Vamos pedir que a Justiça de Xangô não abandone nosso sertão Como adepto das redes sociais que sou e se fosse por querer, o seria ainda muito mais pois é uma das formas mais fáceis e baratas de divulgar ideias e ter contato com as informações que, em muitos casos, é em tempo real. No mês de novembro minha time line do facebook fica repleta de eventos ligados a valoração da identidade negra num cânone nacional dialogando com as questões de gênero e identidade. Amigos de diversas áreas do conhecimentos todos numa militância conjunta divulgando as ações, ideias, eventos e posicionamentos. Ter um dia num mês onde os movimentos sociais estão todos amparados por lei e, nesse mês, poder promover ações nas áreas de educação, economia, meio ambiente, trabalho, cultura, artes, etc e trazer tanto a comunidade negra quanto aos brancos e fazer com que nós, negros não sejamos vistos simplesmente como uma estatística de violência, mas como sujeitos fazedores e construtores de uma nação, é de extrema valia. Porém, ainda há cidades que nunca tiveram um único momento em toda a sua história onde esse território e ambiente fosse aberto. Cidades que esquecem de alimentar as reflexões dentro dos Conselhos da Comunidade Negra. Cidades que não aplicam a Lei 10 639. Cidades que a comunidade negra não é vista e não tem direito a voz. Porém, o que mais nos traz desgosto é viver nessas cidades, onde a gestão pública não valoriza as conquistas da comunidade negra. Que o vinte de novembro é esquecido, que o 13 de maio não é debatido. Que os departamentos e secretarias de cultura valem-se do poder do Estado só pra alguns eventos espalhados pelos anos que a Cultura e a Arte não são o carro chefe, mas sim, propagam uma Cultura de Massa atrelada a politicagens e crescimento econômico dos próprios bolsos. Ao viver em cidades desse tipo, só nos resta o desgosto de saber que sua história e seu povo vivem no esquecimento e por fim, só resta a esperança que a justiça de Xangô seja feita nesse sertão. Na música Oyá de Carica Santiago belamente interpretada pelo cantor Pérecles pode-se ver e sentir as sensações do povo preto