Para criar é necessário
Curso: Design de Interfaces Gráficas para Multimídia Módulo 1: P e r c e p ç ã o e C r i a t i v i d a d e
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EXPERIMENTAR Excursionar,
fazer um passeio como quem observa da janela do trem uma seqüência de paisagens que passam e deseja ardentemente “incorporar” cada uma delas. Criar é perenizar situações que, por si, são efêmeras. Situações m u l t i s s e n s s o r i a i s ; que manipulamos, ouvimos, cheiramos e ingerimos na nossa vivência cotidiana. Ostrower (2005) escreve que todas as vivências são impregnadas de formas e que são, portanto, matérias de criação. Inclusive atos corriqueiros, como atravessar a rua e observar o redor à nossa maneira: de inúmeros estímulos que recebemos a cada instante, relacionamos alguns e os percebemos em relacionamentos que se tornam ordenações.
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O censo comum considera criatividade privilégio dos gênios e artistas: Comumente rotulamos a pessoas como “criativas” e “não criativas” de acordo com o grau de inovação das coisas que elas produzem. Esta idéia, no entanto, é parte de um equivoco. Não é necessário estar inspirado para criar. O ato da criação não é mágico, como muitos pensam. Ele é muito mais um processo que um “estalo”; até os insights são resultados de árduos trabalhos mentais, ainda que inconscientes. Criar abrange, portanto, a capacidade de compreender, e esta, por sua vez a de relacionar, ordenar, configurar, significar (OSTROWER, 2005, p.09).
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Outro autor, JUNIOR (2000, p. 05) “poetiza”: Toda ingestão pressupõe uma excreção (...) o s e x c r e m e n t o s d a s imagens que devoram imagens s e r ã o s e m p r e m a i s i m a g e n s . Assim, podemos dizer que todas as situações vivenciadas pelo nosso corpo terão de ser excretadas de alguma maneira; serão recontadas em novas imagens, sons, cheiros, em novos materiais. Somos portanto, seres “potencialmente criadores”, dormentes ou despertos.
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O fotógrafo e artista digital Max Sauco experimentou do surrealismo de Dali e recontou-o em suas peças, como aponta o designer Marco Minini e comprovam as imagens desta página:
Figura 1: Dream, de Max Sauco.
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Figura 2: Salvador Dali, 1944. Sonho causado pelo vôo de uma abelha em torno de uma romã, um segundo antes de acordar.
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Como Max Sauco, que “reiventou” Dali, Arthur Bispo do Rosário registrou em suas obras as vivências de seu cotidiano – e mesmo sem saber – conceitos do Dadaísmo
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Vamos
experimentar ?
Vimos anteriormente os conceitos de criatividade e suas relações com o ato de experimentar. Vimos também que o processo de criação se dá a partir dos referenciais que temos das coisas e do mundo. Para concluir esta nossa atividade teórica, vamos visitar algumas páginas interessantes, vivenciar algumas experiências e ampliar o nosso repertório:
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O site Terra enumera alguns museus que oferecem visitas virtuais. Vale a pena conferir (clique no hiperlink) O artista Fernando Velázquez possibilita a compreensão do ato de criar através da obra Your Life, our movie. Acessando você pode digitar uma palavra qualquer para que o sistema gere um filme. (Este é imperdível!)