Catalogo maria carmem 20:08:13

Page 1

Maria-Carmem perlingeiro Luz de Pedra


51


Maria-Carmem perlingeiro

Luz de pedra

Mam - RIO DE JANEIRO 12 de novembro 2012 a 13 de janeiro de 2013

1


2


3


4


Pierre Daix tradução Rafaela Vincensini

Escultura e brilho

Pelo simples título de sua exposição, Luz de Pedra, Maria-Carmen Perlingeiro afirma que, a seu ver, esculpir não é apenas criar um objeto tridimensional, carregado de sentido e beleza, mas igualmente uma irradiação que se desprende desse objeto, ou de sua multiplicação, e que altera a luz do espaço ambiente. Que o arranca daquilo que esperávamos ver. Dessa forma, em pleno século XXI, a artista segue a linha e renova os primeiros traços das esculturas, das montagens em três dimensões que chegaram até nós, como o crânio de urso disposto na Gruta de Chauvet sobre blocos de pedras, dos quais se eleva um plano horizontal, uma base em que ele se destaca, adquirindo o valor de uma peça religiosa. A mesma preocupação com a continuidade das origens se revela na escolha dos alabastros, esculpidos desde o neolítico, mas que Maria-Carmen Perlingeiro sabe iluminar por meio de gravações em ouro. Aos quais ela acrescenta a selenita e seus cristais transparentes. É num duplo diálogo com o espaço que ela nos introduz: no das esculturas propriamente dito, com o brilho de suas formas e a surpresa das incrustações; mas também naquele que ela compõe ao relacionar as peças entre si, ou ao multiplicá-las, a fim de criar um campo de visão renovado, feito para surpreender nosso olhar. De fato, essa multiplicação perturba a ordem que esperávamos para dar entrada ao imprevisto de uma desordem luminosa que transforma o campo visual. A artista acrescenta, como já disse, o que lhe é próprio, o sentido de suas gravações em ouro ou de suas perfurações no mármore, estabelecendo novos diálogos inesperados com a luz. Continuidade no trabalho do alabastro, surpresas na com­binação de matérias, a arte de Maria-Carmen Perlingeiro, por essas associações, pelos contrastes e pelas multiplicações das formas em jogo com a luz, revigora nossa visão.

Sculpture et rayonnement

Par le seul titre de son exposition : Luz de Pedra, Lumière et pierre, Maria-Carmen Perlingeiro affirme qu’à ses yeux sculpter n’est pas seulement créer un objet à trois dimensions, chargé de sens et de beauté, mais un rayonnement à partir de cet objet, ou de sa multiplication, qui change la lumière de l’espace ambiant. Qui l’arrache à ce que nous nous attendions à voir. En quoi, au XXI° siècle, elle poursuit et renouvelle les premières traces de sculptures, d’assemblages à trois dimensions qui nous soient parvenus, tel ce crâne d’ours déposé à la Grotte Chauvet sur un entassement de blocs qui fait jaillir une plage horizontale, un socle où il s’élève ayant valeur d’un assemblage religieux. Même souci de la continuité avec les origines dans le choix des albâtres, sculptées dès le néolithique, mais que Maria-Carmen Perlingeiro sait illuminer par des inclusions d’or. Elle y ajoute la sélénite et ses cristaux transparents. C’est bien en un double dialogue avec l’espace qu’elle nous fait entrer : celui des sculptures proprement dites par le rayonnement de leurs formes, la surprise des inclusions, mais aussi celui qu’elle agence par leurs rapports, voire leur multiplication afin de créer un champ visuel renouvelé, fait pour surprendre notre regard. Cette multiplication bouscule en effet l’ordre à quoi nous nous attendions pour faire jaillir l’imprévu d’un désordre lumineux qui change le champ visuel. Elle y ajoute, comme je l’ai déjà dit, ce qui n’est qu’à elle, ce sens de ses inclusions d’or ou de ses trous dans le marbre, entraînant de nouveaux dialogues inattendus avec la lumière. Continuité de l’albâtre, surprises des rencontres de matières, l’art de Maria-Carmen Perlingeiro, par ces associations, contrastes, multiplications des formes jouant avec la lumière renouvelle notre vision.

5


6


7


8


9


10


11


12


LIONEL GRAS tradução Alexandra Dupont z

Cumplicidade e volúpia

A exposição de MariaCarmen Perlingeiro no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta obras inéditas e retrospectivas, oferecendo um panorama ao mesmo tempo denso e preciso do trabalho prolífico desenvolvido há vários anos pela artista na área da escultura. Com uma coerência constante e um rigor absoluto, a artista brasileira, nascida em 1952, pratica intuitiva e metodicamente seu ofício em Genebra há mais de vinte anos. A exposição LUZ DE PEDRA se desdobra hoje como um caminho trilhado entre os pensamentos e as pesquisas da artista, como uma coleção íntima generosamente compartilhada. A mostra se inicia com uma série de baixos-relevos em forma de “palmilha”, convidando o público a deslocar-se mentalmente, dentro e para além da exposição. Alternadamente, entre a concentração e a dispersão, a exposição permite ao olhar efetuar idas e vindas entre uma observação atenta das obras minuciosamente trabalhadas e a percepção de um vasto universo a ser explorado. Da opacidade à transparência, em graus e camadas sucessivas, dá a descobrir um mundo surpreendente, por vezes silencioso e tranqüilizador, uma poética da essência. Favorecendo a circulação fluida dos visitantes, um conjunto de painéis suspensos, semi-transparentes, propõe linhas oblíquas dinâmicas e visões prismáticas incessantemente renovadas. As diferentes séries de obras apresentadas são valorizadas pela luz natural que as atravessa e pelo espaço bruto do museu, que as cerca. A artista privilegia materiais naturais como o alabastro, a selenita ou ainda o ouro, de uma resplandecente beleza, e gestos dominados, de uma rara e pura elegância. Certas obras nos remetem às origens e aos mundos subterrâneos, parecendo dificilmente datáveis. A escolha de materiais brutos e preciosos, e a opção por certas formas

Complicité et volupté

L’ exposition de MariaCarmen Perlingeiro, au Mu­ sée d’Art Moderne de Rio de Janeiro, présente des œuvres inédites et existantes et constitue un panorama à la fois dense et précis du travail prolifique que l’artiste mène intensément depuis de nombreuses années dans le champ de la sculpture. Dans une cohérence constante et une rigueur absolue, l’artiste brésilienne, née en 1952, poursuit intuitivement et méthodiquement son travail à Genève depuis plus de vingt ans. L’ exposition LUZ DE PEDRA se déploye aujourd’hui comme un chemin à emprunter dans les pensées et les recherches de l’artiste, comme une collection intime généreusement partagée. L’ exposition s’œvre sur une série de bas-reliefs en forme de « semelle » qui invite au déplacement mental, dans et au-delà de l’exposition. Tour à tour, entre concentration et dispersion, l’exposition permet au regard d’effectuer des allers et retours entre une observation attentive des œvres finement travaillées et la perception d’un vaste univers à explorer. De l’opacité à la transparence, par degrés et strates successives, l’exposition met en lumière un monde saisissant, parfois silencieux et apaisant, une poétique de l’essence. Ménageant une circulation fluide au sein de l’exposition, un ensemble de panneaux suspendus, semi-transparents, proposent des lignes obliques dynamiques et des visions prismatiques sans cesse renouvelées. Les différentes séries d’œvres présentées sont magnifiées par la lumière naturelle qui les traverse et l’espace brut du musée qui les entoure. L’ artiste privilégie les matériaux naturels tels que l’albâtre, le sélénite ou encore l’or, d’une éclatante beauté et des gestes maîtrisés d’une rare et pure élégance. Certaines œvres nous renvoient aux origines et aux mondes souterrains, comme si elles paraissaient difficiles à dater. Le choix de matériaux bruts et précieux et de certaines formes génériques et

13


genéricas e arquetípicas acompanham e sustentam esse duplo desejo de, por um lado, inscrever o surgimento da arte e o nascimento das formas na duração, e, por outro lado, situá-las fora do tempo, tendendo ao “horizonte” do absoluto. Maria-Carmen Perlingeiro enfrenta o particular desafio de conjugar uma habilidade notável com uma coerência substancial, uma densidade material com uma tenuidade sugestiva, uma volúpia afirmada com uma cumplicidade manifesta. À primeira vista, o território de Maria-Carmen Perlingeiro parece apreensível de um único olhar. Mais de perto, contudo, vários desvios e fissuras são revelados, dando-nos a perceber, sob diversos aspectos, – como, por sinal, sugerido pelo título da exposição – a dimensão plural e equívoca de seu trabalho. Cada obra pode surgir, brilhar e reluzir, subtrair-se novamente e, progressivamente, iluminar-nos um pouco. Entre minimalismo formal e sugestões figurativas, plenitude e abertura, brutalidade e preciosidade, fração e união, claro e obscuro, as obras se apresentam às vezes como verdadeiros oximoros visuais. Antes de mais nada, convidam-nos a viajar ao âmago das comunhões visuais e semânticas criadas pela artista, que logra, ao mesmo tempo, fazer-nos sorrir, pensar e sonhar. No seu trabalho em geral e nesta exposição em particular, Maria-Carmen Perlingeiro opta por uma escala humana que não somente possibilita à artista fundir-se com a matéria que manipula, mas evoca igualmente uma proximidade e uma familiaridade segura com as obras. Na maior parte realizadas em pequeno formato, entre distância e proximidade, elas parecem, em suma, aflorar o que ao mesmo tempo nos excede infinitamente e nos exalta intensamente.

14

archétypales, accompagne et soutient ce double désir d inscrire l apparition de l art et la naissance des formes dans la durée, et de les situer, comme hors du temps, dans une tension vers l’« horizon » de l’absolu. Maria-Carmen Perlingeiro relève le défi particulier de savoir conjuguer une habileté remarquable et une cohérence substantielle, une densité matérielle et une ténuité suggestive, une volupté affirmée et une complicité manifeste. A première vue, le territoire de Maria-Carmen Perlingeiro semble pouvoir être appréhendé d’un seul regard. De plus près, de nombreux écarts et fissures mis à jour nous laissent percevoir à maints égards – comme le suggère d’ailleurs le titre de l’exposition – la dimension plurielle et équivoque de son travail. Chaque œuvre peut apparaître, briller de tous ses feux, se soustraire à nouveau, et progressivement nous illuminer un peu. Entre minimalisme formel et suggestions figuratives, plénitude et ouverture, brutalité et préciosité, fraction et union, clair et obscur, les œuvres se présentent parfois comme de véritables oxymores visuels. Avant tout, elles s’offrent comme de multiples invitations à voyager au cœur des communions visuelles et sémantiques créées par l’artiste qui parvient tout autant à nous faire sourire que penser et rêver. Dans son travail en général et pour cette exposition en particulier, Maria-Carmen Perlingeiro favorise une échelle à taille humaine qui offre non seulement à l artiste la possibilité de avec la matière lorsqu’elle la travaille mais appelle également une proximité et une familiarité certaines avec les œuvres. Pour la plupart de petit format, entre distance et proximité, elles paraissent en définitive, caresser ce qui, à la fois, nous excède infiniment et nous exalte intensément.


15


16


17


18


19


20


21


22


23


24


25


26


27


28


29


30


Cristina Burlamaqui tradução Alexandra Dupont

Maria-Carmen Perlingeiro

Entre o Monte Cervino, as colinas da Toscana e os morros cariocas, Maria-Carmen Perlingeiro vem construindo sua ‘poética da pedra’. A artista brasileira, radicada em Genebra, na Suíça, expõe sua mais recente produção – torsos e poliedros de alabastro, peles de animais, gelos de selenita, micas de cristais amarradas em placas de acrílico – trabalhos de caráter artesanal, de envolvimento espacial instigante, alcançado por meio da transparência das pedras esculpidas e perfuradas, numa diluição provocada pela luz. A artista vem explorando a sensibilidade do alabastro através de releituras singulares deste material. O alabastro translúcido da Toscana permite a criação de uma aura de luz em “um instante mágico” que se faz aparecer entre o campo espacial luminoso e a escultura de fragmentos. Assim, surgem morros cariocas, torsos, memórias de infância e lembranças, gravadas em folhas de ouro. Tudo é criado para explorar o limite do olhar. A partir de 1983, Carmen começou a esculpir o mármore e, desde então, as pedras têm sido seu material preferido. O Rio de Janeiro tem forte presença nas esculturas e em sua escala de sedução: sua singular lei estética rege o virtuosismo com enorme frescor, e humor. O alabastro, pedra translúcida, mas que também pode ser opaca ao mesmo tempo, de beleza inigualável, chega a atingir uma superficialidade ostensiva de matéria dócil e sedutora nas mãos da artista. A pedra, para ela, se presta a um exercício estético, com acento íntimo e afetivo de fina ironia. Encontrando na Toscana o suporte ideal para sua escultura, ela segue a tradição renascentista, ou seja, sai em busca dos seus blocos de alabastro em seu atelier a céu aberto de Volterra. Ali, escolhe e corta suas pedras em fatias e blocos. Sempre que chega a Genebra, leva a reboque 700 quilos de pedras que irão receber a dedicação de suas mãos, do cinzel e do buril, e das máquinas. Assim, ela se dedica ao trabalho diário e metódico em seu exercício

Maria-Carmen Perlingeiro

C’est entre le Cervin, les coteaux toscans et les collines de Rio de Janeiro que Maria-Carmen Perlingeiro construit sa « poétique de la pierre ». L’artiste brésilienne, basée à Genève, en Suisse, expose sa plus récente production – bustes et polyèdres d’albâtre, peaux et fourrures d’animaux, glaçons de sélénite, et cristaux de mica fixés à des plaques d’acrylique – œuvres à caractère artisanal, faisant participer l’espace à travers la transparence des pierres sculptées et perforées, et de fait diluées par la lumière. L’artiste explore la sensibilité de l’albâtre au travers des relectures singulières de ce matériau. L’albâtre translucide de Toscane permet la création d’une aura de lumière en « un instant magique » qui apparait entre le champ spatial lumineux et la sculpture de fragments. Ainsi surgissent les collines de Rio, les bustes, les souvenirs d’enfance et le passé, ravivés par feuilles d’or gravées. Tout est créé pour explorer les limites du regard. Maria-Carmen commence à sculpter le marbre dès 1983, et, depuis lors, les pierres deviennent son matériau de prédilection. La ville de Rio tient une place importante dans les sculptures et dans leur échelle de séduction: ses lois esthétiques particulières régissent la virtuosité avec beaucoup de fraîcheur et d’humour. L’albâtre, pierre translucide, mais qui peut être en même temps opaque, d’une beauté inégalable, atteint la superficialité ostensible du matériau docile et séducteur entre les mains de l’artiste. La pierre, pour elle, se prête à un exercice esthétique, avec l’accent intime et affectif de l’ironie subtile. Ayant trouvé en Toscane le support idéal pour sa sculpture, l’artiste perpétue la tradition de la Renaissance en partant à la recherche de ses roches d’albâtre dans son atelier à ciel ouvert de Volterra. Là, elle choisit, coupe et découpe ses pierres. Lors de chaque retour à Genève, Maria-Carmen en ramène jusqu’à 700 kilos, qui passeront entre ses mains, travaillées par les gouges, les burins et les machines. De cette manière, son travail quotidien et méthodique se lie à

31


estético e vai concretizar suas descobertas poéticas na fragilidade do alabastro, incorporado-o à luz, conjugando opacidade e transparências. Maria-Carmen costuma viajar pelo menos uma vez, ao ano a Volterra, na Itália, para escolher as pedras brutas do mineral ideal: aquele que possui uma translucidez e uma dureza relativa para explorar seus veios e fornecer uma riqueza visual e tátil. Mais recentemente, encantou-se com as selenitas e as micas de cristais e suas criações sempre exploram a sensibilidade das pedras entre o campo espacial e o campo luminoso. A exposição apresenta Torsos, de alabastro, A bela e a fera – de alabastro e peles de cabra montanhesa naturalmente preta e branca – e os Hot ice, Cones e Cubos, e Micas. As recentes criações em grandes blocos de selenita, pedra mexicana volumosa, mas igualmente translúcida, semelhantes ao gelo, recebem perfurações transversais e gravações em ouro, provocando um olhar vertiginoso entre o cheio e o vazio, o de dentro e o de fora. Assim, a selenita como elemento terra, de aparência vítrea, envolve volume e seu brilho diáfano cria uma conexão com uma energia de forma arquitetônica, assim como, suas formas onduladas e sua transparência agregam o caráter dos corpos fluidos de qualidade límpida. Na série Hot Ice, a artista fura e grava em ouro em uma alquimia de sintonia intuitiva. Ali, circula-se o centro luminoso como que atravessando o infinito. As peças materializam o vazio, e a luz perpassa a solidez da selenita como um Menir, monólito pré-histórico, que incorpora a escala monumental não pelo tamanho, mas pela sua translucidez, quando a peça se agiganta em uma efêmera experiência de tempo-espaço. Em um jogo quase sensual, os dois Torsos crus e nus, talhados com extrema força e leveza, remetem à tradição da escultura e tornam-se atemporais. As Micas, por sua vez, trazem a real dinâmica da velocidade da luz, e são incorporadas ao repertório da artista, que se apropriou dos cristais fatiados em planos sucessivamente paralelos. De aparência também brilhosa, as criações

32

un exercice esthétique et concrétise ses découvertes poétiques dans la fragilité de l’albâtre, en l’incorporant à la lumière, alliant ainsi opacité et transparences. L’artiste a pour habitude de se rendre au moins une fois par an à Volterra, en Italie, pour choisir les pierres brutes de ce matériau idéal: celles qui possèdent une translucidité et une dureté suffisante pour que l’exploration de leurs veines fournisse une richesse visuelle et tactile. Son engouement récent pour la sélénite et les cristaux de mica permettent à l’artiste de poursuivre ses explorations sur la sensibilité des pierres entre le champ spatial et le champ lumineux. L’exposition présente Torsos, en albâtre, A bela e a fera (la Belle et la Bête), en albâtre et peaux de chèvres de montagne naturellement noires et blanches, les Hot ice, Cones e Cubos, et les Micas. Les œuvres récentes, taillées dans des grands blocs de sélénite – pierre mexicaine volumineuse mais également transparente, similaire à la glace – faites de perforations transversales et de gravures d’or, provoque un effet vertigineux, entre le plein et le vide, le dehors et le dedans. En tant qu’élément de la terre, la sélénite, d’apparence vitrée, est tout en volume, mais sa brillance diaphane la connecte à une énergie de forme architectonique : sa transparence et ses formes ondulantes lui ajoutent les caractéristiques des corps fluides de qualité limpide. Dans la série Hot Ice, l’artiste transperce la pierre et incruste l’or en une alchimie de syntonie intuitive. Là, le centre lumineux circule comme s’il traversait l’infini. Les œuvres matérialisent le vide, et la lumière pénètre la solidité de la sélénite comme un menhir, monolithe préhistorique, qui appartient à l’échelle monumentale, non par sa taille, mais par sa translucidité, quand l’œuvre est amplifiée par une expérience éphémère d’espace-temps. Dans un jeu presque sensuel, les deux Torsos, crus et nus, taillés avec une force et une finesse extrême, se rapportent à la tradition de la sculpture et se révèlent intemporels. Les Micas, quant à eux, amènent la vraie dynamique de la vitesse de la lumière, et sont rattachées au répertoire de


em mica irradiam muita luminosidade, quando em escala pequena. Estas fatias amarradas nas placas de acrílico se dinamizam em jogos geométricos sem lógica matemática como as construções ambivalentes de Joseph Albers, pois Maria-Carmen introduziu nas placas de acrílicos shapes de luz triangulares como fachos luminosos. Como parte da exposição, temos ainda os Solados, estruturas que lembram pés descalços subindo os paredões crus de cimento do museu, tentando galgar o impossível! Maria-Carmen Perlingeiro, essencialmente escultora, percebe o mundo dos volumes tridimensionais esculpidos pela luz natural e integra sua poética em uma experiência visual e tátil, imprimindo referências sutis em ritmo de pura beleza.

l’artiste, qui s’est approprié les cristaux découpés en plans parallèles successifs. Brillantes elles aussi, les créations en mica irradient intensément de luminosité, même à petite échelle. Ces tranches fixées sur les plaques d’acrylique se dynamisent par des jeux géométriques, sans aucune logique mathématique comme dans les constructions ambivalentes de Joseph Albers, mais Maria-Carmen insère dans les plaques des shapes lumineuses triangulaires, comme autant de faisceaux de lumière. L’exposition présente également les Solados, sortes de structures qui rappellent les pieds nus, qui semblent vouloir grimper sur les parois brutes en ciment du musée, essayant d’escalader l’impossible! Maria-Carmen Perlingeiro, essentiellement sculptrice, perçoit le monde des volumes tridimensionnels sculptés par la lumière naturelle et inclut sa poétique dans une expérience visuelle et tactile, divulguant des références subtiles au rythme de la pure beauté.

33


34


35


36


37


38


39


40


41


42


43


English version

44

Pierre DAIX

Glowing sculptures

lionel gras

Connivance and voluptuousness

Luz de Pedra [Light and stone]: the title of the exhibition alone is a statement by Maria Carmen Perlingeiro implying that the act of sculpting is not only to create a meaningful three-dimensional object, but also to produce a glow from this object, or from its multiplication, that changes the light of the environment. Tearing it away from what we would expect to see. Following the same lines as the earliest known traces of sculpture, but updating and renovating them in the 21st century, Maria Carmen Perlingeiro’s work recalls threedimensional prehistoric assemblages such as the bear skull in Chauvet Cave, placed atop boulders that elevate a horizontal plane to form a pedestal that highlights the piece and lends it a religious aura. The choice of alabasters, sculpted since the Neolithic Age, shows the same concern for continuity with origins, but Maria Carmen Perlingeiro knows how to illuminate them with gold inclusions, selenite and its transparent crystals. She brings us into a double dialogue with and about space: first with the sculptures themselves, through their beaming shapes, their surprising inclusions, and then with their relations to one another, or their multiplication, arranged by the artist in order to create a renewed field of vision, made to catch our eye. Indeed, this multiplication challenges the established order and shows the unexpected through a luminous disruption, altering the visual field. She adds, as I have stated previously, something unique, which only belongs to her: the meaning of her gold inclusions or the holes in the marble, leading to further unpredicted dialogues with the light. With the continuity of her work with alabaster and the surprises arising from her combinations of materials, Maria Carmen Perlingeiro creates an art of associations, contrasts, and multiplications of shapes in active interplay with light, renewing our sight.

Maria-Carmen Perlingeiro’s exhibition at Rio’s Modern Art Museum presents new and existing pieces. These form a dense and precise panorama of the prolific array into sculpture that the artist has carried through for many years. Constantly coherent and absolutely rigorous, the Brazilian artist, born in 1952, has been working intuitively and methodically in Geneva for a little more than 20 years. The LUZ DE PEDRA exhibition unfolds as a clear path leading to the artist’s thoughts and experimentations, as an intimate collection generously shared.

The exhibition begins with a series of bas-reliefs in the shape of a “sole”, an invitation to a mental wandering within and beyond the exhibition. Oscillating between focus and dispersal, the exhibition allows the viewer’s gaze to alternate between an attentive observation of the skilfully crafted pieces and the perception of a vast universe to explore. From opacity to transparency, step-by-step and through the successive layers, the exhibition highlights a startling world, at times quiet and peaceful, a poetics of the substance. Allowing a seamless flow within the exhibition, a set of semi-transparent suspended panels offer dynamic oblique lines and continuously renewed prismatic visions. The different series of sculptures shown are enhanced by the natural light passing though them, and by the museum’s raw space. The artist gives preference to radiant natural materials such as alabaster, gypsum or gold, and commands them with a rare gesture of pure elegance. Some pieces take us back to the origins and to the underworlds, as they seem to appear difficult to date. Choosing raw and precious materials as well as some generic and archetypal shapes bears this double desire to inscribe both the apparition of art and the emergence of shapes in the long term, and to place them, as if out of time, in a tension towards the “horizon” of the absolute. Maria-Carmen Perlingeiro takes up the particular challenge to combine an outstanding skill and a substantial coherence, a material density and a suggestive tenuity, an affirmed voluptuousness and an obvious connivance. At first, a glimpse seems sufficient to grasp Maria-Carmen Perlingeiro’s world. From a close, numerous gaps and cracks allows us to sense in many ways – as the exhibition title suggests – the plural and equivocal dimension of her work. Each piece seem to simply appear, shine brightly, hide again, and illuminate us little by little. Between formal minimalism and figurative suggestions, plenitude and openness, brutality and preciousness, fraction and union, light and dark, the pieces present themselves as true visual oxymora. First of all, they offer themselves as multiple invitations to travel to the very heart of visual and semantic communions created by the artist, and successfully make us smile, think and dream. In her work in general, and for this exhibition in particular, Maria-Carmen Perlingeiro favours a human-sized scale, not only allowing the artist to be one with the material she works with, but also to offer a certain proximity and familiarity with the pieces. Mostly of a small format, between distance and proximity, these ultimately seem to caress what infinitely exceeds us and intensely enthuse us.


CRISTINA BURLAMAQUI

MARIA-CARMEN PERLINGEIRO

Between the Matterhorn, the hills of Tuscany, and Rio de Janeiro´s hillsides: this is where Maria-Carmen Perlingeiro has been building her ‘poetics of stone’. The Brazilian artist based in Geneva, Switzerland, is now showing her most recent work – alabaster torsos and polyhedrons, animal hides, selenite ice, mica crystals affixed to acrylic sheets – comprising hand carved pieces that instigate spatial engagement through the transparency of sculpted, perforated stones, and diffusion of light. Perlingeiro has explored the sensitivity of alabaster by delivering unique reinterpretations of this material. Tuscany´s translucent alabaster enables the creation of an aura of light in a “magic moment” that arises between the luminous spatial field and the sculpture of fragments. Thus Rio hillsides, torsos, childhood memories and reminiscences are created and engraved with gold leaf – all meant to explore the limits of the gaze. Since Perlingeiro started sculpting marble, in 1983, stone has been her material of choice. Rio de Janeiro has a marked presence in her sculptures and her scale of seduction: her singular aesthetic law regulates virtuosity with great freshness and humor. Alabaster, a translucent stone that may also be opaque and at the same time incomparably beautiful, reaches the ostensive superficiality of a docile and seductive material in her hands. For her, stone lends itself to an aesthetic exercise with an intimate and affective accent of subtle irony. Having found the ideal support for her sculpture in Tuscany, the artist embraced the Renaissance tradition of collecting alabaster rocks, which she stores at her open-air workshop in Volterra, for subsequent slicing and cutting into blocks. Every time she goes back to Geneva, the artist takes 700 kilos of rocks in tow that eventually will be worked by her hands, gouges, burins, and machinery. Methodical everyday work joins with aesthetic exercise to consubstantiate her poetic discoveries in the fragility of alabaster, incorporating it to light, combining opacity and transparencies. Perlingeiro usually visits Volterra at least once a year to select rough stones of this ideal mineral – those showing translucency and relative hardness – in order to exploit their veins and ensure visual and tactile richness. More recently, she has been drawn to selenite and mica crystals, and all her pieces play on the sensitivity of these rocks between spatial and luminous fields. The exhibition presents Torsos and A bela e a fera [Beauty and the Beast], made from alabaster and naturally black-andwhite mountain-goat skins; Hot Ice, Cones e Cubos, and Micas. Recent works comprise large blocks of selenite, a Mexican

stone that is bulky but equally translucent, like ice, which the artist cross-drills and etches with gold leaf, prompting a vertiginous gaze between full and empty, inside and outside. As an earth-element with a glassy appearance, selenite involves volume and its diaphanous splendor creates a connection with the energy of an architectural form, just as its transparency and undulating forms add the character of limpid liquid body fluids. For the Hot Ice series, Perlingeiro drills stone and engages in gold etching, in an alchemy of intuitive harmony in which the luminous core circulates, as if traversing the infinite. Her pieces materialize the void, and light permeates the solidity of selenite like a prehistoric monolith, or menhir, that incorporates monumental scale not through its size, but through its translucency, on which the pieces loom large in an ephemeral experience of time-space. In an almost sensual game, the two raw and naked Torsos, carved so as to render extreme vigor and lightness, refer to the tradition of sculpture, and become timeless. In their turn, Micas pose the real dynamics of the speed of light, and are incorporated into the repertoire of the artist, who appropriated crystals layered on successively parallel surfaces. Also shiny in their appearance, her mica pieces give out great luminosity, when on a small scale. These slices of rock attached to acrylic sheets are dynamized in geometric games lacking mathematical logic, like the ambivalent constructions of Joseph Albers, since Maria-Carmen introduced beam-like triangular shapes of light on the acrylic sheets. In another part of the exhibition, her Solados structures resemble bare human footprints moving up the museum´s untreated cement walls, trying to climb the impossible! Maria-Carmen Perlingeiro, essentially a sculptor, perceives the world of tridimensional volumes sculpted by natural light and makes her poetics part of a visual and tactile experience, imprinting subtle references in a rhythm of sheer beauty.

45


MARIA CARMEM PERLINGEIRO (RIO DE JANEIRO, 1952)

46

Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduou-se na École Supérieure d’Art Visuel, onde mais tarde veio a lecionar. Na década de 1980 mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Student’s League. Começou a trabalhar o barro, mas ao visitar o ateliê de Sergio Camargo em Carrara, na Itália, apaixonou-se pela densidade, resistência e peso do mármore. Na década de 1990 descobriu o alabastro, em Volterra, na Toscana, cuja transparência e camadas onduladas dão origem a obras de séries como “Lunáticas”, “Montanhas” e “Piercings”. Participou de diversas exposições individuais no Rio de Janeiro, em São Paulo e Genebra. Em 1996 conquistou o primeiro prêmio em concurso internacional para intervenção artística no prédio do UNI Dufour, organizado pelo Banco Darier Hentsch & Cie, em Genebra, concorrendo com 249 artistas de todo o mundo. Em 2000 recebeu o 1º Prêmio no concurso “Lausanne Jardins 2000”, com o projeto paisagístico As Lanças de Uccello. Em 2006, o Paço Imperial (Rio de Janeiro) organizou sua exposição individual “O Mundo Maravilhoso dos Objetos Flutuantes”. Em 2007, a editora suíça InFolio lançou um livro com textos de Ronaldo Brito e Michael Jakob, registrando a produção de Maria-Carmen desde a década de 1980. Também em 2007 fez uma exposição no Espace Topographie de l’Art, em Paris. Em 2008 inaugurou uma exposição individual na Pinacoteca Civica, em Volterra, Itália. Em 2009 participou de uma exposição coletiva A Beleza do Erro, na LX Factory, em Lisboa. E em 2012, fez a exposição “Luz de Pedra” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com curadoria de Cristina Burlamaqui. Em 2013, organiza outra exposição individual na Galeria Raquel Arnaud que a representa desde 1994.

Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduou-se na École Supérieure d’Art Visuel, onde mais tarde veio a lecionar. Na década de 1980 mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Student’s League. Começou a trabalhar o barro, mas ao visitar o ateliê de Sergio Camargo em Carrara, na Itália, apaixonou-se pela densidade, resistência e peso do mármore. Na década de 1990 descobriu o alabastro, em Volterra, na Toscana, cuja transparência e camadas onduladas dão origem a obras de séries como “Lunáticas”, “Montanhas” e “Piercings”. Participou de diversas exposições individuais no Rio de Janeiro, em São Paulo e Genebra. Em 1996 conquistou o primeiro prêmio em concurso internacional para intervenção artística no prédio do UNI Dufour, organizado pelo Banco Darier Hentsch & Cie, em Genebra, concorrendo com 249 artistas de todo o mundo. Em 2000 recebeu o 1º Prêmio no concurso “Lausanne Jardins 2000”, com o projeto paisagístico As Lanças de Uccello. Em 2006, o Paço Imperial (Rio de Janeiro) organizou sua exposição individual “O Mundo Maravilhoso dos Objetos Flutuantes”. Em 2007, a editora suíça InFolio lançou um livro com textos de Ronaldo Brito e Michael Jakob, registrando a produção de Maria-Carmen desde a década de 1980. Também em 2007 fez uma exposição no Espace Topographie de l’Art, em Paris. Em 2008 inaugurou uma exposição individual na Pinacoteca Civica, em Volterra, Itália. Em 2009 participou de uma exposição coletiva A Beleza do Erro, na LX Factory, em Lisboa. E em 2012, fez a exposição “Luz de Pedra” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com curadoria de Cristina Burlamaqui. Em 2013, organiza outra exposição individual na Galeria Raquel Arnaud que a representa desde 1994.

Estudou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduou-se na École Supérieure d’Art Visuel, onde mais tarde veio a lecionar. Na década de 1980 mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Student’s League. Começou a trabalhar o barro, mas ao visitar o ateliê de Sergio Camargo em Carrara, na Itália, apaixonou-se pela densidade, resistência e peso do mármore. Na década de 1990 descobriu o alabastro, em Volterra, na Toscana, cuja transparência e camadas onduladas dão origem a obras de séries como “Lunáticas”, “Montanhas” e “Piercings”. Participou de diversas exposições individuais no Rio de Janeiro, em São Paulo e Genebra. Em 1996 conquistou o primeiro prêmio em concurso internacional para intervenção artística no prédio do UNI Dufour, organizado pelo Banco Darier Hentsch & Cie, em Genebra, concorrendo com 249 artistas de todo o mundo. Em 2000 recebeu o 1º Prêmio no concurso “Lausanne Jardins 2000”, com o projeto paisagístico As Lanças de Uccello. Em 2006, o Paço Imperial (Rio de Janeiro) organizou sua exposição individual “O Mundo Maravilhoso dos Objetos Flutuantes”. Em 2007, a editora suíça InFolio lançou um livro com textos de Ronaldo Brito e Michael Jakob, registrando a produção de Maria-Carmen desde a década de 1980. Também em 2007 fez uma exposição no Espace Topographie de l’Art, em Paris. Em 2008 inaugurou uma exposição individual na Pinacoteca Civica, em Volterra, Itália. Em 2009 participou de uma exposição coletiva A Beleza do Erro, na LX Factory, em Lisboa. E em 2012, fez a exposição “Luz de Pedra” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro com curadoria de Cristina Burlamaqui. Em 2013, organiza outra exposição individual na Galeria Raquel Arnaud que a representa desde 1994.

Pierre Daix, nascido em 1922, é um romancista, ensaísta e historiador de arte francês. Fez parte da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial, e por isso foi preso no campo de concentração de Mauthausen. Militante comunista desde jovem, está ativamente implicado na imprensa envolvida. Ele dirige em particular o jornal comunista Ce soir e se torna editor do jornal literário Les Lettres françaises sob a direção de Louis Aragon, de 1948 a 1972, apresentando ao público francês escritores como Milan Kundera e Alexander Solzhenitsyn. Amigo do Pablo Picasso, Pierre Daix escreveu muitos livros sobre o pintor, e pintura em geral

Pierre Daix, né en 1922, est un romancier, essayiste et historien d’art français. Il fait partie de la Résistance lors de la Seconde Guerre mondiale, ce qui lui vaut d’être emprisonné au camp de concentration de Mauthausen. Militant communiste dès son plus jeune âge, il s’implique activement dans la presse engagée. Il dirige notamment le journal communiste Ce soir, et devient rédacteur en chef du journal littéraire Les Lettres françaises sous la direction de Louis Aragon, de 1948 à 1972, faisant connaître au public français des écrivains tels que Milan Kundera et Alexandre Soljenitsyne. Ami de Pablo Picasso, Pierre Daix écrit de nombreux ouvrages sur le peintre, et sur la peinture en général.

Pierre Daix, born in 1922, is a French novelist, essayist and art historian. Having been part of the Resistance during the Second World War, he was imprisoned in the concentration camp of Mauthausen. Being a communist activist from an early age, he takes an active part in the committed press. He runs the Communist newspaper Ce soir and becomes chief editor of the literary newspapers Les Lettres françaises under the direction of Louis Aragon from 1948 to 1972, making writers such as Milan Kundera and Alexander Solzhenitsyn known to the French public. As a friend of Pablo Picasso, Pierre Daix wrote various books on the painter, and painting in general.

Lionnel Gras (1984) é historiadora da arte, crítica e curadora. Trabalha atualmente na Escola Superior de Arte e de Design (Haute école d’art et de design – HEAD) e no Fundo Municipal de Arte Contemporânea (Fonds municipal d’art contemporain – FMAC) de Genebra.

Lionnel Gras (1984) est historienne de l’art, critique et curatrice.Elle travaille actuellement à la Haute école d’art et de design (HEAD) et au Fonds municipal d’art contemporain de Genève (FMAC).

Lionnel Gras (1984) is an art historian, critic and curator. She currently works at the Haute école d’art et de design (HEAD) and at the Fonds municipal d’art contemporain de Genève (FMAC).

Cristina Burlamaqui Tem formação em Jornalismo e História da Arte e Arquitetura na PUC-Rio. É curadora e pesquisadora. Fez a curadoria de exposições de artistas como Lygia Clark, Carlos Cruz-Diez, Volpi, Dacosta, Iberê Camargo, Maria Leontina e Maria-Carmen Perlingeiro; e, ainda, de artistas jovens contemporâneos. No momento, organiza o Espaço Movimento Contemporâneo Brasileiro. Ministra aulas de História da Arte. Vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Cristina Burlamaqui vit et travaille à Rio de Janeiro. Elle y a suivi des études de journalisme et d’histoire de l’art et de l’architecture à l’université catholique pontificale. Elle est conservatrice, et fait également de la recherche. Elle a été commissaire de plusieurs expositions d’artistes tels que Lygia Clark, Carlos Cruz-Diez, Volpi, Dacosta, Iberê Carmargo, Maria Leontina ou encore Maria-Carmen Perlingeiro, mais aussi de jeunes artistes contemporains. Elle organise en ce moment l’Espace mouvement contemporain brésilien, et donne des cours d’histoire de l’art.

Cristina Burlamaqui lives and works in Rio de Janeiro. She studied journalism and art and architecture history at the Rio Pontifical Catholic University. She is a curator and a researcher. She has curated several exhibitions of artists such as Lygia Clark, Carlos Cruz-Diez, Volpi, Dacosta Iberê Carmargo, Maria Leontina or Maria-Carmen Perlingeiro, but also young contemporary artists. She is currently organizing the contemporary Brazilian movement space, and teaches history of art.


obras do catálogo

pp. 4, 6-7, 8-9, 38-39, 40-41 Hot Ice, 2008 alabastro e ouro ¦ albâtre et or ¦ [alabaster and gold]

pp. 8-9, 10-11, 12, 42-43 Ziegenfell N° 850, 2008 alabastro, pêlo de cabra e ouro ¦ albâtre, or et peau de chèvre de montagne ¦ [alabastro, pêlo de cabra e ouro]

pp. 15, 16-17 Dois irmãos, 2011 alabastro e ouro ¦ albâtre et or ¦ [alabaster and gold] 55x35x3cm

pp. 16 Ziegenfell N° 850, 2008 alabastro, pêlo de cabra e ouro ¦ albâtre, or et peau de chèvre de montagne ¦ [alabastro, pêlo de cabra e ouro]

pp. 18, 19 Ziegenfell N° 850, 2008 alabastro, pêlo de cabra e ouro ¦ albâtre, or et peau de chèvre de montagne ¦ [alabastro, pêlo de cabra e ouro]

pp. 20-21, 22-23, 26 Ziegenfell N° 850, 2008 alabastro, pêlo de cabra e ouro ¦ albâtre, or et peau de chèvre de montagne ¦ [alabastro, pêlo de cabra e ouro]

pp. 24-25, 27 Ziegenfell N° 850, 2008 alabastro, pêlo de cabra e ouro ¦ albâtre, or et peau de chèvre de montagne ¦ [alabastro, pêlo de cabra e ouro]

pp. 20-21, 28-29, 31 Cones nº 948, 2010 alabastro e ouro ¦ albâtre et or ¦[alabaster and gold] 22 x 60 x 20cm

pp. 2-3, 33, 34-35, 36-37 Cones nº 948, 2010 alabastro e ouro ¦ albâtre et or ¦[alabaster and gold] 22 x 60 x 20cm

47


ficha técnica Exposição [Exhibition]

livro [book]

Curadoria [Curator] Cristina Burlamaqui

Coordenação Editorial [Editorial Coordination] Maria-Carmen Perlingeiro

Produção [Production] Imago Escritório de Arte Ltda Maria Clara Rodrigues Coordenação de Produção [Production Coordination] Franklin Espath Pedroso Assistente de Produção [Production Assistant] Katia Machado, Julia Vaz Identidade Visual e Design Gráfico [Visual Identity and Graphic Design] Danowski Design Sula Danowski, Nathalia Lepsch Cenotécnica e Montagem [Exhibition Display and Setup] Hélice Produções Artísticas Revisão de Texto [Proofreading] Rosalina Gouveia Biografia [Biography] Ilana Paterman Versão para o inglês [English Version] Izabel Murat Burbridge Produção em Genebra [Production Geneva] Pavel Urban, Jussara Gusmão, Ricardo Caetano, Edgar Soares Agradecimentos [Acknowledgments] André e Fernanda de Sá, Bénédicte Montant, Carmelo Stendardo, JeanPierre Stefani, Patrice Bezos, Adon Peres, Raquel Arnaud, Cecilia P. Leuenberger, Gilce Dupont O título da exposição foi sugerido por Jayme Perlingeiro. [The title of the exhibition was suggested by Jayme Perlingeiro.]

48

Texto [Text] Pierre Daix Lionnel Gras Cristina Burlamaqui Tradução [Translation] Alexandra Dupont Rafaela Vincensini Design Gráfico [Graphic Design] Danowski Design Sula Danowski Nathalia Lepsch Carolina Machado Tratamento de Imagem [Image Processing] Danowski Design Fotografias [Photographs] Marina B. Valença Revisão de Texto [Proofreading] Rosalina Gouveia Impressão [Printing] Impresul


50



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.