A arte que se faz hoje Como nos velhos tempos, voltaram as reflexões artísticas seguidas de pitadas dionisíacas de bohemia e nisso passa a fazer sentido pequenos trechos lidos ou vistos e até, os fenômenos socioculturais e artísticos do mundo presente. A arte é o reflexo do meio social e do mundo e momento presente do artista e pensador que cria e documenta suas experiências artísticas e para isso, usa suas habilidades e objetos materiais para realizar e veicular sua obra. Hoje o que vemos é um esvaziamento do “templo” sagrado da arte. Teatros, museus, salas de cinema e centros culturais vazios e há quem veja isso com um certo pessimismo, mas é um reflexo geral em todos os mecanismos de fruição como Igrejas e espaços de estudo e pesquisa. A sociedade está se configurando por uma ausência de profundidade nas ações e relações humanas. Os relacionamentos todos são rasos e todo o processo dá-se virtualmente. Os processos de trabalho não comporta o produto todo isso quando ele não é também à distancia feito num cubículo no fundo do quintal do operário contemporâneo e o produto realizado já tem prazo de validade. A proposta de multicultura faz que a aceitação do “Outro” dá-se de forma a não problematizar os processos de formação do seu “fato social” e sim, numa busca de criação de uma colcha de retalhos de diversos costumes de povos diferentes e que tudo se resume em “estilo” e “gosto” a ponto de uma pessoa colocar elementos de outras culturas em seu corpo sem saber o que de fato seja tudo aquilo. Nesse mundo pluri informático caótico e raso, temos as obras artísticas ocupando todos os lugares propondo um mundo artístico e vivo, porém, ela mesma sem profundidade de reflexão por parte do expectador que na maior parte, torna-se também atuante na busca de obter sensações em contato direto com a própria arte, mas essas sensações, não trazem criação de ideias e fixação de conceitos e até, reflexão dum mundo em contato com o ser, mas um constante sentir, sentir e sentir sem ao menos questionar o por que das sensações vividas. Dessa forma, a arte do momento presente está em dois extremos, nos territórios da música eletrônica e do funk. Dois espaços onde é criado um caos mesclando o sagrado e o profano regado de drogas (lícitas e ilícitas) que assemelham aos ditirambos gregos e festas, banhos romanos, rituais africanos, mesopotâmicos e indigenas.
A arte do momento presente está lá e o artista de hoje deve olhar nesse grande objeto experiencial e tirar dali seu principio motor da criação artística. Sensações e mundos paralelos entre o sacro santo e o profano é o grande motin da Arte que se faz hoje.