiel, uma ótima estrutura física e uma equipe de trabalho qualificada, o estúdio é referência em Belo Horizonte. Com um curriculo de 24 anos de profissão, com várias participações como jurado e competidor premiado em convenções de tattoo em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e dois prêmios na Argentina, Gleisson segue a frente de seu estúdio ao lado de seus filhos Iury Martins, já consagrado na arte da tattoo; também premiado em várias convenções e dono de um dom herdado do pai; e de Igor Martins que, iniciante, já começou a mostrar seu talento. Também ministra workshops de tattoo para atuantes na área e se destaca com trabalhos no estilo Realismo, Oriental, Maori e Black and Grey. Seu lema é: Sempre procurar evoluir e nunca achar que já se sabe o bastante. Compartilhar seu conhecimento a todos que acreditam na tatuagem como uma grande e bela arte.

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SUSPENSÃO CORPORAL Suspensão corporal é o ato de elevar o corpo com ganchos transpassados na pele, através de perfurações temporárias. É uma arte milenar, que começou a ser realizada em épocas diferentes por diversos motivos.

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origem da prática vem de sociedades pré-letradas, usados para testar a resistência do corpo e da mente em rituais de passagem, de cura, penitência, de devoção a divindades ou como meio de obter visões, deixando o corpo em comunicação com o mundo espiritual. Há três principais povos que deram origem histórica a suspensão corporal que se tem registro hoje: a tribo Mandan, a tribo dos Sioux e os indianos Sadhus.

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Suspensão Lótus (Marcelo)


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O povo Mandan, habitava o vale do Rio Missouri (localizado no Estado do Missouri, Estados Unidos), O auge dos Mandans aconteceu entre 1738 e 1782, quando uma série de epidemias de varíola somadas aos ataques violentos dos índios Sioux (que coincidentemente também praticavam suspensão corporal), acabaram por debilitá-la, extinguindo a tribo por volta de 1860. Um de seus principais rituais era chamado de O-Kee-Pa, O “Drama da Paixão”, encenado a cada verão em todas as aldeias. Eram feitas incisões nas região do peito e/ou costas onde transpassavam os espetos, por onde os iniciados seriam suspensos com auxilio de cordas. Nesse rito, a suspensão tinha um papel fundamental, funcionando como a última prova de dignidade e autoestima. Somente por meio desta morte simbólica, o sofrimento do iniciado terminava e a vida se tornava, então,

suportável, estando agora pronto para se reconstituir como um homem maduro, podendo casar e manipular os poderes que adquirisse. A tribo Sioux, que habitava as regiões de Dakota do Norte e Dakota do Sul, participava de uma cerimônia comum, a Dança do Sol, que acontecia no solstício de verão, quando o Sol está mais alto no céu e os dias são mais longos. Nessa ocasião, eles acampavam em círculo, ao redor de uma árvore de algodão (a coluna do Sol), e construíam um pavilhão circular (o pavilhão da Dança do Sol). Os participantes dançavam em círculo por longos períodos olhando para o Sol, com uma espécie de espeto cravado na pele do tórax, preso a uma corda resistente e amarrada na Coluna do Sol. Em volta da coluna ficavam rezando e tocando-a, para frente e jogando-se com força para trás, até que os espetos se quebrassem ou saíam da pele.

Rito do índios Sioux

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Suspensão Joelho (Sideral)

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Em um método alternativo colocavam dois espetos sob a pele da parte superior da homoplata e amarravam crânios de Búfalo, ficavam andando ao redor do mastro central até a pele ceder ou os espetos quebrarem. É o búfalo, contudo, que constitui o tema principal da dança do sol. O animal era símbolo de vida, responsável pela alimentação, vestuário, abrigo, todos os utensílios e brinquedos para os pequenos Sioux. A vida dos Sioux estava interligada aos búfalos. Isto reforçava o significado simbólico da cerimônia como uma celebração do poder gerador do sol, relação louvada e abençoada com a dança do sol. A cerimônia completa durava 16 dias, sendo oito de preparação, quatro de realização e quatro dias de abstinência, que incorporavam o período de renovação, cura, purificação e oração. Os Sioux acreditavam que a dança purificava e renovava suas almas. Os Sadhus, homens hindus considerados “santos”, figuras extremamente respeitáveis e tradicionais na Índia, vivem, geralmente, em cavernas nas montanhas, nas florestas ou em cabanas improvisadas às margens de rios sagrados. Os Sadhus possuem muitos ritos e superstições em relação à suspensão corporal. Dentro da cultura indiana, por exemplo, é possível ainda encontrar adeptos da suspensão corporal nos chamados Kataragama Festival, que acontecem na área de peregrinação específica. Suspensões realizadas no Kataragama e Thaipusam Festival são feitas de diversas maneiras, variando os métodos e as práticas sugeridas pelo mestre a cada discípulo. É difícil para a civilização moderna entender a importância cerimonial no contexto dessas culturas nativas. No entanto, para os índios, estes são fatores fundamentais da essência da vida. Não há vida sem sacrifícios, e esta era a oportunidade de agradecimento e renovação, o sacrifício da carne reafirma este profundo comprometimento.


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Suspensão Suicide (Deise Piercer)

Hoje, a Suspensão Corporal é utilizada pelos praticantes como superação pessoal, autoconhecimento, autocontrole, evolução espiritual, forma de renovar as energias ou apenas como um esporte, pela sensação que ela nos proporciona. Já a equipe Corpo Suspenso, nasceu do desejo pela superação dos próprios limites, é idealizada e coordenada pelos Suspenders Sideral e Deise Piercer, amantes da Suspensão Corporal, ambos certificados em Suspensão Humana, Biossegurança e Lavagem, Preparação e Esterilização de Materiais. Nosso compromisso é trabalhar com o respeito a Suspensão Corporal, o respeito e a responsabilidade a biossegurança e aos limites do corpo de cada indivíduo.

A equipe hoje é composta por 10 integrantes que realizam encontros privados (para equipe e novos adeptos da prática), bem como se apresentam em convenções, shows e eventos com o intuito de mostrar o amor pela arte, enquanto desfrutam a sensação de voar transmitindo a alegria e a serenidade que estar suspenso os proporciona: a amizade, a confiança, o carinho e o respeito em trabalhar em equipe.

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DERMAFRANCE: REFERÊNCIA NO MUNDO DA TATUAGEM

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Dermafrance Comércio e Importação Ltda é uma loja especializada na venda completa de suprimentos para tatuagens e afins. Localiza-se na Rua São Paulo 409, loja 14, no centro da capital mineira e o telefone de contato é (31) 3272 4634. A empresa já está no mercado desde 2001 e é referência no mundo de tatuagens e piercings em geral, tanto pela qualidade de seus produtos quanto pelo preço justo. A Dermafrance também se destaca pela seriedade e compromisso com seus clientes. Segundo o gerente comercial Marcelo Henrique Pereira, a Dermafrance tem em sua linha de estoque todos os suprimentos necessários ao profissional da tatuagem e body piercing. “Temos agulhas, tintas de diversas cores, linha completa de materiais para micro pigmentação e descartáveis, luvas, batedores de tintas, máquinas de fazer tatuagens e estoque completo para body piercer. Tudo que o profissional da arte quiser para aprimorar e melhorar o seu trabalho, a nossa empresa comercializa”, afirma. Um dos diferenciais da empresa é a fabricação própria dos batedores de tinta e das máquinas de tatuar. “Acredito que esse seja um dos nossos diferenciais, pois como nossa empresa também fabrica essas duas ferramentas tão importantes para desempenhar um bom trabalho, fazemos toda a negociação com o cliente para efetivarmos a venda. Além disso,

vendemos diversos modelos de brincos, piercings, camisas, materiais para design de sobrancelha e maquiagem definitiva”, pondera o gerente. A Dermafrance comercializa seus produtos para todo Brasil e tem pronta entrega para a maioria deles. “Entregamos via sedex para qualquer lugar do país. O cliente pode comprar na comodidade de seu lar pelo nosso televendas ou se o mesmo quiser, temos um site bastante interativo (dermafrance.com.br) em que o cliente pode escolher a vontade o que quiser e nos solicitar um orçamento sem compromisso”, garante Marcelo. Ainda segundo o gerente, a empresa pretende ainda esse ano abrir uma filial Dermafrance também no centro de BH para oferecer cursos diversos ligados à área de tatuagem e body piercing em geral. “Ainda não temos endereço definido. A nossa intenção não é o comércio de produtos e sim oferecer cursos de tatuagens e body piercing ligados à área do conhecimento profissional. Teremos estúdios destinados a tatuadores, de micro pigmentação e body piercing. Vai ser destinado à população em geral, porém com a marca e a qualidade Dermafrance. Acredito que agregar valor ao profissional da tatuagem é extremamente importante. A nossa previsão é que na segunda semana de agosto a nossa filial já esteja funcionando”, finaliza Pereira.

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Rua Geraldo Miranda 56, N. Sra da Conceição (31) 99116-5376 Studio Mafia Cla


o | JoĂŁo Monlevade-MG ndestina


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DA MECÂNICA INDUSTRIAL PARA O STUDIO DE TATUAGEM A trajetória de Egon Dias, proprietário do estúdio Máfia Clandestina, em João Monlevade, começou de forma despretensiosa, mas mudou completamente a vida do tatuador.

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a verdade, eu nem pretendia trabalhar com tatuagem. Ganhei uma máquina de um primo meu, o Brian Dias, e o restante dos equipamentos eu comprei. Até então, trabalhava no ramo da mecânica industrial e não tinha nenhuma experiência, mas várias pessoas me incentivavam dizendo que tinha talento, já que eu desenhava há algum tempo". Dessa forma despretensiosa ele começou a trajetória como tatuador. Impulsionado pelo apoio dos amigos e de L.O., Egon decidiu arriscar e fez sua primeira tatuagem em si mesmo. "Já que, no início, todo mundo precisa ter uma 'cobaia', que eu fosse a minha própria", brinca o tatuador que agora tem quase dois anos de estrada. No início, a rotina da nova profissão acontecia informalmente. Depois de quatro meses tatuando em casa mesmo, recebeu uma proposta de Gasper, dono do estúdio no qual comprava seus materiais e aceitou. "Mudei de cidade, abandonei meu emprego, deixei uma série de coisas para trás e fui", conta Egon, que mudou-se de Ouro Branco, cidade onde nasceu, para João Monlevade atrás de seu novo objetivo. Por um ano, Gasper dividiu tudo o que sabia com Egon, oferecendo uma base sólida de conhecimento ao colega de trabalho, ainda iniciante àquela época. "Ele me dava várias dicas e pegava muito no meu pé para

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eu treinar e estudar desenho. Afinal de contas, um bom tatuador tem que ser um bom desenhista, a meu ver. E na opinião dele, também". Apesar de toda a sua determinação, o começo não foi fácil para Egon. Segundo o tatuador, ele pensou em desistir, mas o apoio que recebeu de várias pessoas nesse período foi fundamental. Entre eles está John Papa que, mesmo sendo tatuador na mesma cidade, sempre o ajudou incentivando-o a desenhar e a estudar. Em relação aos seus pais, por um momento Egon chegou a pensar que, por questões religiosas, eles não o apoiariam, mas ao contrário do esperado, permaneceram ao seu lado. Outra pessoa especial o ajudou em um dos momentos mais críticos que enfrentou, quando estava disposto a jogar tudo para o alto, mudar mais uma vez de cidade e tentar a sorte em outro lugar: "Foi ela (identificada como L.A.) quem não deixou que eu me sentisse desmotivado. Ela brigava, insistia para eu continuar me aprimorando, procurando ser melhor naquilo que fazia". Com o suporte das pessoas que estavam ao seu redor, Egon decidiu, então, permanecer em João Monlevade, cidade que lhe abriu as portas. Há pouco mais de um mês, abriu seu próprio estúdio, chamado Máfia Clandestina e segue agora de forma independente. "A caminhada é difícil, mas a gente vai treinando e cada vez mais as pessoas têm se interessado pela minha arte, mesmo ainda sendo bem complicado trabalhar com o New Traditional aqui, que é o estilo com o qual eu mais me identifico", declara. De acordo com o tatuador, essa dificuldade se dá pelo fato das pessoas ainda estarem muito ligadas às tatuagens intituladas comerciais, frequentemente postadas nas redes sociais e veiculadas na TV aberta. "Algumas pessoas têm receio do novo, então eu abri o Máfia Clandestina, buscando oferecer um trabalho diferenciado para a população", comenta.

Egon conta com a ajuda de outro primo, Adrian Dias, que cuida de questões administrativas do Máfia Clandestina. Em relação ao nome do estúdio, uma curiosidade: De acordo com o proprietário, muitas pessoas o criticaram por fazer referência a grupos marginalizados, mas ele explica: "Nós, na verdade, não viemos para dominar toda a cidade, como as máfias fazem nos locais onde atuam, pois não queremos ser soberbos; mas o nosso foco, o nosso objetivo, é realmente sermos conhecidos nacional e internacionalmente pelo que fazemos. Termos o nosso nome e o nosso trabalho reconhecidos pela arte que desenvolvemos". Sobre o futuro, Egon afirma que pretende expandir seu negócio, mas como ainda não sabe ao certo o patamar que irá alcançar, pretende também viajar e passar por estúdios nos quais tiver a oportunidade de ficar por algum tempo aprendendo ainda mais.

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CORUN TATTOO MACHINE: MÁQUINAS DE TATUAR PERSONALIZADAS

No fim de 2013 nascia a Corun Tattoo Machine, formada da união de quatro amigos que, além do amor e respeito pela arte da tatuagem, tinham em comum a vontade de fabricar máquinas de tattoo.

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dealizada pelo tatuador Clóvis após anos trabalhando na área, que ainda sentia dificuldades para adquirir máquinas mais específicas para cada tipo de aplicação que a tatuagem requer para obter melhores resultados. Até que em uma conversa com o amigo Bruno, que é ferramenteiro, deram início a pequenas reformas e modificações de máquinas e, assim observando a possibilidade de fazerem suas próprias máquinas de tattoo, sentiram a necessidade de formar uma equipe que pudesse fabricá-las com a soma de seus conhecimentos técnicos. Foi aí que se juntaram à equipe o Fabinho, que também é ferramenteiro, e o Pedro, que é engenheiro mecânico. Nascia então a equipe da Corun Tattoo Machine. O nome Corun foi dado pelo Clóvis que, ao ficar afastado da profissão por motivos de saúde, leu um livro de filosofias hinduístas e interpretou uma delas, trazendo-a para sua vida como motivação para um recomeço, que é expressada pelo termo “corun”, cujo significado foi adotado como nome da empresa e é um das filosofias da mesma: o recomeço. Após um período de três anos de estudos, desenvolvimento e testes começaram a comercializar as máquinas e há pouco mais de um ano no mercado, já aparece como uma opção dentre os diversos fabricantes do setor. As máquinas da Corun são fabricadas uma a uma no estilo handmade, onde as customizam tanto no design como na parte funcional, oferecendo como diferencial máquinas específicas para cada tipo de aplicação (fineline, sombreamento, boldline, pintura e etc), que passam por um processo de projeto mecânico onde é usada a parte de conhecimento técnico dos quatro integrantes da equipe para dimensionar os chassis e os componentes das máquina que serão fabricadas. A Corun Tattoo Machine localiza-se na cidade de Pindamonhangaba, no vale do Paraí-

ba, interior de São Paulo, onde residem todos os integrantes da equipe. A sede da Corun fica em uma chácara onde também há um estúdio de tatuagem onde são testadas as máquinas e também são ministrados workshops para tatuadores. Além disso, possuem uma loja no centro da cidade junto com a Squater Tattoo, onde as máquinas são vendidas. As máquinas podem ser compradas tanto na loja física como pela internet através do site e pelas redes sociais, ou até pelo Whatsapp dos próprios fabricantes, onde podem ser definidos os detalhes da máquina a ser comprada. As unidades vendidas são enviadas para todo Brasil via correio. Tendo como nome e filosofia o recomeço, a Corun busca uma constante evolução em seus conhecimentos para melhorar cada vez mais seus produtos a fim de fabricar máquinas cada vez melhores e desenvolverem produtos novos para o universo da tatuagem. Para compra de máquinas e maiores informações:

Site: coruntattoomachine.tattoo Facebook: coruntattoomachine Instagran: @coruntattoomachine Whatsapp: Clóvis: (12) 97402-1215 Bruno: (12) 99131-9610 Pedro: (12) 98171-4710 Fabinho: (12) 99131-0117

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POR LEANDRO MORAES | AO CUBO ESTÚDIO

POR THIAGO SCAP

POR BOZÓ

POR RENATO ALVES | CLASSIC TATTOO

POR MARCOS SOUZA | SKULL TATTOO STUDIO

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POR HENRIQUE PERSIL


POR ALESSANDRO TATTOO

POR ANDRÉ CATALÁN POR CARINA ALOK | ORIGINAL DRAGÃO

POR TATIANA| POLARIS TATTOO SHOP

POR ISADORA CARVALHO | ISA TATTOO ART

POR RONE CARVALHO | FOREVER TATTOO

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POR BLACK DOG TATTOO

POR CYNTHIA AMARAL MAKING ART TATTOO STUDIO POR LEO TATTAU

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POR DROP TATTOO

POR EDINHO FREITAS

POR STUDIO MÁFIA CLANDESTINA


POR GLEISSON ALVES SKIN ARTES TATTOO

POR POR LUCAS LUCAS MILAGRES MILAGRES BLACK BLACK DIAMOND DIAMOND STUDIO STUDIO

POR NEW LOOK TATTOO STUDIO POR JOÃO ANDRADE

POR PRISCILA LOVERA

POR LEX TATTOO

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Rua Lavras, 188 - Loja 01 | SĂŁo Pedro | Belo Horizonte-MG (31) 2514-9028 | 98449-0742 bdtattoostudio blackdogtattoostudio

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Revista Tattoo Brasil #01 - Agosto 2016

APAIXONADO POR DESENHOS DESDE CRIANÇA

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afinidade do tatuador Daniel Ladeira Soares com o mundo das tatuagens vem de família e o mesmo foi extremamente decidido quanto a isso. “Quando eu completei 18 anos, cheguei para minha mãe e falei que ia fazer uma tatuagem e pronto. Como já tenho um primo que é tatuador de longa data, de uma certa forma, nós já tínhamos proximidade com essa profissão da qual sempre admirei. Eu sempre quis ter tatuagem e resolvi fazer, foi basicamente isso”, revela Daniel, de 36 anos, proprietário do estúdio Black Dog Tattoo na Savassi e que ainda pensa em fazer mais algumas tatuagens além dos três desenhos que tem em seu corpo. Tatuando desde 2013, Daniel é formado em design pela FUMEC e sempre esteve envolvido profissionalmente com desenhos e artes. Antes de virar tatuador, já trabalhou como ilustrador, designer gráfico e com produção de vídeos. “Sempre trabalhei com artes, mas com a demanda de serviço do dia a dia eu acabava me distanciando do meu foco principal que era o desenho. Não estava satisfeito profissionalmente. Resolvi largar tudo e virar tatuador porque prefiro fazer o que realmente gosto e porque fica mais bem feito o trabalho”, pondera. O tatuador teve um estúdio próximo à sua casa durante dois anos e resolveu se mudar para um melhor ponto comercial em BH, indo para a Savassi. “Resolvi mudar de ares e divulgar mais o meu trabalho e a escolha de um bom ponto comercial é muito importante

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e ano passado mudamos para cá. Conto com a ajuda de outro tatuador e parceiro que é o Victor Zigui”, revela Daniel, cuja especialidade de trabalho é a técnica do Black Work, que foca a cor preta nas tatuagens e que, segundo ele, fica muito bonito o trabalho. “Acho que tenho uma certa aptidão e gosto por esse tipo de trabalho. Além do estilo neo tradicional que também gosto muito e tenho preferência por essa duas técnicas”, enfatiza. Daniel ainda conta que não tem nenhuma relação em especial com as três tattoos do seu corpo e que gosta de todas. “Tenho uma caveira dentro de uma espada no antebraço, um trabalho estilo maori e outro tipo marajoara na perna direita. Gosto de todas as minha tatuagens de um modo geral, fiz por gosto e acho que esteticamente ficou bom”, ressalta o tatuador que confessa que já perdeu as contas de quantos trabalhos já fez apesar do pouco tempo na profissão. O tatuador, que ainda não tem um nome de profissão definido por ter pouco tempo de estrada, afirma que nunca sofreu preconceito até mesmo pelo fato de ter poucas tatuagens em locais não muito visíveis. “Graças a Deus nunca sofri preconceito ou mesmo algum olhar discriminatório por não ser todo tatuado e as minhas tatuagens serem mais escondidas. Alguns tatuadores tem o estereótipo um pouco agressivo, o que assusta um pouco as pessoas ao seu redor e que não o conhecem direito” finaliza.


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Leve o seu estĂşdio ou o seu trabalho ainda mais longe. Anuncie na revista

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A Tattoo Brasil é uma revista digital voltada exclusivamente para os amantes da tatuagem. Com o aplicativo para smartphones e tablets, nossa publicação se aproxima das plataformas utilizadas pelos leitores e propicia uma interação ainda mais direta com o público. A Tattoo Brasil é completamente focada no universo das tatuagens e traz matérias específicas do tema. Projetos inovadores mudam a forma de se enxergar uma revista. Este é o diferencial da Tattoo Brasil: publicações digitais das quais os leitores podem interagir e compartilhar com os amigos e clientes. Além disso, a Tattoo Brasil contempla com editoriais fixos os principais eventos de tatuagens. A cada edição serão apresentados: Lançamentos, novidades e tendências no mercado de tattoo; colunas sociais; os melhores fornecedores do país e etc. Enfim, tudo que rola no universo da tatuagem de forma atual e inovadora. PERIODICIDADE: Bimestral PÚBICO ALVO: Profissionais e demais entusiastas do ramo de tatuagem. AÇÕES DE DIVULGAÇÃO: Parcerias com instagram tattoo2me, blitz em colégios, faculdades e pontos estratégicos de Minas Gerais com distribuição de brindes e kits promocionais, postagens nas principais redes sociais de convenções de tatuagens.

Anuncie conosco, divulgue o seu trabalho, estúdio, evento ou empresa e chegue mais longe! CONTATO: revistatattoobrasil@gmail.com (31) 97562-9466 - Rodrigo Linhares

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