CONCEITOS ECOLÓGICOS Profª. M.Sc. Mary Ann Saraiva
PRINCÍPIO DE GAUSE Princípio da exclusão competitiva
“Quando duas espécies vivem no mesmo hábitat e possuem o mesmo nicho ecológico, uma acabará sendo eliminada ou expulsa pela outra.”
Duas espécies não podem ocupar um mesmo nicho ecológico podendo levar a três diferentes situações: - a extinção de uma das espécies; - a expulsão de uma das espécies do território; - a mudança de nicho ecológico de uma ou ambas as espécies, que deixam de competir por recursos escassos.
A BIOSFERA E SUAS DIVISÕES Profª. M.Sc. Mary Ann Saraiva
BIOCICLO TERRESTRE OU EPINOCICLO
Distribuição de florestas de acordo com o clima da região. Há perfeita correspondência entre altitude e latitude. A latitude corresponde à distância entre qualquer ponto da Terra e a linha do Equador. Quanto maior a latitude mais distante da linha do Equador está um dado ponto.
TUNDRA •
Vegetação rasteira do ártico. É constituída por musgos, liquens, capim e plantas herbáceas que se desenvolvem nas regiões que degelam por um período de aproximadamente 2 meses/ano. A fauna é composta por lobo, urso polar, lêmingues (roedores), coruja das neves, entre outros.
TAIGA
TAIGA
• É a floresta boreal ou de coníferas; fica ao sul da tundra na América do Norte, Europa e Ásia. Os vegetais típicos são pinheiros e abetos, além dos arbustos, ervas, musgos e liquens. Na fauna há lobos, alces, ursos, linces, esquilos e aves migratórias. Há duas estações bem definidas: inverno rigoroso e verão com temperaturas moderadas.
FLORESTA TEMPERADA SAZONAL
FLORESTA TEMPERADA SAZONAL É um bioma com quatro estações bem definidas, sendo encontrado nos EUA, Europa Ocidental, China, Coréia e Japão. Apresenta grande densidade de árvores (carvalhos, nogueiras, bordos) e uma rica fauna de mamíferos (ursos, veados, lobos, esquilos, raposas, lebres etc.), répteis, aves, anfíbios e insetos. As folhas das árvores caem no final do outono (caducifólias) para as
plantas sobreviverem à seca fisiológica, pois a água congela por 3 meses, durante o inverno 4 estratos na vegetação: árvores, arbustos, plantas herbáceas e musgos
FLORESTA TEMPERADA PLUVIAL • difere da sazonal por ter árvores muito altas (sequoias), além de coníferas e abetos; as árvores não têm perda de folhas no inverno, sendo dita plantas perenifólias. A biodiversidade é menor que na floresta temperada sazonal. Ocorrem no Chile, Austrália (com muitos eucaliptos) e Noroeste da América do Norte.
FLORESTA TROPICAL PLUVIAL • Localizam-se na América Central, norte da América do Sul, leste e oeste da África Central, sul da Ásia, ilhas do Pacífico e nordeste da Austrália. O clima é quente e úmido, com temperatura média de 27ºC. As chuvas são freqüentes e abundantes.
• O solo geralmente é pobre em minerais, mas graças à decomposição de plantas o solo superficial é recoberto por húmus. Se há desmatamento o solo empobrece e a erosão é acelerada. HÁ LIXIVIAÇÃO. • A biodiversidade de fauna e flora é a maior dentre todos os ecossistemas terrestres. A floresta Amazônica e a Mata Atlântica são florestas tropicais. • Uma floresta tropical apresenta plantas com folhas latifoliadas (folhas largas para aumentar a fotossíntese, sem risco de desidratação). São também ditas perenifólias, por manterem folhas o ano inteiro.
CAMPOS TEMPERADOS São regiões tropicais com quantidade de chuva intermediária entre o deserto e a floresta. Nos campos tropicais, encontramos gramíneas, arbustos e árvores esparsas - são as savanas da África, Austrália e Centrooeste do Brasil. Nos campos temperados, como os Pampas da América do Sul (Rio Grande do Sul, por exemplo), há vastas extensões de capim. Na África, os campos têm uma fauna rica: antílopes, girafas, zebras, rinocerontes, leões, hienas etc.
SAVANAS E CAATINGAS • formações vegetais abertas localizadas em regiões subtropicais e tropicais, com pluviosidade geralmente baixa, cuja vegetação é basicamente herbácea e com árvores esparsas e decíduas. Em áreas de savana que as árvores tem formação mais densa, o bioma passa a ser denominado floresta tropical sazonal. • A fauna tem muitos mamíferos de grande porte, que, inclusive, andam em bandos como estratégia de se proteger da predação. Na África, as savanas têm uma fauna rica: antílopes, girafas, zebras, rinocerontes, leões, hienas. Nas savanas da América do Sul são encontrados tatus, pacas e cutias. • Caatingas: vegetação xerofítica.
CERRADO
CHAPARRAL • também denominado de bosques e arbustos, ocorre no sul da Europa, norte da África, sul da América do Sul, e áreas da América do Norte e Austrália. O inverno é chuvoso e o verão é seco. Os arbustos são perenifólios e com folhas duras (solo seco e pobre em nutrientes); há muitos incêndios espontâneos no verão.
DESERTOS Apresenta o clima seco, chuvas raras, temperaturas altas durante o dia e baixas à noite. As plantas são xerófitas. Há cactos ou plantas com folhas pequenas e raízes profundas. A fauna é pobre, formadas por artrópodos, répteis e alguns mamíferos roedores. Há dois tipos de desertos: • DESERTOS FRIOS – ocorre em regiões secas e muito frias, especialmente no interior dos continentes, em que as chuvas são restritas devido a cadeias de montanhas. Ex. patagônia, na Argentina. • DESERTOS QUENTES – ocorre na latitude 30º norte e 30º sul; tem um pouco mais de biodiversidade que os desertos frios. Ex: Deserto no centro da Austrália, Deserto do Saara, na África. Os maiores desertos do mundo são na África, EUA, Chile, Argentina, Bolívia, Tibete, Austrália e Arábia.
BIOCICLO DULCÍCOLA OU LIMNOCICLO Conjunto de ecossistemas de água doce. É o menor dos biociclos (0,017% da água do planeta). Há dois tipos: • LÊNTICO – Águas paradas. Zonas: litorânea, limnética, profunda • LÓTICA – Águas em movimento. Regiões: inicial, média, final
BIOCICLO MARINHO OU TALASSOCICLO •
Corresponde a 71% do planeta. As condições climáticas são mais estáveis e há uma menor diversidade de hábitats e de nichos que o epinociclo. O talassociclo pode ser dividido em diversas regiões:
No talassociclo a luz varia muito em função da profundidade, onde distinguimos duas regiões: •ZONA EUFÓTICA OU FÓTICA – Bem iluminada, indo até 150 metros de profundidade. É rica em seres autótrofos e consumidores. •ZONA AFÓTICA – Localiza-se abaixo da eufótica. Não há algas fotossintetizantes e os heterótrofos dependem da matéria orgânica vinda da zona eufótica.
No talassociclo, encontramos três comunidades distintas, de acordo com o deslocamento: • PLÂNCTON – se deslocam passivamente na água, arrastados pelas ondas e correntes marinhas. • NÉCTON – são seres com deslocamento ativo, como os peixes e mamíferos aquáticos. • BENTOS – são os seres fixos no fundo do mar, tais como: esponjas, equinodermos, cracas, anêmonas e siris.
De acordo com as características da água e dos organismos, podemos classificar o talassociclo em 3 regiões: • ZONA LITORÂNEA (interdidal, entre mares ou sistema litorâneo) – Corresponde à região entre a maré alta e a maré baixa, ficando alternadamente expostos ao ar ou recobertos pela água. Pode ser representada por uma praia arenosa, lodosa ou rochosa. • ZONA NERÍTICA (Nero = água) – É a região do mar com até 200 metros de profundidade, sobre a plataforma continental, a qual apresenta um declive suave até uma distância de 70Km do litoral. A maior parte dos peixes consumidos pelos humanos vive nesta zona. Tem grande riqueza de plâncton, nécton e benton, sendo a de maior importância econômica. • ZONA OCEÂNICA (pelágica) – é o mar aberto, após a plataforma continental.
No talassociclo, a coluna de água das regiões nerítica e oceânica formam o domínio pelágico. Já o domínio bentônico das regiões nerítica e oceânica pode ser classificado de acordo com a profundidade e de características do fundo dos mares em: • ZONA SUBLITORAL– é a plataforma continental (até 200m de profundidade). • ZONA BATIAL – Localiza-se entre 200 e 2000m de profundidade. • ZONA ABISSAL OU SISTEMA ABISSAL – Encontra-se a mais de 2000 metros de profundidade e vai até aproximadamente 6.000 metros. • ZONA HADAL – É restrita a alguns pontos dos oceanos. Compreende a faixa de profundidade que vai de 6.000 a 11.000 metros. As formas de vidas nesta se alimentam dos detritos que vão caindo das demais zonas. Os animais são pequenos, têm grande boca e estômago dilatável (adaptações à escassez de alimento). Há várias espécies que produzem bioluminescência.
BIOMAS BRASILEIROS
CAATINGA
• 10% DO TERRITÓRIO BRASILEIRO • NE + PARTE DO NORTE DE MG • VEGETAÇÃO XERÓFITA • TEM BOA BIODIVERSIDADE • 70% DA CAATINGA JÁ FOI IMPACTADA PELO HOMEM • POUCAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO: 0,28%
CERRADO
• São descritos 11 tipos principais de vegetação para o bioma Cerrado, enquadrados em formações florestais (Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão), savânicas (Cerrado sentido restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Vereda) e campestres (Campo Sujo, Campo Limpo e Campo Rupestre).
VEGETAÇÃO COM TRONCOS RETORCIDOS, CASCA GROSSA, ÁPICE PILOSO, FOGO ESPONTÂNEO.
PANTANAL • MT / MS + PARAGUAI E BOLÍVIA • PLANÍCIE INUNDÁVEL • ALTA BIODIVERSIDADE: jacaré, veado, serpentes, capivara, papagaio, tucano, tuiuiú, onça, macaco, entre outros.
PAMPA (CAMPOS)
• PLANTAS HERBÁCEAS, GRAMÍNEAS, PEQUENOS ARBUSTOS • OCORRE EM ÁREAS DESCONTÍNUAS DO BRASIL: NORTE, SUL • A VEGETAÇÃO TEM MENOS DE 1m. • POUCA BIODIVERSIDADE • HÁ CACTOS E BROMÉLIAS • MAIORES IMPACTOS: PECUÁRIA EXTENSIVA, SOJA, TRIGO
MATA ATLÂNTICA • PIAUÍ AO RIO GRANDE DO SUL • ENORME BIODIVERSIDADE. • HÁ MUITAS EPÍFITAS. • RESTA MENOS DE 5% • ERA CONTÍNUA COM A FLORESTA AMAZÔNICA
Segundo o IBGE (2014) a MATA DE ARAUCÁRIA é uma área florestas ombrófilas densas e mistas que FAZ PARTE DO BIOMA MATA ATLÂNTICA, sendo uma formação florestal típica de regiões com clima subtropical, A Mata de Araucária está presente no Brasil nos estados de São Paulo e, principalmente, na Região Sul
FLORESTA AMAZÔNICA • 42% DO TERRITÓRIO BRASILEIRO • MAIOR FLORESTA TROPICAL DO MUNDO • OCORRE: AC, AP, AM, MA, MT, PA, RO, RR, TO + OUTROS PAÍSES • MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA
ECÓTONES: MATA DE COCAIS E ZONAS LITORÂNEAS
• ZONAS LITORÂNEAS: DUNAS, ILHAS, RECIFES, COSTÕES ROCHOSOS, BAÍAS, ESTUÁRIOS, BREJOS, FALÉSIAS.
• MATA DE COCAIS: MA, PI, TO; PALMEIRAS
MANGUEZAIS - No mundo existem cerca de 162.000
Km2 manguezais. - No Brasil existem cerca de 25.000 Km2 manguezais. - Em Pernambuco existem cerca de 270 Km2 manguezais. - No Brasil, existem cerca de 25.000 quilômetros quadrados de florestas de mangue, que representam mais de 12% dos manguezais do mundo inteiro. - Os manguezais estão distribuídos desde o Amapá até Laguna, em Santa Catarina, no litoral brasileiro.
VEGETAÇÃO • Os manguezais são encontrados ao longo de todo o litoral,
sendo constituídos pelas principais espécies de mangue:
• Rhizophora mangle (mangue vermelho)
• Laguncularia racemosa (mangue branco) • Avicennia sp (mangue preto, canoé) • Conocarpus erectus (mangue de botão) • A espécie Laguncularia racemosa, merece destaque por ser a única espécie típica de mangue encontrada no Arquipélago de Fernando Noronha, no único manguezal na Baía do Sueste.
mangue de botão
mangue branco
Rhizophora mangle
Avicennia sp
FAUNA
• A fauna dos manguezais representa significativa fonte de alimentos para as populações humanas. • Os estoques de peixes, moluscos e crustáceos apresentam expressiva biomassa, constituindo excelentes fontes de proteína animal de alto valor nutricional. • Os recursos pesqueiros são considerados como indispensáveis à subsistência das populações tradicionais da zona costeira
AVES DO MANGUEZAL
IMPORTÂNCIA DOS MANGUEZAIS • Desempenha importante papel como exportador de matéria orgânica para o estuário, contribuindo para produtividade primária na zona costeira. • É no mangue que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. • Os mangues produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar. • Sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno. • A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa. • As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos sedimentos. • Constitui importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas
UTILIZAÇÃO SUSTENTÁVEL DOS MANGUEZAIS • Muitas atividades podem ser desenvolvidas no manguezal sem lhe causar prejuízos ou danos, entre elas: • Pesca esportiva e de subsistência, evitando a sobrepesca, a pesca de pós - larva, juvenis e de fêmeas ovadas. • Cultivo de ostras. • Cultivo de plantas ornamentais (orquídeas e bromélias). • Criação de abelhas para a produção de mel. • Desenvolvimento de atividades turísticas, recreativas, educacionais e pesquisa cientifica.
IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS DE MANGUEZAL • Os principais fatores que causam alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do manguezal são: • Aterro e Desmatamento • Queimadas • Deposição de lixo • Lançamento de esgoto • Lançamentos de efluentes industriais • Dragagens • Construções de marinas • Pesca predatória
Os diferentes biomas e as regiões biogeográficas da Terra
Quando aparece uma barreira física que separa a distribuição de uma espécie, isso é denominado de vicariância. Mas, quando membros de uma espécie ultrapassam uma barreira já existente e passam a formar uma nova população, diz-se que houve dispersão.